ASPECTOS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO – FOLHA MIR-339 – SORRISO - MEMÓRIA TÉCNICA Parte 2: Sistematização de Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO DSEE-VG-US-MT-023 PLANO DA OBRA

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE - PRODEAGRO

ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIO- ECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO

Parte 1: Consolidação de Dados Secundários Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas Parte 3: Integração Temática Parte 4: Consolidação das Unidades

Governo do Estado de Mato Grosso Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral - SEPLAN Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD)

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE MATO GROSSO - PRODEAGRO

ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIO- ECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO

ASPECTOS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO FOLHA MIR-339 – SORRISO – MEMÓRIA TÉCNICA Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO

MARCO ANTONIO VILLARINHO GOMES MÁRIO VITAL DOS SANTOS

CUIABÁ

FEVEREIRO, 2001 CNEC – Engenharia S.A. GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO Dante Martins de Oliveira

VICE-GOVERNADOR José Rogério Salles

SECRETÁRIO DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL Guilherme Frederico de Moura Müller

SUB SECRETÁRIO João José de Amorim

GERENTE ESTADUAL DO PRODEAGRO Mário Ney de Oliveira Teixeira

COORDENADORA DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Márcia Silva Pereira Rivera

MONITOR TÉCNICO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Wagner de Oliveira Filippetti

ADMINISTRADOR TÉCNICO DO PNUD Arnaldo Alves Souza Neto

EQUIPE TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO E SUPERVISÃO DA SEPLAN

Coordenadora do Módulo Biótico/Uso do Solo LUZIA IVO DE ALMEIDA ARIMA (Geógrafa)

Coordenadora do Módulo Sócio-Econômico/ Jurídico-Institucional MARILDE BRITO LIMA (Economista)

Coordenadora do Módulo Cartografia/Geoprocessamento LIGIA CAMARGO MADRUGA (Engª Cartógrafa)

Supervisores de Tema

DALILA VARGAS OLIVARES SIFUENTE (Geógrafa) LIGIA CAMARGO MADRUGA (Enga. Cartógrafa) LUZIA IVO DE ALMEIDA ARIMA (Geógrafa) JOÃO BENEDITO PEREIRA LEITE SOBRINHO (Engo Agrônomo) MARIA APARECIDA CERCI DE PAIVA (Enga. Agrônoma)

Consultor PNUD para o Módulo Biótico/ Uso do Solo RICARDO RIBEIRO RODRIGUES (Biólogo/Botânico)]

Consultor PNUD para o Módulo Sócio-Econômico/ Jurídico Institucional SÉRGIO ADÃO SIMIÃO (Engo. Agronômo)

Consultor PNUD para Geoprocessamento/ Banco de Dados EMÍLIO CARLOS BOCHÍLIA (Analista de Organização, Sistemas e Métodos de Informações – OIM)

Supervisão do Banco de Dados GIOVANNI LEÃO ORMOND (Administrador de Banco de Dados) VICENTE DIAS FILHO (Analista de Sistema)

EQUIPE TÉCNICA DE EXECUÇÃO

CNEC - Engenharia S.A.

GERÊNCIA E COORDENAÇÃO

LUIZ MÁRIO TORTORELLO (Gerente do Projeto)

KALIL A. A. FARRAN (Coordenador Técnico)

MARCO A. V. GOMES (Coordenador Técnico do Meio Sócio- Econômico/Jurídico Institucional)

MÁRIO VITAL DOS SANTOS (Coordenador Técnico do Meio Físico- Biótico)

MARIA MADDALENA RÉ (Coordenadora de Uso e Ocupação do Solo)

EQUIPE TÉCNICA DE CAMPO

ADRIANA ROZZA (Engª Agrônoma)

FRANCISCO O. DE CARVALHO (Estagiário)

GÉZA ARBOCZ (Engº Agrônomo)

LAURA CRISTINA FEINDT URREJOLA (Geógrafa)

LUÍS CARLOS BERNACCI (Biólogo)

MÁRCIA VISIBELLI (Geógrafa)

MARIA TEREZINHA MARTINS (Geógrafa)

MARTA CAMARGO DE ASSIS (Bióloga)

MÔNICA TAKAKO SHIMABUKURO (Bióloga)

NATÁLIA M. IVANAUSKAS (Engª Agrônoma)

PAULA PINTO GUEDES (Bióloga)

RENATO GOLDENBERG (Engº Agrônomo)

RUBENS ANTÔNIO ALVES BARRETO (Engº Florestal)

SALVADOR RIBEIRO FILHO (Engº Florestal)

EQUIPE TÉCNICA DE FOTOINTERPRETAÇÃO

LAURA CRISTINA FEINDT URREJOLA (Geógrafa)

MÁRCIA VISIBELLI (Geógrafa)

MARIA TEREZINHA MARTINS (Geógrafa)

PAULA PINTO GUEDES (Bióloga)

RUBENS ANTÔNIO ALVES BARRETO (Engº Florestal)

EQUIPE TÉCNICA DE GABINETE

DENISE TONELLO (Arquiteta)

EDUARDO CECONELO (Eng.º Civil)

FRANCISCO O. DE CARVALHO (Estagiário)

MADALENA LÓS (Bióloga)

MARCELO DE PAULA FERREIRA (Arquiteto)

MÁRCIA VISIBELLI (Geógrafa)

MARIA TEREZINHA MARTINS (Geógrafa)

PAULA PINTO GUEDES (Bióloga)

PENÉLOPE LOPES (Arquiteta)

VERA MÁRCIA ARRIGHI (Arquiteta)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 001

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E OPERACIONAIS ESPECÍFICOS À FOLHA SORRISO 003

2.1. DOCUMENTAÇÃO 003

2.2. INTERPRETAÇÃO DAS IMAGENS 003

2.3. TRABALHOS DE CAMPO 006

2.4 INTEGRAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DOS DADOS 008

3. CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO 008

3.1. FORMAÇÕES VEGETAIS 008

3.1.1. Formações Savânicas e Campestres 008

3.1.1.1. Sd - Savana Florestada (Cerradão) 008

3.1.1.2. Sa - Savana Arborizada (Cerrado) 009

3.1.1.3. Saf - Savana Arborizada com Floresta- de-Galeria 009

3.1.1.4. Spf - Savana Parque com Floresta-de- Galeria 010

3.1.1.5. Sgi - Savana Gramíneo-Lenhosa (Campo Úmido) 010

3.1.2. Formações Ripária 011

3.1.2.1. Fj - Formação Justafluvial 011

3.1.2.2 Fa - Floresta Aluvial 012

3.1.3. Formações Florestais 012

3.1.3.1. Fp - Floresta associada ao Planalto dos Parecis 012

3.1.3.2. Fp* - Floresta associada ao Planalto dos Parecis com corte seletivo 013

3.1.4. Formações de Contatos 013

3.1.4.1. FeS - Floresta Estacional / Savana 013

3.1.4.2. FpS - Floresta associada ao Planalto dos Parecis / Savana 013

3.1.4.3. FpS* - Floresta associada ao Planalto dos Parecis / Savana com corte seletivo 014

3.1.5. Formações Antropizadas 014

3.1.5.1. Fr - Floresta Remanescente 014

3.1.5.2. Fs - Formação Secundária 015

3.2. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 015

3.2.1. Aspectos Gerais: Ocupação e Estruturação do Território 015

3.2.2 Usos Agropecuários 018

3.2.2.1. Ap – Uso Agropecuário em Pequenas Propriedades 018

3.2.2.2. Aga – Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com predomínio de Culturas Anuais 022

3.2.2.3. Agp – Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com Predomínio de Pastagens 022

3.2.3. Aq - Áreas de Queimada 023

3.2.4. U - Uso Urbano 023

4. CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO ASSOCIADAS ÀS FORMAÇÕES VEGETAIS E AO USO DO SOLO 023

4.1 FEIÇÃO DE PAISAGEM – TRANSIÇÃO ENTRE A CHAPADA E O PLANALTO DOS PARECIS 025

4.2. FEIÇÃO DE PAISAGEM – PORÇÃO OESTE E NORTE 027

5. BIBLIOGRAFIA 030

ANEXOS

ANEXO I - RELAÇÃO DAS FICHAS DE CAMPO CAMPANHA DE FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

ANEXO II – RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM VEGETAÇÃO

ANEXO III – RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO

ANEXO IV – FOTOGRAFIAS

ANEXO V - FOLHA SORRISO

A001 FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO– MIR 339

LISTA DE QUADROS

001 CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DOS PADRÕES INTERPRETADOS 004

002 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 2. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%). 020

003 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 3. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%). 021

LISTA DE FIGURAS

001 LOCALIZAÇÃO DA FOLHA SORRISO NO ESTADO 002

002 LOCALIZAÇÃO DAS CAMPANHAS DE CAMPO 007

003 DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA E ELEMENTOS DE INFRA- ESTRUTURA 017

004 PRINCIPAIS FEIÇÕES DE PAISAGEM 025

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1. INTRODUÇÃO

A presente Memória Técnica refere-se aos trabalhos de mapeamento das Formações Vegetais/ Uso e Ocupação do Solo executados na Folha Sorriso – MIR-339 (SD.21-X-A) compreendida no Estado de Mato Grosso. A Folha mapeada situa-se na porção central do Estado, entre os paralelos 12o00’ e 13o00’ de latitude sul e os meridianos 55o30’ e 57o00’ de longitude oeste de Greenwich (Figura 001).

A Folha MIR-339 compreende parte dos municípios de , Sorriso, , Nova Maringá, Vera, e pequena parcela dos municípios de , São José do Rio Claro, Sinop e Porto dos Gaúchos. São presentes as sedes municipais de Sorriso e Tapurah.

Os principais eixos viários, que cruzam a região no sentido norte-sul, correspondem à rodovia BR-163, que interliga a região a Cuiabá e à MT-338.

Todo o território está inserido no Planalto dos Parecis; a porção oeste está inserida na Bacia do Rio Arinos, a porção leste na Bacia do Teles Pires, drenada pelos Rios Verde e São Manoel; as duas bacias são separadas pela Serra dos Caiabis cruza a porção central da Folha MIR-339, orientada norte-sul.

Na Bacia do Arinos predominam formações florestais (Floresta associada ao Planalto dos Parecis); progressivamente para leste, há o contato desta floresta com ambientes savânicos, que predominam a leste, em zona muito alterada pela ocupação.

No uso agropecuário, destacam-se áreas de culturas anuais de grãos na porção centro-leste, em ambientes savânicos; atividades de pecuária em médias e grandes propriedades predominam a sudoeste e na região centro-norte do território, com um padrão de ocupação fragmentado, permanecendo extensas formações florestais conservadas.

63°00' 61°30' 60°00' 58°30' 57°00' 55°30' 54° 52°30' 51°00' 49°30' 7° 7° SB 21 YD

220 8° 8° SC 20 XA SC 20 XB SC 21 VA SC 21 VB

244 245 246 247 9° 9° SC 20 XC SC 20 XD SC 21 VC SC 21 VD SC 21 XC SC 21 XD SC 22 VC SC 22 VD SC 22 XC

270 271 272 273 274 275 276 277 278 10° 10° SC 20 ZA SC 20 ZB SC 21 YA SC 21 YB SC 21 ZA SC 21 ZB SC 22 YA SC 22 YB SC 22 ZA

295 296 297 298 299 300 301 302 303 11° 11° SC 20 ZD SC 21 YC SC 21 YD SC 21 ZC SC 21 ZD SC 22 YC SC 22 YD SC 22 ZC

316 317 318 319 320 321 322 323 12° 12° SD 20 XBSD 21 VA SD 21 VB SD 21 XA SD 21 XB SD 22 VA SD 22 VB SD 22 XA

336 337 338 339 340 341 342 343 13° 13° SD 20 XD SD 21 VC SD 21 VD SD 21 XC SD 21 XD SD 22 VC SD 22 VD SD 22 XC

353 354 355 356 357 358 359 360 14° 14° SD 20 ZB SD 21 YA SD 21 YB SD 21 ZA SD 21 ZB SD 22 YA SD 22 YB SD 22 ZA

369 370 371 372 373 374375 376 15° 15° SD 20 ZD SD 21 YC SD 21 YD SD 21 ZC SD 21 ZD SD 22 YC SD 22 YD

385 386 387 388 389 390 391 16° 16° SE 20 XB SE 21 VA SE 21 VB SE 21 XA SE 21 XB SE 22 VA SE 22 VB

401 402 403 404 405 406 407 17° 17° SE 21 VD SE 21 XC SE 21 XD SE 22 VC

417 418 419 420 18° 18° SE 22 YA

433 19° 19° 63°00' 61°30' 60°00' 58°30' 57°00' 55°30' 54°00' 52°30' 51°00' 49°30'

500 100 200 300 km

CONVENÇÕES ADOTADAS

NN 00 NN Código da Base Cartográfica

000 Código MIR

Localização da Folha no Estado

Figura 001

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICODO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA SEGUNDA APROXIMAÇÃO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO

Localização da Folha Mir 339 no Estado

ESCALA : gráfica Fonte: CNEC Engenharia, 2000 3

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E OPERACIONAIS ESPECÍFICOS À FOLHA SORRISO

A metodologia geral que norteou os trabalhos de Mapeamento das Formações Vegetais/ Uso e Ocupação do Solo na escala 1:250.000 encontra-se detalhada no Relatório DSEE-VG/US-RT-001 - “Uso e Ocupação do Solo e Formações Vegetais - Aspectos Gerais: Procedimentos Metodológicos e Atividades Realizadas”, onde são tratados os aspectos gerais do trabalho, tais como: dados secundários utilizados; procedimentos metodológicos seguidos no decorrer dos trabalhos; critérios de interpretação utilizados na identificação dos padrões das imagens; procedimentos específicos às diversas campanhas de campo; correlação de dados secundários e relativos a outros setores de estudo relacionados ao tema.

2.1. DOCUMENTAÇÃO

Os trabalhos de cunho regional utilizados, que abrangem a Folha Sorriso, referem-se a:

− Projeto RADAMBRASIL Folha SD.21 Cuiabá, escala 1:1.000.000.

− Na delimitação dos padrões das formações vegetais e do uso do solo, abrangendo totalmente a área da Folha estudada, foram utilizadas as imagens de satélite LANDSAT TM5 226/69 (01/11/94), 227/68 e 227/69 (03/07/94), composição colorida, bandas 3, 4 e 5; para definição de padrões duvidosos (nuvens, queimadas) foi também consultado o mosaico de RADAR SD.XA (Projeto RADAMBRASIL), todos na escala 1:250.000.

− Devido a defasagem temporal entre as imagens interpretadas (1994) e o estágio atual dos trabalhos, foi consultado o Mapa da Dinâmica de Desmatamento do Estado de Mato Grosso (1999, escala 1:250.000), elaborado pela FEMA – Fundação Estadual do Meio Ambiente. Na Folha Temática foram demarcadas as áreas desmatadas entre esta data e 1997 (imagem mais recente interpretada pela FEMA).

2.2. INTERPRETAÇÃO DAS IMAGENS

A interpretação das imagens de satélite seguiu aos procedimentos gerais explicitados no Relatório DSEE-VG/US-RT-001. De maneira geral, os processos de mapeamento foram realizados a partir de levantamentos florísticos e fitofisionômicos da vegetação e verificações do uso do solo em campo, aliados a fotointerpretação analógica de imagens de satélite Landsat TM 5.

Após a conclusão dos trabalhos compararam-se os resultados obtidos ao mapeamento realizado pelo Projeto RADAMBRASIL, verificando-se que, de modo geral, não houve relevantes diferenciações quanto à legenda das formações vegetais em relação a este. As diferenciações são advindas da escala mais aproximada dos trabalhos e da redução do

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estado de conservação da vegetação, pela intensificação dos processos de antropização ocorridos na região nos últimos anos.

A delimitação de áreas de contato entre as formações savânicas e a Floresta Estacional (RADAM), assim como áreas revestidas pela Savana Florestada, nem sempre podem ser observadas, porque foram substituídas pelos usos agropecuários.

Foram mapeados 14 padrões relativos às formações vegetais e 5 padrões característicos de áreas antropizadas. Estes padrões foram, em situações específicas, correlacionados, constituindo legendas compostas. A legenda definida pelos padrões das imagens, corroborada pelas informações de campo é apresentada no Quadro 001, a seguir:

QUADRO 001 CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DOS PADRÕES INTERPRETADOS

LEGENDA PADRÃO DA IMAGEM OBSERVAÇÕES

FORMAÇÕES VEGETAIS Sd - Savana Florestada Tons de verde escuro a médio, Ocupa relevos aplanados com suave Cerradão) mosqueado de marrom médio a dissecação, recobertos por areias claro e marrom esverdeado. quartzosas e latossolos e áreas descontínuas ao longo de drenagens, na porção centro-leste da Folha MIR-339. Sa - Savana Arborizada Tons de marrom esverdeado Observada em áreas descontínuas na (Cerrado) escuro, mosqueado com tons parte centro-leste e sul-sudeste da Folha mais claros (marrom claro e verde MIR-339, em interflúvios tabulares. Saf - Savana Arborizada com médio). Floresta de Galeria Spf – Savana Parque com Tons de marrom esverdeado. Ocorre, localmente, às margens do Rio Floresta de Galeria Teles Pires. Sgi - Savana Gramíneo- Tons de marrom médio a escuro, Ocorre em planícies fluviais ao longo do Lenhosa (Campos Úmidos) mosqueado de preto azulado, Rio Teles Pires, na porção sudeste da denotando a presença de água no Folha MIR-339. solo. Fj – Formação Justafluvial Tons de verde escuro. Ocorre em faixas estreitas ao longo de algumas drenagens relevo suavemente dissecado, a sul e leste da Folha MIR- 339. Fa – Floresta Aluvial Tons de verde muito escuro. Ocorrência localizada ao longo dos Rios Arinos, Verde e ribeirões Água Branca e do Cedro. Fp – Floresta associada ao Tons de verde escuro, com tons Localiza-se na porção oeste da Folha Planalto dos Parecis de verde médio e áreas mais MIR-339, em áreas de suave dissecação, rugosas, denotando um com solos do tipo latossolos. rareamento da floresta. (continua...)

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QUADRO 001 CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DOS PADRÕES INTERPRETADOS (...continuação) LEGENDA PADRÃO DA IMAGEM OBSERVAÇÕES

FORMAÇÕES VEGETAIS Fp* - Floresta Associada ao Tons de verde escuro, com tons Ocorre na porção oeste da Folha MIR Planalto dos Parecis de verde médio e áreas mais 339. rugosas FeS – Contato Floresta Tons de verde escuro a médio, Ocorre na porção norte da Folha MIR- Estacional / Savana mosqueado de marrom escuro 339, em relevos de interflúvios amplos. esverdeado. FpS – Contato floresta Tons de verde escuro a médio, Observado no centro, norte e nordeste da associada ao Planalto dos com mosqueamento marrom Folha MIR-339, em relevos de suave Parecis / Savana esverdeado. dissecação, interflúvios amplos, com predomínio de latossolos. FpS* - Contato Floresta Tons de verde escuro a médio. Ocorre em algumas áreas da porção associada ao Planalto dos nordeste da Folha MIR 339. Perecis / Savana com corte Seletivo Fr - Floresta Remanescente Tons de verde mosqueado de Ocorre de forma dispersa na Folha MIR- verde claro e rosa; rugosidade 339, associada às áreas de uso. que denota a retirada de árvores, tornando a área mais aberta. Fs – Formação Secundária Tons de verde claro. Ocorre a leste da Folha MIR-339, também associada às áreas de ocupação. USOS DO SOLO Ap – Uso Agropecuário em Tons de lilás claro a escuro, rosa Ocorre de forma localizada na Folha pequenas propriedades médio, marrom claro, marrom MIR-339, associado a projetos de alaranjado, verde claro. colonização e de assentamento. Aga - Uso Agropecuário em Tons arroxeados, rosa claro a É o uso dominante na porção sul e médias e grandes propriedades escuro, verde claro, marrom centro-leste da Folha MIR-339. com predomínio de Culturas esverdeado, marrom claro a Anuais escuro. Agp - Uso Agropecuário em Tons de rosa claro a escuro, Localiza-se preferencialmente a sudoeste médias e grandes propriedades marrom alaranjado, verde claro, e centro-norte da Folha MIR-339. com predomínio de pastagens roxo e marrom médio a escuro. Aq – Áreas de Queimada Tons de marrom muito escuro a Ocorrência restrita, em zonas de preto. ocupação agropecuária. U – Usos Urbanos Tons de rosa claro a médio com Corresponde às cidades de Sorriso e alinhamentos esbranquiçados. Tapurah. FONTE: CNEC, 1997.

Na ocorrência de formações savânicas, diferentes tipologias encontram-se associadas em manchas não mapeáveis na escala do trabalho, tendo sido agrupadas em legendas compostas, onde o primeiro componente é dominante. Áreas de ocupação também aparecem entremeadas por remanescentes de formações florestais e savânicas ainda em áreas naturais, ocorrem áreas de uso com dimensões não mapeáveis na escala de trabalho.

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2.3. TRABALHOS DE CAMPO

A Folha Sorriso foi coberta pelas seguintes Campanhas de Campo, cujos roteiros são esquematizados na Figura 002:

- 02 campanhas relativas ao mapeamento dos padrões de uso e das formações vegetais, realizadas nos meses de maio (parte do Roteiro 5) e julho-agosto de 1997 (parte do Roteiro 4), quando foram percorridos os eixos viários transitáveis. Foram relevados os padrões de uso e das formações vegetais ao longo dos percursos, tendo sido amostrados, para definição dos padrões, 24 pontos, apresentados no Anexo I e locados na Folha Temática (Pontos 01 a 24).

- 02 campanhas de vegetação: Expedição Tapurah, realizada no período de 06 a 17/06/97, tendo-se coletado material botânico em 17 localidades (pontos 01 a 17); Expedição Claudia, realizada no período de 11 a 23/07/97, com coletas de material botânico realizadas nas localidades 18 e 19.

- A Pesquisa Sócio-Econômica-Agronômica realizou entrevistas que possibilitaram a qualificação das atividades e do perfil do produtor.

Os pontos de amostragem e coleta encontram-se espacializados na Folha Temática MIR-339 e suas descrições constam dos respectivos relatórios temáticos consolidados.

Porto dos Sinop / o MT 220 o o 57 00' Gaúchos 56 00' Santarém 55 30'

12o 00' Rio S ão Mig uel o c R n i a o r A B V.19 r 8 i o n 3 i

o 3 R s T M V.2 V.18 Simioni V.3 s MT 225 o Venc e i e 0 r R Vera R s 1 i la V.4 P i u 0 o T s ou e le C M d e e A r l V.1 rt T 3 e h e

6 s ur o V.5 i B V 1 t o e r R ge o R s i B R

C ó V.6 rr e Sorriso

g o V.8 V.8 V.11 A m V.13 p a V.10 R r V.9 R o io B io V.12 R T 2 A e 4 r Novo l i e 2 n o s o Eldorado r s d P i e r Tapurah e C s

R V.15 o

i V.14 d o

o Primavera ã

r

i

e

b i V

e R r d Caravágio e V.16 V.17 MIR 339 o Nova 13 00' Ubiratã Lucas do Rio Verde BR 163 Nova Mutum / Cuiabá

100 20 40 60 km

CAMPANHAS DE CAMPO LEGENDA

Uso do Solo / Vegetação: Limite Municipal Roteiro 04 Limite Estadual Roteiro 05 Sede Municipal Vegetação: Distrito e/ou Localidade V.01 a V.19 Viário Principal Hidrografia/Lago

Figura 002

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICODO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA SEGUNDA APROXIMAÇÃO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO

Campanha de Campo Folha Sorriso - SD. 21-X-A Mir 339

ESCALA : 1:1.500.000 Fonte: CNEC Engenharia, 2000 8

2.4. INTEGRAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DOS DADOS

Como descrito na Metodologia Geral (Relatório DSEE-VG/US-RT-001), na interpretação preliminar e no acompanhamento da campanha de campo foram utilizados dados de outros setores de estudo relacionados ao tema em tela, notadamente no que diz respeito a clima, solos, formas do relevo, padrões da ocupação, presença de equipamentos de infra- estrutura.

Após as campanhas de campo e a revisão do mapeamento preliminar dos padrões de uso e das formações vegetais, foi realizado trabalho de sistematização das informações de outros temas, necessárias à compreensão dos processos de ocupação e à descrição das formações vegetais presentes na região. Os dados primários utilizados para o processo de correlação referem-se essencialmente às observações de campo, aos levantamentos florísticos, fitossociológicos e faunísticos; aos resultados da pesquisa Sócio-Econômica- Agronômica; aos relatórios temáticos de Geologia, Geomorfologia e Solos específicos a Folha. A correlação dos dados permitiu a definição da legenda dos padrões que constam na Folha Formações Vegetais/ Uso e Ocupação do Solo – MIR-339.

3. CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO

3.1. FORMAÇÕES VEGETAIS

3.1.1. Formações Savânicas e Campestres

3.1.1.1. Sd - Savana Florestada (Cerradão)

São formadas pelas expressões florestais das formações savânicas, que se desenvolvem sobre solos profundos e de média fertilidade, freqüentemente podzólicos e latossolos. As árvores que constituem o dossel possuem troncos geralmente grossos, com espesso ritidoma, porém sem a marcante tortuosidade geralmente observada nas savanas. A estratificação é simples e o componente arbóreo é perenifólio, atingindo altura em torno de 15m, podendo chegar a 18m. Não há um estrato arbustivo nítido e o estrato graminoso, esparso, é entremeado de espécies lenhosas de pequeno porte. Tem composição florística diversificada, contendo espécies das expressões mais abertas das savanas, que assumem hábito arbóreo, e da Floresta Estacional, raramente presentes em outras formações savânicas. É raro a presença de epífitas. É também denominada “Cerradão” ou “Savana Arbórea Densa”.

São características do estrato superior espécies como: sucupira-branca (Pterodon pubescens), sucupira-preta (Bowdichia virgilioides), jatobá (Hymenaea courbaril), tingui (Magonia pubescens), pau-terra (Qualea sp), pau-santo (Kielmeyera coriacea), pau-de-sobre (Emmotum nitens), jacarandás (Machaerium sp e Dalbergia sp).

Savanas Florestadas constituem a fitofisionomia predominante na Folha MIR-339 e estão presentes freqüentemente associadas a Savanas Arborizadas e a áreas de uso. Apesar de bastante fragmentadas pela ocupação agropecuária, significativas extensões ainda ocorrem em ambas as margens do Rio Verde, bem como junto às cabeceiras dos formadores do Rio São Venceslau. Provavelmente estes extensos fragmentos constituíam um maciço, interrompido pela rodovia MT-010, implantada na cimeira da Serra dos Caiabis, ao longo da qual desenvolvem-se, atualmente, atividades antrópicas.

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Um trecho de Savana Florestada em contato com Savana Arborizada, observado no município de Tapurah, apresenta 12m de altura, com trechos abertos, decorrência de perturbações causadas por fogo. Destacam-se as seguintes espécies: carne-de-vaca (Roupala sp), mandioqueira (Didymopanax sp), pau-de-sobre (Emmotum nitens), Antonia ovata, tucum (Bactris sp), entre outras.

3.1.1.2. Sa - Savana Arborizada (Cerrado)

Corresponde à formação savânica propriamente dita, caracterizando-se pelo aspecto xeromorfo do componente arbustivo-arbóreo e pelo expressivo estrato herbáceo, onde predominam gramíneas cespitosas (que formam touceiras). Variações fisionômicas e estruturais, decorrentes de características pedológicas diferenciadas e de perturbações antropogênicas expressam-se pela distribuição espacial irregular de indivíduos, ora com adensamento do estrato arbustivo-arbóreo, ora com maior predomínio do componente herbáceo. A altura varia entre 2 e 7m. Apresenta, como característica marcante, estrato arbóreo composto de exemplares de troncos e galhos retorcidos, casca espessa e folhas grandes, muitas vezes coriáceas.

Constitui uma formação vegetal relativamente aberta, geralmente manejada com fogo, podendo representar feições alteradas de savanas florestadas, submetidas a pressões antrópicas.

É denominado em sentido amplo de “Cerrado”. Ocorre sobre vários tipos de solos, mais freqüentemente em latossolos álicos, mas também em solos podzólicos, concrecionários e Areias Quartzosas. Espécies características: jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa), ipê-do-cerrado (Tabebuia caraiba), araticum (Annona coriacea), pequizeiro (Caryocar brasiliensis), mangaba (Hancornia speciosa), lixeirinha (Davilla elliptica), colher-de-vaqueiro (Salvertia convallariaeodora), lixeira (Curatella americana), pau-santo (Kielmeyera coriacea), pau-terra (Qualea sp), muricis (Byrsonima sp), entre outras. A ocorrência de lianas não se dá de forma agressiva, sendo, em sua maioria, herbáceas ou semi-lenhosas.

Encontra-se associada a Savanas Florestadas, presente em pequenos trechos a sul e leste da Folha MIR-339. Em um fragmento observado no município de Tapurah, na estrada para o Projeto Ipiranga, destacam-se, por sua abundância, as seguintes espécies: pau-terra (Qualea grandiflora), pimenteira (Xylopia aromatica), marmelada (Alibertia sp), Hirtella sp, cambará (Vochysia sp), além de capim-estrela (Rhynchospora sp), caracterizando o componente herbáceo.

Já na estrada para Capixaba, no mesmo município, destaca-se como dominante, a lobeira (Solanum cf. lycocarpum), sugerindo forte perturbação antropogênica. Outras espécies comuns neste trecho da Savana Arborizada são Vismia sp mandioca-brava (Manihot sp), Serjania sp, entre outras.

3.1.1.3. Saf - Savana Arborizada com Floresta-de-Galeria

Esse padrão é constituído pela fisionomia da Savana Arborizada associadas as Formações Ripárias. Porém, devido às pequenas extensões desta, não foi possível sua individualização através de mapeamento, realizado na escala do trabalho.

Estas Formações Ripárias formam faixas ao longo das margens dos rios e córregos onde ocorrem espécies como: ingá (Inga sp), figueira (Ficus sp), pinha-do-brejo (Talauma ovata), pindaíba-do-brejo (Xylopia emarginata). Ao lado destas essências tipicamente ripárias, ocorrem ainda elementos estacionais, uma vez que estas formações não estão submetidas ao

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estresse hídrico verificado no ambiente savânico. Por constituírem faixas contínuas que se destacam na paisagem de fisionomias abertas, recebem a denominação de Florestas-de- Galeria ou Florestas Ciliares.

Savanas Arborizadas com Florestas-de-Galeria encontram-se freqüentemente associadas a Savanas Florestas ou entremeando estas formações, a sul da Folha MIR-339 principalmente.

3.1.1.4 Spf - Savana Parque com Floresta-de-Galeria

Esse padrão representa áreas de Savana Parque onde Formações Ripárias estão presentes, porém, devido às pequenas extensões, não é possível sua individualização através de mapeamento, realizado na escala do trabalho.

Estas Formações Ripárias formam faixas ao longo das margens dos rios e córregos onde ocorrem espécies como: ingá (Inga sp), figueira (Ficus sp), pinha-do-brejo (Talauma ovata), pindaíba-do-brejo (Xylopia emarginata). Ao lado destas essências tipicamente ripárias, ocorrem ainda elementos estacionais junto às regiões marginais menos atingidas pela presença de água. Por constituírem faixas contínuas que se destacam na paisagem de fisionomias abertas, recebem a denominação de Florestas-de-Galeria ou Florestas Ciliares.

Presente a sul, em trechos situados ao longo do Rio Teles Pires.

3.1.1.5. Sgi - Savana Gramíneo-Lenhosa (Campo Úmido)

Corresponde à vegetação presente em áreas deprimidas, sobre solos hidromórficos, onde o lençol freático aflora ou é muito superficial, geralmente em localidades caracterizadas por nascentes, lagoas, corixos e riachos. Caracteriza-se pela presença de flora hidrófila, isto é, que se desenvolve em ambientes úmidos. Também denominada de “Campos Úmidos”.

Desenvolve-se também sobre afloramentos rochosos ou solos muito rasos, freqüentemente com camada de laterita superficial, podendo-se encontrar campos úmidos onde a rocha é superficial, em topos de morros testemunhos e em alguns platôs em torno de buritizais e Florestas-de-Galeria.

No período chuvoso, estes campos permanecem encharcados, impedindo o crescimento de vegetação arbóreo-arbustiva. Assim, a vegetação apresenta apenas estrato herbáceo, sendo as espécies encontradas extremamente seletivas. São muito freqüentes as ciperáceas, gramíneas, além de outras herbáceas como cruz-de-malta (Ludwigia sp), Xyris sp, jalapa (Mandevilla sp), bem como minúsculas plantas “carnívoras” do gênero Utricularia.

Localmente podem apresentar relevo constituído de pequenas elevações que favorecem a presença de arbustos e arvoretas. Neste caso, recebem a denominação de “Campos de Monchões” ou “Campos de Murunduns”.

Tem ocorrência local, associada a Savana Arborizada. Em localidade junto à estrada MT-010, destacam-se espécies herbáceas como Xyris sp, Hyptis sp, Leiothrix flavescens, Paepalanthus speciosus e gramíneas.

Localmente, podem ser encontrados trechos alagáveis de savanas em “murunduns”, sobre os quais vegetam Sclerolobium sp, pau-terra (Qualea sp), Macairea sp, pau-de-sobre (Eummotum nitens), Xyris sp e diversas espécies de gramíneas.

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3.1.2. Formações Ripárias

3.1.2.1. Fj - Formação Justafluvial

Compreende diversas formas de vegetação associadas a cursos d’água, que recebem distintas denominações, de acordo com suas peculiaridades, reflexo das condições do substrato onde se desenvolvem: “Veredas”, “Matas de Brejo”, “Floresta-de-Galeria” ou “Floresta Ciliar”.

Em domínio de savanas, estas formações começam, em geral, em pequenos brejos ou nascedouros de ribeirões, sob a forma de alamedas de buritis (Mauritia flexuossa), formando “Veredas”. Ao longo dos cursos d’água, as veredas vão progressivamente adquirindo outras espécies de árvores, dentre as quais citam-se ingá (Inga uruguensis), copaíba (Copaifera langsdorffii), tapiriri (Tapirira guianensis), congonha (Ilex sp), mulungu (Erythrina aff. mulungu), encorpando e passando a constituir faixas que margeiam as linhas de drenagem. Adquirem caráter peculiar, por se destacar na paisagem caracterizada por fisionomias abertas e xeromorfas, e recebem a denominação de “Floresta-de-Galeria” ou “Floresta Ciliar”. Por vezes, passam gradualmente a ocupar as “rampas” do interflúvio, em uma transição para as formações adjacentes. Quando estas florestas se fundem no interflúvio, considera-se o fim da área nuclear do domínio das savanas.

Em sítios com impedimentos de drenagem formam-se matas paludosas denominadas “Matas de Brejo”, onde predominam espécies hidrófilas, como olandi (Calophyllum brasiliensis) e leiteiro (Sapium sp), pindaíba (Xylopia emarginata) e buritirama (Maurtiella armata).

Quando em domínio florestal, as Formações Justafluviais apresentam-se bem desenvolvidas, com estrutura semelhante à das florestas com as quais se associam, sendo de difícil discriminação no mapeamento. Possuem composição florística particular, sendo encontradas, além de essências da flora do interflúvio, as seguintes espécies arbóreas: cambará (Vochysia cf. divergens), anani (Symphonia globulifera), jequitibá-vermelho (Cariniana rubra), novateiros (Triplaris sp), olandi (Calophyllum brasiliense), leiteiro (Sapium sp) e sangra- d’água (Croton cf. urucurana) entre outras. No domínio da Floresta Ombrófila ou em regiões de contato desta, é característica a presença de sororoca (Phenakospermum guianense), como dominante no subosque.

Estas formações estão presentes a sul da Folha MIR-339, tanto em áreas de florestas quanto em áreas de savanas e de uso agropecuário.

Nos trabalhos de campo, nas proximidades da Floresta Justafluvial não mapeada por sua pequena extensão, foram observados Senna silvestris, Piper sp, leiteiro (Tabernaemontana sp), ingá (Inga sp), figueira (Ficus sp), Geonoma sp, sendo bastante característica a presença de epífitas, notadamente orquídeas como Oncidium sp e Acacallis cyanea, que se destacam pelo efeito ornamental.

Em sítios observados próximos a Tapurah, são freqüentes buritis e buritiranas (Mauritia flexuosa e Mauritiella sp), embaúba (Cecropia pachystachya), cambará (Vochysia sp), marmelo (Alibertia edulis), melastomatáceas como Macairea sp e Tococa sp e heliconiáceas (Heliconia sp).

3.1.2.2. Fa - Floresta Aluvial

Ocorre seletivamente em solos aluviais, em planícies de inundação sazonal dos rios. Apresenta elementos botânicos estacionais e ombrófilos, predominando estes ou aqueles, de

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acordo com o domínio em que se insere. Sua composição florística, contudo, é relativamente distinta e menos diversa em relação às formações florestais de interflúvios, devido às restrições decorrentes do substrato periodicamente encharcado. Verificam-se espécies seletivas higrófilas, dentre as quais destacam-se: ingá (Inga sp), jenipapo (Genipa americana), olandi (Calophyllum brasiliensis), e leiteiro (Sapium sp). As palmeiras são boas indicadoras do tipo e das condições hídricas do solo, uma vez que maripá (Attalea maripa), bacuri (Attalea phalerata) e bacaba (Oenocarpus sp) dominam nas planícies aluviais. Em grotas e outros sítios de maior umidade ocorrem ainda paxiúbas (Iriartea sp) e palmiteiro (Euterpe precatoria). O baixo potencial madeireiro, a impossibilidade de exploração agrícola e a ausência de fogo colocam este tipo de vegetação, de modo geral, em situação privilegiada em relação à sua preservação.

Caracteriza as margens do Rio Verde, a nordeste, e de vários de seus afluentes a sul, bem como do Rio Arinos, onde se apresenta bastante expressiva.

3.1.3. Formações Florestais

3.1.3.1. Fp - Floresta associada ao Planalto dos Parecis

Corresponde à formação florestal que se desenvolve sobre o Planalto dos Parecis, na faixa intermediária entre o Domínio da Savana (Cerrado) e da Floresta Amazônica.

Constitui um ecótono entre as Florestas Ombrófila e Estacional, onde os diferentes tipos de vegetação se misturam em um mosaico específico e a identidade ecológica é dada pelas especificidades florísticas e fisionômicas resultantes. Em relação à composição florística, possui elementos estacionais e ombrófilos, em freqüências variáveis. Dentre as espécies encontradas podem ser citadas louro-branco (Ocotea guianensis), carapanaúba (Aspidosperma carapanauba), quaresma (Miconia lepidota), maçaranduba (Manilkara sp) angelim-de-saia (Parkia pendula), seringueira (Hevea brasilensis), castanheira (Bertholletia excelsa), pindaíba (Xylopia discreta), goiaba-de-anta (Bellucia glossularioides), bacaba (Oenocarpus distichus).

Fisionomicamente apresenta densa cobertura foliar, dossel bastante homogêneo, com aproximadamente 20m de altura e grande densidade de indivíduos, caracterizados por áreas basais reduzidas. Em geral, apresenta escassa serapilheira e raras epífitas. A baixa freqüência de exemplares caducifólios confere pequeno grau de deciduidade a estas comunidades vegetais, um dos aspectos que as diferenciam da Floresta Estacional que ocorre em outras regiões do Estado de Mato Grosso.

Embora aparentemente uniforme em sua grande extensão, apresenta heterogeneidades locais, tanto estruturais quanto florísticas, não evidenciadas por meio de imagens de satélite. Observações de campo indicam variações associadas ao modelado do terreno, uma vez que estas formações são freqüentemente mais vigorosas na medida em que se aproximam dos canais de drenagem. Espécies de valor econômico, pouco comuns nos interflúvios, estão aí representadas, tais como jatobá (Hymenea sp), peroba (Aspidosperma sp), cedro-rosa (Cedrela fissilis), cumaru (Dipteryx sp), entre outras.

Este aspecto implica em maior concentração da exploração madeireira em áreas próximas a cursos d’água. Em algumas localidades, entretanto, a maior contribuição da flora ombrófila torna estas florestas atrativas para a exploração madeireira.

Está presente em toda a faixa oeste da Folha MIR-339.

Próximo ao Córrego Forquilha, afluente do Rio São Venceslau, esta fisionomia apresenta sinais de corte seletivo. O dossel atinge de 20m a 25m de altura, destacando-se as

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seguintes espécies: palmiteiro (Euterpe precatoria), catiguá (Trichilia sp), caroba (Jacaranda sp), Siparuna sp, Bellucia sp, Virola sp, Cupania sp e, no subosque, sororoca (Phenakospermum guianense). Ocorrem ainda algumas epífitas, incluindo aráceas do gênero Philodendron.

3.1.3.2. Fp* - Floresta Associada ao Planalto dos Parecis com Corte Seletivo

Tem ocorrência limitada às áreas de fronteiras agrícolas, recentemente colonizadas ou em colonização. Corresponde a florestas primárias onde a extração madeireira foi intensificada nas últimas duas décadas.

Apresenta dossel irregular devido à retirada seletiva de madeiras, o que é evidenciado pelo padrão geométrico e irregular na imagem de satélite. Diferencia-se de Formações Remanescentes por constituir extensos maciços contínuos, não fragmentados. São as áreas mais sujeitas a desmatamentos atualmente, com padrão perceptível no imageamento.

3.1.4. Formações de Contatos

3.1.4.1. FeS - Floresta Estacional / Savana

Corresponde a uma formação de transição, onde ambos os tipos de vegetação se alternam em padrão de mosaico, mantendo sua identidade. A transição ocorre principalmente entre a Floresta Estacional e a Savana Florestada, onde elementos de ambas as formações estão presentes. Dentre estas podem ser citadas: mandiocão (Didymopanax morototoni), gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium), maricá (Physocalymma scaberrimum), cumaru (Dipteryx sp), tarumaí (Rhamnidium elaeocarpus).

Fisionomicamente apresenta-se como uma formação mais aberta que a Floresta Estacional, com menor quantidade de epífitas e lianas e com estratificação menos complexa. O dossel apresenta distintos graus de deciduidade, dependendo das espécies prevalecentes.

Encontra-se a norte/noroeste, situada entre a Floresta associada ao Planalto dos Parecis e as Savanas Florestadas.

3.1.4.2. FpS - Floresta associada ao Planalto dos Parecis / Savana

Corresponde a uma formação de transição, onde ambos os tipos de vegetação se alternam em padrão de mosaico, mantendo sua identidade, estando presentes elementos de ambas as formações. A transição ocorre principalmente com a Savana Florestada.

Fisionomicamente apresenta-se como uma floresta mais aberta, de baixo porte, entre 15 a 20m de altura, com dossel relativamente homogêneo. O componente arbóreo, bastante denso, é composto por árvores de fuste regular, com diâmetros reduzidos.

Observações e coletas nestas formações evidenciam espécies como sucupira (Pterodon emarginatus), característica de savanas, e elementos florestais como araticum (Guatteria sp), guamirim (Myrciaria sp) e aráceas do gênero Philodendron. Em outros sítios, espécies comuns em savanas como pau-de-sobre (Emmotun nitens) e pequizeiro (Caryocar brasiliense) estão associadas a mandioqueira (Didymopanax sp), Psychotria sp, jacatirão (Miconia sp), Leandra sp, manacá (Tibouchina sp) e Maytenus sp.

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Ocorre nas porções central, norte e nordeste da Folha MIR-339, em relevos de suave dissecação, interflúvios amplos.

3.1.4.3. FpS* - Floresta Associada ao Planalto dos Parecis / Savana com Corte Seletivo

Tem ocorrência limitada às áreas de fronteiras agrícolas, recentemente colonizadas ou em colonização. Corresponde a florestas primárias onde a extração madeireira foi intensificada nas últimas duas décadas.

Apresenta dossel irregular devido à retirada seletiva de madeiras, o que é evidenciado pelo padrão geométrico e irregular na imagem de satélite. Diferencia-se de Formações Remanescentes por constituir extensos maciços contínuos, não fragmentados. São as áreas mais sujeitas a desmatamentos atualmente, com padrão perceptível no imageamento.

A ocorrência desta formação se dá na porção central e ao longo do leste da Folha.

3.1.5 Formações Antropizadas

3.1.5.1. Fr - Floresta Remanescente

Ocorre em áreas intensamente ocupadas, onde Florestas Remanescentes estão presentes, porém com sinais de perturbações, notadamente relacionadas com a retirada seletiva de madeira. Apesar de manter elementos da floresta primária, apresentam-se com composição florística empobrecida e estrutura alterada, com redução da altura dossel, que se apresenta descontínuo e irregular. Nesta matas, espécies de valor madeireiro tornaram-se escassas.

Prevalece no limite nordeste e leste da Folha MIR-339, estando presente ainda a sudoeste e a norte, relacionada com eixos viários e centros urbanos.

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3.1.5.2. Fs - Formação Secundária

Remanescente de floresta que, devido às perturbações causadas por retirada seletiva de madeiras, abertura de clareira e efeitos de borda, não apresenta características originais de estrutura, tendo altura menor, dossel irregular e raras emergentes. A composição florística é empobrecida em relação à floresta original, prevalecendo espécies secundárias e de baixo valor econômico. Geralmente apresenta pequenas extensões e encontra-se em áreas antropizadas.

Enquanto nas florestas preservadas, as lianas têm uma ocorrência discreta, nas Formações Secundárias as perturbações favorecem seu estabelecimento nas bordas, clareiras e interior, formando cortinas e colunas sobre as árvores. Entre as lianas mais comuns encontram-se representantes das famílias Bignoniaceae, Malpighiaceae, Sapindaceae, Mimosaceae, Caesalpiniaceae, Curcubitaceae, Vitaceae, Dioscoriaceae, Apocynaceae e Convolvulaceae, entre outras.

Esta formação é presente na porção leste da Folha MIR-339, relacionada às extensas áreas de uso agropecuário que caracterizam aquele setor.

3.2. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

A descrição dos padrões de uso ocorrentes neste território está baseada no mapeamento resultante da interpretação das imagens de satélite e dos levantamentos efetuados através das campanhas de campo; sua caracterização é ainda baseada nos resultados da Pesquisa Sócio-Econômica Agronômica realizada junto aos estabelecimentos rurais do Estado. Os resultados desta pesquisa referem-se aos sistemas de produção agropecuária característicos de 13 Regiões Homogêneas, delimitadas em função de critérios explicitados no Relatório Técnico DSEE-VG/US-RT-002.

Do conjunto de sistemas de produção agropecuários detectados em cada uma destas Zonas Homogêneas, foram correlacionados, nesta caracterização, os sistemas predominantes quanto à expressão em termos de área ocupada pelas atividades agropecuárias e quanto à expressão representada pelo número de estabelecimentos pesquisados.

O território da Folha MIR-339 insere-se em praticamente sua totalidade na Região Homogênea AHP 3, com pequenas parcelas do território a sudoeste (município de Nova Maringá) a norte (município de Porto dos Gaúchos) e a oeste (municípios de Sinop e Vera), inseridas na Região Homogênea AHP 2; as características dos sistemas de produção predominantes no território mapeado pressupõem portanto um grau de generalização, parcialmente corrigido pelas observações das campanhas de campo e pela interpretação da imagem de satélite.

3.2.1. Aspectos Gerais: Ocupação e Estruturação do Território

A Folha MIR-339 abrange parte dos municípios de Tapurah, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Maringá, Nova Mutum, Vera, São José do Rio Claro, Sinop, Porto dos Gaúchos, sendo presentes as sedes municipais de Tapurah e Sorriso e os distritos de Novo Eldorado (município de Tapurah) e Primavera (município de Sorriso) - (Figura 003).

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A rodovia BR-163, asfaltada, cruza a porção leste da Folha MIR-339, orientada no sentido norte-sul, constituindo o principal eixo de ligação com Cuiabá e com as regiões setentrionais do Estado, interligando-se ao Estado do Pará, via Santarém. Este eixo propiciou o desenvolvimento agrícola e urbano da região, sendo que a cidade de Sorriso situa-se lindeira à rodovia, em posição centralizada na folha. A esta rodovia conectam-se, orientadas para leste, a BR-242, que demanda o distrito Caravagio e Nova Ubiratã (MIR-340) e a MT-225, que demanda Vera (MIR-340).

Outros eixos viários orientados norte sul, na porção oeste da Folha MIR-339, correspondem à MT-338 (Estrada Baiana) que, conectada à BR-163 a sul do território mapeado, demanda Porto dos Gaúchos e a MT-220 (MIR-319), que acessa Tapurah e as localidades Ana Terra e Simione; a MT- 010 interliga-se à MT-338 a sul de Tapurah e demanda também a MT-220, a norte, passando pelo distrito Novo Eldorado.

Porto dos Sinop / o MT 220 o o 57 00' Gaúchos 56 00' Santarém 55 30'

12o 00' Rio S ão Mig 06 uel 07 o c R n i a o r A B r 8 i o n 3 i

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100 20 40 60 km

MUNICÍPIOS LEGENDA

01. Tapurah Limite Municipal 02. Sorriso Limite Estadual 03. Lucas do Rio Verde 04. Nova Maringá Sede Municipal 05. Nova Mutum Distrito e/ou Localidade 06. Porto dos Gaúchos 07. Sinop Viário Principal 08. Vera Hidrografia/Lago 09. São José do Rio Claro

Figura 003

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICODO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA SEGUNDA APROXIMAÇÃO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO

Divisão Político-Administrativa e Elementos de Infra Estrutura Folha Sorriso - SD. 21-X-A Mir 339

ESCALA : 1:1.500.000 Fonte: CNEC Engenharia, 2000 18

A região é polarizada por Sorriso e, na porção noroeste, por Sinop (MIR-319/320). Sorriso, lindeira à rodovia BR-163, teve origem em projeto de colonização privada (década de 70) emancipando-se de em 1986. O território passou por um acelerado processo de crescimento, caracterizado, nos anos recentes, pela alta modernização da agricultura, com menor participação da atividade pecuária. Este núcleo constitui um sub-centro polarizador na região; sua importância deriva da presença de infra-estruturas de apoio às atividades agropecuárias, em especial à agricultura comercial.

Tapurah foi criado município em 1988, constituindo centro de apoio local às atividades da região. O município abrange ambientes diferenciados, florestas e savanas florestadas, com formas de apropriação do espaço e estrutura produtiva diversificadas. A porção centro-norte, associada a formações florestais, obedece a uma tipologia de fronteira, com predomínio da pecuária e presença da extração madeireira. Na porção centro-sul, predomina a agricultura de grãos. No território do município são presentes as glebas de reassentamento Eldorado I, Novo Eldorado I, Tapurah/Itanhanga, esta em processo de implantação; estas glebas situam-se em ambientes florestais, respectivamente nas bacias dos Rios Verde e Arinos.

As atividades de extrativismo mineral presentes na Folha MIR-339 limitam-se a portos de areia nos Rios Teles Pires e Celeste e de cascalhos, materiais estes utilizados na construção civil.

3.2.2. Usos Agropecuários

A descrição dos padrões de uso ocorrentes neste território está baseada no mapeamento resultante da interpretação das imagens de satélite e dos levantamentos efetuados através das campanhas de campo; sua caracterização é ainda baseada nos resultados da Pesquisa Sócio-Econômica Agronômica realizada junto aos estabelecimentos rurais do Estado. Os resultados desta pesquisa referem-se aos sistemas de produção agropecuária característicos de 13 Regiões Homogêneas, delimitadas em função de critérios explicitados no Relatório Técnico DSEE-VG/US-RT-002.

Do conjunto de sistemas de produção agropecuária detectados em cada uma destas Zonas Homogêneas, foram correlacionados, nesta caracterização, os sistemas predominantes quanto à expressão em termos de área ocupada pelas atividades agropecuárias e quanto à expressão representada pelo número de estabelecimentos pesquisados.

O território das Folhas insere-se em praticamente sua totalidade na Região Homogênea AHP 3, com pequenas parcelas do território a sudoeste (município de Nova Maringá) a norte (município de Porto dos Gaúchos) e a oeste (municípios de Sinop e Vera), inseridas na Região Homogênea AHP 2; as características dos sistemas de produção predominantes no território mapeado pressupõem portanto um grau de generalização, parcialmente corrigido pelas observações das campanhas de campo e pela interpretação da imagem de satélite.

3.2.2.1. Ap - Uso Agropecuário em Pequenas Propriedades

Corresponde a bolsões de pequenas propriedades mapeadas, nesta escala de trabalho, no entorno de Sorriso; na extremidade nordeste da Folha MIR-339 (Ap 2 / BR-163); a norte de Tapurah, originados de projetos de colonização e de projetos de assentamento em implantação.

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A maior ocorrência desta tipologia de uso está inserida na Região Homogênea AHP 3, onde predominam estabelecimentos de pecuária com manejos de média tecnologia associados ao produtor familiar de pequeno porte econômico. São presentes, principalmente no entorno de Sorriso, pequenos estabelecimentos com agricultura de alta tecnologia associados ao produtor familiar de pequeno porte.

Destaca-se a presença de grandes glebas de assentamento, com pequenas parcelas já apropriadas pelo uso, em processo de ocupação e de abertura das frentes de uso, com pecuária e agricultura de subsistência.

Na Região Homogênea AHP 2 este padrão ocorre na extremidade nordeste da Folha MIR-339, com expressão territorial pouco expressiva.

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QUADRO 002 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 2. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%). Participação Padrão Participação em Área Principais Sistemas de Produção *¹ em Número de Uso (%) *² (%) *² Ap Pecuária de média tecnologia • • • • Produtor familiar de pequeno porte econômico Pecuária de média tecnologia • • • Produtor empresarial de pequeno porte econômico Agricultura de baixa e pecuária de média tecnologia • -- Produtor empresarial de pequeno porte econômico Agricultura de baixa tecnologia • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Pecuária de baixa tecnologia • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Aga Agricultura de alta tecnologia -- • Produtor empresarial de muito grande porte econômico Agp Pecuária de média tecnologia • • • • Produtor empresarial de médio porte econômico Pecuária de média tecnologia -- • • • Produtor empresarial de grande porte econômico Pecuária de baixa tecnologia -- • Produtor empresarial de grande porte econômico FONTE: CNEC, 1997. (*¹) A metodologia para definição dos sistemas de produção é descrita com detalhes no Relatório Técnico (DSEE- VG/US-RT-002). (*²) intervalos de porcentagem – conforme relacionado a seguir.

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QUADRO 003 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 3. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) Participação Padrão Participação em Área Principais Sistemas de Produção *¹ em Número de Uso (%) *² (%) *² Ap Pecuária de média tecnologia • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Agricultura de alta tecnologia • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Aga Agricultura de alta tecnologia • • • • • • • Produtor empresarial de muito grande porte econômico Agricultura de alta tecnologia • • Produtor familiar de muito grande porte econômico Agricultura de alta tecnologia • • • • • Produtor familiar de grande porte econômico Agricultura de alta tecnologia • • Produtor empresarial/familiar de muito grande porte econômico Agp Pecuária de média tecnologia -- • Produtor empresarial de grande porte econômico FONTE: CNEC, 1997. (*¹) A metodologia para definição dos sistemas de produção é descrita com detalhes no Relatório Técnico (DSEE- VG/US-RT-002). (*²) intervalos de porcentagem – conforme relacionado a seguir. Percentual, em número, do sistema de Percentual, em área, do sistema de produção no produção em total dos estabelecimentos pesquisados: relação ao total de área dos estabelecimentos pesquisados: -- menor que 5% -- menor que 5% • de 5% a 10% • de 5% a 10% • • de 10,1 a 15% • • de 10,1 a 15% • • • de 15,1 a 20% • • • de 15,1 a 20% • • • • maior que 20% • • • • maior que 20% FONTE: CNEC, 1997.

As principais características dos sistemas de produção predominantes na Folha MIR- 339, obtidos na Pesquisa Sócio-Econômica-Agronômica e constantes dos Quadros 002 e 003, são:

− Nos estabelecimentos de pecuária com manejo rudimentar, há utilização das pastagens naturais, com pequena aplicação de capital e baixo padrão zootécnico do rebanho;

− A pecuária, quando de baixa tecnologia, caracteriza-se pela utilização de pastagens naturais ou plantadas, com rebanhos de baixo padrão zootécnico. O manejo incorpora pequena aplicação de capital, podendo haver melhorias quanto ao uso de insumos e preparação das terras;

− Na agricultura de baixa tecnologia, a atividade é marcada pela força de tração manual, eventualmente complementada pela tração animal. Há uma baixa utilização de insumos, denotada pela qualidade das sementes e pelo nível de utilização de fertilizantes químicos e de calcário, com pequena aplicação de capital no manejo, melhoramento e conservação das terras e lavouras;

− Quando de média tecnologia, a atividade pecuária é marcada pela presença de pastagens plantadas, sendo que as atividades, de forma geral, incorporam o uso de insumos e melhor padrão zootécnico do rebanho. Caracteriza-se pela

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média aplicação de capital nas técnicas de manejo, melhoramento e conservação das terras e pastagens;

− Na agricultura de alta tecnologia, é utilizada força de tração mecanizada, eventualmente complementada pela tração animal. O uso de insumos é de médio a alto, denotado pela qualidade das sementes e pelo nível de utilização de fertilizantes químicos e de calcário;

− Nas gestões onde o caráter é familiar, a maior parte da força de trabalho é fornecida pelos familiares do produtor, eventualmente complementada por empregados permanentes ou temporários. Nos sistemas onde a gestão é empresarial, a maior parte da força de trabalho é contratada, constituída por empregados permanentes, eventualmente complementada por empregados temporários;

− Em todos os sistemas associados a estas categorias de uso, os estabelecimentos de pequeno rendimento econômico têm receitas anuais médias inferiores a R$ 15.000,00. Nos estabelecimentos de porte econômico médio, a receita anual situa-se entre R$ 15.000,00 e 60.000,00; entre R$ 60.000,00 e 300.000,00 nos de grande porte econômico; é superior a R$ 300.000,00, nos de muito grande porte econômico (valores de dezembro de 1996).

3.2.2.2. Aga - Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades, com Predomínio de Culturas Anuais

Padrão com presença expressiva em toda a porção centro-leste e meridional do território mapeado, caracterizado pelo predomínio da agricultura mecanizada de grãos, correspondendo a um conjunto diversificado de sistemas de produção (Quadro 002 e 003).

No território mapeado predominam estabelecimentos com agricultura de alta tecnologia associada ao produtor empresarial de muito grande porte e ao produtor familiar de muito grande porte; estão também presentes produtores empresariais e familiares de grande e muito grande porte econômico. Esta tipologia de ocupação predomina a leste do Rio Verde, em zona polarizada pela rodovia BR-163 e pela cidade de Sorriso ocorrendo, de forma mais fragmentada, na porção centro-sul do território e no entorno da cidade de Tapurah. Nesta situação são presentes propriedades médias a grandes, com culturas de grãos e cana de açúcar.

Esta tipologia de ocupação caracteriza-se, na região, pela ocupação extensiva do território e pela grande interferência nos aspectos do meio físico e biótico.

3.2.2.3. Agp - Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com Predomínio de Pastagens

Padrão de mapeamento caracterizado pelo predomínio de pastagens, sendo pouco expressiva a participação de culturas. Tem participação significativa na Folha MIR-339 (porção centro-norte), embora sub-dominante em relação à extensão das áreas com uso agrícola. Inserido em sua maior parte na AHP 3, caracteriza-se nesta região, por sistemas de produção (Quadro 003) onde predominam os estabelecimentos de pecuária de média tecnologia associados ao produtor empresarial de grande porte econômico.

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Na Região Homogênea AHP 2, esta tipologia de ocupação ocorre restrita à margem esquerda do Rio Arinos (oeste) e à porção nordeste do território (Sinop), com características similares ao contexto regional, apesar das diferenciações ocorrentes nesta Região Homogênea (Quadro 002).

Estes padrões de uso ocorrem de forma descontínua, entremeados por formações naturais e por matas alteradas, com maior expressão na porção central do território a oeste do Rio Verde, entremeando áreas agrícolas em zona polarizada pela rodovia MT-010; a sudoeste (Tapurah), onde ocorrem propriedades de grandes dimensões, às margens do Rio Arinos; e no interflúvio dos Rios Verde e Branco. No restante do território, ocorrem de forma esparsa com menores dimensões. A leste do Rio Verde, esta tipologia de uso agropecuário é subdominante, no predomínio de usos agrícolas. Na área em tela, este padrão de uso é também associado a estabelecimentos rurais com baixo grau de exploração ou mesmo inexplorados.

3.2.3. Aq - Áreas de Queimada

Áreas de queimada comumente utilizadas para a abertura de áreas com vegetação natural (desmatamento) e como sistema de manejo de pastagens durante a estação seca foram verificadas na região norte da MIR-339.

3.2.4. U - Uso Urbano

Os núcleos urbanos presentes na Folha são: Sorriso localizada na porção leste e Tapurah, no centro-sul. O núcleo urbano de Sorriso tem posição estratégica, ao longo da BR-163, se caracterizando como centro de alta diversificação, com especialização restrita a determinadas funções urbanas, associadas às médias densidades de equipamentos e estabelecimentos.

4. CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO ASSOCIADAS ÀS FORMAÇÕES VEGETAIS E AO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

O território está inserido em região de transição entre o clima Equatorial Continental Úmido que predomina na região norte do Estado, o clima Sub-Equatorial Continental Úmido que caracteriza o Planalto dos Parecis e o clima Tropical Continental, alternadamente, úmido e seco, que predomina nas regiões meridionais.

Na porção norte, as condições climáticas mantêm características de Clima Equatorial Úmido com estação definida (maio-setembro), com excedente hídrico elevado (1.000 – 1.200mm) de novembro a abril.

Na porção central e oeste do território, há excedentes mais reduzidos (800 – 1.000mm) em função da diminuição dos totais pluviométricos da estação chuvosa. A evapotranspiração potencial é ainda elevada, com totais mensais variando entre um mínimo de 70mm (julho) e um máximo de 130mm (novembro) com um total anual médio da ordem de 1300mm.

Na porção sudeste do território, o clima já apresenta características de Tropical Continental quente e úmido, com uma variação acentuada nos totais pluviométricos (1.800 – 2.100mm), seca estacional mais moderada (250 - 300mm), também entre maio e setembro. Os excessos são de moderados a elevados (800 – 1.100mm) de novembro a abril.

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A Folha Sorriso compreende parte das bacias de drenagem do Rio Arinos (oeste) e do Rio Teles Pires, separadas pela Serra dos Caiabis; a Bacia do Teles Pires é drenada por este e pelo Rio Verde. A rede de drenagem principal tem orientação sul-norte.

Os principais afluentes do Arinos, em sua margem direita, são os Rios São Miguel, São Venceslau, o Córrego Formoso e o Rio São Cosme e Damião, orientados leste-oeste e sudoeste-noroeste. Na Bacia do Teles Pires destacam-se o Córrego Rubi e o Ribeirão do Cedro, orientados sudoeste-nordeste, afluentes ao Rio Verde, com nascentes na Serra dos Caiabis; os Rios Lira e Celeste são afluentes da margem direita do Teles Pires, orientados aproximadamente sul-norte.

Predominam relevos aplanados, com amplos interflúvios; locais mais acidentados ocorrem apenas em correspondência a talvegues encaixados, e em situações localizadas (Serra dos Caiabis).

O território assenta sobre litologias da Superfície Peneplanizada Terciária e arenitos da Formação Utiariti, que propiciaram o desenvolvimento, na maior parte da região, de latossolos. Predominam Latossolos Vermelho-Escuros e Vermelho-Amarelos, álicos e distróficos, são predominantes no território, com textura média, areno-argilosa, quando relacionados a arenitos (Formação Utiariti) e com textura argilosa sobre as superfícies terciárias. Estão associados predominantemente a ambientes florestais e secundariamente às savanas. Estes solos têm, localmente, caráter plíntico, em locais com deficiência de drenagem e lençol freático aflorante. Apresentam boas características físicas, que os tornam apropriados para culturas mecanizadas, necessitando, entretanto de correção da baixa fertilidade natural. Neste território, são utilizados para culturas anuais na porção centro-sul e leste.

As Areias Quartzosas encontram-se associadas aos latossolos e solos podzólicos, em situações de relevo plano a suave ondulado, sob vegetação savânica e, secundariamente, florestal. Têm fortes restrições ao uso agrícola, pela baixa fertilidade natural e pequena retenção de umidade e nutrientes; na região, são localmente utilizadas com pastagens. Os solos podzólicos estão relacionados à Superfície Terciária e ocorrem associados a latossolos e a Areias Quartzosas, em ambientes florestais. Presta-se a usos agrícolas, com as limitações impostas pelo relevo e pela vulnerabilidade à erosão.

Nas extensas planícies fluviais, predominam solos aluviais associados a solos gleizados e, secundariamente, a plintossolos.

Diferenciações do embasamento, características da vegetação e diferentes formas de apropriação do espaço, fazem com que possam ser destacadas, neste território, duas grandes feições de paisagem (Figura 004):

Porto dos Bacia do Rio Sinop / o MT 220 o o 57 00' Gaúchos 56 00' Santarém 55 30' Bacia do Rio Teles Pires 12o 00' Rio S ão Mig uel o c R n i a o r A B r 8 i o n 3 i

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M Simioni s MT 225 o Venc e i e 0 r R Vera R s 1 i la P i u 0 o T s ou e le C M d e e A r l rt T 3 e h e

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e R r d Caravágio e MIR 339 o Nova 13 00' Ubiratã Feição 01 Lucas do Rio Verde Feição 02 BR 163 Nova Mutum / Cuiabá

100 20 40 60 km

LEGENDA

Chapada e Planalto dos Parecis - Depressão (Cobertura Sedimentar de Plataforma) Planície e Terraço Fluvial (Sedimentos da Bacia do Amazonas)

FEIÇÕES

Feição 01 - Porção Centro-Sul e Sudeste (Sorriso e Tapurah) Feição 02 - Porção Leste e Norte

Figura 004

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICODO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA SEGUNDA APROXIMAÇÃO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO

Principais Feições de Paisagem Folha Sorriso - SD. 21-X-A Mir 339 Fonte: CNEC. Compartimentação Geomorfológica Preliminar ESCALA : 1:1.500.000 do Estado de Mato Grosso, 1997 26

A porção sudeste da Folha MIR-339, área polarizada pela BR-163, que corresponde, aproximadamente, às Superfícies Peneplanizadas Terciárias, ocupando extensas áreas da Bacia do Rio Teles Pires e parte do interflúvio entre o Rio Arinos e seu afluente São Venceslau; esta região caracteriza-se pelo uso agrícola extensivo, em ambientes de savânicas muito alterado pela ocupação.

- A porção norte e oeste da Folha MIR-339, onde predominam ambientes florestais transicionais; a ocupação é descontínua, com predomínio da pecuária. Esta feição desenvolve-se também nos vales dos Rios Teles Pires e Verde, interpenetrando a feição de transição entre a Chapada e o Planalto dos Parecis.

4.1. FEIÇÃO DA PAISAGEM – TRANSIÇÃO ENTRE A CHAPADA E O PLANALTO DOS PARECIS

Esta feição de paisagem compreende a franja de transição entre a Chapada e o Planalto dos Parecis, na porção centro-sudeste da Folha MIR-339. A região caracteriza-se pelas superfícies preservadas, em altitudes da ordem de 380 - 420 metros, com declividades suaves. Apresenta topos amplos e rampeados, vales abertos e erosivos, com baixa densidade de drenagem; corresponde, geologicamente, à Superfície Peneplanizada Terciária em contato com a Formação Utiariti.

A cobertura vegetal é de formações savânicas, com predomínio da Savana Arborizada com Florestas de Galeria e, secundariamente, da Savana Florestada. A região tem uso agrícola intensivo, tendo-se confirmado, em campo, o domínio da savana apenas pelos remanescentes entre as áreas de uso. Esta ocupação delimita os fundos de vale e as áreas úmidas, onde são preservadas as Formações Aluviais.

A maioria dos solos nesta feição é constituída pelo Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico com texturas variando de arenosa a argilosa, ocorrendo manchas de Latossolo Vermelho-Escuro distrófico argiloso. A Savana Florestada foi observada em vários pontos, geralmente associada à ocorrência de Latossolo Vermelho-Escuro. As baixas declividades e a cobertura argilosa destes solos propiciam uma baixa potencialidade para ocorrência de processos erosivos, observando-se, entretanto erosão laminar em terras aradas.

São comuns, nestas áreas aplanadas, a presença de depressões úmidas, com alagamentos e problemas de drenagem, com solos de horizontes plínticos. Os solos são encharcados e há inundações periódicas na estação chuvosa, necessitando de drenagem para a utilização agrícola.

A paisagem é dominada pelas culturas anuais, desenvolvidas sobre os terrenos planos, que se prestam à mecanização. O cultivo dominante é o da soja, ocorrendo rotação de culturas, na chamada safrinha (entressafra), quando ocorre plantio de milho, secundado por milheto, arroz e mais raramente sorgo.

A maioria das propriedades é de porte médio a grande; caracterizam-se pela utilização de técnicas modernas e insumos (adubos, agrotóxicos) observando-se, nas propriedades, maquinários e benfeitorias. Os proprietários normalmente residem nos núcleos urbanos, não havendo sedes nas propriedades - apenas instalações de serviço e alojamentos dos empregados.

Na porção leste da Folha MIR-339, a ocupação foi induzida pela rodovia BR-163; a cidade de Sorriso, lindeira à rodovia, polariza a região do entorno. A porção meridional, lindeira à BR-163, é polarizada por Lucas do Rio Verde, situada imediatamente a sul do território mapeado (MIR-356).

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A oeste, as áreas de ocupação desenvolvem-se a partir das rodovias MT-338 (a estrada Baiana) e MT-010, que percorrem interflúvios entre os rios Arinos e Verde, em ambientes de Savanas Arborizada e Florestada.

Ao longo da rodovia MT-010 até o município de Tapurah, ocorrem áreas agrícolas com culturas anuais que são entremeadas por fazendas de médias a grandes de pecuária.

A cidade de Tapurah e o distrito Novo Eldorado situam-se ainda no domínio da Savana, no limite com a Floresta associada ao Planalto dos Parecis, a oeste. Verifica-se a presença de culturas anuais, principalmente milho, realizadas (na época das campanhas de campo – maio/junho) para rotação de cultura com a soja, a chamada “safrinha”. Além das culturas de grãos é presente a cana-de-açúcar, com mais freqüência nas proximidades de Tapurah.

A sudeste desta cidade, ao longo da rodovia MT-338, a ocupação existente é de grandes propriedades, com culturas e pastagens; também ocorrem extensas áreas degradadas por desmatamentos e queimadas, realizados de forma predatória, inclusive em áreas marginais aos cursos d’água e com declividades acentuadas.

Nesta unidade de relevo, bolsões de pequenas propriedades ocorrem de forma restrita, a norte de Tapurah e no entorno de Sorriso.

Predominam na região, Savana Arborizada a sul, floresta a norte e a oeste. Estas formações ocorrem em manchas isoladas entre as zonas de uso, em geral nos vales, onde são também presentes a Savana Parque e, localmente, Formações Justafluviais e Aluviais (Rio do Cedro e afluentes). Progressivamente a norte e a oeste há a transição entre a vegetação de savanas e formações florestais. As matas observadas na porção norte da feição (Contato Floresta associada ao Planalto dos Parecis/Savana) encontram-se muito alteradas, em estágio de capoeiras ou capoeirões.

A oeste de Tapurah, na área drenada pelo Rio Arinos, a transição entre a Savana Florestada e a Floresta associada ao Planalto dos Parecis é mais definida. No campo, foram também observadas manchas de Floresta Ombrófila ocupando pequenas áreas, não mapeáveis nesta escala em solo mais argiloso, em contato com estacional, em solo mais arenoso. Foram também observadas matas de brejo com muitas palmeiras (Oenocarpus sp), Cecropia sp, periquiteira (Trema cf. micrantha), maçaranduba (Manilkara sp) e Astronium sp

Não são expressivas, nesta feição, áreas desmatadas no período 94/97, relevadas no trabalho da FEMA, visto o alto grau de ocupação do território. Correspondem a áreas limitadas, de pequena extensão, individualmente esparsas em toda a feição, mais numerosas a leste (Sorriso), correspondendo à expansão de áreas já apropriadas por usos agrícolas.

4.2. FEIÇÃO DA PAISAGEM – PORÇÃO OESTE E NORTE

Esta feição caracteriza-se por apresentar interflúvios muito amplos, vales abertos, com largas planícies aluviais ao longo das principais drenagens. As declividades médias são pequenas e as altitudes da ordem de 350 – 390 m. O interflúvio entre os Rios Arinos e Verde apresenta-se desnivelado, separado por uma escarpa que constitui a Serra dos Caiabis, neste trecho orientada norte-noroeste, com caimento para sudoeste e diferenciais altimétricos da ordem de 40-50 metros.

O substrato geológico é constituído de arenitos da Formação Utiariti, sobre os quais se desenvolvem Latossolos Vermelho-Escuros e Vermelho-Amarelos. A cobertura vegetal compreende Savana Florestal (cerradão), Floresta associada ao Planalto dos Parecis,

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contatos desta com a Floresta Estacional e com Savanas. Nos fundos de vale há depósitos de aluviões atuais, sobre os quais desenvolvem-se predominantemente solos Gleis hidromórficos, com Florestas Aluviais, particularmente expressiva ao longo do Rio Arinos.

O uso antrópico é descontínuo, concentrado imediatamente a norte de Tapurah, ao longo da rodovia MT-338 e na porção norte e nordeste da Folha MIR-339, entre as rodovias BR-163 e MT-010. Predominam grandes propriedades com pecuária, sendo presente a agricultura mecanizada a nordeste. São também presentes pequenas propriedades, nas glebas Novo Eldorado I e Tapurah/Itanhangá, assentamentos de grande expressão territorial, mas ainda em processo de implantação, com poucas áreas apropriadas pelo uso.

A norte de Tapurah há uma grande mancha de áreas agrícolas lindeira à MT-338, correspondente ao “Projeto Ana Terra”, projeto de colonização financiado pelo governo japonês há cerca de 20 anos, com lotes de 450 ha. Este projeto foi responsável pelo desenvolvimento do município de Tapurah, que se emancipou na época de sua implantação. As culturas anuais aqui plantadas são milho e soja, tendo o milheto e o sorgo como produtos agrícolas secundários. São também presentes pastagens e seringais recém-implantados.

Com acesso também pela estrada Baiana, cerca de 70 Km a norte de Tapurah, situa- se o citado assentamento Tapurah/Itanhangá, com cerca de 1.200 km², em fase de implantação. Vai assentar cerca de 1000 famílias, em região de solos bastante fracos, onde predominam Latossolos Vermelho-Amarelo distróficos, arenosos, em ambiente florestal.

Nesta porção noroeste da Folha MIR-339 o tipo de uso é a pecuária de corte em propriedades médias a grandes. Ao longo da Estrada Baiana são presentes madeireiras e acampamentos de “sem terras” que cultivam pequenas roças de mandioca e banana.

A cobertura vegetal apresenta, em grande parte, caráter transicional entre formações florestais e savânicas, notadamente a norte e nordeste. Já a oeste, no limite com a Folha MIR- 338, prevalecem florestas, cujas especificidades florísticas e fisionômicas diferenciam-nas significativamente das formações estacionais e ombrófilas, tendo sido mapeadas como Floresta associada ao Planalto dos Parecis. As espécies de valor econômico, predominantes próximo aos canais de drenagem, são menos freqüentes nos interflúvios, onde ocorrem por indivíduos de baixo valor de mercado, devido às pequenas áreas basais, muitas vezes inferiores às exigidas para planos de manejo. Este aspecto tem gerado problemas ambientais, visto que a exploração de madeira concentra-se, freqüentemente, em áreas de preservação permanente, com conseqüente assoreamento de cursos d´água.

As florestas transicionais assumem diferentes características, dependendo se prevalecem, em associação à flora savânica, elementos da Floresta Estacional, conforme assinalado a norte/noroeste, ou da Floresta associada ao Planalto dos Parecis, como ocorre na porção central e a leste.

Verifica-se, no sentido Tapurah / Porto dos Gaúchos, uma associação equilibrada de formações savânicas e florestais, constituindo um contato ora dominado por pela primeira , ora pela segunda. De fato, a MT-338 situa-se no limite entre os domínios da Floresta associada ao Planalto dos Parecis, a oeste, e formações savânicas e transicionais, a leste.

Ressalta-se na porção noroeste da Folha MIR-339, entremeando as áreas de uso agrícola, o alto grau de alteração das formações florestais (Floresta associada ao Planalto dos Parecis), pelas ações de desmatamento seletivo.

Nesta unidade de relevo as áreas desmatadas no período 94/97 (FEMA) são expressivas, correspondendo a abertura de novas áreas de uso em ambiente florestal (norte e noroeste de Tapurah) e no contato entre florestas e savanas na porção centro-norte e

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nordeste. É também significativa a abertura de novas áreas de uso em correspondência às glebas de reassentamento (Tapurah / Itanhangá e Novo Eldorado I).

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BIBLIOGRAFIA

BITTENCOURT, M. D. & PIVELLO, V. R., 1998. SIG e sensoriamento remoto orbital auxiliando o zoneamento ecológico. Investigaciones Geográficas, 36, 42p.

BRASIL – Dep.Nacional de Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL, 1982 – Levantamento de Recursos Naturais. Folha Cuiabá (SD-21). Rio de Janeiro.

IBGE, 1992. Manual técnica da vegetação brasileira / Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. - Rio de Janeiro: 92p.

VELOSO, H.P., RANGEL-FILHO, A.L.R, LIMA, J.C.A. 1991. Classificação de vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE. Rio de Janeiro. 124 p. MATO GROSSO.

ANEXOS

ANEXO I - RELAÇÃO DAS FICHAS DE CAMPO CAMPANHA DE FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

MIR 339 Padrão de Imageamento Roteiro Ponto US Coord. Relevo Solo * (1:1.500.000) Vegetação Uso Cor Tonalidade Textura 537.075 latossolo vermelho 4 1 8.650.258 plano escuro verde escura rugosa ------539.082 associação floresta do 4 2 8.656.133 ------Parecis / savana --- 544.523 latossolo vermelho associação floresta do 4 3 8.662.562 plano escuro verde escura rugosa Parecis / savana pasto queimado 576.318 levemente Latossolo 5 4 8.664.706 ondulado Vermelho Amarelo rosa clara a média mosqueada --- pastagem / seringal 533.549 latossolo vermelho 4 5 8.632.920 plano amarelo verde escura rugosa cerradão --- 538.108 latossolo vermelho acampamento de sem terra, 4 6 8.645.021 plano escuro rosa clara lisa --- lavoura subsist. 659.062 levemente 5 7 8.641.470 ondulado latossolo vermelho verde escura rugosa floresta do Parecis / savana --- 533.971 latossolo vermelho rosa / culturas: milho 4 8 8.620.726 plano amarelo arroxeada clara lisa --- milheto e sorgo 537.860 latossolo vermelho rosa / 4 9 8.615.815 plano amarelo arroxeada clara lisa --- cultura de milho 539.340 latossolo vermelho lisa 4 10 8.616.117 plano amarelo rosa / verde clara lisa --- pasto e seringais 541.099 latossolo vermelho 4 11 8.617.821 plano amarelo verde média rugosa cerradão --- 595.503 savana florestada 5 12 8613.633 ondulado Latossolo Vermelho verde média rugosa (cerradão) / mata seca --- 531.077 latossolo vermelho contato floresta do Parecis / 4 13 8.608.084 plano amarelo verde escura (Liso) rugosa cerradão --- 535.420 latossolo vermelho rosa / 4 14 8.608.286 plano amarelo arroxeada clara lisa --- agricultura de soja 548.243 latossolo vermelho 4 15 8.597.653 plano amarelo rosa clara lisa --- pasto limpo 554.947 Latossolo 5 16 8.591.818 plano Vermelho Amarelo rosa escura média mosqueada --- milho / pasto 620.041 levemente 5 17 8.595.861 ondulado Latossolo Vermelho rosa média mosqueada --- pastagem / milho 622.910 5 18 8.594.323 ondulado Latossolo Vermelho verde média a escura rugosa cerrado / mata galeria --- 637.836 levemente 5 19 8.608.316 ondulado Latossolo Vermelho verde escura rugosa mata ciliar --- 641.460 levemente floresta do Parecis / savana 5 20 8.606.751 ondulado Latossolo Vermelho verde média a escura rugosa florestada milheto 555.083 Á 5 21 8.586.579 plano Latossolo Vermelho verde escura rugosa floresta do Parecis / cerrado --- 555.083 21 8.586.579 rosa clara mosqueada --- pastagem 561.613 5 22 8.582.125 plano Latossolo Vermelho verde muito escura rugosa campo cerrado --- 559.339 5 23 8.566.897 ondulado Latossolo Vermelho verde rosada média mosqueada --- pasto sujo 5601.536 mosqueada 5 24 8.571.661 plano Latossolo Vermelho verde e rosa escura rugosa cerrado / mata ciliar milho / pastagem * SEPLAN - MT, Prodeagro. Mapa Exploratório de Solos. Escala 1:1.500.000

ANEXO II – RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DE VEGETAÇÃO

ANEXO III – RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO

RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO - MIR 339 FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E MUNICÍPIO ÁREA (km²) OCUPAÇÃO DO SOLO Aga 3 30,88 Aga 3 + Fj 63,80 Aga 3 + Fj + Fs 129,72 Aga 3 + Fj + Sa 84,39 Aga 3 + Sa 182,10 Aga 3 + Sa + Fj 324,48 Aga 3 + Sd 4,12 Agp 3 76,77 Agp 3 + Fs 61,37 Agp 3 + Sa 25,92 Fa 31,94 FeS 8,36 Fj 17,95 LUCAS DO RIO VERDE Fp 49,80 Fs 16,22 L 6,57 Sa 14,62 Sa + Fj 0,03 Sa + Sgi 63,63 Saf 16,74 Saf + Sd 11,68 Saf + Sgi 14,14 Sd 266,04 Sd + Aga 3 15,77 Sd + Agp 3 9,23 Sd + Fj 110,20 Sd + Sa + Agp 3 13,31 Agp 2 35,85 Agp 2 + Fj 2,68 Agp 2 + Fs 17,85 Fa 73,56 Fp 927,10 Fp* 0,00 NOVA MARINGA Fr 22,68 Fr + Ap 2 21,15 Fr + Fs 13,17 Fs + Agp 2 11,54 Fs + Ap 2 2,84 L 10,56 Agp 3 1,74 Agp 3 + Fj 73,17 Agp 3 + Fs 0,09 Fa 23,55 NOVA MUTUM Fp 177,68 Fr + Fs 0,03 L 2,94 Sd 24,28 Aga 2 + Fr 4,06 Agp 2 5,39 Agp 2 + Fj 40,38 PORTO DOS GAUCHOS FeS + Agp 2 1,87 Fp 0,51 FpS 2,12 FpS* 2,49 Fs + Ap 2 6,23 PORTO DOS GAUCHOS Sa 2,22 Sd 194,72 Fa 5,18 Fp 12,22 SAO JOSE DO RIO CLARO Fp* 0,05 L 0,83 Aga 2 0,34 Agp 2 11,01 Agp 2 + Fr 2,02 Agp 2 + Fs 30,73 Ap 2 + Fr 1,77 FpS* 25,60 SINOP Fr 41,94 Fr + Agp 2 10,57 Fr + Ap 2 6,41 Fs 1,14 L 3,20 Saf 17,99 Sgi 0,00 Aga 3 414,56 Aga 3 + Fj 1.126,85 Aga 3 + Fs 3,96 Aga 3 + Sa 45,29 Aga 3 + Sa + Fj 1.084,63 SORRISO Agp 3 46,36 Ap 3 34,14 Aq 5,34 Fa 10,77 Fj 10,58 FpS 158,76 Página 1 de 2 RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO - MIR 339 FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E MUNICÍPIO ÁREA (km²) OCUPAÇÃO DO SOLO FpS* 565,49 Fr 195,30 Fs 32,11 Fs + Agp 3 10,43 L 46,04 Sa 70,98 Sa + Aga 3 21,51 Sa + Agp 3 16,45 Sa + Sd 25,13 Sa + Sd + Agp 3 20,22 Sa + Sgi 23,38 Saf 104,45 SORRISO Saf + Sd 38,75 Saf + Sgi 3,89 Sd 968,42 Sd + Agp 3 32,02 Sd + Fj 65,03 Sd + Fs 36,96 Sd + Sa 47,98 Sd + Saf 18,88 Sgi 19,68 Spf 73,84 Spf + Sa 30,72 U 9,22 Aga 3 353,23 Aga 3 + Fj 185,53 TAPURAH Aga 3 + Fs 33,49 Aga 3 + Sa 114,91 Agp 3 486,42 Agp 3 + Fj 124,96 Agp 3 + Fr 28,32 Agp 3 + Fs 24,48 Agp 3 + Sa 31,28 Ap 3 79,45 Ap 3 + Fr 20,90 TAPURAH Fa 83,83 FeS + Agp 3 774,76 Fj 12,77 Fp 2.571,29 FpS 203,24 FpS + Ap 3 + Fr 739,78 FpS* 54,47 Fr 84,20 Fr + Agp 3 2,76 Fr + Fs + Agp 3 16,90 Fr + Sd 47,88 Fs 38,70 Fs + Aga 3 37,39 Fs + Agp 3 29,22 Fs + Fr 7,17 L 19,57 Sa 51,21 Sa + Aga 3 20,20 TAPURAH Sa + Agp 3 91,37 Sa + Sd 73,10 Saf 56,22 Saf + Sd 45,01 Saf + Sgi 34,38 Sd 1.617,33 Sd + Agp 3 21,86 Sd + Ap 3 5,13 Sd + Sa 358,22 Sd + Sa + Agp 3 33,08 Sd+ Sa 83,82 U 6,00 Aga 2 2,21 Aga 2 + Agp 2 66,30 Aga 2 + Fj 10,75 Agp 2 6,44 Agp 2 + Fj 9,30 VERA FpS 34,59 FpS* 220,72 Fs 9,88 L 1,65 Sd 10,90 Sgi 8,33 FONTE: CNEC, 2001

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RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DE VEGETAÇÃO

VEGETAÇÃO Campanha de Vegetação – Expedição Tapurah, realizada no período de 06 a 16/06/97. Coleta de material botânico nas localidades: V.01 - Coordenadas UTM 530.801, 8632.879. V.02 - Coordenadas UTM 603.331, 8647.458. V.03 - Coordenadas UTM 603.324, 8645.615. V.04 - Coordenadas UTM 588.782, 8632.760. V.05 - Coordenadas UTM 585.142, 8627.241. V.06 - Coordenadas UTM 581.493, 8618.036. V.07 - Coordenadas UTM 561.548, 8607.026. V.08 - Coordenadas UTM 568.784, 8605.167. V.09 - Coordenadas UTM 570.595, 8605.162. V.10 - Coordenadas UTM 572.400, 8603.315. V.11 - Coordenadas UTM 576.030, 8606.991. V.12 - Coordenadas UTM 572.395, 8601.471. V.13 - Coordenadas UTM 557.916, 8601.505. V.14 - Coordenadas UTM 557.878, 8583.073. V.15 - Coordenadas UTM 561496, 8583.065. V.16 - Coordenadas UTM 556.032, 8564.645. V.17 - Coordenadas UTM 559.647, 8564.638. Campanha de Vegetação – Expedição Cláudia, realizada no período de 11 a 23/07/97. Coleta de material botânico nas localidades: V.18 – Coordenadas UTM 659.567, 8652.737. V.19 – Coordenadas UTM 661.401, 8656.415. FONTE: CNEC, 1997.

ANEXO IV- FOTOGRAFIAS

ANEXO V - FOLHA SORRISO