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Jornal Mensal de Actualidade Angolana AGOSTO 2012 1

AGOSTO 2012 EDIÇÃO GRATUITA www.embaixadadeangola.org EDIÇÃO DOS SERVIÇOS DE IMPRENSA DA EMBAIXADA DE EM PORTUGAL ANGOLA VOLTA A REALIZAR ELEIÇÕES EXEMPLARES PARA O MUNDO

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PORTO ACOLHE PRIMEIRO ESTUDANTES ANGOLANOS SAYOVO ENTRA ASSINAM ACORDO COM ANSELMO RALPH ENCONTRO INTER‑REGIONAL PARA HISTÓRIA DAS COMUNIDADES CLÍNICA DENTÁRIA ANIMA LISBOA NOS JOGOS PARALÍMPICOS

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Esta publicação está disponível em formato PDF em www.embaixadadeangola.org Reader gratuito disponível em www.adobe.com 2 Política AGOSTO 2012

NOTA DE REDACÇÃO

ELEIÇÕES 2012

MPLA CONQUISTA MAIORIA QUALIFICADA O MPLA foi declarado vencedor das eleições gerais de 31 de Agosto, ao obter 71,84 por cento do total de 6.124.669 votos apurados pela Comissão Nacional esta edição do mês de Agosto, o Eleitoral (CNE). Os resultados definitivos das eleições elegeram José Eduardo N Mwangolé destaca a estrondosa vitó‑ ria do MPLA nas eleições gerais, obtendo dos Santos Presidente da República e Manuel Vicente Vice‑Presidente da República. 71,84 por cento do total de 6124.669 votos apurados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE). Com estes resultados, que elegeram percentagem do partido vence‑ José Eduardo dos Santos Presidente da Re‑ A dor das eleições gerais é fruto dos pública e Manuel Vicente Vice‑Presidente, o 4.135.803 votos conseguidos em todo o MPLA estará representado no Parlamento país. Em função dos resultados, o MPLA com 175 deputados contra 32 da UNITA, é representado no próximo Parlamento a segunda força mais votada. Salientámos, com 175 deputados, sendo 94 pelo círculo por cá, o primeiro Encontro Inter‑Regional das Comunidades Angolanas Residentes nacional e 81 pelos círculos provinciais. A nas Regiões Norte e Centro de Portugal, UNITA confirmou o estatuto de maior par‑ realizado em Matosinhos (distrito do Por‑ tido na oposição, ao conseguir 18,66 por to), sob os auspícios do Consulado Geral cento dos votos. Com 1.074.565 votos, o de Angola na “cidade invicta”. Num comu‑ partido liderado por Isaías Samakuva pas‑ nicado final, os participantes ao evento sa a ser representado na Assembleia Na‑ acham ser urgente a efectivação do censo populacional dos angolanos na diáspora, cional com 32 deputados, 24 pelo círculo para permitir que “constem da estatística nacional e oito pelos provinciais, dois pelo nacional”. Sobre o regresso definitivo ao Bié e , Cabinda, Benguela, Huambo, País, manifestam‑se preocupados com as Kuando‑Kubango e Zaire, com um cada. dificuldades na obtenção de emprego no Com 345.589 votos, correspondentes a País por parte dos cidadãos nacionais com seis por cento do total de votos, a coli‑ formação superior, média e técnico‑profis‑ gação CASA‑CE ficou na terceira posição sional, “situação que se agrava para os que não possuem qualificação profissional ou e elegeu oito deputados, todos do círculo formação que justifique”. Devido a crise nacional, entrando pela primeira vez na financeira de Portugal, mostram‑se tam‑ Assembleia Nacional. O PRS, que perde o bém apoquentados “com as dificuldades estatuto de terceira maior força política socio‑económicas dos cidadãos angolanos a favor da CASA‑CE, conseguiu 98.233 adstritos ao ramo da construção civil, que, votos, correspondentes a 1,70 por cento no Parlamento. Já a FNLA, com 65.163, com 0,23 por cento dos votos, o PAPOD ainda que precariamente, emprega a maio‑ ria da mão‑de‑obra angolana”. Em meios do total dos votos. Fruto dos resultados, correspondentes a 1,13 por cento do total com 0,15, a FUMA, com 0,14, e o CPO, com associativos, notámos, com muito agrado, o partido liderado por Eduardo Kuangana de votos, conseguiu eleger apenas dois 0,11, não elegeram nenhum deputado e, o esforço que tem sido empreendido pela elege três deputados, sendo dois pelo deputados, contrariamente ao anterior à luz da lei, devem ser extintos por não actual direcção da Associação dos Estudan‑ círculo nacional e um pela província da Parlamento (em que tinha três deputa‑ conseguirem pelo menos 0,50 por cento tes Angolanos em Portugal (AEAP), liderada Lunda‑Sul, descendo a sua representação dos). A Nova Democracia‑União Eleitoral, do total de votos. ❚ por Edvaldo Fonseca. Recentemente, a AEAP rubricou um acordo de cooperação com uma clínica dentária portuguesa, do qual PARTIDO / COLIGAÇÃO VOTOS % Nº DEPUTADOS estudantes e seus familiares poderão be‑ neficiar de tratamentos com descontos até MPLA ‑ MPLA 4.135.503 71,84 175 50 por cento, assim como vai permitir ain‑ da que estudantes finalistas angolanos de qualquer ramo do sector da saúde possam UNITA ‑ UNITA 1.074.565 18,66 32 fazer uma formação profissional e estágios de fim de curso na referida clínica. No ca‑ pítulo de entretimento, a Praça de Touros CASA‑CE ‑ Convergência Ampla de Salvação de Angola ‑ Coligação Eleitoral 345.589 6,00 8 do Campo Pequeno, em Lisboa, vibrou ao som do cantor angolano Anselmo Ralph, com os famosos êxitos a fazerem mexer os PRS ‑ Partido de Renovação Social 98.233 1,70 3 apaixonantes corações. Por sua vez, numa gala organizada pelo Fórum Jovens Ango‑ lanos em Portugal, Celma Demba foi eleita FNLA ‑ Frente Nacional de Libertação de Angola 65.163 1,13 2 primeira Miss Pérola Angolana em terras de Camões, em pleno Casino do Estoril. Final‑ mente, não pode passar despercebido as ND ‑ Nova Democracia União Eleitoral 13.337 0,23 duas medalhas (ouro e bronze) conquista‑ das pelo velocista José Sayovo, na distância dos 400 e 200 metros livres, na classe de PAPOD ‑ Partido Popular para o Desenvolvimento 8.710 0,15 T11 (deficiência visual total), na 14ª edição dos Jogos Paralímpicos de Londres. Aos 39 anos de idade, José Sayovo torna‑se mais FUMA ‑ Frente Unida para a Mudança de Angola 8.260 0,14 uma vez num herói, feito único na história do atletismo angolano. BOA LEITURA! CPO ‑ Conselho Político da Oposição 6.644 0,11 www.embaixadadeangola.org AGOSTO 2012 Política 3

LISTA DE DEPUTADOS À ASSEMBLEIA NACIONAL:

MPLA 50. José Diogo Ventura 91. António Francisco Cortez 51. Domingos Martins Ngola 92. Guilhermina Fundanga Manuel CÍRCULO NACIONAL 52. António dos Santos França “Ndalu” 93. Guilhermina Contreiras da Costa Prata 1. José Eduardo dos Santos 53. Miguel Maria Nzau Puna 94. Victória Francisca Correia da Conceição 2. Manuel Domingos Vicente 54. Florentino Gabriel Sambundo CÍRCULO PROVINCIAL 3. Roberto António Victor Francisco de Almeida 55. Maria de Fátima Domingas Monteiro Jardim 4. Luzia Pereira de Sousa Inglês Van‑Dúnem “Inga” 56. Irene Alexandra da Silva Neto BENGO 5. António Domingos Pitra Costa Neto 57. Francisco José Ramos da Cruz 1. João Bernardo de Miranda 6. Julião Mateus Paulo “Dino Matrosse” 58. Aníbal João da Silva Melo 2. Pereira Alfredo 7. Joana Lina Ramos Baptista 59. João Manuel Francisco 3. Elvira Peregrina de Jesus Van‑Dúnem 8. Ana Afonso Dias Lourenço 60. Bento dos Santos “Kangamba” 4. Adão Cristóvão Neto 9. Elisa Kata 61. Mawete João Baptista 5. Josefa José 10. Francisco de Castro Maria 62. Joaquim António Carlos dos Reis Júnior BENGUELA 11. Gustavo Dias Vaz da Conceição 63. Bernarda Gonçalves Martins Henriques da Silva 6. Armando da Cruz Neto 12. Ruth Adriano Mendes 64. Palmira Domingos Pascoal Bernardo 7. Veríssimo Sapalo 13. Ana Paula Inês Luís Ndala Fernando 65. Ananias Escórcio 8. Eduarda Maria Nicolau Silvestre Magalhães 14. Amélia Calumbo Quinta 66. Maria Isabel Malunga Mutunda 9. Filipe Domingos 15. Fernando da Piedade Dias dos Santos 67. Nuno dos Anjos Caldas Albino “Carnaval” BIÉ 16. João Manuel Gonçalves Lourenço 68. Isabel João Miguel Sebastião Peliganga 10. Álvaro Manuel de Boavida Neto 17. Dulce Ginga 69. Lopo Fortunato Ferreira do Nascimento 11. Anabela Caiovo Ngunga 18. Alice Paulina Dombolo Chivaca 70. Augusto da Silva Tomás 12. Nicolau Sapalo 19. 71. Raúl Augusto Lima 20. Maria Cândida Teixeira 72. Roberto Leal Ramos Monteiro “N’Gongo” CABINDA 21. Manuel José Nunes Júnior 73. Yolanda Brígida Domingos de Sousa 13. Aldina Matilde Barros da Lomba 22. João de Almeida Azevedo Martins 74. Fernando José de França Dias Van‑Dúnem 14. José Mangovo Tomé 23. Ana Paula Cristóvão de Lemos dos Santos 75. Exalgina Reneé Vicente Olavo Gambôa 15. Marta Beatriz do Carmo Issungo 24. Rui Luís Falcão Pinto de Andrade 76. Simão Pinda 16. Afonso Maria Vaba 25. Francisco Magalhães Paiva 77. Francisco Boaventura Canjongo Chitapa KUANDO KUBANGO 26. Bornito de Sousa Baltazar Diogo 78. Salomão José Luheto Xirimbimbi 17. Manuel Francisco Tuta “ Batalha de Angola” 27. João Baptista Kussúmua 79. Maria Catarina Béua 18. Eugénia Tamare Semente Chiaka 28. Carlos Maria da Silva Feijó 80. Adriano Botelho de Vasconcelos 19. Elias Piedoso Chimuco 29. Afonso Domingos Pedro Van‑Dúnem “Mbinda” 81. N’Vunda Benvindo das Neves Salucombo 20. Maria Isabel 30. Marcelina Huna Alexandre 82. Carlos Bendinha de Almeida 31. Carolina Cerqueira 83. Victória Francisco Lopes Cristóvão de Barros Neto KWANZA NORTE 32. Jorge Inocêncio Dombolo 21. Henrique André Júnior 84. Victória Manuel da Silva Izata 33. Virgílio Ferreira de Fontes Pereira 22. Domingos João Ferreira Pinto 85. Maria Idalina de Oliveira Valente 34. Emília Carlota Sebastião Celestino Dias 23. Suzana Pereira Bravo 86. Alfredo Furtado de Azevedo Júnior 35. Norberto Fernandes dos Santos 24. Simão Jeremias Boa Carroba 87. Emílio José Homem Gomes 36. Francisco Higino Lopes Carneiro 25. Manuel António Gaspar Domingos 88. Isaac Francisco Maria dos Anjos 37. Albertina Teresa José 89. João Luís Neto “Xietu” KWANZA SUL 38. Diógenes do Espírito Santo Oliveira 90. Carlos Alberto Van‑Dúnem 26. Serafim Maria do Prado 39. Serafina Miguel Emília Pinto 27. Gilberto Manuel Pereira 40. Sérgio Luther Rescova Joaquim 28. Odete da Conceição Domingos dos Santos 41. António 29. Eliseu Segunda 42. Carlos Alberto Ferreira Pinto 30. Rosária Ernesto da Silva 43. Manuel Pedro Pacavira 44. Larissa Chiola Rosa José CUNENE 45. Frederico Manuel dos Santos e Silva Cardoso 31. António Didalelwa 46. Gonçalves Manuel Muandumba 32. Josefina Pandeinge Haleinge 47. Luísa Pedro Francisco Damião 33. José Mário Katiti 48. Genoveva da Conceição Lino 34. Gerdina Ulipamue Didalelwa 49. Pedro Mutinde 35. Madalena Ndafoluma Hanosike

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LISTA DE DEPUTADOS À ASSEMBLEIA NACIONAL (cont.):

HUAMBO BENGUELA 36. Fernando Faustino Muteka 3. Alberto Francisco Ngalanela 37. Agostinho Ndjaka CABINDA 38. Bibiana Nandombua 4. Raúl Manuel Danda 39. Domingos Paulino Dembele HUAMBO HUÍLA 5. Liberty Marlin Dirceu Samuel Chiaka 40. João Marcelino Tyipinge

41. Vigílio da Ressurreição Bernardo Adriano Tyova LUANDA 42. Ágata Maria Florinda Mbaka Raimundo 6. Mihaela Neto Webba 43. Júlia Agostinha Celeste 44. Fernando Bartolomeu Cativa KUANDO KUBANGO 7. Regina Eduardo Txipoia LUANDA 76. Panzo Joaquim 45. Bento Joaquim Sebastião Francisco Bento 77. Albertina Cugingomoco Muxindo ZAIRE 46. Adriano Mendes de Carvalho 8. João Marques Ntiama ZAIRE 47. Jesuíno Manuel da Silva 78. Pedro Sebastião 48. Eulália Maria Alves Rocha Silva CASA‑CE 79. Pedro Makita Armando Júlia CÍRCULO NACIONAL LUNDA NORTE 80. Maria José da Encarnação Fernandes 49. Ernesto Muangala 81. Garcia Vieira 1. Abel Epalanga Chivukuvuku 50. José Moisés Cipriano 2. André Gaspar Mendes de Carvalho 51. José Miúdo UNITA 3. Anatilde de Jesus de O. Freire Campos 52. Sónia Moisés Nele CÍRCULO NACIONAL 4. Manuel Fernandes 53. Joana Meta Fernandes dos Santos 5. Lindo Bernardo Tito 1. Isaías Henriques Ngola Samakuva 6. Alexandre André Sebastião LUNDA SUL 2. Joaquim Ernesto Mulato 7. Odeth Ludovina Baça Joaquim 54. Cândida Maria Guilherme Narciso 3. Vitorino Nhany 8. Leonel Gomes 55. Mário António Quexigina Luandanda 4. Miraldina Olga Marcos Jamba 56. Angelina Adolfo Macai 5. Abílio José Kamaluta Numa PRS 57. Domingos Kajama 6. Lukamba Paulo CÍRCULO NACIONAL 7. Silvestre Gabriel Samy MALANJE 1. Eduardo Kuangana 58. Boaventura da Silva Cardoso 8. Helena Bonguela Abel 2. Benedito Daniel 59. Alfredo Junqueira Dala 9. Mártires Correia Victor 60. Joana de Jesus da Conceição Pedro André Pedro 10. Alcides Sakala Simões CÍRCULO PROVINCIAL 61. Ana Maria Manuel João Taveira José 11. Fernando Domingos Heitor da Costa Francisco LUNDA SUL 62. Monteiro Pinto Kapunga 12. Anita Raquel Bela Felipe 1. Simão Muvuma Satami 13. José SamuelChiwale MOXICO 14. Mfuca António Fuacaca Muzemba 63. João Ernesto dos Santos “Liberdade” FNLA 15. Demóstenes Amós Chilingutila 64. Leonora Mbimbi de Morais 16. Carlos de Oliveira Fontoura CÍRCULO NACIONAL 65. Valeriano Chimo Cassauié 17. Adalberto da Costa Júnior 66. Mário Salomão 1. Lucas Ngonda Benghy 18. Sofia Profirio Kassungo Mussonguela 67. Albertina Chitumbo Cuvango Limueta 2. Francisco Carlos Mendes ❚ 19. Maria Luisa de Andrade NAMIBE 20. Piedoso Chipindo Bonga 68. Cândida Celeste da Silva 21. Daniel José Domingos 69. Carlos da Rocha Cruz 22. Estevão José Pedro Kachiungo 70. Carolina Cristina Elias 23. Clarice Matilde Kaputu 71. João Muatonguela 24. Eugénio Antonino Ngolo Manuvakola 72. José Maria Jamba CÍRCULO PROVINCIAL UÍGE 73. Paulo Pombolo BIÉ 74. Pedro Diavova 1. Manuel Savihemba 75. Eva Quibuba Cangudi 2. Elioth Wongimba Ekolelo www.embaixadadeangola.org AGOSTO 2012 Política 5

ELEIÇÕES 2012

ELEIÇÕES FORAM LIVRES E CREDÍVEIS PRIMEIRO‑MINISTRO DE PORTUGAL uma declaração conjunta da União líticos e outros actores no sentido de N Africana, SADC, CPLP, CEEAC, Fórum permitir aos cidadãos o pleno exercício das Comissões Eleitorais da SADC e da do seu direito de voto e encorajou as FELICITA DOS SANTOS Conferência Internacional sobre a Região autoridades competentes para que con‑ dos Grandes Lagos, os observadores feli‑ tinuem a estimular o engajamento activo civil e os partidos políticos pelo seu com‑ citam os angolanos pela realização das e permanente no esforço comum em prol promisso com a democracia, traduzido num eleições e consideraram que o pleito do prosseguimento e melhoria da comu‑ elevado padrão cívico de participação elei‑ decorreu de forma pacífica e ordeira. Na nicação do diálogo no decurso de todo o toral, observado quer durante o período de declaração lida por Pedro Pires, em nome processo eleitoral. As missões de observa‑ campanha, quer no escrutínio”. Em seu nome de seis organizações de observação elei‑ ção recomendam melhorias nas próximas e do Governo, o primeiro‑ministro português toral, as missões de observação destacam eleições, na acreditação dos observadores manifesta “satisfação pela realização deste ter registado uma participação massiva nacionais e internacionais, dos delegados novo acto eleitoral, não só pelo sinal in‑ de jovens e mulheres nas assembleias dos partidos políticos e facilidade do di‑ trínseco que encerra enquanto consolidação de voto, o que evidencia um crescente reito de voto dos angolanos na diáspora. das instituições democráticas, num quadro nível de consciência cívica e um “com‑ As missões, em comunicado apresentado de pluralismo político, mas também pelo promisso firme com os destinos do País”. por Pedro Pires, apelam a todos os actores primeiro‑ministro de Portugal, Pedro contributo que ele representa na trajec‑ Pedro Pires felicitou a CNE pela qualidade políticos para que mantenham o elevado O Passos Coelho, felicitou, José Eduardo tória de desenvolvimento e de progresso de organização do processo eleitoral e sentido de responsabilidade na aceitação dos Santos e o MPLA pela vitória nas elei‑ económico‑social que Angola tem vindo pela utilização das novas tecnologias de dos resultados decorrentes das urnas e em ções gerais, considerando que estas repre‑ a percorrer com reconhecido êxito”. Passos comunicação e informação “na intenção caso de litígio fazerem recurso às vias e sentam um contributo para a “trajectória Coelho afirma que “Portugal e Angola são louvável de aperfeiçoar as operações meios previstos pelas leis e regulamento de desenvolvimento e de progresso” de parceiros de longa data, quer em termos eleitorais e pelo profissionalismo revelado em vigor. As missões de observação rea‑ Angola. Numa mensagem enviada a José de cooperação de Estado a Estado, quer em pelos membros das assembleias de voto firmaram o compromisso de acompanhar Eduardo dos Santos, Passos Coelho felici‑ termos de relacionamento sócio‑económico na gestão do acto eleitoral”. Falou também Angola no esforço “árduo” para consolida‑ ta ao presidente e ao seu partido “pela entre as nossas duas comunidades, entre as dos esforços envidados pelos partidos po‑ ção e aperfeiçoamento da democracia. ❚ expressiva vitória”, acrescentando: “Gostaria nossas gentes, famílias, cidadãos e empre‑ especialmente, através de vossa excelência, sários” que têm estado juntos “nos bons e de felicitar o povo angolano, a sociedade nos maus momentos”. ❚ GOVERNO BRITÂNICO FELICITA VITÓRIA FELICITA DE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS PRESIDENTE DE CUBA Governo britânico felicitou a reelei‑ e felicita o MPLA pelo seu sucesso nas O ção de José Eduardo dos Santos como terceiras eleições realizadas na Repúbli‑ JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS presidente de Angola e o MPLA pela vi‑ ca de Angola e louva o povo angolano, tória nas eleições de 31 de Agosto. Por os partidos políticos e a sociedade civil meio da British Foreign e Commonwealth sobre o ambiente de paz em que decor‑ Office (FCO), numa declaração assinada a reu o processo. Salienta que apesar das Presidente dos Conselhos de Es‑ imprensa, enviada pelo gabinete de in‑ 12 de Setembro pelo novo vice-ministro preocupações sobre o processo eleitoral, O tado e Ministros da República formação e documentação do Ministério para África, Mark Simmonds, o Governo tais como o acesso aos meios de comu‑ de Cuba, Raul Castro Ruz, felicitou o das Relações Exteriores, Raul Castro Ruz britânico felicita a reeleição do Presiden‑ nicação, problemas com listas de eleitores Presidente do MPLA, José Eduardo dos reitera a vontade de continuar a apro‑ te José Eduardo dos Santos e o MPLA e falta da acreditação oportuna para os Santos, pela vitória nas eleições gerais fundar as estreitas relações de amizade pela sua vitória nas terceiras eleições na observadores eleitorais, o compromisso de 31 de Agosto de 2012. Em nota de e cooperação entre as duas nações. ❚ República de Angola. Segundo Mark Sim‑ das autoridades angolanas na tomada de monds, o governo britânico congratula-se medidas para resolver essas preocupações com a reeleição do Presidente dos Santos é louvável. ❚ CAVACO SILVA FELICITA PRESIDENTE DE CABO VERDE PRESIDENTE ELEITO DE ANGOLA FELICITA Presidente da República Portuguesa, DOS SANTOS O Cavaco Silva, felicitou o Presidente elei‑ to de Angola, e considerou que o processo Presidente de Cabo Verde, Jorge eleitoral demonstrou o “espírito cívico e a O Carlos Fonseca, felicitou o seu maturidade democrática do povo angolano”. homólogo angolano, José Eduardo dos “Por ocasião das eleições gerais da Repú‑ Santos, pela vitória nas recentes elei‑ blica de Angola do passado dia 31, quero ções gerais de 31 de Agosto. De acordo expressar‑lhe, em nome do povo português com uma nota divulgada pelo Gabine‑ e no meu próprio, felicitações e votos de te de Comunicação da Presidência da sucesso no exercício das altas funções que República Cabo‑verdiana, Jorge Carlos foi chamado a desempenhar pelo povo an‑ Fonseca transmitiu estas felicitações a golano”, afirma Cavaco Silva na mensagem. José Eduardo dos Santos por telefone O chefe de Estado português destaca a durante uma “conversa amistosa”. Entre “maturidade democrática” do povo ango‑ outros assuntos de “carácter geral”, os lano que, considera, expressou “de forma dois chefes de Estado “abordaram as inequívoca” a sua confiança em José ‑ Edu Santos vão ser reforçados “os especiais la‑ relações entre os dois países, nomea‑ ardo dos Santos. “Uma vez mais, o povo ços de amizade e cooperação” que unem damente a troca de visitas de Estado angolano manifestou a sua determinação Portugal e Angola, “no plano bilateral como aos respectivos países”, revela a nota. na consolidação da paz e da estabilidade, no quadro da CPLP, contando para tal com Estas felicitações juntam‑se à mensagem José Eduardo dos Santos, pela “histórica indispensáveis ao progresso social e econó‑ o inestimável contributo da numerosa co‑ enviada na terça‑feira pelo primeiro‑mi‑ reeleição” para o cargo de Presidente da mico do país”, refere Cavaco Silva. Cavaco munidade portuguesa que vive e trabalha nistro cabo‑verdiano, José Maria Neves, a República de Angola. ❚ Silva manifesta ainda a convicção de que em Angola, bem como da comunidade an‑ no próximo mandato de José Eduardo dos golana que vive e trabalha em Portugal”. ❚

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ELEIÇÕES 2012 ASSETOU KOITE ELOGIA VOTAÇÃO FELICITAÇÕES DE POHAMBA secretária‑geral da Organização A Pan‑africana das Mulheres (OPM), Assetou Koite, congratulou‑se, em Lu‑ anda, com a participação das mulheres AO CHEFE DE ESTADO ELEITO nas eleições gerais. A OPM foi criada em 1962 com o objectivo de discutir Presidente da Namíbia, Hifikepunye o papel da mulher na reconstrução de O Lucas Pohamba, felicitou, através de África, educação e garantia da paz e da uma mensagem, o Presidente da Repúbli‑ democracia. Assetou Koite disse que o ca, José Eduardo dos Santos, pela vitória povo saiu à rua e as mulheres, em mas‑ nas eleições gerais. Uma nota da embai‑ sa, aguardavam cada uma a sua vez em xada da Namíbia indica que o homólogo filas para exercerem o direito de voto namibiano manifestou a sua satisfação em várias assembleias visitadas. Assetou pela forma como decorreu o acto elei‑ Koite acrescentou que ficou impressio‑ toral e o desejo do reforço contínuo da nada com o facto de muitas mulheres cooperação entre os dois países. ❚ serem presidentes de mesas de assem‑ bleia nos locais onde os observadores passaram durante a manhã nos bairros da Ingombota, Ilha de Luanda, Prenda e Alvalade. Ao povo angolano, Assetou Koite felicitou pela forma ordeira como CATHERINE ASHTON decorreu o processo. ❚ EMITE DECLARAÇÃO O porta‑voz da alta OBSERVADORES ANGOLANOS representante da União Europeia para os DESTACAM RESPEITO PELA Negócios Estrangeiros e Política de Segurança e vice‑presidente da CONSTITUIÇÃO Comissão, Catherine Ashton, emitiu uma Observatório Eleitoral Angolano taram que, em 87,97 por cento das O (OBEA) declarou que o processo mesas das 802 assembleias de voto declaração na qual realça de votação no dia 31 de Agosto foi visitadas em todo o país, as cabines a “atmosfera pacífica em realizado num ambiente “pacífico, de de voto estiveram numa distância que decorreu o processo civilidade, liberdade e de transparên‑ suficiente para garantir a privacida‑ cia”. Numa declaração preliminar pro‑ de do eleitor, respeitando também eleitoral” em Angola. duzida em função da sua participação, a acessibilidade a pessoas com defi‑ como observador, considera ainda ciência ou necessidades especiais. A omamos nota da forma eficiente e apoiou a formação de observadores que o processo eleitoral respeitou a organização da sociedade civil ango‑ “T e da atmosfera pacífica em que eleitorais das organizações da sociedade Constituição da República, a legisla‑ lana diz ter também constatado que, decorreu o processo eleitoral. O povo civil. “Apreciamos que eventuais contes‑ ção ordinária, os princípios e procedi‑ em todas as mesas observadas, havia angolano demonstrou, mais uma vez, tações dos resultados eleitorais sejam mentos internacionais. “O OBEA saúda delegados de lista presentes durante o seu compromisso com a paz e com tratadas pelas vias legais adequadas”, su‑ o povo angolano pela forma cívica o apuramento dos votos, tendo os a democracia multipartidária, num mo‑ blinha. Na declaração, a União Europeia com que participou no acto eleitoral, mesmos assinado a respectiva acta. mento importante para o desenvolvi‑ reafirma ser um forte parceiro de Angola numa demonstração inequívoca de Desses delegados, acrescentou o Ob‑ mento do país, dez anos depois de a paz e que a relação foi recentemente for‑ cidadania e maturidade democrática, servatório Eleitoral Angolano, 28 por ter sido alcançada”, refere a declaração. talecida com a assinatura do “Caminho que reforça os valores da democracia cento representavam o MPLA, 25 a Na declaração, o porta‑voz de Cathe‑ Conjunto Angola‑União Europeia”, que e do Estado de Direito em Angola”, UNITA, 19 a coligação CASA‑CE, dez rine Ashton afirma que, na sequência tem por objectivo aprofundar as rela‑ lê‑se na declaração, proferida por Luís o PRS, sete a FNLA, quatro a ND‑UE, do convite das autoridades angolanas, ções entre Angola e a União Europeia Jimbo, coordenador executivo do Ob‑ três a FUMA, dois o PAPOD e outros através do reforço do diálogo político a União Europeia enviou uma missão servatório. Os observadores consta‑ dois por cento o CPO. ❚ de especialistas eleitorais para Angola e da cooperação bilateral. ❚

EMBAIXADORA DO BRASIL EM ANGOLA «ELEIÇÕES EM ANGOLA REFORÇAM DEMOCRACIA» embaixadora do Brasil em Ango‑ maneira “ordeira como foram realizadas senvolvimento, que começam a apresen‑ em grande expansão, devido à acentua‑ A la, Ana Cabral Petersen, disse, em as eleições”. Em final de missão, Ana Cabral tar elevados índices de crescimento, pelo da exportação de matérias‑primas, de ali‑ ­Luanda, que as eleições gerais de 31 de destacou que ao longo da sua estadia actual impulsionamento das economias mentos e conhecimentos de tecnologia. Agosto foram uma “demonstração cívica em Angola conseguiu notar em comum dos dois países nas suas respectivas re‑ Hoje somos um parceiro relevante para o da consolidação da democracia”. A diplo‑ entre os dois países: “o anseio pela pros‑ giões geográficas. Para a embaixadora, mercado internacional de qualquer país”, mata brasileira, que teceu tais considera‑ peridade e por uma sociedade mais justa, as conquistas do Brasil são fruto da in‑ realçou. Ana Cabral disse que, desde a ções durante a gala para comemoração onde prevaleça a igualdade para todos”. dependência e liberdade, único caminho chegada, conseguiu comprovar a impor‑ dos 190 anos da independência do Brasil, De acordo com a diplomata, Angola e para se ter uma pátria livre. “O Brasil tância das relações entre os dois países, felicitou ainda o Executivo angolano pela Brasil são, hoje, pólos dinâmicos de de‑ tem uma grande economia, actualmente unidos pela história. ❚ www.embaixadadeangola.org AGOSTO 2012 Política 7

ELEIÇÕES 2012 PRESIDENTE ELEITO GARANTE “GOVERNO DO MPLA PARA TODOS” Presidente eleito, José Eduardo dos jardins da Cidade Alta, em alusão ao seu para governar Angola nos próximos anos”, passou a ser de cinco anos. O Presidente O Santos, anunciou que vai formar “um 70º aniversário, expressou a sua felici‑ disse. A sua declaração de vitória aconte‑ José Eduardo dos Santos prometeu ain‑ governo que trabalhará para todos os dade por receber o voto de confiança ceu quando o escrutínio garantia mais de da “tudo fazer” para garantir a execução angolanos sem excepção”. O cabeça de dos angolanos, nas eleições do dia 31 70 por cento dos votos ao seu partido. das “políticas públicas que sirvam para lista do MPLA fez esta afirmação numa de Agosto. E aproveitou para agradecer José Eduardo dos Santos prometeu fazer melhorar a qualidade de vida de todos fase em que estavam escrutinados mais aos eleitores que lhe confiaram o voto, “tudo o que estiver ao meu alcance para os angolanos”. As grandes obras públi‑ de 80 por cento dos votos e era irre‑ ao mesmo tempo que felicitava todos os garantir a aplicação do programa eleitoral cas lançadas e concluídas na legislatura versível a vitória do partido e a sua que foram às urnas. “Sinto‑me feliz por ter do MPLA”. O Executivo que vai ser formado que agora terminou tiveram a supervisão eleição para a Presidência da República. sido escolhido pelo povo angolano. Mais com base na maioria parlamentar tem a do Presidente da República, que lançou José Eduardo dos Santos, que falava para uma vez os eleitores depositaram a sua missão de criar mais riqueza e “distribuir pessoalmente vários programas, entre os centenas de convidados num jantar, nos confiança no MPLA e no seu candidato melhor” durante a legislatura que agora quais o “Projecto Água para Todos”. ❚ ORDEM DE HONRA PARA JOSÉ EDUARDO

Presidente da República, José coração, que surge na sequência da O Eduardo dos Santos, foi conde‑ reeleição do Presidente José Eduardo corado pelo Presidente da Rússia, Vla‑ dos Santos para a Presidência da Re‑ ELOGIADO DESEMPENHO dimir Putin, com a Ordem de Honra pública nos próximos cinco anos, vem “pela contribuição para o desenvolvi‑ também a propósito dos esforços do mento das relações entre a Federa‑ Chefe de Estado angolano para pôr JORNALÍSTICO NA COBERTURA ção Russa e a República de Angola”, fim à guerra civil que durante décadas anunciou fonte oficial russa. A conde‑ assolou Angola. ❚ ELEITORAL

ministra da Comunicação Social, A Carolina Cerqueira, elogiou o de‑ ANGOLA DEFENDE REFORMAS sempenho dos jornalistas no âmbito da cobertura eleitoral, bem como o reforço do trabalho de cobertura leva‑ do a cabo pelos adidos de imprensa DAS NAÇÕES UNIDAS e correspondentes que vieram ao País para prestar o seu contributo. Durante ngola está disposta a trabalhar com ça e renovar a sua forma de monitorar um encontro com jornalistas nacio‑ A os demais países para a aplicação, incidentes e prevenir eventuais conflitos. nais, estrangeiros, adidos de imprensa urgente, de reformas nas Nações Unidas Manuel Augusto disse ser urgente que e correspondentes, que decorreu no e reforço do papel das instituições in‑ as instituições financeiras internacionais Centro de Imprensa Aníbal de Melo ternacionais e a redução do fosso entre continuem a esforçar‑se no sentido de (CIAM), a ministra manifestou a sua países desenvolvidos e em desenvolvi‑ resgatar os países em desenvolvimento, satisfação pelo trabalho e espírito de mento. A disponibilidade foi manifestada proporcionando condições mais flexíveis sacrifício na cobertura das eleições, pelo secretário de Estado das Relações que combinem adequadamente as ne‑ congratulando‑se pelo facto de os Exteriores, Manuel Augusto, em Teerão, cessidades e oportunidades. Infelizmente, jornalistas o terem feito com respon‑ no Irão, na cimeira de Chefes de Estado disse, isso não acontece devido à falta sabilidade. “Saúdo todos os jornalistas no processo eleitoral, deram mostras e de Governo dos países Não‑alinhados, de um compromisso político internacio‑ e particularmente os adidos e cor‑ que efectivamente o povo angolano em representação do Presidente da Re‑ nal. Como membro das Nações Unidas, respondentes que vieram proposita‑ esteve convicto do importante papel pública, José Eduardo dos Santos. Manuel disse Manuel Augusto, Angola condena, damente para participar no processo que as eleições representaram para Augusto manifestou a preocupação de veementemente, qualquer tipo de inter‑ eleitoral, assim como para reforçar o o país. Enalteceu de igual modo a Angola com a perpetuação da instabi‑ ferência externa nos assuntos internos trabalho de cobertura das eleições de participação feminina no pleito de 31 lidade política e a prevalência de con‑ de estados democráticos. O secretário de 31 de Agosto”, disse. Carolina Cerqueira de Agosto, que deram o seu contribu‑ flitos. A solução, disse, passa pela ampla Estado reiterou a determinação de Ango‑ disse ainda que a forma ordeira e to nas várias áreas, designadamente cooperação e engajamento de todos. la, como membro do grupo dos países civilizada das manifestações cívicas, assembleias e mesas de voto, assim Acrescenta que, com base na grande ca‑ Não‑Alinhados, trabalhar com os demais engajamento e empenho de jovens como observadoras eleitorais. ❚ pacidade dos seus membros, os países membros para a preservação da paz, pro‑ não‑alinhados devem manter a lideran‑ gresso, igualdade e justiça no mundo. ❚

www.embaixadadeangola.org 8 Economia AGOSTO 2012 RECUPERAÇÃO INÉDITA NA REDE DOS CAMINHOS‑DE‑FERRO quilómetros de via‑férrea. O ministro ex‑ e fundos próprios: “o trabalho é notável plicou que o processo de recuperação e e louvável, comparativamente com a rea‑ modernização dos três caminhos‑de‑ferro lidade africana e mundial”. O ministro dos de Angola (Luanda, Benguela e Namibe) Transportes precisou que o processo de vai permitir criar mais de quatro mil pos‑ recuperação de infra‑estruturas permitiu tos de trabalho. Augusto Tomás revelou reabilitar e modernizar 2.700 quilóme‑ que para a reabilitação e modernização tros de linhas‑férreas e 148 estações. A dos três caminhos‑de‑ferro, o Executivo reabilitação incluiu a aquisição de 243 investiu mais de 3,3 mil milhões de dó‑ unidades, entre locomotivas, vagões e lares. O ministro esclareceu que depois carruagens, centros oficinais e centros do alcance da paz, o Executivo traçou um de formação profissional, especialmente programa que em pouco tempo permitiu para os caminhos‑de‑ferro. O ministro re‑ atingir resultados positivos. Referiu que conheceu que o trabalho desenvolvido é dos caminhos‑de‑ferro continua”, disse. O ministro dos Transportes, Augusto o Executivo fez intervenções na rede de uma “autêntica revolução” que implicou ministro afirmou que em três anos, 16 O Tomás, disse no Lubango que a ve‑ estradas, transportes marítimos e aero‑ o estudo e análise da evolução mundial aeroportos foram reabilitados e moderni‑ locidade com que o Executivo reabili‑ portuários, que são a base fundamental dos caminhos‑de‑ferro. “Os custos dos zados. Estão a ser construídos aeroportos tou e modernizou os caminhos‑de‑ferro para o desenvolvimento sustentável da três caminhos‑de‑ferro no seu conjunto novos em algumas províncias. Augusto é algo inédito no continente africano. economia em qualquer parte do mundo. já consumiram 3,3 mil milhões de dólares, Tomás garantiu que um novo aeroporto Augusto Tomás informou que em tão Augusto Tomás realçou que Angola está mas ainda há outras tarefas por realizar, internacional vai ser construído na Ca‑ pouco tempo já foram reabilitados 2.700 a fazer estes investimentos com recursos por isso a caminhada pela modernização tumbela, província de Benguela. ❚ PORTO DE ÁGUAS PROFUNDAS AUMENTOU FUNCIONÁRIOS EM CABINDA PÚBLICOS s obras de construção do porto de A águas profundas na localidade do Caio Litoral, província de Cabinda, vão s ganhos da paz permitiram ao custar mil milhões de dólares e são exe‑ O Executivo aumentar o número de cutadas em três fases. O ministro dos funcionários públicos de 200.621 para Transportes, Augusto da Silva Tomás, dis‑ 374.875 no período de 2002 até ao se que o projecto do porto de águas grar forças representativas da sociedade primeiro semestre do ano em curso, profundas de Cabinda é uma parceria cabindense”, disse Augusto Tomás. Face à segundo o director do Centro de Es‑ público privada. O Estado ao longo do dimensão técnica, estrutural, económica, tudos e Pesquisa da Escola Nacional período de execução dá uma garantia financeira, comercial e accionista do pro‑ de Administração de Angola (ENAD), de 252 milhões de dólares. A primeira jecto, “dentro de duas semanas é apre‑ José Ribeiro, durante uma visita guia‑ acumulado de 52 por cento. Em rela‑ fase implica um investimento de 600 sentado publicamente aos empresários e da pelo ministro da Administração ção ao ano de 1992 a 2012, o número milhões de dólares e tem a duração de membros da sociedade civil incluindo às Pública, Emprego e Segurança Social triplicou de 131.178 funcionários para três anos. Na segunda fase são investidos autoridades tradicionais”. Augusto Tomás (MAPESS), , à Escola de Hote‑ 374.875 funcionários, tendo ocorrido 400 milhões de dólares provenientes de garantiu que o projecto de construção laria e ao Hotel Monalisa Residence. O um aumento de 86 por cento. Os um financiamento externo. Augusto To‑ do porto de águas profundas de Cabinda director informou que neste período funcionários estão maioritariamente más disse aos empresários que, face ao vai ser mesmo executado, como foram (2002 ao 1º semestre de 2012), o cres‑ concentrados no sector da educação, volume tão elevado do custo da cons‑ os aeroportos do Soyo, Uíge, Dundo, cimento médio anual atingiu 6,6 por com 55 por cento e na saúde 20 por trução do porto de águas profundas de Saurimo, Luena, Catumbela, Ondjiva, Ca‑ cento, o que totalizou um aumento cento. Segundo os dados do MAPESS, Cabinda, os recursos financeiros provêm rianga (Kwanza‑Norte), Malange e outras de 87 por cento. Se comparado com a província de Luanda apresenta um maioritariamente de financiamentos ex‑ infra‑estruturas e equipamentos nos do‑ o período que vai de 1990 a 2002, o maior número de admissões, atingin‑ ternos. O projecto é inclusivo e vai inte‑ mínios ferroviário e portuário. ❚ enquadramento de funcionários nas do 92.177 funcionários, seguindo‑se instituições do Estado atingiu um bai‑ Benguela com 39,089 e Huambo e xo crescimento de 3,6 por cento ao Huíla com 33.433 e 32.926, respec‑ ano, o que se traduz num aumento tivamente. ❚ PROGRAMAS HABITACIONAIS ADMINISTRAÇÃO DO TERRITÓRIO AO NÍVEL DAS NAÇÕES UNIDAS to urbano, ordenamento do território e crescimento das cidades. Segundo ANUNCIA NOVOS MUNICÍPIOS disse, o que se tem estado a fazer no país, do ponto de vista do crescimento ministro da Administração do Ter‑ de orçamentos municipais adequados às das cidades e da implementação do O ritório, Bornito de Sousa, admitiu necessidades de desenvolvimento social programa Nacional do Urbanismo e a criação de novos municípios no País a nível local e a realização de eleições Habitação, vai de encontro com aquilo com vista a aproximar cada vez autárquicas em 2015, como algumas que são os desafios do crescimento mais os serviços administrativos acções a executar pelo Executivo. mundial no que toca a urbanização. aos cidadãos. Discursando na O ministro considera o desen‑ Para o responsável, os referidos pro‑ abertura da conferência inter‑ volvimento local como uma gramas vão continuar, com realce para nacional por ocasião do Dia “peça fundamental”, para que director Nacional do Intercâmbio o Programa Nacional de Urbanismo Africano da Descentralização os índices de desenvolvimen‑ O do Ministério do Urbanismo e e Habitação que vai em até 2014. e Desenvolvimento Local, to humano sejam adequados Construção, Adérito Mohamed, disse, “Há um programa de habitação do Bornito de Sousa disse que às exigências mundiais. “É a na cidade de Nápoles (Itália), que os Executivo que consiste em construir 200 fogos habitacionais em cada um grande parte dos novos muni‑ nível dos municípios e através programas em curso do Executivo sobre o Urbanismo e Habitação e o dos municípios do país”, lembrou. O cípios, segundo tudo indica, serão do desenvolvimento local, que os de infra‑estruturas integradas, cons‑ Fórum Urbano Mundial é uma iniciati‑ criados na região Leste, que tem sido Objectivos do Desenvolvimento do tituem uma referência ao nível das va da Organização das Nações Unidas menos desenvolvida por razões históricas. Milénio podem facilmente ser atingidos”, Nações Unidas. De acordo com Adé‑ (ONU), coordenada pelo Programa das Bornito de Sousa apontou a aprovação afirmou o ministro. ❚ rito Mohamed, Angola é um exemplo Nações Unidas para Assentamentos a nível das Nações Unidas, quanto a Humanos (UN Habitat), e a actual edi‑ questão da habitação, desenvolvimen‑ ção tem como tema “Futuro Urbano”. ❚ www.embaixadadeangola.org AGOSTO 2012 Economia 9 BAÍA DE LUANDA ESTUDO DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS INAUGURADO CENTRO REGIONAL NO HUAMBO ministra do Ambiente, Maria de Fátima A Jardim, inaugurou na cidade do Huam‑ bo o primeiro Centro de Ecologia Tropical e Alterações Climáticas (CETAC), destinado ao estudo e investigação das alterações climá‑ ticas e preservação dos recursos hídricos e climáticos. Conta ainda áreas de recursos humanos, secretaria, secção de estagiários em investigação, biblioteca, sala de reuni‑ COM NOVO VISUAL ões, restaurante, entre outras divisões. O centro é o primeiro no país e foi erguido no quadro do programa do Executivo para províncias para favorecer o intercâmbio o relançamento do projecto de investiga‑ no processo de investigação. O aproveita‑ Presidente da República inaugurou, este fita, marcando a abertura do tráfego rodo‑ ção científica e estudo das alterações cli‑ mento das águas residuais, valorização dos O mês, a primeira fase do projecto de viário na avenida 4 de Fevereiro, na parte mática da região, para o desenvolvimento solos degradados, constituição de equipas requalificação da Marginal da Baía de Luan‑ em que durante cerca de 30 meses homens sustentável das províncias, em particular de investigação e apoiar a elaboração e da, no que foi o arranque de uma intensa e máquinas deram corpo a um dos mais do Huambo, que aspira à Cidade Capital implementação de políticas e programas jornada de campo que efectuou no dia em arrojados e bem conseguidos projectos de Ecológica. Fátima Jardim afirmou que, além de preservação do ambiente, constituem que comemorou o seu 70º aniversário. Acom‑ engenharia que envolveu a dragagem de dos quadros do Huambo, Benguela e Bié, o entre outros, os objectivos para qual foi panhado da Primeira‑dama, Ana Paula dos areia e permitiu o alargamento da marginal CETAC vai atender especialistas de outras criado o centro. ❚ Santos, o Chefe de Estado chegou ao recinto numa área equivalente a 39 hectares. Teste‑ onde foi organizada a cerimónia oficial para munharam a cerimónia de inauguração do a sessão explicativa sobre as fases do pro‑ projecto de requalificação da Baía de Luanda, jecto que promete mudar completamente o Vice‑Presidente da República, Fernando da um dos lugares mais emblemáticos da ci‑ Piedade Dias dos Santos, os titulares dos dade de Luanda. Em breves instantes, José distintos poderes públicos, dirigentes do Eduardo dos Santos ouviu as explicações partido no poder, empresários e membros sobre a obra ao que se seguiu o corte de do corpo diplomático. ❚ TURISMO EM ANGOLA URGENTE Angola é uma das principais economias da África subsariana. E é também, um dos países que vive, actualmente, uma fase de grande dinamismo e modernidade. A vida de muitos angolanos foi marcada por muitas circunstâncias difíceis. Chegou, portanto, a hora de recuperar o tempo perdido.

em ser paradoxal, em Angola, a ac‑ UM SECTOR EM GRANDE Estes pólos são, no fundo, a materializa‑ sector, que actualmente regista um défice Stividade turística ainda não assumiu ção do esforço por parte do Executivo de recursos humanos qualificados. Por con‑ grande importância. Talvez, em parte, por EXPANSÃO? angolano no desenvolvimento do turismo. seguinte, para uma melhor capacitação do ser considerada uma actividade secunda‑ Segundo a OMT (Organização Mundial de Não obstante, e apesar desse esforço do sector turístico em Angola devemos apostar ria. Os sinais de abrandamento da crise Turismo) o sector do turismo em Angola Executivo, o turismo ainda não se afirmou no desenvolvimento integrado e sustentá‑ internacional estão a estimular o conti‑ representa apenas 0,7% do PIB. As decisões como actividade económica. No entanto, o vel, preços competitivos num mercado cada políticas são fundamentais para ajustar e turismo pode também impulsionar o ressur‑ vez maior e com tantas alternativas, etc. A nente africano, sobretudo, Angola que gimento de antigas formas de arte, valorizar entrada de turistas no país, traz divisas, a actualmente é um dos países que mais estimular o turismo bem como garantir o ainda mais o património cultural imaterial economia cresce, cria postos de trabalho e cresce economicamente. O turismo é um seu crescimento sustentável. É de salientar o (PCI) e ser capaz de proporcionar ao turis‑ equilibra a balança de pagamentos. O plano fenómeno social e económico com grandes esforço que o executivo angolano já fez até ta umas férias inesquecíveis. Para termos é excelente mas é preciso criar condições relevâncias. Apesar da crise que assola o aqui. Segundo o que o vice‑ministro da Hote‑ sucesso a curto e longo prazo devemos para que isso aconteça. É preciso criar uma mundo esta actividade económica cresce laria e Turismo de Angola, Paulino Domingos fundamentalmente pensar na preservação rede de alojamento e de transportes. Angola anualmente originando emprego e receita. Baptista, deu a conhecer recentemente numa do meio ambiente, e para tal concretização tem boas condições, mas isto não lhe dá a Falar de Angola é falar de um país que entrevista, em Berlim, de 7 a 11 de Março é essencial planear, incrementar programas garantia de ter um turismo de excelência aquando da Feira Internacional de Turismo, “o e sobretudo estabelecer metas. No caso se nada for feito. Congratulo‑me com as tem uma dimensão terrestre com cerca objectivo é atingir nos próximos dez anos”, ou de 1.247 mil Km2 e uma extensão de concreto do nosso país é importante que iniciativas do executivo angolano em apostar seja, até 2020 “a fasquia de quatro milhões se promovam a concórdia entre o desen‑ nos referidos pólos. Mas, considero funda‑ orla costeira com mais de 1.600 Km com e meio de turistas e um milhão de postos praias e baías excelentes. Com inúmeros volvimento do turismo, a preservação do mental, que mais seja feito para incrementar de trabalho directos e indirectos, aumentar património e do meio ambiente. Compete de forma consistente o turismo em Angola. atractivos para quem quer viajar pelo país. o envolvimento da sociedade civil e das ao Estado e às entidades privadas controlar, Antes de mais, certifiquemo‑nos que estamos Desde a natureza no seu estado mais puro populações locais e fazer com que Angola criar e promover novos produtos para além preparados para receber turistas e oferecer e natural, às praias, florestas, cidades his‑ se aproxime dos padrões internacionais de de criar condições para garantir o sucesso serviço de qualidade. Começar com custos tóricas, cultura, e ainda uma extraordinária contribuição do sector da Hotelaria e Turismo dando resposta às solicitações da procura, elevados na hotelaria, nos aeroportos nos gastronomia, acontecimentos desportivos para o produto interno bruto”. Frisou também em consequência da inovação, do progresso voos, ou começar com falta de condições, e tantos outros motivos para atrair turis‑ que “com a conquista da paz, em 2002, foram tecnológico, e de novos estilos de vida. Em falta de acessos, falta de saneamento básico tas internos e Internacionais. O excelente aprovados vários projectos de programas geral, o produto turístico depende das aces‑ é preocupante para um pólo de desenvol‑ clima, as belezas naturais (fauna e flora), para o sector, destacando‑se o Plano Director sibilidades, infra‑estruturas e equipamentos. vimento turístico que queira afirmar‑se no e a diversidade geográfica do país fazem do Turismo, a criação de três pólos de de‑ A existência de atractividade para motivar mercado. Todos estes aspectos têm de ser prever um desenvolvimento turístico de senvolvimento do turismo, nomeadamente, a deslocação dos turistas é fundamental. revistos e melhorados. Segundo o Ministério qualidade nos próximos anos. A actividade o de Calandula, Cabo Ledo e Okavango, e a Quanto melhor organizado for o produto de Hotelaria e Turismo, Angola necessita de assinatura do tratado da área transfronteiriça turística no país cresce anualmente, muito turístico, maior será o benefício gerado por mais hotéis de uma, duas e três estrelas, de conservação do Okavango‑Zambeze, que ele. O desenvolvimento de produtos turísti‑ com preços mais acessíveis para o consu‑ embora não gere ainda o volume de re‑ é um projecto regional que engloba Angola, cos de um determinado local bem como o midor de renda média. Considero ainda que ceita e estabilidade de emprego que seria Botswana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabawe”. Os seu crescimento dependem da capacidade é fundamental simplificar a atribuição dos esperado. Certo é, acima de tudo que esse pólos de desenvolvimentos turísticos criados de os valorizar e da criação de novos fac‑ vistos. As Embaixadas e os Consulados que crescimento, se não for bem acompanha‑ em Angola irão, quanto a mim, permitir diver‑ tores de atracção. O referido Plano Diretor representam o nosso país devem simplificar do, poderá acarretar, no futuro, impactos sificar a oferta turística no país, e assim, res‑ do Turismo em Angola, segundo aquele esta atribuição de modo a podermos captar positivos e/ou negativos. ponder às principais motivações da procura. ministério, visa mudar o actual quadro no turistas estrangeiros. ❚

www.embaixadadeangola.org 10 Sociedade AGOSTO 2012

PEDIDO CENSO POPULACIONAL PORTO ACOLHE PRIMEIRO ENCONTRO INTER‑REGIONAL DAS COMUNIDADES Os participantes do primeiro Encontro Inter‑Regional das Comunidades Angolanas Residentes nas Regiões Norte e Centro de Portugal, em Matosinhos (distrito do Porto), apelaram ao executivo para a necessidade de realização do censo populacional dos cidadãos no estrangeiro”.

ealizado, em Julho, pelo Consulado R Geral de Angola no Porto, os parti‑ cipantes ao encontro afirmam, em comu‑ nicado final, que a realização do censo populacional dos cidadãos angolanos no estrangeiro vai permitir que os mesmos “constem da estatística nacional” e que governo angolano “faça um planeamento real e científico de desenvolvimento do País”. Reunido para, entre outros pontos, estabelecer a aproximação da comuni‑ dade angolana, assim como auscultar as preocupações e contribuir para a inserção social dos angolanos no norte e cen‑ tro de Portugal, o evento apelou para a “necessidade imperiosa” da regulamenta‑ ção da lei da nacionalidade, com vista a normalização da situação de angolanos indocumentados e garantir‑lhes “plena cidadania”. Pediram ainda “solução da matéria relacionada com a emissão de certidão narrativa de nascimento, registo criminal e outros documentos de identi‑ ficação, bem como a celeridade no tra‑ tamento de passaporte nacional, visando eleitoral seguinte os cidadãos residentes para os que não possuem qualificação no Porto, Bento Salazar André, e assistido a regularização da situação de residência na diáspora exerçam o direito de voto, profissional ou formação que justifique”. pelos seus homólogos em Lisboa (Cecília em Portugal. Congratularam‑se com as “como factor basilar da democratização Devido a crise financeira de Portugal, Baptista) e em Faro (Mateus de Sá Miran‑ iniciativas do Consulado Geral de Angola do país e do exercício da plena cidadania”. mostraram‑se também apoquentados da Neto). Discursado em representação no Porto tendente a regularizar a situação “com as dificuldades socio‑económicas do embaixador de Angola em Portugal, dos angolanos “indocumentados”, através REGRESSO DEFINITIVO dos cidadãos angolanos adstritos ao José Marcos Barrica, o adido de impren‑ de actos consulares itinerantes gratuitos Sobre o regressar definitivo ao País, ramo da construção civil, que, ainda que sa, Estevão Alberto, fez um retrato da junto das comunidade residentes nas re‑ os angolanos daquela região consular precariamente, emprega a maioria da situação actual do país, apresentando as giões norte e centro de Portugal e no manifestaram‑se preocupados com as di‑ mão‑de‑obra angolana do sexo mascu‑ várias realizações do executivo angolano seio das comunidades reclusa. Quanto ficuldades na obtenção de emprego em lino”. O primeiro Encontro Inter‑Regional da “Nova Angola”. O discurso de encer‑ à não realização das eleições angolanas Angola por parte dos cidadãos nacionais das Comunidades Angolanas Residentes ramento do encontro foi pronunciado no exterior, recomendaram a criação de com formação superior, média e técni‑ nas Regiões Norte e Centro de Portugal por Mateus de Sá Miranda Neto, cônsul condições técnicas para que no pleito co‑profissional, “situação que se agrava foi presidido pelo cônsul‑geral de Angola de Angola em Faro, como convidado de honra, que considerou que o consulado da República de Angola no Porto tem envidado e continuará a envidar esfor‑ ços para solucionar os problemas apre‑ sentados e encaminhará aqueles cuja solução depende duma intervenção do governo central. Apelou à comunidade para se organizar em associações que serão os interlocutores junto do consu‑ lado e para continuar a confiar no tra‑ balho do consulado. Os trabalhos foram presididos pelo cônsul geral de Angola no Porto, Bento Salazar André Morgado, anfitrião do evento, tendo, no discurso de abertura, feito um breve balanço das acções realizadas durante os sete primei‑ ros meses de 2012, “considerando esse período positivo, não obstante o longo caminho que ainda há que percorrer, com vista a melhorar a prestação de serviços consulares dirigida aos ango‑ lanos visando a sua dignificação”. Ape‑ lou ainda à comunidade no sentido de contribuir para o bom desempenho do Consulado, requerendo cada vez mais os seus serviços, apresentando sugestões e críticas que ajudem a sua consolidação e crescimento. www.embaixadadeangola.org AGOSTO 2012 Sociedade 11

COMUNICADO FINAL

O encontro teve como objectivos quaisquer documentos e vivendo principais estabelecer a aproximação em condições deploráveis; da comunidade angolana residente 6. A existência de indivíduos ainda nas áreas de jurisdição do Consulado menores de idade, trazidos nos Geral, auscultar as suas ingentes pre‑ anos de 1975/1978 por cidadãos ocupações e contribuir para a análise portugueses e/ou pais, alguns dos da sua inserção social e económica quais adoptados plena ou restrita‑ em Portugal, particularmente nas Re‑ mente por famílias portuguesas e ros, materiais e infraestruturais, pelo S.E. o Eng. José Eduardo dos Santos giões Norte e Centro do País. Sobre sem ligação ou referência familiar que apelam o apoio do governo no sentido de: os assuntos agendados, os participan‑ biológica; Angolano. tes (Representantes das associações e 1. Orientar os órgãos competentes do das comunidades Angolanas) expuse‑ 7. A existência de cidadãos, muitos 12. A necessidade de se criar um ga‑ Estado, para que sejam envidados es‑ ram questões pertinentes que foram dos quais sem referência familiar binete de apoio aos estudantes no forços que permitam a realização de pronta e oportunamente esclarecidas, enviados por instituições de ensino consulado de Angola no Porto com Registo tardio/adultos e a Reconstitui‑ de forma satisfatória, consubstanciadas e que não beneficiam de assistência vista a prestar‑lhes maior apoio no ção do Registo de Nascimento, para nas seguintes constatações: por parte das mesmas; que se refere à realização de está‑ efeitos de aquisição de Nacionalidade; 1. Dificuldades por parte dos cidadãos 8. Preocupações em relação à obten‑ gios profissionais, enquadramentos 2. Necessidade imperiosa da regula‑ angolanos na obtenção de Certidão ção de emprego em Angola, para profissionais e solução de outros mentação da Lei da Nacionalidade, de Registo de Nascimento e Regis‑ os cidadãos nacionais com forma‑ problemas. com vista à regularização da situação to Criminal e outros documentos, ção superior, média e técnico‑pro‑ Face ao que anteriormente foi exposto, dos indivíduos e cidadãos indocu‑ fissional, que pretendem regressar mentados como forma de garantir por impossibilidade de deslocação os participantes tomaram conhecimen‑ definitivamente ao país, situação a plena cidadania; a Angola; to e congratularam‑se com algumas que se agrava para os que não 2. A existência de indivíduos nascidos possuem qualificação profissional iniciativas levadas a cabo pelo Con‑ 3. A solução da matéria relacionada em Angola antes da Independência ou formação que justifique; sulado Geral, nomeadamente: com a emissão de Certidão Narrati‑ va de Nascimento, Registo Criminal Nacional em 1975, filhos de pais Os actos consulares itinerantes gra‑ portugueses ou de um dos pro‑ 9. Com a actual crise financeira e outros documentos de identifi‑ tuitos, realizados junto das comunida‑ genitores angolano que, entretan‑ que Portugal, as dificuldades so‑ cação, bem como a celeridade no de angolanas residentes nos Distritos to não regularizaram a situação da cioeconómicas agravam‑se par‑ tratamento de Passaporte Nacional, de Braga, Coimbra, Leiria, Viana de nacionalidade e que reclamam o ticularmente entre os cidadãos visando a regularização da situação Castelo, Vila Real e Viseu, bem como direito da cidadania angolana; adstritos ao ramo da construção de residência em Portugal; civil, sector que, ainda que preca‑ junto das comunidades reclusa nos 3. Indivíduos provenientes de Angola riamente, emprega a maioria da Estabelecimentos Prisionais da região, 4. A necessidade de realização do sen‑ antes da Independência e desem‑ mão‑de‑obra angolana do sexo constituem motivo de regozijo e or‑ so populacional dos cidadãos no es‑ barcados em Portugal somente masculino. gulho e incentivam o consulado a trangeiro para que possam constar da estatística nacional, de maneira a com a Guia de Desembarque do prosseguir; IARNE que não possuem quaisquer 10. Existência de cidadãos que vivem permitir ao Executivo angolano um documentos, mormente a certidão em situação de extrema pobre‑ A iniciativa que tem permitido a efec‑ planeamento real e cientifico de de‑ de nascimento, cédula de nasci‑ za, muitos dos quais sem abrigo tivação dos actos consulares domicilia‑ senvolvimento do país; e abandonados pelos familiares, mento, Bilhete de Identidade ou res para atender cidadãos com defici‑ 5. Finalmente, os participantes tomaram vendo‑se estes na contingência de outro que certifique a sua origem ência, com dificuldades de deslocação, conhecimento das razões que invia‑ recurso às instituições de solidarie‑ ou nacionalidade; acamados e idosos; bilizaram a realização das eleições dade portuguesas que, entretanto, angolanas no exterior e recomenda‑ 4. A demora ou tempo de espera, se vêm impotentes na solução dos Os esforços com vista a proporcionar ram que o Executivo Angolano crie embora já reduzido, na obtenção seus problemas sociais por falta de a visita e a prestação de assistência as condições técnicas para que no do passaporte nacional; documentação e outros que recor‑ jurídica, judiciária e consular a cidadãos próximo pleito eleitoral os cidadãos rem à delinquência; necessitados inclusive à comunidade 5. A existência de cidadãos nacionais, reclusa; residentes no exterior possam exer‑ muitos deles trazidos por portu‑ 11. Dificuldades de funcionamento de cer o direito de voto como factor gueses e transformados em empre‑ algumas associações de Angolanos Além disso, os participantes apelaram basilar da democratização do país gados domésticos e/ou outros sem por carência de recursos financei‑ ao Executivo angolano dirigido por e do exercício da plena cidadania; ❚

ESTUDANTES ANGOLANOS ASSINAM ACORDO COM CLÍNICA DENTÁRIA

A Associação dos Estudantes Angolanos em Portugal (AEAP) rubricou, recentemente, em Lisboa, um acordo de cooperação com a clínica dentária “Smile Up”.

protocolo beneficiará os estudan‑ zarem nas suas finanças, uma vez que com a equipa de futebol salão do Sport O tes e os restantes membros das o tratamento nas clínicas dentárias é Club e Benfica de Portugal e com a suas famílias, e o presidente da AEAP, muito caro”, realçou. Segundo o líder equipa de futebol 11 do Victória de Edvaldo Fonseca, disse tratar‑se de um associativo, o acordo vai permitir ainda Guimarães, mas com uma associação de protocolo importante, uma vez que os que os estudantes finalistas angolanos estudantes é a primeira vez e estamos estudantes e seus familiares poderão de qualquer ramo do sector da saúde muito satisfeitos por esse facto”, realçou. beneficiar de tratamentos com descon‑ possam fazer uma formação profissio‑ De acordo com o especialista, os estu‑ tos até 50 porcento dos preços em nal e estágios de fim de curso na refe‑ dantes angolanos terão uma assistên‑ vigor na clínica. “O acordo vai permitir rida clínica. O director clínico da Smile cia personalizada, uma vez que serão que os beneficiados tenham um melhor Up, Eduardo Bastos, manifestou‑se sa‑ sempre atendidos pelo mesmo médico acompanhamento da sua saúde e hi‑ tisfeito com a assinatura do acordo, e beneficiarão de tratamentos seguros giene bucal, por parte de especialistas salientando ser a primeira vez que tal e eficazes, através de um corpo clíni‑ qualificados, mas a preços baixos, facto facto acontece com uma associação de co profissional e instalações modernas, que permitirá os estudantes economi‑ estudantes. “Temos acordo do género equipadas com tecnologia de ponta. ❚

www.embaixadadeangola.org 12 Sociedade “OS DE JUNHO” ROSA DE ALMEIDA DO TERRAÇO DA PONTE Numa actividade que já vai se tornando habitual, COMPLETA 70 ANOS um grupo de 12 jovens nascidos em Junho, reuniram‑se, este mês, na quadra do futebol da o passado 25 de Junho, Rosa, como é tratada pelos mais Freguesia de Sacavém, bairro Terraço da Ponte N Rosa de Almeida reuniu chegados e não só, esteve bem em ambiente festivo, num co‑ acompanhada pelo seu espo‑ (conhecido Quinta do Mocho), para festejarem nhecido local de Lisboa, fami‑ so de mais de 50 exemplares colectivamente as suas datas de nascimento. liares, amigos e muitos camara‑ anos, o “mais velho” nacionalis‑ das de luta político‑partidária, ta Ezequiel Almeida. À Rosa de para assinalar os seus 70 anos Almeida, que no campo político de vida. No seu jeito peculiar‑ desempenha as funções de pri‑ mente humilde e solidário, e a meira secretária do Comité do distribuir sorrisos a todos quan‑ MPLA em Portugal, o Mwango‑ tos se associaram à festa, Tia lé deseja muitas felicidades! ❚

lém de angolanos, participaram do Aacto cidadãos de outros países da CPLP e de alguns países do leste europeu que vivem naquele bairro multicultural. A festejo foi animado com música variada, mas o “kuduru” assumiu‑se com maior destaque. ❚

Fotos: Adão Marcelino APRESENTADO PROGRAMA DE GOVERNAÇÃO AOS MILITANTES DO MPLA EM PORTUGAL O Comité da comunidade do MPLA em Portugal organizou, em Lisboa, uma conferência de apresentação do manifesto eleitoral e o programa de governo para o quinquénio 2012‑2017. urante o acto, a primeira secretária do fazer de Angola uma nação democrática, Dpartido em Portugal, Rosa da Silva de amante da paz, da prosperidade e da Almeida, referiu que a conquista da vitória justiça social. A actividade contou com prepara‑se com trabalho, com dedicação as presenças de convidados do PAICV, as causas nacionais e com programas PAIGC, partido comunista português e visando solucionar as questões que mais membros da Embaixada de Angola em Portugal. O programa de governo do MPLA tem como eixos fundamentais a consolidação da paz, o reforço da demo‑ cracia, a preservação da unidade e a co‑ esão nacional, garante dos pressupostos afligem as populações. No decorrer da básicos necessários ao desenvolvimento sua intervenção frisou que os militantes, e melhoria da qualidade de vida dos amigos e simpatizantes do MPLA apesar angolanos. Estabelece ainda como centro de não poderem exercer o direito de da acção o povo e, deste modo, propõe voto no exterior são também chamados desenvolver formas de interacção entre a contribuir para a vitória, pois cabe‑lhes o Executivo e as forças vivas da nação, o papel de enaltecer e divulgar todos envolvendo órgãos de soberania, confis‑ os esforços que estão a ser feitos pelo sões religiosas, formações políticas, orga‑ executivo angolano, no sentido de erguer nizações não‑governamentais, bem como cada vez mais alto o nome do país e outras sensibilidades da sociedade civil. ❚ www.embaixadadeangola.org AGOSTO 2012 Lusofonia 13

bubacar Demba Dahaba fez este Aapelo à saída de uma reunião, reali‑ zada este mês em Bissau, entre elemen‑ tos do Governo de transição e os parcei‑ GOVERNO GUINEENSE DE TRANSIÇÃO ros internacionais do desenvolvimento do país, para indicar os passos já dados pelo Governo e quais as perspectivas PEDE RESTABELECIMENTO DE AJUDA para o futuro. Em declarações divulga‑ das pela imprensa local, o ministro das O ministro das Finanças do Governo de transição da Guiné‑Bissau apelou Finanças guineense afirmou que, apesar às instituições financeiras internacionais e à União Europeia para que voltem de a Guiné‑Bissau ter conhecido um golpe de Estado (a 12 de Abril passado), a cooperar com o país, como forma de ajudar a aliviar a pobreza da população. as novas autoridades entendem que os projectos que estavam em curso, com o apoio da comunidade internacional, não devem ser interrompidos. “À população da Guiné‑Bissau não pode ser negada essa ajuda. Os projectos que estavam em curso até agora não arrancaram, sobretudo projectos do Banco Mundial, do Banco Africano do Desenvolvimento e da União Europeia. São projectos para o desenvolvimento económico e social deste país”, disse ainda o governante. “Mesmo havendo problemas políticos no país, nós estimamos que projectos de luta contra a pobreza devem ser reatados”, disse o ministro das Finanças do Governo de transição, salientando ainda os esforços que diz estarem a ser empreendidos pelas autoridades. “Esta‑ mos a fazer todo um esforço para cum‑ prir a agenda de transição e pensamos que a comunidade internacional devia trabalhar connosco e apoiar‑nos”, frisou Abubacar Demba Dahaba. ❚ AUMENTAM TRANSACÇÕES INTEGRAÇÃO É PRIORIDADE COMERCIAIS COM A CHINA DE MAPUTO O comércio entre a China e os oito países de língua portuguesa cifrou‑se em 75,91 mil milhões de O ministro dos dólares de Janeiro a Julho, um acréscimo de 20 por Negócios Estrangeiros moçambicano afirmou cento relativamente ao período homólogo de 2011, que a Presidência de acordo com dados oficiais das alfândegas rotativa de Moçambique da China divulgados em Macau. na Comunidade de os primeiros sete meses do ano, a 51,96 mil milhões de dólares e adquiriram Desenvolvimento N China importou dos oito países bens mercadorias com um valor de 20,63 mil da África Austral no valor de 53,12 mil milhões de dóla‑ milhões de dólares. No caso do Brasil, a res e exportou mercadorias cujo valor China adquiriu bens no montante de 31,1 vai dar primazia a ascendeu a 22,78 mil milhões de dóla‑ mil milhões de dólares e vendeu bens no integração regional das res, assumindo um défice comercial de valor de 18,63 mil milhões de dólares, 30,34 mil milhões de dólares. Esse défi‑ absorvendo um défice comercial de 12,47 infra‑estruturas entre os ce ocorreu fundamentalmente nas trocas mil milhões de dólares. Mas o maior défice países da região da SADC. das infra‑estruturas no processo de in‑ comerciais com o Brasil e Angola, países comercial ocorreu com Angola, país que tegração regional e enaltece os esfor‑ que venderam à China bens no valor de vendeu à China mercadorias no valor de Chefe de Estado de Moçambique, ços empreendidos por Moçambique 20,86 mil milhões de dólares, basicamente O Armando Guebuza, assumiu a nas áreas dos transportes e comuni‑ petróleo e que comprou bens no valor de presidência rotativa da SADC durante cações”, frisou o chefe da diplomacia 2,09 mil milhões de dólares. Com Portu‑ a 32ª Cimeira de Chefes de Estado e moçambicana. Oldemiro Balói acres‑ gal, terceiro parceiro comercial da China de Governo da organização regional. centou que a ênfase que o Governo no conjunto dos oito países de língua O ministro Oldemiro Balói disse que de Maputo pretende dar ao sector portuguesa, a situação inverteu‑se, com Maputo vai colocar no topo do seu das infra‑estruturas “resulta do facto a China a registar um saldo positivo de mandato “a necessidade de integrar de Moçambique ser um importante 523 milhões de dólares, decorrentes de os corredores de desenvolvimento acesso ao mar para vários países en‑ vendas no valor de 1,44 mil milhões de da região, capitalizando as infra‑es‑ cravados da África Austral”. Armando dólares e compras no montante de 925 truturas de comunicação que a África Guebuza substitui o Chefe de Estado milhões de dólares. Moçambique, por seu Austral detém”. Nessa perspectiva, es‑ angolano, José Eduardo dos Santos, turno, trocou bens com a China no valor colheu como lema da 32ª Cimeira da cujo mandato foi marcado pela vitória de 751 milhões de dólares, sendo 524 SADC “Corredores de Desenvolvimen‑ histórica de uma candidata da África milhões de dólares respeitantes a expor‑ to: Veículo para a Integração Regional Austral à Presidência da Comissão da tações chinesas e 227 milhões de dólares da SADC”. “O lema mostra a relevância União Africana. ❚ a vendas de produtos moçambicanos. ❚

www.embaixadadeangola.org 14 Cultura AGOSTO 2012

ANSELMO RALPH ANIMA LISBOA

Praça de Touros do Campo ouviu êxitos como “Animal”, “Beijo A Pequeno, em Lisboa, foi pe‑ outra boca” e “Ela é”, entre outros. queno para acolher, recentemen‑ Fizeram também do seu reportó‑ te, um show do cantor angolano rio, temas como “Arrependimento”, Anselmo Ralph, num espectáculo “Super‑homem”, “Não vai dar”, “Está aberto pelo Dj Barata e que teve difícil”, “Não me toques”, “Quero‑te a apresentação de Afonso Quintas. de volta”. Entre os cantores convi‑ Este considerou Anselmo Ralph “o dados contaram‑se Nelson Freitas, maior fenómeno da música em An‑ Eddy Parker, Kataleya, Puto Portu‑ gola”. De Anselmo Ralph, o público guês, Zona 5 e Cage One. ❚

PRÉMIO LITERÁRIO ANTÓNIO JACINTO SEM VENCEDOR Instituto Nacional das Indústrias júri do prémio, instituído para incentivar Marigan, pseudónimo literário de Ma‑ 1993 em homenagem ao poeta António O Culturais (INIC) informou que o o surgimento de novos autores, decidiu nuel Adriano Paulo, a menção honrosa Jacinto com o patrocínio do Banco de Prémio Literário António Jacinto deste ainda desqualificar três obras por ferirem do prémio ao seu livro “O corcunda nú”. Poupança e Crédito (BPC). Desde a sua ano não tem vencedor, pelo facto de o o regulamento do concurso. Porém, ape‑ O júri do prémio foi presidido por Abreu criação, o concurso já atribuiu 13 prémios júri não ter encontrado obras com qua‑ sar dos vários trabalhos sem condições, Paxe e constituído por João Tala e Óscar e sete menções honrosas, sendo 13 em lidade para arrecadarem o galardão. O o corpo de jurado atribui ao escritor Guimarães. O prémio foi instituído em poesia e sete em prosa. ❚ CRIANÇA ESPERANÇA COM ANGOLA APOSTA MISS UNIVERSO MBANZA CONGO À PATRIMÓNIO CULTURAL DA UNESCO REQUER TEMPO NA DIVULGAÇÃO

director‑geral do Instituto Nacional da classificação”. “Temos de instalar um DA CULTURA do Património Cultural afirmou que comité de gestão da cidade e isso vai O ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, o processo de candidatura de Mbanza ser discutido com o Governo Provincial disse na Lunda‑Norte que a reabertura Congo a património da humanidade “re‑ do Zaire, Ministério da Cultura e com a A das portas do Museu Regional do Dun‑ quer um trabalho profundo nos campos sociedade civil local, num diálogo aber‑ do ao público é um sinal da aposta do da História, antropologia e arqueologia”. to”, referiu. O programa para início das Executivo num fruir maior das tradições Ziva Domingos disse que o projecto escavações arqueológicas deste projecto, “Mbanza Congo – Cidade a desenterrar salientou, está em preparação, apesar do angolanas e dos seus valores no seio do para preservar” precisa “ainda de tempo e “pontapé de saída” ter sido dado em povo. A instituição museológica, prosseguiu, também vai ajudar a despertar o interesse Miss Universo Leila Lopes participou na de mais recursos para se atingir o grande Dezembro por um grupo de arqueólogos. A gala do projecto “Criança Esperança”, da objectivo, que é a inscrição deste sítio “Estamos a finalizar o contrato com os dos investigadores angolanos, em particular Rede Globo, e que dá apoio a instituições histórico no património mundial”. Neste arqueólogos para no próximo ano poder‑ dos jovens estudantes, para o conhecimento de solidariedade social no Brasil. Leila Lopes momento, declarou, são dados passos mos fazer os trabalhos de escavações que sobre a cultura da região Lunda tchokwe. manifestou a sua satisfação por estar presen‑ importantes na preparação do plano de vão ser precedidos de uma prospecção Para a ministra, o novo acervo etnográfico te no país onde foi coroada Miss Universo e gestão, “processo que implica a parti‑ geofísica, que consiste em identificar, por da instituição, mais amplo que o anterior, elogiou o projecto “Criança Esperança”, cuja cipação de todas as forças vivas” para via satélite, os potenciais sítios onde há vai dar largas à capacidade científica ‑so acção deu novas oportunidades de vida a se “pensar já no futuro do sítio depois vestígios arqueológicos”, disse. ❚ bre a riqueza étnica e cultural dos Lunda milhares de crianças pobres do Brasil. Leila tchokwe, que apesar dos estudos existentes, Lopes participou no ensaio geral da gala. “É está ainda longe da maioria dos angolanos. quase como se eu estivesse de volta a casa. É O Museu Regional do Dundo, a primeira e óptimo poder falar português e estar aqui. É maior instituição museológica de Angola, CAMINHAR NO ESCURO cuja construção data de 1936, vai servir

maravilhoso”, disse. A gala “Criança Esperança” “Calaff” celebrou a formação da identidade brasileira, Caminhar sobre à panóplia da estribeira esteira doravante, não só para guardar acervos, mas a partir da mistura de etnias e homenageou do teu caminho também para dar mais espaço à investiga‑ a influência de Angola, Portugal, Itália e Japão ção científica, uma função mais representa‑ na formação da Nação Brasileira. Leila Lopes Caminhar sobre a versatilidade do inverso desejo de ver tiva da experiência museológica. Neste novo representou Angola. “É uma honra poder Chegar do convénio dos juízes acervo, salientou a ministra, toda a dinâmica representar Angola aqui no Brasil, mais uma Fecundos das mentes brilhantes da investigação científica distribuiu‑se pelas vez”, disse. Leila Lopes, que como Miss Univer‑ António Baptista (13/02/2012) várias disciplinas, desde a pré‑história ou Caminhar na ignorância do saber a história mais antiga, onde se dedicaram so apoia inúmeras causas sociais, aproveitou Removendo emoções pávidas para elogiar a iniciativa do “Criança Esperan‑ ao estudos das estações arqueológicas que ça”, iniciativa da Rede Globo em parceria com Com exuberância do meditar indolente de visão trouxeram à superfície os vestígios dos tem‑ a UNESCO, que tem o objectivo de mobilizar Pitoresca e frenética pos imemoriais do paleolítico, até à estação a sociedade para a garantia dos direitos da Caminhar sofre à panóplia negativa da escuridão arqueológica de Bala‑Bala, situada a poucos criança e adolescente. ❚ Com prontidão do tempo sobre o futuro. quilómetros do museu. ❚ www.embaixadadeangola.org AGOSTO 2012 Curiosidades 15 VASOS SANGUÍNEOS A PARTIR LIAMBA DE CÉLULAS RETIRADAS DA GORDURA

NA JUVENTUDE O tratamento de uma artéria bloqueada pode futuramente passar pela substituição por um PREJUDICA vaso sanguíneo criado a partir de células retiradas da gordura por lipoaspiração, conclui MEMÓRIA um estudo de investigadores norte‑americanos. E INTELIGÊNCIA

Adultos que se tornam dependentes de liamba antes dos 18 anos tiveram piores resultados em testes de memória e inteligência dos que não consomem, revela um estudo com cerca de mil neozelandeses com idades até os 38 anos. estudo mostra que as células estami‑ lhões de pessoas com doenças cardíacas Onais adultas retiradas da gordura lipo‑ necessitam de pequenas substituições s indivíduos sujeitos ao estudo, e neurociência do King’s College, afir‑ aspirada podem ser utilizadas na criação de vasos sanguíneos ou enxertos para Orealizado por cientistas da Uni‑ mou que a longa duração do estudo de vasos sanguíneos saudáveis. O portal restaurar a função das artérias doentes. versidade Duke, Estados Unidos, e permite garantir que os problemas WebMD sublinha que este é apenas um Os vasos sanguíneos criados a partir da do King’s College de Londres, foram causados pela liamba em jovens se estudo preliminar, mas que se as investiga‑ gordura da lipoaspiração podem ajudar ouvidos periodicamente para dizerem estendem à idade adulta. Até 18 anos, ções seguintes comprovarem a viabilidade a resolver os principais problemas com se continuavam a consumir liamba e referiu, o cérebro ainda está em for‑ do método, os novos vasos sanguíneos enxertos que utilizam materiais sintéticos com que frequência e submetidos a mação e por isso é mais vulnerável podem ser utilizados em cirurgias de ou implicam o recurso a tecidos de outras testes de quociente de inteligência aos efeitos das drogas. Os que já con‑ “bypass” cardíaco e noutros procedimen‑ partes do corpo. Os resultados do estudo (QI) e a outros exames de memória, sumiam liamba antes daquela idade tos que impliquem o “redireccionamento” foram apresentados numa conferência de raciocínio e de processamento visual. tiveram, entre os 13 e os 18 anos, um do sangue à volta das artérias bloquea‑ ciências cardiovasculares organizada pela Terrie Moffitt, professora de psicologia declínio médio do QI de oito pontos. ❚ das. Os investigadores disseram que mi‑ American Heart Association. ❚

SUBSTÂNCIA DO CHÁ VERDE ASPIRINA REDUZ RISCO PODE TRATAR TUMORES DE MORTE POR CANCRO Um composto encontrado no chá verde pode ser uma arma para o tratamento do cancro. DA PRÓSTATA A conclusão é de um novo estudo desenvolvido Homens em tratamento pelas universidades de Strathclyde e Glasgow, de cancro de próstata que na Escócia. tomam aspirina regularmente s propriedades anti‑cancerígenas de em função de outros Aum componente do chá verde, o problemas médicos têm EGCG, já eram conhecidas, mas a inca‑ menos probabilidade de pacidade de atingir os tumores ao ser morrer de cancro do que administrado por via intravenosa tinha impedido, até ao momento, a sua utiliza‑ pacientes que não tomam ção em possíveis terapias contra a doen‑ o medicamento. ça. Nos testes preliminares realizados em informação consta de um novo esse efeito contra o cancro em partes laboratório, as equipas das duas univer‑ A estudo publicado no “Journal of diferentes do corpo”, disse o professor sidades utilizaram uma nova abordagem, Clinical Oncology”. O trabalho não é Andrew T. Chan, da Escola Médica de que permitiu que o composto benéfico uma análise clínica aleatória contro‑ Harvard, (EUA) que estuda o papel chegasse directamente aos tumores de‑ lada, mas consiste num conjunto in‑ da aspirina na prevenção do cancro pois de entrar na corrente sanguínea dos teressante e crescente de evidências colorretal, mas que não participou na pacientes testados. Na sequência das ex‑ indicando que a aspirina pode exercer nova pesquisa. No novo estudo, pes‑ periências efectuadas, os investigadores papel benéfico no tratamento e, pos‑ quisadores usaram o banco de dados norte‑americanos constataram que cerca sivelmente, na prevenção de diversos do projecto americano CAPSURE (Pes‑ de dois terços dos tumores que recebe‑ tipos de cancro. Boa parte das pesqui‑ quisa Urológica Estratégica do Cancro ram o tratamento encolheram ou desapa‑ sas anteriores sobre aspirina versava da Próstata) para analisar os casos de receram no prazo de um mês, sendo que sobre o cancro do cólon. “Trata‑se de seis mil homens que apresentavam a a administração do EGCG não apresentou mais uma evidência sugerindo que doença e foram tratados com cirurgia quaisquer efeitos secundários nem provo‑ a aspirina parece realmente exercer ou radioterapia. ❚ cou danos nas células saudáveis. ❚

www.embaixadadeangola.org 16 Mundo AGOSTO 2012

ECONOMIA MUNDIAL MAIS INDUSTRIALIZADOS CONTINUA AMEAÇADA SOLICITAM INCREMENTO A economia mundial enfrenta agora maiores DA PRODUÇÃO riscos por causa do agravamento da crise na Zona Euro, que está a pressionar a expansão grupo das sete economias mais de‑ elogiaram ainda o compromisso da Ará‑ O senvolvidas do Mundo, G7, pediu, bia Saudita, feito no encontro do G20 em nos mercados emergentes. este mês, que os países produtores de pe‑ Los Cabos, México, em Junho, no qual tróleo elevem a sua produção para que o o país se disponibilizou a elevar a sua o que conclui a Moody`s num rela‑ são o agravamento da recessão na preço dessa matéria‑prima nos mercados produção quando necessário. Ao mesmo É tório. Com o título “Actualização às Zona Euro, “causado pela contração internacionais seja pressionado para bai‑ tempo, o comunicado do G20 sugeriu perspetivas de risco global 2012‑2013: do crédito”, a possibilidade de uma xo. O G7 considerou que os elevados pata‑ que os países produtores desenvolvidos Crise da dívida na Zona Euro continua “aterragem difícil nas principais eco‑ mares do preço do petróleo representam também estão prontos para accionar as a ser o maior risco”, o documento nomias emergentes, incluindo na Chi‑ “riscos substanciais” para a economia glo‑ suas reservas estratégicas. “Estamos pron‑ alerta que as ameaças à “recuperação na, Índia e Brasil” e ainda um “cho‑ bal. “O actual aumento dos preços do pe‑ tos para pedir à Agência Internacional de global em 2012‑2013 aumentaram e que” proveniente do abastecimento tróleo reflecte preocupações geopolíticas Energia (AIE) para que tome as medidas o crescimento nas economias de mer‑ de petróleo e o risco de um “aperto e certas perturbações no abastecimento”, adequadas para garantir que o merca‑ cado emergentes vai desacelerar mais orçamental acentuado” nos Estados disseram os ministros de Finanças do G7 do seja totalmente abastecido”, disse o do que o esperado”. A agência revê Unidos em 2013. A Moody`s prevê numa declaração em Washington (EUA). O comunicado, que afirmou ainda que os “em baixa” a previsão para as grandes um crescimento de 2,8 por cento em comunicado, emitido pelo Ministério das países‑membros do G7 continuam com‑ economias de mercado emergentes, 2012 nas economias do G‑20 e de 3,4 Finanças dos EUA, diz que os ministros prometidos com o bom funcionamento “onde o ambiente externo mais frágil por cento no próximo ano, mantendo permanecerão vigilantes em relação aos dos mercados de energia e com a esta‑ e a procura interna a desacelerar estão as expectativas de um crescimento riscos da economia global. Os ministros bilidade da economia global. ❚ a causar uma maior lentidão no cres‑ “relativamente robusto” nos EUA. Já cimento. Continuamos na expectativa a Zona Euro atravessa uma “recessão de que a desaceleração nos países moderada” este ano. “A nosso ver, os desenvolvidos e os fluxos de capitais esforços de consolidação orçamental, voláteis vão suprimir o crescimento a baixa confiança dos consumidores e nos mercados emergentes”, explica, no das empresas, a desalavancagem ban‑ EQUADOR DÁ ASILO comunicado que acompanha o relató‑ cária e das famílias, os níveis persis‑ rio, a agente da Moody’s responsável tentemente elevados do desemprego pela dívida soberana, Elena Duggar. e o mercado imobiliário vão continuar Os maiores riscos para a agência de a restringir o crescimento nas econo‑ A ❚ JULIAN ASSANGE notação financeira norte‑americana mias avançadas”, disse Elena Duggar. O Governo do Equador anunciou, este mês que concede asilo diplomático ao fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, MULTIPLICAM EXPORTAÇÕES que se encontra refugiado na embaixada do país em Londres, por considerar que existem riscos para a sua integridade e vida, em consequência das PARA OS BRICS revelações feitas no seu site na Internet, anunciou A crescente procura das economias emergentes que o ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador, Ricardo Patiño. formam os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) fez com que as exportações alemãs para este grupo Equador decidiu conceder “O asilo diplomático a Julian se multiplicassem por sete entre 1996 e 2011, anunciou Assange”, afirmou Patiño ao ler uma o Escritório Federal de Estatística da Alemanha (Destatis). declaração na sede do Ministério, em Quito. “Caso aconteça uma extradi‑ ção para os Estados Unidos, o senhor Assange não vai ter um julgamento justo, pode ser julgado por tribunais especiais ou militares e não é impossí‑ vel que seja vítima de um tratamento cruel e degradante, e que condenado a prisão perpétua ou à pena capital, com o que não seriam respeitados os seus direitos humanos”, disse Patiño. O chefe da diplomacia do Equador referiu que, após quase dois meses de “diálogo ao mais alto nível” com nquanto isso, as exportações alemãs 4,3 por cento que era registado em 1996 os governos dos EUA, Reino Unido país, como os EUA. O fundador do E para todos os seus parceiros comer‑ (17,5 mil milhões de euros). Os produtos e Suécia, o seu país tem “sérios indí‑ site WikiLeaks entrou na embaixada ciais cresceram apenas 2,5 vezes, precisou mais vendidos pela Alemanha a essas cios” da possibilidade de “retaliações” do Equador em Londres no dia 19 a instituição. O maior avanço aconteceu economias emergentes são maquinaria, contra Assange, “que podem pôr em de Junho, depois de esgotar todas no comércio com a China, com uma su‑ veículos e peças de automóvel. Por outro risco a sua integridade, segurança e as opções legais contra um pedido bida anual de 17,8 por cento nestes últi‑ lado, as importações dos BRICS aumen‑ inclusive a vida”. Na argumentação, o de extradição para a Suécia, onde é mos 15 anos, contra uma taxa de 11 por taram desde 1996 a uma taxa anual de Equador considera que se Assange acusado de crimes sexuais, o que ele cento para os outros países dos BRICS. No 13,2 por cento, também acima da média “for levado para a prisão preventi‑ nega. Assange teme que uma even‑ ano passado, a Alemanha exportou para em termos globais, que cresceu ao ritmo va na Suécia, tem início uma série tual deportação para a Suécia abra esses quatro países produtos no valor de 6,5 por cento ao ano. Com isso, as de eventos que vão impedir o evitar as portas para uma nova deportação, de 121,2 mil milhões de euros, o que importações dos BRI­CS passaram de 6,1 de uma extradição” para um terceiro desta vez para os Estados Unidos. ❚ representa 11,4 por cento do total de em 1996 para 15,4 por cento no ano pas‑ exportações alemãs, contra o índice de sado, disseram as alfândegas chinesas. ❚ www.embaixadadeangola.org AGOSTO 2012 África 17

AUSTRÁLIA FINANCIA LIBÉRIA SUSPENDE DIRIGENTES PROGRAMA REGIONAL DE GESTÃO QUE RECUSARAM DIVULGAR BENS A Presidente da Libéria suspendeu, este mês, das TRANSFRONTEIRIÇA DAS ÁGUAS funções de 46 responsáveis do Estado, incluindo o próprio filho, por não terem declarado os seus O governo australiano anunciou, em Luanda, a bens à comissão oficial de luta contra a corrupção, disponibilização de 18,3 milhões de dólares para indicou um comunicado da Presidência da República. o programa de gestão de águas transfronteiriças da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), para melhorar o abastecimento de água e reduzir conflitos.

e acordo com uma nota, as‑ D sinada pelo enviado especial do primeiro‑ministro da Austrá‑ lia para África, Bob McMullan, o programa deve beneficiar directa‑ mente cinco milhões de pessoas até 2015 e, indirectamente, toda a população localizada junto das bacias hidrográficas da região. Bob McMullan escreve na nota que “a Austrália tem fortes laços políticos, diplomáticos e comerciais com to‑ dos os países da SADC e as nossas parcerias têm crescido significati‑ vamente nos últimos anos”. O do‑ cumento diz que o compromisso do governo australiano em apoiar os Estados membros da SADC tem como objectivo ajudá‑los a gerir eficazmente os recursos hídricos transfronteiriços e vai ajudar a sal‑ var vidas nas áreas em que muitas documento informa que a suspen‑ ministros delegados e responsáveis pro‑ comunidades não têm acesso à O são vigora “até que a Presidente vinciais. Segundo a lei vigente no país, água potável e saneamento básico Ellen Johnson Sirleaf receba da comis‑ os responsáveis do Estado têm 14 dias adequado. A região da SADC tem são anti‑corrupção da Libéria a confir‑ para declarar os seus bens após a sua 15 grandes bacias hidrográficas e mação de que os funcionários em causa nomeação. Primeira africana eleita Presi‑ todas são compartilhados por dois preencham as exigências da declaração dente, em 2005, Ellen Johnson Sirleaf foi ou mais países, o que facilita uma gestão compartilhada entre Esta‑ dos bens”. Antes de poderem retomar os reeleita em 2011 para mais um mandato, dos. O enviado especial do primei‑ cargos, acrescenta a nota, os dirigentes pouco depois de ser distinguida com ro‑ministro da Austrália para África suspensos “devem encaminhar para os o Prémio Nobel da Paz. Ellen Johnson revelou que está a ser finalizado cofres [do Estado] um montante equiva‑ Sirleaf prometeu fazer da luta contra a um memorando de entendimento, lente aos seus salários e subsídios duran‑ corrupção o seu cavalo de batalha e que vai reger a cooperação entre te o período de suspensão”. Na lista de declarou “tolerância zero” contra a práti‑ ❚ aquele país e a SADC. responsáveis suspensos estão os nomes ca na Libéria, mas recentemente admitiu de Charles Sirleaf, filho da Chefe de Es‑ que o combate à corrupção “revela‑se tado e vice‑governador do banco central, mais difícil do que tinha imaginado antes e David Anderson, chefe do protocolo da de chegar ao poder” e que o flagelo da Presidência da Libéria. A lista inclui vários corrupção está generalizado. ❚ CARTA DO LEITOR

«Tenho, com alguma regularidade recebido os vossos jornais e aceder, CARO LEITOR, este Jornal é seu. Mande quando posso, através do website. Na realidade, queria muito encorajar informações diversas, fotos e nós publicaremos. os laboriosos trabalhadores, sobre o director do jornal Mwangolé, a pros‑ seguir com o vosso trabalho de forma empenhada como o tendes feito Igualmente estamos abertos às suas sugestões, até hoje. As melhorias em vários aspectos do jornal é sinónimo também bastando que nos escreva para os seguintes do imenso respeito que nutrem pelo público-leitor e pela comunidade endereços electrónicos: angolana aqui em Portugal. O nosso país tem crescido bastante desde que se alcançou a paz, e a ascensão do Mwangolé orgulha à todos nós, [email protected] filhos daquele rica e próspera. Vocês têm sido uns heróis». ou, em alternativa, para: Gerson Lopes, Cidade do Porto [email protected]

www.embaixadadeangola.org 18 Desporto AGOSTO 2012

TENDO COMO MODELO ESCOLA TÉCNICA DA MOITA EMPRESÁRIO ANGOLANO PROJECTA ACADEMIA EM LUANDA O empresário angolano António Justino prevê construir, em 2013, uma academia, na localidade de Cabo Ledo, em Luanda, que, numa primeira fase, acolherá uma centena de jovens para a formação desportiva, académica e profissional, em simultâneo.

a Escola Técnica Profissional da Moita e a equipa portuguesa do 1º de Maio Sarilhense), António Justino diz “poder vir a contar, também, com o apoio do Estado angolano”. O referido protocolo de cooperação, assinado há um ano, em Portugal, visa, entre outros aspectos, a captação em Angola de jovens com ele‑ vada aptidão académica, profissional ou desportiva, particularmente os oriundos de famílias mais desfavorecidas. O acor‑ do prevê ainda “potenciar um conjunto de novas aptidões que permitam um o 1º Torneio Internacional de Infantis futuro mais promissor aos jovens selec‑ TORNEIO INTERNACIONAL DE INFANTIS “Sarilhos Aldeia Desportiva”, organiza‑ cionados”, que receberão formação em da pela escola de futebol do 1º Maio gestão desportiva, energias renováveis, Do protocolo resultou já a vinda, re‑ Sarilhense, pertença do ex‑treinador do restauração, contabilidade, marketing, centemente, a Portugal das equipas ASA, o português Manuel Fernandes. organização de ventos, secretariado, infanto‑juvenis do 1º de Agosto e do Além das equipas angolanas, partici‑ empreendedorismo, técnicas de saúde, Sporting do Bié, entre 29 de Maio e param no torneio o Pinhalnovense, o entre outras. 2 de Junho passados, que disputaram Barreirense e o Sporting de Portugal, ntónio Justino, responsável de uma primeiro, segundo e terceiro classifica‑ A agência de marketing sedeada em dos, respectivamente. O 1º de Agosto Luanda, disse que além campos de fu‑ e o Sporting do Bié quedaram‑se nas tebol, o projecto terá ainda um pôlo duas últimas posições, mas, segundo desportivo multiuso para a componente Jorge Mendonça, responsável do 1º de formativa de outras modalidades, assim Agosto, “esta presença serve de incen‑ como diversas salas para o ensino aca‑ tivo para que o futebol, sobretudo as démico e profissional. O projecto está camadas jovens, tenha expressão em estimado em cerca de um milhão de Angola”. Apesar de o 1º de Agosto não dólares e contará com o apoio da Escola ter vencido qualquer dos três jogos, Técnica Profissional da Moita, um ‑esta diz‑se satisfeito “com a prestação, pelo belecimento luso de iniciativa privada, nível técnico em nada inferior às outras com interesse público, que desenvolve equipas”. “O nosso nível de satisfação actividades culturais, científicas, tecno‑ por termos estado em Portugal é gran‑ lógicas e pedagógicas no sul de Por‑ de, pois, tivemos contacto com uma tugal. Para a concretização do projecto, das melhores academias de futebol do baseado de um protocolo de coopera‑ mundo, e para os nossos miúdos foi um ção tri‑partido (Agência de Marketing, sonho”, disse ainda Jorge Mendonça. ❚

RUI MARQUES INTEGRA PROJECTO DE FORMAÇÃO EM DIRIGISMO DESPORTIVO O ex‑futebolista internacional angolano de honra, Rui Marques, integra um projecto empresarial que visa a formação em gestão e dirigismo desportivo em Angola. nserido na empresa “Angol Sports”, se‑ iniciativas. O projecto, do qual fazem ain‑ sua carreira na Alemanha, no SSV Ulm, na I deada em Luanda, Rui Marques disse da parte pelos empresários, Hugo Ferreira, temporada 1999/2000, tendo sido levado que a missão do projecto visa “a melhoria Manuel Sequeira, Rui Marques, Mauro Dias depois para o Hertha BSC. Entre outros da qualidade desportiva, através de con‑ e João Leiria, conta com a colaboração de clubes, passou também pelo VfB Stuttgart, sultadoria, formação, eventos, marketing recursos humanos qualificados e de outras Marítimo de Portugal e o Leeds United da e publicidade, turismo desportivo, entre organizações desportivas em regime de Inglaterra. Ao serviço dos “Palancas Negras”, outras, resultante da percepção de procura parceria, “visando a prossecução de dife‑ representou Angola no Campeonato do específica de competências não atendi‑ rentes programas”. Rui Marques começou Mundo de Futebol de 2006, na Alemanha. ❚ das pelos agentes e empresas em Angola”. No capítulo de formação, “é pretensão do projecto contribuir para o aumento do nível específico, com acções estruturadas e dedicadas a todas as modalidades e áreas do desporto, bem como promover mais práticas em todas as vertentes do desenvolvimento desportivo”, garante. Vi‑ sando ainda proporcionar à população, acesso à formação e novas práticas de gestão na área do desporto, defende, como princípios, “o reforço da autonomia e da responsabilização dos cidadãos com res‑ ponsabilidades no desenvolvimento do desporto, através de novas e estruturadas www.embaixadadeangola.org Desporto 19

JOGOS PARALÍMPICOS DE LONDRES JOSÉ SAYOVO ENTRA PARA HISTÓRIA om uma de ouro e outra de bron‑ Esperança Gicasso conseguiu a mesma C ze, Angola ocupou a 51ª posição do proeza nos 100 metros, com 12.98. Em quadro geral de medalhas da 14ª edição masculinos, Octávio dos Santos, 31 anos, dos Jogos Paralímpicos, cuja cerimónia de campeão africano dos Jogos Africanos encerramento se realizou no Estádio de disputados na cidade de Maputo (Mo‑ Stratford, em Londres. As duas medalhas çambique), em 2011, conseguiu melhorar foram conquistadas pelo velocista José as marcas pessoais, mas falhou a presença Sayovo, na distância dos 400 e 200 me‑ na final dos 100 metros livres na classe tros livres, na classe de T11 (deficiência de T11. José Sayovo, com 39 anos, é a visual total) na pista sintética do estádio principal referência da selecção. Venceu de Stratford. Os angolanos estiveram re‑ em duas ocasiões, no confronto directo, o presentados apenas nas provas de velo‑ brasileiro Lucas Prado na prova dos 200 e cidade (100, 200 e 400 metros), com as 400 metros. Na final dos 100 metros dis‑ atletas Esperança Gicasso, Maria da Silva, putados na pista do estádio de Stratford, Octávio dos Santos, 20 anos, e José Sayo‑ um erro na saída após o tiro da largada vo. No sector feminino, apesar da estreia foi decisivo na última etapa da corrida. nos Jogos Paralímpicos, Maria da Silva e Na 13ª edição dos Jogos Paralímpicos, Esperança Gicasso baixaram as marcas em 2008, Pequim, Sayovo arrebatou três pessoais nas distâncias dos 100, 200 e medalhas de prata nas distâncias dos 100, 400 metros livres. Maria da Silva fixou 200 e 400 metros, atrás de Lucas Prado. o recorde africano na distância dos 200 Em Pequim, a missão desportiva angolana metros, na classe de T11, com o tempo ocupou o 54º lugar do quadro geral de de 27 segundos e seis décimos, enquanto medalhas, com três de pratas. ❚

ANGOLA ASCENDE CINCO LUGARES NO RANKING DA FIFA ngola ascendeu cinco lugares no 433 pontos, enquanto Cabo Verde (65º ARanking da Federação Internacional com 490 pontos) e que subiu 13 posi‑ de Futebol Associado (FIFA), actualizado ções, continua ser o melhor país africano este mês em Zurique (Suíça), no qual a de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), no Espanha (campeã do mundo e europeia) Ranking da FIFA. A Cote d’Ivoire, 16º (912) é lidera com 1.617 pontos. Na tabela de o melhor país africano, enquanto Portugal colocação, Angola ocupa o 80º lugar com (4º ‑ 1.232) destaca‑se entre os lusófonos. ❚ ANGOLA APURA‑SE PARA BASQUETEBOL O CAMPEONATO DO MUNDO DO 1º DE AGOSTO DE ANDEBOL selecção nacional júnior masculina A de andebol apurou‑se para o cam‑ ESTAGIA EM COIMBRA peonato do mundo de andebol, a dis‑ putar‑se em 2013, na Sérvia, apesar de equipa sénior masculina de bas‑ ao grupo”. Às ordens do técnico Paulo terminar na quarta posição do “africano” A quetebol do 1º de Agosto estagia Macedo estão Hermenegildo Santos, realizado em Abidjan (Cote d’Ivoire). A to posto conseguido na última edição, 15 dias em Outubro em Coimbra, Por‑ Carlos Almeida, , Fe‑ equipa comandada por Filipe Cruz per‑ em Libreville, Gabão. A Tunísia é a nova tugal, para preparar a fase final da Taça lizardo Ambrósio, Joaquim Gomes deu para o Egipto, por 22‑27, com os campeã africana, após vencer o Congo dos Clubes Campeões Africanos, que “Kikas”, Francisco Machado, Adilson já desfavoráveis 11‑13, em partida para Brazzaville, por 39‑22, na final da com‑ se realiza Guiné Equatorial em data a Baza, Filipe Abraão, Islândio Manuel, atribuição da medalha de bronze. Angola petição encerrada domingo. ❚ definir brevemente pela FIBA Afrique. Edmir Lucas, Cedric Isom, Reggie Mo‑ melhorou um lugar em relação ao quin‑ O “cinco” militar desloca‑se durante o ore, Mário Correia, Vladimir Pontes e estágio a Espanha, onde disputa jo‑ Hélder King. ❚ gos de controlo com equipas daquele país e outras formações europeias. O treinador principal do conjunto do Rio Seco, Paulo Macedo, disse que a intenção é realizar “entre cinco e seis partidas com equipas competiti‑ vas de modo a dar volume de jogos

www.embaixadadeangola.org 20 Destaque AGOSTO 2012 CONCURSO PÉROLA NEGRA CELMA DEMBA MISS FJAP

Fotos: Adriano Fernandes uma gala organizada pelo Fórum Jovens N Angolanos em Portugal (FJAP), a jovem Celma Demba, em representação da província do Kwanza‑Sul, foi eleita primeira Miss Pérola Angolana em terras de Camões, em cerimónia realizada no Casino Estoril. A candidata escolhida para primeira dama‑de‑honor foi Belma Soqueco, representando Bié, enquanto a segunda dama‑de‑honor foi Laura Leal (Namibe). Os prémios de Miss Simpatia e Miss Fotogenia foram atribuídos, respectivamente, à Leandra Pedro e Luzia. A apresentação do evento esteve a cargo de Karina Gonçalves e Yara Guerra, cabendo a animação à responsabilidade de DJ VIP. Actuaram em palco, de maneira intercalada com os diferentes desfiles das candidatas, o grupo de ballet tradicional, os Kilandukilu, assim como os cantores Teta e os Garimpeiros. ❚

A FECHAR IN DISCURSO DO PRESIDENTE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, NO COMÍCIO ELEITORAL NA PROVÍNCIA DO KUANDO‑KUBANGO, AOS 25/8/2012 Foi inaugurado também um grande terminal aquelas que no tempo colonial eram chamadas “terras do «(…) de derivados de petróleo e gás que pode vir fim do mundo” em terras de progresso e de esperança no servir toda a região, incluindo a Zâmbia e a Namíbia. Estas futuro. (…) As novas estradas ligam o Kuando‑Kubango duas obras mostram que o País está a avançar também nesta ao resto do País. Os novos aeroportos de Menongue e do província. Todo esse esforço está a ser feito pelo Governo Cuito Cuanavale reforçam a inserção da província no todo liderado pelo MPLA, com o firme propósito de transformar nacional». ❚

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