Gramophone Choice: críticos apontam os melhores CDs do mês Neeme Järvi 75 anos: apressando o passo • Rafael Kubelík

CONCERTOGuia mensal de música clássica Janeiro / Fevereiro 2013

PRÊMIO CONCERTO 2012 Conheça os vencedores ENTREVISTA Graham Dixon VIDAS MUSICAIS Camargo Guarnieri atrás da pauta Décio Pignatari minha música Maria Bonomi MÚSICA VIVA Velásquez e Milhaud RETROSPECTIVA 2012 Os melhores momentos da música clássica no Brasil com depoimentos exclusivos de críticos, músicos e promotores r$ 13,90 ISSN 1413-2052 - ANO XVIII Nº 191 1413-2052 ISSN

Prezado Leitor, Esta é a edição especial bimestral da Revista CONCERTO, o guia da música clássica no Brasil. Nela apresentamos a tradicional Retrospectiva 2012, com os depoimentos de mais de 40 especialistas – entre críticos, artistas e promotores –, que falam de suas experiências e refletem sobre a situação da música clássica em nosso país. Lendo as declarações desses profissionais, damo-nos conta da grande temporada que passamos e, ao mesmo tempo, dos grandes desafios que ainda temos de enfrentar. Se por um lado tivemos a visita de orquestras espetaculares ou a temporada consolidada da Osesp – fotos (da esq. para dir.): Arnaldo cohen, um paradigma enquanto empreendimento cultural público –, por outro ainda temos Sol Gabetta, zubin mehta, o crepúsculo dos deuses, marin alsop, vladimir instituições antiquadas e carentes. No geral, contudo, identificam-se avanços com uma ashkenzy, lang lang, abel rocha, crescente oferta de música clássica em diversas regiões do país. isaac karabtchevsky, hillary hahn, renée fleming, marc-andré hamelin, Como novidade, apresentamos neste ano a primeira edição do Prêmio CONCERTO fabio mechetti, lulu – Destaques da temporada. Reunimos nossos colaboradores mais próximos, todos (fotos creditadas nas páginas internas) jornalistas especializados e/ou críticos musicais, e elegemos os principais destaques da temporada que passou. Tendo como critério a excelência e o mérito artísticos, foram selecionados três destaques e um vencedor em seis categorias distintas, em COLABORARAM NESTA EDIÇÃO um balizamento crítico de dezenas de iniciativas de qualidade. O Grande Prêmio Camila Frésca, jornalista e pesquisadora CONCERTO 2012 foi para a Temporada lírica do Teatro Municipal de São Paulo. Elisa Freixo, organista Conheça todos os finalistas e vencedores em reportagem que se inicia na página 42. Guilherme Leite Cunha, professor e artista plástico Excepcionalmente, a entrevista que publicamos neste número não é com um artista clássico. Aproveitamos a visita em nosso país de Graham Dixon, editor chefe Irineu Franco Perpetuo, jornalista e crítico musical da rádio BBC 3 do Reino Unido, para questioná-lo sobre a missão e o trabalho de sua emissora. Apesar de vivermos uma realidade muito diferente, o que Graham nos conta João Marcos Coelho, jornalista e crítico musical é interessante e esclarecedor, e com certeza contribui para a ampliação de nossos Júlio Medaglia, maestro horizontes e para o enriquecimento de nossos ideais. Leonardo Martinelli, jornalista Como todos os meses, publicamos a seção Gramophone com os principais textos e compositor da prestigiosa revista inglesa: uma reportagem sobre os 75 anos do maestro estoniano Neeme Järvi (página 28); um artigo sobre o mítico maestro tcheco Rafael Kubelík (página 32); e os principais lançamentos fonográficos no mercado internacional (página 66). ACONTECEU EM janeiro/fevereiro Nesta edição também estão presentes Camargo Guarnieri (Vidas Musicais, página Nascimentos 24), Décio Pignatari (na coluna de Júlio Medaglia, página 12), Glauco Velásquez por Frédéric Chopin, compositor e pianista Darius Milhaud (Música Viva, página 20), uma reflexão sobre as leis de incentivo 22 de fevereiro (ou 1º de março) de 1810 (Opinião por Elisa Freixo, página 22), as memórias musicais da artista plástica Maria Guiomar Novaes, pianista Bonomi (Minha Música, página 80) e minha reportagem sobre a versão adaptada de 28 de fevereiro de 1894 O anel do Nibelungo no Teatro Colón, de Buenos Aires (página 14). Acompanhe ainda os Witold Lutoslawski, compositor Festivais de Verão pelo Brasil (página 34), roteiros musicais em São Paulo, Rio de Janeiro 25 de janeiro 1913 e Outras Cidades (página 38) e os lançamentos de CDs, DVDs e livros (página 68). Falecimentos E não deixe de consultar a Vitrine Musical, o classificado especial da Revista Alexandre Levy, compositor CONCERTO (página 72), com muitas informações sobre o mercado musical brasileiro. 17 de janeiro de 1892 Desejamos a todos um ótimo 2013. Voltaremos um março, com toda cobertura da Ernesto Nazareth, compositor e pianista 4 de fevereiro de 1934 nova temporada de concertos. Até lá! Witold Lutoslawski, compositor 7 de fevereiro 1994

Estreias La cenerentola, de Rossini 25 de janeiro de 1817 em Roma Don Pasquale, de Donizetti 3 de janeiro de 1843 em Paris O trovador, de Verdi Nelson Rubens Kunze 19 de janeiro de 1853 em Roma diretor-editor

2 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO ConcertoRevista @RevistaConcerto

16 24 CONCERTO Janeiro / Fevereiro de 2013 nº 191

2 Carta ao Leitor 4 Cartas 14 6 Contraponto Notícias do mundo musical 10 Temporadas 2013 Conheça as novas temporadas de concertos 12 Atrás da Pauta Coluna mensal do maestro Júlio Medaglia 73 14 Internacional Nelson Rubens Kunze assistiu ao Colón Ring em Buenos Aires 16 Em Conversa Entrevista com o inglês Graham Dixon, editor chefe da BBC 3 42 20 Música Viva João Marcos Coelho escreve sobre Milhaud e Velásquez 22 Opinião Organista Elisa Freixo reflete sobre as leis de incentivo 24 Vidas Musicais 20 O compositor paulista Camargo Guarnieri 34 Roteiro Musical Festivais de Verão 12 38 Roteiro Musical São Paulo 40 Roteiro Musical Rio de Janeiro 41 Roteiro Musical Outras Cidades 42 Prêmio CONCERTO 2012 Especialistas e críticos musicais apontam os destaques da temporada 48 Retrospectiva 2012 28 Depoimentos exclusivos de críticos, músicos e promotores 68 Lançamentos de CDs e DVDs Consulte os novos lançamentos e os títulos à venda

Uma seleção exclusiva do melhor 72 Livros da revista Gramophone 73 Vitrine Musical O classificado especial da Revista CONCERTO 28 Reportagem Neeme Järvi 75 anos 78 Outros Eventos 32 Ícone 79 Scherzo O regente tcheco Rafael Kubelík O espaço de humor da Revista CONCERTO 66 Gramophone Choice 80 Minha Música Os melhores lançamentos do mês A música que inspira a artista plástica Maria Bonomi

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2013 3 Roda Viva Osba e Carlos Prazeres Guia mensal de música clássica Em relação ao programa Roda Viva com João Em viagem a Salvador, seguindo indicação da www.concerto.com.br Carlos Martins [exibido na TV Cultura em 26 Revista CONCERTO, fui ao Teatro Castro Alves janeiro / fevereiro 2013 de novembro passado], quero compartilhar assistir à Orquestra Sinfônica da Bahia regida Ano XVIII – Número 191 angústias que me vieram com a participação de pelo maestro Carlos Prazeres. A apresentação Periodicidade mensal Yara Caznok e de João Marcos Coelho, figuras da soprano Rosana Lamosa foi esplêndida, de ISSN 1413-2052 que admiro, mas que abordaram questões um lirismo impecável. Mas quero ressaltar que Redação e Publicidade interessantes de maneira deslocada. O discurso essa jovem orquestra, regida pelo seu maestro, Rua João Álvares Soares, 1.404 hegemônico sobre a música na educação executando a Sinfonia nº 5 de Beethoven, 04609-003 São Paulo, SP Tel. (11) 3539-0045 – Fax (11) 3539-0046 parece trair alguma coisa estranha, expressa ultrapassou, em minha opinião, os patamares e-mail: [email protected] na crítica aos modelos “autoritários” de ensino da perfeição. A Bahia não é feita somente Realização musical, que parecem ser rotulados como tal de bom turismo, mas de excelente trabalho diretor-editor simplesmente por ensinar música europeia ou musical, que deve ser admirado. Parabéns a Nelson Rubens Kunze (MTb-32719) notação musical. Qual é o sinal da natureza toda a orquestra! editoras executivas que dita ser mais eficiente ensinar violão Roberto Antonio Aniche, São Paulo, SP Cornelia Rosenthal do que violino no Brasil? Outro ponto que Mirian Maruyama Croce considerei preocupante está implícito na fala de textos Rafael Zanatto João Marcos Coelho, ao comparar a “intenção Clássica versus erudita revisão Gabriela Ghetti e Thais Rimkus messiânica” de toda a orquestra com o trabalho apoio editorial Leonardo Martinelli Na página Opinião da Revista CONCERTO de site e projetos especiais Marcos Fecchio de dizimação cultural feito pelos jesuítas. Não outubro e novembro (nºs 188 e 189) vimos temos hoje, na sociedade brasileira, nada apoio de produção dois pontos de vista sobre os termos música Luciana Alfredo Oliveira Barros, parecido com as culturas indígenas encontradas clássica e música erudita, por Henrique Priscila Martins, Vanessa Solis da Silva, pelos invasores portugueses. Nas roupas, na Autran Dourado e Flavio Silva. Provavelmente Vânia Ferreira Monteiro língua, na ideia de conhecimento, no modelo de não se vai chegar a um consenso. Mas o projeto gráfico BVDA Brasil Verde sociedade, somos ocidentais. E a própria ideia que estranhei é o entendimento de música editoração e produção gráfica Lume Artes Gráficas / Gilberto Duobles de resgatar culturalmente linguagens culturais que exprimiu o sr. Flavio Silva, que se diz Datas e programações de concertos são em processo de extinção compreende um ideal pesquisador na matéria. Quer me parecer que iluminista, democrático, que tem raízes na fornecidas pelas próprias entidades promotoras, gostar ou não do gênero pelo “tamanho” é não nos cabendo responsabilidade por cultura ocidental, que Yara Caznok e João Marcos não ter noção do que seja realmente uma alterações e/ou incorreções de informações. Coelho atacam, batendo justamente na prima obra musical. O que se deveria fazer é ensinar Inserções de eventos são gratuitas e devem mais pobre da estrutura político-social brasileira: nas escolas a matéria apreciação musical. A ser enviadas à redação até o dia 10 do mês a música chamada “erudita”, da notação anterior ao da edição, por fax (11) 3539-0046 propósito, leia-se também na seção Minha ou e-mail: [email protected]. musical, dos instrumentos de orquestra e de um música (edição 189, página 80) o depoimento repertório que equivale a Homero, Shakespeare, Artigos assinados são de respon­sa­bi­li­dade de do sr. Vladimir Safatle, filósofo, especialmente seus autores e não refletem, neces­sariamente, Dante, Cervantes, Camões, Goethe, Castro Alves, os dois últimos parágrafos. Faulkner, Eco, Machado de Assis, Saramago ou a opinião da redação. Guimarães Rosa. A quem estão atacando esses Adolfo Alves da Silva Filho, por e-mail, Todos os direitos reservados. dois referenciais da crítica e do ensino no Brasil? Vitória, ES Proibida a reprodução por qualquer meio sem a prévia autorização. A que processo de aculturação autoritária a música erudita serve, na visão deles? Que cultura Orquestra Jovem do Estado em risco eles tentam salvar, acusando o trabalho da Bachiana Filarmônica (que é bastante Tive a oportunidade de levar 48 pessoas ao Todos os textos e fotos publicados na seção discutível em tantos aspectos) de salvacionismo? Teatro de Paulínia para assistir à apresentação “Gramophone” são de propriedade da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo, e copyright de Haymarket. João Carlos Martins pode ser atacado pela www.gramophone.co.uk mentira de empregar jovens carentes enquanto sob regência do maestro Cláudio Cruz, com aguardam “o iluminado tocado pelo dom de jovens prodígios do Japão, interpretando Deus”, por confundir convenientemente bolsa os dois concertos para piano de Liszt. com salário CLT escondendo a precariedade de Voltamos extasiados e maravilhados com Operação em bancas tanta perfeição técnica e sonora por parte seu projeto e os efeitos nefastos desse tipo de assessoria gestão musical de cachê. Mas o discurso dele dos pianistas e orquestra. A segunda parte Edicase – www.edicase.com.br do programa, com Debussy e Guerra-Peixe, é moldado para a televisão, para a defesa na distribuição exclusiva em bancas grande mídia, não importando o quanto ele foi de um tremendo bom gosto. Brilhante FC Comercial e Distribuidora S.A. apoteose com as peças extra do programa precise mascarar o real lugar social e cultural de manuseio que fala. O fato cruel de não haver continuidade O trenzinho do caipira e Aquarela do Brasil, FG Press – www.fgpress.com.br de política cultural no Brasil permite o trabalho que deixaram qualquer um presente no teatro de João Carlos Martins sobreviver por confirmar, mais brasileiro que nunca! atendimento ao assinante Tel. (11) 3539-0048 aceitar e ocupar o único lugar que parece restar Evandro Gardezani dos Santos, Cordeirópolis, SP para a música como cultura: a demagogia. Luciano Cesar Morais, por e-mail e-mail: [email protected] CONCERTO é uma publicação de Cartas para esta seção devem ser remetidas por Clássicos Editorial Ltda. Site e Revista CONCERTO e-mail: [email protected], fax (11) 3539-0046 ou correio (Rua João Álvares Soares, 1.404 – CEP Atualize as informações da Revista CONCERTO em 04609-003, São Paulo, SP), com nome e telefone. www.concerto.com.br Escreva para nós e dê sua opinião! Assinantes têm acesso integral*. Confira! A cada mês, uma correspondência será premiada com um CD de música clássica. * Se você comprou esta revista na banca, digite (Em razão do espaço disponível, reservamo-nos “janfev” no campo e-mail e “4793” como senha. o direito de editar as cartas.)

CTP, impressão e acabamento IBEP Gráfica. 4 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO

Martins lança livro na França Mariuccia Iacovino 100 anos No dia 28 de janeiro o pianista José Eduardo Martins se apre- sentará em Paris por ocasião do lançamento do quarto volume Em dezembro passado, vários eventos foram programados no Rio da série Témoignages (Depoimentos), editado pela Université de Janeiro para celebrar o centenário de nascimento da violinista Paris-Sorbonne (Observatoire Musical Français). Na publicação, carioca Mariuccia Iacovino (1912-2008), considerada a grande Martins responde a mais de cinquenta perguntas formuladas dama do violino brasileiro. Formada com medalha de ouro na classe pelo doutor em musicologia José Francisco Bannwart e pelo de Paulina d’Ambrosio do então Instituto Nacional de Música (atual compositor francês François Servenière. O volume aborda Escola de Música da UFRJ), a jovem foi descoberta pelo pianista a sua formação na França, sua interpretação em CDs de Cláudio Arrau aos 13 anos, quando ganhou uma bolsa de estudos obras dos franceses Rameau, Fauré e Debussy, o cravo para a Europa. barroco ao piano, repertório pouco frequentado, impas- Uma das mais notáveis entusiastas da música de câmara no Brasil, ses da criação contemporânea, estética, a cultura ampla a musicista realizou inúmeras turnês na Europa e no Oriente em e imperativa para o músico, o acaso, a música na duo com seu marido, o grande pianista Arnaldo Estrella e, posterior- universidade, seus problemas e desafios, entre outros mente, com o Quarteto Guanabara, do qual foi membro fundador. temas. No recital, José Eduardo Martins interpretará Atenta à música de sua época, Mariuccia Iacovino estreou muitas obras de Francisco de Lacerda, François Servenière e obras de diversos compositores brasileiros, como Villa-Lobos, . O volume precedente da coleção foi Camargo Guarnieri, Francisco Mignone, Almeida Prado e Radamés dedicado a Serge Nigg (1924-2008), o primeiro com- Gnattali, que por sua vez dedicaram-lhe importantes composições. positor que escreveu peças dodecafônicas na França.

Sopros dominam premiação CD de Meneses do Pré-Estreia da TV Cultura concorre ao Grammy Awards Os instrumentistas de sopros foram o grande destaque da final da segunda temporada A gravação realizada pelo violoncelista do Pré-Estreia, concurso de música clássica promovido pelo TV Cultura de São Paulo. No brasileiro Antonio Meneses com a início do mês passado foi realizado, na Sala São Paulo, o concerto da finalíssima, que foi Northern Sinfonia sob regência de levada ao ar ainda em dezembro. Cláudio Cruz foi indicada ao Grammy Contando com direção musical geral do maestro João Maurício Galindo, que tam- Awards na categoria Melhor CD bém regeu os candidatos quando acompanhados pela Orquestra Sinfônica do Conserva- Solo instrumental clássico. Meneses tório de Tatuí, participaram como jurados da final os instrumentistas Fernando Dissenha concorre com a interpretação do e Maurício Freire e os maestros André Cardoro, Fabio Mechetti e Cláudio Cruz. Concerto para violoncelo de Hans Na categoria solistas a contenda ficou entre o jovem pianista Arthur Marden e Oto- Gál (primeira gravação mundial) e niel dos Santos com seu eufônio, instrumento de sopros da família da tuba. Foi interpre- do Concerto para violoncelo op. 85 tando a Fantasia fandango para eufônio e orquestra, de Fernando Deddos que o músico de Edward Elgar. O CD é um registro garantiu o primeiro lugar em sua categoria. Instrumentista de grande talento, Otoniel dos do selo britânico Avie Records e foi Santos já participou de diversos festivais e concursos, e atualmente estuda na Escola de lançado no Brasil pelo Selo CLÁSSICOS. Música e Belas Artes do Paraná. Os outros candidatos na categoria Já na categoria música de câmara, o duelo foi entre conjuntos de clarinetes (Quar- são: András Schiff com O cravo bem teto Nó de Madeira) e de saxofones (Quarteto Saxofonando), ambos formados por ins- temperado, de Bach (ECM New trumentos de palheta simples. Os dois grupos investiram suas fichas em interpretações Series), A obra completa para cravo de Rameau por Jory Vinikour (Sono de peças que mesclam a linguagem da música popular Luminus), Os planetas, de Holst por Otoniel dos Santos com a da clássica. Acabaram se consagrando os cla- Hansjörg Albrecht (Oehms Classics) História do rinetistas, interpretando um arranjo para e a violista Kim Kashkashian com o tango, de Astor Piazzolla. Grupo formado na Emesp- CD Kurtág & Ligeti: Music for Viola -Tom Jobim, o Quarteto Nó de Madeira é integrado (ECM New Series). O vencedor será pelos jovens Gustavo Nunes, Filipe dos Santos, Felipe anunciado em fevereiro. Reis e Jonatas Fernandes. (Conheça o CD Gal & Elgar de Antonio O concurso premiou com R$ 35 mil os primeiros Meneses em www.lojaclassicos.com.br) colocados de cada categoria, e com R$ 15 mil os que ficaram em segundo lugar. Além do prêmio em dinhei- ro, a Fundação Padre Anchieta (que administra a TV Cultura) oferece aos vencedores uma viagem de 15 dias a Nova York, onde realizarão um recital na prestigiada Juilliard School. O Pré-Estreia 2012 contou com o patrocínio da CPFL Energia e com o apoio da Lei de Inventivo à Cul- tura, do Consulado-Geral dos EUA, do Conservatório de Tatuí, da Fiesp/Sesi, do Teatro Fecap e da Brasilux. divulgação

6 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO Notícias do mundo musical Uzbeque Tamila Salimdjanova vence Concurso Internacional BNDES de Piano

A mais importante premiação de pianistas promovida no Brasil anuncia os vencedores de sua terceira edição

om apenas 21 anos de idade, a pia- para o segundo e R$ 35 mil para o Tamila Salimdjanova C nista uzbeque Tamila Salimdjanova terceiro. Berestnev, o segundo lugar, cativou o júri do concurso com sua in- ganhou ainda mais R$ 15 mil por ter terpretação do Concerto nº 1 de Liszt, sido considerado o Melhor Intérprete acompanhada pela Orquestra Sinfônica de Música Brasileira com a execução Brasileira, sob direção da maestrina Lí- das Cartas Celestes, de Almeida Pra- gia Amadio. Tamila é aluna de Irina Plo- do, compositor e pianista homenagea- tnikova no Conservatório de Moscou e do nesta edição do Concurso BNDES já conquistou diversas premiações in- de Piano. ternacionais, como Pro-Piano Romania O júri foi presidido pelo pianista (2003) e o International Piano Compe- francês Jean-Philippe Collard e contou tition na Itália (2002 e 2005). com Antonio Pompa-Baldi, Francesco O segundo colocado foi o russo Mi- Libetta, Frank Lévy, Gabriel Tacchino, khail Berestnev, de 24 anos, que tocou Lígia Amadio, Mikhail Voskresensky, o Concerto nº 3 de Prokofiev. O tercei- Piotr Paleczny e Sergio Tiempo. ro lugar ficou com Nino Bakradze, de A terceira edição do Concurso In- 28 anos, natural da Georgia, que por ternacional BNDES de Piano do Rio de sua vez concorreu com o Concerto nº Janeiro ocorreu entre novembro e de- 4 de Beethoven. zembro do ano passado e na etapa final A premiação final foi de R$ 80 teve a participação de 16 competidores

mil para o primeiro lugar, R$ 55 mil divulgação vindos de onze países. Notícias do mundo musical

Pianista e musicólogo Charles confira abaixo as transmissões do Metropolitan Opera House Rosen morre aos 85 anos de Nova York Transmissão ao vivo e em HD pela Morreu em 9 de dezembro passado o pianista e musicólogo norte- Rede UCI – Ingressos: R$ 60. -americano Charles Rosen. Um dos grandes músicos de sua geração, até a década de 1970 Rosen realizou notável carreira como recitalista e concertista. Informações e endereços: www.ucicinemas.com.br/met-opera Em 1971, lançou o livro The classic style, pioneiro trabalho musicológico no qual estuda e explica com notável perspicácia e clareza as raízes 05/01 15h00 Os Troianos, de Berlioz da escritura musical de Haydn, Mozart e Beethoven, compositores que The Metropolitan Opera de Nova York. Fabio Luisi constituem o eixo do chamado Classicismo vienense. O livro teve enorme – regente, Deborah Voigt – soprano, Susan Graham repercussão no meio musical, ao mesmo tempo em que a linguagem – mezzo soprano, Marcello Giordani – tenor, Dwayne clara e acessível de Rosen se abria para o leitor não especializado. Depois Croft – barítono e Kwangchul Youn – baixo. dessa publicação, Rosen iniciou notável carreira acadêmica, escrevendo 19/01 15h55 Maria Stuarda, de Donizetti muitos outros títulos que se tornaram igualmente importantes na The Metropolitan Opera de Nova York. Fabio Luisi musicologia contemporânea e na maneira de compreender a música – regente, Joyce DiDonato e Elza van den Heever – da atualidade, tais como Schoenberg, The Musical Languages of Elliott mezzo sopranos, Francesco Meli – tenor, Joshua Carter, Sonata Forms, Beethoven’s Piano Sonatas e A geração romântica Hopkins – barítono e Matthew Rose – baixo. (inexplicavelmente, o único livro de música de Rosen traduzido no país), que acompanha um CD no qual o próprio autor toca os exemplos musicais. 16/02 15h55 Rigoletto, de Verdi The Metropolitan Opera de Nova York. Polímata, Rosen foi PhD em literatura francesa pela Universidade de Michele Mariotti – regente, Diana Damrau – soprano, Princeton e publicou obras em outras áreas, como Romanticism and Oksana Volkova – mezzo soprano, Piotr Beczala – Realism: the Mythology of Nineteenth-Century Art e Poetas românticos, tenor, Željko Lučić – barítono, Štefan Kocán – baixo. críticos e outros loucos, este também disponível em português. Além de ter realizado várias gravações de compositores modernos e do Classicismo, Rosen foi, ao longo de sua vida, professor em renomadas universidades, Transmissão nas cidades de Curitiba, PR Ribeirão Preto, SP como o MIT, Harvard University, Stony Brook University, University of Fortaleza, CE Rio de Janeiro, RJ Chicago, University of Oxford e a Royal Northern College of Music. Juiz de Fora, MG Salvador, BA [Leia também texto de João Marcos Coelho sobre Charles Rosen em Recife, PE São Paulo, SP www.concerto.com.br/textos.] Teatro Colón anuncia temporada 2013 e Ira Levin como regente convidado principal A mais prestigiada casa de ópera da América Latina, o Teatro além de cantar irá assinar a direção de cena e a cenografia Colón de Buenos Aires, anuncia as atrações de sua temporada desta montagem. para o ano que vem. Com ênfase na produção lírica, a Salta aos olhos a ênfase na música contemporânea temporada do teatro tem também séries específicas de balés, promovida pelo Teatro Colón, que além de encomendar e concertos sinfônicos, duas para música contemporânea e uma estrear ao compositor argentino Mario Perusso a ópera Bebe para intérpretes argentinos. Dom o la ciudad, irá promover uma encenação de Prometeo, A grande novidade na temporada lírica do Colón é a tragedia dell’ascolto, do compositor italiano Luigi Nono, com indicação do maestro Ira Levin como regente convidado a London Sinfonietta sob a regência de Baldur Brönnimann principal da Orquesta Estable del Teatro Colón, na prática o dentro da série Colón Contemporáneo. cargo musical mais alto do teatro, que conta com a direção geral e artística de Pedro Pablo García Caffi. Ira Levin Nascido nos Estados Unidos, Ira Levin foi diretor artístico do Teatro Municipal de São Paulo e do Teatro Nacional Claudio Santoro, em Brasília, com grande aceitação de público e de crítica. Levin, que atualmente está radicado em Berlim, irá reger em Aleko e Francesca da Rimini (em um mesmo espetáculo), de Rachmaninov, A mulher sem sombra, de Strauss, e Um baile de máscaras, de Verdi. As óperas no Colón se iniciam em abril com uma nova produção de Carmen, de Bizet, que contará com a presença dos brasileiros Thiago Arancam (Don José) e Rodrigo Esteves (Escamillo) no elenco vocal. Outro destaque é a produção de g ação Otello, de Verdi, estrelada pelo tenor argentino José Cura, que divul

8 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO

Sinfônica Heliópolis programa grande temporada em 2013

Sob regência de Isaac Karabtchevsky, orquestra se apresentará com ótimos solistas e fará homenagens a Verdi, Wagner, Ravel, Tchaikovsky e Haydn

temporada da Sinfônica Heliópolis, or- violoncelista brasileiro Antonio Meneses. O A questra do Instituto Baccarelli que tem o pianista israelense Tomer Lev e o jovem bra- maestro Isaac Karabtchevsky como diretor ar- sileiro Pablo Rossi também são destaques da tístico e regente titular, anuncia sua temporada temporada da Heliópolis. Na ocasião, Rossi es- 2013, que totalizará treze apresentações, sen- treará a Fantasia para orquestra, coro e piano, do que três delas integrarão a temporada oficial de André Mehmari, nas apresentações que a da Osesp. Todas as apresentações ocorrerão na orquestra fará na temporada da Osesp, entre Sala São Paulo. 10 e 12 de outubro. Este ano a jornada musical se inicia em 16 Neste ano em que se celebram os bicen- de março, quando a orquestra, sob direção do tenários de nascimento de e titular Karabtchevsky, recebe a pianista rus- Giuseppe Verdi, a Sinfônica Heliópolis progra- sa Berenika Glixman para tocar o Concerto mou dois concertos distintos para homenagear nº 3 de Beethoven e interpreta a Sinfonia nº 1, estes mestres da ópera romântica, e fará ainda Titã, de Mahler. concertos temáticos exclusivos com obras de Também neste ano o grupo contará com , Piotr Tchaikovsky e Joseph a presença do violinista lituano Julian Rachlin, Haydn. O concerto deste último encerrará a

ação / bruno vei g a g ação que também responde como principal regen- temporada, em 19 de dezembro, com a inter-

divul te convidado, além de acompanhar o grande pretação de seu exigente oratório A criação.

OSB anuncia cinco séries de concertos de suas duas orquestras

Orquestra Sinfônica Brasileira e OSB Ópera & Repertório terão cinco séries de assinaturas no Teatro Municipal do Rio de Janeiro; OSB segue com série na Sala São Paulo

Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira Atualmente, a Orquestra Sinfônica Brasi- Roberto Minczuk A (Fundação OSB) terá cinco séries de assi- leira é composta por 71 músicos e a OSB O&R, naturas no Teatro Municipal do Rio de Janeiro que não trabalha com Roberto Minczuk, por neste ano: três da Orquestra Sinfônica Brasilei- 36. A programação da OSB está sendo ela- ra (Ametista, Turmalina e Topázio) e duas da borada pelo diretor artístico Pablo Castellar, OSB Ópera & Repertório (Ônix e Ágata). A Or- junto com o maestro Roberto Minczuk e com questra Sinfônica Brasileira também continua a comissão artística. Na OSB O&R, Pablo com a série Safira, na Sala São Paulo, totalizan- Castellar continua à frente da elaboração da do 24 concertos na nova temporada. temporada de câmara e de óperas. A partir A orquestra paralela OSB Ópera & Reper- deste ano, Castellar passará a contar com o tório (OSB O&R) foi formada em 2011 como apoio do diretor cênico André Heller-Lopes, solução da crise que se instalara na fundação novo coordenador de elenco das óperas da por conta de um projeto de renovação proposto OSB Ópera & Repertório. pela direção artística. Naquela ocasião, o maes­ As vendas de assinaturas começam no dia tro Roberto Minczuk, que promovia o novo 5 de fevereiro. Outras duas apresentações es- projeto, acabou destituído da direção artística peciais da Orquestra Sinfônica Brasileira já es- da Fundação OSB – Minczuk segue regente tão confirmadas: na abertura oficial da Cidade

titular da OSB. das Artes e no Rock in Rio 2013. g old rub carlos

10 Dezembro 2012 CONCERTO

Por Júlio Medaglia

[email protected]

“A poesia está mais próxima da música que da literatura” Décio Pignatari (1927-2012)

ogo após o período renascentista, tornou-se comum, na cultura ocidental, os artistas se especializarem em formas L de criação. Músico só fazia música, pintor só pintava, es- critor só escrevia e assim por diante – e isso até os dias atuais. Os criadores de beleza desenvolveram, a partir de então, grandes tecnologias de expressão, o que lhes tomava quase todo o tempo disponível para o domínio artesanal, assim como para o exercí- cio intelectual motivador de suas criações. Mais que isso. Para desenvolver ideias conjuntamente ou atuar em grupos, eles pas- saram a se relacionar mais especificamente com as comunidades de suas especializações artísticas. No último mês de dezembro, a inteligência brasileira per- deu um de seus mais brilhantes representantes, um intelectual e criador que era o contrário disso. Ele criava, discorria, provo- cava e influenciava nas mais diversas áreas da cultura contem- porânea. Da poesia à música, da literatura ao desenho industrial, das artes plásticas à semiótica, da pesquisa reclusa e reveladora à crítica nas mais diversas áreas, do cinema à teoria da comunica- ção, da literatura própria à tradução recriadora, da interpretação histórica à publicidade, da política ao futebol, sua atuação era sempre não apenas surpreendente e instigante, mas transforma- dora: Décio Pignatari. Esse amigo de Pierre Boulez, que com ele distribuía pan-

fletos pelas ruas de Paris na época da fundação dos concertos do divulgação Domaine Musical, fez da poesia o epicentro de sua atividade intelectual. Em parceria com os irmãos Augusto e Haroldo de Nele, depois de manipular à exaustão os fonemas dessas três Campos, promoveu a mais revolucionária contribuição no setor, palavras, a obra terminava com um espetacular arroto. liberando a poesia do verso e incorporando a ela outros elemen- Nesse relacionamento de Décio comigo, com grande parte tos visuais e fonéticos. A expressão “poesia concreta”, criada dos músicos criadores de minha geração e também com os tropi- por eles, foi aceita e usada internacionalmente. Assim como o calistas, quem mais saiu lucrando fomos nós. Com ele e com os dodecafonismo e o serialismo no pós-guerra libertaram o som de irmãos Campos, aprendemos a ter uma visão bem mais ampla, diversos conteúdos e formas acumulados ao longo da história, flexível e ousada da realidade cultural – já que eram experts em filtrando-o e liberando-o para novas possibilidades de linguagens todas as áreas – e entender o raciocínio criativo musical dentro contemporâneas, a poesia concreta libertou as palavras, as síla- de um contexto mais rico de informações e provocações. bas, as letras e os fonemas dos esquemas lineares da narração Décio praticamente introduziu no Brasil as modernas teo- tradicional. Daí surgiu a ideia de poemas apresentados não em rias de comunicação. Traduziu o livro O meio é a mensagem, livros, mas em cartazes. de Marshall McLuhan, embrenhou-se no estudo dos signos, No final dos anos 1950, início dos 1960, quando surgiu a tornando-se presidente da sociedade internacional de semiótica experiência concretista, tive a feliz oportunidade de conviver em Viena, e seu livro Informação, linguagem e comunicação, semanalmente com Décio e os irmãos Campos, levando ao cha- que resume dezenas de estudos seus sobre a matéria, foi por mado grupo Noigandres, criado por eles, informações da área muitos anos best-seller da editora Perspectiva e permanece ain- musical, sobretudo de processos de manipulação de fonemas da atual. estruturados em forma de partituras. Resultou no que chamáva- Desconheço outro personagem com a capacidade que mos de “oralização” daqueles poemas. Dessa maneira, a poesia Décio tinha de transformar e influenciar pessoas a partir de um concreta trabalhava com o significado das palavras, com suas simples contato, uma palestra ou uma aula. Ouvi-lo era acender características visuais e também fonéticas. Isso foi chamado de um fogaréu na mente, de imediato. Ter contato com sua obra e experiência “verbivocovisual”. Mais tarde, Gilberto Mendes sua trajetória é tornar a vida mais rica de informações e sensa- trabalhou na “musicalização” de alguns desses poemas, sendo ções. Décio Pignatari foi, sem dúvidas, um personagem único de que o mais famoso foi Beba Coca-Cola, de autoria de Décio. nossa cultura do século XX.

12 Janeiro / Fevereiro 2013

Colón estreia Anel compacto

Capital argentina produziu Colón Ring, adaptação de O anel do Nibelungo, de Richard Wagner

Por Nelson Rubens Kunze, de Buenos Aires

afamado Teatro Colón, de Buenos Aires abriu as come- Seja como for, apresentou-se um espetáculo único e memo- morações do bicentenário de nascimento de Richard rável, quase um happening lírico. Em Colón Ring, cada uma das O Wagner ao promover a estreia mundial do que chama- óperas praticamente vira um ato, e os atos originais viram cenas. ram de Colón Ring, versão adaptada, para ser apresentada em Dado o caráter narrativo e episódico do Anel, o “arranjo” de uma só função, da gigantesca tetralogia O anel do Nibelungo. Cord Garben soa fluente e é consistente. Sem comprometimen- A redução das mais de 14 horas das quatro óperas originais de to da história – já por si, diga-se de passagem, bastante fantasio- Wagner para as quase sete horas de Colón Ring foi feita pelo sa (deuses, gigantes, anões, fogo, vento, filhas do Reno etc.) –, produtor e músico alemão Cord Garben. Acrescentando-se os Garben não se intimidou em cortar episódios inteiros e suprimir intervalos – incluídos no preço dos ingressos (mais de US$ 700 personagens (não aparecem Erda nem os deuses Froh e Donner por poltrona na plateia), bufês frios e quentes durante as três nem as nornas); mas não adicionou uma única nota. Se vez ou pausas –, resultou em um evento de quase nove horas de dura- outra lamentamos não ouvir passagens queridas, vivenciar a ção. De fato, na sexta-feira dia 30 de novembro, os primeiros saga inteira de um só impulso é uma experiência gratificante. acordes de O ouro do Reno soaram às 14h30; ao sairmos do te- Sem dúvida, a montagem apresentada no Colón foi uma atro, depois de O crepúsculo dos deuses, já eram quase 23h30. grande realização. Após a crise e a posterior desistência da Com isso, a ideia de redução do Anel gerou uma “nova” obra bisneta de Wagner, Katharina Wagner (uma das idealizadoras wagneriana, mais longa que qualquer outra de sua lavra. Fica a do projeto), quem assumiu a direção cênica foi a argentina dúvida se nove horas de ópera não é muita coisa para o público Valentina Carrasco, que tem experiência em ópera e trabalhou em geral. Os wagnerianos de carteirinha certamente se interes- muito anos junto ao grupo catalão La Fura dels Baus. Valentina sarão; mas esses, provavelmente, vão reclamar que não estão deslocou a narrativa para a Argentina do século XX, construin- assistindo ao original... do analogias com personagens e acontecimentos históricos desse período (Perón, Evita, ditadura militar etc.). Em uma leitura no todo bastante verossímil, a solução mais impactan- Cena de O ouro do Reno te foi a representação do tesouro dos nibelungos como sendo os filhos e os bebês tirados dos pais pelos militares durante a última ditadura argentina. A história se resolve quase como uma redenção no fim do Crepúsculo, quando novos e bem- -aventurados tempos são anunciados com o reencontro dos filhos com seus familiares. Foi muito bom o desempenho da orquestra estável do Tea­ tro Colón dirigida pelo maestro austríaco Roberto Paternostro (talvez seja preciso lembrar as dimensões do empreendimento – quase sete horas de música – para se dar conta do nível de concentração e disposição física exigido de todos os artistas). Paternostro conduziu com determinação e logrou realçar com propriedade toda a dramaticidade da narrativa. No elenco vocal, destacou-se a impressionante interpretação de Brünnhilde pela norte-americana Linda Watson. Também o tenor Leonid Zakho- zhaev, que fez o mais que exigente papel de Siegfried (ou Si- Cena de O crepúsculo dos deuses gfrido, como dizem os irmãos portenhos), demonstrou elevado nível artístico. No total, 25 cantores solistas entraram em cena, entre eles Jukka Rasilainen (Wotan), Stig Andersen (Sigmund), Marion Ammann (Sieglinde), Kevin Connors (Mime), Andrew Shore (Alberich), Gérard Kim (Gunther) e Daniel Sumegi (Fa- solt, Hunding e Hagen). A jornada portenha teve algo mesmo de “obra de arte to- tal”, como queria Wagner. Com certeza, foi um grande acon- tecimento, potencializado pelo magnífico Teatro Colón e sua espetacular acústica.

[Ouça também o Papo de Música, podcast da Revista CONCERTO, no qual Irineu Franco Perpetuo, João Luiz Sampaio, Leonardo Martinelli e Nelson Rubens Kunze reportam sobre a viagem a Buenos Aires e o Colón Ring do Teatro Colón – www.concerto.com.br/podcast.] divulgação / prensa teatro colón

14 Janeiro / Fevereiro 2013

Uma janela para o mundo

O ponto de partida das atividades da BBC 3 está descrito Entrevista com em um documento chamado “Licença de serviço”, com metas que impressionam. Vocês conseguem cumpri-las? Na verdade, o que esse documento estabelece não são metas, mas obrigações mínimas. Foi desenvolvido em parceria com o Graham Dixon BBC Trust, que é o órgão regulador de toda a estrutura da BBC. Ele nos dá um ponto de partida para trabalhar, tendo não apenas a legitimidade desse órgão, mas também da população, já que, cada vez que essa licença é revista, os britânicos são consultados Por Camila Frésca sobre o que a Rádio 3 deve oferecer. Atualmente, apenas 43% da música que veiculamos vêm de CDs. Temos que transmitir ao menos quatrocentos concertos ao vivo ou gravados especial- le é o editor chefe de uma das mais importantes mente para a rádio e, no momento, estamos perto de quinhen- instituições internacionais dedicadas à música tos. Da mesma forma, devemos comissionar vinte novas peças E clássica. Com doutorado em música barroca italiana e por ano e, em nosso último ano fiscal [de abril de 2010 a março especializado em comunicação, Graham Dixon comanda a de 2011], encomendamos 41 novas obras. É essencial que a BBC 3, uma das cinco rádios da britânica BBC, por sua vez BBC 3 realmente responda às necessidades dos ouvintes, uma um dos maiores conglomerados de comunicação do mundo. vez que são eles quem a financiam. Especializada em música clássica, a BBC 3 é transmitida para todo o Reino Unido, onde é acompanhada por mais de 2 Esse número de encomendas coloca a BBC 3 como uma milhões de ouvintes por semana. Além de produzir a maior das instituições que mais comissiona obras no mundo, parte daquilo que leva ao ar, ainda é responsável pelo Proms, mais que qualquer orquestra ou festival. Essa é uma das um enorme festival de música clássica que acontece durante funções do rádio hoje? seis semanas no verão londrino. Certamente. Somos uma das entidades que mais encomenda Graham Dixon esteve em São Paulo e no Rio de Janeiro em novas obras no mundo e creio que o aspecto importante disso dezembro último, por conta de uma parceria da BBC 3 com é que combinamos as encomendas a performances – de nos- a Rádio Cultura FM (que, entre outras atividades, resultou sas orquestras, em muitos casos. Programamos essas obras em na transmissão ao vivo de alguns dos concertos do último concertos como os do Proms e, claro, os transmitimos. O di- Proms). Aqui, falou sobre sua rádio e sobre a European nheiro investido nisso permite que muitas pessoas possam ouvir Broadcasting Union (entidade europeia que congrega rádios aquilo a que, de outra forma, elas não teriam acesso – diferente públicas de todo o mundo e cujo objetivo é trocar livremente de obras e performances gravadas em CD, por exemplo. Num o conteúdo produzido por cada uma delas), da qual faz parte. concerto, você pode ter 2 mil pessoas na sala, com sorte. Isso Durante sua breve estadia em terras paulistanas, Dixon se multiplica exponencialmente com a transmissão pelo rádio. deu uma palestra na Fundação Padre Anchieta, conheceu o centro histórico da cidade, encantou-se com a Sala São Paulo A rádio está sediada em Londres. Como é a representação e conversou com a Revista CONCERTO sobre a BBC 3, os de outras regiões na programação? projetos com o Brasil e o papel do rádio e da música clássica Somos obrigados a gastar ao menos 40% de nosso orçamento nos dias atuais. fora de Londres. Temos equipes de produtores responsáveis por produzir programas para a rádio no País de Gales, na Escócia, no norte da Inglaterra e na Irlanda do Norte. Temos também orquestras nesses locais e trabalhamos muito próximos a elas. É claro que isso não significa que todo o Reino Unido esteja coberto, mas garante maior representatividade. Nós também

16 Janeiro / Fevereiro 2013 transmitimos festivais de música de todo o país durante o verão, do topo da Escócia às partes mais ao sul da Inglaterra. A isso somam-se concertos ao vivo que fazemos ao longo das semanas em todo o Reino Unido.

A BBC 3 também é responsável pelo Proms. Você pode nos explicar como se dá a relação entre rádio e festival? A equipe do Proms e da Rádio 3 dividem algumas pessoas e trabalham muito próximas para criar, não apenas os concertos do festival, mas toda a experiência que o ouvinte terá no ar. Por exemplo, programas da Rádio 3 repercutem o Proms, falando das obras mais importantes que vamos tocar, entrevistando os artistas; há programas artísticos que complementam o conteú- do do festival. Durante todo o verão, o Proms se torna o centro de nossa transmissão. A última edição teve 92 concertos, 74 no palco principal, o Royal Albert Hall. Foram grandes orques- tras, montagens de ópera e eventos menores a complemen- tá-los. Essa edição também foi especial pela ligação com as Olimpíadas, já que um de nossos concertos marcou a abertura do evento. Esse concerto integrou a série extraordinária que

Daniel Barenboim realizou regendo todas as sinfonias de Bee- divulgação thoven, em programas nos quais essas obras eram mescladas a composições de Pierre Boulez. Outro destaque foram as duas Isso tem que ver com a European Broadcasting Union (EBU). casas de ópera de Londres realizando óperas completas. E não Você poderia falar um pouco mais sobre essa entidade? podemos nos esquecer da Orquestra Sinfônica do Estado de A EBU é a maior associação profissional de emissoras do mun- São Paulo, Osesp, que foi a primeira orquestra brasileira a se do. Apesar de levar o “europeia” no título, ela congrega muitos apresentar no Proms. membros de outros continentes. Há filiados no Japão, nos Esta- dos Unidos, na Austrália e no Brasil, e nesse sentido posso dizer Como foi a participação da Osesp no festival? que a EBU está em todos os lugares. O coração da iniciativa é Foi excelente. Antes de cada concerto principal, há o que chama- a troca de músicas. Estamos falando de cerca de 3 mil arquivos mos de “Proms Plus”, que é uma conversa que procura contextua­ por ano. Os membros da EBU os disponibilizam (concertos gra- lizar a música e os artistas que se apresentarão. Nessa conversa vados ao vivo ou programas produzidos pela própria rádio) para com a Osesp, soubemos um pouco sobre como se faz música no toda a entidade, e isso se dá principalmente na área de música Brasil e sobre a história da orquestra, introduzindo o conjunto clássica, embora haja troca de outros tipos de música também. para o nosso público. A apresentação foi entusiasmante e nós a Sendo a EBU baseada num sistema de trocas, estamos ansiosos esperávamos ansiosamente, já que queremos que o festival tenha para ouvir mais da vida musical brasileira, incluindo a Orquestra orquestras importantes sediadas fora da Europa ou dos Estados do Estado de São Paulo. Unidos. Foi um evento notável e também por isso foi fascinante conhecer a Sala São Paulo – além de ser uma sala maravilhosa, foi Qual é o papel do rádio e da música clássica no outra grande oportunidade de ouvir a orquestra. mundo atual? Na medida em que o papel do rádio diz respeito à comuni- Qual é a audiência média da Rádio 3? cação, no caso de uma rádio especializada temos de garantir Temos audiência de mais de 2 milhões de ouvintes por sema- que o maior número de pessoas possa acessar o mais vasto e na. Esse número tem se mantido estável há muitos anos, desde rico repertório de música clássica. É como uma janela para o antes de o iPod ser inventado, antes do nascimento da rádio mundo. Nem todo mundo, por exemplo, pode ter o privilégio digital. De certa forma, isso é um bom dado. Também medimos de viajar para São Paulo e ouvir a Osesp. Mas, por causa do a interação que as pessoas têm conosco. No Facebook ou no rádio, isso torna-se possível, onde quer que vivamos. Acredito Twitter, acompanhamos a quantidade de seguidores e o quanto fortemente no universo do livre fornecimento de transmissões, falam de nós. Encorajamos as pessoas a falarem conosco, a suge- como procuramos fazer com a EBU. Levamos às pessoas algo a rir música. Respondemos aos e-mails rapidamente. Tudo isso é que de outra forma elas não teriam acesso, sem necessidade de importante para entendermos como as pessoas estão recebendo assinatura. Creio que a música clássica é um meio extraordiná- nossos serviços. rio de reunir as pessoas, por ser uma espécie de linguagem co- mum, internacional. Em muitos dos grandes eventos de nossa Você esteve em São Paulo e no Rio de Janeiro. Quais sociedade, ela está presente. Tivemos esse exemplo agora em foram os objetivos dessa viagem? Londres, com as Olimpíadas. Daniel Barenboim conduziu uma Nós já nos sentimos felizes em trabalhar em parceria com nossos versão maravilhosa da Nona de Beethoven; esse hino incrível colegas da Rádio Cultura FM de São Paulo. O objetivo da viagem sobre a união da humanidade foi usado na primeira noite das foi nos conhecermos melhor e estreitar esses laços. Queremos Olimpíadas. Esses eventos são marcos, mas também uma opor- discutir qual a melhor forma de trocar e dividir nossas heranças tunidade única de, para além da barreira linguística, aproximar culturais, além de procurar estender essa relação por todo o Bra- as pessoas e entender muito sobre o que constitui isso a que sil, por meio do sistema de rádios públicas de vocês. Gostaría­ chamamos de humanidade. mos de ampliar as transmissões para o resto do Brasil, tanto da BBC como das produções da Europa. Obrigada pela entrevista.

Janeiro / Fevereiro 2013 17

Milhaud e a música de Velásquez

DVD e CDs com trios de Glauco Velásquez podem finalmente reparar menosprezo que Darius Milhaud identificou há mais de 80 anos odução repr Por João Marcos Coelho Glauco Velásquez (1884-1914)

aixão desmedida, a ponto de se desapegar de seu ego – em seguida, ele sentou-se ao piano e tocou-me algumas me- e assumir a persona do objeto de sua admiração. Tem lodias. Alguns compassos foram suficientes para eu sentir, pelo P sido assim que os compositores, historicamente, vêm caráter tão expressivo da linha melódica, que Glauco Velásquez demonstrando musicalmente o amor que sentem pela produção pertencia à raça dos grandes músicos”. de outros criadores, independente de encontros pessoais, mi- Prometeu então que tocaria o Trio nº 2 em Paris quando rando as obras espalhadas pela história da música. retornasse a seu país (o que fez em abril de 1919); e que recons- Foi assim com Bach nas primeiras décadas do século XVIII. tituiria o inacabado Trio nº 4 (o que fez em relação às partes de Encantado com os concertos para violino de um certo Vivaldi, violino e violoncelo; as de piano estavam completas). Milhaud transcreveu-os para teclado; no final daquele mesmo século, foi promoveu, em 1918, a primeira audição mundial deste trio no a vez de Mozart se apaixonar pelas fórmulas dos quartetos de Rio de Janeiro. Haydn logo que chegou a Viena, em 1781: e a maneira que en- “Após a leitura desta Sonata para piano e violino”, con- controu de agradecer-lhe foi dedicar-lhe um pacote de seis quar- tinua, “desejei fortemente conhecer o resto de sua música de tetos em que refletiu criativamente sobre aquelas novidades. câmara. De fato, nela sente-se muito mais diretamente sua per- Foi este tipo de paixão que moveu o compositor francês sonalidade que nas melodias ou em peças isoladas para piano, Darius Milhaud quando desembarcou no Rio de Janeiro, em violino ou violoncelo. Na música de câmara, seu coração se re- fevereiro de 1917, como secretário do embaixador Paul Clau- vela, sua natureza rica se expressa e se desenvolve livremente, del. Sabe-se à farta que ele adorou a música popular carioca, o geralmente a partir de uma ideia filosófica ou puramente musi- que resultou em várias obras que provocaram sensação na Paris cal, mais do que nas peças curtas, em que os limites impostos dos anos 1920. O que se conhece bem menos é seu amor pela pela brevidade restringem desenvolvimentos e ideias”. música de Glauco Velásquez, compositor brasileiro nascido em Ele examinou ainda a partitura completa do primeiro ato Nápoles em 1884 e morto com apenas 30 anos em 1914. Como da ópera Béatrice de Velásquez. Espantou-se de novo: “A parti- bem afirma o maestro Lutero Rodrigues, a música solidamente tura de Béatrice contém páginas de grande beleza”. construída de Velásquez tinha profundas afinidades com as lin- Apesar de todo esse esforço sincero de Milhaud, a obra de guagens românticas europeias, acrescida de harmonias ousadas Glauco Velásquez permaneceu esquecida, recalcada no turbi- e curvas melódicas expressivas. Tinha tudo, diz Lutero, para lhão nacionalista da música brasileira da primeira metade do dividir com Villa-Lobos as atenções da vida musical brasileira, se século XX. Era mesmo um caso de amor. Em suas memórias, não tivesse morrido tão cedo. trinta anos mais tarde, Milhaud anotou que não entendia como Milhaud concordaria. Não só dedicou seus primeiros dois Velásquez ainda não ocupava lugar de destaque na história da meses no Rio ao estudo da obra de Glauco, como em abril fez música brasileira. Nós, superacostumados a usar a canga da le- uma conferência-concerto no Liceu Francês que vale a leitu- gitimação europeia para avaliar a nossa música, nesse caso nem ra (disponibilizada pela primeira vez em 2010 pelo musicólo- demos bola para o ilustre Darius Milhaud. Como se vê, é sempre go Manoel Corrêa do Lago em http://www.musica.ufrj.br/ difícil desafiar o coro dos contentes. Possivelmente a imagem de posgraduacao/rbm/edicoes/rbm23-1/rbm23-1-05.pdf). Velásquez mude a partir do recém-lançado e primoroso projeto Empu­nhando um violino e com Luciano Gallet ao piano, in- do Aulustrio, com a integral dos quatro trios em dois CDs que terpretou a Sonata nº 2 e em seguida o Trio nº 2 (com Alfredo também contêm as partituras completas para todo músico que Gomes ao violoncelo), unanimemente considerado uma das desejar tocá-las, além de um DVD de entrevistas com pesquisa- obras-primas de Glauco. Curiosidade: o Jornal do Commercio dores e o concerto filmado no Teatro Municipal de São Paulo. publicou a palestra em francês, imaginem. Um golaço que o visionário Milhaud aplaudiria de pé. Milhaud começa assim: “Você ficará maravilhado com a música de Glauco Velásquez. Estas palavras me foram ditas pelo Leia mais sobre o DVD Glauco Velásquez na seção Lançamentos mestre André Messager às vésperas de minha partida da França desta edição.

20 Janeiro / Fevereiro 2013 Revista CONCERTO. A boa música mais perto de você. www.concerto.com.br Tel. (11) 3539-0048

GUIA MENSAL DE MÚSICA CLÁSSICA O programa Roda Viva e os incentivos à cultura

Estimulada pelo programa Roda Viva com o maestro João Carlos Martins, a organista Elisa Freixo questiona aspectos das leis de incentivo

o último dia 26 de novembro, assisti ao programa Roda Claro que muitos – público e patrocinadores – gostam de Viva dedicado a João Carlos Martins. Estimulante, re- saber que os jovens são “resgatados” por meio do aprendizado N pleto de questionamentos, ideias e perguntas, fiquei musical. Esse fato consola e anima as pessoas, que muitas vezes motivada a tecer algumas observações. não sabem como agir diante dos graves problemas sociais que João Carlos é uma figura emblemática, pois fez de seu so- enfrentamos diariamente. A possibilidade de ajudar esses jo- frimento pessoal um trunfo. Faturou sobre os próprios proble- vens existe e vem sendo utilizada sistematicamente por pessoas mas, construiu uma imagem midiática e conseguiu desenvolver ligadas aos projetos culturais. Porém, para mim, a questão mais atividades musicais de qualidade, levando sua orquestra a um grave é que essa “postura” das leis abre portas para a prática de patamar profissional. Creio que deveríamos aprender com ele, outros ideais – conheço projetos culturais em que o foco princi- que realmente consegue o apoio da grande mídia, dos patroci- pal é a evangelização cristã por meio da música. nadores e do público. Não é pouco. Acredito que a parte educativa dos projetos culturais Mas também temos críticas a seu trabalho, como as ex- teria de estar atrelada a um subitem nas leis de incentivo à ternadas por Yara Caznok no programa. Boa educadora, ela cultura – algo como uma colaboração entre o Ministério da questiona os objetivos do projeto educativo: “resgatar os jovens Cultura e o Ministério da Educação –, justamente com o ob- do crime”, por exemplo, uma frase forte e de efeito, mas que jetivo de provocar discussões a respeito das posturas de quem mostra, sim, posturas discutíveis. administra o dinheiro público e de identificar como essa imen- Porém, são outras as questões que eu gostaria de abordar. sa verba é gasta. Quem são as crianças, por que elas devem Em que pese as mudanças positivas provocadas na produção tocar música clássica em orquestras, quem são os professores, cultural brasileira graças aos patrocínios viabilizados pelas leis quais são os conteúdos paralelos que tal projeto desenvolve de incentivo, está mais que na hora de discutirmos as condi- etc. São questões que deveriam ser levantadas por educadores ções de trabalho que elas oferecem aos artistas, as oportuni- e pelo Estado. dades de ações que elas proporcionam e o tipo de público que Minha segunda preocupação diz respeito ao relacionamen- elas podem e devem atingir. As leis apresentam distorções e to das empresas patrocinadoras com as leis de incentivo. Hoje, equívocos, alguns dos quais poderiam ser corrigidos com um as firmas praticam políticas de patrocínio que permitem que os pouco de esforço. artistas tenham acesso a seu perfil e ajustem seus projetos aos A primeira preocupação é relacionada aos projetos educa- anseios das empresas – a Petrobras é o melhor exemplo disso. tivos. Hoje, é quase impossível captar verbas de empresas se o O lado cruel dessa situação é que os artistas passam parte signi- projeto apresentado não privilegiar ações educativas, chamadas ficativa de seu tempo fazendo ajustes em suas próprias ideias, erroneamente, a meu ver, de “contrapartidas sociais”. Chega- formatando-as aos editais de cada empresa. Não basta termos mos a um momento em que deveríamos saber qual é a porcen- boas ideias, excelente currículo e público numeroso. É preciso tagem das verbas de cultura usadas em educação. Creio que que estejamos formatados segundo a cultura dos editais. E sabe- ninguém tem esse dado, talvez nem mesmo o Ministério da mos que os editais engessam as ideias. Cultura (MinC). Creio que chegamos ao ponto em que o MinC precisaria retomar as rédeas dos patrocínios. É preciso buscar um diálogo entre valores financeiros e metas. Programa Roda Viva da TV Cultura Além disso, acredito que as leis de incentivo federal e esta- duais precisariam ser acompanhadas de outras iniciativas, como bolsas de estudo em que o único pré-requisito seja a excelência; bolsas de criação em que o único pré-requisito seja a impor- tância da totalidade da obra do artista; fundações com verbas próprias, cada uma com seu perfil e suas políticas; programas de apoio concentrados em segmentos específicos; e fundos de cultura em todos os níveis. É preciso mais cuidado para que as verbas da cultura não sejam usadas preferencialmente por grandes administradores, figuras midiáticas, projetos de fácil apelo comercial e afins. Gostaria, por fim, de sugerir à TV Cultura que algum dia coloque as leis de incentivo à cultura no centro do Roda Viva.

Elisa Freixo é organista da Catedral da Sé de Mariana, MG reprodução

22 Janeiro / Fevereiro 2013

Camargo Guarnieri (1907-1993) Um dos mais brilhantes compositores brasileiros, o paulista Mozart Camargo Guarnieri morreu há vinte anos e deixou um importante legado cultural

Por Camila Frésca

onta-se que quando Camargo Guarnieri veio ao mun- mentor intelectual – com o escritor, Guarnieri adquiriu forma- do, em Tietê, às margens do rio de mesmo nome, seu ção estética e cultural (o compositor completara apenas o segun- C pai gritou: “Géssia, já nasceu o menino? Coloque aí do ano primário). Ele costumava dizer que havia frequentado o nome de Mozart!”. Nascido no dia 1º de fevereiro de 1907, a “Universidade Mário de Andrade”, em referência às muitas Guarnieri era filho de Gésia e Miguel, imigrante italiano e músi- reuniões e leituras na casa do amigo. O compositor também co amador louco por óperas, que batizou os filhos com nomes de teve aulas com Ernani Braga, Antonio de Sá Pereira e o regente célebres compositores: além dele, que se chamou Mozart, seus italiano Lamberto Baldi, outra figura fundamental em sua forma- irmãos eram Belline, Rossine e Verdi. Apenas “Mozart” seguiu ção. Completaria ainda seus estudos em Paris com o compositor a carreira de músico. Charles Koechlin. Embora nunca chegassem a conquistar alta popularidade, Talento precoce desde cedo suas obras foram saudadas pela crítica e premiadas, Aos 13 anos, Camargo Guarnieri dedicou a seu professor reconhecendo-se o talento e sólido métier do compositor. Sua Virgínio Dias sua primeira composição, Sonho de artista. O extensa produção conta com uma ópera (Pedro Malazarte), mestre detestou a obra, mas Seu Miguel, entusiasmado com o seis sinfonias, concertos, música de câmara, obras corais, peças talento do garoto, resolveu mudar-se com toda a família a fim de para piano (a coleção de 50 Ponteios é um dos pontos altos), São Paulo, para dar melhores oportunidades de aprimoramento para canto e piano (é considerado por alguns como o verdadeiro musical para o filho. Na capital, o jovem contribuía no sustento criador de nossa canção de câmara) etc. Suas composições lhe da casa, ajudando o pai na barbearia e tocando piano em lojas de renderam projeção internacional, principalmente em Portugal e partituras, cinemas e casas noturnas. nos Estados Unidos, onde era admirado por nomes como Aaron Guarnieri seguiu seu aprendizado até que, em 1928, co- Copland e Sergei Koussevitzky. “O mais impactante na músi- nheceu um personagem fundamental em sua trajetória: o escri- ca de Guarnieri é o apuro técnico: idioma harmônico utilizado tor Mário de Andrade. Então com 21 anos, Camargo Guarnieri ao máximo nos limites da harmonia; desenhos melódicos que mostrou a Mário suas composições Dança brasileira e Canção sempre dão um jeito de evocar uma brasilidade ‘guarnieriana’, sertaneja. Ao ouvi-las, Mário teria dito: “Encontrei o que estava pessoal e intransferível; escrita idiomática para qualquer instru- procurando” – ou seja, ele teria visto de imediato no compositor mento que seja objeto da composição, com seus recursos usados alguém capaz de pôr em prática seu acalentado projeto de cria- sempre no limite do factível, sem nunca cometer a indelicadeza ção de uma música erudita de caráter nacional. de ultrapassá-lo. Nesse sentido, Guarnieri foi e será sempre (à O escritor e o músico tornaram-se mais que amigos. Se- medida que seu idioma já não tem mais vigência) insuperável”, gundo Guarnieri, Mário era quase como outro pai, além de seu observa o professor Celso Loureiro Chaves.

Convite para a audição de piano de suas alunas no Conservatório Dramático e Musical, em 1933 Aos 13 anos escreve Sonho de artista, sua primeira Publica a “Carta aberta composição. Logo em seguida Sua primeira composição aos músicos e críticos muda-se para São Paulo para sinfônica, Curuçá, estreia do Brasil”, condenando continuar os estudos musicais sob regência de Villa-Lobos o dodecafonismo 1920 1931 1950

1907 1928 1936 Nasce na cidade de Conhece Mário de Torna-se regente do Coral Tietê, em São Paulo Andrade, figura central Paulistano e, posteriormente, em sua formação como da Sinfônica Municipal de Camargo Guarnieri por compositor São Paulo Cândido Portinari

24 Janeiro / Fevereiro 2013 Carta aberta sua imagem bastante prejudicada pelo documento virulento e No campo pedagógico, Camargo Guarnieri foi, ao lado apaixonado que publicara – e que por décadas passou a ser usa- do músico alemão Hans-Joachim Koellreutter, o mais influente do para apontá-lo como músico reacionário e de pouco valor. professor do século passado no Brasil, criando uma verdadeira Camargo Guarnieri foi regente do Coral Paulistano e da escola de composição e orientando centenas de alunos, reco- Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. Em 1975, quando nhecidos dentre os mais destacados nomes da música brasileira, já era compositor e regente consagrado, foi nomeado diretor ar- como Marlos Nobre, Villani-Côrtes, Osvaldo Lacerda, Almeida tístico e regente titular da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp), Prado, Guerra-Peixe, Cláudio Santoro e Aylton Escobar. cargo que exerceria até o final da vida. Em 1990, já com idade Foi tomando posição contra Koellreutter, aliás, que Guar- avançada e abatido com o ostracismo a que fora relegado, re- nieri protagonizou um dos mais polêmicos episódios de nossa cebeu um duro golpe com um acidente que deixou seu filho música. Publicada pela primeira vez no O Estado de S. Paulo caçula em grave estado de saúde. Doente, foi levado ao hospital e reproduzida em diversos outros veículos impressos da épo- no dia 25 de dezembro de 1992. No dia seguinte, a Organização ca, a “Carta aberta aos músicos e críticos do Brasil” provocou dos Estados Americanos (OEA), em Washington, anunciava seu enorme celeuma e intensos debates no meio musical. Neste nome como vencedor do Prêmio Gabriela Mistral de “Maior documento, Guarnieri afirma assumir responsabilidades como compositor das Américas”. Em 10 de janeiro de 1993, o compo- compositor brasileiro e, por preocupar-se com a orientação sitor falecia no Hospital Universitário da USP. da música dos jovens compositores, critica o dodecafonismo Este artista generoso (ensinava de graça a todos os alunos – “corrente formalista que leva à degenerescência do caráter nos quais acreditava e que não podiam pagar), que dedicou sua nacional de nossa música”. A carta aberta provocou agitação vida à música, deixou um legado dos mais consistentes de toda incomum na classe artística. Houve respostas – pela imprensa a história da música brasileira. São mais de setecentas obras, ou enviadas diretamente ao compositor – de várias partes do das quais poucas estão hoje em circulação, mas que ainda assim país. Foram propostos debates e programas de rádio. Músicos, fazem dele o compositor brasileiro mais executado no mundo críticos e leigos queriam dar opinião sobre aquele documen- depois de Villa-Lobos. to, muitos apoiando e outros tantos repudiando as ideias nele Mal sabia Seu Miguel, naquele início de século em Tietê, expostas. A verdade é que, àquela altura, Camargo Guarnieri, que seu filho Mozart viria a ser tornar um dos maiores composi- que já havia se tornado uma referência cultural importante, viu tores que o Brasil já produziu.

Recebe o Prêmio Gabriela Mistral O famoso retrato com de “Maior compositor das Mário de Andrade Américas” da Organização dos (esquerda) e Lamberto Estados Americanos (OEA) Baldi (centro) que o “Carta aberta aos músicos compositor mantinha e críticos do Brasil” 1992 em seu escritório na Rua Pamplona, em São Paulo

1975 1993 Torna-se diretor artístico e À frente de suas alunas Morre em São Paulo no dia regente titular da recém- do Conservatório 10 de janeiro -criada Orquestra Sinfônica Dramático e Musical de da USP (Osusp) São Paulo

IMAGENS: reproduções

Janeiro / Fevereiro 2013 25

28 Janeiro /Fevereiro 2013

Tiit Veermae/Alamy reportagem

Apressando o passo

Aos 75 anos, a energia e a paixão de Neeme Järvi pela música não diminuíram. Adam Sweeting conversa com o regente a respeito de sua nova gravação de A bela adormecida

le completou 75 anos em junho de 2012, mas a ideia de Mesmo quando Järvi recorda detalhes sombrios de sua infância na desacelerar não passa pela cabeça do maestro estoniano Estônia, durante a Segunda Guerra Mundial, quando o estado báltico E Neeme Järvi. “Sim, nasci em 7 de junho de 1937, em Tallinn”, foi dividido entre os exércitos invasores de Hitler e as forças russas, que concorda Järvi. “Talvez não me reste muito a fazer neste mundo, mas haviam ocupado o país em 1940, ele de alguma forma o faz com um ainda estou vivo e estou feliz por continuar a fazer as coisas que faço. entusiasmo indestrutível. Por fim, temos A bela adormecida à vista, e Às vezes, levantar é difícil, mas, quando estou trabalhando com as Järvi revela que o ímpeto inicial por detrás da gravação foi um convite para orquestras, fazer arte e música é uma sensação incrível.” trabalhar com a Filarmônica de Bergen, cujo diretor executivo estava na Estamos em um hotel em Genebra, cidade que tem pelo menos Sinfônica de Gotemburgo quando Järvi era o regente titular por lá. duas atrações especiais para o incansável regente. É a sede da Orchestre de la Suisse Romande, para a qual ele foi recentemente designado diretor artístico e musical e onde sua filha Maarika, flautista “Talvez não me reste muito a fazer profissional, reside. Um dos poucos arrependimentos de Järvi é que seu estilo de vida, viajante, torna difícil o contato regular com a dinastia neste mundo, mas ainda estou vivo e musical que compartilha seu sobrenome. Além de Maarika, ela inclui Paavo e Kristjan, os filhos regentes, bem como os numerosos filhos feliz... Quando estou trabalhando, a e os netos de seu finado irmão mais velho Vallo, que também regia. O clã Järvi, de 16 membros, realiza uma celebração anual de seu sensação é incrível” impressionante pedigree musical em um festival de verão, na cidade estoniana de Pärnu. “De repente, eles perguntaram: ‘Você quer fazer alguma coisa Um dos assuntos da entrevista é a nova gravação de Järvi de A bela com a orquestra de Bergen?’. Eu queria fazer música norueguesa; adormecida, de Tchaikovsky, o mais recente marco em seus 30 anos por exemplo, a integral de Johan Halvorsen ou Johan Svendsen. Daí de carreira com a Chandos. “Adoro essa gravadora, ela apresenta muita Brian Couzens, da Chandos, disse: ‘Que tal os balés de Tchaikovsky?’. música de nível bastante elevado”, entusiasma-se o artista. Porém, tentar Concordamos, embora eu soubesse que era um desafio. Agora, graças confinar Järvi a um tópico é como tentar capturar uma enguia com uma a Deus, A bela adormecida está gravada e só faltam dois pequenos colher de chá. É só ele começar a falar que a narrativa toma um rumo balés – O lago dos cisnes e O quebra-nozes. Faremos esses e teremos livre, sobre seus estudos no Conservatório de Leningrado, com Evgeny uma fantástica edição.” Mravinski e Nikolai Rabinovitch, a história complexa e muitas vezes Järvi tem especial apreço por Tchaikovsky. Não apenas o trágica de sua pátria, a Estônia, e a rica paleta de música que segue compositor passou muitas vezes férias de verão no balneário estoniano sendo o foco de seus esforços. Enquanto explorava a fundo compositores de Haapsalu como adaptou melodias folclóricas estonianas para fundamentais como Shostakovich, Prokofiev, Brahms e Dvorák, ele usá-las em suas Quinta e Sexta sinfonias. O maestro ilustra, cantando também se tornou defensor de seus compatriotas, como Pärt e Tubin. as melodias de forma tão intensa que elas ressoam na recepção do

Janeiro / Fevereiro 2013 29 com o tema. “Um regente famoso faz de um jeito, daí outros regentes com otema.“Um regentefamosofazdeumjeito,daí outrosregentes diferente. Nãoficoparadoemcima dosmesmostempos.” Digamos queeutenhatrêsconcertos. Acadanoite,voufazer você está sempre criando. Sempre vou criar emminhas performances. a frente,fazê-lamaisfluenteou mantê-la firme.Fazermúsicaéisso, interpretação éaquelacoisacoma qualvocêpodelevaramúsicapara encontrando modosdefazê-larespiraresoaratualizada. obra tãoconhecidacomoAbelaadormecida,évitalcontinuar a sercopiadoemtodasasapresentaçõesfuturas.Mesmouma particular gravadadeumaobranãosetransformeemummodelo Eles ficarammuitozangadoscomigo” com exatidão,eeunãosabiadisso. mal –vocêtemdeseguirosbailarinos “Regi balédeformadesastrosa,muito fazer exatamenteoqueT estivessem acompanhandoadança.Issonãoestácerto.Você temde Ouvi muitasgravaçõesdeAbelaadormecida, variação emcimadevariação.Oprincipalécomoapartituraestáescrita. tempo paraumaproduçãonopalco,porqueésimples;muitasvezes, traçou umalinharetanapartituradocompositor. deles éumhomemgrandeeooutroumamulherpequena”,depois a respeitode“seosdançarinosconseguemdarcontadissoouseum comigo –nãogostarammuitodemeujeitoregerbalé.” a músicademododiferentecadavez.Elesficarammuitozangados tem deseguirosbailarinoscomexatidão,eeunãosabiadisso.Eufazia estava regendoZoluchka[Cinderela],deProkofiev, na Estônia. Você como obraorquestral,semdançarinosnemcenários. teve pretensõescomoregentedebaléeabordouAbelaadormecida orquestrais docompositorparaaChandos,masnãoosbalés.Elenunca hotel. JärvijágravouassinfoniasdeT 30 Arvo Pärt (esquerda), seu contemporâneo Järvi é umfirme defensor docompositor estoniano Janeiro /Fevereiro 2013 “É um erro das gravadoras e regentes”, prossegue, empolgando-se “É umerrodasgravadoras eregentes”,prossegue,empolgando-se “Um pouquinhomaisdevagar, umpouquinhomaisrápido–a Ao mesmotempo,Järvitomacuidadoparaqueumaversão “Na músicadeT Em “Regi balédeformadesastrosa,muitomal”,admite.“Umavez, A belaadormecida,eleseliberoudequaisquerconsiderações chaikovsky, há possibilidadesdealteração chaikovsky escreveu,enósfizemosisso.” chaikovsky paraaBISeassuítes

sempre feitas como se sempre feitascomose Franco Perpetuo] fazer coisasquenãoerampossíveisnopassado.”[T sou maisexperienteetenhoorquestrasmelhores.Você consegue fazer umtrabalhobemmelhorhojequehávinteoutrintaanos,pois e nãoqueroestarentreosquefazemperformanceschatas.Posso Sou ocontrário–tenhoficadomaisrápido.Odeioapalavra‘chato’ sorri, radiante.“Masosvelhosnormalmentesetornammaislentos. com grandelongevidade.“Sim,sim,regentesvivembastante”,Järvi diferente delas.Você vaimudandocomotempo.” fiz paraaBIS,havia20anos.Agoratenhoumavisãocompletamente as sinfoniasdeSibelius,nãoiafazerparaaDGdomesmojeitoque não têmideiasprópriasarespeitodaquilo.Porexemplo,quandogravei ouvem agravaçãoetentamfazerigual.Acabamgravandoerrado,pois GRAVAÇÕES ESSENCIAIS DEneemejärvi on B-A-C-H. bem como a Sinfonia nº2eCollage Inclui ofundamental Credo , dePärt, artístico epessoal próximo. com oqualJärvitem umvínculo iniciais docompositor estoniano C B antes para acompanhar apeça de Sigurd Jorsalfar, composta anos populares eincompletas. Inclui do queésugeridopelasversões uma obra maisescura ecomplexa completa dePeer G vívida ecriteriosadapartitura gravação de Tchaikovsky No estúdio: Järvi na mesa durantesua recente oletânea indispensável deobras jørnson. É notável(sugiro)comoosregentestendemaserabençoados CHAN9134 Chandos F Orchestra Chorus and Philharmonia Pärt “Collage” Uma leitura DG Bb4775433 and Orchestra Symphony Chorus Gynt” Gothenburg Grieg “Peer ynt, revelandoynt,

estão entre asmelhores disponíveis. em meados dosanos1980, masainda Prokofiev. Essassinfonias foram gravadas mais vivo queem suas gravações de poucas vezes elaseexprimiu demodo a músicadaRússia eEscandinávia, e Järvi tem umaempatia natural para com em altadefinição (4775688). formato SACD vãoadorar aversão ligeiras econcentradas. Amantes do com performances cintilantes, músicos deGotemburgo respondem contribuindo com suaexperiência. Os sinfonista finlandês, com Järvi Um louvor consistente aogrande radução: Irineu CHAN10500 Chandos Sd National Orchestra Royal Scottish Symphonies Prokofiev DG Sg4776654 Orchestra Symphony Gothenburg Orchestral Works Sibelius

Nigel Luckhurst/Lebrecht Music & Arts

Rafael Kubelík Apesar do exílio político e de inimigos poderosos, a grande relação do regente tcheco com a Orquestra Sinfônica da Rádio Bávara rendeu muitas gravações clássicas. Gavin Dixon presta-lhe tributo

afael Kubelík era um regente de imersão total. Conseguia porém disciplinada, de Kubelík. O maestro também gravou com muitas envolver seus ouvintes no mundo sonoro e no drama de outras grandes orquestras na década de 1970. Seu ciclo Dvorák com R uma obra a partir da primeira nota. Regentes com esse tipo a Filarmônica de Berlim se revelou à altura das expectativas. O ciclo de habilidade são raros, ainda mais em Mahler. Porém, ouvindo Beethoven, por outro lado, evitou habilidosamente qualquer clichê ao as melhores gravações de Kubelík, vemo-nos envolvidos em tudo, empregar uma orquestra diferente por sinfonia. de Mozart a Schönberg. Sob a batuta de Kubelík, a música sempre Desde a morte de Kubelík, em 1996, muitas gravações respira. Os tempos são fluidos e normalmente ágeis, os acentos são engavetadas ou obscuras vieram à tona, ampliando nossa visão de sua enfáticos, mas jamais forçados, e cada evento – cada acorde, tema e arte. Uma das maiores glórias de seus anos na Bavária foi um Lohengrin interjeição – recebe seu peso e pleno significado. de elenco estelar. Desde então, ele recebeu no catálogo a companhia de Os microfones adoravam a abordagem de Kubelík. Com seu som um Parsifal e um Meistersinger, que não haviam sido lançados ainda. orquestral expansivo, porém preciso (e os segundos violinos sentados Essas gravações revelam Kubelík como um wagneriano de grande à direita), Kubelík foi o artista ideal para as primeiras décadas do som imaginação e discernimento. estéreo. Gravou prodigiosamente e, em meados da década de 1970, Ao ouvir os compassos de abertura de Parsifal, fica claro o que faz havia formado um grande e diversificado catálogo. Só o número de Kubelík ser especial. O som escuro e o conjunto preciso da orquestra gravações de Kubelík já lhe confere um status de “padrão”, o primeiro nos transportam à atmosfera mágica. Amplos movimentos de dinâmica porto ao qual recorrer durante a exploração do repertório central. moldam a música, e o clímax de cada frase é coroado com um majestoso No meio desse caminho, a grande personalidade por trás dessas sforzando. Kubelík era um mestre da pausa fértil; mesmo os longos interpretações acabou aceita como natural. Porém, suas gravações silêncios entre as frases estão cheios de atmosfera e expectativa. De continuam conosco e estão prontas para uma reavaliação. alguma forma, Kubelík soa como uma voz de outra época: suas cores As raízes de Kubelík residem na próspera vida orquestral orquestrais ricas, pontuadas por acentos de peso, estão bem distantes de sua pátria tcheca. Ele dirigiu a Filarmônica Tcheca durante a das texturas focadas e da energia flexível da maioria dos regentes de Segunda Guerra e ao partir para o Ocidente, em 1948, trouxe hoje. Porém, seu rígido senso de propósito, sua atenção ao detalhe e sua junto essa tradição. Kubelík mais tarde fez muitas gravações de habilidade de obter o melhor de cada músico de orquestra são qualidades Dvorák, Janácek e Smetana com orquestras como a Filarmônica de que nunca saem de moda. [Tradução: Irineu Franco Perpetuo] Viena e a Concertgebouw, e os resultados normalmente ganhavam comparações favoráveis com o que Talich e Ancerl faziam em Praga. A base de Kubelík na tradição tcheca também lhe conferiu afinidade natural com os temas folclóricos inseridos nas sinfonias românticas, A gravação essencial uma vantagem inestimável para suas gravações de Mahler. Embora alto e fisicamente imponente, Kubelík nunca foi um Pfitzner “Palestrina” regente tirânico. Tratava-se de um colaborador nato, que trabalhava Solistas incluem Gedda & Fischer-Dieskau; Bavarian Radio melhor em relações artísticas de longo prazo. Infelizmente, elas foram Symphony Chorus & Orchestra / Rafael Kubelík raras, devido a sua infeliz tendência a fazer inimigos poderosos. Na DG M c 427 417-2GC3 (2/74R, 7/89) década de 1950, seus períodos com a Sinfônica de Chicago e a Royal Opera foram breves, o primeiro devido a uma perseguição contínua de Claudia Cassidy, crítica de Chicago, e o segundo por causa de um ataque de Sir Thomas Beecham, que fazia objeções ao Covent Garden por contratar artistas “estrangeiros”. Kubelík, porém, sempre Momentos definidores teve seguidores fiéis entre os críticos, inclusive na Gramophone, onde sua causa foi defendida com entusiasmo por Alan Blyth e, mais 1948 – Exílio político recentemente, Rob Cowan. Foge para o Ocidente a caminho do Festival de Edimburgo. Explica mais Kubelík finalmente encontrou seu nicho na Orquestra Sinfônica tarde à Gramophone, em uma entrevista: “Sou tão anticomunista como da Rádio Bávara, que comandou de 1961 até a aposentadoria, em antifascista. Simplesmente não acredito que liberdade artística possa 1979. Forjou uma relação de trabalho próxima com a orquestra, que coexistir com ditadura política”. levou a uma unidade extraordinária de intenções, com as decisões 1961 – Estabilidade com a Sinfônica da Rádio Bávara interpretativas de Kubelík ganhando um ar de inevitabilidade graças Designado regente titular da Orquestra Sinfônica da Rádio Bávara. O man- à resposta entusiasmada dos músicos. Logo começaram a aparecer dato de 18 anos se tornou uma das grandes colaborações orquestra-regente gravações, em sua maioria de música alemã, austríaca e tcheca, dos tempos modernos. e normalmente no áudio superior do selo DG. Seu ciclo Mahler 1990 – Retorno a Praga (1967‑71) foi uma realização referencial e ainda é considerado um Depois do colapso do comunismo, Kubelík retorna à pátria pela primeira vez. dos melhores do mercado. A colaboração entre regente e orquestra Rege a Filarmônica Tcheca no Festival de Primavera de Praga, evento do também encontrou um veículo ideal em Palestrina, de Pfitzner, obra qual foi cofundador, em 1946. que parecia feita sob medida para a abordagem intensamente lírica,

32 Janeiro / Fevereiro 2013 ícone

“Kubelík soa como uma voz de outra época – cores orquestrais ricas, acentos de peso” AL laus H e nn ch/ A re n aP K laus

Janeiro / Fevereiro 2013 33 Roteiro Musical Festivais de Verão Festivais de Verão oferecem ricas programações

Quatro festivais tradicionais e um recém-chegado movimentam o Alex Klein, diretor artístico do verão da música clássica brasileira nos meses de janeiro e fevereiro. Os Femusc de Santa Catarina eventos oferecem, além de concertos, cursos para jovens músicos, que podem ganhar também a oportunidade de pôr em prática seus aprendi- zados e tocar em apresentações especiais. Logo no começo de 2013, no dia 6 de janeiro, inicia-se a 14ª edi- ção do Festival Música nas Montanhas, evento sediado na cidade de Poços de Caldas, em Minas Gerais. A abertura é marcada por um concerto da Orquestra Versatilis e convidados, no Teatro da Urca – que recebe a maioria das apresentações. Com regência de Jean Reis, diretor artístico do festival, o concerto tem como destaque a Sinfonia nº 10 de Mendelssohn e o Frevo, de Egberto Gismonti, com arranjo para violino de Luis Mascaro, que sola na peça. Entre os destaques do evento, es- Com direção artística de Alex Klein, o Festival de Música de tão o Quarteto Gamargo Guarnieri (dia 7), a Orquestra de Câmara da Santa Catarina (Femusc) realiza sua 8ª edição na cidade de Jaraguá Universidade de Dakota do Norte (EUA), sob regência do maestro e do Sul. Serão concertos diários, entre 21 de janeiro e 2 de fevereiro, violinista argentino Alejandro Drago (dia 9), e o Trio a la Russe (dia apresentados, em sua maioria, no Centro Cultural Sociedade Artística – 10), grupo baseado em Moscou formado por Giugla Katsarava (pia- tanto no grande quanto no pequeno auditório. O evento conta com duas no), Miran Begic (violino) e Viktor Uzur (violoncelo). O encerramento séries principais (entre 25, no total): a Grandes Concertos e a Momento acontece no dia 19, no Teatro da Urca, com um concerto da Orquestra Springmann. Concentrada em música de câmara, essa última tem como Sinfônica do Festival, sob regência de Jean Reis, que traz a suíte Os atrações os quartetos de cordas internacionais, como o Arianna (Estados planetas, de Gustav Holst, no repertório. Unidos), o Tayrona (Colômbia) e o Naui-Kirá (México); tocam também O mais longo, abrangente e tradicional dos festivais de verão bra- grupos nacionais, como os quartetos Sorocaba e Brasileiro. Destaque sileiro, a Oficina de Música de Curitiba, chega à sua 31ª edição, para a apresentação do dia 24, com o trio formado por Luís Carlos Justi estendendo-se do dia 9 ao 29, com duas fases: a primeira, de música (oboé), Catalina Klein (fagote) e Fany Solter (piano), que toca From my erudita e antiga (dias 9 a 19), e a segunda, de música popular brasi­ Window, de João Guilherme Ripper. Já a série Grandes Concertos pri- leira. As apresentações se espalham pela cidade, como no Teatro Paiol, vilegia os grupos do Femusc, como a sinfônica do festival, que toca a na Capela Santa Maria Espaço Cultural, no Sesc Paço da Liberdade e Sinfonia nº 5 de Mahler no dia 25, sob a regência de Catherine Larsen- no auditório Bento Munhoz da Rocha Netto, o Guairão – onde ocorre o -Maguire, e a Orquestra de Professores do Femusc, que se apresenta no concerto de abertura, com a Camerata Antiqua de Curitiba sob regên- dia seguinte, com Alex Klein na regência e programa com a Sinfonia nº 4 cia do maestro Juan Quintana; participam também da apresentação os de Brahms. O encerramento do festival se dá no dia 2 de fevereiro, tam- solistas Fábio Zanon (violão) e o esloveno Bostjan Lipovsek (trompa), bém sob a batuta de Klein, que rege a Mega-Orquestra do Femusc em que tocam concertos, respectivamente, de Mozart e Gnattali. Atra- obras de Stravinsky, Moncayo e Mahler, entre outros. ções internacionais se apresentam na oficina, como o Quarteto de Cor- Calouro no cenário dos festivais, o bem estruturado e ousado Mú- das Lopes Graça, de Portugal (dia 10), a pianista polonesa Magdalena sica em Trancoso chega a seu segundo ano. Com diretoria artística Lisak (dia 10), e o Millenium Brass, quinteto de metais dos Estados de Sabine Lovatelli, o projeto une a beleza natural da cidade do sul da Unidos (dia 14). Vale destacar também a apresentação da Sinfônica Bahia à música clássica de boa qualidade. Entre os dias 23 de fevereiro e do Paraná, que inicia o ano após uma grande temporada em 2012. 2 de março, um cânion do litoral baiano se torna um centro cultural que A orquestra toca peças de Bizet e Rachmaninov, sob regência de seu recebe duas das mais prestigiadas orquestras jovens do país: a Orquestra titular, o português Osvaldo Ferreira, no dia 12, no Guairão. O encer- Juvenil da Bahia, carro-chefe do projeto Neojiba, e a Orquestra Jovem ramento da série clássica do festival acontece no dia 19, também no do Estado de São Paulo. A primeira toca nos dias 23 e 24; sob regên- Guairão, quando tocam a Orquestra Sinfônica e o Coro da 31ª Oficina cia de seu titular, Ricardo Castro, o grupo recebe um time de solistas de Música de Curitiba, sob regência de Mara Campos, e alunos da formado por músicos da Filarmônica de Berlin – Rüdiger Liebermann classe de regência ministrada pelo maestro Ferreira. O repertório traz (violino), Walter Küssner (viola), Walter Seyfarth (clarinete) e Edicson o prelúdio de Tristão e Isolda, de Wagner, o Magnificat-Aleluia, de Ruiz (contrabaixo) – e pelos cantores Martin Snell (baixo-barítono) e Villa-Lobos, e o virtuoso Concerto para violino de Tchaikovsky, que Kathrin Hildebrandt (mezzo). A orquestra paulista se apresenta nos dias será interpretado pelo russo Alexander Trostiansky. A direção artística 1º e 2 de março, com Cláudio Cruz na regência, também com grandes geral do festival é de Janete Andrade; o maestro Osvaldo Ferreira e o solistas; destaque para o francês Benoit Fromanger (flauta) e o alemão violinista Rodolfo Richter são os diretores dos polos de música erudita Fausto Reinhardt (tenor). e antiga, respectivamente. Pelotas, no Rio Grande do Sul, recebe o 3º Festival Internacional Ricardo Castro e a orquestra do Sesc de Música, que tem direção artística de Evandro Matté, maestro Neojiba participam do festival e trompetista, membro da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) Música em Trancoso desde 1990. E é a Ospa que dá início aos concertos, com apresentação no Teatro Guarany, no dia 14. A maioria das apresentações principais ocorre no Guarany, que recebe grupos de naipes e, mais especialmente, a ópera Il campanello, de Donizetti, no dia 16. A peça tem música da Orquestra Unisinos Anchieta, sob regência de Matté, e o elenco traz a soprano Luisa Kurtz, o barítono Douglas Hahn e o baixo Saulo Javan. A direção cênica é de Luiz Paulo Vasconcellos. O festival se encerra no dia 26, com o concerto da Orquestra Acadêmica do Festival, no parque D. Antônio Zattera, interpretando a Nona de Beethoven. fotos: divulgação

34 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO Roteiro Musical Festivais de Verão

BrAsília, DF de arcos nº 1; Luiz de Freitas Branco – 12/12h30: Rodolfo Richter – violino 12/20h30: Orquestra Sinfônica do Quarteto de cordas. e Phoebe Carrai (EUA) – violoncelo Paraná. Osvaldo Ferreira – regente. 35º CIVEBRA Teatro Paiol – Tel. (41) 3213-1340. R$ 20. barroco. Programa: Bach – Sonata BWV Programa: Bizet – Suíte Carmen; e Curso Internacional de Verão 1001 e Suíte BWV 1009. Rachmaninov – Danças sinfônicas da Escola de Música de Brasília 10/20h30: Magdalena Lisak (Polônia) Paço da Liberdade – Sesc Paraná. Entrada franca. op. 45. – piano. Programa: Chopin – Grande Guairão – Auditório Bento Munhoz da Rocha De 15 a 26 de janeiro 12/15h00: Alegria da vida. Camerata Netto. R$ 20. valsa brilhante op. 18, Balada op. 47 e Antiqua de Curitiba. Rodrigo Toffolo – www.emb.se.df.gov.br Berceuse op. 57; Szymanowski – Quatro direção musical. Programa: músicas do 12/22h00: Gênesis – Orquestra de estudos op. 4; Debussy – Etude pour le cancioneiro popular infantil de Chico CURITIBA, PR cinq doigts, Images e L’ isle joyeuse. Metais e Percussão. Vagner Gonçalves Buarque, Vinicius de Moraes, Edu Lobo Franco – regente. Programa: Steinberg Capela Santa Maria – Espaço Cultural – Tel. e Marcos Vale, entre outros. Jacqueline XXXI Oficina de Música de Curitiba (41) 3321-2840. R$ 20. – Overture of the King; Saint-Saëns – Daher e Yamba Canfield – direção cênica. Sinfonia nº 3; Richards Phillips – Be 1ª fase: de 9 a 19 de janeiro Capela Santa Maria – Espaço Cultural. Entrada 11/12h30: William Carter – alaúde Still for Presence of the Lord; Rossano Música erudita e música antiga franca. e Rachel Brown – flauta transversal. Galante – Resplendent Glory; e Steven 2ª fase: de 20 a 29 de janeiro Programa: Bach – Suíte BWV 995, 12/15h00: Música e Literatura. Ponsford – Turris Fortissima. Música popular brasileira Partita BWV 1013 e Bourre Angloise. Lançamento dos livros “Malinconia Teatro Londrina – Memorial de Curitiba – D’amore: A melancolia e os lamentos Tel. (41) 3321-3313. Entrada franca. Direção artística: Janete Andrade Paço da Liberdade – Sesc Paraná – Tel. (41) 3234-4201. Entrada franca. femininos da ópera veneziana de mea- www.oficinademusica.org.br dos do século XVII” e “Música Antiga”, 13/11h00: Paraná Brass Orquestra 11/19h00: Grupo Omundô. Programa: de Viviane Kubo. Filarmônica de Metais e Percussão. 09/20h30: Abertura. Camerata músicas de diversos países. Paço da Liberdade – Sesc Paraná. Entrada franca. Carlos Domingues – direção artística Antiqua de Curitiba. Juan Quintana Teatro Paiol. R$ 20. e regente. Programa: John Williams – – regente, Fábio Zanon – violão e 12/18h00: Documentário “Meu avô, Temas olímpicos; Copland – Fanfarra para Bostjan Lipovsek – trompa. Programa: o fagote”. Retrato do fagotista Noel 11/20h30: Winston Ramalho – vio- o homem comum; Carl Orff – O fortuna; Mozart – Concertos para trompa K 412 Devos. Tatiana Devos Gentile – direção. lino, Artem Chirkov – contrabaixo Vangelis – 1492, Conquista do paraíso e e K 371; Gnattali – Concerto à bra- Cinemateca Curitiba – Tel. (41) 3321-3252. e Olga Kiun – piano. Programa: Carruagens de fogo; entre outros. sileira nº 4 para violão; Händel – Entrada franca. Brahms – Sonata op. 108; Wieniawski Teatro Londrina – Memorial de Curitiba. Coronation Anthems, Anthem I e II. – Tarantelle op. 16 e Shostakovich Entrada franca. Guairão – Auditório Bento Munhoz da Rocha 12/19h00: Orquestra de Cordas da Netto – Tel. (41) 3304-7914. R$ 30. – Adágio de Brifght Stream; Gajdos – Scar de Jaraguá do Sul e Gaiteiros de Invocation; Rachmaninov – Prelúdio; Lume. Anand Almeida e Luís Felipe de 13/19h00: Madrigal em Cena. Eli 10/19h00: Quarteto de Cordas Lopes Bottesini – Variação La Sonnambula, la Cerda – direção. Programa: música Siliprandi – direção e Carlos Cavalcante Graça (Portugal). Programa: Revueltas Elegia e Tarantella; e Piazzolla – celta tradicional. – bailarino. Programa: Weber – Pie – Quarteto de cordas nº 4, Música de Contrabajeando. Teatro da Reitoria da UFPR – Tel. (41) 3360- Jesus e O Crux Ave; Rimsky-Korsakov Feria; Fernando Lopes Graça – Quarteto Capela Santa Maria – Espaço Cultural. R$ 20. 5066. R$ 20. – Pater Noster; Vivaldi – Domine Deo; Roteiro Musical Festivais de Verão

William Byrd – Ave Verum; Giovanni Pozo – tenor, Rachel Brown – flauta, 19/13h00: Palestra-Aula “Música para para violino e orquestra. Orquestra de Croce – Cantate Domino; Ernani Aguiar Diego Nadra – oboé, Rodolfo Richter e Sociabilização”, com Ricardo Castro. Professores do Femusc. Alex Klein – re- – Salmo 150. Andrew Fouts – violinos, Juan Manuel Paço da Liberdade – Sesc Paraná. Entrada gente. Programa: Brahms – Sinfonia nº 4. Teatro Paiol. R$ 20. Quintana – viola da gamba, Phoebe franca. 27/01 às 20h30: Flávio Gabriel da Silva Carrai – violoncelo e Nicholas Parle – 13/20h30: Concerto de música antiga – trompete. Programa: Alfred Reed – The cravo. Programa: Bach – Cantata BWV 19/20h30: Concerto de encerramento I. Mostly Bach. Maria Cristina Kiehr Hounds of Spring; e Arutiunian – Concerto 131, Concerto para dois violinos BWV da 1ª fase. Orquestra Sinfônica e Coro – soprano, Rodrigo Del Pozo – tenor, para trompete. Banda Sinfônica do 1043, Concerto de Brandemburgo da 31ª Oficina de Música de Curitiba. Rachel Brown – flauta, Diego Nadra – Femusc. Dietmar Wiedmann – regente. nº 5 BWV 1043 e Concerto para violino Mara Campos – regente, Alunos oboé, Rodolfo Richter e Andrew Fouts Programa: Steven Reineke – Montanha de e oboé BWV 1060. da classe de regência e Alexander – violinos, Juan Manuel Quintana – viola dragões; Edward Gregson – A espada e a Capela Santa Maria – Espaço Cultural. R$ 20. Trostiansky – violino. Programa: da gamba, Phoebe Carrai – violoncelo e Wagner – Prelúdio de Tristão e Isolda; coroa; e Alan Gorb – Danças Yiddish. Nicholas Parle – cravo. Programa: Bach 17/18h30: Ópera no Café: trechos Tchaikovsky – Concerto para violino 28/01 às 20h30: Alberto Almarza – Cantata BWV 55, A arte da Fuga BWV de óperas. e orquestra op. 35; e Villa–Lobos – – flauta. Programa: Edgard Varese – 1080, Árias e 14 Cânones BWV 1087. Paço da Liberdade – Sesc Paraná. Entrada franca. Magnificat-Aleluia. Densidade 21.5. Alberto Almarza – flau- Capela Santa Maria – Espaço Cultural. R$ 20. Guairão – Auditório Bento Munhoz da Rocha ta, Alex Klein – oboé, Cristiano Alves e 17/19h00: Concerto de encerramento Netto. R$ 30. Gustavo César Yescas Nuñez – clarine- 14/12h30: Nicholas Parle – cravo, das classes de música antiga. tes, Will Sanders – trompa, Rob Weir e Andrew Fouts – violino e Juan Manuel Teatro Paiol. Entrada franca. JARAGUÁ DO SUL, SC Alejandra Daffra – fagotes. Programa: Quintana – viola da gamba. Programa: D’Indy Vincent – Canções e danças. Sonatas BWV 1028 e BWV 1019. 17/19h00: Ricardo Bologna e Márcio 8º Festival de Música Recital de Professores. Programa: Paço da Liberdade – Sesc Paraná. Entrada franca. Szulak – percussão, Olga Kiun e Clenice de Santa Catarina Milhaud – A criação do mundo. Ortigara – pianos, Alexandre Razera – Orquestra de Violoncelos do Femusc. 14/14h30: Palestra “Aprender tocar viola e Marcos Fregnani – flauta trans- De 21 de janeiro a 2 de fevereiro e criar ao piano”, com Abigail R. Silva. Watson Clis – regente. Programa: Villa- versal. Programa: Bela Bartók – Sonata Lobos – Bachianas brasileiras nº 1. Capela Santa Maria – Espaço Cultural. Entrada Sz. 110. Direção artística: Alex Klein franca. 29/01 às 20h30: Recital de Capela Santa Maria – Espaço Cultural. R$ 20. www.femusc.com.br Professores. Programa: Wagner – 14/19h00: Quinteto de Metais 17/20h30: Banda Sinfônica da Série Grandes Concertos O Idílio de Siegfried. Orquestra de Millenium Brass (EUA). Programa: 31ª Oficina de Música de Curitiba. Centro Cultural SCAR – Grande Auditório Harpas do Femusc. Rita Costanzi – Victor Ewald – Quinteto nº 2; D. Bostjan Lipovsek – trompa. Programa: Tel. (47) 3275-2477. regente. Programa: Playford – Tudo Scarlatti – Sonatas; e Vinicius de Robert Smith – The divine comedy e em um verde jardim; e Julian Aguirre Moraes/Tom Jobim – Chega de sauda- 21/01 às 20h30: Orquestra Filarmônica The isle of Calypso; Lojze Krajncan – – Três árias crioulas. Alberto Almarza de, entre outros. de Jaraguá do Sul. Norberto Garcia Liberamente; e Gershwin – Porgy and – flauta, Luís Carlos Justi – oboé, Pierre Teatro Paiol. R$ 20. – regente e Rita Costanzi e Gustavo Bess. Beaklini – harpas. Programa: Rossini – O Jatobá – corne inglês, Ovanir Buosi e Canal da Música – Tel. (41) 3331-7500. R$ 20. Cristiano Alves – clarinetes e Alejandra 14/20h30: Quarteto de Cordas Lopes barbeiro de Sevilha; Mozetich – A paixão Daffra – contrafagote, entre outros. Graça (Portugal, Fabian Schäffer – oboé dos anjos; e Piazzolla – Adiós Nonino e 18/17h30: Palestra “Luthieria, Programa: Schönberg – Sinfonia nº 1. e Olga Kiun – piano. Programa: Britten Fuga e mistério. Rabeca e Folclore”, com Guilherme – Fantasia op. 2; Fernando Lopes Graça – 30/01 às 20h30: Orquestra de Violões Rommanelli. 22/01 às 20h30: Flávio Gabriel da Quatorze anotações; e Henrique Oswald e Grupo de Metais do Femusc. Luiz Paço da Liberdade – Sesc Paraná. Entrada franca. Silva – trompete, Luiz Garcia – trom- – Quinteto com piano op. 18. pa e Pablo Fenoglio – trombone. Lenzi – regente e Eduardo Isaac – violão. Capela Santa Maria – Espaço Cultural. R$ 20. 18/19h00: Concerto Twisted Bach. Programa: Poulenc – Sonatas. Rita Programa: Reich – Accoustic Counterpoint. Beth Fadel – piano e convidados. Costanzi – harpa. Programa: Lorenzo Grupo de Percussão do Femusc. Eduardo 15/12h30: Nicholas Parle – cravo. Programa: Bach – Invenção nº 1 BVW Fernandez – Saudosa Seresta. Arianna Gianesella e Pedro Carneiro – percussão. Programa: obras de Buxtehude e 772 e nº 4 BWV 775, Sinfonia nº 4 String Quartet. Programa: Tchaikovsky Programa: Broughton – Harlequin; Alfred Vivaldi, entre outros. Às 18h30: BWV 790, Sinfonia nº 15 BWV 801, – Quarteto nº 3. Reed – Othelo; e James Stephenson – Ópera no Café: trechos de óperas. Prelúdio e Fuga BWV 847, Sonata nº 3 Fanfarra e Marcha. Paço da Liberdade – Sesc Paraná. Entrada franca. 23/01 às 20h30: Leon Spierer – BWV 1016, Bachião, Partita nº 5 BWV violino, Peter Slowik – viola, Dennis 31/01 às 20h30: Orquestra de 1004, Cantata Wachet auf! BWV 140 15/19h00: Big Belas Band. Willian Parker – violoncelo, Catalin Rotaru – Cordas do Femusc. Leon Spierer – e Prelúdio BWV 846. Marcel Lentz – regente e Marco Aurélio contrabaixo e Ricardo Castro – piano. violino. Programa: Schönberg – Noite Teatro Paiol. R$ 20. Koentopp – direção musical. Programa: Programa: Schubert – Quinteto para Transfigurada. Grupo de Música obras de Joe D’Etienne, Chico Buarque, Contemporânea. Alex Klein – regen- 18/19h00: Willy Gonzales Trio piano e cordas, A Truta. Sonny Rollins, Louis Prima, Tito Madi, te. Programa: Berio – Rendering. (Argentina). 24/01 às 20h30: Curt Schroeter Tom Jobim, Djavan e Jim Martin. Orquestra Mozart. Cláudio Jaffé Teatro da Caixa – Tel. (41) 2118-5111. R$ 10. – flauta, Luís Carlos Justi – oboé, Teatro Paiol. R$ 20. – regente. Programa: Beethoven – Reapresentação dia 19 às 19h e workshop dia Cristiano Alves – clarinete e Rob 19 às 14h. Entrada franca. Concerto para piano nº 5, Imperador. Weir – fagote. Programa: Villa-Lobos 15/20h30: Música de Câmara. Trio 01/02 às 20h30: Orquestra Sem – Quarteto. Eduardo Isaac – violão do Conservatório de Lyon (França). 18/20h30: Estúdio Ópera. Orquestra Maestro. Andrés Cárdenes – violino. e Rita Costanzi – harpa. Programa: Programa: Poulenc – Sonata FP 184, de Câmara e Cantores da 31ª Oficina Programa: Wagner – Abertura de Os Montsalvatge – Fantasia. Andrés Debussy – Sonata para violoncelo e de Música de Curitiba, Paulo Henrique mestres cantores de Nuremberg. Cárdenes – violino, Bernhard Loercher piano; Brahms – Trio op. 114. Almeida e Tamás Salgo – pianos e Orquestra Sinfônica do Femusc. – violoncelo e Ricardo Castro – piano. Capela Santa Maria – Espaço Cultural. R$ 20. classe dos professores. Programa: Catherine Larsen-Maguire – regente. Programa: Dvorák – Trio. Puccini – Gianni Schicchi. Programa: Shostakovich – Sinfonia nº 10. 16/19h00: Concerto de encerramen- Teatro Guairinha – Auditório Salvador de 25/01 às 20h30: Orquestra Sem 02/02 às 20h30: Orquestra do to da classe de percussão. Ricardo Ferrante – Tel. (41) 3304-7982. R$ 20. Maestro. Simon Bernardini – violino. Femusc. Alex Klein – regente. Bologna – direção. Programa: Mendelssohn – Abertura de Programa: Verdi – Marcha triunfal de Teatro Paiol. Entrada franca. 19/12h30: Concerto de encerramento As Hebridas. Orquestra Sinfônica do Aida; Mahler – Adagietto; Tchaikovsky da Orquestra Jovem da 31ª Oficina de Femusc. Catherine Larsen-Maguire – re- 16/20h30: Concerto de música antiga – Valsa das flores; Moncayo – Música de Curitiba. Winston Ramalho gente. Programa: Mahler – Sinfonia nº 5. II. Mostly Bach. Collegium Vocale e – direção. Huapango; Stravinsky – Dança infernal; Orquestra Barroca da Oficina. Maria Capela Santa Maria – Espaço Cultural. Entrada 26/01 às 20h30: Charles Stegeman Elgar – Variações Enigma; e Nazareth Cristina Kiehr – soprano, Rodrigo del franca. – violino. Programa: Barber – Concerto – Tico-tico no fubá.

36 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO Roteiro Musical Festivais de Verão

Série Momento Springmann Eychenne – Cantilena e Dança. Arianna POÇOS DE CALDAS, MG 15/20h30: Villa-Lobos Superstar. Centro Cultural SCAR – Pequeno Auditório – String Quartet. Programa: Beethoven – Pau Brasil e Ensemble São Paulo. Tel. (47) 3275-2477. Quarteto de cordas op. 59 nº 1. 14º Festival Música Programa: Villa-Lobos – Bachianas nas Montanhas brasileiras nº 4 e nº 5, Choro típico, 21/01 às 19h00: Arianna String 31/01 às 19h00: Gordon Hunt – oboé, Prelúdio nº 3, Sexteto místico, A lenda Quartet e Alberto Almarza – flauta. Andrés Cárdenes – violino, Craig De 6 a 19 de janeiro do caboclo; Quarteto nº 5, Na solidão Programa: Osvaldo Lacerda – Quarteto Mumm e Richard Young – violas e Direção artística: Jean Reis da minha vida e Cair da tarde; e Tom de cordas nº 1; Gabriela Frank – Dennis Parker – violoncelo. Programa: Jobim – Saudades do Brasil. Lendas, um passeio andino; e Efrain Mozart – Quinteto para oboé e cordas. www.festivalmusicanasmontanhas.com.br Amaya – El sentir de Maria Lionza. 16/20h30: Madeiras do Festival. 01/02 às 19h00: Projeto Especial. Série Concertos Noturnos 18/20h30: Orquestra Sinfônica do 22/01 às 19h00: Marcello Guerchfeld Cristiano Alves – clarinete. Programa: Teatro da Urca – Tel. (35) 3713-9901. – violino e Watson Clis – violoncelo. Mozart – Serenatas. Quarteto Festival. Jean Reis – regente. Céline 06/20h30: Concerto de Abertura. Programa: Kodály – Duo para violino Brasileiro. Programa: Brahms – Imbért – soprano e Luís Afonso Quinteto Versatilis. Programa: Bottesini e violoncelo. Tibô Delor – contrabaixo. Quarteto nº 2 op. 51. Marcello Montanha – clarinete. Programa: Ravel – Gran Quinteto para cordas. Orquestra Programa: Tibô Delor – Naima. Mifflin Guerchfeld – violino, Craig Mumm – Shéhérazade; e Copland – Concerto Versatilis. Jean Reis – regente, Eleri String Quartet. Programa: Smetana – – viola, Bernhard Loercher – violon- para clarinete. Ann Evans – sax soprano, Francisco Quarteto. celo e Fany Solter – piano. Programa: 19/20h30: Concerto de Encerramento. Montanha – clarinete, Luís Mascaro Schumann – Quarteto. Orquestra Sinfônica do Festival. Jean 23/01 às 19h00: Quarteto de Cordas – violino e Nanah Pereira – bailarina. Reis – regente. Programa: Holst – Os Tayrona e Pablo Fenoglio – trombone. Programa: Mendelssohn – Sinfonia nº PELOTAS, RS planetas; e Arthur Barbosa – Guia Programa: Corrado Saglietti – Suíte 10; Dave Heath – Out of the Cool; Cyro orquestral brasileiro. para trombone e quarteto de cordas. Pereira – Solito; e Egberto Gismonti/ III FESTIVAL INTERNACIONAL Curt Schroeter – flauta, Alex Klein – Luis Mascaro – Frevo. Série Casa de Cultura e Museu SESC DE MÚSICA oboé, Ovanir Buosi – clarinete, Luiz 07/20h30: Quarteto Camargo Casa da Cultura – Tel. (35) 3722-2776. Garcia – trompa e Rob Weir – fagote. De 13 a 26 de janeiro Guarnieri: Elisa Fukuda e Ricardo 12/17h00: Classe de Piano do Programa: Ligeti – Seis bagatelas. Takahashi – violinos, Silvio Catto – Festival. Às 19h00: Classe de Canto do Direção artística: Evandro Matté 24/01 às 19h00: Luís Carlos Justi viola e Joel de Souza – violoncelo. Festival. 19/17h00: Música em Preto – oboé, Catalina Klein – fagote e www.sesc-rs.com.br Programa: Villa-Lobos – Quarteto de e Branco. Classe de Piano do Festival. Fany Solter – piano. Programa: João cordas nº 17; e Beethoven – Quarteto 14/21h00: Concerto de Abertura. Série Concertos Noturnos Guilherme Ripper – From my Window. nº 2 op. 59, Razumovsky. Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Igreja Matriz. Quarteto de Cordas Naui-Kirá. 15/ 21h00: Escalandrum Sexteto 08/20h30: Clave de Fá e Ana Valéria 17/19h00: Coro Infantil Dulce Primo, Programa: Revueltas – Quarteto nº 2. Instrumental (Argentina). : Poles e Sergio de Oliveira – contrabai- 16/21h00 Classe de Regência Coral e Classe de Cristiano Alves – clarinete e Quarteto Orquestra Unisinos Anchieta. Programa: xos. Participação: Betina Stegmann Canto do Festival. Brasileiro. Programa: Weber – Quinteto Donizetti – Ópera Il Campanello. – violino, Marcelo Jaffé – viola; Robert para clarinete op. 34. 17/21h00: Quinteto Villa-Lobos. Suetholz – violoncelo, Suzan Ruggiero – soprano, Danilo Mezzadri – flauta, 25/01 às 19h00: Alex Klein – oboé, 20/17h30: Gala Lírico. Às 21h00: TRANCOSO, BA Flávio Augusto – piano e Suelém Daniel Guedes – violino, Mario Ulloa Orquestra Acadêmica do Festival. Sampaio – harpa. Programa: Sperger – violão e Arianna String Quartet. 21/17h00: Ensaio aberto. Orquestra Festival Música em Trancoso – Quarteto em ré maior; Hoffmeister Programa: Mario Ulloa – Femuscana. Sinfônica de Porto Alegre. Às 21h00: – Quarteto nº 3; Villa-Lobos – Canto do De 23 de fevereiro a 2 de março Rita Costanzi – harpa. Programa: Grupos de Percussão e Metais do Cisne Negro; Osvaldo Lacerda – Choro Alfredo Ortiz – Milonga para amar. Festival. 23/21h00: Banda Sinfônica Direção artística: Sabine Lovatelli seresteiro; Bottesini – Ária de Tutto Il Gordon Hunt – oboé, Ovanir Buosi – Acadêmica do Festival. 24/21h00: mondo; Paganini – Moisés no Egito www.musicaemtrancoso.org.br clarinete, Luiz Garcia – trompa, Rob Grupo de Madeiras do Festival. Weir – fagote e Alexandre Dossin – Teatro Guarany – Tel. (53) 3225-7636. 09/20h30: Orquestra de Câmara da Seleção de eventos de música erudita. piano. Programa: Mozart – Quinteto. Universidade de Dakota do Norte. 18/21h00: Orquestra de Sopros de Alejandro Drago – regente. 23/02 às 18h30: Orquestra Juvenil 26/01 às 19h00: Duo Daniel Guedes – Novo Hamburgo. da Bahia. Ricardo Castro – regente, violino e Mario Ulloa – violão. Palco Baronesa. 10/20h30: Trio a la Russe: Guigla Katsarava – piano, Miran Begic – Rüdiger Liebermann – violino, Walter Küssner – viola, Walter Seyfarth – 28/01 às 19h00: Cristiano Alves – 19/17h30: O Festival na Praça. violino e Viktor Uzur – violoncelo. clarinete, Edicson Ruiz – contrabaixo, clarinete, Emerson Di Biaggi – viola e Quinteto de Metais do Festival. Programa: Rachmaninov – Trio élégia- Martin Snell – baixo-barítono e Fany Solter – piano. Programa: Mozart Praça do Centro. que nº 1 e Sonata para violoncelo e – Trio Kegelstadt. Quarteto de Cordas piano op. 19; e Shostakovich – Piano Kathrin Hildebrandt – mezzo sopra- Tayrona. Programa: Shostakovich – 20/11h00: Thiago Colombo – violão. Trio nº 2 op. 67. no. Reapresentação dia 24. Master Quarteto de cordas nº 3 op. 73. Curt 26/18h00: Recital da classe de canto. class com Martin Snell – baixo barí- 11/20h30: Orquestra de Cordas do Schroeter – flauta, Marcello Guerchfeld Biblioteca Pública – Tel. (53) 3222-3856. tono. Reapresentação dia 24. 24/02 – violino e Mayra Hernândez – piano. Festival e Orquestra Sinfônica do às 8h30: Master class com Kathrin Programa: Nino Rota – Trio. 20/16h30: Concerto Barroco. Festival. Jean Reis – regente. Hildebrandt – mezzo soprano. 26/02 Emmanuele Baldini – violino, Fernando às 8h30: Master class com Fausto 29/01 às 19h00: Tibô Delor – con- 12/20h30: Orquestra Sinfônica do Cordela – cravo e Diego Schuck – viola Reinhardt – tenor. 27/02 às 8h30: trabaixo e Ricardo Castro – piano. Festival. Jorge R. Perez Gomez – re- da gamba. Master class com Melinda Parsons – Programa: Mignone – Valsa. Quarteto gente. Programa: Beethoven – Sinfonia Catedral de Pelotas – Tel. (53) 3222-2096. nº 8 op. 93; e Moncayo – Huapango. soprano. 01/03 às 18h30: Orquestra Sorocaba. Programa: Schubert – Jovem do Estado de São Paulo. Quarteto op. 29. Andrés Cárdenes e 13/20h30: Trio Brasileiro: Gilberto 26/11h00: Banda Sinfônica do Cláudio Cruz – regente, Rüdiger Charles Stegeman – violinos e Richard Tinetti – piano, Erich Lehninger – Festival. Liebermann – violino, Walter Küssner Young – viola. Programa: Kodály – violino e Watson Clis – violoncelo. Clube Diamantinos – Tel. (53) 3225-2352. – viola, Leonard Elschenbroich – vio- Serenata. Programa: Beethoven – Trio op. 1 nº 1; loncelo, Benoit Fromanger – flauta, e Debussy – Trio. 30/01 às 19h00: Luís Carlos Justi – 26/21h15: Concerto de encerramen- César Camargo Mariano – piano, oboé, Catalina Klein – fagote e Thais to. Orquestra Acadêmica do Festival. 14/20h30: Duo Monteiro-Katsarava Fausto Reinhardt – tenor e Melinda Valim – piano. Programa: Mahle – Trio. Programa: Beethoven – Sinfônia nº 9. – pianos. Programa: Rachmaninov – Parsons – soprano. Reapresentação Dilson Florêncio – saxofone e Mayra Parque Dom Antônio Zattera – Av. Bento Suíte nº 2 op. 17; Bolcom – The Garden dia 2. Hernández – piano. Programa: Marc Gonçalves, s/nº. of Eden; e Ravel – La Valse. Anfiteatro Música em Trancoso.

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2013 37 Roteiro Musical São Paulo

Sala São Paulo 19 Sábado Thibaudet abre nova temporada Janeiro 16h00 Programa CLÁSSICOS da Osesp em fim de fevereiro 5 Sábado Lang Lang. Programa: Beethoven – Sonatas nº 3 e nº 23; Prokofiev – A Orquestra Sinfônica do Sonata nº 7; Chopin – Estudos. Gravado 16h00 Programa CLÁSSICOS Estado de São Paulo realiza, em no Musikverein de Viena. Jascha Heifetz, o violinista de Deus. TV Cultura. fevereiro, três de seus Concer- Filme documentário. tos a Preços Populares, além de TV Cultura. 20h00 Eudóxia de BArros – piano estrear sua temporada 2013. Recitais Eubiose. Programa: Mozart – Nos dias 8 e 9, Isaac Karabt­ 6 Domingo Sonata K 332; Chopin – Polonesa chevsky é o regente convidado op. 44; Debussy – Dois estudos nº 4 da orquestra e comanda a Sinfo- 16h00 Programa CLÁSSICOS e nº 5; Albeniz – Suíte Espanha; Liszt – nia nº 10, Ameríndia, de Villa- Charles Ives e a Holidays Symphony. Rapsódia nº 6; Lacerda – Sonata para -Lobos. O concerto faz parte da Documentário realizado pela Orquestra cravo ou piano; João de Souza Lima – gravação integral das sinfonias Sinfônica de San Francisco e pelo Toccatina; Nazareth – Odeon e Apanhei- de Villa-Lobos pela Osesp, sob regente Michael Tilson Thomas. te, cavaquinho; e Fernandez – Jongo. TV Cultura. Sociedade Brasileira de Eubiose – Sala direção de Karabtchevsky, e Henrique José de Souza – Av. Lacerda Franco, Jean-Yves Thibaudet 1059 – Aclimação – Tel. (11) 3208-9914. divulgação traz ainda o Coro da Osesp 23h59 Programa CLÁSSICOS (201 lugares). R$ 20. (com a titular Naomi Munakata Abertura do 43º Festival de Campos do como regente) e os solistas Marcos Paulo (tenor), Leonardo Neiva (barí- Jordão. Orquestra Sinfônica do Estado tono) e Saulo Javan (baixo-barítono). de São Paulo, Coral Paulistano e 20 Domingo Celso Antunes, regente associado da orquestra, conduz a Osesp no Coro da Osesp. Thomas Dausgaard dia 23, com o spalla do grupo, Cláudio Cruz, como solista. No repertório – regente. Susanne Bernhard – so- 15h30 Eduardo santangelo – piano apenas composições de Almeida Prado: sua Sinfonia nº 2, Dos orixás, a prano, Ingeborg Danz – mezzo Série Recitais de Piano MuBE. soprano, Donald Litaker – tenor e Programa: Chopin – Estudo op. 10 nº 3, suíte Études sur Paris e a Fantasia para violino e orquestra. O compo- Klemens Sander – barítono. Programa: Balada op. 52 nº. 4, Scherzo op. 39 nº sitor brasileiro Almeida Prado, falecido em 2010, faria 70 anos no dia 8 Beethoven – Missa Solemnis op. 123. 3, Noturno op. 48 nº 1 e Polonaise op. de fevereiro. TV Cultura. 53; e Schumann – Carnaval op. 9. No fim de fevereiro, dia 28, a regente titular Marin Alsop comanda MuBE – Auditório Pedro Piva – Av. Europa, 218 – Tel. (11) 2594-2601 (192 lugares). R$ 20. a Osesp na abertura da temporada 2013 da orquestra, que tem como 12 Sábado mote “Sagrações da primavera” – em referência, claro, à obra emble- 16h00 Programa CLÁSSICOS mática de Igor Stravinsky, cujo centenário é comemorado este ano. O 16h00 Programa CLÁSSICOS Concerto Köln. Philippe Jaroussky solista da noite é o francês Jean-Yves Thibaudet. Músico de primeira Mozarteum Brasileiro. Orquestra – contratenor. Programa: árias de linha, com passagens pelas maiores orquestras do mundo – como a Royal Sinfônica Alemã de Berlim. Vladimir Antonio Caldara. Concertgebouw, a Sinfônica de Chicago e a Nacional da França –, o Ashkenazy – regente. Programa: R. TV Cultura. pianista iniciou seus estudos aos 5 anos de idade, em Lyon, sua cidade Strauss – Don Juan, poema sinfôni- 23h59 Programa CLÁSSICOS natal. Com 7 fez seu primeiro concerto, recebendo a medalha de ouro co op. 20; e Mahler – Sinfonia nº 5. Gravado em 15 de maio de 2012 no 43º Festival Internacional de Inverno do Conservatório de Lyon aos 12. Thibaudet tem extensa discografia, Teatro Municipal de São Paulo. de Campos do Jordão. Orquestra incluindo peças de Gershwin (com a Sinfônica de Baltimore, sob regên- TV Cultura. do Festival. Marin Alsop – regente. cia de Marin Alsop), a integral para piano de Debussy e os concertos de Nelson Freire – piano. Programa: Ravel – cujo Concerto em sol maior integra o programa apresentado na Mozart – Concerto para piano nº 20 13 Domingo Sala São Paulo. K 466; Guarnieri – Abertura festiva; e Bartók – O mandarim miraculoso op. 29, Completam o repertório outro concerto para piano, O iluminado, do 15h30 Leonardo Hilsdorf – piano compositor francês contemporâneo Guillaume Connesson, além de dois suíte. Gravado em 22 de julho de 2012. Série Recitais de Piano MuBE. TV Cultura. poemas sinfônicos de Richard Strauss: Till Eulenspiegels lustige Strei- Programa: Bach – Prelúdio e fuga BWV che e o famoso Assim falou Zaratustra. O concerto será reapresentado 884; Beethoven – Sonata op. 27 nº 2; nos dias 1º e 2 de março. Brahms – Sonata nº 1 op. 1; e Liszt – 25 Sexta-feira Rapsódia espanhola. MuBE – Auditório Pedro Piva – Av. Europa, 218 11h00 Banda Sinfônica do Estado – Tel. (11) 2594-2601 (192 lugares). R$ 20. de São Paulo Dia 25 de janeiro, Teatro São Pedro Homenagem ao aniversário da 16h00 Programa CLÁSSICOS Cidade de São Paulo. Marcos Sadao Teatro São Pedro homenageia Holidays Symphony. Michael Tilson Shirakawa – regente. Programa: Thomas – regente. Programa: obras Barber – Commando March; Saint- São Paulo com três concertos de Charles Ives. Saëns – Marcha militar francesa da TV Cultura. Para a comemoração do dia 25 de janeiro, data em que a cidade com- suíte Algerian; Hindemith – Marcha das Metamorfoses sinfônicas sobre pleta 459 anos, o Teatro São Pedro terá três apresentações. As atividades 23h59 Programa CLÁSSICOS temas de Carl Maria von Weber; Elgar – se iniciam às 11h, com o maestro Marcos Sadao Shirakawa regendo a 43º Festival Internacional de Inverno Pompa e circunstância, Marcha militar Banda Sinfônica do Estado de São Paulo. de Campos do Jordão. Orquestra do nº 1; Williams – Tema de Guerra nas Mais tarde, às 17h, sobe ao palco do teatro a Orquestra Sinfô- Festival. Richard Armstrong – re- estrelas; Lacerda – Suíte Guanabara; gente. Susanne Bernhard – soprano. nica do Estado, que atua sob o comando de Fábio Prado. Finalmente Roost – Arsenal; Pedro Salgado – Dois Programa: Wagner – O holandês às 20h30, a Orquestra do Teatro São Pedro, sob regência de seu titu- corações; John Philip Sousa – Semper voador, abertura; Mahler – Rückert- Fidelis e The Stars and Stripes Forever. lar, Emiliano Patarra, realiza um concerto com trechos significativos de Lieder; e Dvorák – Sinfonia nº 6 op. Teatro São Pedro – Rua Albuquerque Lins, grandes composições de autores como Bizet, Mozart, De Falla, Dvorák 60. Gravado em 8 de julho de 2012. 207 – Barra Funda – Tel. (11) 3667-0499 – Metrô e Piazzolla. TV Cultura. Marechal Deodoro (636 lugares). Entrada franca.

38 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO 12h00 Canto Nosso Haitink – regente. Emanuel Ax – pia- Paulo – tenor, Leonardo Neiva – barí- Fábio Bartoloni – violão, Sonia Goussinsky no. Programa: Brahms – Concerto para 2 Sábado tono e Saulo Javan – baixo-barítono. – canto e Marília Macedo – flautas. piano nº 2 e Sinfonia nº 4. Programa: Villa-Lobos – Sinfonia nº 10, Programa: obras de Guarnieri, Lacerda, TV Cultura. 16h00 Programa CLÁSSICOS Ameríndia. Leia mais ao lado. Sardinha, Jacomino e Dilermando Reis. Conhecer é só o começo. Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes – Campos Realização: Sesc Carmo. Documentário sobre a West-Eastern Elísios – Tel. (11) 3223-3966. Ingressos: R$ 15. 27 Domingo Tel. (11) 4003-1212 e www.ingressorapido. Igreja Nossa Senhora da Boa Morte – Rua Divan Orchestra, com Daniel com.br. Pessoas acima de 60 anos e estudantes do Carmo, 202 – Sé – Tel. (11) 3101-6889 Barenboim e Edward Said. pagam meia entrada (na bilheteria). (100 lugares). Entrada franca. 15h30 Silvia Molan – piano TV Cultura. Estacionamento: R$ 15 (1498 lugares). Série Recitais de Piano MuBE. 17h00 Orquestra Jazz Sinfônica Programa: Beethoven – Sonata Domingo do Estado de São Paulo op. 27 nº 1; Rachmaninov – Etude 3 10 Domingo Homenagem ao aniversário da Cidade tableau op. 33 nº 6; Scriabin – Sonata de São Paulo. Fábio Prado – regente. nº 4; e Chopin – Noturno op. 27 nº 2 15h30 Ariel Magno da Costa – piano 15h30 Nathalia Freitas Leite – Programa: Cyro Pereira – Gonzagueana, e Balada nº 3. Série Recitais de Piano MuBE. piano Fantasia sobre temas de Luiz Gonzaga MuBE – Auditório Pedro Piva – Av. Europa, Programa: Beethoven – Sonata op. Série Recitais de Piano MuBE. e Suíte Gershwin, Fantasia sobre 218 – Jd. Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 27 nº 1; Debussy – Dois prelúdios; Programa: Beethoven – Sonata op. 28; lugares). R$ 20. temas de George Gershwin; Luiz Gershwin – Três prelúdios; e Chopin – Schumann – Variações Abbeg; Liszt – Gonzaga – Asa Branca; Sivuca/Gilberto Fantasia op. 49. 16h00 Programa CLÁSSICOS Um suspiro; e Rachmaninov – Etudes Gil/Dominguinhos/Glória Gadelha – MuBE – Auditório Pedro Piva – Av. Europa, Sinfônica Heliópolis. Julian tableaux op. 33 nº 2 e nº 6. Lamento sertanejo e Feira de Mangaio; 218 – Jd. Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 Rachlin – regente e violino. lugares). R$ 20. MuBE – Auditório Pedro Piva – Av. Europa, e Nelson Ayres – Só xote. 218 – Jd. Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 Programa: Mozart – Sinfonia nº 35 lugares). R$ 20. Teatro São Pedro – Rua Albuquerque Lins, 207 16h00 Programa CLÁSSICOS – Barra Funda – Tel. (11) 3667-0499 – Metrô K 385, Haffner e Concerto para Marechal Deodoro (636 lugares). Entrada violino nº 5 K 219; e Mendelssohn – Händel, uma estrela do Barroco. 16h00 Programa CLÁSSICOS franca. Sinfonia nº 4 op. 90, Italiana. Filme documentário. Gravado em ensaio e concerto. Gravado em 22 de abril de 2012 TV Cultura. Orquestra Sinfônica de Londres. 18h00 iZAÍAS E SEUS CHORÕES e na Sala São Paulo. Leonard Bernstein – regente. 23h59 Programa CLÁSSICOS QUINTAL BRASILEIRO TV Cultura. Programa: Shostakovich – Sinfonia nº 5. Orquestra de Câmara do Festival de Lançamento do CD “Radamés Gnattali TV Cultura. – Valsas e Retratos”. Izaías e Seus 23h59 Programa CLÁSSICOS Verbier. Marc Minkowski – regente. Chorões: Izaías Bueno de Almeida – Fritz Wunderlich. Filme documentário. Anne Sophie von Otter – soprano. 23h59 Programa CLÁSSICOS bandolim, Israel Bueno de Almeida TV Cultura. Programa: Canteloube – Chansons Orquestra Sinfônica do Estado de – violão de 7 cordas, Gian Corrêa – d’Auvergne; e Mozart – Sinfonia nº 39. São Paulo. Frank Shipway – regente. TV Cultura. violão, Henrique Araújo – cavaquinho, 31 quinta-feira Programa: Bruckner – Sinfonia nº 8. Tigrão – percussão. Quintal Brasileiro: Gravado em 7 de junho de 2012 na Luiz Amato e Esdras Rodrigues – Sala São Paulo. 21h00 Sérgio CArvalho – órgão de 8 Sexta-feira violino, Emerson De Biaggi – viola, TV Cultura. tubos Adriana Holtz – violoncelo e Ney Bach: Tema & Contratema. Programa: 19h30 Orquestra Sinfônica do Vasconcelos – contrabaixo. Programa: Bach – Coleção Clavierübung, exercício Estado de São Paulo e Coro da 16 Sábado Leonel Azevedo/Cascata – Lábios que de teclado (parte III), as primeiras 14 Osesp beijei; Gnattali – Suíte Retratos e Lenda peças. Concertos a preço popular. Isaac 16h00 Programa CLÁSSICOS e choro; Pedro Caetano/Claudionor Espaço Cachuera! – Rua Monte Alegre, 1094 Karabtchevsky – regente. Naomi Orquestra do Concertgebouw de Cruz – Caprichos do destino; Nazareth – – Perdizes – Tel. (11) 3872-8113 e 3872-5563 Munakata – regente do coro. Marcos Amsterdam. Andris Nelsons – regente Apanhei-te, cavaquinho; Villani-Côrtes (100 lugares). R$ 30. Este evento continua dia Paulo – tenor, Leonardo Neiva – barí- e Yefrim Bronfman – piano. Programa: – Choro patético; Jacob do Bandolim 28 de fevereiro às 21h. tono e Saulo Javan – baixo-barítono. Beethoven – Concerto para piano nº 5; – Noites cariocas; Pixinguinha/João de Programa: Villa-Lobos – Sinfonia nº 10, e Rimsky-Korsakov – Sheherazade. Barro – Carinhoso; e Nazareth – Odeon. Ameríndia. Leia mais ao lado. TV Cultura. Sesc Belenzinho – Teatro – Rua Padre Adelino, Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes – Campos 1000 – Belenzinho – Tel. (11) 2076-9700. (392 Fevereiro Elísios – Tel. (11) 3223-3966. Ingressos: R$ 15. 20h00 Eduardo Santangelo – lugares). R$ 24, R$ 12 e R$ 6. Tel. (11) 4003-1212 e www.ingressorapido. com.br. Pessoas acima de 60 anos e estudantes piano 20h00 Orquestra do TEATRO SÃO 1 Sexta-feira pagam meia entrada (na bilheteria). Recitais Eubiose. Programa: Chopin – Estacionamento: R$ 15 (1498 lugares). Estudo op. 10 nº 3, Balada nº 4 op. 52, PEDRO Reapresentação dia 9 às 19h30. Homenagem ao aniversário da Cidade 21h00 Ópera em Concerto Scherzo nº 3 op. 39, Noturno op. 48 nº de São Paulo. Emiliano Patarra – re- Gala lírica: concerto de celebração 1 e Polonaise op. 53; Ravel – Sonatina; gente. Programa: Bizet – Abertura dos 50 anos da imigração coreana 9 sábado e Schumann – Carnaval op. 9. da ópera Carmen; Mozart – Sinfonia no Brasil. Coral da Colônia Coreana Sociedade Brasileira de Eubiose – Sala Henrique José de Souza – Av. Lacerda Franco, nº 40 K 550; De Falla – Danza del e Orquestra Sinfônica Municipal. 16h00 Programa CLÁSSICOS 1059 – Aclimação – Tel. (11) 3208-9914 e 3208- fuego fatuo, de El amor brujo; Dvorák Abel Rocha – regente. Lee Kyu West-Eastern Divan Orchestra. Daniel 6699. Estacionamento em frente no nº 1074. – Sinfonia nº 9, do Novo Mundo; Do, Jin Kwi Ok, Shin Ji Hwa e Barenboim – regente. Programa: Mozart (201 lugares). R$ 20. Piazzolla – Verão portenho, de As qua- Kim Un Giu – sopranos, Chung – Sinfonia concertante K 297b; Webern – tro estações portenhas; Tchaikovsky – Soo Yun – mezzo soprano, Park Canções e músicas de câmara; Schubert 17 Domingo Abertura fantasia Romeu e Julieta. Hyeon Jae e Ha Seok Be – tenores –Quinteto D. 667, A truta; Villa-Lobos Teatro São Pedro – Rua Albuquerque Lins, e Chang Yu Sang – barítono. – Ária das Bachianas brasileiras nº 5; e 207 – Barra Funda – Tel. (11) 3667-0499 – Metrô Programa: árias de óperas de 15h30 Lucas Thomazinho – piano Marechal Deodoro (636 lugares). Entrada franca. obras de Schumann e Wagner. Série Recitais de Piano MuBE. Verdi, Lehár, Puccini, Catalani, TV Cultura. Mascagni, Delibes e músicas tradi- Programa: Beethoven – Sonata op. 109 nº 30; Liszt – Três estudos transcenden- 26 Sábado cionais coreanas e música de Carlos 19h30 Orquestra Sinfônica do Gomes. tais; Chopin – Scherzo nº 4 op. 54; e Estado de São Paulo e Coro da Osesp Rachmaninov – Etudes tableaux op. 33 Teatro Municipal – Praça Ramos de Azevedo Concertos a preço popular. Isaac 16h00 Programa CLÁSSICOS – Centro – Tel. (11) 3397-0327 (bilheteria). nº 2, nº 6 e nº 9. Homenagem a Brahms. Orquestra Ingressos: tel. (11) 4003-2050 e www. Karabtchevsky – regente. Naomi MuBE – Auditório Pedro Piva – Av. Europa, 218 de Câmara da Europa. Bernard ingressorapido.com.br (1530 lugares). Munakata – regente do coro. Marcos – Tel. (11) 2594-2601 (192 lugares). R$ 20.

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2013 39 Roteiro Musical São Paulo

16h00 Programa CLÁSSICOS Eurídice; e Beethoven – Sinfonia Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes – Bryn Terfel e os moços malvados. nº 7, Allegreto. Após o concerto Campos Elísios – Tel. (11) 3223-3966. 28 Quinta-feira Ingressos: R$ 15. Tel. (11) 4003-1212 e www. Orquestra Sinfônica Cymrru. Gareth haverá sessão de autógrafos. ingressorapido.com.br. Pessoas acima de Jones – regente. Bryn Terfel – baixo- Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos – 60 anos e estudantes pagam meia entrada 21h00 Orquestra Sinfônica do -barítono. Programa: obras de Boito, Sala Eva Herz – Av. Nações Unidas, 4777 – (na bilheteria). Estacionamento: R$ 15 Estado de São Paulo Gounod e Gershwin. Tel. (11) 3024-3599 (100 lugares). Entrada (1498 lugares). Marin Alsop – regente. Jean- franca. TV Cultura. Yves Thibaudet – piano. Programa: 24 Domingo R. Strauss – Till Eulenspiegels lustige Streiche op. 28 e Assim 23h59 Programa CLÁSSICOS sábado 23 falou Zaratustra op 30; Ravel – Orquestra Mundial da Paz. Valery 15h30 Richard Kogima – piano Concerto para piano; e Connesson Gergiev – regente. Programa: Série Recitais de Piano MuBE. 16h00 Programa CLÁSSICOS – O iluminado, concerto para piano. Rossini – Abertura de Guilherme Programa: Grieg – Peças líricas op. 65; Orquestra Sinfônica do Estado de Leia mais na pág. 38. Tell; Prokofiev – Sinfonia nº 1; e São Paulo. Marin Alsop – regente. e Schubert – Sonata D 960. Praça Júlio Prestes – Tchaikovsky – Sinfonia nº 5. Concerto Nelson Freire – piano. Programa: MuBE – Auditório Pedro Piva – Av. Europa, Sala São Paulo – gravado em Abu Dabi. 218 – Jd. Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 Campos Elísios – Tel. (11) 3223-3966. Ginastera – Estância op. 8a, quatro Ingressos: R$ 47 a R$ 160. Tel. (11) TV Cultura. lugares). R$ 20. danças; Villa-Lobos – Momoprecoce, 4003-1212 e www.ingressorapido.com. fantasia para piano e orquestra; e br. Pessoas acima de 60 anos e estudantes 16h00 Programa CLÁSSICOS Dvorák – Sinfonia nº 9 op. 95, do Novo pagam meia entrada (na bilheteria). 21 quinta-feira Documentário Berlioz, a Sinfonia Estacionamento: R$ 15 (1498 lugares). Mundo. Gravado em 12 de julho de Fantástica ontem e hoje. Michel Reapresentação dia 1/3 às 21h e dia 2012 na Sala São Paulo. 2/3 às 16h30. 19h00 Quarteto de Cordas Follin – direção. TV Cultura. Gama TV Cultura. Lançamento do livro “Introdução às 21h00 Sérgio CArvalho – órgão orquestras e seus instrumentos”, 19h30 Orquestra Sinfônica do 23h59 Programa CLÁSSICOS de tubos edição com CD/DVD, de Nelson Estado de São Paulo Staatskapelle Dresden. Christian Bach: Tema & Contratema. Programa: Gama. Nadilson Gama e David Concertos a preço popular. Celso Thielemann – regente. Maurízio Bach – Coleção Clavierübung, exercí- Gama – violinos, Matheus Gama – Antunes – regente. Cláudio Cruz Pollini – piano. Programa: Brahms – cio de teclado (parte III), últimas 13 viola e Nelson Gama – violoncelo. – violino. Programa: Almeida Prado – Abertura Trágica e Concerto para piano peças. Programa: Purcell – Abdelazer; Sinfonia nº 2, Dos Orixás; Études sur nº 2; e Reger – Suíte romântica sobre Espaço Cachuera! – Rua Monte Alegre, 1094 Vivaldi – Outono; Haydn – Sinfonia Paris, Suíte; e fantasia para violino e poemas de J. Von Eichendorff. – Perdizes – Tel. (11) 3872-8113 e 3872-5563 dos brinquedos, Gluck – Orfeu e orquestra. Leia mais na pág. 38. TV Cultura. (100 lugares). R$ 30.

Roteiro Musical Rio de Janeiro

Janeiro 15 Terça-feira 23 Quarta-feira 24 Domingo

20h00 Almendrix Trio 12h30 tutti Clássicos in Jazz 11h30 Raquel Gierszonowicz – 3 Quinta-feira Música no Museu. João Carlos Assis Música no Museu. Ana Azevedo – piano, piano Brasil – piano, Marcos Pina – violão Daniel Garcia – saxofone, Lipe Portinho Música no Museu. Programa: obras de 20h00 Balé O Quebra-Nozes, de e cavaquinho e Henrique Batista – – contrabaixo e André Tandeta – bate- Bach, Nepomuceno, Nazareth, Chopin, Tchaikovsky percussão. Programa: obras de ria. Programa: Fauré, Bach e Bizet. Debussy e Tchaikovsky. Balé, Coro e Orquestra Sinfônica do Nazareth. Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro II Museu de Arte Moderna – Rua Infante – Rua Primeiro de Março, 66 – Tel. (21) 3808- Dom Henrique, 58 – Praia do Flamengo – Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Iate Clube – Av. Pasteur, 333 – Urca – Tel. (21) 3223-7200 (150 lugares). Entrada franca. 2020 (155 lugares). Entrada franca. Tel. (21) 2240-4944 (200 lugares). Entrada Dalal Achcar – coreógrafo. franca. Teatro Municipal – Praça Marechal Floriano, s/nº – Centro – Tel. (21) 2332-9191 (2350 17 Quinta-feira lugares). R$ 25 a R$ 84. Reapresentação dias 4 Fevereiro Quarta-Feira e 5 às 20h e dia 6 às 17h. 27 18h00 Daniel Garcia – harpa 12h30 Robert Fuchs – piano 11 Sexta-feira Música no Museu. Programa: obras de 20 Quarta-Feira Carlos Gardel, Villa-Lobos, Tarrega e Música no Museu. Programa: obras de compositores latino-americanos. Bach, Mozart, Schumann, Villa-Lobos, 15h00 Luiz Carlos Moura Castro – 12h30 Adriana Kelner – piano Guarnieri, Chopin e Liszt. piano Centro Cultural Justiça Federal – Sala de Música no Museu. Programa: Mozart, Sessões – Av. Rio Branco, 241 – Centro – Tel. Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro Música no Museu. Programa: obras (21) 3212-2550 (82 lugares). Entrada franca. Bortkiewicz, Rachmaninov, Liszt e Chopin. de Março, 66 – Tel. (21) 3808-2020 (155 de Liszt e Villa-Lobos. Museu da República – Rua do Catete, 153 lugares). Entrada franca. Centro Cultural Justiça Federal – Av. Rio – Catete – Tel. (21) 3235-2650 (80 lugares). Branco, 241 – Centro – Tel. (21) 3212-2550 18 Sexta-feira Entrada franca. (82 lugares). Entrada franca. 28 Quinta-feira 18h00 Marcos Leite – piano 22 Sexta-feira 13 Domingo Sarau no Museu. Comemoração aos 12h30 Anne Meyer – soprano e 30 anos de carreira artística. Programa: 12h30 Daniel Garcia – harpa Rafael Simonaci – piano 11h30 Lucas Nogueira – piano obras de Tchaikovsky, Diva Lyra e Música no Museu. Programa: obras de no Museu. Programa: obras de Villa- Música no Museu. Programa: obras Fernandez. Carlos Gardel, Villa-Lobos, Tarrega e Lobos, Dico/Cecília Meirelles e Marcos de Mendelssohn, Chopin e Lizst. Forte de Copacabana – Auditório Santa compositores latino-americanos. Nogueira/Marcus Soares. Museu de Arte Moderna – Rua Infante Dom Bárbara – Praça Coronel Eugênio Franco, 1 – Museu Histórico Nacional – Praça Marechal Casa de Rui Barbosa – Rua São Clemente, 134 Henrique, 58 – Praia do Flamengo – Tel. (21) Posto 6 – Copacabana – Tel. (21) 2521-1032. Âncora, s/nº – Centro – Tel. (21) 2550-9220 – Botafogo – Tel. (21) 3289-4600 (281 lugares). 2240-4944 (200 lugares). Entrada franca. Entrada franca. (200 lugares). Entrada franca. Entrada franca.

40 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO Roteiro Musical Outras Cidades

Belo Horizonte, MG 24/01 20h00 Amazonas Belo Horizonte, dia 26 de fevereiro Filarmônica e Coral do Amazonas 26/02 20h30 Orquestra Série Guaraná. Luiz Fernando Filarmônica de Minas Gerais inicia Filarmônica de Minas Gerais Malheiro – regente. Isabelle Sabrié Série Vivace. Marcos Arakaki – regente. – soprano, Enrique Bravo – tenor e temporada com Arakaki e Feghali Homero Velho – barítono. Programa: José Feghali – piano. Programa: Amaral Após um grande ano, que rea- Vieira – Sons inovadores; Saint-Saëns Szymanowski – Sinfonia nº 3, O canto José Feghali firmou sua posição como uma das – Concerto para piano nº 2 op. 22; da noite; e Rachmaninov – Os sinos Shostakovich – Sinfonia nº 9 op. 70; e op. 35. principais orquestras do país, a Fi- Ravel – Bolero. Leia mais ao lado. Teatro Amazonas – Praça São Sebastião, s/nº – larmônica de Minas Gerais dá iní- Centro – Tel. (92) 3622-1880. Palácio das Artes – Grande Teatro – Avenida cio a sua temporada 2013 no dia 26 Afonso Pena, 1.537 – Centro – Tel. (31) 3236- de fevereiro. O concerto acontece 7400. R$ 60 e R$ 30. 31/01 20h00 Amazonas Filarmônica no Palácio das Artes e tem direção Série Guaraná. Osvaldo Ferreira – de seu regente assistente, o paulista Brasília, DF regente. Nicolay Mutafchiev – violino Marcos Arakaki. e Gabriel de Souza Lima – viola. O repertório, abrangente, se 19/02 20h00 Orquestra Sinfônica Programa: Mozart – Sinfonia concer- inicia com Sons inovadores, do do Teatro Nacional Claudio tante para violino e viola K 364; e compositor brasileiro José Carlos divulgação santoro Rachmaninov – Danças sinfônicas Amaral Vieira, e é seguido pelo Abertura da Temporada 2013. Ano op. 45. Brasil/Portugal. Claudio Cohen – re- Teatro Amazonas – Praça São Sebastião, s/nº – Concerto nº 2 de Saint-Saëns, interpretado pelo pianista José Feghali. gente. Pedro Burmester – piano. Centro – Tel. (92) 3622-1880. Radicado nos Estados Unidos, Feghali atualmente é artista em residên- Programa: João de Sousa Carvalho cia da escola de música da Universidade Cristã do Texas e tem em seu – Abertura de O amor industrioso; 03/02 11h00 Orquestra de currículo apresentações com grandes orquestras, como a Filarmônica de Schumann – Concerto para piano e Câmara do Amazonas Berlim e a Royal Concertgebouw, além da medalha de ouro do Concurso orquestra; e Villa-Lobos – Bachianas Série Guaraná. Compositores brasilei- Internacional de Piano Van Cliburn, de 1985, que o alçou à linha de brasileiras nº 8. ros influenciados pela música popular. Teatro Nacional Claudio Santoro – Sala Villa- Marcelo de Jesus – diretor musical artistas de reputação internacional. O programa ainda inclui a Sinfonia Lobos – Setor Cultural Norte Via N2 – Asa Norte e regente. Programa: obras de Tom nº 9, de Shostakovich e o famoso Bolero, de Maurice Ravel. – Tel. (61) 3325-6171. Entrada franca. Jobim, Villani-Côrtes, Mehmari e Gnattali. MANAUS, AM Teatro Amazonas – Praça São Sebastião, s/nº – Manaus, janeiro e fevereiro Centro – Tel. (92) 3622-1880. 10/01 20h00 Amazonas 23/02 20h00 Amazonas Amazonas Filarmônica e OCA Filarmônica Filarmônica, Amazonas Festival Série Guaraná. Silvio Viegas – regente. Orchestra e Coral do Amazonas seguem com suas programações Programa: Clementi – Sinfonia nº 3; Série Guaraná. Luiz Fernando e Tchaikovsky – Sinfonia nº 3 op. 29, Com seus calendários alinhados com o das temporadas europeias e Malheiro – regente. Daniella Polonesa. Leia mais ao lado. norte-americanas, a Amazonas Filarmônica e a Orquestra de Câmara do Carvalho – soprano e Denise de Teatro Amazonas – Praça São Sebastião, s/nº – Amazonas (OCA) seguem em plena atividade no início de 2013. Nesses Centro – Tel. (92) 3622-1880. Freitas – contralto. Programa: Mahler – Sinfonia nº 2, Ressurreição. dois meses, a filarmônica realiza seis concertos, enquanto a orquestra de Teatro Amazonas – Praça São Sebastião, s/nº câmara toca três vezes. 13/01 11h00 Orquestra de – Centro – Tel. (92) 3622-1880. Reapresentação No dia 10 de janeiro Amazonas Filarmônica recebe o regente Silvio Câmara do Amazonas dia 24 às 20h. Viegas, que comanda as terceiras sinfonias de Clementi e Tchaikovsky. Série Guaraná. Miguel Campos Neto – diretor musical e regente. Solistas da No dia 17, o maestro adjunto do grupo, Marcelo de Jesus, rege peças de Vinhedo, SP Amazonas Filarmônica. Stravinsky, Shostakovich e as Bachianas nº 8, de Villa-Lobos. O diretor Teatro Amazonas – Praça São Sebastião, s/nº – artístico e regente titular da orquestra é quem comanda o grupo no dia Centro – Tel. (92) 3622-1880. 12/01 20h00 Lotus 24, em concerto que tem ainda a participação do Coral do Amazonas; Concerto no Mosteiro. Inês d’Avena – no repertório, a Sinfonia nº 3, O canto da noite, de Szymanowski, e Os 17/01 20h00 Amazonas flauta doce e Claudio Ribeiro – cravo. Diálogos barrocos. Programa: Mancini – sinos, de Rachmaninov, com a soprano Isabelle Sabrié, o tenor Enrique Filarmônica Bravo e o barítono Homero Velho como solistas. Janeiro se encerra com Série Guaraná. Marcelo de Jesus – Sonata; Dieupart – Suíte; Bach – Trio e regente. Programa: Stravinsky – Suíte Arte da fuga; e Telemann – Fantasia. concerto no dia 31, sob regência do maestro português Osvaldo Ferreira, O rouxinol; Shostakovich – Balé suíte Mosteiro de São Bento – Rua do Observatório, que tem no palco a companhia do violinista Nikolay Mutafchiev e do 138 – Tel. (19) 3876-4788. R$ 25 e R$ 15. nº 1; e Villa-Lobos – Bachianas brasi- violista Gabriel de Souza Lima, que solam na Sinfonia concertante para leiras nº 8. violino e viola, de Mozart. Teatro Amazonas – Praça São Sebastião, s/nº – Em fevereiro, o maestro Malheiro comanda dois concertos com Centro – Tel. (92) 3622-1880. Clube CONCERTO programas idênticos, em dias seguidos: em 23 e 24. Com o Coral do Amazonas, Daniella Carvalho (soprano) e Denise de Freitas (contralto) 20/01 11h00 Orquestra de Serviço exclusivo para os assinantes como solistas, a filarmônica interpreta a famosa Sinfonia Ressurreição, Câmara do Amazonas da Revista CONCERTO. Série Guaraná. Alexandre Mourzitch nº 2, de Mahler. Já a OCA faz seu primeiro concerto do ano no dia 13 de janeiro, sob – diretor musical e regente. Marcelo Consulte no nosso site comando do jovem e competente maestro Miguel Campos Neto; a apre- de Jesus – piano e Michel Salles – www.concerto.com.br trompete. Programa: Barber – Adágio a relação dos produtos e serviços sentação tem presença de solistas da Amazonas Filarmônica. No dia 20, op. 11; Shostakovich – Concerto para conveniados ao nosso clube, sob direção de Alexandre Mourzitch, o conjunto interpreta, entre outras piano nº 1 e trompete op. 35; Bartók – com os descontos especiais. peças, o Adágio de Barber e as Danças romenas, de Bartók. O titular da Danças romenas Sz 68; e Grieg – Suíte Orquestra de Câmara do Amazonas, Marcelo de Jesus, é quem rege o Holberg op. 40. Aproveite as promoções grupo no dia 3 de fevereiro, com repertório formado por obras de Tom Teatro Amazonas – Praça São Sebastião, s/nº – e boa música! Centro – Tel. (92) 3622-1880. Jobim, Villani-Côrtes, André Mehmari e Radamés Gnattali.

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2013 41 Prêmio CONCERTO 2012 Destaques da temporada

Conheça os principais destaques da temporada na opinião dos especialistas e críticos musicais colaboradores da Revista CONCERTO

com muito prazer que apresentamos a primeira edição do Prêmio cerca de oitenta atrações (foram considerados mais de seiscentos CONCERTO – Destaques da temporada. O Prêmio CONCERTO eventos). A partir dela, cada jurado indicou livremente três destaques É tem como principal objetivo a valorização e o fomento da atividade para cada categoria, o que resultou em uma lista final apresentada na musical clássica no Brasil. Para isso, o prêmio fará o reconhecimento e a reunião do júri. Debates e argumentações levaram aos três finalistas por divulgação dos principais eventos e dos protagonistas da cena clássica ou categoria, os detaques da temporada (conheça-os na página ao lado). de grandes acontecimentos que impactaram a temporada 2012. Em seguida, uma votação do júri decidiu pelos vencedores para cada Conferido por um júri formado exclusivamente por especialistas uma das categorias. Duas categorias (música de câmara e CDs) tiveram e críticos musicais – todos colaboradores da Revista CONCERTO –, o de ser desempatadas em um segundo turno de votação. Conheça os Prêmio CONCERTO contemplou um Grande prêmio e cinco categorias vencedores do Prêmio CONCERTO 2012 na página 42 e seguintes. específicas: Ópera, Música orquestral, Música de câmara/Recital/Coral, Jovem talento e CD/DVD/livro [não entraram na disputa os CDs lançados pelo Selo CLÁSSICOS, pertencente à Revista CONCERTO]. Ouça também o “Papo de Música”, o podcast da Revista CONCERTO, Os espetáculos, os artistas e as efemérides foram selecionados gravado especialmente para o Prêmio CONCERTO 2012. Acesse a página tendo como base uma lista elaborada pela Revista CONCERTO com www.concerto.com.br/podcast.

Jurados

Camila Frésca Irineu Franco Perpetuo João Luiz Sampaio Leonardo Martinelli Nelson Rubens Kunze é jornalista e doutoranda em é jornalista e crítico musical; é jornalista e crítico musical; é compositor, professor, é empreendedor cultural e musicologia pela ECA-USP; colaborador do jornal Folha de repórter do “Caderno 2” do jornalista; e doutorando pelo jornalista; editor da Revista jornalista da Revista CONCERTO S.Paulo; jornalista da Revista jornal O Estado de S. Paulo; IA-Unesp; assistente editorial da CONCERTO e colunista do Site e colunista do Site CONCERTO; CONCERTO e colunista do Site apresentador do Papo de Revista CONCERTO; colunista do CONCERTO; apresentador do editora de programas da Rádio CONCERTO; apresentador do Música, podcast da Revista Site CONCERTO; apresentador Papo de Música, podcast da Cultura FM Papo de Música, podcast da CONCERTO do Papo de Música, podcast Revista CONCERTO Revista CONCERTO da Revista CONCERTO

42 Janeiro / Fevereiro 2013 Finalistas Prêmio CONCERTO 2012 Grande Prêmio CONCERTO 2012

Gilberto Mendes 90 anos Sociedade de Cultura Temporada lírica do Um dos maiores nomes Artística 100 anos Teatro Municipal de da cena clássica brasileira, A entidade promotora de São Paulo o compositor santista concertos internacionais, A centenária casa de ópera Gilberto Mendes é autor de que em 2012 completou de São Paulo realizou importante obra e fundador 100 anos, possui uma uma temporada lírica sem do principal evento dedicado história estreitamente ligada precedentes, com onze títulos, à música moderna no país, o ao fomento da atividade investindo em montagens Festival Música Nova musical clássica brasileira modernas de qualidade

Prêmio CONCERTO 2012 Ópera Lulu, de Alban Berg Macbeth, de Verdi Orfeu e Eurídice, Luiz Fernando Malheiro – Abel Rocha – direção de Gluck direção musical e regência; musical e regência; Robert Nicolau de Figueiredo – Gustavo Tambascio – direção Wilson – direção cênica direção musical e regência; cênica [Produção do Festival [Coprodução do Teatro Antônio Araújo – direção Amazonas de Ópera] Municipal de São Paulo cênica [Produção do Teatro com o Teatro Comunale di Municipal de São Paulo] Bologna]

Prêmio CONCERTO 2012 Música orquestral Bachakademie Stuttgart, Orquestra Sinfônica Osesp, Kari Kriikku – Gächinger Kantorei, Alemã de Berlim e clarinete e Marin Alsop solistas e Helmuth Vladimir Ashkenazy – – regente. Rilling – regente regente Magnus Lindberg – Parada Bach – Missa em si menor Beethoven, Shostakovich, e Concerto para clarinete [Promoção Dell’Arte] Strauss e Mahler e orquestra; Prokofiev – [Temporada Mozarteum Sinfonia nº 4 em dó maior, Brasileiro] op. 112 [Temporada Osesp]

Prêmio CONCERTO 2012 Música de câmara / Recital / Coral András Schiff – piano Ensemble Joyce DiDonato – mezzo [Temporada Recitais Osesp; InterContemporain soprano Temporada Dell’Arte] e Marthe Keller – atriz. e David Zobel – piano. Tristan Murail (La barque Recital de canções e árias mystique) e Michael Jarrell com obras de Obradors, (Cassandre) [Temporada Händel, Mozart, Rossini, Sociedade de Cultura Hahn, Donaudy e Di Chiara Artística / Temporada Sala [Temporada Sociedade Cecília Meireles] de Cultura Artística / Temporada Dell’Arte] Prêmio CONCERTO 2012 Jovem talento Luiz Filip Marcelo Lehninger Orquestra Jovem do violino maestro Estado de São Paulo (Cláudio Cruz: diretor artístico e regente titular) – Temporada 2012

Prêmio CONCERTO 2012 CD / DVD / Livros CD Espelho d’Água CD Nelson Freire CD Osesp e Isaac Camerata Aberta (Sesc SP) Brasileiro (Decca) Karabtchevsky, regente Villa-Lobos, Sinfonias nº 6 e nº 7 (Naxos)

Janeiro / Fevereiro 2013 43 Macbeth, de Verdi, em montagem de Robert Wilson: realização de excelência no Teatro Municipal de São Paulo çã o divulga Grande Prêmio CONCERTO 2012 Temporada lírica do Teatro Municipal de São Paulo Sob direção artística de Abel Rocha, temporada de onze títulos ficou marcada por encenações modernas e ousadas, em sintonia com o que se faz de mais representativo no mundo

epois de um longo período fechado para reformas e de uma Nome de ponta do teatro mundial, o norte-americano Robert Wilson agenda montada às pressas em 2011 (ano em que celebrou quebrou paradigmas ao apresentar no Teatro Municipal uma arrojada D seu centenário), o Teatro Municipal de São Paulo surpreendeu encenação para Macbeth de Verdi (em novembro), que agora passará e despontou em 2012 como a grande sensação da cena clássica a ser apresentada em outras partes do mundo. brasileira. Esta superlativa temporada teve ainda bonitas montagens de Ao longo do ano, a casa produziu nada menos que onze títulos Pelléas et Mélisande, de Debussy (em setembro); O rouxinol, de operísticos. Mas não foi a quantidade – em si, notável para os padrões Stravinsky (em dezembro); e Idomeneo, de Mozart (em abril), brasileiros – que assegurou ao teatro o prêmio máximo. Sua temporada anunciado como “concerto cênico”, mas que, na prática, foi muito lírica, iniciada em fevereiro com a montagem de dois títulos nacionais além disso. – Magdalena, de Villa-Lobos, e Pedro Malazarte, de Guarnieri –, Os corpos estáveis da casa – como a Orquestra Sinfônica ficou caracterizada por três grandes predicados: a diversidade de Municipal, a Orquestra Experimental de Repertório e os corais títulos, a excelência de seus elencos vocais e o investimento em Lírico e Paulistano – em geral enfrentaram com bravura o trabalho encenações modernas e ousadas, em sintonia com o que se faz de mais exaustivo que lhes foi incumbido, apesar do ambiente trabalhista representativo no mundo. e administrativo ainda provisório – como é sabido, o teatro passa Sob direção artística do maestro Abel Rocha – que é também por importante reestruturação interna, ainda não concluída. Eles regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal –, o pontapé desta puderam contracenar com um ótimo time de cantores solistas, guinada foi dado em março, com a instigante montagem de La traviata, integrado por estrangeiros e brasileiros, que demonstrou grande de Verdi, na qual Rocha contou com o inspirado trabalho de cena do desenvoltura vocal e cênica, o que se manifestou de forma decisiva no diretor italiano Daniele Abbado. resultado final dos espetáculos. O que veio em seguida continuou a encantar e a estimular Espera-se que esta temporada lírica de 2012 não seja um ponto o público operístico. Em agosto, tivemos mais uma parte do fora da curva na história do Teatro Municipal de São Paulo, mas o Anel paulistano, com encenação de O crepúsculo dos deuses, de ponto de partida para um novo patamar artístico à altura da grandeza, Wagner, em mais um capítulo da bem-sucedida parceria entre o diretor da ambição e da responsabilidade cultural que naturalmente recaem de cena André Heller-Lopes e o maestro Luiz Fernando Malheiro. sobre a maior cidade da América da Latina. Figuras de peso do teatro ajudaram a moldar o perfil moderno e dinâmico da temporada. Felipe Hirsch conferiu interessante visão para Temporada lírica do Teatro Municipal de São Paulo a Violanta, de Korngold, e Uma tragédia florentina, de Zemlinsky; A centenária casa de ópera de São Paulo realizou uma temporada Antônio Araújo inovou ao encenar no espaço em obras da Praça das lírica sem precedentes, com onze títulos, investindo em montagens de Artes um ousado Orfeu e Eurídice, de Gluck (ambos em outubro). qualidade, modernas e instigantes.

44 Janeiro / Fevereiro 2013 Prêmio CONCERTO 2012 Ópera Lulu, de Alban Berg, no 16º FAO

arco da ópera moderna, Lulu, de Alban Berg, não é apenas uma M peça de “música contemporânea”, mas título obrigatório no currículo de qualquer grande teatro lírico. Esta obrigatoriedade, no entanto, não foi suficiente para que ela merecesse uma montagem completa no Brasil. Em 1970, apenas os dois primeiros atos foram montados no Rio de Janeiro e, ainda assim, cantados em italiano. çã o Na prática, a montagem levada ao palco na mais recente edição Helmuth Rilling do Festival Amazonas de Ópera (FAO) foi a estreia nacional do título, divulga o que por si só já é significativo. Não bastasse o empenho de levar à cena a história desta femme fatale, o que se testemunhou na ocasião Prêmio CONCERTO 2012 foi uma encenação na qual a excelência musical combinou-se de forma irrepreensível com a proposta cênica. Música Orquestral Sob direção musical de Luiz Fernando Malheiro (que é também diretor artístico do FAO) e direção cênica do argentino Gustavo Tambascio, a produção manauara de Lulu contou com Missa de Bach com a Anke Berndt no papel-título. A soprano alemã é uma das mais aclamadas Lulu da atualidade, papel que desenvolve com precisão Bachakademie Stuttgart musical e grande virtuosismo dramático, qualidades que se fizeram presentes em Manaus. ão é de hoje que a cena sinfônica brasileira tem deslumbrado até Berndt contracenou com um elenco também competentíssimo, N os ouvidos mais exigentes. Já há algumas décadas, instituições integrado por Matteo de Monti (Dr. Schön e Jack, o estripador), como Sociedade de Cultura Artística, Mozarteum Brasileiro e Dell’Arte Ulrika Tenstam (Condessa Geschwitz), Flávio Leite (Pintor), Juremir promovem a vinda de importantes grupos sinfônicos da Europa e dos Vieira (Alwa), Pepes do Valle (Schigolch), Carolina Faria (camareira, Estados Unidos. Somando a isso a consolidação de projetos nacionais ginasiano, valete), Eduardo Amir (domador, atleta), Murilo Neves de qualidade – como a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (diretor de teatro, médico, banqueiro, professor) e Gilberto Chaves (Osesp), a Filarmônica de Minas Gerais ou a Orquestra Sinfônica (príncipe, mordomo, marquês), entre outros. Brasileira (OSB) –, temos como resultado uma temporada de concertos Como de hábito, Malheiro realizou um notável trabalho junto farta em algumas capitais do Sudeste do país. à Amazonas Filarmônica, que interpretou uma das mais difíceis Não foi fácil para o corpo de jurados selecionar apenas um partituras do repertório operístico. Por sua vez, Tambascio conferiu concerto e, justamente por isso, não deixa de ser irônico que o uma ambientação instigante à trama, garantindo ótimo fluxo narrativo escolhido tenha sido uma atração que, originalmente, nem sequer a esse espetáculo que leva o mérito adicional de se destacar em meio a constava na programação oficial de 2012. Em maio do ano passado, a uma das temporadas líricas mais ricas de nossa história recente. Dell’Arte promoveu, no Rio de Janeiro e em São Paulo, apresentações extra-assinatura da orquestra da Bachakademie Stuttgart, que, Lulu, de Alban Berg, Luiz Fernando Malheiro – direção musical e acompanhada pelas vozes do Gächinger Kantorei e sob regência de regência; Gustavo Tambascio – direção cênica. Com Anke Berndt, Matteo Helmuth Rilling, interpretou a Missa em si menor, uma das obras de Monti, Ulrika Tenstam, Flávio Leite, Juremir Vieira, Pepes do Valle, máximas do compositor barroco Johann Sebastian Bach. Carolina Faria, Eduardo Amir, Murilo Neves e Gilberto Chaves, entre outros. [Produção do Festival Amazonas de Ópera] Fundado por Rilling, em 1954, o Gächinger Kantorei é um coral prestigiado internacionalmente por sua atuação na música sacra e, em especial, pela ênfase dada à obra de Bach. Instituição que congrega tanto atividades pedagógicas como artísticas, a Bachakademie Stuttgart é referência mundial em termos de cultura bachiana, sendo sua orquestra um dos mais respeitados grupos da atualidade. A junção de coletivos musicais tão poderosos para a interpretação desta que é uma das mais difíceis partituras de Bach, sob a maestria e a sensibilidade de Helmuth Rilling, não poderia resultar senão em um espetáculo de verdadeira transcendência artística. Sem maiores pirotecnias, o conjunto realizou uma apresentação ao mesmo tempo elegante e empolgante, equilibrando de forma notável o peso entre os naipes instrumentais, vocais e solistas, propiciando um espetáculo de altíssimo nível técnico e artístico”.

Cena de Lulu, de Alban Berg, produção çã o Bachakademie Stuttgart, Gächinger Kantorei, solistas e Helmuth Rilling – regente do Festival Amazonas de Ópera

divulga Bach – Missa em si menor [Promoção Dell’Arte]

Janeiro / Fevereiro 2013 45 Prêmio CONCERTO 2012 Música de Câmara / Recital / Coral Recitais de András Schiff, piano

terra que já foi o berço da “pianolatria” – como certa vez disse Mário A de Andrade – não negou suas origens e, entre as diversas atrações do mundo da música de câmara ocorridas na temporada passada, os jurados do Prêmio CONCERTO acabaram por destacar os recitais que o pianista András Schiff realizou no Rio de Janeiro e em São Paulo. Apesar da escolha de um artista como Schiff estar acima de qualquer questionamento, na prática foi uma escolha apertada. No çã o / anja collins

primeiro turno da votação, o evento empatou com as apresentações divulga que o Ensemble InterContemporain – espetacular grupo francês de música contemporânea – havia realizado também nas capitais paulista Prêmio CONCERTO 2012 e fluminense. No segundo turno, deu Schiff. Nascido na Hungria – o pianista estudou na reputada Academia Jovem Talento de Música Franz Liszt –, András Schiff hoje está radicado na Inglaterra, de onde desenvolve notável carreira como concertista, recitalista e, eventualmente, algumas incursões como regente. Luiz Filip, violinista Em sua apresentação na Sala São Paulo (que integrou a série Recitais Osesp), Schiff tocou a exigente Sonata nº 62 de Haydn, à a música clássica, assim como no futebol, o sonho de qualquer qual se seguiu uma sobrenatural interpretação da última sonata de N jovem talento brasileiro é integrar um grupo da primeira Beethoven, a op. 111, nº 32, obra densa e dramática. Para a segunda divisão da cena europeia. Se no mundo da bola o Barcelona de Lionel etapa, um verdadeiro tour de force esperava Schiff com a Sonata em si Messi é consenso, é inquestionável a excelência e a reputação que bemol maior, D 960, de Schubert. Tudo mergulhado em um estado de a Filarmônica de Berlim mantém há décadas, hoje sob comando do pura meditação musical. regente inglês Simon Rattle. Já na cidade maravilhosa, em recital promovido pela Dell’Arte, Vários músicos brasileiros passaram pelas categorias de base da a música vienense dividiu espaço com a modernidade nascente de Berlim, inclusive com participação em concertos e gravações com esta compositores do Leste Europeu da primeira metade do século XX. No que é uma das mais celebradas orquestras do planeta. Mas somente no primeiro grupo, novamente Beethoven, desta vez representado pela ano passado um brasileiro foi oficialmente integrado a este dream team Sonata op. 109, nº 30, e Schubert, com a Sonata em sol maior, D 894. da música sinfônica e, note-se, com 28 anos de idade. Essas sonatas dialogaram com outras, modernas, de Bartók (Sz 80) e Em 24 de maio, o violinista paulistano Luiz Filip conquistou a Janácek, com sua espetacular Sonata “1º de outubro de 1905”. única vaga aberta para o naipe dos primeiros violinos da orquestra em Em sua passagem pelo país, András Schiff mostrou a força de sua um processo que teve cerca de mil inscrições, peneiradas para sessenta, personalidade artística há muito tempo aguardada pelo público brasileiro, que então participaram da primeira eliminatória que, por sua vez, que enfim pode testemunhar seu talento nestes memoráveis recitais. selecionaria apenas dez. Os finalistas subiram ao palco tendo a própria orquestra como júri. Luiz Filip não apenas conseguiu seu lugar ao sol, mas foi escolhido por unanimidade e com direito a aplausos daqueles András Schiff – piano que hoje são seus colegas de trabalho. [Temporada 2012 Recitais Osesp; Temporada 2012 Dell’Arte] Luiz Filip iniciou seus estudos musicais em São Paulo, com Elisa Fukuda, e radicou-se na Alemanha em 2001, onde estudou no Conservatório Superior de Música Hanns Eisler e na Academia da Filarmônica de Berlim. O jovem violinista já pôde ser ouvido pelo público brasileiro em 2008, a partir da bela gravação em DVD que fez dos concertos de Camargo Guarnieri, com a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo regida por Lutero Rodrigues, agora relançada em CD. No ano de sua consagração, o músico não se esqueceu de seu país e realizou concertos em Belo Horizonte, Juiz de Fora e Campos do Jordão, acompanhado pela Filarmônica de Minas Gerais dirigida por seu titular, o maestro Fabio Mechetti, bem como em São Paulo, Aracaju e Manaus. Desponta em nossa história uma nova era da tradição violinística, que tem em Luiz Filip um símbolo. Seja como músico de orquestra, seja como concertista, o violinista certamente proporcionará muita música de qualidade nos anos vindouros. massoti çã o / roberto

Luiz Filip, violinista divulga

46 Janeiro / Fevereiro 2013 Prêmio CONCERTO 2012 CD / DVD / Livro CD Villa-Lobos, com Osesp e Karabtchevsky

pesar de tímido, se comparado aos grandes mercados fonográficos A mundiais, ao longo das temporadas, músicos e grupos brasileiros garantem um fluxo contínuo de bons lançamentos. O formato em CD é ainda o mais popular e expressivo, mas o DVD já começa a dar passos promissores no mercado nacional, que, infelizmente, ainda patina em termos de livros e editoriais. Também nesta categoria, o júri do Prêmio CONCERTO chegou, num primeiro escrutínio, a um empate, no qual dois gigantes da música clássica brasileira travaram uma acirrada disputa. De um lado, o pianista mineiro Nelson Freire e seu álbum “Brasileiro”, que, lançado no ano passado pela Decca, atingiu expressivas vendas e foi muito bem avaliado pela crítica nacional e internacional. De outro, a Osesp e seu primeiro volume do ambicioso projeto de gravação da integral das sinfonias de Villa-Lobos, sob regência Isaac Karabtchevsky e em parceria com o selo internacional Naxos. No segundo turno, a votação acabou por indicar a gravação das Sinfonias nº 6 e nº 7 de Villa-Lobos como o grande destaque entre os lançamentos de 2012. O projeto de gravação da integral das sinfonias de Villa-Lobos pela Osesp é um dos grandes pilares da direção artística de Arthur Nestrovski, e o maestro Isaac Karabtchevsky representa o meio de expressão ideal para interpretar a rica paleta de cores da escrita sinfônica deste que é o grande nome da música clássica brasileira. Com a Osesp em grande forma, as sinfonias de Villa-Lobos ganham contornos surpreendentes e reveladores, neste trabalho que se tem feito notar também no exterior. Karabtchevsky mergulhou com afinco na orquestra villa-lobiana, realizando um trabalho singular que, desde já, se configura como importante referência neste repertório. O projeto da Osesp se destaca também por incluir um complexo processo de revisão, correção e confecção de novas partituras e partes de orquestra destas obras de Villa-Lobos – como se sabe, é lastimável o estado do material até então em uso –, o que permitirá, de forma concreta, sua perpetuação e sua interpretação para além das fronteiras nacionais.

CD Osesp e Isaac Karabtchevsky, regente Villa-Lobos, Sinfonias nºs 6 e 7 (Selo Naxos) çã o / bruno veiga divulga Ensemble InterContemporain

Marc-André Hamelin

Sol Gabetta Lang Lang Christoph Eschenbach

ão Paulo teve um importante e produtivo ano coroado por sua primeira turnê internacional. Os resultados “S musical. Além de uma ótima temporada internacional, e a repercussão desse trabalho são tão positivos, que o estado as orquestras e grupos locais – com a Osesp disparada na de Minas Gerais investe na construção de uma sala de vanguarda – apresentaram uma rica e variada programação. concertos com inauguração prevista para 2014. Surpresa positiva foi a temporada lírica levada a cabo pelo No Rio de Janeiro, segue lenta a reforma da Sala Cecília Teatro Municipal de São Paulo, realmente impressionante. Meireles, que deverá ser reaberta no segundo semestre deste E a grande notícia do final de ano foi a inauguração parcial ano. Diferentemente da comodidade e do imobilismo que da Praça das Artes, que, além de servir de suporte para os reinaram no Teatro Municipal da cidade (é de se lamentar corpos estáveis do Teatro Municipal e abrigar as escolas de a situação a que se relegou o principal palco lírico do país!), música e de bailado, desenvolverá uma programação própria porém, a Sala Cecilia Meireles seguiu ativa com uma boa no recém-restaurado e reinaugurado Conservatório Dramático programação em espaços alternativos. Também tiveram e Musical de São Paulo, agora convertido em espaço para continuidade as temporadas da Petrobras Sinfônica e da OSB, música de câmara. esta dando um novo impulso à oferta musical e lírica com seu A gestão que agora se encerra, apesar dessas realizações, grupo OSB Ópera e Repertório. E aguarda-se com curiosidade deixa em suspenso o futuro do Teatro Municipal. O modelo o que será feito da Cidade das Artes...” enviesado de fundação pública com Organização Social não vingou. A insistência nessa estrutura é incompreensível, Essa é a minha opinião. E muitas outras você poderá ler ainda mais considerando-se que existem modelos modernos nas próximas páginas, dentro da grande Retrospectiva em pleno funcionamento na cidade, como a Fundação 2012 da Revista CONCERTO. Mais de 40 profissionais Osesp. Não que eles estejam livres de crises – ao contrário, – entre músicos, críticos e promotores – rememoram como organismos ligados ao Estado eles devem estar os acontecimentos de 2012, refletem sobre a situação sujeitos a questionamentos e permeabilidades. Mas o cultural e apontam as perspectivas para o novo ano, em um interesse público exige uma solução livre das amarras de multifacetado painel de nossa realidade musical. nossa legislação antiquada, com quadros profissionalizados, Esperamos que a Retrospectiva 2012, além de chamar à que busque excelência em seus resultados e que atenda lembrança os emocionantes momentos musicais do ano que a uma governança moderna e democrática, como a das passou, também contribua para uma troca de experiência Organizações Sociais. entre os profissionais do meio e, consequentemente, para Não por acaso, o outro grande sucesso na área musical é o da o amadurecimento de nossas instituições culturais. Filarmônica de Minas Gerais (qual a Osesp, um modelo de parceria público-privada), que viveu mais um ano espetacular, Nelson Rubens Kunze, editor da Revista CONCERTO

48 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO Nelson Freire Marin Alsop

Felicity Lott 2012­ O crepúsculo dos deuses no Teatro Municipal de São Paulo Vladimir Ashkenazy

Abel Rocha 63 João Batista Natali 57 Alex Klein 63 João Carlos Martins 60 Antônio Carlos Borges-Cunha 62 João Guilherme Ripper 55 Arthur Nestrovski 56 João Luiz Sampaio 60 Camila Frésca 62 João Marcos Coelho 52 Carlos Eduardo Amaral 51 Leonardo Martinelli 64 Claudio Cohen 51 Luís Otávio Santos 53 Cleber Papa 65 Luiz Paulo Horta 65 Clodoaldo Medina 64 Myrian Dauelsberg 58 Edmilson Venturelli 61 Osvaldo Ferreira 52 Emiliano Patarra 64 Paulo Zuben 59 Fabio Mechetti 50 Ricardo Castro 58 Frederico Lohmann 54 Roberto Minczuk 61 . Gilberto Chaves 59 Roberto Tibiriçá 58 Guilherme Mannis 57 Ronaldo Bianchi 60 Helder Trefzger 53 Sabine Lovatelli 57 Henrique Autran Dourado 50 Sergio da Costa e Silva 63 o s sã o d e divulgaçã , as foto Irineu Franco Perpetuo 54 Sidnei Epelman 53 Isaac Karabtchevsky 55 Sidney Molina 51 o u tr a m en çã Jamil Maluf 54 Silvio Viegas 56 salv

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2013 49 Orquestra Nacional do Capitólio de Toulouse o divulgaçã

Antonio Meneses o divulgaçã

ano de 2012 foi de grandes Conservatório de Tatuí termina Cláudio Cruz “O realizações para a Filarmônica “O este ano com um saldo de mais de Minas Gerais. Além do crescente de 300 concertos e recitais, três apre- número de assinantes e de um público sentações da Sinfônica na Sala São Paulo cada vez maior e entusiasta, tivemos – Nona de Beethoven, programa Pré-es- a honra de receber o Prêmio Carlos treia, da TV Cultura, e o recital de Paulo Gomes como melhor conjunto sinfônico Szot –, além de seis encontros internacio- do Brasil. Além disso, foi extremamente nais de instrumentos diversos. Aplaude o importante a realização de nossa primeira projeto Música Orquestral Alemã, série turnê internacional quando, ao lado do idealizada pelo maestro Felix Krieger, e grande violoncelista Antonio Meneses, termina o ano com uma celebrada grava- fomos ovacionados em cidades da Argen- ção do CD dos 20 anos de sua Banda tina e do Uruguai. O sucesso de público Sinfônica, com obras, entre outros, de e da crítica especializada nessas apresen- Villani-Côrtes e Osvaldo Lacerda. Conclui tações deu ensejo a mais um convite para a adaptação de um prédio com 2.250 m² levarmos a Filarmônica a Colômbia, Peru cedido pelo Estado, além de ver finaliza- e Equador em 2013. Outro marco im- do o processo de escolha do escritório de portante da temporada foi nossa primeira arquitetura que será encarregado do pro- gravação para o selo Naxos com obras de jeto para a construção de um campus em

o divulgaçã Villa-Lobos para violão e orquestra. Essa terreno de 73 mil m². Festeja também a parceria se consolidará ainda mais neste primeira turma de formandos da parceria novo ano, quando iremos realizar outra com a Etec, pioneira dos certificados téc- Julian Rachlin gravação com esse prestigioso selo. Para nicos. Celebra o sucesso da Filarmônica 2013, além de uma temporada em Belo de Minas Gerais, as séries impecáveis Horizonte com grandes atrações interna- da Osesp – Marin Alsop e os colegas da cionais e da constante disseminação da sinfônica cada vez mais atuantes e per- música sinfônica pelo interior de Minas feccionistas –, além da nova morada da Gerais, a Filarmônica se apresentará Escola Municipal de Música, depois de na Sala São Paulo. É motivo de muito 43 anos em instalações provisórias, sob orgulho para mim e para todos respon- a direção de um patrimônio brasileiro: sáveis pelo sucesso dessa orquestra ver Naomi Munakata. O espírito de fim de que a cada ano que passa as aspirações ano nos conduz à celebração da alegria, que levaram à criação da Filarmônica como quis Schiller, e também à reflexão: se traduzem em significantes resultados os artistas do Municipal do Rio de Janeiro artísticos. Aguardamos ansiosamente a carecem de solução urgente, pois sofrem construção da Sala da Filarmônica para a insegurança no trabalho e seus lares. que um novo capítulo se desenhe nesta ‘Peço por minha cidade, peço que orem curta mas relevante história que está por ela’, cantou Gil. E nos unamos em sendo escrita nota por nota, compasso a torno dessa causa, porque com nosso compasso, na busca constante da quali- Municipal de São Paulo não é dife- dade artística e de resultados palpáveis rente: desde 1988, com o advento da que venham responder às expectativas ‘Constituição Cidadã’, só se contrata que criamos desde a fundação da orques- improvisadamente, gestão após gestão. tra, cinco anos atrás.” Resta trabalhar para que em 2013 surja alguma luz para ambos. Assim seja.” Fabio Mechetti, diretor artístico e regente titular da Orquestra Filarmônica Henrique Autran Dourado, diretor

o divulgaçã de Minas Gerais executivo do Conservatório de Tatuí, SP

50 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO Arnaldo Cohen Eiji Oue S usa nne D i e s ner o divulgaçã

alvez a melhor notícia do ano iversidade é a palavra que rmãs Labèque em Trancoso; “T no Recife tenha sido a da inau- “D encontramos para descrever a “I Lulu, de Alban Berg, em guração do Teatro Eva Herz, na Livraria temporada de concertos 2012 da Orques- Manaus; Krzysztof Penderecki em Cultura do Shopping RioMar. Aberto no tra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Belo Horizonte; Lang Lang, Renée dia 9 de novembro com um concerto da Santoro. Nesse sentido, tivemos da Paixão Fleming, Vladimir Ashkenazy, Christoph Filarmônica do Brasil, dirigida por Laér- segundo São Mateus de Johann Sebastian Eschenbach e Keith Jarrett em São cio Diniz, e tendo como convidado o Bach, em primeira audição em Brasília, a Paulo. Mesmo que haja tanto a ser flautista James Strauss, o espaço acolheu estreias­ mundiais de obras de Ney Rosauro feito – em música e na organização da parte da programação do 15º Virtuosi e e Fernando Morais, e ainda homenagens vida musical –, é um privilégio para aposta-se que ele possa receber oficinas a Debussy, Levino de Alcântara, Asta-Rose um crítico acompanhar temporadas ou palestras da Mimo, em setembro do Alcaide, Guerra Vicente, Antonio del vibrantes como as de 2012. Foram mais ano que vem. Destaque também para o Claro, Jorge Antunes, Sérgio Ricardo e de 30 resenhas publicadas no ano, o Festival Debussy/Albéniz, sob direção Carlos Drummond de Andrade. Nosso 2º que implica pelo menos 90 concertos artística da pianista Elyanna Caldas, que Festival de Ópera foi um sucesso absoluto assistidos, todos com a atenção de quem promoveu a primeira apresentação de de público, com 17 mil pessoas. Além tem de transformar sons em palavras. O O martírio de São Sebastião, de disso, tivemos dois balés: Les sylphides Teatro Municipal de São Paulo renasceu. Debussy, em Pernambuco, e a primeira e uma extensa temporada de O quebra- Mostrou capacidade de planejamento audição nacional da ópera Pepita -nozes, de Tchaikovsky, atuando no tripé e realização. Trouxe títulos ambiciosos: Jiménez, de Albéniz, com elenco e sinfônico-ópera-balé, de forma a destacar O crepúsculo dos deuses (Wagner), músicos atuantes no estado. Menção a verdadeira vocação do Teatro Cláudio Orfeo ed Euridice (Gluck), Pelléas et especial para o 1º Virtuosi Século XXI, Santoro. Participaram da nossa tempo- Mélisande (Debussy) e Macbeth (Verdi) em outubro, que ousou ao apresentar rada 17 regentes convidados, dezenas de dirigido por Robert Wilson. Mas nada pela primeira vez no Recife um rep- solistas locais, nacionais e internacionais. pode ofuscar o brilho da temporada da ertório 100% contemporâneo em três Os concertos na Sala São Paulo e no Osesp, marcada pela chegada de Marin noites consecutivas, além de reunir Festival de Campos do Jordão foram Alsop, a nova regente titular. Não é fácil alguns dos principais compositores do também de grande importância para nós. eleger destaques da orquestra paulista país – como Marlos Nobre, Roberto Em 2013 teremos a mais internacional em 2012: além da turnê internacional, Victorio, Marcílio Onofre, Harry Crowl das temporadas já levada a efeito pela talvez seja melhor apenas listar os e Eli-Eri Moura, curador do festival – e Sinfônica de Brasília por conta dos acor- concertos que não vão mais sair da o francês Tristan Murail. Numa cidade dos culturais bilaterais celebrados com as memória, como Eiji Oue regendo onde eventos que estimulam a crítica representações diplomáticas aqui insta- Takemitsu, Bernstein e Brahms; Marin cinematográfica e literária têm bastante ladas. O 3º Festival de Ópera pretende Alsop em Sibelius e Bartók; a Sinfonia força, ao contrário do que ocorre com a incluir uma obra de Wagner, que terá sua nº 8 de Shostakovich por Lawrence música clássica, as palestras do Virtuosi primeira execução na capital federal. A Renes; e, na série de câmara, o recital de Século XXI passaram injustamente des- grande notícia será a realização de concurso András Schiff. Como violonista celebrei percebidas, mas o alto nível dos debates público para a contratação de mais 20 neste ano (ao lado de Fabio Ramazzina, foi irrepreensível. Por fim, nosso estado músicos para a nossa orquestra, ainda no Thiago Abdalla e Chrystian Dozza) os 20 vizinho, a Paraíba, vem ganhando cada primeiro semestre, dando um ‘upgrade’ anos do Quaternaglia. O quarteto lançou vez mais destaque com as composições técnico e artístico na instituição. Quanto à um novo CD e foi solista de importantes coletivas de músicos do Compomus, o minha atuação para 2013, terei uma ex- orquestras, como Petrobras Sinfônica, Laboratório de Composição Musical da tensa agenda internacional de concertos Sinfônica de Heliópolis (regida por UFPB: depois da première da Cantata como maestro convidado em Portugal, Isaac Karabtchevsky na Sala São Paulo) bruta, em 2011, este ano foi a vez de Alemanha, Itália, Áustria, México, Chile, e Solistas de Londrina, sob a direção Eu, Augusto, estreada em agosto, e da Equador e ainda Vietnã e Malásia.” de Leo Brouwer, no Festival de Música Ópera vertical, em novembro.” do Pará.” Claudio Cohen, diretor artístico e regente Carlos Eduardo Amaral, jornalista e titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Sidney Molina, violonista do Quaternaglia pesquisador, Recife, PE Nacional Cláudio Santoro, de Brasília e crítico musical da Folha de S. Paulo

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2013 51 Frank Shipway Itzhak Perlman Cliv e Ba r da o divulgaçã

ano termina com uma reluzente osso dizer que estou muito con- Dang Thai Son “O temporada de concertos, mas “P tente e feliz com os resultados expõe publicamente sérias rachaduras da temporada da Sinfônica do Paraná. na Sala São Paulo. O edifício continua Primeiro, porque cumprimos quase 100% firme, mas as relações dos músicos com da pauta. Digo quase pois, infelizmente, a direção artística da Osesp azedaram de por motivos pessoais, Penderecki cance- vez. Ou melhor, já tinham azedado há lou sua participação. No resto, consegui- muito tempo, desde a época de Tortelier mos realizar um bom trabalho, com uma – mas a opinião pública só ficou sabendo programação essencialmente em cima dos fatos por meio da carta do presidente da música do século XX, com muitas da associação dos músicos, divulgada estreias. Privilegiamos a música brasileira, pelo jornal O Estado de S. Paulo. Por lá interpretamos bastantes obras e, em par- se soube que eles andam fazendo 13, até ticular, tivemos muitos maestros e solistas 16 serviços semanais (isso significa 39 e convidados. Quanto à questão da música até 48 horas de ensaios/concertos/grava- no Brasil, acredito que nem tudo está ções). Não sobra tempo para estudar. Dos bem em todas instituições – umas com lados do Teatro Municipal, viveu-se em mais tradição, outras com menos. Eu vou 2012 o melhor dos mundos. Alcançou-se me ambientando e conhecendo melhor – aleluia – o clímax de um ciclo virtuoso a realidade brasileira, e vejo que há or- que vinha sendo gestado por Jamil Maluf questras que têm uma organização boa e agora Abel Rocha. As comemorações e uma programação interessante e séria, devem ser efêmeras, pois ‘burrocrati- nas quais também a música nacional é camente’ tudo vai ruir no dia 1º de privilegiada. Como exemplos posso citar janeiro. De ciclo virtuoso, num passe de a Osesp, que é uma ótima instituição, a

o divulgaçã mágica, para círculo infernal. A conferir. Filarmônica de Minas Gerais e o Teatro Enquanto isso, a vida musical pulsou de Municipal de São Paulo. Já em outras ins­ Abel Rocha modo admirável, sobretudo em São Paulo. tituições noto dificuldades, muitas vezes Sinais evidentes: a revista Bravo! apontou orçamentais. Alguns casos ainda, que, três CDs de música contemporânea para lamentavelmente, não conseguem se or- o posto de melhor gravação erudita de ganizar por falta de interesse. Deve haver 2012. Venceu, com justiça, Olho d’água, um comprometimento e respeito mútuo da Camerata Aberta. E para não dizerem entre os músicos e as gerências, para que que não falei de flores, aí vão os melhores todos sintam que são parte de um projeto concertos da temporada: Christoph e que valha a pena lutar por ele. Posso Eschenbach e a Sinfônica Nacional de dizer que esse é um dos segredos do Washington, Helmuth Rilling fazendo nosso trabalho na Sinfônica do Paraná e uma Missa em si menor de arrepiar, e a com os corpos artísticos do Teatro Guaíra: deslumbrante Macbeth de Robert Wilson; essa procura pela excelência. Mesmo que recitais de Keith Jarrett, Hamelin e András nós não sejamos excelentes, temos pro- Schiff; a incrível Cassandre de Jarrell, a curado ser, lutando de uma forma muito Oitava de Bruckner com Shipway, Renée profissional. Digo com toda honestidade Fleming; os concertos com obras de Flo que é um prazer e honra estar à frente de Menezes e do saxofonista francês Claude um grupo que é um caso sério de profis- Delangle com a Camerata Aberta.” sionalismo. Tenho aprendido muito com todos.” João Marcos Coelho, jornalista e crítico musical, colaborador do jornal O Estado de Osvaldo Ferreira, diretor musical e regente S. Paulo e colunista da Revista CONCERTO titular da Orquestra Sinfônica do Paraná c i c ai o gallu

52 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO Cena de Salomé no Festival de Ópera do Teatro da Paz Fabio Mechetti izilda C r u ppe M a r izilda o divulgaçã

ano de 2012 reservou uma alando da música antiga, o ano de oi um ano de realizações para “O temporada e tanto para a “F 2012 foi muito produtivo e sedi- “F a Tucca, mas sempre temos de Orquestra Filarmônica do Espírito Santo! mentou ainda mais a atuação profissional ressaltar que o projeto Música Pela Cura Trabalhamos com afinco e cumprimos e pedagógica no país. O Festival Inter- não é apenas musical, mas tem o lado do a programação estabelecida, com 18 nacional de Música Colonial e Música tratamento das crianças – que é o mais diferentes programas apresentados Antiga de Juiz de Fora realizou a sua 23ª importante. Por isso mesmo, devemos no Teatro Carlos Gomes, além dos edição e confirmou uma posição crucial agradecer não apenas ao público, mas concertos especiais e das nossas no Brasil nessa área, atraindo sempre um também aos patrocinadores – com quem séries de visitas a escolas públicas e a grande número de alunos, público e espe- contamos para 2013. Essa captação outros municípios. O que destaco é cialistas (como foi o caso do 9º Encontro de recursos, realizada através da Lei o crescimento artístico e técnico da de Musicologia Histórica realizado este Rouanet e do Proac, é que possibilita que orquestra, fruto de muita dedicação ano, graças à nova parceria do Centro o projeto seja levado em frente. O êxito e esforço por parte de todos: Cultural Pró-Musica de Juiz de Fora e a da temporada pode ser medido pelo músicos, administração, a Secretaria UFJF). Mais uma vez, o evento irradia avanço nas pesquisas e no tratamento de Cultura do Governo do Estado, para todo o país um trabalho amadure- do câncer. Por exemplo, houve um incluindo também o trabalho de cido, que prioriza sempre a qualidade aumento em 50% no número de crianças maestros convidados do porte de Isaac e a novidade. Vale destacar a presença atendidas no nosso ambulatório em Karabtchevsky, Roberto Tibiriçá, Roberto de grupos internacionais no evento, tais Itaquera, que faz parte da nossa parceria Duarte, Luiz Fernando Malheiro, como o belga Ricercar Consort e o More com o hospital Santa Marcelina. As séries Guilherme Mannis, Marcos Arakaki Hispano, da Espanha, e também solistas de música, em si, foram um sucesso. e Emilio de Cesar. Também tivemos consagrados como Arnaldo Cohen e Sempre mesclando música clássica a oportunidade de compartilhar o Yamandu Costa, para atender as expec- com jazz, que é uma marca da Tucca, palco com artistas maravilhosos, que tativas de mil alunos e um público de levamos um grande público à Sala São muito contribuíram para o sucesso mais de 80 mil pessoas. Fico orgulhoso Paulo – que, aliás, é uma de nossas dos nossos concertos. Destaco ainda a também com o amadurecimento visível parceiras. Houve também as celebrações presença maciça do público capixaba do Núcleo de Música Antiga da Emesp, pelos 10 anos da nossa série infantil, nos nossos concertos e agradecemos à que este ano deu mais um passo decisivo, Aprendiz de Maestro, que passou por Rede Gazeta pela parceria e incentivo. com o 1º Encontro Internacional de uma reformulação e agora conta com Vislumbramos um grande desafio Música Antiga – que trouxe a São Paulo nova direção. O resultado foi bastante para 2013, que é a realização de uma uma equipe internacional de professores. positivo, com mais espetáculos inéditos. temporada ainda mais ousada, com Vários dos alunos formados na Emesp E 2013 promete ser outro ano muito 28 apresentações no Teatro Carlos têm obtido colocações em importantes bom, sempre na característica das séries. Gomes, com um repertório instigante centros de música antiga europeus, fato Sobre a cena musical de São Paulo, posso e a presença de importantes nomes do que deixa a nossa equipe satisfeita com dizer que a cidade viveu um ano muito cenário artístico nacional e internacional. o resultado do projeto pedagógico desen- bom – até mesmo motivado pela crise Neste ano, acompanhamos uma forte volvido até então. Portanto, 2013 segue internacional –, trazendo grandes artistas movimentação das orquestras, incluindo no mesmo trilho: produzir música antiga e espetáculos, sempre mantendo uma aí os grupos de fora do eixo Rio-São de qualidade, dar estímulo aos novos grande qualidade. Eu até brinco, dizendo Paulo, com temporadas consistentes, talentos e ampliar as áreas de atuação, que a concorrência [em relação às séries com renomados solistas e maestros. tanto pedagógica – que é a base de todo da Tucca] é cada vez mais forte! Mas foi Esperamos que esse movimento ganhe grande empreendimento – quanto na um grande ano, para a Tucca e para as mais força, abrindo novas fronteiras área artística – que é o produto final que outras instituições paulistanas, e acredito de trabalho e difundindo a música todos ansiamos ver, ouvir e dizer: feito que a tendência é que a qualidade clássica para um público cada vez mais no Brasil!” das apresentações e os resultados dos abrangente.” projetos sejam ainda melhores em Luís Otávio Santos, violinista e diretor 2013.” Helder Trefzger, regente titular da musical do Festival de Música Colonial Orquestra Filarmônica do Espírito Santo Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora Sidnei Epelman, presidente da Tucca

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2013 53 Isaac Karabtchevsky Jean Louis Steuerman B r u no Ve iga o divulgaçã

o ano de 2012 a Orquestra ano de 2012 foi trágico para a m 2012, a Sociedade de Cultura “N Experimental de Repertório “O crítica musical de São Paulo, “E Artística completou 100 anos (OER) pôde, finalmente, lançar o CD pois perdemos nosso decano e paradigma de atividades ininterruptas em prol triplo Arranjadores, pelo selo Núcleo de excelência: J. Jota de Moraes, o maior da cultura e das artes. Como parte de Contemporâneo. O projeto Arranjado- crítico que tive o privilégio de conhecer, nossas comemorações, preparamos uma res foi uma série de quatro concertos, seja pessoalmente ou por reputação. Pro- temporada especial de concertos. Foram realizados e gravados no Teatro Cultura fessor de elevadíssima cultura, Jota for- dez atrações e vinte concertos realizados Artística, em 1992, sob a curadoria de mou gerações de músicos que hoje fazem entre os meses de abril e novembro, Benjamin e Myriam Taubkin, para resga- a diferença em nosso meio. Foi um ano na Sala São Paulo. Do virtuosismo de tar a obra de alguns dos maiores arranja- especialmente vibrante para a ópera: o solistas como Lang Lang, Nelson Freire, dores da música brasileira, entre os quais Teatro Municipal de São Paulo teve uma Maria João Pires, Sol Gabetta, Bertrand nomes da importância de Guerra-Peixe, temporada histórica, com encenações Chamayou e Dang Thai Son às consa- Radamés Gnattali e Egberto Gismonti. visualmente estimulantes e de alto nível gradas batutas de Zubin Mehta, Tugan Acompanhadas de grande repercussão, musical, culminadas por uma produção Sokhiev e John Neschling, passando essas gravações, por seu ineditismo antológica de Macbeth dirigida pelo genial pelas vozes marcantes de Joyce DiDona- como registro histórico, representam um Robert Wilson. Dentre as inúmeras atra- to e Renée Fleming e por orquestras de marco na carreira da OER. A temporada ções internacionais, vale destacar a Missa grande prestígio na cena internacional, de concertos também trouxe momentos em si menor, de Bach, com Helmuth o público de São Paulo teve a oportu- especiais, como a primeira execução bra- Rilling, o brilho das orquestras trazidas ao nidade de presenciar momentos ines- sileira da versão com orquestra da Sona- Brasil pelo Mozarteum Brasileiro (Deuts- quecíveis. Do lado educativo, durante o ta para dois pianos e percussão, de Béla ches Symphonie-Orchester e a Orquestra mês de maio tivemos duas importantes Bartók. Solistas como Nicolas Koeckert, Nacional de Washington) e, no centenário iniciativas. No dia 16 promovemos um Ching-Yun Hu, Caio Pagano, Dmitry da Sociedade de Cultura Artística, o ca- ensaio aberto da Orchestre National du Mayboroda e Eugenia Fuente, entre ou- risma de Joyce DiDonato e a excelência Capitole de Toulouse. Sob a regência do tros, abrilhantaram a série de concertos do Ensemble InterContemporain. Fora do maestro Tugan Sokhiev e tendo Bertrand matinais, aos domingos, que se tornaram eixo Rio-São Paulo, Manaus realizou uma Chamayou ao piano, o evento gratuito marca da OER e importante veículo para montagem espetacular de Lulu, de Alban aconteceu na Sala São Paulo. Entre a formação de novas plateias. A tradicio- Berg, enquanto Belém começa a sair do os dias 8 e 16, o projeto sociocultural nal série Cinema em Concerto trouxe provincianismo com Salomé, de Richard Ouvir para Crescer chegou ao Rio de uma programação dedicada a composito- Strauss. A Filarmônica de Minas Gerais Janeiro, com espetáculos promovidos en- res franceses do cinema. E, encerrando o causou boa impressão em sua primeira tre Cordeiro e Cantagalo. Foi um passo ano, a OER estreou a primeira produção turnê internacional, enquanto a Osesp importante na difusão dessa iniciativa brasileira da ópera O rouxinol, de Igor realizou temporada de bom nível, apesar pioneira que a Cultura Artística, em Stravinsky, e teve sua produção de 2011 da presença excessiva da MPB em sua parceria com a RVA Cultural, promove da ópera O menino e os sortilégios, de programação. Depois de anos levando à com sucesso desde 2007 e que já benefi- Maurice Ravel, premiada em seis das cena produções precárias de títulos com- ciou mais de 55 mil jovens. Além disso, oito indicações que recebeu do Prêmio pletamente inadequados para sua estru- como de costume, durante todo o ano Carlos Gomes. Internamente, as bolsas tura, o Teatro São Pedro, em São Paulo, realizamos oficinas com musicistas de concedidas aos 87 jovens músicos pré- parece começar a encontrar o rumo. As renome internacional em parceria com -profissionais de orquestra foram revalo- decepções ficam por conta da paupérrima o Instituto Baccarelli e a Emesp. Em rizadas, e o 22º Concurso Jovens Solistas temporada do Teatro Municipal do Rio de 2013, celebramos o primeiro de nossos da OER, com três vencedores, mostrou Janeiro e da falta de empenho das institui- próximos 100 anos. Mais uma vez, tra- que a força dessa orquestra reside no ções em homenagear o 90º aniversário do remos para a cidade uma temporada de talento de seus integrantes.” mestre Gilberto Mendes.” concertos memorável!” Jamil Maluf, diretor artístico e regente Irineu Franco Perpetuo, jornalista e crítico Frederico Lohmann, superintendente titular da Orquestra Experimental de musical, colaborador da Folha de S.Paulo e administrativo da Sociedade Repertório da Revista e do Site CONCERTO de Cultura Artística

54 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO Gilberto Mendes Giancarlo Guerrero avid Bail e y avid o divulgaçã D

Sala Cecília Meireles, que rea- uitos dos fatos marcantes deste Nicolau de Figueiredo “A brirá no segundo semestre de “M 2012 que agora termina têm 2013, realizou sua temporada no Teatro conotação afetiva e, por isso mesmo, Municipal do Rio de Janeiro. Destaco as acabaram sendo os mais importantes de apresentações do duo Labèque, Ensemble minha atividade como músico. Recebi InterContemporain, Nicola Benedetti, das mãos da viúva de Hans-Joachim Concerto Köln e Leon Fleisher como Koellreutter, o mítico professor de toda solista da Filarmônica de Minas Gerais, uma geração de músicos brasileiros, dirigida por Fabio Mechetti. O ano foi um presente inesquecível: suas últimas especial para minhas óperas. Piedade batutas. Simbolicamente, elas são a alma estreou em abril com direção de André do maestro, espacializando temas, dese- Heller-Lopes e Isaac Karabtchevsky à nhando contornos e, como Koellreutter frente da Orquestra Petrobras Sinfônica, sempre acentuava, transmitindo emoção. e foi reapresentada em forma de concerto Como em todas as épocas, a presença dos no Festival Internacional de Campos do grandes professores é fundamental para o Jordão. Também em julho, o Festival florescimento de jovens artistas. Quando Internacional de Música de Campina fui convidado, há 13 anos, para ministrar o divulgaçã Grande incluiu a ópera de câmara Domi- uma master class em regência no Musica tila na sua programação. A nova versão Riva Festival, na Itália, nunca pensei que Richard Armstrong de Anjo negro, baseada em peça de transmitir a jovens regentes toda a minha Nelson Rodrigues, recebeu montagem longa experiência como diretor artístico e de André Heller-Lopes no parque Lage, maestro titular fosse exercer quase o mes- em outubro, com a Orquestra Sinfônica mo fascínio quanto dirigir um concerto. Brasileira Ópera & Repertório, dirigida por Meu prazer em ensinar é tão gratificante Abel Rocha. Em meu segundo concerto que aceitei, além da Itália, um curso seme- como compositor do Kean University lhante na Mimo – Mostra Internacional Artist Program, em Nova Jersey, apresen- de Música em Olinda. Espero que 2013 tei em abril a primeira audição de From possa representar para todos nós, através my Window nº 3, para quinteto com dos movimentos sociais em Heliópolis, c k er s Bä piano. Em junho, o Quinteto Villa-Lobos Neojiba, Academia Juvenil da Petrobras t e a Orquestra Petrobras Sinfônica, com Sinfônica, Orquestra de Barra Mansa, M a regência de Carlos Prazeres, estrearam Orquestra de Campos e tantas outras es- o Concerto a cinco, obra encomendada palhadas pelo Brasil, um fator de redenção Jan Lisiecki para os 50 anos do grupo. O concerto foi e confiança no futuro. Tenho vivenciado, tocado ainda pela Ospa, com Victor Hugo como diretor artístico da Sinfônica Helió­ Toro, e pela Orquestra Sinfônica da UFRJ, polis, um verdadeiro renascimento do com Roberto Duarte. Em dezembro, gosto pela música entre os jovens. Quando participei da série Brasilianische Kammer- dirigi recentemente a Sinfonia nº 2 de musik 2012 em Karlsruhe, na Alemanha. Gustav Mahler ou a Nona de Beethoven, O programa incluiu Matinas, para oboé e mal podia acreditar no que aqueles jovens quinteto de cordas, From my Window nº 3 estavam criando: a esperança de um Brasil e o quinteto de sopros Visions from the melhor, colhendo plenamente os bene- Absence. O final do ano marcou ainda o fícios que só a música, com todo o seu lançamento do CD duplo da ópera Pieda- potencial, consegue proporcionar.” de, da Orquestra Petrobras Sinfônica.” Isaac Karabtchevsky, diretor artístico João Guilherme Ripper, compositor e e regente titular da Orquestra Petrobras Sinfônica e da Sinfônica Heliópolis t hias

diretor da Sala Cecília Meireles, RJ M a

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2013 55 Zubin Mehta Cena de O rouxinol no Teatro Municipal de São Paulo h q m A d r ia no Sc a n hu e la

Hilary Hahn sta foi uma temporada marcante ano de 2012 foi de grandes “E para a Osesp, a começar pela che- “O desafios para todos do Teatro gada da nova regente titular, Marin Alsop. Municipal do Rio de Janeiro. Um ano que Celso Antunes assumiu o posto de regente se desenhou de forma inesperada desde associado e Yan Pascal Tortelier de regente janeiro, quando três edifícios desabaram convidado de honra. A continuar pelo ao lado do teatro. Tal acidente mudou elogiado lançamento de nossos primeiros nosso ano. A recuperação das partes CDs pelo selo Naxos, dando a largada nos atingidas fez com que o início de nossa ciclos completos de sinfonias de Prokofiev temporada ocorresse apenas no final de (regidas por Alsop) e Villa-Lobos (com Isa- maio. Tivemos de realocar nossos corpos ac Karabtchevsky). Em agosto, a Osesp fez artísticos, que se empenharam na manu- uma breve mas expressiva turnê europeia, tenção da programação – que teve de ser que incluiu concertos no Festival BBC reduzida em função do acidente. Na me- Proms, de Londres, e no Concertgebouw tade do ano tivemos outra surpresa, pois, de Amsterdam. Atendendo ao convite por um contingenciamento de verbas por da Secretaria de Cultura do Estado de parte do Estado, soubemos que não sería- São Paulo – a quem a Osesp deve todas mos ressarcidos pelas obras emergenciais as suas realizações –, a Fundação Osesp (feitas com verba originalmente destinada assumiu a direção do 43º Festival de à programação artística) e que teríamos Inverno de Campos do Jordão, que ho- ainda uma redução de R$ 1,2 milhão em M ill er P eter menageou o centenário do maestro Ele- nossa receita, totalizando R$ 4,2 milhões azar de Carvalho. Falando em atividades a menos em nosso orçamento. Mesmo Louis Langrée educativas: ao longo do ano recebemos assim, o teatro levou ao palco quatro pro- mais de 100 mil crianças e adolescentes, duções de balé, duas produções de ópera juntamente com cerca de 900 professo- – Rigoletto e A viúva alegre –, concertos res. Em 2012, foi inaugurado o projeto sinfônicos como o Réquiem de Mozart, de artista em residência, com Antonio Maracatu de Chico Rei, de Mignone, Meneses. O mestre finlandês Magnus Réquiem, de Verdi, Alexander Nevsky, Lindberg foi o compositor em residência; de Prokofiev, além da ópera Cavalleria fizemos a estreia de seis obras encomen- rusticana, de Mascagni, em forma de dadas a autores brasileiros, mais nossa concerto. Foram no total 87 apresenta- primeira coencomenda internacional. ções com nossos corpos artísticos. Como Vale também lembrar a continuidade de disse, foi um ano de muitos desafios e projetos que facilitam o acesso à música que não espelhou o real desejo da direção clássica: Matinais, Itinerante, concertos artística do Teatro Municipal. O ano de a preço popular e, nesse ano, três trans- 2013 se desenha com novos horizontes, missões ao vivo pela internet. Tudo isso em celebração com os 200 anos de nas- é só parte do grande e variado número cimento de Verdi e Wagner. Estamos nos de atividades da Orquestra e do Coro da preparando para realizar uma temporada à Osesp, a que se somam todas as demais altura das tradições do Municipal do Rio equipes administrativas, técnicas, de de Janeiro, com grandes títulos e grandes educação e pesquisa. Entramos em 2013 intérpretes. Tenho certeza de que 2013 com o mesmo entusiasmo, nutridos de será o ano que gostaríamos de ter realiza- dentro pela música, que nos explica e do em 2012!” nos justifica, do primeiro ao último dia Silvio Viegas, diretor artístico interino e de cada temporada.” regente titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro o divulgaçã Arthur Nestrovski, diretor artístico da Osesp

56 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO Marc-André Hamelin Eliane Coelho ma n f F r a n K au o divulgaçã

oi uma temporada de grandes m 2012, a Orquestra Sinfônica ano de 2012 foi bom para o “F solistas, como o pianista András “E de Sergipe (Orsse) consolidou “O Mozarteum Brasileiro. Tempora- Schiff ou as sopranos Joyce DiDonato ou ainda mais seu papel frente à sociedade da com artistas renomados e programas Renée Fleming. Tivemos ainda a turnê local proporcionando muitos momentos artísticos de altíssimo nível. Grandes da Osesp pela Europa e sua apresentação inesquecíveis a seu público. Ao longo orquestras como a Deutsches Symphonie- no Proms, de Londres. Mas 2012 dos anos, evidencia-se que o estabeleci- -Orchester Berlin ou a Sinfônica Nacional está indiscutivelmente marcado pela mento da música sinfônica junto a uma de Washington, ao lado de maestros qualidade e quantidade de excelentes sociedade consiste em trabalho cultural como Vladimir Ashkenazy, Christoph produções operísticas em São Paulo de longo prazo, em que maestro, músi- Eschenbach ou solistas consagrados como – isso, apesar da crise que abalou e cos, governo, patrocinadores e amigos Rudolf Buchbinder se apresentaram para reduziu a programação do Teatro São devem unir-se em torno de um ideal. Só um público entusiasta. Vimos com sa- Pedro. Sobretudo, com a montagem de a constância de tudo isso resultará em tisfação o aumento de jovens em nossos Macbeth, de Robert Wilson, que teve o ganhos irreversíveis. Aracaju, uma linda concertos. O Clube do Ouvinte, as mas- peso de inovações de uma temporada cidade, tem hoje uma orquestra da qual ter classes e as bolsas de estudo são um inteira. Tivemos pela primeira vez seus cidadãos se orgulham e com a qual sucesso, e estamos orgulhosos disso. Este O crepúsculo dos deuses, de Wagner, têm descoberto novidades: mais de 80% ano demos 15 bolsas de estudos, incluin- com a direção cênica ousada de André das obras apresentadas pela Orsse ainda do uma de composição com o grande Heller--Lopes e a direção musical de são inéditas. Inúmeros jovens passaram Krzysztof Penderecki. Por nosso intermé- altíssima precisão de Luiz Fernando a aprender um instrumento e o mercado dio, a Orquestra Jovem do Estado de São Malheiro. Eles voltariam a atuar de ensino de música e de concertos de Paulo pôde brilhar na Alemanha em sua mais uma vez juntos em Werther, de câmara já nutre um notável crescimento. primeira viagem ao exterior e mostrar Massenet. O repertório foi ousado, Seis anos de trabalho firme conseguiram, com sucesso ao mundo um outro lado do inovador, como em Pelléas et para nossa alegria, criar uma pequena Brasil. Em 2013, pretendemos continuar Mélisande, de Debussy, com regência revolução cultural. Sobre as conquistas de com todas as atividades, sempre visando de Abel Rocha. Tivemos O barbeiro 2012, a Orquestra Sinfônica de Sergipe o mais alto nível das nossas temporadas de Sevilha, não o de Rossini, mas apresentou a ópera Tosca, em concerto, internacionais, e com um programa de o de Paisiello. Ainda como pontos com enorme êxito. A participação de ensino atraente e valioso para os jovens fora da curva habitual do repertório, grandes nomes do cenário musical foi brasileiros. Convidamos grandes orques- Violanta, de Korngold, e Uma marcante, a exemplo dos maestros tras como a do NDR Hamburg e a Sinfô- tragédia florentina, de Zemlinsky. E, Isaac Karabtchevsky, Jesús Medina, Piotr nica de Bucareste; solistas mundialmente já quase no final do ano, um Orfeu e Borkowski, Nurhan Arman, Daniel Nery, aclamadas como as pianistas Xiayin Wang Eurídice, de Gluck, numa belíssima Jamil Maluf, Marcelo de Jesus e Helder e Hyun-Jung Lim ou a violinista Hilary e heterodoxa concepção cênica de Trefzger, e dos solistas Wagner Tiso, Hahn. Esperamos uma programação ao Antônio Araújo, e ainda O rouxinol, de Ricardo Castro, Luiz Filip, Sérgio Mon- gosto do nosso público, que, pela primei- Stravinsky, com as aplaudidas ousadias teiro e Gabriela Queiroz, entre tantos ra vez, vai poder assistir ao ciclo das nove do cenógrafo e figurinista Fernando outros. Para 2013, a Orsse tem como sinfonias de Beethoven tocado por uma Anhê. A moral provisória dessa história objetivo o estabelecimento de seu projeto das melhores orquestras do mundo, a é a de que o público paulistano não de orquestra jovem, sua transformação em Deutsche Kammerphilharmonie Bremen, tem mais o mesmo perfil. La traviata organização social – o que facilitará a sua com regência de Paavo Järvi. Diante e Manon continuam a ser referências gestão –, bem como a captação de dois desse tipo de programa, realizado há 32 fundamentais. Mas é preciso mais, projetos pela Lei Rouanet recentemente anos, vai aqui o meu pedido ao governo conforme demonstraram as produções aprovados, gerando temporadas ainda para uma lei de incentivo que inclua um deste ano.” mais instigantes e fornecendo melhor in- planejamento a longo prazo, a fim de fraestrutura física e laboral para o grupo.” podermos realizar um desenvolvimento João Batista Natali, jornalista, maior para o setor.” colaborador da Folha de S. Paulo Guilherme Mannis, diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica Sabine Lovatelli, presidente do de Sergipe Mozarteum Brasileiro Cena de Orfeu e Eurídice na Praça das Artes Luiz Fernando Malheiro lla c h porte a orb o m f lavi o divulgaçã

m 2012 a Dell’Arte comemorou urante este ano de incertezas ive neste ano de 2012 “E seus 30 anos de atividades, e “D econômicas, choques políticos “T momentos de vitórias e para isso programamos uma série que foi e previsões catastróficas mundiais, nosso conquistas. Vitória, por termos espetacular. Ao longo dos dez concertos trabalho na Bahia avançou com passos conseguido a autorização do governo tivemos nomes como os pianistas Nelson seguros. Em outubro comemoramos o de Minas Gerais para a realização do Freire, Lang Lang e András Schiff, as can- quinto aniversário do Neojiba (Núcleos concurso público que visa completar a toras Joyce DiDonato e Renée Fleming, Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e a violinista Hilary Hahn e a violoncelista da Bahia), juntando todas as orquestras o Coral Lírico de Minas Gerais. Deixo Sol Gabetta, além de excelentes grupos e coros do programa em quatro apresen- aqui meus sinceros agradecimentos orquestrais. Para além da série de assina- tações no Teatro Castro Alves. Continua- a todos os que trabalharam para este turas, trouxemos ainda o Coro e mos nossa expansão em todo o estado da feito, que era uma grande aspiração de Orquestra da Bachakademie, de Stuttgart, Bahia, que hoje já conta com 22 projetos todos. Missão cumprida! Conquista, e o violinista Itzhak Perlman, que reali- inspirados no Neojibá. Assumimos a ges- por ter dirigido um lindo concerto zou um lindo recital em que comemo- tão do espaço em Salvador, que uma vez com a Osesp, em homenagem ao meu ramos oficialmente nossos 30 anos. Mas reformado será a nossa sede. Em parceria mestre e amigo, o grande maestro as atividades da Dell’Arte não se limitam com a Fundação Avelar lançamos a Eleazar de Carvalho, que completaria à temporada internacional de concertos. primeira rádio na Bahia que se dedica à em 2012 cem anos de vida, e também Além das grandes atrações que trouxe- música clássica, e nossa obstinação em minha volta para reger a Petrobras mos em nossa série de dança, tivemos na busca da excelência trouxe mais uma vez Sinfônica (minha querida Orquestra série Jazz All Night a presença de grandes à Bahia muitos dos melhores músicos do Petrobras Pró Música). Foram grandes músicos, como a apresentação que Keith planeta para ensinar nossos jovens. Em emoções! Com relação ao cenário Jarrett realizou no Municipal do Rio. Em 2013, como resultado de um contrato musical brasileiro, só tenho a dizer julho organizamos o 12º Festival de inédito com a Cami Music, de Nova que, em meio às crises em vários Inverno de Petrópolis, além de termos York, voltaremos a investir em gravações teatros e orquestras do mundo, estamos promovido, no Conservatório de Atenas, e turnês, começando pela participação na conseguindo dar continuidade às nossas na Grécia, uma retrospectiva sobre a segunda edição do Música em Trancoso, produções musicais. Talvez em um literatura pianística brasileira. Foi um seguida de um concerto no Royal Opera momento de superioridade em relação ano importante também para os projetos House de Muscat, em Omã, a gravação a muitos países, nos quais teatros estão sociais que apoiamos desde a década de de um DVD comercial, um concerto cancelando suas produções e outros 1970, como a Orquestra Juvenil Mariuc- com Lang Lang na praia de Copacabana grupos encerrando suas atividades. cia Iacovino, em Campos dos Goytaca- e uma grande turnê internacional. Sigo Não há dúvidas que temos muito a zes, e a Companhia Brasileira de Balé. confiante no caminho da educação in- fazer ainda, mas tenho a esperança Tudo isso é fruto de muito trabalho, que tegral e desenvolvimento social através de que 2013 será bem melhor e que nos dá convicção de afirmar que este ano da música, e parabenizo todos os que superaremos todos os maus momentos, a Dell’Arte fez a grande temporada de acreditam em nossa juventude e que se com muita seriedade e competência.” concertos no Rio de Janeiro. Para 2013, esforçam para oferecer uma educação Roberto Tibiriçá, diretor artístico e continuamos com o desafio de fazer musical de qualidade no Brasil. Mesmo regente titular da Orquestra Sinfônica de concorrência com nós mesmos. Uma das que ainda precisemos convencer muitas Minas Gerais novidades é que passaremos a gerenciar pessoas disso, acredito cada vez mais a programação artística do novo Teatro que o modelo do El Sistema venezuelano Bradesco, na Barra da Tijuca, para onde é o melhor para inserir a música de levaremos uma programação diferencia- concerto em nossa sociedade. Em todo da, de grande alcance, ao mesmo tempo caso nós, na Bahia, garantimos presença que iniciaremos um trabalho de formação na linha de frente desta batalha que de plateias.” apenas começa.” Myrian Dauelsberg, presidente da Ricardo Castro, pianista, maestro e Dell’Arte diretor-fundador do Neojiba

58 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO Antoni Wit Osesp a r zy n ski t ul J. M i d e si r é f u ron

m dos grandes destaques do articipo com o maior prazer András Schiff “U ano de 2012 foi a temporada “P desta retrospectiva 2012 da realizada pela Orquestra Jovem do Revista CONCERTO. E começo a tecer Estado de São Paulo. Depois de uma meu texto por esta publicação de música ampla reformulação no final do ano única no Brasil, que, a cada ano que pas- passado, a Orquestra Jovem passou a sa, supera-se em qualidade. Parabéns! ter um novo diretor musical, o maestro Venho percebendo o número de orques- Claudio Cruz, e um trabalho inédito tras em crescimento em várias regiões \\LUME2\trabalho\Classico\13- de formação pedagógica e artística do país, o que já nos permite mapear janfev\imagens\selecao_tiff\P- para jovens músicos de orquestra, nosso território de forma sinfônica. É um Andras_Schiff_por_Roberto Masotti_EMI.tif desenvolvido e implantado pela trabalho que já vem de alguns anos e coordenação da Emesp. O grupo de leva tempo para avançar. Bravo a todos! 90 bolsistas e alunos da Emesp vem Com o Rigoletto do Teatro Municipal do recebendo a mais completa experiência Rio de Janeiro, o Pelléas et Mélisande que um músico jovem almeja dentro do Municipal de São Paulo, O rouxinol de uma orquestra de qualidade. Todo – obra que encerra o feérico primeiro o repertório escolhido para cada período de Stravinsky – e a Piedade, de i / E MI M as ott oberto programa, a organização dos ensaios, Ripper, tivemos uma boa mostra da cena R os locais de concertos, os solistas e lírica nesses centros. Deixei para o final regentes convidados, as viagens, enfim, ressaltar a importância do 11º Festival Joyce DiDonato todos os detalhes foram pensados para de Ópera do Teatro da Paz, promovido que o resultado artístico e pedagógico pela Secretaria de Cultura do Estado do apresentado pela Orquestra Jovem Pará, que, além da Cavalleria rustica- alcançasse o nível mais elevado de na – soberanamente cantada por Laura qualidade. Também vale destacar o de Souza, regida com sapiência pelo programa de bolsas para estudos no maestro Gianluigi Zampieri e sob a firme exterior que a Orquestra Jovem ofereceu direção de Iacov Hillel –, reviveu a João exclusivamente a seus integrantes. e Maria do Teatro Municipal de São Pau- Esse programa de bolsas é hoje um lo, com a consagrada dupla Jamil Maluf dos maiores oferecidos a estudantes e Fernando Anhê, promovendo o diálogo brasileiros que querem completar sua entre teatros. O desafio estava por conta formação em instituições fora do país. da Salomé, de Strauss – na voz perfeita

Finalmente, o lançamento da Orquestra da holandesa Annemarie Kremer, o ce- o divulgaçã Sinfônica do Guri, em julho deste nário futurista criado pela sensibilidade ano, foi um importante marco para o de Duda Arruk, os inspirados figurinos Tugan Sokhiev programa do Governo do Estado que é de Elena Toscano, a luz mágica e precisa gerido na capital e Grande São Paulo pela de Caetano Vilella, a expressiva direção OS Santa Marcelina Cultura. A qualidade de Mauro Wrona e a revelação – que do trabalho de iniciação musical para mim não foi surpresa – do talento oferecido pelo Guri Santa Marcelina do maestro Miguel Campos Neto. É a todos os seus alunos nesses últimos importante que os festivais de Manaus anos já é reconhecida pelas maiores e Belém se fortaleçam sempre, pondo o instituições musicais do exterior, como Norte mais e mais como referência da a Juilliard School, de Nova York, e os ópera brasileira, e abrindo o mercado aos Conservatórios de Paris e Amsterdam.” nossos artistas líricos.” Paulo Zuben, diretor artístico-pedagógico Gilberto Chaves, coordenador-geral do tr i ce Ni n

da Santa Marcelina Cultura 11º Festival de Ópera do Teatro da Paz Pa

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2013 59 Cena de Piedade, ópera de Ripper encomendada pela Opes Maria João Pires izilda C r u ppe M a r izilda d e / DG F e liz B roe

uem deve falar da qualidade do ostuma-se dizer que o otimista eu amigo, o jornalista “Q nosso trabalho são os outros. “C nada mais é do que um “M Gilberto Dimenstein, outro Neste momento, em que o Instituto pessimista mal informado. Basta olhar o dia me dizia que existem dois tipos Pensarte passou a cuidar do Teatro São quadro que se desenha nessa virada de de cidadãos: os ‘com obras’ e os ‘sem Pedro e das orquestras que compõem ano – em especial no que diz respeito obras’. Tenho a felicidade de participar essa área da música que a Secretaria de ao Teatro Municipal de São Paulo – e da Bachiana Sesi-SP (um grupo com Cultura se propõe a financiar, estamos fica difícil não concordar. Tivemos por obras), que possui alguns dos melhores empenhados em fazer o melhor possí- lá, em 2012, uma excelente temporada. instrumentistas do país, profissionais vel e tentar ultrapassar nossos limites Mas, na última década, a história do e jovens, procurando a excelência o tempo inteiro. Para mim, foi uma Municipal foi marcada justamente musical aliada à responsabilidade surpresa voltar a trabalhar em uma por interessantes projetos artísticos social, numa trajetória que está instituição para servir ao público, como (nas gestões de Ira Levin e Jamil alcançando milhões de brasileiros ao já fiz anteriormente no MAM, no Itaú e Maluf) interrompidos por incertezas lado deste velho maestro. Os ‘sem na TV Cultura. O universo com o qual institucionais. E, com a Fundação Teatro obras’ continuam atrás de escrivaninhas trabalhamos é complexo, exige muita Municipal criada mas não oficializada, criticando, principalmente quando têm responsabilidade por parte das orga- é novamente o clima de incerteza que a oportunidade daqueles ‘5 minutos de nizações sociais e muita preocupação prevalece, cortesia da administração fama’ em alguma ocasião. A Bachiana com a qualidade. Nesse sentido, estar à cultural da gestão que agora deixa a Sesi-SP em sua temporada de 2013 na frente do Instituto Pensarte é um grande prefeitura. Mas vamos celebrar o ano Sala São Paulo terá o Mostly Mozart – desafio. As próximas temporadas estão que terminou. No próprio Municipal, ou Principalmente Mozart. Abordará sendo discutidas com a Secretaria, e o tivemos o Macbeth de Robert Wilson um repertório fantástico do Classicismo cerne do nosso trabalho é ampliar, não e a continuação do Anel, de Wagner, com grandes solistas, além de tanto a quantidade, mas a qualidade dos pela dupla Malheiro/Heller-Lopes. encomendar obras de talentosos jovens concertos, shows, eventos e óperas, tan- Com Lulu, de Alban Berg, e Salomé, compositores brasileiros. Continuará to da Jazz Sinfônica, sempre com casa de Strauss, os festivais de Manaus e suas temporadas pelo interior de São lotada e uma identidade muito definida, Belém mandam mensagens auspiciosas. Paulo, sempre em apresentações quanto da Banda Sinfônica, do Ópera Entre os concertos, Helmuth Rilling e para milhares de pessoas, atingindo Curta e das atividades do Centro Cultu- Bachakademie Stuttgart, sublimes; Marc- todos os segmentos da sociedade. ral Aúthos Pagano. No Teatro São Pedro, -André Hamelin, András Schiff e Joyce Neste ano não estará em Nova York, trabalhamos com uma equipe empenha- DiDonato fizeram recitais memoráveis na já que desta vez, em dezembro, da em prepará-lo para uma nova etapa, Sala São Paulo, onde a Osesp seguiu em regerei a Orchestra of St. Luke’s nos o que significa requalificá-lo, melhorar as sua trajetória (apesar do desentendimento Concertos de Brandemburgo, com condições e instalações e dando especial entre músicos e o diretor Arthur solistas maravilhosos. Feliz 2013 para a atenção ao palco e à estrutura que está Nestrovski, revelado em uma desastrada Bachiana e para a Revista CONCERTO.” por trás das cortinas. Esse processo de operação de autopromoção midiática). A João Carlos Martins, maestro e fundador reposicionamento do São Pedro já foi Sinfônica Jovem do Estado ganhou nova da Bachiana Filarmônica Sesi-SP iniciado em 2012, com as montagens importância, assim como a Sinfônica cuidadosas de três importantes óperas e Heliópolis deu mais um passo rumo à com a estruturação de uma temporada maturidade, atraindo Julian Rachlin como regular. Com a temporada 2013 vamos principal regente convidado. Faltou falar comemorar os 15 anos da reinauguração do Rio de Janeiro, onde o Municipal teve, do São Pedro, mas desde já trabalhamos em 2012, um ano de cancelamentos. intensamente para que a população de Pena, é um palco que faz falta. Resta São Paulo tenha muito a comemorar nos torcer – ah, o otimismo! – para que as 100 anos do teatro, em 2017.” coisas melhorem por lá em 2013.” Ronaldo Bianchi, diretor executivo do João Luiz Sampaio, jornalista e crítico Instituto Pensarte musical de O Estado de S. Paulo

60 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO Paulo Szot Cena de La traviata no Teatro Municipal de São Paulo z ort o isa B r a M i e D u nc n L au He l

ano de 2012 entrou para a ano de 2012 foi fantástico, com John Neschling “O história do Instituto Baccarelli “O tantas coisas bacanas que fize- como o ponto mais alto do trabalho mos. Estou muito feliz com a qualidade artístico e social que realizamos em da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), Heliópolis. E já estamos nos preparando uma orquestra que está atingindo um para superá-lo em 2013. A Sinfônica nível cada vez mais alto de performance, Heliópolis, sob a direção artística de com um repertório desafiador e músi- Isaac Karabtchevsky, é o carro-chefe cos engajados. Fico feliz em ver esses desse trabalho, e pelo segundo ano músicos apaixonados, desempenhando teve uma temporada oficial, com brilhantemente seu trabalho no palco, sete datas na Sala São Paulo e uma porque esse é o objetivo principal: fazer no Teatro Municipal de São Paulo. música com alegria. Este ano fizemos Nesses concertos, tivemos a honra apresentações memoráveis, como a Peça de receber solistas do mais alto nível, de concerto de Schumann, com os dois como Jean Louis Steuerman (piano) trompistas solistas da OSB tocando ao e Julian Rachlin (violino e regência), lado de Stefan Dohr (primeira trompa da entre outros talentos. A orquestra Filarmônica de Berlim) e de David Griffin teve inúmeros desafios colocados por (quarta trompa da Sinfônica de Chicago), Karabtchevsky, que tem proposto e eles também tocando conosco, nas para os jovens músicos um repertório estantes, a Sinfonia nº 7 de Bruckner. desafiador, que em 2012 incluiu obras Também saímos das salas de concerto de Bartók e Bernstein. Não há como para apresentações ao ar livre, como nos não destacar o concerto realizado no 40 anos do Projeto Aquarius, com 80 mil Teatro Municipal de São Paulo, no pessoas em Copacabana ouvindo música

qual a Sinfônica Heliópolis tornou-se a clássica brasileira. Assim como no concer- o divulgaçã primeira orquestra brasileira a ser regida to que, pelo segundo ano, realizamos no por Zubin Mehta. Nessa data, Julian Complexo do Alemão e que foi inacredi- Rachlin, nomeado principal regente tável. Essa é uma das vocações da OSB: Jorge Antunes convidado da orquestra, atuou como de tocar não apenas nos grandes palcos, solista e spalla. As crianças do Coral da mas em comunidades e espaços públicos. Gente também brilharam. Participaram Fora a agenda de atividades com a OSB, das óperas Magdalena, de Villa-Lobos, tive um ano vitorioso à frente da Filarmô- e Pelléas et Mélisande, de Debussy, nica de Calgary, com especial destaque ambas na programação do Teatro para o Festival Guerra e Paz, com a en- Municipal de São Paulo. Novas vagas de comenda de um réquiem ao compositor iniciação musical foram abertas e mais Jeffrey Ryan, sobre poemas de Suzanne crianças estão dando seus primeiros Steele, para os soldados mortos no confli- passos na música; os grupos de câmara to no Afeganistão; uma obra lindíssima. estão mais atuantes que nunca e as Tive a oportunidade também de reger a orquestras vêm se desenvolvendo Filarmônica de Helsinque, a Filarmônica a cada dia. Olhando para o futuro, da BBC do País de Gales, a Orquestra iniciamos mais um ano de trabalho e Nacional da Rádio Irlandesa, entre outras busca incessante por qualidade artística às quais pude retornar nesse ano de tan- e relevância social. Aguardem nossa tas realizações.” temporada 2013!” Roberto Minczuk, regente titular da OSB Edmilson Venturelli, diretor de Relações e diretor artístico e regente titular da Institucionais do Instituto Baccarelli Filarmônica de Calgary (Canadá) o divulgaçã

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2013 61 Cena de O elixir do amor no Teatro São Pedro (SP) Marcelo Lehninger c i o Figu e re d D é o divulgaçã

credito que, com pequenos Renée Fleming ano de 2012 acumulou experi- “A passos, vamos consolidando um “O ências positivas e muitas alegrias novo ambiente para a música clássica para minha vida profissional, observando em todo o Brasil. Isso não significa que que a música de concerto está conquis- não haja tropeços e até retrocessos, mas tando o interesse de um público cada o saldo geral continua sendo positivo. vez maior e mais exigente. Percebo Ao menos na cidade de São Paulo, esse que as orquestras brasileiras estão em foi o ano da ópera: o Teatro Municipal processo de renovação do repertório e apresentou uma temporada regular, com de aprimoramento técnico, realizando montagens bem realizadas e algumas bas- programações criativas e interpretações tante acima da média. Também o Teatro comoventes. Essa é uma contribuição São Pedro sinaliza um novo rumo para significativa para a sociedade atual, que suas atividades e, após passar por uma vive um mundo dominado pelo excesso

L E S A N D REWECC D ECC crise no primeiro semestre, encerrou a de informações, dispersão, superficia- temporada com uma elogiada montagem lidade e ansiedade. A música é uma de Werther. As notícias ainda dão con- Semyon Bychkov ferramenta poderosa para o exercício da ta de bons resultados nos festivais de concentração e para a conquista do equi- ópera de Belém e Manaus. Por aqui, a líbrio emocional. Em uma sala de concer- Osesp continuou oferecendo uma tem- to focamos nossa atenção na experiência porada de concertos de encher olhos estética e expressiva que a música pode e ouvidos – seja na música sinfônica, nos proporcionar. Como compositor, nos concertos de câmara ou nos reci- regente e professor tenho vivenciado o tais de piano –, e dentre seus projetos processo de renovação do interesse do destaca-se o lançamento do primeiro CD público pela música de concerto. E, em dedicado às sinfonias de Villa-Lobos, que 2012, através do projeto Sesi Catedrais, se completa com a revisão e edição das realizamos cerca de quarenta apresen- respectivas partituras. Dentre outros pro- tações com a Orquestra de Câmara jetos que unem a performance artística Fundarte em diversas regiões do Rio oc k à pesquisa musicológica, vale destacar o Grande do Sul. A Orquestra de Câmara DVD com os trios de Glauco Velásquez, do Theatro São Pedro manteve o sucesso S h e ila R lançado pelo Centro Cultural São Paulo. dos anos anteriores, tendo sido aclama- Se a oferta de concertos e lançamentos é da pelo público em todos os concertos Alexandre Tharaud bastante boa, acho que há dois aspectos oficiais. Para 2013, a programação será sobre os quais devemos deter nossa aten- fundamentada no princípio de inclusão e ção: uma busca constante pela autonomia renovação do repertório, buscando uma e despersonalização de nossas instituições identidade estética através do diálogo musicais, para que elas não fiquem à entre o repertório histórico e as múltiplas mercê de interesses políticos ou vaidades tendências da música atual. Teremos a pessoais; e a fiscalização sobre como participação de solistas de nível inter- anda o ensino de música, que se tornou nacional, tais como Antonio Meneses e obrigatório em 2012, na educação básica. David Liebman, um dos maiores saxofo- Uma orientação correta será crucial para nistas do jazz contemporâneo.” formar novas gerações de profissionais, ouvintes e consumidores de boa música.” Antônio Carlos Borges-Cunha, diretor artístico da Orquestra de Câmara do Theatro

gg re v e Camila Frésca, pesquisadora, jornalista São Pedro, regente titular da Orquestra de or da Revista e Site CONCERTO e editora de Câmara Fundarte e orientador do programa programas da Rádio Cultura FM de pós-graduação em música da UFRGS B M a rco

62 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO Rudolf Buchbinder Celso Antunes mas B r ill Th o o divulgaçã

momento ainda não é propício úsica no Museu completou 15 temporada 2012 do Teatro “O para estabelecermos novos plate- “M anos de concertos gratuitos em “A Municipal de São Paulo foi uma aus nem celebrar conquistas. Permanecem 2012, culminando com a apresentação amostra. Uma excelente amostra de uma exemplos de corrupção ativa e passiva, da Orquestra Sinfônica Brasileira no sequência de espetáculos de alto nível, desperdício de recursos, desigualdade no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Mas diversificados e originais. Graças a novas ensino, padrões administrativos ultrapassa- o ano todo foi de grandes eventos, inicia- rotinas implementadas na programação e dos, dúbio profissionalismo, falta de aces- do com os seus Dez Melhores Concertos, agenda de ensaios dos corpos artísticos em so. Precisamos romper estas barreiras e eleitos pelo público e apresentados no 2012, foi possível apresentar onze títulos, trazer o futuro mais rápido. No Festival de Teatro Sesi, um local neutro. Turíbio San- com montagens inéditas em São Paulo. Música de Santa Catarina (Femusc) aplica- tos, Yamandu Costa, Orquestra Brasileira A cada nova ópera, os comentários de mos a tecnologia na busca da eficiência e de Harpas, Ithamara Koorax, Roberto de ‘melhor espetáculo apresentado na casa’ se transparência. As 1.300 inscrições anuais, Regina, Almendrix Trio, Arthur Moreira repetiram. Magdalena, Pedro Malazarte, contendo cartas de recomendação e grava- Lima, duo Mauro Senise e Gilson Peranz­ La traviata, Idomeneo, O crepúsculo dos ções enviadas a 25 professores analistas ao zetta, Orquestra Jovem Música no Mu- deuses, Pelléas et Mélisande, Violanta, redor do mundo, necessitam somente de seu e Grupo Tutti foram os escolhidos, Tragédia fiorentina, Orfeu e Eurídice, Ma- um supervisor, que anuncia os quinhentos além do ‘hors concours’ Nelson Freire, cbeth e O rouxinol seguiram-se no palco participantes selecionados em questão de que realizou um memorável concerto no do Municipal no espaço de apenas nove dias. Todos os duzentos concertos das 25 Teatro Municipal de São João del Rei. Com meses, pois ficamos dois meses com a pro- séries em sete cidades, com os mais de teatro lotadíssimo, tornou-se o maior gramação suspensa (maio e junho) em vir- vinte grupos orquestrais, envolvendo de evento cultural de Minas Gerais. Foi um tude da previsão de instalação da Fundação crianças a profissionais, com suas setecen- ano profícuo, pois, além de ter realizado Teatro Muncipal, que não se concretizou. tas obras podem ser programados por uma mais de 450 concertos com mais de 2 E ainda devemos contabilizar aí as tem- única pessoa em apenas duas semanas. mil músicos, um público de 50 mil pes- poradas do Balé da Cidade de São Paulo, Com tudo isso, o orçamento do Femusc soas se agregou aos dos anos anteriores concertos coral-sinfônicos com os grupos enxugou para cerca de R$ 1,6 mi, servin- chegando a mais de 400 mil espectadores da casa, concertos de câmara e as várias do um público de 45 mil pessoas, gerando em seus 15 anos. Registrem-se, também, programações de orquestras e companhias divisas para o município na criação de 450 o 7º RioHarpFestival e o 6º Festival Inter- nacionais e internacionais. A diversidade empregos diretos e indiretos e criando nacional de Sopros. Demos continuidade de títulos apresentados na temporada lírica movimentação econômica na região que ao Concurso Jovens Músicos e ao 6º representa a variedade e a modernidade chega a três vezes o seu orçamento. Vê-se Encontro de Empreendedorismo na Área de nossa cidade, assim como a diversidade que a cultura não precisa ser onerosa nem Musical. Já na sua versão internacional, nas linguagens de cada produção. São ineficiente. Em 2012 lançamos esses prin- o Música no Museu participou do ano Paulo é uma cidade múltipla e os espe- cípios na renovação da Orquestra Sinfô- do Brasil em Portugal e em Los Angeles. táculos da casa apresentam também esta nica da Paraíba e na criação do ambicioso Tudo isso gerou uma excelente matéria multiplicidade, que agrada e cativa os mais Programa de Inclusão através da Música no The New York Times, e foi tema da diferentes públicos e também um público e das Artes (Prima), um ‘sistema’ de or- monografia de Marie Hoffman na Hum- novo. Assim, a temporada 2012 foi uma questras na Paraíba dedicado à cidadania boldt-Universität zu Berlin. Os nossos amostra do que pode tornar-se rotina no e a altos padrões educativos sem, é claro, planos para 2013 concentram-se na con- futuro do Teatro. Porém, a cidade ainda negar o inevitável fator qualitativo musical. tinuidade, já que tudo vem dando certo, espera as tão necessárias e imprescindíveis Precisamos deixar o passado e seus jeiti- mas com duas novidades: concertos só soluções administrativas e trabalhistas que nhos para trás e abraçar a meritocracia. Se com musicistas mulheres e músicas com- deveriam ser instituídas com o advento da queremos um Brasil de qualidade, então postas por mulheres no mês de março e, Fundação, e que propiciarão um eficiente é na qualidade de seus brasileiros que o em julho, concertos todos os dias somen- perfil profissional à casa. É imperativo vamos encontrar.” te com musicistas de até 25 anos.” para o funcionamento do Teatro que tais soluções sejam instituídas.” Alex Klein, regente titular da Sinfônica Sergio da Costa e Silva, diretor do da Paraíba, diretor artístico do Femusc e Música no Museu Abel Rocha, diretor artístico do Teatro diretor pedagógico do Prima Municipal de São Paulo

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2013 63 Cena de O crepúsculo dos deuses no Teatro Municipal de São Paulo Thomas Daugaard m o c k b l U lla Ca r i n E o divulgaçã

stamos chegando ao final de om as eleições realizadas meses uando chegamos ao final do “E um ano intenso para a música “C atrás, o ano de 2012 encerra o “Q ano tendo realizado tudo o que clássica. Entre conquistas e dificuldades, ciclo político de vários municípios bra- foi anunciado, a impressão que tenho é avanços e retrocessos, o que não sileiros. Este é o momento de se fazer a de uma grande vitória. Aqui no Rio de faltou em 2012 foi movimentação. uma retrospectiva mais abrangente sobre Janeiro, tivemos até um desabamento Felizmente, na maior parte dos casos, como as cidades do país trataram a ques- no início de 2012 para nos assustar. uma movimentação no sentido do tão da música clássica nos últimos quatro Talvez até pela carga extra de adrenali- crescimento e da boa divulgação desta anos. Apesar de alguns progressos, o na, nossos músicos e as plateias lotadas forma de arte frequentemente ameaçada. cenário geral é desanimador. Após muitos vivenciaram grandes momentos: um Não podemos, no entanto, deixar de adiamentos, São Paulo teve seu Teatro Vida de herói inspiradíssimo ao lado do apontar, que o trabalho realizado está, Municipal finalmente reaberto depois de trompete de Alison Balsom e da nova ainda, muito aquém do potencial do uma longa reforma. Apenas ano passado obra de Nelson Ayres, e Piedade, ópera nosso país, tanto no que se refere aos voltou a ter uma temporada lírica sólida, de João Guilherme Ripper encomendada intérpretes quanto ao público. Para a surpreendente mesmo, ainda que graves pela Opes, todos regidos por nosso dire- ópera e o canto lírico o avanço foi nítido. problemas administrativos tenham ficado tor artístico, Isaac Karabtchevsky. O ano Tivemos ópera nos palcos do Teatro como herança para a próxima gestão. No continuou com os concertos lotados em São Pedro e do Teatro Municipal (em Rio de Janeiro, a reeleição da situação todas as séries. Na série Iberê Camargo, São Paulo), no Teatro Municipal do Rio soa desesperadora, na medida em que destaque para o concerto dedicado a de Janeiro, no Teatro Amazonas, no a Cidade da Música, agora Cidade das Carlos Drummond de Andrade e para o Teatro da Paz de Belém, e também em Artes, continua fechada e sem qualquer de marchinhas de Carnaval, ambos sob Minas Gerais, no Espírito Santo, em perspectiva concreta de funcionamento regência de Carlos Prazeres. Na série Sergipe, em Brasília, no Rio Grande do num futuro próximo. Uma vergonha e Mestre Athayde, nas igrejas do Rio, Sul, enfim, um crescimento significativo escândalo. De uma forma geral, as cida- o destaque fica para o Concerto para que deixa claro o interesse do público des brasileiras continuam sendo terras de violino, de Beethoven, com nossa spalla, por esta linguagem, o que nos enche de coronéis, um faroeste em que as secreta- Elissa Cassini, sob regência de nosso coragem. No Teatro São Pedro de São rias municipais de cultura são desprovidas também spalla, Felipe Prazeres. Também Paulo, em particular, este foi um ano de verbas compatíveis (mesmo naquelas nos apresentamos dentro do projeto Me- de grandes mudanças administrativas: com PIBs substanciosos), comandadas trônomo com a Prefeitura do Rio. O ano o espaço passou a ser gerido pelo por apadrinhados políticos sem qualquer de 2012 marca o primeiro da Academia Instituto Pensarte, organização social que preparo na área. É comum suas ações Juvenil, programa educativo da Opes, conseguiu dar novo impulso à proposta se limitarem à promoção de festividades comandado por Guilherme Carvalho, de reformulação da casa, conforme – rodeios, shows de Natal, Ano-Novo e com professores da orquestra e regência projetado pela Secretaria de Estado afins – de altíssimo custo, gosto duvidoso de Felipe Prazeres. Buscando ser uma da Cultura. É motivo de orgulho para e sempre com forte motivação eleitoral. ponte entre os projetos musicais existen- nós que o público e a crítica estejam, Fora das capitais (e mesmo em algumas tes e o mercado de trabalho, a Academia cada vez mais, reconhecendo um alto delas), as orquestras e teatros interioranos já é um grande sucesso. Conta hoje padrão de qualidade no desempenho vivem em estado de penúria financeira com mais de 20 alunos, com o apoio da da Orquestra do Teatro São Pedro e e administrativa e, consequentemente, Firjan e da Unesco, por meio do projeto nas produções aqui realizadas. Temos artística. Por sua vez, o Governo Fede- Criança Esperança. Por fim, vale lembrar consciência de que 2013 será um ano ral, que poderia promover ações que se que a Opes tem o patrocínio da Petro- decisivo, em que tudo caminha para refletiriam na esfera municipal, mantém- bras há mais de duas décadas e uma a cristalização deste local como uma -se em sua habitual letargia cultural e a administração harmoniosa, liderada por central de produção artística inteligente, ‘investir’ na velha política do panis et músicos sérios e comprometidos, pro- orgulhosa do seu passado, mas que olha circenses.” vando ser possível e saudável o exercício para o futuro.” da democracia na música.” Leonardo Martinelli, compositor, Emiliano Patarra, regente titular da professor e jornalista, é assistente editorial Clodoaldo Medina, diretor executivo da Orquestra do Teatro São Pedro, SP da Revista CONCERTO Orquestra Petrobras Sinfônica, RJ

64 Janeiro / Fevereiro 2013 CONCERTO Steven Isserlis João Carlos Martins o divulgaçã o divulgaçã

ópera começou bem em 2012, vida musical do Rio de Janeiro Nicolas Koeckert “A com Magdalena e Andradianas “A atravessa um período que, se (que incluiu a ópera Pedro Malazarte) não é de crise total, pelo menos deixa abrindo a temporada do Teatro Municipal muito a desejar. Não pode ser conside- de São Paulo em comemoração à Semana rado normal, por exemplo, que o Teatro de Arte Moderna de 1922. A meu ver, Municipal vá encerrar sua temporada nada mais importante, pela reflexão em 2012 tendo feito apenas uma ópera torno dos nossos compositores. Aliás, o completa – Rigoletto. Razões são apresen- MIS (Museu da Imagem e do Som), de tadas para isso, como contenção de des- São Paulo, consolidou o programa Notas pesas ou o desabamento que aconteceu Contemporâneas, registrando longas no início do ano nas vizinhanças do tea- conversas com a nata dos compositores tro. Mas, se houvesse vontade, as coisas brasileiros em atividade. As gravações poderiam ter tomado outro aspecto. Por uisi continuarão em 2013. É hora de fortale- conta do desabamento, a casa custou a a r L cermos nossos compositores, materiali- entrar em funcionamento – o que deixou Ba rb zando títulos como A chave, que acaba de nossa vida musical com poucas opções, já sair do forno, do maestro Carlos Moreno, que a Sala Cecília Meireles segue fechada Bertrand Chamayou rever criações “em catálogo”, comissio- para obras. Ocorreu, então, uma busca nar e produzir novos títulos. Precisamos aflita por opções que se mostraram, to- conversar e ouvir muito Mário Ficarelli, das, insuficientes – Vivo Rio, Espaço Tom ganhador do APCA de 2012, pelo con- Jobim, teatro da Uerj. Tudo isso aumen- junto da obra. Também Gilberto Mendes, tou a expectativa pela inauguração da Oliver Toni, Villani-Côrtes, Harry Crowl, Cidade das Artes. Finalmente reaberto, o Amaral Vieira, Ronaldo Miranda e todos Municipal funcionou basicamente como os que representam a maneira de ver uma casa de aluguel; e, neste sentido, à nossa volta por meio da música. Pelo houve bons programas, presenças ilustres quarto ano consecutivo, apresentamos como as de Lang Lang, Itzhak Perlman, os espetáculos da Companhia de Ópera András Schiff, Maxim Vengerov e Renée al

Curta em cidades do estado de São Pau- Fleming. Semyon Bychkov regeu a i p t St lo. Comentava, nesses dias, que não é Orquestra Sinfônica Brasileira numa aul Thi b simples montar e desmontar espetáculos, versão extraordinária da Sinfonia inaca- manter cenários e figurinos, ensaiar, viajar, bada de Schubert. Mas nossa principal uma rotina difícil para os bravos cantores, orquestra ainda mostrou os resquícios Roberto Minczuk técnicos, atores e músicos entusiasmados da crise terrível de 2011. Um derivativo a cada apresentação, motivados pela cer- interessante foi a série OSB Ópera & Re- teza de fazer algo importante para a ópe- pertório, que apresentou óperas em ver- ra. Sempre sou otimista e mais uma vez são concerto. Isso ajudou a amenizar um sinto que temos a oportunidade de novos pouco a anemia da temporada de ópera, cenários para a cultura, seja pelo que vie- e mostrou, por exemplo, Eliane Coelho mos acompanhando na ópera no estado soberana em Ariadne em Naxos. Em ter- de São Paulo, seja pelas expectativas de mos de solistas, também tivemos Nelson aperfeiçoamento na cidade e, em termos Freire em recital solo e Arnaldo Cohen, nacionais, sinais muito interessantes de que comemorava 40 anos de carreira, em novas perspectivas.” duas cintilantes aparições com a OSB e com a Petrobras Sinfônica.” Cleber Papa, é curador do programa Notas Contemporâneas do MIS-SP, diretor da Cia. de Luiz Paulo Horta, jornalista e Ópera Curta e diretor geral da Casa da Ópera crítico musical o divulgaçã

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2013 65 Janeiro / Fevereiro de 2013 Todos os textos e fotos publicados na seção “Gramophone” são de propriedade e copyright de Haymarket. www.gramophone.co.uk

Com base no nosso inigualável time de críticos, escolhemos as 12 gravações obrigatórias do mês

Gravação do mês

Tchaikovsky Symphonies Nos 4 & 5 London Philharmonic Orchestra / Vladimir Jurowski LPO LPO0064 “O jeito de tocar da orquestra é marcado pela concordância com a visão de Jurowski, em uma empatia bem estabelecida entre os músicos da Filarmônica de Londres e seu regente.”

Bartók. Eötvös. Ligeti Handel. Purcell Violin Concertos “Sound the Trumpet” Patricia Kopatchinskaja vn Alison Balsom tpt Hessen Radio SO / Peter Eötvös English Concert / Trevor Pinnock Naïve V5285 EMI 440329-2

“Trata-se de uma realização poderosa e estimulante “Balsom argumenta que foi a qualidade vocal do trompete do Segundo concerto para violino de Bartók, que não é sem válvula que criou essa música, e ela demonstra isso com apressada nem subestima a partitura.” sua escolha do repertório para esse álbum.”

Schumann. Dvorák Rachmaninov Piano Quintets Piano Sonatas Nos 1 & 2 Jonathan Biss pn Nikolai Lugansky Elias Quartet Naïve Ambroisie AM208 Onyx ONYX4092

“Os músicos conseguem retardar algumas frases de “A performance soberba de Lugansky é reforçada pelo som impacto sem cair no truque comum de uma ‘interpretação’ rico e cheio do piano – que ele explora desde os fff mais cheios falsa, que seria simplesmente tocar devagar nas partes nos graves até os pianíssimos mais etéreos nos agudos.” mais calmas.”

66 Janeiro / Fevereiro 2013 SCHUBERT Solo Piano Works Visite o Gramophone Player em Paul Lewis pn www.gramophone.co.uk. Harmonia Mundi HMC90 2136/7 Ali você pode ouvir – em streaming de áudio de alta qualidade – trechos de todos os CDs selecionados como “Gramophone Choice”, inclusive a “Gravação do Mês”. No Gramophone Player também é possível ler, em inglês, as “O primeiro item da série Schubert de Paulo Lewis iniciou o ano de modo maravilhoso, e ele o termina em resenhas completas dos álbuns do estilo igualmente alto, com uma gravação tão convincente “Gramophone Choice” apresentados quanto a anterior.” nesta seção. www.gramophone.co.uk

Britten Parry A Ceremony of Carols. Choral Works St Nicolas Soloists; Choirs; Amanda Roocroft sop City of London Sinfonia BBC National Chorus and Orchestra of Wales Stephen Layton Neeme Järvi Hyperion CDA67946 Chandos CHAN10740

“Allan Clayton se apossa completamente do papel de “No geral, o disco representa um dos mais importantes Nicolas. Que voz mais gloriosa! Fez-me lembrar da clareza lançamentos de Parry em muitos anos, com crédito a ser dado de Wilfred Brown.” a todos os seus intérpretes.”

Mozart Steffani Don Giovanni “Mission” Solistas; Rastatt Vocal Ensemble; Cecilia Bartoli mez Mahler Chamber Orchestra I Barocchisti / Diego Fasolis Yannick Nézet-Séguin Decca 478 4732DH DG 477 9878GH3

“Dos ferozes acordes iniciais da Abertura ao “Cecilia Bartoli tem que ser parabenizada e louvada moralizante número final, o ritmo é impecável.” por esse projeto, que parece ser um grande trabalho de amor pessoal.”

DVD/Blu-ray Relançamento/Arquivo Berg Mahler Wozzeck Symphonies Nos 1 & 2 Solistas; Bolshoi Theatre Orchestra New York Philharmonic Symphony Orchestra Teodor Currentzis; Bruno Walter Dmitri Tcherniakov dir Music & Arts CD1264 Bel Air Classiques BAC068

“Você provavelmente vai chegar às lágrimas, e não há hesitação em designá-la como a grande versão ‘histórica’ da “Todos os envolvidos na filmagem sabem exatamente para Segunda sinfonia de Mahler.” onde vão, e chegam lá de modo triunfante.”

Janeiro / Fevereiro 2013 67 Compre pelo telefone (11) 3539-0048 ou www.lojaclassicos.com.br

TRUMPET VOLUNTARY EMERSON STRING QUARTET EDGARD VARÈSE – Amériques HAYDN – Violin Concertos Hakan Hardenberger Mendelssohn Pierre Boulez Giuliano Carmignola I Musici Lançamento Deutsche Grammophon/ Chicago Symphony Orchestra Orchestre des Champs- Lançamento Decca/Universal. Universal. Importado. R$ 58,80 Lançamento Deutsche Grammophon/ Élysées Importado. R$ 55,40 Formado em 1976 em Nova York, Universal. Importado. R$ 55,40 Lançamento Archiv/Universal. Desde as primeiras passagens ao longo das décadas o Emerson Música moderna é para ser Importado. R$ 55,40 bíblicas, a sonoridade brilhante e String Quartet consolidou-se ouvida, e, tendo isto mente, Pouco conhecido pelo público pungente do trompete é associada como um dos mais celebrados o prestigiado selo Deutsche brasileiro, o violinista italiano a ideias musicais que evocam conjuntos de cordas, sendo o pri- Grammophon lança os primeiros Giuliano Carmignola é um solenidade, bravura e heroísmo. meiro quarteto norte-americano volumes da coleção 20C, dedicada artista singular. Seu talento fica Estas características não passaram a desfrutar de reconhecimento aos grandes compositores que fize- retratado em uma discografia despercebidas e, ao longo da histó- internacional nessa seara marcada ram a história da música do século enxuta, porém absolutamente ria da música, compositores enfa- pelo domínio europeu. O grupo é passado. Visto como profeta da notável. Seu mais recente álbum tizaram a natureza psicológica do detentor de um vasto repertório, nova música, o compositor francês é dedicado aos concertos para vio- timbre do trompete. Esta gravação que pode ser conferido em sua Edgard Varèse (1883-1965) tem lino e orquestra de Joseph Haydn traça um panorama estilístico da robusta discografia, formada por propostas ousadas e arrojadas, (1732-1809). Isolado no campo, escrita para o instrumento, desde dezenas de álbuns e várias pre- sem, no entanto, cair em certos Haydn apurou seu estilo e sua es- peças do Barroco até criações miações. Neste álbum, o quarteto academicismos comuns em crita musical de forma consistente, recentes. Com a competente inter- realiza uma ousada experiência ao correntes no período em questão. sem interferência dos modismos pretação dos trompetistas Hakan se duplicar artificialmente para a O álbum Amériques faz referência tão comuns nos centros urbanos. Hardenberger e Reinhold interpretação do fabuloso Octeto a uma obra homônima sua, de Hoje mais conhecido por suas Friedrich, acompanhados pelos para cordas op. 20, de Felix Men- longa duração, escrita para grande sinfonias, suas sonatas e seus quar- virtuoses do conjunto italiano delssohn (1809-47). Contando orquestra, que traz outras peças tetos de cordas, seus concertos I Musici, o álbum inclui peças com o apoio tecnológico de avan- importantes de seu catálogo, como para violino são parte importante de Purcell (Prelúdio do Te Deum), çadas ferramentas de gravação e Arcana e Déserts. Outro grande de seu repertório, exemplos da Georg Philipp Telemann (Marcha edição de áudio, os membros do destaque da coletânea é Ionisa- elegância e do equilíbrio classicista heroica n° 1 “La majesté” e n° quarteto tocam acompanhados tion. Peça concluída da década nos gêneros concertantes. Acom- 6 “L’amour”) e Antonio Vivaldi, de si mesmos ao longo dos quatro de 1930, na qual Varèse utiliza panhado pela excelente Orches- cujo Concerto para dois trompe- movimentos desta linda peça, apenas instrumentos de percussão tre des Champs-Élysées, que, tes, cordas e contínuo RV 537 é com oito linhas instrumentais dis- de altura não definida (ou seja, sem regente, atua sob a direção interpretado na íntegra. O álbum tintas. E este álbum traz também que emitem ruídos em vez de no- do spalla Alessandro Moccia, traz ainda trechos de importantes obras para quarteto, tais como tas), considerada marco na música Carmignola confere interpretação obras do Classicismo para o instru- as quatro peças autônomas que moderna e que abriu novas possi- elegante e clara aos concertos mento, tais como os movimentos integram o opus 81 do compositor bilidades para sucessivas gerações em dó maior (Hob. VIIa: 1), lá finais de concertos de Haydn (Tema con variazioni, Scherzo, de compositores. Todas as peças maior (Hob. VIIa: 3) e sol maior (n° 1, Hob. VIIe) e Hummel. Capriccio e Fuga) além do impo- deste álbum são interpretadas (Hob. VIIa: 4). Destaque também Flertando com a modernidade, nente Quarteto n° 6 op. 80, de com rigor e sensibilidade pelo para o instrumento Stradivarius o disco se encerra com At the grande virtuosismo instrumental maestro e compositor francês “Baillot”, de 1732, que o violinista Beach, de Virgil Thomson, e Hora e intenso lirismo em sua refinada Pierre Boulez à frente da excelente utiliza nesta gravação e que é um Staccato, de Grigoras Dinicu. escritura. Chicago Symphony Orchestra. espetáculo sonoro à parte.

PLÁCIDO DOMINGO – Songs do filme O poderoso chefão), Eternally (de Limelight, de Lançamento Sony. Nacional. R$ 27,80 Charlie Chaplin) e nossa famosa Garota de Ipanema. No Nos dias de hoje, não há limites para o crossover, isto é, disco, Domingo faz também diversos duetos. Além do simbó- a mistura entre a música popular e a clássica. Dessa vez, lico What a Wonderful World, em que divide o microfone com quem cede à tentação é o famoso tenor espanhol Plácido o filhoPlácido Domingo Jr., o cantor solta a voz ao lado de Domingo, que com o álbum Songs dá uma pausa de sua nomes pop como Josh Groban (Sous le ciel de Paris), Harry agenda lírica para enveredar um pequeno passeio pelos Connick Jr. (Time After Time), ZAZ (La chanson des vieux campos da canção popular internacional. Depois do su- amants), Katherine Jenkins (Come What Way, do filme Mou- cesso mundial com o projeto Os três tenores, Domingo, lin Rounge), Susan Boyle (sensação mundial no programa de acompanhado por uma orquestra especialmente montada TV Britain’s Got Talent, com quem canta From This Moment para este álbum e regida pelo maestro Eugene Kohn, On) e Megan Hilty (My Heart Will Go On, do filme Titanic). canta temas famosos como Canción para una reina, Songs é um álbum para os aficionados pela carreira de Plácido Um uomo tra la folla, Parla più piano (da trilha sonora Domingo e pela mistura entre diferentes mundos musicais.

68 Janeiro / Fevereiro 2013 DVD Em La fanciulla del West, Giacomo Puccini (1858-1924) põe LA FANCIULLA DEL WEST em cena os dramas, as desventuras e as comédias do triângulo Nicola Luisotti – regente amoroso entre Minnie, linda moça proprietária de um saloon, The Metropolitan Opera Orchestra and Chorus o xerife Jack Rance e o fora da lei Dick Johnson, por quem a Lançamento Deutsche Grammophon/Universal. DVD todas as heroína se apaixonará e lutará por seu amor proibido. O elenco regiões. 143 minutos. Legendas em italiano (original), inglês, desta superprodução – que investe pesado no realismo cênico alemão, francês e espanhol. Importado. 2 DVDs. R$ 88,60 – não poderia ser menos superlativo. O papel protagonista é Muito antes de fascinarem os produtores de cinema estrelado pela notável soprano americana Deborah Voigt, que italiano em suas divertidas produções conhecidas como encarna uma Minnie cheia de graça e sedução vocal. Ela divide western spaghetti, as histórias e o imaginário em torno o palco com Marcello Giordani e Lucio Gallo, ambos nomes do Velho Oeste dos Estados Unidos já haviam seduzido de proeminência da cena lírica. Este belo espetáculo conta com um dos mais importantes compositores de ópera. a inspirada encenação de Giancarlo del Monaco.

CARL PHILIPP EMANUEL BACH SPANISH NIGHTS LOVE AND LONGING DEBUSSY – Préludes Sonatas & Rondos Pepe Romero Magdalena Kozená Pierre-Laurent Aimard Mikhail Pletnev Lançamento Deutsche Grammophon/ Lançamento Deutsche Grammophon/ Lançamento Deutsche Grammophon/ Lançamento Deutsche Grammophon/ Universal. Importado. R$ 55,40 Universal. Importado. R$ 62,00 Universal. Importado. R$ 55,40 Universal. Importado. R$ 58,80 Cerne da identidade ibérica, a No universo da música clássica, No universo particular do piano Quando o sobrenome Bach apa- cultura flamenca foi o que orien- o domínio de idiomas tradicionais clássico, certas obras tornaram- rece, é inevitável o associarmos tou o violonista Pepe Romero ao é obrigatório na preparação técni- -se verdadeiros feudos sonoros ao patriarca da família, Johann longo de sua carreira. Nascido em ca de toda estrela lírica. Entretan- quando, junto com o mercado Sebastian. Se por um lado o pai é 1944 em Málaga, Romero soube to, há um enorme repertório em fonográfico, surgiu o conceito a estrela maior da música barroca, enfatizar o colorido e a rítmica língua eslava, virtualmente inaces- de “gravação definitiva”. Mas, por outro muitos de seus filhos precisa em suas interpretações, sível para o público (e mesmo para se por um lado são incontestes tiveram papel fundamental na nas quais se destaca o repertório profissionais). Por isso, é sempre a beleza e a sensibilidade que o consolidação do estilo clássico e espanhol da passagem do século uma grata surpresa quando gran- pianista italiano Arturo Benedetti influenciaram de forma decisiva XIX para o XX. É a esse repertório des vozes do leste europeu lançam Michelangeli conferia à obra de mestres como Haydn, Mozart e que o veterano de 68 anos dedica álbuns cujo repertório inclui obras Claude Debussy (1862-1918) Beethoven. Um dos mais talen- seu mais recente lançamento. em seu idioma materno. E este é o como um todo, por outro lado é tosos nomes desta prole foi Carl Integrado exclusivamente por grande destaque do mais novo CD igualmente incontestável que seu Philipp Emanuel Bach (1714-88), obras solo, o disco traz peças- da mezzo soprano tcheca Magda- colega francês Pierre-Laurent famoso por sua atuação no Palácio -chave desta tradição musical. lena Kozená. Nascida em Brno, Aimard lança novas luzes sobre Sanssouci e na corte de Frederico Em Sonatina, Federico Moreno Kozená é uma das grandes vozes a música do grande mestre do II, o Grande, rei da Prússia. À Torroba (1891-1982) revisita a hoje e atua nos principais palcos Impressionismo. É o que podemos época, Carl Philipp ficou muito estrutura clássica para fazer dela líricos do mundo. Neste álbum, constatar na escuta das 24 peças conhecido por sua destreza ao meio de expressão de elementos a cantora é acompanhada pela que integram os dois volumes dos fortepiano. Para este instrumento, musicais regionais. A ideia de uma brilhante Orquestra Filarmô- Préludes de Debussy. Compostos ele escreveu uma grande quanti- peça por movimentos contrastan- nica de Berlim, conduzida por entre o final de 1912 e abril de dade de sonatas em três movi- tes é também o mote para Joaquín Simon Rattle, para interpretar 1913, o compositor realiza um mentos contrastantes, modelo Rodrigo (1901-99) estruturar suas o ciclo Canções bíblicas op. 99, verdadeiro tratado de cores, textu- que seria desenvolvido por várias Tres piezas españolas, na qual de Antonín Dvorák (1841-1904). ras e sutilezas antes inexploradas gerações posteriores. Elegância e desenvolve três danças típicas Atualmente, poucas pessoas na escritura pianística. Músico de delicadeza mescladas a um senso (Fandango, Passacaglia e Zapatea- no mundo têm a competência talento e sensibilidade abundante, de perseverança são fundamentais do). O sereno das noites de frescor linguística e o brilho musical para Aimard realiza neste álbum um para a interpretação destas joias, e da Espanha é também evocado interpretar esta obra de peso do excepcional trabalho de interpre- são predicados que o pianista rus- no terno Nocturno de Torroba e repertório vocal eslavo. Kozená tação, investigando os limites das so Mikhail Pletnev tem de sobra. em Sevillana, op. 29, de Joaquín nos maravilha ainda mais ao possibilidades tímbricas da obra de Neste álbum, o artista interpreta Turina (1882-1949). No entanto, demonstrar perfeito domínio do Debussy (em especial, na famosa seis sonatas de Carl Philipp (H 47, o grande destaque deste álbum canto em francês e em alemão ao A catedral submersa) ao mesmo 276, 121, 286, 37, 119 e 281), está na Suite madrileña n° 1, interpretar ainda a Schéhérazade, tempo que mantém viva a chama além de três rondós (H 276, 290 de Celedonio Romero – famoso de Maurice Ravel (1875-1937), e do lirismo (como em Bruyères) e e 283) e do bonito Andante com violonista e pai de Pepe –, aqui as cinco canções Rückert-Lieder, da complexidade rítmica (Mins- tenerezza (H 135). em primeira gravação mundial. de Mahler (1860-1911). trels) do compositor.

Janeiro / Fevereiro 2013 69 Compre pelo telefone (11) 3539-0048 ou www.lojaclassicos.com.br

DVD quatro trios para violino, violoncelo e piano, obras que refletem GLAUCO VELÁSQUEZ – 4 Trios claramente a influência europeia recebida por Velásquez. Há Aulustrio tempos que essas peças careciam de uma execução cuidadosa Lançamento independente. Nacional. 1 DVD e 2 CDs. R$ 33,40 e pensada como conjunto, lacuna agora preenchida com o Nascido em Nápoles, na Itália, na prática o compositor lançamento deste espetacular projeto. Idealizado por Francisco Glauco Velásquez (1884-1914) passou toda sua breve vida Coelho, Glauco Velásquez – 4 Trios tem uma bonita interpre- no Rio de Janeiro, onde estudou no Instituto Nacional de tação pelo Aulustrio, grupo integrado pelos irmãos Fábio, Música e teve aulas com Francisco Braga. Foi amplamente Mauro e Paulo Brucoli. O DVD traz a filmagem destas obras reconhecido por músicos como Luciano Gallet, Xavier e um documentário assinado por Carlos de Moura Ribeiro Leroux e Darius Milhaud. Apesar do curto tempo de vida, Mendes. A caixa se completa com dois CDs, que trazem a Velásquez conseguiu construir uma obra consistente. Em versão em áudio das obras e incluem faixa multimídia com a sua música de câmara, destacam-se de forma evidente os partitura completa dos trios.

CLARA SCHUMANN LICIA LUCAS IN RUSSIA MARIO ADNET ENCONTROS COM A MÚSICA Lieder e piano solo Licia Lucas Um olhar sobre Villa-Lobos DE SÃO PAULO Clarissa Cabral – soprano Alexander Soloviev Lançamento independente. Nacional. Sylvia Maltese Eliana Monteiro da Silva – Lançamento independente. Nacional. R$ 33,40 Lançamento independente. Nacional. piano R$ 30,00 Nome de relevância na música Valor a definir Lançamento independente. Nacional. Nascida em Itu, no interior do popular brasileira, o cantor Mario Geografia é destino. E é apostando R$ 30,00 estado de São Paulo, a pianista Adnet sempre nutriu grande na força deste mote que a pianista Mais conhecida por ter sido a Licia Lucas iniciou seus estudos admiração por Heitor Villa-Lobos Sylvia Maltese lança este álbum. paciente esposa do compositor musicais no âmbito familiar e pos- (1887-1959). A aproximação Foi desde meados do século XIX Robert Schumann, em sua época teriormente na Escola Nacional natural da obra de Villa com a que, de forma gradual, sucessivas Clara Wieck Schumann (1819- de Música, no Rio de Janeiro, na música popular urbana do Rio de gerações de músicos clássicos pau- 1896) foi considerada uma classe da professora Neida Caval- Janeiro é um mar de possibilidades listas passaram a florescer de for- pianista brilhante. Clara compôs cante Montarroyos. Especializou- reinterpretativas, que Adnet não ma mais intensa e fazer contrapon- também, ao longo da vida, encan- -se com Homero de Magalhães, na deixa escapar. Com a participação to com a verdadeira hegemonia tadoras obras para piano e can- Itália com Vincenzo Vitale e, em de importantes nomes da música fluminense de então. A partir de ções, ainda pouco conhecidas. Por seguida, com Bruno Seidlhofer e clássica brasileira, como o violinis- um itinerário cronológico, Maltese isso mesmo nada mais bem-vindo Hans Graf, já em Viena. Toda esta ta Claudio Cruz e vários instru- toma como ponto de partida desta que o lançamento deste álbum sólida formação permitiu que Licia mentistas que integram a Osesp, viagem pelos planaltos paulistas dedicado aos Lieder e a pequenas Lucas enfrentasse grandes desafios e, claro, da música popular, como o célebre compositor campineiro peças para piano solo. Com a artísticos em sua carreira. O mais Edu Lobo, Milton Nascimento, Antônio Carlos Gomes, de quem participação da soprano Clarissa recente acaba de ser registrado Monica Salmaso e Yamandu interpreta A Cayumba – Dança de Cabral e da pianista Eliana em CD: tocar obras de Serguei Costa, entre outros, o conjunto negros e Marmorio – Murmúrio – Monteiro da Silva, a gravação Rachmaninov para uma plateia interpreta vários clássicos do Improviso. Ao longo das 26 faixas traz cinco canções da compositora russa, acompanhada por um maes- repertório villa-lobiano. As faixas que integram este álbum, desfilam a partir de textos dos grandes tro e uma orquestra daquele país. desta gravação são integradas por graciosas composições de talentos poetas alemães Goethe, Heine e Gravado no estúdio da Rádio e Te- músicas como a Valsa da ópera A como Zequinha de Abreu (Não Rückert. Cantora de voz equili- levisão de Moscou, ela interpreta menina das nuvens; Ária e Marte- me toques e Amando sobre o brada e de timbre bonito, Clarissa duas obras-chave do repertório, o lo, das Bachianas brasileiras n° 5; mar), Alexandre Levy (Impromp- Cabral confere interessante Concerto para piano e orquestra Seresta n° 12; Caboclinha, de A tu – Caprice op. 1), Luiz Levy, interpretação a essas canções. n° 2 e as 25 partes que integram a prole do bebê; Trenzinho caipira, Camargo Guarnieri, Clorinda Na parte dedicada ao repertó- Rapsódia sobre um tema de Paga- das Bachianas brasileiras n° 2; Rosato, Angelo Camin, Kilza Setti, rio para piano solo, a pianista nini op. 43. Composto em 1901, Estudo op. 31; Tristorosa; Seresta Almeida Prado (Momento 5 e interpreta Noturno op. 6, Trois o segundo concerto de Rachma- n° 9; Mazurka choro, da Suíte Coral para piano, para o domingo romances op. 11 e as virtuosísti- ninov é uma das mais aclamadas popular brasileira; Canção de da Epifania), Nilson Lombardi, casVariações sobre um tema de obras do repertório pianístico, cristal; Improviso n° 7; a Cantiga, Osvaldo Lacerda (Ponteios n° 8 Robert Schumann op. 20, que com grandes dificuldades técnicas das Bachianas brasileiras n° 4; e e n° 9), Adelaide Pereira da Silva têm na interpretação de Eliana para o instrumentista. Da mesma Estrela é lua nova. Com arranjos e Sergio de Vasconcellos-Corrêa, Monteiro uma bela materializa- forma, a Rapsódia, de 1934, é bem elaborados, marcados por finalizando com Sugestão nativa, ção sonora da delicadeza musical famosa por suas belas melodias e uma viva elegância camerística, de Sandra Abrão, e Chacona, de de Clara Schumann. seu virtuosismo técnico. esta gravação torna-se obrigatória. Silvia de Lucca.

70 Janeiro / Fevereiro 2013

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ESCOLA E EDUCAÇÃO MUSICAL Rita Fucci-Amato Lançamento Papirus Editora. 138 páginas. R$ 38,90 Nunca como hoje a questão da educação musical esteve no centro das atenções das políticas públicas de educação brasileira. Parte desse prestígio se deve ao sucesso de diversas iniciativas de formação e educação musical desenvolvidas enquanto projetos sociais. Para entender melhor os desafios que essa área da educação enfrenta na atualidade, é fundamental compreendermos o que ocorreu até então. É justamente isso que se propõe a fazer o livro Escola e educação musical: (des) caminhos históricos e horizontes. A obra é de autoria de Rita Fucci-Amato, professora graduada pela Unicamp com doutorado pela UFSCar e pós-doutorado pela USP, que também atua como regente coral e cantora lírica. Neste livro, a pesquisadora realiza um elucidativo histórico da educação musical brasileira, seus caminhos e descaminhos, como bem aponta seu título. A obra está dividida em duas partes. Na primeira, a história da educação musical propriamente dita, desde suas origens, passando por Villa-Lobos e seu Canto Orfeônico até chegar aos dias atuais, marcados pela lei que regulamenta a obrigatoriedade do ensino musical nas escolas públicas do país. Na segunda parte, Fucci-Amato realiza uma profunda reflexão sobre os principais pontos a ser levados em conta pelos diversos métodos e metodologias aplicados, como o trato com tecnologia, a preparação do educador, a multiculturalidade, a interdisciplinaridade e a integração da formação teórica com a prática musical.

SACRA MÚSICA BRASILEIRA – MADRIGAL RENASCENTISTA Marco Antonio Maia Drumond – regente Manoel Hygino – autor Lançamento independente. CD: R$ 20. Livro com 147 páginas, capa dura, formato grande e inúmeras fotografias. R$ 50. Vendas: [email protected] – www.madrigal.org.br. Criado em 1956, há mais de meio século o coral Madrigal Renascentista destaca-se na cena musical de Belo Horizonte (MG), realizando um importante trabalho de preservação e incentivo à prática e à escuta musical, sendo hoje tombado como patrimônio cultural da capital mineira. Para celebrar seus 56 anos de atividade, o grupo apresenta um duplo presente: o CD Sacra música brasileira e o livro Madrigal Renascentista. Oitavo da história do grupo, o álbum apresenta um panorama dos últimos duzentos anos de composições nacionais, desde o período colonial à atualidade, sob regência de Marco Antonio Maia Drumond, maestro titular do coral desde 1986. O registro traz três pequenas obras de Manoel Dias de Oliveira (Domine Jesu, Bajulans e as Quatras para procissão de Nossa Senhora das Dores) e quatro de José Maurício Nunes Garcia (Kyrie, de sua Missa de réquiem, Gradual para Domingo de Ramos, Felle Potus e Judas Mercator Pessimus), além de obras de Heitor Villa-Lobos (Ave Maria e Pater Noster), Lindembergue Cardodo (Missa Nordestina) e Ernani Aguiar (Salmo 150). Por sua, vez o livro Madrigal Renascentista foi elaborado pelo jornalista Manoel Hygino e é um registro histórico da carreira do do coral, abrangendo desde seus primórdios – que contou com a fundamental participação de ninguém menos que o maestro Isaac Karabtchevsky – e abordando os primeiros concertos, as turnês nacionais e internacionais, além de diversas histórias curiosas vividas pelo grupo ao longo das décadas.

FUNDAMENTOS DA APRENDIZAGEM MUSICAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA Viviane Louro Lançamento Editora Som. 314 páginas. R$ 50,00 Demorou, mas finalmente estamos vivendo tempos em que a sociedade dedica-se mais a pensar a acessibilidade e a inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência – física, sensorial ou mental – em seu cotidiano. Claro, há muito a ser feito, mas mesmo em áreas nas quais o assunto era tratado como tabu surgem estudos e iniciativas com propostas de grande relevância. No Brasil, a música é uma das atividades em que a inclusão de pessoas com deficiência demorou para ser estudada e debatida. Neste cenário, destaca-se o trabalho da pianista, educadora e pesquisadora Viviane Louro. Formada em piano pela Faam, ela própria tem uma deficiência física e fez de sua luta e trabalho musical alvo de seus estudos de mestrado na Unesp e de seu doutorado em neurociência pela Unifesp. Neste livro, segundo título dela baseado no tema (Educação musical e deficiência: propostas pedagógicas, de 2006), sintetiza seus anos de pesquisa e estudo sobre o assunto. Partindo de uma contextualização histórica e social sobre a questão da deficiência e da inclusão no país, Louro se debruça sobre o processo de aprendizagem musical em pessoas com deficiência cognitiva, auditiva, visual e física, abordando de forma específica as peculiaridades de cada caso. A última parte da obra é dedica- da a sugestões de jogos e exercícios para o estímulo musical conforme a deficiência em questão. Trata-se, desde já, de uma obra fundamental, uma contribuição importante para a educação musical no Brasil.

CALENDÁRIO DE MESA 2013 Clássicos Editorial. Formato 33 x 20 cm. 26 páginas, base triangular e espiral na parte superior para virar as páginas. R$ 18,00. Calendário de mesa contendo doze fotos coloridas de instrumentos musicais, datas de feriados e pequeno espaço para anotações. Um mês por página.

72 Janeiro / Fevereiro 2013 Escola de Música Artlivre 73 Estúdio Musical 73

ENSINO Faculdade Cantareira 74 FITO – Fundação Instituto Tecnológico de Osasco / Conservatório Villa-Lobos 73

Anna Maria Kieffer 74 Vitrine Carol Murta Ribeiro 74 CD “Licia Lucas in Russia” 75 CD “Obras para piano“, Patricia Bretas e Ronaldo Miranda 75 Musical CD “Por toda minha vida”, Ana Valeria Poles 75 Eudóxia de Barros 74 Laetare Orquestra de Cordas 75 Luiza Sawaya 75 / CD s u ntos e conj Mú sicos Maria José Carrasqueira 76 2013 Orquestra de Câmara Solistas de Londrina 76 Quarteto de Cordas Britten 76 O classificado especial Trio Images 74 da Revista CONCERTO Vanja Ferreira 76

Arlequim Música 77 Edição Janeiro / Fevereiro 2013 Atelier Musikantiga 76 Augôsto Augusta Cultural 77 Festival Callas 2013 77 Livraria Alemã Bücherstube Brooklin 77 Livraria Musimed 77

livrarias / outros / livrarias Paulo Memoli 76 ENSINO

Escola de Música Artlivre Há 30 anos revelando grandes talentos

Música erudita e popular Todos os instrumentos

Unidade 1: Rua Verbo Divino, 918 - Chácara Santo Antônio - Tel. (11) 5182-7701 Unidade 2: Rua Padre José de Anchieta, 1261 - Alto da Boa Vista - Tel. (11) 2619-2021 www.artlivre.com.br

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2013 73 MÚSICOS e conjuntos / CDs ENSINO 74

» » » » Bruxelas, Janeiro, 2013 Semana do Som Concerto eLançamento de CD Digital Voices de LeoKupper Centre d’Art Contemporain du Mouvement etde laVoix Master-classes Música eGesto:partituras gráficas [email protected] pesquisa -interpretação -criação ANNA MARIAKIEFFER

raça eperfeição”...) magia doTrio virtuoso”...),Argentina(...“músicosde Cultura”), Geórgia (“MedalhadeTbilissi”),Rússia(...“a sucesso:relevante Armênia(“MedalhadeOuroda Inúmeros concertosnoBrasileexteriorcom Várias obrasdedicadas(MarlosNobre,Villani-Côrtes) “Ordem doMéritoCulturalCarlosGomes” Prêmio APCA2006e2008(“GrandedaCrítica”) Trio Images Janeiro /Fevereiro 2013 www.trioimages.com.br [email protected].: (11)3288-3761 CONCERTO

Carol MurtaRibeiro -pianista www.carolmurtaribeiro.com |[email protected] Livraria CulturaLivraria -ShoppingFashionMall,2 -PraçaXVdeNovembro,Arlequim 48,Loja1,Centro Paulo Gori-piano Henrique Muller-viola Cecilia Guida-violino www.arlequim.com.br (somentenoBrasil) www.livrariacultura.com.br www.lojaclassicos.com.br No Rio de Janeiro de Rio No CDs jáàvenda Brasil e exterior e Brasil o piso, SãoConrado Lançamento emmarço/2013 Novo CD Ronaldo Miranda interpreta Patricia Bretas OBRAS PARA PIANO Oeuvres pour Piano Klavierwerke Piano Works

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Músicos e conjuntos / CDs Vitrine Musical Vitrine Musical Vitrine Musical Vitrine Musical Vitrine Musical Vitrine Musical Vitrine Musical Vitrine Musical Vitrine Musical Vitrine Musical livrarias / outros MÚSICOS e conjuntos / CDs Vitrine Musical Vitrine Musical Vitrine Musical Vitrine Musical 76 “....seu precioso credo artístico é responsável por por O EstadodeSãoPaulo -J.M.Coelho responsável é artístico credo precioso “....seu E-mail: [email protected] Maria JoséCarrasqueira, este CD que é um verdadeiro divisor de águas na na águas de divisor verdadeiro um é que CD este interpretação da obra de Nazareth...” Nazareth...” de obra da interpretação [email protected] Contato: NelsonGama/Tel. (11)3836-8658/99874-1776 Janeiro /Fevereiro 2013 Quarteto deCordas Britten HanryDawsonDavidGamaRafaelMartinezCesário Especializado em instrumentos de arco: dearco: Especializado eminstrumentos O classificado especial O classificado especial O classificado Vitrine Musical Vitrine Musical da RevistaCONCERTO da RevistaCONCERTO Vitrine Musical Vitrine Musical violinos, viola,cello, eacessórios arcos Vitrine Musical Vitrine Musical Vitrine Musical Vitrine Musical CONCERTO Atelier Musikantiga Vitrine Musical Vitrine Musical Vitrine Musical Vitrine Musical Vitrine Musical Vitrine Musical Av. Paulista, 2073–HorsaI,2ºand.,cj.223Tel. (11)3283-0266 Vitrine Musical Vitrine Musical Metrô Consolação–SãoPaulo, SP–CEP01311-940 Pianista www.musikantiga.com.br Construção, restauração,compra e venda especialmente parateatros, festivais, escolas, alunoseamigosdamúsicaclássica. Livros deMúsica,LiteraturaeCiênciasHumanas. Há 20anosselecionandoosmelhoresCd’s, Dvd’s, Blu-rays eLpsemClássicos,Jazz,MPB,Música Ofertas em artigos musicais emartigos de Ofertas Viena muito refinados, parapresentes, CDs e partituras sobconsultaeencomendadomundoCDs epartituras inteiro. Tradicional serviçodeencomendas A maiorvariedade delivros alemãesedidáticosdoBrasil.

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livrarias / outros SÃO PAULO, SP OSUSP – Orquestra Sinfônica da Universidade de três eixos: literatura, artes visuais e música. Curso São Paulo. Assinaturas 2013. Série de nove concer- em três módulos: janeiro 2013 e janeiro 2014 no CONSERVATÓRIO VILLA-LOBOS da Fito – Fundação tos na Sala São Paulo. Informações e assinaturas: tel. Brasil e junho/julho 2013 na Itália, carga horária Instituto Tecnológico de Osasco. Inscrições aber- (11) 4003-1212 – www.ingressorapido.com.br e na de 360 horas presenciais, 120 horas de estudos tas para Curso superior de música; Curso técnico em Osusp: tel. (11) 3091-3000 –www.sinfonica.usp.br – independentes e atividades complementares e 120 música ou instrumento; Cursos livres de música, [email protected]. horas de elaboração e apresentação de um projeto ou monografia. Corpo docente de professores doutores. teatro e dança. Informações: tel. (11) 3652-3043 – SOCIEDADE DE CULTURA ARTÍSTICA. Assinaturas www.fito.edu.br. Local: UNASP-EC (Centro Universitário Adventista de 2013. Série de nove concertos na Sala São Paulo. São Paulo). Local, informações e inscrições: www. Informações e assinaturas: tel. (11) 3256-0223 – CORAL MUSIC CENTER. Novo grupo. Aprendizado de unasp-ec.edu.br – Tel. (19) 3858-9311. www.culturaartistica.com.br. noções básicas de técnica vocal e canto, percepção Tatuí, SP / CONSERVATÓRIO DE TATUÍ. Cursos de auditiva e afinação. Ensaios quartas-feiras, das 19h canto e instrumentos. Inscrições abertas de 7 a às 21h. Início em 16 de janeiro. Não é necessária Rio de Janeiro, RJ 18 de janeiro para cursos de Artes cênicas, Canto experiência anterior. Investimento: R$ 82 por mês, lírico, Cordas sinfônicas, Choro, Musicalização para para não alunos. Local: Music Center Núcleo de En- ORQUESTRA PETROBRAS SINFÔNICA. Assinaturas educadores, Iniciação musical, Luteria, Musicogra- sino Musical – Rua José Maria Lisboa, 921 – Jardins 2013. Duas séries de cinco concertos cada no Teatro fia Braille, MPB&Jazz, Percussão sinfônica, Piano e – Tel. (11) 3889-9084 – www.music-center.art.br. Municipal. Renovação: encerrada. Novas assinatu- harpa, Performance histórica, Regência de coral e ras: até 12 de março. Informações e assinaturas: tel. banda sinfônica, Sopros-madeiras, Sopros-metais, CORALUSP. Inscrições abertas para novos cantores (21) 2568-8742 e 2568-7005 – www.petrobrasin- Violão Clássico. Local, informações e inscrições: Con- para os onze grupos. Não é preciso ter experiência fonica.com.br. prévia como cantor nem vínculo com a USP. Teste servatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos de avaliação vocal. Ensaios regulares, aulas de téc- ORQUESTRA Sinfônica Brasileira. Assinaturas – Rua São Bento, 415– Tel. (15) 3205-8444 – secre- nica vocal, percepção musical, história da música e 2013. Cinco séries no Teatro Municipal. Assinatu- [email protected] – www.conserva- diversos outros cursos. Participação gratuita. Inscri- ras: a partir de 5 de fevereiro. Informações e assina- toriodetatui.org.br. ções de 7 de janeiro a 31 de março em www.usp. turas: tel. (21) 2142-5800 – www.osb.com.br. br/coralusp. Informações: tel. (11) 3091-5071. SÉRIE O GLOBO / DELL´ARTE. Concertos internacionais. FESTIVAIS FACULDADE CANTAREIRA – Curso Superior de Música. Assinaturas 2013. Informações e vendas: tel. (21) 4002-0019 – www.dellarte.com.br/concertos. Inscrições abertas para o Vestibular de música 2013 Brasília, DF / 35º CIVEBRA Curso Internacional e para outras carreiras. Corpo docente reconhecido de Verão da Escola de Música de Brasília. De internacionalmente. Cursos de Violino, Viola, Vio- Outras cidades 15 a 26 de janeiro. Informações e programação: loncelo, Contrabaixo, Flauta, Clarinete, Oboé, Fago- www.emb.se.df.gov.br. te, Trompete, Trompa, Trombone, Tuba, Canto lírico, Belo Horizonte, MG / FILARMÔNICA DE MINAS Violão, Piano, Percussão sinfônica, Regência coral, GERAIS. Assinaturas 2013. Renovação: encerrada; Curitiba, PR / XXXI OFICINA DE MÚSICA DE CURITI- Regência orquestral, Composição, Música de câma- novas assinaturas: até 19 de janeiro. Informações e BA. De 9 a 19 de janeiro: Música erudita e músi- ra, Saxofone, Guitarra, Contrabaixo elétrico, Piano vendas: tel. (31) 3219-9009 – www.filarmonica.art.br. ca antiga. De 20 a 29 de janeiro: Música popular popular, Bateria, Canto popular, Acordeom, Violão brasileira. Direção artística: Janete Andrade. Inscri- popular, Viola caipira. Estrutura completa e moderno Belo Horizonte, MG / ORQUESTRA FILARMÔNICA DE ções para cursos: encerrada. Veja programação de estúdio de gravação. Provas agendadas por internet, MINAS GERAIS. Audições para Assistente de spalla; concertos no Roteiro Musical. Informações e progra- telefone ou pessoalmente. Programas de bolsas de Clarinete assistente de chefe de naipe; Fagote assis- mação completa: tel. (41) 3213-7531 – www.ofici- estudo e descontos. Coordenação pedagógica: Aída tente de chefe de naipe; Fagote-contrafgote; Violino nademusica.org.br. Machado. Local, informações e inscrições: Faculdade e Contrabaixo. Inscrições de 1 a 23 de fevereiro. Cantareira – Rua Marcos Arruda, 729 – Belém – Tel./ Audições: dias 8 e 9 de março. Edital, repertório e Jaraguá do Sul, SC / FEMUSC – 8º Festival de Mú- fax (11) 2790-5900 – www.cantareira.br. inscrições: www.filarmonica.art.br. Informações: tel. sica de Santa Catarina. De 20 de janeiro a 2 de (31) 3245-0675. fevereiro. Concertos, cursos e oficinas. Direção FESTIVAL CALLAS 2013. 11º Concurso Brasileiro de artística: Alex Klein. Veja programação de concer- Canto Maria Callas. Para cantores líricos brasileiros Belo Horizonte, MG / PROJETOS TERÇAS MUSICAIS. tos no Roteiro Musical. Informações e programação e latino-americanos até 35 anos. Inscrições: até 31 Inscrições até 7 de fevereiro para os projetos Ter- completa: www.femusc.com.br. de março. Local: Theatro São Pedro e Auditório da ças Musicais. Oito eventos. Para músicos e grupos Secretaria Municipal de Educação de Jacareí. Dire- de Juiz de Fora e região. Os contemplados contam Pelotas, RS / III FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE ção geral e artística: Paulo Abrão Esper. Coordena- com a infraestrutura do Teatro do Pró-Música/UFJF. MÚSICA. Para alunos do Mercosul. De 13 e 26 de ção geral: Alberto Marcondes. Realização: CIA Ópera São oferecidos cachê, assessoria técnica, divulgação janeiro. Cursos de instrumentos para estudantes São Paulo. Informações: tel. (11) 3467-0815 – info@ institucional e promocional. Informações e edital de música dos níveis intermediário e avançado/ ciaopera.com.br. completo em www.promusica.org.br. profissional. Cursos e oficinas de cordas, madeiras, metais, piano, regência de banda sinfônica, canto MASTER CLASS DE CANTO DE PIANO. Com Ciro Gon- Engenheiro Coelho, SP/ 19º ENCONTRO DE MÚSICOS. coral, inclusão cultural, música antiga, choro, mú- çalves Dias Junior. Sábado e domingo 26 e 27 de De 15 a 19 de janeiro. Para professores de música, sica instrumental brasileira e jazz. Direção artística: janeiro, das 10h às 18h. Participação gratuita para cantores, instrumentistas, regentes, estudantes e Evandro Matté. Veja programação de concertos intérpretes e ouvintes. Local: Sociedade Brasileira apreciadores de música. Coordenação: Ellen Stencel e no Roteiro Musical. Informações e programação de Eubiose – Av. Lacerda Franco, 1059 – Aclimação – Vandir Schäffer. Local: UNASP-EC (Centro Universitário completa: www.sesc-rs.com.br/festival. Tel. (11) 3208-9914 e 3208-6699, a partir das 15h Adventista de São Paulo). Informações e inscrições: – www.recitaiseubiose.com.br. www.unasp-ec.edu.br/musicos – Tel. (19) 3858-9046. Poços de Caldas, MG / 14º FESTIVAL MÚSICA NAS MONTANHAS. De 6 a 19 de janeiro. 30 concertos, MASTER CLASS DE TÉCNICA E INTERPRETAÇÃO Engenheiro Coelho, SP/ PÓS-GRADUAÇÃO: Educação 45 oficinas de música nas áreas instrumental e MUSICAL. Com a flautista Celina Charlier e Mas- musical e Regência coral com capacitação para vocal, professores de reconhecimento internacional. ter class de improviso musical com o composi- docência. Cursos intensivos nos meses de janeiro de Inscrições encerradas. Direção artística: Jean Reis. tor/educador musical Marcio Miele. Destinado a 2013 e 2014, dois módulos, 360 horas presenciais, Informações: tel. (11) 99642-2121 – contato@festi- iniciantes e jovens profissionais. Sábado 19 de 120 horas para projeto monográfico e 120 horas para valmusicanasmontanhas.com.br – www.festivalmu- janeiro, período integral. Valores: R$ 80; R$ 60 ou- estágios. Para professores mestres e doutores. Local: sicanasmontanhas.com.br. vintes. Informações e inscrições com Celina Charlier UNASP-EC (Centro Universitário Adventista de São – [email protected] e Felipe Sanchez – fnsanchez@ Paulo). Local, informações e inscrições: www.unasp- Trancoso, BA / FESTIVAL MÚSICA EM TRANCOSO. De almacultura.com.br. ec.edu.br – Tel. (19) 3858-9311. 23 de fevereiro a 2 de março. Concertos, master classes de instrumentos e canto e aulas para ini- MOZARTEUM BRASILEIRO. Assinaturas 2013. Série Engenheiro Coelho, SP/ PÓS-GRADUAÇÃO: Estudos ciantes. Direção artística: Sabine Lovatelli. Veja de oito concertos na Sala São Paulo. Informações culturais: arte, música e sociedade. Fórum programação de concertos no Roteiro Musical. e assinaturas: tel. (11) 3815-6377 – www.mozar- interdisciplinar para uma reflexão ampliada sobre a Informações e programação completa: www.musi- teum.org.br. produção cultural. Matriz curricular construída sobre caemtrancoso.org.br.

78 Janeiro / Fevereiro 2013 Por Guilherme Leite Cunha

bem-vindos bem-vindo bem-vindobem-vindos bem-vindabem-vindos bem-vinda bem-vindosbem-vindas bem-vindas bem-vindos Papo de Música O podcast da Revista CONCERTO Com Irineu Franco Perpetuo, João Luiz Sampaio, Leonardo Martinelli e Nelson Rubens Kunze Produção e edição: Marcos Fecchio Com crítica, polêmica, opinião e muita descontração o time de jornalistas discute os principais temas da música clássica. www.concerto.com.br/podcast Maria Bonomi artista plástica

A italiana que nasceu às margens do lago Maggiore veio para o Brasil em razão da guerra e, num primeiro momento foi morar com o avô, o empresário Giuseppe Martinelli – o mesmo que construiu o primeiro arranha-céu do país. No colégio Des Oiseaux, em São Paulo, perceberam a aptidão da menina pelo desenho. Frequentou os círculos de artistas e intelectuais e depois girou o mundo estudando e dando forma a uma brilhante carreira como gravurista (também como escultora, pintora, figurinista, curadora, cenógrafa, professora...). Salvador Dalí foi ver sua primeira exposição individual em Nova York. Maria Bonomi é membro do conselho consultivo da Osesp. Lena Peres

eu envolvimento com a música existe desde criança, de um suporte, e a música contribui de uma forma indissociável. porque cresci em um ambiente muito ligado a ela. Mi- Na minha juventude, os artistas plásticos estavam muito mais M nha mãe era amiga da pianista Yara Bernette e, quando ligados à música, nós vivíamos muito próximos dos músicos e eu era criança, transitava nesse meio. Era um grupo de artistas do ambiente musical, e para mim as artes plásticas não existem do qual fazia parte Lasar Segall, pessoas que estavam formando dissociadas da música. aqui novos grupos musicais e que haviam participado da criação Eu também escuto muito Schönberg e acompanhei de per- da Sociedade de Cultura Artística e de outros movimentos. to o trabalho do John Cage. Eu assistia a concertos em que o Meu contato com a música se deu assim, de uma maneira público saía e reclamava daquele som “novo” que foi escrito há muito íntima e muito natural, e continuou com o passar dos quase um século. Ainda hoje é triste perceber que há pessoas anos. Meu pai foi um grande amigo do filho de Toscanini, o Wal- que não se deram a possibilidade de ouvir e entender essa rica ter, e, quando fui estudante nos Estados Unidos, eu frequentei produção musical. muito a casa dele, até hoje me correspondo com a família, com o Infelizmente eu não consigo assistir a tudo o que eu gosta- Walfredo, neto do Toscanini, que era meu amigo de universida- ria. Hoje, nas grandes cidades, e nisso incluo São Paulo, a oferta de. Meu pai era de Milão e tinha muito contato com todos eles. de bons espetáculos supera minha capacidade de vê-los. Além Essa convivência me levou a assistir Toscanini reger, também a da Osesp, eu gosto muito do trabalho desenvolvido pelo Mozar- ouvir Maria Callas e tantos outros músicos daquela época. Meus teum Brasileiro, que, ao lado do Cultura Artística, oferece tem- amigos eram quase todos do meio musical e com essas pessoas poradas cheias de concertos interessantes, assim como também eu frequentava concertos e também a casa de artistas como Ho- voltaram a fazer as nossas casas de ópera. rowitz e, depois, também Glenn Gould, ouvindo-os tocar fora Por falar em ópera, para mim essa é uma aventura musi- dos teatros, informalmente. cal. Estive agora em Paris e fui assistir A filha do regimento, E assim cresci, e hoje posso dizer que tudo o que é musical de Donizetti, e acabo de ver aqui em São Paulo o Macbeth no é essencial para mim. Sem falar que trabalho ouvindo música, Teatro Municipal, na montagem do Robert Wilson. A ópera é o tempo todo. Estou no momento ouvindo Shostakovich com um espetáculo muito saboroso, muito envolvente. Nem preci- a Osesp e regência da Marin Alsop, que tive recentemente o so dizer que a cenografia me chama muito a atenção e todo o prazer de conhecer e de ver no dia a dia do trabalho com essa trabalho de luz e figurinos se somam à música oferecendo uma grande orquestra – eu acho a Osesp tão maravilhosa que até os experiência completa. erros são bonitos. Ouço muito também os CDs de Nelson Freire, Assistindo a essa montagem do Wilson, reforço minha Maria João Pires. Mas não só os pianistas. Escuto orquestras sensação de que em vários segmentos a renovação não está e adoro os compositores russos; também Gershwin. Tive uma vindo dos jovens, mas de sábios que, com experiência, estão longa fase de ouvir Bach e adoro Mozart. rompendo verdadeiras barreiras e oferecendo ao público algo A música é uma substância muito forte do meu trabalho, verdadeiro e novo. pela questão do ritmo. Como o trabalho da gravura é difícil, o impulso é fundamental, dentro de uma criação gestual em cima [Depoimento concedido a Marcos Fecchio.]

80 Janeiro / Fevereiro 2013