OS COMPOSITORES E SEU TEMPO Normando Carneiro
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Normando Carneiro OS COMPOSITORES E SEU TEMPO Normando Carneiro Natal 2018 1 Os Compositores de seu tempo Normando Carneiro Vivaldi, Antonio (1678-1741) Compositor e violinista italiano, o mais influente de sua época. Nasceu em 04/03/1678 em Veneza, estudou com seu pai, violinista na catedral de San Marcos. Ordenou-se sacerdote em 1703, chamavam-no interprete russo (o cura ruivo), e começou a ensinar no Ospedale della Pietá que era um estabelecimento para meninas órfãs. Trabalhou ali como diretor musical até 1740, como professor e compunha concertos e oratórios para os concertos semanais através dos que conseguiu uma fama internacional. A partir de 1713 Vivaldi também trabalhou como compositor e empresário de óperas em Veneza e viajava a Roma, Mantua e outras cidades para supervisionar as representações de suas óperas. Para 1740 entrou ao serviço do corte do imperador Carlos VI em Viena. Faleceu nesta cidade o 28 de julho de 1741. Composições Vivaldi escreveu mais de 500 concertos e 70 sonatas, 45 óperas, música religiosa como o oratório Judithatriumphans (1716), a Glória em re (1708), missas e motetes. Suas sonatas instrumentais são mais conservadoras que seus concertos e sua música religiosa com frequencia reflete o estilo operístico da época e a alternância de orquestra e solistas que ajudou a introduzir nos concertos. Johann SebastianBach, contemporâneo seu, embora algo mais jovem, estudou a obra de Vivaldi em seus anos de formação e de alguns dos concertos para violino e sonatas de Vivaldi só existem as transcrições (em sua maior parte para clavecín) de Bach. 2 Os Compositores de seu tempo Normando Carneiro Johann Sebastian Bach (Eisenach, 21/03/1685 — Leipzig, 28/07/1750) Compositor, cravista, Kapellmeister, regente, organista, professor violinista e violista oriundo do Sacro Império Romano-Germânico, atual Alemanha. Bach foi um dos mais prolíficos compositores do ocidente. O número exato de suas obras é desconhecido, mas o catálogo BWV assinala mais de mil composições, entre elas inúmeras peças com vários movimentos e para extenso conjunto de executantes. A vastidão de sua Obra fica ainda mais óbvia quando se sabe que possivelmente metade dela se perdeu ao longo do tempo. Entretanto, é difícil imaginar que qualquer redescoberta que venha a acontecer altere significativamente o imenso prestígio de que desfruta na atualidade. De fato, Bach era infatigável, tanto em seu estudo e cópia da produção européia antiga e coeva – especialmente de italianos e franceses, construindo uma considerável biblioteca musical privada – como em seu trabalho autoral, em suas atribuições oficiais e em suas várias peregrinações a pé para ouvir músicos importantes. Com modéstia, certa feita declarou que qualquer um que se esforçasse como ele se esforçou atingiria os mesmos resultados. Os ingredientes do gênio são de análise problemática, mas as fontes do seu estilo são bem conhecidas. A primeira delas é, naturalmente, a tradição de música polifônica alemã do século XVII, que para muitos de seus contemporâneos – adeptos do novo “estilo galante”, como também é apelidado o Rococó – era já ultrapassada e por demais complexa e impopular. Entre os autores alemães que lhe foram forte referência se contam Buxtehude, Reincken, Bruhns, Lübeck, Böhm,Pachelbel, Krieger, Kuhnau, Zach ow, Froberger e Kerll. Embora o contraponto seja um elemento fundamental em seu estilo, Bach conseguiu, segundo Hindley, uma notável e inigualada síntese entre a polifonia e a homofonia. Outras fontes vitais para Bach foram a produção francesa e a italiana, em particular através das obras de Marais, Raison, Couperin, Grigny, Albinoni, Frescobaldi, Battiferri e Bonporti. 3 Os Compositores de seu tempo Normando Carneiro Além de um grande dom para a melodia, suas harmonias são ricas,audaciosas e sutis, e ele tinha um poderoso senso de arquitetura e forma, possibilitando-lhe construir estruturas de largo fôlego, com impressionante capacidade de controlar a evolução do discurso musical para conduzi-lo a um clímax impactante e expressivo, muitas vezes conseguido por uma sucessão cumulativa de pequenos elementos repetidos e variados. Seu interesse em novos resultados sonoros ficou patenteado em inúmeras ocasiões, quando transcreveu e arranjou obras suas ou de outros compositores de um meio para outro muito diferente. Monograma pessoal de Bach, entrelaçando as iniciais de seu nome O teclado foi a base do aprendizado de Bach, e também o meio preferencial pelo qual instruiu seus alunos. Tornou-se um requisitado professor ainda em Weimar, e em Leipzig suas atividades docentes se aprofundaram. H. N. Gerber, que estudara com ele, disse que seu método de ensino introduzia gradualmente uma enorme variedade de técnicas de composição geral, ao mesmo tempo em que educava o gosto e aperfeiçoava as capacidades de interpretação do aluno. Costumava segundo este relato, iniciar o ensino com suas Invenções e Suítes Francesas e Inglesas, e concluía o curso com os prelúdios e fugas do Cravo Bem Temperado. Estas coleções constituem o núcleo estilístico da música bachiana. Tem sido muito citado gosto de Bach pelo uso de simbologias numéricas de conotações esotéricas e religiosas em intervalos, proporções e na construção de melodias e estruturas, e embora isso tenha sido provada em alguns casos, a matéria é extremamente polêmica, dá margem a uma variedade infinita de conclusões, quase todas hipotéticas e muitas vezes contradizendo-se mutuamente, e de acordo com Geck demorar-se neste tópico, tentando-se decifrar as minúcias de cada frase musical ou de cada intervalo em termos de combinações matemáticas não acrescentam muito à compreensão de suas intenções musicais. Numa abordagem mais ampla do assunto, porém, a pesquisa é válida, pois a concepção da música como uma ciência matemática ainda fazia parte do espírito do século XVIII e seguia uma tradição que remontava a Pitágoras. Na história da polifonia ocidental as formas rigorosas do contraponto sempre foram vistas como uma expressão no mundo da ordem divina da Criação. 4 Os Compositores de seu tempo Normando Carneiro Em seu tempo essa idéia começava a se fragmentar rapidamente em prol de uma concepção mais subjetiva e humana. A estruturação do discurso musical já dava grande importância à harmonização vertical dos sons sobre uma base fornecida pelo baixo contínuo, enfatizando a melodia da voz superior e abandonando a estruturação horizontal típica da antiga polifonia, onde todas as vozes tinham igual relevo. Neste sentido, Bach é uma figura de transição entre duas eras, sintetizando ambas as tendências, mas sua insistência nas formas polifônicas densas e complexas foi parte do motivo pelo qual sua música madura encontrou uma receptividade relativamente fraca e foi vista por alguns de seus contemporâneos como antiquada. Mas é fato que Bach era um luterano devoto e nenhuma análise de sua Obra será completa sem levarmos em conta a sua profunda religiosidade. Em muitas partituras encontram-se as inscrições Jesu juva (Ajuda, Jesus!) ou Soli Deo gloria (Para a glória de Deus somente); sua biblioteca privada continha mais de oitenta obras teológicas, que não apenas lia, mas comentava em anotações marginais, e a despeito dos muitos elementos operísticos de suas cantatas, de origem profana, elas se erguem como monumentos à fé. Ainda mais marcantes nesse sentido são a Paixão segundo São Mateus e a Missa em si menor. Lembre-se também que grande parte de sua produção para órgão nasceu com a função de ser executada durante o culto religioso. Por isso, mesmo sendo a fase mais difícil de sua vida, o período que passou em Leipzig, quando suas obras religiosas avultam e ele atinge a maturidade artística, pode ser visto como o seu momento de apogeu. 5 Os Compositores de seu tempo Normando Carneiro PERÍODO CLÁSSICO Franz Joseph Haydn (Rohrau, 31/03/1732 — Viena, 31/05/1809) Foi um dos mais importantes compositores do período clássico. Personifica o chamado "classicismo vienense" ao lado de Wolfgang Amadeus Mozart e Ludwig van Beethoven. A posteridade apelidou este grupo como "Trindade Vienense". Para, além disso, é considerado como um dos autores mais importantes e influentes da história da música erudita ocidental com uma carreira que cobriu desde o fim do Barroco aos inícios do Classicismo. Ele é considerado a ponte e o motor que permitiram que esta evolução sucedesse. Era irmão do igualmente compositor Michael Haydn, colega de Mozart em Salzburgo, e do tenor Johann Evangelist Haydn, que mais tarde Joseph fará vir para Eszterhaza em 1763. Tendo vivido a maior parte da sua vida na Áustria, Haydn passou a maior parte de sua carreira como músico de corte para a rica família dos Eszterházy. Isolado de outros compositores, foi, segundo ele próprio, “forçado a ser original”. O seu gênio foi amplamente reconhecido durante a sua vida. Wolfgang Amadeus Mozart batizado Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart; (Salzburgo, 27/01/1756 – Viena 05/12/1791) Foi um prolífico e influente compositor austríaco do período clássico. Mozart mostrou uma habilidade musical prodigiosa desde sua infância. Já competente nos instrumentos de teclado e no violino, começou a compor aos cinco anos de idade, e passou a se apresentar para a realeza europeia, maravilhando a todos com seu talento precoce. Chegando à adolescência, foi contratado como músico da corte em Salzburgo, porém as limitações da vida musical na cidade o impeliram a buscar um novo cargo em outras cortes, mas sem sucesso. 6 Os Compositores de seu tempo Normando Carneiro Ao visitar Viena em 1781 com seu patrão, desentendeu-se com ele e solicitou demissão, optando por ficar na capital, onde, ao longo do resto de sua vida, conquistou fama, porém pouca estabilidade financeira. Seus últimos anos viram surgir algumas de suas sinfonias, concertos e óperas mais conhecidos, além de seu Requiem. As circunstâncias de sua morte prematura deram origem a diversas lendas. Deixou uma esposa, Constanze, e dois filhos. Foi autor de mais de seiscentas obras, muitas delas referenciais na música sinfônica, concertante, operística, coral, pianística e camerística.