A Internet Na Popularização De Artistas Brasileiros: Sucesso Na Web É Sinônimo De Sucesso De Vendas E De Público?”
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Universidade Estadual de Campinas Instituto de Artes Atividade 2 - Elaboração de proposta de Projeto de Pesquisa Discente: Giovane Gonelli Agapito / R.A.: 155557 Docente: Prof. Dr. José Armando Valente CS101 - Métodos e Técnicas de Pesquisa em Midialogia “A internet na popularização de artistas brasileiros: sucesso na web é sinônimo de sucesso de vendas e de público?” Introdução Com o advento da internet e sua popularização no começo do século XXI, aumentar a exposição de seu trabalho, – seja ele autoral ou não – por parte dos artistas dos mais diversos segmentos, mas principalmente o musical, se tornou uma tarefa menos árdua nos últimos anos. Com a popularização de sites como Facebook, Soundcloud, YouTube e Instagram, quase todo o processo criativo e técnico já pode ser dividido com os usuários da web, através de fotos de shows, fotos promocionais, videoclipes, vídeos de ensaios, vídeos ao vivo, diário de gravação em estúdio ou qualquer outro registro que a banda ache satisfatório expor publicamente, além das respectivas músicas por toda a web. Sites como iTunes Store (APPLE, 2014), que possibilitam que o ouvinte compre o material da banda digitalmente, aumentam a margem de lucro dos artistas, gerando maior segurança para divulgarem seus trabalhos de um modo gratuito, como liberação do download de suas músicas, aumentando a exposição dos mesmos. Não obstante, ainda há a possibilidade de compra dos discos em suas versões físicas nas lojas. Outros dados que, nos últimos anos, estão sendo levados em consideração são: números de “curtidas” que a página oficial do Facebook da respectiva banda recebe; números de visualizações de clipes e/ou outros vídeos postados no canal da banda contabilizados no YouTube; comentários nas mais diversas redes sociais; “colocação” da banda nos mecanismos de pesquisa virtuais como Google, Yahoo!, Bing, entre outros, quando o nome da banda é digitado em tais sites (para ter uma ideia do feedback que a banda recebe, repercussão e contabilização de pesquisas sobre a mesma), entre tantas outras maneiras de uma banda sobressair-se no mercado digital. Porém, muitos artistas, ouvintes e especialistas analisam esses dados com uma certa desconfiança, pois não há nenhum dado científico que permita calcular uma certa “porcentagem” desse sucesso na web difundido no sucesso de público e, de fato, lucros reais para o artista. Como prova dessa desconfiança que toma conta da atmosfera musical brasileira, temos as palavras de Rick Bonadio, um dos produtores musicais brasileiros de maior êxito atualmente, responsável por lançar artistas de peso como Mamonas Assassinas, Nx Zero, Fresno, Charlie Brown Jr., entre outros: “O artista novo tem que espalhar a sua música, usar a internet, ele tem que correr atrás de oportunidade para fazer muitos shows. Mas ele não deve sonhar que a internet vai resolver o problema dele. Hoje, banda de rock, assim como muitos anos atrás, cresce na estrada fazendo shows. Não é na internet, isso é uma bobagem. Internet ajuda, ajuda muito, mas não sonhe que ela vai te transformar num sucesso, porque não vai. Para você construir uma carreira sólida, você tem que ter base. Então, faça muitos shows, em qualquer buraco. Vai tocar naquele barzinho do amigo que te dá uma oportunidade, tente abrir shows de outras bandas, vá a lugares alternativos, mostre a cara e faça shows por que você vai ganhar experiência e público. Essa experiência é essencial para se gravar um disco, porque vai sustentar o futuro desse disco.” (BONADIO, apud COELHO, 2011) Portanto, o futuro artigo, guiado por esse Projeto de Pesquisa, será escrito com o intuito de avaliar a relação entre Sucesso na Web x Sucesso de público e de vendas, a relação que as redes sociais têm na determinação do público-alvo, além da obtenção de dados que suportam tais questionamentos, no estilo de Pesquisa Documental, e responder as seguintes perguntas: O artista que tem um grande número de “curtidas” no Facebook e muitas visualizações no material audiovisual postado em sites de compartilhamento de vídeos tem, necessariamente, um grande público em shows e grande número de vendagens de seus discos? Possuir grande exposição na internet aumenta, de fato, para o artista, seu sucesso fora da web? Práticas conhecidas em redes sociais que, de acordo com um certo valor pago, aumentam a exposição dos artistas nessas mesmas, ajudam o êxito musical deles? Na era digital em que vivemos, é possível tornar-se um artista conhecido em âmbito nacional sem depender da internet? Objetivos Geral: Analisar criticamente a trajetória de diversas bandas, pertencentes ao mainstream ¹ ou underground ², de variados segmentos musicais; guiar-se por material audiovisual de apoio e, assim, dissertar sobre as nuances entre o sucesso do artista na web e o sucesso que ele faz em shows e em vendagens de discos, destacando essa diferença entre internet e a “vida real”. Específicos: 1) Definir quais bandas serão analisadas e coletar as informações necessárias, principalmente aquelas referentes às páginas oficiais das bandas na web e seus respectivos números de acessos a clipes, downloads, entre outros, além de informações sobre vendas de ingressos e de discos; 2) Para auxílio na compreensão das informações coletadas, assistir e analisar conteúdo audiovisual específico sobre a cena musical brasileira, em diversos segmentos musicais, de bandas menores a bandas de grande exposição; 3) Associar tais informações, com a ajuda de alguns produtores musicais e agentes de shows que serão contatados no decorrer da elaboração do artigo, definindo hipóteses que possam justificar os resultados obtidos; 4) Comparar o desempenho das bandas entre gêneros musicais analisados ³, destacando quais são os gêneros mais favoráveis ao sucesso e quais são os menos, utilizando exemplos de bandas como metodologia; 5) Comparar bandas famosas com bandas menores, utilizando como base a média aritmética simples 4 entre os dados coletados entre as bandas, e determinar uma margem da diferença entre o comportamento delas e aceitação o público, por parte delas; 6) Traçar uma “porcentagem”, por mais hipotética que seja, sobre as diferenças entre o sucesso na web e o sucesso de vendas e de público; 7) Elaboração do artigo; 8) Revisão e entrega da versão final do artigo, cujo tema é “A internet na popularização de artistas brasileiros: sucesso na web é sinônimo de sucesso de vendas e de público?”, para o Prof. Dr. José Armando Valente. ¹ o termo mainstream inclui tudo que diz respeito a cultura popular, e é disseminado principalmente pelos meios de comunicação em massa, ou seja, refere-se ao artista que possui um grande público em seus shows, grande número de vendas de seus discos, exposição na mídia, entre outros fatores. ² underground é uma expressão usada para designar um ambiente cultural que foge dos padrões comerciais, dos modismos e que está fora da mídia. ³ gêneros musicais analisados: MPB autoral; Metal autoral; Rock autoral; Pop Rock autoral; Funk autoral; Sertanejo autoral. 4 A média aritmética simples é uma das formas de obter um valor intermediário entre vários valores. É obtida dividindo-se a soma das observações pelo número delas. Metodologia Tipo de pesquisa: Documental Local a se realizar a pesquisa: pela web, principalmente em redes sociais; sites das gravadoras das bandas analisadas; sites especializados em música; contato com produtores musicais; agente de shows das bandas analisadas, etc.; População envolvida: músicos brasileiros, desde bandas undergrounds até bandas mais consolidadas no cenário musical brasileiro. 1) As 10 bandas selecionadas e seus respectivos segmentos musicais são: Chico Buarque (mpb – mainstream) (CHICO, 2014a; CHICO, 2014b; CHICO, 2014c) Angra (metal – mainstream) (ANGRA, 2014a; ANGRA, 2014b; ANGRA, 2014c; ANGRA, 2014d) Capital Inicial (rock – mainstream) (CAPITAL, 2014a; CAPITAL, 2014b; CAPITAL, 2014c; CAPITAL, 2014d) Fresno (pop rock – mainstream) (FRESNO, 2014a; FRESNO, 2014b; FRESNO, 2014c; FRESNO, 2014d) Luan Santana (sertanejo – mainstream) (LUAN, 2014a; LUAN, 2014b; LUAN, 2014c; LUAN, 2014d) Anitta (funk – mainstream) (ANITTA, 2014a; ANITTA, 2014b; ANITTA, 2014c; ANITTA, 2014d) No Ducky (pop rock – underground) (NO, 2014a; NO, 2014b; NO, 2014c) Project46 (metal – underground) (PROJECT46, 2014a; PROJECT46, 2014b; PROJECT46, 2014c) Scalene (rock alternativo – underground) (SCALENE, 2014a; SCALENE, 2014b; SCALENE, 2014c) Tópaz (pop – underground) (TÓPAZ, 2014a; TÓPAZ, 2014b; TÓPAZ, 2014c) As informações coletadas, referentes as bandas selecionadas, serão oriundas, basicamente, do site de compartilhamento de vídeos YouTube (GOOGLE, 2014a), onde, por meio de média aritmética simples, haverá um cálculo da média de visualizações por vídeo postado; um levantamento do número de “curtidas” referentes à página oficial no Facebook (FACEBOOK, 2014) das respectivas bandas; localização do site oficial (ou equivalente) da banda analisada quando o nome da mesma é digitado nos sites de pesquisa Google (GOOGLE, 2014b), Yahoo! (YAHOO!, 2014) e Bing (MICROSOFT, 2014); número de execuções das músicas das respectivas bandas nos sites de streamming Soundcloud (OVERDRIVE, 2014)(ou equivalente); média aritmética simples das vendagens de todos os discos das bandas, com o intuito de elaborar uma média de vendas; cachê médio pago pelos realizadores dos shows das bandas analisadas. 2) Os material audiovisual analisado será: “Do Caos À Utopia” (TAFAREL, 2012) “O Rap pelo Rap” (FÁVERO, 2013) “Cultura Hardcore” (ANTUNES, 2012) “Do Underground ao Emo” (FERRO, 2013) “Curitiba Underground”