RECURSOS HÍDRICOS – RELATÓRIO TÉCNICO – USOS EXISTENTES, PREVISTOS E POTENCIAIS Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO DSEE-RH-RT-005

PLANO DA OBRA

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE - PRODEAGRO

ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO

Parte 1: Consolidação de Dados Secundários Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas Parte 3: Integração Temática Parte 4: Consolidação das Unidades Governo do Estado de Mato Grosso Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral (SEPLAN) Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD)

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE MATO GROSSO - PRODEAGRO

ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO

RECURSOS HÍDRICOS – RELATÓRIO TÉCNICO – USOS EXISTENTES, PREVISTOS E POTENCIAIS Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO

MÁRIO VITAL DOS SANTOS

CUIABÁ

OUTUBRO, 2000

CNEC - Engenharia S.A

GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO Dante Martins de Oliveira

VICE-GOVERNADOR José Rogério Salles

SECRETÁRIO DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL Guilherme Frederico de Moura Müller

SUB SECRETÁRIO João José de Amorim

GERENTE ESTADUAL DO PRODEAGRO Mário Ney de Oliveira Teixeira

COORDENADORA DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Márcia Silva Pereira Rivera

MONITOR TÉCNICO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Wagner de Oliveira Filippetti

ADMINISTRADOR TÉCNICO DO PNUD Arnaldo Alves Souza Neto

EQUIPE TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO E SUPERVISÃO DA SEPLAN

Coordenadora do Módulo Físico MARIA LUCIDALVA COSTA MOREIRA (Engª Agrônoma)

Supervisor do Tema Recursos Hídricos LUIZ GONZAGA TOLEDO (Engº Civil)

Coordenação e Supervisão Cartográfica LIGIA CAMARGO MADRUGA (Engª Cartógrafa)

Supervisão do Banco de Dados GIOVANNI LEÃO ORMOND (Administrador de Banco de Dados)

VICENTE DIAS FILHO (Analista de Sistema)

EQUIPE TÉCNICA DE EXECUÇÃO

CNEC – Engenharia S.A.

LUIZ MÁRIO TORTORELLO (Gerente do Projeto) KALIL A. A. FARRAN (Coordenador Técnico) MÁRIO VITAL DOS SANTOS (Coordenador Técnico do Meio Físico – Biótico)

TÉCNICA

IVO DE JESUS TEIXEIRA (Engº Civil/Químico)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 001

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 001

3. USOS PREPONDERANTES DA ÁGUA 002

3.1. ASPECTOS GERAIS 002

3.1.1. Recursos Hídricos Subterrâneos 003

3.1.2. Usos e a Qualidade das Águas Superficiais 004

3.1.2.1. Potenciais Efeitos das Principais Fontes de Poluição 005

3.2. BACIA DO GUAPORÉ 008

3.2.1. Usos Consuntivos 008

3.2.2. Usos não Consuntivos 011

3.3. BACIA DO EXTREMO OESTE/ARIPUANÃ 012

3.3.1. Usos Consuntivos 012

3.3.2. Usos não Consuntivos 014

3.4. BACIA DO /ARINOS 014

3.4.1. Usos Consuntivos 014

3.4.2. Usos não Consuntivos 017

3.5. BACIA DO TELES PIRES 019

3.5.1. Usos Consuntivos 019

3.5.2. Usos não Consutivos 023

3.6. BACIA DO XINGU 025

3.6.1. Usos Consuntivos 025

3.6.2. Usos não Consuntivos 028

3.7. BACIA DO ARAGUAIA 030

3.7.1. Usos Consuntivos 031

3.7.2. Usos não Consuntivos 036

3.8. BACIA DO 038

3.8.1. Usos Consuntivos 038

3.8.2. Usos não Consuntivos 043

3.9. SUB-BACIA DO CUIABÁ 045

3.9.1. Usos Consuntivos 045

3.9.2. Usos não Consuntivos 050

3.10. SUB-BACIAS DO SÃO LOURENÇO/VERMELHO E TAQUARI/CORRENTES 053

3.10.1. Usos Consuntivos 053

3.10.2. Usos não Consuntivos 058

3.11. CONSIDERAÇÕES FINAIS 060

4. BIBLIOGRAFIA 066

ANEXO

ANEXO I - MAPAS

A001 USOS PREPONDERANTES DA ÁGUA NO ESTADO DE MATO GROSSO

LISTA DE QUADROS

001 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA BACIAS HIDROGRÁFICAS 002

002 RELAÇÃO DOS POÇOS DE CAPTAÇÃO POR BACIA HIDROGRÁFICA 004

003 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA BACIA DO GUAPORÉ 008

003a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO GUAPORÉ 010

003b PROJEÇÃO DA VAZÃO em l/s DA BACIA DO GUAPORÉ 010

003c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL EM kg/d DA BACIA DO GUAPORÉ 010

004 USINAS HIDRELÉTRICAS DA BACIA DO GUAPORÉ 011

004a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO ARIPUANÃ 013

004b PROJEÇÃO DA VAZÃO EM l/s DA BACIA DO ARIPUANÃ 013

004c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL EM kg/d DA BACIA DO ARIPUANÃ 013

005 USINAS HIDRELÉTRICAS DA BACIA DO ARIPUANÃ 014

006 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO JURUENA/ARINOS 015

006a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO JURUENA-ARINOS 016

006b PROJEÇÃO DA VAZÃO EM l/s DA BACIA DO JURUENA-ARINOS 016

006c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL EM kg/d DA BACIA DO JURUENA-ARINOS 016

007 USINAS HIDRELÉTRICAS DO JURUENA/ARINOS 018

008 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO TELES PIRES 020

009 ATIVIDADES INDUSTRIAIS DO TELES PIRES 021

009a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO TELES PIRES 022

009b PROJEÇÃO DA VAZÃO EM l/s DA BACIA DO TELES PIRES 022

009c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL EM kg/d DA BACIA DO TELES PIRES 022

010 USINAS HIDRELÉTRICAS DO TELES PIRES 024

011 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO XINGU 025

011a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO XINGU 027

011b PROJEÇÃO DA VAZÃO EM l/s DA BACIA DO XINGU 027

011c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL EM kg/d DA BACIA DO XINGU 027

012 USINAS HIDRELÉTRICAS DO XINGU 029

013 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO ARAGUAIA 031

014 ATIVIDADES INDUSTRIAIS DO ARAGUAIA 033

015 PROJETOS DE IRRIGAÇÃO DO ARAGUAIA 034

015a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO ARAGUAIA 035

015b PROJEÇÃO DA VAZÃO EM l/s DA BACIA DO ARAGUAIA 035

015c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL EM kg/d DA BACIA DO ARAGUAIA 035

016 USINAS HIDRELÉTRICAS DO ARAGUAIA 037

017 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO ALTO PARAGUAI 039

018 ATIVIDADES INDUSTRIAIS DO ALTO PARAGUAI 041

018a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO ALTO PARAGUAI 042

018b PROJEÇÃO DA VAZÃO EM l/s DA BACIA DO ALTO PARAGUAI 042

018c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL EM kg/d DA BACIA DO ALTO PARAGUAI 042

019 USINAS HIDRELÉTRICAS DO ALTO PARAGUAI 044

020 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO CUIABÁ 046

021 ATIVIDADES INDUSTRIAIS DO CUIABÁ 047

021a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO CUIABÁ 049

021b PROJEÇÃO DA VAZÃO EM l/s DA BACIA DO CUIABÁ 049

021c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL EM kg/d DA BACIA DO CUIABÁ 049

022 USINAS HIDRELÉTRICAS DO CUIABÁ 052

023 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO SÃO LOURENÇO//CORRENTES 054

024 ATIVIDADES INDUSTRIAIS DO SÃO LOURENÇO/ITIQUIRA/CORRENTES 055

024a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO SÃO LOURENÇO/ITIQUIRA/CORRENTES 057

024b PROJEÇÃO DA VAZÃO EM l/s DA BACIA DO SÃO LOURENÇO/ITIQUIRA/CORRENTES 057

024c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL EM kg/d DA BACIA DO SÃO LOURENÇO/ITIQUIRA/CORRENTES 057

025 USINAS HIDRELÉTRICAS DO SÃO LOURENÇO/ ITIQUIRA/CORRENTES 059

026 RESUMO DE USOS DA ÁGUA NO ESTADO 061

1

1. INTRODUÇÃO

A água, ela própria ou em movimento nos rios ou praticamente parada nos lagos ou nos reservatórios subterrâneos, é uma substância que dá suporte à fauna, à flora e às atividades sócio-econômicas. As maneiras mais relevantes de o ser humano se apropriar dela são tratadas nesse relatório de usos da Água no Estado de Mato Grosso. A caracterização dos usos existentes, dos usos previstos e dos usos a que elas poderão ser destinadas é de fundamental importância para direcionar o planejamento e as ações, de uma forma que seja sustentável, para as gerações atuais e futuras.

O presente documento integra o conjunto de produtos previstos no contrato de prestação de serviços de consultoria firmado entre a Secretaria do Estado de Planejamento e Coordenação Geral – SEPLAN/ e a CNEC Engenharia SA, relativo à elaboração dos estudos sobre o Diagnóstico Sócio-Econômico-Ecológico do Estado de Mato Grosso na formulação da 2ª Aproximação.

O principal objetivo deste relatório é apresentar os Usos Atuais, os Usos Previstos e os Usos Potenciais dos recursos hídricos no Estado de Mato Grosso.

Os usos referidos neste relatório podem ser classificados em consuntivos e não consuntivos.

Nos usos consuntivos predominam o abastecimento urbano o industrial e rural.

Nos usos não consuntivos, pode-se citar a geração de energia, a diluição e o transporte de esgotos e efluentes de diversas naturezas, a pesca, a navegação fluvial, as atividades de lazer associadas a presença da água e a preservação da fauna e flora aquáticas.

Na parte relativa a Usos Potenciais este relatório leva em conta a política em vigor e as características e potencialidades demonstradas nos estudos de Diagnóstico e os aspectos jurídicos relativos às questões de gestão no Estado de Mato Grosso.

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A caracterização dos Usos dos Recursos Hídricos, no âmbito dos limites geográficos do Estado de Mato Grosso foi fundamentada essencialmente em dados e informações secundárias. Essas informações têm origem na bibliografia utilizada e nos estudos desenvolvidos pelo projeto por outros temas, como os de Disponibilidade Hídrica, Qualidade das Águas, Serviços Públicos, Hierarquização do Espaço, Estudos Populacionais e Potencial Pesqueiro, entre outros

Buscou-se dispor as informações para cada tipo de uso, por bacia hidrográfica. E assim dar a relevância de cada um deles por bacia. O nível de agregação das bacias é aquele indicado pela ANEEL (antigo DNAEE).

A caracterização e espacialização dos usos preponderantes da água conduziram a indicação das áreas de provável comprometimento na qualidade das águas e dos correspondentes focos pontuais e/ou difusos, geradores de cargas poluidoras.

3. USOS PREPONDERANTES DA ÁGUA

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3.1. ASPECTOS GERAIS

O Mapa A001 – Usos Preponderantes da Água no Estado de Mato Grosso busca espacializar os usos preponderantes das águas no Estado de Mato Grosso.

Em relação às quantidades que são retiradas e posteriormente devolvidas a um manancial, os usos da água podem ser classificados em consuntivos e não consuntivos.

Nos usos consuntivos (ou seja, naqueles em que parte da água captada é perdida, não mais retornando imediatamente ao manancial de origem) predominam: o abastecimento urbano (onde se utiliza normalmente o coeficiente de retorno de 0,8); o abastecimento industrial (cujo coeficiente de retorno depende da atividade específica de cada indústria) e o abastecimento rural, incluindo a produção de alimentos (e aqui há uma mescla entre abastecimento doméstico e de industrias rurais). Neste último item inclui-se também a aqüicultura (devido a evaporação e infiltração nos tanques de viveiros e a irrigação (que possui coeficientes de retorno muito baixos), mas que é de pequena dimensão no Estado. A produção de grãos no Estado, cuja maior expressão é a soja, é realizada por meio de culturas de sequeiro, onde a irrigação é pouco expressiva.

Dos usos não consuntivos (aqueles em que quantidade de água não é alterada pelo uso e, portanto, é a mesma antes e depois dele), podemos citar no Estado de Mato Grosso: a geração de energia; a diluição e o transporte de esgotos e efluentes de diversas naturezas; a pesca; a navegação fluvial; as atividades de lazer associadas a presença da água e a preservação da fauna e flora aquáticas.

Nos itens seguintes são analisados os usos preponderantes das águas de acordo com a divisão hidrográfica do Estado.

O Quadro 001 apresenta uma descrição da bacia, seu código, a extensão de sua área, seu perímetro e o comprimento do rio principal.

QUADRO 001 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS CÓDIGO DA BACIA BACIAS HIDROGRÁFICAS ÁREA PERÍMETRO COMP. DO (KM2) (KM) RIO PRINCIPAL (KM)

151.1 Guaporé (exutório a jusante da divisa MT/RO) 44.600 1.020 360

157/158 Noroeste/Aripuanã (exutório a jusante da divisa 92.800 1.600 600 MT/AM, na foz do Rio Roosevelt) (continua...)

3

(...continuação)

QUADRO 001 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS CÓDIGO DA BACIA BACIAS HIDROGRÁFICAS ÁREA PERÍMETRO COMP. DO (KM2) (KM) RIO PRINCIPAL (KM)

171 Juruena/Arinos (exutório na confluência do Teles 188.000 2.580 1.080 Pires, abrange pequena área do Estado do Amazonas)

174 Teles Pires (exutório na confluência do Juruena, 145.600 2.820 1.380 abrange pequena área do Estado do Pará, bacia do Rio São Benedito)

184 Xingu (exutório a jusante da Divisa MT/PA na 177.000 2.460 820 confluência do Rio Liberdade)

240 a 270 Araguaia (adotada a seção da divisa MT/TO; 275.000 3.290 1.215 considerado margem esquerda e direita)

660 e 663 Alto Paraguai em Descalvado antes do Pantanal 48.216,65 785 * 315

661 Cuiabá em Barão de Melgaço 28.732,73 795 * 345

662 São Lourenço/Itiquira/Correntes em Colônia 22.595,71 615 * 300 Santa Isabel FONTE: Caracterização Hidrográfica do Estado de Mato Grosso. (PNUD, 1995) * Valores estimados pela CNEC, 2000

3.1.1. Recursos Hídricos Subterrâneos

As águas subterrâneas são utilizadas em todo o Estado, como manancial de abastecimento público, explorado pela SANEMAT, ou de forma difusa na área rural, para o abastecimento doméstico ou de pequenos aglomerados e para atividades rurais.

De um modo geral o aproveitamento das águas subterrâneas apresenta-se mais atraente que o das de superfície, por possuírem melhor qualidade, envolvendo, conseqüentemente, menores exigências quanto ao tratamento para o consumo.

No caso particular de Mato Grosso, a distribuição dos aqüíferos por todo o Estado, com boa qualidade e com boa capacidade de abastecimento (relativa a pequena demanda), reúne condições amplamente favoráveis para o seu aproveitamento no suprimento das atividades humanas.

Conforme mostrado no Quadro 002, a utilização dos mananciais de armazenamento subterrâneo é intensa. A SANEMAT registrou em 1.995 cerca de 700 poços para o atendimento urbano distribuídos por todo o Estado, com destaque para as bacias do Cuiabá e Alto Paraguai. Os dados utilizados no presente relatório referem-se às captações levantadas, pela SANEMAT, a qual também se utiliza, de modo geral, das águas profundas (PNUD/PRODEAGRO, 1995) para o abastecimento público. As captações realizadas no freático, através de cisternas, ocorrem de forma difusa no atendimento de pequenas atividades rurais, inclusive para uso doméstico.

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QUADRO 002 RELAÇÃO DOS POÇOS DE CAPTAÇÃO POR BACIA HIDROGRÁFICA CÓDIGO DA BACIA BACIA Nº DE POÇOS VAZÕES HIDROGRÁFICA ESPECIFICAS MÉDIAS (m3/h/m) 151.1 GUAPORÉ 21 ( 0,2 )

157/158 EXTREMO NOROESTE ARIPUANÃ - -

171 JURUENA / ARINOS 57 ( 0,35 ) ( 1,00 ) ( 4,00 )

174 TELES PIRES 57 ( 0,25 ) ( 4,00 ) ( 0,20 )

184 XINGÚ 21 ( 4,00 ) ( 2,00 )

240 a 270 ARAGUAIA 96 ( 0,7 ) ( 1,25 ) ( 6,00 ) ( 0,20 )

660 e 663 ALTO PARAGUAI 166 ( 0,15 ) ( 0,20 ) ( 0,35 )

661 CUIABÁ 197 ( 0,10 ) ( 0,20 ) ( 2,00 ) ( 0,50 )

662 S.LOURENÇO/ITIQUIRA/CORRENTES 85 ( 6,00 ) ( 0,60 ) ( 0,50 )

FONTE: PNUD/PRODEAGRO, 1995

Nas análises realizadas em poços nas bacias hidrográficas, observou-se que a água subterrânea é de boa qualidade, não apresentando contaminação por metais ou insumos agrícolas. Apenas revelou que em alguns pontos havia coliformes fecais, decorrentes talvez da falta de proteção local do poço. Embora não haja de informações suficientes referentes à disponibilidade desses recursos, sabe-se que eles se apresentam em níveis satisfatórios para a sua utilização no uso doméstico. Como menção, há também casos em que os poços foram exauridos. Isso foi atestado durante as inspeções de campo onde alguns poços visitados encontravam-se abandonados devido a falta de água.

De forma geral, sabe-se que as águas freáticas são mais passíveis de serem poluídas ou contaminadas que as águas profundas, e que podem sofrer alteração na qualidade em função da ocupação e usos do solo. Nas áreas de intensa atividade agrícola, principalmente as de cultivos de soja, arroz, cana dentre outros, há riscos de contaminação pela infiltração de defensivos agrícolas e/ou corretivos de solo. De forma idêntica as regiões próximas aos núcleos urbanos tendem a apresentar interferências e modificações na qualidade das águas freáticas, provenientes da infiltração no solo dos esgotos sanitários urbanos. A possibilidade de contaminação depende, contudo, de alguns fatores como a profundidade do lençol freático, natureza da substância lançada, distância do ponto de lançamento, textura e composição dos solos. No entanto, como referido anteriormente, essa poluição não se manifestou nos pontos analisados, apenas faz-se referência a coliformes fecais.

3.1.2. Usos e a Qualidade das Águas Superficiais

As atividades associadas à ocupação dos espaços físicos por bacia hidrográfica, na maior parte das vezes, condicionam a qualidade das águas. O Mapa A001 busca ilustrar a localização das atividades de maior destaque, de uma maneira generalizada. A seguir são feitos alguns comentários sobre como essas atividades podem afetar a qualidade da água. Os efeitos de fato observados e diagnosticados nos cursos d’água, que devem refletir a ocupação e os usos, encontram-se no Relatório Técnico de Qualidade das Águas - DSEE – RH-RT-003 (CNEC 2000).

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3.1.2.1. Potenciais Efeitos das Principais Fontes de Poluição

Apresenta-se a seguir uma compilação das atividades mais relevantes na bacia e os seus potenciais efeitos sobre a qualidade das águas.

 Cultura de soja, arroz e milho

Os solos, onde normalmente essas culturas estão assentadas, são ácidos e de baixa fertilidade, refletindo na água o pH entre 5 e 7 e baixas concentrações de fósforo total e nitrogênio total. Usualmente exigem intensivos processos de calagem (para corrigir o pH) e fosfatagem para proporcionar as mínimas condições de nutrientes para o plantio.

A soja plantada entre setembro e novembro exige entre 200 a 400 kg/ha de fertilizante e a aplicação de herbicidas para controle de plantas invasoras, bem como de inseticidas piretróides e organofosforados para controle da lagarta-da-soja. A sua colheita é feita de janeiro a maio e o solo desnudo propicia o carreamento desses produtos e de material sólido para as coleções hídricas.

A maior ocorrência dos plantios de soja é observada nas bacias do Teles Pires, sendo o município de o maior produtor do Estado, bem como no alto curso do Juruena, São Lourenço, Xingu e Arinos.

O arroz, depois da soja, é a cultura mais representativa do Estado. Ela é plantada entre setembro e dezembro, exigindo de 250 a 400 kg/ha de adubação, sendo normalmente utilizado o defensivo Furadan para proteger as sementes e fungicidas específicos para combater o fungo Bruzone. Ocorre com maior incidência no Alto Teles Pires, Juruena, Guaporé, São Lourenço e Arinos.

O milho, com a safra de verão e a safrinha após a colheita da primeira lavoura, requer em média 250 kg/ha para a primeira e 100 kg/ha de adubação para a safrinha, com os mesmos problemas já indicados para as outras lavouras. Seus principais cultivos localizam-se nas bacias do Teles Pires, São Lourenço, Juruena, Guaporé e Alto Paraguai.

 Irrigação

A irrigação no Estado de Mato Grosso é incipiente, ocorrendo em maior escala, e de forma concentrada, nas bacias do Araguaia (aproximadamente 2.000 ha), no Teles Pires (500 ha) e no Xingu (628 ha). Contudo ocorrem três fatores de cuidados em projetos de irrigação, no que se refere ao seu reflexo na qualidade das águas:

 Balanceamento e ciclagem dos elementos nutrientes no solo. O inadequado controle dos mesmos leva à salinização dos solos, tornando improdutivas áreas extensas de projetos que, sem cobertura natural, constituem-se em focos de erosão e degradação dos cursos d’água.

 Carreamento de fertilizantes, insumos agrícolas e inseticidas pela irrigação mal conduzida.

 Introdução ou recrudescimento de doenças, quando as águas captadas albergarem seres parasitas, agentes etiológicos ou hospedeiros de moléstias diversas.

 Pecuária

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Sua implantação implica em desmatamentos que ocorrem em grandes extensões no Mato Grosso. O preparo da área para o plantio de gramíneas é feito com aplicação de calagem, fertilizantes e praguicidas, com os efeitos já comentados anteriormente. Acresce ainda o efeito da excreta dos animais que podem ser carreados para as coleções hídricas, constituindo-se em eventuais fontes difusas de carga orgânica e de coliformes. Vale lembrar que em termos de equivalentes populacionais, tomando o homem como unidade de referência, uma vaca corresponde à carga poluidora de 16,4 homens; o cavalo 11,3 homens; a galinha 0,014 homens; a ovelha 2,45 homens e o porco a 3,0 homens.

Embora a pecuária bovina ocorra de forma difusa em todo o Estado, as bacias de maior expressão econômica da pecuária compreendem a do Alto Paraguai, Cuiabá, São Lourenço e Guaporé.

 Madeireiras

O primeiro efeito com influência direta nos cursos d’água é o desmatamento, podendo desencadear processos erosivos e de assoreamento. A outra conseqüência de destaque é a formação de serragem, cascas e resíduos durante o processo de beneficiamento de grandes toras. Esse material muitas vezes é descartado próximo a cursos d’água, sendo carreado no período chuvoso. Em conseqüência, as coleções hídricas são enriquecidas com ácidos húmicos, taninos, ligninas dentre outros. O efeito direto constitui-se no aumento da cor, da turbidez; da matéria orgânica presente na água com a possibilidade de redução da população íctica, além da eutrofização com florações de algas e plantas superiores. Tais efeitos têm se mostrado muito comuns em trechos de rios a jusante de madeireiras.

O desmatamento para exploração da madeira ocorre indiscriminadamente no Estado, particularmente nas bacias de maior ocorrência de matas a exemplo de Juruena, Xingu, Noroeste/Aripuanã.

 Mineração

O desmatamento, acrescido da destruição do manto fértil, torna áreas aproveitáveis em estéreis. Os efeitos sobre a cor, turbidez e sólidos suspensos, com o assoreamento dos leitos dos rios, são expressivos. Agentes tóxicos, subprodutos da extração ou do processamento dos minérios, exercem sua ação poluidora.

De modo especial, o garimpo do ouro provoca efeitos consideravelmente degradantes nas coleções hídricas.

O leito dos rios minerados, ou os depósitos de minério após a remoção, sofrem uma concentração hidráulica. Esse processo resulta em grande quantidade de sólidos em suspensão, provocando o aumento da turbidez, da cor, e a incorporação de substâncias que podem aumentar a DBO e reduzir o oxigênio dissolvido nas águas dos rios.

No garimpo de ouro, o material explorado concentrado, após filtração, é calcinado ao ar livre com a utilização do mercúrio. Esse processo tem como rejeito material com grandes concentrações de mercúrio, que, lançado no corpo hídrico, distribui-se nos diversos compartimentos do mesmo, concentrando-se nos extratos do leito dos rios e distribuindo-se na cadeia alimentar.

Após o abandono da área minerada, a recuperação da cobertura vegetal pode chegar de 8 a 10 anos, deixando uma poluição por mercúrio em toda a bacia de drenagem do local minerado.

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A extração do calcário, ocorrente no Estado de Mato Grosso, causa efeitos associados à remoção da cobertura vegetal, do solo fértil e a incorporação de carbonato de cálcio no sistema hídrico já naturalmente ácido. Entre as conseqüências nos cursos d’água ressaltam-se o aumento de cor, turbidez, sólidos em suspensão, alcalinidade, dureza, sulfato, alumínio, cálcio, óleos e graxas provenientes das máquinas de processamento.

O garimpo do diamante ocorre usualmente nos leitos ou margens dos rios, gerando em conseqüência o revolvimento dessas áreas com o lançamento de material sólido nos cursos d’água, além de substâncias utilizadas no processo de purificação.

A bacia hidrográfica com maior concentração de atividades mineradoras, particularmente garimpos de ouro, é a do Teles Pires com maior concentração no seu baixo curso, principalmente na bacia do . Contudo, a atividade garimpeira ocorre em quase todas as bacias do Estado de forma dispersa.

 Curtumes

Consiste no preparo do couro, após a esfola do animal. O processo envolve o descarne e o curtimento do couro. No descarne há a liberação de sangue, soro, sal, sebo, desinfetante e sulfeto de sódio. No curtimento descarta-se tanino, cromo, alumínio e zircônio.

Os efeitos nos cursos d’água compreendem uma elevação nos teores da DBO; do ácido tânico que reagindo com o ferro dos rios conduz à cor negra; do sulfato ferroso e dos colóides e sabões, levando à produção de espuma.

Das bacias hidrográficas com maior concentração de curtumes destacam-se as do Paraguai e Cuiabá.

 Matadouros e Frigoríficos

Reporta-se uma grande demanda de água para o processo (2.500 l/boi e 1.200 l/porco) e os efluentes apresentam elevadas taxas de DBO, variando entre 800 a 32.000 mg/l, com sólidos em suspensão, material flotável e graxas, além de nitrogênio orgânico.

Ocorrendo de maneira dispersa em várias das bacias hidrográficas do Estado, os frigoríficos encontram-se mais concentrados nas bacias do Cuiabá, São Lourenço, Paraguai e Teles Pires.

 Usinas de Açúcar e Álcool

Os engenhos normalmente localizam-se próximos às plantações de soja e milho, pois se consorciam as plantações de cana-de-açúcar a essas culturas. A plantação de cana requer fertilizantes e defensivos agrícolas, enquanto que a usina demanda grande quantidade de água. São de diversas origens os seus efluentes:

 da lavagem de cana (2 a 7 m³/ton. de cana com DBO de 720 mg/l e resíduo total de 1.100 mg/l);

 problemas de operação nas colunas barométricas (10 a 20 m³/ton. de cana com DBO de 130 a 420 mg/l e temperatura de 40 a 60°C);

 restilo, produzido a uma proporção de 14 litros/litro de álcool gerado com DBO de mais de 25.000 mg/l;

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 lavagem de pisos e equipamentos 200 a 300 m³/usina com DBO de 20 a 2.000 mg/l.

As destilarias concentram-se de forma mais expressiva nas bacias do São Lourenço, Paraguai, Teles Pires e Araguaia.

 Piscicultura

Desenvolvida em tanques próximos aos rios onde se adicionam alimentos orgânicos e onde aduba-se o fundo, objetivando proporcionar o crescimento de algas para a alimentação dos peixes.

Os efeitos estão ligados à liberação de águas ricas em nutrientes para os corpos hídricos (DBO, nitrogênio e fósforo).

As bacias hidrográficas com maior concentração de tanques de piscicultura compreendem o Teles Pires, Arinos e Rio das Mortes (Araguaia).

3.2. BACIA DO GUAPORÉ

Esta sub-bacia local possui quatro municípios, , , e Vila Bela da Santíssima Trindade. Compreendendo uma região com elevado grau de desenvolvimento no contexto do Estado, a exploração dos recursos hídricos se faz de forma intensa, utilizando os aqüíferos superficiais e de subterrâneos, sendo os usos não os consuntivos de maior intensidade.

3.2.1. Usos Consuntivos

Dentre os usos consuntivos destaca-se o abastecimento público, atendido nas sedes municipais pela SANEMAT, utilizando mananciais de superfície e subterrâneos conforme indicado no Quadro 003.

QUADRO 003 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA BACIA DO GUAPORÉ MANANCIAL VAZÃO TOTAL DE CAPTAÇÃO SUPERFICIAL SUBTERRÂNEO MUNICÍPIO TRATAMENTO (l/s)

Comodoro Córrego Piovisam 5 poços S.D. 15

Pontes e Lacerda Rio Guaporé 7 poços S.D. 39

Vila Bela da Santíssima Rio Guaporé Trindade 9 poços S.D. 6,5

FONTE: Caracterização Hidrográfica. do Estado de Mato Grosso. PNDU/PRODEAGRO, 1995 (Rel. Preliminar) - SANEMAT, 1995 NOTAS:S.D. - Simples Desinfeção.

Considera-se o consumo industrial pouco expressivo e englobado no abastecimento público, tendo em vista o reduzido parque industrial da bacia (um laticínio e uma unidade de beneficiamento de látex em Pontes e Lacerda e um laticínio em Vila Bela de Santíssima Trindade PNUD/PRODEAGRO-1995). O abastecimento rural é efetuado de forma difusa em médias e pequenas propriedades rurais, não existindo projetos de irrigação na bacia.

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Em face da disponibilidade hídrica superficial e subterrânea na Bacia do Guaporé, o volume de água consumido (estimado no abastecimento público e difuso nos demais usos) é inexpressivo frente aos mananciais existentes.

Conforme pode ser visto no Quadro 003a a população prevista para 2.015 é cerca de 106 mil habitantes na bacia, ou seja, 35% superior que a de 2.000. Essa população vai demandar por volta de 185 l/s de vazão, considerando um per capita de 150 litros por habitante por dia, (vide Quadro 003b). Como conseqüência é prevista a geração de aproximadamente 5.700 kg de DBO por dia, considerando um per capita de 54 gramas de DBO por dia, que se não forem tratados ou dispostos adequadamente poderão exercer uma pressão poluidora nos cursos hídricos (vide Quadro 003c).

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QUADRO 003a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO GUAPORÉ

BACIA MUNICÍPIO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 151,11 PONTES E LACERDA 14.406 34.603 40.768 46.970 52.117 55.722 58.640 151,11 VILA BELA DA SS TRINDADE 5.191 13.693 10.430 11.672 12.487 12.873 13.062 151,12 COMODORO 3.752 9.278 12.646 16.203 20.533 25.072 30.133 151,12 NOVA LACERDA 3192 3.571 3.820 3.937 3.995

23.349 57.574 67.036 78.416 88.957 97.604 105.830

QUADRO 003b PROJEÇÃO DE VAZÃO em l/s DA BACIA DO GUAPORÉ

BACIA MUNICÍPIO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 151,11 PONTES E LACERDA 25 60 71 82 90 97 102 151,11 VILA BELA DA SS TRINDADE 9 24 18 20 22 22 23 151,12 COMODORO 7 16 22 28 36 44 52 151,12 NOVA LACERDA - 0 5,541666667 6 7 7 7

41 100 116 136 154 169 184

QUADRO 003c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL DE DBO EM kg/dia DA BACIA DO GUAPORÉ BACIA MUNICÍPIO CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 151,11 PONTES E LACERDA 778 1.869 2.201 2.536 2.814 3.009 3.167 151,11 VILA BELA DA SS TRINDADE 280 739 563 630 674 695 705 151,12 COMODORO 203 501 683 875 1.109 1.354 1.627 151,12 NOVA LACERDA - 0 172,368 193 206 213 216

1.261 3.109 3.620 4.234 4.804 5.271 5.715 FONTE: CNEC, 2000 11

3.2.2. Usos não Consuntivos

Dos usos não consuntivos destaca-se a geração de energia elétrica com uma potência total estimada, na bacia, de 57,21 MW. Embora apenas 0,65 MW seja a energia atualmente gerada, o potencial estimado tem sua distribuição indicada no Quadro 004 a seguir:

QUADRO 004 USINAS HIDRELÉTRICAS DA BACIA DO GUAPORÉ

POTÊNCIA DENOMINAÇÃO LOCALIZAÇÃO (MW) ESTÁGIO ATUAL

Rio Margarida I Rio Margarida 1,00 Reconhecimento local

Rio Margarida II Rio Margarida 1,00 Reconhecimento local

Rio Margarida III Rio Margarida 1,00 Reconhecimento local

Rio Piolhinho Rio Piolhinho 1,56 Projeto Básico (iniciativa privada)

PCH Comodoro Rib. Prata 0,50 Operação (iniciativa privada)

UHE Guaporé III Rio Guaporé 10,00 Estimativa de Potencial (iniciativa privada)

UHE Guaporé II Rio Guaporé 20,00 Estimativa de Potencial (iniciativa privada)

UHE Guaporé I Rio Guaporé 20,00 Estudos de Viabilidade

PCH Comodoro II Rio Prata 1,00 Em construção

PCH Galera Rio Guaporé 1,00 Estudos de Viabilidade

PCH Colibri Rio Piolhinho 0,15 Operação (iniciativa privada)

POTÊNCIA TOTAL 57,21 - FONTE: Relatório Técnico , TPS/TPEE - 03/95 0 - CEMAT Caracterização Hidrográfica do Est. de Mato Grosso. PNDU/PRODEAGRO, 1995 (Relatório Preliminar)

A navegação do Rio Guaporé, praticada historicamente desde o século XVIII, estende-se até a antiga capital do Estado, Vila Bela da Santíssima Trindade, que é o ponto mais a montante do rio atingido pelas embarcações. Atualmente constitui-se numa prática exercida, de forma reduzida, apenas por embarcações de pequeno porte no transporte de mercadorias locais. Segundo informações do DVOP existe um trecho de 185 km de via navegável no próprio Rio Guaporé, entre a sede do município de Vila Bela e a fronteira com a Bolívia

A pesca ocorre de forma artesanal, difusa ao longo da bacia, não existindo nos centros urbanos estrutura de suporte para essa atividade.

Os usos das águas do Rio Guaporé na recreação e lazer são observados de forma concentrada nas imediações dos aglomerados urbanos marginais ao curso do rio, a exemplo de Pontes e Lacerda, Vila Bela da Santíssima Trindade, não existindo, contudo, equipamentos e infra-estrutura suficientes que atendam à demanda.

A utilização das águas da bacia na diluição de esgotos, ocorre nos cursos d’água que atravessam os centros urbanos, citando-se Pontes e Lacerda e Vila Bela, onde não existem

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sistemas de esgotamento sanitário. A ocorrência de despejos provenientes de atividades poluidoras concentra-se no Rio Galera, nas proximidades da reserva indígena Sararé; nas nascentes do Rio Alegre e no Rio Guaporé; imediações de Pontes e Lacerda, onde ocorrem garimpos de ouro e outras explorações de jazidas.

A ocorrência de áreas de cultivo de soja no município de Comodoro representa um risco potencial de comprometimento das águas do Rio Piolho, principal curso d’água da drenagem local, pelo carreamento de materiais particulados, sólidos suspensos e insumos agrícolas.

3.3. BACIA DO EXTREMO OESTE/ARIPUANÃ

A área compreendida pela Bacia do Extremo Oeste e do Rio Aripuanã é a região menos desenvolvida do Estado. As reservas indígenas correspondem a 30% da área total, com destaque para o Grande Parque Aripuanã. A falta de estradas e acessos favorece o estágio atual de preservação dos recursos naturais, onde a exploração das águas ocorre de forma reduzida, frente ao potencial oferecido.

3.3.1. Usos Consuntivos

A cidade de Aripuanã, a única sede municipal localizada na bacia, é o mais expressivo núcleo urbano. Seu serviço de abastecimento público compreende captação superficial no Córrego Frei Canuto com uma vazão estimada em 9,1 l/s. O pequeno quadro industrial na bacia compreende indústrias de beneficiamento de madeira localizadas na área urbana de Aripuanã, ou nas reduzidas nucleações distritais distribuídas pela área da bacia, sendo inexpressivo o uso das águas em tais atividades.

O abastecimento rural é feito de forma difusa nas diversas propriedades, inexistindo projetos de irrigação, tampouco projetos de aqüicultura.

Conforme pode ser visto no Quadro 004a a população prevista para 2.015 é cerca de 22 mil habitantes na bacia, ou seja 15% superior que a de 2.000. Essa população vai demandar por volta de 40 l/s de vazão, considerando um per capita de 150 litros por habitante por dia, (vide Quadro 004b). Como conseqüência é prevista a geração de aproximadamente 1.200 kg de DBO por dia, considerando um per capita de 54 gramas de DBO por dia, que se não forem tratados ou dispostos adequadamente poderão exercer uma pressão poluidora nos cursos hídricos (vide Quadro 004c).

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QUADRO 004a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA ARIPUANÃ

BACIA MUNICIPIO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 157,00 ARIPUANÃ 2.263 13.614 16.764 19.314 21.628 22.232 22.511

2.263 13.614 16.764 19.314 21.628 22.232 22.511

QUADRO 004b PROJEÇÃO DA VAZÃO EM l/s DA BACIA ARIPUANÃ

BACIA MUNICIPIO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 157,00 ARIPUANÃ 4 24 29 34 38 39 39

4 24 29 34 38 39 39

QUADRO 004c PROJEÇÃO DE CARGA POTENCIAL DE DBO EM kg/d DA BACIA ARIPUANÃ

BACIA MUNICIPIO CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 157,00 ARIPUANÃ 122 735 905 1.043 1.168 1.201 1.216

122 735 905 1.043 1.168 1.201 1.216 FONTE: CNEC, 2000 14

3.3.2. Usos não Consuntivos

Dos usos não consuntivos destaca-se a geração de energia, com duas PCH's operando com a potência total de 6,4 MW, e 3 usinas hidrelétricas previstas para implantação, conforme indicado no Quadro 005, somando um potencial de 212,60 MW.

QUADRO 005 USINAS HIDRELÉTRICAS DA BACIA ARIPUANÃ

DENOMINAÇÃO LOCALIZAÇÃO POTÊNCIA (MW) ESTÁGIO ATUAL

Salto Humboldt Rio Aripuanã 200,00 Reconhecimento do local (iniciativa privada)

PCH Aripuanã Rio Aripuanã 0,80 Em operação (CEMAT)

PCH Juína Rio Aripuanã 5,40 Em operação (CEMAT)

PCH Panelas Rio Roosevelt 5,00 Reconhecimento do local (iniciativa privada)

Salto Rio Canamã Rio Canamã 1,40 Reconhecimento do local (iniciativa privada)

POTÊNCIA TOTAL 212,60 FONTE: Relatório Técnico 001/TPS/TPEE 03/95 - CEMAT

A navegação é pouco expressiva nos rios que compõem a bacia. A pesca de subsistência é explorada pelos moradores locais.

O transporte de despejos e resíduos provenientes de atividades mineradoras e de garimpos ocorre em afluentes do Rio Aripuanã com destaque ao Rio Moreru, jusante da localidade da , e Rio Branco que recebem resíduos provenientes de garimpos de ouro diamante e outros minerais.

3.4. BACIA DO JURUENA/ARINOS

Apresentando uma ocupação relativamente elevada, principalmente na região das nascentes dos seus principais formadores, a Bacia do Juruena/Arinos apresenta a exploração dos recursos hídricos mais intensa nas suas cabeceiras, verificando-se uma redução ao longo do curso dos seus rios.

3.4.1. Usos Consuntivos

O abastecimento urbano, conforme indicado no Quadro 006, é realizado utilizando-se de forma intensa o manancial subterrâneo, verificando-se algumas captações nos cursos d’água superficiais. Considerando-se a disponibilidade dos recursos hídricos da bacia pode-se inferir que tais derivações são ainda pouco expressivas.

O quadro industrial, à luz das informações disponíveis, compreende pequenas unidades fabris localizadas nas áreas urbanas, cujo consumo de água inclui-se nos sistemas públicos de abastecimento. Na cidade de São José do Rio Claro operam 2 indústrias de látex e 1 destilaria de álcool, enquanto que conta com 1 laticínio e 1 abatedor/frigorífico de carne bovina. Esses dois municípios apresentam o que há de mais expressivo quanto a atividade industrial da Bacia.

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O uso rural das águas é difuso, ocorrendo de forma dispersa nas propriedades e nucleações rurais, principalmente na região das nascentes, onde ocorre uma maior concentração das atividades agrícola e pecuária.

QUADRO 006 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO JURUENA/ARINOS MUNICÍPIO MANANCIAL TRATAMENTO VAZÃO TOTAL DE SUPERFICIAL SUBTERRÂNEO CAPTAÇÃO (I/s) 11 poços S.D. 6,3 Campo Novo dos Parecis 05 poços Campos de Julio* Castanheira* Cotriguaçu* Córrego Pe. Duilio 9 poços S.D. Juara Ribeirão Juara 5 poços E.T.A. comp. 25,1 Juína Córrego Perdido 2 poços E.T.A. 8,7 Juruena 3 poços * Nova Maringá 2 poços 2 poços Córrego Caracol 2 poços E.T.A. comp. 2,5 Porto dos Gaúchos Rio Arinos 2 poços E.T.A. comp. 7,2 São José do Rio Claro 7 poços S.D. 22,0 * 26 poços Tabaporã* 7 poços FONTE: Caracterização Hidrográfica do Estado de Mato Grosso. PNUD/PRODEAGRO 1995 (Relatório Preliminar); SANEMAT, 1995 Notas: S.D. - Simples Desinfecção E.T.A. - Estação de Tratamento de Água Convencional E.T.A. comp. - E.T.A. compacta * Sistemas operados pela prefeitura

Embora existam grandes plantações nas nascentes dos rios do Sangue e Arinos, onde a agricultura é mais intensa, não há registros de projetos de irrigação operando. Há pedidos para irrigar aproximadamente 10.000 ha, no Alto Arinos, que deverão envolver em torno de 2.000 l/s de água.

O uso das águas na piscicultura é incipiente, constatando-se a existência de apenas 3 tanques (0,5 ha) para a criação de Pacú , no município de Novo Horizonte do Norte, no baixo curso do Rio Arinos.

Conforme pode ser visto no Quadro 006a a população prevista para 2.015 é cerca de 235 mil habitantes na bacia, ou seja 32% superior que a de 2.000. Essa população vai demandar por volta de 410 l/s de vazão, considerando um per capita de 150 litros por habitante por dia, (vide Quadro 006b). Como conseqüência é prevista a geração de aproximadamente 12.600 kg de DBO por dia, considerando um per capita de 54 gramas de DBO por dia, que se não forem tratados ou dispostos adequadamente poderão exercer uma pressão poluidora nos cursos hídricos (vide Quadro 006c).

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QUADRO 006a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO JURUENA-ARINOS

BACIA MUNICIPIO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO

1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 171,1 CAMPOS DE JÚLIO 1472 1.886 2.397 2.894 3.332 171,1 CASTANHEIRA 2.148 8.362 8.294 7.627 6.327 5.687 5.141 171,1 JUÍNA 7.920 36.581 32.221 30.502 26.237 24.451 23.135 171,1 SAPEZAL 3377 4.607 6.330 8.267 10.293 171,2 BRASNORTE 1.176 6.622 9.362 12.203 16.331 20.000 23.349 171,2 1.176 6.311 13.572 18.516 25.440 33.224 41.362 171,4 JUARA 8.967 21.712 25.710 29.863 33.173 34.521 35.675 171,4 NOVA MARINGÁ 3.161 2.930 2.454 2.334 2.220 171,4 NOVA MUTUM 1.086 5.542 8.388 9.693 10.695 11.188 11.471 171,4 NOVO HORIZONTE DO NORTE 4.849 4.267 3.806 3.527 2.955 2.839 2.727 171,4 PORTO DOS GAÚCHOS 1.254 6.558 6.036 7.868 9.124 9.685 9.987 171,4 SÃO JOSÉ DO RIO CLARO 7.211 16.333 11.557 12.932 13.707 14.193 14.479 171,4 TABAPORÃ 4.820 6.323 7.390 7.844 8.089 171,4 TAPURAH 2.110 7.323 8.816 10.188 11.242 11.760 12.057 171,5 COTRIGUAÇU 4.758 6.242 8.222 9.941 11.746 171,5 JURUENA 1.655 5.956 4.468 5.861 7.741 8.758 9.627 171,5 NOVA BANDEIRANTES 5.226 6.855 7.991 9.051 10.019

39.552 125.567 155.044 177.625 197.755 216.638 234.708

QUADRO 006b PROJEÇÃO DA VAZÃO EM l/s DA BACIA DO JURUENA-ARINOS

BACIA MUNICIPIO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO

1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 171,1 CAMPOS DE JÚLIO - 0 2,555555556 3 4 5 6 171,1 CASTANHEIRA 4 15 14 13 11 10 9 171,1 JUÍNA 14 64 56 53 46 42 40 171,1 SAPEZAL - 0 5,862847222 8 11 14 18 171,2 BRASNORTE 2 11 16 21 28 35 41 171,2 CAMPO NOVO DO PARECIS 2 11 24 32 44 58 72 171,4 JUARA 16 38 45 52 58 60 62 171,4 NOVA MARINGÁ - 0 5 5 4 4 4 171,4 NOVA MUTUM 2 10 15 17 19 19 20 171,4 NOVO HORIZONTE DO NORTE 8 7 7 6 5 5 5 171,4 PORTO DOS GAÚCHOS 2 11 10 14 16 17 17 171,4 SÃO JOSÉ DO RIO CLARO 13 28 20 22 24 25 25 171,4 TABAPORÃ - 0 8 11 13 14 14 171,4 TAPURAH 4 13 15 18 20 20 21 171,5 COTRIGUAÇU - 0 8 11 14 17 20 171,5 JURUENA 3 10 8 10 13 15 17 171,5 NOVA BANDEIRANTES - 0 9 12 14 16 17

69 218 269 308 343 376 407

QUADRO 006c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL DE DBO EM kg/d DA BACIA DO JURUENA-ARINOS

BACIA MUNICIPIO CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA

171,1 CAMPOS DE JÚLIO - - 79 102 129 156 180 171,1 CASTANHEIRA 116 451,548 447,876 412 342 307 278 171,1 JUÍNA 428 1.975 1.740 1.647 1.417 1.320 1.249 171,1 SAPEZAL - 0 182 249 342 446 556 171,2 BRASNORTE 64 357,588 505,548 659 882 1.080 1.261 171,2 CAMPO NOVO DO PARECIS 64 341 733 1.000 1.374 1.794 2.234 171,4 JUARA 484 1.172 1.388 1.613 1.791 1.864 1.926 171,4 NOVA MARINGÁ - 0 171 158 133 126 120 171,4 NOVA MUTUM 59 299 453 523 578 604 619 171,4 NOVO HORIZONTE DO NORTE 262 230 206 190 160 153 147 171,4 PORTO DOS GAÚCHOS 68 354 326 425 493 523 539 171,4 SÃO JOSÉ DO RIO CLARO 389 882 624 698 740 766 782 171,4 TABAPORÃ - 0 260 341 399 424 437 171,4 TAPURAH 114 395 476 550 607 635 651 171,5 COTRIGUAÇU - 0 257 337 444 537 634 171,5 JURUENA 89 322 241 317 418 473 520 171,5 NOVA BANDEIRANTES - 0 282 370 432 489 541

2.136 6780,618 8372,376 9591,736742 10.679 11698,46433 12.674 FONTE: CNEC, 2000 17

3.4.2. Usos não Consuntivos

Os cursos d’água que compõem a bacia do Juruena/Arinos possuem o maior potencial hidrelétrico do Estado de Mato Grosso, totalizando 2.636,70 MW, embora não exista nenhuma hidrelétrica operando atualmente, segundo informações da CEMAT. (Quadro 007).

A navegação é pouco significativa. A ocorrência de cachoeiras e corredeiras ao longo dos rios, principalmente no baixo Juruena, tem impedido a penetração de embarcações de maior calado forçando o isolamento da região por um longo período. Mesmo assim e segundo informações do DVOP existe trecho de 294 km de via navegável no próprio Rio Juruena, a montante de sua confluência com o Rio Teles Pires.

A pesca é explorada artesanalmente pela população ribeirinha, não havendo dimensão comercial expressiva, enquanto a recreação compreende um uso difuso ao longo dos cursos d’água, quando as cachoeiras e quedas d’água são aproveitadas no lazer da população residente nos centros urbanos mais próximos.

A utilização dos cursos d’água na diluição e transporte de esgotos e rejeitos é uma prática que ocorre normalmente, identificando-se trechos dos rios onde o comprometimento da qualidade das águas por coliformes fecais já é uma realidade. A falta de sistemas públicos de coleta e tratamento de esgotos, provoca o lançamento dos esgotos urbanos nos cursos d’água, gerando a contaminação bacteriológica nos trechos que atravessam áreas urbanas.

Nas cabeceiras dos rios Arinos e do Sangue (formadores do Juruena), a intensa exploração de culturas agrícolas, com destaque à soja, vem provocando o carreamento para as coleções de água, de sólidos em suspensão, provenientes do processo de desmatamento e erosão.

De forma idêntica a ocorrência de minerações e garimpos, concentrados nas nascentes e no médio curso do Arinos, tem ampliado os riscos de assoreamento e de comprometimento das águas por material sólido em suspensão.

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QUADRO 007 USINAS HIDRELÉTRICAS DO JURENA/ARINOS

POTÊNCIA DENOMINAÇÃO LOCALIZAÇÃO ESTÁGIO ATUAL (MW) Salto Augusta Rio Juruena 2000,0 Cachoeira dos Patos Rio do Sangue 10,00 UHE Caibis Rio dos Peixes 30,00 Projeto Básico (CEMAT) Salto Utiariti Rio Papagaio 200,00 Reconhecimento do Local Cacheira Bela Rio Sacre 200,00 Reconhecimento do Local Rio Pte. Pedra-Aprov. I Rio Pte. de Pedra 9,40 Estudo de Viabilidade (iniciativa privada) Rio Pte. Pedra-Aprov. II Rio Pte. de Pedra 17,10 Reconhecimento do Local Rio Água Verde Rio Água Verde 1,40 Reconhecimento do Local UHE Baruito Rio do Sangue 12,00 Projeto Básico (iniciativa privada) UHE Inxu Rio do Sangue 10,00 Reconhecimento do Local UHE Jararaca Rio do Sangue 10,00 Reconhecimento do Local PCH Honorato Rio Honorato 0,50 Reconhecimento do Local PCH Cravari Rio Cravari 2,00 Reconhecimento do Local Salto Juruena Rio Juruena 100,00 Salto Rio Verde Rio Verde 6,00 Salto São João da Barra Rio São João da Barra 5,00 Reconhecimento do Local Salto Rio Alegre Rio Alegre 3,00 Reconhecimento do Local Corredeira Rio dos Peixes Rio dos Peixes 5,00 Sobrevôo do Local PCH Santa Lucia Rio do Sangue 4,00 Construção (iniciativa privada) PCH Mestre Falcão Rio Mestre Falcão 6,50 Estimativa de potência PCH Juína Mirim Rio Juína Mirim 1,00 Reconhecimento do Local (iniciativa privada) PCH Buriti Rio Buriti 9,80 Reconhecimento do Local (iniciativa privada) POTÊNCIA TOTAL 2.636,70 FONTE: Relatório Técnico 001/TPS/TPEE 03/95 - CEMAT 19

3.5. BACIA DO TELES PIRES

Constituindo-se numa das regiões de maior des0envolvimento econômico do Estado, apresentando uma diversificada e intensa ocupação e exploração dos recursos naturais, a Bacia do Teles Pires apresenta atualmente grande potencialidade de conflitos nos usos das águas e comprometimento da sua qualidade. Nas suas cabeceiras situam-se os municípios de maior expressão estadual na produção de soja, a exemplo de Sorriso (maior produtor) e , potencializando o lançamento de grandes quantidades de insumos agrícolas devido as dimensões das áreas exploradas com as monoculturas da soja, arroz e milho. Já no seu baixo curso, o Rio Teles Pires atravessa a área de maior concentração de garimpos de ouro do Estado, que é origem do lançamento de grandes quantidades de material sólido em suspensão e elevadas concentrações de mercúrio (este último é utilizado no processo de concentração e purificação do ouro).

A seguir são avaliados, sucintamente, os principais usos das águas na bacia.

3.5.1. Usos Consuntivos

O Quadro 008 apresenta os sistemas de abastecimento de água das cidades situadas na bacia do Teles Pires, onde se observa que o manancial subterrâneo é utilizado intensamente, com um total de 47 poços de captação.

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QUADRO 008 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO TELES PIRES

MANANCIAL TRATAMENTO VAZÃO TOTAL DE MUNICIPIO SUPERFICIAL SUBTERRÂNEO CAPTAÇÃO (I/s) Córrego Taxidermista 2 poços E.T.A. e S.D. 17,3 Apiacás Rio Apiacás 2 poços * Colider Rio Garapá 4 poços E.T.A. 27,2 5 poços S.D. 10,7 Itaúba 6 poços S.D. 4,7 Lucas do Rio Verde 1 poço Matupá 2 poços S.D. 4,7 Nova Canaã do Norte Rio Bonito 1poço E.T.A. comp. 3,6 * * Paranaíta Córrego Pinguim 1 poço E.T.A. comp. 4,2 Rio Paranatinga 6 poços E.T.A. e S.D. 18,8 Peixoto de Azevedo 1 poço * Sinop 7 poços S.D. 35,2 Sorriso 10 poços S.D. 28,8 9 poços S.D. 4,6 FONTE: Caracterização Hidrográfica do Estado de Mato Grosso. PNUD/PRODEAGRO 1995 (Relatório Preliminar), SANEMAT, 1995 Notas: S.D. - Simples Desinfecção E.T.A. - Estação de Tratamento de Água Convencional E.T.A. comp. - E.T.A. compacta * Sistemas operados pela prefeitura 21

As atividades industriais estão concentradas em quatro municípios, conforme indicado no Quadro 009, sendo que se considera o volume de água absorvido por elas incluído no sistema de abastecimento urbano. Há que se mencionar, contudo, a necessidade de se explicitar melhor o conhecimento do consumo e dos mananciais utilizados em tais atividades industriais visto que elas usualmente utilizam elevados volumes de água em seus processos produtivos.

QUADRO 009 ATIVIDADES INDUSTRIAIS DO TELES PIRES

MUNICÍPIO ATIVIDADE INDÚSTRIA

Alta Floresta Agroindústria Caibi - Empresa Agroindustrial Ltda

Colíder Laticínio Cooper - Agrop. Mista de Colíder

Sinop Destilaria de Álcool SINOP – Agropecuária S.A. Refrigerante Refrigerantes Mato Grosso Ltda. Refrigerante Fab. e Eng. de Refrigerantes

Sorriso Abates de animais e conserva Frigorífico Frigore Ltda. FONTE: Caracterização Hidrográfica do Estado de Mato Grosso. PNUD/PRODEAGRO, 1995 (Rel. Preliminar)

O uso rural das águas, além de compreender as instalações e propriedades rurais e os pequenos aglomerados urbanos, corresponde também ao consumo de projetos de irrigação existentes nos municípios de Sinop (35 ha no cultivo de hortaliças e milho); Alta Floresta (435 ha de café e cacau) e 19 ha em Lucas do Rio Verde. Há ainda o pedido para irrigação de outros 2.180 ha em Lucas do Rio Verde (Projeto Irrigar, 1994).

Ocorrem também na bacia 7 pequenos projetos de piscicultura na criação de Pacu, localizados nos municípios de Alta Floresta (10 tanques); Colíder (16 tanques); Guarantã do Norte (1 tanque); Nova Canaã do Norte (4 tanques); Paranaíta (4 tanques); Sinop (17 tanques e uma represa); Sorriso (8 tanques). A somatória dos projetos corresponde a uma área de 18,3 ha.

Conforme pode ser visto no Quadro 009a a população prevista para 2.015 é cerca de 515 mil habitantes na bacia, ou seja, 40% superior que a de 2.000. Essa população vai demandar por volta de 900 l/s de vazão, considerando um per capita de 150 litros por habitante por dia, (vide Quadro 009b). Como conseqüência é prevista a geração de aproximadamente 27.900 kg de DBO por dia, considerando um per capita de 54 gramas de DBO por dia, que se não forem tratados ou dispostos adequadamente poderão exercer uma pressão poluidora nos cursos hídricos (vide Quadro 009c).

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QUADRO 009a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO TELES PIRES

BACIA MUNICIPIO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 174,1 LUCAS DO RIO VERDE 2.098 6.693 12.647 16.205 20.347 24.220 28.047 174,1 PARANATINGA 11.165 18.383 14.882 15.788 16.187 16.554 16.659 174,1 PLANALTO DA SERRA 2.638 2.701 2.703 2.706 2.709 174,1 SORRISO 1.605 16.107 24.782 34.617 47.428 61.605 77.847 174,1 VERA 2.759 10.759 7.791 8.056 8.384 8.531 8.596 174,2 COLÍDER 17.327 31.160 28.416 29.140 29.580 29.804 29.953 174,2 GUARANTÃ DO NORTE 571 23.825 24.210 27.894 32.180 35.265 37.983 174,2 ITAÚBA 2.323 7.143 8.076 9.332 9.953 10.383 10.650 174,2 MATUPÁ 395 10.221 11.360 12.712 12.845 12.902 12.938 174,2 NOVA CANAÃ DO NORTE 7.986 14.033 10.704 10.234 9.804 9.429 9.104 174,2 NOVA GUARÍTA 5.971 6.352 6.709 7.115 7.415 174,2 PEIXOTO DE AZEVEDO 1.034 37.240 29.237 27.677 27.746 27.856 27.922 174,2 SINOP 12.232 38.374 54.306 74.091 98.856 127.761 155.441 174,2 TERRA NOVA DO NORTE 5.659 22.448 15.751 16.152 16.396 16.520 16.602 174,3 ALTA FLORESTA 14.085 66.926 42.852 40.566 38.382 37.102 36.002 174,3 APIACÁS 5.043 7.361 6.655 6.119 5.674 5.396 5.184 174,3 CARLINDA 15335 14.516 13.734 13.275 12.882 174,3 NOVA MONTE VERDE 5.670 7.150 7.933 8.553 9.012 174,3 3.463 3.990 4.603 5.044 5.433 174,3 PARANAÍTA 3.883 12.173 8.181 7.523 6.865 6.400 6.025

88.165 322.846 332.926 370.816 416.309 466.421 516.402

QUADRO 009b PROJEÇÃO DA VAZÃO EM l/s DA BACIA DO TELES PIRES

BACIA MUNICIPIO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 174,1 LUCAS DO RIO VERDE 4 12 22 28 35 42 49 174,1 PARANATINGA 19 32 26 27 28 29 29 174,1 PLANALTO DA SERRA - 0 5 5 5 5 5 174,1 SORRISO 3 28 43 60 82 107 135 174,1 VERA 5 19 14 14 15 15 15 174,2 COLÍDER 30 54 49 51 51 52 52 174,2 GUARANTÃ DO NORTE 1 41 42 48 56 61 66 174,2 ITAÚBA 4 12 14 16 17 18 18 174,2 MATUPÁ 1 18 20 22 22 22 22 174,2 NOVA CANAÃ DO NORTE 14 24 19 18 17 16 16 174,2 NOVA GUARÍTA - 0 10 11 12 12 13 174,2 PEIXOTO DE AZEVEDO 2 65 51 48 48 48 48 174,2 SINOP 21 67 94 129 172 222 270 174,2 TERRA NOVA DO NORTE 10 38,97222222 27,34548611 28 28 29 29 174,3 ALTA FLORESTA 24 116 74 70 67 64 63 174,3 APIACÁS 9 12,77951389 12 11 10 9 9 174,3 CARLINDA - 0 27 25 24 23 22 174,3 NOVA MONTE VERDE - 0 9,84375 12,41340301 14 14,84946739 16 174,3 NOVO MUNDO 0 0 6 7 8 9 9 174,3 PARANAÍTA 7 21 14 13 12 11 10

153 560 578 644 723 810 897

QUADRO 009c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL DE DBO EM kg/d DA BACIA DO TELES PIRES

BACIA MUNICIPIO CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 174,1 LUCAS DO RIO VERDE 113 361 683 875 1.099 1.308 1.515 174,1 PARANATINGA 603 993 804 853 874 894 900 174,1 PLANALTO DA SERRA - 0 142 146 146 146 146 174,1 SORRISO 87 870 1.338 1.869 2.561 3.327 4.204 174,1 VERA 149 581 421 435 453 461 464 174,2 COLÍDER 936 1.683 1.534 1.574 1.597 1.609 1.617 174,2 GUARANTÃ DO NORTE 31 1.287 1.307 1.506 1.738 1.904 2.051 174,2 ITAÚBA 125 386 436 504 537 561 575 174,2 MATUPÁ 21 552 613 686 694 697 699 174,2 NOVA CANAÃ DO NORTE 431 758 578 553 529 509 492 174,2 NOVA GUARÍTA - 0 322 343 362 384 400 174,2 PEIXOTO DE AZEVEDO 56 2.011 1.579 1.495 1.498 1.504 1.508 174,2 SINOP 661 2.072 2.933 4.001 5.338 6.899 8.394 174,2 TERRA NOVA DO NORTE 306 1.212 851 872 885 892 897 174,3 ALTA FLORESTA 761 3.614 2.314 2.191 2.073 2.003 1.944 174,3 APIACÁS 272 397 359 330 306 291 280 174,3 CARLINDA - 0 828,09 784 742 717 696 174,3 NOVA MONTE VERDE - 0 306 386 428 462 487 174,3 NOVO MUNDO - 0 187 215 249 272 293 174,3 PARANAÍTA 210 657 442 406 371 346 325

4.761 17.434 17.978 20.024 22.481 25.187 27.886 FONTE: CNEC, 2000 23

3.5.2. Usos não Consuntivos

O Quadro 010 apresenta o potencial hidrelétrico da Bacia do Teles Pires com 1.294,63 MW, dos quais apenas 8,2 MW são atualmente gerados em duas usinas. Uma é operada pela CEMAT e a outra pela iniciativa privada.

A navegação é pouco significativa em virtude da grande quantidade de cachoeiras existentes nos cursos d’água, da mesma forma que a pesca é explorada sob a forma de lazer pelos habitantes da região, não se constituindo uma prática comercial. Mesmo assim segundo informações do DVOP, existe trecho de 230 km de via navegável no próprio Rio Teles Pires a montante de sua confluência com o rio Juruena. Ressalte-se que a AHIMOR – Administração das Hidrovias da Amazônia Oriental estuda para o Teles Pires a estruturação de uma hidrovia moderna para oferecer uma via alternativa de transporte entre o norte de Mato Grosso e Santarém no Pará.

A utilização das águas da Bacia do Teles Pires na recreação e lazer é prática difundida por toda a bacia devido aos apelos oferecidos pelas cachoeiras, corredeiras e demais recursos naturais da região.

A prática de transporte de despejos e rejeitos provenientes das atividades de mineração e dos garimpos de ouro (baixo curso do Teles Pires), bem como a diluição e carreamento de insumos agrícolas provenientes das vastas áreas cultivadas no alto curso do Teles Pires, vem comprometendo a qualidade das águas dos rios da bacia, gerando conflitos entre os usos a que se destinam, principalmente frente aos projetos de implantação de hidrelétricas e ampliação das áreas produtivas com projetos de irrigação.

Vale mencionar a sub-bacia do Rio Peixoto Azevedo, com a maior concentração de garimpos de ouro da região, principalmente nos municípios de Matupá e Peixoto Azevedo, onde a rede hídrica apresenta-se alterada com o assoreamento de cursos d’água e danos na drenagem natural da área.

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QUADRO 010 USINAS HIDRELÉTRICAS DO TELES PIRES POTÊNCIA DENOMINAÇÃO LOCALIZAÇÃO ESTÁGIO ATUAL (MW) Cacheira Sete Quedas Rio Teles Pires 1.000,00 Salto Rio Rochedo Rio Rochedo 1,00 PCH Braço Norte I Rio Braço Norte 5,80 Operação (CEMAT) Salto Braço Sul Rio Braço Sul 2,00 Reconhecimento do Local UHE Apiacás Rio Apiacás 19,20 Construção (CEMAT) Salto Agropec. Tratex Rio Teles Pires 200,00 Cacheira Cachoeirão Rio Teles Pires 6,00 Salto Ten. Lira Rio Ten. Lira 1,30 Estudos de Viabilidade Salto Magessi Rio Teles Pires 12,50 Projeto Básico Salto Rib. Bananal Ribeirão Bananal 0,40 Estimativa de Potencial Salto Rio Verde Rio Verde 5,00 Salto Ilha Pequena Rio Verde 12,00 Reconhecimento do Local (iniciativa privada) Salto Rio Quatá Rio Quatá 2,40 Operação (iniciativa privada) Salto Canoa Quebrada Rio Verde --- Iniciativa privada PCH Braço Norte II Rio Braço Norte 6,00 Estudos de Viabilidade (iniciativa privada) PCH Braço Norte III Rio Braço Norte 5,00 Reconhecimento do Local PCH Braço Norte IV Rio Braço Norte 5,00 Reconhecimento do Local PCH Cedro I Rio Cedro 3,75 Estudos de Viabilidade (iniciativa privada) PCH Cedro II Rio Cedro 1,00 Estimativa de Potencial (iniciativa privada) PCH Cedro III Rio Cedro 1,00 Estimativa de Potencial (iniciativa privada) PCH Aprovale Rio Cedro 1,28 Construção (iniciativa privada) POTÊNCIA TOTAL 1294,63 FONTE: Relatório Técnico 001/TPS/ TPEE 03/95 - CEMAT 25

3.6. BACIA DO XINGU

Compreende uma região com índices de desenvolvimento mais moderados, onde uma considerável extensão territorial corresponde a uma das maiores reservas indígenas do Brasil, o Parque Nacional do Xingu, em bom estado de conservação. Consequentemente a exploração dos recursos hídricos ocorre de forma menos intensa, concentrada nas nascentes dos rios formadores do Xingu, cujos trechos acham-se fora dos limites da reserva indígena.

3.6.1. Usos Consuntivos

O abastecimento de água dos núcleos urbanos da bacia é feito, de modo geral utilizando os mananciais subterrâneos, conforme pode ser observado no Quadro 011. Apenas as cidades de Canarana e Marcelândia utilizam-se de cursos d’água superficiais para atender parte dos sistemas. Os volumes de água derivados são pouco expressivos frente à disponibilidade hídrica existente.

QUADRO 011 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO XINGU MUNICÍPIO MANANCIAL TRATAMENTO VAZÃO TOTAL DE SUPERFICIAL SUBTERRÂNEO CAPTAÇÃO (I/s) Canarana Córrego Tanguro 3 poços S.D. 10,8 Claudia 4 poços S.D. 11,4 Marcelândia Rio Manito 4 poços E.T.A comp. 6,8 Querência* 3 poços S.D. 3,8 São José do Xingu 1 poço 4,1 Vera 6 poços S.D. FONTE: Caracterização Hidrográfica do Estado de Mato Grosso. PNUD/PRODEAGRO 1995 (Relatório Preliminar), SANEMAT, 1995

Notas: S.D. - Simples Desinfecção E.T.A. comp. - E.T.A. compacta * Sistemas operados pela prefeitura

O abastecimento industrial, incluído nos sistemas urbanos, é de pequena monta. Apenas os municípios de Água Boa e Canarana possuem unidades fabris, compreendendo, respectivamente três indústrias no primeiro (2 laticínios e 1 abatedor e frigorífico de bovinos) e um laticínio no segundo.

O uso rural ocorre de forma difusa na bacia, não representando grande participação, enquanto que a irrigação ocorre de forma concentrada nos municípios de Canarana (349 ha com plantio de arroz) e Água Boa com 273 ha. Há informes que em Marcelândia ocorre cultivo de hortaliças com irrigação em algumas nascentes, onde se verifica a escassez de água em algumas micro-bacias.

A aquicultura está presente nos municípios de Canarana (10 tanques); Cláudia (14 tanques); Marcelândia (16 tanques) e Vera (1 tanque) perfazendo um total de 6,5 ha ocupados na criação de Pacú.

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Conforme pode ser visto no Quadro 011a a população prevista para 2.015 é cerca de 120 mil habitantes na bacia, ou seja 40% superior que a de 2.000. Essa população vai demandar por volta de 210 l/s de vazão, considerando um per capita de 150 litros por habitante por dia, (vide Quadro 011b). Como conseqüência é prevista a geração de aproximadamente 6.500 kg de DBO por dia, considerando um per capita de 54 gramas de DBO por dia, que se não forem tratados ou dispostos adequadamente poderão exercer uma pressão poluidora nos cursos hídricos (vide Quadro 011c).

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QUADRO 011a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO XINGU

BACIA MUNICIPIO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 184,1 CANARANA 5.821 11.909 13.745 17.613 19.583 20.243 20.410 184,1 GAÚCHA DO NORTE 3277 3.476 3.564 3.645 3.668 184,3 CLÁUDIA 2.964 9.099 9.909 13.049 16.388 19.768 23.445 184,3 3753 4.199 4.302 4.356 4.378 184,3 MARCELÂNDIA 2.172 8.889 11.678 14.789 17.686 20.316 22.945 184,3 NOVA UBIRATÃ 3859 4.646 5.375 5.765 6.079 184,3 QUERÊNCIA 4.221 5.537 6.640 7.485 8.318 184,3 RIBEIRÃO CASCALHEIRA 3.316 8.610 8.578 9.126 9.686 10.282 10.760 184,3 SANTA CARMEM 3.536 4.457 5.300 6.053 6.798 184,3 UNIÃO DO SUL 2842 3.646 4.431 5.173 5.937 185,1 SÃO JOSÉ DO XINGÚ 4.378 5.743 6.886 7.761 8.624

14.273 38.507 69.776 86.282 99.842 110.847 121.362

QUADRO 011b PROJEÇÃO DA VAZÃO EM l/s DA BACIA DO XINGU

BACIA MUNICIPIO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 184,1 CANARANA 10 21 24 31 34 35 35 184,1 GAÚCHA DO NORTE - - 6 6 6 6 6 184,3 CLÁUDIA 5 16 17 23 28 34 41 184,3 FELIZ NATAL - - 7 7 7 8 8 184,3 MARCELÂNDIA 4 15 20 26 31 35 40 184,3 NOVA UBIRATÃ - - 7 8 9 10 11 184,3 QUERÊNCIA - - 7 10 12 13 14 184,3 RIBEIRÃO CASCALHEIRA 6 15 15 16 17 18 19 184,3 SANTA CARMEM - - 6 8 9 11 12 184,3 UNIÃO DO SUL - - 5 6 8 9 10 185,1 SÃO JOSÉ DO XINGÚ - - 8 10 12 13 15

25 67 121 150 173 192 211

QUADRO 011c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL DE DBO EM kg/d DA BACIA DO XINGU

BACIA MUNICIPIO CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 184,1 CANARANA 314 643 742 951 1.057 1.093 1.102 184,1 GAÚCHA DO NORTE - - 177 188 192 197 198 184,3 CLÁUDIA 160 491 535 705 885 1.067 1.266 184,3 FELIZ NATAL - - 203 227 232 235 236 184,3 MARCELÂNDIA 117 480 631 799 955 1.097 1.239 184,3 NOVA UBIRATÃ - - 208 251 290 311 328 184,3 QUERÊNCIA - - 228 299 359 404 449 184,3 RIBEIRÃO CASCALHEIRA 179 465 463 493 523 555 581 184,3 SANTA CARMEM - - 191 241 286 327 367 184,3 UNIÃO DO SUL - - 153 197 239 279 321 185,1 SÃO JOSÉ DO XINGÚ - - 236 310 372 419 466

771 2.079 3.768 4.659 5.391 5.986 6.554 FONTE: CNEC, 2000 28

3.6.2. Usos não Consuntivos

A Bacia do Xingu apresenta um potencial hidrelétrico de apenas 20,42 MW, dos quais, apenas 1,92 MW, são gerados atualmente na PCH de Culuene (Quadro 012). A grande extensão de área ocupada pelo Parque Nacional do Xingu, impede a exploração desses recursos em considerável parcela da Bacia.

A navegação é de pequena expressão, tendo-se informação de que é praticada pela população ribeirinha com embarcações de pequenos porte, nos rios Culuene e Batovi.

A pesca explorada é de subsistência da população local, principalmente dos indígenas, nas áreas delimitadas pela Reserva.

24

QUADRO 012 USINAS HIDRELÉTRICAS DO XINGU POTÊNCIA DENOMINAÇÃO LOCALIZAÇÃO ESTÁGIO ATUAL (MW)

PCH Culuene Rio Culuene 1,92 Operação (CEMAT)

Cachoeira das Garças Rio Culuene 7,95 Reconhecimento do Local

Cachoeira da Fumaça Rio Culuene 5,00 Reconhecimento do Local

PCH Ronuro Rio Ronuro 1,00 Construção

POTÊNCIA TOTAL 20,42

FONTE: Relatório Técnico 001/TPS/TPEE/ 03/95 - CEMAT 30

A utilização das águas de superfície na diluição e transporte de esgotos e resíduos, se faz de forma mais acentuada nas nascentes dos rios (principalmente o Batovi e o Romero), onde há garimpos de minerais, bem como no Jatobá com garimpos de ouro. Os cursos d’água que atravessam os núcleos urbanos têm sua qualidade alterada, sob o ponto de vista bacteriológico, ao receberem os esgotos in natura dos mesmos.

3.7. BACIA DO ARAGUAIA

O Rio Araguaia com seus principais afluentes drena uma área de considerável desenvolvimento econômico, proporcionando um uso intenso de seus recursos hídricos, conforme se descreve, sucintamente a seguir.

3.7.1. Usos Consuntivos

O abastecimento público das sedes dos municípios que compõem a bacia, representa a maior derivação dos recursos hídricos, utilizando-se de forma eqüitativa os mananciais de superfície e subterrâneos, conforme indicado no Quadro 013.

31

QUADRO 013 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO ARAGUAIA MANANCIAL VAZÃO TOTAL DE MUNICIPIO TRATAMENTO SUPERFICIAL SUBTERRÂNEO CAPTAÇÃO (I/s) Água Boa 7 poços S.D. 23,4 Córrego Boiadeiro 11 poços S.D. 26,3 1 poço Alto Garças Córrego Avoadeira 3 poços S.D. 19,0 Rio Araguaia 3 poços E.T.A. 4,7 2 poços S.D. Barra do Garças Rio Garças 12 poços E.T.A. 127,6 Campinópolis Rio Cachoeirinha 5 poços E.T.A comp. e S.D. 100,0 5 poços Cana Brava do Norte 1 poço 2 poços S.D. 3,1 2 poços General Carneiro Córrego Passo Vinte 8 poços S.D. 5,5 Mina da Serra 5 poços Filtro Russo 34,9 Luciara 1 poço S.D. 4,8 Rio das Mortes E.T.A 39,1 Novo São Joaquim 3 poços S.D. 5,1 Portal do Araguaia Rio dos Garças 4 poços S.D. 6,5 Córrego Tapirapé E.T.A. 4,8 Mina 3 poços S.D. 21,1 Ribeirão Cascalheira Ribeirão Cascalheira E.T.A. Ribeirãozinho 3 poços 4 poços S.D. 5,6 São Félix do Araguaia Rio Araguaia 1 poços E.T.A. comp. 11,1 2 poços S.D. 7,7 Torixoréu Rio Araguaia 3 poços E.T.A. 13,3 Vila Rica 5 poços E.T.A. comp. e S.D. 9,7 FONTE: Caracterização Hidrográfica do Estado de Mato Grosso. PNUD/PRODEAGRO 1995 (Relatório Preliminar) SANEMAT, 1995 Notas: S.D. - Simples Desinfecção E.T.A. - Estação de Tratamento de Água Convencional E.T.A. comp. - E.T.A. compacta 32

Com um quadro industrial expressivo e em operação (Quadro 014), na bacia do Araguaia, não existem registros de derivações diretas das águas para fins industriais. As unidades localizadas nas áreas urbanas são abastecidas pelas redes públicas, estando o consumo das mesmas incluído em tais sistemas.

O abastecimento rural ao longo da bacia é feito de forma difusa não havendo registros de quantitativos.

33

QUADRO 014 ATIVIDADES INDUSTRIAIS DO ARAGUAIA

MUNICÍPIO ATIVIDADE INDÚSTRIA

Alto Araguaia -laticínio Nestlé Ind. e Com.

Araguainha -queijaria Anésio Milah

-destilaria de álcool Druanuza S/A Agroindustrial Barra do Garças -refrigerantes Refrigerantes do Noroeste S/A Coca-Cola -abate e frigorífico de bovinos Sadia Oeste S/A Ind. e Com.

Campinápolis -laticínio Laticínio Quatro Irmãos

-ração Sadia Mato Grosso Campo Verde -granja de frangos Sadia Agro Vila

Confresa - destilaria de álcool Destilaria Gameleira

Torixoréu -laticínio Laticínio Brasil Central

FONTE: Caracterização Hidrográfica do Estado de Mato Grosso PNUD/PRODEAGRO, 1995 (Relatório Preliminar) 34

A irrigação espalha-se pela bacia compreendendo um total de 1.829, distribuída no cultivo de hortaliças, soja e trigo, conforme mostra o Quadro 015.

QUADRO 015 PROJETOS DE IRRIGAÇÃO DO ARAGUAIA

Município Área Irrigada (ha) Principais Cultivos

Barra do Garças 501 arroz e soja

Alto dos Garças 236 trigo, soja e repolho

Primavera do Leste 179 desconhecido

General Carneiro 3 desconhecido

Nova Xavantina 222 desconhecido

S. Felix do Araguaia 458 arroz e melancia

Campo Verde 230 desconhecido

TOTAL 1829 FONTE: Caracterização Hidrográfica do Estado de Mato Grosso. PNUD/PRODEAGRO (rel. Prel.) 1995.

Há registro de pedidos para irrigação de mais 3.865 ha dentro do Projeto Irrigar, dos quais 2.938 ha localizam-se nos municípios de Canarana (Alto Xingu) e Água Boa (Araguaia).

As derivações de água para os projetos de aqüicultura ocorrem principalmente no alto Rio das Mortes onde os municípios de General Carneiro (14 tanques); Nova Xavantina (6 tanques); Primavera do Leste (14 tanques) cultivam peixes da espécie Pacu. Também o município de Barra do Garças, no baixo Rio das Mortes conta com 15 tanques com cultivo do Pacú. Perfazendo um total de 10,4 ha de tanques de piscicultura, esta atividade ainda encontra-se incipiente na bacia frente à potencialidade oferecida.

Conforme pode ser visto no Quadro 015a a população prevista para 2.015 é cerca de 415 mil habitantes na bacia, ou seja 40% superior que a de 2.000. Essa população vai demandar por volta de 720 l/s de vazão, considerando um per capita de 150 litros por habitante por dia, (vide Quadro 015b). Como conseqüência é prevista a geração de aproximadamente 22.500 kg de DBO por dia, considerando um per capita de 54 gramas de DBO por dia, que se não forem tratados ou dispostos adequadamente poderão exercer uma pressão poluidora nos cursos hídricos (vide Quadro 015c).

35

QUADRO 015a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO ARAGUAIA BACIA MUNICIPIO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 240 ALTO ARAGUAIA 9.416 10.770 11.030 11.802 11.950 12.100 12.221 240 ALTO GARÇAS 6.665 8.306 7.780 7.154 7.244 7.335 7.409 240 ARAGUAINHA 1.398 1.416 1.404 1.438 1.454 1.471 1.486 240 BARRA DO GARÇAS 33.906 45.651 47.133 50.002 50.918 51.841 52.362 240 GENERAL CARNEIRO 3.989 4.307 4.501 4.985 5.047 5.111 5.162 240 GUIRATINGA 13.579 14.798 13.509 12.916 13.078 13.243 13.376 240 3.287 3.640 3.793 3.832 3.871 240 PONTE BRANCA 3.496 3.724 2.419 2.679 2.793 2.822 2.851 240 RIBEIRÃOZINHO 1.608 1.780 1.855 1.876 1.895 240 TESOURO 3.695 4.548 3.720 3.448 3.491 3.535 3.570 240 TORIXORÉU 8.087 8.352 5.607 5.772 5.839 5.905 5.964 250 ARAGUAIANA 3.064 3.386 3.512 3.771 3.898 4.016 4.072 250 COCALINHO 2.347 5.457 5.457 5.805 5.931 6.042 6.055 260,2 ÁGUA BOA 4.045 16.561 15.093 14.430 14.648 14.795 14.869 260,2 CAMPINÁPOLIS 3.649 11.818 12.082 12.928 13.320 13.623 13.725 260,2 NOVA XAVANTINA 16.506 18.509 18.999 20.155 20.664 21.133 21.267 260,2 NOVO SÃO JOAQUIM 4.408 7.170 8.214 9.492 10.698 11.667 12.066 260,2 PRIMAVERA DO LESTE 6.874 12.523 20.983 28.628 39.711 53.301 67.848 260,31 SANTA TEREZINHA 3.304 8.902 6.248 7.219 8.649 10.073 11.205 260,31 VILA RICA 2.692 9.461 13.244 16.970 22.130 28.054 33.970 260,32 ALTO BOA VISTA 4.907 6.437 7.719 8.700 9.668 260,32 CANA BRAVA DO NORTE 6.082 7.928 10.564 13.682 16.927 260,32 CONFRESA 17.196 23.461 31.397 40.843 50.750 260,32 LUCIARA 4.082 5.604 2.751 2.550 2.576 2.602 2.628 260,32 PORTO ALEGRE DO NORTE 4.077 10.151 10.271 13.160 17.162 21.756 26.344 260,32 SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA 10.672 14.810 10.862 11.212 11.610 12.022 12.274

149.951 226.224 257.899 289.762 328.139 371.381 413.836

QUADRO 015b PROJEÇÃO DA VAZÃO EM l/s DA BACIA DO ARAGUAIA BACIA MUNICIPIO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO 240 ALTO ARAGUAIA 16 19 19 20 21 21 21 240 ALTO GARÇAS 12 14 14 12 13 13 13 240 ARAGUAINHA 2 2 2 2 3 3 3 240 BARRA DO GARÇAS 59 79 82 87 88 90 91 240 GENERAL CARNEIRO 7 7 8 9 9 9 9 240 GUIRATINGA 24 26 23 22 23 23 23 240 PONTAL DO ARAGUAIA - - 6 6 7 7 7 240 PONTE BRANCA 6 6 4 5 5 5 5 240 RIBEIRÃOZINHO - - 3 3 3 3 3 240 TESOURO 6 8 6 6 6 6 6 240 TORIXORÉU 14 15 10 10 10 10 10 250 ARAGUAIANA 5 6 6 7 7 7 7 250 COCALINHO 4 9 9 10 10 10 11 260,2 ÁGUA BOA 7 29 26 25 25 26 26 260,2 CAMPINÁPOLIS 6 21 21 22 23 24 24 260,2 NOVA XAVANTINA 29 32 33 35 36 37 37 260,2 NOVO SÃO JOAQUIM 8 12 14 16 19 20 21 260,2 PRIMAVERA DO LESTE 12 22 36 50 69 93 118 260,31 SANTA TEREZINHA 6 15 11 13 15 17 19 260,31 VILA RICA 5 16 23 29 38 49 59 260,32 ALTO BOA VISTA - - 9 11 13 15 17 260,32 CANA BRAVA DO NORTE - - 11 14 18 24 29 260,32 CONFRESA - - 30 41 55 71 88 260,32 LUCIARA 7 10 5 4 4 5 5 260,32 PORTO ALEGRE DO NORTE 7 18 18 23 30 38 46 260,32 SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA 19 26 19 19 20 21 21

260 393 448 503 570 645 718

QUADRO 015c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL DE DBO EM kg/d DA BACIA DO ARAGUAIA

BACIA MUNICIPIO CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA

240 ALTO ARAGUAIA 508 582 596 637 645 653 660 240 ALTO GARÇAS 360 449 420 386 391 396 400 240 ARAGUAINHA 75 76 76 78 79 79 80 240 BARRA DO GARÇAS 1.831 2.465 2.545 2.700 2.750 2.799 2.828 240 GENERAL CARNEIRO 215 233 243 269 273 276 279 240 GUIRATINGA 733 799 729 697 706 715 722 240 PONTAL DO ARAGUAIA - - 177 197 205 207 209 240 PONTE BRANCA 189 201 131 145 151 152 154 240 RIBEIRÃOZINHO - - 87 96 100 101 102 240 TESOURO 200 246 201 186 189 191 193 240 TORIXORÉU 437 451 303 312 315 319 322 250 ARAGUAIANA 165 183 190 204 210 217 220 250 COCALINHO 127 295 295 313 320 326 327 260,2 ÁGUA BOA 218 894 815 779 791 799 803 260,2 CAMPINÁPOLIS 197 638 652 698 719 736 741 260,2 NOVA XAVANTINA 891 999 1.026 1.088 1.116 1.141 1.148 260,2 NOVO SÃO JOAQUIM 238 387 444 513 578 630 652 260,2 PRIMAVERA DO LESTE 371 676 1.133 1.546 2.144 2.878 3.664 260,31 SANTA TEREZINHA 178 481 337 390 467 544 605 260,31 VILA RICA 145 511 715 916 1.195 1.515 1.834 260,32 ALTO BOA VISTA - - 265 348 417 470 522 260,32 CANA BRAVA DO NORTE - - 328 428 570 739 914 260,32 CONFRESA - - 929 1.267 1.695 2.206 2.741 260,32 LUCIARA 220 303 149 138 139 140 142 260,32 PORTO ALEGRE DO NORTE 220 548 555 711 927 1.175 1.423 260,32 SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA 576 800 587 605 627 649 663

8.097 12.216 13.927 15.647 17.720 20.055 22.347 FONTE: CNEC, 2000 36

3.7.2. Usos não Consuntivos

O potencial hidrelétrico da Bacia do Araguaia compreende 932,07 MW, dos quais apenas 4,76 MW são atualmente gerados em quatro PCH que operam na bacia. O Quadro 016 apresenta o potencial avaliado e a localização das unidades geradoras e a serem implantadas na bacia.

A navegação é histórica no Rio Araguaia, ocorrendo principalmente no seu médio e baixo curso, onde estudos executados pelo Ministério dos Transportes são desenvolvidos para a efetivação da Hidrovia do Araguaia/Tocantins como meio de escoamento de produção agrícola da região. Segundo informações do DVOP, existem trechos que perfazem 1205,5 km de via navegável na Bacia do Araguaia. Compreendendo os Rio Araguaia (786,5 km) entre a sede do município de Barra do Garças até a fronteira com o Estado do Pará e o Rio das Mortes (494km), desde a foz no Araguaia até a sede municipal de Nova Xavantina. Há também referência a um agrupamento Multimodal que prevê melhorias no Rio das Mortes, no trecho Nova Xavantina a São Félix do Araguaia.

A pesca tem sido amplamente utilizada de forma amadora na Bacia do Araguaia. Recentemente, contudo, surgiram núcleos às margens do rio, principalmente no seu alto curso, a exemplo de Barra do Garças, que vem se estruturando de forma a tornar essa atividade comercialmente mais atraente. Atualmente Barra do Garças e São Felix do Araguaia surgem como dois pólos pesqueiros da região. Há que mencionar a crescente ocorrência da pesca turística no Alto Araguaia que vem gerando conflitos com a pesca comercial.

As atividades de lazer e recreação das populações residentes nas cidades ribeirinhas estão permanentemente voltadas para os grandes recursos oferecidos pelos cursos d’água da Bacia do Araguaia. A prática de esportes náuticos e a procura das cachoeiras e praias formadas às margens dos rios representam características integrantes da programação local de turismo, lazer e recreação nos períodos de férias e durante os finais de semana. São Félix do Araguaia, Barra do Garças, Alto Garças, dentre outros, são pólos que se mostram favoráveis para a expansão das atividades voltadas à exploração turística dos recursos hídricos da região.

37

QUADRO 016 USINAS HIDRELÉTRICAS DO ARAGUAIA POTÊNCIA DENOMINAÇÃO LOCALIZAÇÃO ESTÁGIO ATUAL (MW)

Rio das Mortes Rio das Mortes 30,0 Reconhecimento do Local UHE Foz do Noidore Rio Noidore 129,0 Projeto Básico PCH Dom Bosco Rio das Mortes 3,0 Reconhecimento do Local Cachoeira da Fumaça Rio das Mortes 89,10 Estudos de Viabilidade Salto da BR-130 Rio das Mortes 7,50 Reconhecimento do Local PCH Primavera Rio das Mortes 8,61 Construção (CEMAT) Rio Barreiro Rio Barreiro 1,90 Estudos de Viabilidade Salto Batovi Rio Araguaia 2,10 Estudos de Viabilidade Rio Araguaia Rio Araguaia 150,00 Estudos de Viabilidade PCH São Domingos Rio Araguaia 2,50 Operação Barra do Peixe Rio Araguaia 280,0 Projeto Básico Cachoeira Couto Magalhães Rio Araguaia 220,0 Projeto Básico PCH Alto Araguaia Córrego Gordura 1,0 Operação (CEMAT) PCH Alto Garças Rio das Garças 0,26 Operação (CEMAT) PCH Taquari Rio Taquari 0,60 Estudos de Viabilidade PCH Galheiro Córrego Galheiro 2,50 Estudos de Viabilidade (iniciativa privada) PCH Salto Belo Rio Noidore 3,00 Projeto Básico (iniciativa privada) PCH Água Suja Rio Noidore 1,00 Operação (iniciativa privada) POTÊNCIA TOTAL 932,07 FONTE: Relatório Técnico 001/TPS/TPEE 03/95 - CEMAT 38

A ocorrência de garimpos, inclusive de ouro, bem como de amplas áreas de monoculturas agrícolas nas cabeceiras dos rios da Bacia do Araguaia (principalmente o Rio das Mortes e o Rio das Garças) tem levado a uma crescente degradação na qualidade de suas águas, carreando suas conseqüências ao longo dos cursos dos rios.

Ressalta-se a presença de sólidos em suspensão em amplas faixas dos rios, bem como os riscos da ocorrência do mercúrio, proveniente dos garimpos de ouro, e de insumos agrícolas oriundos do cultivo de soja.

3.8. BACIA DO ALTO PARAGUAI

Corresponde à região do Estado de mais antiga ocupação e em processo de desenvolvimento. Conseqüentemente, os usos das águas apresentam-se em escala elevada, com tendência a se ampliar principalmente com relação ao consumo industrial (agroindústrias) e a irrigação. Menciona-se a bacia do Rio tributário do médio Alto-Paraguai, que se destaca pelas atividades econômicas concentradas na agricultura e agroindústria.

3.8.1. Usos Consuntivos

O abastecimento público das cidades localizadas no Alto Paraguai é feito mediante captação em mananciais de superfície e em poços subterrâneos conforme indicado no Quadro 017.

39

QUADRO 017 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO ALTO PARAGUAI

MANANCIAL VAZÃO TOTAL DE MUNICÍPIO TRATAMENTO SUPERFICIAL SUBTERRÂNEO CAPTAÇÃO I/s Alto Paraguai Rio Paraguai 11 poços S.D. e E.T.A. 16,2 10 poços S.D. 20,6 Arenápolis 8 poços S.D. 28,3 Rio Paraguai 9 poços E.T.A. 26,0 Cáceres Rio Paraguai 20 poços S.D. e E.T.A. 113,4 Denise 4 poços S.D. 8,7 Figueirópolis 2 poços S.D. 5,0 Glória D`Oeste 4 poços S.D. Indiavaí 2 poços S.D. 2,3 Jauru Córrego Fortuna 9 poços S.D. e E.T.A. 11,4 Lambari D`Oeste 7 poços Mirassol D`Oeste Córrego Parnaíta 9 poços E.T.A. 28,4 Nortelândia Rio Santana 3 poços S.D. e E.T.A. 25(E.T.A.) Nova Marilândia 1 poço S.D. 2,7 Nova Olímpia Mina São João 3 poços S.D. 6,1 Poconé Rio Bento Gomes 19 poços E.T.A. Porto Esperidião Rio Jauru 3 poços Filtro Russo 5,6 1 poço Reserva do Cabaçal 2 poços S.D. 4,5 Rio Branco Rio Bracinho 2 poços E.T.A. 11,3 Salto do Céu Rio Branco 5 poços E.T.A. 4,8 4 poços S.D. 2,5 São José dos Quatro Marcos Córrego Manuel Paulino 13 poços S.D. e E.T.A. 33,3 Tangará da Serra Córrego Queima Pés 15 poços S.D. e E.T.A. 70,9 FONTE: Caracterização Hidrográfica do Estado de Mato Grosso. PNUD/PRODEAGRO 1995 (Relatório Preliminar) SANEMAT, 1995 Notas: S.D. - Simples Desinfecção E.T.A - Estação de Tratamento de Água Convencional 40

Embora o consumo industrial possa ser identificado por um elevado quadro de indústrias (Quadro 018), não existem registros que indiquem derivações diretas com esse objetivo. Considera-se que o consumo industrial de água esteja incluído nos serviços públicos de abastecimento.

O consumo rural é realizado de forma difusa nas propriedades distribuídas ao longo da bacia, que constitui a região de maior produtividade pecuária do Estado, principalmente ao longo da BR-364.

A irrigação, difusa em pequenos projetos na bacia, representa um uso crescente das águas, tendo em vista o processo de ampliação em que se encontra a produção agrícola da bacia, caracterizada como grande produtora de gado. O município de Diamantino concentra 7.207,5 ha de áreas irrigadas, enquanto que Tangará da Serra reúne 2.440 ha. Outros projetos de maior porte ocorrem em Barra do Bugres (95 ha); Cáceres (38,5 ha); Mirassol do Oeste (26 ha); Jauru (10,5 ha) e Porto Esperidião com 1,5 ha.

De menor expressão é o consumo de água em projetos de aquicultura representados por 16 tanques de cultivo de Pacu em Barra do Bugres; 12 tanques em Cáceres e 26 tanques em Tangará da Serra, perfazendo um total de 8,5 ha de área compreendida pelos tanques de piscicultura.

Conforme pode ser visto no Quadro 018a a população prevista para 2.015 é cerca de 455 mil habitantes na bacia, ou seja 15% superior que a de 2.000. Essa população vai demandar por volta de 790 l/s de vazão, considerando um per capita de 150 litros por habitante por dia, (vide Quadro 018b). Como conseqüência é prevista a geração de aproximadamente 24.500 kg de DBO por dia, considerando um per capita de 54 gramas de DBO por dia, que se não forem tratados ou dispostos adequadamente poderão exercer uma pressão poluidora nos cursos hídricos (vide Quadro 018c).

41

QUADRO 018 ATIVIDADES INDUSTRIAIS DO ALTO PARAGUAI

MUNICÍPIO ATIVIDADE INDÚSTRIA

Alto Paraguai Curtume Curtume Anuipoli laticínio Coop. Agrop. do Noroeste de Mato Grosso Araputanga abate e frigorífico bovino Frigorífico Araputanga Arenápolis laticínio Laticínio Arenápolis Barra do Bugres destilaria de álcool Barrálcool Usina da Barra laticínio Laticínio Leite Sano refrigerantes Refrigerantes Cinco Estrelas Cáceres abate e frigorífico bovino Frigorífico Vale do Sol curtume Tannery do Brasil Figueirópolis laticínio Coopnoroeste Indiavaí laticínio Leite Sano destilaria de álcool Cooprocani PCH Santa Lucia refrigerantes Fabricantes dos Prod. Bebida Sol usina de álcool Coocapo Poconé laticínio Laticínio Cadispral fecularia de mandioca Feculária Poconé PCH Juína Mirim Rio Juína Mirim Coopnoroeste Salto do Céu laticínio Coopnoroeste abate e frigorífico de bovinos Frigorífico Quatro Marcos São José dos Quatro Marcos laticínio Laticínio Monte Castelo laticínio Laticínio Leite Sano destilaria de álcool Coop. Agrop. de Prod. de Cana Tangará da Serra laticínio Coop. Mista Vale do Sepotuba refrigerantes Tubaína Tupi abatedouro de aves Anhambi FONTE: Caracterização Hidrográfica do Estado de Mato Grosso PNUD/PRODEAGRO, 1995 (Relatório Preliminar) 42

QUADRO 018a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO ALTO PARAGUAI

BACIA MUNICIPIO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO

1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 660,0a ALTO PARAGUAI 10.656 13.854 11.227 10.683 10.418 10.263 10.135 660,0a ARENÁPOLIS 13.308 19.617 12.988 13.407 13.555 13.774 13.843 660,0a BARRA DO BUGRES 15.828 22.264 20.571 23.701 26.574 28.688 30.468 660,0a DENISE 4.434 4.785 8.162 10.639 13.839 17.331 21.354 660,0a DIAMANTINO 6.463 16.620 15.387 15.779 16.177 16.316 16.398 660,0a NORTELÂNDIA 10.447 10.068 9.999 10.321 10.434 10.550 10.656 660,0a NOVA MARILÂNDIA 2.511 3.294 4.203 5.116 6.045 660,0a SANTO AFONSO 3.001 2.782 2.632 2.593 2.554 660,0b TANGARÁ DA SERRA 31.303 39.848 50.925 58.673 65.309 70.311 74.804 660,0c CÁCERES 52.644 77.540 73.596 78.076 78.557 79.029 79.425 660,0c LAMBARI D'OESTE 5.784 5.319 5.009 4.857 4.751 660,0c MIRASSOL D'OESTE 18.595 25.864 23.717 25.160 26.053 26.671 27.074 660,0c NOVA OLÍMPIA 3.588 7.030 12.000 15.376 19.531 23.886 28.739 660,0c PORTO ESTRELA 4.751 4.404 4.167 4.105 4.044 660,0c RESERVA DO CABAÇAL 5.952 3.186 2.789 2.585 2.457 2.371 2.308 660,0c RIO BRANCO 11.621 11.845 5.730 5.899 6.033 6.100 6.161 660,0c SALTO DO CÉU 11.191 7.410 5.669 5.213 4.909 4.761 4.656 660,0d FIGUEIRÓPOLIS D'OESTE 7.076 5.413 4.821 4.469 4.250 4.101 3.991 660,0d INDIAVAÍ 2.155 2.023 1.869 1.732 1.647 1.589 1.547 660,0d PORTO ESPERIDIÃO 6.413 8.586 8.036 7.390 6.958 6.748 6.601 660,0d JAURU 9.625 13.247 11.864 11.343 11.212 11.056 10.995 660,0e GLÓRIA D'OESTE 3.878 3.594 3.418 3.298 3.210 660,0e SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS 18.204 22.011 21.828 22.385 22.836 23.032 23.182 660.0c ARAPUTANGA 14.998 12.560 13.127 14.689 15.824 16.854 17.801 663,0b POCONÉ 23.359 29.856 30.595 32.457 34.714 37.041 38.010 663,0c4 BARÃO DE MELGAÇO 8.253 9.858 7.852 7.220 6.867 6.530 6.507

286.113 363.485 372.677 396.590 417.584 436.969 455.259

QUADRO 018b PROJEÇÃO DA VAZÃO EM l/s DA BACIA DO ALTO PARAGUAI

BACIA MUNICIPIO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO

1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 660,0a ALTO PARAGUAI 19 24 19 19 18 18 18 660,0a ARENÁPOLIS 23 34 23 23 24 24 24 660,0a BARRA DO BUGRES 27 39 36 41 46 50 53 660,0a DENISE 8 8 14 18 24 30 37 660,0a DIAMANTINO 11 29 27 27 28 28 28 660,0a NORTELÂNDIA 18 17 17 18 18 18 18 660,0a NOVA MARILÂNDIA - - 4 6 7 9 10 660,0a SANTO AFONSO - - 5 5 5 5 4 660,0b TANGARÁ DA SERRA 54 69 88 102 113 122 130 660,0c CÁCERES 91 135 128 136 136 137 138 660,0c LAMBARI D'OESTE - - 10 9 9 8 8 660,0c MIRASSOL D'OESTE 32 45 41 44 45 46 47 660,0c NOVA OLÍMPIA 6 12 21 27 34 41 50 660,0c PORTO ESTRELA - - 8 8 7 7 7 660,0c RESERVA DO CABAÇAL 10 6 5 4 4 4 4 660,0c RIO BRANCO 20 21 10 10 10 11 11 660,0c SALTO DO CÉU 19 13 10 9 9 8 8 660,0d FIGUEIRÓPOLIS D'OESTE 12 9 8 8 7 7 7 660,0d INDIAVAÍ 4 4 3 3 3 3 3 660,0d PORTO ESPERIDIÃO 11 15 14 13 12 12 11 660,0d JAURU 17 23 21 20 19 19 19 660,0e GLÓRIA D'OESTE - - 7 6 6 6 6 660,0e SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS 32 38 38 39 40 40 40 660.0c ARAPUTANGA 26 22 23 26 27 29 31 663,0b POCONÉ 41 52 53 56 60 64 66 663,0c4 BARÃO DE MELGAÇO 14 17 14 13 12 11 11

497 631 647 689 725 759 790

QUADRO 018c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL DE DBO EM kg/d DA BACIA DO ALTO PARAGUAI

BACIA MUNICIPIO CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 660,0a ALTO PARAGUAI 575 748 606 577 563 554 547 660,0a ARENÁPOLIS 719 1.059 701 724 732 744 748 660,0a BARRA DO BUGRES 855 1.202 1.111 1.280 1.435 1.549 1.645 660,0a DENISE 239 258 441 574 747 936 1.153 660,0a DIAMANTINO 349 897 831 852 874 881 885 660,0a NORTELÂNDIA 564 544 540 557 563 570 575 660,0a NOVA MARILÂNDIA - - 136 178 227 276 326 660,0a SANTO AFONSO - - 162 150 142 140 138 660,0b TANGARÁ DA SERRA 1.690 2.152 2.750 3.168 3.527 3.797 4.039 660,0c CÁCERES 2.843 4.187 3.974 4.216 4.242 4.268 4.289 660,0c LAMBARI D'OESTE - - 312 287 270 262 257 660,0c MIRASSOL D'OESTE 1.004 1.397 1.281 1.359 1.407 1.440 1.462 660,0c NOVA OLÍMPIA 194 380 648 830 1.055 1.290 1.552 660,0c PORTO ESTRELA - - 257 238 225 222 218 660,0c RESERVA DO CABAÇAL 321 172 151 140 133 128 125 660,0c RIO BRANCO 628 640 309 319 326 329 333 660,0c SALTO DO CÉU 604 400 306 282 265 257 251 660,0d FIGUEIRÓPOLIS D'OESTE 382 292 260 241 229 221 216 660,0d INDIAVAÍ 116 109 101 94 89 86 84 660,0d PORTO ESPERIDIÃO 346 464 434 399 376 364 356 660,0d JAURU 520 715 641 613 605 597 594 660,0e GLÓRIA D'OESTE - - 209 194 185 178 173 660,0e SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS 983 1.189 1.179 1.209 1.233 1.244 1.252 660.0c ARAPUTANGA 810 678 709 793 855 910 961 663,0b POCONÉ 1.261 1.612 1.652 1.753 1.875 2.000 2.053 663,0c4 BARÃO DE MELGAÇO 446 532 424 390 371 353 351

15.450 19.628 20.125 21.416 22.550 23.596 24.584 FONTE: CNEC, 2000 43

3.8.2. Usos não Consuntivos

A geração de energia representa o uso não consuntivo de maior destaque na bacia que reúne um potencial de 290,68 MW, distribuídos ao longo da área conforme indicado no Quadro 019.

Atualmente encontra-se operando a PCH Pedro Pedrossian (CEMAT) gerando 1,68 MW.

A navegação no Alto Paraguai é historicamente referida como importante via de comunicação e acesso da região com o restante do país, apesar de mais recentemente vir perdendo essa posição em função das rodovias implantadas e da perda de capacidade dos rios pelo processo de assoreamento, não permitindo o tráfego de embarcações de grande porte. Segundo informações do DVOP, existe trecho de 259 km de via navegável no próprio Rio Paraguai desde a sede municipal de Cáceres até a a fronteira com a Bolívia. Há referências do Agrupamento Hidrovia Paraguai-Paraná para melhorias na Hidrovia Cáceres-Corumbá.

A região do Alto Paraguai concentra atualmente cerca de 90% da produção pesqueira do Estado de Mato Grosso, sendo os maiores centros pesqueiros as cidades de Barra do Bugres e Cáceres. Além da exploração comercial, a pesca é largamente difundida como atividade de lazer pela população ribeirinha.

A utilização dos recursos hídricos no lazer e recreação é prática observada nas imediações dos centros urbanos e nas nascentes dos córregos e riachos que reúnem atrações naturais diversas para o lazer contemplativo.

Finalmente a utilização dos cursos d’água da bacia no transporte de despejos e sedimentos provenientes das atividades mineradoras (garimpos de ouro, diamante e outros minérios) é prática que vem gradativamente comprometendo a qualidade das águas, de forma especial nas nascentes do Rio Paraguai nos municípios de Arenápolis e Nortelândia, como também no médio curso do rio, na área de drenagem do Rio Coleção.

Há que se ressaltar a inexistência de sistemas de tratamento de esgoto nos núcleos urbanos situados nas margens dos cursos d’água, que ocorrem em elevada concentração na bacia, lançando os esgotos urbanos diretamente nas coleções hídricas.

44

QUADRO 019 USINAS HIDRELÉTRICAS DO ALTO PARAGUAI DENOMINAÇÃO LOCALIZAÇÃO POTÊNCIA (MW) ESTÁGIO ATUAL

PCH Pedro Pedrossiam Rio Paraguai 1,68 Operação (CEMAT)

UHE Jubá I Rio Jubá 42,00 Construção (iniciativa privada)

UHE Jubá II Rio Jubá 42,08 Estudos de Viabilidade (iniciativa privada)

UHE Jauru Rio Jauru 56,00 Estudos de Viabilidade

UHE Turiba Rio Jaurú 40,00 Estimativa de Potencial

Salto do Sepotuba Rio Sepotuba 15,00 Projeto Básico (iniciativa privada)

Salto Jubá Rio Jubá 3,00 Reconhecimento do Local

Salto Maciel Rio Sepotuba 8,00 Reconhecimento do Local

PCH Rio Branco Rio Branco 3,00 Reconhecimento do Local

UHE Jubá "o" Rio Jubá 20,00 Reconhecimento de Local

UHE Jubá "o" Rio Jubá 20,00 Reconhecimento de Local (iniciativa privada) POTÊNCIA TOTAL 290,68

FONTE: Relatório Técnico 001/TPS TPEE 03/95 - CEMAT 45

3.9. Sub-bacia do Cuiabá

O Rio Araguaia com seus principais afluentes drena uma área de considerável desenvolvimento econômico, proporcionando um uso intenso de seus recursos hídricos, conforme se descreve, sucintamente a seguir

A sub-bacia do Cuiabá corresponde a região mais populosa e desenvolvida do Estado. Conseqüentemente, os usos das águas se apresentam mais intensos que nas outras bacias e com tendência a se ampliar principalmente com relação ao consumo doméstico e industrial. Nessa bacia encontram-se também áreas de uso turístico, onde o elemento água é de fundamental importância com aspecto estético e de contato primário (como exemplo tem-se as cachoeiras e as praias no Rio Coxipó).

3.9.1. Usos Consuntivos

Drenando a região de maior densidade demográfica do Estado, incluindo a capital Cuiabá, o Rio Cuiabá proporciona os mais diversificados usos de suas águas, sendo o mais importante o abastecimento público. Constitui-se no principal manancial de abastecimento de Cuiabá e Várzea Grande. Com um total de 4 pontos de captação, dos quais 2 situam-se no Rio Cuiabá e os demais no Rio Coxipó e no Ribeirão do Lipa. O sistema possui uma demanda de 2.050 l/s. Proporciona o atendimento de 97% da população e também o atendimento da demanda industrial. No perímetro urbano de Cuiabá e Várzea Grande concentra-se o maior parque industrial do Estado, tendo a rede pública de abastecimento como fonte de suprimento de água. O Quadro 020 e o Quadro 021 apresentam, respectivamente, os sistemas de abastecimento de água das cidades da bacia e as atividades industriais instaladas.

46

QUADRO 020 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO CUIABÁ MANANCIAL VAZÃO TOTAL DE MUNICÍPIO TRATAMENTO SUPERFICIAL SUBTERRÂNEO CAPTAÇÃO I/s Rio Cuiabá 6 poços E.T.A. e S.D. 12(E.T.A.)

Barão de Melgaço Rio Cuiabá 4 poços E.T.A. 14(E.T.A.)

Chapada dos Guimarães Córrego Quimera e Manjolinho 2 poços S.D.

Cuiabá Rio Cuiabá e Coxipó 87 poços E.T.A. e S.D. 2009(E.T.A.)

Jangada 4 poços S.D.

Nobres Rio Nobre 1 poço S.D.

Nª. Sª. do Livramento 7 poços S.D.

Nova Brasilândia 6 poços S.D.

Rosário Oeste Rio Cuiabá 7 poços E.T.A. 25(E.T.A.)

Santo Antônio do Leverger Rio Cuiabá 19 poços E.T.A. e S.D. 14(E.T.A.)

Várzea Grande Rio Cuiabá 54 poços E.T.A. e S.D. 311(ET.T.A.) FONTE: Caracterização Hidrográfica do Estado de Mato Grosso. PNUD/PRODEAGRO 1995 (Relatório Preliminar) SANEMAT, 1995 Notas: S.D. - Simples Desinfecção E.T.A. - Estação de Tratamento de Água Convencional 47

QUADRO 021 ATIVIDADES INDUSTRIAIS DO CUIABÁ

MUNICÍPIO ATIVIDADE INDÚSTRIA

Acorizal laticínio Laticínio Pérola Chapada dos Guimarães abate bovino F.M.G. Santa Mônica laticínio Laticínio Beira Rio laticínio Cia. Matogrossense de Leite Sano cervejaria Cia. Cervejaria Cuiabana abate animais Marques e Caetano óleos vegetais Teka Agroindustrial Salto do Céu óleos vegetais Olvepar oleo de soja Perdigão óleos vegetais Rio Verde produtos limpeza Indústria Química Cuiabá alimentícia Di Firenzzi Indústria de Alimentos bebidas Indústria Comércio e Bebidas Itamarati Jangada aguardente Jangada Agropastoril destilaria de álcool Destilaria de Álcool e Aguardentes Nobres Nossa Senhora do Livramento laticínio Laticínio Ponta Giro Nova Brasilândia laticínio Coop. Agropecuária Mista de Rosário Oeste laticínio Cia. Matogrossense de Leite Sano curtume Berto S/A refrigerantes Centro América Bebidas abate bovinos Frigopan pescado-frigorífico Frigorífico Mato Grosso abate bovinos Frivag. Frigorífico Várzea Grandense refrigerantes Refrigerantes do Noroeste Várzea Grande refrigerantes Refrigerantes Junior refrigerantes Refrigerantes Friss abate de animais Sadia Agrícola abate bovinos Sadia Oeste cortume Curtume Stephan rações Vargil abate e frigorífico Frigorifico Nossa Senhora da Guia FONTE: Caracterização Hidrográfica do Estado de Mato Grosso PNUD/PRODEAGRO, 1995 (Relatório Preliminar) 48

Ao longo do seu curso, o Rio Cuiabá constitui-se ainda no principal manancial de abastecimento para as cidades de Rosário D’ Oeste e Santo Antônio do Leverger.

O uso das águas da bacia na produção de alimentos ocorre de forma difusa, principalmente em irrigação de pequenas culturas de hortaliças, localizadas às margens dos cursos d’água, onde os horticultores aproveitam a fertilidade dos solos após os período das cheias, cultivando produtos comercializados nos centros urbanos. De forma idêntica, a utilização rural das águas de superfície ocorre de maneira genérica ao longo da bacia para dessedentação dos rebanhos; no suprimento doméstico e no cultivo de culturas temporárias e de subsistência. Ressalta-se que a área compreendida pela bacia do Rio Cuiabá representa uma das maiores produtoras de produtos agropecuários do Estado. Não existem registros de projetos de aqüicultura na área.

Conforme pode ser visto no Quadro 021a a população prevista para 2015 é cerca de 1.020 mil habitantes na bacia, ou seja 28% superior que a de 2000. Essa população vai demandar por volta de 2.200 l/s de vazão, considerando um per capita de 150 litros por habitante por dia, e 190 l/hab/dia para Cuiabá e Várzea Grande (vide Quadro 021b). Como conseqüência é prevista a geração de aproximadamente 55.000 kg de DBO por dia, considerando um per capita de 54 gramas de DBO por dia, que se não forem tratados ou dispostos adequadamente poderão exercer uma pressão poluidora nos cursos hídricos (vide Quadro 021c).

49

QUADRO 021a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO CUIABÁ

BACIA MUNICIPIO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 661,0b CHAPADA DOS GUIMARÃES 9.366 12.888 14.598 16.223 17.988 19.425 20.365 661,0c NOVA BRASILÂNDIA 11.495 9.612 5.938 5.549 5.331 5.199 5.095 661,0d ACORIZAL 4.193 5.308 5.993 6.925 8.061 9.139 10.059 661,0d CUIABÁ 209.553 402.813 433.355 475.849 513.889 547.632 576.152 661,0d JANGADA 4.423 5.227 6.630 7.661 8.918 10.110 11.129 661,0d NOBRES 11.496 15.174 15.266 17.083 18.597 19.580 20.374 661,0d NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO 10.264 10.472 10.899 11.688 12.395 12.802 12.837 661,0d ROSÁRIO OESTE 19.758 20.050 16.019 15.240 14.863 14.641 14.423 661,0d SANTO ANTONIO DO LEVERGER 11.722 15.389 15.314 15.704 15.751 15.799 15.846 661,0d VÁRZEA GRANDE 76.676 161.958 193.401 224.848 259.397 295.299 331.885

368.946 658.891 717.413 796.770 875.190 949.625 1.018.164

QUADRO 021b PROJEÇÃO DA VAZÃO EM l/s DA BACIA DO CUIABÁ

BACIA MUNICIPIO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 661,0b CHAPADA DOS GUIMARÃES 16 22 25 28 31 34 35 661,0c NOVA BRASILÂNDIA 20 17 10 10 9 9 9 661,0d ACORIZAL 7 9 10 12 14 16 17 661,0d CUIABÁ 461 886 953 1.046 1.130 1.204 1.267 661,0d JANGADA 8 9 12 13 15 18 19 661,0d NOBRES 20 26 27 30 32 34 35 661,0d NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO 18 18 19 20 22 22 22 661,0d ROSÁRIO OESTE 34 35 28 26 26 25 25 661,0d SANTO ANTONIO DO LEVERGER 20 27 27 27 27 27 28 661,0d VÁRZEA GRANDE 169 356 425 494 570 649 730

773 1.405 1.536 1.708 1.877 2.039 2.188

QUADRO 021c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL DE DBO EM kg/d DA BACIA DO CUIABÁ

BACIA MUNICIPIO CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 661,0b CHAPADA DOS GUIMARÃES 506 696 788 876 971 1.049 1.100 661,0c NOVA BRASILÂNDIA 621 519 321 300 288 281 275 661,0d ACORIZAL 226 287 324 374 435 493 543 661,0d CUIABÁ 11.316 21.752 23.401 25.696 27.750 29.572 31.112 661,0d JANGADA 239 282 358 414 482 546 601 661,0d NOBRES 621 819 824 922 1.004 1.057 1.100 661,0d NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO 554 565 589 631 669 691 693 661,0d ROSÁRIO OESTE 1.067 1.083 865 823 803 791 779 661,0d SANTO ANTONIO DO LEVERGER 633 831 827 848 851 853 856 661,0d VÁRZEA GRANDE 4.141 8.746 10.444 12.142 14.007 15.946 17.922

19.923 35.580 38.740 43.026 47.260 51.280 54.981 FONTE: CNEC, 2000 50

3.9.2. Usos não Consuntivos

Apesar da existência de sistemas de tratamento de esgoto em algumas das cidades localizadas às margens dos rios da bacia do Rio Cuiabá, a exemplo de Cuiabá e Várzea Grande, as águas de superfície são amplamente utilizadas para diluição dos esgotos urbanos, constituídos pelos despejos domésticos e industriais. As cidades onde existe sistema de esgotamento sanitário, além de apresentarem um índice de atendimento muito baixo têm uma eficiência de remoção pequena para as cargas poluidoras. Assim, por não absorver toda a demanda das cidades, conduzem ao lançamento de grande carga de esgoto in natura no Rio Cuiabá e na rede de afluentes que drenam o perímetro urbano. São estimados 26 ton de DBO/dia. Em conseqüência, observa-se o comprometimento da qualidade das águas superficiais das sub-bacias dos afluentes drenantes da malha urbana, e do próprio Rio Cuiabá.

O serviço de esgotamento sanitário das cidades de Cuiabá e Várzea Grande, composto por um sistema integrado e por 30 sistemas isolados, atendia, segundo dados da SANEMAT/1993, a aproximadamente 30% da população. Do sistema integrado, absorvendo de forma conjunta o esgotamento das cidades de Cuiabá e Várzea Grande, encontra-se implantada apenas a primeira etapa prevista pelo projeto, compreendendo, além da rede coletora, sistemas de tratamento compostos por tratamento preliminar, lodo ativado, flotadores e filtros prensa distribuídos pelos bairros atendidos.

Os sistemas isolados constituídos por equipamentos de coleta em áreas restritas, normalmente conjuntos habitacionais, não dispõem, na sua totalidade, de sistemas de tratamento. De acordo com dados da SANEMAT (1994), dos 30 sistemas existentes apenas 12 encontravam-se operando com algum tipo de tratamento do tipo digestores Imhoff, fossas sépticas, filtros biológicos ou lagoas de estabilização.

A capacidade de depuração do Rio Cuiabá leva, contudo, a absorção da carga orgânica recebida na malha urbana de Cuiabá/Várzea Grande, não constituindo-se em maiores problemas para as áreas de jusante. Ressalte-se contudo que, no que tange à contaminação bacteriológica, a presença dos coliformes representa um relevante comprometimento às águas do Rio Cuiabá.

Ao longo do seu curso, o Rio Cuiabá e sua rede de contribuintes são utilizados como receptores de despejos domésticos de todas as nucleações urbanas situadas às suas margens, que não dispõem de sistemas urbanos de coleta e tratamento de esgoto.

As águas do Rio Cuiabá e seus principais afluentes são também utilizadas na geração de energia existindo 1 PCH em operação, (PCH Rio da Casca operada pela CEMAT), e um potencial hidrelétrico de 437,97 MW, conforme indicado no Quadro 022.

A pesca ocorre de forma mais intensa nas imediações de Cuiabá e Várzea Grande, onde é explorada comercialmente, devido à infra-estrutura existente nesses dois núcleos. Nas cidades de Santo Antônio do Leverger; Nossa Sª. do Livramento e Barão de Melgaço a pesca comercial apresenta-se em plena expansão, com uma infra-estrutura em processo de implantação. O Rio Cuiabá contribui com aproximadamente 80% da produção de pescado do Estado. Vale mencionar a crescente prática da pesca turística, principalmente na região pantaneira, Barão de Melgaço, e Poconé, (bacia do Rio Paraguai), que têm apresentado nos últimos anos elevados índices de crescimento.

A pesca informal de lazer e de subsistência é também uma prática bastante explorada ao longo de toda a bacia onde a variedade das espécies existentes a torna bastante atraente e usual entre os habitantes locais.

51

A navegação no Rio Cuiabá, até algumas décadas atrás a única via de comunicação com o restante do país, atualmente se restringe ao período das cheias para embarcações de pequeno calado.

A população ribeirinha utiliza os rios para o lazer, principalmente nas imediações dos centros urbanos com destaque a Cuiabá e Várzea Grande que de forma mais intensa procuram os rios Cuiabá e Coxipó, para banhos e pesca amadorística. Como praias mais freqüentadas citam-se a Praia Grande em Cuiabá e de Santo Antônio do Leverger.

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QUADRO 022 USINAS HIDRELÉTRICAS DO CUIABÁ POTÊNCIA DENOMINAÇÃO LOCALIZAÇÃO ESTÁGIO ATUAL (MW) UHE Rosário Oeste Rio Cuiabá 88,00 Estudos de Viabilidade UHE Rio Manso Rio Manso 220,00 Construção (ELETRONORTE) UHE Guia Rio Cuiabá 100,00 Estudos de Viabilidade Salto Roncador Rio da Casca 1,12 Estudos de Viabilidade PCH Rio da Casca Rio da Casca 15,00 Operação (CEMAT) Salto José de Campos Rio da Casca 1,70 Reconhecimento do Local (iniciatica privada) PCH São Judas Tadeu Rio Aricá Açu 3,00 Projeto Básico PCH Cuiabá Mirim Rio Cuiabá Mirim 2,20 Projeto Básico PCH Caete 2,90 Projeto Básico (iniciativa privada) Glória 1,50 Projeto Básico Quaiti 0,75 Projeto Básico (iniciativa privada) Porteira 1,80 Projeto Básico POTÊNCIAL TOTAL 437,97 FONTE: Relatório Técnico 001/TPS/TPEE 03/95 - CEMAT 53

3.10. Sub-bacias do São Lourenço/Vermelho e Taquari/Correntes

Compreende uma região também de elevado desenvolvimento econômico, onde a agricultura, as atividades industriais e a pecuária apresentam um grande grau de participação na economia. Conseqüentemente, a exploração e utilização dos recursos hídricos se fazem de forma intensa.

3.10.1. Usos Consuntivos

O abastecimento público dos municípios localizados na área ocorre com a utilização em maior escala dos recursos subterrâneos, embora para algumas cidades sejam realizadas também captações nos cursos hídricos de superfície (Quadro 023). Vale mencionar que, além das redes municipais, alguns dos mais importantes núcleos urbanos localizados na área rural dispõem de sistemas públicos de abastecimento de água, com utilização dos mananciais de superfície e subterrâneos da bacia.

Embora com um expressivo quadro de atividades industriais, a bacia não dispõe de registros que indiquem a captação própria para essas atividades, sendo seu suprimento efetuado pelas redes públicas de abastecimento. O Quadro 024 apresenta as unidades industriais operando na bacia.

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QUADRO 023 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO SÃO LOURENÇO/ITIQUIRA/CORRENTES

MANANCIAL VAZÃO TOTAL DE MUNICÍPIO TRATAMENTO CAPTAÇÃO (I/s) SUPERFICIAL SUBTERRÂNEO

Dom Aquino Rio São Lourenço 10 poços S.D. e E.T.A. 19,9

Jaciara Córrego Cacheirinha 4 poços S.D. e E.T.A. 48,1

Juscimeira 7 poços S.D. 10,0

Pedra Preta 6 poços S.D. 10,0

Poxoréu 9 poços S.D. 37,3

Rondonópolis Rio Vermelho 41 poços S.D. e E.T.A. 340,7

São José do Povo 2 poços S.D. 2,0

São Pedro da Cipa Rio São Lourenço 2 poços E.T.A. 12 (E.T.A.)

Alto Taquari

Itiquira 4 poços S.D.

FONTE: Caracterização Hidrográfica do Estado de Mato Grosso. PNUD/PRODEAGRO 1995 (Relatório Preliminar) SANEMAT, 1995 Notas: S.D. - Simples Desinfecção E.T.A. - Estação de Tratamento de Água Convencional 55

QUADRO 024 ATIVIDADES INDUSTRIAIS DO SÃO LOURENÇO/ITIQUIRA/CORRENTES

MUNICÍPIO ATIVIDADE INDÚSTRIA

Dom Aquino laticínio Comajul

Jaciara usina de açúcar Usina Jaciara

Juscimeira laticínio Coop. Agrop. Usina de Juscimeira laticínio Agropecuária Cananéia laticínio Laticínio Leite Sano laticínio Laticínio Leite Sano Rondonópolis abate e frigorífico F. Lemos e Alencar Itiquira laticínio Laticínio Itibom

FONTE: Caracterização Hidrográfica do Estado de Mato Grosso PNUD/PRODEAGRO, 1995 (Relatório Preliminar) 56

O consumo de água rural ocorre de forma difusa ao longo da bacia, que possui uma grande produção pecuária, reunindo o maior rebanho bovino do Estado. A produção agrícola (soja, cana-de-açúcar, arroz) também é muito expressiva no cenário econômico do Estado.

A irrigação ocorre de forma dispersa e artesanal em quase toda a extensão do Pantanal, onde os hortifrutigranjeiros cultivam as áreas alagadiças no período pós-enchentes, quando o solo apresenta condições excepcionais de produtividade. Na bacia de drenagem dos rios Correntes/Itiquira há registro de 240 ha irrigados.

Conforme pode ser visto no Quadro 024a a população prevista para 2015 é cerca de 350 mil habitantes na bacia, ou seja, 27% superior que a de 2000. Essa população vai demandar por volta de 600 l/s de vazão, considerando um per capita de 150 litros por habitante por dia, (vide Quadro 024b). Como conseqüência é prevista a geração de aproximadamente 19.000 kg de DBO por dia, considerando um per capita de 54 gramas de DBO por dia, que se não forem tratados ou dispostos adequadamente poderão exercer uma pressão poluidora nos cursos hídricos (vide Quadro 024c).

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QUADRO 024a PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO DA BACIA DO SÃO LOURENÇO-TAQUARI-CORRENTES

BACIA MUNICIPIO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 662,0a CAMPO VERDE 2.451 5.975 10.746 13.770 17.660 21.916 25.794 662,0a DOM AQUINO 11.329 8.934 8.247 8.490 8.640 8.618 8.636 662,0a JACIARA 14.437 21.917 20.953 24.141 26.654 28.799 30.584 662,0a JUSCIMEIRA 12.759 10.948 11.380 12.176 12.639 12.839 12.878 662,0a SÃO PEDRO DA CIPA 3.577 3.961 4.293 4.553 4.747 662,0b PEDRA PRETA 12.346 11.225 12.783 14.304 15.292 15.928 16.395 662,0b POXORÉO 22.582 23.878 21.846 20.680 20.939 21.203 21.415 662,0b RONDONÓPOLIS 81.366 126.627 142.524 162.647 181.452 196.971 211.302 662,0b SÃO JOSÉ DO POVO 3.137 3.474 3.666 3.768 3.828 662,0c ITIQUIRA 7.002 8.005 7.871 8.103 8.308 8.496 8.587 662,0e 1.807 3.014 3.233 3.580 3.777 3.882 3.944

166.079 220.523 246.297 275.326 303.319 326.975 348.109

QUADRO 024b PROJEÇÃO DA VAZÃO EM l/s DA BACIA DO SÃO LOURENÇO-TAQUARI-CORRENTES

BACIA MUNICIPIO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 662,0a CAMPO VERDE 4 10 19 24 31 38 45 662,0a DOM AQUINO 20 16 14 15 15 15 15 662,0a JACIARA 25 38 36 42 46 50 53 662,0a JUSCIMEIRA 22 19 20 21 22 22 22 662,0a SÃO PEDRO DA CIPA - - 6 7 7 8 8 662,0b PEDRA PRETA 21 19 22 25 27 28 28 662,0b POXORÉO 39 41 38 36 36 37 37 662,0b RONDONÓPOLIS 141 220 247 282 315 342 367 662,0b SÃO JOSÉ DO POVO - - 5 6 6 7 7 662,0c ITIQUIRA 12 14 14 14 14 15 15 662,0e ALTO TAQUARI 3 5 6 6 7 7 7

288 383 428 478 527 568 604

QUADRO 024c PROJEÇÃO DA CARGA POTENCIAL DE DBO EM kg/d DA BACIA DO SÃO LOURENÇO-TAQUARI-CORRENTES

BACIA MUNICIPIO CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA 1.980 1.991 1.996 2.000 2.005 2.010 2.015 662,0a CAMPO VERDE 132 323 580 744 954 1.183 1.393 662,0a DOM AQUINO 612 482 445 458 467 465 466 662,0a JACIARA 780 1.184 1.131 1.304 1.439 1.555 1.652 662,0a JUSCIMEIRA 689 591 615 657 683 693 695 662,0a SÃO PEDRO DA CIPA - - 193 214 232 246 256 662,0b PEDRA PRETA 667 606 690 772 826 860 885 662,0b POXORÉO 1.219 1.289 1.180 1.117 1.131 1.145 1.156 662,0b RONDONÓPOLIS 4.394 6.838 7.696 8.783 9.798 10.636 11.410 662,0b SÃO JOSÉ DO POVO - - 169 188 198 203 207 662,0c ITIQUIRA 378 432 425 438 449 459 464 662,0e ALTO TAQUARI 98 163 175 193 204 210 213

8.968 11.908 13.300 14.868 16.379 17.657 18.798 FONTE: CNEC, 2000 58

3.10.2. Usos não Consuntivos

O potencial energético estimado da bacia compreende um total de 449,7 MW distribuído ao longo dos cursos d’água conforme indicado no Quadro 025, dos quais apenas 0,8 MW são gerados atualmente.

A navegação é explorada apenas no trecho do baixo São Lourenço de forma limitada por pequenas embarcações, enquanto que a pesca é bastante explorada principalmente na região de Rondonópolis, que se constitui no centro pesqueiro da bacia com uma infra-estrutura instalada de porte médio.

A prática do lazer e recreação utilizando os recursos hídricos é bastante difundida, inclusive com crescente exploração turística na região das cabeceiras do Rio São Lourenço, rica em cachoeiras e quedas d’água, e na região pantaneira, onde os esportes náuticos são comumente explorados pela população local e turistas. Vale mencionar a prática da pesca turística que vem criando conflitos com a pesca comercial.

Finalmente, largas faixas de solo ocupadas pelo cultivo intensivo de monoculturas, soja, arroz, cana-de-açúcar, carreiam insumos agrícolas, comprometendo a qualidade das águas das coleções hídricas e do Pantanal Matogrossense. De forma idêntica, a concentração de núcleos urbanos no alto São Lourenço, sem dispor de sistema de tratamento de esgoto, vem lançando cargas orgânicas elevadas nos recursos hídricos da bacia.

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QUADRO 025 USINAS HIDRELÉTRICAS DO SÃO LOURENÇO/ITIQUIRA/CORRENTES

DENOMINAÇÃO LOCALIZAÇÃO POTÊNCIA ESTÁGIO ATUAL

(MW)

Salto Ten. Amaral 20,00 Reconhecimento do Local

PCH José Fragelli Rio Poxoréo 0,80 Operação (CEMAT)

Salto São Lourenço Rio São Lourenço 200,00

Salto Rio Itiquira Rio Itiquira iniciativa privada

Salto Rio Correntes Rio Correntes BR-163 200,00

Salto Rio Correntes Rio Correntes MT-464 10,0 Rio São Lourenço Rio São Lourenço 9,00 Reconhecimento do Local Campo Verde PCH Água Bonita Rio São Lourenço 1,20 Estimativa de Potencial (iniciativa privada) Rondonópolis PCH Água Limpa 0,70 Estimativa de Potencial (iniciativa privada)

POTÊNCIA TOTAL 441,70

FONTE: Relatório Técnico 001/TPS/TPEE 03/95 - CEMAT 60

3.11. Considerações Finais

O Estado de Mato Grosso apresenta uma população atual da ordem de 2,5 milhões de habitantes e a previsão para 2.020 é de 3,2 milhões. Essas grandezas são relativamente baixas se compradas com outros estados da União, como São Paulo e Rio de Janeiro, levando a conclusão que a população prevista é bem menor que a população que potencialmente poderá se desenvolver no Estado (vide Quadro 026)

A população prevista irá demandar, em 2.020, cerca de 6m3/s de água potável para seu abastecimento. Essa quantidade é pequena face às enormes quantidades disponíveis em cada bacia do Estado. Contudo deve-se ressalvar que a qualidade da água poderá vir a ser prejudicada pelas 175 toneladas de DBO diárias que potencialmente serão produzidas nas bacias. Em alguns casos essa enorme carga associada às de outras naturezas (como coliformes fecais) poderão impor custos adicionais aos tratamentos existentes ou a substituição de mananciais, bem como prejudicar a fauna.

Quanto ao potencial hidroenergético o Estado foi bem aquinhoado. Ele apresenta energia potencial total estimada em torno de 6.300 MW, sendo menos de 10% disso é utilizado atualmente.

Entre as bacias, a de maior população é do Cuiabá, seguida pelo Teles Pires, Alto Paraguai e Araguaia. As bacias que apresentam menor população são Aripuanã, Xingu e Juruena.

Entre as bacias de maior potencial hidroenergético estão as bacias do Juruena/Arinos e Teles Pires, sendo que a de menor potencial é a do Xingu.

Conforme foi salientado, a abundância dos recursos hídricos poderá responder pela satisfação das necessidades da população prevista para o Estado. Deve-se unicamente utiliza-lo de forma consciente e dentro do enfoque da sustentabilidade, para que ele não fique conspurcado e perca a sua função potencial.

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QUADRO 026 RESUMO DE USOS DA ÁGUA NO ESTADO

HIDRELÉTRICAS POPULAÇÃO DEMANDA DE ÁGUA CARGA DE ESGOTO CÓDIGO DA BACIA NOME DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS ATUAL POTENCIAL ATUAL 2020 ATUAL 2020 ATUAL 2020 151.1 Guaporé (exutório a jusante da divisa MT/RO) 0,65 57,21 78416 105830 136 184 4234 5715 157/158 Noroeste/Aripuanã (exutório a jusante da divisa MT/AM, na foz do rio Roosevelt) 6,20 212,60 19314 25511 34 39 1043 1216 171 Juruena/Arinos (exutório na confluência do Teles Pires, abrange pequena área do Estado do Amazonas) 0,00 2.636,70 177625 234708 308 407 9592 12674 174 Teles Pires (exutório na confluência do Juruena, abrange pequena área do Estado do Pará, bacia do rio São Benedito) 8,40 1.294,63 370816 516402 644 897 20024 27886 184 Xingu (exutório a jusante da Divisa MT/PA na confluência do rio Liberdade) 1,92 20,42 86282 121362 150 211 4659 6554 240 a 270 Araguaia (adotada a seção da divisa MT/TO; considerado margem esquerda e direita) 4,76 932,07 289762 413836 503 718 15647 22347 660 e 663 Alto Paraguai em Descalvado antes do Pantanal 1,68 290,68 396590 455259 689 790 21416 24584 661 Cuiabá em Barão de Melgaço 15,00 437,97 796770 1018164 1708 2188 43026 54981 662 São Lourenço/Itiquira/Correntes em Colônia Santa Isabel 0,80 441,70 275326 348109 478 604 14868 18798

TOTAL 39,41 6.323,98 2490901 3239181 4.650,00 6.038,00 134.509,00 174.755,00 FONTE: CNEC, 2000 Nota: Unidades Utilizadas - Hidrelétricas em MW - População em Habitantes - Demanda de Água Potável em Litros por Segundo - Carga de Esgoto em KG de DBO por dia 62

4. BIBLIOGRAFIA

AQUINO, Rosane Ferreira de. Aspectos da Qualidade da Água do Rio Cuiabá na Zona Urbana da Cidade de Cuiabá. UFMT. Cuiabá, jul./1995. CEMAT. Relatório Técnico 001/TPS/91 - rev. 1993. Potencial Hidrelétrico de Mato Grosso. TPS/TPEE. Cuiabá, mar./95. DNAEE - Inventário das Estações Fluviométricas. Brasília, 1987. FEMA. Estudo de Qualidade das Águas do Rio Cuiabá. Governo de Mato Grosso. Cuiabá, 1988. FEMA/UFMT. Aspectos da Qualidade da Água do Rio Cuiabá na Zona Urbana da Cidade de Cuiabá. FEMA. Cuiabá, 1995. IPH/UFRGS. Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai (PCBAP) Componente: Recursos Hídricos. Relatório Técnico-Científico Parcial. REC.HID. 1. Período: 2º semestre 1994. Estado de Mato Grosso do Sul. Jan./1995. ______. Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai (PCBAP) Componente: Hidrossedimentologia. Relatório Técnico-Científico Parcial HSD2. Período: Primeiro Trimestre 1995. Estado de Mato Grosso, abr./1995. LIMA, João Batista. Estudo Qualitativo do Rio Cuiabá no Perímetro Urbano da Cidade de Cuiabá-MT. Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano. Cuiabá, nov./1994. MATOS. Ivani da Silva. Avaliação da Qualidade Bacteriológica da Água Bruta do Rio Cuiabá. Pontos de Captação. UFMG. Cuiabá, 1988. MME. Ministério das Minas e Energia. Projeto RADAM. Levantamento de Recursos Naturais. Folhas: - SB.21 - Tapajós. Rio de Janeiro, 1975. - SC.20 - Porto Velho. Rio de Janeiro, 1978. - SD.20 - Guaporé. Rio de Janeiro, 1979. - SC.21 - Juruena. Rio de Janeiro, 1980. - SC.22 - Tocantins. Rio de Janeiro, 1980. - SD.22 - Goiás. Rio de Janeiro, 1981. - SD.21 - Cuiabá. Rio de Janeiro, 1982. - SE.21 - Corumbá. Rio de Janeiro, 1982. - SE.22 - Goiânia. Rio de Janeiro, 1983. PAUWELS. Pe. Geraldo José. Atlas Geográfico Melhoramentos. Editora Melhoramentos. PNUD/PRODEAGRO. Caracterização Hidrográfica do Estado de Mato Grosso (relatório preliminar). Governo do Estado de Mato Grosso. Cuiabá, 1995. ______. Estudo Regional da Fragilidade Potencial das Terras das Bacias Hidrográficos do Estado de Mato Grosso. Governo do Estado de Mato Grosso. Cuiabá, 1995. PRODEAGRO/FEMA/METAMAT. Diagnóstico das Atividades Mineradoras da Bacia do Rio Teles Pires. Capítulo II - Hidrossedimentologia. Governo do Estado de Mato Grosso. Cuiabá, jun./1995. ______. Diagnóstico das Atividades Mineradoras do Rio Teles Pires. Um Resumo - Governo do Mato Grosso. Cuiabá, jun./1995. SANEMAT. Relatório 002 - Diretoria de Expansão. Cuiabá, mai./1995. SEPLAN – Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral do Mato Grosso - DSEE-RH-MT-001 – Memória Técnica de Recursos Hídricos – Disponibilidade Hídrica-CNEC/Jul/2000 ______- DSEE-RH-MT-002 – Memória Técnica dos Elementos para a Elaboração do Mapa de Qualidade dos Recursos Hídricos do Estado de Mato Grosso – CNEC/ago/2000. ______- DSEE-RH-RT-003 – Relatório Técnico de Qualidade das Águas do Estado de Mato Grosso - CNEC/Ago/2000 ______DSEE-CV-RT-007 - Relatório de Serviços Públicos – CNEC/2000 UFMT/Departamento de Eng. Sanitária - FTEN. Relatório Técnico do Estudo Hidrossedimentológico da Bacia do Rio São Lourenço. Cuiabá. 1990.

ANEXO

ANEXO I – MAPA