Boletim Do Clima
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ISSN: 2358-2464 Vol. 03 - Nº3 - Agosto de 2015 – www.apac.pe.gov.br BOLETIM DO CLIMA Síntese Climática GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO Governador – Paulo Henrique Saraiva Câmara SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO Secretário – Thiago Norões SECRETARIA EXECUTIVA DE COORDENAÇÃO GERAL Secretário – José Almir Cirilo AGÊNCIA PERNAMBUCANA DE ÁGUAS E CLIMA Diretor-Presidente - Marcelo Cauás Asfora DIRETORIA DE REGULAÇÃO E MONITORAMENTO Diretor – Marconi Soares Azevedo GERÊNCIA DE METEOROLOGIA E MUDANÇAS CLIMÁTICAS Gerente – Patrice Rolando da Silva Oliveira Equipe Técnica da GMMC: Autor: Romilson Ferreira da Silva (Meteorologista) Co-autores: Carlos Alexandre Wanderley da Silva (Técnico em Meteorologia) Edvânia Pereira dos Santos (Meteorologista) Fabiano Prestrelo de Oliveira (Meteorologista) Hailton Dias da Silva Junior (Meteorologista) Josafá Henrique Gomes (Técnico em Meteorologia) Maria Aparecida Fernandes Ferreira (Meteorologista) Roberto Carlos Gomes Pereira (Meteorologista) Roni Valter de Souza Guedes (Meteorologista) Thiago Luiz do Vale Silva (Meteorologista) Vinícius Gomes Costa Júnior (Meteorologista) Zilurdes Fonseca L opes (Meteorologista) Instituições Colaboradoras: CHESF CODECIPE COMPESA/SRHE MCT/INPE/CPTEC INMET IPA ANA CPRM CPRH INTRODUÇÃO O presente boletim é uma síntese climática do mês de agosto 2015 para o estado de Pernambuco, constando informações sobre o comportamento das variáveis meteorológicas medidas nas estações como: chuva, temperatura e umidade relativa do ar, bem como análises dos parâmetros oceânicos e atmosféricos globais. O mês de agosto teve como predominância a ausência de grandes volumes de precipitação no Estado, chovendo abaixo da média histórica em quase todas as mesorregiões. A mesorregião do Sertão apresentou grandes desvios negativos de precipitação, entretanto, ressalta-se que a média esperada para toda a região é de 10 mm, aproximadamente. No Agreste, o desvio ficou 22% abaixo do esperado, com exceção de algumas localidades do Agreste Setentrional. Na Região Metropolitana do Recife, o desvio foi de 42% abaixo da média, e na Zona da Mata 37% abaixo da média. De maneira geral, a precipitação acumulada entre janeiro e agosto de 2015 no estado de Pernambuco ficou com precipitação abaixo da média climatológica, os maiores valores acumulados neste período foram registrados na Região Metropolitana do Recife e Zona da Mata, destacando-se a Mata Sul, resultados dentro da média climatológica. As precipitações foram mal distribuídas tanto no tempo como no espaço, ou seja, chuvas intensas concentradas em poucos dias e de forma localizada, intercaladas com grandes intervalos de dias sem chuvas. As temperaturas no mês de agosto oscilaram entre 10 °C, registrada no Sertão do Moxotó em Sertânia, e 35,9°C em Afrânio na região do Sertão Pernambucano. Na RMR, Zona da Mata e Agreste as temperaturas ficaram dentro da média, e o comportamento das temperaturas mais baixas é esperado devido ao aumento da umidade e a diminuição da radiação nessa época do ano. Os menores valores de umidade relativa foram registrados no Sertão, com registros abaixo de 15%. No Oceano Pacífico equatorial observou-se a permanência do fenômeno El Niño, as anomalias continuam positivas. As áreas mais aquecidas correspondem as dos Niño 3 e Niño 3.4 com valores acima de 2,3°C e 2,2ºC, respectivamente. No Oceano Atlântico Tropical, observou-se que próximo à costa do Nordeste do Brasil, a média ficou entre normal com pequenas variações acima desta. 1. ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO EM AGOSTO A distribuição espacial da precipitação observada no mês de Agosto, em milímetros (mm), e o desvio em relação à média histórica, em percentual (%), estão apresentados nas Figuras 1 e 2, respectivamente. No mês de Agosto, destacam-se os baixos valores de precipitação, ficando mais evidente no Sertão, onde os valores médios da região ficaram em torno de 4 mm, ressalta-se que são esperados acumulados inferiores a 10 mm. Da mesma forma, o Agreste e a Zona da Mata/Litoral tiveram baixos índices, 41 mm e 65 mm, em média, respectivamente. Os maiores acumulados de chuva no período ocorreram na RMR e Zona da Mata, Jaboatão dos Guararapes (188,8mm), Cabo (165,0mm) e Ipojuca (157,1mm). No Agreste, os destaques foram as localidades de Caruaru (128,6mm), Barra de Guabiraba (125,6mm) e Brejão (104,7mm). Para o Sertão, os destaques foram os municípios de Tabira (41,4mm), Triunfo (34,1mm) e Manari (30,0mm). Figura 1 – Distribuição espacial da precipitação acumulada (mm) em Agosto de 2015 no estado de Pernambuco. Figura 2 – Desvio relativo (%) da precipitação acumulada em Agosto de 2015 no estado de Pernambuco. Na RMR, a precipitação média acumulada no mês de agosto foi de 102 mm, apresentando um desvio de 42% abaixo da média histórica. Na Zona da Mata, as chuvas foram abaixo da média (65 mm) em grande parte dos municípios. Ficando em média com 36% abaixo do valor esperado. No Agreste, a média da precipitação (41 mm) ficou 22% abaixo da média histórica. Já no Sertão ficou 64% do valor esperado, ressaltando-se que a média é de 9,8mm na região. 1.1 ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO ACUMULADA ENTRE OS MESES DE JANEIRO A AGOSTO DE 2015 A precipitação acumulada entre janeiro a agosto de 2015 está representada na Figura 3, os maiores valores acumulados neste período foram registrados no setor leste do Estado, com destaque para a Zona da Mata e Meridional. De maneira geral, o estado de Pernambuco ficou com precipitação abaixo da média climatológica com exceção de alguns municípios da região do Sertão do Araripe, Mata Sul e RMR, como mostra a Figura 4. Figura 3 – Distribuição espacial da precipitação acumulada (mm) de Janeiro a Agosto de 2015 no Estado de Pernambuco. Figura 4 – Desvio relativo (%) da precipitação acumulada entre Janeiro e Agosto de 2015 no Estado de Pernambuco. No Sertão, a precipitação acumulada no período, em média foi de 311 mm, enquanto que a média climatológica é de 516 mm, com desvio médio de 40% abaixo da média. Os maiores acumulados ocorreram em Triunfo (854 mm), Araripina (599 mm) e Carnaíba (576 mm). No Agreste, grande parte dos municípios apresentaram desvios negativos, aproximadamente 29% abaixo da média. A região teve acumulado médio de 479 mm, tendo média climatológica próxima de 669 mm. Os maiores valores foram registrados em Barra de Guabiraba (1548 mm), Correntes (1019 mm), e Palmeirina (933 mm). Na Mata Pernambucana, o acumulado médio da chuva do período foi de aproximadamente 921,4 mm, cujo valor esperado para o período é de 1247 mm, com um desvio de aproximadamente 25% abaixo da média esperada. Os maiores valores acumulados ocorreram em, Amaraji (1893 mm), Sirinhaém (1616 mm) e Barreiros (1504 mm). Na Região Metropolitana do Recife, o acumulado médio foi de 1387 mm, desvio de 22% em relação à média histórica, de 1773 mm. Os maiores acumulados de precipitação foram observados em Jaboatão (1788 mm), Ipojuca (1749 mm) e Recife (1717 mm), Segue em anexo os dados de precipitação. 2. MONITORAMENTO DA SECA A APAC faz o monitoramento da seca através da técnica dos quantis, os quais são elaborados por regiões pluviométricas homogêneas representadas na Figura 5. As regiões pluviométricas homogêneas são regiões com características similares de quantidade e de período de chuvas. O método dos quantis associa a precipitação mensal a cinco intervalos regulares a partir de uma função de distribuição acumulada. A precipitação observada é enquadrada em um intervalo de cinco classes, as quais representam a seguinte classificação climática: Muito Seco, Seco, Normal, Chuvoso e Muito Chuvoso. Figura 5 - Microrregiões de pluviometrias homogêneas do estado de Pernambuco. SERTÃO A estação chuvosa do Sertão inicia em janeiro e finaliza em abril, sendo março o mês mais chuvoso. A precipitação do mês de janeiro associou o mês a uma classificação como muito seco em todas as regiões do Sertão. Já no mês de fevereiro, as regiões do Alto Sertão e Sertão do Pajéu foram classificadas como seco e nas regiões do São Francisco e do Moxotó a classificação ficou no limite entre seco e normal. No mês de março, a região do Moxotó foi classificada como muito seco, e as demais regiões foram classificadas como um mês de chuvas dentro da faixa normal. O mês de abril foi considerado seco em quase todas as sub-regiões do Sertão, exceto no Sertão de São Francisco, em que as chuvas apresentaram um valor dentro da média. Em maio, a região do Sertão ficou na categoria normal no Alto Sertão e Sertão do São Francisco, este último, ficou no limite da faixa chuvoso e o Sertão do Pajeú permaneceu na categoria seca e do Moxotó desceu para a faixa muito seca. No mês de junho, o Sertão de São Francisco e o Sertão do Pajeú ficaram na faixa do normal. Em Julho o Alto Sertão, Sertão do Pajeú e Sertão do São Francisco a classificação se deu no muito chuvoso os dois primeiros e chuvoso o último, enquanto que o Sertão do Moxotó se deu na categoria normal. O mês de agosto está fora da quadra chuvosa, tendo valores de precipitação insignificantes para a análise de quantil. Figura 6 - Quantis mensais para o Alto Sertão (2015) Figura 7 - Quantis mensais para o Sertão do São Francisco (2015). Figura 8 - Quantis mensais para o Sertão do Pajeú (2015) Figura 9 - Quantis mensais para o Sertão do Moxotó (2015) AGRESTE, ZONA DA MATA E LITORAL O período mais chuvoso nessas regiões compreende os meses de março a julho, enquanto que os meses de outubro, novembro e dezembro são considerados os mais secos. Em fevereiro, os índices pluviométricos ainda permanecem baixos em comparação aos meses que os sucedem, levando em consideração que o mês de abril tem início o período chuvoso do Agreste e Litoral. No Agreste Setentrional e Meridional, o mês de abril foi classificado como muito seco, enquanto que no Agreste central a precipitação ficou na classificação seco. Em maio o Agreste Setentrional passou da categoria muito seca para seca enquanto que o Agreste Meridional e Central permaneceram na faixa muito seca e seca, respectivamente.