Centro Universitário Feevale Programa de Pós-Graduação em Gestão Tecnológica Mestrado em Qualidade Ambiental

João Carlos Siebert

ESTUDOS DOS ASPECTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS DAS ATIVIDADES SUINÍCOLAS NO MUNICÍPIO DE TRAVESSEIRO, RS

Novo Hamburgo, 2008

Centro Universitário Feevale Programa de Pós-Graduação em Gestão Tecnológica Mestrado em Qualidade Ambiental

João Carlos Siebert

ESTUDOS DOS ASPECTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS DAS ATIVIDADES SUINÍCOLAS NO MUNICÍPIO DE TRAVESSEIRO, RS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Gestão Tecnológica como requisito para a obtenção do título de mestre em Gestão Tecnológica: Qualidade Ambiental

Orientador: Prof. Dr. Sérgio Carvalho

Novo Hamburgo, 2008 DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

Siebert, João Carlos Estudos dos aspectos sociais e ambientais das atividades suinícolas no município de Travesseiro, RS / João Carlos Sibert. – 2008. xviii, 139 f. : il ; 30 cm.

Dissertação (Mestrado em Qualidade Ambiental) – Programa de Pós- Graduação em Gestão Tecnológica: Mestrado em Qualidade Ambiental, Centro Universitário Feevale, Novo Hamburgo, 2008. Inclui bibliografia e apêndice. “Orientador: Prof. Dr. Sérgio Carvalho”.

1. Suíno – Criação - Meio ambiente. 2. Desenvolvimento sustentável. 3. Agroindústria. I. Título. CDU 504:636.4

Bibliotecária responsável: Rosângela Terezinha Silva – CRB 10/1591

III

Centro Universitário Feevale Programa de Pós-Graduação em Gestão Tecnológica Mestrado em Qualidade Ambiental

João Carlos Siebert

ESTUDOS DOS ASPECTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS DAS ATIVIDADES SUINÍCOLAS NO MUNICÍPIO DE TRAVESSEIRO, RS

Dissertação de mestrado aprovada pela banca examinadora em 24 de abril de 2008, conferindo ao autor o título de mestre em Gestão Tecnológica: Qualidade Ambiental.

Componentes da Banca Examinadora:

Prof. Dr. Sérgio Carvalho (Orientador) Centro Universitário Feevale

Prof. Dr. Noeli Juarez Ferla UNIVATES

Prof. Dr. Roberto Harb Naime Centro Universitário Feevale

IV

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha esposa Jhenifer, que é e sempre será a razão do meu viver, pela atenção, apoio, ajuda, estímulo e compreensão a mim dedicados.

V

OFEREÇO

Aos meus pais Antônio e Carmen, que sempre me incentivaram e acreditaram que conseguiria superar este desafio em minha vida.

VI

AGRADECIMENTOS

Ao todo poderoso Deus, por sua infinita bondade a mim dispensada.

Ao Prof. Dr. Sergio Carvalho, pela excelente orientação, pelo entusiasmo, dedicação, amizade e orientação prestada na elaboração deste trabalho.

A minha esposa Jhenifer Taís Führ Siebert, pela ajuda, apoio, compreensão e estímulo tanto no período de curso como na elaboração do trabalho.

Aos meus pais Antônio Erno Siebert e Carmen Stefani Siebert, que sempre me ajudaram e me apoiaram na vida.

Aos meus sogros José Hardi Führ e Cleide Budke Führ.

Aos meus cunhados, Fabiano Rafael Führ e Katiana Raquel Führ e meu sobrinho Pablo Henrique Hemming.

Ao meu amigo Diogenes Martini, pela ajuda e pelo companheirismo a mim dedicado.

Aos meus colegas do curso de Pós-Graduação da Feevale 2006, que se dispuseram varias vezes a me ajudar e incentivar, em especial ao, Carlos Augusto do Nascimento, Fernanda Souza, Hugo Springer Junior, Luis Alonso de Oliveira Blanco, Mara Guerreo e Silvio Jaeger.

VII

EPÍGRAFE

"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original." Albert Einstein

"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." João Guimarães Rosa

VIII

RESUMO

A suinocultura é uma atividade importante do ponto de vista social e econômico, sendo um importante instrumento de fixação do homem no campo. No entanto, a suinocultura moderna é uma atividade pecuária produtora e concentradora de dejetos em pequenas áreas, o que faz com que esta atividade tenha elevado potencial poluidor. Assim este trabalho objetivou realizar uma análise da situação sócio-ambiental da atividade suinícola em Travesseiro, RS, e verificar a possibilidade de ampliação dessa atividade nesse município. Foram realizados levantamentos de dados sócio-econômicos através de visitas e aplicação de um questionário em todas as propriedades produtoras de suínos do município. Realizou-se também um monitoramento da qualidade da água de seis poços artesianos distribuídos em diferentes localidades do município. Foram feitos também mapas geográficos, através do uso de GPS e de imagens de satélite, mapeando-se as propriedades produtoras de suínos e dividindo-se o município em localidades. A partir da estimativa da geração de dejetos e da área disponível para aplicação dos mesmos, avaliou-se a capacidade de ampliação da produção de suínos no município em questão. Verificou-se que a atividade suinícola desempenha um importante papel social no município de Travesseiro, sendo responsável pela geração de emprego e renda, particularmente no que diz respeito à agricultura familiar. Contudo, está atividade vem sendo desempenhada por agricultores com faixa etária 36 e 65 anos de idade, indicando o abandono dos jovens das propriedades rurais. A década de 90 foi um marco para desenvolvimento da suinocultura Travesseirense, e atualmente existem 60 propriedades rurais integradas à suinocultura no município, distribuídas em unidades produtoras de leitão, creche e terminação. Verificou-se que 66,7% das fossas destinadas ao armazenamento dos dejetos permanecem expostas ao tempo, sendo este um aspecto de risco ambiental. De uma forma geral, a qualidade da água dos poços artesianos analisados está de acordo com o exigido pela Portaria n° 518 de 25 de março de 2004 do Ministério da Saúde, com exceção das localidades de Três Saltos Alto e Barra do Fão, onde se identificou a presença de coliformes fecais em determinados períodos de coleta. Conclui-se que existe capacidade para ampliação da produção de suínos no município de Travesseiro. Contudo, deve-se criar um plano de desenvolvimento da suinocultura baseado na capacidade de disposição dos dejetos dos suínos em solos agrícolas e na localização dos empreendimentos. Essa questão deve ser tratada por toda a sociedade, baseada em critérios técnicos, visando à qualidade de vida da população e o desenvolvimento sustentável do município.

Palavras-chave: qualidade ambiental, suínos, desenvolvimento sustentável, agronegócios.

IX

ABSTRACT

The swine production is an important activity of the social and economic point of view, being an important instrument of the man's fixation in the field. However, the modern swine production is an activity producing cattle and concentrated of dejections in small areas, what does with that this activity has elevated potential polluter.Then, this work aimed to accomplish an analysis of the socioenvironmental situation of the activity swinish in Travesseiro, RS, and to verify the possibility of amplification of that activity in that municipal district. Risings of socioeconomic data were accomplished through visits and application of a questionnaire in all the properties producing of swine of the municipal district. Also took place and do a monitoring of the quality of the water of six artesian wells distributed at different places of the municipal district. They were also made geographical maps, through the use of GPS and of satellite images, mapping the properties producing of swine and dividing the municipal district in places. Starting from the estimate of the generation of dejections and of the available area for application of the same ones, the capacity of amplification of the swine production was evaluated in the municipal district in subject. It was verified that the activity swinish has an important social part in the municipal district of the Travesseiro, being responsible for the employment generation and income, particularly in what says respect to the family agriculture. However, this activity comes being carried out by farmers with age group 36 and 65 years old, indicating the youths' of the rural properties abandonment. The decade of 90 went a mark for the development of the swine production Travesseirense, and now 6o rural proprieties integrated swine production exists in the municipal district, distributed in units producing of the pig, nursery pig and termination. It was verified that 66,7 of the cloacas destined to the storage of the dejections stay exposed at the time, being this an aspect of environmental risk. In a general way, the quality of the water of the analyzed artesian wells is in agreement with demanded him for the Entrance 518 of March 25, 2004 of the Ministry of the Health, except for the places of the Três Saltos Alto and Barra do Fão, where identified the presence of fecal coliformes in certain collection periods. Then concluded capacity it exists for amplification of the swine production in the municipal district of the Travesseiro. However, a plan of development of the swine production should be created based on the capacity of disposition of the dejections of the swinish in agricultural soils and in the location of the enterprises. That subject should be treated by the whole society, based on technical approaches, observing to the quality of life of the population and the maintainable development of the municipal district.

Key- words: Environmental quality, swine, maintainable development, agribusiness.

X

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Localização da área de estudos...... 17

Figura 2 – Aplicação do questionário nas propriedades...... 19

Figura 3 – Coleta de água em um poço artesiano...... 21

Figura 4 – Número de suinocultores por faixa etária...... 24

Figura 5 – Estado civil dos suinocultores...... 24

Figura 6 – Suinocultores que apresentam descendentes...... 25

Figura 7 – Número de descendentes por produtor...... 26

Figura 8 – Faixa etária dos filhos dos suinocultores do município de Travesseiro, RS...... 27

Figura 9 – Grau de escolaridade dos produtores integrados a suinocultura em Travesseiro, RS...... 29

Figura 10 – Acesso aos meios de comunicação que os suinocultores dispõem...... 30

Figura 11 – Geração de empregos na propriedade suinícola no município de Travesseiro...... 31

Figura 12 – Situação dos suinocultores em relação aos imóveis rurais...... 32

Figura 13 – Rendimentos na propriedade rural...... 33

Figura 14 – Produtores rurais que realizaram a instalação de atividades suinícolas, desde a emancipação do município de Travesseiro, RS...... 34

Figura 15 – Localização das propriedades integradas a suinocultura no município de Travesseiro...... 35

Figura 16 – Número de integrados por empresa/integradora...... 37

XI

Figura 17 – Número de pocilgas existentes com a respectiva atividade que desempenham...... 37

Figura 18 – Formas de obtenção de água para as instalações suinícolas...... 38

Figura 19 – Tipo de bebedouros utilizados nas instalações suinícolas...... 40

Figura 20 – Operadoras de energia elétrica com as respectivas propriedades rurais...... 40

Figura 21 – Forma de obtenção de energia elétrica instalada na suinocultura...... 41

Figura 22 – Figura de um depósito de dejetos líquidos em alvenaria ...... 42

Figura 23 – Figura de um depósito de dejetos líquidos em geomanta...... 42

Figura 24 – Figura de um depósito de dejetos líquidos em Argamassa...... 43

Figura 25 – Tipo de depósitos de dejetos líquidos...... 43

Figura 26 – Vista parcial de uma composteira, em alvenaria, sendo construída...... 45

Figura 27 – Vala de deposição dos animais mortos...... 45

Figura 28 – Número de animais lote por modalidade...... 46

Figura 29 – Número de lotes/ano...... 46

Figura 30 – Localização dos Poços Artesianos no Município de Travesseiro ...... 49

Figura 31 – Apresentação de resultados do parâmetro pH...... 50

Figura 32 – Apresentação de resultados dos cloretos...... 51

Figura 33 – Apresentação dos resultados do elemento Sódio...... 52

Figura 34 – Apresentação de resultados do elemento Ferro...... 53

Figura 35 – Apresentação dos resultados do elemento Zinco...... 54

Figura 36 – Apresentação de resultados dos Sulfatos...... 55

Figura 37 – Apresentação dos resultados dos Sólidos Dissolvidos Totais ...... 56

Figura 38 – Apresentação dos resultados da turbidez...... 57

Figura 39 – Apresentação dos resultados da Dureza Total...... 58

Figura 40 – Resultados dos Coliformes Totais ...... 59

XII

Figura 41 – Resultados dos Coliformes Fecais ...... 59

Figura 42 – Localização das suinoculturas na localidade de Barra do Fão, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas...... 65

Figura 43 – Localização das suinoculturas na localidade de São João, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas...... 70

Figura 44 – Localização das suinoculturas na localidade de Três Saltos, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas...... 75

Figura 45 – Localização das suinoculturas na localidade de Picada Felipe Essig, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas...... 80

Figura 46 – Localização das suinoculturas na localidade de Linha Cairú, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas...... 85

Figura 47 – Localização das suinoculturas na Sede do município de Travesseiro, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas...... 89

Figura 48 – Localização das suinoculturas na localidade de Linha Macuco, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas...... 92

Figura 49 – Localização das suinoculturas na localidade de Linha , demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas...... 95

Figura 50 – Localização das suinoculturas na localidade de Linha São Miguel, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas...... 100

XIII

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Composição química média dos dejetos suínos...... 7

Tabela 2 – Composição média (%) de resíduos, não decompostos e submetidos a fermentação anaeróbia, produzidos por diferentes espécies...... 8

Tabela 3 – Produção média diária de dejetos nas diferentes fases produtivas dos suínos...... 9

Tabela 4 – Alguns tipos de microorganismos e doenças que podem causar ao homem...... 14

Tabela 5 – Parâmetros analisados, metodologia e procedimentos utilizados...... 22

Tabela 6 – Número de propriedades rurais nas localidades do município de Travesseiro, RS...... 34

Tabela 7 – Atividades suinícolas desenvolvidas nas localidades do município de Travesseiro, RS...... 36

Tabela 8 – Altura recomendada para instalação de bebedouros...... 39

Tabela 9 – Capacidade de armazenamento das fossas, conforme composição do depósito...... 44

Tabela 10 – Cenário do uso e cobertura do solo da Barra do Fão, do município de Travesseiro...... 62

Tabela 11 – Cenário do uso e cobertura do solo da Linha São João, no município de Travesseiro...... 66

Tabela 12 – Cenário do uso e cobertura do solo da Linha Três Saltos, no município de Travesseiro...... 71

Tabela 13 – Cenário do uso e cobertura do solo da Linha Picada Felipe Essig, no município de Travesseiro...... 76

XIV

Tabela 14 – Cenário do uso e cobertura do solo da Linha Cairú, no município de Travesseiro...... 81

Tabela 15 – Cenário do uso e cobertura do solo da Sede do município de Travesseiro...... 86

Tabela 16 – Cenário do uso e cobertura do solo da Linha Macuco, no município de Travesseiro...... 90

Tabela 17 – Cenário do uso e cobertura do solo da Linha Herval, município de Travesseiro...... 93

Tabela 18 – Cenário do uso e cobertura do solo da Linha São Miguel, no município de Travesseiro...... 96

Tabela 19 – Cenário do uso e cobertura do solo no Município de Travesseiro...... 101

XV

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Atividade da suinocultura, problemas, impactos ambientais e medidas de controle...... 12

Quadro 2 – Vazão teórica de poluentes, carga de DBO 5 e equivalência populacional da atividade suinícola no município de Travesserio...... 48

XVI

LISTA DE ORGANOGRAMAS

Organograma 1 – Atividade suínicola desenvolvida com a respectiva empresa integradora, capacidade produtiva e número de produtores na localidade de São João...... 67

Organograma 2 – Atividade suínicola desenvolvida com a respectiva empresa integradora, capacidade produtiva e número de produtores na localidade de Três Saltos...... 72

Organograma 3 – Atividade suínicola desenvolvida com a respectiva empresa integradora, capacidade produtiva e número de produtores na localidade de Picada Felipe Essig...... 77

Organograma 4 – Atividade suínicola desenvolvida com a respectiva empresa integradora, capacidade produtiva e número de produtores na localidade Linha Cairú...... 82

Organograma 5 – Atividade suínicola desenvolvida com a respectiva empresa integradora, capacidade produtiva e número de produtores na localidade de Linha São Miguel...... 97

XVII

LISTA DE ANEXOS

Anexo A – Questionário Sócio/Ambiental das Atividades Suinícolas no Município de Travesseiro/RS ...... 111

Anexo B – Classificação dos Solos quanto à resistência aos impactos ambientais, no ...... 114

XVIII

LISTA DE APÊNDICES

Apêndice A – Resultados das análises de água dos seis poços artesianos realizadas no dia 01/08/2006...... 116

Apêndice B – Resultados das análises de água dos seis poços artesianos realizadas no dia 25/10/2006...... 120

Apêndice C – Resultados das análises de água dos seis poços artesianos realizadas no dia 20/12/2006...... 124

Apêndice D – Resultados das análises de água dos seis poços artesianos realizadas no dia 21/02/2007...... 128

Apêndice E – Resultados das análises de água dos seis poços artesianos realizadas no dia 24/04/2007...... 132

Apêndice F – Resultados das análises de água dos seis poços artesianos realizadas no dia 11/06/2007...... 136

XIX

SUMÁRIO

Resumo ...... VIII

Abstract ...... IX

Lista de Figuras ...... X

Lista de Tabelas ...... XIII

Lista de Quadros ...... XV

Lista de Organogramas ...... XVI

Lista de Anexos ...... XVII

Lista de Apêndices ...... XVIII

1. Introdução...... 1

2. Objetivos...... 4

2.1 - Objetivo Geral ...... 4

2.2 - Objetivos Específicos ...... 4

3. Revisão Bibliográfica...... 5

3.1 - Sobre a Suinocultura e Meio Ambiente...... 5

3.2 - Impactos ambientais causados pela suinocultura...... 9

3.2.1- Problemas ambientais no Brasil, principalmente na Região Sul...... 10

3.3 - Formas de poluição ambiental causado pelo manejo inadequado de resíduos suinícolas...... 11

3.3.1 - Contaminação do solo e da água...... 11

3.4 - Doenças transmitidas pelas fezes dos Suínos...... 12

3.5 - Legislação pertinente, a criação de suínos...... 14

4. Material e Métodos...... 16

XX

4.1 - Local do estudo...... 16

4.2 - Levantamento dos dados nas propriedades rurais integradas a suinocultura. 18

4.2.1 - Fase 1 (um): Montagem do questionário...... 18

4.2.2 - Fase 2 (dois): Obtenção dos nomes dos produtores integrados a suinocultura...... 18

4.2.3 - Fase 3 (três): Aplicação do Questionário...... 18

4.3 - Mapeamento das propriedades produtoras...... 19

4.4 - Monitoramento e análise da água dos poços artesianos do município de Travesseiro, RS...... 20

5. Resultados e Discussão...... 23

5.1 - Análise dos Aspectos Sociais...... 23

5.1.1 - Faixa etária dos produtores de suínos...... 23

5.1.2 - Estado civil dos entrevistados...... 24

5.1.3 - Caracterização da Família...... 24

5.1.3.1 - Possui Filhos...... 24

5.1.3.2 - Quantidade de Filhos...... 25

5.1.3.3 - Faixa etária dos filhos dos suinocultores...... 26

5.1.3.4 - Nível de escolaridade dos filhos...... 27

5.1.4 - Grau de escolaridade dos suinocultores...... 28

5.1.5 - Acesso aos meios de comunicação...... 29

5.1.6 - Número de empregos gerados...... 30

5.1.7 - Informações sobre a posse da propriedade...... 31

5.1.8 - Responsável pela renda da família...... 32

5.1.9 - Levantamento na propriedade...... 32

5.1.10 - Tempo de desempenho da atividade no Município...... 33

5.2 - Quantificação e Caracterização das Propriedades Integradas a Suinocultura...... 34

5.2.1 - Atividade/Categoria desenvolvida na integração suinícola...... 36

XXI

5.2.2 - Empresas integradoras...... 36

5.2.3 - Infra-estrutura das propriedades...... 37

5.2.3.1 - Sistema de abastecimento de água...... 38

5.2.3.2 - Bebedouros...... 38

5.2.3.3 - Fonte de energia elétrica...... 40

5.2.3.4 - Capacidade de armazenamento de dejetos...... 41

5.3 - Quantidade de Suínos Instalada...... 46

5.4 - Resultado das Análises de Água dos Poços Artesianos Monitorados...... 49

5.4.1 – Localização dos Poços Artesianos ...... 49

5.4.2 - pH ...... 49

5.4.3 - Cloretos...... 50

5.4.4 - Sódio...... 52

5.4.5 - Ferro...... 52

5.4.6 - Zinco...... 53

5.4.7 - Sulfatos...... 54

5.4.8 - Sólidos Dissolvidos Totais...... 55

5.4.9 - Turbidez...... 56

5.4.10 - Dureza Total...... 57

5.4.11 - Coliformes Totais e Fecais...... 58

5.5 - Análise da Distribuição da Suinocultura por Localidade no Município de Travesseiro e Avaliação da Capacidade de Ampliação da Atividade no Município de Travesseiro...... 60

5.5.1 - Localidade de Barra do Fão...... 61

5.5.1.1 - Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola em Barra do Fão...... 62

5.5.1.2 - Situação das pocilgas...... 63

5.5.2 - Localidade de Linha São João...... 66

5.5.2.1 - Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola em 67

XXII

Linha São João......

5.5.2.2 - Situação das pocilgas...... 68

5.5.3 - Localidade de Três Saltos...... 71

5.5.3.1 - Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola em Linha Três Saltos...... 72

5.5.3.2 - Situação das pocilgas...... 74

5.5.4 - Localidade de Picada Felipe Essig...... 76

5.5.4.1 - Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola em Picada Felipe Essig...... 77

5.5.4.2 - Situação das pocilgas...... 78

5.5.5 - Localidade de Linha Cairú...... 81

5.5.5.1 - Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola em Linha Cairú ...... 82

5.5.5.2 - Situação das pocilgas ...... 83

5.5.6 - Sede do Município ...... 86

5.5.6.1 - Avaliação da Capacidade de ampliação da atividade suinícola na Localidade da Sede do Município ...... 86

5.5.6.2 - Situação das pocilgas ...... 88

5.5.7 - Localidade de Linha Macuco ...... 90

5.5.7.1 - Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola em Linha Macuco ...... 90

5.5.8 - Localidade de Linha Herval ...... 93

5.5.8.1 - Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola em Linha Herval ...... 93

5.5.9 - Localidade de São Miguel ...... 96

5.5.9.1 - Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola em Linha São Miguel...... 97

5.5.9.2 - Situação das pocilgas ...... 98

5.5.10 - Município de Travesseiro ...... 101

5.5.10.1 – Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola no Município de Travesseiro...... 101

XXIII

6. Considerações Finais...... 104

Referências Bibliográficas...... 106

Anexos ...... 110

Apêndices...... 115

1. INTRODUÇÃO

A suinocultura é, sem duvida, uma atividade importante do ponto de vista econômico e social, especialmente, como instrumento de fixação do homem no campo. Hoje se encontra bastante difundida nas pequenas propriedades existentes no país, empregando mão-de-obra tipicamente familiar e constituindo uma importante fonte de renda e de estabilidade social para os agricultores.

No entanto, a suinocultura moderna é uma atividade pecuária produtora e concentradora de dejetos em pequenas áreas. A produção e o acúmulo de grande quantidade de resíduos nas granjas suinícolas fazem com que esta atividade tenha elevado potencial poluidor para o solo, o ar e a água (BRANDÃO et al. 2003). Conforme OLIVEIRA et al. (2003) e BLEY JR. (2006), sua exploração é considerada pelos órgãos de fiscalização ambientais como uma atividade potencialmente causadora de degradação ambiental, enquadrada como de grande potencial poluidor e sujeita as penalidades previstas na Legislação Ambiental (Lei 9.605/98 - Lei de Crimes Ambientais¹). Portanto, o produtor pode ser responsabilizado criminalmente por eventuais danos causados ao meio ambiente, à saúde dos homens e de outros animais.

Os dejetos de suínos, até a década de 70, não constituíam fator preocupante ambientalmente, pois a concentração de animais nos criatórios era pequena e havia nas propriedades grandes áreas agricultáveis onde esses dejetos eram utilizados como adubo ______1 Lei Federal, n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Art.33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras; Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortalidade de animais ou a destruição significativa da flora.

2

orgânico. Entretanto, o desenvolvimento da suinocultura trouxe uma elevada produção de dejetos que, pela falta de tratamento adequado, transformou-se em uma das maiores fontes poluidora dos mananciais hídricos (PERDONO et al. 2000).

A situação do meio ambiente no mundo vem se agravando acentuadamente, devido á falta de espaços para a produção e aos sistemas inadequados de armazenamento, tratamento e destinação final dos resíduos gerados na produção de alimentos, alicerçados cada vez mais em atender a necessidade crescente das demandas de água de boa qualidade e alimento naturais. Tais demandas se relacionam com o aumento da população humana e com uma má distribuição da produção mundial. No que se refere à produção de alimentos de origem animal, em particular a suinocultura, pode-se observar que as formas empregadas para atendimento das demandas, têm levado a aumentos nas densidades populacionais dos suínos nas unidades produtoras e principalmente à regionalização desta atividade (JUNIOR, 1994).

Esta situação pode ser caracterizada pelo aspecto de que em 1970, enquanto a população brasileira era de 94.508.000 habitantes, o rebanho de suínos era avaliado em 6.637.400 cabeças o que representava 2,3 vezes a população humana em termos de poder poluente (DBO 5 e teores de sólidos).

Essas informações anteriores podem ser comprovadas por várias situações já encontradas, onde pode-se citar como exemplo o oeste do Estado de Santa Catarina que abriga grandes agroindústrias de processamento de carne suína e que no ano de 1986, através de resultados obtidos das análises de cerca de 1.700 amostras de água coletadas em diversos pontos, apresentaram contaminação por coliformes oriundos principalmente, do manejo inadequado dos dejetos dos suínos gerados nas unidades produtoras dos animais (JUNIOR, 1994). Já no final dos anos 80, a EPAGRI divulga dados parciais sobre a contaminação dos recursos hídricos, afirmando que 85% da água consumida no meio rural apresentavam níveis inaceitáveis de poluição, novamente devido ao mau manejo dos dejetos de suínos (GUIVANT & MIRANDA, 1999). Este fato ocasionou que em alguns municípios da região oeste, a água para abastecimento da população urbana tornou-se um problema crítico por causa da contaminação dos mananciais hídricos que abastecem as estações de tratamento. Não era raro, em alguns períodos, a interrupção do fornecimento d’água à população.

3

Outro estudo foi realizado na Bacia Hidrográfica do Rio Quilombo no município de Quilombo/SC, no ano de 2003, no qual também apresentou elevadas taxas de concentração de coliformes fecais (ASSIS, 2004). Pode-se citar também WINTER et al. (2005), que ao realizarem um estudo no Estado do Paraná, na Bacia hidrográfica do Rio Toledo, no município de Toledo, verificaram que a bacia hidrográfica já estava com sua capacidade de instalação de criatórios de suinos saturada.

Na realidade, hoje se observa que a maioria dos suinocultores do estado do Rio Grande do Sul, utilizam sistemas de produções que propiciam a geração de grande quantidade de dejetos líquidos, ocasionado principalmente por vazamentos no sistema hidráulico, desperdício de água nos bebedouros, falta de cobertura dos depósitos de armazenamento dos dejetos e sistema de limpeza inadequado. A problemática da poluição ambiental agrava-se ainda mais devido a sistemas de armazenagem sub-dimensionados, infra-estrutura de transporte e distribuição deficiente, e pequena área agrícola para aplicação dos dejetos.

Baseado nas afirmativas acima, entende-se que a suinocultura pode proporcionar passivos ambientais em diversos municípios que possuem esta atividade de forma intensiva, sendo que entre eles podemos citar o município de Travesseiro, RS. Este município localiza-se no meio oeste do estado do RS, possui uma área de 81,106 km 2, com uma população de 2.379 habitantes dos quais 64,79% permanece na área rural (IBGE, 2008). O município foi emancipado no ano de 1992 e suas principais atividades são baseadas na agropecuária, com destaque, entre elas, à suinocultura, que está presente na maioria das propriedades rurais, empregando mão-de-obra familiar e constituindo-se em uma importante fonte de renda.

Neste sentido, objetivando minimizar e ao mesmo tempo evitar o contexto acima descrito, foi desenvolvida no Estado do Rio Grande do Sul, na região delimitada como Vale do , especificamente no município de Travesseiro, uma caracterização sócio-ambiental das atividades suinícolas existentes no município.

2. OBJETIVOS

2.1 - Objetivo Geral

Analisar a situação sócio-ambiental da atividade suinícola no município de Travesseiro, RS, e verificar a possibilidade de ampliação dessa atividade nesse município.

2.2 - Objetivos Específicos

- Caracterizar os produtores de suínos no município de Travesseiro com relação a diferentes aspectos socias; - Identificar as propriedades que possuem a atividade suínicola, estabelecidas no município de Travesseiro, e classificá-las de acordo com o sistema de produção em atuação; - Mapear, as propriedades produtoras de suínos no município de Travesseiro, através de geoprocessamento; - Quantificar a geração de dejetos nos diferentes níveis da atividade (Unidade Produtora de Leitões, Creche, Terminação) e estudar a destinação final destes resíduos; - Analisar a água de consumo humano no município, para verificar o grau de contaminação, ocasionado pelos dejetos de suínos. - Correlacionar a produção de dejetos de suínos com a disponibilidade de área agriculturável no município; - Avaliar a possibilidade de ampliação da produção de suínos no município de Travesseiro.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 - Sobre a Suinocultura e Meio Ambiente

Conforme PALHARES et al. (2002), a pesquisa envolvendo meio ambiente e suinocultura têm avançado muito nos últimos anos, sendo que, este processo de evolução, foi desencadeado principalmente devido a preocupação dos institutos de pesquisa, universidades, fundações, associações de produtores, entre outros, em proporcionar uma produção não impactante ao meio ambiente. A crescente conscientização do mercado consumidor, o qual exige produtos com qualidade sanitária e ambiental e, a exigência dos mercados importadores em adquirir somente produtos gerados de forma ambientalmente correta, também contribuem.

Mas, esta evolução se deu, essencialmente, na questão técnica, ou seja, atualmente, a sociedade já dispõe de tecnologias de tratamento e aproveitamento dos dejetos de suínos, com grande eficiência na remoção dos elementos prejudiciais a qualidade ambiental. Busca-se agora, um aprimoramento destas tecnologias e a adaptação destas às diferentes realidades encontradas no meio rural (PALHARES et al., 2002).

Além da não consideração destas técnicas de manejo, não houve, uma discussão sobre o tipo de produção que estava sendo implementada, ou seja, se nesta existia um equilíbrio entre as questões produtivas, sociais e ambientais. Uma característica, intrínseca deste tipo de produção é a concentração de um grande número de unidades produtivas em uma pequena área, bem como a intensificação destas unidades. Sabe-se que estas duas características apresentam um passivo ambiental muito grande, o que dificulta o manejo dos dejetos, de formas ambientalmente e economicamente viáveis (PALHARES et al., 2002)

ALVES (1995), afirma que o sistema agropecuário atual, que se implantou nas últimas décadas, contribuiu, para a redução da fome mundial. Entretanto, ultimamente os impactos ambientais negativos deste sistema intensivo têm sido evidentes. 6

Assim, conforme PALHARES et al. (2002), os erros de outrora devem ser o marco inicial para se reconsiderar o sistema atual, a fim de se alcançar a compatibilidade entre a produção alimentar e a capacidade suporte dos agroecossistemas. Para DIESEL et al. (2002), o esterco líquido contém matéria orgânica, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, sódio, magnésio, manganês, ferro, zinco, cobre e outros elementos incluídos nas dietas alimentares. Isto representa uma fonte de fertilizantes, mas também uma fonte potencial de poluição quando não tratado ou manejado inadequadamente.

É importante ressaltar a conscientização do sistema de integração e das cooperativas sobre as falhas do sistema, e os problemas ambientais que devem ser resolvidos para garantir a sustentabilidade ambiental da região. O sistema desenvolveu-se fundado na racionalidade econômica e necessita de realimentação e inter-reação da racionalidade ambiental e racionalidade social (OLIVEIRA et al., 2003).

A criação de animais em regime de confinamento ao mesmo tempo em que apresenta características muito positivas sob o ponto de vista econômico e operacional, traz outras características que determinam especial atenção para que seus efeitos não se transformem em prejuízos principalmente em danos ambientais.

Para OLIVEIRA et al. (2003), a atual expansão da suinocultura tem como principal característica à concentração de animais por área, visando atender o consumo interno e externo de carne, produtos e derivados. Contudo, observa-se como conseqüência, generalizada poluição hídrica (alta carga orgânica e presença de coliformes fecais provenientes dos dejetos, que somada aos problemas de resíduos domésticos e industriais, causa sérios problemas ambientais, como a destruição dos recursos naturais renováveis, especialmente a água).

Infelizmente, vários são os exemplos que podemos citar de danos ambientais, causados pela má aplicação dos dejetos provenientes da criação de suínos em confinamento. Conforme CAVALCANTI (1984), os dejetos de suínos possuem elevadas concentrações de

DBO 5, sólidos em suspensão e nutrientes (Nitrogênio e Fósforo).

Segundo KONZEN (1993), os dejetos suínos são constituídos por fezes, urina, água desperdiçada pelos bebedouros e de higienização, resíduos de ração, pêlos, poeiras e outros

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materiais decorrentes do processo criatório. Já o esterco por sua vez, é constituído pelas fezes dos animais que, normalmente, se apresentam na forma pastosa ou sólida (DIESEL et al., 2002).

Os dejetos podem apresentar grandes variações em seus componentes, dependendo do sistema de manejo adotado e, principalmente, da quantidade de água e nutrientes em sua composição (DIESEL et. al., 2002).

A Tabela 1 apresenta a composição química média dos dejetos suínos obtida na Unidade do Sistema de Tratamento de Dejetos da Embrapa, Concórdia – SC.

Tabela 1 - Composição química média dos dejetos suínos. Variável Mínimo (mg/L) Máximo (mg/L) Média (mg/L)

DQO 5 11.530,2 38.448,0 25.542,9 Sólidos totais 12.697,0 49.432,0 22.399,0 Sólidos voláteis 8.429,0 39.024,0 16.388,8 Sólidos fixos 4.268,0 10.408,0 6.010,2 Sólidos Sedimentáveis 220,0 850,0 428,9 Nitrogênio total 1.660,0 3.710,0 2.374,3 Fósforo total 320,0 1.180,0 577,8 Potássio total 260,0 1.140,0 535,7 Fonte: Adaptado de SILVA (1996)

O esterco de suínos apresenta uma composição física e química semelhante a de outras espécies humanas cujo esterco é comumente utilizado na agricultura como fonte de matéria orgânica (Tabela 2).

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Tabela 2 - Composição média (%) de resíduos, não decompostos e submetidos a fermentação anaeróbia, produzidos por diferentes espécies. Resíduos Orgânicos Nitrogênio Fósforo Potássio Bovino 0,60 0,15 0,45 Eqüino 0,70 0,25 0,55 Ovino 0,96 0,35 1,00 Suíno 0,60 0,25 0,12 Biofertilizante Nitrogênio Fósforo Potássio Bovino 1,5 – 1,8 1,1 – 2,2 0,8 – 1,2 Suíno 1,8 – 2,5 1,2 – 2,0 0,8 – 1,5 Aves 2,0 – 2,8 1,2 – 2,1 0,9 – 1,6 Adaptado de FAO (1977).

Em termos comparativos, a capacidade poluente dos dejetos suínos, é muito superior a de outras espécies. Utilizando-se o conceito de equivalente populacional, LINDER (1999) sugere que um suíno, em média, equivale a 3,5 pessoas.

A quantidade total de resíduos líquidos produzidos por um suíno varia de acordo como o desenvolvimento ponderal dos animais, cerca de 4,9 % a 8,5 % do seu peso vivo por dia, para a faixa de 15 a 100 kg (JELINEK, 1977; OLIVEIRA, 1993). A urina influi na quantidade de dejetos, que por sua vez depende diretamente da ingestão de água (OLIVEIRA, 1993).

A Tabela 3 apresenta as variações das quantidades de dejetos líquidos produzidos de acordo com diferentes fases do sistema de criação.

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Tabela 3 – Produção média diária de dejetos nas diferentes fases produtivas dos suínos. Categoria Esterco Esterco + urina Dejetos líquidos (Kg/dia) (Kg/dia) (litros/dia) Suínos 25 a 100 Kg 2,30 4,90 7,00 Porcas na gestação 3,60 11,00 16,00 Porca na lactação + Leitões 6,40 18,00 27,00 Cachaço 3,00 6,00 9,00 Leitões na creche 0,35 0,95 1,40 Média 2,35 5,80 8,60 Fonte: Adaptado de OLIVEIRA (1993).

3.2 - Impactos ambientais causados pela suinocultura

O crescente aumento da população mundial incide em um aumento de produtos agropecuários. Nesse caso em questão, o aumento dos sistemas de produção de suínos em confinamento, que produz cada vez maiores quantidades de dejetos. Não havendo sistemas de tratamento e aproveitamento destes resíduos, o seu destino são os cursos de água naturais (OLIVEIRA, 1993). Assim como tem-se um aumento na quantidade de água residuárias geradas, tem-se também um aumento na necessidade de água potável para suprir o aumento na demanda. O desmatamento descontrolado, somado ao já citado aumento de águas residuárias, lançados nos corpos hídricos, prejudica em algumas áreas o atendimento da demanda nos períodos de estiagem (FAIR et al., 1971; PEREIRA, 1976; SILVA, 1979).

Países onde ocorre a produção de suínos em larga escala, enfrentam hoje um sério problema ambiental de contaminação do solo e das águas subterrâneas, como pode ser observado na Alemanha e a Holanda, onde utilizam-se os dejetos de suínos como adubação orgânica para o solo em grandes quantidades e por vários anos consecutivos (BURTON, 1997 Apud SEGANFREDO, 2000).

Hoje, encontramos produtores da região sul da Holanda, que estão transportando dejetos por duzentos quilômetros até regiões agrícolas não produtoras de suínos, já que na sua região foi constatada contaminação das águas subterrâneas. Já na Alemanha, o monitoramento

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de Nitrogênio e Fósforo nos solos demonstra saturação. As granjas coletivas da parte oriental estão sendo privatizadas e se tornaram a única forma possível para a ampliação dos plantéis (BLEY Jr, 2006).

Segundo SEGANFREDO (2000), na Bélgica, a região de Flandres está em situação igualmente crítica. É importantíssimo destacar que naquela região, reconhecidamente de alta densidade suinícola, os dejetos produzidos pelo total de animais criados em confinamento, é de 50 t/ha/ano.

Não obstante a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos começou a se preocupar com os dejetos a partir da constatação que na Carolina do Norte, há uma contaminação das águas subterrâneas por Nitrogênio, originado da aplicação de dejetos nos solos (JUNIOR, 1994)

3.2.1 - Problemas ambientais no Brasil, principalmente na Região Sul

Igualmente no Brasil é fácil encontrar casos de contaminação do solo e da água, ocasionado pela inadequada aplicação dos dejetos de suínos. Essa situação é o que se encontra principalmente na região Sul do País. Como exemplos podem-se citar o oeste do Estado de Santa Catarina que abriga grandes agroindústrias de processamento de carne suína e que no ano de 1986, através de resultados obtidos das análises de cerca de 1.700 amostras de água coletadas em diversos pontos, apresentaram contaminação por coliformes oriundos principalmente, do manejo inadequado dos resíduos gerados nas atividades de suínos (JÚNIOR, 1994). Já no final dos anos 80, uma divulgação da Epagri de dados parciais sobre a contaminação dos recursos hídricos, afirma que 85% da água consumida no meio rural da região norte de Santa Catarina, apresentavam níveis inaceitáveis de poluição, novamente devido ao mau manejo dos dejetos de suínos. Este fato tornou-se um problema para ocasionou em alguns municípios da região, pois a água para abastecimento da população urbana tornou- se um problema crítico devido a contaminação dos mananciais hídricos que abastecem as estações de tratamento. Não era raro, em alguns períodos, a interrupção do fornecimento d’água à população (GUIVANT e MIRANDA, 1999).

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Outro estudo foi realizado na Bacia Hidrográfica do Rio Quilombo no município de Quilombo/SC, no ano de 2003, no qual as amostras de água analisadas também apresentam elevadas taxas de concentração de coliformes fecais (ASSIS, 2004).

Não obstante o trabalho realizado em 2004, no Estado do Paraná, na Bacia hidrográfica do Rio Toledo no município de Toledo, aponta que a bacia hidrográfica já está com sua capacidade de instalação de criadores de suínos saturada (WINTER et al., 2005). Isso devido ao lançamento de águas residuárias tratadas ou não em um caudal líquido, provocando dessa forma alterações nas propriedades físicas e químicas da água, o que pode resultar em profundas e severas alterações ecológicas no meio ambiente aquático (HUSSAR, 2001)

3.3 - Formas de poluição ambiental causado pelo manejo inadequado de resíduos suinícolas

Como afirma BELLI FILHO et al. (2001), as principais conseqüências da falta de controle na produção de suínos e da ausência de controle ambiental pelos órgãos responsáveis são: a degradação do meio ambiente pela contaminação das águas superficiais e subterrâneas, a nitrificação, a presença de microorganismos enteropatogênicos, a alteração das características dos solos, a poluição do ar (pela emissão de maus odores) e a presença de insetos.

3.3.1 - Contaminação do solo e da água

Quando ocorre a aplicação de grandes quantidades de dejetos líquidos sobre o solo, ou mesmo o próprio armazenamento em lagoas sem revestimento impermeabilizante por vários anos seguidos, pode ocorrer sobrecarga na capacidade de infiltração do solo e retenção dos nutrientes dos dejetos. Dessa forma alguns nutrientes podem atingir o lençol freático subterrâneo ou as águas superficiais contaminando-as. O fósforo contido nos dejetos líquidos dos suínos difunde-se mais rapidamente no solo do que o fósforo contido nos produtos fertilizantes comerciais, devido a matéria orgânica do dejeto favorecer a solubilização dos fosfatos. O nitrato é outra substância que precisa de maior atenção ambiental, pois em estudos realizados com água do lençol freático de terras tratadas com altos níveis de dejetos líquidos (cerca de 160 m³/ha ano), observando-se valores dez vezes maiores que os encontrados nas terras não tratadas (OLIVEIRA, 1993).

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A seguir apresentam-se os principais impactos ambientais causados pela suinocultura, bem como sugestões de medidas mitigadoras e/ou de reversão descritas no Quadro 1.

Quadro 1 – Atividade da suinocultura, problemas, impactos ambientais e medidas de controle. Característi Principais impactos Medidas mitigadoras Atividade Problemas cas ambientais e/ou de reversão  Contaminação  Racionalizar o  Aumen da água e do solo por consumo de água to do volume agentes patogênicos. visando diminuir a de dejetos produção de volume produzidos  Contaminação de resíduos. por unidade da água e do solo por de área. resíduos orgânicos e  Associar o uso de minerais. dejetos a palhadas de  Ativida culturas (arroz, milho, de feijão, resíduos de potencialme  Contaminação capineira, palha de nte da água e do solo por café, etc.) para causadora de agentes patogênicos. produção de composto degradação orgânico. Sistemas de ambiental,  Contaminação produção impedindo a da água e do solo por  Usar dejetos Suinocultura intensivos e expansão da resíduos orgânicos e associados ou não a concentrados suinocultura minerais palhadas em como substituição a atividade  Contaminação fertilizantes químicos. econômica. da água e do solo por resíduos orgânicos e  Obter  Uso minerais. licenciamento técnico- intensivo de ambiental de acordo medicament  Fator de risco com a legislação os e à saúde animal e ambiental presente. insumos. humano.  Racionalizar o uso de medicamentos e insumos.

Fonte: Adaptado de MESQUITA et al. (2000)

3.4 - Doenças transmitidas pelas fezes dos Suínos

A criação de suínos gera outra externalidade negativa, que é a grande quantidade de patógenos virais, bactérias e protozoários que podem ser transmitidos ao homem pela água ou organismos aquáticos, podendo representar um grande perigo à saúde pública. Estas

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contaminações podem ser adquiridas pelas fezes suínas descartadas diretamente nos rios ou utilizadas na produção consorciada de peixes, usando na alimentação dos animais sem nenhum tratamento anterior (WINTER et al., 2006).

Entre os microorganismos causadores de doenças mais importantes, encontram-se as do reino monera, as bactérias, que são aquelas que atacam a região intestinal (o intestino), tais como a cólera, disenteria, febre tifóide e paratifóide. Esses organismos são altamente infectivos e responsáveis por milhares de óbitos todos os anos nos trópicos. Propagam-se devido as precárias condições sanitárias e a falta de higiene prevalecente na maioria das regiões de clima tropical. Uma bactéria muito comum nas águas residuárias é a Salmonella (FAIR et al., 1971; BRANCO, 1972; PEREIRA, 1976; SILVA, 1979).

A ocorrência de coliformes em determinada concentrações, deve ser encarada como um sinal de alerta, indicando a possibilidade de haver poluição fecal (HUSSAR, 2001). A Escherichia e Aerobacter são os dois gêneros de coliformes possíveis de ser encontrados em águas com alta concentração de coliformes (PEREIRA, 1976).

A Tabela 4 mostra alguns tipos de microorganismos com potencial de dispersão no esterco de suíno, e as moléstias que podem causar ao homem, trazendo prejuízos sociais e econômicos (WINTER et al., 2006).

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Tabela 4 – Alguns tipos de microorganismos e doenças que podem causar ao homem. Patógeno Enfermidade Viroses Enterovirus Meningite Diarréia, febre Hepatite A Hepatite infecciosa Rotavirus Diarréia

Bactéria Capylobacter jejuni Diarréia e. coli patogênica Diarréia, disenteria Salmonella spp. Diarréia, disenteria Salmonella typhi Febre tifóide Shigella spp. Diarréia, disenteria Vibrio cholerae Diarréia colérica

Protozooa Entamoeba histolytica Diarréia, disenteria Giárdia lamblia Diarréia ______Fonte dos dados: Elizabete Nunes, em 26/08/2005 – Administradora hospitalar – Clínicas Dall’Oglio – Toledo. Os valores e dias de internamentos estão baseados numa medida feita entre três pacientes que estiveram internados (podem ser maiores ou menores, dependendo da conduta médica) e os cálculos foram feitos baseados em acomodações coletivas.

3.5 - Legislação pertinente, a criação de suínos

Uma importante ferramenta de controle de poluição é a Legislação Ambiental, vigente no nosso país. Esta é um alicerce doutrinal que tem por objetivo preservar sobre tudo e todos, o pouco que ainda nos resta de qualidade ambiental.

Segue abaixo a relação da legislação ambiental pertinente, bem como as definições de critérios técnicos que a Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luís Roessier –

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RS (FEPAM) observa nos procedimentos licenciatórios para a instalação de novos empreendimentos destinados à suinocultura no Estado do Rio Grande do Sul.

Lei 4.771/1965 (Código Florestal Federal); Lei 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais); Lei 9.985/2000 (Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação, inclusive as relacionadas a Áreas de Proteção Ambiental - APA, Áreas de Relevante Interesse Ecológico - ARIE, Reservas Particulares de Patrimônio Natural - RPPN); Resolução CONAMA 10/1998 (Mata Atlântica); Resolução CONAMA 12/1999 (Mata Atlântica); Resoluções CONAMA 302 e 303/2002 (Áreas de Preservação Permanente - APP); Lei 11.520/2000 (Código Estadual do Meio Ambiente); Lei 9.519/1992 (Código Florestal Estadual); Lei 6.503/1972 (Código Sanitário Estadual); Planos Diretores ou zoneamentos municipais; Manual de Manejo e Utilização dos Dejetos de Suínos, Embrapa, 1993; Cadeia Produtiva da Suinocultura no Estado do RGS, SIPS/RS, 2002; Mapa de Classificação dos Solos do Estado do RGS quanto à Resistência a Impactos Ambientais, Fepam, 2001; Sistema de Produção de Suínos em Cama Sobreposta Deep Bedding , Oliveira, 2001.

Cabe também ressaltar que além da FEPAM, as Secretarias Municipais do Meio Ambiente e Departamentos de Meio Ambiente de todo o Rio Grande do Sul se baseiam nessa legislação para a emissão das Licenças Ambientais.

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 - Local do estudo

Este estudo foi desenvolvido no Município de Travesseiro, Estado do Rio Grande do Sul, na Região delimitada como Vale do Taquari, localizada a 52º 6’W de longitude e 29º 27’S de latitude considerado as coordenadas medianas, situado na Encosta Inferior do Nordeste (Figura 1).

Foram abrangidos, com este trabalho, todos os suinocultores integrados independentemente da empresa integradora, da quantidade e do tipo de atividade desenvolvida com o suíno.

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Figura 1 - Localização da área de estudos.

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4.2 - Levantamento dos dados nas propriedades rurais integradas a suinocultura

O levantamento dos dados para a realização do estudo foi realizado em três fases distintas, a montagem do questionário, a obtenção dos nomes dos produtores integrados à suinocultura, a aplicação do questionário até a obtenção dos resultados.

4.2.1 - Fase 1 (um): Montagem do questionário

Como passo inicial, foi construído juntamente com a Secretaria da Agricultura do Município de Travesseiro e Escritório Municipal da EMATER, um questionário sócio/ambiental das propriedades produtoras de suínos no Município de Travesseiro, RS (Anexo A). Este questionário abrangia questões voltadas a área social como grau de escolaridade, estado civil, idade, renda familiar, entre outras questões, e questões ambientais, tais como existência de reservatório para disposição de resíduos, fonte de abastecimento de água, destinação dos dejetos e outras questões de extrema importância.

4.2.2 - Fase 2 (dois): Obtenção dos nomes dos produtores integrados há suinocultura

A obtenção dos nomes dos suinocultores integrados existentes no município foi feito através de informações disponibilizadas na Secretaria Municipal da Agricultura e Departamento de Meio Ambiente do município de Travesseiro, além de informações e registros junto aos órgãos competentes do Estado do Rio Grande do Sul e no Escritório Municipal da EMATER.

4.2.3 - Fase 3 (três): Aplicação do Questionário

O questionário foi aplicado em todas as propriedades rurais integradas com a atividade suínicola no município de Travesseiro, independentemente do sistema de produção (Unidade Produtora de Leitões, Creche ou Terminação), quantidade ou firma integradora (Figura 2).

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Figura 2 – Aplicação do questionário nas propriedades.

A aplicação do questionário foi feita em cada propriedade, sendo que o proprietário era questionado 42 vezes (42 questões) na qual envolvia o meio ambiente e sua situação social no município, em questão. Cada levantamento durava em torno de meia hora (30 minutos) para ser todo respondido. A aplicação do questionário se deu no período de novembro de 2006 a março de 2007 e teve o seu complemento no mês de dezembro de 2008.

4.3 - Mapeamento das propriedades produtoras

No momento da aplicação do questionário, as propriedades eram identificadas com o uso de GPS (Global Positioning Satellite), de marca Garmim, modelo E-Trex, com precisão horizontal de 8 a 15m, conforme o número de satélites captados (de 8 a 12), e precisão vertical de até 3m, Datum Córrego Alegre o que permitiu o mapeamento da atividade suinícola no município.

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Para avaliação da possibilidade de ampliação da atividade, o município foi subdividido em nove (9) localidades: Barra do Fão, Linha São João, Três Saltos (incluindo Três Saltos Baixo, Médio e Alto), Picada Felipe Essig, Linha Cairú, Sede do Município, Linha Macuco, Linha Herval e São Miguel. A divisão do município em localidades ocorreu por meio de dados obtidos com base cartográfica original: Cartas planialtimétricas do mapeamento sistemático em escala 1:50.000 elaboradas pelo Diretoria do Serviço Geográfico do Exército; Imagem do satélite LANDSAT 7, composição colorida RGB, georreferenciada com base nas cartas planialtimétricas de escala 1:50.000 do SGE; Órbita ponto da imagem: 222-080, Ângulo de elevação Solar 49° 19', Azimute 50° 71'; Imagem de 24/09/1999.

4.4 - Monitoramento e análise da água dos poços artesianos do município de Travesseiro, RS

No monitoramento e análise das águas subterrâneas, foram realizados coletas de seis poços artesianos, sendo um em cada uma das seguintes localidades: Sede, Linha Cairú, Picada Felipe Essig, Três Saltos Baixo, Três Saltos Alto e Barra do Fão. As outras comunidades existentes no municipio não foram contempladas com as análises de água de poços artesianos, pois não possuem os mesmos. São elas: Linha São João, Linha Macuco, Linha Herval e Linha São Miguel.

Na comunidade de Linha São João, os produtores, utilizam água de vertentes e também provinda da localidade de Barra do Fão e Três Saltos Alto. Já a comunidade de Linha São Miguel utiliza água provinda de suas vertentes próprias e de uma fonte drenada comunitária. A Localidade de Linha Herval, não tem produtores suinícolas e nem poço artesiano. A comunidade de Linha Macuco, da mesma forma não tem criadores de suínos integrados e parte da mesma (Zona Baixa) recebe água da rede comunitária da Sede e parte (Zona Alta) necessita ter cada um sua vertente própria.

As amostras para análises dos padrões físicos e químicos foram coletadas em frascos de polietileno, com capacidade de cinco litros para os parâmetros de Cloreto, Dureza Total, pH, Sólidos Dissolvidos Totais, Sulfatos, Turbidez, Ferro, Zinco e Sódio. Todos os frascos foram enxaguados na hora da coleta três vezes com a água a ser coletada (Figura 3).

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Figura 3 – Coleta de água em um poço artesiano.

As amostras para inoculação bacteriológica (Coliformes Totais e Coliformes Fecais) foram coletadas de forma direta em embalagem plástica apropriada para este fim, esterilizadas.

As amostras coletadas foram acondicionadas em caixa térmica, preservadas com gelo, e transportadas até a Central Analítica do Centro Universitário Feevale em três horas, para então serem analisadas.

As amostras dos poços das Localidades da Sede, Picada Felipe Essig e Barra do Fão, foram retiradas da torneira localizada no próprio poço artesiano, antes de passagem por reservatório tendo sido aguardado cinco minutos com água corrente para então proceder à coleta.

Nos poços de Linha Cairú e Três Saltos Baixo, as amostras foram coletadas em torneiras de residência, sem caixas d’água e sendo a mais próxima do poço em questão, antes

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de irem para o reservatório tendo sido aguardado cinco minutos com água corrente para então proceder à coleta.

Já no poço da localidade de Três Saltos Alto, não havendo torneira no poço artesiano e os ductos indo todos em direção ao reservatório, para após voltar as residências, foi feito a coleta na residência mais próxima ao reservatório, tendo sido aguardado cinco minutos com água corrente para então proceder à coleta.

As coletas foram realizadas nos seguintes dias 01/08/2006, 25/10/2006, 20/12/2006, 21/02/2007, 24/04/2007, 11/06/2007, tendo havido então intervalos de dois meses entre as coletas. Os parâmetros físico/químicos e microbiológicos determinados em laboratório para o monitoramento e os procedimentos adotados nas determinações são apresentados na Tabela 5 a seguir.

Tabela 5 - Parâmetros analisados, metodologia e procedimentos utilizados. Parâmetro Unidade Metodologia Procedimentos 01. Cloretos mgL -1 Titulometria PT.PA.005 A -1 02. Dureza Total Mg CaCO 3L Titulometria PT.PA.007 03. pH - Potenciometria PT.PA.028 04. Sólidos mgL -1 Gravimetria PT.PA.014 Dissolvidos Totais 05. Sulfatos mgL -1 Espectroscopia PT.PA.017 UV/VIS 06. Turbidez NTU Nefelometria PT.PA.031 07. Ferro mgL -1 Absorção Atômica PT.AA.001 08. Zinco mgL -1 Absorção Atômica PT.AA.001 09. Sódio mgL -1 Fotometria de Chama PT.AA.002 10. Coliformes Totais NMP Substrato enzimático PT.MB.005 11. Coliformes Fecais NMP Substrato enzimático PT.MB.005

Todas as amostras foram analisadas na Central analítica do Centro Universitário Feevale, tendo como base de referencia Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 20 ed.

Os resultados foram interpretados com auxílio de gráficos, tabelas e do programa Excel for Windows.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 - ANÁLISE DOS ASPECTOS SOCIAIS

5.1.1 - Faixa etária dos produtores de suínos

Várias décadas de êxodo rural fizeram com que permanecessem no campo, simplesmente uma minoria de homens trabalhadores, e essa por sua vez está envelhecendo, sem deixar descendente. Uma prova disso é demonstra na faixa etária dos produtores integrados a suinocultura no município de Travesseiro, RS, onde podemos perceber que 56 produtores dos 60 existentes, encontram-se na faixa etária dos 36 a 65 anos (Figura 4). Por tanto, uma atividade de pessoas mais velhas, preparando-se muitas vezes para a aposentadoria.

Os movimentos migratórios respondem pelo processo de esvaziamento da população rural. Em termos nacionais, a intensidade do movimento de desruralização parece não se ter atenuado muito nos últimos 50 anos. Entre 1950 e 1980, as áreas rurais das regiões Sudeste e Sul forneceram um volume expressivo de migrantes para as áreas urbanas (CAMARANO e ABRAMOVAY, 1999).

Faixa Etária dos produtores integrados a suínocultura 14 12 12 10 10 10

8 9 6 6 6 Produtores 4 2 2 3 2 0

5 5 0 0 0 5 3 5 6 6 a a a 1 6 21 a 2 26 a 30 3 36 a 4 41 a 45 4 51 a 55 56 a 61 Faixa Etária

Produtores

Figura 4 – Número de suinocultores por faixa etária. 24

5.1.2 – Estado civil dos entrevistados

Oitenta e cinco porcento dos produtores rurais integrados a suinocultura são casados, dez porcento são solteiros e cinco porcento apresentam uma união estável definida por eles como ajuntado (Figura 5).

Estado Civil dos Suinocultores

60 50 40 30 20 Produtores 10 0 Casado(a) Solteiro(a) Ajuntado Estado

Figura 5 - Estado civil dos suinocultores.

5.1.3 - Caracterização da Família

5.1.3.1 - Filhos

A população rural brasileira atingiu seu máximo em 1970 com 41 milhões de habitantes, o que correspondia a 44% do total. Desde então o meio rural vem sofrendo um declínio populacional relativo e absoluto, chegando em 2000, segundo o IBGE (2007), com 18,81% do total nacional. A redução da importância da população rural deve-se, fundamentalmente, aos movimentos migratórios. Mais recentemente, a queda de fecundidade rural contribuiu também para a diminuição do ritmo de crescimento desta população. (CAMARANO & ABRAMOVAY, 1999).

Uma das preocupações deste trabalho foi analisar o número de descendentes que os suinocultores possuem, uma vez que trabalhos na propriedade devem ter continuação, após o termino da geração atual (Figura 6). Uma vez que manter os costume e tradições de nossa

25

gente é um marco marcante de nossa população no país, para isso, nada melhor do que dar seqüência na linhagem familiar, desenvolvendo desde cedo o espírito construtivo, porém endêmico de seus filhos, fazendo-os aprofundar cada vez mais suas raízes na propriedade.

Número de produtores com filhos

11 = 22%

39 = 78%

Sim Não

Figura 6 – Suinocultores que apresentam descendentes.

5.1.3.2 - Quantidade de Filhos

É do conhecimento de toda a população rural e também urbana, um decréscimo acentuado no número de filhos gerados por casal. Antigamente encontravam-se muitas famílias numerosas com vários filhos, e esses por sua vez podiam e eram utilizados como mão de obra na agricultura. Hoje por sua vez percebe-se que os casais optam por terem um ou dois filhos no máximo. Essa realidade pode ser observada no levantamento realizado junto aos suinocultores (Figura 7).

26

Número de Filhos

25

20 15 10 produtores Número Número de 5 0 Um Dois Três Mais Quantidade

Figura 7 – Número de descendentes por produtor.

5.1.3.3 - Faixa etária dos filhos dos suinocultores

Hoje no município de Travesseiro, a faixa etária dos filhos dos suinocultores apresenta- se muito disparitária, demonstrando uma alta concentração nas faixas etárias que variam entre 6 e 25 anos de idade como é demonstrado na Figura 8.

Contudo, a grande concentração de pessoas que trabalham na atividade possui idade entre os 36 e 65 anos, conforme apresentado na Figura 4. Esse aspecto demonstra que o êxodo rural é uma realidade no município de Travesseiro, particularmente nas propriedades destinadas à produção de suínos.

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Faixa etária dos Filhos dos proprietários de suínocultura 14 12 10 8 6 4 Quantidade 2 0

s s nos o a anos an 5 5 anos - a 20 anos 6 a 10 36 ou mais 11 a 15 16 21 a 25 anos 26 a 30 ano 31 a 3 Faixa etária Série1

Figura 8 - Faixa etária dos filhos dos suinocultores do município de Travesseiro, RS.

5.1.3.4 - Nível de escolaridade dos filhos

A educação é um elemento decisivo no horizonte profissional de qualquer jovem: na agricultura familiar, entretanto, a regra constatada em inúmeros estudos da América Latina (DURSTON, 1996), é que fica no campo o filho ao qual “ la cabeza no le dá para más ”.

Prova disso foi percebido nos estudos de ABRAMOVAY et al. (2000), no Estado de Santa Catarina, onde o nível educacional está entre os mais altos do país, porem no campo o grau de escolaridade é baixo. A geração que hoje mais pode candidatar-se à direção dos trabalhos agropecuários – os filhos que permanecem nas propriedades paternas e que já saíram da escola – tem formação educacional tão precária que confirma a asserção segundo a qual ou se estuda, ou se fica no campo.

A escolha profissional dos jovens agricultores é determinada por um conjunto de fatores, dos quais os mais relevantes são suas expectativas de geração de renda na unidade paterna comparadas com o que imaginam ser possível alcançar inserindo-se em mercados de trabalho assalariado (ABRAMOVAY et al., 2000).

28

O único passo para se conseguir uma sociedade justa, fraterna e igualitária é a partir da educação, fator esse que leva em conta o desenvolvimento intelectual do ser humano.

No trabalho realizou-se o levantamento de somente um quesito: se o filho (a) do suinocultor integrado estudava ou já havia estudado. Não se detivemos ao grau de sua escolaridade, uma vez que devido a grande heterogeneidade entre as idades dos filhos, poderia haver uma má interpretação do resultado.

Observou-se que, dos 49 produtores que possuem filhos, 83,67% dos filhos estudam ou já estudaram. Ressalva-se que os 18,36% não passaram por uma escola, não por não quererem ou devido a dificuldades ou até mesmo por opção própria, mas sim por terem idade inferior a seis anos e encontrarem-se no âmbito familiar até completarem sete anos. Este aspecto é um fator extremamente positivo e é uma realidade da área rural do município de Travesseiro, contrariando a conscientização geral das pessoas ao viver no campo.

5.1.4 - Grau de escolaridade dos suinocultores

O estudo comprovou que 100% (cem por cento) dos agricultores integrados ao setor da suinocultura são alfabetizados, todavia, 67% (sessenta e sete porcento) apresentam Ensino Fundamental Incompleto (E.F.I), o que representa uma cota muito elevada de produtores com baixo grau de escolaridade. (Figura 9).

Além disso, 93% (noventa e três porcento) dos suinocultores não apresentam nenhuma qualificação técnica para desempenhar a atividade suinícola, o que representa um grave erro das empresas integradoras em não proporcionar ao integrado qualificação técnica para desempenhar tamanha responsabilidade.

29

Escolaridade dos produtores de Suínos 40 35 30 25 20 15 10

N de Produtores 5 0 I. . I. . p. . C. . C. . F . S. I. Es E . F . M . M E E E E Classe

Legend a: N.F.E: Nunca Freqüentou a Escola; E.F.I.: Ensino Fundamental

Incompleto; E.F.C.: Ensino Fundamental Completo; E.M.I.: Ensino Médio Incompleto; E.M.C.: Ensino Médio Completo; E.S.I.: Ensino Superior Incompleto; E.S.C.: Ensino Superior Completo; Esp.: Especialista

Figura 9 - Grau de escolaridade dos produtores integrados a suinocultura em Travesseiro, RS.

5.1.5 - Acesso aos meios de comunicação

Atualmente vivemos em um mundo com enormes avanços na tecnologia, onde manter- se informado é questão de necessidade e de sobrevivência. Nessa nova era que vivenciamos as informações chegam ao nosso conhecimento quase que instantaneamente e a esse quesito, questionamos os suinocultores perguntando quais são os acessos aos meios de comunicação que dispunha em seu dia-a-dia.

Como podemos perceber na Figura 10 a televisão, o rádio e o telefone são os meios mais utilizados pelos suinocultores como fonte de comunicação, seguido pelo jornal e pela revista.

Alarmante é percebermos que há pouca adesão dos suinocultores a comunicação digital (internet). Isso demonstra ser um dado preocupante, uma vez que a comunidade mundial caminha cada vez mais próxima a novas tecnologias e não podemos deixar os suinocultores acéfalos a essa nova forma de comunicação e socialização.

30

Acesso aos Meios de Informação dos Suínocultores

60 50 40 30 20

Suinocultores 10 0 Televisão Rádio Telefone Internet Jornal Revista Meios de Informação

Figura 10 – Acesso aos meios de comunicação que os suinocultores dispõem.

5.1.6 - Número de empregos gerados

As sessenta propriedades rurais existentes no município de Travesseiro geram 117 empregos diretos, sendo que 91 são exclusivamente mão de obra de familiares e 26 são contratações de pessoas da comunidade.

Dessa forma podemos concluir que a suinocultura no município é praticamente impulsionada e mantida pela mão de obra familiar, conforme podemos ver na Figura 11. Este aspecto demonstra que a suinocultura apresenta um importante aspecto social no município de Travesseiro, particularmente com relação à agricultura familiar, sendo uma atividade importante para fixação do homem no campo.

31

Empregos Gerados na Suínocultura 100 90 80 70 60 50 40 30

Número de Pessoas 20 10 0 Familiar Contratações Forma

Figura 11 – Geração de empregos na propriedade suinícola no município de Travesseiro.

5.1.7 – A propriedade suínicola

Uma das mais importantes questões da sociedade atual é possuir um espaço (de terra) para cultivo e este por sua vez ser de sua posse. Essa necessidade foi contemplada no questionamento aos produtores suinícolas, uma vez que para se ter um empreendimento o espaço é fundamental. Além dessa necessidade devemos observar a possibilidade de haver espaço para futuras instalações, justificando o investimento pelo crescimento da atividade no município.

Hoje se encontram no município 14 produtores de suínos, que tem seus empreendimentos, dispostos sobre terras que não são de sua posse e sim estão ainda alienados a seus pais, necessitando serem desmembradas as áreas senão desmembradas e/ou adquiridas (Figura 12).

32

Situação das Propriedades

40 35 30 25 20 15 10 Propriedades 5 0 Proprietáro Não proprietário Categoria

Figura 12 – Situação dos suinocultores em relação aos imóveis rurais.

5.1.8 - Responsável pela renda da família

A obtenção dos proventos, da família, foi outro dado levantado, na pesquisa junto aos suinocultores, onde diagnosticamos que em 70% dos entrevistados a renda familiar é obtida dos serviços do casal (marido e mulher), em 25% a renda é obtida através do casal e dos filhos e apenas em 5% a renda é obtida somente pelo homem.

5.1.9 - Levantamento na propriedade

Toda e qualquer atividade que o ser humano desempenha é voltada na obtenção de ganhos econômicos para suprir suas necessidades diárias. O ganho financeiro é quem dita à permanência ou não na atividade suinícola. Nenhum produtor integrado, independentemente da empresa em questão, trabalharia se não fosse obter no final de cada lote um valor “x” em dinheiro. Esse, por sua vez, deverá cobrir todas as despesas da produção além de ser lucrativo ao mesmo.

Com esse espírito, os suinocultores foram questionados quanto aos rendimentos gerais da propriedade familiar como mostra a Figura 13. Cabe ressaltar que os resultados envolvem todos os rendimentos de todos os integrantes da família e não somente da atividade suínicola.

Verifica-se na maioria dos entrevistados a renda familiar fica entre 4 e 6 salários mínimos, suficiente para manter uma adequada qualidade de vida para os produtores rurais.

33

Rendimentos na propriedade

50

40

30

20

Proprietários 10

0 0 a 3 sal/min. 4 a 6 sal/min. 7 a 10 sal/min. Salários

Figura 13 – Rendimentos na propriedade rural.

5.1.10 - Tempo de desempenho da atividade no Município

Travesseiro é um município jovem, que obteve sua emancipação em 20 de março de 1992, portanto 16 anos de história se fizeram passar. Em todos esses anos, a agricultura/pecuária (produção primária), teve e tem papel importantíssimo no desenvolvimento econômico do município, sendo responsável por 76,39% do retorno de ICMS em 2006, dos quais 60,07% vieram da suinocultura.

A Figura 14 apresenta o desenvolvimento do setor da suinocultura desde a emancipação do município de Travesseiro. Observa-se que existe uma concentração de inicio da atividade entre 8 e 12 anos, coincidindo com o período em que ocorreu o desenvolvimento da atividade suinícola no município, o que explica o resultado observado.

34

Quantidade de anos que desempenha a atividade suinicola no município 16 14 12 10 8 6 4

N. de Produtores de N. 2 0 ) ) ) ) ) 6 ) 3 2 1 9 5) 0 4 9 97) 9 0 005) 00 9 9 9 993) Mais 2 2 1 1 (2007) (200 (200 (200 ( (1 (1 (1996) ( o m (2 is ( s o o s e o tr ito U inc ei rz an D Trê a S O Dez to u C Nove (1998) Onze Doze ( a - 1 Q u Q Anos

Figura 14 – Produtores rurais que realizaram a instalação de atividades suinícolas, desde a emancipação do município de Travesseiro, RS.

5.2 - QUANTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES INTEGRADAS A SUINOCULTURA.

Foi constatado que existem 60 propriedades rurais, no município de Travesseiro, distribuídas da seguinte forma nas localidades (Tabela 6).

Tabela 6. Número de propriedades rurais nas localidades do município de Travesseiro, RS. Localidade Nº de propriedade Linha Cairú 16 Sede 5 Linha São Miguel 5 Picada Felipe Essig 15 Três Saltos (Baixo, Médio e Alto) 11 Linha São João 06 Barra do Fão 02 Total 60

35

A Figura 15 apresenta a distribuição das propriedades integradas à suinocultura no município de travesseiro. Pode-se observar que existe uma grande concentração de propriedades nas localidades de Linha Cairú, Picada Felipe Essig e Três Saltos. Este aspecto demonstra que existente uma grande produção de dejetos suinícolas nestas localidades, o que pode ser considerado um fator de risco ambiental.

Figura 15 – Localização das propriedades integradas a suinocultura no município de Travesseiro

36

5.2.1 - Atividade/Categoria desenvolvida na integração suinícola

O município de Travesseiro apresenta todas as fases de desenvolvimento da suinocultura em seu município, ou seja, UPL (Unidade Produtora de Leitões), creche (fase de desenvolvimento) e Terminação que é a fase final do desenvolvimento do suíno, (acabamento para o abate). A Tabela 7, retrata a disposição das propriedades nas localidades, em relação a atividade desenvolvida na integração suinícola.

Tabela 7- Atividades suinícolas desenvolvidas nas localidades do município de Travesseiro, RS. Atividade Localidade UPL Creche Terminação Linha Cairú - 11 6 Sede - 5 - Linha São Miguel 1 4 - Picada Felipe Essig 2 6 9 Três Saltos (Baixo, Médio e Alto) 1 4 7 Linha São João - 4 2 Barra do Fão - - 2 Totais 4 34 26

Cabe ressaltar, que ocorrem as vezes que um proprietário apresenta duas atividades suinícolas na mesma propriedade, dessa forma o número de pocilgas aumenta em relação ao número de propriedades rurais, que estão demonstradas na Tabela 6.

5.2.2 - Empresas integradoras

No estudo realizado, foi constatado que existem três (03) empresas/agroindústrias que realizam a integração com produtores do município. São elas: ELEVA, antiga Avipal, com sede em Lajeado, RS, que tem integração com 35 propriedades rurais, o que representa 58,33%, a Doux Frangosul, com sede em Montenegro, RS, que tem integração com 10 propriedades rurais, o que representa 16,66%, e a COSUEL, com sede em Encantado, RS, que integra 15 propriedades rurais, o que representa 25%. (Figura 16).

37

Número de propriedades integradas, com respectiva empresa integradora 35 30 25 20 35 15 10 integradas Número de Número 15 propriedades propriedades 5 10 0 ELEVA FRANGOSUL COSUEL Empresas

Figura 16 – Número de integrados por empresa/integradora.

5.2.3 - Infra-estrutura das propriedades Hoje no município de Travesseiro, existem 92 instalações suinícolas, com infra- estrutura variável, podendo ser a instalação em alvenaria e ferro, ou em alvenaria e madeira, nos quais abrigam 54.174 suínos/lote (Figura 17), abrangendo uma área coberta de aproximada de 35.368 m², (trinta e cinco mil, trezentos e sessenta e oito metros quadrados).

Quantidade de Pocilgas Integradas a Suínocultura

60 50 50

40 31 30

20 Quantidade Quantidade 10 10

0 UPL Crecheiros Terminadores Atividade

Figura 17 - Número de pocilgas existentes com a respectiva atividade que desempenham.

38

5.2.3.1 - Sistema de abastecimento de água

O sistema de abastecimento de água predominante nas instalações suinícolas é provindo da rede de água comunitária, cuja água é retirada de poços artesianos. Esse sistema atinge cerca de 70 % das instalações, além dele é utilizado outros dois sistemas de abastecimentos, a vertente e o poço artesiano próprio, conforme é demonstrado na Figura 18. Cabe ressaltar que vários são os produtores que disponham de mais de um sistema de abastecimento.

Abastecimento de água

Poço Artesiano 5 Proprio

Vertente 38

Modalidade Rede d'água 42 Comunitária

0 10 20 30 40 50 Propriedades

Figura 18 – Formas de obtenção de água para as instalações suinícolas.

5.2.3.2 - Bebedouros

Dentro das instalações suinícolas os suínos devem dispor de água de boa qualidade e em quantidade suficiente, pois do contrário podem ocorrer vários problemas, como exemplo infecções urinárias e constipações. Além disso, a má disposição do bebedouro (altura e ângulo de posicionamento; o modelo; adequação em relação ao tamanho dos animais) pode acarretar desperdícios de água, o que reflete no aumentando significativo da quantidade de dejetos líquidos que o produtor necessitará dar correta destinação.

É importante que os bebedouros, sejam ajustáveis de acordo com as fases em que os animais apresentam grande variação de peso, a exemplo da creche, crescimento e terminação, colocados em alturas diferentes. Assim, suínos jovens preferem beber juntos, portanto bebedouros mais afastados entre si, não apresentam bom rendimento. Cada tipo de bebedouro

39

apresenta uma altura ideal para sua instalação de acordo com a fase do animal (Tabela 8). Por exemplo, a altura dos bebedouros tipo taça deve facilitar a limpeza e evitar a contaminação pelas dejeções. Para a porca em lactação é recomendável uma altura mais elevada do bebedouro, mantendo, no entanto, um sistema a parte para o leitão (DIESEL et al., 2002).

Tabela 8 – Altura recomendada para instalação de bebedouros. Peso dos suínos Altura do Piso (cm) Tipos de Bebedouros (Kg) Taça Chupeta Nível Até 5 12 18 - 5 a 15 20 26 12 15 a 30 25 35 12 30 a 65 30 45 25 65 a 100 40 55 25 Acima de 100 45 65 - Fonte: Adaptado de OLIVEIRA, 1997.

Foi observado por BELLAVER et al., (1998), que os ganhos de peso e o consumo de ração dos animais com os bebedouros tipo chupeta dentro do comedouro ou combinação de bebedouros no comedouro e na parede da baia, foram superiores àqueles com bebedouros somente na parede. Sendo que o comedouro com bebedouro apenas na câmara de consumo foi o que apresentou menor produção de dejetos.

Já OLIVEIRA (1991), observou que o consumo de água dos bebedouros de nível e chupeta, comparados entre si, demonstrou que em suínos em crescimento e terminação, o bebedouro em nível gastou 2,32 vezes menos água do que o tipo chupeta, sem ocorrer interferência no ganho de peso diário dos animais.

No estudo observou-se os tipos de bebedouros que estão sendo usados nas instalações suinícolas (Figura 19), e se percebeu que vários são os criadores que realizam pouco a pouco a conversão do tipo de bebedouro, passando do tipo chupeta para o bebedouro ecológico, tendo muitas vezes dois tipos de bebedouros dentro da mesma instalação. Esta conversão é um aspecto positivo que leva a menor perda de água e do volume de dejetos gerado, sendo esse aspecto extremamente positivo no ponto de vista ambiental.

40

Bebedouros

40 35 40 30 25 31 20 15 10 3 5

Instalações suínicolas Instalações 0 Chupeta Ecológico Nível Tipo de Bebedouro

Figura 19 – Tipo de bebedouros utilizados nas instalações suinícolas.

5.2.3.3 - Fonte de energia elétrica

A fonte de energia elétrica foi outra questão que norteou esse estudo, e pode ser constado que são 03 (três) operadoras que atuam no município (Figura 20) disponibilizando energia monofásica, bifásica e trifásica, (Figura 21)

Companhias de Energia Elétricas que atuam na suínocultura e Travesseiro

Cerfox 4

AES-SUL 2

Operadoras Certel 54

0 10 20 30 40 50 60 Propriedades

Figura 20 – Operadoras de energia elétrica com as respectivas propriedades rurais.

41

Modalidade de energia elétrica instalada na suínocultura

Monofásica

Bifásica

Modalidade Trifásica

0 5 10 15 20 25 30 Propriedades suinicolas

Figura 21 – Forma de obtenção de energia elétrica instalada na suinocultura.

5.2.3.4 - Capacidade de armazenamento de dejetos

A capacidade de armazenamento de dejetos/propriedade foi calculada a partir da soma dos volumes das estrumeiras de depósitos de dejetos existentes na propriedade, variando simplesmente o revestimento das mesmas. Os materiais mais comuns utilizados para revestimento são alvenaria de tijolos - forma retângular e cilíndrica (Figura 22), geomanta - forma retangular (Figura 23) e argamassa – forma retangular (Figura 24). Na Figura 25, é demonstrado o percentual de utilização de cada tipo.

42

Figura 22 – Figura de um depósito de dejetos líquidos em alvenaria.

Figura 23 – Figura de um depósito de dejetos líquidos em geomanta.

43

Figura 24 – Figura de um depósito de dejetos líquidos em Argamassa.

10 depósitos 13%

26 depósitos 35%

39 depósitos 52%

Alvenária Geomanta Argamassa

Figura 25 – Tipo de depósitos de dejetos líquidos.

A capacidade de armazenamento desses depósitos é de aproximadamente 17.760 m³, conforme mostra a Tabela 9. Desse montante, somente 14 proprietários (23,3%), possuem-na

44

coberta, ou seja, 2.910 m³ estão protegidos. Nesse sentido, o volume de dejetos gerados no período de 120 dias não é comportado nessas fossas, e 66,7% do resíduo gerado permanece exposto ao tempo.

Tabela 9 - Capacidade de armazenamento das fossas, conforme composição do depósito. Alvenaria Argamassa Geomanta 5364 m³ 2.358 m³ 10.038 m³

Outrossim, o condicionamento dos resíduos orgânicos provindos das carcaças de animais mortos ou de restos placentários da produção de suínos devem ser devidamente acondicionados dentro de composteira (fossa séptica), em alvenaria, totalmente impermeabilizada, com piso, evitando a contaminação do solo. Os restos devem ser cobertos (animais mortos), com maravalha na porção inferior e sobre o animal morto, adicionando-se também cal virgem. Isto deve ser realizado para que favoreça os processos biofísicos e bioquímicos que ocorrem na biodegradação, permitindo um controle sanitário perfeito de microorganismos indesejáveis (Figura 26). No entanto, 28 propriedades rurais dispunham desse sistema e as demais (32 propriedades rurais), continuam utilizando o sistema de vala séptica, muito utilizada e propagada até a década de 90, onde se abria um buraco no solo, depositava-se o animal ou resto placentário dentro, despejava-se cal virgem e cobria-se novamente de terra. Sabe-se que esse método, pode causar contaminação do lençol freático e proliferação de agentes patógenos que causaram a morte do suíno, além de muitas vezes serem descavados por animais domésticos (cachorro e/ou gato), ou consumidos por eles (Figura 27).

45

Figura 26 - Vista parcial de uma composteira, em alvenaria, sendo construída.

Figura 27 - Vala de deposição dos animais mortos.

46

5.3 - QUANTIDADE DE SUÍNOS INSTALADA

Constatou-se no estudo que os suinocultores são responsáveis em alojar 54.174 animais/lote nas diferentes fases do desenvolvimento do suíno, conforme é demonstrado na Figura 28, sendo capazes de realizar vários lotes no ano, cerca de 3 à 3,3 lotes/ano no sistema integrado da terminação e de 6 a 7 lotes/ano no sistema integrado da creche, como é demonstrado na Figura 29.

Quantidade de Animais/Lote

45000 40000 42740 35000 30000 25000 20000 15000 10000 Número de animais de Número 9860 5000 1574 0 UPL Creche Terminação Modalidades

Animais/lote

Figura 28 – Número de animais lote por modalidade

Número de Lotes no ano

7

6,5

6 Lotes 3,3

3

0 5 10 15 20 Produtores

Figura 29 – Número de lotes/ano

No presente estudo, segundo ASSIS (2004), foram calculados os seguintes dados:

47

- Vazão teórica de dejetos produzidos em determinada propriedade, considerando-se a fase do desenvolvimento: a) Creche = 1,4 litros/dia; b) Terminação = 7 litros/dia; c) UPL = 21,5 litros/dia;

- Carga de DBO 5 gerada na propriedade, considerando-se que cada suíno gera 0,16 kg/dia;

-Equivalência populacional da pocilga (têm-se 50 g/DBO 5/dia/habitante).

Assim sendo, baseado no sistema de produção, quantidade de animais, volume de dejetos produzidos e na carga de DBO 5, calculou-se o equivalente populacional da atividade suinícola do município de Travesseiro (Quadro 2).

Segundo LINDNER (1999), a capacidade poluente dos dejetos de suínos, em termos comparativos, é muito superior a de outras espécies. Utilizando o conceito populacional um suíno, em média, equivale a 3,5 pessoas.

Uma vez que a equivalência populacional de um suíno, em termos de DBO 5, corresponde a 0,05 kg de DBO 5/dia/habitante, em outras palavras, uma granja de suínos com

1000 animais, a qual produz 160 kg/dia de DBO 5 (cada suíno gera 0,16 kg/dia de DBO 5), possui um poder poluente, segundo este critério, semelhante ao de um núcleo populacional de aproximadamente 3.200 pessoas.

Portanto, ao analisarmos que no município de Travesseiro existem 52.704 suínos, verificamos que esse número de animais corresponde a um equivalente populacional de 193.943 habitantes. Uma vez que o município possui uma população de 2.379 habitantes (IBGE, 2008), fica evidente o poder poluente que a atividade de produção de suínos representa para esse município. Esse fato se agrava pois, em muitos casos, ocorre o lançamento direto dos dejetos dos suínos sem o devido tratamento, o que é um aspecto de contaminação do solo e água, além de um outro tipo de poluição que é aquela associada ao problema do odor desagradável dos dejetos.

48 Quadro 2 – Caracterização da atividade, geração de dejetos, carga poluente e equivalente populacional da atividade suinícola no município de Travesseiro. Dejetos Volume de Nº de Sistema de Quantidade Carga DBO Equiparação Localidade (litros/dia) dejetos 5 Propriedades Produção de Animais (Kg/DBO /dia) 1 Populacional 2 (m³/dia) 5 Barra do Fão 02 Terminação 1.100 7.700 7,7 176 3.520 04 Creche 7.250 10.150 10,15 1.160 23.200 Linha São João 02 Terminação 800 5.600 5,60 128 2.560 07 Terminação 2.400 16.800 16,80 384 7.680 Três Saltos (Alto, 04 Creche 3.200 4.480 4,48 512 10.240 Médio, Baixo) 01 UPL 54 1.161 1,16 8,64 172,8 09 Terminação 3.150 22.050 22,05 504 10.080 Picada Felipe Essig 06 Creche 7.430 10.402 10,40 1.188,8 23.776 02 UPL 1.140 24.510 24,51 182,4 3.648 Sede 05 Creche 5.520 7.728 7,73 883,2 17.664 02 Terminação 2.480 17.360 17,36 396,8 7.936 Linha Cairú 11 Creche 8.900 12.460 12,46 1424 28.480 04 Creche 7.420 10.388 10,39 1.187,2 23.744 Linha São Miguel 01 UPL 380 8.170 8,17 60,8 1.216 Linha Macuco ------Linha Herval ------Total 60 ------51.224 158.959 158,96 8.195,84 163.916,8 1 2 – Carga DBO 5 = (Quantidade de animais x 0,16); – Equivalente populacional = (carga DBO 5/0,05).

49

5.4 - RESULTADO DAS ANÁLISES DE ÁGUA DOS POÇOS ARTESIANOS MONITORADOS

5.4.1 – Localização dos Poços Artesianos:

O monitoramento e análise das águas subterrâneas foram feitas nas seguintes localidades demonstradas no mapa a seguir.

Figura 30 – Localização dos poços Artesianos no município de Travesseiro, RS

5.4.2 - pH

O conhecimento do pH de uma amostra de água permite o monitoramento do poder de corrosão e da quantidade de reagentes necessários à coagulação. Permite também determinar o enquadramento da água em ralação ao pH, nos parâmetros da legislação pertinente. O pH é definido como cologarítimo da concentração de íons H+ em uma solução expressa em moles L-1. Esta medida possibilita a identificação das características acidas ou alcalinas conferidas às

50

amostras em maior ou menor intensidade, sendo imposta pela presença de determinada substancia na solução como ácidos, bases, sais ácidos e básicos, ou ainda pela presença de gases dissolvidos. De um modo geral, as águas de baixo pH tendem a ser corrosivas ou agressivas às superfícies metálicas, enquanto que as águas com pH elevado tendem a formar incrustações (SPERLING, 2003).

Resultados para pH 10 9 8 Sede 7 Linha Cairú 6 Felipe Essig 5 Três Saltos Baixo 4 Três Saltos Alto Parâmetros 3 Barra do Fão 2 1 0 fev-07 jun-07 out-06 abr-07 dez-06 ago-06 Datas das coletas de amostras

Figura 31 – Apresentação de resultados do parâmetro pH.

O Art. 16 da portaria no 518 recomenda que, no sistema de distribuição, o pH da água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5, portanto não determina parâmetro especifico. Para tanto podemos concluir que a água deve ter o pH próximo de 7, onde apresentam as melhores características (NASCIMENTO, 2005) . Todos os resultados encontrados estão entre os valores recomendados pela portaria 518, caracterizando neste parâmetro a água dos poços como própria para consumo.

5.4.3 - Cloretos

Sais dissolvidos em água na forma de bicarbonatos, cloretos e sulfatos conferem a água sabor salino e propriedades laxativas. Cloretos são indicadores de poluição por esgoto domestico ou industriais (SPERLING 1996). Concentrações de cloretos superiores a 1.000 mg

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L-1, não são prejudiciais ao homem, exceto em casos de moléstia cardíaca ou renal (REICHTER et al., 1995).

É desejável que o teor em águas para consumo humano não ultrapasse 250 mg L -1. Esta quantidade é estabelecida porque está ligada ao sabor que o sal confere a água. Eventualmente em concentrações de 100 mg L -1 em algumas águas já ocorrem alterações de sabor, enquanto em outras, elevadas concentrações de 700 mg L -1 não acusam alterações de sabor. Variações de cloretos em águas naturais devem ser investigadas, pois é possível contaminação por esgotos (REICHTER et al., 1995). A portaria nº 518 do Ministério da Saúde determina em seu Art. 16, como valor máximo deste parâmetro 250 mg L-1. Os resultados estão apresentados na Figura 32 a seguir.

Resultados para Cloretos 40

35

30 Sede Linha Cairú 25 Felipe Essig 20 Três Saltos Baixo 15 Três Saltos Alto Barra do Fão 10 Parâmetros Parâmetros em mg/L-1 5

0 fev-07 jun-07 out-06 abr-07 dez-06 ago-06 Datas das coletas de amostras

Figura 32 – Apresentação de resultados dos cloretos.

Em todas as amostras analisadas os teores de cloretos mantiveram-se estáveis, ou seja, pelos valores apresentados neste parâmetro todas as amostras analisadas satisfazem neste aspecto a legislação em vigor, o que é indicativo de não haver contaminação de esgoto ou de dejetos de suínos.

52

5.4.4 - Sódio

Conforme a portaria nº.518 do Ministério da Saúde,o valor máximo deste parâmetro 200 mg L-1. A Figura 33 apresenta os valores médios obtidos para sódios, nas amostras de água analisadas.

Resultados para Sódio 180

160 140 Sede 120 Linha Cairú 100 Felipe Essig Três Saltos Baixo 80 Três Saltos Alto 60 Barra do Fão 40 Parâmetros Parâmetros em mg/L-1 20

0 fev-07 jun-07 out-06 abr-07 dez-06 ago-06 Datas das coletas de amostras

Figura 33 – Apresentação dos resultados do elemento Sódio.

Todas as amostras apresentaram valores abaixo do valor máximo permitido. Pelos valores apresentados neste parâmetro todas as amostras analisadas satisfazem neste aspecto a legislação em pertinente.

5.4.5 - Ferro

O ferro em teores superiores a 0,3 mg L -1, pode causar nodoas em roupas e em objetos de porcelana e em concentrações superiores a 0,5 mg L -1, podem causar sabor característico na água, sendo por isso fator meramente estético da água (REICHTER et al., 1995). A portaria nº 518 do Ministério da Saúde determina como valor máximo deste parâmetro 0,3 mg L-1. Os resultados encontrados para os valores do ferro estão apresentados na Figura 34.

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Resultados para Ferro 0,08

0,07

0,06 Sede Linha Cairú 0,05 Felipe Essig 0,04 Três Saltos Baixo 0,03 Três Saltos Alto Barra do Fão 0,02 Parâmetros Parâmetros em mg/L-1 0,01

0 fev-07 jun-07 out-06 abr-07 dez-06 ago-06 Datas das coletas de amostras

Figura 34 – Apresentação de resultados do elemento Ferro.

Todas as amostras analisadas apresentam valores muito abaixo do valor máximo permitido. Pelos valores apresentados neste parâmetro todas as amostras analisadas satisfazem neste aspecto a legislação em vigor.

5.4.6 - Zinco

Os metais são constituintes naturais de rochas, solos, sedimentos, água e dos seres vivos e a sua ocorrência na natureza deve-se a ação de intemperismos sobre rochas primarias, alem da origem antrópica. O metal total é a concentração determinada numa porção não filtrada de amostra, após digestão da mesma. Alguns metais são essenciais aos seres vivos, mas quando presentes em grandes quantidades podem ser altamente tóxicos.

A portaria nº 518 do Ministério da Saúde determina como valor máximo do parâmetro zinco 5 mg L-1. Os resultados encontrados para os valores da amostra em questão, estão apresentados na Figura 35.

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Resultados para Zinco 18

16 14 Sede 12 Linha Cairú 10 Felipe Essig Três Saltos Baixo 8 Três Saltos Alto 6 Barra do Fão 4 Parâmetros Parâmetros em mg/L-1 2

0 fev-07 jun-07 out-06 abr-07 dez-06 ago-06 Datas das coletas de amostras

Figura 35 – Apresentação dos resultados do elemento Zinco.

Todas as amostras apresentaram valores abaixo do valor máximo permitido. Pelos valores apresentados neste parâmetro todas as amostras analisadas satisfazem neste aspecto a legislação pertinente.

5.4.7 - Sulfatos

O íon sulfato se presente na água, dependendo da concentração, pode acentuar propriedades laxativas e se associado a íons de cálcio e magnésio promove dureza permanente.

A portaria número 518 do Ministério da Saúde determina como valor máximo deste parâmetro 250 mg L -1. Este parâmetro é relevante porque variações de teores de cloretos em águas naturais devem ser investigadas, pois é indicativo de possível contaminação por esgotos (RECHTER et al., 1995). Os resultados encontrados estão na Figura 36.

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Resultados para Sulfatos 250

200 Sede Linha Cairú 150 Felipe Essig Três Saltos Baixo 100 Três Saltos Alto Barra do Fão 50 Parâmetros Parâmetros em mg/L-1

0 fev-07 jun-07 out-06 abr-07 dez-06 ago-06 Datas das coletas de amostras

Figura 36 – Apresentação de resultados dos Sulfatos

Todas as amostras analisadas apresentam valores muito abaixo do valor máximo permitido, tendo sido encontrado o valor mais alto na amostra de Três Saltos Baixo, representando aproximadamente 28,9% do valor máximo permitido pela portaria. Sendo assim, neste parâmetro todas as amostras analisadas satisfazem neste aspecto a legislação em vigor.

5.4.8 - Sólidos Dissolvidos Totais

A portaria nº 518 do Ministério da Saúde determina como valor máximo do parâmetro Sólidos Dissolvidos Totais 1.000 mg L-1. Os resultados encontrados para os valores do parâmetro em questão, estão apresentados na Figura 37.

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Resultados para Sólidos Dissolvidos Totais 500 450 400 Sede 350 Linha Cairú 300 Felipe Essig 250 Três Saltos Baixo 200 Três Saltos Alto 150 Barra do Fão 100 Parâmetros Parâmetros em mg/L-1 50 0 fev-07 jun-07 out-06 abr-07 dez-06 ago-06 Datas das coletas de amostras

Figura 37 – Apresentação dos resultados dos Sólidos Dissolvidos Totais

Todas as amostras apresentaram valores abaixo do valor máximo permitido. Pelos valores apresentados neste parâmetro todas as amostras analisadas satisfazem neste aspecto a legislação pertinente.

5.4.9 - Turbidez

A portaria nº 518 do Ministério da Saúde determina como valor máximo do parâmetro turbidez 5 mg L-1. Os resultados encontrados para os valores da turbidez, estão apresentados na Figura 38.

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Resultados para Turbidez 1,2

1 Sede 0,8 Linha Cairú Felipe Essig 0,6 Três Saltos Baixo Três Saltos Alto 0,4 Barra do Fão

Parâmetros Parâmetros em mg/L-1 0,2

0 fev-07 jun-07 out-06 abr-07 dez-06 ago-06 Datas das coletas de amostras

Figura 38 – Apresentação dos resultados da turbidez

Todas as amostras apresentaram valores abaixo do valor máximo permitido. Pelos valores apresentados neste parâmetro todas as amostras analisadas satisfazem neste aspecto a legislação pertinente.

5.4.10 - Dureza Total

Águas duras são aquelas que exigem consideráveis quantidades de sabão para produzir espuma de modo que, no passado, a dureza de uma água era considerada como uma medida de sua capacidade de precipitar sabão. Esse caráter das águas duras foi, por muito tempo, para o cidadão comum o aspecto mais importante por causa das dificuldades de limpeza de roupas e utensílios. A dureza é devida à presença de cátions metálicos divalentes, os quais são capazes de reagir com sabão formando precipitados com certos ânions presentes na água para formar crostas. Os principais íons causadores de dureza são cálcio e magnésio tendo um papel secundário o zinco e o estrôncio. Algumas vezes, o alumínio e o ferro III são considerados como contribuintes da dureza (CORSAN, 1998).

Dureza é um parâmetro característico da qualidade de águas industriais e domesticas sendo que do ponto de vista da potabilização são admitidos valores máximos relativamente

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altos, típicos de águas duras ou muito duras. A respeito do sabor desagradável que referidos níveis podem suscitar, elas não causam problemas fisiológicos, tendo alguns pesquisadores associado o consumo de água mole (dureza inferior a 50 mg L -1) correlação com algumas doenças cardíacas (REICHTER et al., 1995).

A portaria nº 518 do Ministério da Saúde determina como valor máximo do parâmetro dureza 500 mg L-1. Os resultados encontrados estão apresentados na Figura 39.

Resultados para Dureza 140

120 Sede 100 Linha Cairú 80 Felipe Essig Três Saltos Baixo 60 Três Saltos Alto 40 Barra do Fão

Parâmetros Parâmetros em mg/L-1 20

0 fev-07 jun-07 out-06 abr-07 dez-06 ago-06 Datas das coletas de amostras

Figura 39 – Apresentação dos resultados da Dureza Total.

Todas as amostras apresentaram valores abaixo do valor máximo permitido. Pelos valores apresentados neste parâmetro todas as amostras analisadas satisfazem neste aspecto a legislação pertinente.

5.4.11 - Coliformes Totais e Fecais

Coliformes fecais é um grupo de bactérias presente no intestino humano e de outros animais de sangue quente, sendo que a bactéria E Coli pertence a este grupo (PELCZAR, 1996). Este grupo de bactérias é pesquisado por ser extremamente difícil a detecção de agentes patogênicos, principalmente bactérias, vírus e protozoários em uma amostra de água, por isso

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este grupo de bactérias é usado como indicador de qualidade e potabilidade microbiológica da água para o consumo humano.

A portaria nº 518 do ministério da saúde determina para este parâmetro ausência em 100 ml. Os resultados encontrados no monitoramento dos poços artesianos estão tabulados e apresentados nas Figuras 40 e 41.

Resultados para Coliformes Totais 2500

2000 Sede Linha Cairú 1500 Felipe Essig Três Saltos Baixo 1000 Três Saltos Alto Barra do Fão 500 Parâmetros Parâmetros em mg/L-1

0 fev-07 jun-07 out-06 abr-07 dez-06 ago-06 Datas das coletas de amostras

Figura 40 - Apresentação dos resultados de Coliformes Totais.

Resultados para Coliformes Fecais 2500

2000 Sede Linha Cairú 1500 Felipe Essig Três Saltos Baixo 1000 Três Saltos Alto Barra do Fão 500 Parâmetros Parâmetros em mg/L-1

0 fev-07 jun-07 out-06 abr-07 dez-06 ago-06 Datas das coletas de amostras

Figura 41 - Apresentação dos resultados de Coliformes Fecais.

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De uma forma geral, a qualidade da água dos poços artesianos analisados está de acordo com o exigido pela Portaria n° 518 de 25 de março de 2004 do Ministério da Saúde, que requer ausência em 100 ml para presença de coliformes fecais. Por outro lado, na localidade de Três Saltos Alto, se identificou a presença de coliformes fecais em determinados períodos de coleta. Nesta área é necessário que se faça uma análise mais detalhada a fim de se verificar a real contribuição dos dejetos dos suínos na contaminação da água do poço analisado.

5.5 - ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DA SUINOCULTURA POR LOCALIDADE NO MUNICÍPIO DE TRAVESSEIRO E AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE AMPLIAÇÃO DA ATIVIDADE NO MUNICÍPIO DE TRAVESSEIRO

O conhecimento da disposição das unidades de criação de suínos no município é de extrema importância, uma vez que, a partir dessa informação, saberemos quantificar a geração de resíduos por ela produzidos, a possibilidade ou não da disposição desses dejetos em solos agrícolas da propriedade ou de vizinhos, além de podermos dessa forma criar um plano de desenvolvimento sustentável em que o meio ambiente não seja renegado ao segundo plano, como atualmente acontece.

Com esse pensamento recortamos o município de Travesseiro, em regiões, conhecidas pelos moradores como localidades. Todavia cabe ressaltar que não existe na municipalidade local nenhum mapa, com a localização das localidades, dessa maneira, realizou-se a divisão levando em consideração informações obtidas na secretaria municipal de administração do Município de Travesseiro e divisores naturais existentes no município como relevo e/ou córregos de água.

Para tanto, recortamos o mapa, criando localidades novas como a de Linha Macuco e Linha Herval, e juntando comunidades em uma só como é o caso das localidades de Três Saltos Baixo, Três Saltos Médio e Três Saltos Alto, que deram origem a uma só comunidade a de Três Saltos, isso devido a sua proximidade uma da outra e também pelo motivo de possuírem somente um único recurso hídrico que corta toda as comunidades em questão.

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Seguem nessa unidade as ilustrações das localidades individualmente, a localização das suinoculturas, a descrição da atividade desenvolvida, a quantidade de dejetos produzidos, a área agrícola e outras informações de relevante importância que são necessárias para melhor compreensão da real situação da suinocultura.

Para avaliar a capacidade de ampliação da produção de suínos no município de Travesseiro realizou-se uma avaliação da área agricultável disponível em cada uma das localidades avaliadas do município, comparando-se esta com a área necessária para destinação dos dejetos produzidos. Para tanto se baseou na FEPAM (2001), a qual sugere a aplicação de no máximo 40.000 litros (40 metros cúbicos) de dejetos estabilizados/hectare/ano, para solos com classe que varia de Baixa para Muito Baixa, característica esta encontrada e todas as localidades do município de Travesseiro (ANEXO B).

Para o cálculo da quantidade de dejetos produzidos utilizou-se os valores de referência, segundo ASSIS (2004), de: Creche = 1,4 litros de dejetos/dia; Terminação = 7 litros de dejetos/dia; UPL = 21,5 litros de dejetos/dia.

Na avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola do município de Travesseiro, deve-se enfatizar que no cálculo não foi considerado o período de intervalo entre um lote e outro nas propriedades, tendo sido considerado a permanência de animais no município durante todo o ano.

5.5.1 - Localidade de Barra do Fão:

Essa localidade dista da sede aproximadamente 22 quilômetros (km), (Figura 42) e faz divisa com três municípios distintos, que são , e . Sua população é de origem Alemã e Italiana, compreende uma área de 5,56 quilômetros quadrados (Km²), dos quais 2,93 km², ou seja, 52,70 por cento (%) são de vegetação nativa, demonstrando uma região bastante preservada, sem muita ação antrópica, no ecossistema (Tabela 10).

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Tabela 10 - Cenário do uso e cobertura do solo da Barra do Fão, do município de Travesseiro. Classe de Uso do Solo Área (km²) % Hectares

Vegetação Secundária 0,38 6,84 38,00

Vegetação Nativa 2,93 52,70 293,38

Área de Plantio 1,00 17,98 100,27

Campos 0,64 11,51 64,20

Solo Exposto 0,61 10,97 61,85

Total 5,56 100,00 557,7

São encontradas nesta localidade duas propriedades rurais que desenvolvem a atividade suinícola. Ambas são integradas a empresa ELEVA, na modalidade suíno/terminação. São responsáveis por dispor 1.100 suínos/lote, em três pocilgas com aproximadamente 1.114 m 2 de área coberta.

5.5.1.1 - Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola em Barra do Fão:

A seqüência de cálculos a seguir demonstra a capacidade de ampliação da atividade suinícola na localidade de Barra do Fão.

- Quantidade total de animais = 1.100 (terminação); - Volume de dejetos produzidos por dia = 1.100 x 7,0 = 7.700 litros/dia; - Volume de dejetos por lote = 7.700 litros/dia x 100 dias = 770.000 litros;

Cada produtor entrega três lotes anuais, então: - Volume de dejetos produzidos por ano = 770.000 litros x 3 lotes de cada produtor = 2.310.000 litros = 2.310 m 3/ano; - Área necessária para aplicação do dejeto = 2.310 m 3/ano ÷ 40 m 3/ha = 57,75 ha; - Área existente para aplicação de dejetos = 100,27 ha; - Área disponível para aplicação de dejetos = 100,27 – 57,75 = 42,52 ha.

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Portanto, observa-se que existem nesta localidade 42,52 hectares de área de plantio ainda disponíveis para destinação de dejetos de suínos e, neste sentido comprova-se que existe capacidade para ampliação da produção de suínos na localidade de Barra do Fão.

A determinação do número de animais possíveis de serem ampliados nesta localidade do município é apresentada na seqüência de cálculos a seguir:

Quantidade de dejeto produzida por 1 suíno na fase de terminação = 7,0 litros de dejeto por dia x 365 dias = 2.555 litros/ano = 2,555 m 3/ano;

Área necessária para destinação da quantidade de dejetos produzidos por 1 suíno em fase de terminação no período de 1 ano = 2,555 m 3 ÷ 40 m 3 = 0,0638 ha;

Quantidade de animais na fase de terminação possíveis de serem implantados na localidade de Linha Barra do Fão = 42,52 ha ainda disponíveis ÷ 0,0638 ha = 665,67 animais por um período de 365 dias;

Como cada lote permanece na propriedade por um período de aproximadamente 100 dias, isso representa a produção de 3,65 lotes de 665,67 animais por ano, ou seja, 2.429,71 suínos em fase de terminação.

5.5.1.2 - Situação das pocilgas:

Ambos os produtores, não dispõem até o momento de Licença de Operação. Todavia, cabe ressaltar que nenhum dos empreendimentos encontra-se em área de preservação permanente (A.P.P.), conforme a Lei 4.771/65.

Estruturalmente encontra-se em bom estado de conservação as instalações suinícolas com pisos sem rachaduras, com caimento para as calhas laterais coletoras paralelas as instalações, construídas em alvenaria e protegida das águas da chuva, daí são conduzidas para as lagoas de geomanta. Utilizam procedimentos que evitam a propagação de odores e dispersão de poeiras, como acortinamento vegetal no entorno da atividade construída e das esterqueiras.

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Para o transporte dos dejetos, utilizam o trator e o distribuidor da prefeitura municipal, dotados de reservatórios fechados para coleta e transporte dos resíduos até a área de aplicação. Estes possuem dispositivos que impedem a perda de material durante o transporte.

Ressalta-se que não possuem composteira para a destinação dos animais mortos, utilizando o método de vala séptica (enterrar o animal).

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LOCALIDADE DE BARRA DO FÃO

Figura 42 – Localização das suinoculturas na localidade de Barra do Fão, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas.

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5.5.2 - Localidade de Linha São João:

Localidade esta que dista da sede aproximadamente 20 quilômetros (km), (Figura 43), faz divisa com o município de Marques de Souza, sua população é de origem Alemã e Italiana, compreende uma área de 6,22 quilômetros quadrados (Km²), dos quais 2,41 km², ou seja, 38,74 por cento (%) são de vegetação nativa, e 0,51 km² de Vegetação Secundária. Localidade que abriga grandes várzeas banhadas pelo arroio Forqueta, com 163,68 hectares agricultáveis, alicerçada no plantio de milho, soja e fumo (Tabela 11).

Tabela 11 - Cenário do uso e cobertura do solo da Linha São João, no município de Travesseiro. Classe de Uso do Solo Área (km²) % Hectares

Vegetação Secundária 0,51 8,19 51,44

Vegetação Nativa 2,41 38,74 241,79

Área de Plantio 1,63 26,22 163,68

Campos 0,79 12,70 79,16

Solo Exposto 0,88 14,15 88,84

Total 6,22 100,00 624,91

São encontradas seis propriedades rurais que desenvolvem a atividade suínicola. Todas possuem um vinculo de integração, seja com a empresa ELEVA, Frangosul ou Cosuel, nas modalidades suíno/creche e suíno/terminação (Organograma 1).

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3.200 Em 2 Eleva suínos produtores

Creche 4.050 Em 2 Frangosul suínos produtores

500 Em 1 Eleva suínos produtor

Terminação 300 Em 1 Cosuel suínos produtor

Organograma 1 – Atividade suínicola desenvolvida com a respectiva empresa integradora, capacidade produtiva e número de produtores na localidade de São João.

5.5.2.1 - Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola em Linha São João :

A seqüência de cálculos a seguir demonstra a capacidade de ampliação da atividade suinícola na localidade de Linha São João:

- Quantidade de animais = 7.250 (creche) + 800 (terminação) = 8.050 animais; - Volume de dejetos produzidos por dia na creche = (7.250 x 1,4) = 10.150 litros/dia; - Volume de dejetos por lote da creche = 10.150 litros/dia x 35 dias = 355.250 litros; - Volume de dejetos total da creche = 355.250 x 6 lotes (6 lotes cada produtor) = 2.131.500 litros/ano;

- Volume de dejetos produzidos por dia na terminação = 800 x 7,0 = 5.600 litros/dia; - Volume de dejetos por lote da terminação = 5.600 x 100 dias = 560.000 litros; - Volume de dejetos total da terminação = 560.000 x 3 lotes (3 lotes cada produtor) = 1.680.000 litros/ano;

- Volume total de dejetos produzidos = 2.131.500 + 1.680.000 = 3.811.500 litros/ano = 3.811,5 m 3/ano;

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- Área necessária para aplicação do dejeto = 3.811,5 m 3/ano ÷ 40 m 3/ha = 95,29 ha; - Área existente para aplicação de dejetos = 163,68 ha; - Área disponível para aplicação de dejetos = 163,68 – 95,29 = 68,39 ha.

Portanto, observa-se que existem nesta localidade 68,39 hectares de área de plantio ainda disponíveis para destinação de dejetos de suínos e, neste sentido comprova-se que existe capacidade para ampliação da produção de suínos na localidade de Linha São João.

A determinação do número de animais possíveis de serem ampliados nesta localidade do município é apresentada na seqüência de cálculos a seguir:

Quantidade de dejeto produzida por 1 suíno na fase de terminação = 7,0 litros de dejeto por dia x 365 dias = 2.555 litros/ano = 2,555 m 3/ano;

Área necessária para destinação da quantidade de dejetos produzidos por 1 suíno em fase de terminação no período de 1 ano = 2,555 m 3 ÷ 40 m 3 = 0,0638 ha;

Quantidade de animais na fase de terminação possíveis de serem implantados na localidade de Linha São João = 68,39 ha ainda disponíveis ÷ 0,0638 ha = 1.070,685 animais por um período de 365 dias;

Como cada lote permanece na propriedade por um período de aproximadamente 100 dias, isso representa a produção de 3,65 lotes de 1.070,685 animais por ano, ou seja, 3.908 suínos em fase de terminação.

5.5.2.2 - Situação das pocilgas:

São responsáveis por dispor de 7.250 suínos/creche e 800 suínos/terminação o que perfaz um total de 8.050 suínos/lote em oito pocilgas, com aproximadamente 3.920 m² de área coberta.

Somente um produtor não possui Licença de Operação, todos os demais a apresentam. Todavia, cabe ressaltar que o proprietário que não possui o licenciamento tem seu

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empreendimento localizado fora de área de preservação permanente (A.P.P.), conforme a Lei 4.771/65.

Estruturalmente encontram-se em bom estado de conservação as instalações suinícolas com pisos sem rachaduras, com caimento para as calhas laterais e/ou internas, coletoras paralelas as instalações, construídas em alvenaria e protegida das águas da chuva, daí são conduzidas para as lagoas que podem ser de geomanta, alvenaria e argamassa.

Utilizam procedimentos que evite a propagação de odores e dispersão de poeiras, como acortinamento vegetal no entorno da atividade construída e das esterqueiras.

Para o transporte dos dejetos, utilizam o trator e o distribuidor da prefeitura municipal, dotados de reservatórios fechados para coleta e transporte dos resíduos até a área de aplicação. Estes possuem dispositivos que impedem a perda de material durante o transporte.

Ressalta-se que todas as propriedades possuem composteira para a destinação dos animais mortos.

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LOCALIDADE DE LINHA SÃO JOÃO

Figura 43 – Localização das suinoculturas na localidade de São João, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas.

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5.5.3 - Localidade de Três Saltos:

A localidade de Três Saltos compreende as comunidades de Três Saltos Baixo, Médio e Alto, está distante da sede aproximadamente 20 quilômetros (km), (Figura 44), faz divisa com três municípios distintos, que são Nova Bréscia e Coqueiro Baixo e Marques de Souza. Sua população é principalmente de origem Italiana, compreende uma área territorial de 16,24 quilômetros quadrados (Km²), dos quais 5,27 km², ou seja, 35,53 por cento (%) são de vegetação nativa, demonstrando uma região bastante preservada, sem muita ação antrópica no ecossistema natural. Seu relevo é bastante acidentado, com a presença de paredões rochosos por todas as comunidades (Tabela 12).

Tabela 12 - Cenário do uso e cobertura do solo da Linha Três Saltos, no município de Travesseiro. Classe de Uso do Solo Área (km²) % Hectares

Vegetação Secundária 1,91 11,76 191,13

Vegetação Nativa 5,77 35,53 577,71

Área de Plantio 4,27 26,30 427,41

Campos 2,14 13,18 214,78

Solo Exposto 2,15 13,23 215,48

Total 16,24 100,00 1.626,51

No levantamento foram encontradas 11 propriedades rurais que desenvolvem a atividade suínicola. Todas possuem um vinculo de integração, seja com a empresa ELEVA ou Frangosul ou Cosuel nas seguintes modalidades suíno/matriz (UPL), suíno/creche e suíno/terminação (Organograma 2).

72

1.000 Em 2 Eleva suínos produtores

Em 1 Cosuel 200 Creche produtor suínos

Em 1 Frangosul 2.000 produtor suínos

Eleva 400 Em 1 suínos produtor Terminação

2.000 Cosuel Em 6 suínos produtores

Em 1 UPL Cosuel 54 suínos produtor

Organograma 2 – Atividade suínicola desenvolvida com a respectiva empresa integradora, capacidade produtiva e número de produtores na localidade de Três Saltos.

5.5.3.1 - Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola em Linha Três Saltos:

A seqüência de cálculos a seguir demonstra a capacidade de ampliação da atividade suinícola na localidade de Três Saltos:

- Quantidade de animais = 54 (UPL) + 3.200 (creche) + 2.400 (terminação) = 5.654 animais;

- Volume de dejetos produzidos por dia na UPL = 54 x 21,5 = 1.161 litros/dia; - Volume de dejetos total da UPL = 1.161 litros/dia x 365 dias = 423.765 litros/ano;

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- Volume de dejetos produzidos por dia na creche = 3.200 x 1,4 = 4.480 litros/dia; - Volume de dejetos por lote da creche = 4.480 litros/dia x 35 dias = 156.800 litros; - Volume de dejetos total da creche = 156.800 x 6 lotes (6 lotes cada produtor) = 940.800 litros/ano;

- Volume de dejetos produzidos por dia na terminação = 2.400 x 7,0 = 16.800 litros/dia; - Volume de dejetos da terminação = 16.800 x 100 dias = 1.680.000 litros; - Volume de dejetos total da terminação = 1.680.000 x 3 lotes (3 lotes cada produtor) = 5.040.000 litros/ano;

- Volume total de dejetos produzidos = 423.765 + 940.800 + 5.040.000 = 6.404.565 litros/ano = 6.404,56 m 3/ano; - Área necessária para aplicação do dejeto = 6.404,56 m 3/ano ÷ 40 m 3/ha = 160,11 ha; - Área existente para aplicação de dejetos = 427,41 ha; - Área disponível para aplicação de dejetos = 427,41 – 160,11 = 267,3 ha.

Portanto, observa-se que existem nesta localidade 267,3 hectares de área de plantio ainda disponíveis para destinação de dejetos de suínos e, neste sentido comprova-se que existe capacidade para ampliação da produção de suínos na localidade de Três Saltos.

A determinação do número de animais possíveis de serem ampliados nesta localidade do município é apresentada na seqüência de cálculos a seguir:

Quantidade de dejeto produzida por 1 suíno na fase de terminação = 7,0 litros de dejeto por dia x 365 dias = 2.555 litros/ano = 2,555 m 3/ano;

Área necessária para destinação da quantidade de dejetos produzidos por 1 suíno em fase de terminação no período de 1 ano = 2,555 m 3 ÷ 40 m 3 = 0,0638 ha;

Quantidade de animais na fase de terminação possíveis de serem implantados na localidade Três Saltos = 267,3 ha ainda disponíveis ÷ 0,0638 ha = 4.189,65 animais por um período de 365 dias;

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Como cada lote permanece na propriedade por um período de aproximadamente 100 dias, isso representa a produção de 3,65 lotes de 4.189,65 animais por ano, ou seja, 15.292,24 suínos em fase de terminação.

5.5.3.2 - Situação das pocilgas:

São responsáveis por dispor de 54 suínos/matriz com a integradora Cosuel, 3.200 suínos/creche com as integradoras Eleva e Frangosul e 2.400 suínos/terminação com as integradoras Cosuel e Eleva o que perfaz um total de 5.654 suínos/lote em 15 pocilgas, com aproximadamente 4.027 m² de área coberta.

Várias são as dificuldades enfrentadas pelos produtores suinícolas, no que tange a obtenção da Licença Ambiental de Operação, uma vez que a região apresenta-se muito íngreme, com escarpas bem definidas e vários córregos de água cortando-as. Não obstante três produtores possuem suas unidades de produção em Áreas de Preservação Permanente, de acordo com a Lei 4.771/65, inviabilizando por tanto a obtenção da Licença Ambiental. Todavia, seis produtores as apresentam e dois encaminharam o pedido de Licença de Operação Regularização.

Estruturalmente encontram-se em bom estado de conservação as instalações suinícolas com pisos sem rachaduras, com caimento para as calhas laterais e/ou internas, coletoras paralelas as instalações, construídas em alvenaria e protegida das águas da chuva, daí são conduzidas para as lagoas que podem ser de geomanta, alvenaria e argamassa, sendo que algumas ainda são cobertas por teclas de amianto, telhas de barro ou mesmo com lona. Utilizam procedimentos que evite a propagação de odores e dispersão de poeiras, como acortinamento vegetal no entorno da atividade construída e das esterqueiras.

Para o transporte dos dejetos, todos utilizam o trator e o distribuidor da prefeitura municipal, dotados de reservatórios fechados para coleta e transporte dos resíduos até a área de aplicação. Estes possuem dispositivos que impedem a perda de material durante o transporte.

Ressalta-se que todas as propriedades possuem composteira para a destinação dos animais mortos.

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LOCALIDADE DE TRÊS SALTOS

Figura 44 – Localização das suinoculturas na localidade de Três Saltos, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas

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5.5.4 - Localidade de Picada Felipe Essig:

Localidade esta que dista da sede do executivo, aproximadamente 5 quilômetros (km) (Figura 45), faz divisa com dois municípios distintos, que são Nova Bréscia e Marques de Souza. Sua população é de predominantemente de origem Alemã, compreende uma área de 16,41 quilômetros quadrados (Km²), dos quais 6,26 km², são de vegetação nativa, demonstrando uma região bastante preservada, sem muita ação antrópica no ecossistema (Tabela 13).

Tabela 13 - Cenário do uso e cobertura do solo da Linha Picada Felipe Essig, no município de Travesseiro. Classe de Uso do Solo Área (km²) % Hectares

Vegetação Secundária 0,93 5,66 93,38

Vegetação Nativa 6,23 37,97 623,90

Área de Plantio 4,41 26,88 441,25

Campos 1,72 10,48 172,48

Solo Exposto 3,12 19,01 312,98

Total 16,41 100,00 1.643,99

No levantamento foram encontradas 15 propriedades rurais que desenvolvem a atividade suínicola. Todas possuem um vinculo de integração, seja com a empresa ELEVA ou Frangosul ou Cosuel nas seguintes modalidades suíno/matriz (UPL), suíno/creche e suíno/terminação (Organograma 3).

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1.500 Em 2 Eleva suínos produtores

Creche Cosuel 730 Em 2 suínos produtores

Frangosul 5.200 Em 2 suínos produtores

Em 7 2.370 Eleva suínos produtores

300 Em 1 Terminação Cosuel suínos produtor

480 Frangosul Em 1 suínos produtor

90 Em 1 Cosuel suínos produtor

UPL

1050 Em 1 Frangosul suínos produtor

Organograma 3 – Atividade suínicola desenvolvida com a respectiva empresa integradora, capacidade produtiva e número de produtores na localidade de Picada Felipe Essig.

5.5.4.1 - Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola em Picada Felipe Essig:

A seqüência de cálculos a seguir demonstra a capacidade de ampliação da atividade suinícola na localidade de Picada Felipe Essig:

- Quantidade de animais = 1.140 (UPL) + 7.430 (creche) + 3.150 (terminação) = 11.720 animais;

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- Volume de dejetos produzidos por dia na UPL = 1.140 x 21,5 = 24.510 litros/dia; - Volume de dejetos total da UPL = 24.510 litros/dia x 365 dias = 8.946.150 litros/ano;

- Volume de dejetos produzidos por dia na creche = 7.430 x 1,4 = 10.402 litros/dia; - Volume de dejetos por lote da creche = 10.402 litros/dia x 35 dias = 364.070 litros; - Volume de dejetos total da creche = 364.070 x 6 lotes (6 lotes cada produtor) = 2.184.420 litros/ano;

- Volume de dejetos produzidos por dia na terminação = 3.150 x 7,0 = 22.050 litros/dia; - Volume de dejetos da terminação = 22.050 x 100 dias = 2.205.000 litros; - Volume de dejetos total da terminação = 2.205.000 x 3 lotes (3 lotes cada produtor) = 6.615.000 litros/ano;

- Volume total de dejetos produzidos = 8.946.150 + 2.184.420 + 6.615.000 = 17.745.570 litros/ano = 17.745,57 m 3/ano; - Área necessária para aplicação do dejeto = 17.745,57 m 3/ano ÷ 40 m 3/ha = 443,64 ha; - Área existente para aplicação de dejetos = 441,25 ha; - Área disponível para aplicação de dejetos = 441,25 – 443,64 = - 2,39 ha.

Portanto, observa-se que faltam nesta localidade 2,39 hectares de área de plantio ainda para destinação de dejetos de suínos e, neste sentido comprova-se que não existe capacidade para ampliação da produção de suínos na localidade de Picada Felipe Essig.

5.5.4.2 - Situação das pocilgas:

São responsáveis por dispor de 1.140 suínos/matriz com as integradoras Frangosul e Cosuel, 7.430 suínos/creche com as integradoras Eleva, Frangosul, Cosuel e 3.150 suínos/terminação com as integradoras Eleva e Frangosul o que perfaz um total de 11.720 suínos confinados em 26 pocilgas, com aproximadamente 11.315 m² de área coberta.

Várias são as dificuldades enfrentadas pelos produtores suinícolas, no que tange a obtenção da Licença Ambiental de Operação, uma vez que a região apresenta-se muito íngreme, com escarpas bem definidas e vários córregos de água cortando-as. Não obstante três produtores possuem suas unidades de produção em Áreas de Preservação Permanente, de

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acordo com a Lei 4.771/65, inviabilizando por tanto a obtenção da Licença Ambiental. Todavia, seis produtores as apresentam e dois encaminharam o pedido de Licença de Operação Regularização.

Estruturalmente encontram-se em bom estado de conservação as instalações suinícolas com pisos sem rachaduras, com caimento para as calhas laterais e/ou internas, coletoras paralelas as instalações, construídas em alvenaria e protegida das águas da chuva, daí são conduzidas para as lagoas que podem ser de geomanta, alvenaria e argamassa, sendo que algumas ainda são cobertas por teclas de amianto, telhas de barro ou mesmo com lona.

Utilizam procedimentos que evite a propagação de odores e dispersão de poeiras, como acortinamento vegetal no entorno da atividade construída e das esterqueiras.

Para o transporte dos dejetos, todos utilizam o trator e o distribuidor da prefeitura municipal, dotados de reservatórios fechados para coleta e transporte dos resíduos até a área de aplicação. Estes possuem dispositivos que impedem a perda de material durante o transporte.

Ressalta-se que todas as propriedades possuem composteira para a destinação dos animais mortos.

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LOCALIDADE DE PICADA FELIPE ESSIG

Figura 45 – Localização das suinoculturas na localidade de Picada Felipe Essig, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas.

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5.5.5 - Localidade de Linha Cairú:

Localidade esta que dista da sede do executivo aproximadamente 10 quilômetros (km) (Figura 46) faz divisa com três municípios distintos, que são Capitão, e Marques de Souza. Sua população é de origem principalmente Alemã com algumas famílias de descendentes Italianos. Tem uma área de 9,93 quilômetros quadrados (Km²), dos quais 3,46 km², ou seja, 34,85 por cento (%) são de vegetação nativa (Tabela 14). Seu relevo é moderadamente ondulado, ocorre a presença de várzeas, banhadas pelo Arroio Cairú e pelo Rio Forqueta. Localidade de forte expressividade na agricultura e pecuária.

Tabela 14 - Cenário do uso e cobertura do solo da Linha Cairú, no município de Travesseiro. Classe de Uso do Solo Área (km²) % Hectares

Vegetação Secundária 0,98 9,87 98,15

Vegetação Nativa 3,46 34,85 346,72

Área de Plantio 2,85 28,70 285,96

Campos 1,27 12,78 127,20

Solo Exposto 1,37 13,80 137,91

Total 9,93 100,00 995,94

No levantamento foram encontradas 16 propriedades rurais que desenvolvem a atividade suínicola. Todas possuem um vinculo de integração, seja com a empresa ELEVA ou Frangosul ou Cosuel nas seguintes modalidades, suíno/creche ou suíno/terminação (Organograma 4).

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7.400 Em 10

Eleva suínos produtores

Creche 1.500 Em 1 Frangosul suínos produtor

1.480 Em 4

Eleva suínos produtores

Terminação 1.000 Em 2 Cosuel suínos produtores

Organograma 4 – Atividade suínicola desenvolvida com a respectiva empresa integradora, capacidade produtiva e número de produtores na localidade Linha Cairú.

5.5.5.1 - Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola em Linha Cairú:

A seqüência de cálculos a seguir demonstra a capacidade de ampliação da atividade suinícola na localidade de Linha Cairú:

- Quantidade de animais = 8.900 (creche) + 2.480 (terminação) = 11.380 animais;

- Volume de dejetos produzidos por dia na creche = 8.900 x 1,4 = 12.460 litros/dia; - Volume de dejetos por lote da creche = 12.460 litros/dia x 35 dias = 436.100 litros; - Volume de dejetos total da creche = 436.100 x 6 lotes (6 lotes cada produtor) = 2.616.600 litros/ano;

- Volume de dejetos produzidos por dia na terminação = 2.480 x 7,0 = 17.360 litros/dia; - Volume de dejetos da terminação = 17.360 x 100 dias = 1.736.000 litros; - Volume de dejetos total da terminação = 1.736.000 x 3 lotes (3 lotes cada produtor) = 5.208.000 litros/ano;

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- Volume total de dejetos produzidos = 2.616.600 + 5.208.000 = 7.824.600 litros/ano = 7.824,60 m 3/ano; - Área necessária para aplicação do dejeto = 7.824,60 m 3/ano ÷ 40 m 3/ha = 195,61 ha; - Área existente para aplicação de dejetos = 285,96 ha; - Área disponível para aplicação de dejetos = 285,96 – 195,61 = 90,34 ha.

Portanto, observa-se que existem nesta localidade 90,34 hectares de área de plantio ainda disponíveis para destinação de dejetos de suínos e, neste sentido comprova-se que existe capacidade para ampliação da produção de suínos na localidade de Linha Cairú.

A determinação do número de animais possíveis de serem ampliados nesta localidade do município é apresentada na seqüência de cálculos a seguir:

Quantidade de dejeto produzida por 1 suíno na fase de terminação = 7,0 litros de dejeto por dia x 365 dias = 2.555 litros/ano = 2,555 m 3/ano;

Área necessária para destinação da quantidade de dejetos produzidos por 1 suíno em fase de terminação no período de 1 ano = 2,555 m 3 ÷ 40 m 3 = 0,0638 ha;

Quantidade de animais na fase de terminação possíveis de serem implantados na localidade Linha Cairú = 90,34 ha ainda disponíveis ÷ 0,0638 ha = 1.415,99 animais por um período de 365 dias;

Como cada lote permanece na propriedade por um período de aproximadamente 100 dias, isso representa a produção de 3,65 lotes de 1.415,99 animais, ou seja, 5.168,35 suínos em fase de terminação.

5.5.5.2 - Situação das pocilgas:

São responsáveis por dispor de 8.900 suínos/creche com as integradoras Eleva e Frangosul, 2.480 suínos/terminação com as integradoras Eleva e Cosuel o que perfaz um total de 11.380 suínos/lote distribuídos em 25 pocilgas, com aproximadamente 7.722 m² de área coberta.

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Várias são as dificuldades enfrentadas pelos produtores suinícolas, no que tange a obtenção da Licença Ambiental de Operação, uma vez que a região apresenta-se muito escarpada, cortada por vários córregos de água. Não obstante oito produtores possuem suas unidades de produção em Áreas de Preservação Permanente, de acordo com a Lei 4.771/65, inviabilizando por tanto a obtenção da Licença Ambiental. Todavia, três produtores as apresentam e cinco encaminharam o pedido de Licença de Operação Regularização.

Estruturalmente encontram-se em bom estado de conservação as instalações suinícolas com pisos sem rachaduras, com caimento para as calhas laterais e/ou internas, coletoras paralelas as instalações, construídas em alvenaria e protegida das águas da chuva, daí são conduzidas para as lagoas que podem ser de geomanta, alvenaria e argamassa, sendo que algumas ainda são cobertas por teclas de amianto, telhas de barro ou mesmo com lona.

Utilizam procedimentos que evitem a propagação de odores e dispersão de poeiras, como acortinamento vegetal no entorno da atividade construída e das esterqueiras.

Para o transporte dos dejetos, todos utilizam o trator e o distribuidor da prefeitura municipal, mas, muitas vezes utilizam também o distribuidor da sociedade APSAT, e trator próprio, dotados de reservatórios fechados para coleta e transporte dos resíduos até a área de aplicação. Estes possuem dispositivos que impedem a perda de material durante o transporte.

Ressalta-se que todas as propriedades produtoras de suínos possuem composteira prontas em uso ou estão em fase de construção das mesmas para a destinação dos animais mortos.

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LOCALIDADE DE LINHA CAIRÚ

Figura 46 – Localização das suinoculturas na localidade de Linha Cairú, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas.

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5.5.6 - Sede do Município:

Compreende uma área de 17,64 quilômetros quadrados (Km²), dos quais 2,93 km² são destinados à zona urbana do município (Figura 47). Sua população predominante é a de origem alemã, porém tem-se a presença de famílias italianas. Seu relevo apresenta ondulações médias, com várzeas banhadas pelo arroio Travesseiro. A área urbana do município ainda apresenta características muito marcantes de zona rural, com a presença de estábulos de aviários, de agricultura e pecuária, sendo desenvolvidas nesse local. Todavia, as criações de suínos encontram-se fora da zona urbana do município (Tabela 15).

Tabela 15 - Cenário do uso e cobertura do solo da Sede do município de Travesseiro. Classe de Uso do Solo Área (km²) % Hectares

Vegetação Secundária 2,21 12,43 219,87

Vegetação Nativa 5,25 29,75 525,16

Área de Plantio 4,53 25,68 453,40

Campos 2,12 12,02 212,22

Solo Exposto 3,55 20,12 355,81

Total 17,642 100,00 1.766,75

São encontradas cinco propriedades rurais que desenvolvem a atividade suínicola modalidade creche, sendo que quatro propriedades são integradas a empresa Eleva, e uma a empresa Cosuel. São responsáveis por dispor 5.520 suínos/lote em oito pocilgas, com aproximadamente 2.202 m² de área coberta.

5.5.6.1 - Avaliação da Capacidade de ampliação da atividade suinícola na Localidade da Sede do Município:

A seqüência de cálculos a seguir demonstra a capacidade de ampliação da atividade suinícola da Sede do Município:

- Quantidade de animais = 5.520 animais (creche);

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- Volume de dejetos produzidos por dia na creche = 5.520 x 1,4 = 7.728 litros/dia; - Volume de dejetos por lote da creche = 7.728 litros/dia x 35 dias = 270.480 litros; - Volume de dejetos total da creche = 270.480 x 6 lotes (6 lotes cada produtor) = 1.622.880 litros/ano;

- Volume total de dejetos produzidos = 1.622.880 litros/ano = 1.622,88 m 3/ano; - Área necessária para aplicação do dejeto = 1.622,88 m 3/ano ÷ 40 m 3/ha = 40,57 ha; - Área existente para aplicação de dejetos = 453,40 ha; - Área disponível para aplicação de dejetos = 453,40 – 40,57 = 412,83 ha.

Portanto, observa-se que existem nesta localidade 412,83 hectares de área de plantio ainda disponíveis para destinação de dejetos de suínos e, neste sentido comprova-se que existe capacidade para ampliação da produção de suínos na Sede do município de Travesseiro.

A determinação do número de animais possíveis de serem ampliados nesta localidade do município é apresentada na seqüência de cálculos a seguir:

Quantidade de dejeto produzida por 1 suíno na fase de terminação = 7,0 litros de dejeto por dia x 365 dias = 2.555 litros/ano = 2,555 m 3/ano;

Área necessária para destinação da quantidade de dejetos produzidos por 1 suíno em fase de terminação no período de 1 ano = 2,555 m 3 ÷ 40 m 3 = 0,0638 ha;

Quantidade de animais na fase de terminação possíveis de serem implantados na Sede do município = 412,83 ha ainda disponíveis ÷ 0,0638 ha = 6.470,69 animais por um período de 365 dias;

Como cada lote permanece na propriedade por um período de aproximadamente 100 dias, isso representa a produção de 3,65 lotes de 6.470,69 animais, ou seja, 23.618,02 suínos em fase de terminação.

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Cabe ressaltar que não foi desconsiderado o perímetro urbano do município nesse calculo, para colocação de dejetos e ampliação da atividade, uma vez que não locamos a Zona Urbana na localidade da Sede.

5.5.6.2 - Situação das pocilgas:

Responsáveis por emitir 7.728 litros/dia de dejetos líquidos o que corresponde a cada lote entregue (35 dias), um passivo ambiental de 270.480 litros, ou seja, 270,48 metros cúbicos (m³) de dejetos líquidos, sendo que cada produtor entrega a empresa cerca de seis lotes anuais, emitem uma carga poluente anual final de 1.622,88 m³, que deverão ter sua destinação correta em solos agricultáveis.

Somente um produtor, dispõe até o momento de Licença Ambiental de Operação. Os outros quatro produtores, não apresentam licença e para dificultar encontram-se locados em área de preservação permanente (A.P.P.), conforme a Lei 4.771/65.

Estruturalmente encontram-se em bom estado de conservação as instalações suinícolas com pisos sem rachaduras, com caimento para as calhas laterais coletoras paralelas as instalações, construídas em alvenaria e protegida das águas da chuva, daí são conduzidas para as lagoas de geomanta.

Utilizam procedimentos que evitem a propagação de odores e dispersão de poeiras, como acortinamento vegetal no entorno da atividade construída e das esterqueiras.

Para o transporte dos dejetos, utilizam o trator e o distribuidor da prefeitura municipal, dotados de reservatórios fechados para coleta e transporte dos resíduos até a área de aplicação. Estes possuem dispositivos que impedem a perda de material durante o transporte.

Ressalta-se que somente dois dos cinco produtores de suínos, possuem composteira para a destinação dos animais mortos, os demais utilizam o método de vala séptica (enterrar o animal).

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SEDE DO MUNICÍPIO

Figura 47 – Localização das suinoculturas na Sede do município de Travesseiro, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas.

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5.5.7 - Localidade de Linha Macuco

Está localidade faz divisa com dois municípios distintos: Capitão e Nova Bréscia (Figura 48). Sua população é de origem Alemã e Italiana, possuindo uma área de 4,89 quilômetros quadrados (Km²), dos quais 2,79 km², ou seja, 57,05% são de vegetação nativa, demonstrando uma região bastante preservada, sem muita ação antrópica no ecossistema (Tabela 16). Seu relevo é acidentado, com pequenas várzeas banhadas pelo arroio Macuco. Principal fonte de renda dos moradores é a agricultura de subsistência e a bovinocultura.

Tabela 16 - Cenário do uso e cobertura do solo da Linha Macuco, no município de Travesseiro. Classe de Uso do Solo Área (km²) % Hectares

Vegetação Secundária 0,82 16,77 82,62

Vegetação Nativa 2,79 57,05 279,97

Área de Plantio 0,89 18,21 89,04

Campos 0,16 3,27 16,62

Solo Exposto 0,23 4,70 23,76

Total 4,89 100,00 492,01

Nessa comunidade não é encontrada nenhuma propriedade rural integrada a suinocultura, demonstrando ter plenas condições de abrigar pequenas suinoculturas modalidade creche, uma vez que as áreas agricultáveis existentes 89,04 hectares, nem todas são próprios para receberem os dejetos líquidos, devido sua localização próxima a mananciais hídricos ou topos de moro.

5.5.7.1 - Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola em Linha Macuco:

Portanto, observa-se que existem nesta localidade 89,04 hectares de área de plantio ainda disponíveis para destinação de dejetos de suínos e, neste sentido comprova-se que existe capacidade para desenvolvimento da produção de suínos na Localidade de Linha Macuco.

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A determinação do número de animais possíveis de serem implantados nesta localidade do município é apresentada na seqüência de cálculos a seguir:

Quantidade de dejeto produzida por 1 suíno na fase de terminação = 7,0 litros de dejeto por dia x 365 dias = 2.555 litros/ano = 2,555 m 3/ano;

Área necessária para destinação da quantidade de dejetos produzidos por 1 suíno em fase de terminação no período de 1 ano = 2,555 m 3 ÷ 40 m 3 = 0,0638 ha;

Quantidade de animais na fase de terminação possíveis de serem implantados na Sede do município = 89,04 ha ainda disponíveis ÷ 0,0638 ha = 1.395,61 animais por um período de 365 dias;

Como cada lote permanece na propriedade por um período de aproximadamente 100 dias, isso representa a produção de 3,65 lotes de 1.395,61 animais, ou seja, 5.093,98 suínos em fase de terminação.

Deve-se sim, mapear e criar um Plano de Desenvolvimento da suinocultura nessa localidade, levando em conta a legislação ambiental, a capacidade de disposição dos dejetos em solos agrícolas e principalmente a localização do empreendimento, para fácil disposição desse passivo ambiental.

Cabe também relembrar, que estrategicamente a localidade de Linha Macuco, poderia utilizar os dejetos líquidos dos suínos, provindos da localidade de Linha São Miguel, evitando dessa forma um colapso ambiental da localidade supra citada.

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LOCALIDADE DE LINHA MACUCO

Figura 48 – Localização das suinoculturas na localidade de Linha Macuco, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas.

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5.5.8 - Localidade de Linha Herval:

Está localidade faz divisa com dois municípios distintos: Coqueiro Baixo e Nova Bréscia (Figura 49). Sua população é de origem Alemã e Italiana, possui uma área de 9,41 quilômetros quadrados (Km²), dos quais 3,57 km², são de vegetação nativa e 2,55 Km² de Vegetação Secundária, demonstrando ser uma região bastante preservada, sem muita ação antrópica no ecossistema (Tabela 17). Está localizado em uma região elevada do município, seu relevo é acidentado, com pequenas planícies cortadas pelo Arroio Herval. Principal fonte de renda dos moradores é a agricultura de subsistência e a bovinocultura.

Tabela 17 - Cenário do uso e cobertura do solo da Linha Herval, município de Travesseiro. Classe de Uso do Solo Área (km²) % Hectares

Vegetação Secundária 2,55 27,09 255,99

Vegetação Nativa 3,57 37,94 357,61

Área de Plantio 2,04 21,68 204,99

Campos 0,44 4,68 44,98

Solo Exposto 0,81 8,61 81,34

Total 9,41 100,00 944,91

Nessa comunidade não é encontrada nenhuma propriedade rural integrada a suinocultura, demonstrando ter plenas condições de abrigar pequenas suinoculturas modalidade creche, uma vez que as áreas agricultáveis existentes 89,04 hectares, nem todas são próprios para receberem os dejetos líquidos, devido sua localização próxima a mananciais hídricos ou topos de moro.

5.5.8.1 - Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola em Linha Herval:

Portanto, observa-se que existem nesta localidade 204,99 hectares de área de plantio disponíveis para destinação de dejetos de suínos e, neste sentido comprova-se que existe capacidade para implementar a produção de suínos na Localidade de Linha Herval.

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A determinação do número de animais possíveis de serem criados nesta localidade do município é apresentada na seqüência de cálculos a seguir:

Quantidade de dejeto produzida por 1 suíno na fase de terminação = 7,0 litros de dejeto por dia x 365 dias = 2.555 litros/ano = 2,555 m 3/ano;

Área necessária para destinação da quantidade de dejetos produzidos por 1 suíno em fase de terminação no período de 1 ano = 2,555 m 3 ÷ 40 m 3 = 0,0638 ha;

Quantidade de animais na fase de terminação possíveis de serem implantados na Sede do município = 204,99 ha ainda disponíveis ÷ 0,0638 ha = 3.213,01 animais por um período de 365 dias;

Como cada lote permanece na propriedade por um período de aproximadamente 100 dias, isso representa a produção de 3,65 lotes de 3.213,01 animais, ou seja, 11.727,48 suínos em fase de terminação.

Deve-se sim, mapear e criar um Plano de Desenvolvimento da suinocultura nessa localidade, levando em conta a legislação ambiental, a capacidade de disposição dos dejetos em solos agrícolas e principalmente a localização do empreendimento, para fácil disposição desse passivo ambiental.

Cabe também relembrar, que estrategicamente a localidade de Linha Macuco, poderia utilizar os dejetos líquidos dos suínos, provindos da localidade de Linha São Miguel, evitando dessa forma um colapso ambiental da localidade supra citada.

95

LOCALIDADE DE LINHA HERVAL

Figura 49 – Localização das suinoculturas na localidade de Linha Herval, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas.

96

5.5.9 - Localidade de São Miguel

Localidade esta que dista da sede aproximadamente 8 quilômetros (km) (Figura 50), faz divisa com dois municípios distintos, que são Coqueiro Baixo e Nova Bréscia. Sua população é de origem principalmente Italiana, compreende uma área de 6,69 quilômetros quadrados (Km²), dos quais 3,49 km², ou seja, 52,17% são de vegetação nativa, demonstrando uma região bastante preservada, sem muita ação antrópica no ecossistema (Tabela 18).

Tabela 18 - Cenário do uso e cobertura do solo da Linha São Miguel, no município de Travesseiro. Classe de Uso do Solo Área (km²) % Hectares

Vegetação Secundária 0,60 8,96 60,28

Vegetação Nativa 3,49 52,17 349,03

Área de Plantio 1,57 23,47 157,83

Campos 0,34 5,09 34,06

Solo Exposto 0,69 10,31 69,15

Total 6,69 100,00 670,35

No levantamento foram encontradas 05 propriedades rurais que desenvolvem a atividade suínicola. Todas possuem um vinculo de integração, seja com a empresa ELEVA ou Frangosul ou Cosuel nas seguintes modalidades suíno/matriz e suíno/creche (Organograma 5).

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2.800 Em 1 produtor Eleva suínos

Creche 500 Em 1 produtor Cosuel suínos

Frangosul 4.120 Em 2 produtores suínos

UPL Frangosul 380 matrizes Em 1 produtor

Organograma 5 – Atividade suínicola desenvolvida com a respectiva empresa integradora, capacidade produtiva e número de produtores na localidade de Linha São Miguel.

5.5.9.1 - Avaliação da capacidade de ampliação da atividade suinícola em Linha São Miguel:

A seqüência de cálculos a seguir demonstra a capacidade de ampliação da atividade suinícola na localidade de Linha São Miguel:

- Quantidade de animais = 380 (UPL) + 7.420 (creche) = 7.800 animais;

- Volume de dejetos produzidos por dia na UPL = 380 x 21,5 = 8.170 litros/dia; - Volume de dejetos total da UPL = 8.170 litros/dia x 365 dias = 2.982.050 litros/ano;

- Volume de dejetos produzidos por dia na creche = 7.420 x 1,4 = 10.388 litros/dia; - Volume de dejetos por lote da creche = 10.388 litros/dia x 35 dias = 363.580 litros; - Volume de dejetos total da creche = 363.580 x 6 lotes (6 lotes cada produtor) = 2.184.420 litros/ano;

- Volume total de dejetos produzidos = 2.982.050 + 2.184.420 = 5.166.470 litros/ano = 5.166,47 m 3/ano; - Área necessária para aplicação do dejeto = 5.166,47 m 3/ano ÷ 40 m 3/ha = 129,16 ha;

98

- Área existente para aplicação de dejetos = 157,43 ha; - Área disponível para aplicação de dejetos = 157,83 – 129,16 = 28,67 ha.

Portanto, observa-se que existem nesta localidade 28,67 hectares de área de plantio ainda disponíveis para destinação de dejetos de suínos e, neste sentido comprova-se que existe capacidade para ampliação da produção de suínos na Linha São Miguel.

A determinação do número de animais possíveis de serem ampliados nesta localidade do município é apresentada na seqüência de cálculos a seguir:

Quantidade de dejeto produzida por 1 suíno na fase de terminação = 7,0 litros de dejeto por dia x 365 dias = 2.555 litros/ano = 2,555 m 3/ano;

Área necessária para destinação da quantidade de dejetos produzidos por 1 suíno em fase de terminação no período de 1 ano = 2,555 m 3 ÷ 40 m 3 = 0,0638 ha;

Quantidade de animais na fase de terminação possíveis de serem implantados na Sede do município = 28,67 ha ainda disponíveis ÷ 0,0638 ha = 449,37 animais por um período de 365 dias;

Como cada lote permanece na propriedade por um período de aproximadamente 100 dias, isso representa a produção de 3,65 lotes de 449,37 animais, ou seja, 1.640,21 suínos em fase de terminação.

5.5.9.2 - Situação das pocilgas:

São responsáveis por dispor de 380 suínos/matriz com a integradora Frangosul, 7.420 suínos/creche com as integradoras Eleva e Frangosul, totalizando 7.800 suínos confinados em 8 pocilgas, com aproximadamente 3.030 m² de área coberta.

Atualmente encontram-se licenciadas, somente duas propriedades suinícolas, das cinco existentes. As outras três encaminharam projeto de licenciamento Ambiental, junto ao Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Travesseiro, para a obtenção da

99

mesma. Cabe ressaltar que nenhuma das propriedades se encontra em A. P. P., de acordo com a Lei 4.771/65, não inviabilizando por tanto a obtenção da Licença Ambiental.

Estruturalmente encontram-se em bom estado de conservação as instalações suinícolas com pisos sem rachaduras, com caimento para as calhas laterais e/ou internas, coletoras paralelas as instalações, construídas em alvenaria e protegida das águas da chuva, daí são conduzidas para as lagoas que podem ser de geomanta, alvenaria e argamassa, sendo que algumas ainda são cobertas por teclas de amianto, telhas de barro ou mesmo com lona.

Utilizam procedimentos que evite a propagação de odores e dispersão de poeiras, como acortinamento vegetal no entorno da atividade construída e das esterqueiras.

Para o transporte dos dejetos, quatro propriedades utilizam o trator e o distribuidor da prefeitura municipal, dotados de reservatórios fechados para coleta e transporte dos resíduos até a área de aplicação. Estes possuem dispositivos que impedem a perda de material durante o transporte. Igualmente, uma propriedade utiliza trator próprio e utiliza o distribuidor da prefeitura para o transporte.

Ressalta-se que todas as propriedades possuem composteira para a destinação dos animais mortos.

100

LOCALIDADE DE LINHA SÃO MIGUEL

Figura 50 – Localização das suinoculturas na localidade de Linha São Miguel, demonstrando a real situação da localidade em termos de disposição dos ecossistemas.

101

5.5.10 - Município de Travesseiro

Município que dista 130 quilometros da Capital do Estado faz divisa com seis municípios distintos, que são Coqueiro Baixo, Nova Bréscia, Pouso Novo, Marques de Souza, Capitão e Arroio do Meio. Sua população é de origem Alemã e Italiana, compreende uma área de 93,50 quilômetros quadrados (Km²), dos quais 35,95 km², ou seja, 38,45% são de vegetação nativa, demonstrando uma região bastante preservada, sem muita ação antrópica no ecossistema (Tabela 19).

Tabela 19 - Cenário do uso e cobertura do solo no município de Travesseiro. Classe de Uso do Solo Área (km²) % Hectares

Vegetação Secundária 10,90 11,66 1.090,86

Vegetação Nativa 35,95 38,45 3.595,27

Área de Plantio 23,23 24,84 2.323,83

Campos 9,95 10,65 995,70

Solo Exposto 13,47 14,40 1.347,12

Total 93,50 100,00 9.352,78

5.5.10.1 - Avaliação da Capacidade de ampliação da atividade suinícola no Município de Travesseiro, RS:

A seqüência de cálculos a seguir demonstra a capacidade de ampliação da atividade suinícola do município de Travesseiro:

- Quantidade de animais = 1.574 (UPL) + 39.720 (creche) + 9.930 (terminação) = 51.224 animais

- Volume de dejetos produzidos por dia na UPL = 1.574 x 21,5 = 33.841 litros/dia; - Volume de dejetos total da UPL = 33.841 litros/dia x 365 dias = 12.351.965 litros/ano;

- Volume de dejetos produzidos por dia na creche = 39.720 x 1,4 = 55.608 litros/dia;

102

- Volume de dejetos por lote da creche = 55.608 litros/dia x 35 dias = 1.946.280 litros; - Volume de dejetos total da creche = 1.946.280 x 6 lotes (6 lotes cada produtor) = 11.677.680 litros/ano;

- Volume de dejetos produzidos por dia na terminação = 9.930 x 7,0 = 69.510 litros/dia; - Volume de dejetos da terminação = 69.510 x 100 dias = 6.951.000 litros; - Volume de dejetos total da terminação = 6.951.000 x 3 lotes (3 lotes cada produtor) = 20.853.000 litros/ano;

- Volume total de dejetos produzidos = 12.351.965 + 11.677.680 + 20.853.000 = 44.882.645 litros/ano = 44.882,645 m3 - Área necessária para aplicação do dejeto = 44.882,645 m 3/ano ÷ 40 m 3/ha = 1.122,07 ha; - Área existente para aplicação de dejetos = 2.323,83 ha; - Área disponível para aplicação de dejetos = 2.323,83 ha – 1.122,07 ha = 1.201,76 ha – 2,39 há que faltam em Picada Felipe Essig = 1.199,37 ha;

Portanto, observa-se que existem nesta localidade 1.199,37 hectares de área de plantio ainda disponíveis para destinação de dejetos de suínos e, neste sentido comprova-se que existe capacidade para ampliação da produção de suínos no município de Travesseiro.

A determinação do número de animais possíveis de serem ampliados neste município é apresentada na seqüência de cálculos a seguir:

Quantidade de dejeto produzida por 1 suíno na fase de terminação = 7,0 litros de dejeto por dia x 365 dias = 2.555 litros/ano = 2,555 m 3/ano;

Área necessária para destinação da quantidade de dejetos produzidos por 1 suíno em fase de terminação no período de 1 ano = 2,555 m 3 ÷ 40 m 3 = 0,0638 ha;

Quantidade de animais na fase de terminação possíveis de serem implantados no município = 1.199,37 ha ainda disponíveis ÷ 0,0638 ha = 18.798,9 animais por um período de 365 dias;

103

Como cada lote permanece na propriedade por um período de aproximadamente 100 dias, isso representa a produção de 3,65 lotes de 18.798,9 animais por ano, ou seja, 68.616 suínos em fase de terminação.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A atividade suinícola no município de Travesseiro, RS, desempenha um importante papel social, sendo responsável pela geração de emprego e renda, particularmente no que diz respeito à agricultura familiar.

A atividade suínicola no município de Travesseiro está sendo desempenhada por agricultores com faixa etária média/alta, sendo que 93% dos suinocultores apresentam entre 36 e 65 anos de idade. Outro aspecto é que os filhos dos mesmos estão deixando a propriedade e partindo para os centros industriais, devido à ilusão capitalista que o meio urbano causa aos olhos dos adolescentes/jovens. A estrutura familiar está aos poucos se desintegrando e se não agirmos rapidamente, corre-se o risco, em médio prazo, de que os suinocultores abandonem a atividade por vários problemas, sendo que um deles pode ser de saúde devido à idade avançada.

A suinocultura teve seu início após a emancipação do município em 1992 e o surgimento e interesse de agroindústrias de proteínas na obtenção de integrados na atividade suínicola, fez com que a década de 90, fosse um marco da suinocultura Travesseirense. A partir deste período, vários foram os incentivos alocados pela administração publica municipal para a instalação desta atividade no município, como terraplanagem e acesso totalmente gratuitos. Contudo, a expansão ascendente da suinocultura naquele período, trouxe consigo problemas ambientais, principalmente de ordem locacionais dos empreendimentos, uma vez que não eram levados em consideração questões de ordem ambientais.

Atualmente existem 60 propriedades rurais integradas à suinocultura no município de travesseiro, distribuídas em unidades produtoras de leitão, creche e terminação. Em alguns casos, o proprietário do estabelecimento apresenta mais de uma atividade suinícola na mesma propriedade. Na maioria das propriedades existe infra-estrutura condizente com a necessidade para desenvolvimento da atividade, com exceção das fossas para armazenagem dos dejetos 105

nas quais 66,7% permanecem expostas ao tempo, o que pode proporcionar um aumento do volume e possibilidade de vazamento devido à ação da chuva, sendo este um aspecto de risco ambiental.

De uma forma geral, a qualidade da água dos poços artesianos analisados está de acordo com o exigido pela Portaria n° 518 de 25 de março de 2004 do Ministério da Saúde, com exceção das localidades de Três Saltos Alto e Barra do Fão, onde se identificou a presença de coliformes fecais em determinados períodos de coleta. Nestas áreas é necessário que se faça uma análise mais detalhada a fim de se verificar a real contribuição dos dejetos dos suínos na contaminação da água dos poços analisados.

Com exceção da localidade de Felipe Essig, existe capacidade para ampliação da produção de suínos nas diferentes localidades do município de Travesseiro. Este aspecto ocorre, pois ainda existem áreas de plantio disponíveis para aplicação dos dejetos dos animais gerados durante o ano. Contudo, deve-se criar um plano de desenvolvimento da suinocultura baseado na capacidade de disposição dos dejetos dos suínos em solos agrícolas e na localização dos empreendimentos.

A questão dos dejetos não se constitui apenas num problema que envolve o setor produtivo de suínos, pois ela tem inter-relação com todas as atividades que de certa forma afetam a qualidade ambiental no município de Travesseiro. Essa questão deve ser tratada por toda a sociedade, baseada em critérios técnicos, visando à qualidade de vida da população e o desenvolvimento sustentável do município.

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110

ANEXOS

ANEXO A

111

LEVANTAMENTO SOCIO/AMBIENTAL DA ATIVIDADE SUINÍCOLA NO MUNICÍPIO DE TRAVESSEIRO/RS

1. Nome: ______2. Localidade: ______

3. Idade: ( ) 15 a 20 ( ) 21 a 25 ( ) 26 a 30 ( ) 31 a 35 ( ) 36 a 40 ( ) 41 a 45 ( ) 46 a 50 ( ) 51 a 55 ( ) 56 a 60 ( ) 61 a 65 ( ) 66 ou mais

4. Estado Civil do(a) Entrevistado(a): ( ) Casado(a) ( ) Solteiro(a) ( ) Viúvo(a) ( ) Separado(a) ( ) Divorciado ( )Outro. Qual? ______

5. Possui filhos? ( ) sim ( ) não

6. Quantos? ( ) um ( ) dois ( ) três ( ) Mais. Quantos? ______

7. Idade deles? ( ) – de 5 anos ( ) 6 a 10 anos ( ) 11 a 15 anos ( ) 16 a 20 anos ( ) 21 a 25 anos ( ) 26 a 30 anos ( ) 31 a 35 anos ( ) 36 ou mais

8. Seus filhos estudam/ou estudaram em alguma escola? ( ) Sim ( ) Não

9. Quantos estão em casa trabalhando na atividade? ( ) um ( ) dois ( ) três ( ) mais

10. Qual o grau de sua escolaridade: ( ) Nunca Freqüentei a escola ( ) Ensino Médio Completo ( ) Ensino Fundamental Incompleto ( ) Ensino Superior Incompleto ( ) Ensino Fundamental Completo ( ) Ensino Superior Completo ( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Especialização

11. O Sr(a) possui alguma qualificação técnica profissional para atuar no seu trabalho? ( ) Sim ( ) Não

12. O Sr(a) e sua família têm acesso à informações e cultura através de quais meios: ( ) Televisão ( ) Rádio ( ) Telefone ( ) Internet ( ) Jornal ( ) Revistas ( ) Outro. ______( ) Não têm acesso

13. Quantos membros da família trabalham com o Sr.(a), hoje? ( ) apenas um ( ) de 2 a 5 pessoas

14. Quantas pessoas que não são membros da família o Sr(a) emprega eventualmente? ( ) Nenhum ( ) Apenas uma ( ) Mais de um. Quantos? ______

15. O Sr(a) participa, atualmente de alguma organização comunitária? ( ) Cooperativas ( ) Associação ( ) Não participa. ( ) Outra. Qual? ______

16. Esta propriedade do Sr(a)? ( ) Sim ( ) Não

17. Quem é o responsável pela renda familiar: ( ) Somente o Pai sustenta a família ( ) Somente a Mãe sustenta a família

112

( ) Pai e Mãe juntos sustentam a família ( ) Irmão/Irmã maiores de idade sustentam a família ( ) Os pais e os filhos sustentam a família ( ) Outros membros sustentam a família.

18. Somando todos os rendimentos das pessoas que moram com o Sr(a), a sua renda fica em torno de: ( ) de 0 à 3 salários mínimos ( ) de 4 à 6 salários mínimos ( ) 7 à 10 salários mínimos ( ) mais

19. Localização do empreendimento: UTM: S: ______Z: ______

20. Atividade: ( ) Matrizes ( ) Matrizes UPL 63 dias ( ) Creche ( ) Terminação

21. Quantidade Animais/Lote: ______Animais/lote

22. Quantidade de lotes/Ano ______Lote/Ano

23. Há quantos anos está na Atividade: ______Anos

24. Integradora: ( ) Avipal ( ) Frangosul ( ) Sadia ( ) Cosuel ( ) Outra ______

25. Quant. de galpões: ______26. Dimensões (área construída): ______m².

1 Largura: m x Comprimento: m = m² 2 Largura: m x Comprimento: m = m² 3 Largura: m x Comprimento: m = m²

27. Existe fossa: ( ) sim ( ) não

28. Tipo: ( ) Alvenaria ( ) Geomanta ( ) Argamassa ( ) Outro______

29.Dimensões das fossas (Capacidade total): ______m³

1 Largura: m x Comprimento: m x Profun. m = m³ 2 Largura: m x Comprimento: m x Profun. m = m³ 3 Largura: m x Comprimento: m x Profun. m = m³ 4 Largura: m x Comprimento: m x Profun. m = m³

30. Tipo de bebedouro: ______31. Composteira: ( ) sim ( ) não

32 . Fonte de energia: ( ) Trifásica ( ) Bifásica ( ) Monofásica.

33 . Distribuidora: ( ) Certel ( )______

34. Fonte de abastecimento de água: ( ) Comunitária ( ) Vertente ( ) Arroio ( )____

113

35. Área destinada à aplicação dos dejetos:

Culturas Área própria: Área Arrendada : Área Vizinhos: há ha ha Milho Soja Pastagens Potreiro

Especificar o tipo de pastagem:______

36. Informações sobre aspectos locacionais da área de criação:

Aspectos Distância em “m” Área de criação/curso d’água Área de criação/habilitação vizinhas Área de criação núcleo habitacional Área de criação/estradas Área de aplicação/habitações vizinhas Área de aplicação/curso d’água Área de aplicação/estradas

37. Mão de obra utilizada: ______

38. Idade: ( ) – 15 ( ) – 25 ( ) – 35 ( ) – 45 ( ) – 55 ( ) – 65

39. Meio de transporte dos dejetos: ( ) Trator próprio e distribuidor próprio. ( ) Trator próprio e distribuidor da prefeitura ( ) Trator próprio e distribuidor de uma sociedade ( ) Trator da prefeitura e distribuidor próprio ( ) Trator de uma sociedade e distribuidor próprio ( ) Trator e distribuidor de uma sociedade ( ) Trator e distribuidor da prefeitura.

40. Já ocorreu transbordamento de dejetos de sua fossa? ( ) sim ( ) não. 41. Qual a época do ano que encontras maior dificuldade para a destinação dos dejetos?____ Por que? ______ANEXO B

114

115

APÊNDICES

116

APÊNDICE A Resultados das análises de água dos seis poços artesianos, realizadas no dia 01/08/2006

117

118

119

120

APÊNDICE B Resultados das análises de água dos seis poços artesianos realizadas no dia 25/10/2006

121

122

123

124

APÊNDICE C Resultados das análises de água dos seis poços artesianos realizadas no dia 20/12/2006

125

126

127

128

APENDICE D Resultados das análises de água dos seis poços artesianos realizadas no dia 21/02/2007

129

130

131

132

APENDICE E Resultados das análises de água dos seis poços artesianos realizada no dia 24/04/2007

133

134

135

136

APENDICE F Resultados das análises de água dos seis poços artesianos realizadas no dia 11/06/2007

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139