UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO TRÊS RIOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

CONTRIBUIÇÃO ACERCA DA OCORRÊNCIA DE ESPÉCIES DOS GÊNEROS AZTECA, , CREMATOGASTER E PSEUDOMYRMEX DOS ESTADOS DO RIO DE JANEIRO E MINAS GERAIS

Aline Freire Peres

ORIENTADOR: Prof. Dr. Fábio Souto de Almeida

TRÊS RIOS - RJ DEZEMBRO – 2020

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO TRÊS RIOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

CONTRIBUIÇÃO ACERCA DA OCORRÊNCIA DE ESPÉCIES DOS GÊNEROS AZTECA, CEPHALOTES, CREMATOGASTER E PSEUDOMYRMEX DOS ESTADOS DO RIO DE JANEIRO E MINAS GERAIS

Aline Freire Peres

Monografia apresentada ao curso de Gestão Ambiental, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Gestão Ambiental da UFRRJ, Instituto Três Rios da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

TRÊS RIOS - RJ DEZEMBRO – 2020

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Peres, Aline Freire, 1984 -

Contribuição acerca da ocorrência de espécies dos gêneros Azteca, Cephalotes, Crematogaster e Pseudomyrmex dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais/ Aline Freire Peres. - 2020. 48p.: grafs., tabs.

Orientador: Fábio Souto de Almeida. Monografia (bacharelado) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto Três Rios. Bibliografia: p. 39-48.

1. Biogeografia – Formicidae –Mata Atlântica. II. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Instituto Três Rios. III. Título

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO TRÊS RIOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

CONTRIBUIÇÃO ACERCA DA OCORRÊNCIA DE ESPÉCIES DOS GÊNEROS AZTECA, CEPHALOTES, CREMATOGASTER E PSEUDOMYRMEX DOS ESTADOS DO RIO DE JANEIRO E MINAS GERAIS

Aline Freire Peres

Monografia apresentada ao Curso de Gestão Ambiental como pré-requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Gestão Ambiental da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto Três Rios da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Aprovada em 01/12/2020

Banca examinadora:

______Prof. Orientador Dr. Fábio Souto de Almeida

______Prof. Dr. André Barbosa Vargas

______MSc. Johnatan Jair de Paula Marchiori

TRÊS RIOS - RJ DEZEMBRO – 2020

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AGRADECIMENTO

Primeiramente, a fonte de amor inesgotável que habita em mim, meu Deus. Sem a sua graça e misericórdia eu nada seria. Reconheço seu amor e cuidado em tudo o que me cerca e graças a sua infinita bondade superei todas as adversidades e hoje com o coração cheio de alegria comemoro mais essa conquista. Sou grata a Deus pois o Senhor me abençoou de maneira muito especial com um extraordinário conjunto de pessoas únicas e extremamente especiais no qual compartilho a vida e tornam ela mais leve. Agradeço de forma especial ao meu orientador Fábio Souto por aceitar conduzir meu trabalho de curso, por se dedicar de forma singular nesse processo, por toda sua ajuda, paciência, compreensão, empatia e amizade. Você é diferenciado em tudo o que faz e eu não poderia ter alguém melhor ao meu lado nessa trajetória. Agradeço a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, seus colaboradores e todo seu corpo docente por todo ensinamento dado ao longo dessa trajetória. Agradeço aos ensinamentos, não só acadêmico, mas de vida, agradeço pelo acolhimento, apoio, carinho sorrisos e os grandes amigos que tive o prazer de conhecê-los! Agradeço também a todos os colegas de curso, pela oportunidade de convívio e pela cooperação mútua durante esses anos. Agradeço as minhas amadas avós Maria e Nilce (in memorian), pois elas são minha base forte. Obrigado por todo ensinamento dedicado, toda entrega e amor. Vocês são o fundamento de todo meu caráter e princípio. Esse trabalho de curso é a prova de que seus esforços pela minha educação e formação não foram em vão e valeram a pena. Gratidão a minha mãe por ser exatamente como é, exemplo de força, dedicação e entrega. Obrigado mãe, por ser minha incentivadora, pelas suas orações constantes, pelas suas lágrimas, pelo seu amor, cuidado, carinho e esforço para que eu chegasse aqui. Á minha irmã agradeço as palavras de apoio, incentivo e carinho dedicados a mim quando precisei. É maravilhoso ter vocês ao meu lado. Amo vocês de todo meu coração e entendimento. Agradeço ao meu pai por me fazer crescer. Por me mostrar as dificuldades da vida, por me fazer evoluir e dar valor ao que realmente importa. Você me fez amadurecer e em meio ás dificuldades da vida descobri pessoas maravilhosas e me tornei uma mulher forte e capaz. Ao melhor amigo que Deus poderia me dar, meu grande, único e verdadeiro amor Waldecir gratidão por ser quem é e por me ensinar tanto. Obrigado por ser meu colo mais aconchegante, pelas palavras e atitudes de estímulo e apoio. Obrigado por sua dedicação ímpar em me fazer e me ver feliz. Sem você comigo, ahhhhhhhhh eu realmente não suportaria. Todos os momentos difíceis ao seu lado se tornaram leves devido a sua doçura e leveza. Você trouxe para mim um mundo de ensinamentos. Com você descobri como sou grande, e forte. Você me encoraja a prosseguir e me mostra em todo tempo como sou capaz. Descobri que melhor que receber é dar, é se doar. Obrigado por tamanha entrega. Saiba que meus dias foram especialmente privilegiados por ter você ao meu lado. Obrigado por tudo e

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por tanto. Você me completa e me transborda! Amo você de todo meu coração além do que posso descrever. Aos amigos, agradeço ao incentivo e as palavras de ânimo e encorajamento. Em especial, ao meu grande amigo Sérgio no qual tive o privilégio de trabalhar e aprender com a pessoa ímpar que ele é. É uma alegria e satisfação enorme ter pessoas como você na minha história de vida, você é especial para mim. Obrigado por todo carinho e zelo que sempre teve comigo. Á minha amada Graça, gratidão por todo carinho, pelas inúmeras risadas, conselhos, pelas conversas. Pelo seu amor de mãe, você é de fato a alma da universidade. Sem você a Rural não é a mesma. Você traz vida, alegria, conforto e acalanto para nossa caminhada acadêmica. Fui e sou feliz e privilegiada por ter vocês na minha vida. Gratidão! Com todo meu amor, Aline.

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RESUMO

A importância da mirmecofauna arborícola pode ser percebida pela participação das espécies em processos ecológicos, como a polinização, o mutualismo com hemípteros fitófagos e a predação de herbívoros. Contudo, essa parcela da mirmecofauna é expressivamente menos estudada e conhecida que as formigas epigeicas, sendo escassas inclusive as informações acerca da distribuição geográfica das espécies. Assim, esse trabalho teve o objetivo de estudar a distribuição ecológica e geográfica de espécies de formigas arborícolas dos gêneros Azteca, Crematogaster, Cephalotes e Pseudomyrmex nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Para tal, foi realizada a busca de trabalhos científicos que abordassem levantamentos de espécies de formigas nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, assim como a utilização de dados do Portal da Biodiversidade. Além da ocorrência nos diferentes municípios, também foram obtidos os registros em diferentes tipos de habitat. No Estado do Rio de Janeiro foram encontrados registros de ocorrência de 42 espécies de formigas. O gênero com mais espécies foi Pseudomyrmex (15 espécies), seguido de Crematogaster (14 espécies), Cephalotes (oito espécies) e Azteca (cinco espécies). O gênero com menor número de municípios com registro de ocorrência foi Azteca (cinco municípios). Os gêneros Cephalotes e Pseudomyrmex foram registrados em 10 municípios e Crematogaster em 15 municípios. Em Minas Gerais foram observadas 48 espécies. Pseudomyrmex apresentou 16 espécies, Cephalotes foi representada por 15 espécies, Crematogaster por 14 espécies e Azteca por apenas três espécies. Azteca ocorreu em 10 municípios, Pseudomyrmex em 21 municípios, Cephalotes em 22 municípios e Crematogaster em 30 municípios. Foi possível constatar que ambientes naturais com maior complexidade estrutural apresentaram maior riqueza de espécies. Deve-se ampliar o número de municípios e ecossistemas com levantamentos de espécies de formigas dos gêneros estudados, visando ampliar o conhecimento acerca da distribuição ecológica e geográfica dos gêneros Azteca, Cephalotes, Crematogaster e Pseudomyrmex dos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Palavras-chave: biogeografia, Formicidae, Mata Atlântica.

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ABSTRACT

The importance of the arboreal mirmecofauna can be seen by the participation of species in ecological processes, such as pollination, mutualism with phytophagous hemiptera and herbivore predation. However, this portion of the mirmecofauna is significantly less studied and known than the epigeic , and information about the geographic distribution of the species is scarce. Thus, this study aimed to study the ecological and geographical distribution of species of arboreal ants of the genera Azteca, Crematogaster, Cephalotes and Pseudomyrmex in the states of Minas Gerais and Rio de Janeiro. To this end, a search was made for scientific works that contain surveys of species in the states addressed, as well as the use of data from the Biodiversity Portal. In addition to occurring in different municipalities, records were also obtained in different types of habitat. In the State of Rio de Janeiro, 42 species of ants were found. The genus with the most species was Pseudomyrmex (15 species), followed by Crematogaster (14 species), Cephalotes (eight species) and Azteca (five species). The gender with the lowest number of municipalities with an occurrence record was Azteca (five municipalities). The genera Cephalotes and Pseudomyrmex were registered in 10 municipalities and Crematogaster in 15 municipalities. In Minas Gerais 48 species were observed. Pseudomyrmex presented 16 species, Cephalotes was represented by 15 species, Crematogaster by 14 species and Azteca by only three species. Azteca occurred in 10 municipalities, Pseudomyrmex in 21 municipalities, Cephalotes in 22 municipalities and Crematogaster in 30 municipalities. It was possible to verify that natural environments with greater structural complexity presented greater species richness. The number of municipalities and ecosystems with surveys of ant species of the studied genera should be increased, aiming to expand knowledge about the ecological and geographic distribution of the Azteca, Cephalotes, Crematogaster and Pseudomyrmex genera in the states of Minas Gerais and Rio de Janeiro.

Keywords: biogeography, Formicidae, Atlantic Forest.

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MG – Estado de Minas Gerais

RJ - Estado do Rio de Janeiro

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Mapa do território brasileiro com a localização dos biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica nos estados do Rio de Janeiro-RJ e Minas Gerais-MG...... 16

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Espécies de formigas dos gêneros Azteca, Cephalotes, Crematogaster e Pseudomyrmex com registro de ocorrência para o Estado do Rio de janeiro...... 20

Tabela 2. Ambientes onde formigas dos gêneros Azteca, Cephalotes, Crematogaster e Pseudomyrmex foram registradas no Estado do Rio de Janeiro...... 29

Tabela 3. Espécies de formigas dos gêneros Azteca, Cephalotes, Crematogaster e Pseudomyrmex com registro de ocorrência para os Estado de Minas Gerais...... 31

Tabela 4. Ambientes onde formigas dos gêneros Azteca, Cephalotes, Crematogaster e Pseudomyrmex foram registradas no Estado de Minas Gerais...... 35

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Países de ocorrência das espécies de formigas dos gêneros Azteca, Cephalotes, Crematogaster e Pseudomyrmex que foram registradas para o estado do Rio de Janeiro e/ou Minas Gerais...... 23

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ...... 13

1.1 OBJETIVO GERAL ...... 15

1.1.1 Objetivos Específicos ...... 15

2. MATERIAIS E MÉTODOS ...... 16

2.1. ÁREA DE ESTUDO ...... 16

2.2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...... 17

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...... 19

3.1. ESTADO DO RIO DE JANEIRO ...... 19

3.2 ESTADO DE MINAS GERAIS...... 30.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 38

5. REFERÊNCIAS ...... 39

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1. INTRODUÇÃO

A Convenção Sobre Diversidade Biológica indica que a biodiversidade inclui a variabilidade de espécies, de ecossistemas e de processos ecológicos, além da diversidade genética, reconhecendo que é composta por diferentes graus de organização da vida, pelas interações entre organismos e suas funções ecológicas (BRASIL, 1998, Lewinsohn 2001). As espécies e os ecossistemas apresentam importância para a regulação da quantidade e qualidade dos recursos naturais, sendo essenciais para a sustentabilidade dos diversos processos produtivos, incluindo aqueles ligados à provisão de alimentos (Almeida & Vargas 2017). Proporcionam serviços ecossistêmicos como a polinização, regulação da oferta de água e proteção do solo (Andrade & Romeiro 2009). Contudo, essa importante biodiversidade encontra-se ameaçada pelo desmatamento, pela poluição e por outros impactos ambientais provocados pelos empreendimentos humanos e suas demais atividades (Primack & Rodrigues 2001). O Brasil apresenta uma considerável diversidade biológica, possuindo elevado número de espécies de diferentes grupos taxonômicos (Lewinsohn & Prado 2005). O território brasileiro possui expressiva porcentagem do total de espécies do planeta, contando com espécies raras e de ocorrência geográfica restrita, muitas endêmicas do país (MMA 2011, MMA 2020a). Porém, essa relevante biodiversidade está fortemente ameaçada, pois geralmente não é explorada de forma sustentável, também sendo afetada pela poluição, pela a conversão dos ecossistemas naturais em cidades, pastagens, cultivos agrícolas ou áreas destinadas a outras atividades econômicos, além de outras atividades antrópicas (Almeida & Vargas 2017). Assim, atualmente existe elevado número de espécies ameaçadas de extinção no território brasileiro (ICMBio 2020). A Mata Atlântica e o Cerrado são dois biomas do território brasileiro que, decorrente dos impactos ambientais que sofrem e da biodiversidade remanescente, são citados como áreas prioritárias para conservação (Myers et al. 2000). A Mata Atlântica e sua diversidade biológica sofrem fortes ameaças, especialmente na região Sudeste. Esse bioma é afetado por fortes impactos antrópicos, que se iniciaram especialmente a partir da colonização europeia, com o início da exploração dos seus recursos naturais e, atualmente, as ameaças a sua biodiversidade estão relacionadas a elevada densidade populacional e a crescente industrialização (Visconti & Santos 2015). Como resultado do histórico de ocupação e utilização dos recursos naturais, a Mata Atlântica possui 13

grande parcela da área sob o seu domínio com áreas urbanas, pastagens, cultivos agrícolas e florestais, além de importante polos industriais (Ribeiro et al. 2011). Além da Mata Atlântica, também ocorrem no Sudeste os Biomas Cerrado e Caatinga, que também possuem uma importante biodiversidade (IBGE 2020). A Classe Insecta constitui o grupo de seres vivos mais rico em espécies, representando aproximadamente metade da biodiversidade global (Lewinsohn & Prado 2005). Dentre os insetos, as formigas (: Formicidae) sobressaem-se por representar elevada parcela da biomassa dos ecossistemas em que habitam, também possuindo considerável número de espécies, com estimativa de 2000 espécies no território brasileiro (Oliveira & Campos-Farinha 2005). As formigas podem confeccionar seus ninhos e forragear no solo, sobre o solo, na serapilheira e também sobre plantas, assim apresentam comportamento de nidificação variado (Hölldobler & Wilson 1990). As formigas epigeicas, que nidificam e forrageiam sobre o solo e serapilheira, são as mais estudadas e a parcela da família Formicidae classificada como hipogeica e as espécies com hábitos arborícolas são menos conhecidas (Coelho 2011). A importância da mirmecofauna arborícola pode ser percebida pela participação das espécies em processos ecológicos, como a polinização, o mutualismo com hemípteros fitófagos e a predação de herbívoros (Hölldobler & Wilson 1990). Apresentam inclusive importância agrícola, por espécies da mirmecofauna serem potenciais agentes de controle biológico, sendo úteis para a produção agrícola (Eubanks 2001). Por outro lado, podem ser prejudiciais, pela proteção ofertada aos hemípteros fitófagos contra seus inimigos naturais, o que ocasiona o aumento das populações desses insetos danosos à agricultura (Marchiori 2020). Dentre as formigas arborícolas observadas no Sudeste do Brasil estão as dos gêneros Azteca, Cephalotes, Crematogaster e Pseudomyrmex, que são geralmente comuns em florestas nativas, restingas, florestas cultivadas com fins comerciais, pastagens, áreas agrícolas, áreas urbanas, dentre outras (Baccaro et al. 2015). Embora espécies destes gêneros possam forragear sobre o solo, em geral são consideradas arborícolas (Apolinário et al. 2019). Para o planejamento da conservação das espécies de formigas arborícolas é importante conhecer a sua distribuição geográfica, pois espécies com distribuição geográfica reduzida e que habitam ecossistemas ameaçados são especialmente susceptíveis à extinção (Primack & Rodrigues 2001). Além disso, estudar a ocorrência das espécies nos diferentes tipos de habitat pode fornecer informações sobre o grau de sinantropia das espécies, sua especificidade por

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diferentes habitats e suas possíveis funções, por exemplo, em áreas cultivadas, como no controle de pragas. Conhecer a capacidade de colonizar diferentes habitats também é relevante para a utilização dessa parcela da mirmecofauna como bioindicador.

1.1 OBJETIVO GERAL

Contribuir com informações sobre a ocorrência de espécies de formigas dos gêneros Azteca, Crematogaster, Cephalotes e Pseudomyrmex nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

1.1.1 Objetivos Específicos

Listar espécies dos gêneros Azteca, Crematogaster, Cephalotes e Pseudomyrmex que ocorrem nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, indicando os municípios com registro de ocorrência. • Analisar a ocorrência das espécies de formigas arborícolas dos gêneros Azteca, Crematogaster, Cephalotes e Pseudomyrmex em diferentes habitats.

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2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. ÁREA DE ESTUDO

Os estados de Minas Gerais e Rio de janeiro estão inseridos na região Sudeste do Brasil, que se trata da região mais populosa e industrializada do país. O Estado de Minas Gerais (MG) apresenta 586.521,123 km², 853 municípios e população de 21.292.666 pessoas, enquanto o Estado do Rio de Janeiro possui território de 43.750,427 km², 92 municípios e 17.366.189 habitantes (IBGE 2020a). O Estado do Rio de Janeiro está sob o domínio do Bioma Mata Atlântica, já Minas Gerais apresenta o Bioma Mata Atlântica, o Bioma Cerrado e, em menor parcela, o Bioma Caatinga (Figura 1).

Figura 1. Mapa do território brasileiro com a localização dos biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica nos estados do Rio de Janeiro-RJ e Minas Gerais-MG. Fonte: IBGE (2020b).

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Os biomas apresentam diferentes fitofisionomias e ecossistemas naturais associados, ocorrendo também agroecossistemas, plantios de essências florestais, pastagens e áreas verdes urbanas que podem ser o habitat de várias espécies de formigas. O bioma Mata Atlântica (1,3 milhões de km²) possui entre os habitats naturais a Floresta Ombrófila, a Floresta Estacional Semidecidual, a Floresta Estacional Decidual, as restingas, os brejos interioranos, os manguezais e os campos de altitude (MMA 2020b). Segundo MMA (2020b) o bioma apresenta aproximadamente 29% da sua extensão com cobertura vegetal nativa, abrangendo 17 estados brasileiros, e ainda possui elevada riqueza de espécies de diferentes grupos taxonômicos. Estimativas indicam que a cobertura de vegetação natural remanescente representada por matas com mais de 100ha representam apenas de 9,07% a 14,3% da área total (SOS Mata Atlântica 2019). O Cerrado e a Mata Atlântica são prioritários para a conservação da biodiversidade (hotspots de biodiversidade) por apresentarem elevado número de espécies endêmicas que sofrem forte ameaça (Myers et. al. 2000). O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, abrangendo 12 estados e com área de 2.036.448 km2 (22% do território brasileiro) (MMA 2020c). O Bioma Caatinga possui 844.453 km² (11% do território brasileiro) abrangendo 10 estados, apresentando vegetação adaptada à seca devido ao clima semiárido que é predominante (MMA 2020d).

2.2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a coleta de dados sobre os registros de ocorrência de espécies dos gêneros Azteca, Crematogaster, Cephalotes e Pseudomyrmex, foi realizada a busca de trabalhos científicos que abordassem levantamentos de espécies de formigas na região de estudo, assim como a utilização de dados do Portal da Biodiversidade, no sítio eletrônico do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio, 2020). Foram acessados websites como Google Acadêmico, Scielo e Periódico Capes para a obtenção da bibliografia. Para verificar a validade dos nomes científicos obtidos nas referências mencionadas acima e para obter a ocorrência das espécies nos diferentes países foi consultado o sitio eletrônico AntWeb, mantido pela California Academy of Sciences (AntWeb 2020). Além da ocorrência nos diferentes municípios, também foram obtidos os registros de ocorrência em diferentes tipos de habitat: agroecossistemas; arborização de vias públicas;

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áreas verdes urbanas; Caatinga; campos de altitude; Cerrado; eucaliptal; Floresta Estacional; Floresta Ombrófila; pastagem; reflorestamento ecológico (reflorestamento visando a recuperação ambiental); e restinga.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 ESTADO DO RIO DE JANEIRO

No Estado do Rio de Janeiro foram encontrados registros de ocorrência de 42 espécies de formigas dos gêneros estudados (Tabela 1). O gênero com mais espécies foi Pseudomyrmex (15 espécies), seguido de Crematogaster (14 espécies), Cephalotes (oito espécies) e Azteca (cinco espécies). O gênero com menor número de municípios com registro de ocorrência foi Azteca (cinco municípios). Os gêneros Cephalotes e Pseudomyrmex foram registrados em 10 municípios e Crematogaster em 15 municípios. Assim, foram encontrados registros de ocorrência dos gêneros em limitado número de municípios do Estado do Rio de Janeiro. Obteve-se o município de ocorrência para apenas uma espécie de Azteca, com Azteca severini Emery, 1896 sendo registrada somente para o Município de Nova Friburgo. Impedimentos taxonômicos dificultam a identificação das espécies de formigas de vários gêneros, como destacado por Araújo (2016). Assim, é comum observar listas de espécies de formigas com vários indivíduos identificados apenas ao nível de gênero e separados em morfoespécies, o que dificulta os estudos de distribuição geográfica das espécies de formigas, incluindo do gênero Azteca (Coelho 2011). A menor representatividade do gênero Azteca em termos de número de espécies, em parte, pode ser resultado da dificuldade de identificar os indivíduos deste gênero ao nível de espécie, embora os outros gêneros estudados também tenham impedimentos taxonômicos. Mas o baixo número de registros do gênero também pode indicar que apresenta menor capacidade para habitar diferentes habitats e ter espécies menos abundantes. Além disso, logicamente, Azteca pode apresentar menor variedade de espécies no Estado do Rio de Janeiro que os demais gêneros. Cabe ressaltar que trabalhos como o importante catálogo de formigas da região Neotropical de Kempf (1973) indicam apenas os estados em que as espécies de formigas ocorrem, com raras citações dos municípios em que foram coletadas. Isto dificulta o estudo da distribuição geográfica das diferentes espécies nos municípios e habitats dos estados brasileiros.

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Tabela 1. Espécies de formigas dos gêneros Azteca, Cephalotes, Crematogaster e Pseudomyrmex com registro de ocorrência para o Estado do Rio de Janeiro. Gêneros/ Espécies Municípios Nova Iguaçu/ Nova Friburgo/ Três Rios/ Azteca Forel, 1878 Vassouras/ Rio de Janeiro Azteca alfari Emery, 1893 - Azteca chartifex Emery, 1896 - Azteca muelleri Emery, 1893 - Azteca paraensis Forel, 1904 - Azteca severini Emery, 1896 Nova Friburgo Itatiaia/ Itaguaí/Mangaratiba/ Paraíba do Sul/ Rio Cephalotes Latreille, 1802 de Janeiro/ Resende/ Sapucaia/ Três Rios/ Vassouras/ Volta Redonda Cephalotes angustus (Mayr, 1862) Rio de Janeiro Cephalotes atratus (Linnaeus, 1758) Vassouras Cephalotes grandinosus (Smith, 1860) Três Rios Cephalotes pallens (Klug, 1824) Mangaratiba/ Volta Redonda Cephalotes pavonii (Latreille, 1809) Rio de Janeiro Itatiaia/ Itaguaí/ Resende/ Rio de janeiro/ Cephalotes pusillus (Klug, 1824) Sapucaia/ Três Rios/ Vassouras Cephalotes notatus (Mayr, 1866) Vassouras Cephalotes minutus (Fabricius, 1804) Rio de Janeiro/ Três Rios Angra dos Reis/ Itaguaí/ Itatiaia/ Mangaratiba/ Nova Iguaçú/ Paraíba do Sul/ Petrópolis/ Rio das Crematogaster Lund, 1831 Ostras/ Rio de Janeiro/ Resende/ Sapucaia/ Três Rios/ Seropédica/ Vassouras/ Volta Redonda Crematogaster acuta (Fabricius, 1804) Vassouras Crematogaster crinosa Mayr, 1862 (*Crematogaster brevispinosa Mayr, Petrópolis/ Rio de Janeiro/ Três Rios 1870) Crematogaster cristata Santschi, 1929 Petrópolis 20

Crematogaster curvispinosa Mayr, 1862 Mangaratiba/Três Rios/ Rio de Janeiro Crematogaster distans Mayr, 1870 Três Rios/ Rio de Janeiro Crematogaster erecta (Mayr, 1866) Rio de Janeiro Rio de Janeiro/ Seropédica/ Vassouras/ Volta Crematogaster evallans Forel, 1907 Redonda Crematogaster limata Smith, 1858 Mangaratiba/ Rio de Janeiro Crematogaster lutzi Forel, 1905 - Crematogaster montezumia Smith, 1858 Rio de Janeiro Nova Iguaçu/ Mangaratiba/ Rio de Janeiro/ Crematogaster nigropilosa Mayr, 1870 vassouras Crematogaster tenuicula Forel, 1904 Mangaratiba Crematogaster quadriformis Roger, 1863 - Crematogaster victima Smith, 1858 Rio de Janeiro Itaguaí/ Mangaratiba/ Paraíba do Sul/ Resende/ Pseudomyrmex Lund, 1831 Três Rios/ Sapucaia/ Seropédica/ Rio de Janeiro/ Vassouras/ Volta Redonda Pseudomyrmex adustus (Borgmeier, 1929) - Pseudomyrmex elongatus (Mayr, 1870) - Pseudomyrmex filiformis (Fabricius, 1804) - Pseudomyrmex flavidulus ((Smith, 1858) - Pseudomyrmex gracilis (Fabricius, 1804) Rio de Janeiro Pseudomyrmex incurrens (Forel, 1912) Rio de Janeiro Pseudomyrmex kuenckeli (Emery, 1890) - Pseudomyrmex maculatus (Smith, 1855) - Pseudomyrmex phyllophilus (Smith, 1858) - Pseudomyrmex schuppi (Forel, 1901) Rio de Janeiro/ Vassouras Pseudomyrmex tenuis (Fabricius, 1804) Rio de Janeiro/ Vassouras Pseudomyrmex tenuissimus (Emery, 1906) Rio de Janeiro Paraíba do Sul/ Resende/ Seropédica/ Sapucaia/ Pseudomyrmex termitarius (Smith, 1855) Três Rios Pseudomyrmex unicolor (Smith, 1855) - Pseudomyrmex venustus (Smith, 1858) Seropédica/ Rio de janeiro

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Referências utilizadas para confeccionar a tabela: Almeida et al. (2007); Almeida et al. (2013); Amaral et al. (2019); Apolinário et al. (2019); Araújo et al. (2007); Coelho (2011); Coriolano et al. (2014); Estrada et al. (2014); Estrada et al. (2019); Flores et al. (2017); Gomes et al. (2013); Kempf (1973); Martins et al. (2011a); Martins et al. (2011b); Marchiori (2020); Miranda et al. (2013); Montine et al. (2014); Orsolon-Souza et al. (2011); Pereira et al. (2007a); Pereira et al. (2007b); Santos (2015); Souza (2007); Schütte et al. (2007); Veiga- Pereira et al. (2005); Vargas et al. (2007); Vargas et al. (2013); Vargas (2011). * O nome válido pra Crematogaster brevispinosa Mayr, 1870 é Crematogaster crinosa Mayr, 1862.

As espécies com maior número de municípios com registro de ocorrência foram Cephalotes pusillus (Klug, 1824) (sete municípios) e as espécies Crematogaster evallans Forel, 1907, Crematogaster nigropilosa Mayr, 1870 e Pseudomyrmex termitarius (Smith, 1855). Em relação à espécie P. termitarius, cabe mencionar que se trata de uma exceção dentro do gênero, pois é uma espécie que pode ser classificada como epigeica (Apolinário et al. 2019). Em geral, para todas as espécies dos gêneros estudados, foi observado baixo número de municípios com registro de ocorrência. O gênero Crematogaster foi o que apresentou maior número de espécies registradas para apenas um município (seis espécies, 42,9% do total), Cephalotes apresentou quatro espécies (50% do total), Pseudomyrmex três espécies (20% do total) e Azteca uma espécie (20% do total). Além disso, não foram encontrados os municípios de ocorrência para oito espécies do gênero Pseudomyrmex (53,3% do total), para Azteca não foram encontrados os municípios de registro de quatro espécies (80% do total) e para Crematogaster isso ocorreu com três espécies (21,4% do total). As espécies que apresentam limitada área de ocorrência (espécies endêmicas) são mais propensas à extinção que aquelas com extensa distribuição geográfica (Primack & Rodrigues 2001, Almeida & Vargas 2017). Além disso, o último registro de ocorrência de algumas as espécies estudadas foi realizado a, pelo menos, cerda de 50 anos, pois a informação de que habitam o Estado do Rio de Janeiro foi obtida apenas no trabalho de Kempf (1973). Todavia, não é possível afirmar que tais espécies estão em risco de extinção ou foram extintas no Estado do Rio de Janeiro, pois os levantamentos de espécies de formigas não abrangeram todas as regiões do estado e, como já comentado, impedimentos taxonômicos fazem que

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algumas das espécies coletadas pelos pesquisadores sejam apresentadas nos trabalhos como morfoespécies. A grande maioria das espécies observadas para o Estado do Rio de Janeiro não são endêmicas do país (Quadro 1). Todavia, duas espécies do gênero Azteca, duas de Crematogaster e duas de Pseudomyrmex são endêmicas do Brasil. Futuros estudos podem investigar o estado de conservação destas espécies de formigas, além de outras com poucos registros de ocorrência, principalmente tendo em vista o perigo de extinção local no Estado do Rio de Janeiro, visto que algumas espécies não foram registradas no estado nas últimas décadas.

Quadro 1. Países de ocorrência das espécies de formigas dos gêneros Azteca, Cephalotes, Crematogaster e Pseudomyrmex que foram registradas para o estado do Rio de Janeiro e/ou Minas Gerais. Fonte dos dados: AntWeb (2020).

Gêneros/ Espécies Países Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana Francesa, Guatemala, Guiana, Azteca alfari Emery, 1893 Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Trinidad e Tobago, Venezuela Azteca chartifex Emery, 1896 Brasil, Costa Rica, Panamá, Trinidad e Tobago Azteca mayrii Emery, 1893 Brasil Azteca muelleri Emery, 1893 Brasil, El Salvador, Peru Azteca paraensis Forel, 1904 Brasil Azteca severini Emery, 1896 Brasil Cephalotes angustus (Mayr, Brasil, Paraguai, Peru, Estados Unidos da América 1862) Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cephalotes atratus (Linnaeus, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Panamá, Paraguai, 1758) Peru, Trinidad e Tobago, Venezuela Cephalotes betoi De Andrade, Brasil 1999

23

Cephalotes borgmeieri (Kempf, Brasil, Paraguai 1951) Cephalotes clypeatus (Fabricius, Bolívia, Brasil, Colômbia, Guiana, Paraguai, Peru, 1804) Venezuela Cephalotes christopherseni Colômbia, Guiana, Panamá, Peru, Venezuela (Forel, 1912) Cephalotes eduarduli (Forel, Brasil, Paraguai 1921) Cephalotes grandinosus (Smith, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana 1860) Francesa, Panamá, Paraguai, Venezuela Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana Francesa, Cephalotes maculatus (Smith, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, 1876) Paraguai, Peru, Trindade e Tobago, Venezuela Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Cephalotes minutus (Fabricius, Rica, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Guiana, 1804) Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Venezuela

Cephalotes nilpiei De Andrade, Brasil 1999

Cephalotes notatus (Mayr, 1866) Brasil, México

Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana Cephalotes pallens (Klug, 1824) Francesa, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicaragua , Panama, São Vicente e Granadinas, Venezuela Cephalotes pavonii (Latreille, Brasil, Equador, Guiana Francesa, Peru 1809) Cephalotes pellans De Andrade, Brasil, Colômbia, Paraguai 1999 Cephalotes persimilis De Bolívia, Brasil, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Andrade, 1999 Venezuela Cephalotes pusillus (Klug, 1824) Argentina, Brasil, Colômbia, Guiana, Paraguai, Peru,

24

Venezuela

Crematogaster abstinens Forel, Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guiana 1899 Francesa, Guiana, México, Panamá, Paraguai, Venezuela

Bolivia, Brasil, Colombia, Costa Crematogaster acuta (Fabricius, Rica, Ecuador, Guyana, Honduras, Mexico, Nicaragua, Pa 1804) nama, Paraguay, Peru, Venezuela

Crematogaster ampla Forel, 1912 Bolívia, Brasil, Colômbia, Paraguai

Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guiana Francesa, Granada, Crematogaster crinosa Mayr, Guatemala, Guiana, Honduras, Jamaica, México, Panamá, 1862 ( * Crematogaster Paraguai, Peru, São Cristóvão e Névis, São Vicente e brevispinosa Mayr, 1870) Granadinas, Estados Unidos da América, Uruguai, Venezuela Crematogaster cristata Santschi, Brasil 1929 Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Crematogaster curvispinosa Rica, Equador, Guatemala, Guiana, Honduras, Mexico, Ni Mayr, 1862 caragua, Panamá, Paraguai, Peru, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Venezuela Crematogaster distans Mayr, Argentina, Brasil, Colômbia, Costa 1870 Rica, Equador, Guiana, México, Panamá, Peru, Venezuela Crematogaster erecta (Mayr, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana 1866) Francesa, Guiana, Panamá, Peru, Suriname Crematogaster evallans Forel, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guiana 1907 Francesa, Guatemala Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Crematogaster limata Smith, Rica, Equador, Guiana 1858 Francesa, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Nicarag

25

ua, Panama, Peru, Suriname, Venezuela

Crematogaster longispina Brasil, Costa Rica, Equador, Nicarágua, Panamá Emery,1890 Crematogaster lutzi Forel, 1905 Brasil Crematogaster magnifica Brasil Santschi, 1925 Crematogaster montezumia Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Smith, 1858 Equador, Guatemala, Honduras, México, Paraguai Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana Crematogaster nigropilosa Mayr, Francesa, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Nicarag 1870 ua, Panama, Paraguai, Peru, Venezuela Belize, Brasil, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Crematogaster obscurata Emery, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Estados Unidos 1895 da América, Venezuela Crematogaster tenuicula Forel, Bolívia, Brasil, Costa Rica, Equador, Guiana Francesa, 1904 Guiana, Panamá, Peru, Venezuela Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guiana Francesa, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Crematogaster torosa Mayr, 1870 Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Estados Unidos da América, Venezuela Crematogaster quadriformis Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Guiana, Paraguai, Roger, 1863 Peru, Venezuela Crematogaster victima Smith, Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai 1858 Pseudomyrmex adustus Brasil (Borgmeier, 1929)

Pseudomyrmex acanthobius Argentina, Brasil, Paraguai (Emery, 1896)

26

Argentina, Aruba, Bahamas, Belize, Bolívia, Brasil, Colô mbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guiana Francesa, Pseudomyrmex elongatus (Mayr, Guatemala, Guiana, Honduras, 1870) México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, São Cristóvão e Névis, Trinidad e Tobago, Estados Unidos da América, Venezuela Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guiana Francesa, Pseudomyrmex filiformis Guatemala, (Fabricius, 1804) Guiana, México, Panamá, Paraguai, Peru, Trinidad e Tobago, Venezuela Pseudomyrmex flavidulus ((Smith, Brasil, Colômbia, Guiana, Panamá, Paraguai, Venezuela 1858) Argentina, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guiana Francesa, Pseudomyrmex gracilis Guatemala, Guiana, Honduras, Jamaica, México, (Fabricius, 1804) Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Trinidad e Tobago, Estados Unidos da América, Uruguai, Venezuela Pseudomyrmex incurrens (Forel, Brasil 1912) Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Pseudomyrmex kuenckeli (Emery, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, 1890) Paraguai Pseudomyrmex maculatus (Smith, Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai 1855) Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Pseudomyrmex oculatus (Smith, Guiana Francesa, Guatemala, Guiana, Honduras, México, 1855) Nicarágua, Panamá, Peru, Trinidade e Tobago, Venezuela Bahamas, Belize, Brasil, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Pseudomyrmex pallidus (Smith, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, 1855) Estados Unidos da América Pseudomyrmex phyllophilus Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai (Smith, 1858) 27

Pseudomyrmex schuppi (Forel, Argentina, Brasil, Paraguai 1901) Argentina, Aruba, Bahamas, Belize, Brasil, Ilhas Cayman, Colômbia, Costa Rica, Republica Dominicana. Guiana Pseudomyrmex simplex (Smith, Francesa, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, 1877) México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Santa Lúcia, Trinidade e Tobago, Estados Unidos da América, Venezuela Pseudomyrmex tenuis (Fabricius, Belize, Bolívia, Brasil, Costa Rica, Equador, Guiana 1804) Francesa, Honduras, Nicarágua, Paraguai, Peru Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guiana Pseudomyrmex tenuissimus Francesa, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, (Emery, 1906) Panama, Paraguai, Peru, Trinidad e Tobago, Venezuela Pseudomyrmex termitarius Bolívia, Brasil, Colômbia, Guiana Francesa, Guiana, (Smith, 1855) Paraguai, Peru, Trinidad e Tobago, Venezuela Pseudomyrmex unicolor (Smith, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, 1855) Venezuela Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Pseudomyrmex urbanus (Smith, Equador, Guiana Francesa Guiana, Panamá, Paraguai, 1877) Peru, Trinidade e Tobago, Venezuela Pseudomyrmex venustus (Smith, Bolívia, Brasil, Colômbia, Peru, Venezuela 1858) * O nome válido pra Crematogaster brevispinosa Mayr, 1870 é Crematogaster crinosa Mayr, 1862.

Foram encontradas informações sobre os habitats de ocorrência para apenas 25 das espécies com ocorrência registrada para o Estado do Rio de Janeiro, (59,5 % do total) (Tabela 2). Isso demonstra a escassez de informações ecológicas sobre várias das espécies abordadas na presente pesquisa. Destaca-se que não foi obtido o habitat de ocorrência para espécies de Azteca, pois os trabalhos que citavam o local de ocorrência apresentavam apenas morfoespécies desse gênero. Cabe ressaltar que a maioria dos levantamentos de formigas no Estado do Rio de Janeiro visou coletar formigas epigeicas, usando técnicas de coleta como 28

iscas sobre o solo, pitfall e o extrator de Winkler, sendo difícil coletar algumas das espécies tipicamente arborícolas.

Tabela 2. Ambientes onde formigas dos gêneros Azteca, Cephalotes, Crematogaster e

Pseudomyrmex foram registradas no Estado do Rio de Janeiro.

Gêneros/ Espécies

cossistema

pública

Restinga

Pastagem

ecológico

Eucaliptal

Reflorestamento Reflorestamento

Agroe

Área verde urbana verde Área

Floresta Estacional Estacional Floresta

Floresta Ombrófila Floresta

Campos de altitude de Campos Arborização de vias Arborização Azteca Forel, 1878 x x x Cephalotes Latreille, 1802 x x x x x x x x Cephalotes angustus (Mayr, 1862) x Cephalotes atratus (Linnaeus, 1758) x Cephalotes grandinosus (Smith, 1860) x Cephalotes minutus (Fabricius, 1804) x Cephalotes notatus (Mayr, 1866) x Cephalotes pallens (Klug, 1824) x x Cephalotes pavonii (Latreille, 1809) x Cephalotes pusillus (Klug, 1824) x x x x x x x Crematogaster Lund, 1831 x x x x x x x x x Crematogaster acuta (Fabricius, 1804) x Crematogaster crinosa Mayr, 1862 x x Crematogaster curvispinosa Mayr, x x x 1862

Crematogaster distans Mayr, 1870 x x x Crematogaster erecta (Mayr, 1866) x x Crematogaster evallans Forel, 1907 x x x Crematogaster limata (Smith, 1858 x Crematogaster montezumia Smith, 1858 x Crematogaster nigropilosa Mayr, 1870 x x x

29

Crematogaster tenuicula Forel, 1904 x Crematogaster victima Smith, 1858 x x Pseudomyrmex Lund, 1831 x x x x x x x x x Pseudomyrmex gracilis (Fabricius, x x 1804)

Pseudomyrmex schuppi (Forel, 1901) x x x Pseudomyrmex tenuis (Fabricius, 1804) x x x Pseudomyrmex tenuissimus (Emery, x 1906) Pseudomyrmex termitarius (Smith, x x x x x x 1855)

Pseudomyrmex venustus (Smith, 1858) x x

O desmatamento das florestas nativas é apontado como uma das principais ameaça às espécies de formigas existentes no Estado do Rio de Janeiro (Vargas 2011). Embora as restingas e outros habitats nativos terrestres também estejam bastante ameaçados, representam parcela expressivamente inferior de área ocupada originalmente no estado, comparados às áreas de floresta. A conversão dos habitats nativos com elevada complexidade estrutural em áreas para a criação de gado, monoculturas agrícolas e florestais e áreas urbanas afeta negativamente a diversidade biológica, por reduzir a variabilidade de nichos ecológicos. A maioria das espécies foi registrada nas florestas nativas (64% das espécies com informações sobre o habitat), mas várias das espécies de formigas observadas no Estado do Rio de Janeiro apresentam ocorrência em áreas antropizadas, com destaque para as áreas verdes urbanas (praças públicas arborizadas e parques públicos) por apresentarem 56% das espécies com informações sobre o habitat. As áreas verdes urbanas podem apresentar expressiva riqueza de espécies de formigas, principalmente se apresentarem elevado número de espécies de árvores (Estrada et al. 2014; Santos 2015).

3.2 ESTADO DE MINAS GERAIS

30

Foram observadas 48 espécies dos gêneros estudados com registro no Estado de Minas Gerais (Tabela 3). Pseudomyrmex apresentou 16 espécies, Cephalotes foi representada por 15 espécies, Crematogaster por 14 espécies e Azteca por apenas três espécies. Assim como no Estado do Rio de Janeiro, Azteca apresentou o menor número de municípios com registro de ocorrência (10 municípios). O gênero Pseudomyrmex foi registrado em 21 municípios, Cephalotes em 22 municípios e Crematogaster ocorreu em 30 municípios. Mesmo considerando que a presente pesquisa não abrangeu todos os levantamentos de espécies de formigas realizados no Estado de Minas Gerais, pode-se constatar que é necessário ampliar expressivamente o número de municípios de Minas Gerais com levantamento de espécies de formigas dos gêneros estudados, tendo em vista que o estado possui 853 municípios.

Tabela 3. Espécies de formigas dos gêneros Azteca, Cephalotes, Crematogaster e Pseudomyrmex com registro de ocorrência para o Estado de Minas Gerais.

Gêneros/ Espécies Municípios Bom Despacho/ Dionísio/ Manga/ Marliéria/ Azteca Forel, 1878 Paineiras/ São Gonçalo do Abaete/ Timóteo/ Três Marias/ Uberlândia/ Viçosa Azteca alfari Emery, 1893 Manga/ Paineiras Parque Estadual do Rio Doce (Dionísio/ Azteca chartifex Emery, 1896 Marliéria/ Timóteo) Azteca mayrii Emery, 1893 Viçosa Belo Horizonte/ Bom Despacho/ Bom Sucesso/ Dionísio/ Itumirim/ Januária/ Juiz de Fora/ Lavras/ Lima Duarte/ Manga/ Mariana/ Cephalotes Latreille, 1802 Marliéria/ Ouro Preto/ Paineiras/ Perdões/ São Gonçalo do Abaete/ Ribeirão Vermelho/ Sete Lagoas/ Timóteo/ Três Marias/ Uberlândia/ Viçosa Cephalotes angustus (Mayr, 1862) Viçosa Januária/ Manga/ São Gonçalo do Abaté/ Três Cephalotes atratus (Linnaeus, 1758) Marias/ Ouro Preto Cephalotes betoi De Andrade, 1999 Manga

Cephalotes borgmeieri (Kempf, 1951) São Gonçalo do Abaete/ Três Marias

Cephalotes clypeatus (Fabricius, 1804) São Gonçalo do Abaete 31

Cephalotes christopherseni (Forel, 1912) Manga/ São Gonçalo do Abaete/ Três Marias

Cephalotes eduarduli (Forel, 1921) Manga/ São Gonçalo do Abaete/ Três Marias

Cephalotes grandinosus (Smith, 1860) Manga

Bom Despacho/ Bom Sucesso/ Itumirim/ Cephalotes minutus (Fabricius, 1804) Lavras/ Manga/ Perdões/ Ribeirão Vermelho Belo Horizonte/ Dionísio/ Marliéria/ São Cephalotes maculatus (Smith, 1876) Gonçalo do Abaete/ Timóteo/ Três Marias Cephalotes nilpiei De Andrade, 1999 Manga

Cephalotes pavonii (Latreille, 1809) Manga

Cephalotes pellans De Andrade, 1999 Manga

Cephalotes persimilis De Andrade, 1999 Januária Bom Despacho/ Dionísio/ Januária/ Lima Duarte/ Manga/ Mariana/ Marliéria/ Ouro Preto/ Cephalotes pusillus (Klug, 1824) Paineiras/ Sete Lagoas/ Timóteo/ Três Marias/ Uberlândia Belo Horizonte/ Catas Altas/ Bom Despacho/ Bom Sucesso/ Dionísio/ Ingai/ Itumirim/ Januária/ Juiz de Fora/ Lavras/ Lima Duarte/ Manga/ Matias Cardoso/ Mariana/ Marliéria/ Crematogaster Lund, 1831 Montes Claros/ Nova Lima/Ouro Preto/ Paineiras/ Pains/ Perdões/ Ribeirão /São Gonçalo do Abaete/ São Roque de Minas/ Sete Lagoas/ Timóteo/ Três Marias/ Uberlândia/ Vermelho/ Viçosa

Crematogaster abstinens Forel, 1899 Manga

Dionísio/ Marliéria/ São Gonçalo do Abaete/ Crematogaster acuta (Fabricius, 1804) Timóteo/ Três Marias

Crematogaster ampla Forel, 1912 Manga Crematogaster crinosa Mayr, 1862 Belo Horizonte/ Catas Altas/ Lima Duarte/ Ouro (Crematogaster brevispinosa Mayr, Preto 1870) Crematogaster curvispinosa Mayr, 1862 -

Crematogaster erecta (Mayr, 1866) Manga

Crematogaster evallans Forel, 1907 Manga

32

Crematogaster limata Smith, 1858 Três Marias

Crematogaster longispina Emery,1890 Dionísio/ Marliéria/ Timóteo

Crematogaster magnifica Santschi, 1925 -

Crematogaster nigropilosa Mayr, 1870 Dionísio/ Marliéria/ Timóteo

Crematogaster obscurata Emery, 1895 Manga

Crematogaster torosa Mayr, 1870 Manga/ Três Marias

Crematogaster victima F. Smith, 1858 Manga Belo Horizonte/ Bom Despacho/ Bom Despacho/ Bom Sucesso/ Dionísio/ Itumirim/ Januária/ Juiz de Fora/ Lavras/ Manga/ Mariana/ Marliéria/ Pseudomyrmex Lund, 1831 Ouro Preto/ Paineiras/ Perdões/ Ribeirão Vermelho/ Sete Lagoas/ Timóteo/ Três Marias/ Uberlândia/ Viçosa Pseudomyrmex acanthobius (Emery, Três Marias 1896) Pseudomyrmex adustus (Borgmeier, - 1929) Pseudomyrmex curacaensis (Forel, 1912) -

Pseudomyrmex elongatus (Mayr, 1870) Januária

Pseudomyrmex flavidulus ((Smith, 1858) Manga Belo Horizonte/ Bom Despacho/ Januária/ Pseudomyrmex gracilis (Fabricius, 1804) Manga/ Uberlândia Bom Despacho/ São Gonçalo do Abaté/ Pseudomyrmex oculatus (Smith, 1855) Três Marias Pseudomyrmex pallidus (Smith, 1855) Uberlândia Pseudomyrmex phyllophilus (Smith, - 1858) Bom Sucesso/ Itumirim/ Lavras/ Manga/ Pseudomyrmex schuppi (Forel, 1901) Perdões/ Ribeirão Vermelho/ Viçosa Pseudomyrmex simplex (Smith, 1877) Bom Despacho Bom Despacho/ Dionísio/ Marliéria/ Timóteo/ Pseudomyrmex tenuis (Fabricius, 1804) Uberlândia/ Viçosa Pseudomyrmex tenuissimus (Emery, - 1906) Bom Despacho/ Bom Sucesso/ Itumirim/ Lavras/ Pseudomyrmex termitarius (Smith, 1855) Manga/ Mariana/ Nova Lima/ Perdões/ Ribeirão/ Uberlândia/ Vermelho/ Três Marias 33

Pseudomyrmex unicolor (Smith, 1855) -

Pseudomyrmex urbanus (Smith, 1877) -

Referências utilizadas para confeccionar a tabela: Araújo et al. (1995); Assis (2014); Berto Júnior (1995); Brandão (1991); Brito (2019); Brugger et al. (2007); Castro et al. (2010/2011); Dantas et al. (2011); Fietto (2019); ICMBio (2020); Jesus (2018); Kempf (1973); Leite et al. (2005); Lourenço-Silva (2013); Marinho et al. (2002); Michereff et al. (2001); Nascimento (2005); Neves et al. (2016); Picanço et al. (1997); Ramos et al. (2003a); Ramos et al. (2003b);Ramos et al. (2004); Santos et al. (2006); Silva et al. (2010/2011); Silva et al. (2007); Soares et al. (1998); Tavares et al. (2008); Tibcherani et al. (2018); Ulyssea & Brandão (2013); Vital et al. (2015).

Das espécies do gênero Azteca, Azteca mayrii foi registrada em apenas um município, e o mesmo ocorreu para oito espécies do gênero Cephalotes (53% do total de espécies do gênero). Duas espécies do gênero Crematogaster foram registradas no Estado de Minas Gerais mas sem indicação do município de ocorrência, e sete foram registradas em apenas um município (50% do total de espécies do gênero). Para o gênero Pseudomyrmex não foi possível encontrar o município de ocorrência de seis espécies e cinco espécies foram registradas em apenas um município. Cabe ressaltar que vários registros apresentaram os indivíduos identificados apenas ao nível de gênero, o que ocorre em parte por impedimentos taxonômicos. Assim, uma parcela considerável das espécies com ocorrência registrada em Minas Gerais apresentou um pequeno número de municípios com registro de ocorrência ou não possuem a indicação do município de coleta da espécie. Foram encontradas informações sobre o habitat de ocorrência de 38 espécies dos gêneros estudados em Minas Gerais (Tabela 4). O gênero Azteca apresentou menor número de habitats de ocorrência que os demais. A maioria das espécies foi registrada em um número restrito de habitats diferentes. Contudo, Cephalotes pusillus (Klug, 1824) e Pseudomyrmex termitarius (Smith, 1855) estiveram entre as exceções. Como esperado, os ecossistemas naturais de Floresta Estacional Semidecidual da Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado apresentaram maiores número de espécies com registros de ocorrência. Tais ecossistemas naturais apresentam maior heterogeneidade ambiental que áreas antropizadas, possuindo

34

maior diversidade de nichos ecológicos e riqueza de espécies de formigas que ambientes simplificados pela ação antrópica (Martins et al. (2011a)

Tabela 4. Ambientes onde formigas dos gêneros Azteca, Cephalotes, Crematogaster e Pseudomyrmex foram registradas no Estado de Minas Gerais.

-

Gêneros/ Espécies

ossistema

Cerrado

ta Atlântica ta

Caatinga

Eucaliptal

Ma

Agroec

Área verde urbana verde Área Floresta Estacional Semidecidual Estacional Floresta Azteca Forel, 1878 x x x x Azteca alfari Emery, 1893 x Azteca chartifex Emery, 1896 x Azteca mayrii Emery, 1893 x Cephalotes Latreille, 1802 x x x x x Cephalotes angustus (Mayr, 1862) x Cephalotes atratus (Linnaeus, 1758) x Cephalotes betoi De Andrade, 1999 x Cephalotes borgmeieri (Kempf, 1951) x Cephalotes christopherseni (Forel, 1912) x x Cephalotes eduarduli (Forel, 1921) x Cephalotes grandinosus (Smith, 1860) x Cephalotes maculatus (Smith, 1876) x x Cephalotes minutus (Fabricius, 1804) x x Cephalotes nilpiei De Andrade, 1999 x Cephalotes pavonii (Latreille, 1809) x Cephalotes pellans De Andrade, 1999 x

35

Cephalotes persimilis De Andrade, 1999 x Cephalotes pusillus (Klug, 1824) x x x x Crematogaster Lund, 1831 x x x x x x Crematogaster acuta (Fabricius, 1804) x x Crematogaster ampla Forel, 1912 x Crematogaster abstinens Forel, 1899 x Crematogaster crinosa Mayr, 1862 (Crematogaster x brevispinosa Mayr, 1870) Crematogaster erecta (Mayr, 1866) x Crematogaster evallans Forel, 1907 x Crematogaster limata (Smith, 1858 x Crematogaster longispina Emery,1890 x Crematogaster nigropilosa Mayr, 1870 x Crematogaster obscurata (Emery, 1895) x Crematogaster torosa Mayr, 1870 x x Crematogaster victima F. Smith, 1858 x Pseudomyrmex Lund, 1831 x x x x x x Pseudomyrmex acanthobius (Emery, 1896) x Pseudomyrmex elongatus (Mayr, 1870) x x Pseudomyrmex gracilis (Fabricius, 1804) x x x Pseudomyrmex oculatus (Fr. Smith) x Pseudomyrmex schuppi (Forel, 1901) x x

Pseudomyrmex pallidus (Smith, 1855) x x Pseudomyrmex simplex (Fr. Smith) x

Pseudomyrmex tenuis (Fabricius, 1804) x x x Pseudomyrmex termitarius (Smith, 1855) x x x x x

Das espécies dos gêneros estudados com registro de ocorrência para o Estado de Minas Gerais, segundo as informações obtidas no website AntWeb (2020), cinco são endêmicas do Brasil (Quadro 1, Tabela 3). Além de apresentar um expressivo número de espécies dos gêneros estudados, o estado possui espécies com certo nível de endemismo. Cabe

36

ainda ressaltar que o referido website não apresenta indicação da ocorrência de Cephalotes christopherseni (Forel, 1912) no Brasil.

37

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Expressivo número de espécies de formigas dos gêneros Azteca, Cephalotes, Crematogaster e Pseudomyrmex foi registrado nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Contudo, o número de municípios com registros de ocorrência é relativamente pequeno frente ao número total de municípios existentes. Isso é relevante, pois a composição de espécies de formigas pode variar em função de atributos do ambiente, que podem variar nos diferentes municípios. Além disso, não foi encontrada informação sobre os municípios de ocorrência de relevante número de espécies e várias espécies foram registradas para um ou poucos municípios. Não foi possível obter informações sobre os habitats de ocorrência de todas as espécies de formigas com registro de ocorrência para os estados avaliados. Contudo, foi possível constatar que ambientes naturais com maior complexidade estrutural apresentaram maior riqueza de espécies. Deve-se ampliar o número de municípios e ecossistemas com levantamentos de espécies de formigas dos gêneros estudados, visando ampliar o conhecimento acerca da distribuição ecológica e geográfica dos gêneros Azteca, Cephalotes, Crematogaster e Pseudomyrmex dos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Além disso, pode-se ampliar o esforço amostral utilizado no levantamento das espécies desses gêneros de formigas.

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