Contribuição ao conhecimento e conservação da laranjinha Contribution to knowledge and conservation of laranjinha Contribution à la connaissance et la conservation des laranjinha Contribución al conocimiento y conservación de laranjinha

Renan da Cruz Paulino* Gabrielly Paula de Sousa Azevedo Henriques** Maria de Fátima Barbosa Coelho*** Sandra Sely Silveira Maia**** Rodrigo Aleixo Brito de Azevedo*****

Recebido em 10/10/2010; revisado e aprovado em 10/4/2011; aceito em 17/4/2011

Resumo: A laranjinha Sideroxylon obtusifolium (Humb. Ex Roem. Schult.) T.D. Penn. é uma arvore frutífera, adaptada as condições do Pantanal, Semi Árido nordestino e vales do rio São Francisco, de importância ecológica, alimentícia e medicinal. S. obtusifolium é sensível ao desaparecimento por destruição de seu habitat e uso extrativista na me- dicina popular. A casca é usada para feridas, dores, ulcera duodenal, gastrite, azia, infl amação crônica, problemas genitais, infl amação ovariana, cólica, problema renal, cardíaco, diabetes, febre e como expectorante. Nessa revisão são abordados aspectos etnobotanicos, ecológicos, químicos e de conservação desta espécie. Palavras-chave: Plantas medicinais. Etnobotânica. Pantanal. Abstract: The laranjinha Sideroxylon obtusifolium (Roem Humb. Ex. Schult.) TD Penn. is a fruitful tree, adapted to the conditions of the Pantanal, Semi-Arid Northeast of the river valleys and San Francisco, ecological importance, food and medicine. S. obtusifolium is sensitive to the disappearance of habitat destruction and extractive use in folk medicine. The bark is used for wounds, pain, duodenal ulcer, gastritis, heartburn, chronic infl ammation, genital problems, infl ammation, ovarian, colon, kidney problems, heart disease, diabetes, fever and as an expectorant. This review covers topics ethnobotanical, ecological, chemical and conservation of this species. Key words: Medicinal . Etnobotany. Pantanal. Résumé: Le Laranjinha Sideroxylon obtusifolium (Roem Humb. Ex. Schult.) TD Penn. est un arbre fécond, adaptées aux conditions du Pantanal, semi-arides du nord de la rivière et les vallées de San Francisco, l’importance écolo- gique, l’alimentation et la médecine. S. obtusifolium est sensible à la disparition de la destruction des habitats et l’utilisation extractive dans la médecine populaire. L’écorce est utilisée pour des blessures, des douleurs, ulcère duodénal, gastrite, brûlures d’estomac, infl ammation chronique, problèmes génitales, de l’infl ammation, de l’ovaire, du colon, des problèmes rénaux, des maladies cardiaques, le diabète, la fi èvre et comme expectorant. Cette revue aborde des sujets ethnobotanique, écologique, chimique et de la conservation de cette espèce. Mots-clés: Plantes médicinales. L’ethnobotanique. Pantanal. Resumen: El Laranjinha Sideroxylon obtusifolium (Roem Humb. Ex. Schult.) TD Penn. es un árbol fructífero, adapta- das a las condiciones del Pantanal, semi-áridas del Noreste de los valles de los ríos y San Francisco, su importancia ecológica, alimentos y medicinas. S. obtusifolium es sensible a la desaparición de la destrucción del hábitat y el uso extractivo en la medicina popular. La corteza se utiliza para las heridas, el dolor, úlcera duodenal, gastritis, acidez estomacal, infl amación crónica, problemas genitales, infl amación, cáncer de ovario, colon, problemas renales, en- fermedades cardíacas, diabetes, fi ebre y como expectorante. Esta revisión se refi ere a temas etnobotánica, química ecológica y la conservación de esta especie. Palabras clave: Plantas medicinales. Etnobotánica. Pantanal.Introdução.

Introdução como forrageira, frutífera e possui boa ma- deira para construção, tecnologia e artesa- A quixabeira Sideroxylon obtusifolium nato (ALBUQUERQUE; ANDRADE, 2002; (Humb. Ex Roem. Schult.) T.D. Penn. é uma FERRAZ et al., 2007). Apesar de todas essas espécie da família utilizada não características é pouco conhecida do ponto só para curar enfermidades, mas também de vista científi co.

* Bolsista de mestrado de Fitotecnia da Capes, Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Departamento de Ciências Vegetais, BR 110, Km 47, Bairro Presidente Costa e Silva, Mossoró, RN, 59625-900. E-mail: [email protected] ** Bolsista de graduação da Petrobrás. Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Departamento de Ciências Vegetais, BR 110, Km 47, Bairro Presidente Costa e Silva, Mossoró, RN, 59625-900. *** Professora, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Av. da Abolição, 7, Redenção, Ceará , Brasil, 62790-000. E-mail: [email protected]. Autora para correspondência. **** Bolsista CNPq/FAPERN Federal Rural do Semi-Árido, Departamento de Ciências Vegetais, BR 110, Km 47, Bairro Presidente Costa e Silva, Mossoró, RN, 59625-900. ***** Professor, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Av. da Abolição, 7. Redenção, Ceará , Brasil, 62790-000.

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Esta espécie tem se revelado como A espécie muito importante em algumas comunidades do nordeste brasileiro, apresentando diver- S. obtusifolium é uma espécie da Amé- sas utilidades e propriedades medicinais rica tropical e subtropical com registros (ALBUQUERQUE; ANDRADE, 2002; SILVA; no México, Belize, Costa Rica, Venezuela, ALBUQUERQUE, 2005; ALBUQUERQUE et Bolívia, Argentina Brasil, Paraguai e Uruguai al., 2007). Muitas propriedades rurais no en- (BURKART, 1979; MISSOURI BOTANICAL solarado sertão nordestino possuem o nome GARDEN, 2003a, b; THE NEW YORK BO- de “Quixabeira” ou “Quixaba” (denomina- TANICAL GARDEN, 2003). No Brasil ocorre ção de S. obtusifolium no nordeste brasileiro) na caatinga, costa litorânea do Ceará ao Rio demonstrando também seu valor cultural e Grande do Sul, vale do São Francisco e na a grande estima do sertanejo por esta planta mata chaquenha do Pantanal Matogrossense (ANDRADE-LIMA, 1989). ( LORENZI, 2002). A árvore é decídua ou S. obtusifolium é uma das espécies vege- semi-decídua, heliófi ta e seletiva higrófi ta. tais que têm se tornando escassa no semi-árido Possui como sinonímias Bumelia obtusifolia nordestino (ALVES et al., 2008). A predação por Roem. & Schult. e variedades, B. sartorum caprinos tanto na fase adulta como na fase de Mart., B. sartorum var. latifolia Miq., B, plântula, torna-a uma planta vulnerável em rotundifolia Swartz senso Kunth, B. rhamnoides áreas de caprinocultura extensiva (LEAL et al., Casar., B. excelsa DC., B. fragans Ridley, B. 2007a). O seu uso através da retirada de cascas, buxifolia Roem. & Schult., B. sartarum Fr. All., B. obtusifolia Roem. & Schult. subsp. buxifolia alta versatilidade das propriedades medicinais (Roem. & Schult.) Cronq., B. dunatii DC., B. e uso pela indústria têm tornado a espécie sen- cruegerii Griseb., B. nicaraguensis Loes., B. sível ao desaparecimento e por isso é prioritária conglobata Standl., Lyciodes buxifolia (Roem. para a conservação (MELO et al., 2009). & Schult) Kuntze, L. dunantii (DC) Kuntze, No pantanal matogrossense a situação L. obtusifolium Roem. & Schult., L. sartorum não é menos preocupante, pois em estudo reali- (Mart.) Kuntze (LORENZI, 2002). zado em áreas remanescentes com mata decídua No Brasil verifi cam-se os seguintes no- próximas à cidade de Corumbá, a laranjinha mes vulgares: quixaba, quixabeira, rompe-gi- ocorreu em apenas algumas áreas, onde antes bão, no nordeste brasileiro (AGRA et al., 2008; foi observada com alta densidade, algumas já ALBUQUEQUE et al., 2007), no Rio Grande do não existem mais porque a área foi loteada para Sul é conhecida como coronilha (OLIVEIRA, assentamento agrário (SALIS et al., 2004) 2007) e sombra-de-touro (LONGHI, 2000), A laranjinha pertence à família Sapota- coca na Bahia (LORENZI, 2002), sapotiquia- ceae e está incluída na ordem . A famí- ba no Rio de Janeiro (FONSECA-KRUEL; lia possui distribuição pantropical, incluindo PEIXOTO, 2004), no Pantanal é conhecida cerca de 50 gêneros e 1000 espécies, no Brasil por laranjinha, laranjinha-brava, laranjinha- ocorrem 14 gêneros e cerca de 200 espécies. -preta, leiteiro-preto e guajuviraí (POTT; Compreende diversas frutíferas como o sapoti POTT, 1994), maçaranduba-da-praia, miri, ( spp.) e plantas de madeira de boa sacutiaba, sapotiaba, são nomes reportados qualidade como a maçaranduba (Manilkara para outros locais no Brasil (LORENZI, 2002). spp.) (SOUZA; LORENZI, 2008). É chamada de molle no noroeste do chaco O objetivo deste trabalho foi realizar argentino (SCARPA, 2004), em outras regiões revisão bibliográfi ca compreendendo o perío- da argentina é conhecida por ‘guaraniná’ e do de 1994 a 2010, adotando como critério a ‘ibirá-niná’ (DELFINO et al., 2005). pesquisa documental a partir de teses, dis- S. obtusifolium é uma árvore espinhenta sertações, monografi as, livros, artigos publi- (Figura 1) alcançando desde 2 m até 18 m cados em revistas nacionais e internacionais, de altura, dotada de copa ovalada e densa que permitissem melhor entendimento dos (DELFINO et al., 2005; LORENZI, 2002). aspectos etnobotânicos, ecológicos e químicos Tronco curto e cilíndrico, com casca rugosa de Sideroxylon obtusifolium (Humb. Ex Roem. e superfi cialmente fi ssurada, de 30-60 cm de Schult.) T.D. Pen. As buscas foram realizadas diâmetro (LORENZI, 2002). em bases de dados científi cas como o SciELO, Scopus, Scirus utilizando-se palavras-chaves.

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Folhas subcoriáceas, elípticas a elíptico- lanceoladas, base cuneada e ápice obtuso ou emarginado, opostas cartáceas, glabras e brilhantes na face superior de 1,5-6,5 cm de comprimento por 0,5-3,5 cm de largura, sobre pecíolo de 3-9 mm de comprimento ( DELFINO et al., 2005; LORENZI, 2002). Flores hermafroditas, branco-amare- ladas, pediceladas, dispostas em umbelas axilares, muito perfumadas. Pedúnculo comprimido lateralmente, 0,2-0,4 cm com- primento. Cálice pubescente e estrigoso, cinco sépalas livres com bordos ondulados, ovais, persistentes, imbricadas, 0,1-0,2 cm de comprimento. Corola gamopétala, 5 lobulada 0,1-0,3 cm de comprimento. Estilete grosso de cor marrom escuro e 0,1cm larg. Estames 5, 0,1 cm comp. Anteras ditecas, oblongas com fi lamentos curtos. Fruto drupa negra globosa ou subglobosa de 0,5-0,7 cm de diâmetro, com apículo de 0,3-0,5 cm comp. (DELFINO, 2005).

Polinização e dispersão

Figura 1 - Sideroxylon obtusifolium (Humb. S. obtusifolium é uma espécie hermafro- Ex Roem. Schult.) T.D. Penn. (Laranjinha) dita protógina (Figura 2) com abertura diurna em área de caatinga no período seco (A) e (GOMES et al., 2010; LEITE; MACHADO, no período chuvoso (B). Mossoró, RN, 2010. 2010; MACHADO et al., 2006).

Figura 2 - Sideroxylon obtusifolium (Humb. Ex Roem. Schult.) T.D. Penn. (Laranginha) A. Botões fl orais, B. Flores, C. Mudas com seis meses e D. Frutos maduros e verdes.

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Um estudo na Argentina observou que novembro, ou seja, na época seca (LEITE; os insetos visitaram as fl ores na fase de aber- MACHADO, 2010). Essa característica é im- tura completa. O período de maior visita foi portante por ser uma fonte de néctar e pólen entre 7 e 10h e os visitantes mais frequentes pras abelhas na época seca, além dos frutos foram Apis mellifera (Hymenoptera: Apidae) e a para os animais. Morfoespecie 1 e 2 de Syrphidae (Diptera). As formigas (Hymenoptera: Formicidae) visitaram Etnobotânica as fl ores ocasionalmente (FRANCISCHINI, 2010). Em Maricá, RJ as fl ores foram visitadas No nordeste brasileiro S. obtusifolium é por abelhas, borboletas, besouros, moscas e utilizada popularmente para sangramentos, Thysanoptera, sendo polinizadas pelas abe- dores em geral, úlcera duodenal, gastrite, lhas Xylocopa ordinaria e Apis mellifera, pela queimação do coração, infl amações crônicas, vespa Brachygastra lecheguana e pela borboleta injurias genitais, infl amação ovariana, cólicas, Isanthrene incendiaria (GOMES et al., 2010). problemas renais e cardíacos, diabetes e como Na Bahia a abelha nativa munduri (Melípona cicatrizante (AGRA et al., 2007b; ALBUQUER- asilvai Moure) utiliza bastante os troncos QUE et al., 2007). de quixabeira para construir seus ninhos No cariri paraibano é usada contra dia- (SOUZA et al., 2008). betes e infl amações, a decocção ou maceração A dispersão é zoocórica (diásporos da casca do caule em um litro de água é usada adaptados a dispersão por animais, como aves como chá ou tomada “como água” até os sin- e mamíferos), a liberação dos grãos de pólen tomas desaparecerem (AGRA et al., 2007a). O ocorre na forma de nuvem por um mecanismo termo “água de quixabeira” é utilizado para explosivo proveniente do acionamento do designar o resultado da ação de deixar de mo- dispositivo lacínio-estame (GOMES et al., lho a casca da planta dentro de um recipiente 2008; FOMES et al., 2010; NOGUCHI et al., com água, de forma que aquela água em que a 2009). Segundo Andrade-Lima (1989) veados casca da quixabeira fi cou de molho é chamada e diversas aves, entre as quais os Columbidae “água da quixabeira” (PAULINO, 2009). “asa-branca” e “arribação”, buscam quando No seridó do Rio Grande do Norte maduros os seus frutos. Lorenzi (2002) confi r- também é usada contra infl amações (ROQUE ma a ampla distribuição pela avifauna. Na et al., 2010), já no alto oeste potiguar além Argentina frutos da espécie S. obtusifolium de combater infl amações e diabetes é usada fazem parte da dieta alimentar dos primatas também sozinha ou junto com outras cascas da espécie Aotus azarai azarai (ROTUNDO et de árvores contra gripe, pancada, feridas, al., 2005). Espécies de formigas, Dorymyrmex caroço no útero, anticancerígeno, infl amações thoracicus (Gallardo), Crematogaster spp., Phei- ovarianas e infl amações em geral (PAULINO, dole sp., Dinoponera quadríceps podem também 2009). Ainda nessa região são reconhecidas estar relacionados com a dispersão de S. “etnovariedades” de S. obtusifolium, como, obtusifolium (LEAL et al., 2007). quixabeira-branca, quixabeira viúva, que Em um estudo na Restinga de Maricá, dependendo do tipo pode ou não apresentar RJ, S. obtusifolium apresentou tempo de fl ora- propriedades medicinais. ção de aproximadamente 60 dias, coincidindo Na região do Xingó, em Alagoas, a com a transição do período menos úmido entrecasca é usada para curar gastrites, pan- para o chuvoso. Os primórdios fl orais foram cadas, inflamação crônica e ferida genital emitidos cerca de um mês antes do início da (ALMEIDA et al., 2006). No Agreste Pernam- fl oração, e apresentaram desenvolvimento bucano a tintura ou decocto da casca do caule rápido e sincrônico. A frutifi cação ocorreu é usado externamente contra infl amações, durante a estação com maior pluviosidade pancadas e cicatrizante (ALBUQUERQUE; e temperaturas mais elevadas levando cerca ANDRADE, 2002). Em Sergipe a de cocção de 80 dias para alcançar a maturidade com da casca da quixabeira também foi citado um alto índice de aborto dos frutos (±70%) para tratamento de micoses (”frieiras” e (GOMES et al., 2008). “sapinho”), entretanto testes laboratoriais não Nos “Cariris Velhos” na Paraíba a encontraram resultados signifi cativos (CRUZ quixabeira encontrou-se fl orada de julho a et al., 2007).

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Os criollos na argentina utilizam S. de S. obtusifolium verifi cou que possui estô- obtusifolium como antitussígeno. O chá é feito matos actinocíticos, tricomas tectores na por decocção de 10 cm da casca em 2 litros lâmina foliar e no pecíolo, hipoderme unies- de água, e ingerido dois dias consecutivos tratifi cada, com idioblastos contendo drusas, (SCARPA, 2004). esclerídeo no mesófi lo, ductos secretores na Na medicina popular a casca é usada medula do pecíolo e do caule (SILVA, 2008). para feridas, dor em geral, ulcera duodenal, O perfi l fi toquímico de S. obtusifolium gastrite, azia, infl amação crônica, problemas não diferiu entre indivíduos jovens e adultos, genitais, infl amação ovariana, cólica, proble- no caule jovem e nas folhas maduras. Foram mas renais, problemas cardíacos, diabetes, observados fl avonóides, protoantocianidinas febres e como expectorante (FILIPOY, 1994; condensadas e leucoantocianidinas, triter- ALBUQUERQUE et al., 2007). A planta in- penos, esteróides e açúcares (SILVA, 2008). teira é usada contra infl amação ovariana e Análises fi toquímicas de sua casca isolaram diabetes (BELTRÃO et al., 2008). S. obtusi- triterpenos (taraxerona, taraxerol e iritridiol), folium apresenta atividades antinociceptiva ácido triterpênico (ácido bássico) e esteróides e anti-inflamatória, suportando seu uso (LORENZI; MATOS, 2008). popular no tratamento da dor e de doenças Estudos comprovaram o efeito antioxi- infl amatórias (ARAUJO-NETO et al., 2010). dante e captura de radicais livres in vitro do Num estudo etnobotânico realizado extrato das cascas de S. obtusifolium (DES- no município de Alagoinha, PE, numa área MARCHELIER, 1999). Estudos com ratos conhecida por e Laje do Carrapicho e ad- visando validar as propriedades atribuídas jacências, a comunidade identifi cou e afi r- pela medicina tradicional concluíram que mouutilizar 75 espécies vegetais, sendo 48 possui propriedades antiinfl amatórias e hi- (64%) com fi ns medicinais, onde segundo a poglicemiantes. Adicionalmente, o extrato prioridade de uso medicinal S. obtusifolium etanólico usado alterou a tolerância a glucose, fi cou em primeiro lugar (ALBUQUERQUE; aumentou a absorção da glucose nos múscu- ANDRADE, 2002). Em uma pesquisa reali- los esqueléticos e inibiu signifi cativamente a zada em Campina Grande, Paraíba, com o glicogenólise no fígado (LORENZI; MATOS, objetivo de identifi car as plantas medicinais 2008). mais utilizadas para enfermidades do trato O extrato aquoso e etanólico da quixa- geniturináriofeminino, 25 raizeiros foram beira apresentaram atividades antiedemato- entrevistados e foram citadas 38 espécies gênica, antinociceptiva e anti-infl amatória em sendo que S. obtusifolium foi a mais citada, testes experimentais em ratos, suportando seu sendo mencionada por 100% dos entrevista- uso popular no tratamento de edema, dor e dos (AGRA; DANTAS, 2004). de doenças infl amatórias (BISPO et al., 2000; No pantanal a casca tem uso medicinal ARAÚJO-NETO et al., 2010). popular contra pressão alta, inflamação e O fruto apresentou ótimas característi- cicatrização (SALIS et al., 2004; POTT; POTT, cas agroindustriais 24,13º Brix; pH 4,35; AT 1994). 0,4%; relação SS/AT 63,22 (GARRIDO et al., Além desses usos na medicina a es- 2007). Uma análise bromatológica feita por pécie esta presente entre os agricultores de Almeida et al. (2006) de folhas e galhos com Tanquinho na Bahia, na previsão de safras: até 5 cm de diâmetro revelou que apesar de quando há uma grande quantidade de frutos mudar sua composição entre as estações seca da quixabeira, haverá também uma farta safra e chuvosa, as médias apresentaram-se confor- de feijão (OLIVEIRA, 2006). me os dados a seguir: matéria seca (%) 54,41 ± 4,65; proteína bruta (%) 11,67 ± 0,77; FDN (%) Composição química 52,96 ± 5,69; FDA (%) 42,00 ± 3,81. Apesar de já existirem diversos traba- Os dados anatômicos e fi toquímicos lhos abordando a química de S. obtusifolium, são importantes para controle de qualidade, consideramos necessários mais estudos em pois funcionam como caracteres marcadores função da importância medicinal da espécie e diagnósticos em todos os órgãos vegetativos para comunidades tradicionais. (FERREIRA, 2008). Uma análise histoquímica

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Propagação Quando esse tipo de extrativismo ocorre deforma leve, a planta consegue recompor o Segundo Lorenzi (2002) S. obtusifolium tecido lesado, refazendo o sistema condutor multiplica-se apenas por sementes, e não há extraído. Porém, se a coleta é drástica, ocor- informações sobre a propagação vegetativa. rendo o anelamento do tronco a árvore morre, Um Kg de sementes contém aproximada- podendo inclusive vir a tombar, pois a seiva mente 2000 unidades e a taxa de germinação bruta não consegue mais ter acesso às folhas é baixa (LORENZI, 2002). Sua baixa taxa de a partir do ponto do tronco que o vegetal foi germinação pode estar relacionada à resistên- anelado, comprometendo totalmente o meta- cia mecânica do tegumento, pois através de bolismo. Por esta razão, já que os parâmetros imersão em ácido sulfúrico por 30 minutos biométricos não infl uenciam a produção de obteve-se aproximadamente 70% de germi- taninos em Sideroxylon obtusifolium, propõe-se nação (REBOUÇAS, 2009). que a coleta de cascas do caule seja realizada Em estudo conduzido por Silva (2010) em indivíduos de maior porte, ou seja, maior a melhor temperatura para a germinação de diâmetro à altura do peito, já que estes podem S. obtusifolium é 30°C e a protrusão da radí- suportar melhor a pressão extrativista. Além cula ocorre após 144h de embebição. Mudas disso, como a espessura das cascas não expli- mais vigorosas são obtidas após 100 dias de ca maiores teores de taninos e plantas com semeadura, mantidas a 0% sombreamento maior diâmetro tendem a apresentar cascas e produzidas no substrato solo+areia (1:1+ mais espessas, estas podem oferecer maior superfosfato simples). quantidade de biomassa podendo reduzir a Segundo Salis et al. (2004), o cultivo é extensão do dano extrativista. feito por sementes, colocadas para germinar logo que colhidas, em canteiros a pleno sol, Conhecimento e comunidades contendo substrato arenoso. A emergência ocorre em 30 a 50 dias e a taxa de germinação As informações aqui disponibilizadas geralmente é baixa. O desenvolvimento das podem auxiliar de diferentes maneiras o plantas no campo é moderado. desenvolvimento local das comunidades. Se São necessários estudos sobre a pro- os parâmetros biométricos não infl uenciam a pagação por sementes que envolvam pré- quantidade de taninos, os extrativistas podem tratamentos para a superação da dormência, fazer um manejo das áreas de coleta da casca, sobre propagação vegetativa por estacas, e retirando cascas apenas de plantas mais de- sobre métodos para a formação de mudas. senvolvidas, de tronco mais grosso, e assim dispor de forma sustentável desse recurso. Conservação Quando forem produzir mudas, já sabem que é preciso aplicar escarifi cação para ter maior As sementes são classificadas como porcentagem de germinação e uniformidade. ortodoxas e a melhor condição para o arma- A produção de mudas é simples e barata, zenamento das sementes com umidade de pois o substrato pode ser areia e a pleno 8,9% e 10,8% é câmara fria com sementes sol. A coleta de sementes e comercialização acondicionadas em embalagem plástica. de mudas tem sido uma atividade rentável Entretanto, não são informados o tempo de para populações tradicionais da Amazônia armazenamento e a viabilidade das sementes (TAVERNAR; LISBOA, 2010) e poderia então a médio e longo prazo. ser implementada no Pantanal. Uma forma O impacto do extrativismo sobre S. ob- de divulgar esses conhecimentos será através tusifolium poderá ser reduzido com a melhor da rede de ensino, pois os professores agora escolha das plantas para a extração das dispõem de informação organizada e referen- cascas. Segundo Cabral et al. (2010), a coleta ciada, que poderão passar para seus alunos de cascas do caule das árvores é bastante e trazer a discussão sobre o uso, manejo e danosa, pois parte do sistema condutor do conservação para a sala de aula. Os usos me- vegetal é removido, fazendo com que haja dicinais já comprovados e aqui informados uma defi ciência da condução da seiva bruta, poderão auxiliar aos programas de saúde da diminuído o aporte de nutrientes e água. família e programas de farmácias vivas, para

INTERAÇÕES, Campo Grande, v. 12, n. 2, p. 215-223, jul./dez. 2011. Contribuição ao conhecimento e conservação da laranjinha 221 incluir de forma segura S. obtusifolium nos de Pernambuco (Nordeste do Brasil): um estudo de caso. cuidados da saúde. Outra forma é utilizar Interciência, 27(6): 276-85, 2002. esse conhecimento para compor cartilhas a ALMEIDA, C. F. C. B. R.; AMORIM, E. L. C; ALBUQUER- serem usadas nos programas de extensão QUE, U. P.; MAIA, M. B. S. Medicinal plants popu- larly used in Xingó region: a semi-arid location in rural, facilitando assim a divulgação junto às northeasthern Brazil. Journal of Ethnobiology and Ethno- comunidades. Assim, os conhecimentos aqui medicine, 2: 1-15, 2006. disponibilizados poderão contribuir para o ALVES, L. I. F.; SILVA, M. M. P.; VASCONCELOS, desenvolvimento local tanto no Pantanal K. J. C. 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