Os Sambaquis E a Arqueologia No Brasil Do Século Xix
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL MARÍLIA OLIVEIRA CALAZANS OS SAMBAQUIS E A ARQUEOLOGIA NO BRASIL DO SÉCULO XIX VERSÃO CORRIGIDA São Paulo 2016 2 MARÍLIA OLIVEIRA CALAZANS OS SAMBAQUIS E A ARQUEOLOGIA NO BRASIL DO SÉCULO XIX Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História Social do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, como requisito para a obtenção do título de Mestre em História Social. Orientador: Prof. Dr. Francisco Assis de Queiroz VERSÃO CORRIGIDA De acordo: _______________________________ Francisco Assis de Queiroz São Paulo 2016 3 MARÍLIA OLIVEIRA CALAZANS OS SAMBAQUIS E A ARQUEOLOGIA NO BRASIL DO SÉCULO XIX Dissertação de Mestrado BANCA EXAMINADORA _______________________________________ Orientador: Prof. Dr. Francisco Assis de Queiroz FFLCH-USP _______________________________________ Profa. Dra. Márcia Regina de Barros Silva FFLCH-USP _______________________________________ Profa. Dra. Maria Beatriz Borba Florenzano MAE-USP São Paulo, ____ de ____________de______. 4 CALAZANS, Marília Oliveira. Os sambaquis e a arqueologia no Brasil do século XIX. Dissertação (Mestrado em História Social) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. RESUMO Este trabalho propõe uma investigação sobre a história das pesquisas arqueológicas do século XIX em sambaquis do Brasil. Consideramos este um período de dupla gênese: da arqueologia como ciência e dos sambaquis como fato científico. A partir da documentação publicada nas principais revistas científicas brasileiras em circulação no período e em fontes dos arquivos de instituições de ciência do século XIX, procuramos estabelecer um diálogo entre a arqueologia praticada no Brasil e os grandes paradigmas científicos do período. Como resultados, observamos a confluência das pesquisas arqueológicas sobre sambaquis no Brasil com os pressupostos da ciência mundial, tanto quanto com o projeto imperial. Os sítios sambaquieiros deflagraram todo um debate intelectual que abarcou teorias arqueológicas e antropológicas, confirmaram teses da geologia sobre as mudanças ambientais da terra, conformaram teses sobre a inferioridade racial dos nativos brasileiros, revelando um panorama científico muito mais complexo do que o mero debate entre artificialismo e naturalismo, apontado por arqueólogos e historiadores da arqueologia dos séculos posteriores. Palavras-chave: sambaquis, história da ciência; arqueologia brasileira; século XIX. 5 CALAZANS, Marília Oliveira. The sambaquis (shell mounds) and the archaeology in Brazil in 19th century. Dissertation (Master’s Degree Dissertation) – University of São Paulo, São Paulo, 2015. ABSTRACT This work proposes an investigation into the history of the archaeological research of the nineteenth century in sambaquis (shell mounds) of Brazil. We consider this a double genesis: of archaeology as a science and the sambaquis as scientific fact. We seek to establish a dialogue between archaeology practiced in Brazil and the great scientific paradigms of the period, through the published documentation in the main Brazilian scientific journals that were outstanding during the period, and sources of nineteenth-century science institutions files. As a result, we see the confluence of the archaeological research on the sambaquis in Brazil with the assumptions of world science as much as with the imperial project. The sambaquis sites unleashed an intellectual debate which covered archaeological and anthropological theories, confirmed geology thesis on environmental changes of the earth and conformed thesis about the racial inferiority of Brazilian natives. This revealed a scientific panorama much more complex than a mere debate between artificiality and naturalism, appointed by archaeologists and historians of archaeology of later centuries. Key Words: sambaquis (shell mounds); history of science; Brazilian Archaeology, 19th century. 6 Dedico este trabalho à memória dos homens e mulheres dos sambaquis, e aos novos habitantes dos casqueiros, com a esperança de que venham tempos em que, este patrimônio ancestral, os sambaquis que herdamos sejam (re)conhecidos, (re)animados e (re)vividos. 7 AGRADECIMENTOS A meus queridos anfitriões e suas famílias, que me receberam em suas casas nas diversas fases desta pesquisa, oferecendo cama, sofá, colchão inflável, toalha, comida e, principalmente, amizade. Não fui uma mestranda sem-teto e sem-afeto graças a (a lista é grande) Vera e Zeca, Danilo e Felipe, Tatiane, Eduardo, Carolina, Camilla, Érika, Ana Cristina, Magali, Pâmela e Antônio, Ana Cláudia e Helder, Gabriela, Lorraine, Grant, Mário Matondo, Karen, Mércio e Cristina, Regiane e Marques, Amanda e Lucas, Isabella. Obrigada! Mais que um agradecimento, expresso o reconhecimento a todos os professores e professoras que acompanham com entusiasmo minha jornada de formação, que apenas continua. Lurdinha Christo, Marilene Monte Real, Olavo Luisatto Filho, Evânia Martins, Eloýza Martinez e Victor Lomnitzer são parte desta história. A meus alunos e alunas, que não aceitam menos do que meu melhor, agradeço pelo carinho e entusiasmo (nem sempre) pelas aulas de história, pelo apoio e compreensão nos momentos mais turbulentos e, sobretudo, pela inspiração para a realização deste e de outros trabalhos. Estendo este agradecimento às equipes de professores e gestores das escolas por onde passei, pelo trabalho e aprendizado que galgamos juntos. Ao professor Marildo Passerani, agradeço pelo material sobre arqueologia brasileira. A Maria Clara dos Santos e Maria Luiza Brito, pelo carinho e profissionalismo com que cuidaram de mim, dividindo as melhores e piores fases da minha vida neste período. Pelo carinho e cuidado amadores, Kind, Naná, Caio, Nê, Nemu e Pri. Ao professor Juvenal Zanchetta Jr., pela amizade e pelo incentivo ao ingresso na pós. À professora Tania de Luca, devo meus primeiros passos na pesquisa historiográfica. Aos professores Jurandir Malerba e Gislaine Monticelli, pelas primeiras orientações na pós- graduação. À professora Maria de Fátima Nunes, pelo aceite na Universidade de Évora. Ao professor Paulo de Blasis, pela disposição em conversar sobre minha pesquisa e pelo convite e companhia na escavação nas áreas do Figueirinha II, em Jaguaruna-SC. Às professoras Márcia Regina de Barros Silva e Maria Beatriz Borba Florenzano pelos elogios, críticas e correções no exame de qualificação. A Maura Imázio da Silveira, pela atenção e dicas valiosas que recebi durante minhas pesquisas no Museu Emílio Goeldi. A Deusdédit Carneiro Leite Filho, do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão, por toda a colaboração durante minha estada em São Luís, o tour arqueológico, materiais enviados pelo correio, pela amizade, enfim. A 8 Pedro Tórtima, do IHGB, pela parceria que selamos já nos primeiros meses da pesquisa. A Hélio Rosa de Miranda, do MAE-USP, pelos préstimos, gentileza e competência. A Eraldo Santos, a quem devo o imprescindível trabalho de leitura e tradução de textos em alemão. A Amandine Castillon, a gentil e precisa tradução do francês. A Lorraine le Sueur, a atenta correção do abstract. A Adriana Coimbra, pelo pronto envio de documentação do IPHAN-Pará. Aos amigos que doaram seus talentos para as várias pré-revisões deste texto, Carla Francisco, Renato Lanza, Fernando Lopes, Érika Nomura e Vinícius França; à Marilene Santana, pela delicada revisão da poesia da epígrafe, minha gratidão. Aos colegas do Grupo de Pesquisa em História das Ciências e das Tecnologias – Prometeu, pela calorosa, corajosa e comprometida jornada rumo ao universo da ciência. Em especial, a Natália Salla, pela indicação do manual de arquitetura e a Sandro Zarpelão, pela parceria em tantas paragens. Aqueles a quem devo a melhor das companhias nas experiências em arqueologia: Tiago Attorre, Blaise Matondo e Natália da Luz. A Karen Freire e Renato Gabrich, pela companhia na tão sonhada visita a Lagoa Santa, terra do sábio Dr. Lund. A meu orientador, professor Francisco Assis de Queiroz, agradeço pelo acolhimento na história da ciência e na pós-graduação, pela inteligência vívida, presença enriquecedora e inspiradora que tenho o prazer e a honra de acompanhar desde os idos da graduação na Unesp- Assis. A meus pais, Maria Betania e José Roberto, por sua inabalável dedicação e amor por mim, por tudo o que tenho e sou, e porque eles são demais! A minhas irmãs Amanda e Cecília, que foram meus pés e braços neste mestrado, e também meu coração. A Alice Pirulice, porque tudo ficou mais fácil, divertido e lindo quando ela chegou. A minha querida tia Ivie, por todo o carinho e pela alegria tão intensa e verdadeira. A Bruno Pastre Máximo, por tudo isso e mais. Por seu gênio criativo incansável, pelo teto e afeto, companhia leal nos melhores e piores momentos, pesquisa de fontes, tradução, fichamentos, críticas, incentivo, elucubrações, teorias de história, de ciências, de arqueologia, da vida, enfim. Esta realização é sua também. À Prefeitura Municipal de Cubatão, pela concessão dos afastamentos necessários à realização desta pesquisa. Em especial, às amigas do embrionário Instituto Histórico e Geográfico de Cubatão, Mayra Grillo e Maria Aparecida Santos, pelos sonhos que compartilhamos. 9 Finalmente, à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, pela bolsa de pesquisa concedida no último ano de mestrado. 10 E quem sabe então o Rio será alguma cidade submersa Os escafandristas virão