4ª Conferência da Cooperativa Militar Ciência e Tecnologia de Defesa

A ENGENHARIA AERONÁUTICA NO 3º QUARTEL DO SÉC. XX

MGen. Moura Marques

1 de Abril 2009 A ENGENHARIA AERONÁUTICA NO 3º QUARTEL DO SÉC. XX

Sumário

I - A Aeronáutica militar e a Aviação naval (1950 e 1951) II - A Força Aérea, a OGMA e a sua engenharia (1952 a 1960) III - Em África e na afirmação internacional (1961 a 1974) A ENGENHARIA AERONÁUTICA NO 3º QUARTEL DO SÉC. XX

I A Aeronáutica militar e a Aviação naval (1950 e 1951) A Defesa em 1950

4 Abril 1949 – Tratado do Atlântico Norte

Ministro da Guerra Santos Costa

Implementar as Reequipar o transformações na sector aeronáutica aeronáutico nacional

2 Agosto 1950 – Criada a função de Ministro da Defesa Criado o e o cargo de C E M G F A Subsecretariado de Estado da Ministério da Guerra passa a Ministério do Exército. Ministério da Marinha mantém-se. Aeronáutica

(*) Dec-Lei 37909 de 1 Agosto de 1950 A Aeronáutica em 1950

Ministério da Marinha Ministério do Exército

Aviação Naval Aeronáutica Militar

Vantagens

PLANO INTERNO PLANO EXTERNO Instrução básica de voo Envolvimento no âmbito da OTAN Manutenção Forças aéreas mais desenvolvidas Logística de aeronaves USAF, RAF e Luftwaffe Infra-estruturas Sistemas electrónicos, radar e jacto

Grandes discussões – Assembleia Nacional e na Câmara Corporativa até 1952 (*) (**)

Nas Forças Armadas – resistência à unificação. Maior aproximação do Exército

A intervenção do Marechal da Força Aérea Craveiro Lopes na Assembleia (*) Diário das Sessões da Assembleia Nacional 19 Março 1952 . Nacional, em que propôs a criação da Força Aérea pela fusão da Aviação naval Argumentos contra do deputado Botelho Moniz. com a Aeronáutica Militar, põe um ponto final em toda a discussão As Forças Aéreas

Presidência do Conselho Ministro da Defesa Nacional

Subsecretariado de Estado da Aeronáutica

Chefe de Estado-Maior das Forças Aéreas

Forças Aéreas para Forças Aéreas de Unidades de instrução operações independentes cooperação

Caça Detecção e controlo Protecção de comunicações Escola do Exército Busca e salvamento marítimas Escola Naval Transporte Escola Prática de Aeronáutica Bombardeamento

Fonte: Lei 2055 de 27 Maio 1952 Aeronaves das Forças Aéreas em 1951

AERONÁUTICA DO EXÉRCITO Tipo de Aeronave BA1 BA2 BA3 BA4 GIAC CGAM Total Sintra Ota Tancos Lajes Espinho Hurricane 103 22 - 56 - 25 - Spitfire 76 - 76 - - - - T-6 Harvard 26 17 4 3 - 2 - Westland Lysander 8 8 - 8 - - - Tiger Moth 49 49 - - - - - Oxford 4 4 - - - - - Anson 9 3 - - - - - Junkers JU52 10 - 10 - - - - Douglas C-54 3 - - - 3 - - Boeing SB-17 F,G 5 - - - 5 - - Douglas C-47 1 - - - - - 1 Total 294 103 90 67 8 27 1

AVIAÇÃO NAVAL Tipo de Aeronave Total de Aeronaves - 375

Grumman G21/24 12 Oxford 9 Beech D-18S 6 SNJ-4 6 Colocadas nos Centros Beech AT11 9 de Aviação Naval de Beaufighter 15 S. Jacinto e Montijo Heldiver 24 Total 81

Fonte: – e os 50 anos da Aliança Atlântica GIAC- Grupo Independente de Aviação de Caça A Força Aérea e a OTAN; Capitão Alves Quintas – CGAM – Comando Geral da Aeronáutica Militar Quadro 2- pág . 253 MINISTÉRIO DO EXÉRCITO

Oficiais da Arma de Aeronáutica - Aviadores Oficiais das Forças Aéreas No quadro Brigadeiro 3 em 1951/1952 (*) Coronel 5 Tenente Coronel 5 Major 15 Capitão 44 Tenente 34 Alferes 22 Total 128 Em escala provisória (formação) Alferes 3 (*) Que transitaram para o Aspirante a Oficial 22 Total 25 Subsecretariado de Estado da Aeronáutica Arma de Engenharia - Engenheiros Capitão 2 158 Tenente 3 Total 5

MINISTÉRIO DA MARINHA

Oficiais de Marinha aviadores No quadro Capitão-de-fragata 1 Capitão-tenente 3 Primeiro-tenente 5 Segundo-tenente 24 Total 33 Oficiais engenheiros maquinistas e maquinistas navais de aviação Primeiro-tenente engenheiro maquinista 7 Segundo-tenente eng.º maq. naval de aviação 2 42 Total 9

Fonte: Ordem à Aeronáutica 2ª Série / nº 1 – 30 Nov. 1952; pág. 19 a 31 “MUTUAL DEFENSE ASSISTANCE AGREEMENT” Acordo de Assistência e Defesa Mútua

Fornecer apoio Assinado entre militar a PO. PO e os EUA (equipamentos, materiais, (5 de Janeiro de 1951) serviços ou outra assistência militar).(*)

Âmbito da OTAN

• Avaliar as nossas necessidades “MAAG” aeronáuticas Military Aid Advisory Group • Providenciar o fornecimento e, Na embaixada de Lisboa • Fiscalizar a sua manutenção e emprego

(*) - Mutual Defense Assistance Agreement (MDAP) between the United States of América and Portugal. Article I point 1. Excertos de Relatórios e Ofícios trocados entre o MAAG e entidades nos EUA e na OTAN.

“ Os indícios até agora indicam que Portugal tem capacidade e intenção de cumprir as suas obrigações e compromissos NATO” … “Recomenda-se que seja aceite que Portugal tem capacidade de satisfazer o critério MDAP para a utilização de aviões a jacto, como proposto pelo Ministro da Defesa de Portugal”. (1)

“Os“Os recursosrecursos existentesexistentes nana OGMAOGMA provavelmenteprovavelmente nãonão serãserãoo adequadosadequados para para suportarsuportar oo programaprograma dede horashoras dede voovoo previprevistasstas nono critériocritério dede utilizaçãoutilização dasdas aeronavesaeronaves estabelecidoestabelecido pelopelo MAAG”MAAG” (2) (2)

Só após a implementação de um programa de manutenção DEPOT detalhado é que o MAAG estará em posição de reportar o excesso de capacidade de manutenção da OGMA, para uma possível utilização por outros países NATO. (2)

“Os portugueses têm um Plano de Recuperação a Seis Anos (1953-1958) para o desenvolvimento de Portugal e das colónias. Tudo indica que os EUA não continuarão a suportar a FAP após 30 Junho 1955, e que o apoio em sobressalentes terminará nesta data. O Dr. Salazar está determinado em reduzir despesas militares após 1954”. (3)

(1) - Memo (SECRETO) do Col. USAF William Lee, Jr; Chefe da Secção da Força Aérea do MAAG para o Gen. Camm - Chefe do MAAG- Portugal - Doc. obtidos nos Arquivos Nacionais dos EUA em Washington. 2 Maio 1951 (2) – Memo (SECRETO) do Gen. Camm para o Ministro da Defesa português , em resposta a um ofício sobre “Excesso de capacidade de Manutenção Aeronáutica no DEPOT de Alverca” 12 Setembro 1952 (3) -Ofício (SECRETO) do Gen. Frank Camm para o Commander-in-Chief United States European Command , Frankfurt, Gerrmany A ENGENHARIA AERONÁUTICA NO 3º QUARTEL DO SÉC. XX

II

A Força Aérea, a OGMA e a sua engenharia (1952 a 1960) 1 de Julho de 1952

A partir desta data ficam na dependência directa do Subsecretariado de Estado da Aeronáutica os seguintes serviços:

Do Ministério do Exército Do Ministério da Marinha •Comando-Geral da Aeronáutica Militar; •Comando Superior das Forças Aéreas da Armada; •Depósito Geral de Material Aeronáutico; •Direcção da Aeronáutica Naval; •Oficinas Gerais de Material Aeronáutico; •Centro de Aviação Naval de Lisboa; •Bases Aéreas nº 1, 2, 3 e 4; •Escola de Aviação Naval Almirante Gago Coutinho; •Grupo independente de Aviação de Caça; •Grupo independente de Aviação de Caça; •Todas as infra-estruturas aeronáuticas actualmente na •Todas as infra-estruturas aeronáuticas actualmente na dependência do Ministério do Exército. dependência do Ministério da Marinha.

Estava criada a Força Aérea Portuguesa

Fonte: DL 38805 de 1 de Julho de 1952 As primeiras aeronaves da FAP

AERONÁUTICA MILITAR TREINO DE Havilland Tiger Moth D.H.82A De Havilland D.H.C. 1 Chipmunk I AVIAÇÃO NAVAL II e III TREINO Oxford Tiger Moth II ‐ D.H. 82A Miles Martinet T.T.I Fleet 10G e 16G North‐American T‐6A, T‐6B e T‐6G Oxford LIGAÇÃO Miles Martinet T.T.I De Havilland D.H.84 Dragon II Nort‐American T‐6 SNJ‐4 De Havilland D.H. 89A Dragon‐Rapide Beech D‐18S AVRO Anson I Beech T‐11 Westland Lysander IIIA LIGAÇÃO TRANSPORTE Grumman G21B Junkers Ju 52 Grumman G.44 Widgeon Douglas C‐47 COMBATE ANTI‐SUBMARINO Douglas C‐54 Skymaster Curtiss SB2C‐5 Helldiver COMBATE Gloster Gladiator II Hawker Hurricane II Supermarine Spitfire V BUSCA E SALVAMENTO Boeing SB‐17‐G Fortress Fonte: Os aviões da Cruz de Cristo, pág. 91 Escala Geral do Quadro dos Engenheiros das Forças Aéreas* (1953)

FORÇAS AERONAVAIS

Engenheiros Maquinistas Navais FORÇA AÉREA

Capitão ‐tenente Luís Ferreira de Oliveira Engenheiros Electrotécnicos Capitão ‐tenente José de Sousa Oliveira Primeiro ‐tenente Armando Júlio Moreira de Campos Primeiro ‐tenente António Augusto Resende da Costa Tenente Antóniode Almeida Albuquerque e Castro Primeiro ‐tenente Alberto Fernandes Tenente José João Lúcio Avelino Eram todos Eng. Maquinistas Navais, antes do curso de Tenente Álvaro José PassosMorgado Eng. Aeronáutica e motores em Inglaterra . Tenente Adriano Abrantes dos Santos FORÇAS AEROTERRESTRES Tenente Luís Jordão Neves Morazzo Engenheiros Aeronáuticos Tenente José Lavado Gaspar Tenente José Samuel Carmona e Silva Pessoa Tenente ‐coronel Luís Vitória de França e Sousa Tenente Manuel Paulino Ferreira dos Santos Major João Anacoreta de Almeida Viana Tenente Ângelo de Sousa Brito e Abreu Major Mário Alvarenga Rua Major José Pereira do Nascimento Tenente AntónioLeitão Major Fernando Alberto de Oliveira Tenente José Eduardo VilarQueirós Major António Francisco de Aguiar Tenente Januário Simões Barata Major Pedro José Maria de Avilês Tenente Mario Rodrigues Cruzeiro Major Urbano Adolfo Ferreira de Castro Major José Luís Matias Eram oficiais milicianos, já licenciados e de outras armas do Eram todos Pilotos Aviadores, antes de frequentarem o Curso Exército. Entraram por concurso em 1952 para a FAP. Em 1953 de Eng. Aeronáutica e motores no estrangeiro vão todos para os EUA, durante 9 meses para formação.

* - Forças Aeroterrestres e Forças Aeronavais Fonte: Ordem à Aeronáutica 2ª Série /nº 6 de 20 Nov.1953 ; pág. 103 Formação dos Engenheiros Aeronáuticos

Engenheiros Aeronáuticos Escola Estrangeira Até 1952 Escola do Exército (RFA, UK, FR, EUA) Curso de Piloto Aviador Especialização em Aeronáutica

De 1952 a 1962

Curso de Eng.ª Mecânica Especialização em Aeronáutica

Preparatórios Curso Eng.ª Aeronáutica (4 / 5 anos)

Milicianos Especialização em Aeronáutica

Academia Militar Instituto Superior Técnico De 1962 a 1974

Curso de Eng.ª Mecânica (1º,2º,3º) Curso Eng.ª Aeronáutica (4º,5º,6º)

Engenheiros Maquinistas Navais Escola Estrangeira - UK Até 1952 Escola Naval Eng.º Maquinista Naval Especialização em Aeronáutica e motores (9 meses) Licenciados em Eng.ª Aeronáutica e Electrotécnica na A.M.

6 A partir desta 31 Eng.º Aeronáuticos data os três 16 Eng.º Electrotécnicos últimos anos 5 do curso de Engenharia Aeronáutica da 4 FAP passam a ser no IST

3

2

1

0 58/59 59/60 60/61 61/62 62/63 63/64 64/65 65/66 66/67 67/68 68/69 69/70 70/71 71/72 72/73 73/74 74/75 75/76 76/77 77/78 78/79 79/80

Engenharia Aeronáutica Militar Engenharia Electrotécnica Militar

Início dos cursos na Academia Militar, Início dos cursos 1 FEV 1978 - Início da ex-Escola do Exército. reduzidos no IST (3 para 2) actividade da AFA

Fonte: Academia Militar A Investigação e Desenvolvimento – AGARD e SHAPE

Participação Portuguesa Em 16 e 17 de Setembro de 1964 realizou-se em Lisboa a 14ª Delegados Nacionais Assembleia Geral do AGARD. Dr. Van Karman ------fundador do B. Mira Delgado 1958 -1961 AGARD em 24 de J.A. de Almeida Viana 1962 - 64 Julho de 1952 J.P do Nascimento 1964 – 1969 Nos agradecimentos o Sr. General J. De Sousa Oliveira 1970 - 1972 CEMFA, Gen. Corte Real, salientou H. De Faria Queirós 1972 - 1974 que: Painéis

A participação no AGARD tem sido Aerospace Medical - AMP)- 1952 diminuta, pelo facto da FAP enviar os Avionics – AVP – 1957 seus engenheiros para o estrangeiro Electromagnetic W. Prop.– EPP- 56 para formação aeronáutica. Flight Mechanics – FMP- 1952 Fluid Mechanics – FDP – 1952 Agora, com a ajuda do Programa de Em 1972 o Cor. Luis Guidance & Control – GCP – 1965 Propulsion and Energetics – PEP -52 Morazzo participou Cooperação e Consultadoria do Structures and Materials - SMP – 55 AGARD criamos um curso de nas reuniões Technical Information – TIP - 1952 engenharia aeronáutica no IST . semestrais do SHAPE Technical Center como representante nacional.

AGARD – Advisory Group for Aerospace Reseach and Development Fonte. The AGARD History 1952-1987 SHAPE - Supreme Headquarters Allied Powers Europe Fonte: – Portugal e os 50 anos da Aliança Atlântica - A Força Aérea e a OTAN; Capitão Alves Quintas – Quadro 3- pág . 252 OGMA

1950 Normas Orgânicas 1955

• Manutenção (grandes revisões) de todos os tipos de aviões existentes nas • Fabrico e reparação • Forças Armadas Portuguesas • Exército • Eq. de voo, de apoio, de rádio e radar • Motores e células • Fabrico de aviões de instrução de uso corrente • Realizar experiências ou fazer ensaios técnicos

Fonte: Lei 2020 de 19 Março 1947 Fonte: Decreto Lei 40391 de 22 NOV 1955 Quadro Orgânico DIRECTOR A OGMA Fonte: Decreto Lei 40391 de 22 NOV 1955

SUBDIRECTOR A

SERVIÇOS SERVIÇOS SERVIÇOS SERVIÇOS GERAIS I INDUSTRIAIS A COMERCIAIS Q CONTABILIDADE C

A E

1ª DIV A 2ª DIV A 3ª DIV E

1ª Secção – Radioelectricidade e Radar E E

2ª Secção - Electricidade e Instrumentos E Gabinete de estudos Organização da produção Orçamentos fabris Armazéns industriais 1ª Secção - Aviões e montagem A P Verificação 2ª Secção - Motores A

3ª Secção - Maquinas e ferramentas

A Piloto de Teste Oficial de Administração LEGENDA E Eng.º Aeródromos P C Eng.º Aeronáutico Eng.º Electrotécnico A E I Oficial qualquer Ramo /Serviço C Chefe de Secretaria Q Eng.º qualquer especialidade S Quadro Orgânico (1955) OGMA

Pessoal Militar Pessoal Civil Direcção e Serviços total Oficiais Sargentos Técnico Administrativo Menor Fabril Direcção 20 0 0 002 Serviços Gerais 3 1 3 7 7 0 21 Serviços Industriais 6 1 44 6 0 67 124 Serviços Comerciais 2 1 6 6 0 3 18 Serviços Contabilidade 1 0 0 20 0 0 21 total 14 3 53 39 7 70 186

# ESPECIALIDADE FUNÇÃO POSTO 1Eng.º Aeronáutico Director Cor / Tcor 2Eng.º Aeronáutico Suddirector/ Chefe dos Serviços Industriais Tcor / Major 3Eng.º Aeronáutico Adjunto do chefe dos Serviços Industriais Major 4 Eng.º Aeronáutico Chefe da 2ª Divisão / chefe da 1ª Secção Tcor / Major 5Eng.º Aeronáutico Chefe da 2ª Secção da 2ª Divisão Major 6Eng.º Electrotécnico Chefe da 3ª Divisão / Chefe da 1ª Secção Tcor / Major 7Eng.º Electrotécnico Chefe da 2ª Secção da 3ª Divisão Major 8 Eng.º Electrotécnico Adjunto do Chefe da 3ª Divisão Major 9Eng.º Aeródromos Eng.º dos Serviços Gerais Cap. /Major 10 Oficial de Qualquer Arma ou Serviço Chefe dos Serviços Gerais Major 11 Oficial Superior dos Serv. Adm. Militar Chefe dos Serviços Contabilidade Tcor / Major 12 Oficial qualquer Especialidade de Eng.ª Chefe dos Serviços Comerciais Major 13 Oficial de Qualquer Arma ou Serviço Serviços Gerais Cap. /Ten. /Alf 14 Oficial do Serviço Geral Chefe de Secretaria dos Serviços Gerais Ten. / Alf.

Nota: O pessoal militar colocado nas OGMA é considerado adido ao quadro Fonte: Decreto Lei 40391, 40392 e 40393 de 22 NOV 1955 Quadro Orgânico (1966) OGMA

Pessoal Militar Pessoal Civil Direcção e Serviços total Oficiais Sargentos Técnico Administrativo Menor Fabril Direcção 2 0 0 0 0 0 2 Serviços Gerais 2 0 12 25 26 0 65 Serviços Industriais 34 5 191 34 0 232 496 Serviços Comerciais 3 0 5 30 0 0 38 Serviços Contabilidade 5 0 0 44 0 0 49 total 46 5 208 133 26 232 650

Alterações mais significativas no quadro orgânico da OGMA entre 1955 e 1966

•O Director e Subdirector - Eng.º Aeronáutico ou Electrotécnico, e o Director - Brigadeiro ou Coronel; •Os Serviços que mais cresceram foram os Industriais, (124 para 496) ; •A Divisão que mais cresceu foi a 2ª, a de Aviões, (42 para 200). •As áreas que mais cresceram foram as de Verificação do Trabalho e a de Orçamentos da 1ª Divisão. •O pessoal militar passou de 17 para 51, sendo igual o número de Eng.º Aeronáuticos e Electrotécnicos • Agora há oficiais técnicos de manutenção de armamento e equipamento e de material electrónico. • O número de pilotos de teste aumentou de 1 para 7 (1 Tcor, 3 Maj. ou Cap. e 3 Sargentos); •A 2ª Divisão passou de 3 a 6 secções (Estruturas de Avião, Montagem de aviões, Motores, Acessórios, Maquinas e ferramentas, Equipamentos Terrestres) •A 3ª Divisão passou de 2 a 4 secções (Electricidade, Radar, Rádio e Instrumentos)

Fonte: Decreto Lei 40391 de 22 NOV 1955 e Portaria nº 22041 de 8 JUN 1966 Chefe dos Serviços Industriais Serviços IndustriaisdaOGMA. Oambientedosengenheiros. ªDIV 3ª DIV 2ª ºDIV 1º eiiaã 16 Con Verificação (1960- Secção de electricidadeeinstrumentos • Revisão e Revisão reparação de motores edos trabalhos do Banco de ensaios • • Instalações eléctricas industriais. Instalações eléctricas • Revisão das instalações eléctricas nos av • e aparelhagem Dispositivos radioeléctrica e radar de bordo ou de terra • • Responsável pelasnormas Responsável de verificaçãoe métodos de ensaio. • Inspecçãode técnicadas operaçõesfabrico • Trabalhos de Investigação com Institutos oficiais • eprojectos Planos de fabricação • Inclui trabalhos de serralharia, carpintaria, soldadura, plásticose estofadores, • Montagem e preparação para voodos aviões • Revisão, reparação e construção de células • Secção deradioelectricidade eradar mecânicos para uso aeronáutico entelagem, pintura ehélices Secção deaviõesemontagem Gabinete de Estudos Secção deMotores (1955) trolo daQualidade) trolo Fonte Decreto Le Fonte Decreto 09 2o 95–Regulamento da OGMA 22Nov1955 – i 40393 – iões, e dosinstrumentos eléctricos e Evolução do número de funcionários da OGMA entre 1955 e1966.

Em 1961 60% do pessoal da OGMA tinha menos de 25 anos e somente 5% tinha mais de 50.(*)

Fonte: Decreto Lei 40391 de 22 NOV 1955, Portaria nº 22041 de 8 JUN 1966 (*) Discurso do dOGMA em OUT 61- Mais Alto nº 30

Em 1950 o número de funcionários era de 323 Fonte: Revistas da OGMA Em 1957 o número passou para 1015 e da Revista do“75º aniversário” Em 1963 era de 2590 e um ano depois 3000. Em 1969 o número de funcionários rondava os 4000. Em 1974 o número de funcionários baixou para 3500.

Em 1972 estavam colocados na OGMA 12 oficiais engenheiros aeronáuticos e 4 engenheiros electrotécnicos A construção aeronáutica na OGMA (1951 e 1960)

Chipmunk Em 1951 foram adquiridos 10 aviões em Inglaterra. No mesmo ano inicia-se a construção sob licença de 66 aeronaves deste tipo na OGMA

Auster D5 Depois de adquiridos a Inglaterra 15 Auster D.4/108, a OGMA inicia em 1960 a fabricação de 148 Auster D.5/160, sob licença de fabrico da Auster Aircraft Co.

O objectivo era construir o Piper mas não foi conseguida a licença.

Em 29MAI1962 pelo DL44371 foram criadas as “Forças Aéreas Voluntárias” executavam missões aéreas complementares da acção militar. (Correio, medicamentos, pessoas, alimentos frescos) – Mais Alto 294 pág 16 a 21 As modificações de aeronaves na OGMA (1950-1974)

Alouette III Instalação de armamento

T- 6G Texan e T-6 Harvard Instalação de armamento No início só três porta bombas

PV-2 • Transformado em avião de passageiros;

• Mudança do posto de radar do meio do aparelho para trás da cadeira do primeiro piloto. As modificações de aeronaves na OGMA (1950-1974)

Modernizações FIAT G-91

A partir de 1968

•Sistemas de Comunicações •VHF, UHF, IFF, VHF/FM •Sistemas de Navegação •ADF, TACAN, Indicador de altitude de emergência, Plataforma de Inércia •Armamento Provisões para Sidewinder, Visor de Tiro, Pylons porta-bombas

Envolveram modificações: Estruturais;,Cablagens e Novos equipamentos Contratos Internacionais com a USAF

OUT 1959 USAF

IRAN do C-47 e C-54

C-47 – Dakotas De todo o Mundo. No total 52. C-54 – Skymasters Concurso público internacional. No total 12

Sobressalentes fornecidos pela USAF Contratos assinados com o Air Logistics Office Missão permanente da USAF na da OGMA “Air Materiel Force, European Area “ (AMFEA) OGMA fornecia MOD, instalações. & Equipamentos e artigos de consumo USAF. (**)

Neste âmbito não havia apoio das Embaixadas para encontrar mercados. (*) – Mais Alto nº 5 e 6 SET/OUT 1959 O projecto aeronáutico na OGMA (1950-1974)

Havia pouca actividade de projecto aeronáutico

Salienta-se na Área de Armamento: (*) Projecto de um anti-missil; Lança Rockets- Matra ------Projecto de um Overcraft - Foi construído um modelo (**) ------Projectos de simuladores (AL-II, AL-III e PUMA) ------Alteração de Bancos de Ensaio ------Instalação de armamento no Al-III, T-6, B-26 e DO-27 ------Remotorização dos JU-52 (troca de BMW por R1340 Prat&Witney)

(*) – A OGMA tinha pessoal na fundição de OEIRAS, entregues à DSM, para acompanhar a fundição das bombas. (**) – Projecto desenvolvido pelo Engº Menezes e Eng.º Picolo A ENGENHARIA AERONÁUTICA NO 3º QUARTEL DO SÉC. XX

III Em África e na afirmação internacional (1961 a 1974) Impacto na OGMA das mudanças estratégicas da OTAN e do corte do auxílio americano MDAP

1954 1961

Retaliação maciça Resposta flexível

Os EUA em Maio de 61 decidem cortar o auxílio militar a PO para 2002 de 1M$ para 20 mil $ (só instrução) e

instrui o MAAG para certificar que não estavam a ser usados em Angola as aeronaves recebidas do MDAP Aproximação à RFA e à França

Acordos com FR Acordos com a RFA • Portugal compra Allouette, Puma, Noratlas e • Construção da Base de Beja (1962 a 1968); seria outra Base de T-6 de ataque ao solo; manutenção com 7000 funcionários (*) • A OGMA fabrica componentes para ALIII e • Desenvolver a OGMA (Noratlas e F104); Lama; • Contrapartida: Portugal usa em África aviões de transporte • Contrapartida: A França instala estação de alemães (DO-27 e Noratlas) e Fiat G-91. rastreio de satélites nos Açores;

Fonte: – Portugal e os 50 anos da Aliança Atlântica (*) – informação do MGen Alberto Fernandes A Força Aérea e a OTAN; Capitão Alves Quintas – Quadro 2- pág . 253 O contrato F-104 G – “Starfighter” na OGMA (1-2)

1961-1968 • Infraestruturas: – PISTA – aumentada de 1200 para 3000m e reforçada para receber DC8 e B-707; Aviões da Portela- Ogma. – HANGAR - H 10 – 120x60m – TRITON – nave de 150x130m (22000 m2); - Edifício de gerência c/ 100m; - Oficina de acessórios de motor; - Banco de ensaio de motores a jacto; - PT - 6000 KVA ( o triplo do que dispunha) • Formação: – Enviados durante vários meses, oficiais, engenheiros e praças para a Alemanha (Kaufheuren) – Criado o Centro de Instrução na OGMA: 11 salas; – 1º Curso em Alverca (24NOV65) – 60 operários – 6 meses; – Utilizados “mock-ups” da Lockheed; • Pessoal – previa-se emprego para 400 trabalhadores ; • Acompanhamento do Programa – Criado na OGMA o “Grupo de Ligação, apoio e manutenção” com militares alemães. – Foi efectuada a manutenção a 2 F-104G na OGMA. O contrato F-104 G – “Starfighter” na OGMA (2-2)

• Projecto • Lockheed (741) • Consórcio Europeu – MBB (50), Messerchmitt (210) Fiat (44), Fokker (350) e a Sabca (188). Total 1242. • Produzidos de todos os tipos um total de 2578. • Impacto Tecnológico • Aviónicos • Radar MTI – NASARR (*) • Plataforma de Inércia (calibração) • Equip. de reconhecimento aéreo • Tacan e Visor óptico; • Sistema de controlo de tiro; C.T. Alcochete é pequeno • Air Data Recorder (avarias). ATE. • Motores • J79-GE-11A • Fabricado sobre licença na Europa ( Alfa- Romeo, Fiat, Fabrique Nationalle); • Velocidade: mach 2. • Armamento • AIM-7 Sparrow • AIM-9 Sidewinder • M61 Vulcan 20mm Gatling Gun • Pilons central e asas: bombas, rockets e fuel

(*) – NASARR – North American Search and Ranging Radar O Contrato NORATLAS na OGMA

Contrato de contrapartidas alemão: – São reparados durante a década de 60 mais de 500 Noratlas na OGMA ;

21NOV69 O Contrato SNIAS (FR) na OGMA

1966

Este contrato incluía:

– Fabricação e montagem de armários;

– Cablagens;

– Caudas do helicóptero LAMA (200 unidades) SA-315B “LAMA” – Soldaduras a halogéneo e formação pela OGMA a outras entidades portuguesas;

– A OGMA adquire 2 Noratlas novos para o Contrato SNIAS.

– As aquisições Alouette II e III permitem contrapartidas para as OGMA.

– Fabricação de vários componentes do Alouette – III.

SA-316/319 “Alouette III” O T-37C e o B-26 “Invader” e a OGMA

Montagem T-37

• Finais de 1962 • 12 aviões novos Cessna T-37 C, acordo MDAP. • Em Fevereiro de 1963 os aviões são entregues à FAP, antes da data prevista. • Aviões equipados com UHF e VOR. (*)

(*) – Mais Alto 359 pág 30 Modificação B-26

• Agosto de 1965 • FAP recebe 7 B-26 • Os sobressalentes são arrestados nos EUA. • JAN 66 - 1ª inspecção na OGMA • Instaladas metralhadoras de nariz • Instalados suportes de bombas de 50 e 200 Kg no Bomb bay e instalados nas asas porta-bombas com

lança foguetes (**) (*) – Mais Alto 375 pág 24 Direcção de Serviço de Material – DSM Os aeronaves de África

Fonte: Guerra Colonial 1961-1974 – RTP www.guerracolonial.org DOGMA 2 BA9

Del. DSM

54

Angola – 7 Formações (FAV201 a 207) Fonte: Guerra Colonial 1961-1974 – RTP www.guerracolonial.org BA10

DOGMA 3

Moçambique – 12 formações (FAV301 a 312) Del. DSM Fonte: Guerra Colonial 1961-1974 – RTP www.guerracolonial.org Bissalanca

BA12

Fonte: Guerra Colonial 1961-1974 – RTP www.guerracolonial.org A Logística durante a Guerra

• Grandes manutenções – OGMA e DOGMA 2 e DOGMA3; • Manutenções de nível orgânico e intermédio – grupos de material das próprias bases; • Suporte da cadeia de Abastecimento – DGMFA; • Suporte e gestão técnica – DSM e delegações junto dos comandos das regiões e zonas aéreas; • Actividades de intendência e contabilidade – DSIC e delegações junto dos comandos das regiões e zonas aéreas As Delegações da OGMA em África – DOGMA 2 e DOGMA3

• As Delegações da OGMA: Luanda DOGMA-2 Beira DOGMA -3 •Chefiadas por um TECAER (100 pessoas) Delegação da OGMA -2 •Especialistas em manutenção DEPOT aeroporto de Luanda em 1962

•A DOGMA -2 podia efectuar IRANs, (ex. PV-2)

• Davam apoio às Unidades Aéreas

As delegações da DSM solicitavam muito apoio

Equipa de reparação de Equip. Electrónicos 1974 1973 1972 1971 1970 Aeronaves adquiridas por Portugal entre 1950 e 1974 1969

1968 24 C-212 Aviocar e 32 Cessna FTB 1967 2 Boeing 707 1966 1965 60 T-6 Harvard II A 1964 13 SA-330 Puma 19 Noratlas 1963 1962 40 Fiat G-91 e 7 B-26 Invader 1961 64 T-6 Harvard IV

1960 142 Alouette III

1959 133 Do 27, 30 T-37C e 10 DC-6 1958 (**) 12 PV2-5 Neptune 1957 1956 65 F86F Sabre e 7 Alouette II 1955

1954 9 SC-54D Skymaster 1953 34 PV-2 Harpoon, 1 Sikorsky UH-19A Primeiro helicóptero em Portugal 125 F-84G , 30 T-33 e 29 C47 Dakota 1952 50 F-47D, 2 Vampire T-55 Primeiros aviões a jacto em Portugal 1951 (*) 1950 78 (T-6G Texan) da A.M. 0 50 100 150 200 250 300

(*) 66 Chipmunk fabricados na OGMA (**) 84 Auster fabricados na OGMA Fonte: Os aviões da Cruz de Cristo, pág.137 Os Engenheiros Aeronáuticos na OGMA (1950-1974)

• Desempenhavam funções de Direcção e de Chefia de Divisão;

• Eram responsáveis pela implementação de novos programas de manutenção, de actualização e de fabricação;

• Asseguravam as relações com os fabricantes e os clientes, principalmente na vertente técnica;

• Mantinham uma ligação privilegiada com a FAP e em particular com a DSM;

• Apoiavam o Gabinete de Apoio Técnico e de Estudos em acções de carácter inovador ou de grande risco;

• Contribuíam a todos os níveis para que a OGMA mantivesse uma importância de alto relevo na Economia Nacional e de prestígio no seio da Indústria Aeronáutica internacional. MUITO OBRIGADO PELA VOSSA ATENÇÃO