LIFE+ Safe Islands for Seabirds

Relatório Acção A1 - Informação Base de Biodiversidade da Ilha do Corvo e do Ilhéu de Vila Franca do Campo

LIFE07 NAT/P/000649

Corvo, Dezembro 2009

O

P r o j e c O

O projecto LIFE+ Safe Islands for Seabirds é uma parceria da SPEA com a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar (SRAM), a Câmara Municipal do Corvo e a Royal Society for Protection of Birds, contando ainda com o apoio das seguintes entidades enquanto observadoras na sua Comissão Executiva: Direcção Regional dos Recursos Florestais (DRRF) e Câmara Municipal de Vila Franca do Campo.

Trabalhar para o estudo e conservação das aves e seus habitats, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património natural para usufruto das gerações futuras.

A SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves é uma organização não governamental de ambiente que trabalha para a conservação das aves e dos seus habitats em Portugal. Como associação sem fins lucrativos, depende do apoio dos sócios e de diversas entidades para concretizar as suas acções. Faz parte de uma rede mundial de organizações de ambiente, a BirdLife International, que actua em mais de 100 países e tem como objectivo a preservação da diversidade biológica através da conservação das aves, dos seus habitats e da promoção do uso sustentável dos recursos naturais.

LIFE+ Safe Islands for Seabirds. Relatório Inicial

Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, 2009

Direcção Nacional: Ricardo Azul Tomé, Maria Ana Peixe, Pedro Guerreiro, Ana Leal Martins, João Jara, Paulo Travassos, Pedro Coelho, Miguel Capelo, Paulo Simões Coelho, Teresa Catry

Direcção Executiva: Luís Costa

Coordenação do projecto: Pedro Luís Geraldes

Equipa técnica: Ana Catarina Henriques, Carlos Silva, Joana Domingues, Nuno Oliveira, Sandra Hervías, Nuno Domingos, Susana Costa e Vanessa Oliveira.

Agradecimentos: Pedro Domingues, João Cardigos e Sandra Mealha.

Citação: SPEA 2009. LIFE+ Safe Islands for Seabirds. Relatório da Acção A1 – Informação base de biodiversidade da ilha do Corvo e do ilhéu de Vila Franca do Campo (Açores). Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Lisboa (relatório não publicado).

Projecto LIFE com o número LIFE07 NAT/P/000649

Relatório Acção A1 / Baseline Biodiversity Information – Informação base de biodiversidade da ilha do Corvo e do ilhéu de Vila Franca do Campo (Açores)

Data do Relatório 31-12-2009

PROJECTO LIFE+ “Safe Islands for Seabirds”

Dados do projecto

Localização do projecto Reserva da Biosfera Ilha do Corvo / ZPE Costa e Caldeirão / SIC proposto Costa do Corvo/ Parque Natural de Ilha do Corvo - Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies da Costa e Caldeirão do Corvo/ Parque Natural de Ilha de São Miguel - Área protegida para a gestão de habitats e espécies do ilhéu de Vila Franca do Campo (SMG06)

Data de início do projecto: 01-01-2009

Data de término do 31-12-2012 projecto:

Orçamento total € 1.057.761

Contribuição da CE: € 507.118

(%) de custos elegíveis 47,94%

Dados do beneficiário

Nome do beneficiário SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves

Contacto Dr. Luís Costa

Morada Avenida da Liberdade 105-2º Esq, 1250-140 Lisboa, Portugal

Telefone +351.213220430

Fax: +351.213220439

E-mail [email protected]

Project Website life-corvo.spea.pt

1. ÍNDICE

2. LISTA DE ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS

3. RESUMO

4. ANTECENDENTES E OBJECTIVO DO ESTUDO

5. O ILHÉU DE VILA FRANCA DO CAMPO (ILHA DE SÃO MIGUEL) 5.1. Enquadramento histórico, sócio-económico, físico e climático 5.2. Tipos e usos do solo 5.3. Descrição do Meio Terrestre 5.3.1. Flora 5.3.2. Fauna 5.4. Descrição do Meio Marinho 5.4.1. Flora 5.4.2. Fauna

6. A ILHA DO CORVO 6.1. Enquadramento histórico, sócio-económico, físico e climático 6.2. Tipos e uso do solo 6.3. Descrição do Meio Terrestre 6.3.1. Flora 6.3.2. Fauna 6.4. Descrição do Meio Marinho 6.4.1. Flora 6.4.2. Fauna

7. CONCLUSÕES

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

9. ANEXOS 9.1 Decreto Legislativo Regional da criação do Parque Natural do ilhéu de Vila Franca do Campo 9.2. Plantas da ilha do Corvo do Plano Director Municipal do Corvo 9.3. Galerias de fotos 9.4. Outros Estudos de Conservação Realizados na Macaronésia

2. LISTA DE ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS

EEI – Espécies Exóticas Invasoras

IVFC – Ilhéu de Vila Franca do Campo

SMG06 - Parque Natural de Ilha de São Miguel - Área protegida para a gestão de habitats e espécies do ilhéu de Vila Franca do Campo

ZPE – Zona de Protecção Especial

IBA - Área Importante para as Aves

SIC - Sítio de Importância Comunitária

DPH - Domínio Público Hídrico

DRA - Direcção Regional do Ambiente

DRP – Direcção Regional das Pescas

RNIVFC – Reserva Natural do Ilhéu de Vila Franca do Campo

UAc – Universidade dos Açores

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3. RESUMO

Entre Julho e Dezembro de 2009 foi feita uma revisão bibliográfica exaustiva dos estudos realizados ao nível da fauna e flora da ilha do Corvo e ilhéu de Vila Franca do Campo. Este acção do projecto LIFE “Ilhas Santuário para as Aves Marinhas” tem como objectivo rever e compilar toda a informação existente acerca da biodiversidade do Corvo. A grande maioria das fontes de informação encontrada tem origem em estudos desenvolvidos pela Universidade dos Açores (UAc). No entanto, muitos deles foram elaborados a partir de expedições realizadas às ilhas das Flores e do Corvo, dedicando a esta última apenas um ou dois dias de amostragem. Neste sentido entre os diferentes autores existem algumas controvérsias, ora na presença ou ausência de algumas espécies ou na sua nomenclatura ao nível da subespécie. Em relação ao ilhéu de Vila Franca do Campo foram encontrados apenas 5 trabalhos publicados. O grupo que tem sido menos estudado são os invertebrados. Alguns autores afirmam que um esforço no estudo destas espécies, sobretudo a nível entomológico, daria como resultado a reclassificação de novas espécies ao estatuto de endemismo.

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4. ANTECENDENTES E OBJECTIVOS DE ESTUDO

Os Açores localizam-se a 1500 km da Europa continental, a 1450 km de África e a 3900 km da América do Norte. A sua temperatura média anual ao nível do mar é de 17°C, diminuindo cerca de 0,6°C por cada cem metros de altitude, enquanto que a precipitação aumenta em altitude e de leste para oeste, podendo atingir 3000 mm por ano. De um extremo ao outro do arquipélago verifica-se uma variação das condições climáticas e observa-se uma variação espacial significativa dentro de cada ilha. O clima açoriano pode ser classificado como “mesotérmico húmido com características oceânicas” (Azevedo, 2001). A altitude máxima, 2351 m, encontra-se na ilha do Pico, e existem várias ilhas com altitudes máximas ligeiramente acima ou abaixo dos 1000 m.

O Arquipélago dos Açores, constituindo um conjunto de ilhas especialmente isolado, jovem e alvo de devastadores acontecimentos pré-históricos (glaciações, vulcões e sismos) possui, de facto, uma baixa diversidade biológica ao nível de determinados grupos taxonómicos. Esta baixa diversidade indicia-nos fraquezas ambientais, resultante num elevado laxismo ecológico que torna o arquipélago especialmente vulnerável à entrada de espécies alienígenas. O fenómeno das espécies invasoras, tal como é conhecido hoje em dia, iniciou-se com a movimentação de pessoas e mercadorias à escala global a partir do século XV com os descobrimentos. Em suma, trata-se de um processo natural que decorreu no passado ao longo de milhões de anos e que actualmente é reproduzido artificialmente pelo homem, com consequências negativas bem visíveis. Após a revolução industrial, e muito especialmente nas últimas décadas, este problema cresceu exponencialmente fruto da globalização dos mercados e da expansão do estilo de vida ocidental. Actualmente, as espécies invasoras representam um dos principais factores de ameaça à biodiversidade do planeta, em particular no que se refere às espécies e aos habitats insulares mais sensíveis e com menor capacidade de adaptação às mudanças verificadas. Tendo as ilhas dos Açores uma história de colonização e utilização ambiental semelhante aos restantes arquipélagos macaronésicos, possui um baixo nível de espécies endémicas ao nível da flora, sendo este o motivo porque em cada três de quatro espécies da flora não pertençam ao conjunto de organismos com distribuição natural nos Açores (Silva & Smith 2004).

Nos Açores, as plantas endémicas encontram-se a uma taxa de uma, e mais raramente duas ou três espécies por género (Borges et al., 2005a). Mais de 60% da flora vascular dos Açores foi considerada como exótica (Silva & Smith, 2004). Uma das diferença para os outros Arquipélagos da Macaronésia é que nos Açores não existem espécies nativas de anfíbios e répteis, existindo apenas duas espécies de morcegos, um dos quais endémico - Nyctalus azoreum (Silva et al., 2008). Nas florestas nativas dos Açores, a proporção de espécies exóticas pode atingir os 65% nas comunidades de artrópodes epígeos do solo, em alguns locais muito perturbados (Cardoso et al. 2007), mas por exemplo, nas copas de árvores endémicas (por exemplo, , azorica, ), domina a fauna de artrópodes nativa e endémica (Borges et al. in press). A constante expansão de algumas plantas invasoras como a conteira Hedychium gardnerianum, o incenso e o novelão ou hortênsia Hydrangea macrophylla, está a colocar em risco vários fragmentos de vegetação nativa, prevendo-se que várias comunidades de briófitos, líquenes, plantas vasculares, moluscos e artrópodes nativos e endémicos dos Açores estejam em perigo. Este fenómeno parece-nos mais sério nas ilhas de São Miguel, Santa Maria e Flores e supõe uma ameaça constante para o resto das ilhas do Arquipélago. Em Portugal, o Decreto-Lei nº 49/2005 que regula a introdução e detenção de EEI e que inclui uma lista de espécies consideradas como invasoras e

8 com um risco ecológico conhecido, está presentemente em revisão. Nos Açores, há um Plano Regional de Erradicação e Controlo de Espécies da Flora Invasora em Áreas Sensíveis (PRECEFIAS). Existe também um decreto regional que regula a introdução de espécies de animais, estando em elaboração um documento legal que irá regular a importação e a detenção de EEI no Arquipélago dos Açores.

Em termos de invertebrados marinhos a fauna submareal é diversa e abundante, no entanto, a taxonomia deste grupo é relativamente pouco conhecida. Tendo registadas mais de 1000 espécies diferentes para os Açores, os inventários realizados são incompletos e estão isolados (Cardoso et al., 2008). Existe um número elevado de endemismos para o Filo Mollusca e para a Classe Anfípodes mas para a Classe Demospongiae e Hydrozoa o número de endemismos é muito baixo (Santos et al., 1995). A razão principal deste baixo número de endemismos parece ser a falta de conhecimento ou informação reduzida da maior parte dos taxones, que não permite confirmar o seu estatuto (Lopes et al., 1993; Ávila, 2005 in Cardoso et al., 2008), uma vez que a taxonomia dos invertebrados marinhos não tem sido objeto de estudo prioritário nesta região.

O projecto LIFE “Ilhas Santuário para as Aves Marinhas” visa criar um plano de gestão que permita a recuperação e conservação das espécies e habitats existentes na Ilha do Corvo e no Ilhéu de Vila Franca do Campo, através da erradicação das espécies invasoras introduzidas. Um projecto desta natureza só tem viabilidade se no processo não forem afectadas irremediavelmente espécies endémicas ou indígenas. Sendo assim e para poder implementar este projecto será preciso ter a garantia absoluta que a sobrevivência das espécies não alvo esteja assegurada. Neste sentido é fundamental indagar sobre a biodiversidade de espécies e a sua distribuição nos diferentes habitats existentes. O objectivo principal desta revisão bibliográfica é proporcionar uma fonte de informação que sirva como conhecimento dos trabalhos que serão realizados no âmbito deste projecto. O nosso desejo será também o de abordar novos dados à informação já existente, fruto do trabalho de campo diário e incrementar as áreas de dispersão das espécies nativas, com o resultado de algumas das acções de controlo.

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5. O ILHÉU DE VILA FRANCA DO CAMPO

5.1. Enquadramento histórico, sócio-económico, físico e climático

Tendo sido descoberto em 1537, a história do ilhéu de Vila Franca do Campo (IVFC) está intimamente ligado ao povoamento da ilha de São Miguel, mais concretamente ao nascimento e desenvolvimento da Vila Franca do Campo, assim baptizada, fosse por ter emergido numa zona rasa, fosse para a diferenciar de outras “Vilas Francas” (Frutuoso, 1998).

Desde os primórdios do povoamento de toda a zona compreendida entre o ilhéu e a Vila, desempenhou um papel fundamental na protecção e atracagem de embarcações. Durante as crises sísmicas que ocorreram em 1522 e 1563, o ilhéu serviu de abrigo a navios e à população. (Frutuoso, 1998).

A 26 de Julho de 1582 esta zona foi palco de batalha decisiva entre a armada espanhola e os apoiantes de D. António, Prior do Crato. Com a derrota portuguesa iniciou-se a era do domínio Filipino, período em que, segundo reza a tradição, o canal (Boquete) que faz a ligação entre a bacia do ilhéu e o exterior teria sido cavado a picão (Martins, 2004).

As primeiras diligências para a valorização e aproveitamento do ilhéu como porto estratégico datam do reinado de D. João III. Porém, apesar dos vários estudos e projectos realizados, essa valorização e aproveitamento nunca se concretizaram (Ferreira, 1989).

Cedida a 13 de Julho de 1537 a D. João de Grâ pelo Capitão Donatário D. Manuel de Câmara, o IVFC passou por numerosos proprietários e funções diversas (Ferreira, 1989). Após a sua aquisição em 1846 por Simplício Gago da Câmara, foi convertido numa zona de cultura de vinha e no seu ponto mais alto foi construída uma vigia para apoio à caça da baleia. Em 1933, António Botelho da Câmara Melo Cabral construiu um refúgio de veraneio (Ferreira, 1989). António Manuel de Santos adquiriu o ilhéu a 30 de Abril de 1981, com o objectivo de promover o seu aproveitamento turístico. Surgindo a necessidade de salvaguardar o património natural e paisagístico do ilhéu face a um potencial uso indiscriminado, foi publicado em 1983 o Decreto Regulamentar Regional n.º 3/83/A de 3 de Março, que o classificou como Reserva Natural Regional (Ferreira, 1989). Posteriormente, a 3 de Julho de 1989, o ilhéu foi adquirido pelo Governo Regional dos Açores.

Hoje em dia o IVFC é utilizado como zona balnear sendo a ligação por barco garantida entre 1 de Junho e a Festa da Senhora de Graça (no terceiro Domingo de Setembro), sempre que as condições de navegabilidade o permitam.

O reconhecimento do valor intrínseco e dos problemas que decorreram da sua utilização pelo público, resultou na classificação do ilhéu como Reserva Natural em 1983. A Reserva Natural do Ilhéu de Vila Franca do Campo (RNIVFC) situa-se na Costa Sul da ilha de São Miguel, cerca de meio quilómetro da Ponta de São Pedro ou, mais exactamente, a 37º42’10’’ de longitude Oeste (Bulcao et al., 2002a; DRA, 2005).

Com uma área aproximada de 87 ha, a RNIVFC é constituída por uma zona terrestre com uma superfície de 6,2 ha (Martins, 2004) – o ilhéu propriamente dito – e por uma zona marítima anexa, traduzindo o reconhecimento da existência de valores naturais e

10 paisagísticos de incontestável valor para a conservação da natureza (Decreto Legislativo Regional nº 22/2004/A, de 3 de Julho).

Os limites marítimos da Reserva Natural Regional são uma linha imaginária a distância constante de 350 m ou 0.19 milhas naúticas da linha de costa do IVFC.

A 8 de Julho, foi aprovado o Parque Natural de Ilha de São Miguel pelo Decreto Legislativo Regional n.º 18/2008/A estando incluído a RNIVFC como área protegida para a gestão de Habitats e espécies (SMG06).

O acesso ao IVFC é efectuado exclusivamente por mar. Possui uma área aproximada de 6,2 hectares e é resultado de um pequeno vulcão que surgiu no mar e cuja cratera se encontra inundada por comunicação com o exterior.

Desde o ponto de vista do relevo, o ilhéu visto da Ponta de S. Pedro em Vila Franca do Campo, parece dividido em dois: o Ilhéu Grande e o Ilhéu Pequenino com 62,43 m e 33,90 m de altura respectivamente.

Contudo, forma uma baía quase perfeita com cerca de 150 m de diâmetro, que abriga uma lagoa natural de água salgada não diluída. Esta lagoa comunica com o mar através do “Boquete”, um estreito canal com cerca de 11 m de largura e 0,60 m de profundidade na baixa mar, provavelmente aprofundado durante o domínio Filipino. Adicionalmente, existem também sete fendas ou “golas” dispostas radialmente e que permitem, na sua maioria, a livre circulação de água salgada na bacia (Morton et al., 1998; Martins, 2004).

No interior do ilhéu, podem ainda ser observadas quatro formações que, por ordem crescente de altura, são conhecidas como a Baixa das Cracas, quase sempre coberta pelas ondas; Baixa Solta (1 m); Baixa da Cozinha (19,40 m) e o imponente Farilhão (32,50 m) (Martins, 2004).

O IVFC posiciona-se na direcção da falha activa que percorre a ilha de São Miguel no sentido NO-SE, encontrando-se sujeito a uma elevada actividade sísmica (Cabral, 1987).

Na ilha de São Miguel podem ainda ser individualizadas seis unidades vulcanoestratigráficas que, por ordem cronológica decrescente, são designadas por: Complexo Vulcânico do Nordeste, Complexo Vulcânico da Povoação, Complexo Vulcânico das Furnas, Complexo Vulcânico das Sete Cidades, Complexo Vulcânico do Fogo e Complexo Vulcânico dos Picos (França et al., 2003). O IVFC pertence ao Complexo Vulcânico do Fogo, provavelmente formado na sequência de uma erupção submarina no início da era quaternária (Holocénico).

O seu substrato rochoso é constituído maioritariamente por tufos palagoníticos estratificados e muito coesos, resultando das acumulações sucessivas, e em grande número, dos produtos expelidos durante a erupção (Ribeiro et al., 2003). Apresenta ainda zonas com solos de características ândicas, o que favorece o aparecimento da vegetação (Bulcão et al., 2003). O seu fundo é rochoso, com acumulações de areia em algumas zonas, sendo mais visível a que forma um crescente em frente da Gola do Inglês (Morton et al., 1998).

Enquanto o exterior do ilhéu está fortemente sujeito à acção erosiva do mar e do vento, em especial nas vertentes NO e O, o interior apresenta uma grande variação nas dinâmicas erosivas actuantes. Ribeiro et al., (2003) identificaram no interior do

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Ilhéu 16 zonas homogéneas relativamente às características geolitológicas e grau de estabilidade, agrupando as mesmas em três grupos: substrato litológico sem solo, solos incipientes e solos desenvolvidos. As zonas com declive mais acentuado e sem solo sofrem um desgaste maior, sendo mais instáveis. Nas zonas com menor declive e com solos desenvolvidos, a erosão é menor, apresentando uma maior estabilidade devido à vegetação que ai se conseguiu instalar (Almeida, 2007).

Em relação à climatologia, na orla costeira de Vila Franca do Campo a temperatura média anual (1961-90) é de 17ºC. A média máxima de temperatura do ar no Verão é de 22º C e a média mínima da temperatura do ar no Inverno é de 9º C. São raros os longos períodos de sol e, mesmo no Verão, são poucos os dias de céu completamente limpo. A precipitação ocorre durante todo o ano, embora com muito menor expressão na época estival. A precipitação anual acumulada na costa sul situa-se abaixo dos 1000 mm, variando entre 400 mm no Inverno e 100 mm no Verão (Instituto de Meteorologia, 2005).

Segundo a classificação de Köpen, o clima do IVFC é do Tipo Clima chuvoso (Csb) temperado com Verão seco, uma vez que a temperatura média do mês mais frio é inferior a 18º C, mas superior a -3º C; o rácio entre o mês mais frio e o mês mais seco é de aproximadamente 3 e a média do mês mais quente não ultrapassa em média os 22º C.

5.2. Tipos e usos do solo

O fundo da baía interior do ilhéu é composto por rocha nua parcialmente coberta de areia, sendo as zonas sul e sudeste as mais profundas. Para além da comunicação que a baía estabelece com o mar através do canal estreito acima referido, as golas são importantes para a comunidade da baía, na medida em que providenciam trocas adicionais de água e areia entre a baía e o mar aberto. A configuração do banco de areia em forma de crescente, sofre certamente influência de factores sazonais, mas parece resultar da força relativa da água que atravessa as fissuras e da direcção predominante dos ventos. Em relação às diferentes tipologias e usos do solo, o plano de ordenamento do IVFC ainda não está definido. Actualmente, encontra-se em vigor o Decreto Legislativo Regional n.º 22/2004/A para a criação do Parque Natural do Ilhéu de Vila Franca do Campo. O decreto referido e o antigo plano de gestão do ilhéu podem ser consultados no anexo 9.1. deste documento.

5.3. Descrição do Meio Terrestre

O IVFC, apesar dos seus reduzidos 6,2 ha, é caracterizado por uma grande diversidade de habitats. Devido à sua pequena dimensão, é necessário ter sempre em conta a forte influência que o meio costeiro e marinho exercem sobre estes habitats. Ao nível do macro-habitat, o meio terrestre do ilhéu é, basicamente, composto por: falésias sem vegetação, praias de areia, falésias com comunidades macaronésicas e charnecas de baixa altitude (Machado, 2007).

Não existem aquíferos nem águas superficiais internas no ilhéu. Actualmente, mesmo a cisterna que foi construída no século passado para recolha de água pluviais, para uso na agricultura, está desactivada (Martins, 2004).

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5.3.1. Flora

A flora do IVFC, apesar de fortemente marcada pela presença humana, mantem parte da sua vegetação nativa (Machado, 2007). É de salientar as espécies próprias dos matos arborescentes macaronésicos como sejam a Faia-da-terra , o Bracel Festuca petreae, o Junco agudo Juncus acutus e a Urze . Refira- se ainda que esta última, a Urze, e a Pericallis malviflolia são espécies protegidas pela Convenção de Berna e/ou pela Directiva Habitats da União Europeia.

Na tabela abaixo apresenta-se a listagem das espécies identificadas no IVFC por diversos autores, assinalando-se as plantas endémicas e as com evidente carácter infestante.

Tabela 1 – listagem de espécies vegetais identificadas no IVFC Categorias do estatuto: E – Endémico I – Insfestante N – Nativa

Espécie Nome comum (Açores) Estatuto Fonte

Agave americana L. Piteira I Martins, 1976

Agrostis alba L. (= A. - I Drouet, 1865 stolonifera L.)

Aloe arborescens Mill - - Cabral, 1987

Aptenia cordifolia L. f. Apténia I Cabral, 1987 Schwant.

Arenaria marina Roth - N Drouet, 1865

Arundo donax L. Cana I Martins, 1976

Azorina vidalii Vidália E Rodrigues, 2009

Briza minor L. - - Drouet, 1865

Centaurium scilloides - N Sjögren, 1973 massonii (Sw.) Palhinha

Crithmum maritimum L. Perrexil-do-mar - Rodrigues, 2009

Cyperus rotundus L. Junça-brava I Martins, 1976

Cyrtomium falcatum (L. F.) Feto I Martins, 1976 C. Presl

Daucus carota azoricus Salsa-burra E Martins, 1976 Franco

Digitaria sanguinalis (L.) Pé-de-galinha I Martins, 1976 Scop.

Dracaena draco L. Dragoeiro I Cabral, 1987

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Espécie Nome comum (Açores) Estatuto Fonte

Erica azorica Hochst. Urze E Drouet, 1865; Sjögren, 1973; Martins, 1976

Erigeron Karvinskianus - I Cabral, 1987 Dc.

Erythraea maritima L. (= - N Drouet, 1865 Centaurium maritimum (L.) Fritsch)

Euphorbia azorica Seub. - E Sjögren, 1973

Festuca petraea Guthn. Bracel E Drouet, 1865; Martins, Ex Seub. 1976

Ficus carica L. Figueira I Martins, 1976

Foeniculum vulgare Mill. Funcho I Martins, 1976

Fumaria muralis Sonder Erva moleirinha I Martins, 1976 ex Koch

Gaudinia fragiles (L.) P. - I DRA, 2005 Beaux

Hypericum humifusum L. - N Cabral, 1987

Holcus rigidus Hochst Caniço E Sjögren, 1973

Juncus acutus L. - N Cabral, 1987

Juncus effusus L. Junco N Martins, 1976

Lampranthus glaucus (L.) - - Martins, 1976 N. E. Br.

Lantana camara L. Lantana / Cambará I Cabral, 1987

Laurus azorica (Seub.) Loureiro I Martins, 1976 Franco

Lolium sp. - - Cabral, 1987

Lotus sp. - - Cabral, 1987

Mercurialis annua L. - I Cabral, 1987

Metrosideros tomentosa Metrosídero I Martins, 1976 A. Cunn

Myosotis maritima Hochst. Não-me-esqueças E Rodrigues, 2009 Ex Seub.

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Espécie Nome comum (Açores) Estatuto Fonte

Myrica faya Aiton Faia N Martins, 1976

Opuntia tuna L. Mill Babosa - Cabral, 1987

Pericallis malviflora (L. - E Cabral, 1987 ‘Hér.) B. Nord

Phormium tenax Forst. Espadana ou tábua I Martins, 1976

Plantago coronopus L. - N Sjögren, 1973

Plantago lanceolata L. - I Cabral, 1987

Pinus pinaster Aiton Pinheiro-bravo I Martins, 1976

Pittosporum undulatum Incenso I Martins, 1976 Vent

Potentilla anglica Laich - N Cabral, 1987

Pteridium aquilinum (L.) Feto N Martins, 1976 Kuhn

Rubus ulmifolius Schott Silva I Martins, 1976

Solanum nigrum L. - - Cabral, 1987

Solidago sempervirens Cubres - Rodrigues, 2009

Sonchus asper asper (L.) - I Cabral, 1987 Hill

Spergularia azorica - E Sjögren, 1973 (Kindb.) Lebel

Tamarix africana Poir. Grossas I Martins, 1976

Tamarix gallica L. Salgueiro I Martins, 1976

Tolpis succulenta - - Rodrigues et al, 2009 (Dryand.) Lowe

Umbilicus sp - - Cabral, 1987

Urtica sp. - I Cabral, 1987

Vicia atropurpurea Desf. - I Drouet, 1865

Vitis labrusca L. Uva-de-cheiro I Cabral, 1987

Vitis vinifera L. Uva-jaquê I Martins, 1976

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5.3.2. Fauna

Pobre em mamíferos e répteis, o IVFC é uma zona importante de nidificação para espécies de aves residentes e um importante ponto de passagem para espécies de aves migratórias (Machado, 2007). Em semelhança ao que acontece em todo o arquipélago açoreano, também o ilhéu desempenha um papel muito importante no ciclo-de-vida das aves marinhas. Destacam-se o Cagarro Calonectris diomedea borealis, o Garajau Sterna hirundo e o Garajau-rosado Sterna dougallii que para além de apresentarem estatutos ameaçados de conservação (Cabral et al., 2005), estão protegidas ao abrigo da Directiva Aves da União Europeia (2009/147/CE). Sendo usadas as falésias do IVFC como local de nidificação pelas duas primeiras (Rodrigues et al., 2009). Estes factores realçam a importância que o IVFC tem para a conservação da avifauna (Rodrigues et al., 2009).

A etnofauna é, muito provavelmente, o grupo que menos se encontra estudado no IVFC. Apenas um trabalho visou o estudo deste grupo, mais especificamente sobre Lepidópteros (Viera, 1995). Esta lacuna no conhecimento deverá ser tida em conta na realização de futuros trabalhos, pois para além de contribuírem para reforçar a importância do património natural do ilhéu, são uma ferramenta imprescindível para a gestão desse património (Ribeiro et al., 2002).

Nas tabelas seguintes está sumarizada a informação relativa às espécies faunísticas já observadas no Ilhéu, com referência à respectiva fonte e assinalados os endemismos para os Açores. No caso dos Répteis e Aves, os estatutos aplicados correspondem aos estatutos de conservação definídos por Cabral et al. (2005) para o Arquipélago dos Açores.

Lepidópteros

Tabela 2 – Listagem de léptidopteros identificados no IVFC

Categorias do Estatuto: NA – Não aplicável I – Introduzida E – Endémico dos Açores

Espécie Nome comum (Açores) Estatuto Fonte

Argyresthia atlanticella Rebel Traça-da-urze E Vieira, 1995

Caloptilia aurantiaca Wollaston - - Vieira, 1995

Colias crocea Geoffroy - - Vieira, 1995

Cosmopterix parietariae Hering - - Vieira, 1995

Ctenoplusia limbirena Guenée Traça - Vieira, 1995

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Espécie Nome comum (Açores) Estatuto Fonte

Cyclophora azorensis Prout Traça E Vieira, 1995

Cynthia cardui L. - - Vieira, 1995

Hymenia recurvalis Fabricius - - Vieira, 1995

Hypena lividalis Hübner Traça - Vieira, 1995

Hypena obsitalis Hübner Traça - Vieira, 1995

Lampides boeticus L. Borboleta-azul - Vieira, 1995

Mythimna loreyi Duponchel Traça - Vieira, 1995

Mythimna unipuncta Haworth Lagarta-das-pastagens - Vieira, 1995

Nomophylla noctuella Denis & - - Vieira, Schiffermüller 1995

Peridroma saucia Hübner Traça - Vieira, 1995

Pieris brassicae azorensis Rebel Borboleta-branca, lagarta-da- E Vieira, cove 1995

Vanessa atalanta L. Borboleta-da-sorte, feiticeira - Vieira, 1995

Udea ferrugalis Hübner Traça - Vieira, 1995

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Répteis

Tabela 3 – Listagem de répteis identificados no IVFC

Categorias do Estatuto: NA – Não aplicável I – Introduzida

Espécie Nome comum (Açores) Estatuto Fonte

Lacerta (=Teira) dugesii Milne- Lagartixa NA, I Cabral, 1987 Edwards

Aves

Tabela 4 – Listagem de aves identificados no IVFC

Categorias do Tipo: I – Introduzida N – Nidificante R – Residente M – Migrador

Categorias do Estatuto: DD – Informação insuficiente EN – Em perigo LC – Pouco preocupante NA – Não Aplicável NE – Não avaliado VU – Vulnerável

Espécie Nome comu m (Açores) Tipo Estatuto Fonte

Alle alle L. Mergulhão-anão - - Cabral, 1987

Arenaria interpres L. Rola do mar - DD Cabral, 1987

Buteo buteo rotschildi Milhafre R LC Martins, 1976 Swann

Calidris alba Pallas Pilrito-sanderlingo - NE Cabral, 1987

Calidris alpina L. Pilrito-comum - NE Cabral, 1987

Caladris canutus L. Seixoeira - NE Cabral, 1987

Calonectris diomedea Cagarro M, N LC Martins, 1976 / borealis Cori Rodrigues et al., 2009

Charadrius alexandrinus Lavadeira R DD Cabral, 1987 L.

Columbia livia atlantis Pombo-da-rocha N DD Martins, 1976 Bannerman

Erithacus rubecula L. Papinho ou R LC Martins, 1976 Santatonhinho

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Espécie Nome comum (Açores) Tipo Estatuto Fonte

Fringilla coelebs moreleti Tentilhão R, N LC Martins, 1976 Pucheran

Larus cachinnans Gaivota-de-patas- R LC Martins, 1976 atlantis Dwight amarelas

Larus ridibundus L Guincho - NE Martins, 1976

Limosa laponica L. Fuselo - NE Cabral, 1987

Limosa limosa L Milherango - NE Cabral, 1987

Motacilla cinerea Alvéola-cinzenta R LC Martins, 1976 patriciae Vaurié

Numenius arquata L. Maçarico-real - NE Cabral, 1987

Numenius phaeopus L. Maçarico-galego - NE Cabral, 1987

Oceanodroma castro Angelito M VU, EN1 Harcourt

Passer domesticus L Pardal R, I NA Cabral, 1987

Puffinus assimilis Gould Frulho M VU

Regulus regulus Estrelinha - LC Martins, 1976 azoricus Seebhom

Serinus canarius Canário-da-terra R, N LC Martins, 1976 canarius L.

Sterna dougallii Montagu Garajau-rosado M VU Cabral, 1987

Sterna hirundo L. Garajau M, N VU Cabral, 1987 / Rodrigues et al., 2009

Sturnus vulgaris granti Estorninho N LC Martins, 1976 Artert

Sylvia atricapilla atlantis Touto ou Toutinegra R LC Martins, 1976 Williamson

Turdus merula azorensis Melro-negro R, N LC Martins, 1976 Artert

Existem duas populações de Oceanodroma castro que visitam o ilhéu: uma migrante invernante e uma outra migrante estival. Segundo Cabral et al. (2005) a população invernante tem estatuto de Vulnerável, enquanto a população estival tem estatuto de Em perigo (Cabral, 1987). 19

5.4. Descrição do Meio Marinho

Um dos factos mais surpreendentes da fauna e flora marinhas é o baixo número de espécies endémicas. Os endemismos que ocorrem são a nível da vegetação supra- litoral marinha.

5.4.1. Flora

A composição e distribuição das comunidades litorais evidenciam diferenças que resultam da localização (mais ou menos exposta) e o tipo de substrato (sedimentar ou rochoso), traduzindo-se numa das grandes riquezas desta área protegida.

A nível submarino, as golas encontram-se entre os habitats mais típicos desta área protegida e de maior interesse, sobretudo pela fauna ciáfila que abrigam. Nos Açores, as paredes destes corredores são normalmente recobertas por organismos como esponjas, briozários encrostrantes, madreporários (como por exemplo, Caryophillia smithii) e minúsculos hidrários.

Sobre o quadrante noroeste da baía desenvolve-se um interessantíssimo povoamento formado por algas calcárias de crescimento livre chamada Phymatolithon sp. Maerl. Crescendo a partir dos núcleos centrais, estas algas vão desenvolvendo prolongamentos em várias direcções. À medida que as suas dimensões vão aumentando, as ondas passam a movimentar e a rolar as algas mais frequentemente, levando a um arredondamento do contorno exterior formado pelos vários prolongamentos. No auge do seu desenvolvimento, estes nódulos adquirem uma forma esférica e atingem o tamanho de bolas de golfe. O ilhéu de IVFC é o único local dos Açores onde se registou a ocorrência deste tipo de povoamento.

Outras algas que podem também ser encontradas são:

Tabela 5 - Listagem de algas identificadas no IVFC

Espécie Nome comum (Açores) Fonte

Fucus spiralis Fava-do-mar Santos et al., 1995

Carollina officinalis Alga vermelha de fonte Santos et al., 1995; Frade et al., calcária 2004

Dictyota adnata Faeófita Frade et al., 2004

Asparagopsis Rodófitas Frade et al., 2004 taxiformis

Bryopsis sp. Clorófitas Frade et al., 2004

Cladophora sp. Frade et al., 2004

Codium elisabethae Frade et al., 2004

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Colpomenia sp. Faeófita Frade et al., 2004

Dictyota dichotoma Frade et al., 2004

Halopteris filicina Frade et al., 2004

Padina pavonica Frade et al., 2004

Mesophyllum Rodófita Frade et al., 2004 lichenoides

5.4.2. Fauna

Entre os inverterbrados que caracterizam a zona intertidal encontramos:

Tabela 6 – Listagem de invertebrados identificados no IVFC

Espécie Nome comum (Açores) Fonte

Ligia italica Pequeno crustáceo Santos et al., 1995 isópode

Melarhaphe neritoides Gastrópode Santos et al., 1995

Patella candei Lapa mansa Santos et al., 1995

Paracentrotus lividus Ouriço Santos et al., 1995

Centrostephanus Ouriço Santos et al., 1995 longispinus

Sphaerechinus granularis Ouriço Frade et al., 2004

Ophidiaster ophidianus Estrela-do-mar Santos et al., 1995; Frade et al., 2004

Hermodice carunculata Poliqueta Frade et al., 2004

Polycirrus sp Frade et al., 2004

Sabella spalanzanii Frade et al., 2004

Calcinus tubularis Decápode Frade et al., 2004

Cystodites dellechiajei Ascídea Frade et al., 2004

Salientam-se os trabalhos de Morton & Britton (1995) sobre as comunidades bênticas ao largo do ilhéu e os de Martins et al (2009) que constituem uma exaustiva lista ilustrada de 232 espécies de moluscos que ocorrem na área sub-litoral da zona de Vila Franca do Campo. 21

Os crustáceos que são frequentemente encontrados sobre o fundo e irregularidades do substrato são:

Espécie Nome comum (Açores) Fonte

Dardanus Callidus Caranguejo ermita Santos et al., 1995

Scyllarides Latus Cavaco Santos et al., 1995

Plesionika Narval Pequeno camarão de tons Santos et al., 1995 avermelhados

Tabela 7 – Listagem de crustáceos identificados no IVFC

No que diz respeito ao grupo dos peixes, apesar de não se apresentarem endemismos restritos aos Açores, cerca de 15% das espécies de peixe costeiros são endémicas da Macaronésia. Em relação a este grupo encontramos:

Tabela 8 – Listagem de peixes identificados no IVFC

Espécie Nome comu m Biotopo Fonte (Açores)

Conger conger Congro Santos et al., 1995

Phycis phycis Abrótea Santos et al., 1995; Frade et al., 2004

Apogon Imberbis Folião Santos et al., 1995

Abudefduf luridus Castanheta-azul Leito rochoso Frade et al., 2004

Centrolabrus caeruleus Bodião-verde Leito rochoso Frade et al., 2004

Chromis limbata Castanheta-castanha Leito rochoso Frade et al., 2004

Coris julis Peixe-rei Leito rochoso Santos et al., 1995

Diplodus sargus Sargo Leito rochoso Frade et al., 2004

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Espécie Nome comu m Biotopo Fonte (Açores)

Labrus bergylta Bodião-vermelho Leito rochoso Frade et al., 2004

Ophioblennius atlanticus Rói-anzóis Leito rochoso Frade et al., atlanticus 2004

Sarpa salpa Salema Leito rochoso Frade et al., 2004

Serranus atricauda Garoupa Leito rochoso Frade et al., 2004

Scorpaena maderensis Rascasso Leito rochoso Frade et al., 2004

Sparissoma cretense Veja Leito rochoso Frade et al., 2004

Thalassoma pavo Rainha Leito rochoso Frade et al., 2004

Sphoeroides marmoratus Sopapo Leito rochoso Frade et al., 2004

Trypterygion delaisi delaisi Caboz-de-três-dorsais Leito rochoso Frade et al., 2004

Muraena Moreia-preta Fendas Frade et al., 2004 augusti

Boops boops Boga Coluna de água Frade et al., 2004

Balistes carolinensis Peixe-porco Coluna de água Frade et al., 2004

Sarpa salp Salema Coluna de água Frade et al., 2004

Sphyraena viridensis Bicuda Coluna de água Frade et al., 2004

Mullus surmuletus Salmonete Fundo Frade et al., sedimentar 2004

Bothus poda Solha Frade et al., 2004

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Na tabela 9 apresentam-se as espécies de peixes ocorrentes no ilhéu de Vila Franca do Campo e que estão incluídas no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.

Tabela 9 – Listagem de peixes identificados no IVFC

Categorias do Estatuto: V – Vulnerável K –Insuficientemente conhecido CT– Comercialmente ameaçado

Espécie Nome comu m Estatuto Fonte (Açores)

Coryphoblennius galerita Caboz-de-crista K Frade et al., 2004

Diplecogaster bimaculata Peixe-ventosa-dos- K Frade et al., pectoralis ouriços 2004

Epinephelus marginatus Mero V Frade et al., 2004

Gaidropsarus guttatus Viúva I Frade et al., 2004

Gobius paganellus Bochecha K Frade et al., 2004

Lipophrys trigloides Caboz K Frade et al., 2004

Mycteroperca fusca Badejo I Frade et al., 2004

Mullus surmuletus Salmonete K Frade et al., 2004

Pagellus bogaraveo Carapau quando CT Frade et al., juvenil 2004

Pagrus pagrus Pargo CT Frade et al., 2004

Parablennius incognitus Caboz-das-cracas K Frade et al., 2004

Parablennius ruber Caboz-lusitano K Frade et al., 2004

Phycis phycis Abrótea CT Frade et al., 2004

Por último, a Lapa-brava Patella aspera e a Craca Megabalanus azoricus são espécies regionais propostas para o Anexo V da Convenção OSPAR (Oslo - Paris) (Decreto n.º 59/97 de 31 Outubro).

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6. A ILHA DO CORVO

6.1. Enquadramento histórico, socio económico físico e climático

As duas ilhas compreendidas pelo Grupo Ocidental foram as últimas a ser descobertas. Flores e Corvo foram avistadas por volta do ano de 1452 por Diogo de Teive e seu filho João de Teive.

No entanto, embora não tenha sido arqueologicamente comprovado, o cronista Damião de Góis (1502-1574) refere uma estátua equestre em pedra, representando uma figura humana a cavalo, com um braço apontando para Oeste, alegadamente descoberta na ilha do Corvo, aquando do reconhecimento da ilha no século XV.

"...uma estátua de pedra posta sobre uma laje, que era um homem em cima de um cavalo em osso, e o homem vestido de uma capa de bedém, sem barrete, com uma mão na crina do cavalo, e o braço direito estendido, e os dedos da mão encolhidos, salvo o dedo segundo, a que os latinos chamam índex, com que apontava contra o poente.

Esta imagem, que toda saía maciça da mesma laje, mandou el-rei D. Manuel tirar pelo natural, por um seu criado debuxador, que se chamava Duarte D'Armas; e depois que viu o debuxo, mandou um homem engenhoso, natural da cidade do Porto, que andara muito em França e Itália, que fosse a esta ilha para, com aparelhos que levou, tirar aquela antigualha; o qual quando dela tornou, disse a el-rei que a achara desfeita de uma tormenta, que fizera o inverno passado. Mas a verdade foi que a quebraram por mau azo; e trouxeram pedaços dela, a saber: a cabeça do homem e o braço direito com a mão, e uma perna, e a cabeça do cavalo, e uma mão que estava dobrada, e levantada, e um pedaço de uma perna; o que tudo esteve na guarda-roupa de el-rei alguns dias, mas o que depois se fez destas coisas, ou onde puseram, eu não o pude saber." (Crónica do Príncipe D. João, Cap. IX, 1567).

"...soube dos moradores que na rocha, abaixo donde estivera a estátua, estavam entalhadas na mesma pedra da rocha umas letras; e por o lugar ser perigoso para se poder ir onde o letreiro está, fez abaixar alguns homens por cordas bem atadas, os quais imprimiram as letras, que ainda a antiguidade de todo não tinha cegas, em cera que para isso levaram; contudo as que trouxeram impressas na cera eram já mui gastas, e quase sem forma, assim que por serem tais, ou porventura por na companhia não haver pessoa que tivesse conhecimento mais que de letras latinas, e este imperfeito, nem um dos que ali se achavam presentes soube dar razão, nem do que as letras diziam, nem ainda puderam conhecer que letras fossem." (Damião de Góis (1502-1574).

Como mostram os documentos históricos, os biótopos dominantes na ilha do Corvo, ao tempo da sua colonização, correspondiam, essencialmente a matos e florestas (PDM, 1991b). No entanto, o povoamento da ilha tem assim, como primeiro impacto, a destruição do coberto arborescente e a introdução de animais, provavelmente em pastoreio semi-selvagem.

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A exploração das madeiras disponíveis na ilha tem várias vertentes (Medeiros, 1987):

1. A necessária abertura de campo para o desenvolvimento de culturas, que permite, numa primeira fase, a sobrevivência da população e, numa segunda fase, como se compreende da análise histórica dominante até muito recentemente, a produção de cereais para pagamento do dízimo. A exploração dos campos atingiu muitas vezes as capacidades máximas de produção da ilha. A necessidade dos seus habitantes pela procura de junça revela como o cultivo de trigo não chegava para pagar a pensão, o dízimo e ainda ficar com sementes, e isto cerca de dois séculos volvidos à ocupação desta ilha. Entende-se pois, que os melhores terrenos da ilha, a que corresponderiam os melhores arvoredos, se tornaram campos de cultivo rapidamente com a consequente extinção dos seus biótopos originais;

2. Não é pois de estranhar a exportação de madeira de talhadia de espécies nobres, pertencentes à flora natural dos Açores, durante esses dois primeiros séculos de colonização. Encontrando-se associadas às melhores terras e sendo estas exíguas, os indivíduos de bom porte esgotaram-se rapidamente, (ex.: pau-branco e teixo). Por ser capaz de se desenvolver a maiores altitudes, a madeira de cedro do mato foi explorável até mais recentemente;

3. A desflorestação associada às necessidades de lenha. Se as duas condições anteriores afectaram principalmente as terras baixas, esta estende o seu efeito às terras mais altas. Não é, no entanto, a lenha o único combustível. Associado como está o nome da ilha à densidade de aves existente inicialmente, os povoadores desde cedo aproveitaram esse recurso ornitológico como fonte de óleos utilizados também na iluminação. No entanto, e por razões óbvias, apenas na doméstica;

4. Finalmente o pastoreio, presente mesmo antes da ocupação definitiva do homem, constituiu a certidão de óbito das manchas de floresta natural da ilha. Dominado até muito recentemente, por ovinos e caprinos, estes atingiram aqui as maiores densidades do arquipélago por área. Os dados disponíveis mostram que, por volta de 1871, seriam de 1250 e, em 1934 registaram-se 3447 ovinos. Enquanto os ovinos se centravam nas terras superiores (baldio), os caprinos eram empurrados para as zonas mais inóspitas do baldio e das arribas. Este grupo de animais tem particular relevo, porque podendo penetrar na floresta ou mato mais denso e na arriba mais escarpada, utilizava para alimentação não só herbáceas mas também plântulas das espécies arbóreas. Extintos os indivíduos adultos, por abate, e impossibilitados de rejuvenescer pelo pastoreio dos ovinos e caprinos, o coberto florestal da ilha extinguiu-se quase na sua totalidade.

Como se percebe, a alteração da paisagem corvina e a extinção dos seus biótopos originiais ter-se-á dado muito cedo na colonização da ilha o que explica a pouca preocupação na manutenção das condições de equilíbrio entre o homem e a terra e a sua exploração até às últimas consequências. A alteração destas circunstâncias terá tido o seu início em 1832, a que Medeiros (1987), no seu estudo desta ilha lhe chamou “Revolução de 1832”. Na sua opinião a ilha do Corvo foi a terra portuguesa que mais benefícios colheu com a queda do ancien régime. Por esta altura estaria já estruturada uma cobertura de solo muito semelhante àquela do principio dos anos 90, já que a evolução futura, embora trazendo alterações significativas, sociais e agrárias, pouco veio favorecer as condições ecológicas da ilha. O aumento progressivo do gado bovino e das actividades pecuárias aproveitando, em grande parte, as terras abertas 26 pelo pastoreio dos ovinos, apenas veio acelerar a degradação das condições ecológicas, em particular a média e grande altitude. Na verdade, e relativamente à área de baldio, a parte mais importante das que nunca foram executadas do “Plano de Aproveitamento do Baldio”, tem a ver com o plano de florestação e reequilíbrio ecológico. Assim, e em grande parte por razões históricas, o Corvo tornou-se a ilha onde os recursos naturais foram mais intensamente explorados, para além das suas próprias capacidades de resiliência e de homeostasia dos seus biótopos, levando à sua quase total aniquilação, e onde os problemas de monocultura da pastagem se fazem sentir com maior gravidade. No entanto, assume-se que o ponto de ruptura ainda não foi atingido e, em alguns aspectos, o restabelecimento do equílibrio ecológico e a recuperação sustentável de algum do património natural da ilha parece ainda possível. Mas deverá ter-se em conta que se está a iniciar a segunda “revolução agrária” nesta ilha, o que poderá trazer graves consequências nas condições ecológicas, fazendo ultrapassar a linha de ruptura.

Na actualidade, de acordo com o padrão geral de emprego, cada trabalhador tem vários empregos. A maioria da população trabalha na agro-pecuária, usando pequenos lotes de terreno para criar gado (bovino e suíno) e cultivar produtos hortícolas para consumo pessoal. Parte da população está empregada nos Serviços Públicos e no pequeno comércio. Na ilha existem cerca de 3 pescadores a tempo inteiro e 3 a tempo parcial. Encontram-se também na ilha um grupo de trabalhadores semi-permanentes de construção civil e um grupo de 15 professores permanentes e temporários. O desemprego na ilha não é considerado uma questão para a população activa mais velha, mas poderá constituir um problema para as gerações mais jovens. A escola da ilha assegura o ensino público até ao final da escolaridade básica (9º ano). Os estudantes que pretendam prosseguir os estudos são forçados a deslocarem-se para outras ilhas ou para Portugal continental. Este sistema leva a que apenas uma fracção relativamente reduzida de jovens adultos permaneça na ilha. A falta de emprego especializado dificulta o regresso da população local que obtem formação superior. A demografia da ilha do Corvo, durante os últimos 60 anos, verificou uma diminuição no número de habitantes em resultado da emigração de cerca de 300 habitantes. Estima- se que a sua população actual contêm cerca de 425 habitantes (Meirinho et. al. 2004)

A ilha com 17,1km2, situada entre 39º49’ e pouco mais de 39º43’ N de latitude e entre cerca de 31º5’ e 31º8’ O de longitude, é a mais pequena, a mais jovem e a menos povoada do Arquipélago dos Açores. Além disto, é a única que possui apenas um povoado e um porto de desembarque de mercadorias. (Medeiros, 1987). A distância à ilha mais próxima, a ilha das Flores, é de aproximadamente 18 km.

Caracteriza-se por ser muito alta e ventosa. Na verdade, para uma área de 17km2, a sua altitude de 718m constitui um valor considerável, e só o seu perfil particular de elevadas arribas periféricas, lhe permite ter uma superfície útil aceitável. Mantém a forma de um único cone vulcânico em cujo cimo abateu uma caldeira, que recebeu o nome de Caldeirão. No Corvo, a lagoa do Caldeirão ocupa uma Caldeira de subsidência (Porteiro, 2000). Após a constituição do cone principal, de extensão maior que a área actual do Corvo, começou a ser esculpida pela abrasão marinha. Foi-se formando uma cercadura grandiosa de arribas, excepto a Sul onde se constituiu uma pequena plataforma, fazendo com que toda a ilha esteja cinturada por arribas imponentes, muito mais altas e vigorosas a oeste e norte (700m), donde sopram os ventos principais que activam assim a erosão do mar, do que a leste (150-200m). Uma vez que a abrasão progrediu mais acentuadamente dos lados daqueles dois quadrantes, a caldeira encontra-se hoje bem repuxada para eles e não no centro da ilha. Ao abatimento da caldeira seguiram-se no seu interior, novas fases eruptivas, representadas por cones secundários. Derrames lávicos que cobriram as arribas do sul da ilha geraram, para além delas, uma plataforma onde parece haver um depósito 27 tirreniano (PDM,1991b).

O principal reservatório de água superficial da ilha é constituído pelas lagoas situadas dentro do Caldeirão, à altitude de cerca de 410 m, que devem sustentar através de infiltrações algumas nascentes situadas a um nível inferior na periferia do vulcão. Várias ribeiras de regime torrencial, nas vertentes exteriores do vulcão, produzem caudais diversos, mas em geral pouco importantes (Meirinho et al., 2004).

Quanto aos materiais, o cone principal é um vulcão basáltico. Nos cortes que as arribas proporcionam evidenciam-se, além de mantos lávicos, piroclastos de diferentes dimensões. No conjunto estes materiais não são muito resistentes, o que facultou a progressão da erosão marinha a ponto de destruir o flanco ocidental.

O clima é predominantemente temperado marítimo com Verões amenos (temperatura máxima 23 ºC) e elevada precipitação que no Corvo atinge valores médios anuais de 1201 mm) (PRA, 2001), que resultam numa vegetação terrestre abundante. O vento, o elemento climático-ecológico aqui dominante, constitui o factor limitante em todas as comunidades da ilha e é, em boa parte, responsável pelo actual relevo. A coincidência da sua altitude máxima com a sua localização – é a ilha mais a Norte dos Açores – torna-a sujeita aos alísios e aos ventos do Norte. Durante o Inverno, ventos muito fortes (acima de 55km/h) são frequentes, atingindo facilmente os 100km/h (PDM, 1991b).

6.2 Tipos e usos do solo

A estrutura geomorfológica da ilha define as unidades principais na estruturação bio- ecológica (Medeiros, 1987):

a) Plataforma S: baixa altitude, baixo declive e separada da restante ilha por uma arriba fóssil. Se por um lado escapa aos rigores de altitude e aos ventos de Norte, não escapa aos ventos de Oeste, Sudoeste e Sudeste. Como consequência directa, as chuvas salgadas associam-se ao efeito eólico criando condições de xero-alomorfismo. Estas são acentuadas pela parcial separação desta plataforma da restante ilha, pelo que os recursos hídricos que lá chegam são naturalmente escassos. Assim se compreende que uma zona com 1055 mm/ano de precipitação acumulada e sem aparente défice hídrico no solo, apresente povoamentos espontâneos com elevada tendência xero-halomórfica.

b) Arribas: elemento paisagístico dominante. O seu conhecimento é deficiente e a sua distribuição é contínua em toda a ilha mas assimétrica, variando entre 250 a 700m de altitude. Este biótopo merece especial atenção, para além de nele se encontrar o maior conjunto do património natural da ilha, a acção contínua da erosão coloca-o como o elemento mais sensível pelo que é necessário uma constante monitorização.

c) Encostas: basicamente constituídas pelas encostas do cone central da ilha onde se instalam três cones secundários. A altitude média varia entre os 250 e 500m e tem uma exposição a Sul e Este.

d) Caldeirão: inclui a grande caldeira e as suas margens exteriores acima dos 500m, encontrando-se sujeito a condições climatéricas, muito agrestes. Geomorfologicamente distinguem-se as vertentes (externas e internas) da base da

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caldeira consideradas como duas sub-unidades distintas. Nas vertentes exteriores são factores determinantes para além do vento, o declive, pluviosidade e os nevoeiros que criam condições hidromórficas particulares e limitativas do tipo de povoamentos. Os solos são pobres e pouco espessos, muitas vezes apenas com a camada orgânica, em condições de encharcamento permanente e humidade relativa muito perto da saturação e que por isso correspondem a comunidades endémicas características. As vertentes interiores funcionam, por outro lado, como um gigantesco funil de colecta de água, que é canalizada para o fundo caldeira. Aqui os efeitos de erosão são preocupantes, pela existência de estruturas lagunares na base, para as quais o assoreamento é um perigo real. A base da caldeira é ocupada por duas lagoas a que se associa um importante sistema de áreas encharcadas. Embora com condições climatéricas mais amenas, pelo efeito caldeira, as condições extremas de encharcamento limitam os povoamentos ao tipo hidromórfico. A caldeira, constitui a principal unidade paisagística do Corvo, e é o principal e único sistema de colheita de água da ilha, mas considera-se em equilíbrio precário, já em avançada fase de rompimento.

Em relação às legislações vigentes na ilha de Corvo, desde 1999 que os pescadores resolveram declarar uma área como Reserva Voluntária, passando a não haver pesca no chamado Caneiro dos Meros.

Existe uma Zona de Protecção Especial (ZPE) enquadrada na Directiva Aves (Directiva 79/409/CEE) da Rede Natura 2000. A ZPE “Costa e Caldeirão” abrange praticamente toda a costa da ilha e o Caldeirão do Corvo, apenas excluindo uma pequena faixa costeira em redor da Vila do Corvo e aeroporto (Ilha do Corvo, Açores, Portugal). Abrange uma área de 792 hectares e 18.862 metros de linha de costa. Em relação aos estatutos existentes na ZPE “Costa e Caldeirão” e respectivas entidades responsáveis:

1. Área Importante para as Aves (IBA) PT052 “Costa do Corvo”. 937 Hectares. Ano 2003, SPEA/ BirdLife; 2. Sítio de Importância Comunitária PTCOR0001 “Costa e Caldeirão” (Decisão da Comissão de 28 de Dezembro de 2001). 964 Hectares. Ano 1998, DRA; 3. Zona de Reserva Integral de Apanha de Lapas (Decreto Regulamentar Regional n.º 14/93/A, de 31 de Julho). Ano 1993, DRP; 4. Zona de Protecção Especial “Costa e Caldeirão” (Decreto Regulamentar regional n.º 14/2004/A). Hectares 642. Ano 1991, DRA; 5. Proposta de Reserva Ecológica Nacional (Decreto-Lei n.º 93/90 de 19 de Março). Ano 1990, DRA; 6. Domínio Público Hídrico (Decreto-Lei n.º 468/71 de 5 de Novembro). Ano 1971, DROTRH;

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A ZPE é maioritariamente constituída por pastagens naturais ou melhoradas e apresenta as mais altas falésias costeiras dos Açores. É visitada por poucas centenas de pessoas durante o Verão e encontra-se sujeita a bastante uso humano, nomeadamente pastoreio. A maior parte da área é composta por terrenos agrícolas públicos, denominados de “Baldio”, sendo propriedade da autarquia local e geridos pela Comissão do Baldio. As encostas escarpadas são praticamente inacessíveis e não são cultiváveis, apresentando pastoreio selvagem de caprinos.

Imagem1. Mapa da ZPE “Costa e Caldeirão” da Ilha do Corvo

Para além da publicação da legislação referida anteriormente efectuaram-se outras acções de gestão e conservação na ZPE, que se apresentam de seguida. Em 1995, ao abrigo do projecto LIFE “Conservação das comunidades e habitats de aves marinhas dos Açores” a DRA produziu e colocou placas de sinalização e informação em madeira pintada a delimitar a ZPE. Em 1996 foram produzidos autocolantes para colocar em placas de madeira por forma a sinalizar a delimitação da ZPE. Em 1997 e 1998 foram renovadas algumas das placas e autocolantes de sinalização. Em 2002, foi realizada pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) a caracterização dos territórios mais apropriados para a conservação das populações de aves selvagens do Anexo I da Directiva Aves no Arquipélago dos Açores, da qual resultou a revisão da cartografia da Rede de ZPE.

De acordo com o Anexo I da Directiva Habitats, os habitats naturais existentes na ZPE em questão e na área envolvente e seus códigos são os seguintes :

a) Enseadas e baías pouco profundas - Código 1160;

b) Recifes - Código 1170;

c) Vegetação perene das praias de calhaus rolados - Código 1220;

d) Falésias com flora endémica das costas macaronésicas - Código 1250;

e) Águas estagnadas, oligotróficas a mesotróficas, com vegetação da Littorelletea

30

uniflorae e/ou da Isoëto-Nanojuncetea - Código 3130;

f) Charnecas macaronésicas endémicas - Código 4050. Habitat prioritário.

g) Formação de Euphorbiaceae - Código 5331;

h) Prados mesófilos macaronésicos - Código 6180;

i) Turfeiras altas activas - Código 7110. Habitat prioritário;

j) Turfeiras de cobertura (turfeiras activas) - Código 7130;

k) Rochas siliciosas com vegetação pioneira da Sedo-Scleranthion ou da Sedo albi-Veronicion dillenii - Código 8230. Habitat prioritário;

l) Grutas marinhas submersas ou semi submersas - Código 8330;

m) Turfeiras arborizadas - Código 91D0. Habitat prioritário.

Os habitats humanizados existentes na ZPE são principalmente compostos por zonas de pastagem e agricultura:

a) baldio (pastagem de gado)

b) relvas (pastagem de gado)

c) incultos (sem utilização definida).

Por último, no ano 2006 foi aprovada a classificação do Parque Natural Regional do Corvo. O Parque Natural Regional do Corvo é uma área protegida classificada pelo Decreto Legislativo Regional n.º 56/2006/A, de 22 de Dezembro, segundo o regime jurídico decorrente do Decreto-Lei n.º 19/93, de 23 de Janeiro, adaptado à Região Autónoma dos Açores pelo Decreto Legislativo Regional n.º 27/93/A, de 23 Dezembro. As suas disposições gerais são:

1. É criado o Parque Natural da Ilha do Corvo, adiante designado por Parque Natural, o qual integra todas as categorias de áreas protegidas da Ilha do Corvo.

2. O Parque Natural constitui a unidade de gestão das áreas protegidas da Ilha do Corvo e integra-se e observa o regime definido para a Rede Regional de Áreas Protegidas da Região Autónoma dos Açores, adiante abreviadamente designada, por Rede Regional de Áreas Protegidas dos Açores.

3. O Parque Natural integra no seu âmbito, os objectivos e limites territoriais definidos para o SIC Costa e Caldeirão e ZPE Costa e Caldeirão do Corvo observando, cumulativamente, o regime estabelecido pelo Decreto Legislativo Regional n.º 20/2006/A, de 6 de Junho, que aprova o Plano Sectorial Rede Natura 2000, da Região Autónoma dos Açores, alterado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 7/2007/A, de 10 de Abril e o regime definido pelo presente diploma.

As áreas terrestres e marítimas que integram o Parque Natural classificam-se nas categorias de áreas protegidas seguintes:

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a) Área protegida para a gestão de habitats ou espécies da Costa e Caldeirão do Corvo

b) Área de protegida de gestão de recursos da Costa do Corvo.

Em relação aos limites, a área marinha é definida a Norte pelo paralelo 39º46,7'N, a Sul pelo paralelo 39º37,0'N, a Oeste pelo meridiano 31º11,7'W e, por último a Este pelo meridiano 31º1,0'W (Carta Militar de Portugal 1:25000. Edição 2000, Série M889, Datum Local). A área terrestre inicia-se a Norte da Praia da Areia no ponto onde a curva de nível dos 50 m intersecta o limite superior de falésia. Segue por este, para Norte, até ao bordo do Caldeira, continuando para Oeste até ao miradouro do Caldeirão. Daí desce pela Ribeira da Picada até à curva de nível dos 500 m estendendo-se por esta cota para Norte até à ribeira junto ao Serão Alto. Desce por esta até ao limite superior de falésia, seguindo-o para Sul até à ribeira do Vintém, continuando para montante até intersectar a estrada, seguindo-a na direcção Sudoeste até à ribeira da Ponte. Desce por esta até ao limite de falésia por onde continua até intersectar a linha de costa, definida pelo nível médio do mar, na Vila do Corvo. Inflectindo para Norte retorna ao ponto inicial por esta linha. Incluem-se os ilhéus da Ponta do Marco.

6.3. Descrição do Meio Terrestre

6.3.1. Flora

Os dois principais recursos existentes utilizados para a caracterização da flora do Corvo foram o Portal da Biodiversidade dos Açores e o trabalho de Pereira et al. (2008). O primeiro trabalho foi desenvolvido no âmbito dos Projectos INTERREG III B “Atlântico” (2003-2005) e “BIONATURA" (2007-2008) cujos parceiros nos Açores foram respectivamente a Direcção Regional do Ambiente e do Mar e a Agência Regional da Energia e Ambiente – ARENA (Paulo et al. 2006). A Base de dados das espécies (ATLANTIS) é composta por dados espaciais de presença-ausência (grellha de 500x500 m) para ca. 5000 espécies, com base num levantamento exaustivo de literatura (que remonta ao século XIX), bem como em registos inéditos de trabalho de campo intensivo nos Açores. Muitas espécies são também acompanhadas por imagens de exemplares de colecção ou na natureza.

Pereira et al. (2008) elaboraram um catálogo das plantas vasculares citadas para a ilha do Corvo com base nas obras de síntese de Trelease (1897), Palhinha (1966), Franco (1971, 1984), Franco & Afonso (1994, 1998, 2003), Hansen & Sunding (1993), Silva et al. (2005), Schäfer (2003, 2005) e nos relatórios das expedições efectuadas àquela ilha em 1987 e 2007 pelo Departamento de Biologia da Universidade dos Açores. O catálogo refere-se a todas as plantas vasculares cuja ocorrência na ilha do Corvo foi verificada pelo menos uma vez e não referindo espécies cuja distribuição tenha sido indicada apenas de uma forma geral. Nessa compilação Pereira et al. (2008) utilizaram a nomenclatura aceite pela Flora Europaea (Tutin et al., 2001) com as alterações de nomenclatura entretanto publicadas (IPNI, 2005). Para maior clareza no reconhecimento das unidades taxonómicas, foram também indicados os seus sinónimos mais importantes. No catálogo são ainda indicados alguns nomes vulgares, cujo uso na ilha, foi possível confirmar. O presente catálogo assinala para a ilha do Corvo 353 taxa distribuídos por 94 famílias, acrescentando 19 novos registos para esta

32

ilha.

Na tabela abaixo apresenta-se a listagem das espécies identificadas no Corvo por diversos autores, assinalando-se o seu nome científico, vulgar e estatuto.

Tabela 10 – Listagem de plantas da ilha do Corvo

Categorias do Estatuto: E – Endémico EAM – Endémico dos Açores e Madeira EAMC – Endémico dos Açores, Madeira e Canarias N – Nativo dos Açores I – Introduzido nos Açores

H – Híbrido d – desconhece-se ou duvida-se da origem em relação aos Açores

Az Ta xo n citado para outras ilhas dos Açores + Taxón citado para a ilha do Corvo

)

) 2005

(

1966 ) 1987 ( (

afer (2005) afer

Nome comu m 003) Palhinha Estatuto Trelease & Hansen (1993)Sunding et al. Silva Sch Expedições (1987/2007) Espécie (Açores) (1984); Franco Franco &Afonso (2 Acacia melanoxylon Acácia E Az Az Az + + Adiantum capillus-veneris Avenca-das-fontes E + Adiantum hispidulum I + + Agrimonia eupatoria Agrimónia, Erva- I + agrimónia Agrostis azorica E + + + + Az + Agrostis castellana Agrostis, Feno-da- I + Az Az + + + Madeira, Saudades Agrostis congestiflora E + + + + + + congestiflora Agrostis congestiflora E + oreophila Agrostis stolonifera Erva-fina I + Ailanthus altissima I Az Az Az Az Az + Aira caryophyllea Aira-cariofílea N Az Az Az + + + caryophyllea Aira praecox N Az Az Az + + + Allium ampeloprasum Alho-bravo, Porro- I Az Az Az + + + + bravo Amaranthus blitum Beldros, beldro- I + + + + + + manso Amaranthus hybridus Bredo, Bredo- I vermelho, Carurú- Az Az Az + + + roxo, Beldro Ammi huntii Pé-de-pomba E + Ammi seubertianum E + Ammi trifoliatum E + + + + + + Anagallis arvensis I Az Az Az + + + + Anagallis minima N + + + + +

33

)

) 2005

( 1966 ) 1987 ( (

Nome comu m Estatuto Trelease Palhinha & Hansen (1993)Sunding et al. Silva (2005) Schafer Expedições (1987/2007) Espécie (Açores) (1984); Franco Franco &Afonso (2003) Anogramma leptophylla Anograma-de-folha- N + + Az + + + estreita Anthemis cotula Funcho-de-burro I + + Az + + + Anthoxanthum aristatum Antoxanto- I praganoso, Feno-de- Az + + + + cheiro Anthoxanthum odoratum Erva-de-nossa d senhora, Erva santa, + + + + + + Feno-de-cheiro Antirrhinum majus I + + Aphanes microcarpa Áfane-de-fruto-miúdo I + + Az + + + Apium graveolens Aipo d + + Az + + + Aptenia cordifolia I Az + + + + + Arrhenatherum elatius Grama-de-caroço I Az Az + + + + bulbosum Arum italicum Serpentina, I Serpentinola, + Saprintina, Jarro Arundo donax Cana I + + Az + + + + Asplenium adiantum-nigrum Avenca-negra, Fento- N + + Az + + negro, Feto-negro Asplenium azoricum E + + + + Asplenium hemionitis Feto-de-folha-de- N hera, Feto-de-três + + + + + + bicos Asplenium marinum N + + Az + + + + Asplenium monanthes N Az Az Az + + + Asplenium obovatum N + + Az + + + lanceolatum Asplenium onopteris Avenca negra N Az + + + + Asplenium scolopendrium N + Asplenium scolopendrium Língua-cervina N Az Az Az + + + + scolopendrium Asplenium trichomanes N + Asplenium trichomanes Avenca-brava, N quadrivalens Avencão, Politrico, + + Az + + + Politrico-das-boticas Athyrium filix-femina Fento-fêmea, Feto- N manso, Feto-de- + + + + + + espigo, Feto-fêmea Atriplex prostrata Armoles-bravos, d + + Az + + + + Armoles-silvestres Avena barbata Balanco I + + Az + + + + Avena sterilis ludoviciana Aveão, Aveião, I Az Az + + + Balanco-maior

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)

) 2005

( 1966 ) 1987 ( (

1984); 1984);

Nome comu m Estatuto Trelease Palhinha & Hansen (1993)Sunding et al. Silva (2005) Schafer Expedições (1987/2007) Espécie (Açores) Franco ( Franco &Afonso (2003) Azorina vidalii Vidalia E Az + + + + + + Barbarea verna I Az Az Az Az + + Bellis azorica Margaridas E + + + + + + Beta vulgaris. Maritima I + Blechnum spicant N + + + + + + + Borago officinalis Borragem I Az Az Az Az Az + Brachypodium distachyon Braquipódio, I Sin. Trachynia distachya Braquipódio-de-duas- Az Az Az + + + espigas Brachypodium sylvaticum Saragasso-manso, N Az Az Az + + + Sarragasso-manso Brassica oleracea Couve I Az Az Az + + Briza maxima Bole-bole, Bule-bule, I + + Az + + + + Bule-bule grado Briza minor Bole-bole, Bole-bole I menor, Bule-bule, + + Az + + + + Bule-bule miúdo Bromus catharticus Bromo-de-Schrader I Az Az Az + + + + Bromus diandrus Sin. Espigão, Fura-capa, I Az Az Az Az + Az Bromus rigidus Saruga, Seruga Bromus madritensis Bromus I Az Az Az + + + Bromus madritensis Bromo-de-madride, I + madritensis Espadana, Espadena Brunsvigia rosea Lírios I Az Az Az Az Az Az + Sin. Amaryllis belladonna Calendula arvensis Calendula, Erva- I vaqueira, Az Az Az Az Az Az + Malmequer-dos- campos Calendula officinalis Bonina I Az Az Az Az + + Callitriche stagnalis Lentilhas-da-água, N + + Az + + + Morrugem-de-água Calluna vulgaris Rapa, Queiró, N Az Az Az + + + + Queiroga, Leiva Calystegia sepium sepium Bons-dias, I Campainhas- + + + + + + + brancas, Madrugadas Canna indica Conteira I Az Az Az + + + + Capsella bursa-pastoris Bolsa-de-pastor, I + Erva-do-bom-pastor Capsella rubella I + + Az + + + Cardamine caldeirarum E + + + + + + + Cardamine hirsuta Agrião-de-canário I Az Az Az + + + Carduus tenuiflorus Cardo I + Carex echinata N Az Az Az + + +

35

)

) 2005

( 1966 ) 1987 ( (

uto Nome comu m Estat & Hansen (1993)Sunding et al. Silva (2005) Schafer Expedições (1987/2007) Trelease Palhinha Espécie (Açores) (1984); Franco Franco &Afonso (2003) Carex divulsa divulsa Carriço-despedaçado I + Carex hochstetteriana E Az Az Az + + + Carex otrubae Carriço-de-otruba N + + + + + + Carex pairae I + + + Carex pendula N Az Az + Az Az + Carex peregrina E Az Az Az + + + Carex viridula edercreutzii E Az Az Az + + + + Carpobrotus edulis Bálsamo, Chorões I + Centaurium erythraea Fel-da-terra I + Centaurium erythraea I grandiflorum + + Az + + +

Centaurium scilloides E + + + + + + Cerastium azoricum E + + + + + + + Cerastium fontanum vulgare I Az Az + + + + Cerastium glomeratum Cerástio enovelado, I + + Az + + + Orelha-de-rato Cerastium vagans I + Chelidonium majus Erva-andorinha, I Az Az Az + + + Erva-das-verrugas Chenopodium album I Az Az Az + + + + Chenopodium album album Ansarina-branca, I + Sincho Chenopodium ambrosioides I Az + Az + + + + Chenopodium murale Farinheira, Galinhas- I gordas, Pé-de-ganso, + + Az + + + + Pedegoso Chenopodium opulifolium Couve-maltesa, Erva- I + + + fedorenta Chrysanthemum segetum Malmequer bravo, I + + Az + + + Pampilho Cichorium intybus Almeirão, Chicória I + + + + + + brava Clinopodium ascendens Néveda, Erva-névea N + + Az + + + + Clinopodium vulgare Segurelha I Az Az + + + + arundanum Colocasia esculenta Inhame, Colocásia I + + Az + + + + Consolida ajacis I Az Az + + + Convolvulus arvensis Corriola, Garriola, I Verdisela, Erva- Az Az + + + + garriola Conyza bonariensis Aboadeira / Raposa I + + Az + + + + Conyza canadensis I + + Az + + + + Conyza (bonariensis x H + + + canadensis)

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)

) 7 2005

( 1966 ) 198 ( (

Nome comu m Estatuto Trelease Palhinha & Hansen (1993)Sunding et al. Silva (2005) Schafer Expedições (1987/2007) Espécie (Açores) (1984); Franco Franco &Afonso (2003) Coronopus didymus I Az Az + + + + + Crassula tillaea Crássula-do-tile I Az Az Az + + + Crepis capillaris Almeirão-branco I Az Az Az + + + Crithmum maritimum Perrexil-do-mar, N + + Az + + + + Perrexil Crocosmia x crocosmiiflora H Az Az Az Az + Sin. Tritonia x crocosmiflora Corynocarpus laevigata Barrilinhos, I Az + quinocarpo japonica Criptoméria, Clica, I Clipa, Crica, Az Az + + + + Cricomé, Titomé Culcita macrocarpa Feto-do-cabelinho N Az Az Az + + + Cymbalaria muralis muralis I Az Az + + + + Cynodon dactylon Gramão I Az Az Az + + + + Cynoglossum creticum Orelha-de-lebre, I Az Az Az Az + + Língua-de-cão Cyperus eragrostis Juncilho I + + Az + + + + Cyperus esculentus Juncilhão, Junça- I + + Az + + + + mansa Cyperus longus Junça-de-cheiro, N Az Az Az + + + Junça-ordinária Cyperus rotundus Junça-brava I Az Az Az + + + Cyrtomium falcatum I Az Az Az + + + Cystopteris diaphana N + + + + + + Cytisus scoparius Giesteira, Giesta I + + + + + + + Dactylis glomerata I Az Az Az + + + Datura stramonium Castanheiro-do- I diabo, Erva-dos- Az Az + + + + + bruxos, Estramónio Daucus carota azoricus Salsa-burra E Az Az Az + + + Deparia petersenii N Az Az + + + Deschampsia foliosa Feno N + + Az + + + + Digitaria ciliaris I + Digitaria sanguinalis Sin. Minhã-pé-de-galinha I + + + + + + Digitaria ciliaris Diphasiastrum madeirense EA Az Az Az + + + M Diplazium caudatum N Az Az Az + + + Doodia caudata I + Dracaena drago N Az + + + Drosanthemum floribundum I Az Az + + + + Dryopteris aemula N + + + + + + Dryopteris azorica E Az Az Az + + + + Duchesnea indica Morango-bravo I Az Az Az Az Az Az +

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)

) 2005

( 1966 ) 1987 ( (

Nome comu m Estatuto Trelease Palhinha & Hansen (1993)Sunding et al. Silva (2005) Schafer Expedições (1987/2007) Espécie (Açores) (1984); Franco Franco &Afonso (2003) Echinochloa crus-galli Pé-de-galo, Milhã I Az Az Az + + + grada Elaeagnus umbellata Groselha I Az Az Az Az + Elatine hexandra N + + + + + Eleocharis multicaulis N Az Az Az + + + Eleocharis palustris Eleocare-dos- N charcos, Junco- + + Az + + + marreco, Pasto Eleocharis palustris vulgaris I +

Eleusine indica I Az Az Az Az + + + Eleusine indica indica I + Eleusine tristachya I Az Az Az + + + Epilobium sp. Erva-bonita, Epilóbio- I Az Az Az Az Az Az + serrilhado Erica azorica Urze, Mato, E Vassoura, Barba-de- + + Az + + + + mato Erigeron karvinskianus Vitadínia dos floristas I Az Az + + + + + Eriobotrya japonica Nespereira, Nêspera, I Moniqueira, Mónicas, Móquenas Az + Az + Az

Euphorbia azorica Erva-leiteira E Az Az Az + + + Euphorbia stygiana Trovisco-macho E + + + + + + + Euphrasia azorica E + + Az + + + + Euphrasia grandiflora E + Festuca jubata Sin. Festuca Bracel, Braceu, N francoi Bracés-do-mato, Az + + + + + + Bracel-do-mato Festuca petraea Bracel-da-rocha, E Bracês, Braceu, + + Az + + + + Bracejo Ficus carica Figueira I + + + + + Filago lutescens atlantica I + + Az + + + Foeniculum vulgare Funcho I + Fragaria vesca Morangueiro d + + + + + + Frangula azorica Sanguinho E + Frankenia laevis I + + + + + + + Frankenia pulverulenta N + + + + + + Fumaria officinalis Erva-moleirinha, I Erva-pombinha, + Fumária Galactites tomentosa Cardo I +

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)

) 2005

( 1966 ) 1987 ( (

Nome comu m nsen & Estatuto Trelease Palhinha Ha (1993)Sunding et al. Silva (2005) Schafer Expedições (1987/2007) Espécie (Açores) (1984); Franco Franco &Afonso (2003) Galium aparine Amor-de-hortelão, I Erva-peganhosa, Az Az Az + + + Pegamaço, Rapa- saias Galium divaricatum I + + Galium murale I Az Az + Az + + Galium parisiense Solda-de-Paris I + + + + + Gaudinia coarctata E Az Az Az + + + Geranium purpureum Erva-de-São I Roberto, Erva Az Az Az + + Roberta Gnaphalium luteo-album N + + Az + + + + Hedera azorica Hédera, Hera, E + + Az + + + + Hereira Hedychium gardneranum Roca-da-velha, I Roca-do-vento, Rubim, Flor-de- Az Az + + + + + besouro, Choupa, Conteira Helminthotheca echioides I + Holcus lanatus Erva-mole, Erva- I + + Az + + + + maior, Erva-branca Holcus rigidus E + + Az + + + + Hordeum murinum Cervada-dos-ratos I Az Az Az + + + leporinum Huperzia dentata EA Az Az Az + + + M Huperzia suberecta EA Az Az Az Az + + M Hydrangea macrophylla Hortênsia, Novelão I + Az + + + + Hymenophyllum tunbrigense N Az Az Az + + Az Hymenophyllum wilsonii N + + + + + + Hypericum foliosum Furalha, Malfurada, E + + Az + + + Milfurada Hypericum humifusum Erva-das-mil- N + + Az + + + + folhinhas Hypericum undulatum Hipericão-bravo, d Az Az + + + + Hipericão-ondeado Hypochoeris glabra Hipoquere-pelada, I Leituga, Leituga- Az + + + + + pelada Hypochoeris radicata Leiteirigas I Az + + + + azorica Azevinho E Az Az Az + + + + Isoetes azorica E + + + + + + +

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)

) 2005 onso onso

( 1966 ) 1987 ( (

Nome comu m Estatuto Trelease Palhinha & Hansen (1993)Sunding et al. Silva (2005) Schafer Expedições (1987/2007) Espécie (Açores) (1984); Franco Franco &Af (2003) Isolepis cernua Sin. Scirpus N + + Az + + + cernuus Isolepis setacea Sin. N + + Az + + + Scirpus setaceus Juncus acutus Junco-joeiro, Junco- N Az Az Az + + + + agudo Juncus articulatus Junco articulado d Az Az Az + + + Juncus bufonius Junco-dos-sapos N + + Az + + + Juncus bulbosus Junco N + + + + + + Juncus capitatus Junco-de-cabeça N + + Az + + + Juncus effusus N + + Az + + + + Juncus tenuis I + + Az + + + Juniperus brevifolia Cedro, Cedro-das- E ilhas, Cedro-do-mato, + + Az + + + + Cedro-da-terra, Zimbro Kickxia elatine I + Kickxia spuria integrifolia I + + + + + + + Kickxia spuria spuria I + Kyllinga brevifolia Sin. I Az Az + + + Cyperus brevifolius Lagurus ovatus I + Lampranthus multiradiatus I Az + + + + Laurus azorica Louro-macho, Louro- N da-terra, Louro- bravo, Louro-manso, Az Az Az + + + + Louro-de-cheiro, Loureiro, Folhado Lavatera cretica Malva, Malva- I Az Az Az + + + + bastarda Leontodon rigens Alfacinha, Patalugo- E Az Az + + + + menor Leontodon taraxacoides Língua-de-ovelha d Az Az Az + + + + longirostris Leucanthemum vulgare Margarida I + Ligustrum henryi I Az Az + Az Limonium Sin. Eduardi-diasii N + Az Az + + + + Limonium vulgare Littorella uniflora N + + + + + + Lobularia maritima Escudinha I Az Az Az Az + + + Lolium multiflorum Azevão I Az Az Az + + + + Lolium perenne Azevém I + + Az + + + Lolium rigidum Azevém, Erva-febra, I + Erva-jóia, Jela, Joela Lotus angustissimus Trevo amarelo I Az Az Az + + +

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)

) 2005

( 1966 ) 1987 ( (

ições ições

Nome comu m Estatuto Trelease Palhinha & Hansen (1993)Sunding et al. Silva (2005) Schafer Exped (1987/2007) Espécie (Açores) (1984); Franco Franco &Afonso (2003) Lotus corniculatus Cornichão, Loto I Az Az Az Az + Az Lotus parviflorus Trevo amarelo I Az Az Az + + + + Lotus pedunculatus Erva-coelheira I + + + + + + + Lotus suaveolens Sin. Lotus I + + Az + + + subbiflorus Luzula purpureosplendens Saragasso, E + + Az + + + + Sarragasso Lycopus europaeus Marroio-de-água d Az Az Az Az Az Az + Lysimachia azorica Sin. E + + + + + + + Lysimichia nemorum Lythrum hyssopifolia Salgueirinha I + Az Az + + +

Malva parviflora Malva-de-flor- I + + + + + pequena Matricaria maritima I + Matricaria maritima maritima I + Matthiola incana incana Goivo encarnado I Az Az Az + + + + Medicago lupulina Alfafa, Luzerna I Az Az Az Az Az Az + Melilotus indicus Anafe-menor, Coroa- I de-rei, Trevo-de- + + + + + + + cheiro, Trevo-de- namorado Mentha aquatica Hortelã-da-ribeira, N Az Az Az + + + Hortelã-dos-rios Mentha pulegium Poejos, Poejo, N Hortelã-pimenta- + + Az + + + mansa Mentha spicata Hortelã I + Mentha suaveolens Mentrasto, Mantrage I Az Az Az + + + Mercurialis annua Barradoiro, Erva- I mercúrio, Urtiga- Az Az Az + + + morta Metrosideros excelsa Metrosidero I Az Az Az + Mirabilis jalapa I Az Az + + + + Misopates orontium Bocas-de-coelho, I + + Az + + + + Focinho-de-coelho Morella faya Faia, Faia-da-terra I + azorica Não-me-esqueças E + + + + + + Myosotis maritima Não-me-esqueças E + + Az + + + + Myrica faya Faia N + + Az + + + + Myrsine retusa Tamujo E + + Az + + + Nasturtium officinale Agriões, Agrião-da- d + + Az + + + água, Cressa Nothoscordum gracile I +

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) 2005

( 1966 ) 1987 ( (

Nome comu m Estatuto Trelease Palhinha & Hansen (1993)Sunding et al. Silva (2005) Schafer Expedições (1987/2007) Espécie (Açores) (1984); Franco Franco &Afonso (2003) Oenothera biennis Erva-dos-burros, I + Onarga Oenothera glazioviana I Az Az + + Az + Oenothera longiflora I + Origanum vulgare ssp. Ouregos, Ourégão, I Az Az Az + + + virens Oregãos Ornithopus perpusillus Serradela-brava I + + + + + + Ornithopus pinnatus Serradela-delgada, d + + Az + + + + Serradela-lanuda Ornithopus sativus Serradela, Erva-da- I Az Az + + + + casta Opuntia sp. I Az Az + Oryzopsis miliacea I + Osmunda regalis Feto-real N + + + + + + + Oxalis articulata I Az Az Az + Az Oxalis corniculata Erva-azeda, Erva- I + + Az + + + + azedinha Oxalis corymbosa I Az Az Az + + + + Papaver dubium Papoila I + + + + + Papaver rhoeas Papoila, Papoula- I vermelha, Papoula- Az Az + + + + + ordinária Papaver somniferum Papoila-branca, I somniferum Dormideira, Dormideira-brava, Az Az + + Dormideira-dos- jardins Papaver Somniferum I + hortense Parentucellia viscosa Erva-peganhenta, I Parentucélia- Az Az Az + + + + peganhenta Parietaria debilis I + + + + + + + Parietaria judaica Alfavaca-da-cova, I Az Az + + + + + Fava-da-cova Paspalum dilatatum Sin. I Paspalum vaginatum Sin. Az Az + + + Paspalum paspalodes Paspalum distichum I Az Az Az + + + Pennisetum villosum I Az Az Az + Az Persea indica Vinhático, Vinhoto I Az Az Az + + + Persicaria hydropiperoides I Sin. Polygonum + + + + + + hydropiperoides Persicaria maculosa I + + + + +

42

)

) 2005

( 1966 ) 1987 ( (

sen & sen Nome comu m Estatuto Trelease Palhinha Han (1993)Sunding et al. Silva (2005) Schafer Expedições (1987/2007) Espécie (Açores) (1984); Franco Franco &Afonso (2003) Persicaria salicifolia Sin. I + Polygonum salicifolia Petroselinum crispum Salsa I Az Az Az + + + + Phalaris brachystachys Alpista-brava, Alpista- I de-espiga-curta, Az + + Az Erva-de-cabeça Phalaris canariensis Alpista I Az Az + Az Phalaris minor I + Az + Az Phormium tenax Linho-da-Nova I Zelândia, Espadana, Az Az Az Az + Filhaça Physalis peruviana Capuchos, I Rebuçados, Tomatinhos-de- + + Az + + + capucho, Tomateiro inglês Phytolacca americana Tintureira, Baga- I + + + + + + + moira azorica Pau branco E + + Az + + + + Picris echioides I + + + + + + + Piptatherum miliaceum Milho-miúdo, Talha- I Az + + + + Az miliaceum Sin. Oryzopsis dente Pittosporum tobira Faia-da-Holanda, I Az + + + + Faia-do-Norte Pittosporum undulatum Incenso, Faia I Az + Az + + + + Plantago coronopus N + + Az + + + + Plantago coronopus Diabelha, Guiabelha, I + coronopus Engorda-ratos Plantago lanceolata Língua-de-vaca I + + Az + + + + Plantago major Tanchagem I + + + + + + + Plantago major intermedia I + azorica Az Az Az Az Az + Platanthera micrantha Conchelo-do-mato E Az + Az + + + Plecostachys serpyllifolia I + + + Poa annua Erva-negra I Az Az Az + + + + Poa trivialis Panasco I + + Az + + + Poa trivialis ssp. trivialis I + Polycarpon tetraphyllum I + + Az + + + Polygonum aviculare Erva-das-galinhas, I + + + + + + Sempre noiva Polygonum maritimum I + + Az + + + Polypodium azoricum Polipódio E + + + + + + + Polypogon maritimus Rabo-de-zorra- I + macio-menor Polypogon viridis Panasco I Az Az Az + + +

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)

) 2005

( 1966 ) 1987 ( (

Nome comu m Estatuto Trelease Palhinha & Hansen (1993)Sunding et al. Silva (2005) Schafer Expedições (1987/2007) Espécie (Açores) (1984); Franco Franco &Afonso (2003) Polystichum setiferum Feto, Feito N Az Az Az + + + Portulaca oleracea I + + Az + + + + Portulaca oleracea oleracea Baldroega, I Beldroega, + Beldroega-de-comer Potamogeton polygonifolius N + + + + + + Potentilla anglica I Az Az + + + + Potentilla erecta Tomentilha N + + + + + + + Potentilla reptans I Az Az Az + + + Prunella vulgaris Erva férrea I + Prunella vulgaris vulgaris Brunéla, Consolda- N menor, Erva-férrea, + + Az + + + + Prunela Pseudognaphalium luteo- Perpétua-silvestre I + album Psidium littorale Araçá-amarelo, I Az Az Az + Araçá-roxo Pteridium aquilinum Feto, Feito, Feto- N + + Az + + + + fêmea-das-boticas Pteris incompleta N Az Az + + + + Ranunculus cortusifolius Bafo-de-boi EA Az Az Az + + + MC Ranunculus parviflorus Ranúnculo-de-flor- I Az Az Az Az + + pequena Raphanus raphanistrum I + ssp. microcarpus Raphanus raphanistrum Saramago, Rábão- I raphanistrum bravo, Rábão- + + Az + + + + silvestre Rapistrum rugosum spp. I Az Az + + + + rugosum Reseda luteola Lírio-dos-tintureiros I + + Az + + + + Rhus coriaria Sumagre I Az Az Az + + Az Ricinus communis I Az Az Az + + + Ridolfia segetum Funcho-bastardo I Az + + + Rostraria cristata Sin. Erva-do-penacho, I Az Az Az + Az Lophochloa cristata Rabo-de-cão agostinhoi Sin. Rubia Ruiva, Rapa-língua, N peregrina agostinhoi Sin. Raspa-língua + + + + + + azorica Rubus hochstetterorum Silvado-manso, Silva- E Az Az + + + + + mansa Rubus ulmifolius Silvado-bravo, Silva- I + + Az + + + + brava

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)

) 2005

( 1966 ) 1987 ( (

Nome comu m Estatuto Trelease Palhinha & Hansen (1993)Sunding et al. Silva (2005) Schafer Expedições (1987/2007) Espécie (Açores) (1984); Franco Franco &Afonso (2003) acetosella ssp. N + + + + + + + pyrenaicus Rumex australis I + Labaça-das-ilhas E Az Az Az + + + Rumex bucephalophorus I + Rumex conglomeratus Labaça, Erva-labaça I + + Az + + + Rumex crispus Labaça I + + + + + + Rumex obtusifolius Coenha, Labaça, I obtusifolius Erva-labaça, Erva- + + Az + + + britânica, Azeda-de- folha-larga Rumex pulcher pulcher Coenha, Labaça- I + + + + + + sinuada Sagina apetala Sagina-das-areias I Az Az + + Sagina maritima N Az Az + + + Sagina procumbens Erva-molhada, Erva- I + + + + + + procumbres pérola Sambucus nigra Sabugueiro, Sabugo, I Rosa-de-bem fazer, + + + + + + Sabugueiro preto Scabiosa atropurpurea Saudades I Az Az Az + + + Scabiosa nitens E Az Az + + + + + Selaginella kraussiana N + + + + + + + Setaria pumila Milhã-verde I Az Az Az + + + Setaria verticillata Sin. Milhã-pegadiça, I Az Az Az Az + Az + Setaria adhaerens Namorados Sherardia arvensis I + + + + + + + Sibthorpia europaea Erva-longa N + + + + + + + Erva-do-chá I Az Az Az Az + + + Silene gallica Gorga, Cabacinha, I + + Az + + + Erva-cabaceira Silene uniflora uniflora Sin. Erva-cabaceira N Silene maritima Sin. Silene + + + + + + + vulgaris maritima Sisymbrium officinale Rinchão, Erissimo I + + + + + Solanum luteum I + Solanum luteum alatum + Solanum nigrum Erva-moura I + + + + + Solanum pseudocapsicum I + Solidago sempervirens Cubres I + + Az + + + + Sonchus asper I + + + + + + Sonchus asper asper Serralha, Serralha- I áspera, Serralha- + espinhosa

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)

) 005 2

( 1966 ) 1987 ( (

Nome comu m Estatuto Trelease Palhinha & Hansen (1993)Sunding et al. Silva (2005) Schafer Expedições (1987/2007) Espécie (Açores) (1984); Franco Franco &Afonso (2003) Sonchus asper glaucescens I + Sonchus oleraceus Serralha I + + Az + + + Sonchus tenerrimus Serralha, Serralha- I macia-de-folha- Az Az + + + + alongada Spergularia azorica E Az Az Az + + + + Spergularia bocconei Sapinho-das-ilhas I + + Az + + + Spergularia marina N Az Az + + + Sporobolus africanus Sin. Erva-rija I Az Az Az + + + Sporobolus indicus Stachys arvensis Rabo-de-raposa I + + Az + + + Stegnogramma pozoi N Az Az Az Az + + Stellaria media Erva-canária I Az Az Az + + + + Stellaria media media Erva-canária, Erva- I + moleira Stenotaphrum secundatum I Az + + + + Tamarix africana Salgueiro, Grossas, I Tamargueira, Az + + + + Tamargueira-de- espinhos Tamarix canariensis I + Taraxacum officinale Sin. Dente-de-Leão I Az Az + + + + Taraxacum latisectum Taraxacum perssonii d + + Taxus baccata Te ixo N Az + Az + Az Az Tetragonia tetragonioides Espinafre da Nova I Az + + + + Zelândia Tetrapanax papyriferus Árvore-do-papel-de- I arroz Az Az Az + Thymus caespititius Erva-úrsula, Tomilho N + + Az + + + + Tolpis azorica E + + + + + + + Tolpis succulenta EA + Az + + + + M Torilis arvensis arvensis Coentrilha, Salsinha, I Az Az Az + Az + + To r ile -dos-campos Tradescantia fluminensis Erva-santa I Az Az + + Az + Trichomanes speciosum N + + + + + + Trifolium arvense Trevo branco I + Az + + + Trifolium campestre Trevão I + + Az + + + Trifolium dubium Trevinho, Trevo- I Az Az Az + + + amarelo-menor Trifolium glomeratum Trevo-aglomerado, I Az Az Az + + + Trevo-glomerado Trifolium ligusticum Trevo-da-ligúria I + + Az + + + Trifolium ornithopodioides Trevo I Az Az + + +

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)

) 2005

( 1966 ) 1987 ( (

Nome comu m Estatuto Trelease Palhinha & Hansen (1993)Sunding et al. Silva (2005) Schafer Expedições (1987/2007) Espécie (Açores) (1984); Franco Franco &Afonso (2003) Trifolium repens Trevo branco, Trevo- I coroa-de-rei, Trevo- Az Az Az + + + + da-holanda Trifolium scabrum Trevo-áspero I + Tropaeolum majus Chagas, Chagueira, I Mastruço-do-Perú, Az Az + + + Nastúrcio Umbilicus horizontalis Conchelos, Coucelos N Az Az Az + + + Umbilicus rupestris Conchelos, Coucelos I Az Az Az + + + Urospermum picroides Leituga-amargosa, I + Leituga-de-burro Urtica membranacea Urtiga I Az + Az + + + + Vaccinium cylindraceum Uva-da-serra, Uva- E do-mato, Uva-do- monte, Uveira, Az Az + + + + + Romania, Rosmaninho Verbena officinalis Urgebão, Giribão I + + Az + + + Veronica agrestis I + + + + + + Veronica arvensis Verónica-dos- I campos, Verónica- Az Az Az + + + vulgar Veronica dabneyi E + + + + + + + Veronica officinalis Chá-da-europa I + Veronica polita I Az Az Az + Veronica serpyllifolia Verónica-folhas-de- humifusa tomilho, Verónica- + mimosa Veronica serpyllifolia I + + Az + + + + treleasei Folhado E + + + + + + + Vicia benghalensis Ervilhaca-purpúrea, I + + + + + + + Ervilhaca-vermelha Vicia hirsuta Cigerão, Unhas-de- I + + Az + + + gato Vitis sp. I Az Az Az + Vulpia bromoides Vúlpia, Vúlpia- I Az Az + + + bromada Woodwardia radicans Feto-do-botão N Az Az + + + + + Zantedeschia aethiopica Jarros, Serpentina- I Az Az Az + + + brava

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Em continuação e para cada uma das espécies da tabela de cima apresenta-se a sua classificação taxonómica.

DIVISÃO: SPERMATOPHYTA SUBDIVISÃO: MAGNOLIOPHYTINA CLASSE: MAGNOLIOPSIDA Ordem: Fabales Família:Fabaceae Género: Acacia Espécie: Acacia melanoxylon Género: Cytisus Espécie: Cytisus scoparius Género: Lotus Espécie: Lotus angustissimus, Lotus corniculatus, Lotus parviflorus, Lotus pedunculatus, Lotus subbiflorus Género: Medicago Espécie: Medicago lupulina Género: Melilotus Espécie: Melilotus indicus Género: Ornithopus Espécie: Ornithopus perpusillus, Ornithopus pinnatus, Ornithopus sativus Género: Trifolium Espécie: Trifolium arvense, Trifolium campestre, Trifolium dubium, Trifolium glomeratum, Trifolium ligusticum, Trifolium ornithopodioides, Trifolium repens, Trifolium scabrum Género: Vicia Espécie: Vicia benghalensis, Vicia hirsuta Ordem: Rosales Família:Rosaceae Género: Agrimonia Espécie: Agrimonia eupatoria Género: Aphanes Espécie: Aphanes microcarpa Género: Duchesnea Espécie: Duchesnea indica Género: Eriobotrya Espécie: Eriobotrya japonica Género: Fragaria Espécie: Fragaria vesca Género: Potentilla Espécie: Potentilla anglica, Potentilla erecta, Potentilla reptans Género: Rubus Espécie: Rubus hochstetterorum, Rubus ulmifolius Ordem: Família:Amaranthaceae Género: Amaranthus Espécie: Amaranthus blitum, Amaranthus hybridus Família: Aizoaceae Género: Aptenia Espécie: Aptenia cordifolia Género: Lampranthus Espécie: Lampranthus multiradiatus Género: Drosanthemum Espécie: Drosanthemum floribundum 48

Género: Tetragonia Espécie: Tetragonia tetragonioides Família: Chenopodiaceae Género: Atriplex Espécie: Atriplex prostrata Género: Beta Espécie: Beta vulgaris ssp. Maritima Género: Carpobrotus Espécie: Carpobrotus edulis Género: Chenopodium Espécie: Chenopodium album, Chenopodium album ssp. album, Chenopodium ambrosioides, Chenopodium murale, Chenopodium opulifolium Família: Caryophyllaceae Género: Cerastium Espécie: Cerastium azoricum, Cerastium fontanum ssp. vulgare, Cerastium vagans Género: Polycarpon Espécie: Polycarpon tetraphyllum Género: Sagina Espécie: Sagina apetala, Sagina maritima, Sagina procumbens Género: Silene Espécie: Silene gallica Género: Spergularia Espécie: Spergularia azorica, Spergularia bocconei, Spergularia marina Género: Stellaria Espécie: Stellaria media, Stellaria media ssp. media Família: Nyctaginaceae Género: Mirabilis Espécie: Mirabilis jalapa Família: Cactaceae Género: Opuntia Espécie: Opuntia sp. Família: Phytolaccaceae Género: Phytolacca Espécie: Phytolacca americana Família: Portulacaceae Género: Portulaca Espécie: Portulaca oleracea, Portulaca oleracea ssp. oleracea Ordem: Araliales Família: Apiaceae Género: Ammi Espécie: Ammi huntii, Ammi seubertianum, Ammi trifoliatum Género: Apium Espécie: Apium graveolens Género: Crithmum Espécie: Crithmum maritimum Género: Daucus Espécie: Daucus carota ssp. Azoricus Género: Foeniculum Espécie: Foeniculum vulgare Género: Petroselinum Espécie: Petroselinum crispum Género: Ridolfia

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Espécie: Ridolfia segetum Género: Torilis Espécie: Torilis arvensis ssp. arvensis Família: Araliaceae Género: Hedera Espécie: Hedera azorica Ordem: Primulales Família:Primulaceae Género: Anagallis Espécie: Anagallis arvensis, Anagallis minima Género: Lysimachia Espécie: Lysimachia azorica Família: Myrsinaceae Género: Myrsine Espécie: Myrsine retusa Ordem: Scrophulariales Família: Scrophulariaceae Género: Antirrhinum Espécie: Antirrhinum majus Género:Cymbalaria Espécie: Cymbalaria muralis Género:Euphrasia Espécie: Euphrasia azorica, Euphrasia grandiflora Género: Kickxia Espécie: Kickxia elatine, Kickxia spuria ssp. Integrifolia, Kickxia spuria ssp spuria Género: Misopates Espécie: Misopates orontium Género: Parentucellia Espécie: Parentucellia viscosa Género: Sibthorpia Espécie: Sibthorpia europaea Género: Veronica Espécie: Veronica agrestis, Veronica arvensis, Veronica dabneyi, Veronica officinalis, Veronica serpyllifolia humifusa, Veronica serpyllifolia, Veronica polita Família: Plantaginaceae Género: Littorella Espécie: Littorella uniflora Género: Plantago Espécie: Plantago coronopus, Plantago coronopus coronopus, Plantago lanceolata, Plantago major, Plantago major ssp intermedia Ordem: Campanulales Família: Campanulaceae Género: Azorina Espécie: Azorina vidalii Ordem: Capparales Família: Brassicaceae Género: Barbarea Espécie: Barbarea verna Género: Brassica Espécie: Brassica oleracea Género: Capsella Espécie: Capsella bursa-pastoris, Capsella rubella

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Género:Cardamine Espécie: Cardamine caldeirarum, Cardamine hirsuta Género:Coronopus Espécie: Coronopus didymus Género: Lobularia Espécie: Lobularia maritima Género: Matthiola Espécie: Matthiola incana spp. Incana Género: Nasturtium Espécie: Nasturtium officinale Género: Raphanus Espécie: Raphanus raphanistrum ssp. Microcarpus, Raphanus raphanistrum ssp. Raphanistrum Género: Rapistrum Espécie: Rapistrum rugosum Género: Sisymbrium Espécie: Sisymbrium officinale Família: Resedaceae Género: Reseda Espécie: Reseda luteola Ordem: Asterales Família: Asteraceae Género: Bellis Espécie: Bellis azorica Género: Calendula Espécie: Calendula officinalis Género: Carduus Espécie: Carduus tenuiflorus Género: Chrysanthemum Espécie: Chrysanthemum segetum Género: Conyza Espécie: Conyza bonariensis, Conyza canadensis Género: Crepis Espécie: Crepis capillaris Género: Erigeron Espécie: Erigeron karvinskianus Género: Filago Espécie: Filago lutescens ssp. Atlantica Género: Galactites Espécie: Galactites tomentosa Género: Helminthotheca Espécie: Helminthotheca echioides Género: Hypochoeris Espécie: Hypochoeris glabra, Hypochoeris radicata Género: Leontodon Espécie: Leontodon rigens, Leontodon taraxacoides spp. Longirostris Género: Leucanthemum Espécie: Leucanthemum vulgare Género: Matricaria Espécie: Matricaria maritima, Matricaria maritima spp. Maritima Género: Plecostachys Espécie: Plecostachys serpyllifolia Género: Pseudognaphalium Espécie: Pseudognaphalium luteo-album

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Género: Solidago Espécie: Solidago sempervirens Género: Sonchus Espécie: Sonchus asper, Sonchus asper ssp. asper, Sonchus asper ssp. glaucescens, Sonchus oleraceus, Sonchus tenerrimus Género: Taraxacum Espécie: Taraxacum officinale, Taraxacum perssonii Género: Tolpis Espécie: Tolpis azorica, Tolpis succulenta Género: Urospermum Espécie: Urospermum picroides Ordem: Família: Callitrichaceae Género: Callitriche Espécie: Callitriche stagnalis Família: Lamiaceae Género: Clinopodium Espécie: Clinopodium ascendens, Clinopodium vulgare ssp. Arundanum Género: Lycopus Espécie: Lycopus europaeus Género: Mentha Espécie: Mentha aquatica, Mentha pulegium, Mentha spicata, Mentha suaveolens Género: Origanum Espécie: Origanum vulgare ssp. Virens Género: Prunella Espécie: Prunella vulgaris, Prunella vulgaris ssp. vulgaris Género: Stachys Espécie: Stachys arvensis Género: Thymus Espécie: Thymus caespititius Família: Verbenaceae Género: Verbena Espécie: Verbena officinalis Ordem: Família: Género: Calluna Espécie: Calluna vulgaris Género: Erica Espécie: Erica azorica Género: Vaccinium Espécie: Vaccinium cylindraceum Ordem: Solanales Família: Convolvulaceae Género: Calystegia Espécie: Calystegia sepium ssp. sepium Género: Convolvulus Espécie: Convolvulus arvensis Família: Solanaceae Género: Datura Espécie: Datura stramonium Género: Physalis Espécie: Physalis peruviana Género: Solanum

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Espécie: Solanum luteum, Solanum luteum ssp. alatum, Solanum nigrum, Solanum pseudocapsicum Ordem: Família: Gentianaceae Género: Centaurium Espécie: Centaurium erythraea, Centaurium erythraea ssp. Grandiflorum, Centaurium scilloides Família: Género: Galium Espécie: Galium aparine, Galium murale, Galium parisiense, Galium divaricatum Género: Rubia Espécie: Rubia agostinhoi Género: Sherardia Espécie: Sherardia arvensis Ordem: Papaverales Família: Papaveraceae Género: Chelidonium Espécie: Chelidonium majus Género: Fumaria Espécie: Fumaria officinalis Género: Papaver Espécie: Papaver dubium, Papaver rhoeas, Papaver somniferum ssp. Somniferum, Papaver Somniferum spp. hortense Ordem: Ranunculales Família: Ranunculaceae Género: Consolida Espécie: Consolida ajacis Género: Ranunculus Espécie: Ranunculus cortusifolius, Ranunculus parviflorus Ordem: Saxifragales Família: Crassulaceae Género: Crassula Espécie: Crassula tillaea Género: Umbilicus Espécie: Umbilicus horizontalis, Umbilicus rupestris Ordem: Família: Género: Cynoglossum Espécie: Cynoglossum creticum Género: Myosotis Espécie: Myosotis azorica, Myosotis maritima Ordem: Rhamnales Família: Elaeagnaceae Género: Elaeagnus Espécie: Elaeagnus umbellata Família: Rhamnaceae Género: Frangula Espécie: Frangula azorica Ordem: Theales Família: Elatinaceae Género: Elatine Espécie: Elatine hexandra Família: Hypericaceae Género: Hypericum

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Espécie: Hypericum foliosum, Hypericum humifusum, Hypericum undulatum Ordem: Euphorbiales Família: Euphorbiaceae Género: Euphorbia Espécie: Euphorbia azorica, Euphorbia stygiana Género: Mercurialis Espécie: Mercurialis annua Género: Ricinus Espécie: Ricinus communis Ordem: Urticales Família: Moraceae Género: Ficus Espécie: Ficus carica Género: Urtica Espécie: Urtica membranacea Família: Urticaceae Género: Parietaria Espécie: Parietaria debilis, Parietaria judaica Ordem: Violales Família: Frankeniaceae Género: Frankenia Espécie: Frankenia laevis, Frankenia pulverulenta Família: Tamaricaceae Género: Ta ma r ix Espécie: Tamarix africana, Tamarix canariensis Ordem: Geraniales Família: Geraniaceae Género: Geranium Espécie: Geranium purpureum Família: Oxalidaceae Género: Oxalis Espécie: Oxalis articulata, Oxalis corniculata, Oxalis corymbosa Ordem: Cornales Família: Hydrangeaceae Género: Hydrangea Espécie: Hydrangea macrophylla Família: Aquifoliaceae Género: Ilex Espécie: Ilex perado ssp. Azorica Ordem: Laurales Família: Lauraceae Género: Laurus Espécie: Laurus azorica Género: Persea Espécie: Persea indica Ordem: Malvales Família: Malvaceae Género: Lavatera Espécie: Lavatera cretica Género: Malva Espécie: Malva parviflora Género: Sida Espécie: Sida rhombifolia Ordem: Oleales

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Família: Género: Ligustrum Espécie: Ligustrum henryi Género: Picconia Espécie: Picconia azorica Ordem: Plumbaginales Família: Plumbaginaceae Género: Limonium Espécie: Limonium vulgare Ordem: Myrtales Família: Lythraceae Género: Lythrum Espécie: Lythrum hyssopifolia Família: Onagraceae Género: Oenothera Espécie: Oenothera biennis, Oenothera longiflora, Oenothera glazioviana Género: Epilobium Espécie: Epilobium sp. Família: Myrtaceae Género: Psidium Espécie: Psidium littorale Género: Metrosideros Espécie: Metrosideros excelsa Ordem: Myricales Família: Myricaceae Género: Morella Espécie: Morella faya Género : Myrica Espécie: Myrica faya Ordem: Polygonales Família: Género: Persicaria Espécie: Persicaria hydropiperoides, Persicaria maculosa, Persicaria salicifolia Género: Polygonum Espécie: Polygonum aviculare, Polygonum maritimu Género: Rumex Espécie: Rumex acetosella ssp. pyrenaicus, Rumex australis, Rumex azoricus, Rumex bucephalophorus, Rumex conglomeratus, Rumex crispus, Rumex obtusifolius ssp. obtusifolius, Rumex pulcher spp. pulcher Ordem: Pittosporales Família: Pittosporaceae Género: Pittosporum Espécie: Pittosporum tobira, Pittosporum undulatum Ordem: Rutales Família: Anacardiaceae Género: Rhus Espécie: Rhus coriaria Família: Simaroubaceae Género: Ailanthus Espécie: Ailanthus altissima Ordem: Família:

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Género: Sambucus Espécie: Sambucus nigra Género: Viburnum Espécie: Família: Dipsacaceae Género: Scabiosa Espécie: Scabiosa atropurpurea, Scabiosa nitens Ordem: Tropaeolales Família: Tropaeolaceae Género: Tropaeolum Espécie: Tropaeolum majus

CLASSE: LILIOPSIDA Ordem: Poales Família:Poaceae Género: Agrostis Espécie: Agrostis azorica, Agrostis castellana, Agrostis congestiflora spp. congestiflora, Agrostis congestiflora spp. Oreophila (Franco), Agrostis stolonifera Género: Aira Espécie: Aira caryophyllea ssp. Caryophyllea, Aira praecox Género: Anthoxanthum Espécie: Anthoxanthum aristatum, Anthoxanthum odoratum Género: Arrhenatherum Espécie: Arrhenatherum elatius spp. Bulbosum Género: Arundo Espécie: Arundo donax Género: Avena Espécie: Avena barbata, Avena sterilis ssp. Ludoviciana Género: Brachypodium Espécie: Brachypodium distachyon, Brachypodium sylvaticum Género: Briza Espécie: Briza maxima, Briza minor Género: Bromus Espécie: Bromus catharticus, Bromus diandrus, Bromus madritensis, Bromus madritensis ssp. madritensis Género: Cynodon Espécie: Cynodon dactylon Género: Dactylis Espécie: Dactylis glomerata Género: Deschampsia Espécie: Deschampsia foliosa Género:Digitaria Espécie: Digitaria ciliaris, Digitaria sanguinalis Género: Echinochloa Espécie: Echinochloa crus-galli Género: Eleusine Espécie: Eleusine indica, Eleusine indica ssp. Indica, Eleusine tristachya Género: Festuca Espécie: Festuca jubata, Festuca petraea Género:Gaudinia Espécie: Gaudinia coarctata Género: Holcus Espécie: Holcus lanatus, Holcus rigidus 56

Género: Hordeum Espécie: Hordeum murinum ssp. Leporinum Género: Lagurus Espécie: Lagurus ovatus Género: Lolium Espécie: Lolium multiflorum, Lolium perenne, Lolium rigidum Género: Oryzopsis Espécie: Oryzopsis miliacea Género: Paspalum Espécie: Paspalum dilatatum, Paspalum distichum Género:Pennisetum Espécie: Pennisetum villosum Género: Phalaris Espécie: Phalaris brachystachys, Phalaris canariensis, Phalaris minor Género: Piptatherum Espécie: Piptatherum miliaceum Género: Poa Espécie: Poa annua, Poa trivialis, Poa trivialis ssp. Trivialis Género: Polypogon Espécie: Polypogon maritimus, Polypogon viridis Género: Rostraria Espécie: Rostraria cristata Género: Setaria Espécie: Setaria pumila, Setaria verticillata Género: Sporobolus Espécie: Sporobolus africanus Género: Stenotaphrum Espécie: Stenotaphrum secundatum Género: Vulpia Espécie: Vulpia bromoides Ordem: Liliales Família:Liliaceae Género: Allium Espécie: Allium ampeloprasum Género: Nothoscordum Espécie: Nothoscordum gracile Género: Phormium Espécie: Phormium tenax Ordem: Asterales Família: Asteraceae Género: Anthemis Espécie: Anthemis cotula Género: Cichorium Espécie: Cichorium intybus Ordem: Arales Família: Araceae Género: Arum Espécie: Arum italicum Género: Colocasia Espécie: Colocasia esculenta Género: Zantedeschia Espécie: Zantedeschia aethiopica Ordem: Zingiberales Família: Cannaceae

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Género: Canna Espécie: Canna indica Família:Zingiberaceae Género: Hedychium Espécie: Hedychium gardneranum Ordem: Cyperales Família: Cyperaceae Género: Carex Espécie: Carex echinata, Carex divulsa ssp. Divulsa, Carex hochstetteriana, Carex otrubae, Carex pairae, Carex pendula, Carex peregrina, Carex viridula ssp. cedercreutzii Género:Cyperus Nome da espécie: Cyperus eragrostis, Cyperus esculentus, Cyperus longus, Cyperus rotundus Género: Eleocharis Espécie: Eleocharis multicaulis, Eleocharis palustris, Eleocharis palustris ssp. Vulgaris Género: Isolepis Espécie: Isolepis cernua, Isolepis setacea Género: Kyllinga Espécie: Kyllinga brevifolia Ordem: Juncales Família: Juncaceae Género: Juncus Espécie: Juncus acutus, Juncus articulatus, Juncus bufonius, Juncus bulbosus, Juncus capitatus, Juncus effusus, Juncus tenuis Género: Luzula Espécie: Luzula purpureosplendens Ordem: Orchidales Família: Género: Platanthera Espécie: Platanthera micrantha, Platanthera azorica Ordem: Najadales Família: Potamogetonaceae Género: Potamogeton Espécie: Potamogeton polygonifolius Ordem: Commelinales Família: Commelinaceae Género: Tradescantia Espécie: Tradescantia fluminensis Ordem: Família: Agavaceae Género: Dracaena Espécie: Dracaena draco Família: Amaryllidaceae Género: Amaryllis Espécie: Amaryllis belladonna

SUBDIVISÃO: CONIFEROPHYTA CLASSE: PINOPSIDA Ordem: Pinales Família: Taxodiaceae Género: Cryptomeria Espécie: Cryptomeria japonica

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Família: Cupressaceae Género: Juniperus Espécie: Juniperus brevifolia Família: Ta xa c e ae Género: Ta x us Espécie: Taxus baccata

DIVISAÕ PTEROFHYTA SUBDIVISÃO: FILICOPHYTINA CLASSE: FILICOPSIDA Ordem: Filicales Família: Adiantaceae Género: Adiantum Espécie: Adiantum capillus-veneris, Adiantum hispidulum Género: Anogramma Espécie: Anogramma leptophylla Família: Dicksoniaceae Género: Culcita Espécie: Culcita macrocarpa Família: Dryopteridaceae Género: Cyrtomium Espécie: Cyrtomium falcatum Género: Dryopteris Espécie: Dryopteris aemula, Dryopteris azorica Género: Polystichum Espécie: Polystichum setiferum Família: Athyriaceae Género: Cystopteris Espécie: Cystopteris diaphana Família: Athyriaceae Género: Deparia Espécie: Deparia petersenii Género: Diplazium Espécie: Diplazium caudatum Família: Hymenophyllaceae Género: Hymenophyllum Espécie: Hymenophyllum tunbrigense, Hymenophyllum wilsonii Género: Trichomanes Espécie: Trichomanes speciosum Família: Polypodiaceae Género: Polypodium Espécie: Polypodium azoricum Família: Aspleniaceae Género: Asplenium Espécie: Asplenium adiantum-nigrum, Asplenium azoricum, Asplenium hemionitis, Asplenium marinum, Asplenium monanthes, Asplenium obovatum ssp. Lanceolatum, Asplenium onopteris, Asplenium scolopendrium sp. scolopendrium, Asplenium trichomanes, Asplenium trichomanes ssp. Quadrivalens Família: Athyriaceae Género: Athyrium Espécie: Athyrium filix-femina Família: Blechnaceae

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Género: Blechnum Espécie: Blechnum spicant Género: Doodia Espécie: Doodia caudata Família: Osmundaceae Género: Osmunda Espécie: Osmunda regalis Família: Hypolepidaceae Género: Pteridium Espécie: Pteridium aquilinum Família: Pteridaceae Género: Pteris Espécie: Pteris incompleta Família: Thelypteridaceae Género: Stegnogramma Espécie: Stegnogramma pozoi Família: Blechnaceae Género: Woodwardia Espécie: Woodwardia radicans

SUBDIVISÃO: LYCOPHYTINA CLASSE: LYCOPODIOPSIDA Ordem Isoetales Familia Isoetaceae Género: Isoetes Espécie: Isoetes azorica Família: Lycopodiaceae Género: Diphasiastrum Espécie: Diphasiastrum madeirense Ordem Lycopodiales Familia Lycopodiaceae Género: Huperzia Espécie: Huperzia dentata, Huperzia suberecta Ordem: Selaginellales Família: Selaginellaceae Género: Selaginella Espécie: Selaginella kraussiana

Em relação à comunidade de espécies macrófitas de sistemas lênticos identificadas na lagoa do Caldeirão o trabalho mais recente é o realizado por Dodkins et al. (2007). Callitriche stagnalis, Callitriche platycarpa, Eleocharis sp., Glyceria declinata, Isoetes azorica, Juncus spp., Juncus effusus, Ryhncostegium riparioides, Sphagnum spp., Polygonum hydropiper, Polytrichum communis, Potamogeton nodosus, Potamogeton polygonifolius. Do trabalho de Dodkins et al. (2007) destaca-se o contributo para o aumento de espécies em relação aos trabalhos anteriores. Dias (2005) refere apenas a presença de um povoamento esparso de Callitriche stagnalis na lagoa do Caldeirão, embora mencione a presença de outras espécies, salientando a dificuldade de realizar um inventário completo. No entanto, Sjogren (1979) refere para esta lagoa a presença de Eleocahrdis multicaulis, E. palustris e Isoetes azorica.

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6.3.2. Fauna

O Check List das aves do Arquipélago dos Açores (Le Grand, 1983) refere 14 espécies nidificantes para a ilha do Corvo, designadamente: C. d. borealis, C. c. conturbans, S. rusticola, L. c. atlantis, S. hirundo, S. dougallii, C. livia, M. c. patriciae, T. m. azorensis, S. a. atlantis, C. c. parva, S. canaria, F. c. moreletti e S. v. granti.

Esta lista tem sido ampliada a 23 espécies nidificantes no Corvo (Rodebrand & The Birding Team, 2009). No ano de 2005 foi criada a página electrónica Birding Azores, uma iniciativa levada a cabo por dois ornitólogos suecos e visitantes de longa data dos Açores, cujo objectivo é compilar informação e descrever a avifauna dos Açores, criando assim uma fonte de informação para os restantes ornitólogos visitantes. Desde a sua criação, esta página na internet tem registado todas as observações de aves realizadas e elaborado uma base de dados actualizada quase diariamente, fornecendo ainda bibliografia e mapas de todas as ilhas com os locais de maior potencial para a observação de aves, etc (Rodebrand, 2005).

Na tabela abaixo apresenta-se a listagem de 23 espécies nidificantes no Corvo e o seu estatuto. Destas 23 espécies, 14 delas são nidificantes comuns (a verde), quatro são nidificantes pouco frequentes (a laranja) e cinco são nidificantes raras (a vermelho).

Co=Comum, Uc=Pouco comum, Ra=Raro, Br=Nidificante

Tabela 11 – Listagem de aves da ilha do Corvo 1800- 1950- 1987- Nome científico Nome português Estatuto 1949 1986 2008 Calonectris diomedea borealis Cagarro CoBr x x x Gaviota-de-patas- Larus michahellis amarelas CoBr x x x Sterna dougallii Garajau-rosado CoBr Sterna hirundo Garajau-comum CoBr x x x Columba livia Pombo-das-rochas CoBr x x x Columba palumbus azorica Pombo-torcaz CoBr x x x Motacilla cinerea patriciae Alvéola-cinzenta CoBr x x x Turdus merula azorensis Melro-preto CoBr x x x Toutinegra-de-barrete- Sylvia atricapilla gularis preto CoBr x x x Sturnus vulgaris granti Estroninho-malhado CoBr x x x Passer domesticus Pardal CoBr x x

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1800- 1950- 1987- Nome científico Nome português Estatuto 1949 1986 2008 Fringilla coelebs moreletti Tentilhão CoBr x x X Serinus canaria Canário-da-terra CoBr x x X Carduelis carduelis parva Pintassilgo CoBr x x X Coturnix coturnix conturbans Codorniz UcBr x x X Puffinus puffinus Estapagado UcBr x x X Borrelho-de-coleira- Charadrius alexandrinus interrompida UcBr x x X

Gallinago gallinago Narceja UcBr x x X Anas platyrhynchos Pato-real RaBr x x X Puffinus assimilis baroli Frulho RaBr Gallinula chloropus Galinha-d'água RaBr x x X Scolopax rusticola Galinhola RaBr x x X Asio otus Bufo-pequeño RaBr x x X

Assim, no grupo Ocidental, regista-se uma redução notória no número de espécies de vertebrados a nidificar, regularmente, em estado selvagem, no meio terrestre, como seria de esperar, relativamente a todas as ilhas dos Açores. A ilha do Corvo alberga cerca de 47 %.

As espécies acidentais no Corvo registadas por Rodebrand & The Birding Azores Team em 2009 foram:

Co=Comum, Uc=Pouco comum, Ra=Raro, Va=Accidental.

Tabela 12 – Listagem de aves da ilha do Corvo (Rodebrand & The Birding Azores Team, 2009)

Nome científico Nome português Estatuto 1800- 1950- 1987- 1949 1986 2008 Puffinus gravis Pardela-de-barrete CoVa x x x Calidris alba Pilrito-das-praias CoVa x x x Numenius phaeopus phaeopus Maçarico-galego CoVa x x x Arenaria interpres Rola-do-mar CoVa x x x

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Nome científico Nome português Estatuto 1800- 1950- 1987- 1949 1986 2008 Anas crecca Marrequinha UcVa x x x Egretta garzetta Garça-branca UcVa x x x Ardea cinerea Garça-real UcVa x x x Fulica atra Galeirão UcVa x x x Borrelho-grande-de- Charadrius hiaticula coleira UcVa x x x Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta UcVa x x x Calidris canutus Seixoeira UcVa x x x Calidris fuscicollis Pilrito-de-sobre-branco UcVa 3 16 x Larus ridibundus Guincho UcVa x x x Larus delawarensis Gaivota-de-bico-riscado UcVa x x Larus marinus Gaivotão-real UcVa x x x Rissa tridactyla Gaivota-tridáctila UcVa x x x Oenanthe oenanthe leucorrhoa Chasco-cinzento UcVa x x x Aythya collaris Caturro RaVa x x Bubulcus ibis Garça-boeira RaVa 4 7 x Calidris minuta Pilrito-pequeño RaVa x x x Calidris melanotos Pilrito-de-colete RaVa 34 x Calidris ferruginea Pilrito-de-bico-comprido RaVa x x x Tringa nebularia Perna-verde RaVa x x x Actitis macularius Maçarico-pintado RaVa x x Hirundo rustica rustica Andorinha-das-chaminés RaVa x x x

Para seguintes espécies especifica-se o número de observações realizadas no Corvo em relação ao número de observações totais no Arquipélago (espécies americanas a amarelo) (Rodebrand & The Birding Azores Team, 2009).

Tabela 13 – Listagem de aves de ocorrencia na ilha do Corvo (Birdibng Azores, 2009)

Total 1800- 1950- 1987- Total Nome científico Nome português Açores 1949 1986 2008 Corvo

Falco subbuteo Ógea 1 1 1

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Total 1800- 1950- 1987- Total Nome científico Nome português Açores 1949 1986 2008 Corvo

Pica-pau-de-barriga- Sphyrapicus varius amarela 1 1 1 Catharus guttatus To r do -eremita 1 1 1 Acrocephalus agricola Felosa-agricola 1 1 1 Parula americana Pisco-americano 1 1 1 Milvus milvus Milhano 2 2 1 Juruviara-de-garganta- Vireo flavifrons amarela 2 2 1 Mariquita-verde-de- Dendroica virens garganta-preta 2 2 1 Andorinha-de-dorso- Petrochelidon pyrrhonota acanelado 3 3 1 Catharus minimus To r do -de-faces-cinzentas 3 3 2 Hirundo rustica Andorinha-das-chaminés- erythrogaster americana 6 6 2 Garça-branca-grande- Egretta alba egretta americana 28 1 27 2 Numenius phaeopus Maçarico-galego- hudsonicus americano 29 1 28 4 Tringa flavipes Perna-amarela-pequena 93 4 10 79 6

Em continuação, apresenta-se a lista de espécies de aves raras ou acidentais cujos registos requerem homologação pelo Comité Português de Raridades (CPR - SPEA). Apenas espécies que contam com registos publicados ou com espécimes em museus foram consideradas para inclusão nesta lista. A área abrangida inclui toda a área do Corvo e em redor da ilha.

Co=Comum, Uc=Pouco comum, Ra=Raro, Br=Nidificante, Va=Accidental.

Tabela 14 – Listagem de aves raras da ilha do Corvo para homologação pelo Comité Português de Raridades

Total 1800- 1950- 1987- Total Nome científico Nome português Açores 1949 1986 2008 Corvo

Anser fabalis Ganso-campestre 2 1 1 1

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Total 1800- 1950- 1987- Total Nome científico Nome português Açores 1949 1986 2008 Corvo

Anser anser Ganso-bravo 6 1 1 4 1 Aix sponsa Pato-carolino 9 2 7 3 Anas penelope Piadeira RaVa x x x x Anas americana Piadeira-americana 95 2 6 87 8 Anas strepera Frisada 25 25 1 Anas rubripes Pato-escuro-americano RaBr x x x Anas acuta Arrábio 47 1 8 38 1 Anas discors Marreca-d'asa-azul 93 1 8 84 5 Aythya fuligula Negrinha RaVa 5 9 x x Aythya marila Negrelho 50 1 6 43 1 Mergus cucullatus Merganso-capuchinho 4 4 1 Mergus serrator Merganso-de-poupa 26 7 2 17 7 Podilymbus podiceps Mergulhão-caçador 19 1 5 13 1 Fulmarus glacialis Pombalete 27 27 16 Pterodroma Freira de Trindade 4 4 arminjoniana 2 Pterodroma feae Gon-gon 22 22 2 Puffinus griseus Pardela-preta UcVa x x x x Oceanodroma Painho-de-cauda-forcada RaVa 7 7 x leucorhoa x Morus bassanus Alcatraz UcVa x x x x Corvo-marinho-de-faces- Phalacrocorax carbo 8 1 7 1 brancas Phalacrocorax Corvo-marinho-d'orelhas 46 46 6 auritus Ardea herodias Garça-real-americana 24 9 15 2 Platalea leucorodia Colhereiro 48 10 4 34 12 Buteo lagopus Bútio-calçado 7 7 1 Falco tinnunculus Penereiro 37 10 11 16 1 Falco columbarius Esmerilhão 8 1 7 1 Falco peregrinus Falcão peregrino 22 22 5 Porzana porzana Franga-d'água-malhada 15 2 4 9 1

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Total 1800- 1950- 1987- Total Nome científico Nome português Açores 1949 1986 2008 Corvo

Crex crex Codornizão 18 9 5 4 3 Charadrius Batuíra-de-bando RaVa 1 x semipalmatus x Charadrius vociferus Borrelho-de-coleira-dupla 12 5 3 4 1 Pluvialis dominica Batuiruçu 41 41 3 Vanellus vanellus Abibe RaVa x x x x Calidris pusilla Pilrito-rasteirinho RaVa 1 10 x x Tryngites subruficollis Pilrito-acanelado 19 7 12 1 Lymnocryptes Narceja-galega 28 1 2 25 minimus 8 Gallinago delicata Narceja-americana 72 72 3 Limnodromus griseus Maçarico-de-bico-curto 21 5 16 3 Limnodromus Maçarico-de-bico- 6 6 1 scolopaceus comprido Bartramia longicauda Maçarico-do-campo 9 2 7 1 Tringa melanoleuca Perna-amarela-grande 11 1 3 7 1 Actitis hypoleucos Maçarico-das-rochas 54 3 16 35 2 Phalaropus tricolor Pisa-n'água 9 1 8 1 Phalaropus fulicarius Falaropo-de-bico-grosso RaVa 3 10 x x Stercorarius Moleiro do Árctico RaVa x x pomarinus x Stercorarius Moleiro-pequeno RaVa x x parasiticus x Stercorarius skua Alcaide RaVa x x x Larus atricilla Gaivota-alegre 46 46 3 Larus canus Famego 29 20 9 1 Larus fuscus Gaivota-d'asa-escura UcVa x x x x Larus hyperboreus Gaivotão-branco RaVa x x x x Chlidonias niger Gaivina-preta 6 1 5 1 Sterna paradisaea Gaivina do Árctico RaVa 1 42 x x Sterna forsteri Gaivina de Forster 5 5 1 Sterna sandvicensis Garajau-de-bico-preto 88 35 53 1 Alle alle To r da -miúda 42 9 19 14 1

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Total 1800- 1950- 1987- Total Nome científico Nome português Açores 1949 1986 2008 Corvo

Zenaida macroura Rola-carpideira 2 2 1 Coccyzus Papa-lagarta-norte- 27 2 11 14 7 americanus americano Asio flammeus Coruja-do-nabal 18 2 5 11 2 Chordeiles minor Noitibó-americano 9 2 7 1 Chaetura pelagica Rabo-espinhoso RaVa x x Alauda arvensis Laverca RaVa 4 1 x x Tachycineta bicolor Andorinha-das-árvores 7 7 3 Progne subis Andorinha-roxa 3 3 2 Anthus rubescens Petinha-fulva 6 6 1 Turdus pilaris To r do -zornal RaVa 1 2 x x Phylloscopus Felosinha 64 64 2 collybita Lanius collurio Picanço-de-dorso-ruivo 2 2 2 Vireo griseus Juruviara-de-olho-branco 2 2 2 Vireo philadelphicus Juruviara de Filadélfia 1 1 1 Vireo olivaceus Víreo-de-olho-vermelho 10 10 7 Carduelis spinus Lugre 23 6 17 2 Carduelis flammea Pintarroxo-de-queixo-preto 10 10 8 Carduelis Pintarroxo-boreal 1 1 hornemanni 1 Vermivora peregrina Mariquita do Tennessee 1 1 1 Dendroica Mariquita-azul-de- 3 3 3 caerulescens garganta-preta Dendroica coronata Mariquita-coroada 8 8 4 Dendroica striata Mariquita-de-perna-clara 3 3 1 Seiurus aurocapilla Mariquita-de-coroa-ruiva 3 3 1 Geothlypis trichas Maraquita-de-mascarilha 6 6 4 Wilsonia citrina Mariquita-de-capuz 1 1 1 Piranga rubra Sanhaço-de-fogo-migrador 1 1 1 Piranga olivacea Sanhaço-d'asa-preta 5 5 3 Zonotrichia Tico-tico-coroado 1 1 leucophrys 1

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Total 1800- 1950- 1987- Total Nome científico Nome português Açores 1949 1986 2008 Corvo

Calcarius lapponicus Escrevedeira da Lapónia 4 4 2 Plectrophenax nivalis Escrevedeira-das-neves RaVa x x x x Pheucticus Realejo 8 8 ludovicianus 5 Passerina cyanea Mariposa-azul 15 15 10 Dolichonyx Triste-pia 8 8 oryzivorus 2 Icterus galbula Corrupião-laranja 1 1 1

A lista de espécies americanas observadas no Corvo é a seguinte (Rodebrand & The Birding Azores Team, 2009):

Tabela 16 – Listagem de aves americanas observadas na ilha do Corvo (Rodebrand & The Birding Azores Team)

Total 1800- 1950- 1987- Total Nome científico Nome português Açores 1949 1986 2008 Corvo

Garça-branca-grande- Egretta alba egretta americana 28 1 27 2 Numenius phaeopus hudsonicus Maçarico-galego-americano 29 1 28 4 Pica-pau-de-barriga- Sphyrapicus varius amarela 1 1 1 Hirundo rustica Andorinha-das-chaminés- erythrogaster americana 6 6 2 Andorinha-de-dorso- Petrochelidon pyrrhonota acanelado 3 3 1 Juruviara-de-garganta- Vireo flavifrons amarela 2 2 1 Parula americana Pisco-americano 1 1 1 Mariquita-verde-de- Dendroica virens garganta-preta 2 2 1

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Nos Açores todas as espécies de mamíferos (excepto o morcego dos Açores), anfíbios e répteis foram introduzidas. Existe uma única espécie de anfíbio na ilha do Corvo (FAPAS, 2001), a Rã verde Rana perezi (Seoane, 1885, Cunha, 2005) e uma espécie de réptil, a Lagartixa da Madeira Lacerta dugesii (Edwards, 1829; Cunha et al., 2005). A existência de cabras que ao longo dos anos se tornaram selvagens está restrita às falésias costeiras. É de salientar a existência de gatos, principalmente gatos vadios em todas as zonas tendo já sido testemunhado no âmbito deste projecto o seu impacto como predadores nas colónias de aves marinhas.

Categorias do Estatuto: E – Endémico I – Introduzido nos Açores

Tabela 17 – Listagem de mamíferos da ilha do Corvo Espécie Nome comu m Estatuto Fonte (Açores) Nyctalus azoreum Morcego dos E Thomas, 1901; Cunha 2005 Açores Rattus norvegicus Ratazana I Berkenhout, 1796; Skiba, 1996; Collares-Pereira, 1997; ICN, 1999; Cunha, 2005 Rattus rattus Rato-preto I Linnaeus, 1758; Skiba, 1996; Collares- Pereira, 1997; ICN, 1999, Cunha, 2005 Mus musculus Murganho I Linnaeus, 1758; Skiba, 1996; Collares- domesticus Pereira, 1997; ICN, 1999, Cunha et al., 2005 Felis catus Gato doméstico I Linnaeus, 1758 domesticus assilvestrado Capra Cabra I Linnaeus, 1758 hircus Ovis aries Ovelha domestica Linnaeus, 1758

Em relação aos moluscos terrestres da ilha do Corvo, o único trabalho encontrado é anónimo e foi realizado em 1881, que para além de rever a nomenclatura dada por Morelet (1860) estuda a sua distribuição nas distintas ilhas do Arquipélago. Foi também consultado o Portal de biodiversidade dos Açores, encontrando poucas similitudes com os resultados do estudo anterior. A lista de todas as espécies de moluscos terrestres citadas para o Corvo é a seguinte:

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Categorias do Estatuto: E – Endémico I – Introduzido nos Açores

Tabela 18 – Listagem de moluscos da ilha do Corvo

Espécie Nome comu m Estatuto Fonte (Açores) Arion intermedius Lesma E Silva et al., 2005 Arion lusitanicus Lesma E Silva et al., 2005 Arion rufus Lesma Morelet, 1860; Anônimo, 1881 Arion rufus subfuscus Lesma Morelet, 1860; Anônimo, 1881 Auriculinella bidentata Caracol E Silva et al., 2005 Balea heydeni Caracol I Silva et al., 2005 Balea nitida Caracol E Silva et al., 2005 Balea pervesa caracol Morelet, 1860; Anônimo, 1881 Bolimus pruninus vulgaris Morelet, 1860; Anônimo, 1881 Carychium ibazoricum Caracol E Silva et al., 2005 Cochlicella barbara Caracol E Silva et al., 2005 Cochlicopa lubrica Caracol E Silva et al., 2005 Columella microspora Caracol E Silva et al., 2005 Deroceras caruanae Lesma I Silva et al., 2005 Deroceras reticulatum Lesma I Silva et al., 2005 Discus rotundatus Caracol E Silva et al., 2005 Euconulus fulvus Caracol E Silva et al., 2005 Helix aspersa Caracol E Morelet, 1860; Silva et al., 2005; Anônimo, 1881 Helix aspera pisana Caracol Morelet, 1860; Anônimo, 1881 Helix aspera barbula Caracol Morelet, 1860; Anônimo, 1881 Helix aspera horripila Caracol Morelet, 1860; Anônimo, 1881 Helix aspera armillata Caracol Morelet, 1860; Anônimo, 1881 Helix aspera rotundata Caracol Morelet, 1860; Anônimo, 1881 Heliz aspera pulchela Caracl Morelet, 1860; Anônimo, 1881 Helix aspera bulimoides Caracol Morelet, 1860; Anônimo, 1881 Hydrocena gutta Caracol E Silva et al., 2005 Lauria anconostoma Caracol E Silva et al., 2005 Lauria fasciolata Caracol E Silva et al., 2005 Lehmannia valentiana Lesma E Silva et al., 2005 Leiostyla fuscidula Caracol E Silva et al., 2005 Leiostyla vermiculosa Caracol E Silva et al., 2005 Leptaxis azorica Caracol E Silva et al., 2005

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Espécie Nome comu m Estatuto Fonte (Açores) Limacus flavus Lesma E Silva et al., 2005 Limax maximus Lesma E Silva et al., 2005 Limax variegatus gagates Lesma Morelet, 1860; Anônimo, 1881 Limax variegatus agrestis Lesma Morelet, 1860; Anônimo, 1881 Microxeromagna armillata Caracol E Silva et al., 2005 Milax gagates Lesma E Silva et al., 2005 Moreletina horripila Caracol E Silva et al., 2005 Myosotella myosotis Caracol E Silva et al., 2005 Napaeus delibutus Caracol E Silva et al., 2005 Napaeus pruninus Caracol E Silva et al., 2005 Napaeus vulgaris Caracol E Silva et al., 2005 Nesovitrea hammonis Caracol I Silva et al., 2005 Nesovitrea petronella E Silva et al., 2005 Oestophora barbula Caracol E Silva et al., 2005 Ovatella vulcani Caracol E Silva et al., 2005 Oxychilus cellarius Caracol E Silva et al., 2005 Oxychilus draparnaudi Caracol E Silva et al., 2005 Oxychilus volutella Caracol E Silva et al., 2005 Pedipes pedipes Caracol E Silva et al., 2005 Plutonia finitima Lesma E Silva et al., 2005 Pseudomelampus exiguus Caracol E Silva et al., 2005 Pupa microspora Morelet, 1860; Anônimo, 1881 anconostoma Pupa microspora Morelet, 1860; Anônimo, 1881 fascicolata Pupa microspora Morelet, 1860; Anônimo, 1881 fuscidula Testacella maugei Caracol E Morelet, 1860; Silva et al., 2005 Theba pisana Caracol E Silva et al., 2005 Vertigo pygmaea Caracol E Silva et al., 2005 Vitrea contracta Caracol E Silva et al., 2005 Zonites miguelinus Morelet, 1860; Anônimo, 1881 celarius Zonites miguelinus Morelet, 1860; Anônimo, 1881 volutela Zonites miguelinus Morelet, 1860; Anônimo, 1881 crystallinus

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Espécie Nome comu m Estatuto Fonte (Açores) Zonites miguelinus Morelet, 1860; Anônimo, 1881 atlanticus Zonites miguelinus fulvus Morelet, 1860; Anônimo, 1881

Em relação à Classe Insecta apresenta-se os resultados obtidos durante a última e mais recente expedição ao Corvo realizada pela Universidade dos Açores “XIII Expedição Científica do Departamento de Biologia: Flores e Corvo 2007”. A lista dos Lepidópteros da ilha do Corvo é actualmente constituída por 45 (30,2 %) espécies do total de 149 conhecidas dos Açores, incluindo 8 (5,4 %) espécies endémicas das 38 (25,5 %) presentes nos Açores. Os endemismos citados são comuns a outras ilhas do arquipélago, exceptuando um taxa exclusivo comum às ilhas do Corvo e das Flores, Hipparchia azorina occidentalis (Sousa, 1985). Além disso, no Corvo habita uma espécie que é comum a outros arquipélagos da Macaronésia Caloptilia schinella (Walsingham), mas está ausente nas Flores. Em relação aos Himenópteros do Corvo, observou-se a existência de Glyptapanteles militaris (Walsh; Hymenoptera: Braconidae) e de Lisibia nana (Gravenhorst; Hymenoptera: Ichneumonidae), respectivamente, um parasitóide larvar e um hiperparasitóide da “lagarta das pastagens” Pseudaletia (=Mythimna) unipuncta (Haworth; : Noctuidae). Entre os parasitóides oófagos foi apenas observado Telenomus sp. (Hymenoptera: Scelionidae), um parasitóide generalista de Lepidópteros. Os parasitóides G. militaris e Telenomus sp. têm um papel importante no controlo biológico de diversas pragas agrícolas destas ilhas.

O inventário dos Lepidópteros e Himenópteros é considerado ainda incompleto, apesar do contributo dado por vários trabalhos publicados desde finais do século XIX até à actualidade (Rebel, 1940; Sousa, 1985 e 1991; Vieira et al., 1990; Vieira, 1995 Vieira & Tavares, 1995; Carvalho et al., 1999; Vieira, 2003; Vieira et al., 2003; Borges et al., 2005a; Borges et al., 2005b; Karsholt & Vieira, 2005).

Paralelamente à revisão bibliográfica dos distintos autores, consultou-se também o Portal de biodiversidade para a elaboração da listagem seguinte:

Tabela 19 – Listagem da classe insecta da ilha do Corvo

Categorias do Estatuto: E – Endémico I – Introduzido nos Açores

EM – Comun a outros arquipélagos da Macaronésia

Espécie Estatuto Fonte LEPIDOPTERA Agrius convolvuli I Linnaeus, 1758; Vieira, 2007

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Espécie Estatuto Fonte Agrotis ipsilon I Hupnagel, 1766; Vieira, 2007 Agrotis segetum I Denis & Schiffermüler, 1775; Vieira, 2007 Argyresthia atlanticella E Rebel, 1940; Vieira, 2007 Ascotis furtunata azorica E Pinker, 1971; Vieira, 2007 Autographa gamma I Linnaeus, 1758; Vieira, 2007 Caloptilia bristigela E Borges et al., 2005a Caloptilia schinella E Walsingham, 1908; Vieira, 2007 Chrysodeixis chalcites I Esper, 1789; Vieira, 2007 Colias croceus I Fourcroy, 1758; Vieira, 2007 Crocidosema plebejana I Zeller, 1847; Vieira, 2007 Ctenuplusia limbirena I Gueneé, 1852; Vieira, 2007 Cydia molesta I Busck, 1916; Vieira, 2007 Ephestia kuehniella I Zeller, 1879; Vieira, 2007 Eudonia interlinealis E Warren, 1905; Vieira, 2007 Galgula partita I Gueneé, 1852; Vieira, 2007 Gymnoscelis rufifasciata I Haworth, 1809; Vieira, 2007 Helicoverpa armigera I Hübner, 1796; Vieira, 2007 Hypena obsitalis I Hübner, Vieira; 2007 Hypparchia azorina E Borges et al., 2005a minima Hypparchia azorina E Sousa, 1985; Vieira, 2007 occidentalis Macroglossum stellatarum I Linnaeus, 1758; Vieira, 2007 Mesapamea storai E Rebel, 1940; Vieira, 2007 Mythimna loreyi I Duponchel, 1827; Vieira, 2007 Mythimna unipuncta I Haworth, 1809; Vieira, 2007 Niditinea fuscella I Linnaeus, 1758; Vieira, 2007 Noctua atlantica E Warren, 1905; Vieira, 2007 Noctua pronuba I Linnaeus, 1758; Vieira, 2007 Nomophila noctuella I Denis & Schiffermüler, 1775; Vieira, 2007 Opogona sacchari I Bojer, 1856; Vieira, 2007 vitrealis I Rossi, 1794; Vieira, 2007 Peridroma saucia Hübner, 1808; Vieira, 2007 Phlogophora interrupta E Borges et al., 2005a Phlogophora meticulosa I Linnaeus, 1758; Vieira, 2007 Phthorimaea opercullela I Zeller, 1873; Vieira, 2007

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Espécie Estatuto Fonte Phycitodes albatella I Bentinck, 1937; Vieira, 2007 pseudonimbella Pieris brassicae azorensis E Rebel, 1917; Vieira, 2007, Meirinho et al, 2004 Plutella xylostella I Linnaeus, 1758; Vieira, 2007 Praeacedes atomosella I Walker, 1863; Vieira, 2007 Scoparia aequipennalis E Warren, 1905; Vieira, 2007 Selania leplastriana I Curtis, 1831; Vieira, 2007 Sesamia nonagrioides I Lefèbvre, 1827; Vieira, 2007 Sitotroga cerealela I Olivier, 1789; Vieira, 2007 Tebbena micalis I Mann, 1857; Vieira, 2007 Thysanoplusia orichalcea I Fabricius, 1775; Vieira, 2007 Udea ferrugalis I Hübner, 1796; Vieira, 2007 Vanessa atalanta I Linnaeus, 1758 Xestia c-nigrum I Linnaeus, 1758; Vieira, 2007 COLEOPTERA Agonum marginatum I Borges et al., 2005a Amara aenea I Borges et al., 2005a Anchus ruficornis I Borges et al., 2005a Anotylus nitidulus I Borges et al., 2005a Atheta atramentaria I Borges et al., 2005a Campalita olivieri I Borges et al., 2005a Coccinella I Borges et al., 2005a undecimpunctata Coleoptera Heteroderus E Borges et al., 2005a azoricus Dytiscidae Rhantus I Borges et al., 2005a suturalis Harpalus distinguendus I Borges et al., 2005a Hydroporus guernei E Borges et al., 2005a Laparocerus azoricus E Borges et al., 2005a Melyridae Psilothrix I Borges et al., 2005a viridicaeruleus Ocypus olens I Borges et al., 2005a Ocys harpaloides I Borges et al., 2005a Onthophagus vacca I Borges et al., 2005a Pseudophonus rufipes I Borges et al., 2005a Scarabaeidae I Borges et al., 2005a Onthophagus taurus

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Espécie Estatuto Fonte Staphylinidae I Borges et al., 2005a Stenolophus teutonus I Borges et al., 2005a Xantholinus linearis I Borges et al., 2005a DIPTERA Aphrosylys argyreatus E Borges et al., 2005a Aphrosylys calcarator E Borges et al., 2005a Cerodonta bistrigata E Borges et al., 2005a Chrysotus azoricus E Borges et al., 2005a Psectrocladius sordidellus E Borges et al., 2005a var. insularis Smittia (Pseudosmittia) E Borges et al., 2005a azorica HOMOPTERA Cixius azofloresi E Borges et al., 2005a Eupteryx azorica E Borges et al., 2005a CRUSTACEA Orchestia chevreuxi E Borges et al., 2005a

É de salientar a pouca diversidade de artrópodes existentes na ilha de Corvo. Estudos recentes sugerem que as populações de várias espécies endémicas de artrópodes de ampla distribuição no arquipélago possuem as suas menores densidades em fragmentos perturbados por plantas exóticas. O padrão de invasão dos habitats naturais dos Açores pelas espécies de artrópodes exóticos é um processo dinâmico em que os resíduos de vegetação nativa mais pequenos e fragmentados estão em maior perigo e em que a matriz de habitats que os rodeia tem uma grande importância, já que a presença de uma matriz de pastagem semi-natural favorece a manutenção de espécies endémicas e nativas (Borges et al., 2000).

6.4. Descrição do Meio Marinho

O Arquipélago dos Açores funciona como uma importante zona de transição entre os trópicos e a região temperada do Atlântico Norte, desempenhando um papel importante ao nível de refúgio, reprodução e crescimento dum grande número de espécies marinhas (Pietro et al., 2007).

A Ilha do Corvo é caracterizada por uma linha de costa com cerca de 18 km de comprimento. O fundo marinho que rodeia a ilha tem um aumento de profundidade gradual até cerca de 50 m, a partir do qual aumenta abruptamente até aos 500 m de profundidade, que são atingidos a cerca de uma milha náutica da costa. É ainda de referir o canal que separa a ilha do Corvo da ilha das Flores com cerca de 9,5 milhas náuticas que atinge a profundidade máxima de 1000 m (Tempera et al., 2002a).

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A estreita zona intertidal do Corvo é geralmente composta por grandes blocos de rocha, na sua maioria móveis e sujeitos a erosão marinha (Tempera et al., 2002b). O habitat subtidal de baixa profundidade é formado predominantemente por rampas de blocos de rocha que se fundem gradualmente com planícies de areia a profundidades entre 15 e 60 m. As principais excepções a esta morfologia localizam-se nas costas sudeste e noroeste, onde o habitat subtidal de baixa profundidade é formado por um leito rochoso irregular com uma sucessão de cristas e caneiros que partem da costa. Recifes ou picos rochosos isolados, conhecidos por "baixas", são também frequentes, elevando-se do fundo com declives mais ou menos abruptos até perto da superfície (Tempera et al. 2002a), cujo a diversidade geomorfológica proporciona a existência de múltiplos micro-habitats (Pietro et al., 2007).

Todas estas variações no fundo marinho suportam a elevada biodiversidade marinha que pode ser encontrada em redor da ilha do Corvo. No entanto, e apesar de Dentinho e Lima (2000) se referirem ao bom estado de preservação dos valores naturais e ecológicos, pouca é a bibliografia disponível à cerca da biodiversidade marinha do Corvo, que nos permita tirar conclusões fiáveis à cerca deste ponto (Tempera et al., 2002b).

6.4.1. Flora

Os povoamentos florísticos da envolvente marinha do Corvo, assemelham-se, de um modo geral, aos das restantes ilhas do arquipélago Açoreano. Os tufos algais são constituídos maioritariamente por algas vermelhas coralináceas (Rhodophyta). Em algumas zonas, estes povoamentos apresentam menor desenvolvimento que noutas zonas, o que, como foi explicado anteriormente, deverá ser influenciado pela diversidade de habitats assim como por diferenças no hidrodinamismo local (PDM, 1991a).

Os únicos dois estudos com informação relativa à flora marinha da ilha do Corvo referem um total de apenas 41 espécies. Este número parece ser sub-representativo da riqueza dos povoamentos algais da ilha, tendo em conta outros trabalhos (Dionísimo et al., 2007). No entanto, Tempera et al. (2002a) reconhece as limitações do seu trabalho inerentes à pouca experiência da sua equipa na identificação deste grupo assim como à escassez de dados recolhidos.

Apresenta-se a lista de espécies registadas por Tempera et al. (2002a) e Pietro et al. (2007) na envolvente marinha da ilha do Corvo. O número de espécies indicado para cada grupo taxonómico refere-se ao número máximo de espécies observadas, tendo sido contabilizadas como espécies diferentes as espécies indeterminadas observadas por autores diferentes.

Tabela 19 – Listagem de flora marinha da ilha do Corvo Espécie Fonte RHODOPHYTA Asparagopsis armata1 Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Corallina sp. Tempera et al., 2002a Corallinacea indet. (crostas) Tempera et al., 2002a

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Espécie Fonte Corallinacea indet. (erectas) Pietro et al., 2007 Corallinales indet.1 Tempera et al., 2002a Corallinales indet.21 Tempera et al., 2002a Corallinales indet.31 Tempera et al., 2002a Corallinales indet. Pietro et al., 2007 Delesseriaceae indet. Tempera et al., 2002a Gigartina teedii Pietro et al., 2007 Haliptylon sp. Tempera et al., 2002a Jania spp. Tempera et al., 2002a Peyssonnelia sp. 1 ("encrostante") Tempera et al., 2002a Peyssonnelia sp. 2 ("amarelada") Tempera et al., 2002a Pterocladiella capillacea - “Rabão” Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Rhodophyta indet. (crostas não calc.) Tempera et al., 2002a Symphyocladia marchantioides1 Tempera et al., 2002a PHAEOPHYTA Carpomitra costata Tempera et al., 2002a Cladostephus spongiosus Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Colpomenia spp. Tempera et al., 2002a Cutleria multifida (fase Aglaozonia) Tempera et al., 2002a Dictyopteris membranacea1 Tempera et al., 2002a Dictyota sp. Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Dictyota dichotoma Pietro et al., 2007 Halopteris filicina Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Padina pavonica Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Phaeophyta (filamentosa) Tempera et al., 2002a Sargassum sp. Tempera et al., 2002a Sargassum vulgare 2 Pietro et al., 2007 Stypocaulon scoparium Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Zonaria tournefortii Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 CHLOROPHYTA Pietro et al., 2007 Bryopsis sp. Tempera et al., 2002a Chaetomorpha sp. Tempera et al., 2002a Chlorophyta (filamentosa) Tempera et al., 2002a Cladophora sp. 1 Tempera et al., 2002a Cladophora sp. 2 Tempera et al., 2002a Valonia utricularis Tempera et al., 2002a PLANTAS VASCULARES Juncus sp. Pietro et al., 2007 Limonium vulgare Pietro et al., 2007 Potamogeton polygonifolius Pietro et al., 2007

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6.4.2. Fauna

A fauna marinha que pode ser observada ao redor da ilha do Corvo apresenta uma grande diversidade. Em termos gerais, os peixes parecem ter uma representatividade muito abundante ao largo do Corvo. É de salientar a relativa abundância de Meros Epinephelus marginatus e o grande número de Salemas Sarpa salpa, Patruças Kyphosus sectator, Garoupas Serranus atricauda e Lírios Seriola dumerili de grandes dimensões existentes no Corvo, quando em comparação com o resto do Arquipélago dos Açores (Tempera et al., 2002a).

No que diz respeito aos invertebrados, apesar de vir referenciado na bibliografia a existência de cavacos Scyllarides latus e lagostas Palinurus elephas ao largo da ilha do Corvo, nenhum dos estudos disponíveis confirma a actual existência de ambas as espécies. No entanto, é necessário ter em conta o comportamento pouco conspícuo e a reduzida abundância, no geral, de ambas as espécies. As restantes espécies parecem ter uma representatividade bastante abundante. Tempera et al. (2002a) registaram nas suas prospecções uma frequência de ocorrência superior a 80% de Caranguejos-eremitas Calcinus tubularis e Dardanus calidus, gastrópodes Calliostoma zizyphinum e Stramonita haemastoma, Estrela-do-mar Ophidiaster ophidianus e Espongiários cor-de-laranja Tedania/ Myxilla.

As espécies de invertebrados registados por Tempera et al. (2002a), Pietro et al. (2007) e PDM (1991a) na envolvente marinha da ilha do Corvo descrevem-se na listagem seguinte. O número de espécies indicado para cada grupo taxonómico refere- se ao número máximo de espécies observadas, tendo sido contabilizadas como espécies diferentes as espécies indeterminadas observadas por autores diferentes.

Tabela 20 – Listagem de fauna marinha da ilha do Corvo Nome científico Nome vulgar Fonte PROTISTA Miniacina miniacea Foraminífero-de-coral Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 PORIFERA Tempera et al., 2002a Clathrina chlatrus Tempera et al., 2002a Clathrina coriacea Tempera et al., 2002a Guancha lacunosa Tempera et al., 2002a Haliclona fistulosa Tempera et al., 2002a Hamigera hamigera Tempera et al., 2002a Myxilla spp Pietro et al., 2007 Oscarella lobularis1 Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Petrosia ficiformis1 Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Porifera indet. sp.1 amarela encrost. Pietro et al., 2007

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Nome científico Nome vulgar Fonte Porifera indet. sp.2 laranja" cf. PDM, 1991a Tedania/Myxilla Porifera indet. sp.3 amarela PDM, 1991a Porifera indet. sp.4 laranja estriada PDM, 1991a Sarcotragus/Ircinia spp. PDM, 1991a Tedania spp Pietro et al., 2007 Terpios sp. azul encrostante Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 CNIDARIA Aiptasia mutabilis Aiptasia-verde Tempera et al., 2002a Alicia mirabilis Alícia Tempera et al., 2002a Anemonia sargassensis Anémona-dos-sargaços Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Anthozoa sp. Tempera et al., 2002a Antipathes wollastoni Coral-negro Tempera et al., 2002a Aglaophenia sp. Plumas-do-mar Tempera et al., 2002a Corynidae/Tubulariidae Tempera et al., 2002a spp. Caryophyllia sp. Coral-taça Pietro et al., 2007 Caryophyllia smithi Coral-taça Tempera et al., 2002a Corynactis viridis Anémona-jóia Tempera et al., 2002a Diphasia sp. Tempera et al., 2002a cf. Obelia/Eudendrium Tempera et al., 2002a spp. Octocorallia indet. Tempera et al., 2002a Parazoanthus sp. Anémona-encrostante- Tempera et al., 2002a amarela Physalia physalis Caravela-portuguesa Tempera et al., 2002a Pelagia noctiluca Água-viva Tempera et al., 2002a POLYCHAETA Ditrupa arietina Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Hermodice carunculata Verme-do-fogo Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Myxicola infundibulum Poliqueta-de-trompa Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Polychaeta indet. Tempera et al., 2002a Sabella spallanzanii Espirógrafo Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Spionidae sp. Espionídeos Pietro et al., 2007

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Nome científico Nome vulgar Fonte Spirographis spallanzanii Espirógrafo PDM, 1991a Spirorbis spp. Pietro et al., 2007 CRUSTACEA Calcinus tubularis Casa-alugada- Tempera et al., 2002a; Pietro et al., sedentário 2007 Dardanus calidus Casa-alugada-vermelho Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Dromia marmorea Caranguejo-dorminhoco Tempera et al., 2002a Galathea sp. Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Galathea squamifera Pietro et al., 2007 Galathea strigosa Pietro et al., 2007 Grapsus grapsus Caranguejo fidalgo PDM, 1991a Lysmata seticaudata Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Megabalanus azoricus Craca-gigante Tempera et al., 2002a Pachygrapsus Moura PDM, 1991a marmoratus Palinurus elephas Lagosta Pietro et al., 2007 Paractaea monodi Tempera et al., 2002a Percnon gibbesi Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Scyllarides latus Cavaco Pietro et al., 2007 Scyllarus arctus Cavaco-anão Tempera et al., 2002a Stenopus spinosus Camarão-espinhoso Tempera et al., 2002a MOLLUSCA Aplysia depilans Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Berthelina edwardsi Lesma-pêssego Tempera et al., 2002a Bursa scrobiculator Te mpera et al., 2002a Calliostoma zizyphinum Burrié-bicudo Tempera et al., 2002a Cerithium cf. vulgatum Tempera et al., 2002a Charonia lampas Búzio Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Chromodoris britoi Lesma-de-brito Tempera et al., 2002a Columbella adansoni Búzio Tempera et al., 2002a Discodoris atromaculata Vaquinha Tempera et al., 2002a Ervilia castanea Ervilha-castanha Tempera et al., 2002a Haliotis coccinea Lapa-burra Tempera et al., 2002a Haliotis tubercullata Lapa-burra PDM, 1991a 80

Nome científico Nome vulgar Fonte Hexaplex trunculus Búzio-roxo Tempera et al., 2002a Hypselodoris picta azorica Lesma-do-mar-amarela- Tempera et al., 2002a e-púrpura Litorina sp PDM, 1991a Luria lurida Cipreia Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Mitra zonata Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Myosotella myosotis Pietro et al., 2007 Octopus vulgaris Polvo Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Ovatella vulcani Caracol Pietro et al., 2007 Patella aspera Lapa brava Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Patella candei gomesii Lapa mansa PDM, 1991a Pedipes pedipes Pietro et al., 2007 Pinna rudis Leque Tempera et al., 2002a Platydoris argo Lesma-do-mar-coriácea Tempera et al., 2002a Pseudomelampus exiguus Pietro et al., 2007 Stramonita haemastoma Búzio-de-boca-vermelha Tempera et al., 2002a; Pietro et al., Sin. Thais haemastoma 2007; PDM, 1991a BRYOZOA Bryozoa indet. sp.5 encrost. escuro Tempera et al., 2002a Schizoporella sp. Tempera et al., 2002a PHORONIDA Phoronis hippocrepia Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 ECHINODERMATA Antedon bifida Comátula-do-Atlântico Tempera et al., 2002a Arbacia lixula Ouriço-do-mar-negro Tempera et al., 2002a Centrostephanus Ouriço-castanho-de- Tempera et al., 2002a longispinus espinhos-longos Hacelia attenuata Estrela-do-mar-laranja Tempera et al., 2002a Holothuria sanctori Tempera et al., 2002a Holothuria sp. Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Marthasterias glacialis Estrela-do-mar-comum Tempera et al., 2002a Ophidiaster ophidianus Estrela-do-mar-vermelha Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007

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Nome científico Nome vulgar Fonte Paracentrotus lividus Ouriço-comum Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Sphaerechinus granularis Ouriço-de-espinhos- Tempera et al., 2002a; Pietro et al., curtos 2007 TUNICATA Didemnidae indet. Tempera et al., 2002a

Para a lista de espécies de peixes da envolvente marinha da ilha do Corvo também foram utilizados os registos de Tempera et al. (2002), Pietro et al. (2007) e o PDM (1991a) além do trabalho recente de Mealha (2009). O número de espécies indicado para cada grupo taxonómico refere-se ao número máximo de espécies observadas, tendo sido contabilizadas como espécies diferentes as espécies ideterminadas observadas por autores diferentes.

Tabela 21 – Listagem de peixes da ilha do Corvo

Nome científico Nome vulgar Fonte Abudefduf luridus Castanheta-preta Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; PDM, 1991a Anthias anthias Canário-do-mar Tempera et al., 2002a Apogon imberbis Folião Tempera et al., 2002a; PDM, 1991a Atherina presbyter1 Peixe-porco Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Balistes carolinensis Tempera et al., 2002a Belonidae (Família) indet. Tempera et al., 2002a Boops boops Bogas Tempera et al., 2002a; PDM, 1991a Bothus podas maderensis Solha Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; Pietro et al., 2007; Caranx crysos Írio-de-Serra Tempera et al., 2002a Centrolabrus trutta Bodião-verde Tempera et al., 2002a; PDM, 1991a Centrolabrus caeruleus Bodião verde Mealha, 2009; Pietro et al., 2007 Endémico dos Açores Chelon labrosus Tainha Mealha, 2009; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Chromis limbata Castanheta- Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007; amarela PDM, 1991a Conger conger Conger conger Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Coris julis Peixe-rei Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; Pietro et al., 2007;

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Nome científico Nome vulgar Fonte Coryphoblennius galerita Caboz de crista Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Dasyatis pastinaca Ratão Tempera et al., 2002a; PDM, 1991a Diplodus sargus cadenati Sargo Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; PDM, 1991a Diplodus vulgaris Sargo-safia Mealha, 2009; Echiichthys vipera Peixe-aranha Tempera et al., 2002a Enchelycore anatina Anatina Tempera et al., 2002a Epinephelus alexandrinus Badejo Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009 Epinephelus marginatus Mero Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Gaidropsarus guttatus Viúva Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Gobius paganellus Caboz ou Joana Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Gymnammodytes Tempera et al., 2002a cicerellus Gymnothorax unicolor Moreão Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; PDM, 1991a Kyphosus sp. Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009 Kyphosus sectator Patruça Pietro et al., 2007 Labrus bergylta Bodião-vermelho Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; PDM, 1991a Lipophrys pholis Caboz-gigante Pietro et al., 2007; Lipophrys trigloides Caboz Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Mugilidae sp. Salmonete Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Mullus surmuletus Moreia preta Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; PDM, 1991a Muraena augusti Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009

Muraena helena Moreia pintada Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; PDM, 1991a Mycteroperca fusca Badejo Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; Pietro et al., 2007; Ophioblennius atlanticus Roi-anzóis Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; PDM, atlanticus 1991a Pagellus acarne Besugo Tempera et al., 2002a; PDM, 1991a Pagellus bogaraveo Goraz, Carapau Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Pagrus pagrus Pargo Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Parablennius incognitus Caboz-das-cracas Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Parablennius parvicornis Caboz-de-poças Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009

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Nome científico Nome vulgar Fonte Parablennius ruber Caboz lusitano Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Paraconger macrops Congro-da-areia Tempera et al., 2002a Phycis phycis Abrótea Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Pomatoschistus pictus Góbio-da-areia Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009 Pomatomus saltator Anxova Tempera et al., 2002a; PDM, 1991a Pseudocaranx dentex Enxaréu Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Pseudolepidaplois scrofa Gaio ou Peixe-cão Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Sarpa salpa Salema Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; PDM, 1991a Sarda sarda Serra Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Scomber japonicus Cavala Tempera et al., 2002a Scorpaena sp. Mealha, 2009 Scorpaena maderensis Coça Tempera et al., 2002a; PDM, 1991a Scorpaena notata Rascasso Tempera et al., 2002a Scorpaena scrofa Rocaz Tempera et al., 2002a Seriola dumerili Lírio Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Seriola rivoliana Írio Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009 Serranus atricauda Garoupa Tempera et al., 2002a; PDM, 1991a Sparisoma cretense Veja Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; PDM, 1991a Sphoeroides marmoratus Sopapo Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007 Sphoeroides spengleri Sopapo Pietro et al., 2007 Sphyraena viridensis Bicuda Tempera et al., 2002a; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Symphodus Trombetão Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; mediterraneus Synodus saurus Lagarto-da-costa Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; Pietro et al., 2007 Taeniura grabata Ratão) Te mpera et al., 2002a Thalassoma pavo Rainha Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; Pietro et al., 2007; PDM, 1991a Thorogobius ephippiatus Bochecha-pintada Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009 Thunus thynus thynus Atum rabilo Pietro et al., 2007; Trachinotus ovatus Prombetas Tempera et al., 2002a Trachurus picturatus Chicharros Tempera et al., 2002a

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Nome científico Nome vulgar Fonte Tripterygion delaisi delaisi Caboz-de-três- Tempera et al., 2002a; Mealha, 2009; PDM, dorsais 1991a Xyrichtys novacula Bodião-da-areia Tempera et al., 2002a

A única espécie de réptil marinho visitante da ilha do Corvo é a Tartaruga-comum Caretta caretta (Pietro et al., 2007).

Por último, as espécies de cetáceos que já foram observados ao largo da ilha do Corvo são 20 (Pietro et al., 2007):

Tabela 22 – Listagem de cetáceos observados na ilha do Corvo

Nome científico Nome vulgar Balaenoptera Baleia-anã acutorostrata Balaenoptera borealis Baleia-sardinheira Balaenoptera musculus Baliea-azul Balaenoptera physalus Baleia-comum Delphinus delphis Golfinho-comum Globicephala Baleia-piloto-tropical macrorhynchus Grampus griseus Moleiro Hyperoodon ampullatus Botinhoso Kogia breviceps Cachalote-pigmeu Kogia simus Cachalote-anão Megaptera novaeangliae Baleia-de-bossa Mesoplodon bidens Baleia-bicuda-de-sowerby Mesoplodon europaeus Baleia-bicuda-de-gervais Orcinus orca Orca Physeter macrocephalus Cachalote Pseudorca crassidens Falsa-orca Stenella coeruleoalba Golfinho-riscado Stenella frontalis Golfinho-pintado Tursiops truncatus Roaz Ziphius cavirostris Zífio

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7. CONCLUSÕES

Nos primeiros três meses de estudo foi realizada uma procura das diferentes fontes de informação disponíveis: livros, revistas, publicações científicas, expedições, Planos Directores, Estudos de Ordenamento e Gestão, etc. Foram também contactadas várias instituições, a Universidade dos Açores, Câmaras Municipal do Corvo, Biblioteca da Ilhas das Flores, e a Escola Básica Integrada Mouzinho da Silveira da Vila do Corvo. Os restantes meses de estudo destinaram-se à revisão e selecção daqueles trabalhos de maior rigor e qualidade científica. Dos resultados obtidos podem ser extraídas as conclusões seguintes:

1. Os trabalhos existentes acerca da Flora e Fauna dos Açores são poucos específicos da Ilha do Corvo e do Ilhéu de Vila Franca do Campo e estão muito dispersos, tendo sido encontradas algumas dificuldades para compilar a informação.

2. Existem algumas controvérsias em relação à nomenclatura e sistemática a nível de espécie e subespécie pelos diferentes autores, nomeadamente para a flora vascular e invertebrados.

3. Em relação a descrição do meio terrestre do ilhéu de Vila Franca do Campo pouca é a informação disponível acerca do seu património natural. Da procura bibliográfica exaustiva que se realizou, apenas foram encontrados 4 trabalhos publicados e um não publicado com informação relevante sobre os habitats terrestres do ilhéu.

4. A posição geográfica da ilha do Corvo tem feito com que a sua fauna e flora sejam menos estudadas e menos exploradas do que nas restantes ilhas do arquipélago. A maioria das expedições realizadas à ilha para a amostragem e caracterização das espécies tiveram uma duração inferior a três dias.

5. Em conformidade com o que acontece para a ilha do Corvo, e para todo o arquipélago dos Açores em geral, não existe qualquer levantamento das comunidades micológicas existentes no ilhéu de Vila Franca do Campo, e o conhecimento actual sobre este grupo baseia-se no conhecimento empírico.

6. A taxonomia das espécies entomológicas tem sido muito pouco estudada, nomeadamente para as espécies marinhas. Alguns autores têm vindo a considerar que o número baixo de endemismos achados pode ser devido à falta de estudos. De facto, o escasso conhecimento existente poderia ser a maior ameaça à conservação deste grupo como consequência da sobreexploração dos seus indivíduos sem qualquer medida de protecção.

7. A história da colonização e exploração antrópica dos ecossistemas resultaram no baixo nível de espécies endémicas ao nível da flora. Paralelamente, outros grupos taxonómicos, como por exemplo artrópodes e moluscos, apesar de actualmente apresentarem uma elevada diversidade devido à provavel dependência pela flora natural, poderão vir a sofrer fortes perturbações. Por essa razão, devemos evitar a entrada de espécies exóticas e defender-nos,

86 especialmente, em relação às espécies que prejudicam os nossos ecossistemas - as espécies exóticas invasoras.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) Almeida, A. L. M. & D. Real. 2005. Guias de Referência para a Implementação de Sistemas de Gestão Ambiental segundo a ISO 14001. AIP – Direcção de Associativismo e Competividade Empresarial _QTEL – Qualidade Total e Logística, Lda. n/d. 174pp.

2) Anónimo. 1881. A propósito da distribuição dos moluscos terrestres nos Açores. Era Nova, 1: 267- 283. Lisboa.

3) Borges, P.A.V. 1990. A checklist of Coleoptera from the Azores with some systematic and biogeographic comments. Boletim do Museu Municipal do Funchal. 42: 87-136.

4) Borges, P. A. V., R. Cunha, R. Gabriel, A. F. Martins, L. Silva. & V. Vieira. 2005a. A list of the terrestrial fauna (Mollusca and Arthropoda) and flora (Bryophyta, Pteridophyta and Spermatophyta) from the Azores. Direcção Regional do Ambiente and Universidade dos Açores, Horta, Angra do Heroísmo and Ponta Delgada, 317 pp.

5) Borges, P. A. V., R. Cunha, R. Gabriel, A. F. Martins, L. Silva. & V. Vieira. 2005b. Biodiversidade Terrestre dos Açores. Atlântida. L: 281-290.

6) Borges, P. A. V., A. R. Serrano & J. A. Quartau. 2000. Ranking the azorean natural reserves for conservation using their endemic . Journal of Conservation. 4: 129-147.

7) Cabral, M. J., J. Almeida, P. R. Almeida, T. Dellinger, N. Ferrand de Almeida, M. E. Oliveira, J. M. Palmeirim, A. I. Queiroz, L. Rogado & M. Santos-Reis. 2005. Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, Instituto da Conservação da Natureza, Lisboa, 660 pp.

8) Cabral, R. 1987. Reserva Natural – Ilhéu de Vila Franca do Campo – Estudo de Ordenamento. Secretaria Regional do Equipamento Social. Direcção Regional de Habitação, Urbanismo e Ambiente. 69pp.

9) Coutinho, A. P. I. 2007. Gestão Ambiental na Reserva Natural Regional do Ilhéu de Vila Franca do Campo. Dissertação para a obtenção de grau de Mestre em Ambiente, Saúde e Segurança. Departamento de Biologia, Universidade dos Açores, Ponta Delgada.

10) Dentinho, T., & J. Lima. 2000. Avaliação do Contexto Sócio-Económico da Envolvente Marinha do Corvo. Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, Angra do Heroísmo.

11) Dias, E. 2001. Ecologia e classificação da vegetação natural dos Açores. Herbário da Universidade dos Açores. Cadernos de Botânia 3. Hangra de Heroísmo.

12) Dionísio, M. A., J. Micael, M. Parente, R. Norberto, A. Cunha, J. Brum, L. Cunha, C. Lopes, S. Monteiro, A. Palmero, & A. C. Costa. 2007. Contributo para o Conhecimento da Biodiversidade Marinha da Ilha das Flores. XIII Expedição Científica do Departamento de Biologia – Flores e Corvo 2007. Rel.

88

Com. Departamento de Biologia, 35: 66.

13) DRA. 2005. Áreas Ambientais dos Açores (CD-Rom). Secretaria Regional do Ambiente e do Mar da Região Autónoma dos Açores / Direcção Regional do Ambiente.

14) Dodkins, I., P. M. Raposeiro, J. Ramos, V. Malhão & A. C. Costa. 2007. Macrófitos da Ilha das Flores. XIII Expedição Científica do Departamento de Biologia – Flores e Corvo 2007. Rel. Com. Departamento de Biologia. 109- 115pp.

15) Ferreira, M.1989. Penhascos dourados: O Ilhéu da Vila. Editorial Ilha Nova, Vila Franca do Campo. 256pp.

16) Frade P., R. R. Ferraz, V. Santos, S. Vizinho, F. Cardigos, V. Guerreiro, F. Tempera & S. R. Serrão. 2004. Caracterização Ecológica e Sócio-Económica do Sítio de Importância Comunitária Caloura, Ponta da Galera (PTMIG0020) e Medidas de Gestão Propostas. Departamento de Oceanografia e Pescas, Universidade dos Açores. Arquivos do DOP Série Relatórios Internos, 11.

17) França, Z., J. Cruz, J. Nunes & V. Forjaz. 2003. Geologia dos Açores: Uma perspectiva actual. Açoreana, 10 (1): 11-140pp.

18) Frutuoso, G. 1998. Saudades da Terra: Livro IV, Doutor Gaspar Frutuoso. Nova edição, Instituto Cultural de Ponta Delgada.

19) Groz, M. P., & F. Tempera. 2001. Reserva Natural do Ilhéu de Vila Franca do Campo: Um Vulcão Cheio de Mar. Notícias do Mar, 184: 28. – também não encontro

20) Hawkins, S. T., L. P. Burnay, A. I. Neto, R. T. da Cunha & A. M. F. Martins. 1990. A Description of the Zonation Patterns of Molluscs and Other Important Biota on the South Coast of S. Miguel, Azores. Açoreana, Supplement: 21-38. – também não encontro

21) Lista das espécies de aves raras ou acidentais cujos registos requerem homologação pelo Comitê Português de Raridades. SPEA – Comitê Português de Raridades.

22) Machado, P. 2007. Gestão Ambiental na Reserva Natural Regional do Ilhéu de Vila Franca do Campo: Auditoria de Diagnóstico. Mestrado em Ambiente, Saúde e Segurança. Departamento de Biologia da Universidade dos Açores. Ponta Delgada.

23) Martins, A. M. F. 1976. Mollusques des Açores – Ilhéu de Vila Franca do Campo. S. Miguel, I. Basommatophora. Publicações do Museu "Carlos Machado", Centenário da Fundação do Museu. Ponta Delgada. 31 pp.

24) Martins, A. M. F. 2004. O Anel da Princesa – Ilhéu de Vila Franca do Campo, S. Miguel, Arquipélago dos Açores – Portugal. Editora Intermezzo – Audiovisuais, Lda. Lisboa. 99p.

25) Martins, A. M. F., Borges J.P. Ávila S.P., Costa, A., Madeira P., Morton B. 2009. Illustrated checklist of the infralittoral molluscs off Vila Franca do Campo. Açoreana, Suplemento 6. 15-103 89

26) Medeiros, C. A. 1987. A Ilha do Corvo. 2ª Edição. Centro de Estudos Geográficos, Lisboa.

27) Medeiros F., A. Fonseca, C. Gouveia, R. Nunes, J. Vieira, M. Veiga, M. Nóia & M. Fraga. 2007. Conservação dos vertebrados terrestres das Flores e do Corvo. Departamento de Biologia, Universidade dos Açores.

28) Meirinho, A., M. C. Magalhães & M. Pitta G. 2004. Proposta de Plano de Gestão para a Zona de Protecção Especial Costa e Caldeirão. Arquivos do DOP. Série Estudos, nº 3/2004, 52 p.

29) MORTON, B., & J.C. BRITTON, 1995. Partitioning of shell resources by Aspidosiphon muelleri (Sipuncula) and Anapagurus laevis (Crustacea) in the Azores. In: Morton B & Salvador A. 2009 The biology of the zoning subtidal polychaete Ditrupa arietina (Serpulidae) in the Açores, Portugal, wih a description of the life history of its tube. Açoreana. Suplemento 6. 145-156

29) Morton, B., J. Britton & A. Martins. 1998. Ecologia Costeira dos Açores: Sociedade Afonso Chaves, Associação de Estudos Açoreanos. Ponta Delgada. 249 pp.

30) Paulo A. V., P. A. V. Borges, R. Cunha, R. Gabriel, A. F. Martins, L. Silva & V. Vieira. 2006. Listagem da Fauna e flora (Mollusca e Arthropoda) (Bryophyta, Pteridophyta e Spermatophyta) terrestres dos Açores. Projecto INTERREG III B (2000-2006) ATLÂNTICO, Direcção Regional do Ambiente, Governo Regional dos Açores.

31) Pereira M. J., R. Arruda, C. Medeiros, J. Saramago, P. Domingues, D. Furtado, & N. Cabral. 2008. Catálago das platas vasculares da ilha do Covo. Departamento de Biologia, Universidade dos Açores.

32) Pietro, R., R. Ferraz, S. Luís, S. Pereira & J. C. Nunes. 2007. Candidatura da Ilha do Corvo. Programa "O Homem e a Biosfera". UNESCO.

33) PDM. 1991a. Plano Director Municipal do Corvo – Anexo do Mar. Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores. Angra do Heroísmo.

34) PDM, 1991b. Plano Director Municipal do Corvo. Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores. Angra do Heroísmo

35) Porteiro, J. 2000. Lagoas dos Açores. Elementos de suporte ao Planeamento Integrado. Dissertação apresentada para a obtenção do grau de Doutor. Universidade dos Açores, 344 pp.

36) PRA. 2001. Plano Regional da Água da Região Autónoma dos Açores. Relatórios de Caracterização e Diagnóstico (versão provisória).

37) Proposta de Decreto Legislativo Regional. Reclassifica a Reserva Natural Regional do Ilhéu de Vila Franca do Campo. 2003. Governo Regional dos Açores. Ponta Delgada.

38) Ribeiro, L., J. Oliveira, L. Bulcão, M. Abreu & P. Arsénio. 2003. Valorização dos espaços de utilização publica do Ilhéu de Vila Franca do Campo, S. Miguel,

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Açores – Estudo Prévio. Secção Autonómica de Arquitectura dos Paisagistica. Instituto Superior de Agronomia. Lisboa. 13pp.

39) Ribeiro, L., L. Barreiros, M. Abreu & P. Arsénio. 2002. Plano de Ordenamento e Gestão do Ilhéu de Vila Franca do Campo. Secção Antónoma de Arquitectura Paisagista. Instituto Superior de Agranomia. São Miguel, Açores.

40) Rodrigues, P., J. Micael, R. K. Rodrigo & R. T. Cunha. 2009. A conservational approach on the seabird populations of Vila Franca do Campo islet. Açoreana. 6. 217-225.

41) Santos R., Hawkins S., Monteiro L., Alves M., Isidro J. 1995. Marine research, resources and conservation in the Açores. Aquatic Conservation: Marine and Freshwater Ecosystems, Volume 5, 311-354.

42) Silva L, E Ojeda Land & JL Rodríguez Luengo. 2008. Flora e Fauna Terrestre Invasora na Macaronésia. TOP 100 nos Açores, Madeira e Canárias. ARENA, Ponta Delgada, 546 pp.

43) Silva, L. & C. W. Smith. 2004. A characterization of the non-indigenous flora of the Azores Archipelago. Biological Invasions. 6: 193-204

44) E. 1973. Recent changes in the vascular flora and vegetation of the Azores Islands. Memórias da Sociedade Broteriana. Volume 22. 5-453.

45) Sousa, A. B. 1985. Duas novas subespécies de Hipparchia azorina (Lepidoptera, Satyridae) dos Açores: H. azorina barbara N.SSP. e H. azorina minima N.SSP. respectivamente das ilhas Terceira e Corvo. Actas do II Congresso Ibérico de Entomologia, Boletim da Sociedade Portuguesa de Entomologia: 375-382.

46) Sousa, A. B. 1991. Novas citações de Lepidópteros para os Açores. Boletim da Sociedade Portuguesa de Entomologia. 5(1) 133: 1-20.

47) Tavares J., L. Oliveira, V. Vieira. 2007. Lepidópteros e Himenópteros (Insecta) das ilhas de Flores e Corvo, Açores. XIII Expedição Científica do Departamento de Biología: Flores e Corvo 2007”. Universidade dos Açores. Rel. Com. Departamento Biologia 35- 86.

48) Tempera, F., P. Afonso, T. Morato & S. R. Serrão. 2002a. Comunidades Biológicas da Envolvente Marinha do Corvo. Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, Horta.

49) Tempera, F., F. Cardigos, P. Afonso, T. Morato, M. J. Pitta, S. Gubbay & S. R. Serrão. 2002b. Proposta Técnico-Científica de Gestão da Envolvente Marinha do Corvo. Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, Horta.

50) Vieira, V. 1995. Lepidopteran fauna from the Ilhéu de Vila Franca, Azores. Açoreana, 8 (1): 119-126.

51) Vieira, V., P. A. V. Borges, O. Karsholt & J. Wunderlich. 2003. The Arthropoda fauna of (Azores): new record and updated list of the species. Universidade dos Açores. Santa Cruz e Tenerife. Volume 31, 1-6

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REFERÊNCIAS ELECTRÓNICAS CONSULTADAS

1) Rodebrand, S. & The Birding Azores Team. 2009. Birding Azores. Acedido a 30 de Dezembro de 2009: http://azores.seawatching.net

2) Anónimo. 2009. Açores.com. Acedido a 30 de Dezembro de 2009. http://acores.com/?page=art_det&ida=1257

3) htpp://www.aip.pt.

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9. ANEXOS 9.1 Decreto Legislativo Regional de criação do Parque Natural do Ilhéu de Vila Franca do Campo

Reserva Natural Regional do Ilhéu de Vila Franca do Campo, reclassificada pelo Decreto Legislativo Regional n.º 22/2004/A, de 3 de Junho; (Diário da República, 1.ª série — N.º 130 — 8 de Julho de 2008 4249. Artigo 15.º Área protegida para a gestão de habitats ou espécies do ilhéu de Vila Franca do Campo)

1 — A reclassificação da área protegida para a gestão de habitats ou espécies do ilhéu de Vila Franca do Campo referida na alínea a) do n.º 2 do artigo anterior não prejudica a manutenção dos critérios e objectivos iniciais quepresidiram à classificação da Reserva Natural do Ilhéu de Vila Franca do Campo, nomeadamente: a) Promover a conservação e valorização dos recursos naturais, desenvolvendo acções tendentes à salvaguarda da flora e da fauna principalmente a endémica ou com distribuição muito restrita nos Açores, e dos valores geológicos, que em conjunto determinam um património natural de excepção; b) Aprofundar os conhecimentos científicos sobre comunidades insulares e marinhas; c) Contribuir para o ordenamento e disciplina das actividades turística e recreativa, de forma a evitar a degradação dos valores naturais, culturais e paisagísticos do local, possibilitando o exercício de actividades de recreio e lazer compatíveis com a sensibilidade dos valores em presença; d) Salvaguardar a singularidade do carácter natural, paisagístico e cultural, possibilitando um incremento de actividades de cariz educativo e interpretativo, principalmente para benefício da população local e para divulgação dos valores presentes na área protegida.

2 — Constituem fundamentos específicos para a reclassificação da área protegida para a gestão de habitats ou espécies do ilhéu de Vila Franca do Campo os valores tradicionais e estéticos em presença e a importância para espécies, habitats e ecossistemas protegidos.

3 — Na área protegida para a gestão de habitats ou espécies do ilhéu de Vila Franca do Campo ficam interditos os actos e actividades seguintes: a) A introdução de espécies zoológicas e botânicas invasoras ou não características das formações e associações naturais existentes, nomeadamente plantas e animais exóticos; b) O depósito de resíduos; c) A prática de actividade cinegética; d) A prática de todo e qualquer tipo de pesca, incluindo a pesca lúdica e a caça submarina; e) A instalação, afixação, inscrição ou pintura mural de mensagens de publicidade ou propaganda, temporárias ou permanentes, de cariz comercial ou não, incluindo a colocação de meios amovíveis, com excepção da sinalização específica da área protegida; f) A recolha e posse de qualquer elemento ou amostra geológica, com excepção dos destinados à investigação científica ou no âmbito de acções de monitorização ambiental; g) A prática de campismo; h) A instalação de infra -estruturas eléctricas e telefónicas, aéreas, subterrâneas e de aproveitamento de energias renováveis;

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i) A exploração e extracção de massas minerais e a instalação de novas explorações de recursos geológicos; j) O sobrevoo de aeronaves com motor abaixo de 1000 pés, salvo por razões de vigilância e combate a incêndios, operações de salvamento e trabalhos científicos devidamente autorizados pela entidade competente; l) A utilização de aparelhagens sonoras; m) A prática de actividades desportivas motorizadas; n) A imobilização de embarcações e barcos de recreio; o) A realização de quaisquer actividades que perturbem o equilíbrio da envolvente.

4 — Na área protegida para a gestão de habitats ou espécies do ilhéu de Vila Franca do Campo ficam condicionados e sujeitos a parecer prévio do serviço com competência em matéria de ambiente os actos e actividades seguintes: a) A alteração à morfologia do solo por escavações ou aterros, pela modificação do coberto vegetal, do corte de vegetação arbórea e arbustiva, com excepção das decorrentes da execução de acções de manutenção e limpeza da área protegida; b) A colheita, captura, abate ou detenção de exemplares e quaisquer espécies naturais, vegetais ou animais, sujeitas a medidas de protecção, em qualquer fase do seu ciclo biológico, incluindo a destruição de ninhos e a apanha de ovos, a perturbação ou a destruição dos seus habitats; c) A prática de foguear, incluindo a utilização de grelhadores e similares, e a realização de queimadas; d) A navegação com embarcações motorizadas no interiorda cratera, excepto se decorrentesda prática de actividades devidamente autorizadas ou concessionadas; e) A realização de obras de construção civil, designadamente ovos edifícios, ampliação, conservação, colecção de dissonâncias, recuperação e reabilitação ou demolição de edificações, excepto quando regulamentadas; f) A introdução ou reintrodução de espécies zoológicase botânicas não referidas na alínea a) do número anterior, bem como a entrada de animais de companhia; g) A utilização de produtos químicos em operações de gestão e manutenção, nomeadamente de herbicidas e fertilizantes químicos; h) A pernoita; i) O mergulho com escafandro; j) A captação e o desvio de águas ou a execução de quaisquer obras hidráulicas; l) A circulação fora dos trilhos e caminhos estabelecidos, excepto quando necessário para acções científicas e de educação ambiental ou outras actividades de carácter excepcional, nomeadamente de manutenção e limpeza da área protegida; m) A abertura de novos trilhos e caminhos com interesse para a gestão, fruição ou usufruto da área protegida, bem como a requalificação dos existentes; n) A instalação de infra -estruturas de saneamento básico; o) A alteração da configuração dos fundos marinhos; p) A acostagem de embarcações no molhe do ilhéu; q) A realização de eventos culturais e desportivos.

5 — Os limites territoriais da área protegida para a gestãode habitats ou espécies do ilhéu de Vila Franca do Campo estão representados no anexo II pela sigla SMG06.

6 — A área protegida para a gestão de habitats ou espécies do ilhéu de Vila Franca do Campo integra no seu âmbito os objectivos e limites territoriais definidos para o SIC Caloura — ponta da Galera e observa, cumulativamente com o regime definido pelo presente diploma, o regime estabelecido pelo Plano Sectorial Rede Natura 2000 e, ainda, o regime decorrente do Plano de Ordenamento da Orla Costeira da Costa Sul da Ilha de São Miguel, aprovado pelo Decreto Regulamentar Regional n.º 29/2007/A, de 5 de Dezembro, adiante designado por POOC da Costa Sul da Ilha de São Miguel.

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7 — A área protegida para a gestão de habitats ou espécies do ilhéu de Vila Franca integra no seu âmbito as zonas de reserva integral de captura de lapas definida no n.º 3 do artigo 4.º do Decreto Regulamentar Regional n.º 14/93/A, de 31 de Julho.

Plano de ordenamento e gestão do ilhéu de Vila Franca do Campo, proposta do Istituto de Superior de Agronomía do ano 2000.

Estão identificadas, no âmbito da RNIVFC as seguintes tipologias que constam na planta de ordenamento: 1) Conservação; 2) Conservação com estratégias de recuperação; 3) Uso condicionado; 4) Recreio com Estratégias de Valorização; 5) Recreio.

Na RNIVFC, a área de Conservação (1) integra as seguintes zonas: a) Arribas; b) Farilhão, Baixa do Meio e Baixa da Cozinha; c) Formações herbáceo-arbustiva com dominância de Erica azorica (Ilhéu Pequeno e vertentes exteriores do Ilhéu); d) Formações herbáceas com ocôrrencia de Festuca petraea (Ilhéu Pequeno e vertentes exteriores do Ilhéu); e) Formações arbóreas de Metrosideros tomentosa nas vertentes interiores do Ilhéu; f) Formações herbáceo-arbustiva com dominância de Arundo donax; g) Formação de vinha e formação arbustiva com dominância de Arundo donax não incluidas na Classe de Conservação con Estratégias de Recuperação; h) Manchas de solos mais desenvolvidos do tipo ândico nas zonas mais elevadas do ilhéu, não incluidas na Classe de Conservação con Estratégias de Recuperação; i) Manchas de solo em processo de morfogénese e degradação nas vertentes interiores do ilhéu.

As zonas que constituem a área de Conservação com Estratégias de Recuperação (2) são as seguintes:

a) Zona superior do Ilhéu Pequeno, com solos incipientes desenvolvidos sobre tufos palagoníticos e formação herbáceo-arbustiva com dominância de Erica azorica

b) Zona inferior das vertentes interiores do ilhéu, adjacentes à bahía com exposição predominante a Este, com formações herbáceo-arbustiva com plantas craussicales, nomeadamente Agave sp. e Opuntia sp.

c) Zona superior do Ilhéu, anteriormente utilizada para cultivo da vinha, caracterizadas por declives predominantemente inferiores a 16%, solos ândicos e formações arbustivas com dominância de Arundo donax e Myrica faya com Vitis vinifera e Vitis labrusca, adjacentes ao trilho existente.

A área de Uso Condicionado (3) integra as seguintes zonas:

a) Trilho pedonal entre o portão de acesso à zona superior do Ilhéu e a zona do depósito no topo superior

b) Plataforma de terreno na vertente interior do Ilhéu com exposição junto à formação de Metrosideros tomentosa, e adjacente ao trilho pedonal

A área de Recreio com Estratégias de Valorização (4) está constituída pelas seguintes zonas: a) Caminhos existentes na área de Recreio; b) Faixa com 1,00 m de largura adjacente ao caminho, entre a bifurcação e o alpendre existente; c) Edifícios existentes; d) Plataformas adjacentes ao caminho; e) Ancoradouros.

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A área de Recreio (5) inclui a zona de areal ou áreas com aptidão para recreio menos sensíveis, nomeadamente as áreas junto à baía, no seu lado Norte e Este, em situação de substrato geológico de tufos palagoníticos estratificados com fragmentos líticos finos de fáceis basáltica, sem revestimento vegetal, exceptuando-se a área de Recreio com Estratégias de Valorização.

9.2. Plantas da ilha do Corvo do Plano Director Municipal do Corvo

9.2.1. Planta das condicionantes da ilha do Corvo (PDM, 1991b)

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9.2.2. Planta da situação existente da Ilha do Corvo (PDM, 1991b)

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9.2.3. Planta da ordenamiento da Ilha do Corvo (PDM, 1991b)

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9.2.4. Planta da Reserva Ecológica Regional existente da Ilha do Corvo (PDM, 1991b)

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9.2.5. Planta da síntesis da Ilha do Corvo (PDM, 1991b)

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9.3. Galeria de fotos

9.3.1. Fotos do ilhéu de Vila Franca do Campo e de algumas das espécies nidificantes

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Trabalhos de controlo de canas no IVFC

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9.3.2. Fotos da Ilha do Corvo e das espécies

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Fotos da monitorização de roedores na ilha do Corvo

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9.4. OUTROS ESTUDOS DE CONSERVAÇÃO REALIZADOS NA MACARONÉSIA

Alguns exemplos de controlo/erradicação de fauna e flora invasora levados a cabo na Macaronésia são:

9.4.1. Conversão de plantações de Criptomeria japónica em floresta de laurissilva na Serra da Tronqueira (São Miguel, Açores)

No âmbito do projecto LIFE Priolo (LIFE03NAT/P/000013) numa área de 10ha foram removidas as espécies de Criptoméria e plantadas cerca de 10 espécies nativas das florestas de laurissilva, como Erica azorica, Myrica faya, Laurus azorica, Picconia azorica, Frangula azorica, Ilex perado, Prunus lusitanica, Juniperus brevifolia, etc.

Ainda no âmbito do mesmo projecto realizou-se a Erradicação de Conteira Hedychium gardnerianum. Recorreu-se a métodos químicos e mecânicos. A nível químico, foram testados vários herbicidas a diferentes concentrações, e o metil- metsulfurato (comercialmente conhecido como Ally), um químico com muito baixa toxicidade em mamíferos, aves e organismos aquáticos.

Realizou-se também a Erradicação de Incenso Pittosporum undulatum e Clethra arborea em S.Miguel. O Incenso é originário da Austrália oriental e foi introduzido como planta ornamental, já a Clethra arborea, apesar de nativa da Madeira e parte da floresta de laurissilva, nos Açores tornou-se, em muito locais, a planta invasora mais agressiva a seguir à Conteira. Ambas as plantas são removidas por métodos químicos utilizando os mesmos produtos e concentrações descritos acima para a Conteira.

9.4.2. Controlo de roedores em Tenerife, Tigaiga no âmbito do projecto LIFE- Nature (LIFE96NAT/E/003095)

O veneno utilizado foi o Brodifacoum 0.005% administrado em blocos com parafina (protecção de condições climáticas adversas). Foram utilizadas caixas de isco de modo a evitar o consumo do veneno por outras espécies. Foram seleccionadas duas parcelas em Tigaiga (Norte de Tenerife): uma como controlo e outra para ser livre de ratos (43ha).

Para a monitorização bimensal de ratos e pombos. Foram colocadas 299 caixas de isco com veneno arranjadas numa rede. A aplicação de veneno foi repetida de modo a coincidir com os períodos de reprodução. Os efeitos do veneno nos pombos (sucesso reprodutor e evolução da população) ratos e noutros grupos animais foram permanentemente monitorizados. As principais conclusões foram:

a) Completa eliminação dos ratos em quatro meses. O consumo de isco diminuiu constantemente até atingir um nível constante perto de zero;

b) O sucesso reprodutor dos pombos não aumentou apesar da erradicação dos ratos;

c) Não houve efeito negativo do veneno nos pombos ou outros vertebrados. No entanto a comunidade de invertebrados poderá ter sido afectada;

d) Recomendação de gestão nas áreas de reprodução dos pombos.

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9.4.3. Programas de erradicação na ilha da Madeira

Em 1996, com o apoio do programa LIFE Natureza, foram desenvolvidos esforços para a erradicação dos coelhos e das Cabras da Deserta Grande da Selvagem Grande. O Coelho foi erradicado com sucesso através de um método misto que envolveu a distribuição de um anti coagulante de segunda geração e de armadilhas. Para os murganhos foi usado o mesmo rodenticida mas colocado em tubos e caixas, de forma a minimizar os impactos negativos sobre as espécies não alvo. Este processo foi reforçado pela iscagem estratégica de toda a ilha, isto é, foi colocado rodenticida em todos os locais que potencialmente poderiam constituir um habitat para os murganhos. A principal prioridade neste processo era que o isco não ficasse disponível para outras espécies que não o murganho. O efeito populacional de cabras foi drasticamente reduzido através do seu abate com armas de fogo. Relativamente a este grupo a erradicação total não foi ainda possível, sendo a população mantida em níveis bastante reduzidos. A tabaqueira está a ser eliminada através de métodos mecânicos, excepto nos casos em que não é possível a retirada total das raízes das plantas. Nestas circunstâncias é aplicado localmente um herbicida sistémico.

Em 1998, co-financiado pelo programa LIFE Ntureza, iniciou-se um projecto de erradicação da Bananilha Hedychium gardnerianum do interior de zonas de Laurissilva, bem como de áreas de fronteira. Ao abrigo deste projecto foram intervencionadas cerca de 165 toneladas de rizoma, enterrados 200 toneladas e colocados em mangas plásticas cerca de 500 toneladas.

Em finais da década de 1990, procedeu-se a erradicação da planta herbácea Abûndancia Ageratina adenophora, na Deserta Grande, tendo-se efectuado o arranque de centenas de plantas que existiam na zona onde se encontrava instalada e em fase de expansão.

Em 2001, iniciou-se um outro projecto na Reserva das Ilhas Selvagens, de erradicação da Tabaqueira azul Nicotiana glauca, tendo sido financiado pelo programa Leader +, via ACAPORAMA e em 2006, na Ponta de São Lourenço, de erradicação do Chorão- das-praias Carpobrotus edulis com o apoio da Direcção Regional de Educação Especial. Nestes projectos procedeu-se ao arranque total das plantas e neste momento a situação está controlada devido às monitorizações feitas pelas equipas de Vigilantes da Natureza.

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