Abriu a época dos festivais de Verão, no último fim-de-semana, em Lisboa, com o Super Bock Super Rock e o a coincidirem nas datas - mas as semelhanças ficam por aí. Viagem a dois mundos paralelos e entrevistas a duas das próximas estrelas a actuar no Parque do Tejo e na Bela Vista

lU r D E J U NH O DE 20 06 VISÃO Lu ís RIBEIRO E PAULI. CARDOSO não tens isqueiropara a queirnar.» Can­ que os Placebo comecem o espectáculo. sado das bocas, desiste, desiludido. Um Não há muito parafazer durante os in­ ZAREX . NUNCA OUVISTE amigo põe-lhe o braço por cima dos om­ tervalosdos concertos. Aqui. no Parque falardo uzarex?» A pergunta bros. no consolo possível. «Vá lá, pá. Não do Tejo, em Lisboa, passar o tempo é dei­ é ignorada. O rapaz mant ém­ te chateies . Afinal, vieste aqui pela ganza xar o tempo passar. Os mais prevenidos -se de joelhos, com o isqueiro ou pela música?» trouxeram uns baralhos de cartas. A al­ acesoacentímetros do asfalto. São dez e meia da noite de sexta, 26 de ternativa organizada consiste em duas «Não gasteso gás», diz-lhe ou- Maio, segundo dia da 12: edição do Su­ dúzias de mesas de matraquilhos, que troo « Daquia pouco encontras apedra e já per Bock Super Rock (SB5R). Espera-se nunca chegama lotar, apesardas mais de .. vlsia I o e J UNHO o c 20D6 lU • E Rf o Ro K o RIO

30 mil pessoas que de­ ambulam pelo recinto. Um euro por sete bolas é caro. Por mais 50 cên­ timo, bebe- e uma im­ perial, qu empre dura mais uns minutos. O ' Placebo urgem, finalmente, em palco. A poeira le vanta-se quando a multidão se­ gue em passo a ele­ rado na ua direcção. A ca as de banho por­ t átei esvaziam (fica só o cheiro pest ilento) e o relvado molhado. junto ao rio Tra ncão, onde centenas de pessoas se entarn e deitam a des­ cansar, é abandonado. Só a mul/otes de except to my own pleasure zone» (<< unca palavras rebeldes e guitarradas ra gada . cerveja demora m a escoa r. fui leal, exce pto pa ra a minha própria O rock cont inua a ser o que era. O concerto aquece, com algum mosh zona de prazer»), canta Brian Molko, en­ tímido, quand o as músicas desconheci­ quanto a mão esquerda egura o genitais, das do álbum novo dão lugar ao hilsan­ para que ninguém duvide do que e tá ele OTOP DA MODA tigo . O vocalista da banda ex ira o fãs a falar. multidão delira. Ée te o e pí• O Cun n'Ro e . e ses, já não ão o no refrão de Black Eyed: «j was never loyal. rito: ges tos politicam en te incor rect os, que eram. Do álbum de est reia Appetite

» CO INNE AILEY AE ou a Whitney Houston, pessoas com uma voz fantá tica, urna técnica maravilho a... E eu sa­ 'Basta ter emoção efazê-Ia bia que a minha voz não era po­ dero a, era frágil, mai ubtil, um bocadinho rouca até . De­ passar cá para fora' po is, havia a Madonna ou a KylieMinogue, cantora mais e tivesse seguido a sua pri­ Foi uma coisa natu ral. .. Já tí­ qu ando, co m os grupos qu e pop d que eu gostava mas que meira vocação musical, nhamo algun ons rn ai soul, lá iam. Fiquei apaixonada por não conseguia acompanhar provável que Corinne não éramo. bem urna banda de este tipo de música. Mas o meu quando as ouvia na rádio, era Bailey Rae. 27 anos, fosse hoje met al. Aliás nun ca sentimos disco reflecte todas estas ex­ sempre um tom acima! [risos] uma excelente violinista. Em que pertencíamo à cena indie, periências: para além do soul Fiquei confu a. Depois come­ vez disso ganhou- e uma can­ ou a outra qualquer. Formei a também lá está o meu pa ­ cei a ouvir irvana, Tricky ou tora e autora que pôs tod a a banda qua ndo tinh a 15 anos, sado de banda de gu itarras. Billie Holiday e percebi que gente a falar dela logo ao pri­ e fomo progredindo para um não era preciso ter urna voz meiro di coo som soul. Sempre quis cantar ou foi polida - bastava ter emoção e outra «cnisa natural» que lho fazê-la passar cá para fora. Des­ VISÃO: sua carreira as foi só quando esteve na aconteceu? cobri o meu caminho. musical ainda é curta, mas já universidade que encontrou a ão, sempre go tei de cantar. fe% uma bela viagem: do uma sua identidade musicai. Na e cola, no coro da igreja... A crítica delirou com o banda que tocava um rock É verdad. e a altura tra­ la entia que não me encai­ seu disco e, como sempre , indie, quase metálico, ao soul­ ba lhei num clube de jazz e xava em nada. A cantora da exagerou: disse que era a -jazz do seu primeiro disco vai sou l e depois do tra balho cos­ moda , quando eu e ra ma is «nova Oillie Holiday». Como é um caminho longo... tumava cantar, de vez em nova, eram a Mariah Carey, que lidou com isso?

14 4 I DE JUNHO DE 20D6 VI io CULTURA

GRANDE PUBLICO Lisboa provou ser suficientemente grande para acolher dois megafestivais no mesmo dia . Na sexta -feira, 26, nem a organ ização do Super Rock (8 esquerda) nem do Rock in Rio (8 direita) se queixou

for Destruction, de finais dos anos 80, ao Bela Vista, em Lisboa, são poucos os re­ patrocinador do festival. palco do Rock in Rio (RiR), no sábado, siste ntes vest idos de preto com símbolos Na assistê ncia, uma loura oxigenada, 27 de Ma io, sobrevive apena s a voz de met álicos, afogados num mar de r-shirts de chinelos de salto alto, aba na a cabeça Axl Rose. O negro dos prim eiros adep­ az uis, laranjas, verdes, bran cas e de tops e é levad a em ombros por um a m igo. tos da banda deu lugar a um mosaico de da moda.«Pelo aspecto vê-se mesmo que Está eufórica, apesar da dificuldade em fãs coloridos, Axl pa ssou rapi da mente é malta que veio ontem à Shakira», brinca coorde na r a animação rockeira co m a a ídolo das adolescentes . No Parque da o comediante Nilton, contratado por um de slocada ma linha de ga la, o ba lanço . ---.. -

: É bom saber que há pessoas desaparece e vivemos felizes interessadas no que fazemos, para sempre». O amor é mais mas quando nos dizem que és a profundo do que nos dize m (mova isto» ou a «nova aquilo» essas ca nções. Quando esta­ é só jornalismo preguiçoso.Até mos nu ma relação há muito se torna um problema para o tempo per ceb emos qu e não artista pelas comparações dis­ somos perfeitos, e que o ou­ paratadas. tro também não o é. O que eu escrevi baseia-se na mi­ Para além de cantora é autora nha experiência, várias rela­ das suas ca nções. Tem algum ções em várias fases. assunto rec orrente nelas? Acho que há muitas ca nções No Rock ln Rio vai t ocar num de amor no meu disco.Tentei palco grande, ao ar livre. Ach a escrever o mais honestamente que isso prejudicará o lado possível sobre a complexidade int imista das suas canções? das relações amorosas.Não Realmente é um ambiente di­ acredito nas ca nções que di­ ferente, ainda por cima num zem «isto é difícil, mas vai ha­ festival. . . Mas vou aproveitar ver um a altura em que tudo para tocar as minhas canções mais ritmadas, mai s diverti­ das. É sobretudo isso: vou lá CORINNE BAlLET RAE paradivertir as pessoas e para +< 0 amor é mais profundo do que me divertir também. _ nos dizem algumas can ções» NUNO MIGUEL GUEDES

lU ~u LT U-'-'R'-"A'-- ______

• ENTRE O Rocx lo: O Rio a sério e dois rios [o Trancão desagua no patrocinado: as assinaturas fazem parte Tejo ali ao lado].» de ca mpanhas promocionais da Trife ne das pulseiras de plástico e o descair do A mensagem do festival concorrente 200 e da marca de roupa O'Neill, a sessão top da estação. pouco lhe diz. «As verdadeiras bandas não fotográfica inclui publicidade aos perfu­ O rock perde terreno para os portu­ têm de se juntar a essas coisas para mos­ mes Axe e a conversa ao telem óvel tem o gueses DZR"T, a brasi leira Ivete Sangalo trarem que também querem um mundo aval da Vodafone . As cabeleiras postiças ou a colombiana Shak ira. «Não gosta­ melhor. Basta estarmos ate ntos às letras rusa distribuidas pelo público são do Mil­ mos de barulho»,comenta-se entre famí ­ das músicas", explica. «Por exempl o, os lenium BCP,e alguns penteados mais ex­ lias, replicadas às centenas na enchente recu sam -se a ir a esses travagantes têm acoplado um CD com o do pri meiro dia do RiR, a 26 de Ma io. espec táculos comerciais e cantam mensa­ logótipo dos cabeleireiros Lúcia .woto. Nas zonas mais afastadas das colunas de gens contra a guerra e esta sociedade con­ A exce ntricidade não chega perto do som, de farnel alinhado na mesa de ma­ surnista.» Ali ao lado, numa das bancas de palco, onde a postura do públi co parece deira, ou toalha estendida sobre a relva, venda de roupa do SBSR, vendem-se cami­ desajustada ao espectáculo. Os fãs mos­ avós, pais, filhos e netos formam comboios solas dos System of a Down por 20 euros. tram-se pouco fam iliarizados com as le- huma nos para circular e empur­ ram carr inhos de bebé. Os pique­ niques funcionam melhor longe dos concertos. Os pedidos de encare imita m o cunho popular do cartaz: ~~ És tão boa! és tão boa l- Shakira ac­ tuou sempre perante os apla usos de cerca de 90 mil pessoas. «Muito mais do que um festival de música, o RiR é uma festa »,defende Elisa­ bete Monteiro, 53 anos, reformada . É por isso que cá está.

., REBElDIA ANTI-VIPS-.. «Só estou a usa r preto até in­ venta rem uma cor mais escura», justifica-se uma T-shirt, enquanto o dono tenta conciliar as suas pas­ sadas ráp idas com o equilíbr io de um enorme copo cheio de cerveja. Três em cada quatro pessoas nos primeiros dias do SBSRexpressam a sua individualidade vestindo-se de negro . Em grupos. Nos pés, di­ videm-se em partes mai s ou me­ nos igua is as botas de sola grossa e os téni s gastos. Abun dam os piercings, Mas as T-shirts mais procuradas no recinto tra s. De fato e grava ta, o toureiro Pedrito os fios com símbolos supostamente satâ­ são as que ostentam frases provocadora s. de assiste, impávido, aos mo­ nicos, a maquilhagem gótica, os troncos De todas, a mais vendida decl ara (( Fuck vimentos de Shakira. O sucesso da co­ nus, as tat uagens e os cabelos compridos the VIPs». Mostrar irreverência anti-sis­ lombiana não merece muito mai s do que ou espetados ao estilo punk. Não se vêem tema contra as tais pessoas, ditas impor­ bocas da assistência masculina . Do lado camisas aos quadrados nem tops cor-de­ tantes, custa apenas dez eu ros. feminino, há quem tent e imit ar o jogo de -rosa. Eos sapatos de vela não pisam o pó cintura da cantora, mas, como diz o mais do Parque do Tejo. recente éxito de Skarira. hips donr lie

... I DE JUNHO DE 2 006 V I SÃO C1JTTURA manos. Ganhou, no seu lugar, algumas bancas de venda de pulseiras . A 50 cên­ timos cada (dos quais 20 revertem para instituições de caridade) as braceletes formulam desejos: Solidariedade , Res­ peito, Alegria, Esperança , Optimismo e Paz para o Mundo.

TUDO PELA MÚSICA Na barraquinha de adereços do SBSR, as pulseiras de couro ou com bicos são os artigos mais procu rado s. Ana Cláu­ dia Bento, 15 anos, acaba de ajudar um

amigo a escolher uma dessas. «Não tem ESTILOS o significado das outras». admite, numa A rebeldia referência às pulseiras de pano do Rock do Super Bock in Rio. «Mas eu gosto mais destas», inter­ Super Rock rompe Tiago Bastos, 13anos, a ostentar or­ contrasta com gulhosamente o seu novo adorno de pele o ambiente familiar preta com grandes cones de metal, uma que se vive recordação do seu primeiro festival rock. no Rock in Rio (Tem mais a ver com a m úsica.» O SBSR tem só a ver com a mú sica. Não há divertimentos paralelos ou acti­ vidades para ent rete r crianças . A diver­ são favorita de muitos é o crowd surfing: ser transportado, de barriga virada para o céu , nas mãos da multidão, desde o .

Vlslo CULTURA

.. ENTRE O R OCK EO R IO

fim da plateia até ao fosso que os separa do palco, onde os seguranças os esperam, atentos. Tudo debaixo do som agressivo do rock pesado de , , Tool, e . «Isto é tudo malta pacífica», garante um segu rança. «Não tenho mai s proble­ mas nestes concertos do que nos espec­ táculos pop.» A seu lado, os crowd surfers passam a cor rer. Conhecem bem as re­ gras do jogo: têm três segu ndos de glória, mesmo em frente aos seus músicos favor i­ tos, ganham umas nódoas negras e saem depressa. para que os enormes seguranças mantenham os sorrisos benevolentes. Por mai s que custe a quem não apre­ cia música gritada, era nos conce rtos do nham dinheiro enquanto fazem as pessoas «Há dois anos já estava com o saco cheio SBSRque estavam os verdadeiros adeptos sentir-se bem com elas pr ópnas.» de brindes.» Ao fim de meia hora no Par­ do rock.( Era incapaz de ir ao RiR deste que da Bela Vista . é possível coleccionar ano, nem qu e me ofereces sem o bilhete), sacos, porta-chaves. lenços para a cabeça, garante Luís Costa. 24 anos. estudante de TUDO PELOS BRINDES crachás luminosos, preservativos e per­ Engenharia do Ambiente. «Só estou aqui «Esperava muito mais»,confessa um a fumes. Normalmente a troco de um pan­ pelo som. Lá, é tudo mai s comercial. Ga- da s clientes da zona comercial do RiR. fleto publicitário.

SUPERBOcK•• SUPER ROCK 1 ~':"·'''ooC''-- { » KEAME !~ ~ J...,..- ;7 0EJUNHO. •, ' 21h10 ' '0 roCk -não tem só aver com guitarras'

epois do mega-êxito com o novo álbumé muitomais A fama é defi nitivame nte Essa ê u ma pergunta d ífí­ o álbum de est reia Hopes densoque Hoposand Fears. um factor de pressão sobre ve­ cil de responder, porque tudo Dond Fears (que e m Por­ Oqueprovocou esta mudança? lhas amizades [risos]. Mas não evoluiu de uma forma inirna­ tu gal atingiu a marca de du ­ Foi uma opção nossa. No é só a quem toca numa banda ginável... Sinto que sou exac­ pla platina) os Keane editam HopesandFears tínhamos 8 ou que isto acontece. Essa é uma tamente a mesma pessoa. mas Under the lron Sea, um di sco 9 potenciais singles. Era um a sensação comum a muitas pes­ ao mesmo tempo sou obrigado menos imediato e mais intros­ colecção de boas ca nções pop. soas da nossa geração, a quem a reconhecer que mud ei. Para pectivo, que vão agora apresen­ Já este álbum funciona como está entre os 20 e os 30 anos. quem está de fora é natural tar ao vivo,em Lisboa. AVISÃO um a es pécie de viagem in ­ É uma altura em que se põe que se ponha essa questão. falou com o vocalista Tom Cha­ teri or. Era um a necessidade tudo em causa, em que temos Para n6 s, que vivemos toda plin, 27 anos. sobre a meteórica nossa fazer um di sco mai s de tomar decisões e pensamos essa transformação. não é tão carreira desta banda britânica denso, de mod o a consegui r­ sempre se estamos a escolher linear. Olhando o nosso per­ com cinco milhões de discos mos sobreviver como banda e o ca minho certo . Seja no tra­ curso de dentro, penso que nos vendidos em todo o mundo. como amigos. Voltar para es­ balho, nas relações ou sim­ podemos orgulha r de ter sido túdio foi muito difí cil. Havia plesment e no nosso objectivo sempre honestos: connosco, Depois deumdiainteirode uma grande tensão entre n6s, enquanto seres humanos. com a nossa mú sica e com os entrevistas,nãodeve ser fácil que resolvemos compor. Neste nossos fãs. estar semprea dizer o mesmo. disco há canções sobre n6s e o Quais sãoasdiferenças entre Éestaa piorparte dafama? modo como a nossa amizade osrapazes que. há apenas5 Porqueé quedepoisdasaída As entrevistas representam estava a ruir. anos, tocavamnosbares do dovosso primeiro guitarrista. opo rtunidades de falar sobre Londrese a bandaquefaz nuncamaisusaram guitarras o novo álbum e todos nós es­ Pode concluir-sequea digressões comosU2 e vende na vossa música? tamos muito entusiasmados pressãodafama se reflectiu milhõesde discos em todo o Não necessitámos. N6s so­ com este disco. na vossa relação? mundo? mos amigos desde crianças,

'4. I DE JUNHO DE 2 006 VlSlo ______cU L TU RA

Para quem a avalancha de bri ndes não chega, sobram os expositores das lojas im­ provisadas em tendas, onde se vendem ócu los de sol, livros, havaianas e até fins­ -de-sernana em hotéis. Voltando à solida­ MODELOS riedade, também O Gabinete de Jogos da À esquerda, um Santa Casa da Miser icórdia tem direito a roadie ao melhor espaço próprio dentro da chamada cidade estilo rocker no do rock. Fiel ao espírito RiR: na compra Parque do Tejo. de uma raspadinha os apostadores podem À direita, uma posa r ao lado de sósias (não mu ito bem marca conseguidos) de estrelas da música mun­ de desodorizantes dial. Como Mick lagger, Madonna, Brit­ patrocina fotos ney Spears ou Enrique Iglesias. exclusivas No espaço VIP não falta um serviço de aos clientes massagens. Espalhadas por todo o parque, do Rock in Rio as novas extravagâ ncias incluem um stand de comida japonesa, ond e se vendem pra­ tos de sus hi a 20 curas, e pistas de slide e snowboard. O cenário de um mundo me­ lhor inclui também sorteios de viagen s ao Brasil e uma falsa praia paradisíaca. Com areia, esp lanada e um ingrediente adicional - a nova Sagre s Chop. O rock segue dentro de momentos. _

crescemos juntos com os mes­ ....gJ!itarrista, sentimos que de­ um simples piano, uma vez que banda até poderia limitar-nos. mos sonhos e trazer alguém víamos explorar o que tínha• é ligado a amplificadores, pe­ O rock não tem a ver só com estranho para este mundo po­ mos. E quem conhece a nossa dais de guitarras e computado­ guitarras... deria estragar uma química música sabe que esta é muito res. Éalgoque nunca ninguém muit o própria que existe nos mais do que voz, piano e ba­ tinha feito e nos permitiu cria r Consideram-se, por tanto, Keane. Por isso em vez de nos ter ia. Por exemplo, o piano .é, o nosso próp rio som. Nesse uma banda rock? preocuparmos em arra njar um para nós, muito mais do que sentido, ter um a guita rra na Sem dú vida . Para mim o rock é uma das mai s puras ex­ pressões musicais e isso não pode ser limitado ao formato guitarra, baixo e bateria...

t a terceira vez que tocam em Portugal. O que podem os f ãs esperar deste concerto no f est ival Super Rock? Embora, para nós, a grande excitação seja apresentar os te­ ma s novos, podem ficar des­ cansados que vamos também tocar' as canções mai s velha s [risos]. Espero que as pessoas venham com o mesmo entu­ siasmo de sempre. _ MIGU EL JU DAS

KEAN[ ~~ A fama é um factor de pressão sobre velhas amizades», diz Tom Chaplin

Ylsio I DE JUNHD DE 20D 6 '"