BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA

7 a 11 de dezembro 2020 fatos, tendências e conjuntura política no Congresso Nacional RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 30 DE NOV. A 7 DE DEZ. DE 2020

DESTAQUES DA SEMANA 7 a 11 de dezembro de 2020

• Decisão do STF reinicia negociações para as presidências do Senado e da Câmara Federal;

• Grupo de Maia se enfraquece e dá sinais de dispersão;

, apoiado pelo Planalto, se fortalece e se aproxima de quadros da esquerda;

• Bolsonaro demite Ministro do Turismo, que expôs articulação pela candidatura de Lira à Câmara;

• Disputa no Senado começou difusa e tem MDB e Alcolumbre como pólos;

• Aprovação da Regulamentação do Fundeb expõe rachas em acordos na Câmara;

• Expectativa sobre a votação da LDO na próxima quarta-feira - caso não seja aprovada até o recesso, País pode entrar em inédito shutdown.

CONTEXTO GERAL

A semana foi movimentada nos bastidores do Congresso Nacional e o Planalto chamou a atenção com a décima quinta demissão de ministrosdo Governo Bolsonaro. A saída do ex-Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, deve ser a última antes da reforma ministerial de 2021. Segundo informações, a saída já estava prevista na reforma – como a de Onyx Lorenzoni (Cidadania) vem sendo ventilada – mas, uma troca de mensagens com duras críticas ao General Ramos, acelerou o processo. Álvaro Antônio havia exposto a articulação que o Planalto vem fazendo em torno do nome do Deputado Arthur Lira (PP-AL) para a sucessão do Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Se ainda há dúvidas sobre a extensão da reforma ministerial, não há sobre a vacância do cargo de Ministro-Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, hoje

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ocupado por Jorge Oliveira. O motivo é que Oliveira foi indicado pelo Planalto ao cargo de Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) a partir do ano que vem. Alguns nomes vêm sendo considerados para a vaga e há forte articulação para que Bolsonaro indique o, hoje, Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Contudo, há dúvidas se o senador amapaense atende o perfil com o qual simpatiza Bolsonaro.

#PECs do Pacto Federativo e do Auxílio Emergencial

Outra medida do Governo foi a apresentação “não-oficial” para os líderes dos partidos no Senado do parecer do Senador Márcio Bittar (MDB-AC) enquanto relator das PECs 188/19 (Pacto Federativo) e 186/2019 (Emergencial). O clima foi de frustração com a proposta exígua apresentada por Bittar. Segundo parlamentares que tiveram acesso ao texto, a proposta foi quase que inteiramente reduzida e não trouxe o desenho do Programa “Renda Cidadã”, que substituiria o Auxílio Emergencial.

A PROPOSTA SE BASEOU APENAS NOS SEGUINTES PONTOS: 1. redução de subsídios e incentivos de forma escalonada; 2. desvinculação de todos os fundos públicos não lastreados na Constituição; 3. gatilhos no teto de gastos para cortes de despesas e adequações orçamentárias para a União, estados e municípios.

FICARAM DE FORA: 1. medidas de desindexação de despesas; 2. redução da jornada de servidores e cortes de salários; 3. desvinculação dos mínimos orçamentários da Educação e da Saúde.

Apesar das críticas do Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) quanto à demora na apresentação oficial do parecer, com a reação negativa e a possibilidade de eleger um presidente da Câmara mais alinhado, o Planalto decidiu, por meio do Senador Bittar, apresentar o relatório apenas no ano que vem.

#Veto presidencial

Bolsonaro vetou o PL 3364/2020 aprovado no Congresso que previa auxílio de R$ 4 bi para empresas de ônibus e metrô que amargaram prejuízos e tarifas congeladas durante a pandemia. Nos bastidores, o veto foi devido a um desentendimento entre o Ministro da Economia, Paulo Guedes, e o Ministro do Desenvolvimento Regional,

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Rogério Marinho, acerca da fonte para os recursos. O veto ainda pode ser derrubado pelo Congresso Nacional, contudo, não se acredita haver tempo hábil. O estopim dos protestos de 2013 – o aumento das tarifas – parece latente em 2021.

CONGRESSO NACIONAL

A definição do Supremo Tribunal Federal (STF) pela impossibilidade constitucional da reeleição às presidências das mesas diretoras das Casas Legislativas retirou o compasso de espera que trancava a pauta no Senado e, especialmente, na Câmara dos Deputados.

O resultado prático foi a aprovação em série de um conjunto de matérias que aguardavam com urgência sua apreciação. No Senado foram aprovadas a nova Lei de Licitações e o Marco Legal do Gás. Já na Câmara, a BR do Mar, ou Nova Lei de Cabotagem, que trancava a pauta pela sua urgência constitucional, abriu espaço para a discussão e aprovação do PL 4372/20 – que convencionou-se chamar de “Regulamentação do FUNDEB” - de autoria da LÍDER RAPS Deputada Professora Dorinha (DEM-TO).

#Fundeb

Houve acordo entre o relator Deputado Felipe Rigoni (PSB-ES) e a oposição ao Governo quanto ao parecer final que fora apresentado, de modo a excluir temas polêmicos, como o direcionamento de parte da verba do FUNDEB para instituições de ensino eclesiásticas, religiosas e pertencentes ao Sistema S. Parte desse acordo para desobstrução da pauta pela esquerda – que vinha assim desde que lhes foi negada a pauta da MP 1.000/20 da Extensão do Auxílio Emergencial – pressupunha a não apresentação de destaques no plenário.

Ainda assim, antes mesmo da apresentação do parecer, foi solicitado o pedido de retirada de pauta pela bancada do PSOL com a alegação de que o acordo seria quebrado. Derrotado tal pedido, o texto-base fora aprovado e, de fato, uma série de destaques foram apresentados em seguida, inclusive dois – com suas votações acima detalhadas – retomando a possibilidade de financiamento de entidades privadas com recursos do Fundeb.

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A regulamentação do Novo Fundeb segue agora para o Senado, onde se espera uma tramitação ágil e sem mudanças para que a matéria não precise retornar à Casa originária.

#Eleição das mesas diretoras

Com a proibição constitucional da reeleição, o jogo para a sucessão de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre no comando da Câmara e do Senado, respectivamente, acelerou e teve seus traços alterados. Na Câmara, houve a imediata fragilização da base de Rodrigo Maia por dois motivos:

1. havia, ainda que fosse negada, a possibilidade que o deputado fluminense concorresse a sua própria reeleição se autorizado pela Suprema Corte, essa seria a expectativa de poder;

2. o posicionamento de Maia quanto à difusão do seu grupo político que já chegou a ter seis postulantes foi lido, pela maioria, como uma forma de se colocar como única saída viável diante da falta de coesão por outra candidatura.

Quando a Suprema Corte anula a possibilidade da reeleição, Maia perde, quase que automaticamente, a expectativa de poder e, ao mesmo tempo, ganha a desconfiança de seus próprios aliados. Ainda assim, Maia tem se referido a candidatura de Arthur Lira (PP-AL) de “candidato do Bolsonaro” ou aquele que pautaria temas de costumes e causadores de polêmicas, como o voto impresso numa clara tentativa de trazer para seu candidato – ainda indefinido – o espectro da centro-esquerda e da própria esquerda.

Contudo, revisando o posicionamento que tiveram na eleição do ex-deputado (MDB-RJ) à presidência da Casa, a esquerda tem se dividido com quadros apoiando a candidatura de Lira, enquanto outros já se queixam da indefinição da candidatura apoiada por Maia. Tal situação, impulsionada pelo receio da minoria em minguar seus espaços de poder na Câmara, tem levado nos bastidores a uma aproximação, principalmente, de deputados do PT e do PSB à candidatura apoiada pelo Planalto.

Apesar de afirmar que a construção da candidatura que ganhará seu apoio será coletiva, Maia tem hoje no seu grupo que intitula como “Câmara Livre” os seguintes deputados: • Aguinaldo Ribeiro (PP-PB); • Baleia Rossi (MDB-SP); • Elmar Nascimento (DEM-BA); • Luciano Bivar (PSL-PE); • Marcos Pereira (Republicanos-SP).

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Além da indefinição de Maia em torno de um único apoio, o grupo “Câmara Livre” padece de outro problema político para se viabilizar: boa parte das candidaturas são tidas, no meio político, como “simbólicas”, ou seja, não são entendidas como candidaturas sólidas. Dessas, talvez, as mais sólidas sejam a de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP). Ainda assim, Ribeiro tem como empecilho ser do mesmo partido que o rival Lira (PP-AL) e, por sua vez, Rossi (MDB-SP) depende da concertação no Senado que pode levar o seu partido ao comando dificultando que, mais uma vez, um mesmo partido tome o comando bicameral.

Enquanto isso, Lira tem avançado nas negociações e ampliado o leque de discussões. PSD, Pros, Avante, Patriota, PL, SD, PSC e parte do PSB vêm declarando apoio ao candidato apoiado pelo Planalto.

Já no Senado, o resultado do julgamento da Suprema Corte foi uma surpresa. Havia um consenso de que, ao menos, a possibilidade de Davi Alcolumbre (DEM-AP) pleitear sua reeleição seria mantida pelos Ministros do STF. Contudo, segundo bastidores, numa mudança de posicionamento às vésperas do julgamento, o plano A, e único até então, de Alcolumbre fracassou. Hoje, o Presidente do Senado tem dois focos:

1. eleger seu irmão Prefeito de Macapá (AP) no segundo turno, apesar do apagão histórico sofrido no estado;

2. viabilizar um nome de sua influência para o cargo que ocupa.

Integrantes do Governo têm tentado viabilizar a ida de Alcolumbre para a Esplanada de Bolsonaro, contudo, não parece, por hora, haver disposição do chefe do Senado e nem gestos claros do chefe do Executivo.

No Senado, temos os seguintes virtuais candidatos – lembrando que MDB e PSD têm as duas maiores bancadas: • Senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do Governo no Congresso; • Senador (MDB-PE), líder do Governo no Senado; • Senador (MDB-AM), líder do MDB no Senado; • Senadora Simone Tebet (MDB-MS, presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado; • Senador Antonio Anastasia (PSD-MG); • Senador Tasso Jereissati (PSDB-AL); • Senador Major Olimpio (PSL-SP);

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• Senador Jorge Kajuru (CIDADANIA-GO); • Senador Otto Alencar (PSD-BA); • Senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG); • Senador Lucas Barreto (PSD-AP); • Senador Marcos Rogério (DEM-RO); • Senadora (PP-PB).

Como é de lógica percepção pela extensão da lista, ainda haverá uma série de entendimentos e pactuações que, até fevereiro, levarão a um número menor de virtuais candidatos. Fala-se, entre parlamentares, que Alcolumbre tem, como Maia, seu conjunto de candidatos de onde pode sair seu preferido ou preferida: Antonio Anastasia (PSD-MG), Nelsinho Trad (PSD-MS), Lucas Barreto (PSD-AP), Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Marcos Rogério (DEM-RO) e Daniella Ribeiro (PP-PB).

Alcolumbre sabe que a força do MDB é muito relevante na Casa e que uma opção fora do partido demandará uma junção de forças do bloco “Muda Senado” e de partidos como o PSD e o DEM.

Por fim, o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sinalizou em entrevista que o Legislativo deve abordar o tema da vacinação no Brasil mediante a inação do Ministério da Saúde sobre o Plano Nacional de Imunização. Segundo Maia, a Câmara deve pautar a MP 1.003/2020 que direciona recursos para a iniciativa internacional Covax Facility para incluir em seu texto uma redação de um plano de imunização nacional e a ampliação da participação do Brasil na iniciativa para além dos atuais 10%.

JUDICIÁRIO

O cenário em torno da questão da vacinação contra a Covid-19 no Brasil tem tomado traços que indicam a judicialização do tema sob, ao menos, algum aspecto. Ventilou- se em Brasília que o Governo Federal estaria redigindo uma medida provisória com o objetivo de dar amparo legal a um confisco e redistribuição nacional de quaisquer vacinas compradas pelos estados, desde que aprovadas pela Anvisa. O endereço da medida, caso seja mesmo tomada, é o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, que – neste caso – deve judicializar a questão.

Outro ponto da vacinação passível de judicialização, é a aprovação das vacinas. Assumindo apenas aquela que já possui aprovação emergencial pela Food and Drugs Administration, a ANVISA dos EUA, há a expectativa de que, em até 72 horas,

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a ANVISA autorize também emergencialmente no Brasil, de acordo com a recém aprovada Lei 14.006/2020 – resguardadas diferentes interpretações legais.

#Reeleição das mesas diretoras

Por fim, mas não menos importante, o julgamento com resultado inesperado quanto à possibilidade de reeleição às presidências das mesas diretoras do Congresso Nacional deixou rusgas entre os Ministros do Supremo.

VOTARAM A FAVOR DA REELEIÇÃO DE MAIA E ALCOLUMBRE: • Gilmar Mendes, relator do processo; • Dias Toffoli; • Ricardo Lewandowski; • Alexandre de Moraes.

VOTOU A FAVOR APENAS DA REELEIÇÃO DE ALCOLUMBRE AO SENADO: • Nunes Marques; • Votaram contra ambas as reeleições; • Marco Aurélio Mello; • Cármen Lúcia; • Rosa Weber; • Luis Roberto Barroso; • Edson Fachin; • Luiz Fux.

As rusgas deveram-se à exposição que se sentiram submetidos os Ministros que votaram a favor da reeleição, uma vez que se tinha, de acordo com bastidores, um acordo sobre o tema que fora quebrado por Barroso e Fux, presidente da Corte.

#Rachadinhas

Já as denúncias envolvendo o Senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) durante seu mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, já bastante judicializadas, ganharam um contorno a mais com a reportagem da Revista Época que revelou relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) orientando a defesa de Flávio no processo conhecido como “rachadinha”.

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A Rede Sustentabilidade requereu ao STF o afastamento do General Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional – e um dos homens fortes de Jair Bolsonaro -, e do diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem – próximo à família Bolsonaro e preferido do Presidente da República à direção da Polícia Federal. O julgamento do caso está previsto para a próxima semana no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

MEIO AMBIENTE

Embora o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tenha dito que a revisão da Contribuição Nacional Determinada (NDC) do Brasil no Acordo de Paris seria a neutralidade nas emissões de gases do efeito estufa até 2060, o País ficou sem fala no Climate Ambition Summit, a mais importante reunião preparatória para a próxima Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Mudança do Clima. Também deixaram de receber convite o México e os Estados Unidos.

#Líderes RAPS

Sobre os Líderes RAPS, o então candidato à Presidência da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM) anunciou nas redes sociais que deve ser indicado à 1ª Vice Presidência de um eventual mandato do Deputado Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara.

AMEAÇAS E OPORTUNIDADES Prognóstico para a semana de 14 a 18 de dezembro

A próxima semana no Congresso Nacional pode ser a última do ano em termos de análise de propostas legislativas. Todas as atenções devem estar voltadas à análise da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) na sessão do Congresso Nacional marcada para o dia 16 (quarta-feira). Sem a Comissão Mista do Orçamento, a LDO será analisada diretamente no Plenário da Câmara e, em seguida, do Senado Federal e deve contar com a relatoria do Senador Irajá (PSD-TO). A expectativa entre os parlamentares é que este tema domine a semana no Congresso e marque o encerramento dos trabalhos deste ano.

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Ainda há expectativa que o Congresso Nacional delibere, caso haja tempo, sobre os vetos presidenciais restantes acerca do Marco Legal do Saneamento e ao Pacote “Anticrime”.

O chamado “pacote verde”, conjunto de proposições legislativos que tratam sobre mudanças climáticas, proteção ambiental e desenvolvimento sustentável, teve, segundo relatos, uma sobrevida para esse ano. Maia sinalizou que pode pautar ainda este ano ao menos um dos dez projetos de lei que apresentam mais consenso.

Como dissemos anteriormente, os temas prioritários da agenda nacional continuam no aguardo da apresentação dos pareceres/ou pauta, de modo que seguem com as atualizações abaixo:

1. Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – agendada sessão para 16 de dezembro;

2. Orçamento de 2021 – aguardado para o próximo ano;

3. PEC Emergencial – que destrava recursos públicos – aguarda relatório oficial do Senador Marcio Bittar (MDB-AC) e deve ser pautada apenas no ano seguinte;

4. PEC do Pacto Federativo (Gatilhos) – que flexibiliza o teto de gastos – deve ser absorvida pela PEC Emergencial, já que compartilha do mesmo relator;

5. A criação de um novo programa de transferência de renda ou a reformulação do Bolsa Família – tem se mostrado improvável, embora o Ministro da Economia, Paulo Guedes, têm dito que ainda é um plano do Governo para 2021.

Aguardam no radar a possibilidade de pauta das seguintes matérias:

• Marco Legal das Ferrovias (Senado);

• Lei Cambial (Câmara).

Além disso, como vem sendo dito nos relatórios, continua a expectativa que três outros temas tomem as discussões no Congresso Nacional no próximo ano:

• Reforma Tributária – que aguarda apresentação do relatório do Deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB);

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• Reforma Administrativa;

• Plano Mansueto/Auxílio aos Estados e Municípios (PLP 101/20) – que pode ter seu conteúdo absorvido no âmbito da PEC Emergencial.

Abaixo seguem os históricos dos principais temas da agenda nacional:

• Reforma Tributária: já foram retomados os trabalhos na Comissão Especial da Reforma Tributária com o envio da primeira parte da proposta do Executivo. O Presidente Bolsonaro retirou a urgência da proposta do Executivo (CBS), que não deve tramitar sozinho. Rodrigo Maia sinalizou que relatório do Deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) sobre a PEC 45/2019;

• Reforma Administrativa: apesar da inviabilização do clima político no Congresso, há a possibilidade da junção da PEC do Governo com outra proposta sobre o tema já aprovada pela CCJ. Essa manobra aceleraria as discussões em torno do tema no Congresso;

• PEC da 2ª Instância: O tema é, por vezes, tratado em audiências públicas esporádicas ou na Frente Ética de Combate à Corrupção;

• PL das Fake News: Maia disse em entrevista que esperava avanço na votação do projeto que regulamenta a divulgação de fake news;

• Renda Básica: com a indefinição sobre o “Renda Brasil” ou “Renda Cidadã”, a Frente Parlamentar pela Renda Básica na Câmara ainda não retomou os trabalhos, que podem incluir até o aprimoramento do Programa Bolsa Família como a criação de um novo programa de renda “mínima”. Nesse sentido, no Senado, o Senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) apresentou o PL 5343/2020 que cria a Lei de Responsabilidade Social e o ajuntamento de benefícios sociais correlatos, à espelho do que pretende o PL 2742/2020 do Senador José Serra (PSDB-SP).

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A SEMANA NO CONGRESSO

Principais discussões nas Comissões da Câmara

A Câmara realizou cinco reuniões da Comissão Externa de Acompanhamento da Covid-19 sobre:

1. A Pandemia da COVID19 e os Impactos na Terapia Renal Substitutiva;

2. O Orçamento para a Saúde em 2021;

3. Situação da Vacina da Pfizer e possível aquisição pelo Brasil, onde foi ouvido Carlos Murillo, presidente da Pfizer Brasil – que alegou ser possível entregar milhões de doses ao Brasil assim que a vacina for aprovada pela Anvisa;

4. Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19;

5. Plano para utilização dos Kits de Teste com validade a vencer.

Os deputados membros da Frente Parlamentar sobre as Queimadas nos Biomas Brasileiros apresentaram o Relatório “Bioma Pantanal” em reunião do colegiado, onde participaram deputados do PT, PSOL e Solidariedade.

Houve também o lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos Humanos e pela Justiça Social com a presença da Ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e do jurista, Ives Gandra da Silva Martins. A Frente é coordenada pelo Deputado Roberto de Lucena (PODEMOS-SP) e não contou com a participação de deputados da oposição ao Governo.

Principais discussões nas Comissões do Senado

O Congresso realizou duas sessões da Comissão Mista de Acompanhamento da Covid-19 com as presenças do Coordenador-geral de Controle Externo de Políticas Públicas da Secretaria-geral de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU), Junnius Marques Arifa, para debater sobre o Relatório de Políticas e Programas de Governo (RePP) de 2020; e do Ministro da Economia, Paulo Guedes, para abordar

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o acompanhamento das ações fiscais e da execução orçamentária e financeira das medidas relacionadas ao enfrentamento à COVID-19.

Além disso, os senadores realizaram uma sessão da Comissão Mista de Acompanhamento das Queimadas no Pantanal com a apresentação do relatório final elaborado pelo relator, Senador Nelsinho Trad (PSD-MS).

Matérias analisadas no Plenário da Câmara dos Deputados

PL 4199/2020

Institui o Programa de Estímulo ao Transporte por Cabotagem - BR do Mar e altera a Lei nº 5.474, de 18 de julho de 1968, a Lei nº 9.432, de 8 de janeiro de 1997, a Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001, e a Lei nº 10.893, de 13 de julho de 2004. • AUTOR: Poder Executivo • RELATOR: Deputado Gurgel (PSL-RJ) • STATUS: Aprovado com alterações na forma do substitutivo. Segue para análise dos senadores.

PDC 861/2017

Aprova o texto da Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância, adotada na Guatemala, por ocasião da 43ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos, em 05 de junho de 2013. • AUTOR: Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional • RELATOR: Deputado Paulão (PT-AL) • STATUS: Aprovada em dois turnos. Segue para análise dos senadores.

PL 1369/2019

Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Penal, tipificando o crime de perseguição e dá outras providencias. • AUTORA: Senadora Leila Barros (PSB-DF) LÍDER RAPS • RELATORA: Deputada Shéridan (PSDB-RR) • STATUS: Aprovado com alterações na forma do substitutivo. Segue para análise dos senadores.

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PL 349/2015

Dispõe sobre o combate à violência e à discriminação político-eleitorais contra a mulher. • AUTORA: Deputada Rosangela Gomes (Republicanos-RJ) • RELATORA: Deputada Angela Amin (PP-SC) • STATUS: Aprovado na forma do substitutivo apresentado pela relatora. Segue para análise dos senadores.

PL 123/2019

Altera a Lei nº 10.201, de 14 de fevereiro de 2001, para incluir os programas de combate e prevenção de violência contra a mulher como modalidade de projeto apoiado pelo Fundo Nacional de Segurança Pública e altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, autorizando o uso de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública em ações envolvendo prevenção e combate à violência doméstica e familiar. • AUTORA: Deputada Renata Abreu (PODE-SP) • RELATORA: Deputada Tabata Amaral (PDT-SP) LÍDER RAPS • STATUS: Aprovado com alterações na forma do substitutivo. Segue para análise dos senadores.

PL 4287/2020

Altera a Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018, para incluir o Plano Nacional de Prevenção e Enfrentamento à Violência contra a Mulher como instrumento de implementação da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS). • AUTORA: Deputada Margarete Coelho (PP-PI) • RELATORA: Deputada Silvia Cristina (PDT-RO) • STATUS: Aprovado com alterações na forma do substitutivo. Segue para análise dos senadores.

PL 5091/2020

Altera a Lei nº 13.869, de 5 de setembro de 2019, para tipificar o crime de violência institucional. • AUTORAS: Deputadas Soraya Santos (PL-RJ) , Flávia Arruda (PL-DF) , Margarete Coelho (PP-PI) , Rose Modesto (PSDB-MS) , Wolney Queiroz (PDT-PE) , Tabata Amaral (PDT-SP) LÍDER RAPS • RELATORA: Deputada Professora Dorinha (DEM-TO) LÍDER RAPS • STATUS: Aprovado com alterações na forma do substitutivo. Segue para análise dos senadores.

14 RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 30 DE NOV. A 7 DE DEZ. DE 2020

PRC 54/2020

Dá ao corredor de acesso ao Plenário da Câmara dos Deputados a denominação Tereza de Benguela. • AUTORA: Deputada Professora Dorinha (DEM-TO) LÍDER RAPS • RELATORA: Deputada Benedita da Silva (PT-RJ) • STATUS: Aprovada na forma do parecer e promulgada.

PRC 54/2020

Dá ao Plenário 11 do Anexo II da Câmara dos Deputados a denominação Anésia Pinheiro Machado. • AUTORA: Deputada Professora Dorinha (DEM-TO) LÍDER RAPS • RELATORA: Deputada Luisa Canziani (PTB-PR) LÍDER RAPS • STATUS: Aprovada na forma do parecer e promulgada.

PRC 59/2020

Dá ao Plenário 13 do Anexo II da Câmara dos Deputados a denominação Marília Chaves Peixoto. • AUTORA: Deputada Professora Dorinha (DEM-TO) LÍDER RAPS • RELATORA: Deputada Rose Modesto (PSDB-MS) • STATUS: Aprovada na forma do parecer e promulgada.

PRC 71/2020

Dá ao Plenário 2 do Anexo II da Câmara dos Deputados a denominação Ceci Cunha. • AUTORA: Deputada Professora Dorinha (DEM-TO) LÍDER RAPS • RELATORA: Deputada Tereza Nelma (PSDB-AL) • STATUS: Aprovada na forma do parecer e promulgada.

PL 9382/2017

Dispõe sobre o exercício profissional e condições de trabalho do profissional tradutor, guia-intérprete e intérprete de Libras, revogando a Lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010. • AUTORA: Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência • RELATORA: Deputada Tereza Nelma (PSDB-AL) • STATUS: Aprovada na forma do substitutivo apresentado pela relatora. Segue para análise dos senadores.

15 RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 30 DE NOV. A 7 DE DEZ. DE 2020

PL 4372/2020 (REGULAMENTAÇÃO DO FUNDEB)

Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, de que trata o art. 212-A da Constituição Federal; e dá outras providências. • AUTORES: Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) LÍDER RAPS, Tabata Amaral (PDT-SP) LÍDER RAPS, Danilo Cabral (PSB-PE) , Idilvan Alencar (PDT-CE) , Raul Henry (MDB-PE) , Bacelar (PODE-BA) , Mariana Carvalho (PSDB-RO) , Professor Israel Batista (PV- DF) , Rose Modesto (PSDB-MS) , Paula Belmonte (CIDADANIA-DF) LÍDER RAPS • RELATOR: Deputado Felipe Rigoni (PSB-ES) • STATUS: Aprovada com alterações no plenário. Segue para análise dos senadores.

Matérias analisadas no Plenário do Senado Federal

PL 5231/20

Veda a conduta de agente público ou profissional de segurança privada fundada em preconceito de qualquer natureza, notadamente de raça, origem étnica, gênero, orientação sexual ou culto, altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 – Lei de Crimes Raciais, e a Lei nº 13.869, de 5 de setembro de 2019 – Lei de Abuso de Autoridade, e dá outras providências. • AUTOR: Senador Paulo Paim (PT-RS) • RELATOR: Senador Fabiano Contarato (REDE-ES) • STATUS: Aprovado na forma do substitutivo e encaminhado para análise dos deputados.

PL 4139/2020

Altera a Lei nº 13.999, de 18 de maio de 2020, que instituiu o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), para destinar os recursos alocados pelo Tesouro Nacional a todos os programas emergenciais de crédito durante o período do estado de calamidade pública relacionado à Covid-19, mas não utilizados até 31 de dezembro de 2020, para garantir operações no âmbito do Pronampe, e dá outras providências. • AUTORES: Senadores Confúcio Moura (MDB-RO), Esperidião Amin (PP-SC) e Senadora Kátia Abreu (PP-TO) • RELATORA: Senadora Kátia Abreu (PP-TO) • STATUS: Aprovado na forma do substitutivo e encaminhado para análise dos deputados.

16 RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 30 DE NOV. A 7 DE DEZ. DE 2020

PL 4476/2020 (LEI DO GÁS)

Dispõe sobre as atividades relativas ao transporte de gás natural, de que trata o art. 177 da Constituição Federal, e sobre as atividades de escoamento, tratamento, processamento, estocagem subterrânea, acondicionamento, liquefação, regaseificação e comercialização de gás natural; altera as Leis nºs 9.478, de 6 de agosto de 1997, e 9.847, de 26 de outubro de 1999; e revoga a Lei nº 11.909, de 4 de março de 2009, e dispositivo da Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002. • AUTOR: Deputado Mendes Thame (PSDB-SP) • RELATOR: Senador Eduardo Braga (MDB-AM) • STATUS: Aprovado com alterações, de modo que retorna à Câmara dos Deputados.

PL 4253/2020 (LEI DAS LICITAÇÕES)

Estabelece normas gerais de licitação e contratação para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; altera as Leis nºs 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e 11.079, de 30 de dezembro de 2004, e o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); e revoga dispositivos da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, e as Leis nºs 8.666, de 21 de junho de 1993, e 10.520, de 17 de julho de 2002. • AUTOR: Comissão Temporária da Câmara de Modernização da Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/1993) • RELATOR: Senador Antonio Anastasia (PSD-MG) • STATUS: Aprovado com alterações do relator e encaminhado à sanção.

PL 5117/20

Acrescenta os arts. 6º-A e 201-A ao Decreto-Lei nº 3.689, de 10 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, para garantir tratamento digno à vítima de crime contra a dignidade sexual. • AUTOR: Senador Fabiano Contarato (REDE-ES) • RELATORA: Senadora Rose de Freitas (PODEMOS-ES) • STATUS: Aprovado com alterações e segue para análise dos deputados.

17 RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 30 DE NOV. A 7 DE DEZ. DE 2020

PDL 510/2020

Susta os efeitos da Portaria n° 189, de 10 de novembro de 2020, que estabelece as diretrizes para a seleção das personalidades notáveis negras, nacionais ou estrangeiras, a serem divulgadas no sítio eletrônico da Fundação Cultural Palmares. • AUTOR: Senador Alessandro Vieira (CIDADANIA-SE) LÍDER RAPS • RELATORA: Senador Fabiano Contarato (REDE-ES) • STATUS: Aprovado e segue para análise dos deputados.

MP 996/2020 (CASA VERDE E AMARELA)

Institui o Programa Casa Verde e Amarela, com a finalidade de promover o direito à moradia a famílias residentes em áreas urbanas, com renda mensal de até R$ 7.000,00 (sete mil reais), e a famílias residentes em áreas rurais, com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e quatro mil reais). • AUTOR: Poder Executivo • RELATOR: Senador Marcio Bittar (MDB-AC) • STATUS: Aprovado na forma do Projeto de Lei de Conversão – PLV 41/2020 – e encaminhado à sanção.

PLP 33/2020 (REEMPREENDEDORISMO)

Institui o Marco Legal do Reempreendedorismo, que estabelece a renegociação especial extrajudicial, a renegociação especial judicial e a liquidação especial sumária, bem como altera a falência das microempresas e empresas de pequeno porte por meio da alteração da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, e dá outras providências. • AUTOR: Senador Angelo Coronel (PSD-BA) • RELATORA: Senador Jorginho Mello (PL-SC) • STATUS: Aprovado na forma do substitutivo e encaminhado à Câmara dos Deputados.

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