O Grande Medo De 1987: Uma Releitura Do Acidente Com O Césio-137 Em Goiania
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA EURÍPEDES MONTEIRO DE OLIVEIRA JÚNIOR O GRANDE MEDO DE 1987: UMA RELEITURA DO ACIDENTE COM O CÉSIO-137 EM GOIANIA Brasília 2016 EURÍPEDES MONTEIRO DE OLIVEIRA JÚNIOR O GRANDE MEDO DE 1987: UMA RELEITURA DO ACIDENTE COM O CÉSIO-137 EM GOIANIA Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História, do Instituto de Ciências Humanas da Universidade de Brasília, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em História. Brasília 2016 2 TERMO DE APROVAÇÃO EURÍPEDES MONTEIRO DE OLIVEIRA JÚNIOR O GRANDE MEDO DE 1987: UMA RELEITURA DO ACIDENTE COM O CÉSIO-137 EM GOIANIA Tese aprovada como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em História no Programa de Pós-Graduação em História, Instituto de Ciências Humanas, Universidade de Brasília, pela seguinte banca examinadora: ______________________________________________________ Prof. Dr. José Walter Nunes (orientador) ______________________________________________________ Profa. Dra. Diva do Couto G. Muniz (UnB) ______________________________________________________ Profa. Dra. Gercinair Silvério Gandara (UEG) ______________________________________________________ Profa. Dra. Thereza Negrão (UnB) ______________________________________________________ Profa. Dra. Miraci Kuramoto Nucada (PUC-GOIÁS) ______________________________________________________ Profa. Dra. Eloisa Pereira Barroso (UnB) Suplente 3 A minha mãe, com gratidão. Ao meu pai, com saudades. À Minha Esposa, com carinho Aos meus filhos, como exemplo. Às Vítimas do Césio, com esperança 4 A marca da inocência Dona Maria, mãe de Devair: 42’03” ... Não, ele só contou assim que a hora que eu cheguei ele falou assim Mãe, comprei essa peça aqui, essa peça aqui vai me dar muito dinheiro, mas se eu der conta de tirar, porque se eu vender ela inteira, não dá pra tirar o metal do chumbo, que ela tem muito chumbo, então se eu vender ela assim inteira não da pra mode eu tirar o dinheiro que eu dei nela mas ai ele foi e falou pra mim, eu levantei essa noite, eu cheguei e de fato eu bati assim na parede que ela deu um clarão assim, um clarão que só a Senhora vendo, nunca vi, então eu assustei com o clarão dela... ... Tava na porta, dentro de casa, dentro de casa encostada no portal e eu lá na sala mesmo foi que eu peguei a taiadera e bati ai eu larguei pra lá e fui lavar umas vasilha pra ela ai arrumei e fui embora, ai eu falei ó amanhã eu vorto aqui, ai trapaiou e eu não pude vorta, vortei no outro dia seguinte né, ai que eu vortei que ele falou assim, Mãe; a Maria pegou e falou assim, Madrinha do céu, a Senhora vê o Dim ficou rochim, porque pretejou todim né, com o negocio dele abrir a peça... ... Num tava, os vizinho num tava sentindo nada não. Ai eles pegou e cismaram com aquilo, a noite o Ivo andou demais caçando uma farmácia aberta pra Leydinha, ela vomitando e eu cheguei ele tava com a perna assim manchada e queimada, empolando, já começando a empolar, parecendo que era um queimado, ai eu fui e falei assim, isso é daquele negócio, ele falou assim, não Mãe, isso é deu andar de bicicreta demais antão minha perna inchou, mas com o negócio da Dete ai nós descobriu né. Ai ele correu lá e falou assim, falou ó Mãe vamo cuidar esse trem é veneno. Ai eu já tinha vendido tudo né, mas já tinha esparramado o pó dela lá tudo, então tá bom. Mas é aonde meu marido falou, foi Deus que ajudou eu não ter ido lá, porque eu sou curiosa, eu se eu ver uma coisa bonita eu ... quero tocar e a hora ... ia ficar pior. 52’00” (Rede Globo de Televisão - DVD-001-MT-001-5, 1987) 5 AGRADECIMENTOS Percorrer os caminhos do conhecimento significa para mim, alcançar a realização de um grande sonho, que pretendo agora, dividir as alegrias dessa conquista e ao mesmo tempo agradecer aqueles que, de alguma forma, me acompanharam por esses caminhos, compartilhando fascinantes descobertas. Aos amigos e colegas do Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás, onde tudo começou, agradeço em especial, aos professores Edna Luisa de Melo Taveira, Lydia Polek e Marcos Lazarini, que me fizeram conhecer as diferentes culturas e me iniciaram na pesquisa científica. Aos amigos da CNEM – Conselho Nacional de Energia Nuclear, agradeço a paciência e presteza com que nos cederam as informações, depoimentos e acesso a documentos utilizados em nossas pesquisas. Aos amigos e funcionários do Arquivo Histórico Estadual de Goiânia, em especial a Profa. Carmem, meus sinceros agradecimento pelo carinho com que tantas vezes fui recebido. Agradeço a todos os amigos da Fundação Leide das Neves, pela expressiva colaboração. Devo especial agradecimento ao Prof. Dr. José Walter Nunes, meu orientador, não apenas pelas críticas e orientações, mas sobretudo por ter acreditado em nossa proposta de trabalho. Aos demais professores do Programa de Doutorado em História da UnB, agradeço o muito que fizeram ao longo dessa trajetória. Aos colegas e amigos do Programa de Doutorado em História da UnB, em especial a Doutoranda Maurineide Alves da Silva, que sofreram junto comigo as agruras desta caminhada, agradeço a tudo o que fizeram por mim. Não posso deixar de agradecer a inestimável colaboração prestada pelas vítimas do Césio-137 em Goiânia, sem a qual, não poderíamos ter realizado este trabalho. À minha querida Esposa Elainy, dedico meus sinceros agradecimentos pela sua força e presença durante toda essa caminhada. Agradeço a todos de minha família, pelo que são, pelo que fizeram e ainda fazem por mim. Devo a minha mãe, o que sou, quem sou e onde estou. Agradece-la por isso, seria no mínimo pouco. Por tudo o que fizeram, devo a todos(as) minha eterna gratidão. 6 SUMÁRIO LISTA DE SIGLAS ............................................................................... 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES ................................................................... 11 Resumo ................................................................................................ 22 Abstract ................................................................................................ 23 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 24 CAPÍTULO I A BOMBA ESQUECIDA ...................................................................... 36 1.1 A Produção Efetiva do Evento ........................................................ 37 1.2 A Resposta ao Acidente ................................................................. 42 1.3 O Medo do Acidente e o Medo da Radiação .................................. 48 1.4 As Vítimas do Medo ........................................................................ 49 1.5 O Medo das Vitimas ........................................................................ 51 CAPÍTULO II A MIDIA E O MEDO ATOMICO ........................................................... 54 2.1 Os Momentos Iniciais ...................................................................... 56 2.2 O Depósito Provisório do Lixo Radioativo ....................................... 68 2.3 O Atendimento às Vítimas .............................................................. 85 2.4 A Recuperação da Imagem de Goiás ............................................. 98 2.5 A Mídia e a Construção do Medo .................................................... 104 2.6 Do Drama a Ficção – As Várias Faces do Medo ............................ 107 CAPÍTULO III O CINEMA E O MEDO ATOMICO ....................................................... 112 3.1 O Cinema e o Evento – O Medo Revelado ..................................... 116 3.2 Análise Filmica – Amarelinha – Um Olhar Externo ......................... 120 3.2.1 “Amarelinha” – Um Olhar Interno .............................................. 122 3.2.2 Breves Considerações .............................................................. 126 3.3 Análise Filmica – “Césio-137 O Pesadelo de Goiânia” – Um Olhar Externo ............................................................................................ 128 3.3.1 “Césio-137 – O Pesadelo de Goiânia” – Um Olhar Interno ....... 133 3.3.2 Breves Considerações .............................................................. 154 3.4 Análise Filmica – “Them! - O Mundo em Perigo” – Um Olhar Externo ............................................................................................ 156 3.4.1 “Them! – O Mundo em Perigo” – Um Olhar Interno .................. 160 3.4.2 Breves Considerações .............................................................. 178 7 CAPÍTULO IV O MEDO ATÔMICO .............................................................................. 182 4.1 O Projeto Manhatan ........................................................................ 183 4.2 A Destruição de Hiroshima – Uma Tragédia Planejada .................. 186 4.3 A Guerra Fria e a Era do Medo ....................................................... 194 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 199 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 203 REFERÊNCIAS DOCUMENTAIS ......................................................... 210 8 LISTA DE SIGLAS CRCN-CO - Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste NUCLEBRAS - Empresas Nucleares Brasileiras CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear LABHOI - Laboratório de História Oral e Imagem da Universidade Federal Fluminense ABCC - Comitê para as Vítimas da Bomba Atômica IGR - Instituto Goiano de Radiologia IPASGO - Instituto de Previdência e Assistência do Estado de Goiás