Samuel Fuller: Se Você Morrer, Eu Te Mato!, Retrospectiva Sobre a Obra De Um Dos Realizadores Mais Influentes Da História Do Cinema

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Samuel Fuller: Se Você Morrer, Eu Te Mato!, Retrospectiva Sobre a Obra De Um Dos Realizadores Mais Influentes Da História Do Cinema Ministério da Cultura apresenta Banco do Brasil apresenta e patrocina Idealização Julio Bezerra e Ruy Gardnier Organização editorial Ruy Gardnier Produção Gráfico-editorial José de Aguiar e Marina Pessanha Centro Cultural Banco do Brasil 1ª edição/2013 O Ministério da Cultura e o Banco do Brasil apresentam Samuel Fuller: Se você morrer, eu te mato!, retrospectiva sobre a obra de um dos realizadores mais influentes da história do cinema. Samuel Fuller foi jornalista, escritor e soldado antes de fazer cinema. Como roteirista e cineasta, subverteu padrões com personagens deslocados e anarquistas, e ficou conhecido como o “poeta dos tablóides”. Escrevia, produzia e dirigia filmes urgentes, marcados por situações dramáticas limítrofes, que travavam um embate franco com a sociedade americana pós Segunda Guerra Mundial. A programação conta com mais de 20 longas dirigidos pelo cineasta, com títulos que abarcam suas fases e obsessões temáticas e estilísticas, além de um debate para aprofundar o conhecimento do trabalho desse cineasta incensado pela crítica francesa como um dos autores máximos da sétima arte, cultuado por diretores como Jim Jarmusch e Martin Scorsese, e homenageado por Jean-Luc Godard, Wim Wenders e Steven Spielberg. Com esta retrospectiva, o Centro Cultural Banco do Brasil, mais uma vez, oferece ao público a oportunidade de conhecer melhor um artista importante dentro da história do cinema e contribui para a formação de um público com melhor entendimento desta. Centro Cultural Banco do Brasil 5 O mais perigoso de todos Zack, veterano sargento do exército americano, perde a paciên- cia depois que um menino sul-coreano que o acompanhava é morto tam em códigos pré-estabelecidos e estão dispostos a pagar altos por um franco-atirador, e atira à queima-roupa em um desarmado preços por isso. São covardes apaixonados, heróis assassinos, pros- oficial norte-coreano. Morte ou assassinato? Talvez não faça dife- titutas regeneradas, jornalistas inescrupulosos, homens em guerra. rença em uma guerra, no caso, a da Coréia, nos anos 50. Ou faz? Eles estão inevitavelmente em rotas de colisão violentas e dissol- O que contam as regras? O que pensa o sargento? O que diz seu vem-se em emoção. Somos todos Jekyll e Hyde, ao mesmo tempo, comandante? O mundo é um lugar abarrotado de perguntas em um para todo o sempre. filme de Samuel Fuller, e embora cada um de nós tenha o direito A guerra é como a metáfora fundamental ou o princípio or- inalienável de buscar suas próprias repostas, uma enormidade de ganizador desse cinema. É o que Fuller, em uma participação es- regras e códigos nos conforma. Viver é esbarrar a cada esquina com pecial, diz ao personagem de Jean-Paul Belmondo em O Demônio uma contradição insuperável. Atordoado, confuso, cansado, Zack das Onze Horas (Pierrot le Fou, 1965), de Jean-Luc Godard, quando grita para o prisioneiro em Capacete de Aço (The Steel Helmet, ele o pergunta o que é o cinema: “É um campo de batalha. É amor, 1951): “Se você morrer, eu te mato!” ódio, ação, violência, morte. Em uma palavra: emoção”. Em Fuller, Fuller faz cinema sem meias palavras. Atém-se aos fatos, aos um corte, um plano-sequência, um close, um movimento, a câmera detalhes mais mundanos, porém não menos cruciais, sem distinção subjetiva presidem um conjunto de perspectivas e proposições não aparente entre o pessoal e o político. Sua decupagem é algo exces- negociáveis. O que torna cada um de seus gestos uma espécie de ato siva, assim como o uso da música. Os planos são instáveis. A trama de ruptura, de resistência, diante de um mundo injusto e absurdo, se desenvolve em saltos, como se fosse narrada por alguém abso- sem Deus. Como disse certa vez Francis Vogner dos Reis, Fuller tal- lutamente transtornado, afogado no mundo contraditório do qual vez tenha sido o cineasta mais perigoso da história. Samuel Fuller: faz parte e ao qual dá vida. São filmes diretos, bruscos, brutos, pou- Se você morrer, eu te mato! é uma retrospectiva dedicada a exibir co elegantes. Eles refletem o temperamento passional do cineasta, e fomentar a discussão a respeito desse que é um dos cineastas mais sua urgência incontida, seu olhar objetivo, porém sempre disposto originais e influentes da história do cinema. a perder-se na emoção. Em um longa de Fuller, o movimento é um misto de precisão dramática e emoção. Uma boa mostra a todos. Fuller foi repórter policial. Lutou na Segunda Guerra. Fez suas primeiras imagens em um campo de concentração. Voltou com a Julio Bezerra convicção de que o tempo do cinema é o presente e travou um con- fronto franco com a sociedade de sua época. Embora filmasse de Curador dentro dos estúdios hollywoodianos, sempre esteve à margem. Ful- ler pertence a outro lugar. Ele mostra outro lado. “Entra pela porta dos fundos”, conta Inácio Araújo. Seus personagens são anarquistas, apegados com unhas e dentes ao seu livre arbítrio. Eles não acredi- 6 7 Sumario MARCOS CRÍTicoS 10 Sam Fuller: nos passos de Marlowe 12 Luc Moullet Samuel Fuller 26 Manny Farber Fuller, energia e loucura 32 NicolasGarnham Agonia e Glória: a reconstrução 50 KentJones FULLER POR ELE MESmo 58 The Dark Page 60 Capítulos 1 e 2 A Third Face 78 Capítulo 5: Corra, Sammy, corra 79 Capítulo 11: Esqueça a grandeza 93 Capítulo 15: Falkenau 101 Capítulo 31: Mato Grosso 107 Capítulo 37: Respirando vingança 114 Entrevista: 124 Eric Sherman e Martin Rubin SEÇÃO DE FOTOS 152 FILmogRAFIA comENTADA 180 SobRE OS AUTORES 230 8 9 crétito da foto crétito Marcos criticos Luc Moullet Os jovens cineastas americanos não têm nada a dizer, e Sam Fuller menos ainda que os outros. Há algo a ser feito e ele o faz, naturalmente, sem forçar. Esse não é um pequeno elogio: detesta- mos os filósofos fracassados, que fazem cinema apesar do cinema, que reproduzem descobertas de outras artes, aqueles que querem exprimir um tema digno de interesse por meio de um certo estilo ar- tístico. Se você tem alguma coisa a dizer, diga-a, escreva-a, pregue-a se quiser, mas nos deixe em paz. Pode surpreender semelhante a priori a propósito de um ci- neasta que confessa ter grandes ambições, e é o autor completo de quase todos os seus filmes. Mas são justamente aqueles que o clas- sificam de roteirista inteligente que não apreciam Capacete de Aço (The Steel Helmet, 1951), ou que, em seu nome, rejeitam Renegando o Meu Sangue (Run of the Arrow, 1957), que - outra possibilidade - defendem por razões totalmente gratuitas. Da coesão. De quatorze filmes, Fuller, antigo jornalista, consa- gra um ao jornalismo; antigo repórter criminal, quatro ao melodra- ma policial; antigo soldado, cinco à guerra. Os quatro westerns apa- rentam-se ao gênero filme de guerra, pois é a perpétua luta contra os elementos, na qual o homem reconhece sua dignidade, que define a vida do pioneiro do século passado, luta esta, prolongada em nossa época pela vida do soldado: é por isso que “a vida civil não me inte- ressa” (Baionetas Caladas [Fixed Bayonets, 1951]). Em A Página Escura (The Dark Page), pequeno romance policial superacelerado, um jornalista arrivista bem-sucedido mata aciden- talmente sua ex-amante; por desafio, jogo e necessidade profissional, ele coloca seu melhor repórter no caso, e se vê obrigado a cometer crime após crime para não ser descoberto. O problema: a descrição, e através desta, o questionamento do comportamento fascista, como Sam Fuller: em A Marca da Maldade (Touch of Evil, Orson Welles, 1958). Mas aqui, Quinlan e Vargas se estendem as mãos: a contribuição estética do primeiro – pois o fascismo é belo – e a contribuição moral do segundo – sozinho, ele tem a razão do seu lado – se nutrem mutua- nos passos 1 mente. Welles renega Quinlan, mas ele é Quinlan: eterna contradição Originalmente publicado cujas origens estão no final da Idade Média, no Renascimento ita- na edição n°93 de março de 1 1959 da revista Cahiers du liano e no drama elizabetano, perfeitamente definida pela parábola Cinéma. Tradução de Luiz de Marlowe do relógio cuco em O Terceiro Homem (The Third Man, Carol Reed, Soares Jr. 12 12 13 1949). Com Fuller, é diferente: abandonando o domínio do absoluto, FULLER ACIMA DA POLÍTicA ele nos propõe um compromisso entre a moral e a violência, cada uma necessária, contra seus próprios excessos. A esse compromisso Pelo seu não conformismo, Renegando o Meu Sangue bate to- corresponde a conduta de Adam Jones, o comandante de Tormenta dos os recordes: no dia seguinte à derrota, O’Meara, soldado sulista, Sob os Mares (Hell and High Water, 1954), o trabalho do soldado e do vai de encontro aos Sioux para lutar contra o jugo nortista. Em parte policial, e do cineasta também. Os valorosos soldados de Capacete convencido pelo capitão Clarke, o ianque liberal, que lhe mostra a ina- de Aço matam com o mesmo prazer que os gângsteres de Anjo do nidade de seu ódio, e instruído pelo infeliz exemplo do tenente Dris- Mal (Pickup on South Street, 1953); apenas um certo aprendizado coll, o ianque fascista, ele retornará à sua pátria. Em julho de 1956, da relatividade poderá nos fazer entrever as mais elevadas esferas: no New York Times, o próprio Fuller precisou o sentido da fábula, daí a razão deste não conformismo integral. Os canalhas tornam-se que explicaria as dificuldades do regime americano contemporâneo: santos. Ninguém consegue se identificar com eles. É pelo amor de os adversários políticos do governo, em qualquer época, buscam uma mulher que o covarde Bob Ford, a vergonha da saga do Oeste, maturar seu ressentimento, aliando-se aos inimigos de seus países. mata Jesse James. É pelo amor de uma mulher que James Reavis, Há aí várias interpretações possíveis, e Fuller deixa subentendido tornado barão de Arizona graças a um complô monstruoso que se que a aliança com os índios de então corresponde à aliança, a res- estende por vinte anos, confessará tudo no momento em que já não peito da questão do Sul, com os elementos negros mais violentos.
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