1 BOLETIM do

G3LBBE BE A 110 W 0 M IA

B O IRKO BE J A I I I I O .

vol.3 n o . 5 set/out 1978 ★ BOLETIM DO CLTJBB DE ASTRONOMIA DO RIO DE JANEIRO * Volume 3 N* 5 SET/OÜT

Bditor ; Luiz Hernani d® Umeida Negrão Editer-aseistente: Sérgio Martins Ferraz Desenhista r Mario Jaci Monteiro Endereço do CARJ : Caixa Postal 65*090 30.000 Sio de Janeiro RJ

ÍNDICE

Em busca de Relógios—de-sol ...... 79

Os aglomerados estelares abertos ...... 84 0 Homem na Lu a ...... 85

0 céu do Rio de Janeiro ...... 87

U ran oram a ...... 92

"Valorize o astrônomo amador" ...... 93

Observações dos satélites de Júpiter ......

A stro n o m ia também é n o t í c i a ...... 95

B o i. N2 4 / 7 8 — correções ...... •*•#<$>...... * ^6 baX \ \ # ILUSTRAÇÕES: ^ # A figura da Aguia (Hevelius) c.H...... - 87-A Carta Celeste ...... 89-A

NOSSA CAPA Relógio—de-sol p ortátil, cilíndrico, conhecido pelo nome de "Relógio de Pastor". Construído com um "cofrinho" de caderneta de poupança, este mostrador solar foi calcu­ lado por Luiz Hernani de Almeida Negrão para funcionar na cidade do Rio de Janeiro. Eram 8 horas e 45 minutos (Tem­ po Solar Verdadeiro) do dia 17 de abril de 1976 quando a foto foi obtida. Instruções para sua construção foram da­ das no Boletim do CARJ n® 1 / 7 7 . 79.

— --- - EM BUSCA DE RELÓGIOS-DE-SOL--- —— ------

Luiz Hernani de Almeida Negrão

Prossegue a nossa campanha "EM BUSCA DE RELÓGIOS-DE-SOL"(+), visando ca­ talogar os relógios—de-sol existentes no Brasil. 0 relatório ns 2 aqui aparece(vi do quadro) com algumas modificações, tornando-so mais compacto e permitindo uma consulta mais rápida. Alguns comentários e detalhes são encontrados cm notas se­ paradas, apresentadas mais adiante com o número do cadastro de cada poça.

Cabe, nesta oportunidade, destacar mais uma vez o nome de V/eber Amadeus Real do Aquino, nosso sócio residente em Araraquara, São Paulo. Elo sc desloca a vários quilômetros de sua cidade para fazer suas proveitosas "caçadas" do mostra­ dores solares.

Aqueles que quizorem participar dessa interessante pesquisa podem es­ crever, Consultem tambem os Boletins do CARJ números 1/77 e 4/77, onde, ja damos algumas instruções sobre o assunto.

RELÚGIOS-DE-SDL NO BRASIL (informo n^ 2 - Agosto de 1978)

N2 L o c a l T ip o Ano C o n s t r u t o r

ri 1 Rio de Janeiro, RJ. V 1915 7 O C- R io de Janeiro, RJ. H 1S47 7 3 Rio de Janeiro, R J. H 1GE9 7 7 4 Rio de Janeiro, RJ, H 7 7 5 Rio de Janeiro, RJ. H 7 7 C Olinda, PE. E 1790 7 7 7 Américo Brasiliense, SP, H 1967 João Francisco dos Santos O O Campinas, SP. H 1962 Renato.., (ilegível) O C a m p in a s , SP, V 195G 7 10 Tiradentes, MG. E 1712 ? 11 Darbacena, MG. E-V 1725 7 7 12 Sao Paulo, SP. V 1053 Frei Germano d'Annccy 13 Sao Paulo, SP. H-V 1859 Frei Germano d*Annecy 14 Sao Paulo, SP. 7 7 7 15 Franca, SP. V 1GGC Frei Germano d'Annocy 1C Porto Alegre, RS, H 7 Vitor H aertel, Fernando G o nzale-Z, 17 Recife, PE. H 1973 Jorge Polman 16 R e c i f e , P E . V 1973 Jorge Polman 19 Araraquara, SP. V 1965 Lucílio Leito 20 Município de Jaú V 1939 7 21 Cachoeira do Sul, RS. V 7 7 (C o n t in u a )

(*) - Lançada originalm ente com o nome de " P e s q u is a Gnomônica" (vide Boletim do C A R J 1 / 7 7 ). N 9 L o c a l T ip o Ano C o n s t r u t o r

22 Salvador, BA, V 1736 7 23 Santos, SP, H 7 7 24 □rotas, SP» V 7 7 25 Blumenau, SC. V 7 7 2G Santa Bárbara d*0este, SP, V 1973 Felix Rabajau 27 Oarbacena, MG. H 1813 7 28 São Luiz Gonzaga, RS. ? 1924 ? Firmo Dutra

29 Pouso Alegre, MG. 7 1948 ? 30 Pelotas, F6. ? 7 ? 31 Município de Santa Bárbara, MG. 7 ? ? Oiino Ilhabela, SP. 7 1 9 7 5 ? 33 Cachoeira do Campo, MG. 7 ? ? 34 Jaguari, RS» 7 ? ? 35 Rio de Janeiro, R J, E 1 9 4 4 7 36 Ubatuba, SP. 7 7 7

Observações: ls) O "tipo" refere-se â posição da "mesa" (parto da relógio onde sc encontra o mostrador). Convenções: V - vertical, H — horizontal, E - equatorial,

2s) Todos os relógios desta lista , cujo tipo ostó identificado, possuem "estilo" polar, 0 "estilo" ó a peça que projeta a so m b ra no m o stra d o r. í tombem co­ nhecida pelo nome de "gnomon".

3s) Nao estão incluídos relógios—de—sol portáteis.

-vO' •>*** . jV iVMa r ■çj'* * No ta s

1 - Está instalado sobre a entrada da cúpula da equatorial de 32 cm, do Ob servatório Nacional do Rio de Janeiro, É um mostrador solar setentrional. Rua General Bruce n9 586, São Cristovão,

2 — Nao se encontra instalado, A peça está incompleta^ faltando o "esti­ lo ", Foi encontrado enterrado em um jardim do Mosteiro de São Bento, Rua Dom Bcrardo n9 68, Centro, 01.

3 - Situado sobre a mureta que circunda a Igreja de Nossa Senhora da Pena* om Jacarepagua - Freguesia, Ate o momento e o relógio—de-sol mais antigo que te­ mos notícia no Brasil *

4 - Na Fundação Raimundo Ottoni de Castro Haia, Estrada do Açude n2 764, T ij u c a ,

5 - Encontra-se no Mteeu da Chácara do CÓu, da Fundação Raimundo Ottoni de Castro Maia, â rua Murtinho Nobre n^ 93, em Santa Teresa.

6 - Instalado no Convento dos Frades Franciscanos, Ladeira dn Se.

7 - Numa praça dessa cidade. Pedimos a identificação do logradouro.

0 - Situado no jardim do viaduto Miguel Vicente Cury. Possuc, alem das li nhas horárias, l i nhas de declinação correspondentes à entrada do sol em signos do zodíaco. Sua "mesa" contém uma inscrição ou "divisa" ilegível na fotografia re­ cebida, Pedimos maiores detalhes.

9 - Em frente a "casa das máquinas", atrás do parque ferroviário da esta­ ção dessa cidade. Apresenta a "d ivisa": "HORAS NON NUMERO N ISI SEREN/S".

10 - Montado sobre uma coluna, próximo a Igreja de Santo Antonio.

11 - Construído por jesuitas, esse velho mostrador solar encontra—se sobre um muro, na Fazenda da Borda da Campo, perto de Barbacena e da cidade de Antonio Castro. Pela fotografia chega-se à conclusão que a peça tem dois mostradores: um vertical e outro equatorial. Faltam os "estilos" ern ambos os relógios,

12 - Na fachada da Igreja de São Cristovão, Está incompleto, Le«-se a se­ guinte "divisa":

"CE VIEILLARD QUI D'UN VOL AGILE FUIT SANS JAMAIS ÊTRE ARRETÉ LE TEMPS, CETTE IMAGE MOBILE DE L'IMMOBILE ETERNITÍ

13 - No Instituto Astronômico e Geofísico da USP. Originalmente instalado no Seminário Episcopal do Sao Paulo.

14 - Situado no Parque da Água Branca. Solicitam os mais informações,

15 - Encontra-so na praça Nossa Senhora da Conceição, É talvez o mais belo relógio-de—sol do Brasil, Possue mostradores verticais que fazem face aos quatro pontas cardiais. Primorosa poça gnomônica, esse relógio solar fo i construído na Itá lia em mármore de Carrara, "D ivisa": "ULTIMA VENIET", 82.

16 - Situado junto ao Planetário Baptista Pereira.

17 - No pátio do Colégio Sao João, rua Bcnfica n2 206.

18 - No pátio do Colégio Sao João, rua Bcnfica n2 286.

19 - Instalado no jardim de uma residência. Construído em granito. Pedi­ mos detalhes de sua exata localização.

20 - Encontra-se numa estação experimental agrícola desse Município, próxi­ mo a rodovia João M. de Barros. Estamos precisando de mais informações.

21 - Fabricado em madeira, acha-se situado na praça defronte â Prefeitura local. Pedimos esclarecer o nome do logradouro.

22 - De mármore, esse mostrador solar localiza—se no pátio interno do Mos­ t e i r o da 3 a , Ordem de sã o F r a n c is c o ,

23 - A peça está incompleta, sem "estilo ". Encontra-se no jardim da Praia do Boqueirão, nessa cidade,

24 - Enviem mais detalhes sobre a localização exata desse relégio-do-sol,

25 - Um relógio solar de concepção moderna, situado em frente a Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB). Necessitamos de outros detalhes.

26 - Instalado na Praça Rio Branco. Feito om mármore com as marcações ho­ rárias em ferro pintado,

27 - Relégio-de—sol talhado em granito. Ao lado da Igreja da Bcailorte. A— poiado sobre uma base cilín d rica maciça do mesmo m aterial. Está incompleto.

28 - Mostrador solar construído em metal amarelo. Situa-se no pátio central do quartel do Regimento Dragões do Rio Grande, â r u a Benjamim Constant s/n.

29 - Nao temos maiores detalhes sobre essa peça erigida numa praça em come­ moração ao bicentenário da cidade. Pedimos mais informações.

30 - Localizado na Praça Coronel Pedro Osório, nessa cidade, Aguardamos mais esclarecimentos.

31 - Relógio solar construído em pedra sabão, Está no pátio interno do Co­ légio do Caraça, â 120 quilômetros de Belo Horizonte, Necessitamos do outras in­ formações ,

32 — Sobre essa peça temos poucos dados. Por favor informem,

33 — Poucas informações. Situa-se no seminário local. 83

34 - Pedimos mais informações.

35 — Fabricado no Arsenal de Marinha, cncontra-se na Escola Naval. Vistosa poça do bronze em base de granito. No conjunto destaca-se a figura do um pássaro (Fenix) que mede 2,10 m. de ponta a ponta da asa. Pela fotografia recebida tra- ta-ree de um mostrador solar traçado sobre a superfície interna de urn cilindro sec— c io n a d o .

36 — Detalhes escassos. Construído na praça principal da cidade.

Ds_ Infcrm antos

A exemplo do que fizemos no relatório anterior damos â seguir a listados informantes e as peças sobro as quais eles forneceram esclarecimentos:

Nome Informou sobre o relógio-de-sol

Aristóteles C. O liveira, RS, 34 ChrrLstiano B, Murgel (UAA) , SP. 12, 13, 14, 24 D a v i V i c e n t i n i , MG. 11, 27, 33 Estanislau K. Majerkowski 28 Gilberto Azevedo, DF. 29 Jargo Polman (CEA-SAR), PE. 6, B, 9, 11, 12, 13, 15, 16 Josó Carlos Lima, RJ. 30 Josó Libindo de Azevedo, RS. 21 Josó Manoel Luis da Silva (OACEP), PA. 12, 13, 15 Josó Mareio M. de O liveira, MG. 31 Luiz Hernani A. Negrão (CARJJ, RJ. 1, 2 , 3 , 4 , 5 Luiz Carali, RS, 28 Luiz Leal Ferraz 36 Maurílio Fernandes Pessoa (CARJ), RJ. 15 Osny Dadcnmuller, SC. 25 Picrsan C. A. Barretto (CEA), PE. 17, 18 Ronaldo R, de Freitas Mourao, (0N- C N p q ), R J . 1,3,5 Soi^gio Martins Ferraz, (CARJ), RJ. 2 , 22 Silvio Silva (CARJ), RJ. 4 Silvia Silva, RJ. 35 Tito Verdi Di Pietro, RJ. 8 Vera Rogina O liveira Lobo, SP. 32 V/cbcr Amadeus R. de Aquina, SP, 7, 19, 20, 23, 24, 26 84.

Fotografias

Um apelo que fazemos aos participantes da busca é que não doixom de nos enviar, juntamente com as informações, fotografias dos relógios-de—sol, Elas são muito úteis no processo de classificação da peça e na determinação de outras ca­ racterísticas, Nao se esqueçam de bater as fotos do diferentes ângulos c distân­ c ia s .

OS AGLOMERADOS ESTELARES ADERTCB — :----

Elson Melo dc Arruda Camara (*)

Os aglomerados abertos são agrupamentos de estrelas relativam ente próxi­ mas uma das o u t r a s , E ls s podem c o n te r de 20 a 1.000 e s t r e la s em m éd ia, . Grande parte dos aglomerados abertos é formado por estrelas de pouca idade, dentre essas, gigantes e supergigantes. 0 tamanho dos aglomerados pode variar de 5 a 50 anos- luz, As estrelas de um aglomerado aberto parecem nascer de uma mesma nebulosa, de início bastante unidas devido ao equilíbrio gravitacional. Todavia, com o pas­ sar dos anos, as outras estrelas da Via—Lactea parecem exercer atração sobre e— las de modo que vão se dissociando, até dissolver completamente a aglomeração.

Existem aglomeradas já bastante antigos, corno é o caso do M G7 da conste lação de Câncer, com cerca de 5 bilhões de anos, mas também existem aqueles que são bastantes jovens, como por exemplo o das , que possui algtxias dezenas de milhões de anos. 0 aglomerado das Pleiades ba constelação do Touro é o mais famoso dos abertos. Numa noite límpida pode-se ver â vista desarmada umas6 ou 7 e s t r e la s ; com o t e le s c ó p io podem s e r v is t a s a t é 2 0 e s t r e la s . E s te aglom erado e s ­ tá situado a 410 anos-luz do Sol,

Em 1840, Friedrich Wilhelm Bessel conseguiu provar que as estrelas que formam a aglomerado das Pleiades possuem um movimer o próprio de 5,5 segundos de arco por século.

0 aglomerado das HÍades, também na constelação de Touro, c a de mais fá cil visibilidade e localização. Está situado ã 110 anos-luz do Ool e é formado por cerca de 150 estrelas, que se afastam de nós .a uma velocidade radial de 41 kilometros por segundo. Ao fim de 60 milhões de anos, dizem alguns astrônomos,por esteirem obviamente bem mais distantes do So l, elas nes apareceriam, embora mais de sagrogadas, como um aglomerado bem mais compacto do que atualmente, Estima—se que a idade dos HÍades seja de aproximadamente 870 milhões de anos.

Nos lim ites da percepção â vista desarmada, estão os aglomerados h e X do Perseu que, situados a mais de 7*000 anos-luz são formados por cerca de 700 es­ t r e la s ,

(*) 0 autor é sócio do CARJ 85.

0 aglomerado M 44 ou Presépio, da constelação de Câncer, e un excelente objeta para testar telescópios, pois possui cerca dc 150 estrelas do 5 2 , 7 9 , 82 e 9 2 nagnitudes. Este aglomerado está situado a mais de 550 anos-luz do Sol.

Muitas das estrelas dos aglomerados abortos são duplas ou m últiplas, o que demoretra que existe relações físicas entre os estrelas de um aglomerado. Em alguns deles é possível encontrar—se variáveis do tipo Algol e algumas outras va- riávois de curto período,

0 nosso Sistema Solar parece fazer parto -o aglomerado da Orando Ursa, do qual fazem parte algumas das principais estrelas dessa constelação, inclusive Sirius que está em lugar totalmente diferente, Embora o Sol faça parto dossa aglo meração, nao participa dc sua movimentação.

Localização de alguns aglomerados abertos: VIDE TADELA.

FONTES:

Astronemy - Oavid Evans Astronomia — E .E . Ebbighausem Astronomia - Joachim Herrmann Atlas Coleste - Ronaldo Mourão Da Terra âs Galáxias - Ronaldo Mourão E l Universo - David Bergamini Enciclopédia Ciência Ilustrada - Editora Abril Enciclopédia Mirador Internacional La Aventura dei Cosmos - Albert Ducrocq 0 Universo — Isaac Asimov

*#***

— — -— --- 0 HOMEM NA LUA - ---——

Marcomede Rangel Nunes (*)

Foi no lançamento de um album de fotografias sobre o XINGÚ, que estive em contato com Orlando V illas Boas. Seu irmão Cláudio, já conhecia dc data remota, quando eu e Felicitas Barreto tínhamos participado de um congresso o simbolismo nas culturas indígenas brasileiras, no Parque Nacional dc Ita tia ia. Falamos sobre a astronomia indígena e sua correlação com a nossa, 0 nome das constelações, por nós conhecidos e por eles, já havia programado uma visita ao Observatório Nacional e no dia do album de fotografias, tornávamos a confirmar a tão esperada visita,p rin cipalmcnte porque os irmãos V illas Boas se interessam muito pela astronomia. Os dias transcorridos nas selvas, lhes despertaram, talvez, esse interesse. Queriam ver Júpiter, Marte, Saturno c a Lua através do telescópio. Orlando, como sempre, (*] - 0 autor, sócio do CARJ, exerce suas atividades no CNpq - Observatório Nacio­ n a l. 86

Ascensão Reta Dec 1i naçao Nome Conste 1açao 0 h m /

NGC 752 01 54 7 + 34 25 Andromeda NGC 6709 18 49 1 + 10 17 Aqui Ia NGC 6755 19 05 3 +04 09 Aqu i 1 a NGC 6193 16 37 6 -48 40 Ara NGC 6208 16 45 5 -53 44 Ara NGC 1912 05 25 3 + 35 48 Aur i ga NGC 2099 05 49 0 + 32 33 Aur i ga NGC 2632 08 37 5 + 19 56 Cancer NGC 2682 08 48 5 + 12 00 Cancer NGC 2287 06 43 9 -20 42 Can i s M ajor NGC 2516 07 57 5 -60 44 Car i na NGC 3114 10 01 0 -59 53 C ari na IC 2602 10 41 2 -64 08 Car i na NGC 3532 10 04 4 -58 24 Car i na IC 2948 1 1 36 4 -63 15 C entaurus NGC 5460 14 04 5 -48 05 C entaurus NGC 5662 14 31 5 -56 21 Centaurus NGC 4349 21 21 7 -61 37 Cr ux NGC 4755 12 50 7 -60 05 Cr ux NGC 2168 06 05 7 +24 20 Gem i n i NGC 2548 08 1 1 3 -05 39 Hydra NGC 5822 15 01 6 -54 09 Lup us NGC 2244 06 29 7 +04 54 Monoceros NGC 2264 06 38 2 +09 57 Monoceros NGC 2301 06 49 1 +00 31 Monoceros NGC 2052 07 12 1 -10 12 Monoceros NGC 6087 16 14 7 -57 47 Norma H 0010 1 6 14 5 -54 52 Norma NGC 6152 16 28 8 -52 31 Norma IC 4605 17 43 8 +05 44 Oph i ucus NGC 6633 18 25 1 +06 32 Oph i ucus NGC 869 02 15 5 +56 55 Pe rseu s NGC 884 02 18 9 +56 53 Pe rseu s NGC 1039 02 38 8 +42 34 Pe rseu s NGC 1528 04 1 1 4 +51 07 Pe rseu s NGC 2422 07 34 3 -14 22 Pupp i s NGC 2423 07 34 8 -13 45 Pupp i s NGC 2437 07 39 5 -14 42 Pupp i s NGC 2447 07 42 4 -23 45 Pupp i s NGC 2451 07 43 5 -37 51 Pupp i s NGC 2477 07 50 5 -38 25 Puppi i s NGC 2482 07 52 8 -24 10 Pupp i s NGC 2539 08 08 4 -12 41 Pupp i s IC 4725 18 28 8 -19 09 Sag i t t a r i us NGC 6494 17 54 0 -19 01 Sag i t t a r i us NGC 6124 16 22 2 -40 33 Sco rp i us H 12 16 52 7 -40 38 Scorp i us NGC 6405 17 36 8 -32 1 1 Sco rp i us NGC 6475 17 50 7 -34 48 Sco rp i us NGC 6664 18 34 0 -08 16 S cu t um NGC 6611 18 16 0 -13 '48 Serpens IC 4756 18 36 5 +05 24 Serpens NGÇ 1647 04 43 2 + 18 59 Taurus Piei ades M45 03 44 5 +23 57 Taurus NGC 1817 05 09 2 + 16 39 Taurus IC 2391 08 38 9 -52 45 Ve 1 a

NOTAS: NGC - IC - Index Catalogue H - Herschel Catalogue 87. muito conversador, contou-me que em 1969, quando os americanos pisaram na Lua, ele falou com uma índia Tukano:

- 0 homem, ontem, foi a Lua, Pisou lá c voltou.

A índia olhou espantada e falou:

- í, bom que eu v i uma coisinha, ontem, so mexendo na Lua, Bem que eu v i.

~ ~ 0 CÉU DO RIO DE JANEIRO -----

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão Astronomo-Chofe do Observatório Nacional

A CONSTELAÇÃO DO M ÊS: Ab UÇLA

Aquila - a Aguia - e a constelação que no mes de julho está visível a nordeste. Situada no equador celeste, a constelação de Aquila (Aguia), está lim i­ tada ao Sul pelas constelações de Capricornus (Capricórnio) e Sagittorius (Sagitá­ rio ); a Oeste por Scutum (Escultor), Serpens Cauda (Cauda da Serpente), Ophiucus (Ofiúco) e Hercules (Hercules); ao Norte por Sagitta (Seta) e a Oeste por Delphi- nus (Delfim) e Aquarius (Aquário), Ela ocupa uma área de 652 graus quadrados, A- posor da sua extensão media, essa constelação e una das mais belas, quer pelo fato de sua estrela de primeira A ltair ser a dócima mais brilhante do cóu,quer por estar1 incrustada num dos braços da Via Láctea. Pela mitologia grega, . a Aguia fo i o pássaro em que Zeus se transformou para raptar a belo jovem Ganirnedcs, filho de Tros, que fo i copeiro de Júpiter, A figura de uma águia representando a conste lação fo i identificada cm uma pedra, com inscrições uranográficas, encontrada nas proximidades do rio Eufrates, no ano 1200 A,C.

A ltair (Alpha Aquilae r- Alfa da Aguia) - É a estrela mais brilhante da constelação da Aguia, Sua denominação de origem árabe, que significa a águia em voo, pro­ vém da antiga constelação que formava com outras duas estrelas mais .brilhantes desse asterismo. Ela está dituada relativamente próxima da Terra, pois a sua luz leva 16 anos-luz para chegar a nós,

Alshain (Beta Aquilae - Bota da Aguia) - Estrela anã amarela com dimensões e pro­ priedades físicas análogas às do Sol, Está situada ã 42 anos-luz, Seu brilho 6 de 3,4 magnitudes. Seu nome de origem árabe sig n ifica .a Aguia,

Tarazcd (Gamma Aquilae - Qama da Aguia) - Essa estrela de terceira magnitude en- corrtra-ee â distância de 230 anos-luz. Forma com as duas anteriores a cabeça da avo de rapina e seu nome alude ao voo soberbo da águia (vôo a lto ).

88

Dencb-OLab (Delta Aquilae - Delta da Águia) - Estrela anã de terceira magnitude que está situada à 55 anos-luz. Seu nome de origem árabe significa a cairia da águia.

Principais Constelações em Setembro

Águia, Flecha, Cisne, Lira, Hercules, Serpente, Ofiuco, Libra, Escorpião, Sagitário, A ltar, Lobo, Centauro, Triângulo Austral. Compasso, Mosca, Cruzeiro,Ave do Paraíso, Oitante, Hidra Macho, Eridano, Fenix, Tucano, Grou, índio, Pavão, Peixe Austral, Baleia, Aquário, Capricórnio, Pegaso, Lagarto Cefeu.

Principais Objetos Celestes Visíveis em Setembro

Alfa e Beta do Capricórnio - Com um binóculo iremos constatar que essas duas estrelas duplas formam um belo espetáculo pela diversidade de suas colorações. Convem, entretanto, lembrar que elas constituem os denominadas "estrelas duplas ó- tica s", isto ó, duas estrelas muito próximas por efeito de perspectiva, ou melhor, elas são vistas como duplas simplesmente por se encontrarem na mesma linha de v i­ s ã o ,

Gamma do Delfim - í uma bela binária composta de estrelas de quarta e de quinta magnitude, ü que se observa de mais notável neste sistema, ao alcance de qualquer pequena luneta, ó a diversidade de coloração dos seus componentes: amare­ lo e azul-esverdeado.

Aglomerados e nebulosas

A constelação de Cisne e uma das mais ricas regiões do ceu, em aglomera­ dos o nebulosas, a serem observados com binóculos c lunetas de grande luminosidade, A pureza da noite ó essencial para tal pesquisa: impossível nas cidades iluminadas,

A norte de Dcneb (Alfa do Cisne) e próximo de Psi do Cisne vemos o aglo­ merado Messier 39, facilmente, visível a olho nó, Uma das mais belas nebulosas, a NGC G960-95 revela-ee numa estrutura ramificada semelhante a um vóu de noivajsi tua-se ao norte de Zeta do Cisne,

Fen ômenos de S e t embro

*v * -s CD dia 01, as 02 h, Mercúrio a 2 N da Lua

dia 02, âs 13 h, Lua Nova 89. d ia 04, âs 18 h Mercúrio em máxima elongação E .. o d ia 05, as 18 h Marte a 2 S da Lua d ia 00, as 07 h Venus â G°S da Lua % □ d ia 07, as 11 h Urano a 4 S da Lua % o d ia 03, as 18 h M a rte a 2 N de S p ic a d ia 09, as 05 h Mercúrio â 0,5oN de Regulus -O d ia 09, as 21 h Netuno a 4 S da Lua ** d ia 10, a 00 h Quarto Crescente d ia 12, às 11 h Juno Estacionário V « * o d ia 13, as 12 h Mercúrio a 0,1 de Saturno d ia 14, âs 07 h Lua no Perigiu d ia 1G, as 16 h Lua Cheia, Eclipse (*) s o d ia 22 as 08 h Aldebaran a 0,4 S da Lua d ia 23, âs 06 h E q u in ó c io d ia 24, as 02 h Quarto Minguante d ia 2G, âs 03 h Lua no Apogeu - « . o d ia 26, âs 23 h J ú p i t e r a 5 N da Lua * o d ia 27, âs 21 h Venus a 6 S de Urano «. o d ia 29, às 20 h Saturno a 3 N da Lua d ia 30, âs 12 h Mercúrio na conjunção superior

Principais Const elações em Outubro

Pegaso, Aquário, Cisne, Lagarto, Cefeu, Lira, águia, Ofiuco, Sagitário , Escorpião, Libra, Lobo, Altar, Pavão, Telescópio, Triângulo Austral, Ave do Paraí­ so, Oitante, Pintor, Dourado, Retículo, Hidra Macho, Relógio, Eridano, Fcnix, Ba­ le ia , Peixes, Aries, Triângulo, Andromeda.

- Invisível no Rio de Janeiro ESTi 8 9-A 8 a m 30 30 sai 15 de setem bro 22h 15 de outubro 22b FIGURA 34 FIGURA 0 BXO CÉU DO DE JAKEXHO (Extraído do livro "Atlaa Celeste" de Ronaldo Rogério de Ereitaa Kourão)

OESTE 9 0 .

Principais Objetos Celestes Visíveis cm Outubro

Beta do Peixe Austral - í a binária mais notável da constelação do Pei- xe Austral. Ela possui um companheiro azulado de sétima magnitude situada a cerca do 30 segundos de arco da estrela-principal de quarta magnitude.

Tau do Aquário - No esterismo Aquário, encontramos inúmeras binárias a— cessíveis aos instrumentos de pequeno porte, Tau do Aquário constitiu, entretanto, o mais belo sistema com componentes coloridos do branco e vermelho,

Eta da Águia - Essa estrela variável cefeida é de fácil observação. 0 sou brilho varia de 7 dias, das magnitudes 3,7 a 4,4.

Beta de Lira - Notável estrela variável eclipsante. □ seu brilho varia de 3,4 a 4,3 em 12 dias aproximadamente. As estrelas variáveis desse tipo são for madas de duas estrelas que se eclipsam produzindo as variações de brilho observa­ das .

Pequena Nuvem de M agalhães - E l a form a com a Grande Nuvens de Maga­ lhães o par de galáxias mais próximas a Via—Lactea, da qual são consideradas como galáxias satélites. Visível nas noites claras, longo das luzes das cidades, a sudoeste da constelação de Dorado.

47 Tucano - í o mais belo aglomerado globular, depois de Qmega do Centauí ro, sendo visível â vista desarmada como uma estrela difusa de quinta magnitude.

Fenômenos de Outubro d ia 02, âs 04 h Lua Nova - Eclipse % d ia 03, os 19 h Venus com Brilho Máximo

■V < o d ia 04, as 11 h Marte a 43 da Lua v o d ia 04, as 19 h Urano a 4 3 da Lua ■v o d ia 05, a 01 h Vente a 10 3 da Lua ■v o d ia 07, ãs 03 h Netuno a 4 S da Lua d ia 09, ás 10 h Quarto Crescente d ia 10, às 03 h Plutão em Conjunção com o Sol d ia 11, âs 13 h Lua no P e rig e u * o d ia 11, ãs 23 h Marte a 0,6 3 de Urano d ia 10, âs 03 h Lua C h e ia 91.

* d ia 17, as 23 h , Venus Estacionário V «> a d ia 19, as 17 h , Aldebarcn a 0,5 S de Marte d ia 20, às 05 h » Venus à 7ÜS de Marte d ia 23, ás 23 h . Quarto Minguante d ia 23, as 23 h » Lua no Apogeu *- , » o d ia 24, as 14 h , Júpiter a 4 N da Lua d ia 24, às 15 h , Mercúrio a 1,7°S de Urano d ia 27, a 01 h> Mercúrio à 5°N de Venus d ia 27, às 10 h , Saturno ã 3°N da Lua d ia 3 1 , as 17 h, Lua Nova

*¥r##¥r

V IS IBILID ADE DOS ^PLANCTAfí

Setembro/Outubro

Mercúrio - V isível nas vizinhanças do dia 4 de setembro, quando de sua máxima elojn gaçáo O e s te , como a s tr o m a tu tin a .

Venus - Visível como astro vespertino. Em 3 do outubro ocorre o seu máximo bri lh o .

Morte - Visível nas constelações de Virgo e Libra,

Júpiter ~ Visível como astro matutino na constelação de Cancer.

Saturno - Visível como astro matutino na constelação de Leo. 92.

— — URANDRAMA ( * ) — ---

Luiz Hcrnani de Almeida Negrão

Do livro ao cóu.

Aqueles que estão dando seus primeiros passos no estudo dos astros, sen tora, muitas vezes, dificuldades quando levantam sous olhos das páginas dc um com­ pêndio astronômico e tentam, no cóu, observar aquilo que os textos descrevem. Esse impacto já e esperado, pois muitos livros deixam do lado ou dão pouca ênfase ao as pecto observacional da Astronomia, Alem disso, ner.i 3empre as explicações, represen taçocs gráficas, mapas celestes, tabelas e desenhos neles contidos, são satisfató­ rios para o exercício prático do amador, ávido para "partir" para o cóu,

É no início da travessia da "ponte" livro-cóu que pode sc originar um la mentável desestímulo para o bem intencionado inicianto. Tomado por urna desorienta­ ção in icia l ele poderia perguntar intrigado: "como posso localizar os planetas ?", "a que horas eles aparecem no cóu ?", "Para onde devo olhar ?".

Nove são os planetas, Em primeiro lugar, aqui está a lista dos nossos "procuradas", na ordem de afastamento ao Sol, em torno do qual giram, lí a nossa "fam ília" planetária: Mer cário, Vênus, Terra (esse nós já achamos j), Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netu- no c Plutão. Não use a luneta agora l Caso você, que começa a "engatinhar" entre as estrelas, ja possua uma lu neta, telescópio ou binóculo, NÃO REC0MENDAMC6 SUA UTILIZAÇÃO AGORA. Tenha paci­ ência , Vamos aos poucos I.,. Use primeiro apenas os seus olhos, Assim fize- rarn, ha muitos anos, os primeiros observadores do firmamento, os pastores, viajan­ tes c marinheiros da Antiguidade,

0 olho humano ó um maravilhoso órgão, mesmo desprovido da ajuda de qual­ quer instrumento de observação. Com ele podemos ver claramente os planetasmais brilhantes: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Eles brilham tanto ou mais que qualquer estrela que chamo sua atenção pela radiosa luz com que cin tila .

Quanto a Urano, Nctuno e Plutão, estes exigem o uso de instrumento ópti­ co para sua observação devido ao pouco brilho que possuem. Com eles não irenos nos preocupar por ora.

"Corno ? " , "Quando ? "

A primeira dcs3as perguntas já tem sua resposta,sem entrar emimaiores de talhes de técnica observacionei pois já aprendemos que Mercúrio,Venus,Morte , J ú p i­ ter c Saturno SÃO VISÍVEIS A OLHO NÚ. Para vê-las bastam nossos olhos, sern uso de instrumento algum (Calma... A luneta vem depois).

(“') - Seção indicada, principalmente, para o Iniciante em Astronomia, QU/ÜRO N9 1 : HORAr ICB DE VISIBILIDADE, A OLHO Nd,D03 PLANETAS BRILHANTES EM 1976, NO RIO DE JANEIRO

M E R C Ú R I 0 V Ê N ü S MARTE J d P I T E R S A T U R N O A S DAT De Até De Até De Até De Até De Até h m h m h m h m h m h m h m h m h m h m

SET. 7 05 06 05 35 18 07 21 04 18 07 20 26 03 33 05 35 - -

17 05 21 05 26 18 10 21 04 18 10 20 16 03 00 05 26 05 00 05 26

27 - - 18 13 20 57 18 13 20 06 02 27 05 16 04 24 05 16

OIT. 7 18 06 18 16 18 16 20 42 18 16 19 58 01 53 05 06 03 49 05 06

17 18 21 18 49 18 21 20 12 18 21 19 50 01 18 04 56 03 13 04 56

27 18 26 19 18 18 26 19 24 18 26 19 43 00 43 04 48 02 37 04 48

NOV. 06 18 32 19 45 - - 18 22 19 37 00 06 04 42 02 00 04 42 * 16 16 39 20 00 04 07 04 37 18 . 39 19 31 23 29 04 37 01 23 04 37 * 25 18 46 19 43 03 26 04 34 18 46 19 25 22 50 04 34 00 46 04 34

DEZ. 6 mm mm 02 56 04 35 18 52 19 19 22 10 04 35 00 08 04 35 * # 16 03 53 04 37 02 35 04 37 19 00 19 13 21 29 04 37 23 29 04 37 * ■sí- 26 03 41 04 42 02 21 04 42 19 05 19 07 20 47 04 42 22 SO 04 42

NOTAS: 1) O asterisco (*) indica o instante no dia anterior,

2) Horários em Tempo Legal no Rio de Janeiro,

3) Esta tabela serve de guia aproximado para outras localidades. 93

E quando devemos procurar os planetas 7 Evidentemente, para que sejam observados, eles devem fica r acima do horizonte do lugar onde estamos, Os horários em que um planeta surge (nascimento) e se escondo (ocaso) podem ser encontrados em anuários o almanaques astronômicos, Consultando as "Efemérides Astronômicas11, pu­ blicação do Observatório Nacional do Rio de Janeiro, ficamos sabendo quando esses astros estão acima do horizonte de nossa cidade, em diversas datas do ano,

A luz atrapalha

Mas o problema do localizar un planeta não fica resolvido por uma sim­ ples consulta á tabela das "Efemérides Astronômicos", Para quem está começando a pesquisar o céu, fizemos uma adaptação dos dados tabulados naquele anuário. Isso tomou-se necessário parque há situações em que parte do horário de permanência do astro acima do horizonte sofre a interferencia da luz solar. Tal circunstancia di ficu lta ou impede a visibilidade a olho nú, mesmo dos planetas brilhantes (*). Por esse motivo elaboramos o quadro que acompanha o presente artigo, levando-se em con ta o inicio da aurora e o fim do entardecer (crepúsculo vespertino), possibilitan­ do-se observar os planetas em questão com o céu suficientemente escuro. Tornamos a tarefa mais fácil para o principiante. Por exemplo, consultando-se a tabola fi­ camos sabendo que Mercúrio no dia 27 de outubro poderá ser visto do 18 horas e 26 minutos até as 19 horas e 18 minutos, Saturno, por sua vez, será encontrada com mais facilidade no mesmo dia do 2 horas e 37 minutos às 4 horas e 48 minutos.

"Dnde ? "

Onde devo olhar para ver um planeta ? Para respondermos a efísa indaga­ ção tomos uma conversa mais longa pela frente. Será o tema do nosso próximo pa p o ",

---- — PESQUISA — — --- -

S e r g io M . F e r r a z

"V A L O R IZ E 0 ASTRÔNOMO AVIADOR»

Praticamente am todos os ramos do oonhecimento humano existem pessoas que se dedicam ao estudo do tudo de interessante que nos cerca, simplesmente pelo prazer que esse estudo lhes proporciona. Também na Astronomia vamos encontrar o amador dedicado a quem agrada contemplar o céu e os fenômenos celestes que estão a seu alcance.

De posse muitos vezes do telescópios até insignificantes, so comparados aos enormes e possantes instrumentos profissionais dos grandes observatórios astro nômicos, ele perseruta os céus noite apos noite num trabalho paciente e metódico, como a procurar alguma ooisa ainda não vista pelos homens. Ha alguns até que dedi cam grande parte de sua vida a essa intensa e muitas vezes infrutífera tarefa. Ou­ tros , entretanto, são bem sucedidos e conseguem descobrir algum objeto ocleste no­ vo, dando-lhe seus próprios nomes que passam então a figurar na galeria das gran­ des descobridores. É exatamente nesse momento que ele, apenas um astrônomo amador,

(*) Em determinadas épocas do ano, Venus torna-ee tão brilhante que podo sor visto à olho nú em plena luz do dia. 9 4 . se iguala aos melhores profissionais. E é para ressaltar sua importância o a con­ tribuição que lega â ciência que nós lançamos a pesquisa "VALORIZE 0-ASTRÔNOMO AMA DOR". í dirigida a todos os sócios do CARJ e se destina a reunir o maior., número possível de descobertas feitas por amadores de Astronomia ao correr do tempo,

Esperamos com isso possuir uma quantidade suficiente de informações e ca dastrá-las para mais tarde divulgá-las sob a formn de um artigo que as englobe.

Acreditamos que oom isso ajudaremos a retirar o amador da situação de quase esquecimento em que se encontra e colocá-lo no seu devido lugar.

Cartas sobre essa pesquisa podem ser enviadas para o Assistente do Dire­ tor Técnico, Pedimos apenas cita r algumas informações complementares que julgamos oportuno tais como o dia e □ local onde se deu o descoberta, o nome do descobridor, a fonte de consulta utilizada e, se possível a transcrição do trecho onde fo i en­ co n tra d o o e v e n to ,

E vamos ver quem vai se destacar mais nessa pesquisa. Desde já nbrigadoj

— OBSERVAÇÃO PCB SATÉLITES DE JÚPITER — ■ Sergic M, Ferraz

Observar os fenômenos decorrentes dos movimentos dos satélites ao redor do planeta Júpiter constitui uma das maiores distrações ao alcance dos amadores de Astronomia, Mesmo munido de um pequeno telescópio c até mesmo de um bom binóculo, ele podo acompanhar alguns dos fencmenos e simplesmente m aravilhar-se,

Com o intuito de incentivar a observação astronômica entre os sócios, o CARJ a partir deste Boletim passa a divulgar una tabela que perm itirá obter os da dos necessários para essa observação.

Partindo da premissa que ao amador do Astronomia, principalmente ao in i­ ciante, dovem ser dadas informações sim plificadas, elaboramos urn quadro sob uma forma não muito usual mas quo permite visualizar rapidamente o que se deseja obter. Assim é que condicionamos a visibilidade dos fenômenos an período compreendido en tre o nascer e o ocaso do planeta mas levando em..consideração também o in ício a fim dos crepúsculos para o Rio do Janeiro, Isso reduz o núnero de dados au mínimo in­ dispensável, evitando maiores confusões.

Os fenômenos apareçam em colunas encimadas pelo títu lo "FENÔ.iENCS DOS SA TÉLXTES» e são expressos om Tempo Legal (TL) para esta cidade,

A leitura do quadro so faz em sentido horizontal procurando-ec In icia l - mente o dia em que se deseja observar na coluna ‘UIAB" e depois consultando as co­ lunas referentes aos fenômenos.

As posições dos satélites em relação ao planeta Júpiter são aproximadas e dizem respeito somente â hora fixada e que aparece também em Tempo Legal.

Mais explicações podem ser encontradas abaixo da própria tabela,

E vamos passai’ a observar Júpiter e seus satélites. 94 - A PO SIÇ SES E FENÔMENOS DOS 4 MAIORES S A T É L IT E S DE JÚ P IT E R

Visibilidade para o RJ. no(s) mês (es) de Set-Oirt/19 78

D F E N ô PCSIÇ0ES s a t e l . MENOS DOS SATÉLITES (EMTL) I TL = 04h00m A N9 S h l T r l ShE TrE EcD EcR OcD OcR S -)F -)(• * * * * * * * # * * W E • ©•• • 5/9 30214 i 04 50 — — — — mm _

6 31024 • ®0 • • - - - - — mm mm i 05 08 7 — o • — - 23104 3 - - - 04 49 05 02 • o • • • 8 20134 2 - - -- 04 33 — 10 013 o* • 2 - -- 03 23 — • • «o • 13 43102 1 - -—— 03 51 • • *0 • 14 42301 1 - - 03 28 04 27 — _ - 3 --- 05 22 — mm • o* • 17 40213 2 - 03 20 04 04 — — _ 21 32014 • «o* • 1 03 06 0 4 09 05 22 _ _ ••o • • -— • 22 21034 1 - - 03 34 24 02134 o*® • # 2 03 54 —— — _ _ 25 21034 • • o® • 3 - 03 44 02 44 _ _ _ _ • ®o •• - —_ ■ 26 32014 2 04 04 28 43201 • •• 0® 1 05 00 — _ __ • 0 • • 30 4023 1 - - -- 02 52 - - - _

1 / 1 0 40123 • o®* * - — — __ 1 03 00 2 42103 • • *o • 3 03 17 -—— — 6 2104 • «0 • 1 - - - 04 00 —_ _ 7 01234 o®® • • 1 - 02 33 03 37 04 48 __ _ 8 o ® • • - - — _ _ 0234 1 _ 01w JL J58 U 10 32014 ••0 * • 2 - -— _ 04 11 _ 12 30214 • 0*® • 2 - - — 03 36 _ 13 ♦ • o* - 2104 3 - - - —— 02 13 _ 4 - - 04 16 — —_ 14 40123 • 0*® • 1 03 15 04 28 — __ __

15 41023 • ®o • • - - -- ——_ 1 03 54 16 42103 • •• 0 • 1 - -- 01 13 _ _ • • 0** 19 43021 2 - 03 26 03 42 _ _ _ • •• «o 20 42130 3 -- - — 01 12 04 42 21 40213 • o*® • --— _ 2 — 01 24 •o® • • 22 10423 1 -- - — 03 15 __ 23 2034 • o •• 1 - 00 52 D l 52 03 08 26 30214 • 0*® • 2 03 30 — _ _ _ 28 20134 •o®® • 2 — —_ _ U O Dy • o ••• 29 10243 1 - — — 04 08 _ _ 30 2043 •o® • 1 01 30 02 46 03 46 _ _ 31 M O 240 3 - - - 03 50 - - — mm 1 02 12

N 0 Júpiter; 1 = Io 2 = E u ro p a i 3 “ Ganim edes; 4 “ Ca 1i sto . * Fenomenos visíveis em binoculos e pequenos instrumentos. □ * Fenomenos visíveis somente em instrumentos de arande Dorte.

Shl - Início da passagem da sombra do satelite sobre o di sco do planeta (TRANSITO) T T r l - Inicio da passagem do satel ite na frente do disco d s p la n e t a (TRANSITO) ShE - Fim da passagem da sombra do satelite sobre o disco do planeta (TRANSITO) A T rE - Fim da passagem do satel ite na frente do disco do d laneta (TRANSITO) EcD - Desaparecimento do satelite na sombra do c>laneta (ECLIPSE) Oc EcR - Reaparecimento do satel ite deDois de sair da sombra do p la n e t a ( E C L IP S E ) OcD - Desaparecimento do satélite atras do planeta (OCULTÁCÍO) OcR - Reaparec intento do sate it e deooi s de passar por tras do planeta (OCULTAÇXO). 9 5 .

— ------/jfiTRCMQMIA TAMBÉM É NOTÍCIA —------■— — ^ Sérgio M. Ferraz

Fusão nuclear - energia do século XXI ?

Noticias vinda3 de Princeton nos dão conta que fo i conseguiria a temperatu ra recorde de 6D milhões do graus centígrados na maquina conhecida por PLT (Prince­ ton Large Torus) que funciona oem um princípio oposto ao da fissão atômica ou expio são nuclear, atualmente utilizada nas usinas atômicas. Na fusão dois atamos se agia meram formando um novo elemento, enquanto na fissão os átomos se desintegram. Para que a fusão nuclear seja bem sucedida, ela deve chegar a temperaturas de 100 mi­ lhões de graus centígrados e se sustentar por una fração de tempo. Como 03 c i e n t i s ­ tas esperam conseguir isso ate o fin al do século XX, possivelmente orrtaremos no pró ximo com o nosso Sol de laboratório.

NOTÍCIAS BREVES

. Aumenta a fam ília solar, Confirmado com fotografias obtidas a 6 de julho de ... 1978, pelo astrônomo J.A , Qroham no grande telescópio de 400 cm de Cerro Tololo ... (Chile) o alongamento da imagem do planeta Plutão, já registrado anteriormente pelo astrônomo norte-americano J.W , Christy. 0 que estaria provocando esse alongamento seria um satélite com uma órbita circular de G dias e situado a una distância média de 20.000 km do planeta.

. Uma boa para quem vai ao Sul, De 21 a 24 de setembro realiza-ee a “Grande Feira Municipal de Ciências" no Centro de Exposições do Parque Barigüi - Curitiba — Para­ n á .

. Alô, Galáxia (Linha Ooupoda) é o novo livre do astrônomo Ronaldo Rogério de Frei­ tas Mourãe, Aborda de forma descontraída vérios tópicos astronômicos, indo do mis­ ticismo â biografia de alguns astrônomos famesos, seguindo também pelas trilh as da poesia, .Lançamento da Imago Editora Ltda.

. da eleita e empossada - pela Assembléia Geral Ordinária de 21/7/78 - para um pe­ ríodo de dois anos, a nova D iretoria do CARJ.

, P e la s in fo rm açõ e s que nos chegaram r e v e s t iu - s e de p len o ê x it o o H ENCCTÍTRO DE ASTRCTJQMIA DO NORDESTE, o que aliás jé era esperado. Parabéns aos colegas amadores do Nordeste que estão também lutando pela divulgação da ciência astronômica em nos so p a ís ,

0 ÍJgS DE SETEMBRO NA /STR0N0MIA

5 , 1581 - GALILEU é matriculado pelo pai na UniverBidade de Pisa, para cursar me­ d ic in a .

23 , 1846 GALLE descobre Notuno, confirmando os c á lc u lo s de LE VERUEER so b re a existência de um novo planeta,

9 , 1892 Descoberto por 8ARNARD o satélite V do Júpiter,

13 , 1953 Morre de trombose cerebral o célebre astrônomo EDWIN HUBBLE quando esta cionava seu oarro em uma rua de Lcs Angolas» 961

D Lif e DE OUTUBRO NA ASTRQ10MIA

25 , 1601 — Morre de enfarte o grande astrônomo e matemático dinarnarquâs TYCHO BRAHE.

6 , 1604 — KEPLER presencia o aparecimento de uma "nova".

10 , 1046 - LASSELL descobre Tritão, um dos satélites de Netuno.

4 , 1957 - Lançado o primeiro satélite a rtificia l; o SPUTNIK I»

4 , 1959 — Ê lançado ao QSpaço, em direção â Lua, o LjJMIK U X , estação automáti ca soviética,

18 # 1967 - A sonda soviética VÊNUS IV entra na atmosfera do planeta Vunus,

19 , 1967 - A nave MARINER 5 passa à distância de 102,976 km de Venus,'

T07BAUHQ5 i FBCEBJDCB

Até a data foram recebidos os seguintes; Coordenadas de um corpo oeleste (Diomar C, Lobão), Uma incursão ao cômputo eclesiástico (José M, Luis da Silva) , Observando a Lua (Diomar C, Lobão), Algumas considerações sobre a recerfte oposição do planeta Júpiter (Nelson Travràk), A atividade solar - a mínima de 1976, fo i bem estranha (Marcomede R. Nunes), No rumo de Marte (Luis Augusto L, da S ilv a ), Wlétodo de Olaf Roemer para determinação da velocidade da Luz (Diomar C, Lobão), Distância das estrelas pela paraloxs (Diomar C. Lobão), Vamos fotografar o céu (liarcomede R, N u n e s ), Cs aglomerados estelares abertos (Elson Arruda Camara),

r e u b a ç Se s IECEBIDAD

Acusamos o recebimento das seguintes publicações; Boletim Astronômico - jul/78 (CEA); R.Muscae (instituto Copernico); 0 Espaço - jul/ago/set/78 (Obs.Cru zeiro do Su l); C Rctículo - jul/ago/78 (Luis Augusto L. da S ilva ); Ouranos - Zodía ca (SBAA-UBA); Boletim Astronômico ago/78 (CEA),

HO/OS SÕCICB ADMXnpQB

José Bernardo Sequeira - Kenneth Henry L. Light - Paulo Renato Faria - João M esliori - Lucienc Sotrta de O liveira - Lucia Maria P. Araújo - André Thadeu S , Sehovv - Tito Alvares de /Araújo - Dagmar Braga Madureira — Mario Angclo Qazos Lo­ pes - Reginaldo Batista Cavinatto - Humberto Accloly Tenério - Ronaldo Marins de Carvalho - Paulo Cardozo de Menezes - Alfredo Imbroinize - Oziris de Souza Mello - Hélio Calandrino - Jayme Moraes A, Filho - Joelson Queiroz de Brito - Jefferson Ma­ cedo Jana - Rouse Fátima da C. Rodrigues - Carlos Amilcar Cropalato - Marco Antonio Storani - Sebastião Parisio - José Junio Lopes - Marcos Cesar D. Neves - sétgio Luis Rondelli - célio Espindala Bastos - Companhia Souza Cruz Indústria o Comércio.

* * # BOLETIM NS 4 / 1 9 7 8 - CORREÇÕES

PASIN A PM HA ObDE S E L Ê L E IA - S E 69 21 LLIA NO/A - LUA CHEIA