www.ceivap.org.br pelas águas do ISSN 2175-2222 PARAÍBA Ano III• Edição Nº 3 • Setembro de 2009

n Balanço da arrecadação: acórdão libera recursos da CSN n CEIVAP destina R$ 1,2 milhão da cobrança pelo uso da água Geração de Energia Potencial hidráulico inventariado na Bacia do Paraíba do Sul é de 3,1 GW

Mais um acidente CEIVAP: novos ambiental deixa representantes em alerta a região tomam posse

capa construção da pch lavrinhas (sp) carta FOTO: DANIEL REZENDE/TEXTOARTE ao leitor

28 REVISTA pelas águas do Os desafios 6 43 PARAÍBA Nº 3 (ISSN 2175-2222), ANO III, SET 2009 ARQUIVO/CSN da nova gestão Marcelo Bicalho Behar, Diretor Publicação do Comitê de Integração da Bacia momento histórico Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – CEIVAP Corporativo da CSN, entrega petição desistindo de qualquer ação contra a cobrança pelo uso da água. Ao seu lado, a Estrada Resende-Riachuelo, nº 2.535 – AEDB, 4º Andar Desembargadora Federal Salete Maccaloz (à esquerda) e Morada da Colina – Resende (RJ) a Presidente do CEIVAP, Marilene Ramos CEP: 27523-000 / Tel: (24) 3355-8389 sumário www.ceivap.org.br – [email protected] setembro/2009 Presidente Marilene de Oliveira Ramos Múrias dos Santos Constituído por 60 membros titulares e respectivos suplentes – representantes da União, Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro – SEA/RJ Governos Estaduais, Municípios, Usuários e Organizações Civis dos Estados de São

Vice-Presidente Paulo, Rio de Janeiro e –, o Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do geração de energia Breno Botelho Ferraz do Amaral Gurgel Associação Brasileira de Engenharia Rio Paraíba do Sul (CEIVAP) caminha para completar 14 anos de atuação. E desde o dia 6 bacia do paraíba do sul: potencial hidráulico é de 3,1 GW Sanitária e Ambiental – ABES/SP 31 de março está sob o comando de uma nova diretoria, cuja presidência é ocupada por Secretária Marilene de Oliveira Ramos Múrias dos Santos, Secretária de Estado do Ambiente do Rio Maria Borges Pimentel Vargas Energisa Soluções S/A – MG de Janeiro. rio paraíba do sul Coordenação Técnica Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Para a nova gestão 2009-2011, são vários os desafios a serem enfrentados e superados: 14 implantação de pchs em debate Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – AGEVAP em primeiro lugar, fortalecer o Sistema CEIVAP/AGEVAP, tornando-o mais efetivo, ágil CNPJ: 05.422.000/0001-01 e operacional; trazer para o seu bojo discussões estratégicas como questões relativas Estrada Resende-Riachuelo, nº 2.535 – AEDB, 4º Andar à disponibilidade hídrica, em quantidade e qualidade, e sua alocação entre Estados e cobrança da água Morada da Colina – Resende (RJ) CEP: 27523-000 / Tel: (24) 3355-8389 sub-bacias (inclusive transposições); participar ativamente da construção de um Plano 22 balanço da arrecadação: acórdão libera www.agevap.org.br – [email protected] de Contingência para a bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul; intensificar a integração recursos depositados em juízo pela CSN Presidente do Conselho de Administração CEIVAP/Comitês Estaduais; e, finalmente, acelerar os investimentos em saneamento. Wagner Soares Costa

Presidente do Conselho Fiscal Oswaldo de Carvalho Ramos Apesar dos grandes desafios, o CEIVAP vive um importante momento de construção – vol- gestão 2009-2011 Diretor tando à sua trilha de comitê com posição de liderança no processo de gestão das águas Edson Guaracy Lima Fujita ceivap tem novos integrantes no Brasil. Assim, a grande renovação dos membros do colegiado é uma excelente notícia, 28 Coordenador de Gestão embora a participação dos prefeitos e vereadores ainda continue a ser muito tímida. Hendrik Lucchesi Mansur

Coordenador Técnico entrevista Flávio Simões Nesta edição da Revista “Pelas Águas do Paraíba” trazemos para o debate algumas especial Produção Gráfica / Editorial questões relevantes para o fortalecimento deste processo de gestão participativa, como marilene ramos, presidente do ceivap Diagramação, Arte Final o quadro atual do aproveitamento do potencial hidráulico inventariado e os impactos e 31 Reportagens, Redação, Edição e Revisão Assessoria de Comunicação da AGEVAP benefícios da implantação de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs); o repasse para o TextoArte Comunicação – Rua Dr. Oliveira Braga, nº 405 – Centro – Aparecida (SP) CEIVAP dos recursos provenientes da transposição das águas do rio Paraíba do Sul ao CEP: 12570-000 – Tel: (12) 3631-4961 agência da [email protected] Sistema Lajes/Guandu; o balanço da arrecadação da cobrança pelo uso da água e o bacia acordo histórico que permitiu concluir um processo judicial que se arrastava desde 2003, agevap aprova novo estatuto Editora 41 Mônica da Costa (MTb 24.122) liberando os cerca de R$ 12 milhões depositados em juízo pela Companhia Siderúrgica Jornalista Responsável Nacional (CSN) e que agora serão investidos na recuperação ambiental do rio. Teresa Barbosa (MTb 16.973)

Fiscalização e Acompanhamento acidentes ambientais Hendrik Lucchesi Mansur Além disso, publicamos também uma entrevista completa com a Presidente do CEIVAP, Aline Raquel de Alvarenga bacia do rio paraíba do sul em alerta Marilene Ramos, abordando as metas prioritárias para o biênio 2009-2011, e o artigo “O 43 Fotografias TextoArte Comunicação e Papel do Município na Gestão das Águas”, elaborado pelo Diretor-Presidente da Agência Arquivos CEIVAP/AGEVAP Nacional de Águas (ANA), José Machado. 20 recursos da transposição para o ceivap Impressão Resolução Gráfica – Tel: (12) 2125-1700 26 ceivap destina R$ 1,2 milhão da cobrança Enfim, temas de grande interesse para a gestão integrada da bacia hidrográfica do rio Tiragem 35 artigo josé machado, diretor-presidente da ana 5.000 exemplares Paraíba do Sul. Boa leitura a todos! 36 região hidrográfica tem sete comitês afluentes DISTRIBUIÇÃO GRATUITA empreendimentos hidrelétricos DANIEL REZENDE/TEXTOARTE esde a Antiguidade a energia hidráulica já era usada para gerar ener- gia mecânica, como nas instalações de moagem deD grãos. Mas, foi só no século XX que passou a ser aplicada, quase in- tegralmente, como matéria-prima da eletricidade. A primeira hidrelétrica do mundo foi construída no final do século XIX, nos Estados Unidos, jun- Geração to às quedas d’água das Cataratas do Niágara. Na mesma época, e ainda no reinado de D. Pedro II, o Brasil cons- truiu a primeira hidrelétrica, no mu- nicípio de Diamantina, utilizando as águas do Ribeirão do Inferno, afluen- de energia te do rio Jequitinhonha, com 0,5 MW (megawatt) de potência e linha de transmissão de dois quilômetros. Hoje o aproveitamento do poten- cial hidráulico no Brasil é da ordem de 30%. De acordo com o Banco de Informações da Geração da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), em novembro de 2008 existiam em operação 227 Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), com potência total de 120 GW; 159 Usinas Hidre- létricas (UHE) com capacidade total instalada de 74,6 GW e 320 Peque- nas Centrais Hidrelétricas (PCHs), com 2,4 GW de potência instalada. A bacia hidrográfica do Rio Para- íba do Sul, conhecida nacionalmen- te pelo elevado contingente popula- cional, pela importância econômica de sua indústria e por sua estraté- gica localização geográfica – ao envolver três significativos Estados brasileiros: Rio de Janeiro, São Pau- lo e Minas Gerais – tem sido palco para a implantação, pelo setor elé- trico, de uma série de reservató- rios e usinas hidrelétricas, desde o início do século passado. Estes empreendimentos visam, além da geração de energia elétrica, à regu- Bacia do Paraíba do larização de vazões, ao controle de cheias, ao abastecimento de água, ao turismo, ao lazer, bem como ao Sul: potencial hidráulico suprimento de água para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Tratando-se, portanto, de uma área que apresenta características típi- inventariado é de 3,1 GW cas de usos múltiplos da água. Construção da Pequena Central A construção de usinas na bacia Hidrelétrica em Queluz (SP) remonta a um período de 101 anos, com a implantação da UHE Maurí-

6 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA SETEMBRO/2009 SETEMBRO/2009 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA 7 empreendimentos hidrelétricos

DANIEL REZENDE/TEXTOARTE Relação das Principais Usinas Hidrelétricas na Bacia cio, em 1908, em Itamarati de Minas do Paraíba do Sul e no Complexo Hidrelétrico de Lajes (MG). Na década de 1950 instalou- se a maior obra de transposição de bacias da América do Sul em ope- ração, o sistema Light de captação de água no rio Paraíba do Sul e sua transferência por uma série de bar- ragens em afluentes, como o rio Pi- raí, para a bacia do rio Guandu. Essa particularidade distingue a bacia do rio Paraíba do Sul de todas as outras estudadas. Essas estruturas hidráulicas possibilitam a inversão do curso do rio Piraí e a transferência de até 160 m3/s das águas do rio Paraíba do Sul para o Rio Guandu. A transposição asso- ciada a outras estruturas hidráulicas em bacias afluentes do Paraíba do Sul, com drenagem para o Oceano Atlântico, já na bacia do rio Guan- du e seus formadores, possibilita a geração de energia nas seguintes com cerca de 9 milhões de pessoas. 3.133 MW (sendo 2.083 MW das usi- Usina usinas: Nilo Peçanha, Fontes Nova, E para atender à crescente de- nas maiores e 1.050 MW das peque- Hidrelétrica Lajes e Pereira Passos. manda de energia das áreas indus- nas centrais), dos quais 1.284 MW de Funil, em Este dado pode ser considerado triais e zonas metropolitanas de São já estão instalados e outros encon- Itatiaia (RJ) um caso muito particular de empre- Paulo e do Rio de Janeiro, poste- tram-se em diferentes estágios de endimentos hidrelétricos, pois o be- riormente foram sendo implantadas planejamento, que configuram um nefício da geração de energia se dá outras barragens e usinas no leito significativo aporte de energia para a na bacia do rio Guandu e de seus do rio Paraíba do Sul e seus forma- expansão da oferta do setor elétrico formadores, como já mencionado, dores. Nas décadas de 1960 e 1970 brasileiro nos próximos anos. mas os impactos dos reservatórios e instalaram-se as usinas de Paraibu- O Relatório de Acompanhamen- estruturas hidráulicas, para que essa na-Paraitinga, Santa Branca e Funil to de Estudos e Projetos de Usinas transposição seja possível, estão lo- e, nas últimas décadas, as usinas Hidrelétricas, realizado pela ANEEL calizados nos rios Paraíba do Sul e de Sobragi, Picada e Nova Maurí- em 2007, informa que a bacia do rio Piraí. Os reservatórios são: Santa cio. Atualmente, a UHE de Simplício Paraíba do Sul possui nove aprovei- Cecília, Tócos, Vigário e Santana. está em fase de construção e a UHE tamentos hidrelétricos (acima de 30 Esse empreendimento promoveu Barra do Braúna possui licença am- MW), totalizando 1.054,8 MW de po- o maior impacto nos recursos hídricos biental prévia e concessão junto à tência instalada. Em operação estão e ecossistemas aquáticos na bacia a ANEEL. as UHEs: Paraibuna-Paraitinga, San- jusante da cidade de Barra do Piraí. Segundo o Relatório de Avaliação ta Branca, Funil, Picada, Sobragi, Fontes de Pesquisa As vazões captadas na barragem de Ambiental Integrada dos Aproveita- •Plano de Recursos Hídricos Ilha dos Pombos e Nova Maurício. É da Bacia Hidrográfica do Rio Santa Cecília podem atingir 160 m3/s mentos Hidrelétricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul – Diagnóstico importante assinalar que os aprovei- dos Recursos Hídricos, e têm um valor mínimo de 71 m3/s, Paraíba do Sul (AAI) – produzido pela elaborado pela Fundação tamentos de Santa Cecília, Tócos, COPPETEC – Laboratório de sendo esse último um índice signifi- Empresa de Pesquisa Energética da Hidrologia e Estudos de Meio Vigário e Santana são apenas reser- Ambiente, 2006. cativo nos períodos de estiagem. Atu- ANEEL, as usinas e reservatórios de vatórios do Sistema Light de trans- •Plano de Recursos Hídricos almente essas vazões captadas, que regularização UHE Paraibuna-Parai- da Bacia Hidrográfica do posição de águas e geração. Rio Paraíba do Sul – Análise modificam o regime a jusante, são tinga e Funil alteraram o regime do dos Impactos e das Medidas Já o Relatório de AAI aponta que Mitigadoras que envolvem a fundamentais para o abastecimento Paraíba do Sul. As demais usinas e a Construção de Usinas Hidrelé- estão previstas 117 Pequenas Cen- tricas, elaborado pela Funda- da região metropolitana do Rio de de Ilha dos Pombos afetaram a biodi- ção COPPETEC – Laboratório trais Hidrelétricas (veja quadros nas de Hidrologia e Estudos de Janeiro, pois abastecem o rio Guan- versidade da ictiofauna e os ambien- páginas seguintes), sendo que 30 Meio Ambiente, 2006. du – onde está situada a captação da tes aquáticos, mas não trouxeram al- •Relatório de Avaliação delas já estão em operação, 4 em Ambiental Integrada dos Apro- Companhia de Águas e Esgotos do terações de qualidade da água, pois veitamentos Hidrelétricos da construção e 83 identificadas em ní- Bacia do Rio Paraíba do Sul Rio de Janeiro (CEDAE), responsável operam a fio d´água. (AAI), produzido pela Empresa vel de inventário. Os dados são de de Pesquisa Energética da pelo abastecimento de mais de 90% Na bacia hidrográfica do Rio Pa- janeiro de 2007 e, atualmente, mais ANEEL, 2007. da vazão de consumo humano da re- raíba do Sul o potencial hidráulico •Relatório de Acompanha- duas PCHs já estão em construção: mento de Estudos e Projetos gião metropolitana do Rio de Janeiro, inventariado é de aproximadamente de Usinas Hidrelétricas, reali- Lavrinhas e Queluz. zado pela ANEEL, 2007.

8 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA SETEMBRO/2009 DANIEL REZENDE/TEXTOARTE DANIEL

Fontes: Sistema de Informações do Potencial Hidrelétrico (SIPOT/ELETROBRÁS), Banco de dados da ANEEL, PDEE (2000-2009) e PDEE (2006-2015). Atualizado pelo Relatório de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas Hidrelétricas, realizado pela ANEEL, situação em 19/1/2007.

Reservatórios do Complexo Hidrelétrico de Lajes/Paraíba do Sul

Usina Hidrelétrica de Fontes Nova no Ribeirão das Lajes, em Piraí (RJ)

Obs: A área inundada é aquela correspondente ao nível máximo maximorum. Fonte: Adaptado de LABHID/COPPE/UFRJ (1999) – Características Básicas dos Reservatórios e Principais Usinas do Complexo Hidrelétricos de Lajes/Paraíba do Sul atualmente em operação

Reservatório de Paraibuna/

Paraitinga, em Paraibuna (SP) ARQUIVO – PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAIBUNA

SETEMBRO/2009 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA 11 Empreendimentos Hidrelétricos na Bacia do Rio Paraíba do Sul

segundo o cenário de implantação

O Relatório de Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamen- tos Hidrelétricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul (AAI) – produzido pela Empresa de Pesquisa Energética da ANEEL, aponta que estão previstas 117 Pequenas Centrais Hidrelétricas, sendo que 30 delas já estão em operação, 4 em construção e 83 identificadas em nível de inventário. Os dados são de janeiro de 2007 e, atualmente, mais duas PCHs já estão em construção: Lavrinhas e Queluz

Fonte: Relatório de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas Hidrelétricas, realizado pela Aneel, situação em 19/01/2007.

12 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA SETEMBRO/2009 SETEMBRO/2009 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA 13 pchs queluz/lavrinhas DANIEL REZENDE/TEXTOARTE

uem passa pela rodovia A expectativa da ALUPAR é que estudos de inventário de 18,9 MW Presidente Dutra, na re- com o início da geração comercial – para fins de análise, apresentado gião dos municípios de das usinas e a conseqüente elevação pela empresa Paloma Incorporação Lavrinhas e Queluz, no da oferta de energia na região, cres- de Imóveis Ltda., e desenvolvidos Estado de , ça a confiabilidade do sistema elétri- pela empresa Engehidro Engenharia observaQ uma grande movimentação co. “Através do aumento da atividade Ltda. De acordo com o despacho, às margens do rio Paraíba do Sul. econômica espera-se desenvolver os titulares de registro ativo para ela- Rio Paraíba São duas obras de engenharia para a região social e economicamente, boração de projeto básico sobre o a construção de Pequenas Centrais através da geração de empregos di- mesmo aproveitamento terão o pra- Hidrelétricas. A implantação dos em- retos e indiretos”, informa a assesso- zo de 90 dias para entregar o projeto preendimentos está sob responsa- ria da empresa. em questão, a contar da data da sua bilidade da Usina Paulista Queluz de Segundo a ALUPAR, o processo publicação. Questionada sobre mais Energia S.A. e da Usina Paulista Lavri- de licenciamento das PCHs Queluz e essa intervenção no rio Paraíba do do Sul nhas de Energia S.A. Suas principais Lavrinhas se deu a partir do licencia- Sul, a ALUPAR não quis se manifes- acionistas são a ALUPAR e a ENIXE. mento ambiental vigente no Estado tar sobre o assunto. As obras começaram em no- de São Paulo. “Durante todo o pro- A secretária-executiva do Comitê vembro de 2007 e a PCH Queluz cesso foram realizadas diversas reuni- das Bacias Hidrográficas do Rio Pa- Implantação de está mais avançada, com previsão ões públicas com representantes dos raíba do Sul (CBH-PS), Marli Apare- de entrada em operação no final municípios, do Ministério Público, do cida Reis Maciel Leite, que é diretora deste ano. Já a PCH Lavrinhas tem Comitê de Bacias Hidrográficas, entre do Departamento de Águas e Ener- PCHs em debate previsão de funcionamento no 1º tri- outros. Estas ações, com participação gia Elétrica do Estado de São Paulo mestre de 2010. Para a construção da comunidade e seus representan- – DAEE Vale do Paraíba, disse que das usinas foram expedidas auto- tes, aconteceram, especialmente, no São Paulo tem acompanhado o pro- rizações pela Agência Nacional de âmbito do Programa de Comunicação cesso de instalação das PCHs Lavri- Energia Elétrica – ANEEL para um Social, bem como na própria Gestão nhas e Queluz desde 2003, quando período de 30 anos, e outorgas da Institucional inserida na implantação foi criado um Grupo de Trabalho ANA e órgãos gestores estaduais. dos empreendimentos”. para avaliação dos Relatórios Am- De acordo com a ALUPAR, o in- A empresa informou ainda que, bientais Primários (RAPs). vestimento total é de cerca de R$ 300 durante a condução dos estudos am- Os RAPs identificaram 11 impac- milhões e a energia que será gerada bientais que subsidiaram a emissão tos ambientais com a construção das já foi vendida no mercado livre. O das Licenças Ambientais Prévias (LP) PCHs: interferência de áreas de auto- Banco Nacional de Desenvolvimento e de Instalação (LI) das PCHs Queluz rizações e concessões minerais com Social – BNDES destinou crédito de e Lavrinhas, foram estudados e ava- o reservatório; início ou aceleração de R$ 226 milhões para as obras, sendo liados os impactos ambientais inci- processos erosivos; alteração da fau- R$ 111,2 milhões para a Usina Pau- dentes sobre o meio natural e sobre na aquática a montante da barragem; lista Lavrinhas de Energia S.A. e R$ o meio socioeconômico. “Um balan- comprometimento de rotas migrató- 114,6 milhões para a Usina Paulista ço destes impactos levou à identifica- rias; criação de expectativas; altera- Queluz de Energia S.A. ção da necessidade de implantação ção das arrecadações municipais; A PCH é uma usina hidrelétrica de de diversas medidas mitigadoras, alterações ao mercado de trabalho; pequeno porte, cuja capacidade ins- potencializadoras e de controle, tais intensificação do tráfego; aumento talada é superior a 1 MW e inferior a como: Programa de Comunicação da oferta de energia elétrica à região; 30 MW, com área de reservatório até Social, Programa de Monitoramento interferência com o lazer e interferên- 3 km². Os reservatórios das Usinas da Qualidade da Água, Programas cia com a infra-estrutura viária. Queluz e Lavrinhas terão um espelho de Fauna e de Flora, entre outros. A Os relatórios não identificaram d’água em torno de 1,54 km² e 0,77 ha, análise dos estudos foi realizada pe- nenhum possível impacto ambiental respectivamente. Serão operadas pelo los órgãos ambientais que compõem na qualidade das águas decorrentes sistema “a fio d’água”, ou seja, estão a Secretaria de Meio Ambiente do Es- da implantação dos empreendimen- sendo instaladas próximas à superfície tado de São Paulo, bem como pelo tos propostos, centrando sua aten- e utilizarão turbinas que aproveitam a Comitê das Bacias Hidrográficas do ção somente às possíveis alterações velocidade do rio para gerar energia. Rio Paraíba do Sul (CBH-PS)”. na fauna aquática a montante das Os sistemas de captação e adução Além destes dois empreendimen- barragens. Segundo os RAPs, com serão formados por túneis que terão a tos, também está prevista a constru- o enchimento dos reservatórios será função de levar a água até a casa de ção de mais uma PCH, entre Lavri- formado um ambiente cujas carac- força. Esse modelo reduz as áreas de nhas e Cruzeiro. No dia 2 de julho foi terísticas funcionais diferirão, em alagamento e não forma reservatórios publicado no Diário Oficial da União alguns trechos, ao ambiente origi- Construção da Pequena para estocar a água; em épocas de o despacho nº 2.055 da ANEEL, nalmente presente ao longo do rio Central Hidrelétrica cheias, o extravasamento se dará a aceitando o Projeto Básico da PCH Paraíba do Sul. Essas alterações em Lavrinhas (SP) partir da estrutura do vertedouro. Chalé – com potência estimada nos ocorrerão no terço final dos reser-

SETEMBRO/2009 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA 15 pchs queluz/lavrinhas

vatórios, onde se verificará uma re- lhante ao descrito acima. Esse am- Para o Comitê, fazia-se necessário sultoria e Assessoramento na elabo- dução mais sensível na velocidade biente, alimentado pelos esgotos prevenir esse impacto atuando exata- ração de projetos executivos para de circulação da água. Assim, o rio dos municípios de Jacareí e São mente na causa, ou seja, eliminando tratamento de efluentes domésticos’ Paraíba do Sul, nas áreas dos re- José dos Campos, tornou-se uma a fonte de nutrientes proveniente do e isso não era exatamente o que o servatórios, deverá assumir a con- das maiores preocupações para os lançamento dos esgotos domésticos CBH-PS queria, mas na época, em DANIEL REZENDE/TEXTOARTE DANIEL dição de um rio mais profundo do órgãos ambientais, onde um trecho in natura dos municípios a montante 2003, atendia em parte aos nossos que de um sistema lêntico (águas de cerca de 8 quilômetros foi total- dos reservatórios, como compensa- interesses”, afirma Marli. “Mas, com paradas). Nesta condição, a profun- mente tomado por macrófitas que ção pela eliminação dos trechos de o passar dos anos, todos esses mu- didade mais elevada e a eliminação cobriram quase que totalmente o corredeiras que propiciam uma de- nicípios acabaram fazendo seus es- de alguns ambientes localizados de leito do rio. A mesma ocorrência do puração natural dos esgotos. tudos, inclusive Aparecida, que tem corredeiras tendem a afetar algumas problema foi identificada no trecho Levando-se em consideração hoje em andamento um projeto de espécies aquáticas, como também a entre os municípios de e Gua- que as respostas do empreendedor esgoto. A partir desta constatação, o redução de oxigenação natural das ratinguetá e em locais onde o rio aos questionamentos do CBH-PS na Comitê informou para o DAIA e para águas. Paraíba não tem corredeiras e é de fase de análise não asseguraram ao o empreendedor que seria extrema- Muito embora os RAPs não te- baixa velocidade. Comitê o entendimento da inexis- mente bem-vinda a implantação de nham identificado nenhum impacto Por esse motivo, o Comitê Paulis- tência de impactos ambientais na uma Plataforma de Coleta de Dados direto na qualidade das águas, apre- ta sugeriu medidas compensatórias qualidade das águas do Rio Paraíba automática, multiparamétrica, a ser sentam um programa de monitora- no campo dos recursos hídricos, no trecho em questão, o colegiado instalada em Queluz, cujos recur- mento limnológico e de qualidade que foram aprovadas pela plenária e sugeriu ao DAIA que na análise final sos financeiros para sua instalação com a justificativa que a implantação encaminhadas ao Departamento de dos RAPs fosse considerado como e manutenção viriam dos empreen- de barragens em rios altera suas Avaliação de Impactos Ambientais identificado esse impacto ambien- dimentos, cabendo a operação à condições hidrológicas, podendo da Secretaria de Meio Ambiente do tal negativo e que fosse incluído no CETESB, em parceria com o INPE”, provocar uma deterioração da qua- Estado de São Paulo (DAIA/SMA) e orçamento de cada obra a dotação explica a Secretária. lidade das águas. incorporadas ao Licenciamento Am- correspondente para a correção das O assunto é polêmico, principal- Segundo os documentos, a for- biental. Neste documento, o CBH- causas, prevenindo-se desta forma mente porque houve uma demora mação de ambientes lênticos usual- PS concluiu que os trechos do Rio os impactos futuros do lançamento muito grande por parte dos empre- mente determina aumento nas con- Paraíba do Sul, onde se pretendia dos esgotos dos municípios mais endedores no atendimento das con- centrações de nutrientes favoráveis construir os reservatórios das PCHs próximos, localizados a montante dicionantes. Esse atraso também à proliferação da vegetação aquá- de Lavrinhas e Queluz, eram exata- dos reservatórios. se deveu à modificação na obra da tica, observando-se na maioria dos mente os locais onde o rio tem a sua A proposta do Comitê ao empre- PCH Queluz, que impõe a adoção barramentos o crescimento de ma- melhor condição em termos de qua- endedor foi solicitar apoio para trata- de medidas complementares no crófitas em níveis muito acima dos lidade de água, apresentando con- mento de esgotos dos municípios de licenciamento. O novo Estudo Am- naturalmente esperados na região. centrações de Oxigênio Dissolvido Aparecida, Guaratinguetá, Lorena, biental Complementar foi submetido Este processo, quando em condi- que variam de 6,4 mg/l a 8,2 mg/l. E Canas, Cachoeira Paulista, Cruzei- ao DAIA em junho de 2008, encon- ções não controladas, pode gerar era totalmente previsível que a cons- ro, Lavrinhas e Queluz e, mais tarde, trando-se ainda sem aprovação, efeitos secundários particularmente trução dessas barragens iria alterar Potim. “No entanto, a Condicionante tendo em vista a retificação do eixo críticos para a manutenção da fauna significativamente a qualidade das do Licenciamento Ambiental objeti- da barragem e inserção do Rio do aquática, favorecendo situações de águas a montante das mesmas. va os serviços relacionados à ‘Con- Entupido, que passou a ter sua foz

redução na concentração de oxigê- TERESA BARBOSA/TEXTOARTE nio, assoreamento, mudanças na cir- culação superficial da água e eutrofi- Detalhe da obra zação (falta de oxigênio na água que da PCH Lavrinhas pode ser ocasionada por fenômenos naturais ou artificiais, causados pela ação do homem). Ao mesmo tempo, pode favorecer a proliferação de ve- tores de diversas doenças. O parecer do CBH-PS ressal- ta que o impacto ambiental não previsto nos RAPs – mas de pleno conhecimento de seus autores – é uma realidade já vivenciada no Rio Paraíba do Sul. De acordo com o parecer, no município de Caçapava uma obra para contenção de erosão de margens constituiu um pequeno Detalhe da obra barramento no Rio Paraíba do Sul, da PCH Queluz propiciando um ambiente seme-

16 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA SETEMBRO/2009 SETEMBRO/2009 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA 17 pchs queluz/lavrinhas a montante do barramento, gerando nos Municípios (CAM) de Queluz, tal importância a participação da so- Na sua opinião, os impactos am- preendedores têm cumprido com em vista a aprovação de mais um assim novas responsabilidades para Lavrinhas e Cruzeiro entraram com ciedade civil em decisões como esta bientais produzidos pelas obras das essas exigências. Projeto Básico para a instalação da os empreendedores quanto à pre- representações na justiça, solici- de impactos ambientais de grandes PCHs são de grandes dimensões, Rutnei Érica chama a atenção PCH-Chalé, no mesmo rio Paraíba, servação desse manancial. tando Audiências Públicas sobre as proporções e que modificam sobre- porém levando-se em conta que quanto à forma como se tem fei- entre Lavrinhas e Cruzeiro. Teremos Também não foram realizadas obras, mas apenas a Promotoria de maneira a biodiversidade do local. os critérios da matriz energética do to o Estudo de Impacto Ambiental futuramente três PCHs, próximas Audiências Públicas, dirigidas à po- Cruzeiro deu prosseguimento com “Essa participação/discussão, ainda Brasil privilegia as hidroelétricas e e Relatório de Impacto Ambiental uma das outras, e três EIAs/RIMAs, pulação em geral, pois legalmente instauração de ação civil pública, que deficiente, tem acontecido em as termoelétricas, além da necessi- (EIA/RIMA) de obras tão próximas embora os impactos nesta mesma para obras de pequeno impacto não que está em andamento. diversos municípios no trecho pau- dade de desenvolvimento do país, e na mesma calha de rio. Ele en- calha de rio sejam únicos”. são exigidas. O empreendedor ofe- Rutnei Morato Érica, que repre- lista da bacia, através dos CAM e do chega-se à conclusão de que as tende que pela proximidade dos Confira no quadro abaixo a opi- receu diversas palestras, em várias senta a ONG Sociedade Amigos Grupo de Trabalho de Comunicação PCHs, pelo seu pequeno impacto, dois barramentos de Queluz e La- nião dos representantes do poder ocasiões e diversos locais dos muni- da (SOAPEDRA) no e Organização Social nos Municí- são ambientalmente vantajosas em vrinhas – distantes sete quilômetros, público, sociedade civil e usuários cípios impactados, voltadas para re- Comitê Paulista e coordena o Grupo pios criado pela diretoria do CBH- relação às grandes hidrelétricas. o documento deveria ser único e de recursos hídricos no CEIVAP presentantes de órgãos oficiais. No de Trabalho das PCHs de Queluz e PS, com a finalidade de organizar e Sobre os impactos causados pelas não um para cada obra, individual- sobre a implantação de empreendi- ano passado, os Comitês de Águas Lavrinhas, considera de fundamen- apoiar esse movimento”, diz. duas obras, ele afirma que os em- mente. “Justifica-se essa tese, tendo mentos hidrelétricos na bacia.

DANIEL REZENDE/TEXTOARTE DANIEL REZENDE/TEXTOARTE DANIEL REZENDE/TEXTOARTE

BRENO BOTELHO FERRAZ DO MARIA APARECIDA MARILENE DE AMARAL GURGEL BORGES PIMENTEL OLIVEIRA RAMOS Vice-Presidente VARGAS MÚRIAS DOS SANTOS do CEIVAP e Secretária do CEIVAP Presidente do CEIVAP representante e representante dos e representante do da Sociedade Usuários – Setor de Poder Público – RJ Civil – SP Hidroeletricidade – MG

“A questão da construção de Pe- das adequadas, ou seja, os benefí- “O aproveitamento ener- decisória na aprovação des- “O processo de concessão ou autori- data desta Resolução, ficam dispensados quenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) cios aportados por estes empreendi- gético dos rios brasileiros é se uso de recurso hídrico. zação de usinas hidrelétricas é precedido da solicitação de outorga de direito de na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba mentos são bem maiores que os seus um diferencial econômico im- O aproveitamento hi- de outorga pelo órgão gestor competente. uso dos recursos hídricos. O que significa do Sul não tem sido avaliada pelo eventuais impactos negativos. Caso portante. A economia dos mu- droelétrico das PCHs não Ana ou órgãos estaduais. No momento que se já outorgados, não cabe manifes- CEIVAP – essa avaliação ocorreu ape- contrário, creio que as licenças não nicípios onde se instalam as compromete a quantidade de expedição das outorgas é que cabe tação do Comitê. A não ser que a revisão nas no Comitê das Bacias Hidrográfi- teriam sido concedidas. Por exemplo: UHE ou as PCHs é beneficia- das águas, pois trata-se de ao Comitê se manifestar, informando se o do Plano seja posterior e indique inviabili- cas do Rio Paraíba do Sul (CBH-PS), aqui no Rio de Janeiro existe o pedi- da com subsídios generosos. aproveitar a energia gerada empreendimento está previsto no Plano de dade do empreendimento, o que não é o no trecho paulista. Mas considerando do de licenciamento de duas Usinas A economia nacional é bene- pela passagem das águas Bacia e se no planejamento de usos atuais caso de nenhum empreendimento previs- a matriz energética brasileira, a cons- Hidrelétricas, que são Cambuci (50 ficiada com a energia gerada. pelas turbinas da usina hi- e futuros não haverá interferência nas va- to na bacia do Paraíba do Sul, conforme trução de PCHs, assim como de Usi- MW) e Barra do Pomba (80 MW), am- Então, seria tudo maravilhoso droelétrica. Já a qualidade zões de montante garantidas para tal. Em o caderno de hidrelétricas que compõe o nas Hidrelétricas (UHEs), tende a ser bas no rio Paraíba do Sul. Até o mo- se não restassem dúvidas pode ser afetada. Os órgãos específico quanto às PCHs de Lavrinhas Plano de Bacia. positiva. Afinal, não construir Usinas mento, essas licenças ambientais não sobre os impactos ambientais licenciadores, ao concede- e Queluz, temos informação de que elas Quanto aos impactos à quantidade e à e PCHs implica em construir Usinas foram concedidas porque os estudos associados. rem a Licença de Instalação, foram discutidas no âmbito do CBH-PS, qualidade da água, temos de ter um cui- Termoelétricas, fazendo com que nos- existentes apontam que os impactos Quando falo em dúvidas, estão indicando que não há mesmo estando na calha principal do rio dado muito grande ao trazermos assuntos sa matriz fique crescentemente mais ambientais para o rio seriam maiores quero dizer que tanto os críti- conseqüências ambientais Paraíba do Sul, portanto de competência para discutirmos no âmbito do Comitê suja em termos de emissão de gases do que os benefícios em termos de cos não são assertivos quan- negativas. federal e naturalmente do CEIVAP. para não superpormos competências. Este de efeito estufa. geração de energia. Então, existem to aos possíveis problemas Quando iniciei minha parti- No CEIVAP não recebemos nenhum tema já foi objeto de discussão no CEIVAP, No caso das PCHs, elas são re- casos em que as licenças são conce- que dizem que vão ocorrer, cipação direta no CEIVAP, em comunicado de órgão gestor federal ou onde tive oportunidade de apresentar conhecidamente empreendimentos didas e outros, não. quanto os empreendedores e dezembro de 2007, as obras estadual ou mesmo pedido de parecer esta preocupação na ocasião em que o de baixo impacto ambiental. Ao terem Portanto, acredito que as PCHs de os órgãos licenciadores não já haviam iniciado; desconhe- quanto à viabilidade da outorga. Quero IBAMA solicitou parecer do CEIVAP sobre recebido autorização e/ou concessão Queluz e Lavrinhas, que hoje estão são claros quanto à eficácia ço ter havido discussão sobre crer que estes empreendimentos tiveram impactos ambientais. E o CEIVAP delibe- pela Agência Nacional de Energia em construção, sejam empreendi- de medidas protetoras proje- o assunto. O papel do CEIVAP suas autorizações ou concessões anterio- rou por enviar correspondência ao IBAMA Elétrica – ANEEL, outorga da Agência mentos cujos impactos foram consi- tadas e licenciadas. Gostaria é de ser o Fórum adequado res a 11 de março de 2003, pois de acor- justamente esclarecendo esta questão Nacional de Águas – ANA e, por fim, derados pequenos em relação aos que todos os Comitês de para se debater a questão de do com a Resolução 131 da ANA desta e informando que a competência de um tendo sido licenciadas pelos órgãos benefícios, em termos de geração de Bacia tivessem competência aproveitamento hidroelétrico data: Art. 7º – Os detentores de conces- Comitê era se manifestar sobre a outorga e ambientais, as PCHs são considera- energia”. legal para participar de forma de cursos de água”. são e de autorização de uso de potencial de fazer gestão. Para questões ambientais, de energia hidráulica, expedidas até a a competência é do órgão ambiental’.

18 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA SETEMBRO/2009 SETEMBRO/2009 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA 19 gestão da água DANIEL REZENDE/TEXTOARTE

Recursos da transposição Estação Elevatória de Santa Cecília, em Barra do Piraí (RJ), operada para o CEIVAP pela Light Energia

ecentemente, o pre- to pelo uso da água. “A CEDAE é a mento de esgotos. Isso ficou defini- Guandu, no Estado do Rio de Ja- Guandu é desviado do rio Piraí por sidente do Instituto maior usuária das águas transpostas do com as mudanças aprovadas na neiro, na verdade atende a um sis- meio dos reservatórios de Tócos e Estadual do Ambiente do Paraíba e com esse pagamento Lei nº 5.234/2008 que regulamenta tema hídrico formado pelo conjunto Santana. A parcela correspondente (INEA), Luiz Firmino, devemos arrecadar R$ 15 milhões, a cobrança pelo uso da água no Es- de rios, canais, reservatórios, usinas à bacia hidrográfica do rio Guandu anunciou que em cur- só na Bacia do Guandu, o que vai tado. “É claro que a arrecadação de hidrelétricas, estações elevatórias e (6%) provém do reservatório de La- toR prazo os recursos da cobrança incrementar a arrecadação do CEI- um Comitê é insuficiente para tratar demais estruturas hidráulicas locali- jes, no Ribeirão das Lajes, e do pró- pelo uso da água, referente à trans- VAP em cerca de R$ 2 milhões anu- esgoto, mas é fundamental que os zadas entre a estação elevatória de prio rio Guandu e seus afluentes. A posição das águas do Rio Paraíba ais. Por isso, temos de acelerar este colegiados comecem a gerar seus Santa Cecília, no rio Paraíba do Sul, vazão da bacia do Rio Guandu é de do Sul para a bacia do rio Guandu, processo ou então vamos ficar com projetos. Não só no âmbito do Co- e a foz do canal de São Francisco, 148 m³/s e o maior usuário de água seriam repassados para a gestão o dinheiro, que é do Paraíba, depo- mitê, mas para o próprio CEIVAP, na Baía de Sepetiba, que interliga a para captação é o setor de sanea- do CEIVAP. Segundo ele, o repas- sitado e parado”. que está buscando projetos e rece- bacia hidrográfica do rio Paraíba do mento, seguido pelo setor industrial. se está assegurado, porém ainda O presidente também disse que be poucas propostas, principalmen- Sul com a bacia hidrográfica do rio Fonte: Artigo“Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos na Transposição da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul para a Bacia Hidrográfica falta um dispositivo que permita a as negociações com o sistema CEI- te do nosso Estado”. Firmino disse Guandu. do Rio Guandu”, de autoria de Giordano Bruno Bomtempo de Carvalho, transferência dos recursos do Fun- VAP/AGEVAP já estão avançadas e que o CEIVAP tem um potencial mui- O Sistema Guandu tem como Patrick Thadeu Thomas e Wilde Cardoso Gontijo Júnior do Estadual de Recursos Hídricos o INEA pretende estabelecer par- to grande para alavancar em Brasí- objetivo atender aos múltiplos usos DANIEL REZENDE/TEXTOARTE (FUNDRHI) para o Comitê. Para re- cerias com a AGEVAP, para a ges- lia complementações do Ministério localizados em seus corpos hídri- solver o impasse, o Instituto já havia tão dos quatro Comitês que estão das Cidades e também em outros cos, tanto na bacia hidrográfica do solicitado ao Grupo de Trabalho de dentro da área de abrangência do órgãos. “Um município que tem pro- rio Paraíba do Sul como na bacia Assuntos Institucionais do CEIVAP CEIVAP: Médio Paraíba do Sul, Rio jetos, como no caso de Volta Re- hidrográfica do rio Guandu. Desta- (GTAI) um estudo para suplantar Dois Rios, Piabanha e Baixo Paraíba donda, que é o principal poluidor da cam-se entre estes usos a geração essa questão. O dinheiro já está de- do Sul. “Vamos utilizar recursos da região, conseguiu, por exemplo, re- de energia elétrica no Complexo de positado em subconta específica do cobrança no Estado para estruturar cursos do Programa de Aceleração Lajes e as captações de água para o FUNDRHI, com acesso disponível os Comitês Estaduais criando, in- do Crescimento.” De acordo com abastecimento da Região Metropoli- no site: www.inea.rj.gov.br. clusive, um link permanente com o ele, o INEA não vai ditar as regras, tana do Rio de Janeiro. Firmino ressaltou que a arreca- CEIVAP, onde acontece a integração vai dar suporte. E cabe aos Comitês, A maior parcela da vazão regulari- dação pela transposição – que hoje das ações dos três Estados da ba- baseados nos Planos de Bacia, ad- zada do rio Guandu é oriunda da ba- soma R$ 500 mil, referente ao perí- cia: São Paulo, Minas Gerais e Rio ministrar os seus conflitos e definir cia hidrográfica do rio Paraíba do Sul odo 2004-2009 - vai subir muito em de Janeiro”. quais são as suas prioridades. (94%). Parte desta água é bombeada breve, porque já estão sendo finali- A prioridade do Estado do Rio de por meio da estação elevatória de zados os acordos com a Companhia Janeiro é aplicar 70% dos recursos Transposição Santa Cecília no Rio Paraíba do Sul Estadual de Águas e Esgotos (CE- arrecadados com a cobrança do se- A transposição da água do rio (capacidade de até 180 m³/s). O res- DAE) para que ela faça o pagamen- tor de saneamento em coleta e trata- Paraíba do Sul para a bacia do rio tante da vazão regularizada do rio Luiz Firmino, Presidente do INEA

20 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA SETEMBRO/2009 balanço da arrecadação

questionava a decisão de 1ª Instân- mais de R$ 1,5 milhão pelo uso da drográficas, serão transferidos para cia quanto ao pagamento anual da água do rio. Os valores da cobrança as mesmas), verificou que o objetivo cobrança pelo uso da água na bacia serão repassados ao CEIVAP, que das ações foram atingidos com a re- Cobrança da água hidrográfica do rio Paraíba do Sul. decidirá a melhor forma de investi- ferida Lei – que impede o contingen- Durante a audiência com a De- mento dos recursos. ciamento do valor arrecadado pela sembargadora, a CSN entrou com De acordo com o assessor jurí- cobrança do uso da água da Bacia m 2008, a Agência Nacio- brança é estimular o uso racional da blico Federal (CADIN) e, entre eles, um pedido desistindo de qualquer dico da AGEVAP, Davi Moura, este do Rio Paraíba do Sul – e sentenciou nal de Águas (ANA) arreca- água, verificou-se que entre o ano 29 já foram encaminhados para ins- recurso com relação ao acórdão. processo vinha se arrastando des- julgando extinta as ações. dou com a cobrança pelo de 2007 e 2008 houve uma redução crição na Dívida Ativa da União. O Com a decisão, os valores deposi- de 27 de outubro de 2003 quando a “A CSN recorreu da decisão e os uso da água na bacia do nas captações de água do Paraíba índice anual de inadimplência é de tados judicialmente, que já somam empresa entrou com uma ação cau- processos foram distribuídos em 5 rio Paraíba do Sul cerca de do Sul da ordem de 6%”, afirma. 10,8%. cerca de R$ 12 milhões, serão inves- telar e uma ação ordinária que foram de março de 2008 para a 7ª Turma R$E 8 milhões. Considerando a soma Os recursos arrecadados foram Segundo ele, desses 31 usuá- tidos na recuperação ambiental do distribuídas para a 23ª Vara Federal, Especializada do Tribunal Regional desde o início da cobrança, em 2003, integralmente repassados pela ANA rios, 19 estão localizados no Estado rio. A expectativa é que a liberação onde tramitaram juntas, tendo como Federal da 2ª Região, tendo como chega-se ao valor de R$ 40,9 milhões. para a Agência de Água da Bacia, do Rio de Janeiro, perfazendo um dos recursos aconteça até janeiro Juíza Titular Maria Amélia Almeida Relatora a Desembargadora Fede- O setor responsável pela maior par- AGEVAP, por meio de um contrato total de R$ 3,45 milhões, correspon- de 2010. Senos de Carvalho. ral Dra. Salete Maccaloz”, explica o cela da arrecadação é o saneamen- de gestão para investimentos em dente a 98% da inadimplência na to, seguido pela indústria, que juntos Na audiência estiveram presen- O processo nº 2003.51.01.024286- advogado. Em 1º de abril a Desem- ações aprovadas pelo CEIVAP. Ao bacia. “Entre os usuários fluminen- representam 99,6% da arrecadação tes Marilene Ramos, Presidente 6, movido pela CSN, tinha como bargadora deferiu por 10 dias reque- longo destes quase seis anos de ses, destacam-se duas prefeituras e total na bacia (veja quadro). do Comitê de Integração da Bacia objeto “o depósito judicial dos va- rimento apresentado pela ANA para implementação da cobrança, foram um SAAE, com uma dívida de R$ 1,6 De acordo com Patrick Thadeu Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul lores pagos a título de cobrança vista do processo, cujo despacho foi aprovadas pelo comitê cerca de 80 milhão, correspondente a 47% da Thomas, Gerente de Cobrança da (CEIVAP) e Secretária Estadual do pelo uso da água da Bacia do Rio publicado em 16 de abril. ações de recuperação da bacia, re- inadimplência, e cinco usinas sucro- ANA, comparando-se os valores ar- Ambiente do Rio de Janeiro; Marce- Paraíba do Sul” e como réus a União Davi Moura disse que em março presentando um investimento total alcooleiras, com débito consolidado recadados com os valores cobrados, lo Bicalho Behar, Diretor Corporati- Federal e a Agência Nacional de deste ano a Presidente do CEIVAP, de R$ 66,2 milhões, sendo R$ 29,4 de R$ 1,8 milhão, correspondente a encontra-se uma relação de 87,2%. vo da CSN; Edson Fujita, diretor da Águas. A outra ação ordinária, de Marilene Ramos, o Diretor da AGEVAP, milhões provenientes da cobrança e 51% da inadimplência dos usuários Parte desta diferença se explica pelo Agência da Bacia do Rio Paraíba do 28 de novembro de 2003, processo Edson Fujita, e ele estiveram em o restante de recursos de contrapar- localizados no Estado do Rio de Ja- pagamento efetuado em juízo pela Sul (AGEVAP); e Davi Moura, asses- nº 2003.51.01.027538-0, contra os audiência com a Desembargadora tidas. De janeiro a julho de 2009 a neiro”, informa o gerente. Companhia Siderúrgica Nacional sor jurídico da AGEVAP, entre outras mesmos réus, tinha como objeto “a para demonstrar a necessidade da arrecadação foi de R$ 5.063.509,44. (CSN), que em 2008 atingiu o per- pessoas. “Foi um grande avanço. indignação pelo pagamento de pre- inclusão do processo na pauta de Entre novembro de 2008 e maio Acórdão libera centual de 22,5% do total de valores Nesse período de seis anos foram ço público, com destinação determi- julgamento, pois o objeto da ação de 2009 houve uma redução dos recursos depositados cobrados. O restante da diferença várias tentativas de acordo com a nada, sabendo que o mesmo pode- já estava superado por uma Lei Fe- usuários inadimplentes e do mon- EM JUÍZO pela CSN se deve à inadimplência de alguns CSN e essa iniciativa pode ser inter- ria ser desviado de sua finalidade, deral. “O CEIVAP e a AGEVAP acom- tante total devido. Patrick Thomas, A Companhia Siderúrgica Nacio- usuários e também ao pagamento pretada como um gesto concreto do em razão do contingenciamento”. panharam de perto esse processo, disse que o número desses usuários nal (CSN) é a maior usuária de água de dívidas de exercícios anteriores. processo de mudança de postura Em 19 de janeiro de 2006, a Juí- com o intuito de fornecer à Justiça foi reduzido de 55 para 31 e o total da bacia do rio Paraíba do Sul, mas “Considerando que o objetivo da co- da empresa em relação ao meio am- za Maria Amélia, diante da edição da subsídios e buscando demonstrar a devido que era de R$ 4,7 milhões vinha depositando o pagamento da biente”, diz a presidente do CEIVAP, Lei 10.881, de 09/06/2004 (que em falta que esses recursos, deposita- caiu para cerca de R$ 3,53 milhões. cobrança pelo uso da água em juí- Marilene Ramos. seu artigo 4º dispôs que as receitas dos em juízo, faziam para a aplica- Todos os inadimplentes já estão ins- zo. No dia 14 de setembro deste ano A CSN capta diariamente cerca da cobrança pelos usos de recur- ção em projetos que vão beneficiar critos no Cadastro Informativo de a Desembargadora Federal Salete de 5m3/s da bacia do Paraíba do Sul, sos hídricos em rios de domínio da toda a bacia hidrográfica do rio Pa- Créditos não Quitados do Setor Pú- Maccaloz, do Tribunal Regional Fe- o que gera um pagamento anual de União, arrecadados nas bacias hi- raíba do Sul”. deral da 2ª Região, no Rio de Janei- ro, firmou um acórdão desprovendo a apelação impetrada pela CSN que

Companhia Siderúrgica Nacional às margens do rio Paraíba do Sul, em

DANIEL REZENDE/TEXTOARTE DANIEL Volta Redonda (RJ)

22 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA SETEMBRO/2009 SETEMBRO/2009 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA 23 recursos hídricos cobrança Cobrança de PCHs está suspensa até edição de ato normativo

CEMIG pagou em juízo Qual é o mecanismo de Cobran- setorial já existente – a CFURH, da 2006, ao propor a revisão dos me- uma manifestação oficial da autori- A empresa pretende instalar pela cobrança da água ça pelo Uso da Água para a Gera- qual as PCHs são isentas de paga- canismos e valores da cobrança a dade federal competente (seja ela novas usinas na região? A ANE- na bacia do rio Paraíba ção Hidrelétrica? O setor de gera- mento –, não pode ser aplicada uma serem aplicados a partir de 2007, a Advocacia Geral da União ou a EL é a fonte correta e segura de do Sul até dezembro ção de energia elétrica paga, desde outra cobrança, em separado, para o CEIVAP suspendeu a cobrança própria ANEEL) ou a publicação de informações sobre o inventário do de 2006, quando o pa- 1990, um tributo setorial chamado essas usinas. Apesar da manifesta- para as PCHs, seguindo o exemplo legislação específica que resolva o potencial hidrelétrico da bacia, a ou- Agamento foi suspenso com a publi- Compensação Financeira pelo Uso ção da ANEEL, o mecanismo de co- do Comitê das Bacias Hidrográficas problema, para iniciar ou não a co- torga de concessão ou autorização cação da DN 65 e da Resolução nº dos Recursos Hídricos para a Gera- brança para as PCHs foi aprovado dos Rios Piracicaba, Capivari e Jun- brança pelo uso da água para as de aproveitamentos hidrelétricos e o 64/2006 do Conselho Nacional de ção Hidrelétrica - CFURH, instituído no CNRH, conjuntamente com os diaí (PCJ), que optou por aguardar PCHs. andamento de projetos. Recursos Hídricos (que aprova os pela Lei nº 7.990, de 1989. Como mecanismos e valores para os de- valores e mecanismos de cobran- já existia um processo consolidado mais usos da água na bacia hidro- ça pelo uso de recursos hídricos de de arrecadação e distribuição dos gráfica do rio Paraíba do Sul. domínio da União da Bacia Hidro- recursos da CFURH, o legislador gráfica do Rio Paraíba do Sul). Esta optou por aumentar o seu valor e Quantas Usinas a CEMIG pos- cobrança está suspensa até que a destinar este recurso adicional para sui na bacia do rio Paraíba do Sul? autoridade federal competente edite a implementação da Política Nacio- A CEMIG tem concessão para a ato normativo relativo ao pagamento nal de Recursos Hídricos, do Siste- operação de quatro usinas na bacia pelo uso da água para geração de ma Nacional de Gerenciamento de do rio Paraíba do Sul. São três PCHs energia por PCHs. Recursos Hídricos e na Gestão da implantadas no rio Paraibuna, de do- A Revista do CEIVAP conversou Rede Hidrometeorológica Nacional. mínio federal e afluente do rio Paraí- sobre o assunto com Valéria Almei- O cálculo e a distribuição da ba do Sul: Joasal (8,4 MW), Marme- Rio Paraibuna, em Juiz da Lopes de Faria, da Gerência de compensação financeira é feito con- los (4,0 MW) e Paciência (4,08 MW). de Fora (MG), onde estão Planejamento Energético da CEMIG forme o quadro ao lado (art. 29 da A quarta é a usina Piau (18 MW), no instaladas as PCHs Geração e Transmissão S.A. Veja Lei nº 9.984): rio Piau, de domínio do Estado de de Joasal e Marmelos, abaixo a entrevista: Minas Gerais. operadas pela CEMIG Por quê as Pequenas Centrais A CEMIG apóia a cobrança pelo Hidrelétricas não estão pagando? Em relação à cobrança pelo uso da água? A CEMIG concorda e As Pequenas Centrais Hidrelétricas uso da água, quando a CEMIG re- apóia a cobrança como instrumen- – PCHs são as usinas com potência correu à Justiça e qual é o valor to de gestão de recursos hídricos. instalada inferior a 30 MW. Elas são depositado? Em março de 2003, a Essa posição ficou muito clara quan- isentas do pagamento da CFURH ANA iniciou a emissão dos boletos do a CEMIG, juntamente com todo conforme a Lei nº 9.648, de 1998. de cobrança para as usinas Joasal, o setor usuário da água para produ- Quando o Comitê de Integração da Marmelos e Paciência. A CEMIG op- ção de energia hidrelétrica, iniciou Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do tou por alinhar-se à posição da ANE- este pagamento, antes mesmo de Sul – CEIVAP submeteu os meca- EL e, para fazê-lo da forma jurídica serem criados os Comitês de Bacias nismos e valores propostos para a correta, depositou o valor cobrado dos rios onde estão instaladas suas cobrança pelo uso dos recursos hí- em juízo e contestou o pagamento. usinas. A cobrança para as Centrais dricos nos rios de domínio da União O julgamento da ação ordinária de Hidrelétricas com potência instala- da bacia à aprovação pelo Plenário autoria da CEMIG relativa à cobran- da acima de 30 MW foi instituída e do Conselho Nacional de Recursos ça, pela Justiça Federal de 1º grau iniciada em todas as bacias de rios Hídricos – CNRH, em novembro de em Minas Gerais, resultou em sen- estaduais e federais em agosto de 2002, a Agência Nacional de Ener- tença desfavorável à empresa. Foi 2000, com a publicação da Lei nº gia Elétrica – ANEEL, que regula e interposto recurso de apelação pela 9.984, que cria a Agência Nacional fiscaliza o setor de produção de CEMIG, que aguarda julgamento. de Águas – ANA. O setor foi o primei- energia elétrica, apresentou decla- O valor histórico dos depósitos ro a aportar recursos para a estrutu- ração de voto contrária à aprovação efetuados pela CEMIG entre 2003 ração e implementação do Sistema da cobrança para as PCHs, baseada e 2006 é aproximadamente R$ 120

Nacional de Gestão dos Recursos em parecer jurídico elaborado pela mil. Caso a decisão do poder judici- Fonte: Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos para Geração de Energia Hídricos. É também importante lem- Procuradoria Geral. ário continue desfavorável à CEMIG, Elétrica. Brasília: ANEEL, 2005 (Cadernos brar que é o único setor que sofre re- A contestação da ANEEL visava todo o valor depositado em juízo Temáticos ANEEL; 2). * TAR – Tarifa Atualizada de Referência: ajuste anual dos valores cobrados e manter a coerência com a legislação será destinado ao comitê da bacia. atualizada anualmente e revisada a cada quatro anos. O valor da TAR vigente para que o índice de reajuste acumulado vigente, ou seja, como a cobrança 2009 é R$ 62,33 (resolução homologatória entre 2000 e 2009 é de aproximada- foi aplicada ao setor de geração hi- Qual é a situação atual da co- ANEEL nº 753/2008). mente 320%. drelétrica incorporada a um conceito brança para as PCHs? No final de DANIEL REZENDE/TEXTOARTE DANIEL

24 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA SETEMBRO/2009 SETEMBRO/2009 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA 25 ceivap investimentos

Diretoria do CEIVAP em parceria com o Instituto Estadual e autoridades em de Florestas de Minas Gerais; o proje- to de reciclagem de resíduos sólidos; Juiz de Fora (MG) e a construção da adutora de Cha- péu d’Uvas, que vai garantir água de te no evento o Secretário de Estado qualidade para o município nos próxi- do Meio Ambiente e Desenvolvimen- mos dez anos. Mencionou também a to Sustentável de Minas Gerais, José verba recebida da União, através de Carlos de Carvalho; o Presidente da emenda parlamentar, no valor de R$ Federação das Indústrias do Estado 35 milhões, que serão aplicados em de Minas Gerais – Regional Zona da esgotamento sanitário. Mata, Francisco Campolina; além de A reunião aconteceu no Auditório outras autoridades. da Federação das Indústrias do Es- Na ocasião, Carvalho disse que a tado de Minas Gerais (FIEMG) – Re- presença dos prefeitos de Minas Ge- gional Zona da Mata, conduzida pela rais evidencia o esforço de união que diretoria colegiada formada por Mari- vem acontecendo no âmbito do Es- lene Ramos, Presidente do CEIVAP e tado para participar, da melhor forma Secretária de Estado do Ambiente do possível, da gestão compartilhada da Rio de Janeiro, e por Maria Apareci- bacia do rio Paraíba do Sul. “Demons- da Borges Pimentel Vargas, Secretá- tra, sobretudo, uma articulação pro- ria – representante dos usuários do veitosa em relação ao que podemos setor de hidroeletricidade, de Minas obter do primeiro grande passo dado Gerais. Entre outros assuntos, foram nesta bacia, ou seja, do pioneirismo discutidos a aprovação da prorroga- que foi a cobrança pelo uso da água. ção do prazo para apresentação dos Graças a essa iniciativa – que nasceu estudos para aperfeiçoamento da no Brasil em virtude da decisão do metodologia de cobrança pelo uso CEIVAP –, fomos contemplados pela da água e a manutenção dos meca- qualidade dos projetos apresentados nismos e valores atuais da cobrança pelas 14 prefeituras”. O secretário res- pelo uso das águas na bacia hidro- saltou a importância de poder utilizar gráfica do rio Paraíba do Sul. esses recursos para apoiar os peque- Para 2009, o CEIVAP está disponi- nos municípios, numa visão nova, já bilizando aproximadamente R$ 14 mi- que a maioria dos empreendimentos lhões da cobrança pelo uso da água contemplados é de ações de plane- para recuperação do rio Paraíba do jamento para a elaboração de proje- Sul. As inscrições para a apresenta- MÔNICA DA COSTA/TEXTOARTE MÔNICA DA tos, o que atende a uma expectativa ção de projetos encerraram-se no dia do próprio CEIVAP. Lembrou também 23 de setembro. Com o objetivo de o dia 18 de agosto, o ações estruturais e R$ 472.184,47 que Juiz de Fora e Carangola já es- capacitar os futuros tomadores e apri- CEIVAP destinou cerca para ações de planejamento. A comi- tão recebendo recursos da cobrança, morar o sistema CEIVAP/AGEVAP, no de R$ 1,2 milhão, recur- tiva foi formada pelos prefeitos Cus- pela terceira vez. Finalizou dizendo que diz respeito à hierarquização de sos da cobrança pelo tódio Antônio Mattos (Juiz de Fora), que gostaria de externar sua alegria projetos e à aplicação de recursos, a Aplicação uso da água, referente José Renato Carvalho (Carangola), em ver a competência das Prefeitu- Agência da Bacia já promoveu este Nao exercício de 2008 e saldo rema- Élio Lopes dos Santos (Guidoval), ras que entenderam a importância ano quatro cursos de capacitação. nescente de 2007, para a execução Paulo Fernando de Barros Pinto (Bel- do instrumento da cobrança pelo uso Em julho o treinamento aconteceu de 18 empreendimentos na bacia miro Braga), Hitler Vagner Cândido da água e estão se empenhando em nas cidades de São José dos Cam- hidrográfica. Foram contempladas Oliveira (Chácara), Marcílio Vieira Pa- captar os recursos disponíveis. pos (SP), Muriaé (MG) e Volta Re- de recursos ações estruturais e de gestão que vão checo (Mar de Espanha), Luiz Carlos O prefeito Custódio Mattos infor- donda (RJ), voltado a representantes beneficiar cerca de 68 mil habitantes Marques (Matias Barbosa), Idílio Ne- mou que, com os recursos do CEI- gestores e técnicos de órgãos públi- de 14 municípios do Vale do Paraíba ves Moreira (Pedro Teixeira), Hender- VAP e contrapartida da Prefeitura de cos municipais, tais como Secreta- CEIVAP destinou R$ 1,2 milhão da cobrança mineiro. son Raul Salles de Almeida (Pequeri), Juiz de Fora, foi implementado o Pla- rias, SAAEs, Companhias, Autarquias Reforçando a representação dos Rogério Lopes de Castro (Piau), Ed- no de Drenagem da Zona Norte do e Empresas de Saneamento, entre pelo uso da água para a execução de 18 municípios no CEIVAP, uma comitiva mar Wilson Bastos Silva (Rio Preto), município. Citou outras ações desen- outros. Em agosto o curso aconteceu de 14 prefeitos esteve presente em Gilson Geraldo Fraga Granzinoli (San- volvidas pela administração, na área em Penedo – Itatiaia (RJ) e foi desti- empreendimentos na bacia hidrográfica, Juiz de Fora, durante reunião do cole- tana do Deserto), Hermínio José Gut- ambiental e de saneamento, como o nado às Organizações da Sociedade que irão contemplar 14 municípios mineiros giado, para a assinatura de Termo de terrez Rodrigues (Senador Cortês) e reflorestamento de todos os terrenos Civil da Bacia Hidrográfica do Rio Pa- Compromisso relativo à liberação dos Antônio José Gonçalves da Silva (Si- públicos, onde serão plantadas 140 raíba do Sul, como ONGs, OSCIPs, recursos, sendo R$ 715.602,65 para mão Pereira). Também esteve presen- mil árvores nos próximos dois anos, Fundações e Associações.

26 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA SETEMBRO/2009 SETEMBRO/2009 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA 27 ceivap gestão 2009-2011

O Diretor-Presidente da ANA la- DIRETORIA CEIVAP mentou a falta de participação dos PRESIDENTE: Marilene de Oliveira Ramos Múrias dos Santos prefeitos e vereadores no CEIVAP, Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro/RJ mas achou importante a grande re- 60 membros VICE-PRESIDENTE: Breno Botelho Ferraz do Amaral Gurgel novação dos membros nesta nova Associação Brasileira de Engenharia Sanitária/SP gestão. Machado ainda elogiou o REPRESENTANTES então Presidente do CEIVAP, Paulo SECRETÁRIA: Maria Aparecida Borges Pimentel Vargas Energisa Soluções S/A - MG Teodoro de Carvalho – que deixou o cargo – chamando-o de “Pacificador da Bacia”, lembrando o episódio, ocorrido em 2007, que resultou na

divergência e afastamento entre os UNIÃO representantes dos Estados. “Paulo Ministério do Meio Ambiente / Secretaria Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Ministério da Justiça Teodoro foi o artífice da pacificação, de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) Titular: Carlos Hugo Suarez Sampaio pois não é fácil fazer a integração da Titular: Franklin de Paula Júnior Titular: Miguel Ribeiro Gomide Júnior Suplente: Byron Prestes Costa Suplente: Márley Caetano de Mendonça Suplente: Agostinho Gomes da Fonseca bacia e isso vai ser o grande desafio da nova gestão”. No pronunciamento de posse, Marilene Ramos manifestou sua sa- SÃO PAULO RIO DE JANEIRO MINAS GERAIS tisfação em assumir a presidência Comitê tem do CEIVAP no momento em que o colegiado se encontra, de constru- Titular: Secretaria de Saneamento e Ener- Titular: Secretaria de Estado do Ambiente Titular: Secretaria de Estado de Meio ção, voltando à sua trilha de comitê gia / Departamento de Águas e Energia do Rio de Janeiro (SEA) – Marilene Ambiente e Desenvolvimento Sustentável GOVERNOS ESTADUAIS Elétrica (DAEE) – Edilson de Paula Andrade de Oliveira Ramos Múrias dos Santos de Minas Gerais (SEMAD) – Paulo Teodoro com posição de liderança, sem des- novos integrantes Suplente: Secretaria de Saneamento e Suplente: Secretaria de Estado do de Carvalho merecer os demais comitês. Disse Energia / Departamento de Águas e Ener- Ambiente do Rio de Janeiro (SEA) – Suplente: Fundação Estadual do Meio os dias 30 e 31 de mar- assim compostos: quatro nos Es- estar assumindo o cargo para fa- gia Elétrica (DAEE) – Marli Aparecida Reis Antônio Ferreira da Hora Ambiente (FEAM) – Evandro Florêncio ço deste ano o CEIVAP tados de Minas Gerais e do Rio de zer a gestão dos recursos hídricos Maciel Leite Titular: Instituto Estadual do Ambiente Titular: Instituto Mineiro de Gestão das realizou a posse dos Janeiro e três no Estado de São Pau- avançar e estabeleceu algumas me- Titular: Secretaria Estadual de Agricultura do Rio de Janeiro (INEA) – Rosa Maria Águas (IGAM) – Marília Carvalho de Melo novos membros para lo. Representantes de entidades da tas prioritárias de sua gestão: cons- e Abastecimento de São Paulo – Marcos Formiga Johnsson Suplente: Instituto Estadual de Florestas / o biênio 2009-2011. Na sociedade civil organizada, assim truir o marco regulatório da bacia do Martinelli Suplente: Instituto Estadual do IEF Regional Zona da Mata/MG – Fernando Nocasião, também foi eleita e empos- compostos: quatro nos Estados de Paraíba do Sul; resolver as dúvidas Suplente: Secretaria Estadual de Agricul- Ambiente do Rio de Janeiro (INEA) – Gesualdi Reiff tura e Abastecimento de São Paulo – Paulo Fátima de Lourdes Casarin sada, por aclamação, a nova diretoria Minas Gerais e do Rio de Janeiro que ainda existem com relação à Henrique Salgado de Queiroz Titular: Secretaria de Estado de Agricul- (foto acima) formada por: Presidente e cinco no Estado de São Paulo; e dominialidade de alguns rios; cons- Titular: Secretaria de Estado de Saúde e tura, Pecuária e Abastecimento de Minas – Marilene de Oliveira Ramos Múrias oito representantes dos usuários de truir o Plano de Contingência da Titular: Secretaria de Estado do Meio Defesa Civil do Rio de Janeiro (SESDEC) Gerais (SEAPA) – Joaquim Arildo Borges dos Santos, Secretária Estadual do recursos hídricos. Veja nas páginas bacia; concretizar o Convênio de Ambiente / Companhia de Tecnologia de – Ten. Cel. Remo Noronha de Albuquerque Suplente: Secretaria de Estado de Saúde Saneamento Ambiental (CETESB) – José Suplente: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) – Maria Berenice Ambiente do Rio de Janeiro; Vice- seguintes a relação completa dos Integração; e construir, no CEIVAP, Roberto Schmidt e Defesa Civil do Rio de Janeiro (SESDEC) Cardoso Martins Vieira Presidente – Breno Botelho Ferraz do atuais membros do colegiado. uma agenda que seja atrativa para Suplente: Secretaria de Estado do Meio Amaral Gurgel, da Associação Brasi- A eleição aconteceu durante o os prefeitos, onde conste os proble- Ambiente / Fundação p/ Conservação e a leira de Engenharia Sanitária (ABES/ Encontro da Bacia do Rio Paraíba mas cruciais das prefeituras, como Produção Florestal – Renato Lorza SP); e Secretária – Maria Aparecida do Sul, realizado em Penedo/Itatiaia também uma agenda que atraia os Borges Pimentel Vargas, da Zona da (RJ). O evento contou com a presen- produtores rurais. “A médio e longo Mata Geração S/A (MG). ça do Diretor-Presidente da Agência prazos, gostaria de ver o CEIVAP O CEIVAP é constituído por 60 Nacional de Águas – ANA, José Ma- construindo um grande Programa Titular: Prefeitura de Aparecida – Antônio Titular: Prefeitura de Barra do Piraí – Titular: Prefeitura de Muriaé – Lúcia membros titulares e respectivos su- chado, que reafirmou o pioneirismo de Saneamento junto com o Minis- Márcio de Siqueira Madalena Sofia Avila Cardoso de Oliveira Helena Francisco Baldanza plentes, com a seguinte composição: e a importância da Bacia Hidrográ- tério das Cidades e o Ministério do Suplente: Prefeitura de – Marco Suplente: Prefeitura de Volta Redonda Suplente: Prefeitura de Cataguases – três representantes da União indica- fica do Paraíba do Sul no processo Meio Ambiente, atacando o proble- de Oliveira Galvão – Carlos Amaro Chicarino de Carvalho Marcos Antônio de Lima MUNICÍPIOS dos pelo Ministério de Meio Ambien- de gestão das águas no Brasil. ma do esgoto e do lixo”. Titular: Prefeitura de Cunha – Osmar Titular: Prefeitura de Petrópolis – Oscar Titular: Prefeitura de Piau – Virgílio te; 19 representantes de cada Esta- Machado disse que Minas Ge- Marilene afirmou ainda que as- Felipe Júnior Rosa Nepomuceno da Silva Neto Furtado da Costa do integrante da bacia hidrográfica rais, Rio de Janeiro e São Paulo sumiu o cargo com a consciência Suplente: Prefeitura de Cachoeira Paulista Suplente: Prefeitura de Sapucaia – Suplente: Prefeitura de Recreio – (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São apresentaram um balanço muito muito clara de que a bacia hidrográ- – Fabiano Antônio Chalita Viera Jorge Luiz Gonçalves da Silva Marta Maria Pina Arruda Paulo), sendo: três representantes positivo sobre a situação da gestão fica do rio Paraíba do Sul é a mais Titular: Prefeitura de São José dos Titular: Prefeitura de Nova Friburgo – Titular: Prefeitura de Juiz de Fora – das Secretarias de Estado relaciona- da bacia hidrográfica. Porém, os importante para o Estado do Rio de Campos – Luiz Roberto Barretti Roberto Vianna Sueli Reis das ao gerenciamento dos recursos Estados não podem mais estar de Janeiro, porque abastece 70% da Suplente: Prefeitura de Paraibuna – Suplente: Prefeitura de São Sebastião Suplente: Prefeitura de Além Paraíba hídricos e à gestão ambiental; repre- costas uns para os outros e o CEI- população e 70% das indústrias. Antônio Marcos de Barros do Alto – Lauro Nardoto Conde – Oberdan Moreira Rocha sentantes de Prefeituras de Municí- VAP deve se empenhar junto aos Veja nesta edição a entrevista com- Titular: Prefeitura de São João da Barra Titular: Prefeitura de Matias Barbosa pios ou de Associações de Municí- governos estaduais para assinar o pleta com a Presidente do CEIVAP, – Marco Antônio de Sá Machado – Claudio Messias de Carvalho Bellei pios situados na bacia hidrográfica, Convênio de Integração. publicada na página 31. Suplente: Prefeitura de Campos dos Suplente: Prefeitura de Lima Duarte – Goytacazes – Carlos Ronald Macabu Areas Izabella S. Carvalho Pimenta Guedes

28 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA SETEMBRO/2009 SÃO PAULO RIO DE JANEIRO MINAS GERAIS entrevista marilene ramos

Titular: Companhia de Saneamento Básico Titular: Serviço Autônomo de Água de Titular: Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (SABESP) – Jorge Esgoto de Barra Mansa (SAAE) – Renine Municipal de Juiz de Fora (CESAMA) – Luiz Monteiro César de Oliveira Ricardo Stahlschmidt Pinto Silva Suplente: Vago Suplente: Águas do Paraíba S/A – Carlos Suplente: Departamento Municipal de Eduardo Tavares de Castro Água e Esgoto de Lima Duarte (DEMAE) Titular: Serviço Autônomo de Água e – Manoel Gomes Fortalecer o Sistema Esgoto de Jacareí (SAAE) – Antônio Titular: Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE) – Marcello Barcellos Fernando Batista Titular: Companhia de Saneamento Motta Suplente: Serviço Autônomo de Água e do Estado de Minas Gerais (COPASA) Suplente: Serviço Autônomo de Água de Esgoto de Guaratinguetá (SAAE) – André Esgoto de Três Rios (SAAE) – Maria Luiza – Edson Machado Gomes Pinto Luís de Paula Marques Ferreira da Silva Suplente: Departamento Municipal de Saneamento Urbano de Muriaé (DEMSUR) CEIVAP/AGEVAP Titular: Centro das Indústrias do Estado de Titular: Federação das Indústrias do Es- – Maria Aparecida Muruci Monteiro São Paulo (CIESP São José dos Campos) tado do Rio de Janeiro (FIRJAN) – Mauro Titular: Federação das Indústrias do Para a Presidente do CEIVAP, este é um dos principais desafios da – Fabiano de Sousa Ribeiro Viegas Estado de Minas Gerais (FIEMG) – Suplente: Pilkington do Brasil Ltda. – Cel- Suplente: Instituto Brasileiro de Siderurgia so Costa Kleist Wagner Soares da Costa nova gestão, de modo a torná-lo mais efetivo, ágil e operacional (IBS) – Lucila Caselato Suplente: Metais de Zinco/ Titular: Cervejaria Kaiser do Brasil (FEMSA Unidade Juiz de Fora – Luiz Lourenço Cerveja) – Cândido Augusto Menconi Titular: Votorantim Siderurgia – Marco Fregadolli DANIEL REZENDE/TEXTOARTE Suplente: Centro das Indústrias do Estado Túlio Lanza o dia 31 de março des- de São Paulo (CIESP Taubaté) – Hélio Suplente: Metalsul – Henrique Carneiro Titular: Arcelor Mittal de Juiz de Fora – te ano a Secretária de Reimann Daniel Lourenço Martins Estado do Ambiente do Titular: Carl Zaiss Vision Brasil Indústria Suplente: Indústrias Cataguazes de Papel Rio de Janeiro, Marile- Titular: Federação das Indústrias do Esta- Óptica Ltda. – José Antônio Alves Ltda. – Wagner Henriques da Silva do de São Paulo (FIESP) – Ricardo Suplente: Vago ne de Oliveira Ramos

USUÁRIOS de Souza Esper Titular: Fazenda Pedra Branca – Cláudio NMúrias dos Santos, assumiu a pre- Suplente: IFF Essências e Fragâncias Titular: Sindicato Rural de Campos dos Luís Dias Amaral sidência do CEIVAP. A eleição trou- Ltda. – Amarildo Sampaio Goytacazes – Zenilson de Amaral Coutinho Suplente: Vago xe de volta uma forte representante Suplente: Associação Fluminense de Titular: Empresa Brasileira de Aeronáuti- Plantadores de Cana (ASFLUCAN) – José do colegiado, que muito contribuiu ca S/A (EMBRAER) – Mário Leonel Lima Titular: Energisa Soluções S/A – Maria Carlos Guimarães para a gestão integrada da Bacia Hi- Regazzini Aparecida Borges Pimentel Vargas Suplente: Wirex Cable Solution S/A – Suplente: CEMIG Geração e Transmissão drográfica do Rio Paraíba do Sul. Ana Marcelina Juliani Titular: Light Energia – Alexandre S/A – Alexander Gonçalves da Silva Doutora em Engenharia Ambien- Nascimento da Silveira tal pela COPPE/UFRJ e formada em Suplente: Furnas Centrais Elétricas S/A Titular: Sindicato Rural de Monteiro Lobato Titular: Energisa Geração engenheira civil pela Universidade Suplente: Sindicato Rural de Paraibuna – Sérgio Dias Canella Suplente: Brascan Energética – Oswaldo Federal do Rio de Janeiro, Marilene – Luiz de Gonzaga Santos de Carvalho Barbosa Ramos Titular: Associação dos Usuários das é especialista em Gestão de Recur- Titular: Companhia Energética de São Águas do Médio Paraíba do Sul (AMPAS) Titular: Consórcio do Rio Muriaé – Antônio sos Hídricos e Meio Ambiente. Tra- Paulo (CESP) – João Alberto Cardoso – Jorge Neves Cezar José Francisco de Oliveira balhou na formulação do Sistema Suplente: Consórcio BNG2 – Fernando Suplente: Consórcio do Rio Pomba – Suplente: Vago Cavalcante de Gestão de Recursos Hídricos do Viviane Aparecida Marinho Brasil, planejamento de bacias hi- drográficas e ambiental e reformula- Titular: Associação Brasileira de Enge- Titular: Universidade do Estado do Rio de Titular: Instituto Vianna Júnior – Jorge ção do setor de saneamento. nharia Sanitária e Ambiental (ABES/SP) Janeiro (UERJ) – Friedrich Wilhelm Herms Antônio Barros de Macedo Antes de assumir a pasta no Go- – Breno Botelho Ferraz do Amaral Gurgel Suplente: Universidade Estadual do Suplente: Fundação Comunitária verno do Rio de Janeiro atuou du- Suplente: Universidade do Estado de São Norte Fluminense (UENF) – Maria Eugênia Educacional de Cataguases (FUNCEC) rante três anos como Diretora de Paulo (USP) / Escola de Engenharia de Ferreira Totti – Rita de Cássia Alves Lorena – Teresa Cristina de Paiva Gestão de Recursos Hídricos da Titular: Associação Brasileira de Recursos Titular: Fundação de Desenvolvimento antiga SERLA – órgão que acabou Titular: Sindicato dos Engenheiros no Hídricos (ABRH/RJ) – Lígia Maria Regional (FUNDER) – Luiz Carlos Cabral presidindo de janeiro de 2007 até Estado de São Paulo (SEESP) / Delegacia Nascimento de Araújo Júnior maio de 2008. Sindical de Jacareí – Mário Pero Tinoco Suplente: Associação Brasileira de Suplente: Sindicato dos Engenheiros do Nesta edição da Revista do CEI- Suplente: Ordem dos Advogados do Brasil Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES/ Estado de Minas Gerais (SENGE) – Sílvio (OAB) / Sub-Seção Taubaté – Paula VAP, Marilene fala de suas expectati- RJ) – José Alfredo Charneux Sertã Rogério Fernandes Guimarães de Souza Palmeira vas à frente do colegiado, dos desa- Titular: Centro de Defesa dos Direitos Titular: Associação pelo Meio Ambiente fios e dos projetos de saneamento Titular: Instituto de Estudos Humanos de Petrópolis (CDDH) – Paulo de Juiz de Fora (AMAJF) – Fabiano Valeparaibanos – Nelson Pesciotta que sua secretaria desenvolve em Suplente: Instituto Oikos de Agroecologia Sérgio Oliveira de Souza Leite Diogo Ferreira benefício da bacia hidrográfica do – João Marcelino da Silva Suplente: Instituto de Pesquisas Suplente: Programa de Educação rio Paraíba do Sul. Avançadas em Economia e Meio Ambiental (PREA) – Alba Orli de Titular: Vale Verde Associação de Defesa Ambiente - Instituto Ipanema – Ninon Oliveira Cordeiro do Meio Ambiente – Adriana de Azevedo Machado de Faria Leme Franco O CEIVAP completou, em Prestes Titular: Biologia da Conservação - 2009, treze anos de atuação. E, Suplente: Instituto Águas do Prata – Carlos Titular: Organização Não-Governamental Educação e Projetos Ambientais (BIOCEP) desde o dia 31 de março, está sob ORGANIZAÇÕES CIVIS ORGANIZAÇÕES Benedicto Marcondes Cabral Ser da Terra – Renata Feno Neves – Tatiana Menezes de Teixeira o comando de uma nova direto- Suplente: O Nosso Vale! A Nossa Vida Suplente: Instituto Ambiental Vale do Rio Titular: Instituto Ecosolidário – Carlos – Vera Lúcia Teixeira Preto (IAVARP) – João Emídio Lima da ria. Como Presidente do CEIVAP, Roberto Aguiar Silva quais serão seus principais desa- Suplente: Vago SETEMBRO/2009 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA 31 entrevista marilene ramos fios para o biênio 2009/2011? São esgotos, além de algumas ações 80% do total de 184 municípios da fortalecimento do CEIVAP enquanto ordem de R$ 4,8 bilhões ao longo dois Estados, para promover um vários os desafios que gostaria de de planejamento e de gestão dos bacia, para facilitar a captação dos espaço privilegiado de integração do horizonte de planejamento ado- verdadeiro plano de despoluição da priorizar, juntamente com a Diretoria recursos hídricos. Porém, essa lógi- recursos da cobrança para projetos entre organismos de bacia e en- tado no desenvolvimento do Plano, bacia nos próximos 10 anos. Colegiada do CEIVAP, para o biênio ca não se mostrou sequer eficaz em básicos de tratamento de esgotos e quanto fomentador de articulação e ou seja, cerca de R$ 340 milhões ao A alocação dos recursos entre 2009/2011. Em primeiro lugar, temos mitigar o problema. Por outro lado, para orientá-los na busca de fontes harmonização entre órgãos gesto- ano durante 14 anos (2007 a 2020). as ações de planejamento, estrutu- que fortalecer o Sistema CEIVAP- existem hoje mais possibilidades de externas de investimento. res, federal e estaduais, no âmbito Deste total, é prevista a demanda rais e de gestão deliberada anual- AGEVAP de modo a torná-lo mais financiamento desse tipo de inves- Quanto à AGEVAP, é preciso re- da bacia do rio Paraíba do Sul. Para de mais de R$ 2 bilhões para cole- mente pelo CEIVAP seguiu a lógica, efetivo, ágil e operacional. É preciso timento em nível estadual e, sobre- forçar as suas capacidades técnica, tanto, o Comitê deve ocupar o seu ta e tratamento ao nível secundário até o momento, de privilegiar ações dinamizar o CEIVAP, trazendo para tudo, federal. É por essa razão que administrativa e financeira para que espaço de fórum privilegiado de dis- de esgotos domésticos, ou seja, estruturais de tratamento de esgo- o seu bojo discussões estratégicas iremos adotar um plano estratégico ela esteja à altura de todos esses cussão de temas estratégicos rela- são necessários mais de R$ 140 tos na bacia. Considerando que os para as águas da bacia do rio Para- de investimentos, com metas de desafios que lhe são colocados, na cionados às águas da bacia; deve, milhões ao ano até 2020 para solu- recursos da cobrança pelo uso da íba do Sul. abatimento de carga e aderente ao qualidade de entidade delegatária também, buscar parcerias e formas cionar o problema da poluição por água não fazem frente à demanda Uma das questões mais pre- do CEIVAP. Afinal, trata-se de uma criativas no exercício de sua missão de investimentos estimada no Plano mentes, que deve ser objeto de es- bacia estratégica no cenário nacio- institucional. da Bacia, deve-se adotar uma estra- tudos e negociações por parte do nal, cujas águas abastecem cerca tégia de alavancagem de recursos Comitê, concerne à disponibilidade de 14 milhões de pessoas – inclusi- Quais são suas expectativas externos à bacia. Outro aspecto hídrica da bacia, em quantidade e ve a Região Metropolitana do Rio de para o futuro dessa gestão inte- a ser considerado é o fato de que qualidade, e sua alocação entre Es- Uma das Janeiro, situada fora dos limites da grada e como consolidar o Pacto Muito ainda muitos municípios não possuem tados e sub-bacias (“condições de questões mais bacia, indústrias de todos os portes de Integração entre os Estados da deve ser feito capacidade técnica instalada para fronteira”), inclusive transposições. “ e agricultura irrigada, além da hidro- bacia? Como mencionado anterior- “ elaboração dos planos diretores Incluem-se aí as águas transpostas prementes, que eletricidade e outros usos da água mente, alguns assuntos revelam-se para alcançar um de saneamento, projetos básicos e pelo Sistema Light-Guandu e, so- deve ser objeto ali situados. de grande importância para a bacia: nível minimamen- executivos de redes coletoras e es- bretudo, a transposição em estudo disponibilidade hídrica e alocação tações de tratamento de esgotos. pelo Estado de São Paulo para a de estudos e Como membro atuante do CEI- quali-quantitativa de água; transpo- te desejável de Tendo em vista os dois aspectos Macrometrópole Paulista. negociações por VAP, que análise a senhora faz da sição de água; plano integrado de integração insti- abordados acima, considero que se Eventos críticos, principalmente evolução do trabalho de gestão investimentos, de caráter estratégi- deve alterar a lógica de alocação enchentes e acidentes ambientais, parte do Comitê, integrada na bacia hidrográfica co, entre Estados e entre comitês, tucional e de pro- dos recursos da cobrança, de modo constituem outro tema de grande concerne à do rio Paraíba do Sul? E como etc. Pretendemos abordar essas gramas e ações. a captar recursos de outras fontes interesse para o CEIVAP. Em de- classifica o atual momento do Co- questões através da repactuação de financiamento e de dotar os mu- corrência do acidente da Servatis e disponibilidade mitê? O CEIVAP foi o primeiro comi- do Convênio de Integração, que é O momento atual nicípios de projetos de coleta e tra- das cheias do baixo Paraíba do Sul, hídrica da bacia, tê de bacia sob jurisdição federal do um instrumento de operacionaliza- é, portanto, de tamento de esgotos, especialmente a ANA contratará, ainda no segun- país, criado em 1996 e instalado em ção de um pacto de gestão entre a aqueles municípios de menor porte do semestre de 2009, um Plano de em quantidade e 1997. Os primeiros anos do Comi- ANA, os órgãos estaduais de recur- fortalecimento do localizados nas cabeceiras dos rios; Contingência para a Bacia do Paraí- qualidade, e sua tê foram dedicados ao aperfeiçoa- sos hídricos e os comitês de bacia CEIVAP enquanto coloca-se assim em prática o fun- ba do Sul. É preciso que o CEIVAP- mento de sua representação, a pro- (CEIVAP e Comitês Estaduais). damento legal de que a unidade de AGEVAP colabore, acompanhe e se alocação entre gramas de mobilização social e ao Além disso, existe atualmente espaço privilegia- planejamento é a bacia hidrográfica aproprie desse estudo, juntamente Estados e sub- acompanhamento e à internalização um movimento de maior aproxima- do de integração e que o benefício dos investimentos com os órgãos gestores estaduais. de uma série de estudos e projetos ção institucional entre os órgãos em coleta e tratamento de esgotos Outro desafio a superar é a re- bacias, inclusive dedicados à bacia. O momento se- gestores, a exemplo da adesão do entre organismos será revertido para toda a popula- pactuação de um convênio de inte- transposições guinte — concepção do sistema INEA-RJ ao sistema de informação de bacia ção que depende das águas da ba- gração entre os órgãos gestores da de cobrança pelo uso da água bru- de recursos hídricos da ANA (CNA- cia para consumo próprio e desen- bacia e a intensificação da integra- ta — constituiu uma das fases de RH) ou, ainda, à articulação INEA volvimento econômico. ção CEIVAP – Comitês Estaduais, ” maior dinamismo do Comitê, o que - IGAM no trato dos passivos am- ” assuntos já em plena discussão em implicou na consolidação de vários bientais (barragens de rejeitos) de No Estado do Rio de Janeiro, algumas instâncias do Comitê, parti- instrumentos de gestão de recursos algumas indústrias na bacia do rio a Secretaria de Ambiente está cularmente pelo Grupo de Trabalho Contrato de Gestão ANA-AGEVAP- hídricos. Desde então, o CEIVAP Pomba, trecho mineiro. esgotos domésticos na bacia como desenvolvendo o projeto denomi- de Articulação Institucional – GTAI. CEIVAP. Isso implica, entre outros, dedicou-se ao aperfeiçoamento da um todo. nado “Pacto pelo Saneamento”. Finalmente, acelerar os investi- em adotar nova estratégia de utili- sua organização político-institucio- Ao assumir a presidência do Ressalte-se que os Estados Quais são as principais caracte- mentos em saneamento é priorida- zação dos recursos da cobrança, nal, inclusive à criação da AGEVAP, CEIVAP, a senhora anunciou a in- apresentam situações distintas rísticas deste projeto, seus obje- de absoluta na bacia, pois a maior utilizando-os sobretudo para ela- e principalmente à aplicação dos tenção de desenvolver um grande com relação aos índices de coleta tivos e de onde virão os recursos fonte de poluição de suas águas é boração de projetos e, por vezes, recursos disponíveis da cobrança, Programa de Saneamento para a e tratamento de esgotos na bacia, para a sua implantação? O Pacto o lançamento de esgotos domésti- para alavancar recursos financeiros cerca de R$ 6 milhões anuais. Bacia do Rio Paraíba do Sul. No com São Paulo apresentando níveis pelo Saneamento é composto por cos sem tratamento. Desde o início externos à bacia. Com essa finali- No entanto, muito ainda deve ser que consiste este programa e muito superiores a Minas Gerais e dois programas. O subprograma da cobrança federal, em 2003, o dade, aprovamos recentemente um feito para alcançar um nível minima- quais serão os parceiros desta ini- Rio de Janeiro. O CEIVAP pode po- Rio + Limpo, voltado para a coleta CEIVAP tem alocado a maior parte programa de apoio aos municípios mente desejável de integração ins- ciativa? O Plano de Investimentos tencializar a capacidade instalada e tratamento de esgoto, e o subpro- dos seus recursos para ações es- de pequeno porte (até 20 mil ha- titucional e de programas e ações. constante do Plano da Bacia prevê em São Paulo e incentivar a mobi- grama Lixão Zero, de soluções para truturais de coleta e tratamento de bitantes), que constituem mais de O momento atual é, portanto, de a necessidade de investimentos da lização técnica e política nos outros o lixo. O subprograma Rio + Limpo

32 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA SETEMBRO/2009 SETEMBRO/2009 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA 33 entrevista marilene ramos artigo política nacional

JOSÉ MACHADO Diretor-Presidente da ANA tem como objetivo atingir 80% da com concessão do poder público Açu ou da Baía de Sepetiba. população com o serviço de cole- estadual. Já o subprograma Lixão Zero ta e tratamento de esgoto em todo A abordagem ambiental e estra- conta com 10% dos recursos do o Estado em 10 anos, chegando à tégica para a operação do subpro- FECAM, anualmente. A principal universalização em 25 anos. O ob- grama Rio + Limpo é vincular os estratégia adotada é a implantação jetivo do subprograma Lixão Zero é investimentos “a fundo perdido” a de aterros sanitários consorciados, O Papel do erradicar todos os lixões e vazadou- resultados em termos de eficiência onde quatro ou mais municípios ros do Estado num prazo máximo de coleta e tratamento e da qualida- compartilham um único aterro sa- de 10 anos. de dos efluentes a serem descarta- nitário e se responsabilizam por Município na O desafio do subprograma Rio dos nos corpos hídricos. Por isso, sua gestão. + Limpo é ampliar os investimentos são previstas penalidades para mu- O Pacto pelo Saneamento já no setor de saneamento para atingir nicípios e/ou concessionárias que está em andamento e colhendo al- Gestão das Águas um montante de aproximadamente guns bons resultados. A operação 7,5 bilhões de reais em 10 anos, o da ETE Alegria, com tratamento ARQUIVO/ANA que representa levar tratamento de secundário de 2.200 l/s de esgoto esgoto a cerca de 8,5 milhões de na região da Baía de Guanabara; a ão tendo o município bra- drográfica tem a sua singularidade: recursos hídricos. habitantes. O Pacto pelo entrada em operação da ETE Bar- sileiro, por preceito cons- municípios grandes, médios e peque- É nesse complexo contexto que se Uma das estratégias adotada ra, atendendo cerca de 257.000 Saneamento já titucional, domínio de nos; sedes municipais mais ou menos insere o poder público municipal, pre- no Pacto pelo Saneamento, com “ habitantes com serviço de esgoto, corpos d’água, alguém populosas, conurbadas ou não; perfil enchendo uma lacuna da lei 9.433/97, relação aos investimentos para a está em anda- situada na zona oeste do município poderia inferir que esse econômico industrial ou agrícola, etc. a Lei Nacional das Águas. A ele cabe construção da infra-estrutura, é ga- do Rio de Janeiro; a construção de enteN federativo não possui responsabili- Muito importante é a distribuição es- não apenas iniciativas administrativas rantir que os percentuais mínimos mento e colhendo obras de coleta e tratamento de es- dade alguma no processo de implemen- pacial dos municípios na bacia hidro- no seu foro específico que é o muni- de recursos dos fundos ambientais alguns bons resul- goto em regiões turísticas como a tação da Política Nacional de Recursos gráfica, sendo os impactos diferencia- cípio, em geral associadas ao sanea- sejam aplicados no programa. No Ilha Grande, Alto Rio Preto, Região Hídricos. Nada mais equivocado. dos em função de o município estar a mento básico e ao uso e ocupação do caso do Fundo Estadual de Conser- tados. A operação dos Lagos, etc, são exemplos dos Rios e córregos cortam territórios mu- montante ou a jusante, relativamente solo, mas também ações políticas que vação Ambiental e Desenvolvimen- da ETE Alegria, avanços alcançados no subpro- nicipais. Acumulações artificiais d’água à direção para onde correm os cor- extrapolam os limites municipais, na to Urbano – FECAM, a proposta é grama Rio + Limpo. para finalidades diversas (geração de pos d’água. Município que se situa a medida em que, diante das conexões de investir 50% em soluções para com tratamento Já no âmbito do subprograma energia elétrica, abastecimento públi- jusante, em geral, sofre pela circuns- intermunicipais, um município impac- esgoto sanitário; no caso do Fun- secundário de Lixão Zero, vários contratos para co, irrigação, etc.) inundam partes de tância de receber volumes de água tando o outro, é necessária uma forte do Estadual de Recursos Hídricos projetos de remediação de lixões territórios de muitos municípios brasi- crescentemente menores nos rios incidência da autoridade municipal no – FUNDRHI pretende-se utilizar 70% 2.200 l/s de es- foram assinados. Podemos citar os leiros. Esses corpos d’água, especial- e de qualidade também crescente- âmbito do comitê da bacia hidrográfi- do total cobrado pelo uso d’água ao goto na região da municípios de Resende, Vassouras, mente nas regiões mais urbanizadas mente piorada, ou seja, condições de ca, independentemente da situação setor de saneamento para aplicar São Fidélis, Maricá e Saquarema, e de processo produtivo mais intenso, entrega de água inadequadas propor- geográfica do município, se mais a em esgoto sanitário na bacia, con- Baía de Guanaba- que terão seus lixões definitivamen- não raro se encontram exauridos pela cionadas pelos usuários de montante, montante ou se mais a jusante. forme preconiza a Lei Estadual nº ra, e a entrada em te erradicados e remediados. No intensa demanda de usos competitivos dentre eles o setor de saneamento, de Esse protagonismo municipal hoje 5.234/08. final de julho, por exemplo, inau- e em processo de degradação, mercê competência municipal. Municípios em dia, nessas circunstâncias, não é tão Uma outra estratégia é alavancar operação da ETE guramos a obra do aterro sanitário de lançamento nos mesmos de efluen- que se situam nas cabeceiras dos rios pequeno quanto se depreende à primei- recursos junto ao Governo Federal Barra são exem- de Teresópolis. Quanto aos consór- tes sem tratamento (inclusive o choru- de uma bacia hidrográfica, portanto ra vista, e tende a crescer, no bojo de um e a organismos internacionais de fi- cios, já celebramos convênio com me dos lixões), da ocupação humana os mais a montante, em geral sofrem municipalismo atuante e cada vez mais nanciamento (Banco Mundial, Ban- plos dos avanços o consórcio Serrana I, envolvendo desordenada nas zonas ribeirinhas, restrições ao seu desenvolvimento influente. Os consórcios intermunicipais co Interamericano, entre outros), alcançados os municípios de Teresópolis, Car- do carregamento de poluentes pelas econômico, em razão de serem consi- voltados à gestão dos recursos hídricos utilizando os recursos do FECAM e mo, S. José do Vale do Rio Preto, águas de chuva nas cidades e na zona derados responsáveis pela “produção estão aí para comprovar. do FUNDRHI como contrapartidas Sumidouro e Sapucaia. Outro con- rural, do solapamento de nascentes e de água”, ou seja, sobre os seus terri- Para reforçar essa tese, registre-se financeiras relativas aos investimen- ” sórcio já formalizado é o Noroeste matas ciliares e do assoreamento pro- tórios costuma-se aplicar legislações que no dia 2 de junho de 2009, pre- tos federais e/ou empréstimos inter- I, associando os municípios de São vocado por más práticas agrícolas. ambientais (áreas de proteção am- feitos de 265 municípios paulistas se nacionais. não operarem adequadamente os Fidélis, Itaocara, Italva, Cambuci, Muitos municípios brasileiros en- biental) e de uso da água restritivas. reuniram no município de Bocaina para Para a operação dos sistemas, sistemas implantados. Cardoso Moreira, Aperibé e Santo contram-se dramaticamente nessa A legislação brasileira de recursos aderir ao que se chamou Consenso da a principal estratégia é a de ga- O Programa Pacto pelo Sanea- Antônio de Pádua para o tratamento situação, a qual decorre, em larga me- hídricos indica que o lócus apropria- Água, repto lançado em Istambul em rantir que os custos de reposição, mento foi estruturado para angariar do lixo. Até o final do ano, pretende- dida, da inexistência ou da precarieda- do para se resolver essa situação de março deste mesmo ano, durante o V operação e manutenção sejam co- e catalizar a co-responsabilização do mos assinar outros convênios com de das políticas públicas tipicamente conflito, na forma de um pacto, é o co- Fórum Mundial da Água. Referidos pre- bertos pelas tarifas auferidas pelo mercado com a implantação de no- municípios que estão se consor- municipais, associadas, sobretudo, ao mitê de bacia. Nesse fórum, os pode- feitos se comprometeram a fazer um setor. Para tanto, o programa prevê vos empreendimentos, levando os ciando para enfrentarem a questão saneamento básico e ao uso e à ocu- res públicos, os usuários de recursos diagnóstico das condições ambientais a atuação da AGENERSA, Agência empreendedores a financiar redes da disposição adequada do lixo. É pação do solo. hídricos e os representantes da so- e sanitárias das águas existentes em Reguladora de Energia e Sanea- de coleta e estações de tratamento por esse motivo que estamos muito É de se imaginar o que acontece ciedade civil discutem os problemas seus municípios e a traçar, até o final mento Básico do Estado do Rio de de esgotos, nas regiões circunvizi- confiantes com relação à mudança no âmbito de uma bacia hidrográfi- e buscam, democraticamente, encon- deste ano, um plano de metas para Janeiro, junto às concessionárias nhas aos seus empreendimentos, do quadro do saneamento básico ca, na qual um determinado número trar as soluções, consubstanciadas melhorar a qualidade e aumentar a de municípios se encontra total ou num plano de bacia e na implemen- quantidade dos recursos hídricos dis- por ela reguladas, isto é, aquelas como é o caso do COMPERJ, Porto em nosso Estado. parcialmente contido. Cada bacia hi- tação dos instrumentos de gestão de poníveis até 2012.

34 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA SETEMBRO/2009 SETEMBRO/2009 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA 35 comitês afluentes paraíba do sul

mas que afetam a qualidade e a da Sociedade Civil, dos Usuários de presentantes do Poder Público Esta- quantidade de nossas água. Recursos Hídricos e do Poder Públi- dual e Federal enviaram suas indica- Região tem sete colegiados Em 2007 houve um novo avanço co Municipal para indicação de seus ções por meio de cartas à Comissão com as mudanças propostas pelo representantes, titulares e suplentes, Eleitoral. Conheça abaixo a atual es- epresentantes de 22 processo de instalação de comitês buna (MG – 2006), Rio Dois Rios (RJ Regimento Interno do CEIVAP, que à Plenária do CEIVAP. Os demais re- trutura dos sete comitês: municípios das regiões no Trecho Fluminense da bacia do – 2008), Médio Paraíba (RJ – 2009) e, instituiu os Fóruns Estaduais para norte e noroeste do Rio rio Paraíba do Sul. mais recentemente, o Baixo Paraíba a realização do Processo Eleitoral de Janeiro participaram, Com a criação deste Comitê, (RJ – 2009). Portanto, são 15 anos para Comitês de Afluentes ou Unida- no dia 19 de junho, da a bacia do Paraíba do Sul passa a de atividades e de grande evolução des de Gestão de Recursos Hídricos CBH - PIABANHA cerimôniaR de instalação e posse dos ter agora sete Comitês de Bacias neste modelo de gestão integrada e da Bacia do Rio Paraíba do Sul. Uma COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PIABANHA E SUB- membros do Comitê de Bacia da Afluentes. O primeiro a ser criado participativa. E é neste cenário que Comissão Eleitoral, criada pelo Co- BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS PAQUEQUER E PRETO Região Hidrográfica do Baixo Para- foi o CBH-PS, localizado no trecho os representantes de diversos seg- mitê de Integração, conduziu o pro- íba do Sul, em Campos dos Goyta- paulista e instalado em 1994. Em se- mentos propõem e definem ações cesso eleitoral (biênio 2009-2011), Instalação cazes (RJ). Com este evento, o Go- guida vieram: Piabanha (RJ – 2005), de intervenção nas sub-bacias, com convocando os Comitês Afluentes a Aprovado pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Rio de verno do Rio de Janeiro concluiu o COMPÉ (MG – 2006), Preto e Parai- o objetivo de solucionar os proble- realizar as reuniões dos segmentos Janeiro em 2003 e criado pelo Decreto nº 38.235 de 14/9/2005, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piabanha e Sub-Bacias Hidrográficas dos Rios Paquequer e Preto foi instalado no dia CBH-PS CBH - COMPÉ 12/12/2005, com sede em Petrópolis (RJ) COMITÊ DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS COMITÊ DA BACIA HIDROGR ÁFICA DOS AFLUENTES DO RIO PARAÍBA DO SUL Diretoria MINEIROS DOS RIOS POMBA E MURIAÉ Diretor Presidente: Paulo Sérgio Oliveira de Souza Leite Instalação Diretores Administrativos: Jorge Luis Plácido, Fátima Casarin, Instalação Criado através da Lei 9.034/94, o Comitê das Bacias Hidrográficas Oscar Rosa da Silva Neto e David Miller Criado em 3/5/2006 pelo Decreto nº 44.290, tem sede em Cataguases (MG) do Rio Paraíba do Sul foi instalado em 25/11/1994. Tem sede em Secretário Executivo: Frederico Barbosa Martins Taubaté (SP) Diretoria Composição Presidente: Maria Aparecida 1º Secretário: Georgina Maria 30 membros titulares e respectivos suplentes Diretoria Borges Pimentel Vargas de Faria Mucci Presidente: Ana Lúcia Bilard Sicherle Vice-presidente: Cláudio Luis 2º Secretário: Miguel Ângelo Spírito - 12 do segmento dos usuários de água Vice-Presidente: Luiz Roberto Barretti Dias Amaral Secretária Executiva: Marli Aparecida Reis Maciel Leite - 9 do poder público - 9 das organizações civis Composição - 5 vagas de representantes de organi- Composição 16 membros titulares e zações de usuários das águas da bacia 36 membros titulares e respectivos suplentes respectivos suplentes - 3 vagas de representantes de en- Área de atuação tidades da sociedade civil, ligadas Bacias da margem direita do Médio Inferior do Paraíba do Sul, Bacia - 12 representantes do poder público - 4 representantes do Poder aos recursos hídricos – com sede ou do Piabanha e sub-Bacias dos Rios Paquequer e Preto - 12 representantes de usuários Público Estadual representação na bacia hidrográfica - 12 representantes da sociedade civil - 4 representantes do Poder dos afluentes mineiros dos Rios Pomba Municípios abrangidos: 10 Público Municipal e Muriaé Total: Areal, Teresópolis, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro, Área de atuação Carmo, Sapucaia – Parcialmente: Petrópolis, Paraíba do Sul, Três Rios e Paty do Alferes Alto Vale e Médio Vale Superior – trecho paulista da bacia Área de atuação (região das nascentes até a represa do Funil) Bacia formada pelos afluentes mineiros dos rios Pomba e Muriaé

Municípios abrangidos Municípios abrangidos: 67 poldina, Mercês, Oliveira Fortes, Paiva, Municípios da Bacia do Rio Muriaé 36 (incluindo Arujá e Guarulhos, na região do Alto Tietê). Aparecida, Municípios da Bacia Palma, Piau, Piraúba, Recreio, Rio Novo, Além Paraíba, Antônio Carlos, Antônio Prado de Minas, Barão do Monte Alto, Barbacena, Arapeí, Areias, Arujá, Bananal, Caçapava, Cachoeira Paulista, Canas, do Rio Pomba Rio Pomba, Rochedo de Minas, Rodeiro, Bicas, Carangola, Chácara, Desterro do Melo, Divinésia, Divino, Ervália, Espera Feliz, Cruzeiro, Cunha, Guararema, Guaratinguetá, Guarulhos, Igaratá, Jacareí, Aracitaba, Argirita, Astolfo Dutra, Santa Bárbara do Tugúrio, Santana de Estrela-d’Alva, Eugenópolis, Faria Lemos, Fervedouro, Miradouro, Mirai, Muriaé, Orizânia, Jambeiro, Lagoinha, Lavrinhas, Lorena, Monteiro Lobato, Natividade da Cataguases, Coronel Pacheco, Cataguases, Santos Dumont, São Patrocínio do Muriaé, Pedra Dourada, Pirapetinga, Rosário da Limeira, Santo Antônio do Serra, Paraibuna, Pindamonhagaba, , Potim, Queluz, Redenção Descoberto, Dona Euzébia, Goia- Geraldo, São João Nepomuceno, Aventureiro, São Francisco do Glória, São Sebastião da Vargem Alegre, Senador Cortes, da Serra, Roseira, Santa Branca, Santa Isabel, São José do Barreiro, São ná, Guarani, Guidoval, Guiricema, Silveirânia, Tabuleiro, Tocantins, Ubá Tombos, Vieiras e Volta Grande José dos Campos, São Luiz do Paraitinga, , Taubaté e Tremembé Itamarati de Minas, Laranjal, Leo- e Visconde do Rio Branco

36 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA SETEMBRO/2009 SETEMBRO/2009 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA 37 comitês afluentes paraíba do sul

CBH - PRETO E PARAIBUNA CBH - RIO DOIS RIOS CBH - MÉDIO PARAÍBA COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DOS AFLUENTES COMITÊ DE BACIA DA REGIÃO HIDROGRÁFICA COMITÊ DE BACIA DA REGIÃO HIDROGRÁFICA MINEIROS DOS RIOS PRETO E PARAIBUNA RIO DOIS RIOS MÉDIO PARAÍBA DO SUL

Instalação Instalação Criado em 29/12/2005 pelo Decreto nº 44.199, tem sede em Juiz de Fora (MG) Instalação Aprovado pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Rio de Aprovado pelo Conselho Estadual Comitê de Bacia Hidrográfica do Janeiro em 2008 e criado pelo Decreto 41.475 de 11/9/2008, o Comitê de Recursos Hídricos do Rio de Rio Dois Rios foi instalado no dia de Bacia Hidrográfica do Médio Paraíba do Sul foi instalado no dia Diretoria Janeiro em 2008 e criado pelo 2/12/2008, com sede em Nova 19/2/2009, com sede em Barra Mansa (RJ) Presidente: Paulo Afonso Valverde Júnior Decreto 41.472, de 11/9/2008. O Friburgo (RJ) Vice-Presidente: Maurício Boaventura Bernardo 1° Secretário: Fabiano Diogo Ferreira Diretoria 2° Secretário: Severino Rodrigues Costa Diretor Presidente: José Renato Bruno Carvalho Diretoria Diretor Secretário Executivo: Viviane Diretor Vice-Presidente: João Neves Diretor Presidente: Roberto Vianna Suzey Gomes de Melo Diretor Secretário: Denival da Costa Composição Diretor Vice-Presidente: Lauro Diretores Administrativos: Jorge Gil, Diretores Administrativos: Miguel Arcanjo, Maria Luiza F. da Silva 32 membros titulares e respectivos suplentes Nardote Conde Vicente Bastos Ribeiro e Benedito Neto e Adriano Guarino Dias - 8 representantes dos usuários de águas - 8 representantes da sociedade civil Composição - 8 representantes do poder público - 8 representantes do poder público municipal Composição 24 membros e respectivos suplentes: - 8 representantes do poder público estadual 24 membros titulares e respectivos - 8 representantes de usuários - 8 representantes da sociedade civil suplentes - 8 representantes do poder público Área de atuação - 8 representantes de usuários Bacia formada pelos afluentes mineiros dos rios Preto e Paraibuna - 8 representantes da sociedade civil Área de atuação Bacia do Rio Negro e Dois Rios, Bacia da Margem Direita do Médio Área de atuação Municípios abrangidos: 29 Córrego do Tanque e Adjacências, Inferior do Paraíba do Sul Bacia do Preto e Bacias do Curso Médio Superior do Paraíba do Sul Além Paraíba, Antônio Carlos, Belmiro Braga, Bias Fortes, Bicas, Bocaina de Minas, Bom Jardim de Minas, Chácara, Chiador, Ewbank da Câmara, Guarará, Juiz de Fora, Lima Duarte, Mar de Espanha, Municípios abrangidos: 19 Maripá de Minas, Matias Barbosa, Olaria, Passa-Vinte, Pedro Teixeira, Municípios abrangidos: 11 Total: Itatiaia, Resende, Porto Real, Quatis, Barra Mansa, Volta Redonda, Pequeri, Rio Preto, Santa Bárbara do Monte Verde, Santa Rita do Ibi- Total: Bom Jardim, Duas Barras, Parcialmente: Nova Friburgo, Trajano Pinheiral, Valença, Rio das Flores e Comendador Levy Gasparian tipoca, Santa Rita do Jacutinga, Santana do Deserto, Santo Antônio Cordeiro, Macuco, Cantagalo, de Morais, Santa Maria Madalena e Parcialmente: Rio Claro, Piraí, Barra do Piraí, Vassouras, Miguel Pereira, do Aventureiro, Santos Dumont, Senador Cortes e Simão Pereira Itaocara e São Sebastião do Alto São Fidélis Paty do Alferes, Paraíba do Sul, Três Rios e Mendes

CBH - BAIXO PARAÍBA DO SUL Diretor Vice-Presidente: Luis Mário de Composição: Municípios abrangidos: 22 COMITÊ DE BACIA DA REGIÃO HIDROGRÁFICA Azevedo Concebida 24 membros e respectivos suplentes Total: Quissamã, Natividade, São João da Barra, Cambuci, Itaperuna, São José de BAIXO PARAÍBA DO SUL Diretor Secretário: Maria Eugênia Ferreira Totti Ubá, Italva, Santo Antônio de Pádua, Cardoso Moreira, Aperibé, Miracema e Laje do Diretores Administrativos: José do - 8 representantes do poder público Muriaé. Parcialmente: Trajano de Morais, Conceição de Macabu, Macaé, Carape- Instalação Amaral, Marco Antônio de Sá Machado - 8 representantes de usuários bus, Varre-Sai, São Francisco do Itabapoana, Campos dos Goytacazes, São Fidélis, Aprovado pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Rio de e José Carlos Menezes - 8 representantes da sociedade civil Porciúncula e Santa Maria Madalena Janeiro em 2009 e criado pelo Decreto 41.720 de 3/3/2009, o Comitê de Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul foi instalado no dia 19/6/2009, com sede em Campos dos Goytacazes (RJ) Área de atuação: gem Esquerda do Baixo Paraíba do Sul, Bacia do Jacaré, Bacia do Campelo, Bacia do Cacimbas, Bacia do Muritiba, Bacia do Coutinho, Bacia do Muriaé, Bacia do Pomba, Bacia Bacia do Grussaí, Bacia do Iquipari, Bacia do Açu, Bacia do Pau Fincado, Bacia do Nicolau, Bacia do Preto, Bacia do Preto Ururaí, Bacia Diretoria do Pirapetinga, Bacia do Córrego do Nova- do Pernambuco, Bacia do Imbé, Bacia do Córrego do Imbé, Bacia do Prata, Bacia do Macabu, Bacia do São Miguel, Bacia do Arrozal, Diretor Presidente: Paulo Feijó to e Adjacentes, Pequenas Bacias da Mar- Bacia da Ribeira e Bacia do Carapebus

38 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA SETEMBRO/2009 SETEMBRO/2009 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA 39 agência da bacia DANIEL REZENDE/TEXTOARTE

Funcionários e colaboradores da AGEVAP participam de treinamento sobre o software “Pergamum – Novo Estatuto aprovado Sistema Integrado de Bibliotecas” AGEVAP aprovou, no dia soas jurídicas de qualquer natureza, de setembro, escolheu os novos inte- 30 de março, o novo Es- cuja atuação é comprovadamente in- grantes do Conselho Fiscal: Oswaldo tatuto Social da entidade terveniente sobre as disponibilidades de Carvalho Ramos, Juarez de Maga- durante a 2ª Reunião Ex- hídricas ou com reconhecidas contri- lhães e Fabiano de Sousa. traordinária da Assem- buições a favor da gestão das bacias Conheça abaixo as entidades bléiaA Geral, realizada em Resende hidrográficas da sua área de atuação. que compõem a Assembléia Geral (RJ). Na ocasião, o Presidente Reni- Em reunião ordinária, no último dia 16 da AGEVAP. ne César de Oliveira apresentou os DANIEL REZENDE/TEXTOARTE cinco membros indicados por seus pares para compor o novo Conselho Conselho de de Administração: Wagner Soares Administração Costa – Presidente, Ricardo Esper em reunião – Presidente Substituto, João Vieira na sede da Araújo, Friedrich Wilhelm Herms e AGEVAP Sueleide Silva Prado. Os atuais conselheiros ocuparão a função por um período de transição, que se encerra no final de 2009, quan- do deverá ser realizado o processo de escolha dos próximos conselheiros. No momento, o Conselho de Admi- nistração está discutindo, entre outros assuntos, a possibilidade de a AGE- VAP tornar-se a Agência de Bacia no Estado do Rio de Janeiro. A Assembléia Geral da AGEVAP Informatização na AGEVAP tem atualmente 68 associados, pes- Associação Pró-Gestão como a controlar os trabalhos, cro- Outro setor contemplado com a das Águas da Bacia Hi- nogramas e orçamento dos projetos. informatização é o de biblioteca. Em drográfica do Rio Paraí- De acordo com a técnica administra- maio, funcionários e colaboradores ba do Sul – AGEVAP está tiva da AGEVAP, Mariana Facioli, essa da AGEVAP participaram de um Conselho DE ADMINISTRAÇÃO DA AGEVAP promovendo a informati- é uma ferramenta de planejamento treinamento sobre o software “Per- Presidente: Wagner Soares Costa zaçãoA de todos os seus setores. Na que vai auxiliar a Agência da Bacia no gamum – Sistema Integrado de Bi- Presidente Substituto: Ricardo de Souza Esper área administrativa e financeira re- acompanhamento dos projetos hie- bliotecas”, adquirido pela AGEVAP. João Vieira de Araújo agevap gestão 2009-2011 Friedrich Wilhelm Herms centemente foi implantado o Sistema rarquizados no CEIVAP para capta- O novo software permite agilizar o Sueleide Silva Prado “Controler”, que tornou mais ágil e ção de recursos da cobrança pelo uso processo de implementação da bi- segura a disponibilização de informa- da água. “Todos os projetos precisam blioteca virtual do CEIVAP/AGEVAP, CONSELHO FISCAL DA AGEVAP 68 associados Presidente: Oswaldo de Carvalho Ramos ção e a integração com outras áreas atender ao Manual de Investimento do entre outros produtos. O processo Juarez de Magalhães internas da Agência. “Anteriormente, CEIVAP e com este programa podere- de operacionalização está sendo Fabiano de Sousa o controle financeiro era feito através mos acompanhar todas as fases dos feito em parceria com a Associação de planilhas eletrônicas. Com a infor- empreendimentos, juntamente com o Educacional Dom Bosco – AEDB. matização, temos uma maior integra- Agente Financeiro. Saberemos, por Segundo o Coordenador de ção com a contabilidade e suporte exemplo, se existem atrasos, qual a Gestão, Hendrik Mansur, o objetivo no controle financeiro”, diz Edson Fu- porcentagem de execução, se faltam da AGEVAP, numa primeira etapa, é SÃO PAULO RIO DE JANEIRO MINAS GERAIS jita, Diretor da AGEVAP. Segundo ele, documentos – informações importan- disponibilizar no site a relação de to- com o novo método houve ganho de tes para agilizar a comunicação com o das as obras do acervo bibliográfico Prefeitura de Tremembé – Laércio Antônio Prefeitura de Barra do Piraí – Madalena Prefeitura de Muriaé – Lúcia Helena tempo; mais facilidade no controle de tomador”, explica. do CEIVAP e posteriormente todo o Sansone Sofia Ávila Cardoso de Oliveira Francisco Baldanza MUNICÍPIOS contas a pagar e a receber; e melho- A AGEVAP iniciou a aplicação conteúdo das principais obras, faci- Prefeitura de São José dos Campos Prefeitura de Barra Mansa – Renine César Prefeitura de Piau – Virgílio Furtado da de Oliveira ria na gestão financeira de orçamen- do programa, como um projeto pi- litando assim o acesso dos integran- – Luiz Roberto Barretti Costa to e da contabilidade gerencial. loto, para o Manual de Investimen- tes do Sistema CEIVAP/AGEVAP e Prefeitura de Resende – Paulo José Já a Coordenação Técnica e de to 2008. A intenção é que no futuro demais internautas interessados na Fontanezzi Prefeitura de Matias Barbosa – Maurício dos Reis Domingos Acompanhamento de Projetos está cada tomador tenha acesso remoto elaboração de pesquisas sobre a Prefeitura de Porto Real – Luiz Tavares implantando um software que ajudará ao seu projeto para melhor controle bacia hidrográfica do rio Paraíba do de Melo Prefeitura de Santana do Deserto – Sílvio o usuário a manter-se informado, bem de todas as etapas de execução. Sul. Andrade Magalhães Prefeitura de Volta Redonda – Carlos Amaro Chicarino de Carvalho 40 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA SETEMBRO/2009 SETEMBRO/2009 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA 41 acidentes ambientais DANIEL REZENDE/TEXTOARTE SÃO PAULO RIO DE JANEIRO MINAS GERAIS

Instituto Estadual do Companhia de Saneamento Básico do Federação das Indústrias do Estado do Rio Federação das Indústrias do Estado de Ambiente (INEA), órgão Estado de São Paulo (SABESP) – Mário de Janeiro (FIRJAN) – Mauro Ribeiro Viegas Minas Gerais (FIEMG) – Wagner Soares vinculado à Secretaria Pero Tinoco Costa Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) do Ambiente (SEA), de- Centro das Indústrias do Estado de São – Maria Cristina Yuan Departamento Municipal de Saneamento terminou multa de R$ 5 Paulo (CIESP – São José dos Campos) Urbano de Muriaé (DEMSUR) – Ricardo milhõesO para a Companhia Siderúr- – Ricardo de Souza Esper Associação dos Usuários das Águas do Félix Médio Paraíba do Sul (AMPAS) – Renine gica Nacional (CSN) pelo vazamen- Cervejaria Kaiser do Brasil Ltda. César de Oliveira Companhia de Saneamento de Minas to do produto oleoso que atingiu o (FEMSA) – Cândido Menconi Gerais (COPASA) – Edson Machado Rio Paraíba do Sul, em Volta Redon- Companhia de Eletricidade de Nova Gomes Pinto Friburgo (CENF) – Amaury Antônio Damiance da. O acidente ambiental aconteceu Serviço Autônomo de Água e Esgoto no dia 3 de agosto e voltou a ocorrer (SAAE de Jacareí) – Antônio Fernando Cia. de Saneamento Municipal de Juiz de Batista Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Fora (CESAMA) – Rubens Coelho de Mello três dias depois. As análises detecta- Volta Redonda (SAAE – VR) – Isabel Cristina ram a presença de benzo (a) pireno Reis da Silva CAT-LEO Energia S/A – Manoel Otoni Neiva Sindicato Rural de Monteiro Lobato e o benzo antraceno nas amostras – João Marcelino da Silva Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Coletivos Muriaense – Antônio José de água do rio Paraíba do Sul. O ma- Barra Mansa (SAAE) – Renine César de Francisco terial vazado da CSN é proveniente Serviço Autônomo de Água e Esgoto Oliveira (SAAE de Guaratinguetá) – André Luiz Rodoviário Líder Ltda. – Flávio Wilson da área de destilação do alcatrão, de Paula Marques Águas do Paraíba S/A – Carlos Eduardo Abdala do Amaral cujo setor pertence à Unidade Car- Tavares de Castro boquímica, que foi instada a iniciar

USUÁRIOS Federação das Indústrias do Estado de Fazenda Pedra Branca – Cláudio Luís os procedimentos para interdição. São Paulo (FIESP) – Ricardo de Souza Light Serviços de Eletricidade S/A – Dias Amaral Esper Gerência de Usinas Elevatórias – De acordo com os técnicos am- Adalésio Guimarães Pousada Pedra Branca – Cláudio Luís bientais, somente na altura do emis- EMBRAER – Mário Leonel Lima Regazzini Dias Amaral sário principal da usina, nas barreiras Itaocara Energia Ltda. – Heitor Barreto Correa Zona da Mata Geração – Maria Aparecida de contenção, foram encontrados Borges Pimentel Vargas níveis de concentração desses pro- Companhia Estadual de Água e Esgoto dutos acima dos padrões exigidos (CEDAE) – Marcello Barcellos Motta Brascan Energética Minas Gerais S/A pela Resolução CONAMA 357. Os – Oswaldo de Carvalho Barbosa Ramos Serviço Autônomo de Água e Esgoto de testes também foram realizados em Três Rios (SAAETRI) – Maria Luiza Ferreira Sítio Boa Vista – Marina Rufino de Sousa vários pontos do rio Paraíba do Sul, da Silva em Volta Redonda, nos municípios Valesul – Jamile Maria Gomes da Silva Associação Nacional dos Serviços Muni- vizinhos e no rio Guandu. Além de cipais de Saneamento (ASSEMAE) – Maria Votorantim Metais Zinco – Luiz Lourenço multa e fechamento da Unidade Car- Luiza Ferreira da Silva Fregadolli boquímica de Volta Redonda, o INEA também determinou a realização de uma auditoria ambiental completa Associação dos Advogados Associação Brasileira de Engenharia Consórcio do Rio Muriaé – Antônio José nas instalações da companhia, me- de São José dos Campos Sanitária e Ambiental (ABES/RJ) – Mauro Francisco dição em tempo real da qualidade Pimentel Furtado Rio da água do rio e remoção de sedi- Associação Brasileira de Engenharia Associação do Meio Ambiente de Juiz Sanitária e Ambiental (ABES/SP) – ONG O Nosso Vale! A Nossa Vida – Vera de Fora (AMAJF) – Theodoro Guerra mentos contaminados de seu emis- Renato Traballi Veneziani Lúcia Teixeira sário de efluentes. Consórcio Intermunicipal para Proteção A Secretária do Ambiente do Rio e Recuperação Ambiental da Bacia do Escola de Engenharia de Lorena Associação Brasileira de Recursos de Janeiro, Marilene Ramos – atu- (EEL/USP) – Teresa Cristina Brazil Rio Pomba – Viviane Aparecida Marinho Hídricos (ABRH/RJ) – Lígia Maria al Presidente do CEIVAP – esteve Paraíba de Paiva Nascimento de Araújo Universidade Presidente Antônio Carlos duas vezes em Volta Redonda, para – Lúcia Helena Francisco Baldanza Fundação Christiano Rosa – Ana Instituto de Pesquisas Avançadas em acompanhar pessoalmente a visto- Maria de Gouvêa Economia e Meio Ambiente (Instituto Fundação Ormeu Junqueira Botelho ria dos técnicos. No início de setem- Ipanema) – Ninon Machado de Faria – Marco Antônio Pinto Barbosa UNA nas Águas – Leesander Alves Leme Franco bro, a SEA fechou acordo inédito com a CSN. A empresa apresentou da Cruz Associação Comercial e Industrial de do Sul em Universidade do Estado do Rio de Muriaé – Felício Brum Lugão proposta para reduzir o nível de ris- Vale Verde Associação de Defesa do Janeiro (UERJ) – Friedrich Wilhelm Herms co de suas operações ao Rio Para- Meio Ambiente – Adriana de Azevedo BIOCEP – Plínio Marcos Guimarães Mendes Prestes Fundação Norte Fluminense de íba do Sul, responsável pelo abas- Desenvolvimento Regional (FUNDENOR) Fundação de Desenvolvimento Regional tecimento de 80% da população do – Paulo Jorge Xavier de Souza (FUNDER) – Luiz Carlos Cabral Júnior Estado, entre elas a análise da qua-

ORGANIZAÇÕES CIVIS ORGANIZAÇÕES alerta lidade da água. A SEA, juntamente Associação Rio-Minas “Trem Mineiro” Fundação Comunitária Educacional e com o Conselho Diretor do INEA, – Juarez de Magalhães Cultural (FUNCEC) – Georgina Maria de Faria Mucci decidiu revogar a decisão de fechar a unidade de Volta Redonda. “É uma Colégio Pio XII – Fabiano Diogo Ferreira Rio Paraíba do Sul, em Volta Redonda (RJ) acidentes ambientais grande vitória, porque uma empre- (CSN) a informou que, em 11 de de- Atafona, uma semana depois, ain- toramentos disponibilizados em tem- sa historicamente distante buscou zembro de 2008, foram incinerados da dizimavam todos os peixes que po real pela internet, com informa- entendimento conosco. A qualidade nos fornos da empresa cerca de 75 encontravam pelo caminho. “É sem ções sobre a qualidade da água dos Projeto Piabanha: da relação com a CSN mudou”, dis- toneladas de peixes. Porém, nem dúvida nenhuma o maior acidente rios, do ar, os riscos de enchentes e se Marilene Ramos. todos os peixes mortos tiveram esta ambiental ocorrido no rio Paraíba do sistemas de alerta para enchentes e Este é o segundo acidente am- mesma destinação, o que permite Sul. Por isso, mais do que trabalhar incêndios. 10 anos perdidos biental ocorrido no rio Paraíba do Sul estimar cifras superiores para os da- só na recuperação, nós temos muito Além disso, o governo do Rio de em menos de um ano. No dia 18 de nos causados à ictiofauna. Somente a fazer na prevenção e isso é uma Janeiro está tomando uma série de “Dez anos desperdiçados em dores de Campos dos Goytacazes novembro de 2008 o vazamento do no gradeamento da Barragem da função do INEA enquanto órgão am- medidas preventivas destacando-se função de uma brutal irresponsabi- e São João da Barra, durante a inseticida organoclorado endosulfan Ilha dos Pombos, no município do biental”, afirma o Presidente do Ins- a estruturação das superintendên- lidade”. O desabafo é do biólogo passagem do poluente – numa ex- no rio Pirapetinga, afluente do rio Pa- Carmo, foram recolhidas cerca de tituto, Luiz Firmino. cias regionais e a contratação de Guilherme Souza, Diretor Técnico tensão de 500 quilômetros lineares raíba, provocou a morte de milhares 50 toneladas de peixes mortos que, Na ocasião, a Servatis foi multa- 215 concursados, sendo que 60 de- do Projeto Piabanha, sobre o va- – o rio tornou-se repleto de peixes de peixes. O acidente foi causado conforme informações da Secretaria da em R$ 33 milhões e ficou interdi- les estão na organização do interior zamento do inseticida endosulfan, mortos de espécies nativas, intro- pela empresa de processamento de de Meio Ambiente, foram dispostos tada. Depois de passar por duas au- do Estado. Esse reforço já está di- no rio Paraíba do Sul, em novem- duzidas e nativas ameaçadas de produtos químicos Servatis, sediada no próprio município. Soma-se a ditorias teve liberada a fabricação de recionado para as regiões do Médio bro do ano passado. Segundo ele, extinção. Foram avistados quilôme- em Resende. esta estimativa quantidade equiva- produtos que não ofereciam riscos, Paraíba, Piabanha, Rio Dois Rios e durante o período do acidente os tros de peixes morrendo, mortos e Segundo laudo técnico sobre os lente dispersa nas margens dos rios porém a produção de endosulfan foi Baixo Paraíba. “Vamos atuar exata- técnicos do projeto tiveram que em processo de putrefação. Muitas impactos na ictiofauna e no abas- ou consumida por predadores e que proibida pelo INEA. Depois do aci- mente com a mesma configuração suspender completamente o bom- espécies de peixes marinhos tam- tecimento público provocado pelo não foram destinadas aos fornos da dente, a empresa tem sido chama- dos Comitês de Bacia, mostrando beamento de água para dentro dos bém foram afetadas. acidente ambiental ocorrido na in- CSN. da a participar de ações de recupe- que a gestão do INEA se dará por tanques, comprometendo o segun- Souza diz que o resgate do dústria Servatis S.A., elaborado pela O Relatório de visita e avaliação ração e mostrou interesse, embora região hidrográfica, totalmente afina- do maior plantel de reprodutores Projeto Piabanha terá um custo antiga Fundação Estadual de Enge- do acidente ambiental no rio Paraíba ainda não tenha manifestado de que da com os Planos de Bacia e com de peixes nativos do rio Paraíba do financeiro e social muito mais ele- nharia do Meio Ambiente (FEEMA), do Sul, trecho entre São Fidélis e São forma vai colaborar. uma grande vantagem: unificando Sul, composto por surubins-do-Pa- vado e lembrou que milhares de em 22 de dezembro de 2008, o aci- João da Barra, elaborado pela Fun- Firmino disse que foi fundamen- as agendas verde, azul e marrom. raíba, piabanhas, grumatãs, entre crianças e jovens das escolas mu- dente ocorreu durante a operação dação Instituto de Pesca do Estado tal que a fábrica tivesse retomado Portanto, as discussões em torno outros. “Os esforços, o tempo, os nicipais e estaduais participaram de descarregamento do endosulfan, do Rio de Janeiro (FIPERJ), aponta minimamente a produção para não dos recursos hídricos terão seu re- recursos financeiros despendidos das campanhas de repovoamento motivado pelo rompimento de um que, com base em depoimentos de gerar mais desemprego na região. flexo na ocupação do solo, com o e as expectativas da comunidade e de restauração. “Estas pessoas mangote de transferência do cami- pescadores e ribeirinhos, foram co- Também para poder se reestrutu- licenciamento coerente com as de- científica e da população, foram encontram-se perplexas, indigna- nhão-tanque para o tanque de esto- letadas nas margens do rio cerca de rar e arcar com as penalidades que cisões sobre os usos da bacia”, diz dragados rio abaixo”, lamenta. das e descrentes, sobretudo com cagem do produto. 42 espécies nativas e exóticas afeta- está sofrendo em decorrência do Firmino. Segundo relatos de pescado- o Poder Público, que jamais exer- Conforme relatado no laudo, o das pelo endosulfan, destacando-se acidente. Um Plano de Contingência para res, lideranças pesqueiras e mora- ceu um Plano de Emergência efi- sistema de proteção, constituído por as seguintes: dourado, tilápia, pira- Os últimos laudos do INEA mos- a bacia do rio Paraíba do Sul tam- um dique de contenção, encontra- rara, tambaqui, pacu, carpa-capim, tram que os peixes já não estão bém tem sido tratado juntamente ARQUIVO/COLÔNIA Z-21 va-se sobrecarregado pela água de carpa cabeça grande, pirapetinga, contaminados e que a água não com os órgãos gestores dos Es- chuva e não teve capacidade para tucunaré, matrinxã, pintado, robalo, apresenta problemas. Mas isso não tados, CEIVAP, AGEVAP e com a conter o material derramado. Além piau-vermelho, curimatã, caximbau, significa que as pessoas estão libe- Agência Nacional de Águas. O grupo disso, segundo relato de funcio- tainha, duiá, piaba, lambari, sara- radas para voltar a pescar, porque de estudo espera em breve apresen- nários, o dreno do tanque de con- poa, acará, piabanha, lagosta, pia- o período do defeso foi prorrogado tar uma modelagem muito mais efi- tenção encontrava-se parcialmente para, peixe-rei, jundiá, mandiaçú, pelo IBAMA até o final do mês de ciente do que aquela com a qual os aberto, o que permitiu o afluxo do camarão, moréia, curimbatá, cara- agosto. O Instituto espera conseguir Estados de São Paulo, Minas Gerais endosulfan para as águas do Rio Pi- peba, urutu, cambuatá, manjuba, estender o prazo porque o aciden- e Rio de Janeiro podem contar atu- rapetinga. cumbaca, caximbau-viola, corvina, te atingiu os peixes exatamente na almente quando ocorre um acidente Com base nos resultados obti- peixe espada, piauçu e mandi. época da piracema, causando sua ambiental. O caso do vazamento na dos por meio das análises labora- Segundo o mesmo relatório, os mortandade. Servatis mostrou que em situação toriais, associados aos estudos de pescadores que atuam na pesca A bacia hidrográfica do rio Paraí- de emergência todos precisam estar dispersão e diluição do poluente, marítima, a cerca de 2 km da cos- ba do Sul tem milhares de indústrias muito bem preparados. “Acidentes estima-se que o volume derramado ta, avistaram centenas de sardinhas e é responsável por 12% do Produto podem acontecer independente da tenha atingido a cifra aproximada de mortas e constataram a morte de Interno Bruto (PIB) nacional. O INEA nossa vontade, por isso precisamos 8 mil litros de endosulfan, diluído em uma tartaruga marinha, um golfinho vem realizando uma série de audito- trabalhar na prevenção, fiscalização xileno, na proporção de 20%, o que e diversas espécies de peixes mari- rias e revendo licenças das empre- e no aprimoramento do licenciamen- equivale a 1.600 litros de endosulfan nhos, como o linguado. sas porque o acidente demonstra to, e com um Plano de Contingência puro. Tais estimativas foram, poste- A contaminação foi tão expressi- que há vulnerabilidade nos proces- bem capitaneado pelo CEIVAP, para riormente, confirmadas pela direção va que, mesmo tendo sido aumen- sos de produção. Também há uma que possamos no caso de nos de- da empresa. tada a vazão da Represa do Funil previsão de que ainda este ano seja pararmos com um fato semelhante, Segundo o laudo da FEEMA, a para ampliar o poder de diluição do criado no Estado do Rio de Janeiro estarmos prontos para agir rápido e Coordenação de Meio Ambiente da produto, as águas contaminadas um Centro de Controle Operacional evitar danos maiores ao Meio Am- Espécies retiradas Companhia Siderúrgica Nacional quando chegaram à foz do rio, em ou uma Sala de Situação com moni- biente”, conclui Firmino. do rio Paraíba do Sul pelos pescadores em São Fidélis (RJ) 44 REVISTA CEIVAP•PELAS ÁGUAS DO PARAÍBA SETEMBRO/2009 acidentes ambientais caz na bacia do rio Paraíba do Sul”, zando este procedimento no trecho Souza disse ainda que a situação afirma. fluminense do Curso Médio Inferior dos pescadores é a pior possível. O biólogo explica que aciden- – entre Cachoeira Paulista (SP) e Os pescadores artesanais que pos- Recuperação da fauna tes desta natureza promovem um São Fidélis (RJ), num total de 400 suem registro de pesca estão rece- gigantesco desarranjo nas comuni- km de extensão. Outra medida será bendo um salário mínimo enquanto dades de peixes, precedido de um a intensificação do repovoamento a pesca estiver paralisada. Contudo, do rio Paraíba do Sul desequilíbrio significativo entre as utilizando as espécies comerciais e aqueles que não têm registro estão populações. Algumas espécies po- as ameaçadas de extinção, ambas completamente desamparados. O DANIEL REZENDE/TEXTOARTE dem aumentar seu número conside- nativas, também com a contribuição técnico também observou que deter- erca de 25 mil peixes ravelmente, outras, no entanto, dimi- e a participação do Projeto Piaba- minadas espécies de peixes, como o foram lançados, dia nuem, com risco de serem extintas. nha. piau vermelho (Leporinuscopelandii) 16 de junho, na foz do Outro grave problema diz respeito a Para a equipe do Projeto Piaba- e o cascudo (Hypostumus sp.), duas rio Alambari, um dos três espécies de peixes ameaçadas nha, o ideal seria que a pesca no entre as seis espécies comerciais afluentes do Rio Paraí- no rio Paraíba do Sul: a piabanha rio Paraíba do Sul ficasse suspensa, mais pescadas, não têm sido mais baC do Sul, no município de Resende (Brycon insignis), o caximbau-boi no mínimo, até o próximo período capturadas em Itaocara (RJ). “Este (RJ). O ato fez parte do Programa (Pogonopoma parahybae) e o su- do defeso, em novembro de 2009. fato, por si só, já é extremamente de Recuperação da Fauna do Rio rubim-do-paraiba (Steindacneridion Desta forma, os reprodutores rema- preocupante por duas razões: apon- Paraíba do Sul – em parceria com a parahybae), que apesar de raríssi- nescentes teriam maiores chances ta para a probabilidade de queda Concessionária de Energia Elétrica mas, ainda eram capturadas em de- de chegarem vivos até o período drástica e dramática dos estoques e Light. O programa prevê que ao lon- terminados pontos do rio. “Em fun- reprodutivo. Em relação aos peixes risco de extinção e implica negativa- go de dois anos haverá a soltura de ção deste desastre, o INEA pretende juvenis, originários dos afluentes, mente na renda de uma combalida um milhão de peixes, em associa- ampliar o estudo de monitoramento estes também estariam protegidos e sofrida classe de pescadores arte- ção com órgãos públicos e empre- da ictiofauna nos cursos Médio Infe- para completarem o processo de re- sanais”, explica. Vale ressaltar que, sas privadas. A Light pretende soltar rior e Baixo do Rio Paraíba do Sul, crutamento até se tornarem futuros apenas no trecho localizado entre os mais 75 mil peixes nos municípios com a colaboração do Projeto Pia- reprodutores. Estudos comprovam municípios de Carmo e São João da fluminenses de Piraí e Itaocara e na banha”, diz Souza. que as espécies de valor comer- Barra, contam-se, aproximadamen- Usina Hidrelétrica Ilha dos Pombos, Segundo ele, a Agência Regional cial do rio Paraíba do Sul levam em te, 1.700 pescadores artesanais que instalada no Rio Paraíba do Sul no do INEA, em Resende, coordenada torno de dois (machos) e três anos vivem parcialmente ou exclusiva- município de Carmo (RJ), divisa com pelo engenheiro químico José Ro- (fêmeas) para se tornarem repro- mente dos recursos pesqueiros do o Estado de Minas Gerais. berto de Souza Araújo, já está reali- dutores. rio Paraíba do Sul. No evento, estiveram presentes a secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos – atual presidente do Comitê de Integração da Bacia Mortandade de peixes Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul

na Ilha da Convivência, ARQUIVO/FIPERJ – CEIVAP; a deputada estadual do em São Francisco do Rio de Janeiro, Inês Pandeló; o pre- Itabapuana (RJ), em feito de Resende, José Rechuan; o 27/11/2008 presidente do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), Luiz Firmino Mar- tins; o diretor da AGEVAP, Edson Fu- jita; a gerente de Meio Ambiente da Fundação Roberto Marinho, Andréa Margil; o presidente da Light, Luiz Fernando Guimarães, entre outros convidados. Também participaram do ato cerca de 150 alunos das es- colas municipais “Sagrado Cora- ção”, “Professor Carlinhos” e da Es- cola Estadual “Dr. João Maia”. A iniciativa da Secretaria Estadu- al do Ambiente e do INEA reforça o compromisso do governo do Estado do Rio de Janeiro com a sociedade e com os 1.700 pescadores que vi- Soltura de peixes na foz do rio vem exclusivamente da atividade Alambari, em Resende (RJ) pesqueira no Rio Paraíba do Sul, afe- tados pelo grave acidente ambiental ocorrido no ano passado.

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