Rita De Cássia Curvelo Da Silva Práxis Política No
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RITA DE CÁSSIA CURVELO DA SILVA PRÁXIS POLÍTICA NO MST: PRODUÇÃO DE SABERES E DE SABEDORIA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB CENTRO DE EDUCAÇÃO – CE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO - PPGE DOUTORADO EM EDUCAÇÃO JOÃO PESSOA-PB 2008 1 RITA DE CÁSSIA CURVELO DA SILVA PRÁXIS POLÍTICA NO MST: PRODUÇÃO DE SABERES E DE SABEDORIA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB CENTRO DE EDUCAÇÃO – CE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO - PPGE DOUTORADO EM EDUCAÇÃO JOÃO PESSOA-PB 2008 2 RITA DE CÁSSIA CURVELO DA SILVA PRÁXIS POLÍTICA NO MST: PRODUÇÃO DE SABERES E DE SABEDORIA Texto apresentado ao Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, como exigência parcial para obtenção do título de Doutora em Educação, Área de Concentração em Educação Popular e Linha de Pesquisa Educação em Movimentos Sociais. ORIENTADOR: Dr. Timothy Denis Ireland JOÃO PESSOA-PB 2008 3 S586p Silva, Rita de Cássia Curvelo da. Práxis política no MST: produção de saberes e de sabedoria / Rita de Cássia Curvelo da Silva. – João Pessoa, 2008. 293p. : il. Orientador : Timothy Denis Ireland. Tese (doutorado) – UFPB/PPGE 1.Trabalhadores rurais. 2. MST – práxis política. 3. Educação – movimentos sociais. UFBP/BC CDU: 331.11 (043) RITA DE CASSIA CURVELO DA SILVA 4 PRÁXIS POLÍTICA NO MST: PRODUÇÃO DE SABERES E DE SABEDORIA 5 RITA DE CÁSSIA CURVELO DA SILVA PRÁXIS POLÍTICA NO MST: PRODUÇÃO DE SABERES E DE SABEDORIA Aprovada com Distinção em 31 de outubro de 2008. BANCA EXAMINADORA Profº Dr. Timothy Denis Ireland – Orientador (UFPB) Profº Dr. Michel Jean-Marie Thiollent (UFRJ) Profº Dr. Osmar Fávero (UFF) Profº Dr. Eymard Mourão Vasconcelos (UFPB) Profº Dr. Luiz Gonzaga Gonçalves (UFPB) CONVIDADOS Prof° Dr. Alder Julio Ferreira Calado (FAFICA/PE) Prof° Dr. Ivandro da Costa Sales (UFPE) 6 À minha mãe, Ana e ao meu pai, José (In memoriam): Deus nos dá pessoas e coisas, para aprendermos a alegria... Depois, retoma coisas e pessoas para ver se já somos capazes da alegria sozinha... Essa – a alegria que Ele quer. (Guimarães Rosa, Ficção Completa, 1995, p. 891). Para Alder, Helena, Ivandro, Nilton, Thiollent, Timothy: Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou – amigo – é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é. (Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, p. 327). Para Miguilim: Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura. (Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas , p. 327). 7 Todos estão loucos, neste mundo? Porque a cabeça da gente é uma só, e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores diferentes, e a gente tem de necessitar de aumentar a cabeça, para o total. Todos os sucedidos acontecendo, o sentir forte da gente – o que produz os ventos. (Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, p. 327). 8 AGRADECIMENTOS “E ele me deu a mão. Daquela mão, eu recebia certezas.” A Timothy, por tudo que não tenho como expressar, porque para “Muita coisa importante falta nome.” “Mire e veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando.” Aos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra, seres sociais em movimento, que se envolveram ou foram envolvidos no meu processo de pesquisa. “que dela nunca posso achar o esquecimento.” À Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC/BA, instituição que, em última instância, me possibilitou a realização deste trabalho. “É no junto do que sabe bem, que a gente aprende o melhor...” Aos professores Alder e Ivandro, pela amizade e partilha de saberes. “Porque dele se propagava, com ação direta, sobretudo, um sentido de segurança, uma espécie tranqüila de força.” A Thiollent, pelas observações sutis em relação ao texto e palavras de alento à autora deste. “A quanta coisa limpa verdadeira um pessoa de alta instrução não concebe! Aí podem encher este mundo de outros movimentos”. A Osmar Fávero, pelas tantas coisas que com ele aprendemos. “Tornar a encontrar companheiros desses, aí é que se põe significado na vida, se encompridando se encurtando.” A Eymard e Luiz Gonzaga, pela felicidade do reencontro. “Todos, que em minha lembrança eu carecia de muitas horas para repassar.” Às tantas pessoas do MST que me acolheram em diversas partes do Brasil: Rosa e Roselandia (BA), Bordignon (PR), Elis, Polianne, Raimunda (PA), Rosmeri (SP), Alvaro (GO), Renilson (SE), Vanderlucia (PB), Pizetta (RJ), os(as) acampados(as), assentados(as), militantes, dirigentes e cursistas desses e de outros Estados... “Aquela amizade pontual, escolhida para toda a vida, dita a minha nos grandes olhos”. A Nilton, por tudo. “de árdua e imemorial cordura, certa para o nunca e sempre.” A Helena, pelas sensatas palavras, delicadezas e ternura. “Sorte é isto. Merecer e ter...” A Leidaci, Norma, Lívia, Josefa, Lindomar, Cristina... Pela longa e sólida amizade que temos, nas horas todas juntos, mesmo quando estamos longe. “era uma luz dentro de outra, dentro doutra, dentro outra, até não ter fim.” A Dra. Veronica Behar, por irradiar luz sobre as trevas das minhas angústias. 9 “Aqueles, ali, eram com efeito os amigos bondosos, se ajudando uns aos outros com sinceridade nos obséquios e arriscadas garantias, mesmo não refugando a sacrifícios para socorro.” A Iolanda, Graça, Agostinho, Ronney, Luciclea, pelo afeto, abrigo, apoio incondicional nos dias, noites, madrugadas. “o coração nascido grande, cabedor de grandes amizades.” A Teresa Moreno, pela felicidade de tê-la como amiga. “Parente não é o escolhido – é o demarcado. Mas, por cativa em seu destinozinho de chão, é que a árvore abre tantos braços.” Às tantas pessoas que a mim se unem por laços de parentesco, em especial a sobrinha-filha Luciana. “Toda mãe vive de boa, mas cada uma cumpre sua prenda singular, que é a dela e dela, diversa bondade.” A Vera, Maria São Pedro, Márcia, Dolores, Noêmia, Geralda, bondosas mães que me tomaram por filha. “Estava com ela, nos segredos simples da amizade.” A Rosa, amiga e mediadora entre mim e os seus companheiros e companheiras de luta no MST. “Coração cresce de todo lado. Coração vige feito riacho colominhando por entre serras e varjas, matas e campinas. Tudo cabe.” Para Rosilene (PPGE), pelo grande coração que nos acolhe e ampara, em sua infinita bondade. “Afora algum de que eu me esqueci – isto é: mais muitos...” 1 1 Todas as citações que aparecem no texto dos agradecimentos são de Guimarães Rosa: (ROSA, 2005a), (ROSA, 2005b), (ROSA, 2001), (ROSA, 1984). 10 RESUMO SILVA, Rita de Cássia Curvelo. Práxis política no MST : produção de saberes e de sabedoria. João Pessoa, 2008. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2008. Esta tese tem por objeto as lutas sociais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, enquanto espaços de produção de saberes e de sabedoria pelas pessoas jovens e adultas. O que se procura explicar é a constituição de um processo educativo e a emergência de pedagogias da construção de novos seres sociais, através dos diferentes modos de organização e ação coletiva pensados e concretizados pelos(as) militantes, dirigentes e base social do Movimento. Partiu-se da hipótese de que, nos processos teóricos e práticos de luta, os trabalhadores e as trabalhadoras Sem Terra constroem saberes, tendo a prática social como ponto de partida, mas dialeticamente entrelaçada com as atividades de formação política promovidas pelo MST. A pesquisa decorrente da hipótese formulada propiciou a análise da produção de sabedoria pelos Sem Terra, a partir do pensar, sentir, querer e agir desses sujeitos, em especial na práxis política que desenvolvem. Priorizando uma metodologia qualitativa de pesquisa, optou-se pela diversificação de tipos humanos, com distintas histórias de vida e trajetórias no MST, habitantes de diferentes lugares do País. As fontes orais compuseram o principal recurso da pesquisa – pela coleta sistemática de relatos autobiográficos com pessoas de todos os Estados em que o Movimento Sem Terra se encontra territorializado, através da técnica da entrevista semi-estruturada –, além da observação participante e consulta a documentos impressos e audiovisuais. Como resultado das interações verbais entre a pesquisadora e as pessoas jovens e adultas pesquisadas, constata-se que estas, em sua práxis política, reforçada pelas outras formas fundamentais de práxis, sedimentam os aprendizados já adquiridos e constroem novos conhecimentos teóricos e práticos; desenvolvem sua afetividade; afirmam suas vontades individuais e formam um querer coletivo; assumem o papel de agentes históricos, protagonizando as lutas proletárias pela transformação da sociedade. Esse aprendizado dos sujeitos, a mudança nas relações sociais que experienciam e as lutas pela alteração das condições existenciais da classe trabalhadora, contudo, são processos permeados por muitas contradições, as quais contribuem tanto para o descenso de movimentos sociais como o MST, quanto para o avanço das lutas de massa. Palavras-chave: MST. Pessoas Jovens e Adultas. Práxis. Saberes. 11 ABSTRACT The object of study of this thesis are the social struggles of the Landless Rural Workers’ Movement – MST, conceived as a space for the production and accumulation of knowledge by young people and adults. The study sets out to explain the constitution of an educational process and the emergence of pedagogies seeking to construct new social beings by means of different forms of organization and collective action elaborated and made concrete by militants, leaders and the social base of the Movement. Based on the hypothesis that it is in the theoretical and practical processes of struggle that landless workers construct their own knowledge which whilst taking social practice as the starting point is dialectically interwoven with activities of political formation promoted by the MST.