FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL (CPDOC)
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DA SILVEIRA, Amarildo Tavares. Amarildo Tavares da Silveira (depoimento, 2011). Rio de Janeiro, CPDOC, 2011. 74 p.
AMARILDO TAVARES DA SILVEIRA (depoimento, 2011)
Rio de Janeiro 2011 Transcrição
Nome do entrevistado: Amarildo Tavares da Silveira Local da entrevista: CPDOC/FGV, Rio de Janeiro Data da entrevista: 15 de julho de 2011 Nome do projeto: Futebol, Memória e Patrimônio: Projeto de constituição de um acervo de entrevistas em História Oral. Entrevistadores: Carlos Eduardo Sarmento (CPDOC/FGV) e Bernardo Buarque de Hollanda (CPDOC/FGV) Transcrição: Maria Izabel Cruz Bitar Data da transcrição: 3 de agosto de 2011 ** O texto abaixo reproduz na íntegra a entrevista concedida por Amarildo Tavares da Silveira em 15/07/2011. As partes destacadas em vermelho correspondem aos trechos excluídos da edição disponibilizada no portal CPDOC. A consulta à gravação integral da entrevista pode ser feita na sala de consulta do CPDOC.
Carlos Eduardo Sarmento – Amarildo, como a gente já tinha falado inicialmente, queremos começar agradecendo a sua presença aqui para esse depoimento, um depoimento que virá a compor o acervo dessas instituições, o Museu do Futebol e a Fundação Getulio Vargas, e o nosso objetivo é recuperar justamente a sua trajetória, e nós fazemos isso é... Pensando um pouco no início da vocação do jogador, no início da atividade futebolística. Então, vamos recuperar aí alguns aspectos da sua infância. A gente gostaria de começar lá em Campos, né. Você é de uma família de jogador de futebol, não é? Seu pai foi jogador.
Amarildo da Silveira – É... Realmente, meu pai, ele entrou para a história, vamos dizer assim, no álbum dos campistas... Porque Campos foi um celeiro imenso de jogadores de futebol que tiveram sucesso. Então, meu pai foi o primeiro campista a ser selecionado para a seleção, para servir à seleção brasileira.
C.S. – Seu pai jogava em que time, essa época?
2 Transcrição
A.S. – Jogava no... No Goytacaz. Ele era ponta-esquerda. Era um jogador, vamos dizer assim, não fisicamente bem-dotado, mas muito rápido, muito veloz entedeu? Tecnicamente, muito bem formado. Então, isso foi o primeiro passo entendeu... Que a família deu [risos], o exemplo do...
C.S.- Amaro... A.S. – Velho Amaro Silveira, entendeu? Para [vamos dizer assim, para] a sequência de... que poderiam ser outros, mas os meus irmãos, realmente... O mais velho, ele se enamorou muito cedo, e teve proposta pra [vamos dizer assim] até para jogar em times do Rio de Janeiro e ele não veio porque ele preferiu a... [Vamos dizer assim], a vida mais tranquila de Campos, mas não renunciar à sua namorada entendeu... Que, naturalmente, foi por muito tempo a sua esposa. Muitos filhos, mas nenhum deles, entendeu, se criou à sua... Somente eu e mais o Renato, que jogou no América, jogou no Flamengo, jogou no Vitória, que nós tivemos essa oportunidade de poder galgar, entendeu? Um nivelo , um nível, [vamos dizer assim], profissional um pouco mais elevado.
C.S. – Quantos irmãos vocês eram?
A.S. – Nós éramos dez. [risos] Eram seis homens e quatro mulheres. E eu, naturalmente, fui aquele mais afortunado, entendeu... Porque eu atingi praticamente, é... Pontos, vamos dizer assim que, de sonho que eu já sonhava. E eu já fui... Eu acho que fui um premeditado, porque eu já sonhava, entendeu, em poder ser alguém, entendeu, de, de... Algum jogador de qualidade, Jogador de, de... Que pudesse fazer alguma coisa de útil para o futebol brasileiro. E esse sonho foi realmente realizado, pela minha batalha, pela, pela minha... Era muito, [vamos dizer assim]... tinha muita convicção dos meus meios, entendeu? Eu era um jogador muito irascível no campo, eu não gostava de perder.