Universidade Federal De Ouro Preto Instituto De Ciências Exatas E
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Universidade Federal de Ouro Preto Instituto de Ciências Exatas e Biológicas Departamento de Ciências Biológicas Programa de Pós-graduação em Ecologia de Biomas Tropicais Distribuição, biologia e estimativa populacional do entufado-baiano (Merulaxis stresemanni) (Passeriformes, Rhinocryptidae), uma espécie criticamente em perigo de extinção da Mata Atlântica. Sueli Souza Damasceno Orientador: Prof. Dr. Rômulo Ribon Dissertação apresentada à Universidade Federal de Ouro Preto, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais para obtenção do Título de Mestre em Ecologia. Ouro Preto-MG 2011 "In the end, we will conserve only what we love, we will love only what we understand, and we will understand only what we are taught.” Baba Dioum, Senegal. “Em biologia da Conservação não há caso sem esperança; há apenas casos difíceis e casos caros.” Carl Jones. 2 Resumo Características como a distribuição geográfica, comportamento reprodutivo, alimentação, interações ecológicas, territorialidade e tamanho populacional fazem parte da história natural de um indivíduo. Estes conhecimentos são essenciais para o manejo e conservação de uma espécie. A biologia reprodutiva e outras características da história de vida das aves tropicais são pobremente conhecidas. A família Rhinocryptidae compreende um pequeno grupo de aves insetívoras, residentes e territorialistas, da América do Sul, que habitam sub-bosque denso, com ninhos crípticos e difíceis de serem encontrados e, portanto, são espécies pouco estudadas. Sobre o gênero Merulaxis, pertencente a esta família, pouco se conhece, principalmente Merulaxis stresemanni, o entufado-baiano, que é uma ave rara, endêmica e ameaçada de extinção na categoria “criticamente em perigo” da Mata Atlântica e, até 1995, permaneceu desaparecida na natureza sendo novamente encontrada em 2004. O principal objetivo desta dissertação é contribuir com dados que subsidiem medidas de conservação de Merulaxis stresemanni, através de estudos sobre a sua biologia, estimativa populacional, tamanho territorial e aspectos comportamentais. Os estudos foram conduzidos no sudeste da Bahia e, principalmente, em um fragmento de Mata Atlântica entre os municípios de Bandeira-MG e Macarani- BA, local de sua redescoberta em 2004. M. stresemanni apresentou uma pequena população de quatro a seis indivíduos em um fragmento florestal entre o vale dos rios Jequitinhonha e Pardo. Apresentando tamanho territorial médio de 3,6 ha. A incospicuidade, raridade e o grau de ameaça da espécie são aqui confirmados. A modelagem de distribuição potencial gerada para M. stresemanni aponta regiões do extremo nordeste de Minas Gerais e sudeste da Bahia como sendo áreas potenciais de sua distribuição geográfica. 3 Abstract Characteristics such as geographic distribution, reproductive and feeding behavior, ecological interactions, territoriality and population size are part of the natural history of an individual. This knowledge is essential for management and conservation of a species. The reproductive biology and other life history traits of tropical birds are poorly understood. The family Rhinocryptidae comprises a small group of insectivorous birds, resident and territorial in South America, inhabiting dense understory. Its nests are cryptic and hard to be found, therefore thus species are poorly studied. The Merulaxis genus is party of the Rhinocryptidae family. This genus is not weel discribe. Merulaxis stresemanni (Stresemann’s Bristlefront) is a rare bird, endemic and endangered in category "critically endangered" of the Atlantic Forest. The specie remained missing in the nature until 2004, when was rediscovery. The main objective of this study is to contribute with data that support conservation measures of the species through studies on its biology, population estimate, territorial size and behavioral aspects. The studies were conducted in Bahia southern state-and northeast extreme of Minas Gerais state, especially in an Atlantic Forest fragment between the municipalities Bandeira-MG- and Macarani-BA, Brazil, site of its rediscovery in 2004. The Stresemann’s Bristlefront showed a single population ranged of four to six individuals in a forest fragment between the Pardo and Jequitinhonha rivers. The territorial measure of the species was 3.6 ha. In the stude it was very fide that: the incospicuidade, rarity and degree of threat of the Stresemann’s Bristlefront. The modeling of potential distribution generated for M. stresemanni aimed northeast regions of Minas Gerais and southern Bahia as potential areas of its geographical range. 4 Agradecimetos Ao meu pai que não presenciará esta nova etapa da minha vida, mas que sempre está na minha mente e coração. Essa dissertação é dedicada ao senhor, grande responsável por esta conquista. A minha mãe, me apoiando sempre, mesmo de longe. Obrigada por compreender minha ausência de casa e tanto tempo “enfiada” nas matas ouvindo o canto dos passarinhos; A cada um dos meus irmãos, que direta ou indiretamente, me ajudaram. Obrigada pelo carinho e compreensão; À Quésia pelas discussões e sugestões. Ao Jônatha e Queila, companhias em minhas caminhadas e corridas durante o finalzinho da elaborção deste trabalho. Ao professor, orientador e amigo Rômulo Ribon por me confiar esta pesquisa. Obrigada por me proporcionar um aprendizado científico único nos fragmentos de mata do norte de Minas Gerais e parte do sul da Bahia, além da oportunidade de conviver em meio a uma cultura riquíssima. Sou grata por mais esta orientação e por fazer parte da minha formação acadêmica e profissional. À D. Creuza e família que me receberam carinhosamente em sua casa, sempre me apoiando e auxiliando. Minha gratidão pela confiança, carinho, amizade, e preocupação com minha segurança. Ao Teco, pelo constante auxílio e prontidão em muitas empreitadas de campo desta pesquisa; Ao Alê, gerente da RPPN Mata do Passarinho, muito obrigada pela companhia e participação ativa nos meus campos, pelas discussões sobre a pesquisa e por compartilhar comigo momentos de vitórias, cansaço e frustrações; Ao Geovane Campanha, biólogo residente na região, obrigada pelo tempo que me acompanhou na pesquisa, por compartilhar comigo os apuros, cansaço e risadas em campo; Ao sêo João e família, moradores próximos à mata da Balbina, obrigada por me receber sempre carinhosamente em sua casa, pelos cafezinhos, doces e hortaliças. Obrigada pela preocupação com minha segurança na mata “cheia de onças e cobras”, pela confiança e amizade sincera; À Gerlaine, funcionária da biblioteca municipal de Bandeira, pela simpatia e atenção. Obrigada por me ceder sempre uma mesa e pelos acessos à internet. 5 Ao Léo, pelo afeto, amizade, auxílio nas empreitadas de campo e pelas diversas hospegagens em Bandeira. Ao sêo Rodnei, D. Marilene, Liliane, Nei e Corsinha, família maravilhosa que me recebeu por várias vezes em sua casa para amostragem na mata do Lodo, próxima ao minicípio de Jordânia. Obrigada pela amizade sincera, pela acolhida calorosa e pela oportunidade de participar da festa de São João; Aos moradores da pequena Vila de Ribeirão, meus agradecimentos pela amizade, confiança, pousadas, auxílio a chegar nas partes mais inacessíveis dos fragmentos e pela admiração ao trabalho da “mulher da mata” , principalmente ao sêo Acebido e dona Anita que me hospedaram em sua casa .Ao sêo Acebido que me ensinou a chegar em vários trechos da Mata do Lodo. Muito obrigada pela amizade e carinho; Ao pé- de-pano, o primeiro cavalo que me ensinou a montar e tão mansamente me conduziu aos morros da Balbina e do Lodo por milhares de vezes. Obrigada por, inocentemente, participar da minha pesquisa de forma tão ativa; Ao Conhaque, meu “melhor amigo” já no final da pesquisa, obrigada pela companhia e condução nas intermináveis trilhas íngremes da Balbina, dos Lodos I e II e trechos dos morros da fazenda Avenida, sem você seria inviável chegar a tantos lugares quase inacessíveis. Obrigada pelos relinchos ao me ver e pelos galopes voltando para casa. Ao Merulaxis stresemanni, obrigada pela oportunidade de acompanhar os últimos indivíduos sobreviventes á fragmentação na região do vale do Jequitinhonha e Pardo, privilégio que pouquíssimos ornitólogos tiveram. Obrigada pelo êxtase de lhe contemplar ainda na natureza e por me fazer sentir na pele a urgência extrema de mais batalhas pela conservação de fragmentos ainda existentes e a criação de corredores entre estes, além de muito mais pesquisas sobre as espécies raras e ameaçadas no Brasil; Aos amigos Lilian, Keici, Doug, Sonaly, Liliane, Michele e Alessandro, que mesmo de longe sempre me deram força e incentivos, pela amizade sempre. A Lilian, Keici, Doug e Sonaly, obrigada pelas hospedagens, risadas e diversão quando eu retornava do “mato”; A Liliane pelo grande auxílio com os sonogramas e pela incrível capacidade de acalmar amigas estressadas; 6 Ao amigo Chico pela modelagem do habitat do entufado-baiano, peça fundamental na montagem do quebra-cabeça da história natural da espécie. Obrigada pela prontidão, dedicação e paciência (muita paciência) mesmo à distância; Ao Cássio, Amanda e Cora (Biodiversitas) pelo grande auxílio na montagem dos mapas. Ao Ciro Albano por ceder as fotos do entufado-baiano e por contribuir com dados para esta dissertação. Ao Rubens Modesto, secretário do Programa de Pós-graduação em Ecologia de Biomas Tropicais, pelo seu dinamismo, simpatia e compreensão. Obrigada por tudo. Aos colegas do mestrado, principalmente ao Valdir (Miojo), Vivi Wilhiam e Robert (dupla engraçadíssima) que