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Relatório de Avaliação da Execução Plano Diretor Municipal da Póvoa de Varzim 2015/2019

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Relatório de Avaliação da Execução

Plano Diretor Municipal da Póvoa de Varzim 2015/2019 Índice 1. Introdução ...... 3 2. Quadro de Referência Legal ...... 4 3. Enquadramento Territorial ...... 5 4. Instrumentos de Gestão Territorial ...... 7 4.1 Âmbito Nacional ...... 7

4.1.1 Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território ...... 7 4.1.2 Programas Sectoriais ...... 8 4.1.3 Programas Especiais ...... 9 4.2 Âmbito Regional ...... 9 4.3 Âmbito intermunicipal ...... 10 4.4 Âmbito Municipal ...... 10 5. Ocupação: Unidades Territoriais ...... 12 5.1 Cidade ...... 13 5.2 Conjunto Urbano-Rural Amorim/ / ...... 14 5.3 Laúndos ...... 14 5.4 Litoral Norte ...... 15 5.5 / Balasar ...... 16 6. Modelo de Ordenamento ...... 17 6.1 Defesa da identidade ...... 17 6.2 Defesa da autonomia de emprego (com ), reforço da visibilidade regional...... 17 6.3 Implantação de redes unificantes e qualificadoras ...... 17 6.4 Manutenção de um território diversificado, com aumento da coesão social e territorial ...... 18 6.5 Manutenção da agricultura, minorando impactos ambientais negativos ...... 18 6.6 Melhoria do serviço de infraestrutura pública...... 18 7. Zonamento ...... 23 7.1 Solo Urbano ...... 25

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7.1.1 Classes de Uso do Solo Urbano ...... 26 7.1.2 Ocupação do Solo Urbanizável...... 39 7.2 Solo Rural ...... 42 7.2.1 Condicionantes – RAN e REN ...... 45 7.3 Solo Rural e Solo Urbano ...... 46 7.3.1 Rede Viária ...... 47 7.3.2 Percursos Lúdicos ...... 52 7.3.3 Infraestruturas ...... 55 8. Reabilitação Urbana ...... 58 9. Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas ...... 60 10. Alguns indicadores ...... 63 10.1 Evolução demográfica ...... 63 10.2 Edificado ...... 65 10.3 Mobilidade ...... 67 10.4 Emprego ...... 68 10.5 Empresas ...... 69 10.6 Atividade Agropecuária ...... 69 10.7 Património ...... 70 10.8 Turismo ...... 70 10.9 Resíduos sólidos urbanos ...... 73 11. Gestão Urbanística...... 76 11.1 PMOT ...... 76 11.2 UOPG ...... 79 11.3 Loteamentos, Licenças e Comunicações prévias (2015 – 2019) ...... 85 12. Considerações finais ...... 86

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1. Introdução

O presente Relatório de Avaliação da Execução do PDM adiante designado abreviadamente por relatório, consiste na avaliação do nível de execução dos objetivos e da concretização das ações propostas no PDM em vigor, primeira revisão, aprovada em sessão ordinária da Assembleia Municipal, de 11 de dezembro de 2014, publicado em Diário da República, 2.ª série, N.º 40, pelo Aviso n.º 2157/2015, de 26 de fevereiro de 2015.

Pretende-se, com este relatório, traduzir o balanço da execução do PDM da Póvoa de Varzim, fundamentando uma eventual necessidade de revisão e/ou reprogramação das opções estratégicas definidas, como previsto n.º 2 do artigo 202º do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT).

É de referir que este relatório avaliará um período de referência entre 2015 e a presente data, uma vez que desde a entrada em vigor do Plano Diretor Municipal da Póvoa de Varzim não foi realizada avaliação do cumprimento dos seus objetivos e das ações previstas no mesmo, consistindo na avaliação da sua execução e na caracterização da evolução das condições económicas, sociais, culturais e ambientais que determinaram a respetiva elaboração. O relatório incide sobre aspetos de execução do plano, nomeadamente a ocupação do solo, os compromissos urbanísticos, níveis de infraestruturação, equipamentos, rede viária, condicionantes, a evolução dos principais indicadores de caraterização do concelho, a avaliação das redes de infraestruturas nomeadamente abastecimento de água, saneamento básico e outros indicadores relevantes.

O presente documento tem como objetivos principais:

- Acompanhar e fundamentar o procedimento de revisão do PDM, obrigatória por imposição do n.º 2, do artigo 199.º do RJIGT;

- Fundamentar eventuais propostas de alteração do plano ou dos respetivos mecanismos de execução;

- Avaliar o grau de execução das ações previstas no Plano Diretor Municipal.

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2. Quadro de Referência Legal

A entrada em vigor da Lei n.º 31/2014, de 30 de maio, que estabelece as bases gerais da política pública de solos, de ordenamento do território e de urbanismo e do Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, que desenvolve essas mesmas bases, estabeleceram um novo sistema de classificação do solo, estabelecendo no n.º 2 do artigo 199.º que o município deve proceder à revisão do PDMPV no sentido de incluir as novas regras de classificação e qualificação previstas no mesmo, estipulando para tal o prazo de cinco anos após a sua entrada em vigor (14 de Maio de 2015).

Simultaneamente, em 2014 a Lei de Bases da Política Pública dos Solos prevê, no art.º 78º a transposição do conteúdo dos Programas Especiais de Ordenamento do Território em vigor para o Plano Diretor Municipal, no prazo máximo de 3 anos a contar da publicação da citada Lei. Em 2017 (findo o prazo), a 1ª alteração à Lei de Bases da Política Pública dos Solos, altera o referido art.º 78º no prazo para a transposição, passando para o limite de 13 de julho de 2020.

A Lei de Bases da Política de Ordenamento do Território e Urbanismo (LBPOTU) conjugada com o RJIGT determinam que a avaliação do sistema de gestão territorial deve ser realizada através de Relatórios sobre o Estado do Ordenamento do Território (REOT), responsabilizando os órgãos de poder central, regional e local pela elaboração dos respetivos Relatórios do Estado de Ordenamento do Território, de acordo com os vários níveis de planeamento em causa.

Para que seja iniciada a revisão em causa terá de ser realizada uma avaliação do estado do ordenamento do território, consubstanciada no referido REOT, ou em alternativa, através de uma avaliação à execução do PDM, nos termos previstos no n.º 2 do artigo 202º do RJIGT.

Nos termos descritos, a revisão do PDM da Póvoa de Varzim decorre, fundamentalmente, da necessidade de adequação do plano às disposições legislativas, por aplicação do novo regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial, sendo necessário garantir a compatibilização do PDM com os programas territoriais com incidência no território do município.

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3. Enquadramento Territorial

O município da Póvoa de Varzim insere-se para efeitos estatísticos na NUT (Nomenclatura das Unidades Territoriais): NUT I Portugal Continental; NUT II Região Norte; NUT III Área Metropolitana do (AMP). É limitado pelos seguintes concelhos: a Norte pelo concelho de Esposende; a NE por Barcelos; a SE por Famalicão e a Sul por Vila do Conde.

Administrativamente o concelho da Póvoa de Varzim integra o distrito do Porto e insere-se na Grande Área Metropolitana do Porto, sendo seu o concelho mais a

Divisão territorial da região: NUTS III e Municípios Norte.

De acordo com a Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP2018) o concelho da Póvoa de Varzim tem uma área aproximada de 82,21 km2. Em termos administrativos, com a publicação da Lei n.º 22/2012, de 30 de maio, que veio aprovar o regime jurídico de reorganização administrativa territorial (ver figura 1), resultou uma diminuição do número de freguesias de 12 para 7. Este processo culminou com a publicação em Diário da República da Lei 11-A, de 28 de janeiro de 2013, verificando-se:

-Agregação das Freguesias de Póvoa de Varzim, Beiriz e , constituindo-se, deste modo, a União das Freguesias de Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai, com sede na Póvoa de Varzim;

-Agregação das Freguesias de Aguçadoura e , constituindo-se, deste modo, a União das Freguesias de Aguçadoura e Navais, com sede em Aguçadoura;

-Agregação das Freguesias de Aver-o-Mar, Amorim e Terroso, constituindo-se, deste modo, a União das Freguesias de Aver-o-Mar, Amorim e Terroso, com sede em Aver-o-Mar;

-Manutenção das freguesias da Estela, Laúndos, Rates e Balasar.

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Freguesias do Concelho após reorganização administrativa de 2013 Fonte: CMPV

O Concelho da Póvoa de Varzim insere-se no centro geográfico da plataforma atlântica do Noroeste Peninsular. Ocupa uma área de 82km², e representa 10% da área total da sub-região NUT III do Grande Porto e 0,4% da região Norte. Ocupa uma posição privilegiada, no que concerne ao contexto regional onde se encontra inserido, pertencendo a um eixo territorial fortemente dinâmico quer em termos demográficos, quer em termos económicos.

Associado ao conjunto de acessibilidades favoráveis, este concelho usufrui da proximidade de três centros urbanos relevantes, Porto, e Viana do Castelo, e da proximidade a infraestruturas de apoio (Aeroporto Internacional de Sá Carneiro, Porto Marítimo de Leixões, Porto Marítimo de Viana do Castelo). Associado a estes fatores estratégicos de localização, o concelho goza ainda da proximidade do mar, usufruindo de cerca 11km de frente marítima balnear.

Do ponto de vista do ordenamento do território o Concelho apresenta duas realidades bastantes distintas entre si. À Cidade, com as funções terciárias e um turismo balnear importante, contrapõe-se, economicamente, a um interior e a um litoral norte fortemente agrícolas. A procura balnear tem poucas repercussões fora da Cidade (Póvoa de Varzim, Aver-o-Mar e Argivai), seja em hotelaria, seja em segunda habitação.

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O uso urbano e os principais eixos viários ocupam 22% do território. O uso agrícola representa 46% e é constituído essencialmente por culturas hortícolas (45%) e forrageiras (55%), destinadas a alimentar a produção leiteira concelhia, que se enquadra na mais significativa do país. a bacia leiteira entre e .

Quanto ao uso florestal constata-se que prevalecem o pinheiro e o eucalipto, localizando-se sobretudo nas zonas mais declivosas, exceptuando a mancha contínua de pinhais e eucaliptais em Laúndos, Terroso e Estela.

4. Instrumentos de Gestão Territorial

A Lei de bases gerais da política pública de solos, de ordenamento do território e de urbanismo (LBPOTU), Lei n.º 31/2014, de 30 de maio, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 74/2017, de 16/08), estrutura da seguinte forma o sistema de gestão territorial:

Programas - estabelecem o quadro estratégico de desenvolvimento territorial e as suas diretrizes programáticas ou definem a incidência espacial de políticas nacionais a considerar em cada nível de planeamento. Este tipo de instrumentos abrange 4 níveis/âmbitos: Nacional, Regional, Intermunicipal, Municipal;

Planos - estabelecem opções e ações concretas em matéria de planeamento e organização do território, bem como, definem o uso do solo e que consistem nos instrumentos de gestão territorial que vigoram sobre o território municipal.

4.1 Âmbito Nacional

4.1.1 Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território Lei n.º 58/2007, de 4 de setembro A Lei de Bases da Politica de Ordenamento do Território e de Urbanismo (Lei n.º 48/98, de 11 de agosto) criou a figura do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT), que no âmbito nacional, estabelece o quadro de referência que condiciona a elaboração de estratégias, de programas e de planos territoriais ou com incidência territorial.

O PNPOT foi aprovado pela Lei n.º 58/2007, de 4 de setembro, tendo sido revisto pela Lei n.º 99/2019, de 5 de setembro.

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4.1.2 Programas Sectoriais Estabelecem, no âmbito nacional e de acordo com as políticas sectoriais da União Europeia, incidência territorial da programação ou concretização de políticas públicas dos diversos sectores da administração central do Estado. O concelho da Póvoa de Varzim é abrangido por dois planos sectoriais:

Plano Rodoviário Nacional (PRN 2000) Decreto-Lei n.º 222/98, de 17 de julho e posteriores alterações

O PNR 2000 define a rede rodoviária nacional, constituída pelas redes fundamental e complementar. O município da Póvoa de Varzim é atualmente servido pelas seguintes vias da rede viária nacional e regional:

- Itinerários principais (AE): Auto-Estrada A28 e Auto-Estrada A7;

- Outras estradas (OE): EN13, EN205 e EN206; e

- Estradas regionais (ER): ER205 e ER206

Embora não exista nenhuma programação da administração central para a ligação da A7 à ER206, com acesso a partir de um novo nó a criar em Balasar, suportando o esquema de acessibilidades ao “Santuário Eucarístico da Beata Alexandrina” (em fase de projeto de execução) a erguer na mesma freguesia, considerou-se indispensável reservar um corredor para esta ligação de forma a não comprometer a sua futura execução. Os estudos entretanto desenvolvidos apontam para a sua deslocação para Nascente.

Programa Regional de Ordenamento Florestal de Entre Douro e Minho (PROF EDM)

Os PROF são programas que incidem sobre os espaços florestais e visam enquadrar e estabelecer normas específicas de uso, ocupação, utilização e ordenamento florestal, por forma a promover e garantir a produção de bens e serviços e o desenvolvimento sustentado destes espaços.

O PROF EDM foi aprovado pela Portaria n.º 58/2019, de 2 de novembro, DR n.º 29, Série I.

O PROF de Entre Douro e Minho concretiza, no seu âmbito e natureza o Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território, e compatibiliza-se com os demais programas setoriais e com os programas especiais, assegurando a contribuição do setor florestal para a elaboração e alteração dos restantes instrumentos de gestão territorial (n.º 3 do art.º 1º).

As normas do PROF de Entre Douro e Minho que condicionem a ocupação, uso e transformação do solo nos espaços florestais, são obrigatoriamente integradas nos planos territoriais de âmbito municipal (PTM) e nos planos territoriais de âmbito intermunicipal (PTIM) (n.º 4 do art.º 1º).

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4.1.3 Programas Especiais Estes programas visam a prossecução de objetivos considerados indispensáveis à tutela de interesses públicos e de recursos de relevância nacional com repercussão territorial. Os programas especiais compreendem os programas da orla costeira, programas das áreas protegidas, programas de albufeiras de águas públicas e os programas dos estuários.

O município da Póvoa de Varzim, na zona oeste do território, integra-se no âmbito de aplicação do Plano de Ordenamento da Orla Costeira – Caminha Espinho (POOC-CE), publicado no Diário da República, 1.ª série, N.º 81, pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 25/99, de 7 de abril de 1999, alterado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 154/2007, publicada no Diário da República, 1ª série, N.º 190 a 2 de Outubro de 2007 e que, com a entrada em vigor da Lei n.º 31/2014, de 30 de maio, passou a designar- se Programa.

A elaboração dos programas de orla costeira, enquanto instrumentos de gestão territorial da orla costeira, encontra-se regulamentada pelo Decreto-Lei n.º 159/2012, de 24 de julho, que define o quadro de princípios a observar na gestão da orla costeira: sustentabilidade e solidariedade intergeracional; coesão e equidade; prevenção e precaução; subsidiariedade; participação; corresponsabilização; operacionalidade.

A elaboração da proposta de revisão do Plano de Ordenamento da Orla Costeira de Caminha- Espinho (agora Programa), determinada pelo Despacho n.º 22401/2009, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 196, de 9 de outubro, alterado pelo Despacho n.º 7171/2010, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 79, de 23 de abril, teve início em outubro de 2014 e, findo o período de discussão pública, aguarda-se a publicação do Relatório de Ponderação dos Resultados.

4.2 Âmbito Regional

Programa Regional de Ordenamento do Território do Norte (PROT-Norte)

A elaboração do Programa Regional de Ordenamento do Território do Norte (PROT-Norte) é da competência da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

É um instrumento estratégico que constitui o quadro de referência estratégica para a elaboração dos programas intermunicipais e dos planos territoriais de âmbito intermunicipal e municipal. Este documento deverá estabelecer as linhas orientadoras do desenvolvimento, organização e gestão dos territórios na Região do Norte, enquadrando as grandes intervenções e os investimentos estruturantes a realizar no espaço regional.

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O PROT-Norte não chegou a ser aprovado, no entanto a proposta de plano esteve em discussão pública entre 8 de julho e 7 de setembro de 2009, não tendo sido retomado até à data.

4.3 Âmbito intermunicipal Não existem planos intermunicipais com incidência no concelho da Póvoa de Varzim.

4.4 Âmbito Municipal Ao nível municipal estão em vigor no concelho os seguintes planos municipais de ordenamento do território, que vinculam as entidades públicas e os particulares:

Plano Diretor Municipal da Póvoa de Varzim (PDMPV), primeira revisão

Aprovado em sessão ordinária da Assembleia Municipal, de 11 de dezembro de 2014, publicado em Diário da República, 2.ª série, n.º 40, pelo Aviso n.º 2157/2015, de 26 de fevereiro de 2015.

Plano de Urbanização da Póvoa de Varzim (PUPV)

Ratificado por Resolução do Conselho de Ministros n.º 15/2006, de 27 de janeiro, e alterado por deliberação da Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim, de 31 de março de 2011, publicado em Diário da República, 2.ª Série, Nº 20, pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 15/2006, de 27 de janeiro, e a alteração publicada em Diário da República, 2.ª Série, n.º 76, pelo Aviso n.º 9221/2011, de 18 de abril.

Plano de Urbanização da Aguçadoura (PUA)

Aprovado por deliberação da Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim, de 20 de dezembro de 2012, publicado em Diário da República, 2.ª Série, Nº 9, pelo Aviso n.º 1482/2013, de 30 de janeiro.

Plano de Pormenor da Zona E54 (PPZE54)

Aprovado por deliberação da Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim, de 10 de setembro de 2009, publicado em Diário da República, 2.ª Série, Nº 199, pelo Aviso n.º 18087/2009, de 14 de outubro.

Plano de Pormenor da Faixa Poente da Marginal de Aver-o-Mar (PPFPMAv)

Aprovado por deliberação da Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim, de 20 de dezembro de 2012, publicado em Diário da República, 2.ª Série, Nº 26, pelo Aviso n.º 1893/2013, de 6 de fevereiro.

Plano de Pormenor da Área Envolvente ao Quartel de Paredes (PPParedes)

Aprovado por deliberação da Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim, de 27 de dezembro de 2018, publicado em Diário da República, 2.ª Série, Nº 37, pelo Aviso n.º 2920/2019, de 21 de fevereiro. 10

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Planos de Ordenamento do território em vigor Fonte: CMPV

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5. Ocupação: Unidades Territoriais

O Concelho apresenta a sua configuração atual desde meados do séc. XIX, altura em que aos povoados da Póvoa e de Argivai, se juntaram as freguesias do interior e do litoral Norte.

Todavia, constata-se ser ainda constituído por realidades bastantes distintas entre si. À Cidade (Póvoa de Varzim, Aver-o-Mar e Argivai), com as esperadas funções terciárias e um importante turismo balnear, contrapõem-se, do ponto de vista económico, um interior e também um litoral norte fortemente agrícola.

Sublinha-se que a procura balnear tem poucas repercussões fora da Cidade (Póvoa de Varzim, Aver-o-Mar e Argivai), seja em hotelaria, seja em segunda habitação. Também a capacidade atrativa de alguns pontos do Concelho (romarias de cariz religioso ao Monte de S. Félix ou à Beata Alexandrina de Balasar; património de Rates ou de Terroso) afiguram-se pouco relacionadas com a oferta da Cidade (Póvoa de Varzim, Aver-o-Mar e Argivai).

Na elaboração do Plano Diretor Municipal, e tendo como ponto de partida as características da ocupação do território do Concelho e respetivas relações funcionais, este foi subdividido nas seguintes unidades territoriais:

- Cidade

- Conjunto Urbano-Rural Amorim/Beiriz/Terroso

- Litoral Norte

- Laúndos

- Rates / Balasar

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Unidades Territoriais Fonte: CMPV – PDM2015

5.1 Cidade A Cidade corresponde, essencialmente, às freguesias da Póvoa de Varzim, Argivai e Aver-o-Mar, ocupando uma área plana, entre a linha de costa e a A28.

A génese da cidade está ligada ao mar, já existindo enquanto comunidade piscatória no séc. XIV, está hoje marcada pela presença simbólica da Fortaleza de Nª Sr.ª da Conceição (séc. XVIII) e pelo atual porto de pesca.

Nos anos 30 a 60 (séc. XX) ocorre na Póvoa um importante desenvolvimento do turismo balnear, atraindo extratos sociais elevados, tendo ainda representação no Casino e no .

Este turismo e o lazer associado à marginal marítima mantêm-se ainda hoje, sendo os seus principais utilizadores a população do Vale do Ave.

Após um período de acentuado crescimento, a cidade assistiu ao seu abrandamento, tendo, de acordo com os Censos 2011, cerca de 39.258 habitantes e 25.426 fogos, 35% dos quais de uso sazonal. Em 2001, de acordo com o recenseamento censitário eram 39790 habitantes e 24.000 fogos. 13

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Ao crescimento inicial correspondeu uma ocupação que avançou de forma muito casuística e pouco estruturada, mantendo numerosos hiatos construtivos e exibindo grandes misturas morfo- tipológicas.

O aparente paradoxo entre o aumento da disponibilidade de fogos e o estagnar da população poderá indicar que a percentagem de fogos de uso sazonal aumentou, traduzindo uma oferta turística com mais capacidade, sendo fortemente expressa no aumento de oferta de Alojamento Local que se verifica na Cidade, ou pode também ser a resposta ao envelhecimento do parque imobiliário, resultando na procura de novos alojamentos oriundos de construção nova, ainda sem expressão da renovação de edifícios que os incentivos à Reabilitação Urbana poderão vir a traduzir.

5.2 Conjunto Urbano-Rural Amorim/ Beiriz/ Terroso Trata-se de uma pequena bacia hidrográfica, bastante plana, rodeada a nascente por terrenos declivosos, cujo ponto mais alto é o Monte de Terroso, o qual constitui referência topográfica e patrimonial, já que nele subsistem as ruínas de uma cividade.

Situando-se a nascente da Cidade, do outro lado da A28, constitui uma potencial área de expansão urbana, o que de facto tem vindo a acontecer, mas com características muito próprias.

A ocupação mais antiga integra três núcleos, correspondentes às sedes de freguesias, os quais exibem alguns elementos de centralidade e são caracterizados por arruamentos ladeados de edifícios de dois pisos e muros altos. Por todo o conjunto encontram-se, dispersos, núcleos rurais e propriedades agrícolas, também frequentemente delimitadas por muros altos de pedra.

A agricultura encontra-se muito associada à pecuária e tem ainda uma presença significativa. Todavia, vem perdendo expressão.

No Conjunto Urbano-Rural de acordo com os Censos 2011, existiam cerca de 3.559 fogos e 8.996 habitantes, verificando-se o maior crescimento do concelho desde 2001, uma vez que existiam 3.300 fogos e 8.113 habitantes.

Com grande parte do território ainda agricultado e com uma envolvência também agrícola, esta unidade territorial apresenta características específicas pela sua natureza híbrida urbano/rural.

5.3 Laúndos Corresponde apenas à freguesia de Laúndos, em 2011 (Censos) com cerca de 2.055 residentes e 786 fogos (em 2001, 2.144 residentes e 700 fogos). Apresenta especificidades próprias, nomeadamente, o forte relacionamento com todas as outras unidades territoriais. Do ponto de vista biofísico é similar ao conjunto Amorim/Beiriz/Terroso. Tem proximidades e relações funcionais com Estela e com Rates. 14

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É muito marcada pelo monte de São Félix, local de romaria, bastante florestado, de onde se perceciona todo o território concelhio.

Atualmente, é ainda marcada pela vizinhança do nó da A28 e pela presença da principal Área de Atividades Económicas do Concelho.

A povoação de Laúndos, apoiando-se na ER205, enquadra-se no Monte de São Félix, sendo que o seu espaço central, com equipamentos e espaços públicos, corresponde ao eixo que une a estrada ao miradouro.

5.4 Litoral Norte Trata-se de uma unidade territorial plana, com solo arenoso, que engloba as freguesias de Aguçadoura, Navais e Estela.

De acordo com os Censos, em 2011 a população era de 8.052 residentes e 3.179 fogos, e em 2001, a população era de 8.423 residentes e 3.092 fogos.

Não obstante situar-se no litoral, dispondo de extensa faixa de praia, corresponde a um conjunto essencialmente agrícola. É aqui que se situam os campos de , os quais, aproveitando o solo arenoso e criando microclimas protegidos do vento, potenciaram uma horticultura intensiva.

O povoamento integra a povoação de Aguçadoura, junto ao litoral (sendo de referir que uma parte do seu tecido edificado se encontra em zona classificada pelo POOC como de risco) e as povoações de Navais e Estela, que se estendem ao longo da EN13.

Cada uma das povoações tem um núcleo central, com algum valor patrimonial, onde pontifica a respetiva igreja paroquial. O crescimento foi acontecendo ao longo dos antigos caminhos, os edifícios mais antigos à face da rua, os mais recentes adotando a tipologia de vivenda isolada.

A generalidade das ocorrências, poucas vezes ultrapassando os dois pisos, não é agressiva na paisagem: a estrutura rural original já mostra diversas insuficiências para articular o conjunto.

A armazenagem dos produtos agrícolas é mais visível a Norte, no lugar de Contriz, mas espalha-se pelo conjunto, denotando, nalgumas situações, deficiente enquadramento urbanístico.

A amplitude da atividade agrícola reflete-se na feira semanal de Estela, apesar de decorrer num espaço não qualificado para o efeito, marginal à EN13.

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O litoral norte do Concelho verifica também um importante potencial turístico, o que fica patente nalguns estabelecimentos hoteleiros, no parque de campismo e, sobretudo, no Campo de Golfe, que se estende em área contígua às dunas, ocupando 2,5 km de litoral.

5.5 Rates / Balasar A unidade territorial Rates/Balasar é a mais interior do Concelho, sendo composta por um sistema de vales, confluentes no Rio Este, enquadrados por vertentes acentuadas.

Descrevem uma paisagem essencialmente rural, sendo que as povoações e alguma ocupação florestal se mantêm nas linhas de festo, libertando os vales para práticas agrícolas.

Ocorre um sistema de bovinicultura intensiva, com os animais em estabulação permanente, baseado em duas culturas forrageiras anuais. A produção de leite mais que quintuplicou na década de 90. Este sistema comporta uma densidade animal muito elevada que motiva graves problemas ambientais, provocados por descargas de efluentes nos cursos de água, mau armazenamento dos chorumes e uma adubação mineral muito elevada.

Relativamente ao povoamento construído, há que referir Rates, Balasar e Fontainhas.

Cada uma destas povoações enquadra importantes e diferentes elementos de centralidade:

- Rates, que é ponto importante nos Caminhos de Santiago, exibe uma notável igreja românica e um núcleo antigo qualificado.

- Balasar é local de destino de peregrinação de carácter religioso, cuja afluência se prevê que se venha a intensificar face à edificação do respetivo Santuário. O Plano Diretor Municipal em vigor, pelo Aviso n.º 11232/2018, de 14 de agosto, encontra-se parcialmente suspenso, com vista à antecipação do impacte decorrente da edificação do referido Santuário.

- Fontaínhas é um aglomerado urbano mais recente, originado junto do cruzamento da atual ER206 com outras vias, tem sofrido uma forte dinâmica.

As duas primeiras povoações mantêm o seu carácter tradicional e apresentam uma estimável qualidade arquitetónica/paisagística. Não obstante, também nelas se verifica uma dinâmica de construção de vivendas atípicas, que se vão misturando com as antigas construções e propriedades enquadradas por muros de pedra.

Fontainhas tem uma ambiência muito diferente, marcada pela estrada e pela presença recente de alguns edifícios de 4 pisos.

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A unidade territorial no seu conjunto, em 2001 tinha cerca de 1.700 fogos e uma população residente de 5.000 habitantes, contando em 2011 com 5.048 residentes e 1.977 fogos.

2001 (censos INE) 2011 (censos INE) Habitantes Fogos Habitantes Fogos

Unidade Territorial 1 - Cidade 39.790 24.000 39.258 25.426 Unidade Territorial 2- Conjunto Urbano-Rural Amorim/Beiriz/Terroso 8.113 3.300 8.996 3.559 Unidade Territorial 3 – Laúndos 2.144 700 2.054 786

Unidade Territorial 4 – Litoral Norte 8.423 3.092 8.052 3.179 Unidade Territorial 5 – Rates/Balasar 5.000 1.700 5.048 1.977 Total 63.470 32.792 63.408 34.927

Habitantes e n.º de fogos por unidade territorial Fonte: Censos 2001 e Censos 2011

6. Modelo de Ordenamento

Dado o caráter estratégico do Plano Diretor Municipal em vigor, atento à heterogeneidade do território e às características da sua ocupação, este definiu como objetivo principal o reforço da afirmação da Póvoa de Varzim na Região, pelo que definiu os seguintes objetivos gerais:

6.1 Defesa da identidade - Qualificação das referências simbólicas;

- Manutenção de atividades;

- Respeito pelo património e características de cada local.

6.2 Defesa da autonomia de emprego (com Vila do Conde), reforço da visibilidade regional - Qualificação e desenvolvimento de polo de lazer e turismo;

- Oferta fundiária atrativa à localização de atividades;

- Desenvolvimento portuário e apoio à atividade piscatória;

- Qualificação das condições de habitabilidade.

6.3 Implantação de redes unificantes e qualificadoras - Rede ecológica; 17

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- Redes viária, urbana e industrial;

- Rede turística e de lazer.

6.4 Manutenção de um território diversificado, com aumento da coesão social e territorial - Respeito pelas características e autonomia de cada unidade territorial;

- Melhoria das acessibilidades e das relações entre partes;

- Estruturação de cada povoação e qualificação dos centros.

6.5 Manutenção da agricultura, minorando impactos ambientais negativos - Criação de um núcleo local para qualificação da agricultura;

- Legalização das vacarias e tratamento dos resíduos;

- Adubação adequada e recolha dos plásticos (estufas).

6.6 Melhoria do serviço de infraestrutura pública - Redes de água e saneamento;

- Equipamentos;

- Espaços públicos.

A concretização destes objetivos gerais foi traduzida, por adaptação à realidade e à escala de cada uma das 5 unidades territoriais, nos seguintes objetivos específicos para cada uma:

Cidade

- Estruturação global da Cidade e do seu crescimento;

- Grande aumento do verde urbano;

- Qualificação de cada parte; criação de centros locais.

Conjunto Urbano – Rural de Amorim / Beiriz / Terroso

- Aceitação e modelação de uma outra Cidade, Urbano – Rural;

- Disciplinar os fluxos viários de atravessamento;

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- Qualificação do povoamento construído e dos centros locais;

- Afirmação da Cividade.

Litoral Norte

- Manutenção da horticultura (), minorando impactos ambientais negativos; Criação de espaços para armazenagem; Qualificação da feira da Estela;

- Estruturação de cada povoação e qualificação dos centros;

- Qualificação dos acessos à praia; potenciar o turismo;

Rates / Balasar

- Tratamento dos resíduos e legalização das vacarias;

- Estruturação de cada povoação e qualificação dos centros;

- Afirmar e potenciar o centro histórico de Rates;

- Perspetivar santuário em Balasar;

- Perspetivar zona industrial nas Fontainhas.

Laúndos

- Afirmar a função de rótula norte do Concelho, potenciando nó da A28;

- Qualificação, aumento e visibilidade da zona industrial;

- Qualificação do Monte de São Félix e dos seus acessos;

- Estruturação da povoação e reforço do centro.

Qualquer um dos objetivos traçados no PDM em vigor têm ou poderão ter tradução em medidas de política geral, mas também em medidas estratégicas relacionadas com o ordenamento do território e, portanto, fundamentadoras da sua elaboração.

Assim, a estratégia delineada para o ordenamento do território subjacente ao PDM, seguiu estas grandes linhas orientadoras (objetivos gerais) e, atendendo à especificidade de cada uma das unidades

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territoriais para o concelho da Póvoa de Varzim, ações concretas (objetivos específicos) que em conjunto consubstanciam o modelo de ordenamento preconizado no documento.

O Plano Diretor Municipal, assumindo a diversidade verificada para cada uma das unidades territoriais como um potencial (e colocando a tónica na insuficiência verificada nas ligações viárias entre o litoral e o interior) aponta para um modelo de ordenamento baseado na sua estruturação e dentro delas, de cada um dos aglomerados urbanos, através do estabelecimento de estruturas em rede capazes de unificar e qualificar o território.

Tal estruturação articula-se, de forma complementar, com a estabelecida à escala concelhia e assenta, tal como a anterior, na rede viária, na estrutura ecológica e nas centralidades (terciário + equipamento).

No que respeita às centralidades, o Plano procurou o reforço de todas as existentes, através da previsão de operações de qualificação do espaço público e da expansão das funções terciárias e dos equipamentos. Também apontou novas centralidades para as áreas de expansão, que se traduzem em alargamentos do espaço público e frentes terciárias confrontantes.

O objetivo geral dirigido para uma abordagem territorial estruturante é o de “implantação de redes unificantes e qualificadoras” desdobrando-se em rede ecológica, redes viária, urbana e industrial e rede turística e de lazer.

Estrutura ecológica

A legislação estabelece que os PDM’s deverão identificar uma “estrutura ecológica municipal”, integradora dos “sistemas de proteção dos valores e recursos naturais, culturais, agrícolas e florestais”, que deverá integrar o modelo de organização municipal do território.

O modelo de ordenamento preconizado assumiu por inteiro esta orientação, procurando que a estrutura ecológica se assumisse como referência estabilizadora, qualificadora e estruturante de todo o território municipal.

A estrutura ecológica proposta para a Póvoa de Varzim, representa cerca de 30% do total do território municipal, cria um sistema que considera o risco, a gestão de água, e a função estruturante como fatores de distinção, o que privilegia a aptidão em detrimento do uso do solo à data da elaboração do Plano Diretor Municipal.

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Estrutura Ecológica Municipal Fonte: CMPV – PDM2015

Redes viária, urbana e industrial

Elemento fundamental à organização do território, destinado a garantir a necessária circulação, mas também a tornar o território mais percetível a quem nele habita e circula e ainda a estruturar as dinâmicas fundiárias que origina.

Como tal, as propostas apresentadas fundamentaram-se na estruturação global do território através das vias que o atravessam e ao estabelecimento de malhas, com detalhe, no interior de cada perímetro urbano.

A rede viária assim perspetivada, estrutura todo o território municipal, constituindo rede de ligação entre todos os centros urbanos e todos os espaços industriais.

Para o reforço da rede urbana, articulou-se acessibilidade com capacidade atrativa, assente em centralidades (terciário + equipamentos), tendo sido assumida uma hierarquia:

- O Centro da Cidade, assumido como centro do Concelho;

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- Cada Unidade Territorial organizada como rede de centros locais e com algumas funções de grau superior criteriosamente localizadas;

- Cada Freguesia com um Centro Local.

Rede viária, urbana e industrial Fonte: CMPV – PDM2015

Rede Turística e de Lazer

Foi proposta a criação de uma rede de percursos lúdicos, ligando as diferentes “partes” do Concelho. Destina-se, essencialmente, a usos pedonais, velocipédicos ou equestres e, por isso, implanta- se maioritariamente em áreas planas.

Tal proposta visava a criação de uma rede de lazer e de turismo unificadora e qualificadora do Concelho:

- Atravessando solo rural, quase sempre com interesse paisagístico, e solo urbano,

preferencialmente o centro das povoações, e assim estabelecendo inter-relação entre essas classes de espaço;

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- Integrando, naturalmente, a estrutura ecológica municipal, e assim potenciando relações de contacto e conhecimento com os valores ambientais e paisagísticos locais, incluindo os da orla costeira;

- Aproveitando o potencial e sublinhando a identidade de cada local.

Esta rede, para se tornar atrativa e estruturante da animação turística e do lazer, encontra-se estrategicamente pontuada por alargamentos e equipamentos diversificados. Tais polos correspondem aos próprios centros das povoações, a equipamentos desportivos, a empreendimentos turísticos, a miradouros e/ou a serviços de apoio direto aos percursos.

O modelo de ordenamento resultante e aprovado para o município da Póvoa de Varzim materializa-se nas Plantas de Ordenamento e de Condicionantes do Plano Diretor Municipal.

Rede turística e de lazer Fonte: CMPV – PDM2015

7. Zonamento O Plano Diretor Municipal da Póvoa de Varzim, em vigor, foi publicado em Diário da República a 26 de fevereiro de 2015, através do Aviso n.º 2157/2015.

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O Plano integra, como elemento fundamental, a “Planta de Ordenamento”, a qual representa “o modelo de organização espacial do território municipal” e procede à “classificação do solo” e à respetiva “qualificação” de cada uma dessas classes, tendo por base os usos dominantes.

A “Planta de Ordenamento” subdivide o território em categorias e subcategorias de espaços e explicita as redes que o irão estruturar.

Planta de Ordenamento do Plano Diretor Municipal Fonte: CMPV – PDM2015

A estrutura do ordenamento assenta na classificação do solo em Solo Urbano e Solo Rural.

Atenta a especificidade de determinadas áreas do território, o município entendeu que a gestão urbanística dessas áreas deveria estar suportada em instrumento de escala adequada, pelo que em 2006 (vigência do PDM de 1ª geração) foi publicado o Plano de Urbanização da Póvoa de Varzim (PUPV), alterado em 2011, e em 2013 foi publicado o Plano de Urbanização da Aguçadoura (PUA).

O Plano Diretor Municipal remete, na sua Planta de Ordenamento, a classificação destas áreas para os respetivos Planos de Urbanização.

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7.1 Solo Urbano O Solo Urbano é aquele para o qual é reconhecida vocação para o processo de urbanização e de edificação, nele se compreendendo o solo urbanizado e o solo urbanizável, constituindo no seu todo o perímetro urbano.

O Solo Urbano subdivide-se em:

- Solo urbanizado: aquele que se encontra dotado de infraestruturas urbanas e é servido por equipamentos de utilização coletiva.

- Solo urbanizável: aquele que se destina à expansão urbana e no qual a urbanização é sempre precedida de programação.

A qualificação do Solo Urbano realiza-se através da delimitação das seguintes categorias funcionais, subdivididas em subcategorias:

a) Espaços centrais:

i) Espaços centrais C3;

ii) Espaços centrais C2;

iii) Espaços centrais C1;

b) Espaços residenciais:

i) Espaços residenciais R3;

ii) Espaços residenciais R2;

iii) Espaços residenciais R1;

c) Espaços de uso especial:

i) Espaços de uso especial — equipamentos ou infraestruturas estruturantes;

ii) Espaços de uso especial — usos específicos de recreio, lazer e turismo;

d) Espaços de atividades económicas:

i) Espaços de atividades económicas AE2;

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ii) Espaços de atividades económicas AE1;

e) Espaços verdes:

i) Espaços verdes — verde público VP2;

ii) Espaços verdes — verde de proteção VP1.

A demarcação dos espaços urbanos do PDM estabelece:

- A classificação de espaço urbano, no que diz respeito a um território que se caracteriza por uma maior concentração dos espaços construídos, maior nível de infraestruturas e que se destina fundamentalmente ao uso habitacional, onde é passível a coexistência de outras funções e instalações compatíveis com a função habitacional;

- O espaço urbanizável, sendo aquele que apresenta a capacidade para adquirir as características de espaço urbano e que assegurem uma correta articulação formal e funcional com a zona urbanizada.

De um modo genérico as áreas classificadas como espaços urbanos (urbanizados e urbanizáveis) preveem diferentes zonas de ocupação dominante ajustando os parâmetros de ocupação a cada espaço urbano segundo as suas próprias especificações.

7.1.1 Classes de Uso do Solo Urbano Desta forma e para uma avaliação mais específica, tendo em conta o horizonte temporal decorrido, dividiu-se as classes constantes na Planta de Ordenamento e respetivo regulamento em espaços urbanizados e urbanizáveis, agrupando os espaços centrais, os espaços residenciais, e as classes de uso especial noutro grupo, agrupando-se os equipamentos, as infraestruturas estruturantes conjuntamente com os usos específicos de recreio, lazer e turismo.

Assim são considerados os principais grupos de usos do solo:

- Espaços centrais e espaços residenciais;

- Espaços de atividades económicas;

- Espaços de uso especial – equipamentos, infraestruturas estruturantes e usos específicos de recreio, lazer e turismo;

- Espaços verdes.

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No prazo decorrido de vigência do plano, estas áreas de solo urbano, têm vindo a ser ocupadas, sobretudo enquadradas por operações de loteamento (comunicações prévias ou licenciamentos), licenciamentos isolados, incluindo a implementação de áreas de equipamento e atividades económicas.

Distribuição dos principais usos do solo urbano determinados pelo PDM (Planta de Ordenamento):

Σ Cidade Amorim Beiriz Terroso Navais Estela Aguçadoura Laúndos Rates Balasar Σ Espaços Centrais 48,8 3,7 9,2 2,1 6,6 4,1 6,4 2,9 8,7 15,2 58,9 107,7 % 4,8% 2,1% 3,6% 1,2% 6,3% 1,8% 3,1% 1,3% 3,1% 6,9% 3,1% 3,7% Espaços Residenciais 683,0 139,0 166,6 162,2 93,8 165,0 159,1 116,9 204,7 178,4 1385,6 2068,6 % 67,2% 80,4% 65,4% 89,3% 89,9% 74,1% 77,7% 50,9% 72,0% 80,7% 73,9% 71,5% Espaços de Actividades 42,0 15,4 26,3 4,1 1,7 35,7 13,0 86,9 47,6 0,9 231,6 273,6 Económicas % 4,1% 8,9% 10,3% 2,3% 1,6% 16,1% 6,3% 37,8% 16,7% 0,4% 12,3% 9,5% Espaços Verdes 127,0 10,0 19,4 2,5 0,7 4,0 7,7 16,6 8,1 11,4 80,5 207,5 % 12,5% 5,8% 7,6% 1,4% 0,7% 1,8% 3,8% 7,2% 2,8% 5,2% 4,3% 7,2% Espaços de Uso Especial 115,8 4,9 33,3 10,7 1,5 13,8 18,5 6,2 15,3 15,1 119,3 235,1 % 11,4% 2,8% 13,1% 5,9% 1,5% 6,2% 9,0% 2,7% 5,4% 6,8% 6,4% 8,1% Total 1016,6 173,0 254,7 181,6 104,3 222,6 204,7 229,6 284,3 221,0 1875,9 2892,5 % 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Áreas em Solo urbano, por Freguesias e Categorias de Solo (em ha) Fonte: CMPV – PDM2015

As categorias e subcategorias de espaços anteriormente descritas aplicam-se, tanto no solo urbanizado, isto é, aquele que se encontra dotado de infraestruturas urbanas e é servido por equipamentos de utilização coletiva, como no solo urbanizável, ou seja, aquele que se destina à expansão urbana e no qual a urbanização deve ser precedida de programação, e que corresponde a apenas 12% do solo urbano.

Espaços centrais e espaços residenciais

No que respeita às centralidades, o Plano Municipal procurou o reforço de todas as existentes, através da qualificação do espaço público e da expansão das funções terciárias e dos equipamentos.

O Plano Diretor Municipal também preconiza novas centralidades para as áreas de expansão, que se traduzem em alargamentos do espaço público e frentes terciárias confrontantes.

Neste cenário, os Espaços Centrais correspondem a áreas que se destinam a desempenhar funções de centralidade para o conjunto do aglomerado urbano, com concentração de atividades terciárias e funções residenciais.

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Os Espaços Residenciais correspondem a áreas consolidadas ou em vias de consolidação, ocupadas predominantemente com funções residenciais, podendo acolher outros usos desde que compatíveis com a ocupação dominante.

Em linha com os objetivos gerais formulados de “Defesa de identidade” e de “Manutenção de um território diversificado, com aumento da coesão social e territorial” e verificando na ocupação existente uma significativa homogeneidade morfo-tipológica, o plano consagra:

- Espaços centrais (C) e Espaços residenciais (R3), nos quais a transformação do tecido urbano está sujeito ao respeito pela morfologia existente e à sua valorização, nomeadamente através da qualificação e eventual redimensionamento do espaço público;

- Espaços residenciais (R2), que se deverão caracterizar por ruas e praças formatadas por edifícios de 2 pisos e/ou muros altos (em banda contínua ou unifamiliares isolados), formando quarteirões com o interior privado e estabelecendo malhas ortogonais ou curvilíneas;

- Espaços residenciais (R1), onde se mistura uma ocupação habitacional de baixa densidade, respeitadora do ambiente rural, com a possível manutenção de pequenas explorações agrícolas.

Espaços de Atividades Económicas

Relativamente aos espaços de atividades económicas, a estratégia traduz um dos objetivos fixados para o Plano: Defesa da autonomia de emprego, reforço da visibilidade regional - Oferta fundiária atrativa à localização de atividades.

O reforço e a expansão do tecido industrial, sustenta oportunidades de desenvolvimento económico, vocacionadas para a instalação de atividades económicas, apoiando-se não só em áreas industriais existentes, como também em áreas a criar para a instalação de novos empreendimentos.

A estratégia define um mosaico em que a cada unidade territorial (ou mesmo a cada freguesia) corresponde pelo menos uma área destinada a Atividades Económicas. A sua localização funda-se no reconhecimento da existência de atividades e potencial de crescimento – espaços existentes a sedimentar ou a ampliar – ou na vontade expressa de dotar o território de condições de autonomia económica/emprego ao nível da freguesia - áreas a criar de raiz. Totalizando uma área de 273,6 Ha, os Espaços de Atividades Económicas representam 3,3% da área do Concelho, e 9,5% do Solo Urbano, distribuindo-se em Solo Urbanizado - 173,4 Ha (57.5%) e Solo Urbanizável – 116,2 Ha (42.5%).

Os Espaços de Atividades Económicas em Solo Urbanizável são maioritariamente espaços de ampliação das atividades existentes, excetuando a área prevista para a freguesia de Aguçadoura.

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No período em análise verifica-se que a procura por este tipo de espaços se limitou às áreas próximas das grandes acessibilidades, nomeadamente naquelas localizadas junto à A28, dirigindo-se essencialmente para a Zona Industrial Amorim e Zona Industrial de Laúndos. A Zona Industrial de Rates também com alguma expressão, provavelmente pela proximidade à Estrada nacional N206. Para as restantes áreas, analisados os processos de operações urbanísticas desde 2015, a procura foi residual, e em alguns casos, foi mesmo nula, essencialmente naquelas áreas integradas em solo urbanizável, onde o grau de infraestruração não permite a instalação autónoma de unidades industriais (no Espaço de Atividades Económicas de Aguçadoura não foi apreciado qualquer processo de operação urbanística).

Se por um lado o Plano Diretor Municipal reconheceu que as acessibilidades são um fator decisivo na oferta fundiária para localização de atividades, delimitando desde logo 2 Unidades Operativas de Planeamento e Gestão dedicadas à ampliação de Zonas Industriais Existentes – UOPG n.º3 – Área Envolvente ao Quartel de Paredes (Zona Industrial Beiriz/Amorim) e UOPG n.º2 – Expansão da Zona Industrial de Laúndos, por outro, antecipou cenários de fixação de atividades que não tiveram o resultado esperado.

A inexistência de infraestruturas, ficando estas a cargo do investidor, o afastamento às acessibilidades principais, a estrutura fundiária existente, e a retração do próprio mercado, poderão ter sido fatores que determinaram o afastamento destas áreas, importando rever a estratégia do Plano Diretor Municipal para as áreas de atividades económicas, revendo a sua distribuição, a forma de concretização e em consequência, a sua tradução económica e territorial.

Espaços de Uso Especial

Os espaços de uso especial são áreas destinadas à instalação de equipamentos ou infraestruturas estruturantes ou outros usos específicos de interesse e utilização coletiva, nomeadamente de educação, desporto, cultura, terceira idade, saúde, apoio à família, religião, proteção civil, defesa nacional, segurança, recreio, lazer e turismo.

Para a avaliação do desenvolvimento destes espaços, agruparam-se os equipamentos e infraestruturas aos espaços respeitantes ao turismo. Estes espaços representam 2,9 % de ocupação no território da Póvoa de Varzim.

Para cada um dos espaços de uso especial – equipamentos ou infraestruturas estruturantes o Plano Diretor Municipal definiu, de forma indicativa, os respetivos programas de utilização. Esta definição pretendeu dotar as unidades territoriais (ou mesmo as freguesias) das infraestruturas necessárias à sua autonomia, nomeadamente no que respeita às áreas da educação, desporto, assistência social, etc… correspondendo a um modelo policêntrico de organização do território, em linha com o objetivo de

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reforço da identidade de cada lugar, da sua autonomia, e com suporte estrutural na implantação de redes unificantes e qualificadoras.

Foram definidos 73 espaços de uso especial, onde constam áreas afetas a jardins de infância, a escolas, campos de jogos, cemitérios, centro comunitário, entre outros, totalizando 129 equipamentos.

Por Unidade Custos (€) Invest. Municipal (€) Equipamentos Propostos terreno (m2) custo da obra (€) (0) terreno (2) obras (100%) (terreno + % obras)

Educativos 1 Jardins de Infância 1.800 283.932 10 (3) 2.839.318 1.135.727 (6) 2 Escolas EB (do 1º CEB) 4.800 / 7.200 (1) 709.892/1.078.940(1) 4 (3) 3.946.712 3.946.712 (4) 3 Escolas EB (2º/3º CEB) 21.600 4.173.796 2 691.200 8.347.591 691.200 Sub-total - - 16 691.200 15.133.621 5.773.639

Desportivos 4 G.C. Jogos (c/pista) 22.500 2.555.386 2 720.000 5.110.772 3.786.463 (5) 5 G.C. Jogos (s/pista) 12.000 1.078.940 3 384.000 3.236.821 2.326.093 (5) 6 Pavilhões dos Desp. 4.800 4.628.086 2 153.600 9.256.172 5.707.303 (5) 7 Polidesportivos Cob. 2.560 1.334.479 4 (3) 5.337.916 3.202.750 (5) 8 Polidesportivos Desc. 2.250 397.505 8 (3) 3.180.039 1.908.024 (5) 9 Piscinas ao Ar Livre 5.250 880.189 5 420.000 4.400.943 3.060.566 (5) 10 Campos de Ténis 608 113.573 10 97.280 1.135.731 778.719 (5) Sub-total - - 34 1.774.880 31.658.394 20.769.917

Acção Social 11 Creches 600 113.573 20 (3) 2.271.463 454.293 (7) 12 Centros de Dia 900 255.538 19 (3) 4.855.231 1.942.092 (6) 13 Centros Comunitários 500 196.859 25 (3) 4.921.470 984.294 (7) Sub-total - - 64 - 12.048.164 3.380.679

Saúde 14 Ext. Centro de Saúde 500 170.359 6 (3) 1.022.152 408.861 (6) Sub-total - - 6 - 1.022.152 408.861

Culturais Fortaleza - 2.839.317 - - 2.839.317 2.839.317 (4) Cine-Teatro Garrett - 1.703.591 - - 1.703.591 1.703.591 (4) Ampliação do Museu - (8) - - - (4) Cobertura da Pr. Touros - 2.839.317 - - 2.839.317 2.839.317 (4) Casa de Pescador - (8) - - - (4) Museu Marítimo 6.000 851.795 1 (3) 851.795 851.795 (4) Centro de Cultura e Arte 3.000 851.795 1 (3) 851.795 851.795 (4) Ext. Biblioteca 1.500 283.932 2 (3) 567.864 567.864 (4) Sub-total - - 4 - 9.653.678 9.653.678

Mercados Mercado Agro-Velho 9.000 851.795 1 144.000 851.795 995.795 (4) Feira 7.750 681.436 1 (3) 681.436 681.436 (4) Feira de Estela 51.630 - 1 - 2.606.500 2.606.500 Sub-total - - 3 144.000 4.139.731 4.283.731

Outros Parque de Exposições 29.000 1.930.736 1 464.000 1.930.736 2.394.736 (4) Interface Rodo-Ferroviário 15.500 1.646.804 1 248.000 1.646.804 906.722 (6) Sub-total - - 2 712.000 3.577.540 3.301.457

TOTAL - - 129 3.322.080 77.233.279 47.571.962

(0), o custo da obra já inclui o arranjo dos espaços exteriores (52.5 €/m2) (1), área e custos relativos a uma escola de 8 e 12 salas, respectivamente (para a área de plano prevêm-se 1 escola com 8 salas e 3 escolas com 12 salas) (2), para efeitos do cálculo dos custos de terreno considerou-se o valor de 16 €/m2 (3), não foi considerado o valor do terreno por se admitir que resultará de processos de cedências (4), participação municipal com terreno + 100% das obras (5), participação municipal com terreno + 60% das obras (6), participação municipal com terreno + 40% das obras (7), participação municipal com terreno + 20% das obras (8), a designar, conforme os estudos em elaboração

Equipamentos - Propostas e custos Fonte: CMPV – PDM2015 30

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Para a elaboração da proposta apresentada consideram-se os equipamentos subdivididos em três grupos:

– Equipamentos de influência municipal e supramunicipal;

– Grandes áreas escolares e desportivas;

– Equipamentos de apoio à função habitacional.

O dimensionamento e a programação dos equipamentos foram sustentados pela evolução da população, por grupos etários, prevista para o ano 2016. Apenas para os equipamentos desportivos foi considerada também a população sazonal.

Os equipamentos de influência municipal e supramunicipal, localizam-se distribuídos pelo Concelho, com maior incidência na Cidade. No centro da Cidade, ou na proximidade deste, localizam-se os seguintes equipamentos: Auditório, Biblioteca, Arquivo, Museu, Hospital, Mercado, Porto de Pesca, Marina, Feira, Praça de Touros e Casa da Juventude. Na restante área concelhia consideram-se: Escola Superior, Escola Agrícola, Campo de Golfe, Parque de Campismo e Campo de Tiro, prevendo o Plano a implantação de um novo Hospital, da Feira de Estela e do Santuário da beata Alexandrina de Balasar.

No que respeita às grandes áreas escolares e desportivas, e atendendo à complementaridade entre as funções escolares e as desportivas, o Plano procurou a sua concentração em polos distribuídos pelo território de forma a serem acessíveis à generalidade da população. Estes incluem, sempre, uma escola EB (2º/3º CEB), um grande campo de jogos e um pavilhão gimnodesportivo. Poderiam incluir outros equipamentos, alguns deles de grau superior (por exemplo escola secundária), outros de grau intermédio (por exemplo piscina) e outros de grau inferior [EB (1.º CEB), ou polidesportivo descoberto].

Partindo do existente à data da elaboração do Plano, consideraram-se 7 áreas, cada uma delas polarizadora de uma população que oscila entre os 5 000 e os 10 000 habitantes, 4 situam-se na Cidade, 1 em Beiriz servindo Amorim, Beiriz e Terroso, 1 em Estela servindo Aguçadoura, Navais, Estela e Laúndos, e 1 em Rates servido Rates e Balasar.

No que respeita a equipamentos de apoio à função habitacional, pretendeu-se que estes contribuíssem para o reforço ou constituição de centralidades locais, articulando-os com comércio e espaço livre.

Para o efeito consideram-se os seguintes equipamentos, servindo todos e cada um deles uma população de cerca 3 000 habitantes: jardim de infância, creche, centro de dia para a 3ª idade, centro 31

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comunitário, polidesportivo descoberto e, eventualmente, ainda, extensão do Centro de Saúde ou Escola EB (1.º CEB).

Para cada um dos espaços de uso especial – usos específicos de recreio, lazer e turismo, o Plano Diretor Municipal definiu 23 áreas, apontando os usos permitidos para as mesmas.

Algumas destas áreas já continham equipamentos, pelo que importaria melhorar as condições do existente (seja com oferta de estacionamento, com a sua expansão, ou outras necessidades), outras previam a instalação de equipamentos de raiz, sejam associados a momentos dos percursos lúdicos, ou à instalação de empreendimentos turísticos.

Analisada a atividade do Município no respeitante aos Espaços de Uso Especial, constata-se que no respeitante aos equipamentos educativos, o investimento desde 2015 se divide entre pequenas obras de manutenção, obras de reabilitação, remodelação ou ampliação e obras de construção de pavilhões desportivos.

Obras executadas ou em execução:

Pequenas obras de manutenção

- EB1 da Granja, Rates (coberto),

- Escola de Cadilhe, Amorim (pavimentos exteriores)

- Escola de Outeiro, Navais (pavimentos exteriores),

- Escola de Fieiro, Aguçadoura (AVAC)

- Escola Desterro, Póvoa de Varzim (cobertura)

Obras de reabilitação, remodelação ou ampliação

- EB1 do Teso, Estela (reabilitação)

- EB1 da Aldeia, Aguçadoura (reabilitação)

- Escola primária n.º 1, Balasar (remodelação)

- Escola EB2,3, Aver-o-Mar (remodelação e ampliação)

- Escola EB2,3 Dr. Flávio Gonçalves, Póvoa de Varzim (remodelação e ampliação)

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Obras de construção de pavilhões desportivos

- Escola secundária Eça de Queirós, Póvoa de Varzim

Há ainda a referir a construção de edifício com 4 salas para transferência da Escola EB1 da Praça, Rates.

No respeitante aos equipamentos desportivos, são as seguintes as obras executadas ou em execução:

- Construção do campo de futebol de Balasar, incluindo recinto desportivo, edifício de apoio, arruamento de acesso e arranjos exteriores;

- Construção do polo Lúdico Desportivo no Largo Alto de Martim Vaz

- Requalificação do campo desportivo de Aver-o-Mar;

- Requalificação das piscinas municipais - remodelação dos balneários;

- Remodelação e ampliação do campo de futebol de Rates – recinto de jogo e edifício de apoio;

- Remodelação do Parque Desportivo de Laúndos – edifício de apoio;

- Remodelação do campo de futebol de Aguçadoura – edifício de apoio e recinto desportivo;

- Reabilitação da envolvente do campo de tiro de Rates;

- Reabilitação da envolvente exterior do estádio municipal;

- Colocação de relva sintética – parques desportivos de Estela e Navais;

- Requalificação do parque desportivo de Mourões.

No respeitante aos equipamentos de ação social, saúde, culturais e outros, são as seguintes as obras executadas ou em execução:

- Requalificação Mercado Municipal;

- Construção de Edifício de apoio ao farol de ;

- Recuperação e valorização do cineteatro Garrett;

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- Ampliação e conservação do Museu Municipal da Póvoa de Varzim;

- Construção da loja interativa de turismo;

- Reabilitação da antiga escola primária de Aver-o-mar – Centro Comunitário de Aver-o-mar;

- Reabilitação da antiga escola da Lapa – Centro Ocupacional de Idosos;

- Ampliação do cemitério de Beiriz;

- Ampliação do cemitério de Terroso;

- Instalação de parque infantil em Sejães, Terroso;

- Ampliação do cemitério de Navais (em projeto);

- Ampliação do cemitério de Rates (parcialmente executado);

- Instalação do parque infantil do Teso, Estela;

- Instalação do parque infantil da Rua 27 de fevereiro, Aver-o-Mar;

- Reabilitação do parque de Regufe;

- Reabilitação do edifício da antiga garagem Linhares - Centro de Atendimento Municipal (CAM);

- Reabilitação do Centro Coordenador de transportes;

- Requalificação da sede da Associação recreativa da Matriz;

- Ampliação do Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia (CROAC) municipal;

- Obras de conservação no edifício da Biblioteca Municipal;

- Conservação da cobertura do auditório da lota;

- Remodelação das instalações da Polícia Municipal.

Estas obras geram sinergias no ambiente urbano em que se inserem, resultando em beneficiação dos espaços públicos envolventes, verificando-se a sua requalificação associada aos seguintes equipamentos:

- Cine teatro Garrett – rua das Hortas, e Rua António Graça; 34

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- Garagem Linhares – envolvente exterior, acesso coberto à estação de metro;

- Centro Ocupacional de Idosos – Reabilitação do espaço envolvente;

- Centro Comunitário de Aver-o-mar – Reabilitação do espaço envolvente;

- Casino – requalificação do espaço envolvente.

Outros espaços urbanos intervencionados:

- Arranjo Urbano da Praça da República;

- Requalificação da Rua Patrão Sérgio;

- Requalificação da envolvente exterior à esquadra da PSP, Póvoa de Varzim;

- Reabilitação da zona marginal em frente ao casino;

- Reabilitação do espaço público do eixo Cruzeiro/Igreja, Terroso;

- Requalificação do Espaço Público no (Ação Mob.07 do PEDU).

Analisado quadro das propostas apresentadas no Plano Diretor Municipal e a respetiva concretização, verifica-se que o Município tem dirigido o investimento essencialmente para a reabilitação de equipamentos existentes, ainda que estes sirvam para propósitos distintos dos originais (Escola de Aver-o-Mar ou escola da Lapa). Os equipamentos culturais verificam uma taxa de execução elevada, estando já completas algumas das ações previstas, reabilitação do Cine Teatro Garrett, requalificação da Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, ampliação do Museu Municipal.

Em curso estão também os projetos para a Arena da Póvoa de Varzim (antiga Praça de Touros ), e a extensão da Biblioteca Municipal Rocha Peixoto - Fórum Cultural Eça de Queirós e Casa do Associativismo Local.

Espaços Verdes

Os espaços verdes englobam áreas com funções de equilíbrio ecológico do sistema urbano e acolhem atividades ao ar livre de recreio, lazer, desporto e cultura, agrícolas ou florestais, coincidindo no todo ou em parte com a estrutura ecológica municipal.

Os espaços verdes integrados ou não na estrutura ecológica municipal, subdividem-se nas seguintes subcategorias: Verde Público 1 (VP1) e Verde Público 2 (VP2).

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Os Espaços Verdes – Verde Público 1 são espaços com funções ambientais e lúdicas, muito arborizados e cuja propriedade deve ser municipal.

Os Espaços Verdes – Verde Público 2 são espaços com funções ambientais ou de proteção a infraestruturas, podendo ser públicos ou privados, e apenas é possível a sua arborização.

Nos Espaços Públicos - Verde Público 1 é admitida a edificação destinada a quiosques, parques infantis, equipamentos ou infraestruturas de apoio que tenham como objetivo o incremento e a valorização das atividades ao ar livre.

Nas propostas apresentadas relativas a espaços verdes urbanos, o Plano assumiu a clara distinção entre a Cidade dos restantes aglomerados, partindo do pressuposto de que na Cidade se verificava uma enorme carência neste domínio, tendo sido formulado o desígnio de garantir 20m2 de verde/habitante.

Das propostas apresentadas destacam-se a criação de um grande Parque Verde e de percursos que, partindo dele, atravessam a Cidade.

Relativamente à generalidade dos centros das outras povoações, a sua articulação com espaços agrícolas garante uma forte presença vegetal, pelo que as propostas incidiram, sobretudo, na criação de pequenos parques públicos, que reforçam centralidades e, também, que defendem e potenciam as linhas de água que os atravessam.

TerrenoCustos (€) Inv. Mun. (hip.) (3) Zonas Verdes Urbanas (m2) terreno (1) obras (2) total € 1 . Aguçadora (Ribeira da Barranha) 60.921 660.537 990.805 1.651.342 1.122.912 2 . Navais (Ribeira da Barranha) 4.068 44.107 66.161 110.268 74.982 3 . Estela (Ribeira de S. Tomé) 15.681 170.021 255.032 425.054 289.036 4 . (área central) 33.956 368.168 552.252 920.421 625.886 5 . Rates (Parque Urbano) - conclusão 34.800 377.319 565.979 943.299 641.443 6 . Balasar (do Rio Este à Casa da Santa) 66.675 722.924 1.084.387 1.807.311 1.228.972 7 . Ligação de Amorim ao nó do IC5 54.993 596.262 894.393 1.490.656 1.013.646 8 . Amorim (área central) 3.719 40.323 60.485 100.808 68.550 9 . Beiriz (área central) 8.958 97.127 145.691 242.818 165.116 10 . 10.162.079 10.162.079 11 . Av. 25 de Abril 3.649.589 1.204.364 12 . Parque de Argivai(4) 1.717.454 566.760 13 . Aver-o-Mar (Rio Esteiro) 1.073.409 1.073.409 14 . Outras Zonas Verdes consideradas no PU 8.786.446 4.503.400 TOTAL 33.080.953 22.740.555 (1), para efeitos do cálculo dos custos de terreno considerou-se o valor de 11 €/m2;

(2), para efeito do cálculo dos custos das obras considerou-se 16 €/m2;

(3), admitiu-se que o M unicípio suportará 50% do valor do terreno e 80% do valor das obras, sendo o restante investimento suportado pelos

promoteores das operações urbanísticas, à excepção da Cidade, onde se considerou o investimento estimado no PU; (4), valores retirados do Plano de Urbanização com actualização de 10%;

Espaços verdes urbanos – Propostas e custos Fonte: CMPV – PDM2015 36

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A execução das propostas apontadas no Plano Diretor Municipal, tem vindo a ser gradualmente implementada. Verifica-se a que na área de aplicação do Plano de Urbanização da Póvoa de Varzim, foram já executados:

- Parque de merendas de Argivai;

- Parque da cidade – inaugurado em 2009, tem vindo a ser alvo de sucessivos melhoramentos, quer nos espaços, quer nos equipamentos (parque infantil, equipamentos de manutenção física, etc…)

- Reabilitação da Foz do Rio Esteiro;

No respeitante às zonas verdes associadas à Avenida 25 de Abril, e a outras consideradas no Plano de Urbanização da Póvoa de Varzim, o investimento municipal tem sido limitado, uma vez que grande parte destas áreas está associada às cedências relativas às operações urbanísticas na envolvente, que ainda não têm grande expressão.

Parque de merendas de Argivai Fonte: CMPV

No restante concelho foram já executados:

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- Parque Urbano de Rates;

- Parque Lúdico da Estela (Ribeira de São Tomé). Prevê-se também a recuperação da azenha e adaptação a Centro Interpretativo;

- Recuperação da Ribeira da Barranha, Aguçadoura e Navais;

Parque Lúdico da Estela Fonte: CMPV

Verifica-se que o previsto no Plano Diretor Municipal tem vindo a ser concretizado, estando já previstos investimentos para as freguesias de Beiriz – parque lúdico (entre outros), e Balasar, no âmbito da edificação do Santuário Eucarístico da Beata Alexandrina.

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7.1.2 Ocupação do Solo Urbanizável O Solo Urbanizável corresponde àquele onde se pretende seja implementado o crescimento urbano previsto para o período de vigência do PDM.

Espaços Urbanizáveis Fonte: CMPV – PDM2015

Para uma avaliação do grau de concretização destas áreas, apresentam-se no quadro abaixo, os processos urbanísticos submetidos à apreciação do Município da Póvoa de Varzim, desde a publicação do Plano Diretor Municipal.

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Foram submetidos 40 processos, dos quais 12 correspondem a legalizações, 3 correspondem a alterações e ou ampliações, 8 correspondem a Informações Prévias, 1 corresponde a obras de demolição, 1 corresponde a limpeza, e 1 a alteração de alvará de loteamento. Das 41 área definidas como Solo Urbanizável, em 20 não foram submetidos quaisquer processos urbanísticos, sendo que destas, 3 integram UOPG’s.

Urbanizável Processos Tipo de operação Classificação Freguesia

1 215/17 Alteração e ampliação R2/AE1/Espaço de Uso Especial e8 – Área a afetar à Estela feira UOPG n.º 1

2 383/19 Construção de armazém AE1 Estela

249/16 Legalização de armazém

592/17 Construção de armazém

3 0 R2 Estela

4 0 R1 Estela

5 637/15 Legalização e C3/ Espaço de Uso Especial e2 – Área a afetar a Estela licenciamento de escola básica, piscina, centro de dia, creche e centro instalações comunitário UOPG n.º 8

6 0 R1 Estela

7 297/16 Alterações R1 Estela

473/15 Legalização de construções

8 0 R2/R3 Navais

9 0 C3/UOPG n.º 7 Navais

10 0 AE2/R2 Aguçadoura

11 566/17 Aliteração e ampliação de R2 Estela moradia

12 80/16 Construção de edifício de R2 Estela apoio agrícola

44/19 Legalização de obras de ampliação e alteração

13 285/15 Legalização de ampliação AE1/UOPG n.º 2 Laúndos de exploração pecuária

443/16 Legalização de armazém

14 72/19 Construção de moradia R2 Laúndos

139/15 Construção de moradia / legalização de anexos

15 297/17 Construção de instalações R2 Laúndos agrícolas

803/18 Construção de moradia

16 0 R3/UOPG n.º9 Laúndos

17 43/18 Licença de demolição R2 Laúndos

804/18 Capacidade construtiva

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18 0 R1 Terroso

19 0 R2/UOPG n.º 2 Terroso

20 0 R2 Terroso

21 0 R2 Terroso

22 0 R2 Amorim

23 0 R2 Amorim

24 700/18 Legalização de moradia R2/UOPG n.º5 Beiriz

25 0 R2 Beiriz

26 0 R2 Beiriz

27 705/17 Informação prévia AE1/Espaço de Uso Especial b7 – Área afeta ao Beiriz Construção de Armazém Quartel de Paredes/UOPG n.º 3/C3

2/19 Construção de Armazém

753/15 Viabilidade de construção de um edifício industrial

50/18 Legalização de construção

637/18 legalização e licença de obras de ampliação de armazém

140/18 Informação prévia edificação de uma moradia unifamiliar

28 317/19 Construção de exploração R2 Beiriz pecuária com demolição

29 0 R1 Rates

30 650/18 Limpeza de terrenos R1 Rates

31 0 R2 Rates

32 23/15 Construção de moradia R3 UOPG n.º 10 Rates

33 0 R1 Rates

34 282/18 Construção de armazém AE1 Rates

44/18 Construção de edifício industrial

791/18 Viabilidade construtiva industria

618/18 Viabilidade construtiva industria

35 0 AE1 Rates

36 0 R3 Rates

37 312/18 Construção de moradia R2 Rates

38 1033/17 Legalização de alterações R1 Balasar de habitação e armazéns

39 467/17 Obras de legalização de Espaço de Uso Especial H6 – Área a afetar a grande Balasar exploração pecuária campo de jogos e a Lar da 3ª idade

612/18 Obras de legalização de exploração pecuária

40 273/19 Alteração Loteamento – Espaço de Uso Especial H8 – Área a afetar a Balasar Alvará 2/13 Santuário -

601/18 Viabilidade – Santuário Beata Alexandrina Balasar

718/17 Viabilidade – Santuário Beata Alexandrina Balasar

41 0 R1/R2 Balasar

41

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Processos de operações urbanísticas em Solo Urbanizável Fonte: CMPV

Decorridos cerca de 4 anos de vigência do Plano, verifica-se que os espaços urbanizáveis, têm vindo a ter uma expressão muito ténue, face à tendência expetável na estratégia do plano. Seja no reforço de centralidades, na oferta fundiária de terrenos para atividades económicas e para instalação de equipamentos. O tempo decorrido desde a publicação do Plano Diretor Municipal e a avaliação que este documento consubstancia, sendo curto, poderá impor revisão do modelo de ordenamento preconizado.

Não deixa de ser um dado interessante e pertinente, nomeadamente para os espaços urbanizáveis em que não se verificou nenhum procedimento de operação urbanística, ou naqueles que, programados, apenas têm operações residuais, de legalização, ou ampliação de edificações licenciadas em período anterior a 2015.

7.2 Solo Rural O solo rural destina-se ao desenvolvimento das funções produtivas diretamente ligadas ao setor primário e à conservação dos ecossistemas e valores naturais que compõem a estrutura ecológica rural e sustentam a integridade biofísica fundamental do território.

As ações de ocupação do solo rural têm visado essencialmente a exploração agrícola e pecuária, em linha com a predominância destas atividades nas respetivas Unidades Territoriais.

A classificação de espaços rurais, e dizem respeito a um território que se caracteriza por áreas de maior aptidão para as atividades agrícolas e pecuárias, áreas ocupadas por povoamentos florestais e áreas com vocação de uso florestal, áreas afetas à exploração de recursos geológicos, áreas destinadas a equipamentos, infraestruturas, ocupação turística ou outras ocupações compatíveis com o estatuto de solo rural, devendo garantir a sua qualificação.

Respeitante ao solo rural determinado na Planta de Ordenamento, este subdivide-se nas seguintes categorias de espaço:

- Espaços Agrícolas;

- Espaços Florestais;

- Espaços de uso múltiplo agrícola e florestal;

- Espaços naturais;

- Espaços afetos a atividades industriais;

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- Espaços destinados a equipamentos e infraestruturas;

- Espaços de ocupação turística.

Espaços Solo Urbano Solo Rural Categoria de Solo Canais Σ Sub-Total 488,7 0,0 0,0 488,7 % 100,0% 0,0% 0,0% 6,0% Espaços Centrais 0,0 107,8 0,0 107,8 % 0,0% 3,7% 0,0% 1,3% Espaços Residenciais 0,0 2068,6 0,0 2068,6 % 0,0% 71,5% 0,0% 25,2% Espaços de Actividades 0,0 273,6 0,0 273,6 Económicas % 0,0% 9,5% 0,0% 3,3% Espaços Verdes 0,0 207,5 0,0 207,5 % 0,0% 7,2% 0,0% 2,5% Espaços de Uso Especial 0,0 235,1 0,0 235,1 % 0,0% 8,1% 0,0% 2,9% Sub-Total 0,0 2892,6 0,0 2892,6

% 0,0% 100,0% 0,0% 35,3% Espaços Agrícolas 0,0 0,0 784,6 784,6 % 0,0% 0,0% 16,3% 9,6% Espaços de Uso M últiplo 0,0 0,0 2740,3 2740,3 Agrícola e Florestal % 0,0% 0,0% 56,8% 33,4% Espaços Florestais 0,0 0,0 994,6 994,6 % 0,0% 0,0% 20,6% 12,1% Espaços destinados a Equipamentos 0,0 0,0 96,2 96,2 e Outras Estruturas % 0,0% 0,0% 2,0% 1,2% Espaços Naturais 0,0 0,0 98,5 98,5 % 0,0% 0,0% 2,0% 1,2% Espaços Afectos a 0,0 0,0 19,3 19,3 Actividades Industriais % 0,0% 0,0% 0,4% 0,2% Espaços de Ocupação Turística 0,0 0,0 90,6 90,6 % 0,0% 0,0% 1,9% 1,1% Sub-Total 0,0 0,0 4824,1 4824,1 % 0,0% 0,0% 100,0% 58,8% Total 488,7 2892,6 4824,1 8205,4 % 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Áreas do Concelho, por Classes e Categorias de Solo (em ha) Fonte: CMPV – PDM2015

É de notar que o município da Póvoa de Varzim possui uma porção de território significativa afeta ao solo rural (58,80 %), com uma forte expressividade para os espaços de Uso Múltiplo Agrícola e Florestal, que ocupam 2740,30 hectares do solo, representando 33,40 % da ocupação do território, evidenciando assim, a preocupação do município na valorização dos recursos inerentes ao solo rural, nomeadamente do sistema campo e bouça, correspondendo à base tradicional local da atividade agrícola e florestal. 43

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A floresta distribui-se principalmente nas áreas mais declivosas do Concelho, sendo mais importante nas freguesias de Rates, Balasar e Laúndos onde tem uma expressão significativa também nas áreas plana. De acordo com os dados, a importância económica da floresta no Concelho é reduzida, assumindo, contudo, um papel no equilíbrio ecológico e escoamento da matéria orgânica.

A atividade florestal assenta sobretudo em povoamentos de eucalipto e em povoamentos mistos de pinheiro e eucalipto havendo ainda alguns povoamentos puros de pinheiro. A divisão da propriedade não facilita uma gestão mais otimizada do recurso.

O Plano Diretor Municipal em vigor defende uma gestão das áreas de floresta em estrutura ecológica que valorize a complementaridade entre as funções de produção e conservação. No caso particular do Monte de São Félix, entende-se que este espaço tem também uma outra importante função a desempenhar sob o ponto de vista do recreio, sendo um local privilegiado de alternativa ao litoral para o recreio sendo uma marca de distinção da paisagem do Concelho.

As orientações definidas pelo Plano foram:

- O desenvolvimento de um estudo de valorização paisagística do Monte de São Félix, potenciando a sua integração na rede de percursos lúdicos proposta para o Concelho.

- A integração de um modelo de gestão conservacionista, nomeadamente privilegiando espécies autóctones, nas áreas de floresta em estrutura ecológica.

- A elaboração de um programa de qualificação e gestão, que igualmente valorize a multifuncionalidade das partes do Concelho em floresta em áreas planas.

O período em avaliação é ainda curto para aferir a concretização destas linhas orientadoras em operações materiais com impacto territorial.

Os Espaços de Uso Múltiplo Agrícola e Florestal e os Espaços Florestais, num total de 3734,90 Há (45,5%) do território do Concelho, deverão ser atualizados nas regras e disposições estabelecidas pelo Plano Diretor Municipal decorrentes do PROF de Entre Douro e Minho que condicionem a ocupação, uso e transformação do solo nos espaços florestais, uma vez que estas são obrigatoriamente integradas nos planos territoriais de âmbito municipal, importando avaliar as oportunidades eventualmente potenciadas pelo PROF para o sector florestal no Concelho e assegurar um correto contributo deste património local.

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7.2.1 Condicionantes – RAN e REN Sobre o território do município estão presentes servidões e restrições de utilidade pública, representadas na Planta de Condicionantes do PDM, constituindo a Reserva Agrícola Nacional e a Reserva Ecológica Nacional duas das mais importantes e representativas no território municipal.

A Reserva Agrícola Nacional (RAN), de acordo com o Decreto-Lei n.º 199/2015, de 16 de setembro, que procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de março, aprova o regime jurídico da RAN e constitui um instrumento de disponibilização do solo agrícola para os agricultores e contribui para a fixação da população ativa na agricultura, para a valorização da paisagem, para o melhoramento da estrutura fundiária e para o fomento da agricultura familiar.

No concelho da Póvoa de Varzim as áreas de solos afetos à RAN, correspondem aos solos mais produtivos e com boa aptidão agrícola, localizados essencialmente ao longo dos principais cursos de água.

A área de RAN, desde a sua primeira publicação, sofreu apenas uma alteração, consubstanciada na correção material ao Plano Diretor Municipal publicada pelo Aviso (extrato) n.º 1500/2018 de 31 de janeiro.

A suspensão parcial do Plano Diretor Municipal (Aviso n.º 11232/2018, de 14 de agosto de 2018) por razão do Santuário Eucarístico da Beata Alexandrina, em Balasar poderá implicar a análise atenta da convivência do solo afeto à Reserva Agrícola Nacional e as ocupações relacionadas com a expetada dinâmica associada ao fenómeno religioso.

O Decreto-Lei n.º 239/2012, de 2 de novembro, procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto, e estabelece o Regime Jurídico da Reserva Ecológica Nacional (REN).

A REN é uma estrutura biofísica que integra o conjunto das áreas que, pelo valor e sensibilidade ecológicos ou pela exposição e suscetibilidade perante riscos naturais, são objeto de proteção especial.

Por outro lado, a REN é uma restrição de utilidade pública, à qual se aplica um regime territorial especial que estabelece um conjunto de condicionamentos à ocupação, uso e transformação do solo, identificando os usos e as ações compatíveis com os objetivos desse regime nos vários tipos de áreas.

A Portaria n.º 419/2012, de 20 de dezembro, procede à definição das condições e requisitos a que ficam sujeitos os usos e ações compatíveis com o regime da REN.

A delimitação da REN da Póvoa de Varzim foi publicada em Diário da República pela Portaria n.º 330/2015, de 5 de outubro, procedimento que ocorreu em simultâneo com a revisão do PDM.

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Em 2017, a Câmara Municipal de Póvoa de Varzim apresentou, nos termos do disposto no artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto, na redação dada pelo Decreto-Lei n.º 239/2012, de 2 de novembro, uma proposta de correção material da delimitação da REN, tendo em consideração que, por lapso, a área de implantação da Estalagem de Santo André, em Aver-o-Mar não foi excluída da REN aquando da sua publicação, constatando-se que esta estalagem já se encontra instalada e a laborar neste espaço desde 1995, conforme se atesta pelo alvará de licença de utilização n.º 136-A/95, correspondendo à exclusão C11 identificada na folha C da carta da REN do município. Esta alteração foi publicada pelo aviso n.º 13357/2017, de 9 de novembro, e vertida na correção material ao Plano Diretor Municipal publicada pelo Aviso (extrato) n.º 1500/2018 de 31 de janeiro.

Em 2019, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim apresentou, nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto, na redação dada pelo Decreto-Lei n.º 239/2012, de 2 de novembro, uma proposta de alteração da delimitação da REN para o município, a qual prevê uma nova exclusão (E24). Esta alteração foi decorrente de pretensão de legalização e ampliação de instalações que servem a atividade de preparação dos locais de construção (CAE 43120) e reparação e manutenção de máquinas (CAE33120) no âmbito do Regime Extraordinário de Regularização das Atividades Económicas. Esta alteração ainda não foi publicada.

Também em 2019, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim apresentou, nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 19.º do Regime Jurídico da Reserva Ecológica Nacional, uma proposta de correção material á delimitação da REN, decorrente da verificação (no âmbito de um pedido de licença/legalização de obras de ampliação e remodelação de posto de abastecimento de combustíveis) da existência de um leito de curso de água que, apesar de entubado, integra a REN, colocando a pretensão na tipologia Zonas Ameaçadas pelas Cheias. Esta correção material ainda não foi publicada.

A planta da delimitação da REN do município é constituída pelas tipologias: ilhas, ilhéus e rochedos imersos no mar, praias, dunas litorais, leitos dos cursos de água, zonas ameaçadas pelas cheias, áreas de máxima infiltração, cabeceiras das linhas de água e áreas com risco de erosão.

7.3 Solo Rural e Solo Urbano Na qualificação funcional do solo foram consideradas, para além das categorias e subcategorias de espaços afetas ao solo rural ou ao solo urbano, aqueles espaços que poderão corresponder a categorias e subcategorias de espaços diferenciados (rurais ou urbanos), nomeadamente os espaços afetos às redes estruturantes, denominados Espaços Canais.

Os espaços canais integram a rede rodoviária constituída por:

- Auto-estradas;

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- Vias Primárias;

- Vias secundárias;

- Vias terciárias;

- Outros arruamentos;

- Percursos lúdicos;

- Ferrovia.

Estes espaços correspondem não só à classificação da rede existente, como também ao estabelecimento de propostas com vista à estruturação global do território através das vias que os atravessam e ao estabelecimento de malhas, com detalhe, no interior de cada perímetro urbano.

7.3.1 Rede Viária Em concreto, a rede viária proposta considera as vias de âmbito nacional - Autoestradas – e abrange as vias primárias, secundárias e terciárias. A hierarquia viária adotada decorre do grau de mobilidade desejável para cada uma das vias, decrescendo das primárias para as terciárias.

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Extensão Área Custo (€) Inv. M un. (hip.) Troço Espaço ml m2 Terreno (4) Obras (5) Total % € Vias Primárias (1) 1 . Variante às Fontaínhas urbano/rural 500 8.800 95.414 468.939 564.353 rural 1.700 24.310 263.581 1.428.501 1.692.082 (7) 2 . Nó do IC5 — Fontaínhas rural 2.900 41.470 449.639 2.436.854 2.886.493 urbano/rural 1.000 17.600 190.828 937.877 1.128.705 100 1.128.705 3 . Variante a Amorim rural 1.100 19.360 209.911 1.031.665 1.241.576 100 1.512.639 passagem desnivelada — — — — 271.063 4 . Fontaínhas — Laundos rural (8) 2800+4000 40.040 434.134 4.350.558 4.784.692 100 4.784.692 5 . Nó do IC1 — Estela (N13) rural 1.500 21.450 232.572 1.260.442 1.493.014 100 1.493.014 6 . Ligação de Amorim ao nó do IC5 urbano/rural 2.500 44.000 477.071 2.344.693 2.821.764 100 2.821.764 7 . Avenida 25 de Abril(6) 2.743.155 100 2.743.155 Vias Secundárias (2) 8 . Ligação de Amorim a Terroso urbano/rural 1.100 17.545 190.232 1.598.186 1.788.418 50 894.209 9 . EN13 - EM 501(6) 2.355.536 50 1.177.768 Variante a Aguçadoura urbano/rural 2.800 44.660 484.227 4.068.110 4.552.337 50 2.276.168 10 . Variante na Estela rural 1.010 13.332 144.552 1.138.897 1.283.450 100 1.283.450 11 . Prolongamento da Av. M ouzinho(6) 3.201.143 50 1.600.572 Vias Terciárias (3) 12 . Variante Norte a Rates rural 400 5.060 54.863 435.869 490.732 100 490.732 13 . Ligação Norte/Sul em Amorim rural 650 8.223 89.153 708.287 797.440 100 797.440 TOTAL 34.095.953 23.004.307

(1), perfis considerados: espaço urbano/rural: 16,0m (3,0 + 0,5 + 2,5 + 7,0 + 2,5 + 0,5), espaço rural: 13,0m (0,5 + 2,5 + 7,0 + 2,5 + 0,5);

(2), perfis considerados: espaço urbano/rural: 14,5m (2,5 + 0,5 + 2,25 + 6,5 + 2,25 + 0,5), espaço rural: 12,0m (0,5 + 2,25 + 6,5 + 2,25 + 0,5), espaço urbano: 17,0m (3,0 + 2,25 + 6,5 + 2,25 + 3,0);

(3), perfis considerados: espaço rural: 11,5m (0,5 + 2,25 + 6,0 + 2,25 + 0,5);

(4), para efeitos do cálculo dos custos de terreno considerou-se o valor de 11 €/m2;

(5), para efeitos do cálculo dos custos das vias consideraram-se os seguintes custos unitários:

Vias primárias: espaço urbano/rural - 938 €/ml, espaço rural - 840 €/ml,

Vias secundárias: espaço urbano -1832 €/ml, espaço urbano/rural - 1453 €/ml, espaço rural - 1128 €/ml,

vias terciárias: espaço rural - 1090 €/ml;

(6), vias da Cidade, custos assumidos no PU, majorados de 10% ; (7), variantes em troços sob responsbilidade do IEP;

Rede viária – Propostas e Custos Fonte: CMPV – PDM2015

No que respeita à rede primária:

– Sendo que a via existente – ER206 – atravessa o núcleo urbano das Fontaínhas, penalizando a vivência urbana e estando sujeita a estrangulamentos, propõs-se a construção de um troço alternativo, proporcionando fluidez ao tráfego de atravessamento e permitindo que o troço existente desempenhasse funções urbanas estruturantes;

– Propôs-se a criação de um eixo de ligação litoral/interior integrando dois ramos: da EN13 à ER206, potenciando o nó do IC1 (em Laúndos) e utilizando a atual “via panorâmica”; da ER206 ao IC5, em nó a criar próximo a Balasar, tal eixo garantiria acesso e articulação entre as zonas industriais de Estela, Laúndos e de Rates;

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– Propôs-se, ainda, a construção de uma outra nova via, que potenciasse o atual nó do IC5 e estruturasse o Conjunto Urbano-Rural que integra Beiriz; o traçado proposto permitiria uma fácil ligação à ER205.

Da rede secundária salientam-se:

– A ligação entre a Cidade e a EN13 (na Estela) no nó da via de ligação ao IC1, assente na EM501, e prevendo a construção de novos troços, um entre Aver-o-Mar e o norte de Aguçadoura e o outro entre a EM501 e o referido nó;

– Um eixo estruturante da Cidade, ligando a Avenida Mouzinho de Albuquerque à ER206;

– Um eixo desde o Conjunto Urbano-Rural que integra Beiriz e a ligação Laúndos-Rates.

Com a rede terciária, a qual integra troços existentes e a construção de muitos outros, pretende- se garantir o acesso às áreas urbanas, a sua estruturação interna e a constituição de uma malha que, como já referido, potencie e organize a expansão urbana.

Extensão Área Custo (€) Inv. Mun. (hip.) Troços Espaço Terreno Obras Total (ml) (m2) (2) (3) (€) Vias Terciárias (1) 1 Estela urbano/rural 600 8910 96.607 829.452 926.059 463.029 rural 140 1771 19.202 152.554 171.756 171.756 2 urbano/rural 250 3713 40.258 345.605 385.863 192.932 3 urbano 480 7656 83.010 791.070 874.080 437.040 4 Navais urbano 600 9570 103.763 988.837 1.092.600 546.300 5 Laundos urbano/rural 1140 16929 183.553 1.575.959 1.759.512 1.319.634 6 Variante Norte a Rates urbano/rural 560 8316 90.166 774.155 864.322 648.241 7 Variante em Rates c/ ligação às Fontaínhas urbano 970 15472 167.755 1.598.620 1.766.375(4) 529.913 8 Acesso Norte a Balasar rural 410 5187 56.240 446.766 503.006 503.006 9 Terroso urbano 430 6859 74.369 708.667 783.035 0 10 Variante Norte a Amorim urbano 320 5104 55.340 527.380 582.720 0 urbano/rural 250 3713 40.258 345.605 385.863 192.932 11 Continuação da ER205 em Amorim urbano 510 8135 88.204 840.511 928.715 278.615 12 Ligação Nascente/Poente em Amorim urbano 680 10846 117.598 1.120.682 1.238.280 123.828 13 Variante ao Quartel em Amorim urbano/rural 1010 14999 162.627 1.396.244 1.558.871 467.661 14 Prol. da Av. Rep. dos Poveiros 4.038.836 2.019.418 15 Prol. da EM 523 2.190.187 1.095.094 16 Ligação da Via C a Beiriz(5) 845.71650% 422.858 17 R. de S. Brás - R. dos Pescadores 845.716 422.858 18 En 206 - Ligação ao Hospital 3.203.962 1.601.981 TOTAL 24.945.475 11.437.095 (1), perfis considerados: espaço urbano/rural: 13,5m (2,0+0,5+2,25+6,0+2,25+0,5), espaço urbano: 14,5m (2,0+2,25+6,0+2,25+2,0), espaço rural: 11,5m (0,5+0,5+2,25+6,0+2,25+0,5); (2), para efeito do cálculo do s custos de terreno considerou-se o valor de 11 €/m2,

(3), para efeito do cálculo do s custos das vias consideraram-se os seguintes custo unitário s: espaço urbano - 1648 €/ml, espaço urbano/rural - 1382 €/ml, espaçorural - 1090 €/ml; (4), considero u-se que são realizadas: por particulares quando marginadas por construção de ambos os lado; pelo município quando não tenha construção e; 50% por cada na situação intermédia; (5), perfis co nsiderados no PU e respectivos custos majorados com 10%, excluindo vias considerados no PDM como primárias ou secundárias.

Vias Terciárias em percursos urbanos – Propostas e custos Fonte: CMPV – PDM2015

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Analisando a execução, ou a previsão da execução da rede viária proposta pelo Plano Diretor Municipal, verifica-se que, no que respeita à rede primária e à rede secundária, a proposta inclui troços cuja responsabilidade de execução não é apenas do município – veja-se a Variante às Fontaínhas por exemplo – sendo das respetivas entidades de tutela (I.P., concessionárias, etc…). No entanto verifica-se que o Município, essas entidades, e mesmo os particulares que poderiam ter interesse na concretização das infraestruturas viárias em função da capacidade construtiva potencial em contexto urbano, ainda não manifestaram sinais de mobilização no sentido da sua execução.

No entanto, no respeitante à rede primária, há a salientar a Avenida 25 de Abril e o seu prolongamento, estando já em processo de concretização liderado pelo Município (projeto, negociação e investimento), encontra-se na fase de projeto de execução, e decorrem as negociações dos terrenos, prevendo-se o lançamento do concurso de empreitada para o próximo ano. Refira-se que a Avenida 25 de Abril se insere na área de aplicação do Plano de Urbanização da Póvoa de Varzim, tendo motivado o seu traçado (e o desenvolvimento do projeto) a sua alteração recentemente aprovada – Sessão ordinária da Assembleia Municipal de 18 de outubro de 2019.

A construção do Santuário Eucarístico – Beata Alexandrina em Balasar – Espaço de Uso Especial – Equipamentos ou infraestruturas estruturantes - h8 em Balasar, vem acrescentar novos possíveis cenários no que concerne à rede viária.

Estando já previsto no Plano o nó viário do IC5/A7, de modo que estabeleça a acessibilidade preferencial ao santuário (e às Fontainhas), reforça-se a necessidade de reformular todo o sistema de acessibilidades a Balasar, quer pela ER 206, quer através do IC5/A7, considerando a própria relocalização do nó viário proposto na atual versão do PDM.

Este facto fundamenta uma revisão das prioridades de investimento do Município, colocando em 1º plano a execução das propostas para a rede primária e secundária na envolvente a Balasar/Fontainhas. A concessionária do IC5/A7 já está a colaborar com o Município na definição da estrutura viária, nomeadamente no desenho e localização do nó da Autoestrada.

Quanto às propostas apresentadas para a rede terciária, a sua materialização ainda é muito insipiente na medida em que grande parte dos troços propostos dependem de investimento particular, a concretizar em operações de loteamento na grande maioria.

Num cenário em que, de acordo com as informações dos serviços do Município, a emissão de alvarás de loteamento é residual (em 2018 apenas foi emitido um alvará, e até ao 3º trimestre de 2019 foram emitidos 2 alvarás), o Município priorizou e tem em curso o projeto do prolongamento da Avenida Repatriamento dos Poveiros, inserida em área de aplicação do Plano de Urbanização da Póvoa de Varzim.

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Também no caso deste eixo viário já se iniciaram as negociações com os particulares proprietários dos terrenos, prevendo-se a execução da via a médio prazo.

Pode concluir-se que o disposto no Plano Diretor Municipal para a rede viária, genericamente, traduz o modelo de ordenamento preconizado no documento. Decorridos apenas 4 anos da entrada em vigor do documento, e atento o contexto económico e a sua evolução desde 2015, parece extemporâneo questionar todo o modelo, podendo a revisão do PDM reequacionar propostas pontuais sem afetar o desenho de forma estrutural.

O município já está a concretizar uma das propostas de via primária, Avenida 25 de Abril, e uma das propostas para as vias terciárias, o prolongamento da Avenida Repatriamento dos Poveiros, que serão estruturais e estruturantes, potenciando e organizando a expansão urbana a Norte da Cidade, e promovendo o desvio do tráfego para circulação periférica/tangente ao centro urbano, apostando na melhoria significativa da mobilidade interna.

No contexto do acesso às áreas urbanas e da sua estruturação interna, há a acrescentar as seguintes obras em execução ou já executadas desde 2015:

- Pavimentação da Rua de Agrelos, Balasar;

- Pavimentação da Rua Padre Lino da Silva Araújo, Balasar;

- Reabilitação da passagem superior na Rua do Bonfim;

- Pavimentação de arruamentos em Rates;

- Pavimentação avenida Santos Graça, Póvoa de Varzim;

- Estruturação do Corredor Urbano Rua José Régio e Envolvente ao MAPADI (Ação Mob. 07 do PEDU)

- Requalificação do pavimento da EM501 entre Aver-o-Mar e Aguçadoura;

- Requalificação de pavimentos em Rates e em Balasar;

- Requalificação da Rua dos Maiatos, Laúndos;

- Requalificação da travessa Celestino Sá Eiras, Laúndos;

- Pavimentação Rua Celestino Sá Eiras, Laúndos;

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- Alargamento da Rua do Alto da Pedra, Estela;

- Arranjo Urbanístico do largo do Bom Sucesso de Argivai;

- Requalificação do pavimento da Avenida repatriamento dos Poveiros.

7.3.2 Percursos Lúdicos

Extensão ÁreaCusto (€) Inv. M un. (hip.) PERCURSOS ml m2 Terreno (1) Obras (2) Total € Balasar — Amorim 1 . Balasar — Telo 1.700 10.200 110.594 130.869 241.463 241.463 2 . Telo — Rates 3.500(3) 269.436 269.436 269.436 3 . Rates — Laundos 6.200(3) 477.287 477.287 477.287 4 . •L16-L9 3.600(3) 277.135 277.135 277.135 Terroso — Cidade 5 . Terroso — Amorim 1.700(4) 55.297 55.297 55.297 6 . Amorim — Lg. das dores(5) 1.192.405 593.953 7 . Amorim — Parque da Cidade 2.300 13.800 149.627 177.058 326.685 326.685 8 Parque da Cidade — M arginal(5) 500.924 166.975 Terroso — Vila do Conde (Aqueduto) 9 . Terroso — IC1 3.400 20.400 221.187 261.738 482.925 482.925 10 . Aqueduto (IC1 — Vila do Conde)(5) 1.013.775 333.949 Laundos (Campo de Tiro) — Campo de Golf 11 . Campo de Tiro — L16 (Laundos) 1.700 10.200 110.594 119.593 230.187 230.187 12 . L16 (Laundos) — Campo de Golf 1.950 6.630 71.886 116.286 188.172 188.172 Outros percursos 13 . Campo de Golf — Foz da Ribeira da Barranha 2.850 9.690 105.064 169.956 275.020 275.020 14 . Terroso — Rates 5.500 18.700 202.755 327.986 530.741 530.741 Total 6.061.452 4.449.225

(1), para efeitos do cálculo dos custos de terreno considerou-se o valor de 11 €/m2;

(2), para efeitos do cálculo o custo unitário dos percursos lúdicos é de 71,00€/m, à excepção dos percursos 12,13,14, cujo valor é de 55,00€/m; (3), o percurso desenvolver-se-á sobre o canal ferroviário desactivado;

(4), a intervenção neste percurso será apenas ao nível da rectificação do caminho existente pelo que se estima um custo unitário de 10 €/m2; (5), percursos na Cidade, custos assumidos no PU, majorados de 10%.

Percursos lúdicos – Propostas e custos Fonte: CMPV – PDM2015

Foi proposta a criação de uma rede de percursos lúdicos, ligando as diferentes “partes” do Concelho. Esta rede destina-se, essencialmente, a usos pedonais, velocipédicos ou equestres e, por isso, implanta-se maioritariamente em áreas planas. Visava-se a criação de uma rede de lazer e de turismo unificadora e qualificadora do Concelho:

- Atravessando solo rural, quase sempre com interesse paisagístico, e solo urbano, preferencialmente o centro das povoações, e assim estabelecendo inter-relação entre essas classes de espaço;

- Integrando, naturalmente, a estrutura ecológica municipal, e assim potenciando relações de contacto e conhecimento com os valores ambientais e paisagísticos locais, incluindo os da orla costeira;

- Aproveitando o potencial e sublinhando a identidade de cada local.

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Esta rede desenhou-se estrategicamente pontuada por alargamentos e equipamentos diversificados. Tais polos correspondem aos próprios centros das povoações, a equipamentos desportivos, a empreendimentos turísticos, a miradouros e/ou a serviços de apoio direto aos percursos.

A execução das propostas apresentadas tem já alguma expressão. No âmbito da execução do previsto no Plano de Ação de Mobilidade Urbana Sustentável, o Município elencou na Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) vários eixos clicáveis (Mobilidade urbana) coincidentes com a Rede de Percursos Lúdicos desenhada pelo PDM.

Desta forma o acesso a financiamento e comparticipação resultou na execução de vários troços cujo impacto territorial é definitivamente positivo. De facto, desde 2016 que vêm sendo concretizadas ciclovias da cidade para o interior do concelho, e passadiços da cidade para Norte do Concelho.

Localização das ações/ intervenções previstas no âmbito da mobilidade urbana sustentável Fonte: CMPV – PEDU2020 – Póvoa de Varzim

Obras executadas ou execução:

- Da escola de ao Centro Cívico (Mob.05);

- Do centro da Cidade a Balasar (Mob. 06);

- Do Parque da cidade à Marginal (Mob. 04);

- Via circular da Cidade (Mob. 03);

- Da zona das escolas à Marginal (Mob. 01). 53

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- Passadiço - Campo de Golf – Foz da Ribeira da Barranha

- Passadiço - Requalificação da frente marítima do litoral Norte – Quião/Santo André

- Passadiço - Requalificação da frente marítima do litoral Norte – Aver-o-Mar, Aguçadoura e Estela

É importante salientar que parte destes percursos utilizam o corredor da ecovia libertada pela antiga via férrea Póvoa – Famalicão, já devidamente integrada na rede de ciclovias/percursos pedonais, previstos na ação Mob. 06 do PEDU - do centro da cidade a Balasar.

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7.3.3 Infraestruturas

Abastecimento de água

Todo o Concelho é abastecido a partir de uma captação existente no Rio Cávado, em Areias de Vilar, no Concelho de Barcelos. A gestão em alta, com a captação, o tratamento, e a adução da água até aos reservatórios de entrega ao Município da Póvoa de Varzim, é da responsabilidade da empresa Águas do Norte S.A.

Em 2015, à data de publicação do Plano Diretor Municipal da Póvoa de Varzim, o Concelho encontrava-se quase todo servido pela rede de distribuição de água (taxa de cobertura de 95%). Atualmente, o Concelho encontra-se praticamente todo servido pela rede de distribuição de água, com uma extensão de 416,8 km, abrangendo uma cobertura populacional de 98,0 %.

A rede de Abastecimento de Água, em baixa, é integralmente gerida pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, que recebe a água da empresa Águas do Norte S.A. através de quatro pontos de entrega (reservatórios). Para a melhoria do serviço de distribuição de água deverá ainda ser construído um novo reservatório de regularização na freguesia de Laúndos, na proximidade do Parque Industrial.

As áreas urbanas existentes já estão servidas de redes locais de distribuição de água. Prevê-se que as futuras expansões sejam custeadas pelos respetivos loteadores.

Saneamento de Águas Residuais Urbanas

Na mesma data, ao nível do saneamento, já estavam servidas pela rede de águas residuais as freguesias da Póvoa de Varzim, Aver-o-Mar, Argivai, Amorim, Beiriz, Terroso, Aguçadoura e Navais. Atualmente são também servidas as freguesias de Estela e Rates, e as áreas de maior densidade populacional das freguesias de Balasar e Laúndos.

Todas as águas residuais urbanas são concentradas numa Estação Elevatória localizada junto ao molhe sul do porto da Póvoa de Varzim, onde afluem também as águas residuais do Concelho vizinho de Vila do Conde, sendo posteriormente conduzidos até à ETAR do AVE, na freguesia de Tougues, em Vila do Conde, cuja gestão pertence à empresa Multimunicipal Águas do Norte, S.A.

Para a melhoria do serviço desta infraestrutura será ainda necessário a construção das redes para além dos núcleos de maior densidade populacional, nas freguesias de Balasar, Laúndos e respetivos intercetores.

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Concluindo-se a instalação total da rede nas áreas urbanas existentes, prevê-se que as futuras expansões sejam custeadas pelos respetivos loteadores.

Freguesia Obras previstas Extensão ml Obras executadas Obras planeadas Taxa de PDM 2015 (2015-2019) execução Balasar Instalação de coletor 10.600 6.700 3.900 63 % Balasar - Fontaínhas Instalação de coletor 5.000 0 5.000 0 % Rates Instalação de coletor 5.200 5.200 0 100 % Laúndos Instalação de coletor 14.900 2.378 12.522 16 % Construção de EE’s Estela Instalação de coletor 12.700 12.700 0 100% Construção de EE’s Taxa de execução da Rede de saneamento de águas residuais ur banas Fonte: CMPV

Rede Elétrica

A distribuição de energia elétrica ao concelho da Póvoa de Varzim está a cargo do Centro de distribuição da EDP da Área de Rede Minho.

O abastecimento ao concelho é feito a partir da subestação de Beiriz. As freguesias de S. Pedro de Rates e Balasar são abastecidas a partir de Vila do Conde (a qual também é abastecida a partir de Beiriz).

Até estas subestações as linhas têm uma tensão nominal de 60 KV, destas derivando linhas em tensão média de 15 KV.

À data da publicação do Plano Diretor Municipal não se apontavam deficiências à capacidade instalada de abastecimento de energia elétrica ao concelho e, segundo os elementos recebidos, a capacidade projetada seria suficiente para a população prevista no horizonte do PDM.

Nesse contexto, o Plano sugeria algumas alterações à rede por motivos de segurança, propondo genericamente o desvio das linhas de 60 kv nos atravessamentos de zonas urbanas, aproveitando outras faixas de proteção, nomeadamente de eixos viários.

Não foi ainda executado qualquer desvio das linhas de 60 kv, pelo que a orientação de 2015 se mantém.

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Rede de Gás

A Póvoa de Varzim é já servida pela rede de gás natural, nomeadamente na Cidade.

Tendo sido uma prioridade, segundo a Portgás, o abastecimento da zona da cidade a Poente da EN13, servindo-se da conduta implantada nesta via e dando-lhe continuidade até ao troço poente da Avenida Mouzinho de Albuquerque, ligando à conduta instalada na Rua Latino Coelho, e pela novamente até à EN13, verifica-se que esta já foi executada.

Também se verifica que a rede de gás natural se estendeu para toda a área a nascente da EN13, até à Avenida 25 de Abril. A expansão prevista já se concretizou a Norte da Cidade (Aver-o-Mar, Aguçadoura e Estela), e a Nascente já cobre a freguesia de Beiriz.

Atendendo às vantagens do gás natural relativamente a outros combustíveis, nomeadamente de ordem ambiental, é expectável o incentivo à sua utilização e consequente aumento da procura nos próximos anos.

Será fundamental, em prol da competitividade da oferta de condições à fixação de atividades económicas, dotar as respetivas Zonas Industriais desta infraestrutura, bem como será fundamental continuar a expandir a rede a toda a população do concelho.

Pelo que, será necessário um grande esforço de coordenação entre a autarquia, concessionária da rede e os diversos promotores, no sentido de dotar os eixos viários que servem os Espaços de Actividades Económicas, e todos aqueles em solo urbanizado, ou programado, à medida que vão sendo intervencionados ou construídos, com as infraestruturas necessárias ao fornecimento deste bem aos cidadãos.

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8. Reabilitação Urbana A reabilitação urbana assume-se hoje como uma componente da política das cidades e da política de habitação, na medida em que nela convergem os objetivos de requalificação e revitalização das cidades, em particular das suas áreas mais degradadas, e de qualificação do parque habitacional, procurando-se um funcionamento globalmente mais harmonioso e sustentável das cidades e a promoção, para todos, de uma habitação condigna.

A delimitação de Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) encontra-se prevista pelo Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU), aprovado pelo DL nº 307/2009, de 23 de outubro, alterado e republicado pela Lei nº 32/2012, de 14 de agosto.

De acordo com o referido diploma legal, uma ARU consiste numa “área territorialmente delimitada que, em virtude da insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, designadamente no que se refere às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou salubridade, justifique uma intervenção integrada, através de uma operação de reabilitação urbana aprovada em instrumento próprio ou em plano de pormenor de reabilitação urbana”.

O município da Póvoa de Varzim delimitou três Áreas de Reabilitação Urbana, não estando inseridas no Plano Diretor Municipal, visto terem sido aprovadas logo após a sua publicação (Aviso n.º 11354/2015, de 5 de outubro) dotando determinadas áreas prioritárias do território de uma estratégia para a reabilitação urbana.

Na sequência da publicação das ARU1 – Cidade, ARU2 – Bairro da Matriz/Praça do Almada e ARU3 – Núcleo Antigo de Terroso, o município avançou para a elaboração das respetivas Operações de Reabilitação Urbana (ORU) no âmbito do Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU - Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, na redação dada pela Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto), desenvolvendo os respetivos Programas Estratégicos de Reabilitação Urbana (PERU).

As ORU’s da Póvoa de Varzim são Operações de Reabilitação Urbana Sistemática, que se dirigem à reabilitação do edificado e à qualificação das infraestruturas, dos equipamentos e dos espaços verdes e urbanos de utilização coletiva, com os objetivos de requalificar e revitalizar o tecido urbano.

Com este instrumento, o Município da Póvoa de Varzim, não só definiu uma estratégia de intervenção que integra planos e ações concretos, como também estabeleceu as condições para garantir o acesso aos instrumentos de financiamento do ciclo de programação de fundos estruturais 2014-2020 (Quadro Estratégico Comum), o acesso a ofertas de financiamento dedicados à reabilitação, com especial relevância as geridas pelo IFFRU 2020 – Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização

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Urbanas, e o acesso de qualquer entidade, singular ou coletiva, pública ou privada, desde que inserida nestas áreas, ao conjunto de incentivos e benefícios fiscais previstos na legislação nacional para ações de reabilitação em Área de Reabilitação Urbana.

Na medida em que as Áreas de Reabilitação Urbana, e mais genericamente, a política do município associada à reabilitação, têm expressão territorial com impacto no modelo de ordenamento preconizado pelo Plano Diretor Municipal, considera-se que uma alteração ou revisão dos Instrumentos de Gestão Territorial Municipais, deverá considerar esta temática no seu desenvolvimento.

Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) da Póvoa de Varzim Fonte: CMPV

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9. Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim tem vindo a desenvolver ações no sentido de alcançar uma maior sustentabilidade energética e ambiental. A necessidade de intervenção face ás alterações climáticas, no sentido da adaptação local, é fundamental, e é encarada como matéria prioritária, pela inevitabilidade que os seus impactos produzem e continuarão a produzir no território.

Ao nível do município da Póvoa de Varzim, as projeções climáticas para o território apontam para uma potencial diminuição da precipitação total anual e para um potencial aumento das temperaturas, em particular das máximas, intensificando a ocorrência de Verões mais quentes e secos, um aumento da frequência de ondas de calor e a ocorrência de fenómenos extremos com eventos de precipitação intensa e/ou muito intensa.

Os efeitos das alterações climáticas podem ser particularmente sentidos nas zonas costeiras. O aumento do nível do mar altera a forma das linhas costeiras, contribui para a erosão costeira e pode provocar inundações e maior intrusão subterrânea de água salgada.

A ocorrência de agitação marítima mais extrema pode trazer impactos significativos no setor da pesca, relevante a nível municipal, e do turismo com consequências a nível económico em geral. Estas alterações poderão implicar um conjunto de impactes sobre a região e sobre os sistemas naturais e humanos.

Torna-se por isso fundamental analisar, desenvolver e implementar um conjunto de opções de adaptação que permitam responder de forma eficaz e célere aos potenciais impactes das alterações climáticas, bem como, identificar as potenciais oportunidades que possam advir das alterações a que o território está sujeito num cenário de alterações climáticas.

A estratégia de adaptação climática compreende a determinação de um conjunto de ações concretas, que visam a adaptação ou mitigação dos efeitos destas alterações, que resultam do conjunto de estratégias e opções de adaptação, consideradas apropriadas para responder às necessidades específicas.

A política de ordenamento do território e de urbanismo define e integra ações promovidas pela administração pública, visando assegurar uma adequada organização e utilização do território, com vista á sua valorização e tendo como finalidade última assegurar um desenvolvimento integrado e sustentável. A abordagem do ordenamento do território e do urbanismo permite evidenciar as condições específicas de cada território e tomá-las em devida consideração na análise dos efeitos das alterações climáticas.

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Permite também otimizar as respostas de adaptação, evitando formas de uso, ocupação e transformação do solo que acentuem a exposição aos impactos mais significativos, tirando partido das condições de cada local para providenciar soluções mais sustentáveis.

A efetiva integração das opções de adaptação no ordenamento do território municipal exige que, no âmbito de um Revisão do Plano diretor Municipal, sejam realizadas avaliações das vulnerabilidades territoriais (climáticas e não climáticas), nomeadamente no que concerne à sua incidência espacial.

No âmbito do Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáticas da Área metropolitana do Porto – Metroclima, o município desenvolveu a Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas (EMAAC).

De uma forma global, considerando o conteúdo material e documental dos Planos de âmbito Municipal, a Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas definiu quatro formas principais de promover a adaptação local às alterações climáticas através do ordenamento do território e Urbanismo:

- Estratégica: produzindo e comparando cenários de desenvolvimento territorial; concebendo visões de desenvolvimento sustentável de médio e longo prazo; estabelecendo novos princípios de uso e ocupação do solo; definindo orientações quanto a localizações de edificações e infraestruturas e de usos, morfologias e formas preferenciais de organização territorial;

- Regulamentar: estabelecendo disposições de natureza legal e regulamentar relativas ao uso, ocupação e transformação do solo e às formas de urbanização e edificação; incentivando a adoção de soluções de eficiência energética e outras de redução de impacto espacial;

- Operacional: determinando disposições sobre intervenções prioritárias; identificando os projetos mais adequados face à exposição e sensibilidade territorial; monitorizando e divulgando resultados; definindo o quadro de investimentos de qualificação, valorização e proteção territorial; concretizando as diversas políticas públicas e os regimes económicos e financeiros com expressão territorial;

- Governação: mobilizando e estimulando a consciencialização, capacitação e participação da administração local, regional e central, dos atores económicos e da sociedade civil; articulando conhecimentos e experiências e promovendo a coordenação de diferentes políticas com expressão territorial.

O documento estabelece e prioriza as medidas e ações concretas, expondo de que forma estas se integram nos Planos Municipais de Ordenamento do território, pelo que a Revisão do Plano Diretor 61

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Municipal será uma oportunidade de analisar, avaliar, e plasmar nos seus conteúdos material e documental as orientações da Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas.

Medidas de adaptação/Forma de Integração em IGT Fonte: Metroclima – Município da Póvoa de Varzim

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10. Alguns indicadores

10.1 Evolução demográfica Póvoa de Varzim é, segundo o Censos 2011, o 8.º concelho menos populoso dos 17 que compõem a AMP, com 63408 habitantes e uma densidade populacional de 771habitantes/Km2. No último período intercensitário reconhece-se uma diminuição do número de residentes na maioria das freguesias. De acordo com dados de 2018 (PORDATA) esta tendência confirmou-se, sendo que a população residente diminuiu para 62.443 habitantes.

Esta dinâmica contraria as previsões do Plano Diretor Municipal da Póvoa de Varzim, que para o horizonte 2016 previa, partindo da hipótese que as dinâmicas demográficas da década anterior se iriam manter, o crescimento da população para cerca de 76 000 residentes e 27 000 famílias, avançando que esse crescimento incidiria essencialmente na Cidade, acontecendo de forma moderada nas restantes unidades territoriais.

No entanto, visto que só decorreram 4 anos desde a entrada em vigor do atual Plano Diretor Municipal, não pode assumir-se que esta variação seja fixa ou estrutural, podendo a tendência vir a inverter-se.

Evolução da população residente Fonte: Censos 2001, Censos 2011, PORDATA

Ao cenário de crescimento subjacente ao Plano Diretor Municipal correspondeu uma realidade altamente distinta, em que, para 2016, a previsão de 76.000 habitantes foi contrariada por um decréscimo da população resultando em cerca de 63.270 habitantes. A uma expectativa do crescimento do n.º de 63

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famílias (e consequente necessidade de alojamentos) de 20.164 em 2001 para a projeção de 27.587 em 2016 corresponde uma taxa de crescimento de 37%. Em 2011, os censos referem que o n.º de famílias de fixou em 21.669, resultando numa taxa de crescimento de apenas 2,5%.

Taxa de variação da população residente (%) por freguesia Fonte: Censos 2001, Censos 2011

O comportamento demográfico nacional tem convergido, nas últimas décadas, para um envelhecimento da população. Este facto advém de um aumento considerável da proporção da população com 65 e mais anos, mas também pelo decréscimo do peso percentual apresentado pela população jovem.

O índice de envelhecimento é a relação existente entre o número de idosos e a população jovem numa certa região. É habitualmente expresso em número de residentes com 65 ou mais anos por 100 residentes com menos de 15 anos. O município da Póvoa de Varzim, apresentava em 2001 um índice de envelhecimento de 58,6, tendo vindo a aumentar para valores que se fixam em 124,4 em 2017 (Anuário estatístico da região Norte, INE) e em 127,8 em 2018 (por data), confirmando a tendência generalizada de envelhecimento da população.

De acordo com os resultados censitários de 2001/2011, a variação da população residente no município com menos de 15 anos foi negativa, -14% e de residentes com idade superior a 65 anos foi positiva, de 33%.

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Evolução da população residente por faixa etária Fonte: Censos 2011

As freguesias de Aver-o-Mar, Argivai e Terroso (limite administrativo anterior à reforma administrativa) apresentam maior percentagem de variação residente com idade superior a 65 anos, enquanto Beiriz apresenta a maior variação positiva de residentes com idade inferior a 15 anos e também de população residente entre os 25 e os 64 anos.

De acordo com os dados demográficos analisados, perante o cenário de diminuição da população residente e envelhecimento da população, conclui-se que o Plano Diretor Municipal estabeleceu parâmetros de ocupação do território com base em cenários que não se vieram a verificar, urgindo a sua revisão.

10.2 Edificado Relativamente ao edificado, e segundo dados do último Censos (2011), existiam 34890 alojamentos familiares no Concelho da Póvoa de Varzim, observando-se, no decurso dos últimos 10 anos um acréscimo pouco significativo – face à previsão - de alojamentos familiares (cerca de 14%, representando um aumento de 4366).

Analisando os alojamentos segundo a forma de ocupação, observa-se que dos alojamentos recenseados (34927), foram contabilizados 34881 alojamentos clássicos.

Destes, cerca de 30% estão ocupados como residência habitual, 28% têm um uso sazonal ou secundário e 10% encontram-se vagos. Dos 37 alojamentos coletivos contabilizados, 10 são hotéis e similares e 27 são convivências.

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As previsões do Plano Diretor Municipal da Póvoa de Varzim apontavam para um n.º de alojamentos estimado em 2016 de 41 750 fogos. Esta estimativa representava a média ponderada de dois cenários de crescimento equacionados: um que considera que se manterá em 2016 o rácio entre alojamentos e famílias existente em 2001 (já que este se manteve constante na década de 90 – 1.52) e outro que considera que se manterá em 2016 o volume construtivo da década de 90 (725 alojamentos/ano).

Em 2017 o n.º de alojamentos clássicos é de 35.610 (PORDATA), muito aquém do estimado. O concelho da Póvoa de Varzim, não apresentava nos anos de 2001 e 2011 carências de habitação, sendo o número total de alojamentos, nesses anos, superior ao número de famílias existentes, tendência essa que se tem mantido.

Dado o abrandamento do crescimento da população e em consequência do número de famílias, uma eventual carência de alojamentos apenas poderá resultar não da falta de disponibilidade, mas sim do envelhecimento do parque habitacional existente, ou seja, existirá uma necessidade de substituição dos fogos que vão atingindo o termo da sua vida útil, o que significa que existirá uma necessidade de apostar na requalificação do Parque Habitacional.

O estabelecimento da admissibilidade construtiva (edificabilidade) do plano para o interior dos perímetros urbanos, assente neste cenário de crescimento partiu de duas orientações: estando em vigor o PDM da Póvoa de Varzim desde 1995, teve em conta os perímetros urbanos anteriormente fixados, e para evitar um estrangulamento de mercado, assumiu que o plano deveria admitir nova edificabilidade significativamente superior ao crescimento previsível, sobretudo nos aglomerados urbanos de pequena dimensão, os quais estriam mais sujeitos a contingências de inércia fundiária.

Da leitura do resultado pode concluir-se que o plano verifica uma admissibilidade construtiva 2 vezes superior à da dinâmica espectável no período de 15 anos – 2016. Também se verifica que, em face da qualificação operativa do território (solo urbanizado e solo urbanizável) as áreas em solo urbanizado comportam cerca de 88% dos novos alojamentos admissíveis, correspondendo às áreas urbanizáveis os restantes 12%.

Analisados os dados dos censos 2011 (famílias 21.669 e alojamentos 34.927, rácio de 1.6), e a regressão do crescimento demográfico do concelho atestada pela população residente em 2018, verifica- se que as projeções do Plano Diretor Municipal não se verificaram, traduzindo-se no abrandamento do crescimento dos alojamentos e no número de famílias, aumentando a disponibilidade de alojamentos sem que a sua ocupação se destine a residência principal, pelo que parece pertinente analisar a tradução que estes indicadores cruzados têm no território, uma vez que pode concluir-se acerca da oferta de áreas com aptidão construtiva e a real necessidade dessa construção potencial.

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Também a reabilitação urbana, associada ao envelhecimento do parque habitacional, deve ser parte ativa da estratégia de planeamento do município, não só como forma de colmatar as necessidades de alojamento da população que já reside no concelho, mas também como forma de sedimentar a identidade dos lugares, aumentando a capacidade de atração do município.

10.3 Mobilidade No contexto da área metropolitana do Porto, o município da Póvoa de Varzim revela uma proporção de população móvel com valores baixos (menor percentagem da AMP), apresentando uma taxa de 72,3%. Destas deslocações, 33,1% tem como principal motivo o trabalho.

População móvel por município de residência no contexto da AMP Fonte: Inquérito à mobilidade nas Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa 2017, INE

Cerca de 80% do total de deslocações são intramunicipais, sendo que o município com maior troca de deslocações é Vila do Conde, e só depois o município do Porto. (fonte: Inquérito à Mobilidade nas Áreas Metropolitanas do Porto e Lisboa 2017 – INE).

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Regista-se que cerca de um quarto da população residente (27,5%) trabalha ou estuda noutro município, situando-se abaixo da média da região do Grande Porto (30%).

Esta realidade reflete uma tendência já registada em documentos anteriores, e parece importante potenciar (e defender) a autonomia do Concelho e a função específica da Cidade, em parte partilhada com Vila do Conde. De notar que as duas cidades, assumidas em conjunto, constituem um aglomerado urbano de média dimensão e que a adoção de estratégias comuns poderia reforçar a sua afirmação na Região.

Do ponto de vista da mobilidade interna verifica-se uma concentração urbana com um potencial de geração de viagens superior à capacidade de oferta de circulação. O Município apresenta uma estrutura viária com a circulação rodoviária assente em vias da Rede Complementar da Rede Rodoviária Nacional e vias da Rede de Acesso Local, que se apresenta pouco hierarquizada. Verificam-se algumas limitações de capacidade na direção norte/sul, ao longo do litoral, e mantêm-se grandes insuficiências nas ligações entre o litoral e o interior.

Refere-se, ainda, a presença do Metro do Porto. As principais dificuldades existentes no âmbito da rede nacional referem-se aos constrangimentos provocados pela EN13, fruto do tráfego de atravessamento entre Vila do Conde e a Póvoa de Varzim.

10.4 Emprego Ao nível socioeconómico o Município da Póvoa de Varzim, não obstante a vocação turística e a preponderância populacional da cidade, apresenta uma estrutura de população empregada com algumas debilidades no setor terciário, uma industria transformadora com um peso considerável, e um sector primário ainda significativo.

O sector agrícola, e com especial destaque para a bacia leiteira, representa 7% do emprego da população residente e assume bastante importância na economia do concelho.

A atividade da pesca tem vindo a sofrer um forte declínio tendo as descargas do pescado no porto de pesca diminuído cerca de 58% entre 1990 e 2001.Em 2011, a taxa de desemprego na Póvoa de Varzim era de 14%, sendo o 5º concelho com menor número de desempregados na AMP. Apresenta um crescimento da taxa de desemprego de 8%, não ocupando uma posição de destaque em relação aos restantes concelhos da AMP. Em valores absolutos, o nº de empregados era de 30.409 em 2001 e caiu para 26.601 em 2011. Na mesma linha, a população ativa diminui de 32.421 para 30.871 indivíduos no mesmo intervalo de tempo.

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10.5 Empresas Quanto ao panorama empresarial, dados de 2010 colocam a Póvoa de Varzim como o 2.º concelho com menor número de empresas na Região do Grande Porto. Destacam-se as empresas ligadas ao comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos (26%), à agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (10%) e à construção (9%), áreas que, no seu conjunto representam cerca de 45% do total de empresas sediadas no concelho. Nota-se que o concelho da Póvoa de Varzim é classificado como o 2.º concelho da Região do Grande Porto com menor número de pessoas ao serviço nas empresas.

A industria transformadora ocupa 27% dos ativos. À semelhança de todo o Vale do Ave, ocorre uma forte especialização na industria do vestuário e dos têxteis, que preenche mais de 60% do emprego industrial.

10.6 Atividade Agropecuária A atividade agropecuária no concelho continua a ter um peso bastante expressivo na economia local, principalmente nas freguesias de Balasar, Rates, Laúndos, Terroso e Amorim.

Com a criação do regime extraordinário de regularização e de alteração/ampliação de explorações pecuárias (Decreto-Lei nº 165/2014, de 5 de novembro), permitiu iniciar-se a regularização de um conjunto bastante significativo de unidades produtivas no concelho da Póvoa de Varzim que não dispunham de título de exploração, por motivos de desconformidade com os planos de ordenamento do território vigentes ou com servidões administrativas e restrições de utilidade pública.

Será expetável que através de medidas corretivas, para além de possibilitar uma melhoria de desempenho da exploração agrícola ao nível ambiental, se possa originar uma redução dos custos de fatores de produção com o auxilio de novas tecnologias.

Atendendo ao significativo conjunto de mudanças nos últimos anos que tiveram consequências diretas no sector leiteiro, nomeadamente com o fim do sistema de quotas leiteiras em 2015 (regime este regrado durante 30 anos pela União Europeia), e a consequente abertura total a um mercado global, verificou-se uma desregulação do mercado do leite e consequentemente uma descida do valor da matéria prima.

Posto isto, o setor pecuário bovino leiteiro local defronta-se com um conjunto de desafios que impedem o reforço da posição da produção na cadeia de valor agroalimentar.

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10.7 Património Relativamente ao património, o Concelho da Póvoa de Varzim integra um conjunto de valores patrimoniais com valor histórico e natural que se destaca na região norte. No que respeita ao património histórico e cultural, este encontra-se em grande parte classificado e, de um modo geral, preservado. Não obstante, é importante atualizar os valores de património cultural, qualidade ambiental e paisagística do território, e as respetivas proteções - nomeadamente pela adequação (revisão) de situações existentes à data da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de outubro – procedendo à sua concretização nos termos do previsto no seu art.º 77º.

Em termos arqueológicos, existem muitos traços da cultura castreja (Castro ), e no que respeita ao património edificado, refere-se como principal exemplo a Igreja Românica de S. Pedro de Rates. Existem ainda outros tipos de edificações com valor, tais como o Solar dos Carneiros da Gândara, a Fortaleza de N. S. da Conceição e o Aqueduto de Santa Clara.

O Concelho concentra, igualmente, um significativo conjunto de elementos com interesse natural. São exemplos, as dunas primárias que existem desde a Freguesia de Aguçadoura à Estela; o Monte de S. Félix, as praias ao longo da costa, com destaque para as praias da Póvoa de Varzim, Aver-o-Mar, Aguçadoura e Estela; e a paisagem, onde se configuram 4 identidades visuais: beira-mar (praias e dunas); zona rural litoral (masseiras a norte da cidade); mancha urbana litoral (aglomeração da cidade e núcleos populacionais envolventes); e zona rural interior.

10.8 Turismo No setor do turismo, no que respeita à oferta da hotelaria no período de 2014-2017, verificamos uma estagnação do número de Unidades Hoteleiras, existindo atualmente 10 Hotéis no concelho da Póvoa de Varzim, distribuídos da seguinte forma: 3 unidades de 4 estrelas, 2 unidades de 3 estrelas e 5 unidades de 2 estrelas. Estas unidades no seu conjunto oferecem 670 quartos com uma capacidade total de 1.398 hóspedes.

Existe também um Parque de Campismo e Caravanismo classificado com 4 estrelas, que para além da área destinada a tendas e caravanas oferece igualmente alojamento em bungalows, disponibilizando um total de 70 quartos com uma capacidade total de 414 hóspedes.

Ainda no que à oferta turística diz respeito assistimos ao «boom» do Alojamento Local com a entrada em vigor, no final de 2014, do Regime Jurídico de exploração dos estabelecimentos de Alojamento Local, passando de 57 unidades (170 quartos) em 2014 para 115 unidades (518 quartos) em 2017, representando um crescimento de 180,10% no número de estabelecimentos (um crescimento médio anual de 60,00%) e um crescimento de 141,89% no número de quartos (um crescimento médio anual de 47,30%). Este tipo de alojamento representava, no final de 2017, uma capacidade total de 877 hóspedes. 70

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Esta situação acentua-se em 2018, onde são contabilizados 92 novos estabelecimentos de Alojamento Local (+80,00% que no ano anterior), que acrescem 217 quartos (+41,89% que em 2017), o que faz com que no final de 2018 a Póvoa de Varzim apresente 207 unidades deste tipo de alojamento, oferecendo 735 quartos que representam uma capacidade total de alojamento de 1.495 hóspedes.

Quanto à procura hoteleira no concelho, no mesmo período de 2014-2017, o número de hóspedes cresceu de 67.929 para 89.595 (um crescimento de 31,90%). Este crescimento acompanha a tendência verificada quer a nível nacional, quer ao nível da Área Metropolitana do Porto, ainda que com valores mais reduzidos.

O número de hóspedes nacionais cresceu de 41.669 em 2014 para 48.236 em 2017, o que representa um crescimento de 15,76% e o número de hóspedes estrangeiros passou de 26.260 para 41.359 (+157,50%). O peso dos hóspedes estrangeiros passou, assim, de 38,66% para 46,16%.

Os principais mercados continuam a ser o espanhol (+54,20% no período), seguido do francês (+34,52%), do alemão (+152,18%) e do britânico (-6,42%). De realçar que o número de hóspedes alemães (3.238) ultrapassou em 2017, pela primeira vez, o número de hóspedes britânicos (2.713).

Em relação ao número de dormidas verificou-se um crescimento significativo, passando de 142.405 em 2014 para 197.525 em 2017, representando um crescimento de 38,71%, ou seja, um crescimento médio anual de 12,90%.

A maioria do número de dormidas já é associada aos turistas estrangeiros e esta tendência tem vindo a acentuar-se, tendo passado de 50,56% em 2014 para 56,44% em 2017, por contraponto com os turistas nacionais que passaram de 49,44% para 43,56% em igual período.

Neste indicador o principal mercado estrangeiro continua a ser o espanhol (24,92% das dormidas de turistas estrangeiros em 2017) seguido do francês com 20,81% e, a uma distância significativa, o mercado britânico com 11,28%, seguido do alemão com 8,08%.

Relativamente à estada média dos hóspedes em hotéis do concelho verificou-se uma ligeira melhoria de 2,1 dias/hóspede em 2014 para 2,2 dias/hóspede em 2017. No entanto, estes valores ainda estão aquém do valor médio a nível nacional (2,7), mas supera claramente o valor da Região Norte (1,8) e da Área Metropolitana do Porto (1,9).

De acordo com os dados disponíveis os proveitos de aposento no concelho da Póvoa de Varzim passaram de 4.763 milhares de euros em 2014 para 7.306 milhares de euros em 2017, o que representa um crescimento de 53,39% no período em análise. Destes 7.306 milhares de euros 6.704 (91,76%) são receitas geradas nas unidades hoteleiras.

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Outra vertente na medição da atividade turística no concelho passa pelos dados obtidos pelo registo de turistas que visitam os Postos de Turismo.

Assim, no período em análise (de 2014 a 2017), o número de turistas registados no Posto de Turismo do concelho passou de 12.636 para 13.689, o que representa um crescimento de 8,33%, isto é, um crescimento médio anual de 2,78%.

No entanto, em março de 2018 inaugurou a Loja Interativa de Turismo da Póvoa de Varzim, o que para além de representar uma duplicação dos locais de recolha de dados, suscitou enorme curiosidade quer nos habitantes locais quer nos visitantes, levando a uma “inflação” dos números deste ano.

Esta situação é bem evidente na leitura dos dados relativos ao número de turistas nacionais vs número de turistas estrangeiros. Desde 2014 até 2017 o número de turistas estrangeiros suplantou sempre o número de turistas nacionais, situação invertida no ano de 2018, onde apesar do número de turistas estrangeiros ter tido um crescimento de 30,27% (de 7.574 para 9.867) o número de visitantes nacionais cresceu uns surpreendentes 80,92% (passando de 6.115 para 11.063), o que levou a que o número total de visitantes nos Postos de Turismo da Póvoa de Varzim ascendesse a 20.930, o que representa um crescimento de 52,90% relativamente ao ano anterior, números que dificilmente se repetirão nos próximos anos.

Quanto às principais tipologias de atendimento foram assim distribuídas: 12.549 (59,96%) foram classificados como “Informação Turística”, 4.325 (20,66%) atendimentos foram classificados como “Outros”, e o atendimento a Peregrinos do Caminho de Santiago registou 2.916 (13,93%).

Já quanto aos escalões etários, o mais representado é o escalão “40-60 anos” com 8.618 atendimentos (41,18%), seguido do escalão “> 60 anos” com 5.604 (26,77%) e do escalão “20-40 anos” com 4.287 (20,48%).

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Alojamento Local e Caminhos de Santiago Fonte: CMPV

Ainda no diz que respeito aos visitantes, é de destacar o enorme crescimento do atendimento a peregrinos do Caminho de Santiago, que passaram de 741 no ano de 2014 para 2.916 no ano de 2018, o que representa um crescimento de 298,91%, isto é, um crescimento médio anual de 74,73%. Constatamos que as principais nacionalidades dos peregrinos são a alemã, seguida da espanhola, italiana e portuguesa.

Este fenómeno tem influenciado, de alguma maneira, a implementação das unidades de alojamento local, que se procuram instalar nas imediações do Caminho da Costa e Caminho Central.

10.9 Resíduos sólidos urbanos A gestão dos resíduos urbanos no Município da Póvoa de Varzim, desde a aprovação do PDM até aos dias de hoje, sofreu alterações/progressos consideráveis, quer a nível dos quantitativos de resíduos recolhidos como da qualidade dos mesmos, decorrentes da necessidade de dar resposta à legislação nacional e comunitária.

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A implementação de novos projetos e novas infraestruturas revelaram-se essenciais nesta evolução, nomeadamente:

- Aumento do n.º de ecopontos e vidrões isolados no espaço público, em aproximadamente 50%, permitindo reduzir a distância a percorrer pela população para depositar os seus resíduos recicláveis;

- Implementação do projeto “Restauração 5 Estrelas” que consiste na recolha seletiva de resíduos orgânicos em grandes produtores (restaurantes, cantinas, produtores hortícolas, etc.) com encaminhamento do resíduo para a Central de Valorização Orgânica da LIPOR (empresa intermunicipal de gestão de resíduos do Grande Porto), resultando a produção de um corretivo orgânico de alta qualidade. Este projeto conta com 133 estabelecimentos aderentes;

- Recolha de resíduos verdes nos Cemitérios Municipais de Póvoa de Varzim, Beiriz, Argivai, Terroso e Averomar, com o objetivo de desviar este resíduo da fração indiferenciada e permitir a produção de um corretivo orgânico de alta qualidade;

- A instalação e funcionamento do Parque de Gorgolito, na freguesia de Rates, que consiste num projeto de compostagem comunitária, em que os munícipes para além de entregarem os resíduos verdes poderão depositar papel, cartão e plástico agrícola para respetivo encaminhamento;

- A instalação e funcionamento do Parque de Verdes de Aguçadoura, que permite a deposição de resíduos hortícolas e plásticos agrícolas, localizado no centro da produção hortícola do concelho;

- Implementação do projeto “Reciclar para Ganhar” promovido de forma pioneira em Portugal, pelo Município em parceria com a LIPOR, cujo objetivo é potenciar a separação de resíduos pelos munícipes, atribuindo um benefício. O projeto consiste na deposição de resíduos de embalagem numa máquina de recolha automática que os converte em pontos, sendo os pontos convertidos em bilhetes de cinema, descontos no Mercado Municipal ou entradas na Varzim Lazer (piscinas Municipais);

- Implementação do projeto “Reciclar é Dar+”, em parceria com a LIPOR, que consiste na recolha porta a porta de resíduos, através da distribuição à população de contentores individuais de 40L de capacidade;

- Projeto de recolha seletiva de resíduos verdes em mini bags na União de Freguesias de Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai;

- Projeto Festas e Romarias, em parceria com a LIPOR, que consiste na recolha seletiva dos resíduos produzidos nos eventos que decorrem no concelho;

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- Construção e entrada em funcionamento de um Novo Ecocentro e Estação de Transferência de Resíduos, localizados na freguesia de Laúndos, equipamentos fundamentais para otimizar a logística da gestão dos resíduos urbanos, considerando a distância diária que é necessário percorrer até ao local de destino final (Maia ou Ermesinde conforme o resíduo a transportar);

- Elaboração de uma Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas.

Para os próximos anos, a curto/médio prazo, e dando continuidade à política de aumentar a quantidade de materiais recicláveis e diminuir a quantidade de resíduo indiferenciado, no sentido de cumprir as metas definidas no Plano Estratégico de Resíduos Urbanos, está prevista a implementação dos seguintes projetos:

- Alargamento do projeto de recolha porta a porta “Reciclar é Dar+” à zona norte da cidade e à ;

- Recolha de resíduos alimentares porta a porta, nas habitações onde está implementado o projeto Reciclar é Dar+;

- Recolha de resíduos alimentares em contentores de proximidade com acesso condicionado, de modo a garantirmos a qualidade do material recolhido e entregue na Central de Valorização Orgânica da LIPOR, desviando-os do circuito de recolha de indiferenciados, representando uma diminuição no custo de tratamento dos resíduos indiferenciados entregues na LIPOR;

- Aumentar o número de aderentes ao projeto “Restauração 5 Estrelas” através da implementação de um segundo circuito de recolha;

- Recolha de resíduos verdes em contentores de proximidade nas freguesias mais rurais do concelho, num total de aproximadamente 600 pontos de recolha, representando uma diminuição no custo de tratamento dos resíduos indiferenciados entregues na LIPOR;

- Instalação de equipamentos para deposição seletiva e indiferenciada, com acesso condicionado, nos arruamentos sujeitos a maior pressão turística e onde existe um grande número de segundas habitações, e onde se revela desadequada a implementação do projeto de recolha porta a porta nos moldes em que atualmente está a ser implementado.

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11. Gestão Urbanística A gestão urbanística exerce a administração das práticas urbanísticas no território do município, com o propósito da promoção da sua coesão espacial, do seu desenvolvimento e crescimento sustentado, na tarefa política de prosperar a qualidade de vida da sua população, de acordo com os princípios estratégicos definidos nos instrumentos de gestão territorial aprovados.

11.1 PMOT Os Planos Municipais de Ordenamento do Território (PMOT) são instrumentos de cariz regulamentar, aprovados pelos municípios, que estabelecem o regime do uso do solo, através da sua classificação e qualificação, seguindo as diretrizes estabelecidas pelo Programa Nacional de Ordenamento do Território (PNOT) e pelos Planos Regionais de Ordenamento do Território (PROT), e planos intermunicipais, caso existam.

Estes devem definir modelos de evolução previsível de ocupação humana e de redes e sistemas urbanos, parâmetros de aproveitamento do solo e garantia da qualidade ambiental.

A legislação em vigor define três tipos de PMOT: Plano Diretor Municipal (PDM), Plano de Urbanização (PU) e Plano de Pormenor (PP). As diferentes figuras dos PMOT, com as suas diferentes finalidades e distintos âmbitos de intervenção, revelam-se instrumentos fundamentais para a gestão local e do quotidiano da população e do território.

O principal objetivo destes instrumentos é a qualificação do território, tendo sempre presente a utilização sustentável dos recursos territoriais e a criação que um quotidiano que permita contribuir positivamente para a qualidade de vida dos cidadãos, bem como para o desenvolvimento social, económico e cultural.

Para área do Plano Diretor Municipal da Póvoa de Varzim, foram elaborados e estão em vigor 2 Planos de Urbanização: Plano de Urbanização da Póvoa de Varzim, e Plano de Urbanização de Aguçadoura; e três Planos de Pormenor: Plano de Pormenor da Zona de Equipamento E54 do Plano de Urbanização da Póvoa de Varzim (suspenso por via de procedimento de alteração), Plano de Pormenor da Faixa Poente da Marginal de Aver-o-Mar e o Plano de Pormenor da Área Envolvente ao Quartel de Paredes.

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Durante o período de vigência do atual Plano Diretor Municipal verifica-se que o Plano de Urbanização da Póvoa de Varzim continha disposições regulamentares afastadas do disposto no PDM, pelo que o município promoveu a sua alteração (aprovada pela assembleia municipal em 17 de outubro de 2019, em publicação em Diário da República).

No âmbito da gestão urbanística, o Plano de Urbanização de Aguçadoura é aquele que tem gerado situações menos claras e de mais difícil aplicação. Se o Plano de Urbanização da Póvoa de Varzim desenvolve e concretiza o plano diretor municipal, estruturando a ocupação do solo e o seu aproveitamento, fornecendo o quadro de referência para a aplicação das políticas urbanas preconizadas a montante, numa linguagem formal e conceptual alinhada com o documento de hierarquia superior, o Plano de Urbanização de Plano de Urbanização de Póvoa de Varzim Aguçadoura revelou neste período alguma falta de Planta de zonamento Fonte: CMPV correspondência que importa anular, sob pena de não

ser possível pela via da gestão urbanística concretizar as políticas definidas pelo Plano Diretor Municipal, e gerar situações de desequilíbrio e injustiça territorial evitáveis num cenário de aproximação, ou mesmo diluição, do Plano de Urbanização no Plano Diretor Municipal.

Os Planos de Pormenor, na medida em que desenvolvem e concretizam em detalhe as propostas de ocupação das áreas do território municipal a que respeitam, estabelecem regras sobre a implantação das infraestruturas e o desenho dos espaços de utilização coletiva, a implantação, a volumetria e as regras para a edificação e a disciplina da sua integração na paisagem, a localização e a inserção urbanística dos equipamentos de utilização coletiva e a organização espacial das demais atividades de interesse geral. Plano de Urbanização de Aguçadoura Planta de zonamento Fonte: CMPV 77

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Está em curso o procedimento de alteração do Plano de Pormenor da Zona de Equipamento 54 do Plano de Urbanização da Póvoa de Varzim, publicado em 27 de fevereiro de 2019 no Diário da República pelo aviso n.º 3176/2019, estabelecendo como termos de referência para a alteração a prossecução dos seguintes objetivos: Manutenção de parte dos equipamentos desportivos na sua localização atual; Criação de ligação norte sul entre a Rua Dr. Nunes Guerreiro e a Av. Vasco da Gama, com o desencravamento da Praceta de João Respeito. Plano de Pormenor da Zona E54 Planta de implantação Fonte: CMPV O Plano de Pormenor da Faixa Poente da Marginal

de Aver-o-Mar, aprovado em 2013, e o Plano de Pormenor da Área Envolvente ao Quartel de Paredes aprovado em 2018 e publicado em 2019, não sofreram qualquer alteração. Em Aver-o-Mar, as intervenções recentes refletem a disciplina de ocupação preconizada no plano, atendendo à articulação da área do mesmo com a frente urbana a nascente, e a sua requalificação, baseada na sua reabilitação ambiental, criando uma vasta área verde e de usufruto pedonal. A versão do Programa da Orla Costeira Caminha-Espinho submetido a consulta pública, se aprovada sem alterações, poderá implicar a revisão deste plano.

Plano de Pormenor da faixa Poente da Marginal de Aver-o-Mar Na Área Envolvente ao Quartel de Paredes, o Planta de implantação Fonte: CMPV Plano de Pormenor concretiza o disposto no Plano Diretor

Municipal para a Unidade Operativa de Planeamento e Gestão n.º 3, consubstanciando os seus objetivos, qualificando a área envolvente à unidade Militar. O Plano desenvolve a extensão de uma Zona Industrial existente. O Município já recebeu em 2019 requerimentos para operações urbanísticas no contexto do Plano de Pormenor.

Plano de Pormenor da Área Envolvente ao Quartel de Paredes Planta de implantação Fonte: CMPV

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11.2 UOPG Uma unidade operativa de planeamento e gestão é uma porção contínua de território, delimitada no plano diretor municipal (ou plano de urbanização) para efeitos de programação da execução do plano ou da realização de operações urbanísticas.

A delimitação das unidades operativas de planeamento e gestão do Plano Diretor Municipal da Póvoa de Varzim, estabeleceu os respetivos objetivos bem como os termos de referência para a elaboração de planos de urbanização, planos de pormenor ou para a realização de operações urbanísticas, consoante o caso.

O regulamento do Plano Diretor Municipal da Póvoa de Varzim define no seu Capítulo de Execução do Plano, 15 Unidades Operativas de Planeamento e Gestão. As áreas integradas nestas UOPG devem no seu conteúdo ser sujeitas a uma programação específica, podendo ser executadas através de Unidades de Execução, Planos de Urbanização ou Planos de Pormenor definindo as linhas orientadoras da intervenção integrada que se pretende para o território, respeitando os parâmetros estabelecidos para as categorias de espaço em que se inserem.

Unidades Operativas de Planeamento e Gestão (UOPG) Fonte: CMPV – PDM2015 79

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As UOPG’s delimitadas na Carta de Ordenamento do Plano Diretor Municipal totalizam uma área de cerca de 447 ha. O território afeto a UOPG´s compreende áreas de solo rural, 248ha (UOPG’s n.ºs 13, 14 e 15) e áreas de solo urbano, 86ha em solo urbanizado e 115ha em solo urbanizável.

As 15 unidades Operativas de Planeamento e Gestão subdividem-se em 3 grupos de acordo com a sua vocação:

Para reforço das atividades económicas e qualificação ambiental:

UOPG n.º 1 – Feira da Estela

UOPG n.º 2 – Expansão da Zona Industrial de Laúndos

UOPG n.º 3 – Área Envolvente ao Quartel de Paredes

UOPG n.º 15 – Campo de golfe da Estela

Para reforço de centros locais de freguesias ou aglomerados urbanos:

UOPG n.º 4 – Amorim

UOPG n.º 5 – Beiriz

UOPG n.º 6 – Terroso

UOPG n.º 7 – Navais

UOPG n.º 8 – Estela

UOPG n.º 9 – Laúndos

UOPG n.º 10 – Rates

UOPG n.º 11 – Fontainhas

UOPG n.º 12 – Balasar

Áreas de reserva estratégica destinadas à instalação de equipamentos ou atividades económicas, científicas e culturais:

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UOPG n.º 13 – ARE1

UOPG n.º 14 – ARE2

No período em análise, 2015/2019, a programação das UOPG’s pelo município tem tido expressão limitada, tendo apenas concretizado a UOPG n.º 3 – Área Envolvente ao Quartel de Paredes, consistindo na elaboração de Plano de Pormenor, com objetivo de compatibilizar os usos consolidados (habitação e atividades económicas) com a salvaguarda dos interesses da unidade militar existente, qualificando a área envolvente.

O plano de pormenor foi aprovado por deliberação da Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim, de 27 de dezembro de 2018, publicado em Diário da República, 2.ª Série, Nº 37, pelo Aviso n.º 2920/2019, de 21 de fevereiro.

A UOPG n.º 15 – campo de golfe da Estela, a entidade gestora já iniciou procedimento urbanístico para concretização dos termos de referência da UOPG, consistindo no recuo parcial do campo de golfe, libertando o mais possível a faixa dunar onde se encontra atualmente implantado.

Graças à procura de parcelas para instalar atividades económicas verificada na Zona Industrial de Laúndos, é intenção do município concretizar a UOPG n.º 2 – Expansão da Zona Industrial de Laúndos a curto prazo, estando já em curso o respetivo estudo preliminar.

UOPG Processos Tipo de operação particulares Iniciativa municipal

UOPG n-º 1 - - Feira da Estela UOPG n-º 2 285/15 Legalização de ampliação de exploração pecuária Elaboração do Plano de Pormenor da Expansão da Zona Expansão da Zona Industrial de Industrial Laúndos 443/16 Legalização de armazém industrial Laúndos – Estudo Preliminar

UOPG n.º 3 174/15 Informação prévia construção moradia Plano de Pormenor da Área Envolvente Área Envolvente ao 270/15 Operação de loteamento ao Quartel de Paredes Quartel de Paredes 327/15 Construção de vedação

753/15 Informação prévia construção edifício industrial Aviso n.º 2920/2019, de 21 de fevereiro 705/17 Informação prévia construção de armazém

140/18 Informação prévia edificação de moradia 637/18 Legalização e licença ampliação de armazém industrial 2/19 Licença de obras de construção “Conjunto Industrial”

50/18 Legalização de construção

UOPG n.º 4 402/19 Legalização - Amorim 426/19 Viabilidade construtiva UOPG n.º 5 171/15 Alteração alvará loteamento n.º34/84 Ampliação do cemitério 81

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Beiriz 362/15 Licença de operação de loteamento

370/15 Alteração alvará loteamento n.º11/74

463/15 Licença de obras de demolição

524/15 Construção Lar de Idosos 78/16 Licença de obras de ampliação da edificação

432/16 Construção habitação unifamiliar e anexo lote n.º2 do processo administrativo n.º362/15 alvará de loteamento n.º3/16 433/16 Construção habitação unifamiliar e anexo lote n.º1 do processo administrativo n.º362/15 alvará de loteamento n.º3/16 809/16 Licença de obras de ampliação e remodelação de habitação 864/16 Operação de loteamento

734/17 Licença de obras de construção no lote n.º11 - operação de loteamento alvará de loteamento n.º2/97 735/17 Licença de obras de construção no lote n.º25 - operação de loteamento alvará de loteamento n.º2/97 368/18 Operação de loteamento 635/18 Edificação de habitação unifamiliar 694/18 Licença de obras de alteração e ampliação de habitação unifamiliar 700/18 Licença de legalização de habitação unifamiliar 734/18 Construção de armazém industrial

780/18 Legalização de obras de ampliação e alteração

30/19 Operação de loteamento

169/19 Obras de construção em lote UOPG n.º 6 - Requalificação do Espaço Público do Terroso eixo Igreja – cruzeiro de Terroso

UOPG n.º 7 - Ampliação do cemitério (projeto Navais concluído)

UOPG n.º 8 262/18 Obras de construção de edificação destinada à Parque Lúdico da Estela Estela “Venda de Frutas e Hortícolas 154/19 Obras de alteração de cobertura 543/19 Construção Moradia 637/19 Legalização instalações UOPG n.º 9 - - Laúndos UOPG n.º 10 794/17 Licença de obras de construção habitação - Rates unifamiliar UOPG n.º 11 - - Fontaínhas UOPG n.º 12 224/16 Construção de edifício destinado ao culto religioso e - Balasar inumação 245/17 Legalização de edificação destinada a habitação unifamiliar 380/18 Obras de construção de uma edificação destinada a Memorial da Beata Alexandrina 468/18 Pedido de informação prévia sobre a viabilidade de construção de edificação destinada a atividades económicas

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UOPG n.º 13 585/15 Legalização de obras de construção de uma - ARE 1 instalação pecuária e de uma habitação unifamiliar 338/16 Construção de muros de vedação UOPG n.º14 - - ARE 2 UOPG n-º 15 724/15 Informação prévia sobre a viabilidade de alteração e - Campo de Golfe da ampliação de dois edifícios – um destinado a Estela instalações desportivas e sociais (Estela golf Club) e outro destinado à manutenção 7/17 Reabilitação/requalificação” do edifício destinado ao “Club House” e que passará a unidade hoteleira, bem como do edifício “da manutenção”, a reabilitar para suites 228/19 Movimentos de terras necessários à alteração dos perfis dos buracos Processos de operações urbanísticas em UOPG Fonte: CMPV

Verificou-se que a UOPG n.º 5 – Beiriz é a que possui maior número de processos urbanísticos. Tratando-se de uma UOPG destinada ao reforço da centralidade da freguesia, este resultado não pode ser dissociado da taxa de crescimento do número de residentes verificado pela freguesia entre 2001 e 2011 (Censos), apresentando o maior valor do Concelho, 14%. Ainda que este valor fique abaixo do crescimento de 29% estimado pelo plano para 2016, é um valor expressivo, sublinhando que a maioria dos processos urbanísticos são destinados a habitações unifamiliares e a operações de loteamento urbano, indicando que a atração de novos residentes parece uma tendência que irá perdurar. A autarquia já procedeu à ampliação do cemitério, espaço de uso especial b9, integrada na UOPG.

Verificou-se também que a área delimitada para a UOPG n.º 3 – Área Envolvente ao Quartel de Paredes esteve sujeita a alguma pressão no período que antecipou a elaboração do Plano de Pormenor da Área Envolvente ao Quartel de Paredes, nomeadamente para instalação e regularização de edifícios destinados a Atividades Económicas. O Plano publicado pelo Aviso n.º 2920/2019, de 21 de fevereiro é ainda muito recente, mas prevê-se venha a responder a esta pressão, disciplinando a ocupação do solo e garantindo o devido grau de infraestruturação.

As UOPG’s n.º 6 – Terroso, n.º 7 – Navais e n.º 9 – Laúndos, são aquelas em que se verificou a ausência de pretensões para a concretização de operações urbanísticas. Poderá concluir-se que, uma vez que se trata de UOPG’s vocacionadas para o reforço das centralidades de cada uma das freguesias, a sua reduzida dimensão e o reduzido grau de infraestruturação – estas UOPG´s estão em grande parte localizadas em Solo Urbanizável – apontam para intervenções de iniciativa pública, e não de iniciativa privada.

Neste contexto, o Município priorizou investimentos e, no Âmbito dos Planos de Ação de Regeneração Urbana, enquadrou a empreitada de requalificação do núcleo antigo de Terroso com o objetivo de proceder à reabilitação urbana de área central, assumindo a tarefa de requalificação de espaço público e promovendo as ações destinadas a incentivar os proprietários no sentido da reabilitação dos 83

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seus prédios. Esta área corresponde aquela delimitada como Área de Reabilitação Urbana 3, e a empreitada foi incluída como uma das ações prioritárias do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU).

Reabilitação da Área Central de Terroso Fonte: CMPV

Beneficiou do apoio de fundos comunitários e incidiu numa área de 6.468 metros quadrados, abrangendo o adro da igreja, requalificação das zonas pedonais, infraestruturas e iluminação pública. A empreitada iniciou-se em fevereiro de 2018, tendo durado cerca de 6 meses.

A UOPG n.º 8 – Estela, apresenta algumas pretensões, sendo que o Município já concretizou investimento para reforço da centralidade, nomeadamente com a criação de espaço verde na Ribeira de São Tomé – Parque Lúdico da Estela.

Está em curso a concretização da UOPG n.º 2 – Expansão da Zona Industrial de Laúndos, estando em curso o estudo preliminar, prevendo-se dar início ao procedimento de elaboração do Plano de Pormenor no próximo ano.

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11.3 Loteamentos, Licenças e Comunicações prévias (2015 – 2019) No que diz respeito ao licenciamento das obras de edificação e de loteamentos, tendo em conta o período de observação 2015-2019, constata-se, pela análise dos dados abaixo apresentados fornecidos pelos serviços do município, uma tendência de crescimento que, na nossa opinião acompanha o crescimento económico do país.

Alvarás de Edificação/Loteamento 2015-2019 Fonte: CMPV

Em 2015 foram concedidos 74 alvarás de edificação/loteamento, em 2016 foram 77, em 2017 foram 123 e 144 alvarás no ano de 2018, verificando-se o seu aumento substancial desde 2017. Até setembro de 2019 já foram emitidos 120 alvarás de edificação/loteamento, podendo perspetivar-se uma tendência positiva quanto ao seu crescimento, resultando na estimativa do gráfico acima, prevendo-se emitir até ao final de 2019, 160 alvarás de edificação/loteamento.

Da interpretação dos dados apresentados, conclui-se que o aumento das licenças atribuídas no período em análise poderá estar associado à evolução do parque edificado, que acompanha a tendência evolutiva da vertente económica do país.

Poderá também concluir-se que os incentivos à Reabilitação Urbana contribuem favoravelmente para o número de operações urbanísticas, confirmando uma tendência crescente de intervenção no parque edificado existente. De acordo com as informações disponíveis nos serviços do município, o número de pedidos de certidão de localização em Área de Reabilitação Urbana (1ª etapa do reconhecimento da operação de reabilitação urbana para efeitos de beneficiação dos incentivos fiscais associados à Reabilitação Urbana) aumentou de 26 em 2017 para 61 em 2018, e até ao 3ºtrimestre de 2019 já foram pedidas 68 certidões.

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12. Considerações finais Considerando o curto período de vigência do Plano Diretor Municipal (2015-2019), pode concluir- se que a sua implementação ainda tem uma expressão muito ténue, não sendo significativa face às estratégias indicadas.

A imposição de aplicação das novas regras de classificação e qualificação do solo estabelecidas na nova Lei de bases da política pública de solos, de ordenamento do território e de urbanismo, Lei nº 31/2014, de 30 de maio, um novo regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial (RJIGT), Decreto- Lei nº 80/2015, de 14 de maio, e novos critérios de classificação e qualificação do solo, instituídos pelo Decreto Regulamentar nº 15/2015, implicam que seja revisto o modelo territorial e o sistema urbano.

A necessidade de rever o Plano Diretor Municipal resulta sobretudo do prazo legal estabelecido pelo n.2 do artigo 199º do RJIGT e não tanto da avaliação do Plano Diretor Municipal realizada neste documento, no entanto a avaliação realizada revela alguns aspetos que deverão ser tidos em consideração na futura revisão do PDM.

Apesar de se verificar que o objetivo de consolidação dos núcleos urbanos estar a ser gradualmente concretizado, nomeadamente pelo esforço que o município tem desenvolvido na implementação de equipamentos, demonstra-se a necessidade de manter e desenvolver medidas com vista ao reforço da rede policêntrica, preconizada no PDM em vigor.

O modelo territorial preconizado pelo Plano Diretor Municipal, fez-se acompanhar da classificação do solo e da tradução em coeficientes e regras urbanísticas cuja fundação se sustentou em cenários de previsão que não se vieram a verificar, nomeadamente no relativo à evolução demográfica do concelho, à consequente evolução do número de famílias e alojamentos, que serão os fatores com maior incidência na definição das necessidades edificatórias a enquadrar no Plano.

O regulamento do Plano Diretor Municipal inclui, para além dos parâmetros urbanísticos fixados para cada classe de espaço, regras edificatórias para o Solo Urbano à escala do edifício, o que onera o documento e o torna complexo no contexto de uma gestão urbanística dirigida para a escala do território, e para a sua estratégia de ocupação.

Este facto torna-se mais pertinente quando o Município tem aprovados e em vigor dois Planos de Urbanização, e para cada um destes fixa as respetivas regras edificatórias, originando situações de difícil interpretação e conjugação com as definidas no Plano Diretor Municipal. Se o Plano de Urbanização da Póvoa de Varzim tem vindo a diminuir os desfasamentos, já o Plano de Urbanização de Aguçadoura é hoje um instrumento de difícil aplicabilidade.

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Nos últimos quatro anos, a expansão urbana a programar em solo urbanizável, apenas tem alguma expressão em Espaços de Atividades Económicas, contrariando a expetativa de crescimento doas aglomerados cujo ritmo se fixa muito inferior ao esperado, não só pela já referida retração do crescimento do número de residentes, como também, e indissociável, pelo impacto que a recessão económica teve no sector da construção civil.

No respeitante à reabilitação urbana, o Município tem assistido à degradação progressiva das suas estruturas urbanas, dos seus edifícios, dos seus espaços exteriores. Uma degradação decorrente do envelhecimento próprio, da sobrecarga de usos, ou ainda do desajustamento dos desenhos da sua organização a novos modos de vida. As Áreas de Reabilitação Urbana e a política do município associada à reabilitação constituem matéria a enquadrar nos Planos Municipais de Ordenamento do Território.

Atendendo ao já referido relativamente à aplicação das novas regras relativas à classificação do solo, deverão ser revistas as UOPG previstas no plano, visando incrementar o grau de concretização das que se revelarem necessárias para a execução do mesmo.

As áreas de solo urbanizável revelam baixa capacidade de sedimentação por via do investimento particular, pelo que, atento o facto de não ter existido qualquer iniciativa em cerca 50% das áreas urbanizáveis, e das que existiram, 30% foram legalizações e alterações e/ou ampliações, parece pertinente refletir sobre o seu papel no modelo de ordenamento preconizado.

O Santuário Eucarístico da Beata Alexandrina de Balasar, estando previsto no Plano Diretor Municipal, está já a materializar-se. Deu origem à suspensão parcial do Plano Diretor Municipal (Aviso n.º 11232/2018, de 14 de agosto de 2018) na área envolvente destinando-se a garantir o acolhimento de circunstâncias excecionais resultantes da alteração significativa das perspetivas de desenvolvimento socioeconómico, que um equipamento desta natureza potencia. Uma revisão do Plano Diretor Municipal deverá integrar a alteração ao Plano decorrente da suspensão parcial, seja da perspetiva da ocupação, seja na ótica da reformulação de todo o sistema de acessibilidades a Balasar.

A necessidade de intervenção face ás alterações climáticas, no sentido da adaptação local, é fundamental, e é encarada como matéria prioritária, pela inevitabilidade que os seus impactos produzem e continuarão a produzir no território. A Revisão do Plano Diretor Municipal será uma oportunidade de analisar, avaliar, e plasmar nos seus conteúdos material e documental as orientações da Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, integrando o conjunto de ações concretas que resultam do conjunto de estratégias e opções de adaptação, consideradas apropriadas para responder às necessidades específicas, visando a adaptação ou mitigação dos efeitos destas alterações.

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Estes apontamentos são suficientes para considerar que, apesar da origem da Revisão do Plano Diretor Municipal se fundar numa imposição legislativa, esta se poderá revelar como uma oportunidade para ajustar políticas, opções, parâmetros, previsões de investimento, etc… objetivando a otimização dos recursos, o reforço das potencialidades, contrariando a dispersão e favorecendo a concentração. O modelo de ordenamento preconizado pelo Plano Diretor Municipal, policêntrico ou polinuclear, com suporte nas redes que os conectam, já traduz estes princípios orientadores, apenas se verifica desajustado no respeitante a algumas expetativas e estimativas que serviram de suporte ao seu desenho.

A monitorização dos instrumentos de gestão territorial, entre outras finalidades, permite aferir a necessidade de efetuar ajustamentos a esses instrumentos durante a sua execução, ou mesmo, reconhecer a necessidade de os rever. Neste contexto, considera-se essencial que a revisão do PDM inclua um sistema de monitorização, definindo criteriosamente os indicadores específicos, mensuráveis, com metas definidas e atingíveis, relevantes e balizados no tempo, suportando e estruturando o acompanhamento da sua concretização, avaliando e sistematizando o seu grau de aplicabilidade, criando e fornecendo matéria para a sua própria evolução.

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Anexo – Planta da rede de infraestruturas

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