Diagnóstico Do Município De Sorriso-Mt
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ANEXO I DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE SORRISO-MT 0 JUNHO/2015 1 APRESENTAÇÃO O planejamento é uma técnica gerencial fundamental para uma boa administração. Desde as ações do dia a dia, até as grandes empresas e instituições, sejam públicas ou privadas, precisam de um bom planejamento para obter êxito. Por meio desta técnica, a organização diagnostica seus pontos fracos, seus pontos fortes, as ameaças e oportunidades, visualiza seu potencial, otimiza suas ações, evita riscos, gere melhor os recursos, age com mais eficiência, eficácia e efetividade, atendendo as necessidades e demandas da sociedade. Quem não planeja, não sabe claramente o que quer, aonde quer chegar, o que fazer, como fazer, quando fazer, enfim, podemos dizer que é um barco em alto mar, sem bússola e sem leme. O setor público ainda carece muito da necessidade de planejar, para bem executar e posteriormente avaliar suas ações. A Constituição reza em seu Art. 37, sobre os princípios da administração pública. Sem esta ferramenta de gestão, não será possível contemplar em plenitude estes princípios, que são: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. A Lei de Diretrizes e Base da Educação – LDB, fala da necessidade de planejamento e que deve ser realizado com a participação das três esferas de governo: municipal, estadual e federa, como a seguir está pontuado artigos que explicitam esta ação. “Art. 9º. A União incumbir-se-á de: I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Art. 10º. Os Estados incumbir-se-ão de: III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios; Art. 11º. Os Municípios incumbir-se-ão de: I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados;” O Plano Nacional de Educação – PNE aprovado pela Lei Federal nº 13005/2014, estabelece que os Estados e municípios precisam construir seus planos também. “Será preciso, de imediato, iniciar a elaboração dos planos estaduais em consonância com este Plano Nacional e, em seguida, dos planos municipais, também coerentes com o plano do respectivo Estado. Os três documentos deverão compor um conjunto integrado e articulado. Integrado quanto aos objetivos, prioridades, diretrizes e metas aqui estabelecidas. E articulado nas ações, de sorte que, na soma dos esforços das três esferas, de todos os Estados e Municípios mais a União, chegue-se às metas aqui estabelecidas.”(PNE 2011-2020 – site MEC) 2 O governo federal vem há anos com esta preocupação em provocar os gestores e a sociedade para priorizar o planejamento em suas gestões. Partindo de uma visão macro, desencadeiam-se ações diversas para se alcançar objetivos e metas de forma comum, articulada e planejada. É um processo em permanente construção, aberto e reflexivo. O planejamento é formatado em um PLANO. Deve conter uma sistemática de modo a considerar a realidade histórica e atual com projeção do que se quer, nos aspectos econômico-político-social-religioso-educacional-cultural-geográfico -... de uma sociedade. Sorriso teve sua colonização na década de 1970. Sua emancipação político- administrativa ocorreu em 13 de maio de 1986, pela Lei Estadual nº 5.002/1986, sancionada pelo então governador Júlio Campos. A primeira gestão teve mandato tampão em 1987-1988. Somente em 17 de dezembro de 2004, pela Lei Municipal nº 1307, foi aprovado o primeiro e único Plano Municipal de Educação de Sorriso até então. Com o crescimento populacional, conforme demonstra no interior deste documento, bem como da nova dinâmica da cidade, há a necessidade de continuamente rever e atualizar dentro das novas perspectivas o planejamento das ações de governo. Segundo dados do IBGE, observa-se que o município de Sorriso cresce em níveis muito altos, havendo de 2003 (41.860 habitantes) e 2012 (71.190), um crescimento de aproximadamente 30 (trinta) mil habitantes. Este crescimento populacional provoca um novo desenho em todos os aspectos da realidade local. Desde o desenvolvimento das políticas públicas, construção das infraestruturas, do comércio local, da produção, do emprego, da qualificação de mão de obra. Além disso, há o desenvolvimento externo no mundo globalizado que influencia a realidade local e deve ser considerado. Esta demanda emergente exige um planejamento constante em novas dimensões. Segundo João Monlevade (2005, p.20-21) o Plano Municipal de Educação - PME ―é um conjunto de estratégias com que o Poder Público, de forma científica e participativa, diagnostica a realidade educacional, elege diretrizes, formula objetivos e metas e propõe ações para um determinado tempo e determinada sociedade. Pela visão de totalidade, que inclui as contradições ideológicas e sociais, pela cientificidade das análises, inclusive dos custos financeiros das políticas, pela participação de todos os atores e pela longa duração, o Plano Municipal de Educação deixa de ser uma peça de Governo, ainda que por ele dirigida e em grande parte executada, para ser uma ação de Estado‖. O autor propõe a construção do PME de forma participativa, envolvendo todos os atores da sociedade. Importante destacar que o PME deve primar por ser uma ação de Estado e não de Governo. Perpassa gestões, vai além de interesses de pequenos grupos para contemplar acima de tudo o interesse coletivo. É um instrumento para estabelecer as diretrizes, metas e estratégias da educação do município, com visão sistêmica, articulada e em consonância com os planos estadual e nacional, respeitando as especificidades de cada ente. De acordo com a Constituição Federal, a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados, municípios e Distrito Federal e cada um dos 3 entes federados tem autonomia para elaborar suas políticas, estrutura e organização político- administrativa e, na forma da lei, devem planejar e implementar medidas que atendam aos interesses coletivos e públicos locais e regionais, de forma articulada com os interesses do país. Sendo assim, os Dirigentes Estaduais e Municipais de Educação devem elaborar ou revisar, se for o caso, os Planos Estaduais ou Municipais de Educação. Como o prazo de vigência do Plano Nacional de Educação - PNE é de dez anos, ou seja, de 2011 à 2020, torna- se urgente aos Estados e municípios a elaboração de seus planos. Definiu-se como data limite junho de 2015 para os PMEs serem aprovados. No processo de elaboração ou revisão do PME, ocorrem a reflexão e ação da sociedade juntamente com os poderes constituídos, com o objetivo de avaliar, propor e agir para melhorias na educação. Coube à SEMEC, orientada por profissionais do MEC e SEDUC, articular, provocar momentos de debates, organizar, sistematizar a produção coletiva e redigir o documento que faz parte do diagnóstico, diretrizes, metas, indicadores e estratégias. Segundo Monlevade (2004, p. 92), ―o PME não é um Plano do Sistema ou da Rede de Ensino do Município, mas um Plano de Educação do Município‖, é um Plano de Estado e não de governo. Por não ser dependente do Plano Estadual, deve conseguir integrar as demandas municipais com as diretrizes e metas do Plano Estadual de Educação (quando existir) e do Nacional, respeitando as particularidades locais e deve fortalecer a implementação ou as ações do Sistema Municipal de Ensino. ―A história, a geografia, a demografia do Município, e sua proposta de desenvolvimento é que determinam as metas e as estratégias de suas ações na educação escolar‖. Por ser um plano de Estado, é de responsabilidade de toda a sociedade a definição de objetivos e prioridades, aspectos macroestruturais, que deverão responder às demandas educacionais do município relacionadas aos diferentes níveis e modalidades, independentemente da instância de atuação (estadual, municipal, privada). Assim, é da responsabilização de cada uma delas a atuação e criação de condições para a consecução das metas diretamente a si relacionadas, utilizando como suporte, os aspectos legais definidos pela Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB de 1996 e demais institutos legais que regulamentam a educação nacional. Segundo o ‗Documento Norteador para Elaboração do Plano Nacional de Educação – PME‘ do Ministério da Educação, a elaboração, execução e avaliação do PME deve seguir três Etapas: A Primeira Etapa: A Elaboração do PME: Garantir a participação de diferentes setores, entidades e segmentos da sociedade na apresentação de propostas, sugestões, debate e aprovação do conteúdo do Plano; Contar com suporte técnico para contabilizar dados estatísticos, demográficos e educacionais das redes estaduais, municipais e escolas privadas, avaliação, experiências de qualidade, dados qualitativos, infraestrutura, serviços existentes, análise do orçamento da educação, arrecadação municipal; Escolher o responsável para planejar e coordenar o processo; Estabelecer as normas e o cronograma de trabalho; Realizar estudos das bases legais; 4 Dispor de um diagnóstico socioeconômico e educacional do Município concluído para fundamentar o processo e a eleição das metas e ações; Adotar, ao elaborar o diagnóstico da educação no Município, a metodologia de um minicenso educacional, por meio da aplicação de um formulário simples de entrevista, realizada em todas as residências, (urbana e rural) em tempo bastante reduzido, com a participação efetiva de profissionais