Rio: Foi Uma França Que Passou Em Nossa Vida

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Rio: Foi Uma França Que Passou Em Nossa Vida rio: foi uma frança que passou em nossa vida Ah! As voltas que dá a história dos povos, das gentes – e de cidades como o Rio... Fala-se agora, mais do que nunca, de um importante personagem: Ni- colas Durand de Villegagnon. O almirante – é sabido – fundou na Baía de Gua- nabara a França Antártica, cujos 450 anos deveriam ser celebrados, com pom- pa e circunstância, no ano que vem. Aliás, em 2005, a França estará homenage- ando o Brasil com dezenas de eventos. Mas por que Villegagnon passa agora a ser tratado como benfeitor do Rio, ele, que foi considerado pela História oficial, por séculos, um aventureiro e inva- sor? Porque só agora estão sendo levantados os véus do preconceito religioso imposto pelos (inegavelmente) sedutores adversários de Villegagnon, os tam- bém franceses, mas calvinistas, Jean de Léry e Jean Couvin, o próprio Calvino, o primeiro seu comandado quando a instalação da França Antártica, e o segundo, seu amigo de bancos escolares. A verdadeira história de Villegagnon lança um novo olhar sobre sua aventura na Guanabara, nome indígena que os franceses adotaram. E com o acento oxí- tono dos índios: Guana-bará. Ele foi um dos personagens mais interessantes da França no século XVI. Cavaleiro da Ordem de Malta (1523), Villegagnon tem uma biografia épica. Seqüestrou a rainha católica Maria Stuart na Escócia e le- EsqUina do ricardo vou-a para a França, livrando-a das garras do rei anglicano Henrique VIII. Tor- nou-se um personagem quase mítico: foi o galante guerreiro que humilhou os ingleses e ajudou a redefinir o mapa político do seu tempo. Este era o perfil do personagem que fundaria, em 1555, o primeiro núcleo civilizatório europeu na Guanabara: Henriville, a cidade de Henrique II, rei católico de França. Villegagnon lançou os fundamentos da vila entre os morros do Castelo e da Glória, local onde os portugueses confirmariam o nascimento de sua cidade, o Rio, alguns anos depois. A França Antártica não prosperou, apesar de os fran- ceses terem conquistado a simpatia de tamoios e tupinambás. Há três anos, o Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Arno Wehling, forneceu, a meu aviso, um argumento definitivo sobre a polêmica, ao lembrar que Buenos Aires teve dois fundadores: Pedro de Mendoza, em 1536, e Juan de Garay, em 1580, que fez a instalação definitiva da cidade. Logo, o Rio pode ter dois fundadores, o português Estácio de Sá e o francês Nicolas Durand de Villegagnon. E que se comece, desde já, a recuperação da memória do segundo. minha alma canta sua maJestade, o negro gato do Estácio por vera de souza fotos adriana lorete Luiz Melodia é um binômio Se o ideal não caminhasse paralelamente ao perfeito, e a ordem dos fatores real, o Estácio não estaria órfão de políticas pú- blicas, suas residências remanescentes de tem- não altera o produto. Luiz é pos áureos estariam tombadas e o bairro se cha- Melodia e ponto final. A mais maria “Luiz Melodia”. Nosso príncipe nasceu e perfeita tradução do Estácio, um foi criado na divisa entre os morros do Estácio e de São Carlos, um dos pontos principais na ge- recanto carioquíssimo, ografia do samba. “Minha brincadeira preferida depositário das maiores tradições era soltar pipa e jogar bola. Qual a criança que do samba. Sua majestade, o não gosta de bola? Rodei muito pião, pulei car- niça, andei de patinete, joguei bola de gude, sol- “Negro Gato” (apud Roberto tei muito balão, fiz e soltei pipas. O morro era Carlos) bebeu na fonte de nomes um parque de diversões. Posso dizer que tive o como Ismael Silva, abraçou o rock maior privilégio do mundo como criança. E fa- e explodiu pela voz de Gal Costa zíamos os nossos brinquedos: eu fazia minhas pipas. E sem falar das festas maravilhosas, as com “Pérola Negra”. Ele brinda juninas, por exemplo, em que dancei muita qua- Carioquice, falando de drilha. Era uma diversidade maravilhosa. Dá uma reminiscências e revela o seu saudade...” Mas festa, mesmo, era com o Carnaval, des- próximo passo: um disco só de creve Melodia. “Como os participantes moravam sambas. no morro, dava para ver da janela, da rua. Aliás, morro não tem rua, tem beco, viam-se várias alas passarem. Era genial, divertidíssimo. Eu era menino e via essas coisas todas. Lembro disso já a partir dos oito anos.” A escola, porém, era um doce proibido. “Nun- ca desfilei, porque meu pai era da Igreja Batista. 4 Carioquice out/nov/Dez 2004 5 minha alma canta Foi muito radical na maior parte da minha infân- tástico, que também cantava bonito. Era conhe- cia e adolescência, e só depois ficou mais ma- cido como Oswaldo Melodia. Foi a minha grande leável. Nas pregações, ele dizia que as folias, influência, e muito cedo eu comecei a tocar vio- batucada, e toda aquela festa eram coisas do lão por ter aprendido os primeiros acordes com diabo, do maligno. Então, acabamos ficando ele.” Detalhe: neste meio tempo, o aprendiz de meio intimidados. Nem eu, nem meu irmão, nem músico acabou quebrando a viola do pai... Lem- minhas três irmãs, principalmente elas, chega- branças de um tempo de traquinas. mos a desfilar.” Com 13, 14 anos o jovem Luiz Carlos dos E, por incrível que pareça, a inspiração para Santos já era chamado de Luiz Melodia pela ga- a carreira veio justamente do pai, que era músi- rotada do morro, compunha algumas letras e co. “Seu” Oswaldo, funcionário público, queria formava grupos. “No fim, meu pai acabou tor- que o único filho vivo – o outro filho homem cendo muito por mim. Foi o maior fã de Luiz morreu havia alguns anos – se formasse e fos- Melodia. Ele era um tiete que guardava tudo que se “doutor”. Mas também era um virtuose na saía sobre mim na imprensa, isso quando eu já viola de quatro cordas, muito usada por repen- tinha gravado um disco. Ele andava com uma tistas no Nordeste. “Ele era um compositor fan- pasta, já até se desmantelando, debaixo do bra- 6 Carioquice ço, e não tinha outro assunto com as pessoas perdia, às seis da manhã, a ‘Hora Sertaneja’. Por a não ser a minha trajetória, sucessos e outras isso a minha música é diversa. Essas influências corujices.” musicais estão muito presentes, até hoje, nas Além do pai, a grande influência na carreira minhas composições.” veio, claro, do Morro do Estácio. Melodia fre- Com 15 anos, pelas mãos do pai, Luiz es- qüentava a escola de samba às escondidas, co- treou como calouro na Rádio Nacional. E, em vez nhecendo compositores do quilate de Ismael Silva de sambas, preferia interpretar Roberto Carlos. e Cartola. “Quando eu tinha oportunidade ia às “E ficava o morro todo colado no rádio quando serestas, porque o morro era musicalmente muito era o meu dia de cantar.” Divertido, diz que nunca rico. Sempre que eu tinha uma grana saía com- levou o “gongo”, o sinal que despachava os ca- prando variados LPs. Meus tios foram meus louros e calouras que desafinavam. “Passei por grandes incentivadores, compravam para mim todos esses apertos”, ri. discos de Elza Soares, Jamelão, Dolores Duran, Depois foi a vez da TV, nos anos 60. Mais Ângela Maria, Anísio Silva, João Gilberto. Eu só precisamente no programa “Hoje é Dia de Rock”, ouvia a nata. E no rádio eu escutava até trio nor- de Jair de Taumaturgo, palco da Jovem Guarda e destino, em um programa que minha mãe nunca de conjuntos como The Fevers. “Passei a fazer A bênção, São Ismael Silva Foi em 1908 que um menino de 3 anos de idade, Ismael Silva, filho de um operário e de uma lavadeira, mudou-se de Niterói para o Morro do Estácio. Aos 17 anos, dois anos depois de compor seu primeiro samba, passou a fre- qüentar o Café e Bar Apolo, ponto de encontro lhanças com o maxixe que tanto marcavam o da nata do samba do Rio nos anos 20. gênero na época. Em 1928, já conhecido nas rodas e com sam- Em 1931, amargurado com a morte de dois bas gravados até por Francisco Alves, Ismael grandes parceiros, Nilton Bastos (de tuberculo- reúne os integrantes dos blocos de sujo do bair- se) e Mano Edgar (assassinado depois de uma ro do Estácio e funda a Deixa Falar, a primeira discussão em uma roda de jogo), Ismael deixa escola de samba. o Estácio. No mesmo ano, encontrou um outro O primeiro desfile foi um ano depois, na Pra- grande parceiro, Noel Rosa, com quem assinou ça Onze, na cadência dos sambas do pessoal vários sucessos como “Adeus”. Depois da mor- do Estácio. Na verdade, um novo tipo de sam- te de Noel, em 1937, Ismael Silva passou por ba, cuja batida marcada por instrumentos de longos períodos fora dos palcos. Morreu em percussão era mais apropriada para os desfiles 1978, cinco anos depois de gravar seu último das escolas que surgiam, em vez das seme- disco, “Se você jurar”. out/nov/Dez 2004 7 minha alma canta Cine Estácio apresenta “Melodia na Tela” O cinema sempre foi outra paixão de Melo- Cacá deu um toque no Andrucha, que me cha- dia. E não apenas como espectador, mas como mou para fazer este filme. Atuar com Fernanda candidato a ator. “De vez em quando eu dava Montenegro é um luxo, não é? Stênio Garcia, mais entrevistas e dizia: ‘Pô, ninguém me chama. Aqui luxo ainda (se é que é possível essa heresia) e mora um ator fantástico”, comenta, rindo. Ga- Fernanda Torres, Emiliano Queiroz, Ruy Guerra. nhou um pequeno papel no filme “Dois Irmãos”, Eu acho que sou um cara que nasceu pra lua dirigido por Lucia Murat, onde fazia um compo- (risos)”.
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