Processo : 1.242-4/2014
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
PROCESSO : 1.242-4/2014. PRINCIPAL : PREFEITURA MUNICIPAL DE BARRA DO BUGRES. CNPJ : 03.507.522/0001-72. ASSUNTO : CONTAS ANUAIS DE GESTÃO MUNICIPAL 2014 – DEFESA. GESTOR : JULIO CESAR FLORINDO. RELATOR : JOSÉ CARLOS NOVELLI. EQUIPE : ADEMIR APARECIDO PEIXOTO DE AZEVEDO, JOSÉ FERNANDES CORREIA DE GOES, MARIA EDILEUZA DOS SANTOS METELLO 1 – INTRODUÇÃO Senhor Subsecretário, No Relatório Preliminar foram apontadas 22 (vinte e duas) irregularidades. Os In- teressados foram citados por meio dos ofícios n.º 0450/2015/GAB-JCN, 0451/2015/GAB- JCN e 0452/2015/GAB-JCN. Importante mencionar que os interessados foram regularmente citados em 21 de maio de 2015, conforme Recibo de Leitura (Código de rastreabilidade 1002015168766). A manifestação ocorreu somente em 23 de junho de 2015, após o prazo de 23 dias, já que houve concessão de dilação de prazo, que findou em 05/06/2015. Desse modo, retornam os autos a esta SECEX em razão de juntada do documen- to externo 154806/2015, via malote digital, enviado pela defesa, referente aos apontamentos do relatório preliminar das contas anuais do exercício de 2014, os quais serão objeto de aná- lise. O documento anexado será aqui analisado, contudo sua admissibilidade cabe- rá ao Exmo. Relator. Este relatório consolidou o resultado do controle externo sobre as informações prestadas a esta Corte de Contas por meio de Auditoria e Sistema APLIC, dos processos físi- cos, bem como das informações extraídas dos sistemas informatizados do órgão/entidade, abrangendo a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e de resultados, quanto à legalidade, legitimidade e economicidade. Por fim, passa-se à análise dos argumentos apresentados pela defesa. 2 – ANÁLISE DA DEFESA Apontamento: 1. BB03 GESTÃO PATRIMONIAL_GRAVE_03. Não adoção de providências para cobrança de dívida ativa – administrativas e/ou judiciais (art. 1°, § 1°, arts. 12 e 13 da Lei Complementar 101/2000 e Lei 6.830/1980). 1.1) Não foram adotadas providência efetivas para cobrança de dívida ativa. [REINCIDEN- TE]. – Tópico – 3.6. DÍVIDA ATIVA Alegações de Defesa: (Ipsis Litteris) Quanto a esse apontamento discordamos da Nobre Equipe Técnica do TCE e esclarecemos que houve medidas e ações para aumento da arrecadação e cobrança da dívida ativa, conforme segue. É imperioso relatar que para reduzir a inadimplência, o gestor através da Lei Municipal n.° 061/2014, realizou mutirão fiscal através do Acordo de Cooperação Técnica n.° 33/2014, de 24/10/2014, celebrado entre o Núcleo permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos, no mês de dezembro de 2014, onde proporcionou a população descontos previstos na Lei, conscientizando e motivando a população para quitação da dívida ativa tributária, conforme cópia da lei e alguns termos de conciliação de débitos fiscais - mutirão (por amostragem), que seguem em anexo a esta (doc. 02), onde comprovam que o gestor tomou providências para cobrança e recebimento da dívida ativa, inclusive nos processos judiciais que foram remetidos para o centro de mediação. Ademais, o Departamento de cadastro promoveu campanha de incentivo à solicitação da Nota Fiscal, bem como de descontos especial e anistia nos débitos inscritos em dívida ativa, com doações de prêmios, através das Leis Municipal n°. 2.146/2014 e 2.052/2013, que seguem anexo por cópia (doc.03). Contudo, analisando os autos e documentos que ora junta, constata-se o grande esforço despendido pelo gestor no sentido de se melhorar a arrecadação municipal, com a adoção de medidas educativas, fiscalização, campanhas e outros instrumentos. Assim, em virtude da tomada de providências no sentido de se melhorar a receita tributária municipal, requer a exclusão dessa impropriedade. Há de ressaltar que no ano de 2014, o Município não ajuizou ações judiciais para recebimento da divida ativa, tendo em vista que os débitos possuem valores inferiores ao mínimo legal para execução (Provimento n.° 18/2007 da Corregedoria Geral da Justiça), mas mesmo assim vem adotando providências no sentido de conseguir a quitação dos tributos por parte dos contribuintes, conforme Notificações de Dívida Ativa efetuadas; declaração firmada pela Procuradoria Geral do Município de Barra do Bugres e pelo Gerente do Departamento de Fiscalização. Arrecadação e Cadastro do Município de Barra do Bugres, que seguem anexas por cópia (doc. 04). Apesar das citadas dificuldades, o gestor vem trabalhando incansavelmente junto com a Fazenda Pública Municipal, Poder Judiciário com a intenção de promover mais ações com a finalidade de envidar meios para prevenir possíveis perdas financeiras, bem como incrementar a arrecadação da dívida ativa e dos débitos ainda não inscritos. In casu, deve o julgador pautar pelo principio da razoabilidade, princípio este implícito em nossa Constituição, que pressupõe que o julgador deve adotar a medida adequada ao ato praticado pelo infrator. Ávila, ao discorrer sobre o citado princípio, estabeleceu três vertentes para sua interpretação: a primeira pressupõe que "a razoabilidade exige a harmonização da norma geral com o caso individual Neste primeiro aspecto, deve-se considerar o que normalmente acontece bem como aspectos individuais do caso. O segundo sentido do postulado da razoabilidade "exige a harmonização das normas com suas condições externas de aplicação”. Por força deste significado, deve haver um suporte empírico para a medida ado- tada e uma relação de congruência entre o critério de diferenciação escolhido e a medida adotada. O terceiro sentido do postulado da razoabilidade "exige uma relação de equivalência entre a medida adotada e o critério que a dimensiona(ÁVILA. Teoria dos princípios - da definição a aplicação dos princípios jurídicos, São Paulo: Malheiros, 2003, p. 95-103). G.N. Ante o exposto e levando-se em consideração o Princípio da Razoabilidade, requeremos que a nobre Equipe Técnica e Vossa Excelência digne-se de excluir esse apontamento, de modo que não seja aplicada multa ao gestor, por ser medida da mais límpida justiça, haja vista que pelos motivos acima, o gestor não deixou de cumprir o artigo 11 da LRF. Análise das Alegações de Defesa: Embora o Gestor tenha empreendido ações de cobrança da dívida ativa, houve deter- minação no ACÓRDÃO Nº 2.627/2014 – TP, exarado por esta Corte de Contas, na ocasião do Julgamento da Contas Anuais de Gestão de 2013, no sentido de o Gestor adotar provi- dências para a cobrança judicial de tais créditos, o que o mandatário não fez, tornando-se reincidente neste apontamento. Também, não aproveita o Gestor do fato de o Acórdão ter sido publicado apenas em 03/12/2014, pois até a presente data de 25/07/2014, não houve qualquer atitude no sentido de promover a cobrança judicial dos referidos créditos tributários. Por fim, não cabe a alegação de que os aludidos valores inscritos são inferiores ao mínimo legal para a execução da dívida, mormente se levar-se em consideração os valores das dívidas dos 20 maiores devedores do Município. Cabe ressaltar que o Provimento n.º 13/2013-CGJ, que atualizou o Provimento n.º 18/2007 da CGJ, dispõe que o valor mínimo para a execução fiscal é o valor correspondente a 15 UPF/MT, o que corresponderia a R$ 1.616,25, tomando-se como referência o valor do indexador de dezembro de 2014. Para de- monstrar a possibilidade de cobrança judicial, colaciona-se a tabela abaixo, que traz alguns valores extraídos da lista de devedores de IPTU: Contribuinte Exercícios Valor Total (R$) Aniceto de Campos 2011 2303741,32 Miranda Júlio César Florindo 2014 34281,48 Eurípedes P. S. Pinto 2011 9893,04 Auto Posto Bugrense 2014 5833,33 Tozzi do Brasil LTDA 2010 177193,04 Cerâmica União 2010/2011/2012/2013/2014 34800,00 Ante o exposto, mantém-se a irregularidade. Apontamento: 2. DB02 GESTÃO FISCAL/FINANCEIRA_GRAVE_02. Não adoção de providências para a constituição e arrecadação do crédito tributário, (art. 1o, § 1o e art. 11 da Lei Complementar 101/2000; arts. 52 e 53 da Lei 4.320/64). 2.1) Não há previsão de incidência do ISSQN sobre os serviços de registros públicos, cartorários e notariais. - Tópico - 3.1. RECEITA. Alegações de Defesa: (Ipsis Litteris) Quanto a esse apontamento discordamos da Nobre Equipe Técnica do TCE e esclarecemos que houve medidas e ações para arrecadação e cobrança do Crédito Tributário (ISSQN) sobre os serviços de registros públicos, cartorários e notariais, conforme segue. Foram instaurados processos administrativos para cobrança do ISSQN sobre os serviços de registros públicos, cartorários e notariais, conforme se comprova com os autos de infração e imposição de multa de n°s. 07/2014-BB do Cartório 1° Oficio, representado pela Tabeliã Elza Ribeiro Sales e 08/2014-BB do Cartório 2° Oficio, representado pela Tabe liã Niuara Ribeiro Roberto Borges, bem como anexo I do demonstrativo do cálculo do crédito tributário dos respectivos cartórios, que seguem em anexo (doc. 05). Há de ressaltar, que o Cartório do 1° oficio já foi inscrito em dívida ativa e foi distribuído execução fiscal em 24/07/2014, cujo processo está tramitando na 2a Vara da Comarca de Barra do Bugres - código 93595, conforme extrato do processo em anexo (doc.06), o qual está usando da ampla defesa e recursos para discutir os lançamentos em dívida ativa Anulatória Fiscal - Código: 93146), em trâmite na mesma Vara e Comarca, conforme se comprova com extrato anexo (doc.07), e encontram-se aguardando decisão judicial. Em relação ao Cartório do 2o ofício está tramitando processo administrativo, inclusive a Tabeliã na data de 19/dezembro/2014, efetuou o pagamento de vários meses numa única DAM, no valor de R$ 11.734,33 (onze mil, setecentos e trinta e quatro reais e trinta e três centavos), conforme se comprova com o histórico do contribuinte que segue em anexo fdoc. 08), e vem pagando ISSQN do ano de 2015 rigorosamente, conforme se comprova com o histórico do contribuinte que segue em anexo ídoc. 09). Assim, o gestor vem trabalhando incansavelmente junto com a Fazenda Pública Municipal, com a finalidade de arrecadar os créditos tributários ISSQN sobre os serviços de registros públicos, cartorários e notariais.