Revista Eletrônica Discente História.com, Cachoeira, v. 6, n. 11, p. 87-106, 2019. Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) ISSN 2317-6989 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE: DA INDEPENDÊNCIA A PRIMEIRA REPÚBLICA. Dandara Silvia Matos1 Resumo Na segunda metade do século XX os povos africanos intensificaram a luta contra o colonialismo e pela independência. As lutas foram intensas e do final da década de 1950 até o final de 1970 quase todo o Continente tinha ascendido à independência. Pelas guerras, guerrilhas e pela “via pacífica”, cada território foi concretizando o objetivo. O presente artigo analisa o processo de independência de São Tomé e Príncipe e os primeiros passos da República. Palavras-chave: Guerra Anticolonial. São Tomé e Príncipe. Independência. Pós independência. Recebido em 22 de outubro de 2018 e aprovado para publicação em 29 de dezembro de 2018 1 Mestre em Estudos Africanos pelo Instituto Universitário de Lisboa (2018). Correio eletrônico:
[email protected]. Introdução Os anos 50 marcaram o início das inquietações nos territórios africanos sob o domínio português, começando a existir uma intensa movimentação contra o regime, incentivados, principalmente, pela luta anticolonial no restante do continente. Nos santomenses que estavam no exílio, por causa da ditadura salazarista, foi surgindo uma corrente nacionalista que resultou na criação do Comitê de Libertação de São Tomé e Príncipe. Esta organização fomentou o desejo pela independência das ilhas.2 A década de 1960 foi um período de intensificação da luta anticolonial africana. Num ambiente internacional favorável, o Comitê de Libertação de São Tomé e Príncipe - CLSTP passou a movimentar a discussão no cenário internacional sobre a situação de São Tomé e Príncipe.