A Transformação Do Sistema De Ciência E Tecnologia Do Exército Cooperação Civil-Militar: Por Que Ter Uma Doutrina Própria?
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ISSN 2317-6350 Publicação do Exército Brasileiro | Ano 001 | Edição 003 | Julho a Setembro/2013 A Transformação do Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército Cooperação Civil-Militar: Por que ter uma Doutrina Própria? Sensoriamento Remoto, Motivação para o Combate Derrubando o Impossível DOUTRINA militar TERRESTRE em revista | Julho a Setembro/2013 1 CHEFE DO EstadO-MAIOR DO EXÉrcitO General de Exército Joaquim Silva e Luna sumário 3o SUBCHEFE DO EstadO-MAIOR DO EXÉrcitO/ CHEFE DO CENTRO DE DOUTRINA DO EXÉrcitO General de Divisão Mario Lucio Alves de Araujo MENSAGEM DO CHEFE DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E ASSISTENTE DO CHEFE DO CENTRO TECNOLOGIA DE DOUTRINA DO EXÉrcitO Coronel Douglas Bassoli Gen Ex Mayer 4 CONSELHO EDITORIAL A TRANSFORMAÇÃO DO SISTEMA DE General de Divisão Mario Lucio Alves de Araujo CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO EXÉRCITO General de Brigada Haroldo Assad Carneiro Coronel Douglas Bassoli Gen Ex Mayer 6 EDITOR-CHEFE Coronel Douglas Bassoli ANTIGOS CONCEITOS, UMA SUPERVISOR DE PRODUÇÃO NOVA ABORDAGEM! Coronel Aléssio Oliveira da Silva 14 Cel Hudson REDAÇÃO E REVISÃO Capitão Paulo de Souza PROJETO GRÁFICO – CCOMSEx INICIATIVA E A INTENÇÃO DO 1o Tenente Karla Roberta Holanda Gomes Moreira COMANDANTE 1o Tenente Osmar Leão Rodrigues 22 Subtenente Valmir José Kerkhoven Gen Ex Castro 1o Sargento Djalma Martins 1o Sargento Juliano Bastos Cogo 2o Sargento Fabiano Mache COOPERAÇÃO CIVIL-MILITAR: POR Cabo Harllen de Oliveira Ximenes Mesquita QUE TER UMA DOUTRINA PRÓPRIA? DIAGRAMAÇÃO E ARTE FINAL – CCOMSEx Cap Cerqueira 30 Cabo Harllen de Oliveira Ximenes Mesquita COORDENAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx) AS AMBIGUIDADES ESTRATÉGICAS DA VIOLÊNCIA EXTREMISTA IMPRESSÃO GRÁFICA E DO CONFLITO IRREGULAR Cidade Gráfica e Editora Ltda. ASSIMÉTRICO DO SÉCULO XXI 38 SIBS Quadra 03, Cj A, Lt 26/28 Núcleo Bandeirante – Brasília/DF Gen Bda Alvaro CEP 71726-301 – Tel. (61) 3552.5066 [email protected] PERIODICIDADE CENÁRIOS, OPERAÇÕES NO Trimestral Amplo ESPECTRO E Brigadas DE Cavalaria MECANIZadaS TIRAGEM Gen Bda Stumpf 2.000 exemplares (Circulação dirigida no país e no exterior) 50 ADMINistradOR DO POrtal DO C DOUT EX E VERSÃO ELETRÔNICA Coronel Silvio Renan Pimentel Betat DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Foto de Capa: Arquivo CCOMSEx Centro de Doutrina do Exército Descrição: O Radar SABER M60 o Quartel-General do Exército – Bloco A – 1 andar foi desenvolvido pelo Centro CEP 70630-901 – Setor Militar Urbano – Brasília/DF Tecnológico do Exército para a Telefone: (61) 3415.5239 / (61) 3415.5888 (RITEX 860) [email protected] ou defesa antiaérea de baixa altura. [email protected] 2 www.cdoutex.eb.mil.br sumário DOUTRINA militar TERRESTRE em revista | Ano 001 | Edição 003 | Julho a Setembro/ 2013 SISTEMA VING TSUN SENSORIAMENTO REMOTO, ARTE MARCIAL CHINESA DERRUBANDO O IMPOSSÍVEL PARA TROPAS DO EXÉRCITO 3º Sgt Beltrão 62 82 Fabio Gomes OPERAÇÃO ÁGATA: A REALIDADE DO MOTIVAÇÃO PARA O COMBATE AMBIENTE INTERAGÊNCIAS Gen Bda Goulart 74 Maj Bou Khater 90 As ideias e conceitos contidos nos artigos publicados nesta revista refletem as opiniões de seus autores e não a concordância ou a posição oficial do C Dout Ex, do EME e do Comando do Exército Brasileiro. Essa liberdade concedida aos autores permite que sejam apresentadas perspectivas novas e, por vezes, controversas, com o objetivo de estimular o debate de ideias. DOUTRINA militar TERRESTRE em revista | Julho a Setembro/2013 3 mensagem A atual geração de militares em serviço fatores, nem sempre controláveis e sujeitos a desfruta do raro privilégio de viver, de forma um nível crescente de entropias, à medida que direta, o ambiente do Processo de Transformação se tornam mais especializados e raros. Esta foi, do Exército Brasileiro, que vem ocorrendo no portanto, a abordagem principal da missão, que âmbito dos seus diferentes vetores. está hoje consubstanciada em um planejamento Em suas diretrizes para o período de 2011 a ambicioso, com grandes riscos, é verdade, mas 2014, o Sr Comandante do Exército, Gen Ex Enzo suficientemente robusto e plástico para se Martins Peri, assinala que o Sistema de Ciência adaptar a mudanças de cenários, desde que não e Tecnologia do Exército (SCTEx) “…é essencial caóticas. A aproximação dos entes interessados na como indutor do Processo de Transformação da Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de produtos de Força”. O peso específico dessa afirmação confere interesse da defesa, em um ambiente fortemente ao SCTEx uma responsabilidade protagonista colaborativo, foi a forma adotada para enfrentar em relação aos objetivos a serem alcançados este primeiro grande desafio, conforme detalha- e corrobora a percepção universal de que a remos no artigo já mencionado. tecnologia é a alavanca capaz de mudar as feições Outra área disruptiva para o processo de da sociedade e de estabelecer a forma como transformação refere-se à capacidade do sistema viveremos no futuro. em multiplicar as suas próprias “capacidades”, Reduzida aos interesses da Força Terrestre, a em um processo que poderíamos denominar tecnologia determinará a evolução da doutrina de de “simbiose produtiva”, que tem por base uma emprego e proporcionará o poder de combate que, extensa rede de colaboradores, dentro e fora do em última análise, representarão a capacidade da País, representados principalmente pela academia Força em preservar, no âmbito das suas missões, e por centros de excelência, onde as demandas do os interesses nacionais de soberania, de paz social SCTEx possam ser implementadas e aceleradas, e de progresso. valendo-se da expertise dos entes associados A análise da missão atribuída ao SCTEx ao sistema. Trata-se de uma abordagem já permitiu que o Departamento de Ciência e experimentada pelos centros de P&D de defesa de Tecnologia identificasse as principais ações a vários países, com destaque para os EUA, onde a realizar, principalmente para preparar o Sistema participação de atores externos ao âmbito militar para os desafios que deverá enfrentar no curso resulta na obtenção de soluções mais rápidas e dos próximos anos. Dentre as áreas do preparo inovadoras, para problemas complexos e inéditos. do Sistema, gostaria de destacar e comentar Para não alongar demasiadamente este brevemente algumas delas, uma vez que esta prefácio, mencionaríamos, ainda, a área relativa edição da “Doutrina Militar Terrestre” traz, ao espectro de tecnologias de interesse da Defesa, também, um completo artigo sobre as bases de em particular da Força Terrestre. O espectro dessas transformação do SCTEx. tecnologias é muito amplo, exigindo, portanto, A área mais crítica, capaz de fazer a uma seleção de frente, para não corrermos o risco diferença entre o sucesso e o fracasso, é a relativa de, dispersando o esforço disponível, incorrermos à capacitação de recursos humanos voltados para em uma quantidade exagerada de fracassos, que a tecnologia. Em um mundo de rápida evolução, apesar de esperados, devem ser mitigados ao este não é um tema trivial, pelo contrário, é o máximo. Com essa perspectiva, algumas áreas da mais crítico dentre todos que possamos elencar. tecnologia foram contempladas, destacando-se a Obter, manter e atualizar recursos huma-nos Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC), a em C&T depende de um número enorme de Defesa Cibernética, os veículos robôs (terrestres, 4 DOUTRINA militar TERRESTRE em revista DOUTRINA militar TERRESTRE em revista | Ano 001 | Edição 003 | Julho a Setembro/2013 aquáticos e aéreos), os sistemas de guiamento e de Assim, mesmo antes de partir efetivamente georreferenciamento, a tecnologia de materiais, para o seu processo de transformação, o SCTEx a defesa QBNR, os sistemas de energia, além de já apresenta um peso ponderável em relação algumas outras. aos itens de produtos militares que equipam ou Como exemplos de P&D de produtos militares que irão equipar a Força em futuro próximo. já contemplados, ao menos parcialmente, por uma Acreditamos que sob, uma nova perspectiva de nova metodologia de obtenção, podemos citar o gerenciamento, apoiada por recursos humanos radar M20 de vigilância terrestre, o Radar M200 de alta especialização e contando com a sinergia de vigilância aérea, o Rádio Definido por Software de uma ampla rede de colaboradores, o Exército (RDS), a atualização do Sistema C2 em Combate e Brasileiro conseguirá obter de forma autóctone, produtos derivados, o Míssil SS de longo alcance nos próximos 20 a 30 anos, quase que a totalidade e os foguetes SS 40 com precisão melhorada. Na dos itens de que necessita para qualificar-se como fase de concepção, estão as novas versões da o Exército de um grande País. viatura blindada Guarani 6x6, as versões 8x8 e 4x4, o Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP) Classe 1 e viaturas blindadas sobre lagartas derivadas da família Guarani, estas ainda conceituais. General de Exército JOÃO CARLOS VILELA MORGERO Comandante de Operações Terrestres A TRANSFORMAÇÃO DO SISTEMA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO EXÉRCITO General de Exército Sinclair Mayer e administrativa do Exército Brasileiro. Como O Gen Ex Mayer é o atual Chefe do Departamento de Ciência desdobramento desse processo, iniciou-se o e Tecnologia. Oriundo da Arma de Artilharia, foi promovido ao posto atual em 31 de março de 2011. Graduou-se em Programa de Transformação do Sistema de Ciência engenharia civil pela Pontifícia Universidade e Tecnologia, que resultou na concepção do Polo Católica de Campinas. Foi instrutor da de Ciência e Tecnologia do Exército em Guaratiba Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (PCTEG) como um pilar fundamental para a e assistente-secretário do Comandante do Exército. Desempenhou a função organização e operacionalização do novo Sistema de Sub-secretário da Conferência de Ciência Tecnologia e Inovação do Exército dos Exércitos Americanos, no biênio (SCTIEx), focado na inovação, na capacidade de 1994/1995, em Buenos Aires, Argentina. antecipação e no atendimento das demandas da Comandou a Escola Preparatória de Força Terrestre. Cadetes do Exército, a 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea e a Artilharia Divisionária A concepção do PCTEG, cujo projeto inicial da 1ª Divisão de Exército. Exerceu o cargo de Diretor de Material.