Revista Spo N3 2012 Capa.Pdf
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Oftalmologia - Vol. 36 Oftalmologia REVISTA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE OFTALMOLOGIA Publicação Trimestral | Vol. 36 | Julho - Setembro 2012 Editor Conselho Redactorial José Henriques António Campos [email protected] Cristina Seabra Isabel Lopes Cardoso João de Deus João Segurado Marinho Santos Olga Berens Pedro Cruz Ricardo Faria Rui Proença Sociedade Portuguesa de Oftalmologia Comissão Central Conselho Fiscal Presidente Manuel Vinagre Manuela Carmona Luís Agrelos João Filipe da Silva Vice-Presidente Paulo Torres Coordenadores das Secções da S.P.O. Grupo Português de Retina-Vítreo Tesoureiro João Nascimento Augusto Magalhães Grupo Português de Inflamação Ocular Ana Paula Sousa Vogais Eduardo Silva Grupo Português de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo Rufino Silva Rita Dinis da Gama Secretária-Geral Adjunto Cirurgia Implanto-Refractiva de Portugal Ana Amaral Francisco Loureiro Secretário-Geral Grupo Português de Contactologia José Pedro Silva Miguel Amaro Grupo Português de Glaucoma Mesa da Assembleia Geral Manuela Carvalho Presidente Jorge Breda Grupo Português de Neuroftalmologia Ivone Cravo Vice-Presidente Nuno Canas Mendes Grupo Português de Patologia, Oncologia e Genética Ocular João Cabral 1ª Secretária Grupo Português de Ergoftalmologia Sandra Moniz Fernando Bivar 2° Secretário Editor da página da S.P.O na Internet Barros Madeira Helena Filipe SUBLINHADO Publicações e Publicidade Unipessoal - R. Prof. Vieira de Almeida, 38 - Lj. A - Bloco B - Piso 0 - 1600-371 LISBOA - Tel.: 21 757 81 35 | Depósito Legal 93 889/95 - ISSN 1646-6950 Vol. 36 - Nº 3 - Julho-Setembro 2012 | I Oftalmologia - Vol. 36 Índice Editorial V Libertação de Levofloxacina a Partir de António Travassos Um Hidrogel à Base de PHEMA: Uma Contribuição para o Desenvolvimento de Nota do Editor VII Lentes de Contacto Terapêuticas Contendo José Henriques Fármacos 237 Raquel Galante, Patrizia Paradiso, Guilhermina Artigos Originais Martins Moutinho, Ana Isabel Fernandes, Avaliação da Toxicidade Retiniana da José Luis Mata, Rogério Colaço, Benilde Saramago e Ana Paula Serro Hidroxicloroquina 193 Tatiana Gregório, Isabel Pires, Maria da Luz DSAEK – A espessura será realmente Cachulo, Aldina Reis, Catarina Mateus, Bárbara importante? 247 Oliveiros, JR Faria de Abreu, Rufino Silva, Sérgio Brito, Ana Cardoso, Esmeralda Costa, Miguel Castelo-Branco Andreia Rosa, M. João Quadrado, Joaquim Murta Sono em Oftalmologia 207 Alterações da Hemodinâmica Retrobulbar João Paulo Cunha, Joana Ferreira, Arnaldo Santos, no Glaucoma Pseudoesfoliativo 257 Luís Abegão Pinto, Teresa Paiva Cláudia Loureiro, Cláudia Gonçalves, Maria Inês Rodrigues, Mário Ornelas, António Figueiredo, Papel do Micro-Bypass Trabecular no Manuel Monteiro Grillo Controlo do Glaucoma: 1 Ano de Follow-Up 213 Joana Ferreira1, Luís Abegão Pinto1, Arnaldo Degenerescência Macular Ligada Santos1, Maria Lisboa1, João Paulo Cunha à Idade (DMLI) Exsudativa como Factor de Risco para Ansiedade e Depressão 263 Tomografia de Coerência Óptica do Segmento Mª Sara Patrício, Maria Picoto, Joana Portelinha, Anterior: Pré e Pós Iridotomia Laser Marta Guedes, Ana Sofia Donato, Fernanda Vaz, Periférica 219 António Rodrigues Lígia Ribeiro, Dália Meira, Joaquim Sequeira, Qual o Papel da Adesão Vítreo-Macular na Luís Agrelos Degenerescência Macular Associada à Idade? 267 Audrey Sampaio, Ana Amaral, Teresa Brito, Miguel Prevalência de Adesão Vitreo-Macular Marques, Rita Flores, Maria João Veludo Focal na Degenerescência Macular Ligada à Idade Exsudativa 225 Aberrometria Corneana na Trissomia 21 273 Rita Pinto, Teresa Varandas, Rui Fialho, Marta Vila- Arnaldo Santos, Rita Rosa, Ana Duarte, Joana Franca, João Nascimento, Paulo Caldeira Rosa Ferreira, João Paulo Cunha, Alcina Toscano Comparison of Macular Thickness and Motivo de Referenciação em Volume in Amblyopic Children using Oftalmologia Pediátrica e sua Tradução Time Domain Optical Coherence Tomography 231 Clínica num Centro Terciário 279 Filipe Silva, Samuel Alves, Susana Pina, Ana Rita Teresa Varandas, Filipe Braz, Filipe Fraga, Maria Azevedo, Peter Pêgo, Maria João Santos, de Lourdes Vieira, Gabriela Varandas, Raquel Ricardo São João Seldon, Ana Escada, Maria Jorge Raposo Vol. 36 - Nº 3 - Julho-Setembro 2012 | III Alterações Refractivas e Topográficas Revisão de 172 doentes com Patologia Tumoral Após Cirurgia de Esotropia 287 da Órbita 321 Rita Rosa, Arnaldo Santos, Ana Paixão, Vítor Maduro, Ricardo Oliveira , Lígia Cardoso , Alcina Toscano Júlia Veríssimo, Rui Proença Estudo Comparativo entre a Refracção com Síndrome de Stuve-Wiedemann: Casos Autorrefractómetro e Esquiascopia em Crianças Clínicos 325 sob Cicloplegia com Ciclopentolato 1% - Ana Martinho Silva, Ana Maria Silva Carvalho, Resultados Preliminares 293 J. Maia Seco, F. Bívar, Arabela Coelho, Rita Gama, Tânia Yang Nom, Daniela Cândido A. Castanheira-Dinis da Costa, Joana Chambel dos Santos, Rute Sousa da Costa Caso Clínico Mistério Qual o Diagnóstico? 329 Comunicações Curtas e Casos Clínicos Tânia Rocha, António Mendes Carvalho, Mário Buraco Macular de Plena Espessura Neves, João Filipe Silva, António Roque Loureiro na Alta Miopia – Casos Clínicos 301 Ana Martinho Silva, Rui Fialho, Rita Pinto, Caso Clínico Mistério Maria Luísa Colaço, Filipe Braz, João Nascimento Resposta ao Caso do Número Anterior 331 Marta Guedes, João Martins1, Sara Patrício, Síndrome de Susac 307 Ana Almeida, Maria Picoto, João Costa Mafalda Macedo, Maria João Furtado, Irene Barbosa, Maria Araújo, Miguel Gomes, Miguel Lume, Secção Histórica e Iconográfica - Histórias da Maria João Menéres, Angelina Meireles, Marinho Oftalmologia Portuguesa Santos COL center de Oftalmologia 333 João Segurado Síndrome de Wolfram: Diagnóstico e 6 Anos de Acompanhamento 315 Indicações aos Autores e Normas de Publicação 335 Rita Gentil, Cristina Freitas, Cristina Almeida, Natacha Moreno IV | Revista da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia Oftalmologia - Vol. 36 Editorial O fogo que arde sem se ver As nuances da cor do fogo numa lareira a arder são mais belas e vivas do que as cores da palete de um qualquer pintor. O calor do lume aquece-nos, torna mais agradável o ambiente que nos rodeia, dá-nos aconchego. Esse mesmo lume queima a ma- deira que levou muitos anos a crescer, queima todo o trabalho humano para a preparar e produz cinza (vapor de água e anidrido carbónico), num ciclo a que os seres humanos se habituaram e de que dependem. Mas, também produz uma quantidade variável de monóxido de carbono, gás tóxico e letal, e cinzas, das quais, em um qualquer momento, renascerá outra árvore, outra forma de vida, num outro contexto, numa outra e diferente natureza. Esse fogo que arde na lareira, controlado, acolhedor e reconfortante pode, se uma qualquer corrente de ar o descontrolar, lançar fagulhas e sem regras destruir o puzzle que o rodeia, uma casa, uma mata, uma cidade, um hospital. É sobre esse fogo destruidor que escrevo, particularmente do fogo posto, por incendiários esquizofrénicos, por madeireiros oportunistas ou por ne- gócios obscuros que hoje incendeiam à vista de todos o Serviço Nacional de Saúde, a relação médico/doente, a relação médico/ médico e as relações entre os profissionais da saúde. Projetámos a floresta, ordenámos os terrenos, plantámos as árvores e sonhámos respirar o oxigénio de uma fotossíntese renovada e ampliada. Tivemos sucesso, corremos e brincámos no “Choupal”, baixámos a taxa de morte perinatal, aumentámos a esperança de vida, controlámos a tensão arterial, mas não conseguimos controlar a ambição, a mediocridade, o respeito que, solidariamente, devemos ter por cada um de nós e pelos outros. Somos uns infelizes... Nas televisões injuriamos o vizinho por- que as folhas caducas do seu quintal caíram no nosso jardim, criticamos o tempo de espera para retirar uma árvore que se nos atravessou no caminho e criticamos quem planta árvores autóctones, incapazes de produzir celulose que floresça a riqueza nacio- nal. Estranha forma de pensar quando não conseguimos produzir neste mesmo país e de forma industrial um simples envelope de carta, temos o papel, mas não “sabemos” fazer o envelope. Na agricultura, vemos uma ministra licenciada em Direito que, mesmo com “crista”, ainda não conseguiu alargar o espaço de convívio dentro dos galinheiros. Na saúde, temos um economista que poupa no dinheiro mas esbanja na doença e ainda vis- lumbramos um ministro-adjunto que desafia todas as regras da decência, porque o curso que adquiriu mais não lhe proporciona do que dar “passos” acelerados para incendiar o nosso País. Este já é um País cheio de fuligem, com fumo por todos os lados onde a inteligência quase não consegue sobreviver. Citando Guerra Junqueiro, este é um país governado por “(…) dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo cético e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos atos, iguais um ao outro como duas me- tades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.” Um País com gente capaz de aconselhar os jovens melhor preparados, o futuro deste País, a emigrarem sem honra, para sobreviverem aos incendiários. “Como resistir? Pela força? Impossível. Não há balas nem libras, não há ouro nem ferro. Qual o meio então? Um único: a força moral. Não vale tudo, mas vale alguma coisa...” Que os Médicos Oftalmologistas compreendam e ponderem a força moral que assiste à relação médico/doente e à missão que cada um deve desempenhar para se auto-excluir ” (…) de uma burguesia,