(Em) Paralelo: As “Verdades” Da Ditadura E Sua Historicidade Mediada Como Um Empreendimento Político1

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(Em) Paralelo: As “Verdades” Da Ditadura E Sua Historicidade Mediada Como Um Empreendimento Político1 ISSN 2175-6945 Um Brasil (em) Paralelo: as “verdades” da ditadura e sua historicidade mediada como um empreendimento político1 André Bonsanto DIAS2 Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró, RN Resumo Partindo do princípio de que a história está em disputa e sobre ela uma série de agentes e instituições atuam para legitimar as (suas) verdades sobre os acontecimentos no tempo, o presente artigo problematiza os embates travados em torno da ditadura militar brasileira, tendo como exemplo o caso da empresa e produtora de conteúdo Brasil Paralelo. A partir desta análise procuramos analisar como as narrativas sobre o período vêm se inserindo conflituosamente em um embate onde memória, história, verdade e opinião acabam por se confluir e confundir, atuando a partir de empreendimentos políticos bastante evidentes. Palavras-chave: História; Memória; Verdade; Ditadura militar; Brasil Paralelo Introdução A constatação do historiador francês Marc Ferro, proferida há mais de três décadas, nunca nos pareceu tão evidente e atual: a história - e suas utilizações políticas – é uma disputa, pois permanece constantemente “vigiada” pelos atores e instituições que a constituem. Àquele momento, Ferro (1989) - um reconhecido historiador do cinema - estava se referindo ao contexto da grande proliferação de conhecimentos históricos produzidos “por outros meios” que não as narrativas historiográficas tradicionais. Narrativas estas que, sejam elas audiovisuais, informativas e/ou de entretenimento, seriam de suma importância para democratizar o acesso à informação, ao mesmo tempo em que demandavam um olhar mais rigoroso de seus procedimentos de análise. No cerne deste debate se encontra a questão das disputas narrativas em torno de uma “verdade” do/sobre determinado passado, uma verdade que se pretende autorizada pela forma como assume, em sucessivos e particulares presentes, esferas de reconhecimento junto a seu público. O que almejam estas narrativas é legitimar um discurso aceito como “verdadeiro” em um constante embate por negociação de sentido. Processo fundamental para construir, inclusive, a própria imagem dos atores que a produzem, definindo assim suas fronteiras e separando as instituições a partir de suas pretensas capacidades. Fato é que a verdade, enquanto uma produção discursiva historicamente 1 Trabalho apresentado no GT Historiografia da Mídia integrante do XII Encontro Nacional de História da Mídia. 2 Bolsista de pós-doutorado (PNPD/CAPES) junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Email: [email protected] 1 ISSN 2175-6945 condicionada, está bastante vulnerável às vicissitudes do poder e da política, sendo também passível a falsidades deliberadas e ao apego da opinião. (ARENDT, 2009) Neste sentido, tanto a verdade quanto o passado como um discurso da/para a história, podem muitas vezes acabar se tornando artefatos para a configuração de crenças, agendas políticas e/ou mera questão de perspectiva. Esta concepção, potencializada pelo advento de nossa famigerada era da “pós-verdade”, parece esvaziar inclusive a própria potencialidade de discursos historicamente autorizados, como a produção de conhecimento baseado na racionalidade da ciência empírica e orientado por suas instituições e especialistas. (KAKUTANI, 2018). Se nos atermos ao panorama atual brasileiro, por exemplo, poderemos perceber como a história e a verdade de um passado que se quer presente vêm caminhando de forma ambígua, tortuosa e muitas vezes paradoxal, entre a memória e a opinião. O próprio presidente Jair Bolsonaro, com suas declarações contundentes, afirmou recentemente que seu projeto de governo precisa, antes de construir, “desconstruir muita coisa”.3 Este discurso reflete uma política que, desde então, vêm procurando descaracterizar, revisar e até mesmo negar a história recente do país. A ditadura militar no Brasil (1964-1985), sob este princípio, é encarada pelo atual presidente - e por muitos membros de seu governo - como um regime que sequer chegou, de fato, a existir. 4 Ainda candidato à presidência, Bolsonaro chegou inclusive a refutar a própria historiografia brasileira sobre o tema. Questionado pela bancada do Jornal Nacional sobre como encarava as interpretações hegemônicas a respeito do golpe e da ditadura, fora bem enfático em seu posicionamento: “deixa os historiadores para lá.”5 Ao partir deste breve cenário o presente artigo procura problematizar alguns embates que têm se potencializado em torno de uma “verdade” sobre o passado ditatorial no Brasil. Temos como premissa, portanto, a ideia de que esta “história em disputa” não se dá unicamente pelo trabalho de uma historiografia tradicional, mas caminha conflituosamente sob a égide de uma série de narrativas que ora complementam, ora se opõe a estes discursos. Suas mais sucessivas re(a)presentações ao longo do tempo são fundamentais para legitimar 3 Disponível em: https://oglobo.globo.com/mundo/antes-de-construir-preciso-desconstruir-muita-coisa-no-brasil-diz- bolsonaro-nos-eua-23530792Acesso em: 4 de abril de 2019. 4 De acordo com esta perspectiva, o 31 de março de 1964 não fora um “golpe” e não instaurou no país uma “ditadura”, mas sim um regime que recolocou o país nos trilhos da legalidade democrática. É um regime que, portanto, precisa ser celebrado, como bem “determinou” nosso atual presidente frente ao contexto das recentes efemérides. Para mais: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/03/bolsonaro-determinou-comemoracoes-devidas-do-golpe-de-1964-diz-porta- voz.shtml. Acesso em: 4 de abril de 2019. 5 Disponível em: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/08/28/jair-bolsonaro-psl-e-entrevistado-no-jornal- nacional.ghtml Acesso em: 4 de abril de 2019. 2 ISSN 2175-6945 determinadas versões “corretas” sobre o acontecimento, com o intuito não apenas de legitimar estas verdades, mas circunscrever a autoridade da própria instituições que as proferem. Para ilustrar nossa discussão de forma mais significativa vamos direcioná-la para o caso do Brasil Paralelo, uma auto definida “empresa de comunicação” que, nos últimos anos, vêm produzindo uma série de narrativas históricas de teor deliberadamente revisionista. Suas produções, assumidas como de caráter “unicamente informativos” - em forma de documentários e material audiovisual -, procuram se orientar a partir de conteúdos que afirmam ser “totalmente despidos de qualquer ideologia política”6, ainda que as façam com o objetivo de: “resgatar o orgulho de ser brasileiro [...]; devolver a história que nos foi negada [...]; causar o maior impacto cultural que o Brasil já presenciou [e...] reverter as mazelas que a nossa cultura sofreu nos últimos anos.”7 Há de fato, nestas narrativas, uma série de intencionalidades intrínsecas ao próprio estatuto da “verdade” que elas pretendem carregar. Conforme nos evidenciou Ferro (1985), é preciso que saibamos, portanto, problematizar a natureza, os focos e as condições de produção destes discursos. Questões que, ao nosso ver, são fundamentais para perceber como estes agentes se inserem nas intempéries da história, procurando, a partir dela, se legitimar e constituir. Evidentemente conflituoso, os usos do passado articulados pelas narrativas midiáticas são regidos por uma “retórica da verdade” que, como bem afirma Silverstone (2002), tem como intuito lembrar, circunscrever e definir uma narrativa particular sobre os acontecimentos no tempo. Isso porque tanto a memória quanto a história precisam ser encaradas como um objeto em disputa, onde lutas “amargas” são travadas com a premissa de reivindicar passados-presentes que se querem futuro. “Mas que passado, e de quem?” (SILVERSTONE, 2002, p. 231), é o que devemos acima de tudo nos questionar. A historicidade mediada: seu lugar de memória e na história Como “rodas de fiar” da modernidade, a tessitura midiática alterou consideravelmente a forma como relacionamo-nos com o tempo, instaurando aquilo que Thompson (2014) 6 LHT HIGGS LTDA. Brasil Paralelo. Notificação extrajudicial de 19 de fevereiro de 2019. Disponível em: Acesso em 5 de abril de 2019. Disponível em: https://drive.google.com/drive/folders/1kVxZcJAABli1SXPOxBJqv3maUFxGssj8 Acesso em: 5 de abril de 2019. 7 “O que DE FATO é o Brasil Paralelo?” Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9RDrKmAvsik Acesso em: 5 de abril de 2019. 3 ISSN 2175-6945 definiu como uma “historicidade mediada”. Nossa relação com a história e a memória configura-se, de forma cada vez mais eminente, por experiências simbólicas midiatizadas, constituindo-nos “proteticamente”, quase que “por tabela” (LANDSBERG, 2004; POLLAK, 1992). Os meios de comunicação acabaram assim por angariar progressivamente uma suposta legitimidade para selecionar, ordenar e enunciar (suas) “verdades” sobre os fatos que relatam, produzindo uma ideia particular de história frente à realidade. A história passa a ser “aquilo que aparece” nas mídias, já que, em tese, seus discursos conquistaram poder e autoridade suficientes para elevar narrativamente seus fatos e acontecimento à categoria de “históricos”, dialogando com uma série de outros atores e narrativas. (RIBEIRO, 2005) O reconhecido protagonismo exercido pelas mídias frente a este cenário potencializou a reconfiguração da própria historiografia e suas práticas. O historiador Pierre Nora (1988) já nos alertava sobre como as mídias, produzindo um outro tipo de percepção sobre o sentido histórico, acabavam por impor o vivido como história, em uma espécie de “vulcões da atualidades” que repetiam-se à exaustão.
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