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ISSN 1516-1811 Paleontologia em Destaque Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Paleontologia Edição Especial - Outubro, 2016

Boletim de Resumos X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Editores Orlando Nelson Grillo Pedro Seyferth Ribeiro Romano Gustavo Ribeiro de Oliveira

Boletim de Resumos X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Paleontologia em Destaque Edição especial Realização Apoio ISSN 1516-1811 Paleontologia em Destaque Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Paleontologia Edição Especial - Outubro, 2016

Boletim de Resumos X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Editores Orlando Nelson Grillo Pedro Seyferth Ribeiro Romano Gustavo Ribeiro de Oliveira Sociedade Brasileira de Paleontologia (GESTÃO 2015-2017)

Presidente: Max Cardoso Langer • USP Vice-Presidente: Átila Augusto Stock da Rosa • UFSM 1º Secretário: Renato Pirani Guilardi • UNESP 2º Secretária: Mírian Liza Alves Forancelli Pacheco • UFSCar 1ª Tesoureira: Annie Schmaltz Hsiou • USP) 2º Tesoureiro: Rodrigo Miloni Santucci • UnB Diretor de Publicações: Juan Carlos Cisneros Martínez • UFPI

S612 Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados (10. : 2016: Rio de Janeiro, RJ) Boletim de Resumos / Paleontologia em Destaque: Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Paleontologia. – Vol. 1, nº 1 (1984). 3 a 7 de outubro de 2016; editores Orlando Nelson Grillo, Pedro Seyferth Ribeiro Romano, Gustavo Ribeiro de Oliveira. – Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, 2016. 230 p. ; 21 cm.

ISSN 1516-1811

1. Geociências. 2. Paleontologia. 3. Sociedade Brasileira de Paleontologia. I. Grillo, Orlando Nelson. II. Romano, Pedro Seyferth Ribeiro. III. Oliveira, Gustavo Ribeiro de. Museu Nacional

DIRETORA Claudia Rodrigues Ferreira de Carvalho

Vice Diretor Renato Rodrigues Ramos

Diretores Adjuntos Wagner William Martins Lygia Dolores Ribeiro de Santiago Fernandes Luiz Fernando Duarte administração da sede Juliana Sales

Programa de Pós-Graduação em Geociências - Patrimônio Geopaleontológico (PPGEO) Sergio Alex Kugland de Azevedo Luciana Barbosa de Carvalho

Departamento de Geologia e Paleontologia Marcelo de Araújo Carvalho bIBLIOTECA DO mUSEU nACIONAL Leandra Pereira de Oliveira

Assessoria de imprensa Antonio Carlos Moreira

Seção de comunicação e Eventos Eliane Ezagui Frenkel Fernanda Guedes Jane Frenk

Serviços de apoio Administração do Horto Audio Visual Garagem Jardinagem Limpeza Oficina Portaria Vigilância Comissão Organizadora

Presidente Sergio Alex Kugland de Azevedo • MN/UFRJ

Coordenação geral Bárbara da Silva Maciel • MN/UFRJ Gustavo Ribeiro de Oliveira • UFRPE Helder de Paula Silva • MN/UFRJ Luciana Barbosa de Carvalho • MN/UFRJ Orlando Nelson Grillo • MN/UFRJ Pedro S. R. Romano • UFV Priscila Joana de Paula • MN/UFRJ Uiara Gomes Cabral • MN/UFRJ

Minicursos Natan Santos Brilhante • MN/UFRJ

Premiação de estudantes Alexander Wilhelm Armin Kellner • MN/UFRJ

Comitê científico Fabiana Rodrigues Costa • UNIFESP Hermínio Ismael de Araújo Júnior • UERJ Juliana Manso Sayão • CAV/UFPE Marina Bento Soares • UFRGS Valéria Gallo da Silva • UERJ

Exposição Alex Rocha Gomes • MN/UFRJ Antonio Carlos Sequeira Fernandes • MN/UFRJ Lilian Alves da Cruz • MN/UFRJ Maurilio S. Oliveira • MN/UFRJ

Excursão Lílian Paglarelli Bergqvist • IGEO/UFRJ Luis Otávio Resende Castro • Parque Paleontológico de Itaboraí

Mídia e audiovisual Rogério Bistene • MN/UFRJ Henrique Genovesi Neves de Barros • MN/UFRJ Atividades festivas Dimila Mothé Cordeiro dos Santos • UNIRIO Leonardo S. Avilla • UNIRIO

Comitê de Apoio Alberto Barbosa de Carvalho • MZ/USP André Piauilino Cidade da Silva • MN/UFRJ Arthur Souza Brum da Costa • MN/UFRJ Artur Manoel Leite Medeiros • MN/UFRJ Beatriz Marinho Hörmanseder • MN/UFRJ Borja Holgado • MN/UFRJ Bruna Souza Ferreira • MN/UFRJ Bruno Cláudio Lima da Silva • MN/UFRJ Carina Marcello de Figueiredo • MN/UFRJ Cecília Marques Magalhães • MN/UFRJ Dandara Evangelista Ferreira Bustamante • MN/UFRJ Denis Araujo Oliveira • MN/UFRJ Dionízio Angelo de Moura Júnior • MN/UFRJ Elaine Batista Machado • MN/UFRJ Elaine S. Costa • MN/UFRJ Fabiano de Castro • MN/UFRJ Felipe Abrahão Monteiro • MN/UFRJ Fernanda de Antonio • MN/UFRJ Helena Barbosa Araújo • MN/UFRJ Helena de Bastos Cruz Machado • MN/UFRJ Jéssica Pontes Silva • MN/UFRJ Kamila Luisa Nogueira Bandeira • MN/UFRJ Leonardo S. Lobo • MN/UFRJ Pamela Cristina Nascimento da Silva • MN/UFRJ Philipe Marinho Ferreira • MN/UFRJ Priscila Paulino do Nascimento • MN/UFRJ Rafael Gomes de Souza • MN/UFRJ Roberta Veronese do Amaral • MN/UFRJ Rodrigo Vargas Pêgas • MN/UFRJ Thiago Fiorillo Mariani • MN/UFRJ Vinicius Ventura da Silva Gomes • MN/UFRJ Revisores Ad Hoc

Agustín Guillermo Martinelli • UFRGS Alcina Magnólia Franca Barreto • UFPE Alex Hubbe • UFBA Alexander Wilhelm Armin Kellner • MN/UFRJ Aline Marcele Ghilardi • CAV/UFPE Amparo Echeverry • UERJ Ana Emília Quezado Figueiredo • UFPI Ana Maria Ribeiro • MCN/FZB-RS André Eduardo Piacentini Pinheiro • UERJ Annie Schmaltz Hsiou • USP Antonio Carlos Sequeira Fernandes • MN/UFRJ Artur Chahud • IGC/USP Bruno Vila Nova • FFCLRP/USP Carla Terezinha Serio Abranches • USP Carlos Roberto dos Anjos Candeiro • UFG Carolina Saldanha Scherer • UFRB Cecilia Pirrone • IANIGLA Cesar Leandro Schultz • UFRGS César Rogério Leal do Amaral • UERJ Daniel Costa Fortier • UFPI Dimila Mothé Cordeiro dos Santos • UNIRIO Douglas Riff • UFU Édison Vicente Oliveira • UFPE Elaine Batista Machado • UNESA Estevan Eltink Nogueira • UNIVASF Fabiana Rodrigues Costa • UNIFESP Felipe Medeiros Simbras • PETROBRAS Felipe Mesquita de Vasconcellos • NUPEM/UFRJ Fernando Abdala • WITS Fernando Henrique de Souza Barbosa • UFRJ Flávio Augusto Pretto • UFSM Francisco José de Figueiredo • UERJ Gabriel de Souza Ferreira • FFCLRP/USP Gabriela Barbosa Sobral de Oliveira • UFSC Gustavo Ribeiro de Oliveira • UFRPE Herculano Alvarenga • MHNT Hermínio Ismael de Araújo Júnior • UERJ Hilda Maria Andrade da Silva • UERJ Hussam El Dine Zaher • MZ/USP Ismar de Souza Carvalho • UFRJ Jonathas de Sousa Bittencourt Rodrigues • UFMG Jorge Ferigolo • MCN/FZB-RS Jorge Luiz Lopes da Silva • UFAL Juan Carlos Cisneros • UFPI Juan Carlos Fernicola • MACN Juliana Manso Sayão • CAV/UFPE Julio Cesar de Almeida Marsola • FFCLRP/USP Kamila Bandeira • MN/UFRJ Kleberson de Oliveira Porpino • UERN Lena Geise • UERJ Leonardo Souza Lobo • MN/UFRJ Leonardo dos Santos Avilla • UNIRIO Leonardo Kerber Tumelero • UFSM Lílian Paglarelli Bergqvist • IGEO/UFRJ Luciana Barbosa de Carvalho • MN/UFRJ Luiz Eduardo Anelli • IGC/USP Manuel Alfredo Medeiros • UFMA Marcelo Isasi • MACN Márcia Aparecida dos Reis Polck • DNPM Marco Aurélio Gallo de França • UNIVASF Marco Brandalise de Andrade • PUC-RS Marcos César Bissaro Júnior • FFCLRP/USP Maria Antonieta da Conceição Rodrigues • UERJ Mariana Sena • MN/UFPE Marina Bento Soares • UFRGS Mário André Trindade Dantas • UFBA Marise Sardenberg Salgado de Carvalho • UFRJ Martha Richter • NHM Max Cardoso Langer • FFCLRP/USP Natan Santos Brilhante • MN/UFRJ Orlando Nelson Grillo • MN/UFRJ Oscar Rocha Barbosa • UERJ Pablo Gusmão Rodrigues • UFGRS Pablo Toriño • UDELAR Paulo Marques Machado Brito • UERJ Paula Dentzien Dias Francischini • FURG Patrícia Hadler Rodrigues • UFSC Pedro Seyferth Ribeiro Romano • UFV Rafael Cesar Lima Pedroso de Andrade • CAV/UFPE Rafael Costa da Silva • CPRM Rafael Souza • MN/UFRJ Raphael Miguel da Silva • UERJ Renan Alfredo Machado Bantim • CAV/UFPE Renato Rodriguez Cabral Ramos • MN/UFRJ Rita de Cassia Tardin Cassab • DNPM Richard Fariña • UDELAR Roberta Richard Pinto • UNICAP Rodrigo Miloni Santucci • UnB Rodrigo Giesta Figueiredo • UFES Rodrigo Temp Müller • UFSM Rodrigo Tomassini • UNS Sue Anne Regina Ferreira da Costa • UFPA Téo Veiga de Oliveira • UEFS Thiago da Silva Marinho • UFTM Valeria Gallo da Silva • UERJ Apresentação

Em dezembro de 1998, quando participamos do Primeiro Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados na UFRGS, em Porto Alegre, já tínhamos a noção de que a comunidade vinculada ao ensino e pesquisa da paleontologia de vertebrados em nosso país se encontrava em tal estágio de desenvolvimento e expansão que comportava um evento específico, visando a reunião e congregação de todo esse pessoal. O posterior sucesso das demais edições só veio reforçar esse sentimento e nos fazer atingir hoje, 18 anos depois, o icônico número de 10 edições. Mais uma vez (anteriormente em 2000, 2003 e 2010) nosso Simpósio retorna ao Rio de Janeiro, cidade recentemente turbilhonada pela organização da Rio 2016, Olimpíadas e Paraolimpíadas. Dessa vez, a exemplo do Segundo SBPV – 2000, a sede será o Museu Nacional, mais antiga e tradicional instituição de ensino e pesquisa do país, agora tendo como seu principal realizador o Programa de Pós-Graduação em Geociências – Patrimônio Geopaleontológico, um programa do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de janeiro, que tem como principal objetivo proporcionar aos interessados o desenvolvimento de pesquisa com o patrimônio geopaleontológico brasileiro, seja aquele depositado em coleções científicas ou in situ. O local escolhido para a realização do evento foi o Horto Botânico do Museu Nacional, não apenas em função de sua excelente condição de acesso no histórico Bairro Imperial de São Cristovão – em frente à estação São Cristovão do Metrô e dos trens da Supervia, mas ainda por seu ambiente seguro e natural em plena Quinta da Boa Vista – o parque mais popular da cidade – local à parte do intenso movimento da grande cidade. Nessa décima edição, o Simpósio contará com quase 200 trabalhos em apresentações orais e painéis, mini-cursos, além do já habitual Fórum de Especialistas em Mamíferos Invasores, em sua quarta edição, do II Fórum de Paleontologia de Vertebrados do Quaternário do Nordeste e de mesas-redondas sobre iconografia paleontológica e preparação de vertebrados fósseis. Mais uma vez teremos prêmios para estudantes em distintas categorias. Como palestrantes convidados teremos a cineasta Lara Velho – produtora especializada em documentários científicos, o Dr. Jorge Roberto Lopes dos Santos do INT/MCTI e da PUCRio – pesquisador em inovação tecnológica tridimensional aplicada ao desenvolvimento e à pesquisa cientifica e o Professor Doutor Cástor Cartelle Guerra da PUC/MG – nome que dispensa qualquer apresentação. Como todo evento acadêmico desse tipo, sua realização só foi possível em função da dedicação das comissões de organização, cientifica e de apoio e da colaboração do Museu Nacional, através de sua direção, chefias, serviços e comissões. Também se faz indispensável agradecer o apoio da Sociedade Brasileira de Paleontologia e, principalmente, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), principal financiadora do evento. Assim, desejo a todos um excelente evento, com alegres momentos de confraternização com os colegas!

Sergio Alex Kugland Azevedo Nossa insígnia

O SBPV, desde sua primeira edição, tem permitido reunir a comunidade paleontológica do Brasil em um clima de amizade e alegria. Para celebrar a décima edição do evento, criamos uma insígnia que evidencia essa interação, representada pela associação entre diversos organismos estudados por paleontólogos no Brasil. O aspecto divertido do SBPV não foi esquecido: nossa insígnia é também um jogo mental para encontrar silhuetas ocultas. Todos são baseados em 16 gêneros reais, mas há uma pegadinha!

Conseguiu identificar os gêneros? Anhanguera, Araripemys, , Dastilbe, Diplocaulus, , Notiomastodon, Ophtalmosaurus, Panochthus, Paraphysornis, Planohybodus, Pycnonemosaurus, Scaphonyx, Smilodon e Tijubina. E a pegadinha (Anomoepus) você viu? Sumário

Mesas-redondas

Iconografia paleontológica: cenário atual, aplicações Técnicas paleontológicas e perspectivas ORGANIZADOR: Helder de Paula Silva ...... 24 ORGANIZADOR: Felipe Alves Elias ...... 23

Sessões regulares

A singularidade de Carodnia vieirai (Mammalia: Microfósseis em cálculos dentários: evidência direta Xenungulata): inferências ecológicas e filogenéticas da dieta de gonfotérios (Proboscidea: Mammalia) através de morfometria geométrica da mandíbula e pleistocênicos do sítio Lage Grande, estado de de métodos filogenéticos comparativos Pernambuco, Brasil Carla Terezinha Serio ABRANCHES; Pedro Cordeiro ESTRELA; Lidiane ASEVEDO; Shana Yuri MISUMI; Ortrud Monika Lílian Paglarelli BERGQVIST; Mary Elizabeth C. BERNARDES- BARTH; Marcia Aguiar de BARROS; Márcia Regina CALEGARI; DE-OLIVEIRA...... 26 Leonardo dos Santos AVILLA...... 33

Assembleia de Chondrichthyes e Interpretação da Was there niche partitioning between theropod Paleotemperatura na Plataforma Carbonática da and baurusuchid crocodyliforms? Formação Pirabas (Mioceno Inferior), Norte do Brasil Bruno Gonçalves AUGUSTA; Rafael DELCOURT; Natan Orangel AGUILERA; Zoneibe LUZ; Jorge D. CARRILLO- Santos BRILHANTE...... 34 BRICEÑO; Laszlo KOCSIS; Torsten W. VENNEMANN; Peter Mann de TOLEDO; Afonso NOGUEIRA; Kamilla Borges Reconhecendo os estigmas do Passado: análises de AMORÍN; Heloísa MORAES-SANTOS; Marcia A. dos Reis marcas de uma costela de Notiomastodon platensis POLCK; Maria de Lourdes RUIVO; Ana Paula LINHARES; Cassiano MONTEIRO-NETO...... 27 (Mammalia: Proboscidea: Gomphotheriidae) encontrada em Goiás, Brasil Central Evidência de tumor hipofisário em encéfalo de Hugo BAMPI; Leonardo dos Santos AVILLA; Dilamar Candida Valgipes bucklandi (Xenarthra, Mylodontidae) MARTINS; Carlos Roberto Dos Anjos CANDEIRO...... 35 Roberta Veronese do AMARAL; Luciana Barbosa de CARVALHO; Fabiano CASTRO; Uiara CABRAL...... 28 New (, Dinosauria) remains from the Cambambe Formation (, Late Reconstrução tridimensional e descrição comparativa ), Mato Grosso State do encéfalo entre exemplares recentes e fósseis de Kamila L. N. BANDEIRA; Elaine Batista MACHADO; Diogenes Folivora (Xenarthra, Pilosa) de Almeida CAMPOS; Alexander W. A. KELLNER...... 36 Roberta Veronese do AMARAL; Luciana Barbosa de CARVALHO; João Alves de OLIVEIRA...... 29 Novas lesões, velhas doenças: O registro paleopatológico no Cretáceo da Bacia Potiguar Análise multivariada em moldes tridimensionais de Fernando H. de S. BARBOSA; Lilian P. BERGQVIST; Paulo V. encéfalos de Xenarthra recentes e fósseis L. G. da C. PEREIRA; Ighor C. A. FELIPPE...... 37 Roberta Veronese do AMARAL; João Alves de OLIVEIRA; Luciana Barbosa de CARVALHO...... 30 Epidemiologia em fósseis? Estimando a frequência de doenças ósseas em uma população de Notiomastodon A microstructural look on crocodylians growth (Mammalia, Proboscidea) do Pleistoceno Final do divergence after preliminary Brasil paleohistology Fernando H. de S. BARBOSA; Hermínio I. de ARAÚJO-JÚNIOR; Rafael C. L. P. ANDRADE; Esaú V. ARAÚJO; Felipe C. Dimila MOTHÉ; Leonardo dos S. AVILLA...... 38 MONTEFELTRO; Max C. LANGER; Juliana M. SAYÃO...... 31

Taphonomic, stratigraphic and paleoenvironmental Paleobiota da Formação Açu, Bacia Potiguar: da aspects of the accumulations of the Lower-Upper obscuridade à notoriedade Cretaceous Açu Formation (Albian-Cenomanian, Lílian Paglarelli BERGQVIST; Ismar de Souza CARVALHO; Potiguar Basin), northeastern Brazil Kleberson de Oliveira PORPINO; Hermínio Ismael de Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR; Lílian Paglarelli ARAÚJO-JÚNIOR; Valdeci dos SANTOS JUNIOR; Carlos BERGQVIST; Ismar de Souza CARVALHO; Lorena PASSOS; Roberto dos Anjos CANDEIRO; Marcelo Pablo ISASI; Thiago Kleberson de Oliveira PORPINO; Thiago da Silva MARINHO; da Silva MARINHO; Felipe Augusto Correia MONTEIRO; Valdeci dos SANTOS-JÚNIOR...... 32 Fernando E. NOVAS...... 39 A new fossil locality from the , Mammal-like trackways with asymmetrical gaits Upper Cretaceous ( / ) from from Botucatu Formation (Neocomian, Paraná Southwestern São Paulo State, around Pacaembu and Basin, Brazil): parameters and neoichnology Irapuru municipalities experimentations Reinaldo J. BERTINI...... 40 Pedro Victor BUCK; Bernardo de C. P. e M. PEIXOTO; Luciana Bueno dos Reis FERNANDES; Carolina Santa ISABEL; Jorge de Moura JESUS; Marcelo Adorna FERNANDES...... 50 Paleoenvironmental and paleobiotical reconstructions of the vertebrates from the Cretaceous of the Bauru A new tertiary Pipoidea frog of Southeastern Brazil Group through posters or dioramas based on data Victor Beccari D. CAMPO; Ivan NUNES; Fabiana R. COSTA; available Luiz Eduardo ANELLI...... 51 Reinaldo J. BERTINI; Fábio C. SILVA; Sílvia. R. GOBBO...... 41 Investigação osteohistológicas a partir da Novas informações sobre Chiniquodon sp. da Zona microestrutura óssea de um Eremotherium do sítio de Assembleia de Santacruzodon (Sequência Santa Pau de Colher, Jacobina, Bahia Cruz, Supersequência Santa Maria), Triássico Médio- Leomir dos Santos CAMPOS; Miqueias Ayran OLIVEIRA; Superior do Brasil Leonardo Santana PEREIRA; Juliana de Almeida da SILVA; Ricardo Saboia BERTONI; Agustín Guillermo MARTINELLI; Paulo D’avila FERNANDES; Luciano Artemio LEAL...... 52 Ana Maria RIBEIRO...... 42 Uma busca por semelhanças microestruturais em : investigando um pequeno Nota preliminar sobre um crânio de pterossauro indivíduo do Triássico brasileiro proveniente da Formação Romualdo, Aptiano da Bacia Leomir dos Santos CAMPOS; Juliana Manso SAYÃO; Luciano do Araripe Artemio LEAL; Átila Augusto Stock DA ROSA...... 53 Tássia Juliana BERTOTTO; Rafael Cavalcante DAMASCENO; Gustavo Ribeiro OLIVEIRA; Renan Alfredo Machado BANTIM; Record and niche occupation of Middle Cretaceous Juliana Manso SAYÃO; Antônio Álamo Feitosa SARAIVA...... 43 Carcharodontosauridae from North Africa Carlos Roberto dos Anjos CANDEIRO; Stephen BRUSATTE; Um novo traversodontídeo (Cynodontia, Paulo Victor Luiz Gomes da Costa PEREIRA; Luciano VIDAL...... 54 Traversodontidae) para a Zona-Associação de Santacruzodon do Triássico Superior do Brasil Exposição “Dinossauros do Brasil Central”, um Gisele Jardim BOLZE; Tomaz Panceri MELO; Agustín primeiro olhar sobre os dinossauros dos estados de Goiás e Mato Grosso Guillermo MARTINELLI; Marina Bento SOARES...... 44 Carlos Roberto dos Anjos CANDEIRO; Dilamar Candida MARTINS; Adelino Adilson de CARVALHO; Felipe Mendeiros Paleopatologias em dentes de Elasmobranchii do SIMBRAS; Ana Cristina de Menezes SANTORO; Roseli de Quaternário do Rio Grande do Sul Fátima Brito Netto BARRETO; Suely Aparecida Gomes

Sheron G. Medeiros BOTELHO; Débora DINIZ; Paula MOREIRA; Drielli PEYERL; Daniel CARELLI Batista Santos; DENTZIEN-DIAS...... 45 Luciano da silva VIDAL; Camila dos SANTOS-Pereira; André Luís de SOUZA Júnior; Hugo FIGUEIREDO-LIMA; Ramon Novos elementos do pós-crânio de Pepesuchus deiseae CAVALCANTI; Musa Maria Nogueira GOMES; Nayara Tállita (, ) do Sítio Fossilífero Pereira e MELO; Emily Baldoino MONTEIRO; Fernanda de Pirapozinho ILÁRIO de Souza; Jacqueline Freitas OLIVEIRA; Marcus Natan Santos BRILHANTE; Bárbara da Silva MACIEL; Fabiano Vinicius AGUIAR-SOARES; Tamires do Carmo DIAS; Joyce CASTRO; Bruno Gonçalves AUGUSTA; Rafael DELCOURT; Brenda Ferreira de SOUZA; Hugo BAMPI...... 55 Sergio Alex Kugland de AZEVEDO; Luciana Barbosa de Sobre esmalte e plicidentina em dentes de CARVALHO...... 46 cosgriffi da Formação Rio do Rasto no Estado do Paraná Novo espécime de baurussuquídeo juvenil Thiago CARLISBINO; Fernando Antonio SEDOR; Eliseu Vieira (Crocodyliformes, ) do Sítio DIAS...... 56 Fossilífero de Pirapozinho Natan Santos BRILHANTE; Paulo Miranda NASCIMENTO; Microestrutura óssea e “tecido” notocordal em Priscila Joana de PAULA; Bárbara da Silva MACIEL; Orlando vértebras torácicas de mesossaurídeos da Formação GRILLO; Sergio Alex Kugland de AZEVEDO; Luciana Barbosa Irati, Permiano da Bacia do Paraná de CARVALHO...... 47 Thiago CARLISBINO; Fernando Antonio SEDOR...... 57

Comparative postcranial skeletal pneumatization of Revisão sistemática de Zeusdelphys complicatus and extant Marshall, 1987, Mirandatherium alipioi (Paula Couto, 1952) e Bobbschaefferia fluminensis (Paula Couto, 1970) Richard BUCHMANN; Taissa RODRIGUES; Leonardo AVILLA...... 48 (Metatheria, Mammalia) e a origem norte-americana dos Hatcheriformes de Itaboraí Gregarious behaviour for Brasilichnium elusivum Leonardo de Melo CARNEIRO...... 58 (Leonardi, 1981) from Botucatu Formation (Neocomian, Paraná Basin), Brazil Revisão sistemática de Monodelphopsis travassosi Pedro Victor BUCK; Bernardo de C. P. e M. PEIXOTO; Luciana Paula Couto, 1952, e a origem dos Didelphidae Gray, Bueno dos Reis FERNANDES; Carolina Santa ISABEL; Jorge 1821 durante o Eoceno Inicial do Brasil de Moura JESUS; Marcelo Adorna FERNANDES...... 49 Leonardo de Melo CARNEIRO; Édison Vicente OLIVEIRA...... 59 Repensando a redução corporal de Panthera onca Sobre um fragmento craniano e uma tíbia de (Felidae, Carnivora) do Pleistoceno tardio a partir de provenientes da Supersequência novo registro fóssil para o Norte do Brasil Sanga do Cabral (Triássico inferior, Rio Grande do Sul) Rodrigo Guerra CARVALHEIRA; Shirlley RODRIGUES; Maria Eduarda ELESBÃO; Adriana STRAPASSON; Felipe L. Leonardo AVILLA...... 60 PINHEIRO...... 71

Actuopaleontologia como ferramenta para a Uma nova interface para a popularização da fauna diferenciação entre alterações dentárias ante-mortem extinta de vertebrados do Brasil na Internet e post-mortem em vertebrados fósseis Felipe Alves ELIAS...... 72 Lorena PASSOS; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR; Lílian Paglarelli BERGQVIST...... 61 Iconografia paleontológica e as convenções sociais acerca da vida “pré-histórica”: uma reflexão Inferências sobre o sistema auditivo de contemporânea amarali (Crocodyliformes, Notosuchia) baseadas Felipe Alves ELIAS; Maria Isabel LANDIM...... 73 em reconstrução tridimensional da pneumatização timpânica Uma associação de indivíduos de Exaeretodon Fabiano de CASTRO; Luciana Barbosa de CARVALHO; Sergio (Cynodontia, Traversodontidae) do Triássico Superior Alex Kugland AZEVEDO; Natan Santos BRILHANTE...... 62 do Rio Grande do Sul, em diferentes estágios ontogenéticos First record of dinosaurs (Titanosauria, Sauropoda) Camila Carvalho ERNANDES; Gianfrancis Dias UGALDE; from the Comendador Gomes Municipality (Marília Felipe L. PINHEIRO...... 74 Formation, Bauru Group), Pontal do Triângulo Mineiro, Brazil Novos registros de Colombophis (Serpentes, Ramon CAVALCANTI; Paulo Victor Luiz Gomes da Costa Alethinophidia) para o Mioceno Superior da Amazônia PEREIRA; Felipe Medeiros SIMBRAS; Wanessa LIMA; Roberto Brasileira Dos Anjos CANDEIRO...... 63 Thiago Schineider FACHINI; Silvio Y. ONARY-ALVES; Jonas P. SOUZA-FILHO; Edson GUILHERME; Andrea A. MACIENTE; La colección paleontológica de Mesosauridae del Annie Schmaltz HSIOU...... 75 Laboratorio de Paleontología y Evolución del Instituto de Esdudios Socioambientales, Goiânia, Brasil Procedimentos técnicos para retirada de grandes Ramon CAVALCANTI; Daniel C.B. SANTOS; C.V. LIMA; fósseis de Dinosauria na Formação Açu, Bacia Roberto CANDEIRO...... 64 Potiguar, NE do Brasil Ighor C. A. FELIPPE; Lilian P. BERGQVIST; Ismar de S. Revisão taxonômica do gênero Tupuxuara CARVALHO; Paulo V. L.G. da C. PEREIRA; Luis O. R. CASTRO; (Pterosauria, Tapejaridae) Fernando H. de S. BARBOSA...... 76 Gabriela Menezes CERQUEIRA; Felipe Lima PINHEIRO...... 65 Um novo Podocnemidoidae de Monte Alto-SP, Redescrição do pós-crânio do holótipo de Mourasuchus Cretáceo Superior da Formação Adamantina, Bacia arendsi (Alligatoroidea, Caimaninae) e suas possíveis Bauru implicações ontogenéticas Gabriel de Souza FERREIRA; Fabiano Vidoi IORI; Max Giovanne M. CIDADE; Paula BONA; Andrés SOLÓRZANO; Cardoso LANGER...... 77 Ascánio RINCÓN; Douglas RIFF; Annie Schmaltz HSIOU...... 66 Novo esqueleto axial de pterossauro New tetrapod records in the of Piauí (Pedra (, Tapejaridae?) da Formação Crato, de Fogo Formation: Cisuralian) Bacia do Araripe Juan Carlos CISNEROS; Kenneth D. ANGIELCZYK; Jörg Jennyfer Sobreira FERREIRA; Renan Alfredo Machado FRÖBISCH; Claudia MARSICANO; Christian KAMMERER; BANTIM; Juliana Manso SAYÃO; Thatiany Alencar BATISTA; Roger SMITH; Martha RICHTER...... 67 José Lucio e SILVA; Edilson Bezerra dos Santos FILHO; Artur Fernandes de Sousa ARAUJO; Flaviana Jorge de LIMA; Estimativa de massa corporal através do comprimento Antônio Álamo Feitosa SARAIVA...... 78 femoral de Crocodyliformes do Cretáceo brasileiro e suas implicações no comportamento locomotor The first use of fluorescence microscopy ina Leonardo COTTS...... 68 fossil lizard from the Crato the Formation (Lower Cretaceous, Northeastern Brazil) reveals details on Variações intraespecíficas no ílio de Baurusuchus patterns of soft and hard tissue preservation salgadoensis (Crocodyliformes, ) da Philipe M. FERREIRA; Marcelo A. CARVALHO; Tiago R. Bacia Bauru, Cretáceo Superior, Brasil SIMÕES; Alexander W. A. KELLNER...... 79 Leonardo COTTS...... 69 An unusual new Lizard from the Lower Cretaceous Novos materiais de cinodonte e arcossauriformes do Crato Formation and its challenging taphonomic sítio Cerro da Alemoa, Triássico Superior do Sul do history Brasil Philipe M. FERREIRA; André CIDADE DA SILVA; Tiago R. Átila Augusto S. DA ROSA; Ane E. B. PAVANATTO; Marco SIMÕES; Alexander W. A. KELLNER...... 80 Aurélio G. FRANÇA; Bruna C. BORIN; Cássia B. BÖCK; Gabriel A. BOEIRA; Guilherme P. CHIARELLO; Henrique P. Pampatheriidae (Xenarthra, Cingulata) do DENARDIN; João Vitor I. L. OLIVEIRA; Letícia R. OLIVEIRA; Quaternário do Rio Grande do Sul, Brasil Maurício S. GARCIA; Nadiele F. BORIN; Natália B. DA SILVA; Thais Matos Pereira FERREIRA; Ana Maria RIBEIRO; Jamil Paula L. COPETTI; Vinícius B. P. ESTERIZ...... 70 PEREIRA; Jorge FERIGOLO...... 81 Novas considerações sobre Antarctilamna Young, 1982 Mistura temporal em depósitos cársticos do Parque (Chondrichthyes) durante o Devoniano Estadual Intervales, Estado de São Paulo: Implicações Rodrigo Tinoco FIGUEROA; Deusana Maria da Costa para o registro fossilífero MACHADO...... 82 Jorge F. M. JESUS; Willian A. F. DIAS; Bernardo C. P. M. PEIXOTO; Pedro V. BUCK; Carolina S. I. NASCIMENTO; O uso da estatística como meio de separação das Ericson C. IGUAL; Bruno D. LENHARE; Mauricio A. MARINHO; Marcelo A. FERNANDES...... galhadas dos gêneros de cervídeos (Mammalia: 93 Cervidae) do Rio Grande do Sul European megaraptorans: a new previously Emmanuelle FONTOURA; Paula DENTZIEN-DIAS; Débora unrecognized taxon from the Early Cretaceous of DINIZ...... 83 Rubén D. JUÁREZ VALIERI; Juan Domingo PORFIRI; Domenica Passando do Limite: pistas de dicinodontes em um DINIZ DOS SANTOS...... 94 deserto Permo-Triássico do sudoeste gaúcho Heitor FRANCISCHINI; Paula DENTZIEN-DIAS; Cesar SCHULTZ..84 A mostra Pterosaurs - flight in the age of dinosaurs, um exemplo de sucesso Hydrochoeridae (Mammalia: Rodentia: Caviomorpha) Alexander W. A. KELLNER...... 95 do Quaternário da região intertropical do Brasil: dados preliminares sobre morfologia e taxonomia On the internal anatomy of the of Neoepiblema Anny Caroliny F. GOMES; Castor CARTELLE; Leonardo (Rodentia: Ctenohystrica: Neoepiblemidae) KERBER; Gisele LESSA...... 85 Leonardo KERBER; Francisco Ricardo NEGRI...... 96

Vulcanismo e impactos de meteoritos do Cretáceo A first approach to the phylogenetic transformations Inferior do Brasil: possíveis eventos geológicos de of the middle ear ossicles of caviomorph rodents: a character analysis extinções para alguns grupos de dinossauros Leonardo KERBER; Marcelo SÁNCHEZ-VILLAGRA...... 97 Musa Maria Nogueira GOMES; Joana Paula SANCHEZ; Carlos Roberto A. CANDEIRO...... 86 Museus de : exposições e divulgação científica no campo da paleontologia de vertebrados Allometry and body length of abelisauroid theropods: Mauro Bruno da Silva LACERDA; Michelle Sales Moreira Pycnonemosaurus nevesi is the new king DEMOLINARI; Pedro Seyferth R. ROMANO...... 98 Orlando GRILLO; Rafael DELCOURT...... 87 Nota preliminar sobre novos materiais de vertebrados Padrões de crescimento e maturidade em fósseis da Formação Solimões (Mioceno Superior), rincossauros do Triássico do Sul do Brasil baseado na Acre, Brasil sutura neurocentral das vértebras Mauro Bruno da Silva LACERDA; Natália Benevenuto LOPES; Clara HEINRICH; Voltaire D. PAES-NETO; Agustín G. Leonardo Souza LOBO; Carlos Ernesto SCHAEFER; Pedro MARTINELLI; Cesar L. SCHULTZ...... 88 Seyferth R. ROMANO...... 99

Placa óssea evidencia testudíneo de grandes Estudo preliminar das estruturas intracranianas dimensões na Formação Marília (Bacia Bauru) de de maxhechti (Crocodyliformes, Baurusuchidae) Minas Gerais Bruno Cláudio LIMA DA SILVA; Luciana Barbosa de Guilherme HERMANSON; Gabriel de Souza FERREIRA; Max CARVALHO; Sergio AZEVEDO...... 100 Cardoso LANGER...... 89 Morfologia da orelha interna de crocodilianos Diversidade dos do Cretáceo (Melanosuchus niger, Crocodylus acutus e Tomistoma do Marrocos: análise e identificação de um novo schlegelii) utilizando tomografia computadorizada espécime Bruno Cláudio LIMA DA SILVA; Luciana Barbosa de Beatriz M. HÖRMANSEDER; Rodrigo G. FIGUEIREDO; CARVALHO; Sergio AZEVEDO...... 101 Alexander W. A. KELLNER...... 90 Dados preliminares de estudos taxonômicos e Do Cretáceo ao Mioceno tudo é possível: considerações tafonômicos de vertebrados fósseis da Gruta da Presa acerca dos vertebrados das bacias Bauru, Aiuruoca e I, município de Paripiranga, BA Acre Jefferson de Souza LIMA; Jorge Luiz Lopes da SILVA; Édison Annie S. HSIOU; Marcos César BISSARO JÚNIOR; Renato Vicente de OLIVEIRA; Ana Paula Lopes da SILVA; Bruno P. GHILARDI; Max C. LANGER; Francisco R. NEGRI; Jonas de Araújo GOMES; Elaine Pollyanna Alves SILVA; Johnson Sarmento de Oliveira NASCIMENTO; Lucas Ferreira FRANÇA; P. SOUZA-FILHO; Edson GUILHERME; Ana M. RIBEIRO; Yumi ASAKURA Bezerra de Oliveira...... 102 Leonardo KERBER; Douglas RIFF; Andrea A. MACIENTE; Paulo Ricardo M. LOPES; Silvio Y. ONARY-ALVES; Thiago S. Preliminary description of a partial sacrum assignable FACHINI; Giovanne M. CIDADE; Fellipe P. MUNIZ; Fernando to Maxakalisaurus topai (: Sauropoda) S. ADORNI; Thiago S. LOBODA...... 91 Thiago C. LIMA; Lucas A. BARCELOS; Douglas RIFF...... 103

Os Crocodyliformes da Bacia Bauru: contextos Relationships of actinopterygian from the interval paleoambientais -Permian of Fabiano Vidoi IORI; Thiago da Silva MARINHO; Ismar de S. Renan V. LOPES; Marcelo B. COSTA; Francisco J. de CARVALHO...... 92 FIGUEIREDO...... 104 Uma nova técnica de moldagem de fósseis: o uso de First record of Anura () from the Solimões lenço de papel em um dinossauro de grande porte Formation (Upper , Acre Basin, Brazil) Bárbara da Silva MACIEL; Priscila Joana G. de PAULA; Eric Fellipe P. MUNIZ; Marcos César BISSARO JÚNIOR; Jonas da Fonseca SILVA; Natan Santos BRILHANTE; Kamila L. N. P. SOUZA-FILHO; Francisco R. NEGRI; Edson GUILHERME; BANDEIRA...... 105 Andrea A. MACIENTE; Annie S. HSIOU...... 116

Heart fossilization is possible and informs the Utilização de biscuit (porcelana fria) na reconstrução evolution of cardiac outflow tract in vertebrates artística de vertebrados fósseis Lara MALDANIS; Murilo CARVALHO; Mariana Ramos Thales Henrique Menezes Silva do NASCIMENTO; Gustavo ALMEIDA; Francisco Idalécio FREITAS; José Artur Ferreira Ribeiro de OLIVEIRA...... 117 Gomes de ANDRADE; Rafael Silva NUNES; Carlos Eduardo ROCHITTE; Ronei Jesus POPPI; Raul Oliveira FREITAS; Fábio Um novo sítio paleontológico com vertebrados do RODRIGUES; Sandra SILJESTRÖM; Frederico Alves LIMA; Cretáceo Superior da Formação Adamantina, Grupo Douglas GALANTE; Ismar S. CARVALHO; Carlos Alberto Bauru, do oeste do estado de São Paulo PEREZ; Marcelo Rodrigues de CARVALHO; Jefferson BETTINI; William R. NAVA; Agustín G. MARTINELLI...... 118 Vincent FERNANDEZ; José XAVIER-NETO...... 106 On the presence of a dwarf-titanosaur (Sauropoda, Aspectos tafonômicos de cervídeos e equídeos Titanosauriformes) in the Upper Cretaceous Bauru preservados em depósito da Gruta do Urso, Estado de Basin at Ibirá municipality, São Paulo state, Brazil Tocantins, Norte do Brasil Bruno Albert NAVARRO; Aline Marcele GHILARDI; Marcelo Victoria MALDONADO; Lucas Guimarães Pereira Adorna FERNANDES; Alberto Barbosa de CARVALHO; MONTEIRO; Alline ROTTI; Helena MACHADO; Hermínio Verónica DÍEZ DÍAZ; Luiz Eduardo ANELLI; Hussam ZAHER.....119 Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR; Leonardo dos Santos AVILLA...... 107 Plataforma robotizada para emulación de animales Diversidade de vertebrados da Formação cuadrúpedos extintos (Bacia Bauru, Cretáceo Superior) Hugo Nicolás PAILOS; Guillermo Estéban BIMA; Ariel LIBAL...120 Thiago da Silva MARINHO; Agustín Guillermo MARTINELLI; Luiz Carlos Borges RIBEIRO...... 108 O arcossauromorfo Teyujagua paradoxa possuía visão binocular? Relação entre a envergadura e o tamanho de ossos Daniel de Simão OLIVEIRA; Felipe Lima PINHEIRO...... 121 alares em Pterosauria Maikon F. MARKS; José R. I. RIBEIRO; Felipe L. PINHEIRO...... 109 Dentes isolados de Arcossauriformes e um possível registro de Phytosauria para o Triássico do Rio Grande New findings in the Adamantina Formation (Bauru do Sul (Cenozona de , Sequência Group) at Campina Verde municipality enlarge the Candelária) diversity of vertebrates from the of Tiane Macedo OLIVEIRA; Felipe Lima PINHEIRO...... 122 Triângulo Mineiro (MG) Agustín G. MARTINELLI; Thiago da Silva MARINHO; Fabiano Análise osteohistológica de equídeo do Pleistoceno- V. IORI; Luiz Carlos Borges RIBEIRO...... 110 Holoceno do Nordeste do Brasil Gina Cardoso de OLIVEIRA; Juliana Manso SAYÃO...... The oldest ictidosaur cynodont (Therapsida) from the 123 late Carnian of southern Brazil and its implication in probainognathian evolution Caracterização da estrutura do esmalte Agustín G. MARTINELLI; Marina SOARES; Pablo RODRIGUES; de Notiomastodon platensis (Gomphotheriidae: Cesar SCHULTZ...... 111 Proboscidea) do Pleistoceno-Holoceno do Nordeste do Brasil Variação dentária em Prestosuchus chiniquensis Gina Cardoso de OLIVEIRA; Leonardo dos Santos AVILLA; (: Loricata): o maior predador do Juliana Manso SAYÃO; Maria Somália Sales VIANA...... 124 Triássico Médio do Brasil Camila Barros de MELLO; Voltaire D. PAES-NETO; Agustín G. Análises osteohistológica, de intemperismo e MARTINELLI; Marcel B. LACERDA; Cesar L. SCHULTZ...... 112 diagênese em fósseis de Eremotherium do município de Anagé, sudoeste da Bahia Caracterização paleoambiental de um sítio de Miqueias Ayran Nascimento OLIVEIRA; Leomir dos Santos nidificação dePissarrachampsa sera (Crocodyliformes, CAMPOS; Leonardo Santana PEREIRA; Luciano Artemio LEAL.125 Baurusuchidae) e a evolução das estratégias reprodutivas dos Crocodyliformes Snakes (Squamata, Serpentes) from the tar pits of Felipe C. MONTEFELTRO; Júlio C. de A. MARSOLA; Alessandro El Breal de Orocual (Plio/Pleistocene) and Mene de BATEZELLI; Gerald GELLET-TINNER; Max C. LANGER...... 113 Inciarte (Late Pleistocene) from Venezuela Silvio Y. ONARY-ALVES; Thiago Schineider FACHINI; Ascanio Técnica de coleta e tratamento de fósseis provenientes D. RINCÓN; Annie Schmaltz HSIOU...... 126 de regiões cársticas subaquáticas Carlos R. Moraes NETO; Leandro O. SALLES...... 114 Bioerosões em ossos de Titanosauria da Formação Marília (Grupo Bauru), Cretáceo Superior do Brasil, e Reconstrução artística da paisagem pleistocênica- sua contribuição à Tafonomia holocênica de Irauçuba – CE Voltaire Dutra PAES-NETO; Heitor FRANCISCHINI; Agustín João Victor Paula MOREIRA; Maria Somália Sales VIANA; Gina Guillermo MARTINELLI; Thiago da Silva MARINHO; Marina Cardoso de OLIVEIRA...... 115 Bento SOARES...... 127 Actuopaleontologia como ferramenta para a Os roedores sigmodontíneos (Mammalia: Rodentia: diferenciação entre alterações dentárias ante-mortem Cricetidae) do Quaternário de Tocantins e suas e post-mortem em vertebrados fósseis implicações paleoambientais Lorena PASSOS; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR; Lílian Carolina PIRES de A. Borges; Marcelo WEKSLER; Leonardo Paglarelli BERGQVIST...... 128 S. AVILLA...... 138

A possible occurrence of Triodus (Chondrichthyes, Mapa digital das localidades fossilíferas de Xenacanthiformes) in the late Paleozoic of Southern vertebrados do Norte do Brasil Brazil Márcia Aparecida dos Reis POLCK; Marcos Antônio Soares Victor E. PAULIV; Heitor FRANCISCHINI; Agustín G. MONTEIRO; João Felipe Oliveira Macena de SANTANA; MARTINELLI; Paula DENTZIEN-DIAS; Marina B. SOARES; Orangel AGUILERA...... 139 Cesar L. SCHULTZ...... 129 Mapeamento das ocorrências de paleovertebrados On a new tapejarine (Pterodactyloidea, das bacias do Rifte Continental do Sudeste Brasileiro Tapejaridae) from the Early Cretaceous of Brazil (RCSB): Implicações paleoambientais e biocronológicas Rodrigo V. PÊGAS; Maria Eduarda C. LEAL; Alexander W. A. Márcia Aparecida dos Reis POLCK; Marcos Antônio Soares KELLNER...... 130 MONTEIRO; João Felipe Oliveira Macena de SANTANA; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR...... 140 A theropod from the Maastrichtian of the Marília Formation of Sítio Paleontológico de Peirópolis: a As principais localidades com peixes fósseis possible new taxon? do nordeste do Brasil Camila dos Santos PEREIRA; Carlos Roberto A. CANDEIRO; Márcia Aparecida dos Reis POLCK; Marcos Antônio Soares Stephen L. BRUSATTE...... 131 MONTEIRO; João Felipe Oliveira Macena de SANTANA; Rafael Matos LINDOSO; Ismar de Souza CARVALHO...... 141 A titanosaur (Dinosauria: Sauropoda) osteoderm from Açu Formation, Potiguar Basin, Brazil (Late Nuevos registros de Dinosaurios Cretácicos en la Cretaceous) Provincia de La Pampa, Juan Domingo PORFIRI; Marcos CENIZO; Domenica DINIZ Paulo Victor Gomes da Costa PEREIRA; Lílian Paglarelli DOS SANTOS; Rubén JUAREZ VALIERI; Flavio BELLARDINI...... BERGQVIST; Luis Felipe ESCH Miranda e Silva; Thiago da 142 Silva MARINHO; Carlos Roberto dos Anjos CANDEIRO...... 132 Nuevos registros de vertebrados en el campus de la Universidad Nacional del Comahue, Neuquén, Appendicular bones of Dinosauria from the Potiguar Argentina Basin: taxonomic and biological implications Juan Domingo PORFIRI; Domenica DINIZ DOS SANTOS; Paulo Victor Gomes da Costa PEREIRA; Lilian Paglarelli Rubén D. JUÁREZ VALIERI...... 143 BERGQVIST; Rodrigo GOLDENBERG Barbosa; Carlos Roberto dos Anjos CANDEIRO; Fernando E. NOVAS; Ismar de Souza Sobre um novo espécime de Procolophon trigoniceps CARVALHO; Luiz Otávio R. CASTRO; Kleberson de Oliveira (Procolophonoidea. Procolophonidae) proveniente da PORPINO...... 133 Supersequência Sanga do Cabral, Triássico Inferior do Rio Grande do Sul Uma nova filogenia de Notoungulata (Mammalia) com Anderson de Oliveira RANGEL; Felipe Lima PINHEIRO...... 144 a inclusão de novos caracteres endocranianos Fernando A. PERINI; Thomas E. MACRINI; John J. FLYNN; Aspectos paleoecológicos do Sítio Paleontológico de Kanvaly BAMBA; Xijun NI; Darin A. CROFT; André R. WYSS...... 134 Peirópolis (Maastrichtiano), Uberaba (MG) Laís de Souza RÉDUA; Thiago da Silva MARINHO; Agustín Uso da microtomografia na descrição de estruturas Guillermo MARTINELLI; Luiz Carlos Borges RIBEIRO...... 145 internas de fóssil de crocodiliforme (Notosuchia lato sensu) da Formação Presidente Prudente, Grupo Bauru Reconstrução detalhada de crânio do pterossauro André PINHEIRO; Paulo Victor Luiz Gomes da Costa Tapejara wellnhoferi em poliestireno extrudido PEREIRA; Felipe Medeiros SIMBRAS; Arthur Souza BRUM; Helder Lima Santos da ROCHA...... 146 Rafael Gomes SOUZA; Lílian Paglarelli BERGQVIST...... 135 Sobre a ocorrência de escamas lepisosteoides no Cranio-mandibular anatomy and reconstruction of Cretáceo Inferior da Bacia Sanfranciscana, norte de Sahitisuchus fluminensis Kellner et al. (, Minas Gerais Crocodyliformes), from Paleogene of Rio de Janeiro, Guilherme Augusto RODRIGUES; Jonathas BITTENCOURT; Brazil Valéria GALLO...... 147 André E. Piacentini PINHEIRO; Diego POL; Ulisses Dardon B. LIMA; Diogenes de Almeida CAMPOS; Lílian Paglarelli A lenda da tartaruga sem cabeça BERGQVIST...... 136 Pedro Seyferth R. ROMANO...... 148

Registros de Archosauriformes da Formação Sanga Interações entre humanos pré-históricos e a do Cabral (Triássico Inferior): O início do domínio megafauna quaternária na América do Sul: diápsido no Mesozóico do Oeste gondwânico implicações zooarqueológicas e paleobiogeográficas Felipe L. PINHEIRO; Voltaire D. P. NETO; Agustín G. Giovana Medeiros ROSA; Hermínio Ismael de ARAÚJO- MARTINELLI...... 137 JÚNIOR...... 149 Bioerosões em ossos de uma associação O registro dos procedimentos aplicados aos monoespecífica do cinodonte Exaeretodon (Zona de exemplares fósseis no Laboratório de Preparação Assembleia de Hyperodapedon, Triássico do Rio Grande de Fósseis do Setor de Paleovertebrados do Museu do Sul) Nacional do Rio de Janeiro Cristiane da Rosa ROSA; Voltaire Dutra PAES-NETO; Felipe Helder de Paula SILVA; Jessica Pontes SILVA; José Teixeira Lima PINHEIRO...... 150 da Silva FERREIRA...... 160

Sobre traços de habitação e osteofagia em um crânio Descrição e aspectos tafonômicos dos Tayassuidae (Mammalia, Cetartiodactyla) fósseis da gruta Tacho de do cinodonte Exaeretodon (Zona de Assembleia de Ouro, sudeste do estado do Tocantins, norte do Brasil Hyperodapedon, Triássico do Rio Grande do Sul) Matheus SILVA-GUIMARÃES; Richard BUCHMANN; Bruno Cristiane da Rosa ROSA; Voltaire Dutra PAES-NETO; Felipe ROCHA-DOS SANTOS; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR; Lima PINHEIRO...... 151 Leonardo dos Santos AVILLA...... 161

Reconstituição da paleodieta do Cervidae extinto The first report of internal 3D network of channels Morenelaphus (Carette, 1922) (Cetartiodactyla: in a of Carcharodontosaurid (, Mammalia) via microdesgaste do esmalte dentário Dinosauria) from Brazil Alline ROTTI; Lidiane de ASEVEDO Silva; Gina SEMPREBON; Felipe Medeiros SIMBRAS; Arthur Souza BRUM; Paulo Victor Leonardo AVILLA...... 152 Luiz Gomes da Costa PEREIRA; Lílian Paglarelli BERGQVIST....162

Os primeiros registros fossilíferos de Passariformes New pneumatic features in Titanosauria (Dinosauria, (Dinosauria: Aves) da Gruta do Urso, Estado do Sauropoda) accessed using CT Scanning Tocantins, Norte do Brasil Felipe M. SIMBRAS; Paulo Victor Luiz Gomes da Costa Luana SALUM; Carolina Acosta HOSPITALECHE; Leonardo PEREIRA; Arthur S. BRUM; Kamila L. N. BANDEIRA; Carlos dos Santos AVILLA...... 153 Roberto dos Anjos CANDEIRO; Lílian Paglarelli BERGQVIST....163

Preliminary description of new selachian teeth Aspectos taxonômicos de gliptodontídeos (Mammalia: (Chondrichthyes, Elasmobranchii) from the Santa Cingulata) bebês da Gruta do Urso do Sudeste do Marta Formation (Upper Cretaceous), James Ross Estado do Tocantins, Norte do Brasil Sylvia SOARES; Kleberson O. PORPINO; Hermínio I. ARAÚJO- Island, Antarctic Peninsula JÚNIOR; Leonardo S. AVILLA...... 164 Rodolfo Otávio SANTOS; Douglas RIFF; Taissa RODRIGUES; Juliana SAYÃO; Luiza PONCIANO; Rodrigo FIGUEIREDO; Luiz New fossil vertebrate localities from southern Goiás Carlos WEINSCHÜTZ; ...... 154 State, Brazil Joyce Brenda Ferreira de SOUZA; Ramon CAVALCANTI; Osteohistological characterization of the first Camila dos SANTOS PEREIRA; Daniel CARELLI; André Luis theropod from the Ipubi Formation, Early de SOUZA Júnior; Felipe M. SIMBRAS; Stephen L. BRUSATTE; Cretaceous, Araripe Basin, Brazil Carlos Roberto A. CANDEIRO...... 165 Juliana Manso SAYÃO; Renan Alfredo Machado BANTIM; Rafael César Lima Pedroso de ANDRADE; Antônio Álamo Revision of the Crocodylia (Eusuchia) Feitosa SARAIVA; Alexander Wilhelm Armin KELLNER...... 155 postcranial characters Rafael Gomes de SOUZA; Diogenes de Almeida CAMPOS; Processo de preparação de um bloco da Bacia do Douglas RIFF; Alexander Wilhelm Armin KELLNER...... 166 Paraná, Sul do Brasil Pâmela Cristina Nascimento da SILVA...... 156 The name-bearing types of Sarcosuchus hartti (Crocodylomorpha: Neosuchia) and the taxonomic Análise tafonômica de vertebrados fósseis da Gruta status of the species das Três Cobras, Pleistoceno Final, Serra do Ramalho, Rafael Gomes de SOUZA; Rodrigo Giesta FIGUEIREDO; Bahia Douglas RIFF; Sergio Alex Kugland de AZEVEDO; Alexander Rafael Costa da SILVA...... 157 Wilhelm Armin KELLNER...... 167

Peixes Diodontidae do Neogeno da América Tropical Morphology and neurovascular patterns of the Guilherme SILVA; Orangel AGUILERA; Ricardo LOPES; premaxillary bones of the Abelisauridae André Luis de SOUZA JUNIOR; Ariana Paulina CARABAJAL; Alessandra MACHADO; Thaís SANTOS; Gabriela MARQUES; Carlos Roberto A. CANDEIRO...... 168 Thayse BERTUCCI; Thayanne AGUIAR; Jorge CARRILLO- BRICEÑO; Felix RODRIGUEZ...... 158 On the Middle/Late Permian temnospondyl fauna from southern Brazil: new postcranial remains Paleoictiofauna dos Folhelhos Pirobetuminosos da Adriana STRAPASSON; Sérgio DIAS-DA-SILVA; Marina Bento Formação Ipubi, Cretáceo Inferior da Bacia do Araripe SOARES...... 169 José Lucio e SILVA; Flaviana Jorge de LIMA; Thatiany Alencar BATISTA; Jennyfer Sobreira FERREIRA; Edilson Bezerra dos Primeiro registro pleistocênico de Pampatheriidae Santos FILHO; Renan Alfredo Machado BANTIM; Juliana (Mammalia: Cingulata) procedente de caverna para o Manso SAYÃO; Gustavo Ribeiro de OLIVEIRA; Antônio Álamo estado do Tocantins, Brasil Feitosa SARAIVA; Francisco Eduardo de SOUSA FILHO...... 159 Juliane TABOAS; Mariela CASTRO; Leonardo S. AVILLA...... 170 Jeholopoterus robotizado, un pterosaurio robot A study case of heterochrony in Notosuchia controlado por captura de movimento (Crocodyliformes, Mesoeucrocodylia): are Luis María TIZEIRA; Hugo Nicolás PAILOS; Ariel LIBAL...... 171 baurusuchids peramorphic? Bruno C. VILA NOVA; Gabriel S. FERREIRA; Pedro L. GODOY; Ação de carniceiros e necrófagos na gênese de Felipe C. MONTEFELTRO; Jonathas S. BITTENCOURT; Max C. uma concentração monoespecífica do cinodonte LANGER...... 174 Exaeretodon (Zona de Assembleia de Hyperodapedon, Triássico Superior do Rio Grande do Sul) Primeiro registro de icnofósseis (paleotoca e Gianfrancis Dias UGALDE; Cristiane da Rosa ROSA; Felipe Lima PINHEIRO...... 172 crotovina) no Planalto Norte Catarinense José Henrique ZIMKOWICZ; Fabiana Rodrigues COSTA; Luiz Microfractures in a crocodilomorph tooth from the WEINSCHUTZ...... 17 Presidente Prudente Formation (Bauru Group, Upper Cretaceous) Michael ULIAN; Carlos Roberto A. CANDEIRO; Paulo Victor Luiz Gomes da Costa PEREIRA...... 173

II Fórum de Paleontologia de Vertebrados do Quaternário do Nordeste

Sobre a ocorrência de fósseis de uma assembleia Xenartros do sistema cavernícola parcialmente de mamíferos holocênicos na Toca Clovis Saback I, submerso Ioiô-Impossível, Quaternário da Chapada Campo Formoso, Bahia Diamantina (Bahia, Brasil) Bárbara S. ALVES; Juliana C. CARVALHO; Mário A.T. DANTAS..177 Carlos R. MORAES NETO; Fernando A. PERINI; Peter M. TOLEDO; Patrícia G. GUEDES; Leandro O. SALLES...... 184 Análise tafonômica preliminar da megafauna do tanque Zabelê, Pleistoceno Final de Pernambuco, Morcegos (Mammalia: Chiroptera) do Quaternário da Nordeste do Brasil Serra da Capivara, Nordeste do Brasil Luana C. ANDRADE; Pétrius S. BÉLO; Édison V. OLIVEIRA; Filipe MOTTA; Elver Luiz MAYER; Patrícia HADLER; Ana Maria Vanda B. MEDEIROS...... 178 RIBEIRO...... 185

Icnologia em substratos ósseos: Machichnus Mikuláš, Análise paleoparasitológica em coprólito de Carnivora Kadlecová, Fejfar & Dvořák, 2006 no Quaternário do (?) do Quaternário proveniente da Lagoa do Uri de Nordeste do Brasil e suas implicações estratigráficas Cima, Salgueiro, Pernambuco (Brasil) e tafonômicas Carolina Santa Isabel NASCIMENTO; Thândara JACOB; Jorge Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR; Fernando Henrique de F. M. JESUS; Pedro V. BUCK; Bernardo C. P. M. PEIXOTO; Souza BARBOSA; Lucas Henrique Medeiros da SILVA...... 179 Marcia CHAME; Clovis W. O. SOUZA; Marcelo A. FERNANDES.186

Morfologia da cavidade nasal de Valgipes bucklandi The southern South America Pleistocene glyptodontid (Xenarthra: Pilosa: Mylodontidae) baseada em Neuryurus in Northeast of Brazil tomografia computadorizada Édison V. OLIVEIRA; Kleberson de O. PORPINO; Fabiana Dandara E. F. BUSTAMANTE; Uiara Gomes CABRAL; Rafael Marinho da SILVA...... 187 Costa da SILVA...... 180 Morcegos quaternários na Toca dos Ossos, Bahia, Aspectos tafonômicos e paleoambientais da Brasil: a importância de predadores na gênese de acumulação fossilífera do tanque de Taperoá concentrações fossilíferas (Quaternário da Paraíba) com base em estudo bioestratinômico e novas atividades de campo Téo Veiga de OLIVEIRA; Carolina Saldanha SCHERER; Juliana Carla Silva de CARVALHO; Hermínio Ismael de Deyziane Santos de JESUS...... 188 ARAÚJO-JÚNIOR; Kleberson de Oliveira PORPINO; Lílian Paglarelli BERGQVIST...... 181 Novos registros de Cingulata para o município de Guanambi, Bahia, Brasil Estudo morfológico do esqueleto axial de Letícia Francielle Moreira PALES; Mariane Rosa Thomaz Pampatheriidae Paula Couto, 1954 (Mammalia, da SILVA; Samara de Almeida da SILVA; Carolina Saldanha Cingulata) SCHERER...... 189 Jorge F. M. JESUS; Flávio GÓIS; Ericson C. IGUAL; Beatriz ROBBI; Bernardo C. P. M. PEIXOTO; Carolina S. I. Preliminary note on the first avian fossil record from NASCIMENTO; Pedro V. BUCK; Thândara JACOB; Marcelo A. the João Cativo Paleontological Site, a Quaternary FERNANDES...... 182 tank deposit situated in Itapipoca, Ceará State, northeastern Brazil Registro da paleomastofauna em depósitos Thayane Braga de Souza PATUSCO; Fernanda Barcellos de fossilíferos pernambucanos Moura LEONEL; Elaine Batista MACHADO; Hermínio Ismael Ricarda Toscano de MELLO; Mariana Valéria de Araújo de ARAÚJO-JÚNIOR; Tiago Martins METELLO; Alexander SENA; Gustavo Ribeiro de OLIVEIRA...... 183 Wilhelm Armin KELLNER...... 190 Uma ocorrência inesperada de mamífero quaternário Patterns of bone histology of Pleistocene mammals no Estado do Ceará from northeastern region, Brazil Kleberson de Oliveira PORPINO; Hermínio Ismael de Mariana V. A. SENA; Gina C. OLIVEIRA; Rafael C. L. P. ARAÚJO-JÚNIOR; Lílian Paglarelli BERGQVIST; Valdeci ANDRADE; Esaú V. ARAÚJO; Gustavo R. OLIVEIRA; Juliana dos SANTOS JUNIOR; Ismar de Souza CARVALHO; Tabata M. SAYÃO...... 195 Zanesco FERREIRA; Fernando Henrique de Souza BARBOSA; Lorena Passos Figueiredo BARBOSA...... 191 Diversidade fóssil de Carnivora (Mammalia) do sistema cavernícola Ioiô-Impossível: Quaternário da Novas datações holocênicas para pequenos Chapada Diamantina (Bahia, Brasil) mamíferos da Serra da Capivara, Piauí, Brasil Fernando L. SICURO; Fernando A. PERINI; Carlos R. MORAES Ana Maria RIBEIRO; Elver Luiz MAYER; Simone Baes das NETO; Peter M. TOLEDO; Luiz F. B. OLIVEIRA; Patrícia G. NEVES; Leonardo KERBER; Filipe Armando MOTTA; Jorge GUEDES; Leandro O. SALLES...... 196 FERIGOLO; Niéde GUIDON; Maria de Fátima Ribeiro BARBOSA...... 192 Estudo dos “ungulados” do Pleistoceno do município de Guanambi, Bahia, Brasil Novo acesso taxonômico à diversidade de quirópteros Mariane Rosa Thomaz da SILVA; Samara de Almeida da do sistema cavernícola Ioiô-Impossível, Quaternário SILVA; Leticia Francielle Moreira PALES; Carolina Saldanha da Chapada Diamantina (Bahia, Brasil): evidências SCHERER...... 197 associadas ao aparelho mastigatório, rádio e fêmu Leandro O. SALLES; Patrícia G. GUEDES; Simone S. MARTINS; Novo material de Eremotherium laurillardi para o Carlos R. MORAES NETO; Rodrigo B. ARAÚJO; Joaquin sudoeste da Bahia: aspectos tafonômicos ARROYO-CABRALES; Nancy B. SIMMONS...... 193 Samara de Almeida de SILVA; Letícia Francielle Moreira PALES; Mariane Rosa Thomaz da SILVA; Carolina Saldanha A fauna de xenartros (Xenarthra, Mammalia) da SCHERER...... 198 Gruna do Carlinhos, Serra do Ramalho, Bahia, Brasil Carolina Saldanha SCHERER; Samara de Almeida da SILVA; Leticia Francielle Moreira PALES; Mariane Rosa Thomaz da SILVA...... 194

IV Fórum do Grupo de Especialistas em Mamíferos Holárticos Invasores

Estratégias alimentares de proboscídeos (Mammalia) Fósseis de Artiodactyla da Amazônia Ocidental e pleistocênicos sul-americanos através do estudo de implicações para o Grande Intercâmbio Biótico microdesgaste do esmalte dentário Americano Lidiane ASEVEDO; Leonardo dos Santos AVILLA...... 200 Fernando Araujo PERINI; Rodrigo PARISI DUTRA; Mario Alberto COZZUOL; Rafaela Velloso MISSAGIA; Germán Filogenia e biogeografia dos Equidae (Perissodactyla, Mariano GASPARINI...... 206 Mammalia) na América do Sul Leonardo S. AVILLA...... 201 Os Carnivora fósseis da América do Sul - Onde os grandes comedores de carne não têm vez Tamanho é documento? Complexidade dos molares e Shirlley RODRIGUES; Rodrigo CARVALHEIRA; Leonardo sua relação com a área mastigatória de Stegomastodon AVILLA; Leopoldo SOIBELZON...... 207 e Notiomastodon (Mammalia: Proboscidea) Leon BORGES-SILVA; Dimila MOTHÉ; Leonardo dos Santos A diversidade de Cervidae (Cetartiodactyla: Mammalia) AVILLA...... 202 na América do Sul e o caso de Morenelaphus: um Revisando a taxonomia dos Equus (Equidae, estranho no ninho? Perissodactyla, Mammalia) da América do Sul: um Alline ROTTI; Nicolás CHIMENTO; Rafael PINHEIRO; Germán possível caso de variação clinal Mariano GASPARINI; Leonardo AVILLA...... 208 Helena MACHADO; Orlando GRILLO; Leonardo AVILLA...... 203 Os Camelidae na América do Sul: sistemática e novos South American proboscideans (Mammalia, aspectos biogeográficos Proboscidea) are not gomphotheres Carolina Saldanha SCHERER; Germán Mariano GASPARINI; Dimila MOTHÉ; Leonardo AVILLA...... 204 Analía FRANCIA...... 209

On some New World peccaries (Tayassuinae: Cetartiodactyla): a new systematic perspective Rodrigo PARISI DUTRA; Daniel de Melo CASALI; Rafaela Velloso MISSAGIA; Fernando de Araujo PERINI; Germán Mariano GASPARINI; Mario Alberto COZZUOL...... 205 Premiação de estudantes

Osteohistologia e osteologia: identificando padrões A reassessment of appendicular pneumaticity in ontogenéticos em pterossauros Pterodactyloides pterodactyloid pterosaurs Renan Alfredo Machado BANTIM...... 211 Borja HOLGADO...... 218

2 The image segmentation in regular intervals of grey Distinção do M e M1 entre os Macraucheniidae do values as a proxy to differential density bones area Pleistoceno from CT-scan fossil data Leonardo Souza LOBO...... 219 Arthur Souza BRUM...... 212 Evolução da 4ª e 8ª vértebras cervicais em A origem e a evolução dos diferentes hábitos Pelomedusoides (Testudines, Pleurodira) alimentares de Caimaninae fósseis sob uma Thiago Fiorillo MARIANI...... 220 abordagem anatômica, filogenética e paleoecológica Giovanne M. CIDADE...... 213 A new attraction for the Mid-Cretaceous Park: The first record of Abelisauridae (Dinosauria: Theropoda) Alometria ontogenética do gênero Dinodontosaurus from the Cenomanian of northeastern Brazil Romer, 1943 (Therapsida, Dicynodontia) do Triássico Marcos André Fontenele SALES...... 221 sul-americano Luísa Menezes DA SILVEIRA...... 214 Microscopia: uma revolução silenciosa na preparação de fósseis Empregando modelos probabilísticos em Jéssica Pontes SILVA...... 222 reconstruções paleobiogeográficas em Pleurodira (Testudines) Are phylogenetic inferences R-rated? Using young Gabriel de Souza FERREIRA...... 215 semaphoronts in phylogenetic inferences Rafael Gomes de SOUZA...... 223 Descrição preliminar da Paleoneurologia de um Testudines da Bacia de São José de Itaboraí Carina Marcello de FIGUEIREDO...... 216

Especialização das nadadeiras em tartarugas marinhas (Testudines: Cryptodira: Panchelonioidea) Isadora GERHEIM...... 217 Mesas-redondas Iconografia paleontológica: cenário atual, aplicações e perspectivas

Organizador Felipe Alves Elias • Museu de Zoologia/USP

A arte vem, historicamente, mediando nossa compreensão sobre a natureza dos fósseis, testemunhos da chamada vida “pré-histórica”. Com a institucionalização da Paleontologia, tornou-se importante veículo ao intercâmbio de ideias entre pesquisadores. Sua contribuição mais emblemática, entretanto, reside em sua capacidade de promover o acesso ao conhecimento paleontológico de uma abrangente audiência não especializada. Popularizadas genericamente pela alcunha de “paleoarte”, ilustrações e modelos tridimensionais de seres extintos são hoje frequentemente utilizados na divulgação das novas descobertas e dos grandes paradigmas da Paleontologia. A proposta desta mesa-redonda é de promover um debate acadêmico sobre o cenário contemporâneo deste segmento ainda emergente da praxis paleontológica, transitando por sua fundamentação teórica e abordagem metodológica, no intuito de estimular novas reflexões acerca de sua importância não apenas científica, como também social e cultural.

Moderador Maurílio S. Oliveira • Museu Nacional/UFRJ

Participantes Ariel Milani Martine • Universidade Estadual de Campinas Fundamentos paleontológicos e metodologias aplicadas à representação artística de vertebrados fósseis. Orlando Nelson Grillo • Museu Nacional/UFRJ Contribuição dos estudos biomecânicos à reconstrução anatômica e funcional de vertebrados fósseis. Felipe Alves Elias • Museu de Zoologia/USP Iconografia paleontológica como estratégia narrativa aplicadas a exposições de história natural.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 23 Técnicas paleontológicas

Organizador Helder de Paula Silva • Museu Nacional/UFRJ

A importância do trabalho técnico para a pesquisa paleontológica, técnicas para coleta de material fóssil, técnicas laboratoriais, voltadas para preparação (química e mecânica), moldagem e estudo. O uso de técnicas não invasivas. Aumentando a qualidade dos resultados por meio da capacitação técnica e da instrumentalização dos laboratórios. Panorama geral sobre a situação dos laboratórios nas instituições brasileiras no passado, no presente e no futuro: A realidade técnica em outras instituições.

Moderador Bárbara da Silva Maciel • Museu Nacional/UFRJ

Participantes Alberto Barbosa de Carvalho • Museu de Zoologia/USP Tomografia computadorizada como técnica de análise não destrutiva em paleontologia de vertebrados: aplicação em pesquisa e curadoria de coleções. Átila Augusto Stock da Rosa • Universidade Federal de Santa Maria Boas práticas em Curadoria Paleontológica, e sua importância para a valorização do patrimônio paleontológico brasileiro. Helder de Paula Silva • Museu Nacional/UFRJ Desenvolvimento e aplicação de técnicas paleontológicas e a importância de um laboratório de preparação de fósseis.

24 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Sessões regulares A singularidade de Carodnia vieirai (Mammalia: Xenungulata): inferências ecológicas e filogenéticas através de morfometria geométrica da mandíbula e de métodos filogenéticos comparativos

Carla Terezinha Serio ABRANCHES1; Pedro Cordeiro ESTRELA2; Lílian Paglarelli BERGQVIST3; Mary Elizabeth C. BERNARDES-DE-OLIVEIRA1

1Laboratório de Paleobotânica e Palinologia, Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Mamíferos, Departamento de Sistemática e Ecologia, Universidade Federal da Paraíba. E-mail: [email protected] 3Laboratório de Macrofósseis, Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: [email protected]

Carodnia vieirai Paula-Couto, 1952 é um dos distingui-las pela forma da mandíbula. Nesta maiores mamíferos descobertos no Paleógeno projeção, Carodnia ocupou um espaço exclusivo sul-americano (SALMA Itaboraiense) e procede mostrando que não existe atualmente nenhuma da Bacia de São José de Itaboraí, estado do mandíbula muito parecida à desse táxon. A Rio de Janeiro. O presente trabalho tem como ordenação dos indivíduos nos componentes 2 objetivo inferir o possível hábito alimentar e e 3 refletiu principalmente o hábito alimentar, posicionamento filogenético de C. vieirai com especificamente, em três modos alimentares: base na comparação de sua mandíbula com ramoneador, pastador e onívoro. Nesta projeção, a de outros mamíferos viventes através de Carodnia ocupou o espaço junto àqueles que morfometria geométrica tridimensional. Foram possuem hábito alimentar ramoneador. A analisados dezenove marcos anatômicos em 293 filogenia teve um efeito significativo na forma mandíbulas pertencentes a 39 espécies recentes da mandíbula segundo os testes de Abouheif, I de Cetartiodactyla, Perissodactyla e Sirenia e em de Moran, modelo autorregressivo de Cheverud duas mandíbulas pertencentes a C. vieirai (holótipo e de Grafen e Diniz-Filho. Após a remoção da e parátipo). Após remoção do efeito do tamanho, autocorrelação filogenética,Carodnia não mostrou posição e orientação, as variáveis de forma foram uma forma tão extrema em sua mandíbula. analisadas por métodos estatísticos multivariados Estes resultados confirmam que Carodnia foi, e métodos filogenéticos comparativos. A análise provavelmente, uma linhagem evolutiva muito de componentes principais estruturou a distinta dentro da radiação de mamíferos, mas maioria das famílias em posições distintas nos que provavelmente ocupou um nicho parecido ao componentes 1 e 2, mostrando que é possível de alguns ramoneadores viventes.

26 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Assembleia de Chondrichthyes e Interpretação da Paleotemperatura na Plataforma Carbonática da Formação Pirabas (Mioceno Inferior), Norte do Brasil

Orangel AGUILERA1,2; Zoneibe LUZ2; Jorge D. CARRILLO-BRICEÑO3; Laszlo KOCSIS4; Torsten W. VENNEMANN5; Peter Mann de TOLEDO6; Afonso NOGUEIRA2; Kamilla Borges AMORÍN2; Heloísa MORAES-SANTOS7; Marcia A. dos Reis POLCK8; Maria de Lourdes RUIVO7; Ana Paula LINHARES7; Cassiano MONTEIRO-NETO1

1Universidade Federal Fluminense. E-mail: [email protected] 2Universidade Federal do Pará. E-mail: [email protected] 3University of Zürich. E-mail: [email protected] 4University of Brunei Darussalam. E-mail: [email protected] 5Université de Lausanne. E-mail: [email protected] 6Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). E-mail: [email protected] 7Museu Paraense Emilio Goeldi. E-mail: [email protected] 8Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM/RJ). E-mail: [email protected]

A Formação Pirabas, Mioceno inferior do Norte pré-tratamento com NaOCl, ácido acético-Ca do Brasil, é composta por rochas carbonáticas e água Milli-Q para reduzir a contaminação de plataforma “offshore”, fácies litorâneas, sedimentar e as composições isotópicas foram lagoas marginais e ambientes estuarinos. Essa analisadas após o uso de um espectrômetro de 18 unidade estratigráfica, que representa a última massa. Os resultados isotópicos de (δ OPO4) dos plataforma carbonática de água rasa na área hoje Chondrichthyes mostraram uma variação de 17,1‰ ocupada pelo delta do Rio Amazonas, apresenta a 21‰. As estimativas de paleotemperaturas, com 18 uma grande quantidade e diversidade de fósseis. base nos cálculos de δ OPO4 nos dentes fósseis de Sua paleoictiofauna compreende teleósteos tubarões, apontam para uma variação de 23,9°C (~38 espécies) e Chondrichthyes (~24 espécies). a 30,1°C, enquanto que em placas dentárias de O presente trabalho propõe uma interpretação raias indicam valores menores (23,1°C a 28,4°C). paleoambiental com base na análise de isótopos Análises comparativas baseadas nos sinais 18 18 de oxigênio (δ OCO3 e δ OPO4) de alguns dentes de isotópicos em dentes recentes de C. leucas da tubarões e raias fósseis da Formação Pirabas, região Bragantina mostram uma maior variação correspondentes a espécimes da coleção nos dados estimados de temperatura (23,6ºC a paleontológica do Museu Paraense Emilio Goeldi. 31,5ºC). O comportamento filopátrico dos tubarões Além dos dentes fósseis de tubarões e raias, e raias é sugerido para estas populações fósseis foram usados dentes de 10 espécimes atuais baseado em sua possível longa permanência em de Carcharhinus leucas Müller & Henle 1839, da zonas tropicais, associados a zonas de reprodução costa Bragantina, Pará. Essa espécie foi escolhida ou berçários que caracterizaria a plataforma em função de seu hábito de entrar em sistemas carbonática tropical de Pirabas, anterior à estuarinos de rios, sendo possível usá-lo para formação do sistema hidrológico transcontinental comparar os sinais isotópicos com o contexto do Rio Amazonas e o estabelecimento do delta do Amazônico. Para a análise geoquímica foram Amazonas. Os valores obtidos com as análises realizadas medidas de isótopos estáveis de isotópicas de δ18O mostraram que todos os 18 carbonato estrutural em apatita (δ OCO3) a fim de grupos de Chondrichthyes fósseis estudados 18 comparar com os resultados em fosfato (δ OPO4) e são característicos de ecossistemas marinhos verificar se existiam significativas superposições tropicais com preferências de nicho ecológico em diagenéticas pós-deposicionais. As amostras ambientes costeiros. dos dentes foram submetidas a uma linha de

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 27 Evidência de tumor hipofisário em encéfalo deValgipes bucklandi (Xenarthra, Mylodontidae)

Roberta Veronese do AMARAL1; Luciana Barbosa de CARVALHO1; Fabiano CASTRO1; Uiara CABRAL1

1Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

Paleopatologia é a ciência que estuda as doenças Essa projeção mede 27,23 mm de comprimento do passado. Geralmente, apenas as doenças (do início da fossa hypophysialis ao extremo caudal que produzem alterações ósseas podem ser da estrutura), 17,91 mm de largura e 23,52 mm de identificadas em vertebrados extintos, uma vez altura. Este exemplar apresenta A largura relativa que partes moles dificilmente são preservadas no da fossa hypophysialis de TC 132 representa 29% registro fossilífero. Entretanto, com o advento de do encéfalo como um todo, enquanto em LP novas técnicas radiológicas usadas na pesquisa 54 e LP 55 a largura relativa representa apenas paleontológica, tornou-se possível observar 18%. LP 54 e LP 55 não apresentaram nenhum estruturas que não seriam visualizadas através crescimento similar da mesma estrutura, de metodologias tradicionais. Através da análise pontuando uma característica diferenciada de em exemplares de Xenarthra examinados em TC 132. Foi descartada a hipótese da modificação tomógrafo médico Philips Brilliance 64 canais desta cavidade ter sido causada por processos em parceria com o Hospital Pedro Ernesto e com tafonômicos, devido à diminuição da densidade suas estruturas intracranianas reconstruídas observada nas bordas da fossa hypophysialis digitalmente, através do software Mimics 10.01, foi (alteração de densidade é um processo visualizada uma alteração em um dos espécimes. relacionado à tentativa de resposta óssea que só A reconstrução em modelo tridimensional do ocorre em vida). Além disso, a cavidade observada encéfalo do exemplar TC 132 de Valgipes bucklandi não é compatível com bioerosões causadas (Lund, 1839) cedido pelo Departamento Nacional por agentes necrófagos, como artrópodes, que de Produção Mineral (DNPM/CPRM), apresentou apresentam-se mais alongadas, com formato um aumento no tamanho da fossa hypophysialis, de túnel. Este aumento anormal da estrutura estrutura óssea que envolve a hipófise, em apresenta características compatíveis com comparação com dois outros exemplares da macroadenoma hipofisário (tumor não maligno mesma espécie (LP 54 e LP 55), também presentes com alargamento e invasão da sela) e carcinoma nesta análise. Assim este trabalho objetiva hipofisário (tumor maligno com alargamento investigar a provável paleopatologia observada e invasão da sela). Entretanto, o diagnóstico neste exemplar de V. bucklandi. De acordo com diferencial entre esses tipos de neoplasias é difícil as imagens de tomografia computadorizada, a através da metodologia aplicada. Este tipo de fossa hypophysialis demarca uma grande projeção condição pode causar problemas visuais, além de ventral, arredondada em vista ventro-caudal. uma produção hormonal excedente ou deficitária.

28 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Reconstrução tridimensional e descrição comparativa do encéfalo entre exemplares recentes e fósseis de Folivora (Xenarthra, Pilosa)

Roberta Veronese do AMARAL1; Luciana Barbosa de CARVALHO1; João Alves de OLIVEIRA2

1Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ. CAPES. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Departamento de Vertebrados, Museu Nacional/UFRJ. E-mail: [email protected]

A variação morfológica de estruturas apontaram semelhanças entre Nothrotherium e intracranianas traz importantes informações a Eremotherium, agrupados em Megatheria, como a respeito das pressões adaptativas relacionadas expansão dos lobos temporais e piriformes, que ao ambiente e alimentação. Uma vez que dá ao encéfalo dessas formas uma conformação as estruturas intracranianas mostram cardiforme. As preguiças atuais mostraram uma correspondência direta da morfologia com o conformação encefálica quadrangular, diferindo modo de vida em espécies viventes, através morfologicamente no cerebelo. Bradypus mostra de imagens tomográficas encefálicas pode-se um cerebelo sem hemisférios demarcados, reconstruir essas estruturas (que, geralmente, enquanto Choloepus apresenta contorno bem não se fossilizam) e aplicar este princípio aos marcado de hemisférios e um vermis cerebelar fósseis. Os gêneros Bradypus e Choloepus (únicos destacada e tais semelhanças seriam um caso de representantes dos Folivora atuais) são animais de convergência evolutiva. Comparativamente, as estilo de vida arbóreo e alimentação especializada, proporções relativas do cerebelo variam, de 59 com distribuição geográfica restrita. Entretanto, a 81% em relação à largura do encéfalo. Quanto os representantes fósseis desta subordem aos bulbos olfatórios, as proporções relativas se apresentam registro diversificado e abundante assemelhavam, 14 a 15% de comprimento relativo ampla distribuição geográfica, variados hábitos e largura em torno de 60% em relação ao encéfalo. de vida e, em alguns casos, grande tamanho. O As estruturas mostraram diferenças significativas trabalho aqui apresentado objetivou comparar apenas em sua morfologia geral, o que permitiu a morfologia do encéfalo entre preguiças corroborar inferências comportamentais arborícolas atuais e preguiças terrícolas extintas. descritas na literatura. Hábitos escavatórios foram Foram selecionados material foi selecionado associados à Valgipes, por possuírem maiores nas coleções de Mastozoologia, exemplares proporções relativas do cerebelo, assemelhando- de Bradypus e Choloepus, e Paleontologia de os aos Cingulata. O hábito arborícola pode Vertebrados, Eremotherium e Glossotherium, ser respaldado para Nothrotherium devido à ambas coleções do Museu Nacional (Universidade combinação de um grande cerebelo, quociente de Federal do Rio de Janeiro), além de exemplares encefalização alto tamanho corporal pequeno. As cedidos pela Companhia de Pesquisa e Recursos grandes proporções do cerebelo (82% de largura Minerais (CPRM), Valgipes e Nothrotherium. Os relativa) em adição ao vermis cerebelar em crista exemplares foram tomografados e as estruturas corroboram possível ocorrência de processos intracranianas foram reconstruídas digitalmente, auditivos complexos para Glossotherium através do software Mimics 10.01 e, posteriormente, propostos na literatura. descritas e mensuradas. As comparações

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 29 Análise multivariada em moldes tridimensionais de encéfalos de Xenarthra recentes e fósseis

Roberta Veronese do AMARAL1,3; João Alves de OLIVEIRA2; Luciana Barbosa de CARVALHO1

1Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Departamento de Vertebrados, Museu Nacional/UFRJ. E-mail: [email protected] 3CAPES

A superordem Xenarthra inclui animais que mamíferos dispôs os táxons em um eixo principal habitam América Central, Centro Sul e Sudoeste que se revelou como o tamanho generalizado. Esta dos Estados Unidos, México e América do Sul, e tendência isométrica nas estruturas evidencia se divide nos grupos Cingulata, Vermilingua e que as medidas lineares correlacionam-se ao Folivora. Este último grupo apresenta grande tamanho. O resultado leva a concluir o caráter variação de hábitos entre formas fósseis e conservador nas estruturas componentes do atuais. O encéfalo é uma estrutura que deixa encéfalo, indicando que, entre medidas lineares impressões na face interna do crânio, tornando simples, as diferentes ordens apresentam possível a observação de macroestruturas. endocrânios que são versões isométricas em Assim, a Paleoneurologia permite identificar diferentes escalas uns dos outros. A segunda traços morfológicos indicativos da evolução análise, apenas com Xenarthra tomografados, encefálica através dos sinais correlacionados revela como componente principal também no registro fossilífero. A variação morfométrica um eixo de tamanho generalizado. Entretanto, na forma e tamanho das estruturas encefálicas incluindo novas variáveis, foi possível identificar permite avaliar a mudança evolutiva através padrões nas dimensões dos bulbos olfatórios e de um componente estatístico. Deste modo, o hipófise relativos aos componentes principais trabalho teve como objetivo identificar diferenças 2 e 3. Foi possível perceber uma superposição na morfologia das estruturas intracranianas entre Folivora fósseis e Vermilingua. O segundo entre estes animais extintos e atuais e aplicar a componente parece resumir um contínuo da análise de componentes principais para descrever variação do endocrânio, independentemente as tendências da variação endocraniana entre do tamanho, que ordena também espécimes os grupos. Para isso foi realizada a tomografia de vida arbórea e terrestre. Assim, as preguiças computadorizada e reconstrução tridimensional atuais, arborícolas, situam-se em um extremo das estruturas intracranianas de exemplares de deste contínuo, em oposto aos Cingulata, que Xenarthra usando o software Mimics 10.01. As correspondem à subordem de Xenarthra mais medidas obtidas nos moldes tridimensionais caracteristicamente terrícola. A maioria das foram comparadas com as de outras ordens de preguiças fósseis posicionaram-se interpostas em mamíferos disponíveis na literatura, através doo relação aos dois extremos, e superpostas com os uso de estatística multivariada implementados Vermilingua atuais, com representantes terrícolas em R. A análise de componentes principais das e semi-arborícolas. medidas de xenartros atuais e de outras ordens de

30 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 A microstructural look on crocodylians growth divergence after preliminary Notosuchia paleohistology

Rafael C. L. P. ANDRADE1; Esaú V. ARAÚJO2; Felipe C. MONTEFELTRO3; Max C. LANGER4; Juliana M. SAYÃO2

1Universidade Federal de Pernambuco, UFPE. CNPq. E-mail: [email protected]; 2Laboratório de Biodiversidade do Nordeste, UFPE/CAV. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected] 3Departamento de Biologia e Zootecnia, FEIS/UNESP. E-mail: [email protected] 4Laboratório de Paleontologia de Ribeirão Preto, USP. E-mail: [email protected]

Notosuchia is a diverse group of Gondwanan process. The vascular network decreases upwards crocodyliforms, usually considered to have a as in others . In periosteal surface, the terrestrial habit due to peculiar morphological bone matrix is lamellar, indicating deposition of features. Paleohistology enhances morphologic External Fundamental System (EFS) with a single descriptions and allows to obtain biological Line of Arrested Growth (LAG) in. It indicates that information on lifestyle adaptations and growth this had a period of arrest and slow growth gradients and strategies. Except for after the EFS deposition. In USP 0634C the cortex clarki osteoderms, there is no substantial composition is the same as in USP 0634E. Next histological information for Notosuchia. In this to the endosteal margin, the first growth cycles study, we sectioned the midshaft of two long is interrupted by one LAG, followed by parallel- bones of one specimen of baurusuchid (LPRP-USP fibered zone bone, then, another LAG. The next 0634C and 0634E), femur and tibia, respectively, cycle starts slowly and becomes faster towards the housed at Laboratório de Paleontologia de periosteal surface. Two close-spaced LAGs form Ribeirão Preto- USP. For comparison, non- the base of a lamellar zone with few vascular canals crocodyliform pseudosuchians, recents, and and three LAGs. In this way, four visible slowing- living crocodylians have been sampled for growth cycles are recorded. If our interpretation is paleohistology. The slides were observed under correct, and this is an EFS, these decrease optic microscope. LPRP-USP 0634E shows a and stop their growth. This feature is shared with cortex composed of fibrolamellar bone tissue. recent and living crocodylians. This is the first The vascular network is a maze of randomly record of this structure in Notosuchia. The new anastomosed vascular canals and scarce primary data show that growth was faster in baurusuchids osteons, characterizing a reticular pattern. This is than in fossil Neosuchia and living crocs, as also uncommon to Neosuchia or Eusuchia, but already described for pseudosuchia. This enforces the reported in non-crocodyliform pseudosuchians. idea that most archosaurs had a similar growth Few secondary osteons are found in the endosteal pattern and recent and living crocs being a region, indicating a low-degree remodeling particular divergence in their evolution.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 31 Taphonomic, stratigraphic and paleoenvironmental aspects of the fossil accumulations of the Lower-Upper Cretaceous Açu Formation (Albian-Cenomanian, Potiguar Basin), northeastern Brazil

Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR1; Lílian Paglarelli BERGQVIST2,6; Ismar de Souza CARVALHO2,7; Lorena PASSOS2; Kleberson de Oliveira PORPINO3; Thiago da Silva MARINHO4; Valdeci dos SANTOS-JÚNIOR5

1Departamento de Estratigrafia e Paleontologia, Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 2Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 3Departamento de Ciências Biológicas, Faculdade de Ciências Exatas e Naturais, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: [email protected] 4Departamento de Ciências Biológicas, Instituto de Ciências Exatas, Naturais e Educação, Universidade Federal do Triângulo Mineiro. E-mail: [email protected] 5Departamento de História, Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: [email protected] 6CNPq 7FAPERJ

The Açu Formation (Albian-Cenomanian) is was interpreted of being originated in a context of classically recognized by being oil reservoir reactivation of fluvial channels that eroded ancient rock in the Potiguar Basin. It is predominantly floodplain deposits or ox-bow lake deposits. The composed of sandstones and conglomeratic taphonomic mode B includes associated complete sandstones, although siltstones and claystones bones (, , ulna, ribs, femur and also occur. This lithological heterogeneity allowed sternal plates) of a large-sized sauropod, as well as its division into four informal units (from the base carbonized plant fragments and a well-preserved to the top: Açu-1, Açu-2, Açu-3 and Açu-4). Recently, angiosperm leaf. The taphonomic signatures macrofossils have been found in the Açu-4 unit of B are strongly different from A, as signs of (Upper Cenomanian), which have been assigned weathering or abrasion were not observed. to dinosaurs (Sauropoda and Theropoda), Furthermore, there is no evidence of aquatic crocodylomorphs, , lizards, and or semiaquatic organisms (fishes or turtles). plants. Ichnofossils of several ethological classes The fossil accumulation of B is loosely packed. have also been identified. Based on previous This taphonomic mode occurs in a claystone lithofaciological analyses, the Açu-4 unit has been with flaser bedding, which is rich in amorphous interpreted of being deposited in a tidal-dominate organic material, representing rocks deposited estuarine environment. Two distinct taphonomic in a context of microclastic sedimentation in an modes (A and B) were identified in the Açu-4 anoxic environment. Both dinosaur bones and unit. The first one (A) includes disarticulated some plant remains seem to be aligned to N. The and fragmented bones and teeth assigned to absence of aquatic or semiaquatic organisms in Dinosauria (Sauropoda and Theropoda), associated the taphonomic mode suggests that the burial to fragments of lizard bones, carapaces and environment of these remains was relatively a large amount of disarticulated fish scales and distant from the fluvial channel. Thus, considering teeth. Dinosaur remains are abraded, weathered both lithofaciological and paleontological data, and form a densely-packed accumulation. Fossil it is likely that the taphonomic mode B has been assemblages of the taphonomic mode A occur deposited in a context of floodplains. Finally, at the base of sandstones with cross-bedding despite the taphonomic mode, the Açu Formation stratification, covering a thin siltstone layer (Açu-4 unit) preserved fossil accumulations in bearing plant remains. This taphonomic mode fluvial facies typical of a humid environment.

32 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Microfósseis em cálculos dentários: evidência direta da dieta de gonfotérios (Proboscidea: Mammalia) pleistocênicos do sítio Lage Grande, estado de Pernambuco, Brasil

Lidiane ASEVEDO1,2; Shana Yuri MISUMI4,5,7; Ortrud Monika BARTH4,7; Marcia Aguiar de BARROS4; Márcia Regina CALEGARI6; Leonardo dos Santos AVILLA2,3

1Laboratório de Paleontologia e Palinologia de Mato Grosso, UFMT. E-mail: [email protected] 2Laboratório de Mastozoologia, UNIRIO. FAPERJ. E-mail: [email protected] 3Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas (Biodiversidade Neotropical), UNIRIO 4Laboratório de Palinologia, UFRJ. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 5Programa de Pós-Graduação em Geologia, UFRJ. 6Programa de Pós-Graduação em Geografia, UEOP. E-mail: [email protected] 7CNPq

Parte das informações relacionadas às estratégias (2,1%), provavelmente devido ao fator limitante alimentares de espécies extintas e do ambiente na sua produção durante períodos específicos de em que viviam, pode ser reconhecida através floração, como também as porções florais podem da análise dos microfósseis extraídos de ter sido ingeridas indiretamente. Somente tipos cálculos dentários. O processo se inicia durante polínicos herbáceos foram identificados (, a alimentação, quando microrrestos ingeridos Asteraceae e Chenopodiaceae) e corroboram com (fitólitos, grãos de pólen/esporos, grãos de os dados dos fitólitos, entre os quais se observou amido e outros) aderem à superfície dentária e maior abundância de morfotipos provenientes se associam à placa bacteriana, ocorrendo em da família Poaceae (50,4%). Dentre os fitólitos de seguida, o processo de mineralização e formação célula curta, foram notadas maiores proporções do cálculo. Desta forma, estes elementos de morfotipos das subfamílias Panicoideae permanecem protegidos na matriz do cálculo, e (bilobate, cross e trapeziform: 4%) e Chloridoideae participam consequentemente do processo de (saddle: 4%), o que indica hábitos alimentares fossilização. Portanto, a análise fornece evidências pastadores com dominância ao consumo diretas sobre o conteúdo alimentar ingerido pelas de gramíneas C4. Entretanto, morfotipos de espécies, sendo uma importante ferramenta eudicotiledôneas também foram observados em para estudos paleoecológicos. No estudo, todas as amostras (18,1%), pressupondo hábitos foram selecionados cinco espécimes molares ramoneadores. Desta forma, os proboscídeos do proboscídeo sul-americano Notiomastodon de Lage Grande possivelmente tinham uma platensis (Ameghino, 1888) provenientes do sítio dieta oportunista, e habitavam um ambiente Lage Grande, Pernambuco, Brasil. Estes foram aberto com acesso a fragmentos de mata, rico inicialmente limpos com acetona e álcool, para em recursos hídricos em razão das quantidades posterior retirada manual do cálculo com o significativas de diatomáceas (1.9%) e espículas auxílio de uma cureta. Ao todo, foram extraídas de esponja (19.6%) observadas. Este resultado nove amostras de cálculo e submetidas ao corrobora estudos prévios conduzidos para processamento químico a fim de recuperar outros indivíduos de mesma localidade. Outros os microfósseis. Lâminas permanentes foram espécimes serão ainda avaliados, e contribuirão montadas com gelatina glicerinada e examinadas com maiores informações a respeito dos padrões através de microscópio de luz fotônica (200x e alimentares desta população, bem como aos 400x). Em todas as amostras foi diagnosticada aspectos paleoclimáticos/paleoambientais no uma alta representatividade de assembleias entorno de Lage Grande durante o Pleistoceno de fitólitos (76,4% das amostras). Os grãos de Tardio. pólen, por sua vez, foram menos representativos

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 33 Was there niche partitioning between theropod dinosaurs and baurusuchid crocodyliforms?

Bruno Gonçalves AUGUSTA1; Rafael DELCOURT1; Natan Santos BRILHANTE2

1Laboratório de Paleontologia, Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Setor de Paleovertebrados, Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]

Many taxa of theropod dinosaurs and baurusuchid to the second for evaluating the distribution of crocodyliforms were top predators during the the taxa in the given morphospace. Landmarks Cretaceous period. These groups share similar were placed in the TPS series software, and the features in both cranial and post-cranial skeletons, data was analyzed in the MorphoJ software. Our such as the high and laterally compressed skull, results using true landmarks did not recover any the presence of ziphodont dentition and a well- superposition of Theropoda and Crocodyliformes developed supracetabular crest in the ilium. in the morphospace, but the analysis of this dataset These features led some authors to infer the do grouped together taxa within less inclusive occurrence of competition between theropods clades (coelurosaurs, ceratosaurs, notosuchians, and baurusuchids. Another fact that reinforce etc), suggesting that phylogenetic rather than this hypothesis is the poor fossil record of one functional constraints were more important group in a paleontological site where the other in the evolution of the in the groups. is abundant. However, no quantitative test was Yet, theropod dinosaurs presented a greater performed up to now to investigate this question. morphological disparity than crocodyliforms In this preliminary research, we aimed to test the in this dataset. The analysis of the sliding semi- hypothesis of niche partitioning between the landmarks showed a slight superposition of some theropods and baurusuchids using geometric theropods in the Crocodyliformes morphospace, morphometrics data of the mandible in 19 taxa: but insufficient to support or reject a niche 14 non-avian theropods (one basal theropod, partitioning hypothesis. As a conclusion, we were tetanurans, coelurosaurs and ceratosaurs) and not able to find enough evidence to support the 7 crocodyliforms (notosuchians and eusuchians). hypothesis of competition between theropods Whenever the photograph of a specimen could and baurusuchid crocodyliforms using the chosen not be used due to the incompleteness of the datasets. We hope that these preliminary results fossil, reconstructions of the mandible present in will serve as a basis for future quantitative studies description papers were used. We analyzed two including more taxa, more specimens, testing distinct datasets: the first using 10 type 1, 2 and 3 distinct landmarks configurations and using the landmarks and the second using 50 sliding semi- whole skull morphology and postcranial skeleton landmarks. PCA and CVA methods were applied to in the analyses. the first dataset, while Relative Warps was applied

34 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Reconhecendo os estigmas do Passado: análises de marcas de uma costela de Notiomastodon platensis (Mammalia: Proboscidea: Gomphotheriidae) encontrada em Goiás, Brasil Central

Hugo BAMPI1; Leonardo dos Santos AVILLA2; Dilamar Candida MARTINS3; Carlos Roberto Dos Anjos CANDEIRO1

1Laboratório de Paleontologia e Evolução, Universidade Federal de Goiás. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Mastozoologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. FAPERJ. E-mail: [email protected] 3Museu Antropológico, Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected]

Restos de proboscídeos Gomphotheriidae, como formados por sulcos em formato de “V”. Os dentes (incisivos, caninos, pré-molares e molares), cortes longitudinais e transversais são evidentes, vértebras, costelas e fragmentos de ossos isolados principalmente, na região médio-posterior, mas provenientes de depósitos de diversas localidades também salientam-se cortes longitudinais na da América do Sul têm sido descritos desde o região ântero-medial, logo abaixo do capítulo e do Século XIX. O proboscídeo Notiomastodon platensis tubérculo. Além disso, os longitudinais são mais (Ameghino, 1888), juntamente com a preguiça- profundos que os transversais. De acordo com gigante Eremotherium laurillardi Lund, 1842 e o os padrões dos atributos destacados, interpreta- toxodonte Toxodon platensis Cabrera, 1929, são se que: 1) a posição dos estigmas e o formato os taxa mais comuns da mastofauna pleistocênica dos sulcos sugerem o uso de artefatos líticos. da América do Sul, contudo, a extinção desses e Interpretamos que as marcas foram realizadas no outros megamamíferos ainda é uma incógnita. ato de descarnação da costela do N. platensis, após Diversas hipóteses concorrem para explicar a sua morte; e, 2) devido a coloração homogênea causa da extinção, a mais utilizada é sem dúvida a entre os estigmas e o fóssil, descarta-se que essas ação humana. Todavia, na América do Sul, existem marcas foram realizadas durante a coleta do poucos fósseis de megafauna que apresentam fóssil, e sim que foram produzidas provavelmente marcas atribuíveis a ação humana. Assim, nosso no osso fresco. Seguimos estudando outros estudo se justifica, pois apresentamos uma aspectos desse material, porém, o mesmo pode costela de N. platensis encontrada em Goiás, representar um importante registro da relação Brasil Central, que apresenta marcas de corte, que ecológica entre os hominídeos sul-americanos acreditamos terem sido impostas por hominídeos com elementos da megafauna de mamíferos na pré-históricos. Reconheceram-se estigmas América do Sul. longitudinais e transversais, e todos esses são

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 35 New Titanosauria (Sauropoda, Dinosauria) remains from the Cambambe Formation (Bauru Group, Late Cretaceous), Mato Grosso State

Kamila L. N. BANDEIRA1; Elaine Batista MACHADO1,2; Diogenes de Almeida CAMPOS3; Alexander W. A. KELLNER1

1Laboratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebrados Fósseis, Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Universidade Estácio de Sá. E-mail: [email protected] 3Museu de Ciências da Terra, CPRM. E-mail: [email protected]

The outcrops of the Morro do Cambambe locality, opisthocoelous, with elongated centra and the in the Mato Grosso state, is nowadays assigned lateral margin concave, lacking pleurocoels. The to the Cretaceous Bauru Group. Besides fossil zygapophyses are short and anteroposteriorly remains were collect since 1883, the most developed articular facets. The neural spines diagnostic sauropod remains from this location are are low, with the dorsal portion laterally robust. represented by a fragmentary caudal vertebrae The dorsal neural arch shows no hyposphene- and one tibia attributed to sp. hypantrum articulation. Although the neural spine Here we report new sauropod remains from this was incomplete, the preserved portion indicates it sedimentary rocks that were collected in 1941 by is low and undivided, with a prespinal lamina quite the Anibal A. Bastos Expedition and deposited developed. The anterior (DGM 193-R) and middle in the Museu de Ciências da Terra/CPRM. The (DGM 192-R) caudal vertebrae are procoelous, material consists of one partial (DGM 199-R) with the neural arches are anteroposteriorly and one almost complete cervical vertebrae short and located on the anterior half of the (DGM 194-R), two fragments of cervical ribs centra, similar to the Aeolosaurini condition. (DGM 203-R), one incomplete neural arch of a All caudal vertebrae lack transverse processes. dorsal vertebra (DGM 195-R), one anterior caudal None caudal have the prezygapophyses and the vertebra (DGM 193-R), two complete (DGM 192-R) neural spine preserved, except for “192A”. The sole middle caudal vertebrae, one posterior caudal prezygapophysis of “192A” has a small articular centrum (DGM 197-R), two incomplete chevrons facet, which is directed forward; the neural spine (DGM 200-R, DGM 201-R), and one partial left is low, elongated anteroposteriorly, with slightly femur (DGM 196-R). Unfortunately, the collection inclination anteriorly. The postzygapophyses of number has two specimens with same number. the caudal vertebrae are quite developed, with In this case, we will name them as “192A” and the articular facets placed on the ventral margin of “192B”. None of those bones were articulated, the neural spine, similar to Gondwanatitan faustoi, but were found closely associated and show britoi, and Maxakalisaurus topai. This no significant proportional differences. The material confirms the presence of Aelosaurini cervical vertebrae correspond to the anterior in the Cambambe Formation and consists in the sequence, and the neural arch probably belongs most complete fossil remain for this formation. to the middle dorsal. The cervical vertebrae are

36 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Novas lesões, velhas doenças: O registro paleopatológico no Cretáceo da Bacia Potiguar

Fernando H. de S. BARBOSA1,2; Lilian P. BERGQVIST1; Paulo V. L. G. da C. PEREIRA1,3; Ighor C. A. FELIPPE1,2

1Laboratório de Macrofósseis, Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2CNPq 3FAPERJ

A Formação Açu (Albiano-Cenomoniano) é uma lado direito e duas erosões ósseas como entalhes unidade litoestratigráfica pertencente à Bacia localizados nas articulações anterior e posterior Potiguar, a qual era considerada afossilífera em do centro vertebral. As lesões em forma de botão termos de macrofósseis. Entretanto, nos anos podem ser associadas a dois tipos de doenças, de 2005 e mais recentemente em 2015/2016, osteoma (uma neoplasma ósseo benigno) e uma grande quantidade de fósseis foi coletada hamartoma (má formação óssea semelhante à em diferentes expedições paleontológicas – neoplasma). Infelizmente, a diferenciação das especialmente ossos longos e vértebras de lesões só é possível através de análise histológica, Dinosauria (Titanosauria?) – na unidade Açu 4 procedimento ainda não realizado nesta (unidade informal) da referida Formação. Tais etapa de estudo. As lesões da última vértebra restos ainda carecem de estudos taxonômicos provavelmente se iniciaram em momentos mais detalhados que permitam a atribuição distintos e de forma independente. O crescimento desses materiais a clados mais inclusivos. Todavia, ósseo no centro vertebral (sindesmófito é interessante o número de alterações ósseas marginal) é característico de espodiloartropatia, ante mortem, i.e., modificações geradas em vida, uma artrite inflamatória bastante comum no observadas em alguns espécimes recuperados registro fossilífero. Já os processos erosivos são da Formação Açu. Assim, são descritas aqui bem característicos de cistos subcondrais das novas ocorrências de lesões ósseas nessa nova e articulações centro-vertebrais de répteis, uma importante assembleia de dinossauros da América lesão análoga ao nódulo de Schmorl presente do Sul. O material corresponde a oito vértebras em mamíferos. Neoplasias são conhecidas caudais pertencentes a dinossauros sauropodes apenas em dinossauros hadrossauros e um caso e tombadas na Coleção de Répteis fósseis do em um Titanossauridae do Brasil. Essas novas Departamento de Geologia, da Universidade ocorrências de tumores em um sauropode sul- Federal do Rio de Janeiro. Para interpretação americano sugere uma maior susceptibilidade das lesões uma análise anatomopatológica desses animais a lesões tumorais, assim como foi realizada em cada um dos espécimes. Sete ocorre no hadrossaurídeos do hemisfério dessas vértebras apresentam pequenos nódulos Norte. Espondiloartropatia e cistos subcondrais ósseos em forma de botão na articulação vertebrais são lesões comuns em répteis anterior dos centros vertebrais. A última vértebra extintos. Entretanto, diagnósticos dessas lesões apresenta duas alterações distintas, incluindo: em dinossauros brasileiros são ainda bastante um crescimento ósseo na porção ventral do restritos, sendo os casos aqui observados as centro vertebral levemente deslocado para o primeiras ocorrências para o Brasil.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 37 Epidemiologia em fósseis? Estimando a frequência de doenças ósseas em uma população de Notiomastodon (Mammalia, Proboscidea) do Pleistoceno Final do Brasil

Fernando H. de S. BARBOSA1; Hermínio I. de ARAÚJO-JÚNIOR2; Dimila MOTHÉ3,4; Leonardo dos S. AVILLA4

1Programa de Pós-graduação em Geologia, Instituto de Geociências. Universidade Federal do Rio de Janeiro. CNPq. E-mail: [email protected] 2Departamento de Estratigrafia e Paleontologia, Faculdade de Geologia. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 3Programa de Pós-graduação em Geociências. Universidade Federal de Pernambuco. PNPD/CAPES. E-mail: [email protected] 4Laboratório de Mastozoologia, Departamento de Zoologia. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]

Análises epidemiológicas no registro fossilífero com bordas suaves e bem arredondadas sobre a são incertas, uma vez que atribuir um conjunto superfície articular anterior do centro vertebral, de fósseis a uma população ecológica é uma a qual é associada a um nódulo de Schmorl, uma tarefa problemática. Essa oportunidade erosão óssea vertebral decorrente de herniação surge com a descoberta de uma população do núcleo pulposo ou de osteonecrose. DGM de proboscídeos (Notiomastodon platensis) 82-M possui uma neoformação óssea na margem recuperados de sedimentos quaternários em do epicôndilo lateral (osteófito), cuja presença Águas de Araxá (QAA), Minas Gerais, Brasil. Essa é diagnóstica de osteoartrite (artrite mecânica população foi reconhecida como composta por sem resposta inflamatória). Por último, DGM 47 indivíduos (número estabelecido com base 149-M apresenta um orifício arredondado, com no desgaste dentário de 97 molares). Diante bordas bem definidas e escleróticas (cloaca), destas circunstâncias, realizou-se um estudo estendendo-se ântero-posteriormente pelo canal ânatomo-patológico em 81 ossos pós-cranianos medular, causando severa destruição óssea, o de N. platensis recuperados do QAA e calculadas que é característico de processos infecciosos a prevalência, geral (= número de casos pela (osteomielite). O predomínio geral das lesões foi população total) e idade-específica (= número de 6,3% (3/47 indivíduos) e o predomínio idade- de casos pela população idade-específica), das específica foi de 10,3% (3/29 indivíduos adultos). doenças encontradas de acordo com a quantidade Nenhuma alteração foi observada em ossos de indivíduos previamente determinada para a reconhecidos como indivíduos jovens. Essa baixa população (47 indivíduos). Além disso, um dos prevalência, tanto geral quanto idade-específica, espécimes foi submetido a um exame tomográfico pode indicar uma maior susceptibilidade dos usando Philips MX 8000 QuadCT scanner, com indivíduos mais velhos da população a doenças, fatias de 2,0 mm de espessura e com as seguintes especialmente tratando-se da osteoartrite e especificações: voltagem de 120.0 kV e corrente do nódulo de Schmorl, processos patológicos de 20.0 mA. A avaliação patológica revelou três reconhecidamente relacionados a indivíduos lesões em três diferentes espécimes de indivíduos mais velhos. Salienta-se que a amostragem adultos: um centro vertebral isolado da região estudada resulta de processos tafonômicos e lombar (DGM 19-M), um fêmur esquerdo quase paleoecológicos seletivos e, portanto, estamos completo (DGM 82-M) e uma ulna esquerda (DGM cientes das limitações paleoepidemiológicas 148-M). DGM 19-M tem uma erosão óssea circular inerentes do registro fossilífero.

38 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Paleobiota da Formação Açu, Bacia Potiguar: da obscuridade à notoriedade

Lílian Paglarelli BERGQVIST1; Ismar de Souza CARVALHO1; Kleberson de Oliveira PORPINO2; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR3; Valdeci dos SANTOS JUNIOR2; Carlos Roberto dos Anjos CANDEIRO4; Marcelo Pablo ISASI5; Thiago da Silva MARINHO6; Felipe Augusto Correia MONTEIRO7; Fernando E. NOVAS5

1Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: [email protected]; [email protected] 3Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 4Universidade Federal de Goiás 5Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia. E-mail: [email protected]; [email protected] 6Universidade Federal do Triângulo Mineiro. E-mail: [email protected] 7Campus Jaguaribe, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. E-mail: [email protected] 8CNPq e FAPERJ

A Bacia Potiguar localiza-se na interseção da da Formação Açu. Até o momento, 11 pontos de Margem Continental Equatorial com a Margem acumulações fossilíferas foram demarcados em Continental Leste Brasileira, ocupando a metade uma área de aproximadamente 78 km2, mas em setentrional do Rio Grande do Norte e a região apenas um deles os fósseis são autóctones. A Nordeste do Ceará. De sua área total, apenas 1/3 grande maioria dos fósseis coletados pertence situa-se na parte emersa. A biota cretácea da Bacia a dinossauros saurópodes, sendo as vértebras Potiguar é conhecida especialmente pelos fósseis os elementos ósseos mais comuns, mas ossos marinhos da Formação Jandaíra (Eoturoniano). longos e pouco material craniano foram também Sotoposta a esta, a Formação Açu (Albiano- encontrados. Ossos de dinossauros terópodes Cenomaniano) foi considerada afossilífera até são menos comuns, mas muitos espécimes bem a década de 1960, quando parcos restos de preservados. O conjunto de ossos autóctones peixe (uma escama), invertebrados e vegetais também pertence a um dinossauro saurópode, de foram encontrados. No início do século XXI, grande porte, e estava parcialmente articulado. pesquisadores do Departamento de Geologia da Uma atenta prospecção visual em campo, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em busca de restos de mamíferos cretáceos, levou mapeamento geológico da unidade operacional à coleta de centenas de escamas e dentes Açu 4 (sensu E.P. Vasconcelos e colaboradores), de peixes, muitos dentes de dinossauros encontraram fósseis de vertebrados de grande (principalmente de terópodes), e grande número porte, mas com feições morfológicas não de coprólitos. Diferentemente do observado em compatíveis com a megafauna pleistocênica, outros afloramentos cretáceos da Formação Açu, muito comum no Nordeste brasileiro. Uma restos de quelônios e crocodilos são raros. Vários primeira coleta confirmou tratar-se de ossos de troncos e uma folha de angiosperma também dinossauros, em associação a restos de peixes e foram encontrados. A assembleia recuperada, crocodiliformes. Três atividades de campo para as observações geológicas e tafonômicas prospecção e coleta de fósseis foram conduzidas são sugestivas de um paleoambiente fluvial nos arenitos e siltitos eocretáceos-neocretáceos meandrante com incursões marinhas ocasionais.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 39 A new fossil locality from the Adamantina Formation, Upper Cretaceous (Campanian / Maastrichtian) from Southwestern São Paulo State, around Pacaembu and Irapuru municipalities

Reinaldo J. BERTINI1

1Núcleo de Evolução e Paleobiologia de Vertebrados, DGA, IGCE, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. E-mail: [email protected]

The Bauru Group outcrops on Northwestern Deinonychosauria are present through serrated Paraná State, Western São Paulo State, “Triângulo teeth, measuring around 30 to 50 mm high, Mineiro” and Southern Goiás State. The most preliminary associated to Dromaeosauridae, widespread geological unit of the Bauru Group besides some small ribs, disclosing sizes is the Adamantina Formation, Campanian/ and morphologies associated to these Maastrichtian in age. The Southwestern São theropodomorph dinosaurs. The Abelisauria is Paulo State has disclosed an important amount mainly represented by teeth; the biggest specimen of fossil remains, among vertebrates associated of this assemblage measures 115 mm high, 37 mainly to Testudines, Crocodylomorpha, mm length, 25 mm width, showing longitudinal Theropodomorpha, Sauropodomorpha, striations close to the apex, but none serrations, Mammalia, collected in many and important found close to a fragmented piece of a skull bone, outcrops of the Adamantina Formation. The probably the right maxillary, where it was attached region enclosing Pacaembu and Irapuru in life; a second tooth is morphologically similar to municipalities, on Southwestern São Paulo the biggest one, also with longitudinal striations, State, has been prospected, by São Paulo State though smaller, measuring preserved 40 mm high University, for many years, since 1990s. The and 16 mm width; a third tooth is morphologically objective of this contribution is to report the similar to both preliminary mentioned, also with discovery of another new fossil locality, during the longitudinal striations, but showing a fragmented first semester of 2016, situated on the Pacaembu apex, measuring preserved 32 mm high, 15 Municipality, on a road between this town and mm width. The Titanosauria is represent by Irapuru City. It is lithologically composed by fine many exceedingly fragmented bones and a very grained sandstones, associated with mudstones. diagnostic dermal plate, measuring 47 mm length The sedimentary structures observed are by 42 mm diameter, morphologically similar to parallel laminations, but there are also cross dermal plates similar to equivalents of some laminations, indicating this outcrop would be Cretaceous Titanosauria. This bone association, associated to a meandering or anastomosed preserved in the same stratigraphic level, fluvial paleoenvironment. This new fossil locality presents some interesting taphonomical aspects comprises an outcrop measuring about 20 m under investigation, suggesting an evidence of length, disclosing remains of Deinonychosauria, predatory and/or food interactions envolving Abelisauria, Titanosauria, considering groups carnivores (Deinonychosauria and Abelisauria) identified until now. Among vertebrates the and a (Titanosauria).

40 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Paleoenvironmental and paleobiotical reconstructions of the vertebrates from the Cretaceous of the Bauru Group through posters or dioramas based on data available

Reinaldo J. BERTINI1; Fábio C. SILVA2; Sílvia. R. GOBBO2

1 Núcleo de Evolução e Paleobiologia de Vertebrados, DGA, IGCE, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. E-mail: [email protected] 2 Universidade Metodista de Piracicaba. E-mail: [email protected]; [email protected]

The Upper Cretaceous Bauru Group outcrops themes like “Popularization of Sciences” and are found on Northwestern Paraná State, “New Museology”. Furthermore there are Western São Paulo State, “Triângulo Mineiro” still many reconstructions made without an and Southern Goiás State. It presents a appropriate methodology, utilizing pre-existing lithology dominated mainly by sandstones and questionable representations as preliminary mudstones, deposited in aeolian, alluvial, fluvial references, instead those based on true scientific and lacustrine paleoenvironments, disclosing data. This lack of accuracy leads to some important fossil remains, including vertebrates mistakes, as distorted anatomical proportions, associated to Testudines, Crocodylomorpha, omissions of some structures depicting together “Theropodomorpha” and Sauropodomorpha. organisms separated paleogeographycally Under a paleobiotic point of view the most and stratigraphycally. A method that priorizes important geological unities of the Bauru Group academic informations, loaded from analyses of are the Adamantina and Marília formations. the vertebrate fossil record recovered in the Bauru The popularity of paleobiology results of Group, can make a closest approach to current its visual appeal, introducing to the public science vision. The new data available about concepts like evolution, biodiversity, geological these fossil vertebrates, present in the literature, time, . Exploring these potentials, focusing osteology and biometrics, besides paleoart needs accuracy, through recognized recent paleoenvironmental interpretations, have and acceptable procedures, based on scientific allowed preparation of dioramas or posters, data. The objective of this contribution is to containing some environments and biotic disclose preliminary informations, concerning aspects of Southeastern Brazil Upper Cretaceous. a project, developed by Piracicaba Methodist These posters show representations of scenes University and São Paulo State University (Rio displaying paleobotanical aspects, just like Claro Campus), to make reconstructions posters, presences of pterophytes, cycadophytes and or dioramas, of the paleoenvironments and angiospermophytes, plus groups of vertebrates vertebrate paleobiotas of the Adamantina and in interaction, mainly Archosauriformes, just like Marília formations. Since 1990s there has been Deinonychosauria, Abelisauria and Titanosauria, an effort, from part of the Brazilian community, in predational situations. In addition, in reference working on fossil vertebrates, to prepare figures to dioramas, clay sculpting techniques allow about environments and groups, living in corrections when necessary, permitting to make these regions, during this geological moment. copies in sturdy materials, representing a great However there is a strong need of systematics opportunity to arouse the general public interest projects considering paleoenvironmental and through Sciences and Natural History, just like in paleobiotical reconstructions, absorbed by museums and media.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 41 Novas informações sobre Chiniquodon sp. da Zona de Assembleia de Santacruzodon (Sequência Santa Cruz, Supersequência Santa Maria), Triássico Médio-Superior do Brasil

Ricardo Saboia BERTONI1,2; Agustín Guillermo MARTINELLI1; Ana Maria RIBEIRO2

1Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. CNPq. E-mail: [email protected]

Chiniquodon é um gênero de cinodonte não- asa do pterigoide projetada posteroventralmente mamaliaforme Probainognathia registrado em são caracteres indicativos da permanência dos rochas do Triássico Médio-Superior do Brasil, espécimens aqui estudados dentro do gênero Argentina, e Namíbia. A espécie Chiniquodon. Os espécimens de Chiniquodon da ZA melhor conhecida, Chiniquodon theotonicus, de Santacruzodon diferenciam-se de C. theotonicus provém do Neoladiniano/Eocarniano da Zona de por possuírem dentes mesiodistalmente mais Assembleia (ZA) de Dinodontosaurus (Sequência alongados e com uma cúspide acessória “b” a Candelária), no Brasil e da Formação Chañares partir do terceiro pós-canino. No entanto, em C. (Bacia Ischigualasto-Villa Unión), na Argentina. theotonicus a cúspide “b” está ausente ou muito O registro de Chiniquodon sp. da Formação reduzida, e dentes mesiodistalmente maiores Omingonde Superior da Namíbia foi considerado ocorrem apenas na região mais posterior da fileira como de idade anisiana/eoladiniana. No dentária. Outra diferença notável é a presença entanto, Chiniquodon kalanoro da Unidade Isalo de um cíngulo mesiolingual com duas cúspides II de Madagascar e C. sanjuanensis da Formação discretas nos espécimens da ZA de Santacruzodon, Ischigualasto são espécies do Meso/Neocarniano. o qual está ausente nas espécies C. kalanoro e Consequentemente, o gênero apresenta C. sanjuanensis. A procedência estratigráfica/ uma ampla distribuição espaço/temporal. temporal e algumas diferenças morfológicas acima Na ZA de Santacruzodon, sobreposta à ZA de citadas, principalmente na dentição, indicariam a Dinodontosaurus, e com uma datação de 236 Ma inclusão dos espécimens da ZA de Santacruzodon (Carniano), foram mencionados preliminarmente em uma nova espécie, preenchendo o gap entre registros de Chiniquodon sp., baseados em C. theotonicus do Neoladiniano/Eocarniano e C. restos cranianos, mandibulares e um elemento sanjuanensis do Neocarniano. Devido à ocorrência apendicular. O presente estudo tem por objetivo do traversodontídeo Menadon besairiei na discutir e apresentar novas informações sobre Sequência Santa Cruz e Isalo II de Madagascar, esses espécimens, os quais se encontram ambas as unidades foram correlacionadas. E depositados na Seção de Paleontologia do Museu com a presença comum de Chiniquodon na ZA de de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica Santacruzodon, e na unidade malgaxe, a estreita do Rio Grande do Sul. A presença de um palato relação estratigráfica entre ambas as localidades ósseo secundário alongado, dentes setoriais com fica mais fortemente corroborada. cúspides recurvadas posteriormente e a base da

42 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Nota preliminar sobre um crânio de pterossauro proveniente da Formação Romualdo, Aptiano da Bacia do Araripe

Tássia Juliana BERTOTTO1; Rafael Cavalcante DAMASCENO1; Gustavo Ribeiro OLIVEIRA1; Renan Alfredo Machado BANTIM2; Juliana Manso SAYÃO3; Antônio Álamo Feitosa SARAIVA4

1Laboratório de Paleontologia e Sistemática, Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Programa de Pós-Graduação em Geociências, Departamento de Geologia, Universidade Federal de Pernambuco. CNPq. E-mail: [email protected] 3Laboratório de Biodiversidade do Nordeste, Centro Acadêmico de Vitória, Universidade Federal de Pernambuco. CNPq. E-mail: [email protected] 4Laboratório de Paleontologia, Universidade Regional do Cariri. E-mail: [email protected]

Os pterossauros representam um grupo de ácido reagisse apenas com a matriz sedimentar répteis alados com vasto registro e excelente o fóssil foi protegido com a resina metacrílica estado de preservação nos estratos das Paralóide B–72, (concentrações entre 2 e 10%) formações Crato e Romualdo da Bacia do Araripe. e plastilina. O processo de neutralização se deu Neste trabalho reportamos a preparação de com a imersão do exemplar em um recipiente com um crânio parcialmente completo preservado água corrente por 24 horas. Todas as atividades em uma concreção calcária típica da Formação foram realizadas no Laboratório de Paleontologia Romualdo. O espécime em análise (MPSC R 1126) e Sistemática (LAPASI) do Departamento está depositado no Museu de Paleontologia de Biologia da Universidade Federal Rural da Universidade Regional do Cariri (URCA), de Pernambuco (UFRPE). Como resultados em Santana do Cariri. A maioria dos fósseis de preliminares foi possível determinar que MPSC vertebrados encontrados na Formação Romualdo R 1126 consiste da porção rostral do crânio de apresentam a morfologia original dos ossos ou do um pterossauro no qual se pode observar, até o corpo (p.ex. peixes), sofrendo pouca ou nenhuma momento, algumas estruturas como a presença alteração durante a fossildiagênese. O espécime de uma crista pré-maxilar que se estende até o aqui analisado representa esta exceção. O crânio 16º alvéolo, dois dentes na porção posterior do de MPSC R 1126 encontra-se bastante fragilizado crânio e partes do palato, com a presença de uma devido à presença de vários veios de calcita pequena quilha palatal. Com base no material percolando o fóssil. Além disso, a matriz que o exposto após a preparação e comparações com envolve é muito resistente, tornando a preparação outros exemplares procedentes da Bacia do química mais favorável para a exposição completa Araripe, é possível identificar MPSC R 1126 como do espécime e reduzindo, assim, o risco de um representante do clado Anhagueridae, sendo perda de informações por fragmentação. Para a necessário o término da preparação para tentar preparação química foi utilizado ácido fórmico alocar o espécime em um nível taxonômico mais com concentrações entre 2 e 5%. Para que o específico.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 43 Um novo traversodontídeo (Cynodontia, Traversodontidae) para a Zona-Associação de Santacruzodon do Triássico Superior do Brasil

Gisele Jardim BOLZE1; Tomaz Panceri MELO1; Agustín Guillermo MARTINELLI1; Marina Bento SOARES1

1Laboratório de Paleontologia de Vertebrados, Departamento de Paleontologia e Estratigrafia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

A família Traversodontidae inclui cinodontes de oclusão, característicos de Traversodontidae. não-mamaliaformes com dentes pós-caninos Comparando-o com os demais traversodontideos expandidos lábio-lingualmente, com cúspides, da referida ZA, S. hopsoni e M. besairiei, o espécime cristas e superfícies de oclusão que permitiam a apresenta algumas diferenças. Sua dentição trituração dos alimentos na cavidade oral. No Rio difere significativamente da de M. besairiei, que Grande do Sul, o grupo ocorre em quase todas apresenta apenas seis pós-caninos superiores, as sequências da Supesequência Santa Maria com formato mais quadrangular. Em relação a S. (Triássico Médio e Superior). Particularmente hopsoni, UFRGS-PV-712-T difere por possuir pós- na Zona-Associação (ZA) de Santacruzodon caninos superiores com duas cúspides labiais (Sequência Santa Cruz; Carniano), registrada contra três do primeiro, contrastando também nos municípios de Santa Cruz do Sul, Venâncio por não exibir um processo suborbital do jugal Aires e Vera Cruz, os traversodontideos são com forma globular. Semelhanças com Dadadon os componentes faunísticos predominantes. isaloi, da Formação Isalo II de Madagascar, foram Dentre os representantes desta ZA estão constatadas no que se refere ao formato do Santacruzodon hopsoni e Menadon besairiei. processo suborbital do jugal, levemente projetado. Além destes, são registrados os cinodontes Entretanto o formato dos pós-caninos do táxon carnívoros cf. Probainognathus e Chiniquodon malgaxe é quadrangular. O elevado número de sp., o proterocâmpsio Chanaresuchus bonapartei pós-caninos, e a estrutura geral destes, incluindo e o “rauisúquio” Dagasuchus santacruzensis. Um pouca robustez e “shouldering” aproximam novo material craniano de traversodontídeo, UFRGS-PV-712-T da subfamília Massetognathinae, UFRGS-PV-712-T, proveniente do munícipio composta por Massetognathus sp., S. hopsoni de Santa Cruz do Sul é descrito brevemente e D. isaloi. Características dentárias do novo neste trabalho. O crânio se apresenta bastante espécime, como a base da margem labial dos achatado dorsoventralmente, diante disso, pós-caninos superiores formando um triângulo as observações mais importantes são as isóscele em vista oclusal, além do padrão de dentárias, visto que os dentes são os elementos “shouldering” e do formato do jugal, aproximam- que apresentam menor grau de deformidade no mais ao gênero Massetognathus, encontrado tafonômica. Os incisivos e os caninos não na ZA de Dinodontosaurus da Supersequência podem ser identificados devido às condições Santa Maria, de idade mais antiga (Ladiniano). O de preservação, porém é possível observar posicionamento filogenético de UFRGS-PV-712-T, 11 pós-caninos superiores transversalmente e sua possível afinidade a Massetognathus, serão alargados, de formato elipsoide, com evidente testados em uma análise cladística. “shouldering” e com cúspides, cristas e superfície

44 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Paleopatologias em dentes de Elasmobranchii do Quaternário do Rio Grande do Sul

Sheron G. Medeiros BOTELHO1,2; Débora DINIZ1; Paula DENTZIEN-DIAS1

1Laboratório de Geologia e Paleontologia, Núcleo de Oceanografia Geológica, Universidade Federal do Rio Grande. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

A Planície Costeira do Rio Grande do Sul (PCRS), tafonômicos foram descartados, em virtude situada no leste do estado, foi formada pela da clara natureza ante-mortem das alterações. sucessão de sistemas deposicionais tipo Laguna- Dentes com alterações patológicas distinguiram- Barreira, durante o Quaternário. Na PCRS está se morfologicamente dos dentes considerados preservada uma grande concentração fossilífera, normais, através dos seguintes critérios: (i) conhecida como Concheiros do Albardão, formada coroas dos dentes tortas ou rotacionadas; (ii) por processos oceanográficos. Nessa região são vincos, perfurações, protuberâncias anormais encontrados fósseis da megafauna, icnofósseis, e (iii) estruturas anormais de raiz. Entre os 350 invertebrados, vertebrados marinhos, dentre dentes analisados, nove apresentam algum outros. Nos Concheiros do Albardão são tipo de alteração patológica (2,57%). Dos quatro encontrados os dentes de Elasmosbranchii que, dentes identificados como Carcharias taurus, um na sua maioria, não apresentam nenhum tipo apresentou cúspide rotacionada, um com cúspide de deformidade, apenas desgastados devido a acinturada e dois com crescimento irregular da processos erosivos. Porém, ocasionalmente, são raiz. Para os Isurus sp, um apresentou cúspide encontradas alterações patológicas. O objetivo sinuosa e a outro, cúspide sinuosa e rotacionada. deste trabalho é identificar e analisar as patologias O Carcharhinus leucas, apresentou cúspide presentes nesses dentes. O material estudado rotacionada e raiz irregular. Os dois dentes consiste em 350 dentes de Selachimorpha, indeterminados apresentaram crescimento pertencentes ao Laboratório de Geologia e irregular da raiz. Essas patologias podem ser Paleontologia da Universidade Federal do Rio causadas por doenças, ferimentos ou mutações. Grande (LGP – FURG). Os dentes foram analisados Tendo em vista que os tubarões trocam a dentição com o auxílio de uma microscópio estereoscópico de forma muito rápida, às vezes em menos de binocular e material de leitura para comparação. uma semana, há baixa chance de formação de Destes, apenas nove apresentaram algum tipo de patologias. patologia. Alterações decorrentes de processos

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 45 Novos elementos do pós-crânio de Pepesuchus deiseae (Crocodyliformes, Peirosauridae) do Sítio Fossilífero de Pirapozinho

Natan Santos BRILHANTE1; Bárbara da Silva MACIEL1; Fabiano CASTRO1; Bruno Gonçalves AUGUSTA2; Rafael DELCOURT2; Sergio Alex Kugland de AZEVEDO1; Luciana Barbosa de CARVALHO1

1Setor de Paleovertebrados, Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Paleontologia, Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected]; [email protected]

A equipe de pesquisa do Setor de do esquamosal fino e liso; confluência entre Paleovertebrados do Museu Nacional/UFRJ os dentes do dentário: 6 - 7 e 8 - 9. Parte desta tem coletado sistematicamente fósseis no Sítio ênfase taxonômica em ossos cranianos ocorre, Fossilífero de Pirapozinho, famoso afloramento muitas vezes, devido à escassez de elementos do Cretáceo Superior da Bacia Bauru. Este sítio sequencialmente articulados, totalmente isolados paleontológico se estende pelo munícipio de e/ou pouco preservados dos esqueletos axial e Pirapozinho, estado de São Paulo, e recebe apendicular. O espécime em estudo desperta grande destaque por apresentar fósseis em a atenção em relação aos demais registros excelente estado de preservação. Exemplos de conhecidos deste táxon que, além de exceder o clados já registrados são carófitas, crustáceos, nível de preservação, possui também a maior série lamelibrânquios, peixes (Actinopterygii), de ossos do pós-crânio, podendo ser associados dinossauros (Theropoda), crocodilianos e, mais ao crânio por sua proximidade na matriz rochosa. notoriamente, Testudines. O número de amostras Na preparação mecânica deste material foram de Crocodyliformes obtidas nesta localidade expostos diversos elementos inéditos do pós- aumentou significativamente nos últimos anos, crânio, como escápulas, coracóide, ulna, rádio, como o exemplar MN 7466-V, coletado em 2012 úmero, falanges, ungueais, osteodermas, e atribuído posteriormente a Pepesuchus deiseae chevron, algumas vértebras articuladas e outros (Mesoeucrocodylia, Peirosauridae) através da componentes parcialmente encobertos (em fase análise da morfologia craniana na dissertação de de identificação). Futuramente, a descrição mais Mestrado de um dos autores do presente estudo detalhada dos elementos pós-cranianos proverá (N. S. Brilhante). As características diagnósticas informações anatômicas inéditas para este táxon desta espécie estão restritas aos elementos e servirão como base comparativa para outros cranianos, assim como frequentemente ocorre materiais, permitindo também novos dados para em outros crocodiliformes fósseis, e podem ser pesquisas filogenéticas. exemplificadas pelo processo posterolateral

46 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Novo espécime de baurussuquídeo juvenil (Crocodyliformes, Mesoeucrocodylia) do Sítio Fossilífero de Pirapozinho

Natan Santos BRILHANTE1; Paulo Miranda NASCIMENTO2; Priscila Joana de PAULA1; Bárbara da Silva MACIEL1; Orlando GRILLO1; Sergio Alex Kugland de AZEVEDO1; Luciana Barbosa de CARVALHO1

1Setor de Paleovertebrados, Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 2Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected]

A sucessão de métodos de preparação mecânica, esplenial e dentário; projeção posterolateral associada à tomografia computadorizada, tem do esquamosal extremamente verticalizada; possibilitado a exposição e análise detalhada projeção ventromedial do processo retroarticular de diversos fósseis coletados pela equipe de muito robusta e inclinada anteriormente. Dois pesquisa do Setor de Paleovertebrados do fatores podem ser destacados para a notável Museu Nacional/UFRJ. Muitos destes materiais relevância que este espécime traz para o são oriundos do Sítio Fossilífero de Pirapozinho conhecimento científico acerca da irradiação (SP), Cretáceo Superior da Bacia Bauru, onde não cretácica de mesoeucrocodilos na América do raras são as ocorrências de Crocodyliformes. O Sul. 1º - este é o indivíduo pertencente à família exemplar MN 7641-V, coletado em 2012, está entre Baurusuchidae de estágio ontogenético menos estes representantes e mantém grande parte da avançado já registrado na literatura. Tal conclusão lateral esquerda e dorsal da região posterior do foi constatada devido ao tamanho diminuto do rostro e caixa craniana, assim como mandíbula e exemplar, além de um conjunto de peculiaridades uma série de dentes. A realização de um estudo que consistem no não contato medial entre os preliminar permitiu a sua identificação como um pré-frontais; margem anterior da mandíbula ainda baurussuquídeo, grupo com táxons de hábitos não é tão alta a ponto de formar um ângulo de terrestres que são reconhecidos como grandes 45º com a margem ventral em vista lateral; e jugal predadores da sua época. As características não possui uma projeção anteroventral muito que o incluem nessa família são: presença de acentuada, nem a depressão triangular típica crânio oreinirrostro, com o focinho muito mais da família. 2º - trata-se do primeiro exemplar comprimido lateralmente que a região posterior da família Baurusuchidae registrado para a do crânio; dentição zifodonte; drástica redução localidade, que apresenta um riquíssimo registro na fórmula dentária e, aparentemente, dentes fossilífero. A realização de uma análise mais maxilares com apenas uma “onda” de crescimento detalhada dos elementos cranianos, decorrente (hipertrofia) em vista lateral; depressão do excelente estado de preservação deste arredondada e rasa na porção posterior dos exemplar, possibilitará o acesso às informações nasais; depressão semicircular na superfície inéditas no que tange à anatomia e ontogenia da lateral do quadrado, abaixo da abertura ótica; família Baurusuchidae, além do refinamento de sínfise longa, chegando aproximadamente ao seu posicionamento sistemático e distribuição nível do penúltimo dente do dentário; depressão paleobiogeográfica. profunda na região ventral do contato entre

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 47 Comparative postcranial skeletal pneumatization of pterosaurs and extant birds

Richard BUCHMANN1; Taissa RODRIGUES2; Leonardo AVILLA1

¹Laboratório de Mastozoologia, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Departamento de Ciências Biológicas, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Universidade Federal do Espírito Santo. E-mail: [email protected]

Pterosaurs were the first vertebrates capable of condition observed in pterosaurs, which have performing active flight, a condition made possible foramina in the mid-lateral region of the cervical by the presence of an extremely specialized centrum, mainly in the Dsungaripteroidea. The skeleton with characteristics such as the presence presence of mid-lateral pneumatic foramina of wings and pneumatic bones. These latter region at the centrum, is commonly observed in structures are characterized by the formation of the thoracic vertebrae in birds, where foramina air diverticula in the medullar space produced are generally ovoid, in pterosaurs they are by the passage of air through foramina in the comparatively more elongated. Birds present bone cortex. In extant birds these structures are pneumatic foramina laterally in the centrum and associated with a highly specialized respiratory ventrally to the transverse processes in thoracic system, increasing the efficiency of respiration and vertebrae, which are rarely seen in pterosaurs. decreasing the animal’s density. Currently, there In derived pterosaurs, mainly azhdarchoids, are still doubts about the evolutionary origin of foramina located on the edge of the neural canal flight- related pneumaticity, as it was also reported are a common occurrence, whereas this condition in non-avian dinosaurs, and may have arisen is absent in birds. However, small pneumatic more than once in the evolution of archosaurs. foramina have been observed next to the neural In this study the presence, position and size canal in the cervical vertebrae of Suliformes and of pneumatic foramina in cervical and dorsal Procelariiforme, although, in different positions. vertebrae of pterosaurs and extant birds were These differences supports the possibly analogous analyzed based on observations of specimens origin of vertebral pneumatization in both clades. held at the ornithological and the vertebrate Whereas some similarities in the positions of the collections at Museu Nacional/UFRJ, foramina were observed, these have different Rio de Janeiro, Brazil. In birds’ cervicals pneumatic shapes, indicating that the position of these foramina are consistently found on the edge of structures may only be associated with places that the foramen transversarium in the anterolateral do not compromise the vertebral structure. portion of the vertebrae, differing from the

48 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Gregarious behaviour for Brasilichnium elusivum (Leonardi, 1981) from Botucatu Formation (Neocomian, Paraná Basin), Brazil

Pedro Victor BUCK1; Bernardo de C. P. e M. PEIXOTO1; Luciana Bueno dos Reis FERNANDES1; Carolina Santa ISABEL1; Jorge de Moura JESUS1; Marcelo Adorna FERNANDES1

1Laboratório de Paleoecologia e Paleoicnologia, Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São Carlos. CNPq, CAPES. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

In extinct groups, gregarious behavior can be as expected according to the size of trackmakers. inferred by the analysis of taxonomic composition Parallel trackways have the same oblique pace and populational structure of bone fossil and stride length in all slabs. For all locomotorial assemblages or by analysis on fossil trackways. parameters measured between trackways in the In environments where substrate conditions can same slab, only pace angulation varied in one quickly change, similar preservational features pair, while external trackway width varied in indicates a low time averaging. Several trackways another one. These measurements indicate that of Brasilichnium have been found close to each similar locomotion style was adopted during the other on slabs from Botucatu Formation. These production of related trackway. Individuals size trackmakers were small mammal-like animals were slightly different between trackways on that lived in a paleoerg, deposited during the two slabs according to differences in width and Neocomian in the south portion of Gondwana. length of tracks. The results indicated a gregarious Morfological (tracks length and width) and behavior. Cooperation in foraging could decrease locomotorial parameters (oblique pace, stride the risk of not finding resources, since the length, pace angulation, external trackway environment is arid and availability is ephemeral width, distance between trackways, direction of and/or localized. Another possibility could be movement) were used to study the gregarious the formation of couples or even groups of kin behavior of these animals. Student´s Test T individuals. Due to the method of extraction of the was used to compare descriptive parameters. slabs in the quarry, it isn’t possible to determine From tens of sandstone slabs from São Bento the size of the herd or its frequency of occurrence. quarry (Araraquara, SP) containing two or more According field observations, Northwest seems Brasilichnium trackways, three were selected to to be the preferred direction of the upward present similar preservational features between movement of Brasilichinum trackmakers while pairs and the same movement direction. Two walking in the dune’s foreset. Regarding this pairs are parallel and one is subparallel with and the similar preservational features between overprinting steps only at the beginning of the trackways, the possibility that two or more trackway. Distances between trackways are animals passed through the same route, not in small, only a few centimeters far from each other, groups, within a short period of time, is smaller.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 49 Mammal-like trackways with asymmetrical gaits from Botucatu Formation (Neocomian, Paraná Basin, Brazil): parameters and neoichnology experimentations

Pedro Victor BUCK1,2; Bernardo de C. P. e M. PEIXOTO1,2; Luciana Bueno dos Reis FERNANDES1; Carolina Santa ISABEL1,2; Jorge de Moura JESUS1,2; Marcelo Adorna FERNANDES1

1Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Universidade Federal de São Carlos. CNPq e CAPES. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Paleoecologia e Paleoicnologia, Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São Carlos. CNPq, CAPES.

During the Neocomian of Paraná Basin, groups In some fossil trackways, the interpretation of tetrapods lived in a paleoerg and had their agrees with these parameters, being the tracks footprints preserved as trace on sandstones elongated in the anteroposterior axis. The width from Botucatu Formation. In São Bento Quarry of the tracks suffers less interference from the (Araraquara, SP), among hundreds of slabs direction of movement, almost not varying. collected with mammal-like trackways, most The hop distance and distance between sets of belonging to Brasilichnium elusivum Leonardi 1981 foots/hands in fossil trackways are considerably icnotaxa, only some of them preserve occurrences higher for the descendent movement, possibly of different morphotypes. One of these presents due to easiness of downward movement. In the a different autopodia configuration on the experiment there is no difference only for the trackways, resembling a saltatorial locomotion hop distances. In the upward movement, both controlled by behavior, not by preservational fossil and actual hand marks are closely behind features. Using neoichnology, this study tried to or overprinted by the feet. This not occur in understand the descriptive parameters that may downward movement because the surpasses of vary between these trackways, going to upward members covers a greater distance. Fossil hand or downward direction of the paleodune slope. prints are distinct in both directions. However, For experiments, one specimen of Meriones they are not well-marked in the upward direction. unguiculatus (Rodentia, Muridae) was released in This occurs because the trackmaker probably a 25º sloped box containing fine sand on bottom. use the forelimbs as a subsidiary support on the Two fossil trackways going up and two going down way up, impressing the hands as undertracks. were analyzed. Tracks length were statistically The degree of heteropody is more evident when different in both directions, being greater when the movement is upward. Quadrupedal stance moving downward. This occurs probably due to the was adopted by trackmakers in both directions. increased sediment displacement in this direction, Descriptive parameters vary according to the and to the use of distal portion of anterior members direction of motion. In this way, the same species for support, as observed. Also, when moving of trackmaker could be responsible for producing downward, the length/width ratio is altered, the variations of saltatorial trackways in different leading to misinterpretation of the trackmakers. directions.

50 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 A new tertiary Pipoidea frog of Southeastern Brazil

Victor Beccari D. CAMPO1; Ivan NUNES2; Fabiana R. COSTA3; Luiz Eduardo ANELLI4

1Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo – USP. E-mail: [email protected] 2Laboratório de Herpetologia – LHERP, Instituto de Biociências, Campus do Litoral Paulista, Universidade Estadual Paulista – UNESP. E-mail: [email protected] 3Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas, Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. E-mail: [email protected] 4Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo – USP. E-mail: [email protected]

The record of fossil frogs is exceedingly rare among Pipoidea was established by the presence due to the fragile nature of their hollow bones. of three synapomorphies. The present study Consequently, several extant families do not recovered Vulcanobatrachus as Pipidae first node present fossil representatives and many of these of divergence, supported by five synapomorphies, fossil findings are not reliably assigned to an Bremer = 6, and Jacknife = 95%. It contradicts the already recognized family. However, Pipidae fossil original placement into Pipimorpha, as the sister frogs are relatively abundant. They are diverse group of a less inclusive clade composed by the and were found from to Pleistocene representatives of Pipa and Hymenochirines. in , North, and South America. We have The unsolved part of the trees involve the performed a phylogenetic analysis to access the relationships to define which is the phylogenetic position of a new Pipoidea taxa, the of Vulcanobathachus, regarding the politomy second occurrence of a fossil frog from Tremembé among the new species, Xenopodinomorpha Formation (Lower Tertiary, Taubaté Basin). Data and Pipinomorpha. This clade is sustained by matrix was modified from previous literature. This two synapomorphies and Bremer = 1. The new analysis was based on the re-evaluation of some species position is defined by two ambiguous characters that were re-scored when necessary. synapomorphies and present typical cranium of a In addition, we have reassessed Vulcanobatrachus basal pipid. Since the seminal studies of 1950`s until mandelai, which was previously recovered as a the recent molecular studies, the organization of Pipimorpha. A total of 20 Pipoidea taxa including the Pipids phylogenetic relationships has changed the new species and 56 characters were used. We several times. The presence of a large number used Parsimony as an optimality criterion, and of missing data due to a large number of fossil analyses were conducted using TNT with implicit representatives usually lead to the increment of enumeration algorithm. No character was ordered possible most parsimonious trees. However, the and all received the implied weighting (0.7, as low number of optimal trees, the strong support well as the original matrix source). The analysis and a diagnosis based on character combination resulted in four optimal trees with 119 steps. brings confidence to the scenario presented by The taxonomic assessment of the new species the tree.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 51 Investigação osteohistológicas a partir da microestrutura óssea de um Eremotherium do sítio Pau de Colher, Jacobina, Bahia

Leomir dos Santos CAMPOS1; Miqueias Ayran OLIVEIRA2; Leonardo Santana PEREIRA2; Juliana de Almeida da SILVA2; Paulo D’avila FERNANDES3; Luciano Artemio LEAL2

1Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Centro de Tecnologia e Geociências. CAPES. E-mail: [email protected] 2Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Campus Jequié. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 3Universidade Estadual da Bahia (UNEB), Campus Jacobina. E-mail: [email protected]

O sítio fossilífero Fazenda Pau de Colher está de preservação destes fósseis. São visíveis localizado entre os municípios de Ourolândia microfissuras post mortem de formato radial que e Jacobina, região centro-norte da Bahia, avançam até o limite dos ósteons secundários coordenadas UTM 24L 0293188, 8778601 (Datum acompanhando os acessos preexistentes WGS84). Este depósito pertence a uma planície deixados pelos canalículos. Estes pequenos canais colúvio aluvionar, preenchido por sedimentos serviram também como passagem de solutos, transportados por correntes de detritos através como o manganês detectado nestas amostras dos leques aluviais, trazendo consigo grande assemelhando-se à dendritos. As ramificações número de ossos de mamíferos pleistocênicos, dos canalículos foram ocupadas pelo manganês, acumulados sobre calcilutitos da Unidade Gabriel, carreado através dos interstícios ósseos, pela água Formação Salitre. Os fósseis foram encontrados percolante e posteriormente precipitado na forma parcialmente articulados e peças duplicadas de óxido. Um teste com peróxido de hidrogênio estão ausentes nesta concentração fossilífera. As concentrado foi utilizado para promover o lâminas osteohistológicas foram confeccionadas ataque químico e comprovar a presença de a partir de fragmentos de costelas seccionadas óxido de manganês, resultando na formação do transversalmente. Devido ao bom estado de permanganato, alterando para tons azulados a preservação microestrutural, foi possível a região da lâmina influenciada pela substituição. identificação de estruturas fundamentais da As fissuras pós soterramento visíveis na matriz organização osteohistológica destes ossos, possuem dimensões bem maiores, e muitas apresentando córtex bem vascularizado com vezes pareceram ter evoluído de microfissuras canais vasculares orientados longitudinalmente preexistentes como as do tipo radial, formadas de forma aleatória, os canais ainda apresentam após a morte do indivíduo. Estas fraturas formato circular a elíptico. O tecido ósseo é promoveram a separação e a ruptura de inúmeros composto principalmente por osso Harvesiano ósteons de forma irregular através de toda a denso com sobreposição de ósteons secundários matriz cortical. Na região endosteal, são visíveis de tamanhos subiguais referentes a sucessivas grandes trabéculas de reabsorção transpassadas gerações. Na porção periosteal é encontrada por finas fissuras pós diagenéticas. A matriz óssea uma estreita área de tecido primário paralelo observada se apresenta parcialmente preservada, fibroso, ainda pouco alterado pelo processo de e a mineralização das microestruturas teria remodelamento predominante na região central acontecido em um paleoambiente úmido como do córtex. Nesta região foram observadas demonstrado pela presença de óxido manganês, microfissuras que indicam eventos tafonômicos ideia coerentemente suportada para ambientes relacionados a diferentes momentos do processo saturados em água.

52 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Uma busca por semelhanças microestruturais em Sauropodomorpha: investigando um pequeno indivíduo do Triássico brasileiro

Leomir dos Santos CAMPOS1; Juliana Manso SAYÃO1; Luciano Artemio LEAL2; Átila Augusto Stock DA ROSA3

1Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Campus Vitória. CAPES. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Campus Jequié. E-mail: [email protected] 3Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: [email protected]

A osteohistologia em dinossauros basais foram realizadas, em amostras de Sauropodomorpha tem demonstrado a existência , e de tolentinoi. de um padrão microestrutural com predomínio As microestruturas dos ossos de Saturnalia e do complexo fibrolamelar em indivíduos deste Unaysaurus exibiram o complexo fibrolamelar com grupo, ocorrendo desde os táxons mais basais canais circunferencialmente orientados, porém, filogeneticamente como Saturnalia tupiniquim, com modelos vasculares distintos, reticular em até outros mais derivados como Saturnalia, e plexiforme em Unaysaurus. Dois engelhardti. Isso sugere que o complexo annuli com pelo menos três LAGs e uma região fibrolamelar é um caráter plesiomórfico para com EFS incompleto (por não circundar toda borda os , e talvez para os dinossauros em periosteal) indicaram crescimento ainda ativo em geral. Partindo de caráteres como alongamento Saturnalia. O tecido fibrolamelar encontrado em da crista deltopeitoral superior a 45% e do Unaysaurus demostrou padrão azonal, ou seja, formato subretangular desta estrutura no LAGs e/ou annuli estavam ausentes, contudo, úmero, buscou-se acurar as semelhanças deste a porção periosteal do córtex apresentou uma espécime com outros Sauropodomorpha. Os área de reduzida vascularização, apontando um restos de UFSM11326 foram encontrados no momento de alteração das taxas de aposição afloramento Cerro da Alemoa, Formação Santa óssea, reflexo de uma possível produção de LAG Maria, é composto por um úmero direito, o ou annuli. O modelo osteohistológico exibido pelo metatarsal III direito, a extremidade proximal Sauropodomorpha (UFSM11326) corresponde de uma falange ungueal, um arco neural de uma a um tecido ósseo fibrolamelar com ampla rede vértebra pré-sacral e um centro vertebral, todos vascular distribuída por toda porção cortical em com dimensões menores que 57 mm. Foram um modelo reticular, porém, ao contrário dos retiradas amostras do úmero e matatarsal III para táxons supracitados, as LAGs ou annuli estavam realizar as comparações da microestrutura óssea ausentes. Com base nos caracteres mencionados, de UFSM11326 com outros sauropodomorfos a estrutura do pequeno UFSM11326 se assemelha já descritos. Investigações histológicas em perfeitamente ao padrão Sauropodomorpha carinatus e Plateosaurus sugerido, refletindo o perfil ontogenético inicial engelhardti apresentaram zonas compostas de um indivíduo juvenil que não atravessou por complexo fibrolamelar e vascularização mudanças nas taxas de aposição óssea ou do plexiforme, alternadas por annuli e LAGs. ritmo de crescimento. Outras duas análises em Sauropodomorpha

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 53 Record and niche occupation of Middle Cretaceous Carcharodontosauridae from North Africa

Carlos Roberto dos Anjos CANDEIRO1; Stephen BRUSATTE2; Paulo Victor Luiz Gomes da Costa PEREIRA3; Luciano VIDAL1,4

1Laboratório de Paleontologia e Evolução, Campus Aparecida de Goiânia, Universidade Federal de Goiás. CNPq, FAPEG. E-mail: [email protected] 2School of GeoSciences, University of Edinburgh, Grant Institute. E-mail: [email protected] 3Laboratório de Macrofosseis. Departamento de Geologia. Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza. Universidade Federal do Rio de Janeiro. FAPERJ. E-mail: [email protected] 4Centro Universitário Leonardo da Vinci. E-mail: [email protected]

In the last decades, the fossil record of top The coexistence of these theropods in North predators Carcharodontosauridae in North Africa Africa shows that these dinosaurs probably had has been better understood due to the discovery very similar diets composed of pterosaurs, fish, of new species. The current study aims to present and other dinosaurs, for example. Thus, some the known records of Carcharodontosauridae questions arise about the synchronous existence species from North Africa and to make remarks of these three large group of predators in the regarding niche overlap in this family during the ecosystems of Northern Gondwana during the Middle Cretaceous of Northern Gondwana. North Middle Cretaceous. This scenario could be possible Africa has the most representative record of this if: (1) each theropod had preference for different family, including: Carcharodontosaurus saharicus preys (e.g. the preference of spinosaurids for fish, (Algeria, Egypt, Morocco, Niger, Tunisia – Albian- which differentiates it from other theropods); Cenomanian), Carcharodontosaurus iguidensis (2) they hunted at different times of the day (e.g. (Niger – Cenomanian), Eocarcharia dinops (Niger day versus night); or (3) they occupied different – Aptian-Albian), and Sauroniops pachytholus microhabitats (e.g. the border of woods adjacent (Morocco – Cenomanian). The northern region to open lowlands). Whatever the reason, it is of Africa can be considered as one of the most evident that these large theropods found a way important areas of Laurasia and Western to successfully coexist in the same areas, since Gondwana (North Africa and South America) the three groups were diverse and evolutionarily where the main passageway and evolution of these successful from the Lower Cretaceous to the theropods took place, revealing the cosmopolitan Cenomanian. The Middle Cretaceous of Northern nature of these dinosaurs. During the Lower Gondwana was a region of niche overlap Cretaceous, the temporal and cosmopolitan between carcharodontosaurids, abelisaurids, distribution of these predators had paleoecological and spinosaurids. This new perspective increases implications to the Carcharodontosauridae of our knowledge regarding the evolution of this North Africa because they occupied the same triumvirate of predators that once transformed habitats as other large Gondwanan theropods this region into an area of high competition for (abelisaurids and spinosaurids) – which may be resources. considered as a triumvirate of large predators.

54 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Exposição “Dinossauros do Brasil Central”, um primeiro olhar sobre os dinossauros dos estados de Goiás e Mato Grosso

Carlos Roberto dos Anjos CANDEIRO1; Dilamar Candida MARTINS2; Adelino Adilson de CARVALHO2; Felipe Mendeiros SIMBRAS3; Ana Cristina de Menezes SANTORO2; Roseli de Fátima Brito Netto BARRETO2; Suely Aparecida Gomes MOREIRA4; Drielli PEYERL5; Daniel CARELLI Batista Santos1; Luciano da silva VIDAL1; Camila dos SANTOS-Pereira1; André Luís de SOUZA Júnior1; Hugo FIGUEIREDO-LIMA1; Ramon CAVALCANTI1; Musa Maria Nogueira GOMES1; Nayara Tállita Pereira e MELO1; Emily Baldoino MONTEIRO1; Fernanda ILÁRIO de Souza1; Jacqueline Freitas OLIVEIRA1; Marcus Vinicius AGUIAR-SOARES1; Tamires do Carmo DIAS1; Joyce Brenda Ferreira de SOUZA1; Hugo BAMPI1

1Laboratório de Paleontologia e Evolução, Curso de Geologia, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Campus Aparecida de Goiânia, Universidade Federal de Goiás. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Museu Antropológico, Campus colemar Natal e Silva, Universidade Federal de Goiás. [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 3Petróleo Brasileiro S/A-Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 4Escola de Educação Básica, Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: [email protected] 5Bolsista de Pós-doutorado, departamento de Política Científica e Tecnológica, Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, departamento de História, Oklahoma State University. FAPESP. E-mail: [email protected]

Didaticamente, sabe-se que o uso de vários carnívoro (Abelisaurus); materiais utilizados por instrumentos e linguagens favorece uma melhor paleontólogos em campo e laboratório; e painéis apreensão do conhecimento. Nesse sentido, paleobiológicos. Em cinco meses, foram recebidos a metodologia empregada em uma exposição 900 visitantes aproximadamente, sendo a maior de espécimes paleontológicos não só amplia o parte proveniente de 19 instituições de ensino, aprendizado científico como também permite das quais 10 são instituições públicas de educação aproximar outros segmentos da sociedade básica. Os resultados obtidos até o momento externa ao ambiente acadêmico, transformando- indicaram que a proposta contribui para que os em agentes potenciais na multiplicação os saberes sobre paleontologia produzidos em de conhecimentos científicos. A exposição âmbito acadêmico se tornem acessíveis para “Dinossauros do Brasil Central”, organizada pelo a comunidade. Também foi possível constatar Laboratório de Paleontologia e Evolução do um evidente ganho de aprendizado para os Curso de Geologia da Universidade Federal de participantes e executores do projeto, uma Goiás (UFG), conta com espécimes (originais e vez que todo processo promoveu a integração réplicas) e banners, e tem como objetivo divulgar entre estudantes e professores de diferentes os conhecimentos sobre a paleontologia destes áreas. As expectativas em médio prazo são o grandes répteis encontrados nos estados de Goiás aprimoramento das técnicas de ensino, tanto da e Mato Grosso e contribuir como um ambiente não- geologia, como da paleontologia, e uma melhor formal de aprendizagem, através da observação absorção de conceitos por alunos, professores paleontológica e da evolução do planeta Terra, e visitantes. Dando continuidade à exposição, o principalmente para alunos do ensino básico projeto prevê, nas próximas etapas, a capacitação de escolas públicas. A exposição temporária de alunos de licenciatura para a apresentação foi realizada na sala de mostras do Museu desta mostra a professores e alunos de escolas Antropológico da UFG entre os meses de abril e públicas do ensino fundamental e médio, e, agosto/2016, com acervo composto de: espécimes por fim, a geração de apostilas e produção de de dinossauros e rochas do Brasil Central; réplicas conteúdo virtual, facilitando assim o acesso de de fósseis de outros países, como uma réplica toda a comunidade. em tamanho real da cabeça de um dinossauro

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 55 Sobre esmalte e plicidentina em dentes de Australerpeton cosgriffi da Formação Rio do Rasto no Estado do Paraná

Thiago CARLISBINO1; Fernando Antonio SEDOR1; Eliseu Vieira DIAS2

1Museu de Ciências Naturais, Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Estadual do Oeste do Paraná. E-mail: [email protected]

A Formação Rio do Rasto de idade permiana numerosas cristas divergentes direcionadas à base (Wordiano a Wuchiapingiano) distribui-se pelo do dente. Na porção basal dos dentes a dentina sul do Brasil (do Estado do Paraná ao Estado globular apresenta formas simples retilíneas e do Rio Grande do Sul). São conhecidas quatro sinuosas comum a outros táxons paleozoicos (e.g. espécies de temnospôndilos para esta unidade: Onchiodon labyrinthicus, Platyoposarus rickardi) Australerpeton cosgriffi, Bageherpeton longignathus, se comparadas a algumas formas mesozoicas Parapytanga catarinensis e Konzhukovia (e.g. Mastodonsaurus giganteus; sangabrielensis. Apesar da existência de espécimes sp.) que são extremamente sinuosas. Linhas de relativamente completos, detalhes da morfologia incremento ocorrem em número variável em e microestrutura dentária destes temnospôndilos cada secção delgada. O canal pulpar é amplo ainda são desconhecidos O material aqui estudado na base se estreitando em direção ao ápice. Em compreende dentes cranianos e mandibulares secção longitudinal, a porção basal é composta retirados de espécimes atribuídos à Australerpeton por estruturas colunares correspondentes às cosgriffi procedentes da região de Sapopema e projeções de dentina seccionadas. A implantação Ortigueira no Estado do Paraná, depositados na dentária é do tipo subtecodonte, e os dentes coleção de Paleontologia do Museu de Ciências apresentam-se fusionados com o osso alveolar Naturais da Universidade Federal do Paraná (MCN- que é altamente vascularizado. Os dentes SCB-UFPR). Para este estudo utilizou-se secções estudados compartilham com os demais finas de dentes de três espécimes de A. cosgriffi Temnospondyli (exceto Lissamphibia) a fina analisados sob microscopia óptica e fragmentos camada externa de esmalte revestindo a dentina de dentes analisados através de MEV. Verificou- globular, que é pouco mineralizada. A porção se que o esmalte apresenta espessamentos basal da dentina globular projeta-se internamente angulosos, de 1,5 a 2 vezes a espessura normal e é envolvida por ortodentina. Esta organização do esmalte, formando cristas na região apical dos particular da ortodentina conhecida como dentes. As cristas são divergentes em direção à plicidentina também ocorre em outros grupos base e ausentes na região basal. A dentina não de vertebrados extintos e atuais. Australerpeton apresenta alterações nas regiões correspondentes cosgriffi é o Temnospondyli sul-americano mais às cristas. Em um dente do ectopterigoide as bem conhecido e o presente estudo acrescenta cristas se bifurcam em direção à base. No dente detalhes sobre a microestrutura dos dentes desta mandibular, o esmalte apresenta uma crista espécie até então desconhecidos. principal semelhante a uma carena, de onde saem

56 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Microestrutura óssea e “tecido” notocordal em vértebras torácicas de mesossaurídeos da Formação Irati, Permiano da Bacia do Paraná

Thiago CARLISBINO1; Fernando Antonio SEDOR1

1Museu de Ciências Naturais, Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná - MCN-SCB-UFPR. E-mail: [email protected]; [email protected]

Os mesossaurídeos constituem um grupo desorganizada. Ventralmente ao canal neural, que de pararépteis aquáticos cuja ocorrência é é amplo, ocorre uma área circular diferenciada restrita ao Permiano da África e América do interpretada como evidência do canal notocordal Sul. No Brasil, seus fósseis ocorrem em rochas (CN). O CN apresenta diâmetro variando entre 0,7 da Formação Irati (Cisuraliano da Bacia do mm e 0,9 mm. Em todas as secções estudadas a Paraná) nos estados do Mato Grosso, Goiás, área do CN está preenchida por tecido calcificado São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande semelhante à cartilagem, interpretada como do Sul. Detalhes da microestrutura óssea das cartilagem notocordal. Na secção M.PSB.01, vértebras dos mesossaurídeos ainda são pouco junto ao CN ocorrem estruturas arredondadas conhecidos. O material estudado consiste de associadas a grupos isógenos e lacunas que secções transversais de três vértebras torácicas alojavam os condrócitos. Na mesma secção ocorre de mesossaurídeos procedentes de Passo São uma fina camada de tecido envolvendo a área da Borja, Rio Grande do Sul e depositados na coleção notocorda, interpretada como resquício da bainha de Paleontologia do Museu de Ciências Naturais perinotocordal calcificada e suas membranas da Universidade Federal do Paraná. Os corpos (elástica externa e interna). Na secção M.PSB.03 a vertebrais dos espécimes estudados apresentam região do CN tem seu limite permeado por canais os seguintes diâmetros: M.PSB.01 (7,5 mm), vasculares simples e ósteons. A presença de M.PSB.02 (6,6 mm) e M.PSB.03 (5,7 mm). As notocorda em amniotas adultos é conhecida para secções ósseas foram analisadas sob microscópio alguns táxons basais (e.g. Captorhinus) e em alguns óptico convencional e com luz polarizada. A região Lepidosauria atuais (e.g. Sphenodon e Phyllurus), cortical das vértebras é formada por tecido ósseo que apresentam centro vertebral anficélico e pseudo-lamelar com várias linhas de interrupção perfurado na região central como também ocorre de crescimento, canais vasculares longitudinais em Mesosauridae. A preparação de secções com simples e canais ligeiramente oblíquos. Lacunas espécimes de outras procedências estão em de Howship, o diâmetro dos canais vasculares e a andamento e permitirão melhor detalhamento da quantidade de ósteons aumentam em direção à microestrutura óssea além de esclarecer aspectos região central da vértebra, que é histologicamente relacionados à ontogenia dos Mesosauridae.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 57 Revisão sistemática de Zeusdelphys complicatus Marshall, 1987, Mirandatherium alipioi (Paula Couto, 1952) e Bobbschaefferia fluminensis (Paula Couto, 1970) (Metatheria, Mammalia) e a origem norte-americana dos Hatcheriformes de Itaboraí

Leonardo de Melo CARNEIRO1

1Laboratório de Paleontologia (PALEOLAB), Departamento de Geologia, Centro de Tecnologias e Geociências, Universidade Federal de Pernambuco. FACEPE. E-mail: [email protected]

A linhagem dos Hatcheriformes é considerada grupo, pertencendo à ordem Didelphimorphia. atualmente um grupo basal aos Polydolopimorphia, Interessantemente, quatro táxons de compreendendo táxons basais norte-americanos Itaboraí foram agrupados nessa linhagem: e os Glasbiidae norte e sul-americanos. Zeusdelphys complicatus, Mirandatherium alipioi, Entretanto, esse grupo é identificado por Bobbschaefferia fluminensis e Procaroloameghinia características pouco diagnósticas, sendo pricei. Zeusdelphys foi identificado como grupo- constantemente interpretadas como homoplasias irmão de Hatcheritherium alpha do Cretáceo em diferentes filogenias. Para tentar resolver Final da América do Norte; Bobbschaefferia essa problemática, eu realizei uma revisão e Mirandatherium formaram uma linhagem sistemática das homologias dentárias atribuídas monofilética, irmã dos Caroloameghinidae, aos Hatcheriformes, confirmando o estado que inclui Procaroloameghinia. Os resultados homoplástico da maioria das características demonstram que a linhagem dos Hatcheriformes consideradas como sinapomorfias para o grupo compreendia um grupo diverso durante o e identificando novas características que foram Eoceno Inicial no que hoje é a Bacia de Itaboraí recuperadas como verdadeiras sinapomorfias: e que essa linhagem surgiu durante o Cretáceo StB e StD com bordas mediais côncavas, presença Final da América do Norte. Essas conclusões de cristas supranumerárias nas mesmas cuspes, corroboram antigas teorias de que os Metatheria centrocrista descontínua, StC em posição mais compreendem um grupo norte-americano invasor lingual que StB e StD, quando presente; presença na América do Sul, provavelmente chegando a de StB1, uma cuspe supranumerária póstero- esse continente durante o Cretáceo Final através labial a StB; e metacônido posteriormente do Caribe em função de fortes regressões posicionado ao protocônido. Baseando-se nesses marinhas ocorridas durante esse período. resultados, os Glasbiidae não pertencem a esse

58 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Revisão sistemática de Monodelphopsis travassosi Paula Couto, 1952, e a origem dos Didelphidae Gray, 1821 durante o Eoceno Inicial do Brasil

Leonardo de Melo CARNEIRO1; Édison Vicente OLIVEIRA1

1Laboratório de Paleontologia (PALEOLAB), Departamento de Geologia, Centro de Tecnologias e Geociências, Universidade Federal de Pernambuco. Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE). E-mail: [email protected]; [email protected]

Monodelphopsis travassosi Paula Couto, 1952 como pertencente a essa espécie, visto que corresponde a um dos mais enigmáticos táxons esse material é compatível em tamanho com de Metatheria do Paleogeno sulamericano. a dentição de M. travassosi, além de apresenta Inicialmente classificado como um Didelphidae o trocanter menor em uma posição póstero- por Carlos de Paula Couto, o mesmo táxon foi medial, uma sinapomorfia dos Didelphidae. O posteriormente considerado um Pediomyidae conjunto de caracteres que une Monodelphopsis e mais recentemente como uma linhagem com o clado formado pelos Didelphidae e basal aos Jaskhadelphyidae. Em função da Sparassocynidae é: presença de uma expansão problemática posição sistemática de M. travassosi, dentária, semelhante a um cíngulo, em posição nós realizamos uma revisão taxonômica de seu inferior e posterior ao protocone; cuspe estilar hipodigma e das homologias dentárias de seus E cônica e desenvolvida, cuspes estilares B e D caracteres com o intuito de esclarecer suas cônicas e infladas, cônulos vestigiais, m1 com prováveis afinidades sistemáticas. O estudo trigonido fortemente comprimido, hipoconido das homologias dentárias do holótipo de M. comprimido anteroposteriormente e projetado travassosi concluiu que dos 13 espécimes listados labialmente, talonido bem desenvolvido, para o hipodigma dessa espécie, nove devem entoconido comprimido labiolingualmente e ser excluídos, visto que representam outros p2 maior que p3. Monodelphopsis travassosi é o taxa, como Derorhynchidae, Pediomyidae, mais antigo Didelphoidea strictu sensu conhecido Carolopaulacoutoia, aff. Marmosopsis. O estudo atualmente, conclusão que marca o Eoceno também associou um provável M1 como Inicial como período mínimo para a dicotomia pertencente à Monodelphopsis. A revisão das entre a linhagem de M. travassosi com o clado homologias dentárias de Monodelphopsis permitiu formado pelos Didelphidae e Sparassocynidae. a sua associação com as famílias Didelphidae O endemismo do referido táxon fóssil para a e Sparassocynidae, o que possibilitou também Bacia de Itaboraí indica uma provável origem sul- a associação de um fêmur (DGM 1.203VA-M) americana para os Didelphoidea.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 59 Repensando a redução corporal de Panthera onca (Felidae, Carnivora) do Pleistoceno tardio a partir de novo registro fóssil para o Norte do Brasil

Rodrigo Guerra CARVALHEIRA1,2; Shirlley RODRIGUES1,3; Leonardo AVILLA1

1Laboratório de Mastozoologia, Departamento de Zoologia, UNIRIO. E-mail: [email protected] 2Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional, UFRJ. E-mail: [email protected] 3Laboratório de Processamento de Imagem Digital, Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional, UFRJ. E-mail: [email protected]

Os registros fossilíferos mais antigos para 31,91 mm) verificou-se que o mesmo possuía um Panthera onca datam do Pleistoceno inferior para tamanho maior do que os animais atuais (27,77 ± a América do Norte e superior para a América do 3,10 mm) e seria tão grande quanto os indivíduos Sul. Medições dentárias realizadas no quarto pré- do registro fossilífero (30,01 ± 2,12 mm). Tal molar superior (P4) como um proxy estimador do resultado sugere que a Regra de Bergmann não tamanho corporal demonstram que indivíduos se aplicava à distribuição geográfica da espécie pleistocênicos eram maiores do que os atuais. durante o Pleistoceno. Portanto, sua redução na Aparentemente, o tamanho de P. onca atuais varia transição para o Holoceno pode ser explicada geograficamente conforme a Regra de Bergmann, através da Teoria dos Recursos, que preconiza na qual indivíduos que habitam regiões de altas mudanças no tamanho do corpo dos mamíferos latitudes são maiores do que os indivíduos em função da disponibilidade, abundância e equatoriais como resposta à manutenção de tamanho dos recursos existentes no habitat. Logo, calor corporal em áreas mais frias. A redução de possivelmente as onças-pintadas gigantes do tamanho em P. onca do Último Máximo Glacial Pleistoceno tardio estariam adaptadas a predar (UMG) para o presente poderia ser explicada a megafauna, provavelmente devido à escassa como uma vertente temporal da própria Regra competição ecológica em função da presença de de Bergmann. Este trabalho teve, portanto, como poucas espécies de grandes predadores, como o objetivo repensar tal redução apresentando felídeo com tendência a uma dieta especialista um novo registro de P. onca datado por electron Smilodon populator e o mais generalista Puma spinning resonance (ESR) para o Pleistoceno tardio concolor. A primeira espécie foi extinta ao final (23.000 ± 2.000 anos antes do presente), oriundo do Pleistoceno juntamente com cerca de 79% da de depósito sedimentar cárstico da Gruta do megafauna sul-americana; a segunda sobrevive Urso (-12,583; -46,516), localizada no município de até os dias atuais. Neste período, uma pressão Aurora do Tocantins (Tocantins), Norte do Brasil. seletiva direcional teria atuado na redução do O espécime encontra-se depositado na coleção tamanho corpóreo médio de P. onca a partir do Laboratório de Mastozoologia da Universidade dos menores indivíduos pleistocênicos como do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO-PM 1031). fundadores da atual linhagem de onças-pintadas, Após análises morfométricas realizadas no P4 menores comparadas a seus antepassados. esquerdo do presente espécime (comprimento de

60 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Actuopaleontologia como ferramenta para a diferenciação entre alterações dentárias ante-mortem e post-mortem em vertebrados fósseis

Lorena PASSOS1; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR2; Lílian Paglarelli BERGQVIST1

1Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Fomento: CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Departamento de Estratigrafia e Paleontologia, Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]

A Actuopaleontologia é o ramo da Paleontologia aqueles que não experimentaram esse processo. que explica os processos responsáveis pela O material analisado encontra-se depositado gênese do registro fossilífero a partir do estudo na coleção científica do Setor de Mastozoologia de processos e padrões biológicos e geológicos da do Departamento de Vertebrados do Museu atualidade. O arcabouço do atual conhecimento Nacional/UFRJ. Espécimes que não sofreram tafonômico, por exemplo, resulta de uma gama de exposição subaérea – portanto, só apresentam estudos actuopaleontológicos. Nesse contexto, a feições produzidas em vida (pela mastigação) – identificação do processo de intemperismo sobre apresentam dentes com ranhuras que se iniciam tafocenoses de vertebrados foi estabelecida no ápice da coroa e normalmente seguem em com base em análises actuopaleontológicas de direção ao colo. Essas alterações diferenciam- marcas de dessecação e descamação em ossos se das marcas de intemperismo pelo fato de, na de vertebrados atuais. Análises tafonômicas de porção próxima do ápice da coroa, possuírem concentrações fossilíferas terrestres envolvem profundidade e largura maiores quando o estudo do grau de intemperismo para inferir o comparadas com a porção mais próxima do tempo de exposição subaérea das tanatocenoses colo. Espécimes cujos dentes experimentaram antes do soterramento. Por outro lado, esses exposição subaérea apresentam rachaduras estudos são baseados apenas na observação do que se iniciam no colo do dente em direção ao intemperismo em ossos, negligenciando a ação ápice da coroa. Além disso, possuem coloração desse processo sobre dentes. Por este motivo, distinta das ranhuras geradas na mastigação dentes têm sido excluídos da maior parte dos e normalmente apresentam profundidade estudos sobre intemperismo em concentrações e largura uniformes ao longo da superfície fossilíferas de vertebrados. Este trabalho dentária. Este estudo complementa análises apresenta um estudo actuopaleontológico para tafonômicas anteriores relacionadas aos estágios verificar como os dentes podem responder de intemperismo em dentes e demonstram seu ao processo de intemperismo, diferenciando potencial para interpretações futuras a respeito as assinaturas produzidas por esse processo do tempo de exposição subaérea em tafocenoses daquelas geradas em vida (e.g. feições produzidas de mamíferos, especialmente aquelas cuja pela mastigação). Foram utilizados 150 sincrânios representatividade de partes esqueletais é rica com dentes in loci de mamíferos atuais em elementos dentários. Um exemplo é a Bacia (marsupiais, primatas e cervídeos), incluindo de Itaboraí, onde o processo de intemperismo tanto indivíduos que foram coletados após vem sendo reconhecido com base em estudos em algum tempo de exposição subaérea quanto dentes pelos presentes autores.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 61 Inferências sobre o sistema auditivo de Mariliasuchus amarali (Crocodyliformes, Notosuchia) baseadas em reconstrução tridimensional da pneumatização timpânica

Fabiano de CASTRO1; Luciana Barbosa de CARVALHO1; Sergio Alex Kugland AZEVEDO1; Natan Santos BRILHANTE1

1Setor de Paleovertebrados. Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

O recente aumento de pesquisas na Paleontologia influência na diferença da pressão presente nas utilizando a tomografia computadorizada se deve regiões interna e externa à membrana timpânica, ao fato de esta ser uma metodologia não invasiva. receptora de ondas sonoras e emissor primário Tal característica permite o estudo de estruturas de vibrações mecânicas no sistema auditivo. internas em fósseis quase sempre raros, Tal influência poderia atuar na localização de descartando a necessidade de procedimentos fontes sonoras do ambiente, principalmente mecânicos mais incisivos, que poderiam resultar em plano horizontal (indicadores binaurais). Em em danos graves e irreversíveis ao material crocodiliformes atuais a vocalização configura analisado. Mariliasuchus amarali Carvalho & um importante método de comunicação e, Bertini, 1999 é um crocodiliano notossuquídeo, consequentemente, interação social dentro de um com fósseis coletados na Formação Adamantina, grupo, onde o sentido auditivo atuaria com alta Bacia Bauru, nas proximidades do município de relevância. Além disso, a audição representa mais Marília, SP. Aspectos morfológicos analisados até um mecanismo atuante na busca de potenciais o momento indicam que esta espécie possuía uma presas para uma espécie de hábitos predadores. maior capacidade de locomoção em meio terrestre, Para um táxon com maior agilidade fora do meio assim como menor dependência de ambiente aquático, e que, possivelmente, se lançava em aquático, quando comparada com táxons incursões mais distantes de corpos d’água, como Crocodyliformes viventes. O presente estudo M. amarali, seria normal uma potencialização do consistiu na reconstrução tridimensional virtual sistema auditivo, quando comparado a espécies da pneumatização timpânica de quatro espécimes semi-aquáticas. Segundo a proposta aqui de M. amarali, através de imagens de tomografia apresentada, ela teria ocorrido através de uma computadorizada. O mesmo procedimento foi maior pneumatização da região timpânica. Em feito com três espécimes de crocodilos viventes meio terrestre, a onda sonora se propaga com e de hábitos semiaquáticos: Tomistoma schlegelii, menor velocidade do que em ambiente aquático, Crocodylus acutus e Melanosuchus niger. Notou-se além de ocorrerem mais distorções no espectro de que a região timpânica de M. amarali se encontra frequências sonoras. O incremento das funções aproximadamente 20% mais pneumatizada, em auditivas viria a potencializar a localização comparação com os espécimes atuais, incluindo de presas e predadores em potencial, assim regiões próximas a estruturas das orelhas média como relações intraespecíficas para práticas de e interna. Já foi proposto para outras espécies de socialização. arcossauros que a pneumatização timpânica teria

62 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 First record of dinosaurs (Titanosauria, Sauropoda) from the Comendador Gomes Municipality (Marília Formation, Bauru Group), Pontal do Triângulo Mineiro, Brazil

Ramon CAVALCANTI1; Paulo Victor Luiz Gomes da Costa PEREIRA2; Felipe Medeiros SIMBRAS3; Wanessa LIMA; Roberto Dos Anjos CANDEIRO1

1Laboratório de Paleontologia e Evolução, Curso de Geologia, Campus Aparecida de Goiânia/ FCT, Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Macrofósseis, Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, UFRJ. E-mail: [email protected] 3Petróleo Brasileiro, Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]

The Titanosauria is a sauropod dinosaur group narrow ventral surface, which is weakly concave that emerged about 90 million years ago and at the center. Although the neural arch has not became highly diverse during the Late Cretaceous. been completely preserved, some portions are Fossils of this group have been reported from visible. The neural spine is on the anterior part of rocks of the Bauru Group, mainly in the areas the center of the arch and is strongly inclined in of the Uberaba, Prata, Monte Alegre de Minas the anterior direction, and the postzygapophyses and Campina Verde. In this study we report, for are wide. These diagnostic characters allow us the first time, titanosaurid remains from the to refer the material to the clade Aelosaurini– Comendador Gomes municipality, Minas Gerais. “Titanosauridae”. These specimens also exhibit The fossils are from Upper Maastrichtian Marília pneumatic features, mainly on the most posterior Formation (Bauru Group), and were found in vertebrae, which may be a new derived character shoals of fine and medium-grained sandstones. within this clade; however, further study is They include seven semi-articulated procoelous needed to confirm this hypothesis. The specimen middle caudal vertebrae, which exhibit good is the first record of dinosaurs from Comendador preservation even though they were exposed in Gomes, which may be a new frontier in vertebrate the field. The vertebral centrum has dorsoventrally paleontology in Central Brazil. deep anterior and posterior articular faces and a

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 63 La colección paleontológica de Mesosauridae del Laboratorio de Paleontología y Evolución del Instituto de Esdudios Socioambientales, Goiânia, Brasil

Ramon CAVALCANTI1; Daniel C.B. SANTOS1; C.V. LIMA2; Roberto CANDEIRO1

1Laboratório de Paleontología y Evolución UFG, Goiás, Brasil. E-mail: [email protected] 2Instituto de Estudios Socio-ambientales de la UFG, Goiânia, Goiás, Brasil

En 2015, el Laboratorio de Geología del Curso sistemático de la colección y debido el origen de Geografía de la Universidad Federal de Goiás de los fósiles (FERREIRA et al.,2006) fue posible (UFG), junto con el Laboratorio de Paleontología constatar la presencia de 02cf. Stereosternum y Evolución (Curso de Geología/UFG) llevó a tumidum y posiblemente 16 Brazilosaurus cabo la organización y registro institucional de sanpauloensis. Ningún de los ejemplares está la colección de fósiles de la familia Mesosauridae completo, los mismos fueron divididos a partir perteneciente al Instituto de Estudios de las porciones preservadas. De los ejemplares Socioambientales (IESA), del Curso de Geografía/ estudiados, 17% tenían cabeza; 44% se conservan UFG. Los especímenes son de los municipios de las colas y, en45% de los ejemplares se observó Montividiu y Perolândia. Un libro catálogo se abrió la presencia de miembros del aparato locomotor. y se registraron 18 ejemplares, que corresponden La organización, catalogación y difusión de la a mesosaurios de pequeño y medio tamaño colección de Mesosauridae del IESA permitirán e colectados en el suroeste del estado de Goiás. Los nun futuro próximo la descripción osteológica del especímenes fueron preparados y almacenados, material, así como estarán disponibles para las mediante la aplicación de la metodología de comparaciones de otros investigadores. conservación preventiva. A partir del análisis

64 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Revisão taxonômica do gênero Tupuxuara (Pterosauria, Tapejaridae)

Gabriela Menezes CERQUEIRA1; Felipe Lima PINHEIRO1

1Laboratório de Paleobiologia, Universidade federal do Pampa (UNIPAMPA). E-mail: [email protected]; [email protected]

A Bacia do Araripe, a mais geologicamente descrito mais recentemente. Características complexa das bacias sedimentares do Nordeste supostamente diagnósticas de T. deliradamus brasileiro, é especialmente notória por sua apresentam condições semelhantes ao que é diversidade de pterossauros do período observado em C. ybaka. Notavelmente, ambos os Cretáceo. Constata-se, entretanto, que vários dos táxons compartilham: i) um quadrado inclinado táxons descritos para esta unidade sedimentar em um ângulo de 150º em relação à margem são baseados em materiais fragmentários, de ventral do crânio; ii) margem póstero-dorsal da forma que a descoberta de espécimes mais fenestra naso-anterorbital reta e em um ângulo completos pode levar a reavaliações taxonômicas. de 120º com relação à sua margem posterior e Dentre os gêneros pertencentes ao táxon iii) órbita posicionada abaixo da altura média da Thalassodrominae (até agora exclusivo para a fenestra naso-anterorbital. Tais características Bacia do Araripe) destaca-se Tupuxuara, com não são compartilhadas pelas demais espécies três espécies descritas com base em materiais do gênero Tupuxuara. Tupuxuara leonardii cranianos sem justaposição. Um segundo gênero, (baseado em IMCF 1052) possui um quadrado em Thalassodromeus, é conhecido apenas pela sua inclinação de 130º em relação à margem ventral espécie-tipo, T. sethi. Tupuxuara longicristatus do crânio, margem póstero-dorsal da fenestra foi descrito a partir de um crânio incompleto e nasoantorbital suavemente curvada e órbita alguns elementos pós-cranianos; T. leonardii tem, posicionada acima da altura média da fenestra como holótipo, um fragmento anterior de crânio naso-anterorbital. Como apenas a porção anterior com uma proeminente quilha palatal, enquanto do crânio está presente em T. longicristatus, não foi T. deliradamus, a mais recente espécie atribuída possível realizar maiores comparações entre este ao gênero, foi baseada em um crânio parcial táxon e T. deliradamus. A comparação anatômica com região orbital/temporal completa e uma entre os espécimes mostra que Caupedactylus porção da crista sagital. Realizamos, aqui, breves ybaka apresenta maior semelhança com o considerações taxonômicas sobre este gênero, espécime atribuído a T. deiradamus, do que T. especialmente no que diz respeito às notáveis deliradamus com as outras espécies do gênero semelhanças entre T. deliradamus e Caupedactylus Tupuxuara, necessitando reavaliação taxonômica ybaka, um táxon de pterossauro tapejarídeo e, eventualmente, sinonímia.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 65 Redescrição do pós-crânio do holótipo de Mourasuchus arendsi (Alligatoroidea, Caimaninae) e suas possíveis implicações ontogenéticas

Giovanne M. CIDADE1; Paula BONA2; Andrés SOLÓRZANO3; Ascánio RINCÓN3; Douglas RIFF4; Annie Schmaltz HSIOU1

1Laboratório de Paleontologia, FFCLRP, Universidade de São Paulo. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected] 2CONICET, División Paleontología Vertebrados, Museo de La Plata. E-mail: [email protected] 3Centro de Ecología, Instituto Venezolano de Investigaciones Científicas. E-mail: [email protected]; [email protected] 4Laboratório de Paleontologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: [email protected]

Mourasuchus é um táxon restrito ao Mioceno hipapófises estão presentes. A maioria das suturas da América do Sul constituído atualmente por neurocentrais não se encontram distinguíveis; as quatro espécies. M. arendsi possui registros para que se encontram apresentam alguns trechos o Mioceno Superior da Venezuela (Formação em que a sutura aparenta estar fechada. Isto Urumaco) e do Brasil (Formação Solimões). Seu permitiria teorizar que o espécime se encontrava holótipo, CIAAP-1297, proveniente da Formação ao menos perto da sua maturidade morfológica, Urumaco, é constituído por um crânio quase mas tal morfologia não pode ser asseverada. As completo com mandíbulas fragmentadas vértebras cervicais são anteroposteriormente e alguns elementos pós-cranianos; sendo curtas, como já mencionado em descrições descrito originalmente de maneira sucinta, sua prévias para Mourasuchus. Duas das vértebras redescrição torna-se necessária. Assim, este isoladas podem corresponder a vértebras trabalho oferece uma redescrição prévia dos cervicais, enquanto as outras três podem elementos pós-cranianos do holótipo de M. corresponder a vértebras dorsais. A sincondrose arendsi. Estes se constituem das seis primeiras entre a escápula e o coracoide está no início do vértebras cervicais articuladas – incluindo o atlas seu processo de fechamento. Em Caimaninae, e o áxis –, cinco vértebras isoladas e da escápula tal fechamento não está associado a um estágio e coracoide articulados. Os centra de todas as ontogenético em particular – nos táxons viventes vértebras está preservado. O intercentro do de Alligator, ao contrário, ele ocorre apenas em atlas está quase totalmente preservado. O arco indivíduos gerônticos. Assim, a presença do neural esquerdo do atlas está preservado quase fechamento não fornece indicações seguras sobre totalmente, enquanto o direito preserva apenas a idade do indivíduo. Outros dois espécimes de a porção mais posterior. A costela atlantal direita Mourasuchus apresentam escápula e coracoide está quase totalmente preservada; sua margem preservados: o holótipo de M. atopus, UCMP- superior porta um processo dorsal proeminente. 38012, e o MCNC-PAL-110-72V, também atribuído O processo odontoide do áxis está preservado. A a M. arendsi. Ambos não apresentam fechamento costela axial direita preserva apenas sua porção da sincondrose; tal diferença pode ser explicada mais anterior. Da terceira à sexta vértebras, todas por uma variação interespecífica, uma variação preservam pedicelos, pré e pós-zigapófises e individual ontogenética, ou por dimorfismo também os arcos e espinhos neurais. Apenas sexual, as quais devem ser testadas em estudos as diapófises e parapófises esquerdas estão posteriores. preservadas, em todas as vértebras. Todas as

66 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 New tetrapod records in the Permian of Piauí (Pedra de Fogo Formation: Cisuralian)

Juan Carlos CISNEROS1; Kenneth D. ANGIELCZYK2; Jörg FRÖBISCH3; Claudia MARSICANO4; Christian KAMMERER5; Roger SMITH6; Martha RICHTER7

1Centro de Ciências da Natureza, UFPI. CNPq. E-mail: [email protected] 2Integrative Research Center, Field Museum of Natural History. Committee for Research and Exploration, National Geographic Society. E-mail: [email protected] 3Museum für Naturkunde Berlin, Leibniz-Institut für Evolutions- und Biodiversitätsforschung, Institut für Biologie Humboldt-Universität zu Berlin. E-mail: [email protected] 4Departamento de Ciencias Geologicas, FCEN, IDEAN, CONICET, Universidad de Buenos Aires. E-mail: [email protected] 5Museum für Naturkunde Berlin, Leibniz-Institut für Evolutions- und Biodiversitätsforschung. E-mail: [email protected] 6Department of Karoo Palaeontology, Iziko South African Museum; Evolutionary Studies Institute, University of the Witwatersrand. E-mail: [email protected] 7Earth Sciences Department, Natural History Museum. E-mail: [email protected]

Continued collecting efforts in the recently outside Maranhão and is the most complete discovered fossiliferous area adjacent to known specimen of this species. Captorhinid the capital city of Teresina (Piauí State) have from Palmeirais comprise both small and produced important new specimens from the large jaws that likely constitute two different taxa. Permian of the Parnaíba Basin. A cluster of new Finally, an enigmatic amniote was discovered in and previously-sampled building stone quarries Nazária. This taxon is represented by delicate, in the municipalities of Nazária and Palmeirais disarticulated cranial and postcranial elements represents a key source of fossil specimens. of a small individual with coarse, rugose cranial Among the discoveries are new specimens of ornamentation. Apart from the expected the dvinosaur temnospondyl Timonya anneae, lacustrine forms (Prionosuchus and Timonya) some including an exceptionally preserved, complete of the new fossils (captorhinids, other amniotes) skeleton with evidence of soft tissue impressions seem to sample adjacent terrestrial environments. and also small, ovoid scales. A skull and jaw of Overall, the new discoveries demonstrate the the large putative platyoposaurid temnospondyl potential of the fossil sites and the richness of this Prionosuchus plummeri represents its first record new tropical fauna.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 67 Estimativa de massa corporal através do comprimento femoral de Crocodyliformes do Cretáceo brasileiro e suas implicações no comportamento locomotor

Leonardo COTTS1,2

1Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva, Instituto de Biologia, Campus Fundão, Rio de Janeiro, RJ. 2Fundação Oswaldo Cruz, Campus Fiocruz da Mata Atlântica, Rio de Janeiro, RJ. E-mail: [email protected]

Crocodyliformes atualmente abrange um restrito do fêmur em seu estado atual; II) O comprimento grupo de arcossauros representado usualmente da epífise distal como equivalente ao da epífise por 23 espécies semiaquáticas incluídas em proximal, visto a semelhança destas medidas Crocodylia. No entanto, o passado do grupo reflete nos Crocodyliformes analisados. Os resultados a conquista de uma ampla disparidade morfológica obtidos foram: Baurusuchus salgadoensis (UFRJ- e adaptativa. O crânio e o aparato locomotor DG 418-R= 87, 79 kg; UFRJ-DG 285-R= 165,62 kg; dos Crocodyliformes do Cretáceo brasileiro UFRJ-DG 288-R= 323,91 kg; UFRJ-DG 417-R= 338,72 apresentam uma considerável variabilidade kg), Baurusuchus albertoi (MZUSP 140-R = 455,92 que abarca espécies terrestres a marinhas de kg); Stratiotosuchus maxhechti (DGM 1477-R= portes variados. Esta diversidade tem erigido 539,47 kg; DGM 1477-R= 582,26 kg), questionamentos que tangenciam a locomoção dinizi (CPPLIP 1237= 28,06 kg; CPPLIP 1237= 28,72 destas espécies. Contudo, os estudos atrelados ao kg; S/Nº de tombo= 64,13 kg), comportamento locomotor dos Crocodyliformes sera (LPRP/USP0019= 163,36 kg), Mariliasuchus fósseis ainda são parcos e carecem do uso de amarali (UFRJ-DG 105-R= 8,16 kg), técnicas quantitativas que permitam maiores arrudacamposi (MPMA-16-0007/04= 24,9 kg), inferências em torno deste tema. Visando itapecuruense (UFRJ-DG 114-R/01= preencher parte desta lacuna, estimou-se a massa 0,11 ± 0,24 kg), navae (UFRJ- de nove Crocodyliformes do Cretáceo brasileiro DG 107-R= 0,32 ± 0,57 kg). A estimativa de massa através do seu comprimento femoral e investigou- revela que os exemplares com maior massa se as suas possíveis implicações locomotoras. possivelmente executaram uma locomoção A equação proposta por Farlow et al. (2005), terrestre lenta com postura semiereta, semelhante -6 3,33 M (Kg) = 191. 10 Lf (onde Lf é equivalente ao a utilizada esporadicamente por táxons recentes, comprimento total femural) foi aplicada em 13 como Crocodylus acutus, enquanto aqueles de fêmures provenientes das seguintes espécies: menor massa se locomoviam de modo mais ágil, Baurusuchus salgadoensis, Baurusuchus albertoi, similar ao observado em jovens Crocodylia. O Stratiotosuchus maxhechti, Campinasuchus dinizi, aumento na massa se mostrou proporcional ao Pissarrachampsa sera, Mariliasuchus amarali, aumento da sua sinuosidade femoral, mesmo Montealtosuchus arrudacamposi, Candidodon entre Crocodyliformes da mesma espécie. Assim, itapecuruense, Adamantinasuchus navae. As esta sinuosidade se apresenta mais relacionada epífises distais dos fêmures de Candidodon e ao ganho de massa durante o desenvolvimento Adamantinasuchus encontram-se fragmentadas e, destes táxons do que uma real distinção devido a isto, estimou-se o limite mínimo/máximo taxonômica. de suas massas, considerando: I) o comprimento

68 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Variações intraespecíficas no ílio deBaurusuchus salgadoensis (Crocodyliformes, Baurusuchidae) da Bacia Bauru, Cretáceo Superior, Brasil

Leonardo COTTS1,2

1Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva, Instituto de Biologia, Campus Fundão, Rio de Janeiro, RJ. 2Fundação Oswaldo Cruz, Campus Fiocruz da Mata Atlântica, Rio de Janeiro, RJ. E-mail: [email protected]

Baurusuchidae é uma família de Crocodyliformes espécime de B. salgadoensis. O ílio de UFRJ-DG frequentemente reportada em rochas do Cretáceo 288-R é o menor e mais delgado entre todos os Superior. Os registros para baurussuquídeos exemplares, sendo seu acetábulo mais raso, seu são expressivos em afloramentos brasileiros, processo pósteroacetabular menos alongado com 8 das 11 espécies descritas no mundo anteroposteriormente e parcamente estriado, sendo oriundas unicamente da Formação além da margem ventral deste processo possuir Adamantina, Bacia Bauru. Destaca-se entre estes uma concavidade reduzida em comparação aos o gênero Baurusuchus devido a sua abundância e outros B. salgadoensis. A anatomia do ílio de recorrência em porções rochosas dos estados de UFRJ-DG 417-R indica que este é um exemplar São Paulo e Minas Gerais. Contudo, os estudos adulto de B. salgadoensis, provavelmente idoso; em torno da anatomia pós-craniana deste gênero em concordância com o acentuado desgaste ainda são escassos frente as suas profusas nas epífises dos seus membros e o maior grau evidências, sendo fortuitamente mencionadas de esculturamento dos seus ossos. Contudo, variações anatômicas intraespecíficas. Neste as margens mais arredondadas em seu ílio trabalho descrevemos comparativamente o ílio e a ausência dos três primeiros chevrons de três espécimes de Baurusuchus salgadoensis caudais, característica reportada em fêmeas (UFRJ-DG 285-R; UFRJ-DG 288-R; UFRJ-DG 417-R) de Crocodyliformes recentes para favorecer a dando-se ênfase as possíveis características ovoposição, sugerem que este exemplar seja ontogenéticas e de dimorfismo sexual. A análise uma fêmea. Em contrapartida, as margens mais revelou que o ílio de UFRJ-DG 417-R possui proeminentes do ílio de UFRJ-DG 285-R, associado uma crista supracetabular e um processo à presença dos três primeiros chevrons, indicam pósteroacetabular mais desenvolvido e mais que este é um macho, com um menor tamanho estriado que os demais espécimes, além de um corporal devido a não apresentar a senilidade maior alongamento anteroposterior, sendo o evidenciada em UFRJ-DG 417-R. O ílio de UFRJ-DG maior ílio aqui descrito. Os ílios de UFRJ-DG 285-R 288-R, por sua vez, é marcadamente semelhante e UFRJ-DG 288-R são menores, mais delgados em com o de UFRJ-DG 285-R, mas sua condição suas margens e menos estriados que o de UFRJ-DG mais grácil infere um grau de maturidade 417-R. Um processo pontiagudo projetado menos acentuado para este espécime, sendo da porção mediana da margem lateroventral provavelmente o mais jovem macho adulto de B. da crista supracetabular do ílio de UFRJ-DG salgadoensis. 285-R não foi observado em nenhum outro

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 69 Novos materiais de cinodonte e arcossauriformes do sítio Cerro da Alemoa, Triássico Superior do Sul do Brasil

Átila Augusto S. DA ROSA1; Ane E. B. PAVANATTO2; Marco Aurélio G. FRANÇA3; Bruna C. BORIN1; Cássia B. BÖCK1; Gabriel A. BOEIRA1; Guilherme P. CHIARELLO4; Henrique P. DENARDIN1; João Vitor I. L. OLIVEIRA1; Letícia R. OLIVEIRA1; Maurício S. GARCIA1; Nadiele F. BORIN1; Natália B. DA SILVA1; Paula L. COPETTI1; Vinícius B. P. ESTERIZ1

1Laboratório de Estratigrafia e Paleobiologia, Departamento de Geociências, Centro de Ciências Naturais e Exatas, Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Animal, Centro de Ciências Naturais e Exatas, Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: [email protected] 3Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Petrolina. E-mail: [email protected] 4Laboratório de Anatomia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: [email protected]

Cinodontes e arcossauriformes são grupos do eixo. A morfologia geral da tíbia, bem como bem documentados no registro fóssil sul- as descritas aqui, permitem atribuir afinidade americano, representados por táxons basais aos Archosauriformes. A presença de crista destas linhagens. No Brasil, são oriundos do cnemial baixa, formato do côndilo interno e crista Triássico, nas supersequências Sanga do Cabral longitudinal na sua porção distal são similares e Santa Maria, de segunda ordem, sendo esta ao encontrado em proterocampsídeos como última subdividida em quatro sequencias de Chanaresuchus. A vértebra UFSM11598b apresenta terceira ordem (Pinheiros/Chiniquá, Santa o centro vertebral anficélico, típico de formas Cruz, Candelária, Mata), relacionadas a cinco Synapsida, tendo ainda preservado fragmentos zonas de associação de fósseis de vertebrados das zigapófises e arco neural. Sua afinidade aos e plantas (Dinodontosaurus, Santacruzodon, cinodontes é considerada, pois dicinodontes estão Hyperodapedon, Riograndia e Rhexoxylon). O sítio ausentes na ZA de Hyperodapedon. O elemento Cerro da Alemoa (coordenadas 29°41’51.86”S; UFSM11598c é caracterizado por fragmento de arco 53°46’26.56”O) é relacionado à Zona-Assembleia neural de tamanho relativamente maior do que (ZA) de Hyperodapedon (Neocarniano-Eonoriano). UFSM11598b, coletado em associação com este Nessa localidade foram coletados os holótipos do último. O espinho neural preserva cerca de 1/3 do cinodonte traversodontídeo Gomphodontosuchus seu comprimento total, é robusto e mais afilado na brasiliensis, e dos arcossauriformes Cerritosaurus região anterior. As pós-zigapófises são robustas, binsfeldi (Proterochampsidae) e Saturnalia orientadas em direção ventral e ligeiramente na tupiniquim (Dinosauria: Sauropodomorpha). Em lateral. Apenas parte da pré-zigapófise direita está maio de 2016, foi resgatado no sítio Cerro do preservada. Os elementos vertebrais UFSM11598b Alemoa o material UFSM11598, constituído por e UFSM11598c apresentam características, como uma tíbia e duas vértebras associadas. A tíbia tamanho, anatomia e a orientação das pré- (UFSM11598a) caracteriza-se por um elemento zigapófises, similares aos deExaeretodon . Contudo ósseo de 16,5 cm de comprimento, com o eixo a ausência de materiais cranianos associados levemente curvo e rotacionado, apresentando dificulta uma diagnose mais precisa. A presença fratura na metade do seu comprimento destes novos materiais de cinodontes no sítio proximodistal. Sua extremidade proximal é plana Cerro do Alemoa, possivelmente atribuídos ao e mais expandida em relação ao eixo do elemento, gênero Exaeretodon, ampliaria a distribuição do com faceta articular para a fíbula direcionada gênero dentro da ZA de Hyperodapedon, abrindo laterodistalmente. A extremidade distal possui possibilidade de reinterpretações nas correlações crista bem pronunciada estendendo-se da porção bioestratigráficas. proximal dos côndilos até 1/3 do comprimento

70 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Sobre um fragmento craniano e uma tíbia de Temnospondyli provenientes da Supersequência Sanga do Cabral (Triássico inferior, Rio Grande do Sul)

Maria Eduarda ELESBÃO1; Adriana STRAPASSON2; Felipe L. PINHEIRO1

1 Laboratório de Paleobiologia, Universidade Federal do Pampa, Campus São Gabriel. E-mail: [email protected]; [email protected] 2 Laboratório de Paleontologia de Vertebrados, Departamento de Paleontologia e Estratigrafia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CNPq. E-mail: [email protected]

A Supersequência Sanga do Cabral (Induano as ornamentações se assemelham às presentes tardio – Olenequiano inicial) evidencia registros nos ossos posteriores do teto craniano de que marcam o restabelecimento da fauna após a capitossauros, e.g. Watsonisuchus magnus, sendo extinção ocorrida no final do período Permiano. eles possivelmente partes do pós-frontal, pós- O registro fossilífero dessa Supersequência orbital, supratemporal e esquamosal. Também compreende procolofonídeos, temnospôndilos são semelhantes às ornamentações observadas e arcossauromorfos basais. Quanto aos nos membros da família . O temnospôndilos, as ocorrências consistem espécime UNIPAMPA – 667 corresponde a uma basicamente em uma série de espécimes tíbia esquerda. Esse elemento é bastante robusto, pertencentes à família , com podendo ser inferido um hábito mais terrestre um táxon descrito (Sangaia lavinai), materiais que aquático. Assemelha-se à tíbia de associados à , além de um huxleyi, espécie descrita para o Triássico inferior espécime de Plagiosauridae e elementos ainda da África do Sul, diferindo desta por ser ainda não identificados. Neste trabalho serão descritos mais espesso dorso-ventralmente. Com base nas dois espécimes, um fragmento craniano análises comparativas realizadas, pode se inferir (UNIPAMPA – 682) e uma tíbia (UNIPAMPA – que a tíbia pertence a um indivíduo da família 667), pertencentes a anfíbios temnospôndilos. Lydekkerinidae, enquanto que o fragmento Esses materiais foram coletados no sítio craniano apresenta ornamentações que o diferem fossilífero Bica São Tomé, localizado próximo das famílias já descritas para a Supersequência a cidade de São Francisco de Assis, Rio Grande Sanga do Cabral, porém, o estado fragmentário do Sul. O material UNIPAMPA – 682 trata-se impede a identificação taxonômica mais acurada. de um fragmento de teto craniano formado Apesar de escassos e fragmentários, fósseis por quatro elementos ósseos incompletos. da Supersequência Sanga do Cabral apontam O espécime possui ornamentações dérmicas para uma fauna triássica relativamente diversa, típicas de temnospôndilos, sendo os sulcos porém ainda pouco compreendida. Para a assimétricos, diferente do padrão arredondado melhor compreensão das etapas iniciais deste ou de “favo de mel” observado no crânio dos importante período geológico, é imprescindível membros da família Lydekkerinidae. Também que afloramentos que o compreendem sejam não são observadas pústulas nas ramificações explorados e que seus registros fósseis sejam das cristas, diferente do que ocorre na família estudados em maior detalhe. Rhytidosteidae e Plagiosauridae. Nota-se que

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 71 Uma nova interface para a popularização da fauna extinta de vertebrados do Brasil na Internet

Felipe Alves ELIAS1

1Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected]

Como reflexo de nosso fascínio arquetípico por evocam no imaginário coletivo, dinossauros e “mundos perdidos” alimentado pela indústria outros vertebrados extintos aparecem de maneira midiática novecentista, a Paleontologia frequente nos discursos direcionados ao público atualmente ocupa uma posição privilegiada no geral. O site PaleoZoo Brazil - aqui apresentado - imaginário social. Sua contribuição para nosso figura entre os mais recentes espaços dedicados à entendimento acerca de questões de relevância popularização da Paleontologia na Internet. Com contemporânea - tais como a dramática crise suas atividades já em curso e contabilizando, da biodiversidade na qual estamos inseridos - apenas nos três primeiros meses de atividade, permanece, entretanto, distante da consciência cerca de 5.000 acessos, busca oferecer referência coletiva. Com o aprimoramento das redes de para leigos sobre a diversidade dos vertebrados comunicação web testemunhamos expressivas fósseis descritos para o território brasileiro. Seu transformações na relação entre autores e catálogo virtual de espécies deverá abranger, até receptores do conhecimento científico. Neste sua conclusão, mais de 700 táxons - transitando novo horizonte cultural, onde a informação escapa entre vertebrados basais e membros dos ramos do domínio exclusivo da esfera acadêmica e tetrapodianos mais derivados. As espécies são torna-se cada vez mais acessível a todos, usuários apresentadas em fichas individualizadas, que encontram contexto propício ao intercâmbio de sintetizam informações sobre sua ocorrência saberes e experiências. Diante do cenário nacional regional, idade estimada, hábitos inferidos, além crítico no qual a Paleontologia permanece imersa de restaurações em vida produzidas em acordo - dos desafios inerentes à condução da pesquisa com os fundamentos clássicos da Paleontografia. desenvolvida pelas instituições públicas aos A dinâmica de acesso a estas informações segue múltiplos fatores que ameaçam a preservação uma lógica filogenética, por meio de navegação que dos jazigos fossilíferos brasileiros - esforços para flui entre cladogramas interativos. Fundamentos- a consolidação de políticas de gestão sustentável chave do conhecimento paleontológico, tais como deste patrimônio devem, invariavelmente, contar Tempo Geológico, Métodos de Datação e Evolução, com apoio da coletividade social. Iniciativas de são apresentados como apoio à articulação das popularização da Paleontologia são, portanto, informações fornecidas pelo site. O projeto tem dotadas de um valor intrínseco de sensibilização potencial para atender múltiplos segmentos de para o caráter excepcional e finito dos fósseis, público - incluindo estudantes do Ensino Básico ao como também de seu significado científico, social Médio, educadores e interessados espontâneos. e cultural. Diante do evidente apelo afetivo que

72 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Iconografia paleontológica e as convenções sociais acerca da vida “pré-histórica”: uma reflexão contemporânea

Felipe Alves ELIAS1; Maria Isabel LANDIM1

1Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected]; [email protected]

A arte sempre desempenhou um papel importante concebidas de modo atraente e espetacular no mediando nosso entendimento sobre a natureza intuito de capturar nossa atenção e sensibilizar dos fósseis, testemunhos da chamada vida nossas mentes. De fato, sua contribuição para a “pré-histórica”. Familiares à humanidade desde consolidação de nossas convenções canônicas períodos históricos remotos e apreciados com sobre os grandes paradigmas da Paleontologia fascínio e curiosidade, estes artefatos naturais tem se revelado mais contundente do que a dos eram mal compreendidos e alimentaram, por tradicionais ensaios acadêmicos e de divulgação séculos, crenças populares manifestadas na científica. Ainda que suas raízes sejam históricas, figura de dragões e outros seres fantásticos. Com a prática sistemática de representação visual de o surgimento da Paleontologia no início do século espécies fósseis permanece carente de um corpo XIX a apresentação visual das hipóteses científicas teórico plenamente estruturado, capaz de orientar emergiu como necessidade inerente da leitura e a atuação dos profissionais que dela se apropriam interpretação do registro fóssil: nascia, assim, ou beneficiam. Seu alcance comunicacional, da conjugação da epistemologia científica e da por exemplo, ainda não foi adequadamente arte, uma metodologia sofisticada. Popularizada investigado. A inexistência de uma padronização genericamente pela alcunha de “paleoarte”, suas terminológica que delimite claramente seus técnicas foram refinadas ao longo das gerações, objetivos e aplicações, por outro lado, abre acompanhando o progresso do conhecimento oportunidade à incorporação equivocada em seu paleontológico. Tomando partido de seu recorte escopo das subversões imaginárias, popularizadas temático - que evoca dimensões de tempo e pela ficção literária e cinematográfica do séc. XX, escalas de transformação que frequentemente com potencial prejuízo à imagem social construída escapam à nossa familiaridade - tentativas de a partir da ideia de vida “pré-histórica”. Sua apresentação dos saberes paleontológicos a institucionalização e derradeira equiparação interlocutores leigos esbarram em desafios de a disciplinas consagradas da Paleontologia - comunicação. Nesta perspectiva, a linguagem tais como a Paleozoologia, Paleobotânica e visual pode contribuir para transmissão de Micropaleontologia - deve, invariavelmente, conceitos complexos ao ser utilizada associada a considerar a superação destes desafios. Como informações textuais. Quando aplicadas à retórica decorrência deste processo, o tão necessário das exposições de história natural, na literatura reconhecimento profissional da atividade poderia didática ou em documentários televisivos promover importante salto qualitativo nas voltados às grandes audiências, reproduções práticas e estratégias de comunicação em curso artísticas de espécies fósseis tendem a ser no âmbito da Paleontologia.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 73 Uma associação de indivíduos de Exaeretodon (Cynodontia, Traversodontidae) do Triássico Superior do Rio Grande do Sul, em diferentes estágios ontogenéticos

Camila Carvalho ERNANDES1; Gianfrancis Dias UGALDE1; Felipe L. PINHEIRO1

1Laboratório de Paleobiologia, Universidade Federal do Pampa, Campus São Gabriel, RS. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Reportamos, aqui, a ocorrência de uma do maior dente pós-canino equivalente a 18,6 associação monoespecífica de pelo menos cinco mm). Três indivíduos apresentam tamanhos cinodontes traversodontídeos pertencentes ao intermediários a esses dois extremos. Embora gênero Exaeretodon, coletados pelo Laboratório Exaeretodon seja um táxon comum no Triássico de Paleobiologia da UNIPAMPA na localidade do Rio Grande do Sul, a ocorrência de indivíduos “Janner” (Agudo, Rio Grande do Sul, Brasil). O em estágios ontogenéticos iniciais é considerada sítio fossilífero pertence à Zona de Assembleia rara. Embora os pós-caninos dos espécimes de Hyperodapedon da Supersequência Santa juvenis já apresentem a característica morfologia Maria, Triássico Superior. Os materiais foram gonfodonte dos cinodontes traversodontídeos, encontrados in situ, sendo necessária a confecção nota-se que a razão entre sua largura lábio-lingual de um bloco envolto por gesso para a proteção e comprimento ântero-posterior é maior do que do material, evitando a perda de informações o observado em animais maiores. Considerando contidas na associação. A maior parte do a tendência geral de uma redução no número material é constituída de elementos cranianos de pós-caninos em indivíduos adultos do gênero e mandibulares, além de um número menos Exaeretodon, uma constrição ântero-posterior expressivo de elementos pós-cranianos. A destes dentes possibilita a presença de um determinação do número mínimo de indivíduos foi maior número de dentes no rostro de animais realizada a partir da contabilização de elementos juvenis. No atual estágio de preparação, ainda ósseos repetidos. A principal peculiaridade desta é impossível determinar a fórmula dentária dos assembleia é a ocorrência de indivíduos em indivíduos juvenis. Além de sua relevância em diferentes estágios ontogenéticos, desde animais outras inferências de cunho paleobiológico, a excepcionalmente pequenos (largura lábio-lingual associação aqui reportada poderá contribuir no do maior dente pós-canino equivalente a 6,9 mm) estudo ontogenético de Exaeretodon. até animais mais velhos (largura lábio-lingual

74 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Novos registros de Colombophis (Serpentes, Alethinophidia) para o Mioceno Superior da Amazônia Brasileira

Thiago Schineider FACHINI1; Silvio Y. ONARY-ALVES1; Jonas P. SOUZA-FILHO2; Edson GUILHERME2; Andrea A. MACIENTE2; Annie Schmaltz HSIOU1

1Laboratório de Paleontologia, FFCLRP, Universidade de São Paulo. CAPES, FAPESP. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Pesquisas Paleontológicas, Universidade Federal do Acre, campus Rio Branco. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Os registros de serpentes fósseis para o tubérculo ou colunar, limitado na extremidade Cenozoico brasileiro são abundantes e diversos. posterior do arco neural; zigapófises inclinadas Especificamente para o Neógeno, serpentes dorsalmente; processos pré-zigapofisiais curtos; fósseis são ricamente registradas para os presença de forame paracotilar; paradiapófises sedimentos da Formação Solimões, com idade fracamente divididas; quilha hemal robusta; atribuída ao Mioceno superior da Bacia do Acre, presença de forames subcentrais. A vértebra Amazônia Brasileira, e representadas pelos dorsal média UFAC 6459 é atribuída a C. spinosus Boidae e Colubroides, além do gênero extinto pela presença de um espinho neural alto e Colombophis, um aletinofídeo basal de afinidades colunar; zigosfene moderadamente espessa; incertas. Colombophis também é registrado para o pré-zigapófises lateralmente orientadas; e Mioceno da Colômbia e Venezuela, representado paradiapófises fracamente divididas. Já UFAC por duas espécies: C. portai (espécie tipo) e C. 6460 é uma vértebra dorsal posterior, atribuída spinosus. Neste resumo apresentamos novas a C. portai por exibir uma zigosfene delgada; pré- ocorrências do gênero Colombophis, baseadas zigapófises ântero-lateralmente orientadas; e em duas vértebras dorsais (UFAC 6459 e 6460), paradiapófises indistinguíveis. Os novos registros coletadas no Rio Purus, na localidade Talismã, de Colombophis para a Formação Solimões Estado do Amazonas, Formação Solimões reforçam a hipótese que as faunas miocênicas (Mioceno superior). As vértebras são referidas da Colômbia, Venezuela e Brasil poderiam ter ao gênero Colombophis por exibirem a seguinte compartilhado similaridades paleoecológicas no combinação de características vertebrais: que tange a fauna de serpentes fósseis durante o vértebras de médio a grande porte; arco neural Neógeno do norte da América do Sul. deprimido; espinho neural reduzido a um

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 75 Procedimentos técnicos para retirada de grandes fósseis de Dinosauria na Formação Açu, Bacia Potiguar, NE do Brasil

Ighor C. A. FELIPPE1; Lilian P. BERGQVIST1; Ismar de S. CARVALHO1; Paulo V. L.G. da C. PEREIRA1; Luis O. R. CASTRO1; Fernando H. de S. BARBOSA1

1Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro. CNPq. [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

A Bacia Potiguar é a bacia equatorial brasileira mais de camadas de juta engessada sobre o osso; (3) oriental, cuja origem e desenvolvimento estão rebaixamento da superfície, deixando o fóssil relacionados à evolução da margem continental aproximadamente 40 cm mais alto; (4) “recorte” da do Brasil. Está localizada no nordeste brasileiro, camada abaixo do fóssil; e (5) inversão do material recobrindo os estados do Rio Grande do Norte e para engessamento do lado oposto. No entanto, do Ceará. Apenas duas unidades litoestratigráficas durante a etapa de inversão, devido ao intenso afloram: a Formação Jandaíra e a Formação Açu. fraturamento das camadas subjacentes, a rocha Esta última unidade é caracterizada por estratos se desestabilizou fraturando o osso de forma sedimentares siliciclásticos, com presença de crítica. Devido à impossibilidade de emprego da concreções de calcário e gipsita, e interpretada técnica de coleta convencional, foi adicionada como uma transgressão flúvio-marinha ocorrida uma nova etapa a técnica convencional para entre o Albiano/Turoniano (113–89,8Ma). As retirada dos demais ossos. Após realizar as etapas prospecções realizadas pelo Laboratório de de 1-4 acima descritas (diferindo apenas pelo Macrofósseis da Universidade Federal do Rio rebaixamento da superfície em cerca de 20 cm), de Janeiro (UFRJ) na Formação Açu revelaram foram feitas perfurações transversais sob o bloco uma abundância de fósseis de vertebrados. de rocha, com 2-3 cm de diâmetro e espaçadas a Nos afloramentos trabalhados no estado do cada 15 ou de 20 cm. Por estas perfurações foram Ceará foram encontrados restos ósseos de atravessados galhos verdes (que possuem maior grandes dimensões, pertencentes à Dinosauria resiliência) e suas extremidades amarradas com (possivelmente Titanosauridae), os quais se arame galvanizado de 0,89 mm de espessura, apresentavam semi-articulados, bastante circundando assim o fóssil. Ao inverter o fraturados e intemperizados. As rochas que os material, os blocos de rochas subjacentes não envolviam apresentavam-se também bastante se deslocaram, conferindo mais sustentação e fraturadas (algumas fraturas prolongavam-se minimizando consideravelmente os danos ao através dos ossos na mesma direção), o que material. Essa técnica simples, de baixo custo e dificultou ainda mais a atividade da coleta em fácil execução, possibilitou a retirada dos grandes virtude do aumento da fragilidade do material. ossos deste afloramento da Formação Açu, A coleta inicial seguiu a técnica tradicionalmente permitindo o transporte de blocos mais leves, com empregada para ossos de grandes dimensões: (1) a camada subjacente de menor espessura. remoção do sedimento envolvente; (2) aplicação

76 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Um novo Podocnemidoidae de Monte Alto-SP, Cretáceo Superior da Formação Adamantina, Bacia Bauru

Gabriel de Souza FERREIRA1; Fabiano Vidoi IORI2; Max Cardoso LANGER1

1Laboratório de Paleontologia de Ribeirão Preto, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. FAPESP. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Museu de Paleontologia “Prof. Antonio Celso de Arruda Campos”. E-mail: [email protected]

Durante o Cretáceo Tardio a região central e um novo táxon com base em um conjunto exclusivo sudeste do Brasil era habitada por uma diversa de caracteres, incluindo um entalhe caudodorsal fauna de vertebrados terrestres. Uma grande relativamente extenso, longo contato entre diversidade de táxons e disparidade de formas parietal e quadradojugal, fossa precolumellaris pode ser observada no registro fóssil das rochas da profunda (mais que em Bauruemys elegans), borda Bacia Bauru, em especial para os crocodiliformes rostral do escudo interparietal (vii) deslocado da e testudíneos. Dentre os últimos, três táxons são sutura parietal-frontal e com um entalhe rostral; conhecidos por materiais cranianos, sendo bem sendo este último carácter autapomórfico do suportados por suas morfologias únicas, todos da novo táxon. O comprimento total do crânio é linhagem Podocnemidoidae, à saber: Bauruemys pouco maior que 3,5 cm, mas todas as suturas elegans, Peiropemys mezzalirai e Pricemys caiera. se apresentam fechadas, não sendo as órbitas e Estes fósseis fornecem informações importantes cavum tympani desproporcionalmente grandes acerca da evolução inicial da linhagem, que em relação ao tamanho total do crânio. Não há posteriormente levou à divergência dos evidência, portanto, de que o espécime se trate Podocnemididae viventes (i.e., Podocnemis spp., de um indivíduo juvenil. O tamanho reduzido em Erymnochelys madagascariensis e Peltocephalus comparação com os demais podocnemidóides dumerilianus). Aqui, apresentamos um fóssil indica uma previamente insuspeita disparidade encontrado no município de Monte Alto-SP, nos durante a evolução inicial da linhagem e também afloramentos da Fm. Adamantina (Turoniano- na paleobiota registrada na Bacia Bauru, com Santoniano), Bacia Bauru. O espécime é formas grandes (de mais de 1 m) até pequenas representado por um crânio e alguns fragmentos (com menos de 30 cm) como o novo táxon aqui pós-cranianos associados e é reconhecido como reportado.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 77 Novo esqueleto axial de pterossauro (Pterodactyloidea, Tapejaridae?) da Formação Crato, Bacia do Araripe

Jennyfer Sobreira FERREIRA1; Renan Alfredo Machado BANTIM2; Juliana Manso SAYÃO2; Thatiany Alencar BATISTA1; José Lucio e SILVA1; Edilson Bezerra dos Santos FILHO1; Artur Fernandes de Sousa ARAUJO1; Flaviana Jorge de LIMA1; Antônio Álamo Feitosa SARAIVA1

1Laboratório de Paleontologia, Universidade Regional do Cariri (URCA). E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Biodiversidade do Nordeste, Centro Acadêmico de Vitória, Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: [email protected]; [email protected]

Fósseis de pterossauros vêm sendo cada vez mais e 5 costelas, com ausência de vértebras cervicais coletados nos calcários laminados da Formação e caudais. As vértebras sacrais e algumas dorsais Crato (Aptiano), composta principalmente por estão fusionadas, formando, respectivamente, calcários micríticos laminados, de cores cinza e o sinsacro e o notário. Baseando-se apenas creme, intercalados por folhelhos e arenitos finos, em características externas, esta fusão é um representando uma sequência lacustre rasa. indicativo de que este espécime trata-se de um Os pterossauros encontrados nesta Formação adulto. Outro exemplar semelhante a LPU 1535 é estão preservados de forma comprimida, MN 6588-V, já que ambos possuem 11 vértebras raramente apresentando a tridimensionalidade dorsais (duas a menos do que no anhanguerídeo original do osso. As espécies reportadas para Anhanguera santanae), sendo as quatro primeiras esta Formação geralmente são descritas a fusionadas formando o notário, como observado partir de restos cranianos, que poucas vezes em vários táxons de pterodactilóides incluindo estão acompanhados do esqueleto axial, e do o pteranodontóide Arthurdactylus conandoylei. esqueleto apendicular, criando um obstáculo No entanto, enquanto a gastrália de MN 6588-V na identificação de materiais pós-cranianos. possui o mesmo comprimento do pré-púbis (3,81 Isto se deve aos ossos de pterossauros serem cm), em LPU é maior do que o pré-pubis (8,2 cm e leves e pneumáticos para facilitação do voo e 7,6 cm, respectivamente). A cintura pélvica de LPU tenderem a se desarticular durante o processo 1535 é similar à de MN 6588-V (considerado um de fossildiagênese, podendo ser carreados a Tapejaridae), formando uma placa pubioisquiática longas distâncias. O espécime aqui analisado sem abertura lateral, o que, portanto, sugere que está preservado em uma laje calcária típica da LPU 1535 também seja um representante dos Formação Crato e consiste em um esqueleto Tapejaridae. O exato posicionamento filogenético axial pós-craniano articulado pertencente à de LPU 1535 não pode ser definido no presente coleção do Laboratório de Paleontologia da momento devido à total ausência de caracteres URCA (LPU 1535). O espécime apresenta cintura sinapomórficos. Este novo espécime fornece novas pélvica composta por púbis, ílio, ísquio, pré- informações anatômicas para os Pterodactyloidea púbis, elementos da gastrália, vértebras sacrais da Formação Crato, tais como forma do pré-pubis fusionadas (sinsacro), vértebras dorsais, notário e o número de vértebras dorsais.

78 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 The first use of fluorescence microscopy in a fossil lizard from the Crato the Formation (Lower Cretaceous, Northeastern Brazil) reveals details on patterns of soft and hard tissue preservation

Philipe M. FERREIRA1,3; Marcelo A. CARVALHO1,5; Tiago R. SIMÕES2,4; Alexander W. A. KELLNER1,5

1Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. philipemf91@gmailcom; [email protected]; [email protected] 2University of Alberta. E-mail: [email protected] 3CAPES 4Killian Trust 5CNPq

Incident blue-light fluorescence (IBLF) is scales. IBLF also enabled the detection of very widely used in soft tissue studies, because small caudal vertebrae that were hard to observe the organic components display fluorescence with traditional methods. This technique further when illuminated under ultraviolet and/or blue revealed a large number of fractures that on the lights. However, this technique has hardly in skeleton of this individual, which had not been paleontological studies. This is particularly noticed detected using other methods. These true for fossil vertebrate in which the specimen fractures indicate that the exceptional degree of must be small and thin enough to fit microscope preservation at the macroscopic level may not be chariot. Here we present the first application of followed by an equivalent degree of preservation this technique on a fossil vertebrate. MN 4817-V at the microscopic scale. The origin of fractures represents an exceptionally well-preserved lizard may have been a result of the compression due from to the Lower Cretaceous Crato Formation to the weight of the sediment during burial, and/ of northeastern Brazil. Besides consisting of an or diagenesis. This finding sheds new light on almost complete skeleton, this specimen shows taphonomic studies of the materials collected extensive soft tissue preservation. Jaws, limbs, from the Crato Formation and might be applied pectoral and pelvic girdles, and parts of the soft to other materials as well. Although fluorescence tissues that covers most of the specimen can be microscopy has several restrictions regarding the described using a regular binocular. However, study of macrovertebrates, it is demonstrated the use of IBLF reveals details not previously to be very useful for the analysis of soft tissue observed, including a detailed morphology of the preservation.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 79 An unusual new Lizard from the Lower Cretaceous Crato Formation and its challenging taphonomic history

Philipe M. FERREIRA1,3; André CIDADE DA SILVA1; Tiago R. SIMÕES2,4; Alexander W. A. KELLNER1,5

1Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: philipemf91@gmailcom;[email protected]; [email protected] 2University of Alberta. E-mail: [email protected] 3CAPES 4Killian Trust 5CNPq

The Squamata fossil record is scarce, and the biostratinomic and eodiagenetic processes, in Gondwana most of it is fragmentary and and were subsequently lost, either during the later poorly diagnostic. The Lower Cretaceous Crato diagenesis or collection. Lumbar vertebrae, ribs, Formation in northeastern Brazil is known for and skull, however, were not originally preserved its exceptionally preserved fossil specimens and and could have been lost before the fossilization, has provided some of the most complete fossil possibly the during transportation of the carcass. lizards of Gondwana. There are three described Some thoracic vertebrae were preserved in a non- species, Tijubina pontei, Calanguban alamoi and articulated position, jumbled together around the Olindalacerta brazilensis, represented only by pectoral girdle, an unusual feature. Compared to their holotypes, consisting of almost complete other squamate fossils from the Crato Formation, individuals. A new fossil lizard from this deposit, MN 7233-V displays a preservation pattern however, shows a different preservation pattern of challenging interpretation. The absence of not seen in any of the others specimens. MN 7233-V characteristic weathering cracking indicates is preserved in two separate plates. The first one that the specimen did not undergo significant comprises two humeri articulated with the radius subaerial exposure prior to burial, and the and ulna; the left femur, which is articulated with absence of teeth marks and boring holes suggest the tibia and ; the pelvic girdle represented lack of significant scavenger action. It is likely that by the left pubis and ischium; and most of the the specimen underwent the earliest stages of phalanges of the manus and pes. The second necrolysis, possibly on land. The timing of the loss plate has the vertebral column and the ilium of the skull and neck is still uncertain, but probably preserved in dorsal view. The anterior vertebrae took place before or during transportation, while are displaced, in contrast with the posterior ones the absence of some vertebrae and ribs could that, although preserved only as impressions, be ascribed to the process of recovery. The are articulated. Noteworthy is the fact that this differences in the degree of vertebral articulation specimen lacks the skull, most of the tail, ribs, and suggest that decomposition must have acted the sacrum. The proximal and medial portions of differently inside the body of this animal prior to the tail were originally preserved, having survived final burial and diagenesis.

80 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Pampatheriidae (Xenarthra, Cingulata) do Quaternário do Rio Grande do Sul, Brasil

Thais Matos Pereira FERREIRA1,2; Ana Maria RIBEIRO1,2; Jamil PEREIRA3; Jorge FERIGOLO2

1Programa de Pós-Graduação em Geociências, UFRGS. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Seção de Paleontologia, Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica. E-mail: [email protected] 3Museu Coronel Tancredo Fernandes de Mello. E-mail: [email protected]

Pampatheriidae é um grupo extinto, que ocorre longos, largos e profundos, e o nono molariforme do Mioceno médio até o Holoceno inicial nas superior trilobado. O dentário isolado esquerdo Américas do Sul, Central e Norte. As espécies (MCN-PV 31525) apresenta uma sínfise curta e a conhecidas para o Quaternário na América série dentária mf2-mf6, em cujos molariformes do Sul são: Pampatherium humboldti, P. typum, se observam dois sulcos linguais e um bucal. Holmesina occidentalis, H. majus, H. paulacoutoi, O dentário isolado direito (MCN-PV 3270) tem H. rondoniensis e Tonnicinctus mirus. Estudos tamanho relativamente maior ao do MCN-PV prévios registram para o Rio Grande do Sul no 31525 e o seu único molariforme preservado, mf4, Quaternário apenas P. humboldti, P. typum e H. mostra apenas o sulco bucal. Tais características paulacoutoi. Aqui reportamos novos materiais de são mais similares as do gênero Holmesina, Pampatheriidae para o Rio Grande do Sul. Trata- com dentes bilobados e algumas espécies se de um crânio incompleto, dois dentários com apresentando um terceiro lobo intermediário. Para dentes e 766 osteodermos isolados referentes às o desenvolvimento do estudo, os osteodermos bandas móveis e fixas de carapaça. O crânio está foram agrupados em três morfótipos: morfótipo depositado na Coleção Paleomastozoológica do I correspondente a superfície lisa, como Museu Coronel Tancredo Fernandes de Mello, observado no gênero Pampatherium; morfótipo Santa Vitória do Palmar (MCTFM-PV 0861), e os II correspondente a superfície contendo uma demais espécimes estão depositados na Seção de elevação central, como em Holmesina; e morfótipo Paleontologia do Museu de Ciências Naturais da III correspondente a projeções laterais irregulares, Fundação Zoobotânica do RS, Porto Alegre (MCN- como em Tonnicinctus. Preliminarmente, PV). Os exemplares têm procedência dos bancos foram determinados 673 osteodermos como e parcéis da Planície Costeira do RS e Arroio Chuí, pertencentes ao morfótipo I, 89 ao morfótipo município de Santa Vitória do Palmar, e do Arroio II e um ao morfótipo III. Alguns espécimes não Touro Passo, município de Uruguaiana. O crânio foram possíveis de serem identificados devido ao se encontra em bom estado de preservação, seu grau de fragmentação. O estudo se encontra contudo teve a sua porção mais anterior fraturada em andamento para melhor compreensão dos e perdida. Dentre alguns caracteres osteológicos caracteres cranianos, dentários, bem como dos que o torna similar ao gênero Pampatherium, morfótipos dos osteodermos e identificação das este exemplar apresenta numerosos forames e espécies. canais vasculares na fossa temporal do parietal,

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 81 Novas considerações sobre Antarctilamna Young, 1982 (Chondrichthyes) durante o Devoniano

Rodrigo Tinoco FIGUEROA1,2; Deusana Maria da Costa MACHADO1

1Laboratório de Estudos de Comunidade Paleozoicas, Departamento de Ciências Naturais, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Bolsista IC/UNIRIO

Antarctilamna é um gênero cosmopolita, Rússia (Frasniano), Polônia (Frasniano), Estados ocorrendo desde o Devoniano Inferior até o Unidos (ocidental-Frasniano), África do Sul Devoniano Superior. Originalmente, dois gêneros (Fameniano) e China (Fameniano). Antarctilamna eram válidos para o táxon: Antarctilamna, para o está associado nessas localidades a ambientes Gondwana e Wellerodus, para o hemisfério norte, continentais, como outros Chondrichthyes de ambos caracterizados por dentes diplodontes, dentição diplodonte (e.g. Omalodus). Entretanto, com cúspides laterais bastante pronunciadas, algumas dessas localidades possuem ambientes triangulares em vista labial e comprimidas deposicionais com influências marinhas lábio-lingualmente. A base dos dentes é oval ou claras (e.g. Formação Santa Rosa na Bolívia e trapezoidal, dependendo do espécime analisado, Aragonian Pyrenees na Espanha). As ocorrências sendo direcionada para a porção lingual. A relacionadas ao sinônimo júnior Wellerodus, por diferença mais notável está relacionada ao outro lado, demonstram uma maior afinidade com número de cúspides intermediárias (maior em ambientes marinhos costeiros, embora também Antarctilamna). Por conta disso, considera-se aqui tenha ocorrências de afinidades continentais Wellerodus como sinônimo júnior de Antarctilamna. na América do Norte (Devoniano Médio, NY). Foram analisados os ambientes deposicionais e a O padrão de distribuição espaço-temporal biota associada das localidades fossilíferas onde desse táxon, juntamente com as interpretações se têm registros de Antarctilamna, com o intuito de paleoambientais, indica um endemismo para o tentar estabelecer padrões ambientais, ecológicos Gondwana no Devoniano Inferior, tornando-se e geográficos para este táxon. Antarctilamna cosmopolita até o Devoniano Superior (Frasniano) é conhecido no Devoniano Inferior da Bolívia em virtude da grande transgressão marinha a (Lochkoviano-Emsiano), Austrália (Praguiano) partir do Devoniano Médio. Entretanto, esse e Arábia Saudita (Praguiano ou Emsiano); no táxon passa pela extinção do Devoniano Superior Devoniano Médio da Austrália (Eifeliano), Irã (Frasniano-Fameniano), mas não alcança o (Eifeliano), Bolívia (Eifeliano), Brasil (Eifeliano- período seguinte (Mississipiano). Antarctilamna é Givetiano), África do Sul (Givetiano), Antártica um táxon com origem no Domínio Malvinocáfrico, (Givetiano), Venezuela (Givetiano), Estados Unidos com dispersão durante as transgressões marinhas (oriental-Givetiano) e Espanha (Givetiano); e no máximas do Devoniano Médio. As ocorrências Devoniano Superior da Austrália (Frasniano), estão ligadas a ambientes transicionais, sendo um Colômbia (Frasniano?), Venezuela (Frasniano), bom indicador para ocorrências de linha de costa.

82 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 O uso da estatística como meio de separação das galhadas dos gêneros de cervídeos (Mammalia: Cervidae) do Rio Grande do Sul

Emmanuelle FONTOURA1; Paula DENTZIEN-DIAS2; Débora DINIZ2

¹Universidade Federal do Rio Grande - FURG. E-mail: [email protected] ²Instituto de Oceanologia – IO. Universidade Federal do Rio Grande - FURG. E-mail: [email protected]; [email protected]

No Rio Grande do Sul o registro fóssil da família para o estudo foram aquelas que possuíam essas Cervidae, ordem Artiodactyla, é composto pelos medidas, totalizando 30 de Morenelaphus, 6 de gêneros Antifer e Morenelaphus, já extintos, e Antifer, 18 de Ozotocerus e 23 indeterminadas. Ozotocerus, encontrado atualmente. Um dos Para a análise dos dados foi utilizado o Cluster caracteres do dimorfismo sexual desta família é a com algoritmo de grupos pareados e medida de presença de galhada nos machos, o que também similaridade Euclidiana, e Análise de Componentes permite a identificação dos gêneros através de sua Principais (PCA) baseada na matriz de covariação. morfologia. Há diferença de tamanho e textura, Quando comparadas as duas metodologias sendo Antifer (com ornamentação expressiva) estatísticas, ambas mostraram que as galhadas o maior e Morenelaphus (ornamentação do gênero Antifer são semelhantes entre si e se intermediária) o menor em comprimento e diferenciam dos outros três grupos. Morenelaphus diâmetro. Ozotocerus (sem ornamentação) tem e Ozotocerus são indiferenciados, formando um medidas intermediárias. A coleção do Laboratório grande grupo no Cluster e se distribuindo em de Geologia e Paleontologia (LGP) da FURG é áreas equivalente na PCA. Entretanto, dentro do composta por 229 galhadas provenientes do agrupamento único do Cluster existem pequenas litoral sul e médio gaúcho, todas retrabalhadas associações de galhadas do mesmo táxon. Quando devido à dinâmica costeira, perdendo, assim, comparado com as galhadas indeterminadas há detalhes de suas ornamentações. Do total, 99 uma aproximação com Ozotocerus e Morenelaphus, são identificadas como de Morenelaphus, 23 de mas não é possível observar uma distribuição mais Antifer, 21 de Ozotocerus e 86 são indeterminadas. alinhada com nenhum destes gêneros. O estudo Com o auxílio do programa estatístico PAST confirmou a semelhança entre Morenelaphus, foram realizadas análises estatísticas a fim de Ozotocerus e as galhadas indeterminadas. Antifer testar os dados obtidos quanto ao seu poder se possui as galhadas mais distintas, sendo o eixo separação dos gêneros. As medições feitas para y capaz de separar estes gêneros. Dentre as os estudos foram: diâmetro da roseta (eixo x e y), variáveis utilizadas, conclui-se que o comprimento circunferência da roseta e o comprimento entre da roseta até a bifurcação, em relação ao eixo y, a roseta e a bifurcação. Dentre todas as medidas é oposto às outras variáveis, que possuem uma possíveis, estas quatro foram as mais frequentes variabilidade homogênea entre si. em todos os espécimes. As galhadas utilizadas

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 83 Passando do Limite: pistas de dicinodontes em um deserto Permo-Triássico do sudoeste gaúcho

Heitor FRANCISCHINI1; Paula DENTZIEN-DIAS2; Cesar SCHULTZ1

1Laboratório de Paleontologia de Vertebrados. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Geologia e Paleontologia. Universidade Federal do Rio Grande. E-mail: [email protected]

Na região sudoeste do Rio Grande do Sul, um de afinidades morfológicas de DPIA-1 com pacote de arenitos eólicos com estratificação Chelichnus (=Laoporus), icnotáxon comum em cruzada, denominado Formação Pirambóia, depósitos eólicos permianos do mundo todo, e ocorre entre as formações Rio do Rasto e com trilhas atribuídas a dicinodontes, sobretudo Sanga do Cabral (Bacia do Paraná). Ainda que a com os provenientes das formações Teekloof correlação deste pacote com os depósitos que (Lopingiano da África do Sul) e Vera (Noriano ocorrem mais ao norte da Bacia seja controversa, da Argentina). A anatomia e a morfologia dos seu posicionamento estratigráfico permite situar autopódios de Dinodontosaurus (Ladiniano da sua idade deposicional no intervalo Lopingiano- Supersequência Santa Maria) corroboram esta Induano. Fósseis não haviam sido registrados hipótese. Dicynodontia (Synapsida, Therapsida) para esta unidade (no RS) até o achado de pistas é um dos poucos grupos que sobreviveram ao de tetrápodes na localidade de Ibicuí d’Armada evento de extinção em massa do Neopermiano (município de Dom Pedrito). A mais bem e um dos táxons mais conspícuos e abundantes preservada destas trilhas (DPIA-1) é composta nos estratos soto- e sobrepostos ao limite Permo- por uma sequência de 14 pegadas preservadas Triássico, como evidenciado pelos registros de como epirrelevos côncavos. Dentre as principais Lystrosaurus e Miosaurus no Grupo Beaufort características morfológicas da pista, ressaltam- da Bacia do Karoo (África do Sul). No Brasil, se a quadrupedia e a heteropodia, sendo os o grupo é conhecido por duas formas meso- pés aproximadamente 50% maiores que as neopermianas provenientes da Formação Rio mãos. As impressões de ambos os autopódios do Rasto (Endothiodon e Rastodon) e outras três são pentadáctilas, mesaxônicas e palmígradas/ do Triássico Médio-Superior da Supersequência plantígradas. Contudo, as impressões manuais Santa Maria (Dinodontosaurus, Stahleckeria e apresentam uma rotação negativa (~30°) em Jachaleria). Desta forma, a presença de pegadas relação ao eixo da pista. Os pés apresentam atribuídas a dicinodontes em sedimentos Permo- um calcanhar bem marcado e, em algumas Triássicos do Rio Grande do Sul não só preenche pegadas, podem ser reconhecidas as almofadas uma lacuna na amplitude temporal destes plantares. Traços de arraste do corpo ou da terápsidos no Brasil, como ressalta a ocorrência cauda estão ausentes e impressões de garras do grupo em ambientes desérticos do Gondwana são sutis em algumas pegadas pedais. A durante a maior crise biótica de toda a história da comparação com outros icnogêneros do intervalo vida na Terra. Permo-Triássico permite o reconhecimento

84 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Hydrochoeridae (Mammalia: Rodentia: Caviomorpha) do Quaternário da região intertropical do Brasil: dados preliminares sobre morfologia e taxonomia

Anny Caroliny F. GOMES1; Castor CARTELLE2; Leonardo KERBER3; Gisele LESSA1

1Universidade Federal de Viçosa. CAPES. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. E-mail: [email protected] 3Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: [email protected]

Devido ao longo período de isolamento Neochoerus provenientes de grutas calcárias da geográfico, roedores do clado Caviomorpha Bahia. Os fósseis em análise incluem fragmentos atingiram grande diversidade fenotípica e cranianos, mandibulares e pós-cranianos que são ecológica. Dentre os diversos agrupamentos agrupados em dois morfotipos, um de dimensões que compõe este clado, destaca-se Caviidae, menores, e outro de dimensões maiores. A priori, que inclui três agrupamentos monofiléticos: estes morfotipos poderiam corresponder a Caviinae, Dolichotinae e Hydrochoerinae. Entre Hydrochoerus e Neochoerus, respectivamente. Um os integrantes de Hydrochoerinae, dois gêneros dos espécimes mais completos trata-se de um são conhecidos a partir de fósseis durante o palato de grande dimensão com M2-M3, sendo que Quaternário, Hydrochoerus Brisson, 1762, que o terceiro molar possui 14 prismas, características inclui as capivaras viventes, e Neochoerus Hay, estas observadas em Neochoerus sulcidens, a 1926, um grupo de capivaras de dimensões capivara extinta, cujos fósseis são encontrados maiores do que as atuais, que não sobreviveu na região intertropical do Brasil. O estudo a extinção que marca a transição Pleistoceno- desses materiais irá contribuir com uma melhor Holoceno. Apesar de vários questionamentos definição taxonômica deste hidrochoeríneo de taxonômicos, os dois gêneros são considerados grande porte que habitava a região intertropical unidades válidas. Hydrochoerus inclui: H. isthmius do Brasil durante o Pleistoceno, uma vez que Goldman, 1912; H. ballesterensis (Rusconi, 1934) os materiais em estudo apresentam estruturas e H. hydrochaeris Linnaeus, 1766. Neochoerus é anatômicas que não estão presentes na série- composto pelas espécies: N. aesopi Leidy, 1854; tipo. O refinamento taxonômico das unidades N. tarijensis Ameghino, 1902; N. fontanai Rusconi, taxonômicas do Quaternário é necessário para 1933; N. sulcidens (Lund, 1839) e N. dichroplax entender a diversidade deste grupo, uma vez as Ahearn e Lance, 1980. Este estudo tem por objetivo automorfias que definem os táxons utilizadas caracterizar os exemplares de Hydrochoerus e atualmente são pouco diagnósticas.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 85 Vulcanismo e impactos de meteoritos do Cretáceo Inferior do Brasil: possíveis eventos geológicos de extinções para alguns grupos de dinossauros

Musa Maria Nogueira GOMES1; Joana Paula SANCHEZ1; Carlos Roberto A. CANDEIRO1

1Laboratório de Paleontologia e Evolução, Curso de Geologia, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Campus Aparecida de Goiânia, Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Classicamente são conhecidas cinco grandes bólidos extraterrestes no Cretáceo Inferior, a eventos de extinções em massa no Fanerozóico principal reportada formou a Cratera do Domo (Ordoviciano, Devoniano, Permiano, Triássico do Vargeão, localizada na região oeste do estado e Cretáceo-Paleógeno), sendo aquele com de Santa Catarina. Esta depressão circular possui maior impacto na biota terrestre o reportado aproximadamente 12 km de diâmetro e exibe para Permiano Superior. O presente trabalho desníveis abruptos de até 150 m entre suas bordas tem como objetivo apresentar e analisar os e as porções internas. A outra cratera formada foi maiores eventos geológicos que ocorreram no a de Vista Alegre, posicionado na região sudoeste Cretáceo do Brasil e a suas possíveis explicações do estado do Paraná, no município de Coronel para o desaparecimento de alguns grupos de Vivida com 9,5 km de diâmetro. Ambos são dinossauros. Dentre estes eventos, o vulcanismo exemplos de raros astroblemas e representam o da Bacia do Paraná (Cretáceo Inferior) que remanescente erosivo de uma cratera de impacto abrangeu aproximadamente 1.400.000 km2, meteroritico, formado sobre rochas vulcânicas se estendeu em áreas que hoje correspondem basálticas da Formação Serra Geral. Alguns ao Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Estas taxons de dinossauros (p. ex. , atividades geraram um derramamento basáltico, , Carcharodontosauridae, que devem ter resultado no aumento do efeito Spinosauridae) apresentam distribuição temporal estufa e na emissão de gases, alterando a limitada, reportada como extintas no final do composição do ar; bloqueando a radiação solar; Cretáceo Inferior ou no Cenomaniano-Turoniano, e comprometendo a realização da fotossíntese, e inúmeras possibilidades tem sido apontadas para consequentemente atingindo as cadeias tróficas. este turnover. Estes organismos poderiam, então, Estas atividades, no entanto, não devem ter tido ter sido afetado pelos efeitos de grandes eventos influências por tempos prolongados, pois não geológicos (vulcanismo e impactos de bólidos) e foram contínuas por toda área de extensão. contribuído para extinções de inúmeros taxa. Os Outras ocorrências ocasionadoras, foram os registros destes dinossauros, por exemplo, são impactos meteoríticos de grandes magnitudes, restritos ao Neojurássico no máximo ao Turoniano. geradores de enormes crateras, e responsáveis Estes fatores, então, podem ter colaborado por pela liberação de imensas quantidades de energia, contribuir na crise biótica do Cretáceo que pode sendo que seus efeitos podem ser extremamente ter tido uma magnitude comparável a outros devastadores à superfície do planeta. No momentos de extinções terrestres do Mesozoico. território brasileiro são conhecidas colisões de

86 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Allometry and body length of abelisauroid theropods: Pycnonemosaurus nevesi is the new king

Orlando GRILLO1; Rafael DELCOURT2

1Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 2Laboratório de Paleontologia, Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo. FAPESP. E-mail: [email protected]

Abelisauroid dinosaurs normally reached an abelisauroids and Noasauridae, 5.4±1.8 m for average body length (BL) of 1–9 m, but there basal Brachyrostra and Majugasauridae, and are controversies due to the incomplete or 7.1±2.1 m for Furileusaura. The smallest noasaurid fragmentary nature of most specimens. Estimates and abelisaurid are, respectively, Velocisaurus for Ekrixinatosaurus, for example, suggest it (1.5±0.1 m) and Genusaurus (3.6±0.0 m). The as the largest abelisaurid (10–11 m), but other largest abelisauroid are Pycnonemosaurus (8.9±0.3 studies suggest 7–8 m, making it smaller than m), Carnotaurus (7.8±0.3 m), Abelisaurus (7.4±0.7 m) Carnotaurus (8–9 m). For Pycnonemosaurus it and Ekrixinatosaurus (7.4±0.8 m), which correctly was proposed 7–8 m. However, its preserved reflects what is apparent when comparing the bones are larger than any other described massive size of Pycnonemosaurus bones to other abelisauroid, including Ekrixinatosaurus. The abelisaurids. Bones allometry reflects much of the lack of a consistent methodology hampers aberrant nature of abelisauroids. The vertebrae comparisons and estimation of BL, so we and hindlimb bones present a regular scaling reevaluated the estimated BL of the seven most pattern, roughly similar to other theropods, complete specimens of abelisauroids, including with weight dependent variables scaling at abelisaurids (Aucasaurus MCF-PVPH 236, biomechanical isometry, as expected, and long Carnotaurus MACN-Pv-CH 894, Majungasaurus bones scaling close to isometry. This justifies UA 8678 and FMNH PR 2100, and Skorpiovenator that these elements are the best for predicting MMCH-PV 48), a noasaurid (Masiakasaurus FMNH BL for incomplete specimens. Most skull and PR 2481) and a basal abelisauroid (Eoabelisaurus forelimb measurements present weak correlation MPEF PV 3990) and compared the values against to body length due to extreme morphological 40 measurements from the skull, vertebrae and transformations observed in the Abelisauridae appendicular elements using bivariate equations. and are not suitable for body length estimation. Strong correlations (R2 > 0.96) were obtained for Skull measurements scale negatively at a similar vertebrae and hindlimb measurements. It allowed rate, but the height of the posterior portion scales estimating the BL of other 30 less complete isometrically and the skull roof length scales more specimens of abelisauroids and the evaluation negatively. This probably caused a bending on the of the allometric scaling of the skeletal parts. skull that may explain the upward orientation Abelisauroids gradually increased in size during of the snout in large taxa (e.g. Carnotaurus and evolution: the mean BL was 3.3±2.5 m for basal Skorpiovenator).

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 87 Padrões de crescimento e maturidade em rincossauros do Triássico do Sul do Brasil baseado na sutura neurocentral das vértebras

Clara HEINRICH1; Voltaire D. PAES-NETO1; Agustín G. MARTINELLI1; Cesar L. SCHULTZ1

1Laboratório de Paleontologia de Vertebrados, Departamento de Paleontologia de Vertebrados, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

O fechamento da sutura neurocentral das Grande do Sul e da Fundação Zoobotânica do vértebras de crocodilianos atuais relaciona-se com Rio Grande do Sul. Analisou-se o fechamento da o desenvolvimento pós-embrionário e progride sutura neurocentral como fechada, parcialmente no sentido caudal-cervical. Por analogia, este fechada, parcialmente aberta e aberta, e tem sido utilizado como indicador de maturidade mediu-se quatro variáveis morfométricas do em arcossauros fósseis (e.g. dinossauros e centro: altura anterior e posterior, comprimento fitossauros). No entanto, existem críticas à antero-posterior e largura. Os resultados aplicação deste método em táxons externos ao demonstraram elevado número de vértebras clado Crocodylia, já que em aves, por exemplo, o caudais abertas (92,3%). Entre as vértebras sentido de fechamento parece ser o oposto. Nesse cervicais e dorsais anteriores, a porcentagem contexto, analisar os padrões de ossificação em de vértebras parcialmente fechadas (22,9%) e grupos externos à Archosauria é importante parcialmente abertas (26,2%) foi superior àquelas para esclarecer a evolução desse processo nos observadas nas vértebras caudais. Mesmo com o mesmos. Rincossauros são arcossauromorfos elevado número de vértebras abertas, pode-se herbívoros cosmopolitas restritos temporalmente verificar que o padrão geral de fechamento das ao Triássico e, devido à abundância de seus suturas neurocentrais nos Hyperodapedontidae fósseis, possuem número amostral elevado, sendo dá-se no sentido cervical-caudal, contrário do apropriados para esse tipo de análise. No Brasil, padrão crocodiliano. Espécimes previamente representantes da família Hyperodapedontidae analisados histologicamente (UFRGS-PV-298-T e são encontrados somente na Supersequência -408-T) e considerados somaticamente maduros Santa Maria (Triássico Superior), que aflora no estão entre os indivíduos com maior número estado do Rio Grande do Sul. Foram analisados de vértebras dorsais parcialmente fechadas e esqueletos axiais articulados e semi-articulados, parcialmente abertas. Isso parece indicar que, bem como vértebras isoladas, de três indivíduos apesar de não ocorrer o fechamento total das de Teyumbaita sulcognathus e 29 indivíduos de suturas neurocentrais em indivíduos adultos Hyperodapedon sp., totalizando 186 vértebras. de Hyperodapedontidae (apenas uma grande Os materiais encontram-se depositados na vértebra caudal está totalmente fechada), o Coleção do Laboratório de Paleontologia de fechamento parcial das mesmas está vinculado à Vertebrados da Universidade Federal do Rio maturidade.

88 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Placa óssea evidencia testudíneo de grandes dimensões na Formação Marília (Bacia Bauru) de Minas Gerais

Guilherme HERMANSON1; Gabriel de Souza FERREIRA1; Max Cardoso LANGER1

1Laboratório de Paleontologia, Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. FAPESP. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Fósseis da Bacia Bauru têm contribuído que essa possa ser associada à forma conhecida grandemente para a compreensão da composição como “Peirópolis A”. Infelizmente, os materiais faunística do Cretáceo sul-americano. Dentre os atribuídos a “Peirópolis A”, nomeadamente um achados, destacam-se restos de Dinosauria, plastrão completo, ossos desarticulados da Crocodyliformes, Lissamphibia, Squamata e carapaça, além de outros elementos como pélvis Testudines.. Com relação aos últimos, os primeiros e algumas cervicais, também encontrados na registros datam do final do século XIX e até o região de Uberaba, não permitem a comparação momento sete táxons foram propostos com base morfológica direta com o material aqui relatado. em materiais oriundos dos sedimentos da Bacia, Analisando a relação entre o comprimento todos atribuídos à linhagem Podocnemidoidae, da sétima periferal e total do casco de outros sendo três considerados duvidosos, enquanto Podocnemidoidae (representantes viventes como os demais são válidos e com seu posicionamento Podocnemis spp., Erymnochelys madagascariensis filogenético bem defeinido. Ao final de 2015, e Peltocephalus dumerilianus, e também foi coletado material atribuído a Testudines, fósseis como Bauruemys elegans e Roxochelys provavelmente um podocnemidídeo, em viagem wanderleyi, por exemplo), foi possível, com base de prospecção em afloramentos da Formação em um modelo de regressão linear, estimar o Marília nas margens da rodovia BR-050, arredores comprimento total da carapaça à qual o material de Uberaba-MG. O espécime (CPPLIP 1486), uma em questão teria pertencido em pouco mais de sétima placa periferal direita bem conservada com 1m, excedendo o tamanho dos outros espécimes 13.5 cm de comprimento e 8 cm de largura, chama já relatados para a Bacia Bauru. Apesar de pouca atenção pelo grande tamanho em comparação informação anatômica, este novo espécime revela com os outros materiais de Testudines a existência de grande variação de tamanho provenientes da Bacia Bauru. A superfície óssea é entre os Podocnemidoidae do Cretáceo Superior lisa, não apresentando padrões de ornamentação, da Bacia Bauru, evidenciando uma diversidade e os sulcos são bem demarcados, como ocorre morfológica anteriormente desconhecida para o tipicamente em Podocnemidoidae. Devido à período. proveniência e tamanho da placa, especula-se

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 89 Diversidade dos Crocodylomorpha do Cretáceo do Marrocos: análise e identificação de um novo espécime

Beatriz M. HÖRMANSEDER1,2; Rodrigo G. FIGUEIREDO3; Alexander W. A. KELLNER1

1Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ. E-mail: [email protected] 2Departamento de Ciências Naturais, UNIRIO. E-mail: [email protected] 3Departamento de Ciências Biológicas, UFES. E-mail: [email protected]

Há cerca de 240 milhões de anos, os próximo à fronteira com a Argélia, que consistia Crocodylomorpha teriam iniciado sua linhagem em um paleoambiente continental e deltaico. O em terras gondwânicas. Com o início de sua exemplar provavelmente coexistiu com outros dispersão no Triássico Médio o grupo diversificou- crocodilomorfos marroquinos como o Aegisuchus, se por todo o paleocontinente. Seu registro , Elosuchus, e o fossilífero está evidenciado em quase todos os Laganosuchus. O novo material a ser estudado continentes atuais. Após o início da fragmentação (MN 7070 - V) consiste em um fragmento do paleocontinente Gondwana, iniciado no mandibular direito de 8cm contendo 6 alvéolos Jurássico Médio e atingindo seu auge no final e 4 dentes preservados, está depositado na do Cretáceo, muitos de seus representantes coleção de Paleovertebrados do Museu Nacional já estavam adaptados morfologicamente a da Universidade Federal do Rio de Janeiro, diferentes ambientes, especialmente terrestres localizado na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, e marinhos. O grupo Crocodylomorpha engloba Brasil. O exemplar foi previamente preparado, todos os crocodilianos, bem como os tradicionais medido, fotografado, estudado com lupas e Crocodiliformes “Protosuchia”, “Mesosuchia” e ilustrado. O estudo anatômico dos ossos e dentes Eusuchia. A África é, de longe, o maior fragmento foi feito com base na comparação com outros originado pela quebra do Gondwana, sendo a exemplares fósseis e viventes depositados na América do Sul, o segundo maior fragmento. coleção do Museu Nacional/UFRJ e na literatura Apesar de sua superioridade em tamanho especializada. Características observadas como o continental, o baixo registro da diversidade achatamento labio-lingual e a presença de carinae de vertebrados terrestres do Campaniano e serrilhada indicam que o exemplar consista em Maastrichtiano da África comparado à América do um Hamadasuchus. Esperamos com esse trabalho Sul é ainda mais agravado pela falta de controle fornecer novas informações sobre o espécime da idade definitiva. O espécime analisado foi (MN 7070 - V), em particular, e sobre a fauna de encontrado na Formação Kem Kem, (Cretáceo crocodilomorfos fósseis do Cretáceo do Marrocos Superior) localizada no sudeste do Marrocos, e seus espécimes coexistentes.

90 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Do Cretáceo ao Mioceno tudo é possível: considerações acerca dos vertebrados das bacias Bauru, Aiuruoca e Acre

Annie S. HSIOU1; Marcos César BISSARO JÚNIOR1; Renato P. GHILARDI2; Max C. LANGER1; Francisco R. NEGRI3; Jonas P. SOUZA-FILHO4; Edson GUILHERME4; Ana M. RIBEIRO5; Leonardo KERBER6; Douglas RIFF7; Andrea A. MACIENTE4; Paulo Ricardo M. LOPES1; Silvio Y. ONARY-ALVES1; Thiago S. FACHINI1; Giovanne M. CIDADE1; Fellipe P. MUNIZ1; Fernando S. ADORNI1; Thiago S. LOBODA8

1Laboratório de Paleontologia, FFCLRP, Universidade de São Paulo. FAPESP, CNPq, CAPES. E-mail: [email protected]. br; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; thiagosfachini84@ gmail.com; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Paleontologia de Macroinvertebrados, Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho. E-mail: [email protected] 3Laboratório de Paleontologia, Universidade Federal do Acre, campus Floresta. E-mail: [email protected] 4Laboratório de Pesquisas Paleontológicas, Universidade Federal do Acre, campus Rio Branco. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 5Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do RS. E-mail: [email protected] 6Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica, Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: [email protected] 7Laboratório de Paleontologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: [email protected] 8Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected]

Este resumo trata dos resultados do projeto Entre os principais grupos de vertebrados Jovem Pesquisador (Proc. FAPESP 2011/14080-0) coletados estão mamíferos, crocodilianos, que teve como objetivo principal prospectar e tartarugas, anuros e peixes. Alguns fósseis coletar fósseis de lepidossauros nas bacias Bauru, coletados nos afloramentos ao longo dos rios Aiuruoca e Acre. Durante a execução do projeto, Juruá e Purus, foram utilizados para análises de foram realizadas cerca de 25 viagens de campo, as Elementos Terras Raras (ETR) e demonstraram quais forneceram diversos fósseis de vertebrados características geoquímicas relacionadas à de relevância científica. As atividades realizadas ambientes marinhos costeiros. Este resultado, nas Formações Marília e Adamantina (Bacia Bauru, embora preliminar, reacende a discussão sobre a Cretáceo superior) proveram novos espécimes de influência marinha no Neógeno Amazônico, bem crocodiliformes (incluindo ovos), dinossauros não como sobre a idade dos depósitos desta porção avianos, e aves (ovos). Restos cranianos e pós- da Bacia. A partir de correlação com faunas fósseis cranianos inéditos de esfenodontes e serpentes cujas idades já estão bem estabelecidas em outras foram encontrados em sedimentos da Formação bacias sedimentares, infere-se que os depósitos Adamantina, constituindo os registros mais jovens da Fm. Solimões são do Mioceno Superior. No destes grupos no final do Mesozoico brasileiro. entanto, em algumas porções da bacia foram Registros adicionais de anuros para a Bacia encontrados fósseis que sugerem idades mais do Aiuruoca (Eoceno/ Oligoceno da Fm. Entre- antigas, como é o caso do alto rio Juruá, em Córregos) ainda estão sob estudo e prospecções que elementos faunísticos sugerem uma idade futuras na região são essenciais para um maior Laventense (Mioceno Médio, ou mais antiga). A refinamento paleofaunístico e consequentemente grande maioria dos fósseis coletados em todas bioestratigráfico para a Bacia do Aiuruoca. Por fim, as atividades de campo nas três bacias brasileiras os trabalhos de campo na Bacia do Acre, Amazônia acima mencionadas constituem-se de restos brasileira, proveram fósseis extremamente bem cranianos e pós-cranianos de vertebrados fósseis preservados nos afloramentos nas margens dos que já foram previamente publicados ou ainda rios Acre, Purus e Juruá, os quais foram coletados estão em fase final de estudo pelos membros que sistematicamente objetivando a interpretação compõem o projeto. tafonômica dos bioclastos para a Fm. Solimões.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 91 Os Crocodyliformes da Bacia Bauru: contextos paleoambientais

Fabiano Vidoi IORI1; Thiago da Silva MARINHO2; Ismar de S. CARVALHO3

1Museu de Paleontologia “Prof. Antonio Celso de Arruda Campos”. E-mail: [email protected] 2Universidade Federal do Triângulo Mineiro. CNPq, FAPEMIG. E-mail: [email protected] 3Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]

A Bacia Bauru destaca-se pela variedade e crocodiliformes em depósitos arenosos numerosa ocorrência de crocodiliformes, de planície de inundação e paleossolos da com formas essencialmente terrestres Formação Adamantina no Triângulo Mineiro. De (baurussuquídeos, esfagessaurídeos, maneira similar, os afloramentos da Formação Mariliasuchus e ); peirossaurídeos; Adamantina em General Salgado (SP), também além de formas semi-aquáticas incertae apresentam ocorrência predominante de fósseis sedis, possivelmente relacionadas aos autóctones de esfagessaurídeos ( trematochampsídeos. Neste estudo, analisa-se e ) e baurussuquídeos (Baurusuchus, a relação de alguns grupos com os contextos Gondwanasuchus e Aplestosuchus) e posturas deposicionais de ocorrência. O Membro Serra da de ovos de crocodiliformes. Os depósitos Galga da Formação Marília apresenta tipicamente conglomeráticos da Formação São José do depósitos fluviais com contribuição aluvial em Rio Preto são interpretados como resultantes ciclos de fining-upwards, indicando alternância de canais fluviais e concentram uma grande entre estações de alta umidade e secas. Neste quantidade de fósseis desarticulados. Os materiais contexto, os fósseis geralmente são encontrados de crocodiliformes são representados por ossos, desarticulados e/ou fragmentários, devido osteodermos e dentes isolados, com maior parte ao transporte fluvial das carcaças. , das ocorrências associadas aos peirossaurídeos e Labidiosuchus, representam este indet. e à Pepesuchus. Em Catanduva, em fácies que padrão alóctone, porém, , cujo sugerem rompimento de dique marginal está uma holótipo é composto por um esqueleto parcial associação incomum para a Bacia Bauru, pois em e articulado, é uma exceção que possivelmente um mesmo estrato foram encontrados exemplares pode ser relacionada ao hábito destes animais de Caipirasuchus e Pepesuchus, com esqueletos utilizarem tocas como refúgio ou habitação. Na parcialmente articulados. As principais feições Formação Adamantina da região de Monte Alto (SP), sedimentares são estruturas convolutas, as quais os espécimes de Morrinhosuchus e Caipirasuchus indicam fluidização durante a deposição. Assim, são autóctones e ocorrem em depósitos típicos existe uma associação preferencial de alguns de paleossolos. Ao passo que Barreirosuchus e táxons com o contexto deposicional específico. Montealtosuchus estão em depósitos de ambiente A presença dos notossúquios avançados não fluvial e/ou lacustre, associados a restos de associados a outros crocodiliformes pode sugerir quelônios e biválvios. Há a ocorrência de depósitos de paleossolos. Peirossaurídeos e os Caipirasuchus e baurussuquídeos (Campinasuchus gêneros Itasuchus e Barreirosuchus podem indicar e Pissarrachampsa) completamente articulados depósitos formados em ambientes com corpos ou semiarticulados, além de ninhos destes d’água perenes.

92 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Mistura temporal em depósitos cársticos do Parque Estadual Intervales, Estado de São Paulo: Implicações para o registro fossilífero

Jorge F. M. JESUS1; Willian A. F. DIAS1; Bernardo C. P. M. PEIXOTO1; Pedro V. BUCK1; Carolina S. I. NASCIMENTO1; Ericson C. IGUAL2; Bruno D. LENHARE2; Mauricio A. MARINHO2; Marcelo A. FERNANDES3

1Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Universidade Federal de São Carlos. CNPq, CAPES. E-mail: [email protected] 2Grupo Pierre Martin de Espeleologia. E-mail: [email protected] 3Laboratório de Paleoecologia e Paleoicnologia, Universidade Federal de São Carlos. E-mail: [email protected]

Ossos depositados associados em cavernas encontrados associados no sedimento. A mistura podem não ser contemporâneos. A mistura temporal observada neste local é evidenciada temporal de elementos esqueletais em depósitos por fatores sedimentológicos. Os depósitos fossilíferos é um processo que pode afetar a ocorrem em uma parte da caverna próxima a uma interpretação tafonômica e a caracterização abertura ao meio externo, por onde água pluvial de paleocomunidades. Análises de dados flui, depositando novos elementos biogênicos estratigráficos, ecológicos, tafonômicos e e sedimento, mas também ocasiona erosão do sedimentológicos podem colaborar para a sedimento antigo, retrabalhando esse material identificação das alterações estrato-temporais que pode se acumular em depósitos subsequentes. que ocorrem em depósitos fossilíferos, além Isso é observado atualmente, contudo, pode disso, estudos atuais podem auxiliar no ter ocorrido a partir da formação da abertura, entendimento desse processo. Este trabalho uma vez que a mistura de sedimentos exógenos apresenta um estudo preliminar do depósito da e endógenos ocorre também em estratos Gruta dos Rodrigues, na Zona de Amortecimento inferiores. Os indícios de transporte também do Parque Estadual Intervales, Iporanga, SP, no foram verificados nos elementos esqueléticos que qual o intuito foi analisar processos deposicionais se apresentam fragmentados, desarticulados e recentes. Nesta caverna, foram coletados ossos com abrasão, mesmo em elementos incrustados. de mamíferos, ossos de anfíbios, fragmentos Os estudos dos processos tafonômicos recentes ósseos de táxons não identificados e conchas na região podem contribuir para o entendimento de gastrópodes íntegras e fragmentadas. Desse de como são formados os depósitos fossilíferos material, havia bioclastos incrustados e outros em grutas e cavernas. que não estavam mineralizados, porém, foram

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 93 European megaraptorans: a new previously unrecognized taxon from the Early Cretaceous of France

Rubén D. JUÁREZ VALIERI1; Juan Domingo PORFIRI2,3; Domenica DINIZ DOS SANTOS2,3

1Secretaría de Cultura de la Provincia de Río Negro. Cipolletti, Argentina. E-mail: [email protected] 2Museo de Ciencias Naturales. Universidad Nacional del Comahue. Neuquén, Argentina. 3Cátedra de Reptiles Mesozoicos. Facultad de Ingeniería. Universidad Nacional del Comahue. Neuquén, Argentina. E-mail: [email protected]; [email protected]

The Cretaceous terrestrial tetrapod fauna from Allosauridae, Carcharodontosauridae, Europe is known as early as the middle XIX century, Compsognathidae, Spinosauridae, or nevertheless the phylogenetic relationships of Noasauridae, the recent description of articulated numerous specimens are poorly understood. specimens with relevant cranial material supports This is particularly true for the theropod their placement among Tyrannosauroidea. dinosaurs from that continent. A relevant issue In the scope of clarifying the biogeographic to that problem is the classical presumption of history of the Megaraptora, we present herein a Laurasian Cretaceous fauna which evolved a comprehensive review of some theropod isolated from their Gondwanan counterparts since materials from Europe. Eotyrannus was the only Jurassic period. Although this model has been previously possible megaraptoran, but their proven insufficient to reflect the complexity of the inclusion in the clade is weak and in a corrected Cretaceous paleobiogeography for decades, most version of the dataset it remains unstable. In an of the European material has been only compared opposite way, another specimen that results or phylogenetically analyzed with material from very informative was an unnamed taxon from “Laurasian” terrains. Only recently has been the Valanginian of Montmirat, southern France, recognized the existence of multiple common housed in the Museum of Nîmes. This taxon elements between the European and Gondwanan presents characters of the manus that are dinosaur faunas. Actually, most authors observed in the megaraptorids. The phylogenetic recognize that the Early Cretaceous European results confirm their inclusion in Megaraptora, record of theropod dinosaurs includes several rendering it the oldest record of the clade to date. components classically recorded, although not Additionally, the presence of autapomorphic always exclusive, as Gondwanan forms, including traits allows considering it as a new, distinct abelisaurids, baryonichines and spinosaurines taxon. The analysis results in the incorporation of spinosaurids, basal carcharodontosaurids, and megaraptorans as another theropod group shared Laurasian forms, as basal ornithomimosaurians, between European and Gondwanan landmasses, compsognathids, and basal tyrannosauroids. along with rhabdontomorphans, dryosaurids, This last group is represented in the Gondwanan basal hadrosauriforms, basal rebbachisauroids, landmasses by Santanaraptor and the clade nigersaurines and basal litosthrotians. This Megaraptora. Although megaraptorans or scenario suggests a regular faunal interchange some of their members have been allied with a during the Early Cretaceous. variety of theropod clades, as Dromaeosauridae,

94 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 A mostra Pterosaurs - flight in the age of dinosaurs, um exemplo de sucesso

Alexander W. A. KELLNER1

1Laboratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebrados Fósseis, Departamento de Geologia e Paloentologia, Museu Nacional/UFRJ. E-mail: [email protected]

Existe um consenso que exposições são uma das esteja de acordo com os objetivos da instituição. atividades principais das instituições classificadas Após a escolha dos temas, o curador prepara uma como museus, como também é de conhecimento apresentação formal ao departamento ou setor geral a atração exercida pelos vertebrados de exposições, com um roteiro tentativo e os extintos junto ao visitante. No entanto, com raras tópicos que podem ser desenvolvidos. Nessa fase exceções, as mostras desenvolvidas no Brasil não é analisado se houveram mostras semelhantes já têm alcançado o mesmo sucesso de bilheteria e desenvolvidos sobre o assunto. Em uma etapa de público em comparação com projetos similares campo é feita uma enquete com o visitante para desenvolvidos em outros países. Neste trabalho ter uma noção do interesse do tema central (p.ex., será apresentado os bastidores da organização da pterossauros) e dos tópicos (p.ex., alimentação, mostra Pterosaurs - flight in the age of dinosaurs, cristas, voo) que podem ser desenvolvidos. desenvolvida pelo American Museum of Natural Apenas depois é tomada a decisão de qual History (AMNH - Nova Iorque). Inaugurada em abril exposição será desenvolvida. A exposição em si de 2014, esta exposição, que conta com grande conta com riqueza de detalhes, envolvendo não parte dedicada a pesquisa brasileira, acaba de apenas fósseis, como também a interatividade, ser apresentada no Natural History Museum de que no caso da mostra dos pterossauros teve, Los Angeles (Califórnia), depois de passar pelo entre outros, a possibilidade de “voar” como dois Carnegie Museum of Natura History em Pittsburg tipos de espécies: uma caçando insetos (com (Pensilvânia). O inicio de qualquer exposição mais manobrabilidade) e outra pescando em uma no AMNH se da em uma comissão envolvendo área costeira, havendo a explicação das distintas curadores e profissionais das exposições. características aerodinâmicas. Todo feito com Ideias são levantadas e discutidas, com uma profissionais e pessoal de apoio devidamente curta apresentação de cada (<10 minutos - sem treinado. Esse é um exemplo da necessidade burocracia). Até oito temas são selecionados e de profissionalizar exposições, sem o qual não analisados se estão condizentes com a missão da existe maneira de atrair público para os museus, instituição. Esse é um ponto a ser destacado: não particularmente em um mundo que tanto produz basta ter apelo popular, é necessário que o tema em termos de entretenimento.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 95 On the internal anatomy of the skull of Neoepiblema (Rodentia: Ctenohystrica: Neoepiblemidae)

Leonardo KERBER1; Francisco Ricardo NEGRI2

1CAPPA/UFSM - Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia, Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: [email protected] 2Laboratório de Paleontologia, Campus Floresta, Universidade Federal do Acre. E-mail: [email protected]

Internal anatomy of skull of extant and extinct in the skull of the largest rodent Josephoartigasia caviomorph rodents is yet under-studied. Herein, monesi Rinderknecht & Blanco, 2008 using CT-Scan we studied a skull of the large neoepiblemid slices. Although being large, the sinuses of Neoepiblema ambrosettianus (body size estimated Neoepiblema are not extended caudally as in this at 86-151 kg) (UFAC 4515, Neogene of Solimões dinomyid, in which the sinuses extend posteriorly Formation, State of Acre, western Amazonia) using to the orbital region. In rodents, the well- computed tomography. Slices were obtained by developed frontal sinuses are more commonly medical X-ray tomography in a private clinic in found in large forms (such as eumegamyines and Porto Alegre, southern Brazil. The slices allowed neoepiblemids), and reduced or totally absent the observation of the internal anatomy of the in small forms. The function of these structures skull, revealing the presence of left and right is not completely understood and several well-developed frontal sinuses located on the hypotheses have been proposed to explain it. region, which are in communication with Among the explanations, it has been hypothesized the nasal cavity. The presence of frontal, as well that they could act reducing the weight of the skull as other paranasal sinuses, is a common trait in in large forms; increasing the olfactory sense; the mammalian skull. Nevertheless, in rodents, acting as resonators; or having heat-regulating the presence of such structures is rare, but they effect. Further analyses of the distribution of the are present in some African (Hystrix) and South paranasal sinuses in a phylogenetic context are American porcupines (Coendou), capybaras and necessary for better understanding the evolution dinomyids Eumegamyinae. The presence of well- of these structures and their functionality in the developed frontal sinuses was recently confirmed caviomorph clade.

96 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 A first approach to the phylogenetic transformations of the middle ear ossicles of caviomorph rodents: a character analysis

Leonardo KERBER1; Marcelo SÁNCHEZ-VILLAGRA2

1CAPPA - Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia, Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: [email protected] 2Paläontologisches Institut und Museum Universität Zürich. E-mail: [email protected]

Phylogenetic research using molecular data (“Ctenohystrica type” sensu Mason, 2013) with has recovered the monophyly of Ctenohystrica: synostosis of the malleus and incus, bullet-shaped the Africans Ctenodacytilidae and Petidae + malleus head, and absence of orbicular apophysis. Phiomorpha + the South American Caviomorpha. These traits are present in all analyzed taxa (also in In the latter, four main lineages were recovered: African ctenohystricans). Most caviomorphs also Erethizontoidea + Cavioidea, Octodontoidea show a reduction of the anterior process of the + Chinchilloidea. This framework was used to malleus, in some cases even lacking this structure. analyze the morphological transformations Other studied morphological traits (e.g. length of of the middle ear ossicles (malleus, incus, and the short and long processes of the incus, and stapes) in this large clade encompassing a rich shape of the malleus head) are homoplastic in ecomorphological disparity. Our sample includes their distribution. This is clear, for example, in extant (25) and extinct (3) taxa, representing 13 the distantly related clades erethizontids and families of the four main lineages of Caviomorpha. dinomyids, which have a similar malleo-incudal Collection of data involved visualization of complex. The relative conservatism in ear ossicle specimens with scanning electronic microscope morphology contrasts with the morphological (Museum Universität Zürich), and descriptions disparity and size variation in the group, although in the literature. From this sample, we defined diagnostic characters for several clades were 14 characters to characterize the morphological actually discovered. The fossils examined provide diversity, which were mapped in the phylogenetic examples of the potential for preservation of this framework. Caviomorphs exhibit a conserved diminutive elements of the skull. morphotype of malleo-incudal complex

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 97 Museus de Minas Gerais: exposições e divulgação científica no campo da paleontologia de vertebrados

Mauro Bruno da Silva LACERDA1,2; Michelle Sales Moreira DEMOLINARI1; Pedro Seyferth R. ROMANO2

1Departamento de Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Minas Gerais. Bolsista PIBIC/ UEMG/FAPEMIG. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

O interesse da sociedade em exposições parte dos espécimes apresenta identificação paleontológicas agrega aos fósseis, além de científica relacionada à taxonomia, entretanto, seu valor científico, importância cultural e há quantidade considerável de espécimes sem econômica, tornando museus com acervos e qualquer identificação (30%). Outro ponto exposições fósseis mediadores entre ciência e relevante é a presença de termos generalizados ou sociedade. Desde agosto de 2015 iniciou-se uma informações incorretas (e.g. “Animal Pré-histórico”, parceria entre a UEMG-Ubá e a UFV objetivando “Pinossauro” etc.) nas identificações apresentadas catalogar as informações sobre exposições de ao público. Os resultados preliminares não vertebrados fósseis no estado de Minas Gerais. representam todos os museus com exposições Seis instituições foram avaliadas, com enfoque de Minas Gerais, porém, os dados apontam para no material disponível para fins de exposição e a necessidade de melhoria nas informações sobre ensino. Foram realizadas visitas in loco ao longo o acervo exposto, tornando a exposição auto- do primeiro semestre de 2016 nas seguintes explicativa e mais atrativa ao público. A exposição instituições: (1) Museu de Ciências Naturais da da PUC-MG é, certamente, a mais completa. Pontifícia Universidade Católica, Belo Horizonte Os Museus Peter Lund e MHNJB apresentam (PUC-MG); (2) Museu de História Natural e maior uniformidade de informações expostas Jardim Botânico da Universidade Federal de ao público. O MALS possui um acervo variado, Minas Gerais, Belo Horizonte (MHNJB); (3) Museu com importantes exemplares expostos sem Arqueológico da Região de Lagoa Santa (MALS); informações detalhadas. O MZUFV não apresenta (4) Museu Peter Lund, Lagoa Santa; (5) Museu de fósseis expostos permanentemente, apesar de Zoologia João Moojen, UFV, Viçosa (MZUFV) e (6) já ter realizado exposições periódicas e possuir Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef, UFV, acervo didático com mais de 300 exemplares, além Viçosa (MCTAD). O MCTAD apresenta poucos de uma coleção científica incipiente. Ao término do fósseis expostos, sem informações detalhadas. projeto, espera-se que uma monografia sobre o As demais exposições somaram 212 espécimes. tema seja elaborada e os curadores responsáveis Dentre estes, observou-se que 66% apresentam por cada coleção serão informados sobre identificação taxonômica em nível genérico possíveis melhorias ou correções necessárias às ou específico, 4% apresentam identificação suas respectivas exposições. Além disso, uma taxonômica supragenérica, 29% apresentam exposição permanente de fósseis será elaborada informação de procedência, 32% apresentam para o MZUFV utilizando parte do acervo desta datação. Entretanto, 25% dos espécimes não instituição. apresentam nenhuma informação. A maior

98 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Nota preliminar sobre novos materiais de vertebrados fósseis da Formação Solimões (Mioceno Superior), Acre, Brasil

Mauro Bruno da Silva LACERDA1,2; Natália Benevenuto LOPES2; Leonardo Souza LOBO3; Carlos Ernesto SCHAEFER4; Pedro Seyferth R. ROMANO2

1Departamento de Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Minas Gerais. Bolsista PIBIC/UEMG/FAPEMIG. E-mail: [email protected] 2Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]; [email protected] 3Laboratório de Processamento de Imagem Digital, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 4Departamento de Solos, Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

Reportamos novos espécimes de vertebrados esquerda (MZUFV-P 0006) e um possível fragmento fósseis coletados em Julho de 2010 no topo da de placa periferal (MZUFV-P 0007). Finalmente, Formação Solimões, a 100 metros da Rodovia o mamífero é representado por um osso BR 364, no município de Sena Madureira, escafoide (MZUFV-P 0008). Além dos exemplares Acre (coordenadas de referência: 9º02’43,20”S mencionados, existem quatro fragmentos de 68º46’18,12”W). Os fósseis totalizam 53 vértebras que não puderam ser identificadas até fragmentos ósseos isolados e provém de rochas o momento, além de ossos longos incompletos. O do Mioceno Superior. O afloramento estava recém osteoderma caudal de crocodiliforme (MZUFV-P exposto pelo taludamento da rodovia. Representa 0004) apresenta uma paleopatologia, evidenciado um nível de argilas expansivas, cinza esverdeado, pela presença de um calo ósseo proeminente. Os rico em fosfatos e sulfatos, e onde se podem materiais de Testudines (MZUFV-P 0006 e 0007) observar zonas concrecionadas esbranquiçadas, são, possivelmente, pertencentes às famílias onde abundam restos ósseos diversos, muitos Podocnemididae ou Chelidae. O escafoide de dos quais rolados ou transportados nos cortes mamífero pode ser identificado em um nível de estrada. O material foi coletado por livre hierárquico mais inclusivo: Toxodontidae caminhamento ao longo de um patamar, numa (Notoungulata) e uma identificação mais altura de talude de corte rodoviário de cerca de precisa não é possível apenas com um osso 10 metros acima do nível da estrada. A maioria carpal. Diversos fragmentos ainda não foram do material encontra-se em preparação e não identificados e espera-se que ao término da pode ser identificado até o momento. Entretanto, preparação novos elementos ósseos possam ser cinco ossos foram identificados, representando identificados e descritos. De qualquer forma, se três táxons distintos: (1) Crocodylomorpha, considerarmos a biodiversidade conhecida para (2) Testudines e (3) Mammalia. O primeiro é a Formação Solimões, a localidade apresenta representado por dois osteodermos: um caudal potencial considerável, tendo em vista que o (MZUFV-P 0004) e o outro um osteodermo dorsal material coletado encontrava-se aflorando na (MZUFV-P 0005). O segundo clado é representado matriz rochosa friável, branda e em exposição por dois fragmentos de carapaça: uma placa costal acessível.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 99 Estudo preliminar das estruturas intracranianas de Stratiotosuchus maxhechti (Crocodyliformes, Baurusuchidae)

Bruno Cláudio LIMA DA SILVA1; Luciana Barbosa de CARVALHO2; Sergio AZEVEDO2

1Programa de Pós-graduação em Geociências – Patrimônio Geopaleontológico, Museu Nacional/UFRJ. FAPERJ. E-mail: [email protected] 2Museu Nacional/UFRJ. E-mail: [email protected]

Os Crocodyliformes da Bacia Bauru compreendem o olfato como um sentido sensorial desenvolvido, uma ampla variedade de espécies pertencentes à na qual o sentido poderia ser bastante útil vários grupos, um deles são os baurussuquídeos, na busca por potenciais fontes de alimento, que tem demostrado através de estudos tornando este um sentido sensorial de importante anteriores uma tendência a terrestrialidade. influência nos hábitos de vida da espécie. Em O estudo morfológico dos Crocodyliformes relação aos seios paranasais, foram observados fósseis tem sido realizado a partir de uma poucos pontos de comunicação entre os seios abordagem bastante convencional, com a paranasais e a passagem de ar, característica descrição das estruturas osteológicas visualizadas também visualizada nos exemplares viventes externamente. O objetivo desta pesquisa é analisados. Esses pontos se apresentam como reconstruir e analisar as estruturas intracranianas aberturas de pequenas dimensões se comparado de Stratiotosuchus maxhechti contribuindo assim ao observado em Mariliasuchus amarali. Baseado com informações inéditas que poderão ser nestas evidências, pode-se levantar a hipótese utilizadas em futuros estudos filogenéticos e que a troca de ar nestas estruturas se daria de que permitirão recuperar um pouco da história forma lenta e por difusão em S. maxhechti, T. pretérita desta espécie e sua atuação no meio schlegelii, C. acutus e M. niger. Em Caiman latirostris ambiente em que vivia. O material utilizado curiosamente os seios paranasais se apresentam no estudo foi o exemplar de Stratiotosuchus bem mais afastados da passagem de ar, possuindo maxhechti (DGM 1477-R - Departamento Nacional várias trabéculas entre os mesmos, característica da Produção Mineral). Este foi submetido à esta que só foi observada neste exemplar em tomografia computadorizada helicoidal gerando comparação com os outros espécimes analisados. imagens nos três planos de corte anatômico Além disso, a circulação de ar atmosférico entre (coronal, sagital, axial) de maneira a obtermos os seios e o canal da passagem de ar ocorreria ao final, imagens tridimensionais do endocrânio. através de movimentos mandibulares, gerando A cavidade olfatória no exemplar analisado um resfriamento da musculatura mastigatória, é bem demarcada, sendo a mais volumosa que seria de maior eficácia para M. amarali. (150815.86mm³) entre os crocodilianos utilizados Com isso, é provável que Stratiotosuchus como material comparativo (Tomistoma schlegelii, maxhechti não tivesse uma complexidade nas Caiman latirostris e Crocodylus acutus), inferior ações mastigatórias, não necessitando tanto do somente a Melanosuchus niger (282956.19mm³). resfriamento da musculatura mandibular. Estes dados podem indicar que a espécie possuía

100 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Morfologia da orelha interna de crocodilianos (Melanosuchus niger, Crocodylus acutus e Tomistoma schlegelii) utilizando tomografia computadorizada

Bruno Cláudio LIMA DA SILVA1; Luciana Barbosa de CARVALHO2; Sergio AZEVEDO2

1Programa de Pós-graduação em Geociências – Patrimônio Geopaleontológico, Museu Nacional/UFRJ. FAPERJ. E-mail: [email protected] 2Museu Nacional/UFRJ. E-mail: [email protected]

Atualmente os crocodilianos compõem um grupo as análises, foi constatado que não existe uma de 23 espécies com médio e grande porte. O variação morfológica significante nos canais grupo Crocodylia é dividido em três famílias: semicirculares laterais entre os crocodilianos Alligatoridae, Crocodylidae e Gavialidae. O atuais, o que se reflete na sua postura de alerta objetivo do presente estudo é descrever a orelha quase completamente horizontal em relação interna em Crocodylia utilizando representantes ao solo (ângulo de declinação de cerca de 0º). O das três famílias viventes, visando contribuir com espécime Melanosuchus niger apresenta a maior conhecimentos morfológicos que podem ser orelha interna entre os crocodilianos descritos na utilizados em análises sistemáticas e inferências presente pesquisa (Crocodylus acutus e Tomistoma sobre o comportamento destes animais. O material schlegelii), havendo uma elevação significante do utilizado no estudo são crânios pertencentes canal semicircular rostral em relação ao canal a: Melanosuchus niger (MN 66-R), Crocodylus semicircular caudal que não é percebida em acutus (DGM 127-R) e Tomistoma schlegelii (DGM nenhum dos outros espécimes analisados, além 290-R) e estão depositados na Coleção de de possuir o maior ducto coclear, característica Paleovertebrados do Museu Nacional/UFRJ e no esta que provavelmente o proporciona uma DNPM unidade Rio de Janeiro. Os exemplares audição mais aguçada do que a Crocodylus acutus foram submetidos à tomografia computadorizada e Tomistoma schlegelii. Em Tomistoma schlegelii helicoidal gerando imagens nos planos coronal, nota-se uma torção do ducto coclear que é bem sagital e axial, de maneira a obtermos imagens mais intensa em direção ao eixo sagital do que tridimensionais do endocrânio. Esta metodologia a observada em Crocodylus acutus, Melanosuchus permite o acesso às áreas internas do crânio niger e nos outros espécimes utilizados como com alta precisão diagnóstica, sem necessidade material comparativo. Também foi calculado de realizar cortes ou danificar ao material em o índice de arredondamento dos canais questão. Além disso, permite comparar os semicirculares verticais (rostral e caudal), na qual resultados de crocodilianos recentes com fósseis o exemplar Crocodylus acutus apresentou o maior sob o mesmo parâmetro metodológico. Foram arredondamento dos mesmos, o que nos permite realizadas medidas de comprimento e largura inferir que provavelmente o Crocodylus acutus do espaço interno de cada canal semicircular possui uma maior agilidade (reflexo) na aquisição e mensurada a altura e a largura das orelhas de uma presa em relação à Melanosuchus niger e internas utilizando o software Mimics 10.1. Após Tomistoma schlegelii.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 101 Dados preliminares de estudos taxonômicos e tafonômicos de vertebrados fósseis da Gruta da Presa I, município de Paripiranga, BA

Jefferson de Souza LIMA1; Jorge Luiz Lopes da SILVA2; Édison Vicente de OLIVEIRA1; Ana Paula Lopes da SILVA2; Bruno de Araújo GOMES2; Elaine Pollyanna Alves SILVA2; Johnson Sarmento de Oliveira NASCIMENTO1; Lucas Ferreira FRANÇA2; Yumi ASAKURA Bezerra de Oliveira1

1Laboratório de Paleontologia, CTG, UFPE. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Paleontologia, MHN, UFAL. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

As cavernas brasileiras destacam-se pela material fossilífero foi levado para preparação formação de importantes acumulações fossilíferas no Setor de Paleontologia do MHN–UFAL. O de vertebrados do Quaternário. Paripiranga está grupo taxonômico predominante identificado, localizado no Nordeste do Estado da Bahia e até o momento, pertence à Família Tayassuidae possui rico patrimônio espeleológico. A caverna Palmer, 1897, representado por animais onívoros prospectada é a Gruta da Presa I, situada na base de dentição braquiodonte e bunodonte. Os de um paredão de metacarbonatos da Formação molares apresentam desgaste, indicando Olhos D’Água do Grupo Vaza Barris, dentro de indivíduos adultos e/ou uma dieta abrasiva. O dolina de dissolução. Escavação com controle gênero Tayassu, com duas espécies viventes, T. estratigráfico foi realizada em três incursões tacaju e T. pecari possuem ampla distribuição, entre 2015 e 2016. A coleta de espécimes fósseis desde o sul dos EUA até o norte da Argentina. Um ocorreu por decapagem superficial e uma segundo gênero atual, o Catagonus (C. wagneri) trincheira de 100cm por 50cm sondada de acordo tem distribuição restrita, habitando a região do com procedimentos de escavação paleontológica Chaco paraguaio, também em partes da Bolívia até uma profundidade de 50cm, analisadas em e Argentina, porém no Pleistoceno o extinto C. camadas de 10cm. Foram destinadas amostras stenocephalus teve ampla distribuição na América de material fóssil para datação e análises de do Sul. A desintegração dos ossos pode estar isótopos estáveis de Carbono e Oxigênio a fim associada a um solo ácido em função do guano. de determinar a paleodieta dos organismos. Com os resultados dos isótopos será possível uma Grande quantidade de fragmentos de conchas de melhor interpretação do forrageio desses animais, gastrópodes foi observada, bem como conchas bem como do paleoambiente. A incrustação de inteiras incrustadas em blocos e nas paredes. conchas nas paredes da caverna, com 2m de altura No sedimento encontram-se clastos que vão de em relação ao solo, pode estar relacionado com seixo a matacão suportados por uma matriz de períodos de inundação. A acumulação fossilífera sedimento fino com material vegetal recente parece ter sido formada pela ação de enxurrada, incorporado. Dentes molariformes inseridos em carreando os ossos para o interior da caverna. fragmentos mandibulares foram coletados em Com os resultados das análises físico-químicas bom estado de preservação, além de elementos será possível uma interpretação paleoecológica e de crânio e pós-crânio isolados. Notou-se paleoambiental mais detalhada. grande quantidade de ossos desintegrados. O

102 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Preliminary description of a partial sacrum assignable to Maxakalisaurus topai (Aeolosaurini: Sauropoda)

Thiago C. LIMA1; Lucas A. BARCELOS1; Douglas RIFF1

1Laboratório de Paleontologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia. CNPq, SESu/MEC. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Maxakalisaurus topai is a medium sized titanosaur layers represent the fourth sacral and its size is sauropod dinosaur with an estimated length not distinguishable. All sacral ribs have laterally of 13m, found in fine to medium sandstones of expanded and flat proximal and distal apices, the Adamantina Formation cropping out at road the last touching each other isolating a series BR-497, about 45 km west of Prata town, Minas of fontanelles but without fusion, denoting the Gerais State. Recovered from 1998 to 2002 and immaturity of the individual. The first and bigger formally described in 2005, the holotype consists sacral rib have a markedly concave anterior border of a disarticulated bone assemblage representing and twisted axis, while the second and third around 30% of the skeleton. The specimen (MN sacral ribs have proximal and distal expansions 5013-V) is housed at the Museu Nacional of the at same plane and anterior border with lesser Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de degree of concavity. The bones show essentially Janeiro, Brazil. The only sacral elements are one the same preservational condition, color and size vertebral centrum and the distal portion of a left compatibility with the holotype of M. topai. Being ischium. In 2011 new field incursions to the type- also prevenient from the same site and horizon, locality of M. topai unearthed a partial sacrum we suggest that this sacrum can be referred as housed at Zoological Collection of Instituto de hypodigm of the species. Further preparation will Biologia/UFU. For now only the ventral side of be conducted to reveal sacral vertebrae in order the sacral ribs is available for analysis. There are to complete the description of the material and four sacral ribs preserved, being the first around comparison with vertebral series of the holotype 25% larger than second and third ones, these of Maxakalisaurus topai. having the same size. However, only tiny bone

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 103 Relationships of actinopterygian fish from the interval Carboniferous-Permian of South America

Renan V. LOPES1; Marcelo B. COSTA1; Francisco J. de FIGUEIREDO1

1Laboratório de Ictiologia, DZ, IBRAG, UERJ. E-mail: [email protected]

Basal actinopterygians from the Brazilian skeletal structures are relatively well-known. All Paleozoic are represented in institutional mainly characters were taken of the most comprehensive by isolated teeth, scales, and fragments of dermal works dealing with the interrelationships of bones of unclear taxonomic position. Complete basal actinopterygians. Among these taxa, and articulated specimens are rare. The nominal we have included some fishes described from species known from articulated skeletons are: the interval Carboniferous-Permian of South Angatubichthys mendesi, Santositchthys mafrensis, America, particularly Angatubichthys mendesi, Brazilichthys macrognathus, Tholonosteon Rubidus pascoalensis, Tholonotus braziliensis, santacatarinae, Tholonotus braziliensis, Roslerichthys riomafrensis, and Santosichthys Paranaichthys longianalis, Roslerichthys mafrensis due to preservation and availability. riomafrensis, and Rubidus pascoalensis. They were Their interrelationships have not previously been found in outcrops occurring in Paraná Basin studied in a cladistic framework. Polypterus was through São Paulo, Paraná and Santa Catarina used for rooting the tree. As a result we obtained states. The type series of the two first species 4 shortest trees (L= 91; CI=0.428; RI=0.646). are housed in the paleozoological collection of According to the majority rule consensus, UERJ and include specimens well preserved and Rubidus is positioned advanced in the tree in informative. Another material is deposited in comparison to Cheirolepis trailli, Moythomasia the Museu de Ciência e Tecnologia da PUC-RS, nitida, and Mimia toombsi. Furthermore, it is Departamento de Geologia da USP, and sister-group of remaining actinoptergygian Muséum national d’Histoire naturelle de Paris. fishes. Tholonotus and Roslerichthys show unclear Beyond original description a few is known about position but Santosichthys appears in the tree as their affinities. Hence we carried out a parsimony sister-group of a clade containing Angatubichthys analysis with the program TNT version 1.1. taking plus Palaeoniscus freieslebeni. Reduced values of into account a data matrix composed 37 unordered descriptive indices (CR and RI) for the tree still and unweighted characters and 23 selected indicate poor anatomical knowledge of many taxa. taxa representing actinopterygians whose

104 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Uma nova técnica de moldagem de fósseis: o uso de lenço de papel em um dinossauro de grande porte

Bárbara da Silva MACIEL1; Priscila Joana G. de PAULA1; Eric da Fonseca SILVA1; Natan Santos BRILHANTE1; Kamila L. N. BANDEIRA1

1Laboratório de Preparação de Vertebrados Fósseis, Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

Uma das técnicas mais utilizadas pela estão grandes fraturas, preenchimento com paleontologia de vertebrados nas áreas de cimento e gesso, partes coladas com laca preparação e curadoria é a moldagem flexível. envelhecida, excesso de paralóide, além das Esta técnica, trazida das Belas Artes, possibilita áreas de pneumaticidade aparente. Todos esses a confecção de réplicas fidedignas de fósseis, fatores contribuíram com a fragilidade da peça, promovendo a difusão do conhecimento por dificultando o processo de maneira geral. A meio de exposição e permuta de materiais entre vértebra foi moldada em sete áreas distintas, instituições, uma vez que os originais, holótipos sendo utilizadas diferentes técnicas de moldagem, de fragilidades e valores incalculáveis, estão de acordo com a necessidade de cada parte. As sob a salvaguarda de coleções. Normalmente áreas pneumáticas foram as que representaram a moldagem flexível é uma técnica simples, o maior problema, visto que o uso em excesso entretanto, alguns problemas podem ocorrer de paralóide ou vaselina poderia comprometer dependendo do estado de preservação de cada a integridade do fóssil. Assim, a fim de manter a peça. Algumas características preexistentes no forma da peça, foram utilizados pedaços de lenço fóssil (e.g., fraturas) podem representar alto risco de papel (< 10 cm²), cerca de duas a três camadas, a este processo, pois o silicone utilizado para sobrepostos com vaselina sólida. Após ser moldagem pode infiltrar nas rachaduras. Além umidificado pela vaselina, o lenço aderiu ao fóssil disso, a expansão do silicone catalisado pode assumindo a forma do mesmo e preservando, resultar na quebra e na perda de informações assim, o formato original. Cerca de 10 minutos importantes do exemplar. A técnica de moldagem depois que todas as áreas foram preparadas, a ser descrita aqui foi idealizada pelo paleoartista as camadas de silicone foram aplicadas. Após Claudio Salema, em 2009, sendo desenvolvida a secagem, o material foi desmoldado. Vale e implementada pela equipe de preparadores ressaltar que o papel permaneceu junto ao e alunos do Laboratório de Preparação de silicone e pôde ser retirado facilmente, sem Vertebrados Fósseis do Museu Nacional. No comprometer o exemplar, o molde e a réplica. Os processo de moldagem do espécime MCT 1628-R resultados obtidos demonstraram a eficácia da aqui apresentado – uma vértebra cervical de técnica de moldagem com a utilização de lenço Titanosauria de grandes dimensões (480 mm papel, podendo esta ser aplicada futuramente em de altura) –, entre os problemas encontrados outros grupos de vertebrados.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 105 Heart fossilization is possible and informs the evolution of cardiac outflow tract in vertebrates

Lara MALDANIS1,2; Murilo CARVALHO2,3; Mariana Ramos ALMEIDA4; Francisco Idalécio FREITAS5; José Artur Ferreira Gomes de ANDRADE6; Rafael Silva NUNES7; Carlos Eduardo ROCHITTE8; Ronei Jesus POPPI4; Raul Oliveira FREITAS7; Fábio RODRIGUES9; Sandra SILJESTRÖM10; Frederico Alves LIMA7; Douglas GALANTE7; Ismar S. CARVALHO11; Carlos Alberto PEREZ7; Marcelo Rodrigues de CARVALHO3; Jefferson BETTINI12; Vincent FERNANDEZ13; José XAVIER-NETO2

1Department of Pharmacology, University of Campinas, Campinas, Brazil. CAPES. E-mail: [email protected] 2Brazilian Biosciences National Laboratory, Campinas, Brazil. FAPESP; CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected] 3Department of Zoology, Biosciences Institute, University of São Paulo, São Paulo, Brazil. E-mail: [email protected] 4Institute of Chemistry, University of Campinas, Campinas, Brazil. E-mail: [email protected]; [email protected] 5Geopark Araripe, Crato, Brazil. E-mail: [email protected] 6National Department of Mineral Production, Ministry of Mines and Energy, Crato, Brazil. E-mail: [email protected] 7Brazilian Synchrotron Light Laboratory, Campinas, Brazil. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 8Heart Institute, InCor, University of São Paulo, São Paulo, Brazil. E-mail: [email protected] 9Institute of Chemistry, University of São Paulo, São Paulo, Brazil; [email protected] 10Department of Chemistry, Materials, and Surfaces, SP Technical Research Institute of Sweden, Boras, Sweden. E-mail: [email protected] 11Departamento de Geologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil. E-mail: [email protected] 12Brazilian Nanotechnology National Laboratory, Campinas, Brazil. E-mail: [email protected] 13European Synchrotron Radiation Facility, Grenoble, France. E-mail: [email protected]

Elucidating cardiac evolution has been frustrated arteriosus containing at least five valve rows. This by lack of fossils. One celebrated enigma in cardiac represents a transitional morphology between evolution involves the transition from a cardiac the primitive, multivalvar, conal condition and the outflow tract dominated by a multi-valved conus derived, monovalvar, bulbar state of the outflow arteriosus in basal actinopterygians, to an outflow tract in modern actinopterygians. Our data tract commanded by the non-valved, elastic, rescue a long-lost cardiac phenotype (119-113 bulbus arteriosus in higher actinopterygians. Ma) and suggest that outflow tract simplification We demonstrate that cardiac preservation is in actinopterygians is compatible with a gradual, possible in the extinct fish Rhacolepis buccalis rather than a drastic saltation event. Overall, our from the Brazilian Cretaceous. Using X-ray results demonstrate the feasibility of studying synchrotron microtomography, we show that cardiac evolution in fossils. Rhacolepis fossils display hearts with a conus

106 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Aspectos tafonômicos de cervídeos e equídeos preservados em depósito da Gruta do Urso, Estado de Tocantins, Norte do Brasil

Victoria MALDONADO1,2,4; Lucas Guimarães Pereira MONTEIRO2,5; Alline ROTTI1; Helena MACHADO1,3; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR2; Leonardo dos Santos AVILLA1

¹Laboratório de Mastozoologia, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] ²Departamento de Estratigrafia e Paleontologia, Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]; [email protected] ³Programa de Pós-graduação em Patrimônio Geopaleontológico, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro 4FAPERJ 5PIBIC-UERJ

Este trabalho tem como objetivo um estudo no material. Confirmando estas ações, foram tafonômico de elementos pós-cranianos de reconhecidas marcas de dentes paralelas entre si cervídeos e equídeos da caverna Gruta do e perpendiculares ao maior eixo em um calcâneo Urso, Estado do Tocantins, com a finalidade de cervídeo e punções com marcas de dentes na de interpretar a origem dessa concentração epífise de um úmero (E. neogeus), sendo estes, fossilífera e seus aspectos paleoecológicos. os elementos mais significativos nesta análise. A tafocenose de estudo nesta contribuição A presença de felídeo de grande porte (Panthera inclui três morfótipos de cervídeos e o equídeo onca), canídeos de pequeno porte e um ursídeo Equus neogeus. Nesses casos, as assinaturas (Arctotherium wingei) encontrados na Gruta do relacionadas à desarticulação e intemperismo Urso é um indício em favor das interpretações sugerem que o material permaneceu por um dos possíveis necrófagos. Sugere-se também período de um a cinco anos em exposição, que todos os restos desarticulados e o membro visto que 78,6% dos elementos de cervídeos e posterior mumificado de cervídeo tenham grande parte dos espécimes de equídeos, em sido transportados para o interior da caverna, sua maioria desarticulados, estão enquadrados onde grande parte dos elementos de cervídeos no estágio 1 de intemperismo. Identificou-se sofreu exposição na lâmina d’água e incrustação, a possibilidade de mumificação como um dos totalizando 93% destes espécimes. Em ambos processos de preservação de alguns elementos os casos, o transporte dos elementos ocorreu de cervídeos, principalmente em um conjunto devido a múltiplos eventos de cursos hidráulicos articulado que inclui parte do zigopódio e todo o de baixa energia, corroborado pelas marcas autopódio, em posição de recurvamento. Durante moderadas de abrasão ou mesmo ausência a necrólise, elementos de ambas as famílias desta. A baixa representatividade de marcas de sofreram necrofagia. Foram identificadas marcas dentes na tafocenose como um todo, bem como da ação de felídeos de grande porte e canídeos a baixa seleção bioclástica observada, permitem de pequeno porte nos cervídeos, os quais excluir a possibilidade de transporte de restos apresentam impressões cônicas e bem marcadas, por predadores/necrófagos para o interior da sendo encontradas em cinco elementos do caverna. Por fim, os processos interpretados, material coletado. Ursídeos foram associados especialmente a mumificação, sugerem que a como os principais agentes nas carcaças de história bioestratinômica dessa tafocenose se deu equídeos devido ao padrão de fratura existente sob um clima árido.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 107 Diversidade de vertebrados da Formação Uberaba (Bacia Bauru, Cretáceo Superior)

Thiago da Silva MARINHO1,3; Agustín Guillermo MARTINELLI2; Luiz Carlos Borges RIBEIRO1

1Universidade Federal do Triângulo Mineiro. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CNPq. E-mail: [email protected] 3CNPq, FAPEMIG

A Formação Uberaba é uma unidade desconhecida e demonstrando como esta é uma litoestratigráfica de ocorrência exclusiva no unidade extremamente fossilífera. Dentre estes, município de Uberaba (MG) e em alguns poucos destacam-se centenas de fósseis coletados na afloramentos em Veríssimo (MG). Estas rochas escavação das obras de um condomínio, onde consistem em arenitos finos a médios, maciços foram encontrados dois esqueletos parciais com estratificação cruzada de pequeno porte, semiarticulados e um dente de titanossauro, intercalados por siltitos e níveis de conglomerado quatro dentes de dinossauros terópodes e um na base onde contata com a Formação Serra Geral. dente de crocodiliforme Peirosauridae. Além A coloração varia entre avermelhado e verde, com a destes materiais, um terceiro dente maxilar contribuição de cinzas vulcânicas em um ambiente esquerdo de um crocodiliforme Baurusuchidae fluvial entrelaçado. Devido a ocorrência destas foi encontrado na escavação de uma cisterna rochas ser predominantemente sob o perímetro em uma residência. O acompanhamento das urbano de Uberaba, o acesso aos fósseis torna- escavações em apenas uma obra revelou uma se restrito a escavações de rochas, especialmente diversidade paleobiológica desconhecida para a em obras de engenharia como construções Formação Uberaba, demonstrando a importância de edifícios e aberturas de vias públicas. Até deste tipo de prática em empreendimentos que recentemente, a diversidade paleobiológica realizem interferência nestas rochas no município conhecida para a Formação Uberaba era restrita de Uberaba. Com base nos frequentes achados, a restos de titanossauros, três ovos de dinossauro em um maior acompanhamento das escavações terópode e um centro vertebral atribuído a no município e na conclusão da preparação dos Megaraptora. No ano de 2015 uma série de fósseis coletados, a diversidade da Formação novos fósseis foi resgatada em escavações Uberaba deve se revelar ainda maior no futuro. no município, revelando uma diversidade

108 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Relação entre a envergadura e o tamanho de ossos alares em Pterosauria

Maikon F. MARKS1; José R. I. RIBEIRO2; Felipe L. PINHEIRO1

1Laboratório de Paleobiologia, Universidade Federal do Pampa, Campus São Gabriel, RS. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Estudos da Biodiversidade do Pampa, Universidade Federal do Pampa, Campus São Gabriel, RS. E-mail: [email protected]

Pterossauros foram arcossauros voadores foram determinadas a partir da literatura ou caracterizados principalmente, mas não acesso direto a espécimes. Medidas de cada um unicamente, pelo alongamento do quarto dígito dos elementos foram submetidas a regressões de seus membros anteriores, sustentando uma lineares com o método de mínimos quadrados membrana alar que permitia o voo ativo. O tendo, como variável independente, o somatório tamanho relativo dos diferentes ossos alares é de todos os elementos alares de cada táxon. As uma característica chave na divisão clássica dos análises foram realizadas com o auxílio do software pterossauros entre o clado Pterodactyloidea e R e o pacote smatr. Como resultado percebeu-se o grupo parafilético dos não-Pterodactyloidea crescimento hipoalométrico do úmero (b = 0,80, (“Rhamphorhynchoidea”), que reúne os intervalo de confiança 0,74 a 0,87; p < 0,001; teste pterossauros considerados basais. Percebe-se, de isometria, p < 0,001) e a relação ulna/rádio em Pterosauria, grande diversidade de tamanhos (b = 0,84, intervalo de confiança 0,76 a 0,93; p < corporais e, como padrão geral, pterossauros 0,001; teste de isometria, p < 0,001). Metacarpais pterodactilóides tendem a apresentar aberturas do dígito alar e o elemento funcional formado alares maiores do que os não-pterodactilóides. pelas falanges do dígito alar apresentaram Ainda assim, e a despeito da frequente utilização crescimento isométrico nos táxons analisados das proporções entre ossos alares com finalidades (teste de isometria, p = 0,2788 e p = 0,3116, taxonômicas, uma possível correlação entre o respectivamente). A alometria negativa dos tamanho de elementos alares e a envergadura elementos alares mais proximais poderia refletir total dos animais nunca foi investigada. Neste estresses mecânicos inerentes à locomoção aérea trabalho verificamos a existência de tal correlação em animais de maior porte ou contingências e analisamos relações entre essas variáveis através filogenéticas, o que será investigado em trabalhos de comparações morfométricas entre as asas de futuros. Ainda assim, proporções entre ossos diversos pterossauros representativos de várias alares devem ser utilizadas com cautela em linhagens. Para isto, medidas do comprimento determinações de parentesco de pterossauros, do úmero, ulna/rádio, metacarpal IV e falanges já que este parâmetro pode ser influenciado por alares de vinte e oito espécies diferentes (15 outros fatores além de simples sinal filogenético. Pterodactyloidea e 13 não-Pterodactyloidea)

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 109 New findings in the Adamantina Formation (Bauru Group) at Campina Verde municipality enlarge the diversity of vertebrates from the Late Cretaceous of Triângulo Mineiro (MG)

Agustín G. MARTINELLI1,2; Thiago da Silva MARINHO2,3; Fabiano V. IORI4; Luiz Carlos Borges RIBEIRO2,3

1Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CNPq. E-mail: [email protected] 2Centro de Pesquisas Paleontológicas L. I. Price 3Universidade Federal do Triângulo Mineiro. CNPq, FAPEMIG. E-mail: [email protected]; [email protected] 4Museu de Paleontologia “Prof. Antonio Celso de Arruda Campos”. E-mail: [email protected]

Field work conducted by the staff of the Centro body length of 70 cm, has a combination of de Pesquisas Paleontológicas Llewellyn Ivor features that does not allow its inclusion in any Price of the Universidade Federal do Triângulo of the hitherto known species. Those observed Mineiro since 2009 at Campina Verde municipality differences (e.g., last two maxillary teeth (MG) have resulted in the discovery of a located posterior to anterior edge of infraorbital diverse vertebrate fauna from the Adamantina fenestra, elongated lateroventral maxillo-jugal Formation (Bauru Basin). It represents massive suture –about ½ the anteroposterior maxillar red sandstones associated to fluvial deposits. length–, large facial process of premaxilla, contact The baurusuchid Campinasuchus dinizi was between posterior crest of quadrate and posterior described in 2011 from Fazenda Três Antas (FTA) end of squamosal forming an almost 90° flaring site and after that, preliminary descriptions of roof of the squamosal) could have intra-specific a partial crocodyliform egg, abelisaurid teeth or inter-specific significance, and if confirmed, and fish remains have been done. Recently, the the latter could correspond to temporal and/or fossil sample has been considerably increased phylogenetic differences among the . iii( ) including the following specimens: (i) more and Finally, an isolated right femur of Noasauridae was partially articulated fish remains referred to found in a new outcrop located about 6kms from Lepisosteiformes from FTA site. Antero-posteriorly FTA. It is a slender bone, anteriorly bowed, with short and medially convex jaws are similar to 13.2cm of total length. It is similar to that of the those of Atractosteus and Cuneatus. Also, the noasaurids Masiakasaurus and Velocisaurus from subopercular bone has a denticulated distal edge the Late Cretaceous of Madagascar and Argentina, similar to A. falipoui from the Lower Cretaceous respectively, all sharing a sub-triangular proximal of Africa. (ii) An almost complete and articulated shaft section and a large medial fossa next to the skeleton referred to Caipirasuchus sp. (Notosuchia, 4° trochanter. Field works at the west portion of ) was found in FTA site. At present, Triângulo Mineiro are providing new clues on the this genus is restricted to the Adamantina diversity of the Late Cretaceous communities Formation outcropping in São Paulo state, with of the Bauru Group, but this assemblage is still the species C. montealtensis, C. paulistanus, and less diverse than those from western São Paulo, C. stenognathus. The new specimen, with a total probably due to sampling.

110 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 The oldest ictidosaur cynodont (Therapsida) from the late Carnian of southern Brazil and its implication in probainognathian evolution

Agustín G. MARTINELLI1; Marina SOARES1; Pablo RODRIGUES1; Cesar SCHULTZ1

1 Departamento de Paleontologia e Estratigrafia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

Ictidosauria was defined in 2007 as the clade the traversodontid cynodont Exaeretodon over including the most recent common ancestor of the rhynchosaur Hyperodapedon as occur in Riograndia guaibensis and Pachygenelus monus, and the Exaeretodon Biozone of the upper half of all its descendants. This is a diverse group of small the Ischigualasto Formation in Argentina. The sectorial-toothed probainognathian cynodonts new specimens include two partial with that traditionally disputed with tritylodontids the jaws. The postcanine dentition is conspicuously sister group relationship with Mammaliaformes similar to that of Riograndia guaibensis, from the in phylogenetic hypotheses. After the discovery younger Riograndia AZ. It consists of leaf-shaped, of Brasilodontidae, Ictidosauria was positioned in sectorial postcanines with up to 10 small cusps, a more basal position within the Prozostrodontia four or five of these distributed both in the mesial clade. Up to now, the record of ictidosaurs and distal edges of the tooth. As in Riograndia, spans from the early (late ) of the the new specimens lack the postorbital bar, and southern Brazil and western Argentina to the feature a short and wide snout, and interpterygoid Hettangian (early Jurassic) of South Africa and vacuities. Differing from Riograndia, the new . Seven species are hitherto known taxon possesses a larger upper/lower canine including the basal Riograndia guaibensis plus the and the postcanines have faint mesio-lingual and tritheledontids Irajatherium hernandezi, Chaliminia disto-lingual cingula, with small, discrete cusps. musteloides, Elliotherium kersteni, Pachygenelus In addition, the absolute skull size is about three monus, Diarthrognathus broomi, and Tritheledon times larger than that of Riograndia. Its inclusion in riconoi. We present herein new specimens of a phylogenetic analysis, positioned the new taxon ictidosaur cynodont discovered in the Janner as the sister-taxon of Riograndia, forming a group site, Agudo Municipality, Rio Grande do Sul State, basal to Tritheledontidae. This topology reinforces Brazil. The new specimens come from levels of the original proposal that considers Riograndia the Santa Maria Formation corresponding to the into its own Family Riograndidae. The relative large Hyperodapedon Assemblage Zone (AZ, Candelária size of the new taxon at the base of the ictidosaur Sequence, Santa Maria Supersequence, Paraná clade and within small sized prozostrodontians Basin), late Carnian of southern Brazil, and are opens new questions into the complex and still thus the oldest representatives of this clade. poorly explored macroevolutionary changes prior In the Janner site there is a predominance of to the mammaliaform condition.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 111 Variação dentária em Prestosuchus chiniquensis (Pseudosuchia: Loricata): o maior predador do Triássico Médio do Brasil

Camila Barros de MELLO1; Voltaire D. PAES-NETO1; Agustín G. MARTINELLI1; Marcel B. LACERDA1; Cesar L. SCHULTZ1

1Laboratório de Paleontologia de Vertebrados, Departamento de Paleontologia de Vertebrados, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

“Rauisuchia” é um grupo cosmopolita de e os dentes posteriores do maxilar são similares pseudossúquios do Triássico com hábitos aos anteriores. Para melhor caracterizar esta locomotores, alimentares e planos corporais variação, dezessete variáveis morfométricas diversos, incluindo uma variedade de formas foram mensuradas para 57 dentes pré-maxilares hipercarnívoras. No Brasil, na Zona-de-Associação e maxilares. Com base nas medições efetuadas, de Dinodontosaurus (Ladiniano-Carniano) da foram realizadas Análises de Componentes Supersequência Santa Maria, um dos mais Principais (PCA), utilizando-se o software R conspícuos representantes do grupo é Prestosuchus (versão 3.1.1) com os dentes que apresentavam chiniquensis. Investigamos neste trabalho a todas as medidas avaliadas. Uma PCA foi gerada variabilidade dentária em três espécimes, de utilizando-se 13 dentes de UFRGS-PV-0156-T, distintos estágios ontogenéticos, referidos a P. demonstrando que cinco variáveis (altura coroa, chiniquensis (UFRGS-PV-0156-T, 0629-T e CEPZ comprimento base da coroa, comprimento 239B), considerando sua morfologia e posição na meio da coroa, altura da base ao ápice da face série dentária. Todos os dentes amostrados são mesial e comprimento do ápice) contribuem zifodontes (dentes normalmente serrilhados, com significativamente para a heterodontia neste coroas comprimidas labiolingualmente) e mesio- espécime. Outra PCA, comparando os três distalmente alargados, porém os pré-maxilares indivíduos (utilizando 22 dentes), demonstrou que são mais cônicos quando comparados com os da as cinco variáveis anteriormente citadas também maxila, principalmente em UFRGS-PV-0156-T (um explicam 68% da variação observada entre os adulto grande). Na porção anterior do maxilar, indivíduos. Nesta análise os conjuntos de dados neste espécime, os dentes possuem coroas altas de UFRGS-PV-0156-T e UFRGS-PV-0629-T estão e margens mesiais com uma curvatura suave. Na sobrepostos e são menos diferenciados entre porção média, as coroas passam a apresentar si, enquanto CEPZ 239B se mostra claramente uma curvatura mesial mais acentuada, também distinto dos demais, embora este último esteja observada na porção posterior, onde os dentes baseado em apenas dois dentes. Assim, a tornam-se mais curtos e proporcionalmente variação morfológica dentária observada entre os com coroas mais largas lábio-lingualmente. Esta espécimes analisados sugere que a heterodontia variação de curvatura não é observada nos dentes de P. chiniquensis aumentava durante a ontogenia, da porção média do maxilar de UFRGS-PV-0629-T, implicando numa mudança funcional em alguns um adulto de tamanho médio, embora esteja dentes, particularmente os da porção posterior presente nos dentes posteriores. No espécime do maxilar. juvenil CEPZ 239B, tal variação não é observada

112 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Caracterização paleoambiental de um sítio de nidificação de Pissarrachampsa sera (Crocodyliformes, Baurusuchidae) e a evolução das estratégias reprodutivas dos Crocodyliformes

Felipe C. MONTEFELTRO1; Júlio C. de A. MARSOLA2,3; Alessandro BATEZELLI4; Gerald GELLET-TINNER5; Max C. LANGER2

1Departamento de Biologia e Zootecnia, FEIS, UNESP, Ilha Solteira. FAPESP e PROPe UNESP. E-mail: [email protected] 2Laboratório de Paleontologia de Ribeirão Preto, FFCLRP, USP, Ribeirão Preto. FAPESP. E-mail: [email protected]; [email protected] 3School of Geography, Earth and Environmental Sciences, University of Birmingham 4Departamento de Geologia e Recursos Naturais, Instituto de Geociências, UNICAMP. FAPESP. E-mail: [email protected] 5Departamento de Geociências, CRILAR, CONICET. E-mail: [email protected]

Os Crocodyliformes compõem um grupo de da casca, as unidades estruturais com formato Archossauria com amplo registro fóssil, no qual de cunha e com microestruturas tabulares. é possível reconhecer uma grande diversidade de Complementarmente, a tafonomia da localidade formas e nichos ocupados no passado. No entanto, aponta para uma assembleia autóctone pouco se sabe sobre a biologia reprodutiva dos composta pelos ovos e os restos esqueletais de membros extintos desta linhagem. Reportamos P. sera. Assim, sugere-se que os achados formem aqui uma concentração de ovos de crocodiliformes um horizonte monotípico, sendo que P. sera formadas por quatro posturas de quatro ovos cada representaria o táxon parental. O repetido padrão oriundas da localidade tipo do baurusuquídeo de quatro ovos contrapõe ao grande número de Pissarrachampsa sera em Gurinhatã (MG). A ovos em cada postura das formas recentes. Esta caracterização das fácies sedimentares e de seus condição sugere que a menor quantidade de ovos elementos composicionais sugere um modelo por postura de P. sera aproxima o táxon ao padrão paleoambiental com um sistema playa-lake. k-estrategista. Considerando os demais registros Este sistema seria caracterizado por uma baixa oológicos fósseis e a otimização da característica profundidade com interação com canais fluviais relacionada ao tamanho da postura no contexto entrelaçados e efêmeros, além da influência eólica filogenético de Crocodyliformes, demonstra- na sedimentação, resultando no desenvolvimento se que um menor número de ovos pode ser de solos arenosos. Ainda, a presença de calcretes reconhecido para Notosuchia. Ainda, a otimização pedogênicos nos paleossolos indica condições mostra que tal característica é oposta à presente áridas ou semiáridas no paleoambiente. Os em Neosuchia que inclui os Crocodyliformes ovos encontrados na localidade são de formato viventes. Todavia, mais achados são necessárias geral elíptico, e as ornamentações na superfície para que se possa definir qual a condição externa da casca só podem ser observadas em plesiomorfica para clados mais inclusivos como estereoscopia. A afinidade destes materiais aos Crocodyliformes e Mesoeucrocodylia. Crocodyliformes é sustentada pela fina espessura

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 113 Técnica de coleta e tratamento de fósseis provenientes de regiões cársticas subaquáticas

Carlos R. Moraes NETO1; Leandro O. SALLES1

1Mastozoologia, Departamento de Vertebrados, Museu Nacional/UFRJ. E-mail: [email protected]; [email protected]

As coleções paleontológicas constituem valiosa seguro até se encontrar em ambiente laboratorial. fonte de informação para reconstruções O tratamento em laboratório consiste inicialmente paleoambientais e paleoclimáticas, assim como na substituição plena da água por acetona. Tal permitem ampliar os horizontes da biodiversidade método possibilita a desidratação da peça em no tempo. Neste sentido, o desenvolvimento solução aquosa, assim como a aplicação da cola de técnicas específicas que buscam assegurar paraloide B-72, que sofreria influencias negativas a integridade de fósseis é imprescindíveis se catalisada em associação a moléculas de para o sucesso das abordagens substanciadas H2O. Os estágios de desidratação por acetona no registro fóssil. Aqui o desafio foi elaborar ocorrem gradativamente por exposição do fóssil uma metodologia que conferisse sucesso na em recipientes saturados, iniciando em 3%, 5%, preparação de fósseis depositados em sistemas 10 % e aumentando gradativamente em 5% até cavernícolas submersos. A rotina de campo atingir um total de 100% de acetona. Após a plena definida foi secionar os fósseis em dois grupos desidratação por acetona, a fixação por paraloide quanto ao estado de preservação. Um grupo B-72 deve seguir misturas que configurem incluindo fósseis extremamente frágeis, onde toda percentuais de 5%, 10% ou até 15%, dependendo a preparação em campo envolve garantir que o da fragilidade do fóssil. Após 24 horas de imersão dado exemplar seja acondicionado em submersão, do fóssil na solução de paraloide em acetona com a água da caverna, em recipiente selecionado se inicia a fase de secagem efetiva do fóssil em até a fase de execução em laboratório. Assim, se ambiente arejado sem qualquer exposição a luz busca minimizar variáveis químicas da água que solar ou a bruscas flutuações de temperatura. possam vir a eventualmente afetar a estruturação Preferencialmente esta secagem devem se dar em mineral do fóssil. O outro grupo incluei fósseis não bandejas plásticas cobertas por telas para evitar a tão frágeis, estes são envoltos em papel toalha possibilidade de que qualquer partícula estranha ou equivalente embebidos na água da caverna e se fixe a peça. Concluindo, a preparação de dezenas acomodados posteriormente em sacos plásticos- de peças fósseis de vertebrados, depositados em zip e lacrados com bolsões de ar. Isto para ambientes cavernícolas submersos, seguiu esse posteriormente serem acondicionados em um protocolo de fixação com sucesso. recipiente resistente que permita um transporte

114 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Reconstrução artística da paisagem pleistocênica- holocênica de Irauçuba – CE

João Victor Paula MOREIRA1,3; Maria Somália Sales VIANA1; Gina Cardoso de OLIVEIRA2

1Universidade Estadual Vale do Acaraú. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Biodiversidade do Nordeste, Centro Acadêmico de Vitória, Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: [email protected] 3CNPq

A paleoarte tem reconhecida importância como levantamento das ocorrências fossilíferas com facilitadora da compreensão e apreensão das a revisão de 57 fósseis provenientes da área de informações científicas, contudo, nota-se uma estudo, revisão de literatura especializada sobre escassez de artigos para a divulgação do tema, fauna e flora da região nos períodos Pleistoceno bem como de uma metodologia adequada e Holoceno; ii) Realização de esboços – utilização para a realização desse tipo de trabalho. Essa de dados obtidos na etapa anterior para inferir lacuna é bem notada quando se refere ao tema configurações fisionômicas dos animais e da megafauna Pleistocênica no Brasil. No Nordeste vegetação local no período em questão e iii) brasileiro, o reflexo das drásticas mudanças Construção das réplicas - produção de modelos no clima, durante o Pleistoceno Superior, de papel sob a escala de 1:10 cm, com cobertura e originou pequenos depósitos sedimentares que acabamento em Biscuit e pintura acrílica. Durante registraram provavelmente, os “capítulos finais” a etapa de levantamento bibliográfico, observou- da história dos mamíferos gigantes nas Américas. se a ocorrência de famílias como Cyperaceae Em 2012, um novo depósito foi descoberto pela e Myrtaceae a partir de dados palinomórficos população local do município de Irauçuba- para o Pleistoceno Tardio da região intertropical CE. Embora os estudos ainda estejam em brasileira, ambas representadas de forma andamento, foi possível sugerir uma reconstrução sugestiva no presente trabalho. A partir dos dados paleoambiental preliminar para esta localidade. obtidos foi possível gerar uma reconstrução Este trabalho teve por objetivo divulgar o uso parcial de um cenário pleistocênico-holocênico da paleoarte como ferramenta de disseminação para o nordeste brasileiro, ambientado em um do conhecimento científico e gerar interesse e deposito de lagoa, com a reprodução de duas apoio popular às pesquisas na região. Os estudos espécies já identificadas: Eremotherium laurillardi foram desenvolvidos nas dependências do e Notiomastodon platensis. O restante do material Laboratório de Paleontologia da Universidade permanece em análise até o momento. A obra Estadual Vale do Acaraú (LABOPALEO – UVA), está exposta na sala de paleontologia do MDJ, que instalado no Museu Dom José – MDJ, Sobral-CE, recebe uma media anual de 7.000 visitantes, sendo e podem ser entendidos sob o ponto de vista a maioria, estudantes do Ensino Fundamental e de três etapas distintas: i) Caracterização da Médio. paleobiodiversidade local - obtida a partir do

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 115 First record of Anura (Lissamphibia) from the Solimões Formation (Upper Miocene, Acre Basin, Brazil)

Fellipe P. MUNIZ1; Marcos César BISSARO JÚNIOR1; Jonas P. SOUZA-FILHO2; Francisco R. NEGRI3; Edson GUILHERME2; Andrea A. MACIENTE2; Annie S. HSIOU1

1Laboratório de Paleontologia, FFCLRP, Universidade de São Paulo. FAPESP. [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Pesquisas Paleontológicas, Universidade Federal do Acre, campus Rio Branco. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 3Laboratório de Paleontologia, Universidade Federal do Acre, campus Floresta. E-mail: [email protected]

Here we report anuran remains from the Upper posterior portion of the iliac shaft and broad- Miocene of the Solimões Formation at the Talismã based dorsal prominence of ilium resembles Pipa locality, in the southwestern Brazilian Amazonia. species, however further comparisons are needed The material consists of isolated and incomplete to ascertain the affinities within the Pipidae. tibiofibulae (UFAC 2060, UFAC 2061), femurs (UFAC The lack of abrasion and weathering are some 2062, UFAC 2063), humeri (UFAC 1766) and ilium taphonomic features observed in all specimens. (UFAC 6457). The tibiofibulae and femurs are The absence of subaerial weathering is expected assigned to Anura and further identification is in exclusively aquatic organisms, like Pipidae not possible due to few diagnostic features. The anurans. The absence of abrasion is related to: 1) humeri are referred to the Pipidae in having a rapid burial after carcass decomposition; and 2) straight shaft; small eminentia capitata; medial low-energy environment. The second hypothesis and lateral epicondyles symmetrically developed; fits better with Talismã depositional context (silts and fossa cubitalis large, deep and triangular- and clays), added to the fact that all specimens shaped. The ilium is also assigned to the Pipidae were found disarticulated. These new findings due to the well-developed tuber superior, represent the first record of anurans for the acetabulum anteroposteriorly elongated, pars Neogene of Brazil and the first Neogene pipids in ascendens and pars descendens greatly reduced South America. and large interiliac tubercle. The flattened

116 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Utilização de biscuit (porcelana fria) na reconstrução artística de vertebrados fósseis

Thales Henrique Menezes Silva do NASCIMENTO1; Gustavo Ribeiro de OLIVEIRA1

1Laboratório de Paleontologia e Sistemática, Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: [email protected]; [email protected]

Paleoarte é a área da arte científica que cuida consistiu na reconstituição de organismos da representação de organismos pretéritos, em que habitaram principalmente a região da diversos tipos de suportes, como ilustração e Bacia do Araripe, sendo as seguintes espécies: escultura. A abordagem paleoartística é de suma Araripemys barretoi, Susisuchus anatoceps, Mirischia importância, tanto para pesquisadores quanto asymmetrica, Tijubina pontei, Maaradactylus para o público geral, trazendo vislumbre de kellneri, Angaturama limai e Araripesuchus como eram tais organismos, além de tornar mais gomesii, sendo todos reconstituídos como em prático o estudo de estruturas, quando utilizado vida, com exceção de A. limai e M. kellneri, que para fins didáticos, e mais emocionante, quando estão representados pela reconstituição de seus utilizados em exposições científicas. Seguindo crânios. Como o biscuit é um material leve, foi este propósito, foi proposto, dentro do âmbito possível reconstruir as pecas em tamanho real. O do projeto de extensão intitulado “Paleoarte: procedimento de construção consistiu em utilizar Reconstruindo a vida pretérita a partir dos fósseis poliestireno expandido para esculpir a base da e da consolidação da coleção de paleontologia escultura e, após isto, selar com cola branca. da UFRPE”, à utilização da massa de biscuit ou Após a secagem da cola, o material foi esculpido, porcelana fria, como forma simples e barata de recebendo textura com a massa de biscuit, que, representar para o público, vertebrados extintos. depois de seca, recebeu os acabamentos finais Este material permite também o manuseio das com tinta acrílica e PVA, vernizes e laca. Em peças pelos visitantes, pois além de ser de fácil algumas esculturas, visando uma representação manutenção, apresenta resistência, trazendo mais realista, foi utilizada uma cobertura de uma maior interação e aprendizado por parte do pelúcia, conferindo uma textura próxima às fibras público. Relatamos aqui o processo de produção e penas de algumas das espécies reconstituídas. de algumas peças resultantes do referido Todas as esculturas foram produzidas com base projeto de extensão, desenvolvido pela equipe em informação científica, tanto pelo contato do Laboratório de Paleontologia e Sistemática direto com pesquisadores, quanto por bibliografia (LAPASI) da Universidade Federal Rural de especializada, tornando a experiência dos Pernambuco (UFRPE). Este trabalho paleoartístico visitantes melhor e mais informativa possível.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 117 Um novo sítio paleontológico com vertebrados do Cretáceo Superior da Formação Adamantina, Grupo Bauru, do oeste do estado de São Paulo

William R. NAVA1; Agustín G. MARTINELLI2

1Museu de Paleontologia de Marília, Secretaria Municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Prefeitura de Marília, SP. E-mail: [email protected] 2Departamento de Paleontologia e Estratigrafia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CNPq. E-mail: [email protected]

Neste trabalho apresentamos uma nova localidade além de osteodermos de vários tamanhos. Junto fossilífera no oeste paulista, descoberta no início às vértebras dorsais deste exemplar, encontrou-se de 2016. O novo sítio está localizado às margens uma concentração de ossos de pequeno tamanho de um trecho de rodovia nas proximidades da que correspondem a anuros, possivelmente mais cidade de Presidente Prudente, expondo camadas de um indivíduo. Mesmo em caráter preliminar, de arenito fino avermelhado/acastanhado por estar ainda em preparação e devido a intercaladas com conglomerados de seixos de sua localização, entre as vértebras e costelas argilito com alto teor de cimento carbonático. desarticuladas do crocodiliforme, os restos Este afloramento apresenta a típica litologia das de anuros podem corresponder a elementos rochas da Formação Adamantina (Grupo Bauru), digeridos pelo crocodiliforme. Próximo à seção depositadas durante o Cretáceo Superior. Esta média do afloramento, foram encontrados nova localidade possui uma associação taxonômica moluscos bivalves, semelhantes aqueles da base variada de vertebrados e invertebrados. Os fósseis do sítio, dentes isolados de crocodiliformes e foram achados em vários níveis do afloramento, dinossauros terópodes, saurópodes, fragmentos que tem aproximadamente 20 metros de altura e pós-cranianos de dinossauros, além de coprólitos. quase 100 metros de extensão. Na base, ocorrem Neste nível, em uma lente centimétrica de arenito esparsos moluscos bivalves de tamanhos e muito fino anexa à camada de conglomerados, formatos diferentes, estando preservados encontrou-se outros restos semiarticulados de apenas seus moldes. Neste nível, observam-se anuros. Já próximo ao topo do afloramento, em também ostrácodes. Aproximadamente 2 metros níveis arenosos com estratificação paralela, acima da base, em uma camada maciça de cruzada e pequenas barras arenosas, foram arenito muito fino gradando para siltito marrom, achadas concentrações de bivalves, além de restos ocorrem dentes isolados de crocodiliformes, ósseos ainda não identificados. A disposição e dinossauros saurópodes e restos articulados de estrutura das rochas indicam um ambiente de um crocodiliforme peirossaurídeo. Este último deposição fluvial para estes sedimentos. Este material, ainda em preparação no Museu de novo afloramento vem enriquecer o conhecimento Paleontologia de Marília, encontrava-se em sobre a paleofauna da Bacia Bauru em virtude posição de vida. Este espécime possui um crânio dessa diversidade já apresentada. Em especial, de cerca de 20 cm de comprimento, associado a abundância de anuros é muito relevante por se aos membros locomotores dianteiros, cintura tratar de um grupo ainda pouco conhecido para o escapular, vértebras cervicais e dorsais, costelas, Cretáceo do Brasil.

118 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 On the presence of a dwarf-titanosaur (Sauropoda, Titanosauriformes) in the Upper Cretaceous Bauru Basin at Ibirá municipality, São Paulo state, Brazil

Bruno Albert NAVARRO1; Aline Marcele GHILARDI2; Marcelo Adorna FERNANDES3; Alberto Barbosa de CARVALHO1; Verónica DÍEZ DÍAZ4; Luiz Eduardo ANELLI5; Hussam ZAHER1

1Laboratório de Paleontologia, Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo. FAPESP. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Paleontologia, Centro Acadêmico de Vitória, Universidade Federal do Pernambuco. E-mail: [email protected] 3Laboratório de Paleoecologia e Paleoicnologia, Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva, Universidade Federal de São Carlos. CAPES. E-mail: [email protected] 4Museum für Naturkunde, Leibniz Institute for Evolution and Biodiversity Science. E-mail: [email protected] 5Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected]

Besides notosuchians, Titanosauria comprises retrieved this taxon as a saltasaurid, sister taxon the most abundant faunal components in the of . However, the presence of some Bauru Basin. Until now, nine titanosaurian features in the posterior dorsal vertebrae shared species have been reported for these deposits with dixeyi Jacobs et al. 1993 and (“ brasiliensis” Arid and Vizotto 1971 neguyelap González Riga 2003 (e.g. nomen dubium, Gondwanatitan faustoi Kellner a deep and excavated postcentrodiapophyseal and Azevedo 1999, Baurutitan britoi Kellner et fossa and a forked centropostzygapophyseal al. 2005, pricei Campos et al. 2005, lamina, respectively) suggests a more basal Adamantisaurus mezzalirai Santucci and Bertini position within . We also performed 2006, Maxakalisaurus topai Kellner et al. 2006, histological sections on the ulna and generated ribeiroi Salgado and Carvalho 2008, micro CT-scan images of the vertebral material maximus Santucci and Arruda- in order to evaluate the putative phyletic nanism Campos 2011, nemophagus Machado et for this form and establish its Histological al. 2013). We report herein remains of a very small Ontogenetic Stage (HOS). Thin sections, prepared titanosaur, which is the first dwarf taxon from the from the mid-shaft of the ulna, shows that the -Campanian of Brazil. These remains cortical Haversian bone are completely remodeled were found in the São José do Rio Preto Formation by secondary osteons and the fibrolamellar bone (Bauru Basin), Ibirá municipality, São Paulo state, possess osteons with multiple generations, also southwestern Brazil. These materials display a reported for dacus Huene 1932, unique combination of characters, associated with an island-dwarf titanosaur from the Upper a much-reduced size, suggesting the presence of a Cretaceous Haţeg Basin, Romania. Magyarosaurus new titanosaurian form from this geological unit. dacus and the specimen described herein lack a The material consists of a singular, moderately laminar primary bone in the outermost cortex preserved dorsal vertebra (probably the eighth demonstrating a late ontogenetic stage and no dorsal), a very small right ulna (~230 mm) and External Fundamental System (EFS) has been the distal half of a right metacarpal-III. The identified too, probably due to taphonomical appendicular bones were found in association (c.a. issues. This new form represents the first 5 meters) to the vertebra. They also share identical unequivocal dwarf-titanosaur reported from diagenetic features and likely belong to the same Brazil and likewise indicates the occurrence of individual. Preliminary phylogenetic analyses nanism processes in non-insular environments.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 119 Plataforma robotizada para emulación de animales cuadrúpedos extintos

Hugo Nicolás PAILOS1; Guillermo Estéban BIMA1; Ariel LIBAL1

1Laboratorio de Animatrónica y Control Dinámico de la Universidad Nacional de Córdoba (LAyCD). E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Se trata de un robot de cuatro patas que posee como así también cuadrúpedos extintos. El equipo dos motores por pata (ocho em total), localizados de trabajo del Laboratorio de Animatrónica y en los hombros y codos en los cuartos delanteros Control Dinámico de la Universidad Nacional de y en las caderas y rodillas em los cuartos traseros. Córdoba Argentina (LAyCD) está convencido que El diseño, construcción y programación de este robot es ideal para el estúdio y las pruebas este robot, tiene como objetivo el estudio de la de un gran número de espécies desaparecidas. El estabilidad estática y dinámica de la plataforma en robot puede caminar hacia delante y hacia atrás lo que respecta a las estratégias de caminata. Esta además hacerlo con estratégias de combinación plataforma robot, puede caminar de diferentes de patas diferentes. manaras para imitar tanto animales existentes

120 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 O arcossauromorfo Teyujagua paradoxa possuía visão binocular?

Daniel de Simão OLIVEIRA1; Felipe Lima PINHEIRO1

¹Laboratório de Paleobiologia, Universidade Federal do Pampa, campus São Gabriel, RS. [email protected]; [email protected]

O presente estudo tem por objetivo testar paradoxa é inclinada anteroventralmente, seu e delimitar o campo de visão binocular do potencial binocular aumenta, chegando ao seu arcossauromorfo Teyujagua paradoxa (Triássico máximo (126º) no ângulo de 51º. Isso assemelha-se Inferior do Rio Grande do Sul), comparando os ao observado no cão doméstico (128º) e na coruja- resultados com diferentes táxons atuais. Na visão orelhuda (127º). A ausência de uma binocularidade binocular, ambos os olhos partilham o mesmo significativa no jacaré-do-papo-amarelo (76º) campo óptico, e, através do processo chamado de pode estar relacionada ao investimento da esteriopsia, o cérebro sintetiza as imagens obtidas espécie em uma predação primariamente de por ambos os olhos para criar uma imagem única, emboscada. Para um aproveitamento melhor do coferindo ao animal a vantagem de percepção de campo de visão binocular, a cabeça de T. paradoxa profundidade espacial e localização de objetos. deveria ser inclinada anteroventralmente, similar Caso presente em T. paradoxa, este atributo, à dos cães, que têm sua posição preferencial somado a dentes serrilhados, fenestra mandibular da cabeça a um ângulo aproximado de 40º. Tal e poderosa musculatura adutora, indicaria que o inclinação permitiria que objetos presentes animal era um predador terrestre de orientação diretamente à frente do animal estivessem em visual. Além do holótipo de T. paradoxa (UNIPAMPA seu campo de visão binocular, de forma análoga 0653), determinamos o campo de visão binocular ao que é observado em carnívoros atuais. A em espécimes de jacaré-do-papo-amarelo mensuração do campo de visão binocular de T. (Caiman latirostris), cão doméstico (Canis lupus paradoxa proporciona interessantes inferências familiaris), coruja-orelhuda (Asio clamator), bugio ecológicas para este animal, possivelmente (Alouatta sp.) e preá (Cavia aperea). Cada órbita indicando que adaptações relacionadas à dos espécimes foi atingida em diferentes ângulos percepção visual podem ter sido relevantes no por um estímulo visual (um apontador laser). Os sucesso evolutivo dos Archosauromorpha após limites horizontais alcançados pelo estímulo visual a extinção permo-triássica. Perspectivas futuras representam o campo de visão de cada olho, e a deste trabalho incluem extrapolar a metodologia área em que os campos visuais dos dois olhos se para outros táxons de Archosauromorpha, sobrepoem é, então, o campo de visão binocular. com fundamentação estatística para testar a Teyujagua paradoxa apresentou um amplo campo significância dos resultados obtidos. de visão binocular. Conforme a cabeça de T.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 121 Dentes isolados de Arcossauriformes e um possível registro de Phytosauria para o Triássico do Rio Grande do Sul (Cenozona de Hyperodapedon, Sequência Candelária)

Tiane Macedo OLIVEIRA1; Felipe Lima PINHEIRO1

1Laboratório de Paleobiologia, Universidade Federal do Pampa, Campus São Gabriel. E-mail: [email protected]; [email protected]

Em áreas em que outros elementos osteológicos dentro de Archosauriformes torna difícil uma são raros ou ausentes, o registro dentário pode atribuição taxonômica acurada baseada apenas fornecer informações sobre a composição em dentes isolados. Ainda assim, os morfótipos faunística de uma localidade. Este trabalho tem, II e III apresentam similaridades com Rauisuchia, por objetivo, a descrição de dentes isolados tais como o grau de curvatura das bordas mesial encontrados na localidade “Sítio Buriol” (Cenozona e distal; seção em forma de “D”; dentículos de Hyperodapedon, Sequência Candelária, retangulares e estreitamente espaçados, Triássico Superior da Bacia do Paraná). O material apresentando sulcos profundos e densidade se encontra depositado na coleção do Laboratório de serrilha entre 2.8-3 por mm. O morfótipo I é de Paleobiologia da Unipampa, consistindo de aqui tentativamente atribuído a Phytosauria, cinco exemplares coletados no ano de 2010. por apresentar seção circular e sem compressão Uma análise morfológica preliminar permitiu lábio-lingual, além de um padrão de desgaste a divisão dos espécimes em três diferentes característico de dentes pré-maxilares de algumas morfótipos. O morfótipo I é caracterizado pela espécies deste táxon. A possível presença de ausência de serrilhas nas bordas mesial e distal, Phytosauria na Cenozona de Hyperodapedon pronunciado alongamento, base arredondada e (Carniano) tem impacto na distribuição deste simetria entre lado lingual e labial. O morfótipo grupo na América do Sul, potencialmente II apresenta bordas mesial e distal serrilhadas, representando o registro mais antigo para o dentículos mesiais diminuindo de tamanho em Triássico brasileiro. As atribuições taxonômicas direção à base, dentículos distais presentes propostas aqui contribuem na composição até a base e assimetria, com um lado lingual faunística da Cenozona de Hyperodapedon, uma achatado em relação ao lado labial. O morfótipo unidade sedimentar crítica para a compreensão III, embora semelhante ao II, apresenta maior da irradiação dos arcossauros no Triássico quantidade de dentículos por mm (densidade Superior. da serrilha). A morfologia dentária conservativa

122 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Análise osteohistológica de equídeo do Pleistoceno- Holoceno do Nordeste do Brasil

Gina Cardoso de OLIVEIRA1,2; Juliana Manso SAYÃO1,3

1Laboratório de Biodiversidade do Nordeste, Centro Acadêmico de Vitória, Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Bolsista de Pós-Graduação CAPES 3Bolsista de Produtividade CNPq.

Análises osteohistológicas em organismos fósseis ausência seja em alguns casos, associada ao são uma fonte adicional de informação de atributos desgaste da superfície do osso, não aparenta que não são acessíveis apenas considerando ser o caso desse material, já que não verificamos estudos morfológicos clássicos. Através dessa qualquer marca de abrasão ou quebras abordagem é possível, entre outras coisas, superficiais. Análises prévias feitas com o equídeo observar padrões de crescimento e hábito de Hipparion concudense (Neógeno da Europa) vida dos vertebrados extintos. Aqui apresentamos mostraram que marcas de pausa de crescimento uma identificação ontogenética de um espécime são visualizadas em todos os membros do animal, de equídeo, coletado no município de Caruaru tornando os metapodiais elementos confiáveis (PE), em depósito de tanque. O material consiste para utilizações osteohistológicas nesse grupo. de um metacarpal III fragmentado do gênero A distribuição dos ósteons parece ser específica Equus, do qual foi removido um fragmento da nos diferentes ossos, podendo estar associadas a diáfise, para a preparação e análise de uma lâmina estresse biomecânico. Nos metapodiais, em geral, osteohistológica. Observamos que o tecido ósseo os ósteons estão concentrados em suas faces é do tipo fibrolamelar, caracterizado por fileiras anterior e posterior, o que foi visto parcialmente circunferenciais de ósteons primários, limitada por no espécime aqui analisado, por se tratar de fina camada de tecido ósseo lamelar. As lamelas apenas um fragmento da cincurnferência da circunferenciais externas (LCE) estão ausentes, diáfise. Verificou-se através da ausência de LCE, apresentando camadas levemente nítidas de que a maturidade óssea é semelhante aquela ósteons primários no córtex externo. Estão observada previamente em Equus da Alemanha presentes duas linhas de pausa de crescimento e Hipparion concudense, cuja maturidade e (LAGs) descontínuas pelo remodelamento ósseo. subsequente deposição de LCE só ocorre dentro Considerando sua deposição anual, conforme ou após o quarto ano. Contudo, H. concudense o padrão observado em mamíferos, propomos pode atingir a maturidade mais prematuramente a idade de, pelo menos, dois anos para este do que Equus. Interpretações quanto ao habitat, indivíduo no momento de sua morte. O arranjo no momento, não são possíveis pela escassez de dos canais vasculares de forma plexiforme, indica material para comparação, sendo este o primeiro que o espécime é um sub-adulto, o que pode ser estudo sobre paleohistologia de equídeo do reforçado pela ausência de LCE. Embora essa Pleistoceno-Holoceno do Nordeste do Brasil.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 123 Caracterização da estrutura do esmalte molar de Notiomastodon platensis (Gomphotheriidae: Proboscidea) do Pleistoceno-Holoceno do Nordeste do Brasil

Gina Cardoso de OLIVEIRA1; Leonardo dos Santos AVILLA2; Juliana Manso SAYÃO3; Maria Somália Sales VIANA4

1Programa de Pós-graduação em Geociências, Departamento de Geologia, Universidade Federal de Pernambuco. CAPES. E-mail: [email protected] 2Laboratório de Mastozoologia, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 3Centro Acadêmico de Vitória de Santo Antão, Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: [email protected] 4Laboratório de Paleontologia da UVA, Coordenação de Ciências Biológicas, Universidade Estadual Vale do Acaraú. E-mail: [email protected]

A microestrutura dentária de proboscídeos é bandas de Hunter-Schreger não uniformes, complexa e tem sido de interesse em pesquisas com arranjo irregular dos conjuntos de prismas, por seu desenvolvimento e adaptação mecânica gerando, assim, camadas com espessuras ao longo do tempo geológico. Suas informações nitidamente mais assimétricas. A região próxima podem fornecer dados sobre adaptações à OES é caracterizada por esmalte radial em uma alimentares deste grupo e, principalmente, só direção, não havendo outro padrão além deste. sobre suas afinidades e filogenia. Os fragmentos A forma dos prismas é variável dentro do esmalte, de molares de Proboscidea Gomphotheriidae da região interna para a externa, mostrando são materiais muito comuns dentre os fósseis três padrões: keyhole/buraco-de-fechadura encontrados em depósitos de tanque no (padrão típico), fan-shape/forma de leque e o Pleistoceno-Holoceno do Nordeste brasileiro. menos evidente, ginkgo-leaf/folha de ginkgo, Foi utilizado para esta análise um fragmento onde o segundo é predominante. O tamanho de cúspide de um molar permanente associado dos prismas mostra uma média de diâmetro de a incisivos, o que permitiu a identificação da 5.9µm. Apesar das variações, pode-se concluir espécie em questão como Notiomastodon que a forma que caracteriza o molar é a mesma platensis. Os cortes foram feitos em 3 secções: presente em Cuvieronius hyodon, haja vista sua horizontal, vertical e tangencial. As amostras predominância na amostra. O tamanho dos foram fotografadas em microscópio óptico de prismas e a caracterização geral do esmalte, luz refletida, de fluorescência e posteriormente dividido em 3 camadas, também é semelhante preparadas para observação em Microscópio ao que ocorre em C. hyodon, organização tida Eletrônico de Varredura (MEV) através de lâminas como uma sinapomorfia entre os Elephantoidea. histológicas. A observação das amostras foi Considerando-se que a forma dos prismas feita próximo à superfície externa do esmalte pode distinguir grupos de Elephantoidea, (OES), na camada média do esmalte e próximo incluímos o espécime aqui analisado entre os à junção esmalte-dentina (EDJ) para a análise do Gomphotheriidae que compartilham a forma- grau de cruzamento dos prismas e a variação da em-leque dos prismas em corte horizontal: sua forma dentro do esmalte. A região próxima à Cuvieronius, Gomphotherium e Anancus. Esta é a EDJ é caracterizada por prismas com orientações primeira descrição da microestrutura do esmalte variadas – conjunto chamado de esmalte 3D. A molar de Notiomastodon platensis, espécie região média do esmalte está organizada em endêmica da América do Sul.

124 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Análises osteohistológica, de intemperismo e diagênese em fósseis de Eremotherium do município de Anagé, sudoeste da Bahia

Miqueias Ayran Nascimento OLIVEIRA1; Leomir dos Santos CAMPOS2; Leonardo Santana PEREIRA1; Luciano Artemio LEAL1

1Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Campus Jequié. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Centro de Tecnologia e Geociências. CAPES. E-mail: [email protected]

Os tanques são estruturas geológicas originadas canais vasculares longitudinais arredondados a partir da erosão diferencial de blocos graníticos e distribuídos ao longo da região medial do fraturados e retrabalhados por esfoliação, córtex. Além disso, a matriz cortical é formada apresentando frequentemente uma morfologia por tecido ósseo composto por osso Harvesiano propícia à preservação de fosseis de mamíferos com intenso remodelamento celular que alcança pleistocênicos em toda região nordeste do a região periosteal em muitas áreas. A porção Brasil. Em um tanque localizado no município de periosteal é avascular e composta por tecido Anagé, sudoeste da Bahia (UTM 24L 0271258 E; paralelo fibroso, visível apenas de forma pontual 8382652 S, Datum WGS84) foram coletados uma ao longo da porção externa da matriz cortical. A grande quantidade de elementos esqueletais substituição generalizada de células primárias de Eremotherium, bem como fragmentos de por ósteons secundários reflete uma mudança ossos de outras espécies contemporâneas. A dos sistemas intersticiais, semelhante ao modelo partir de secções transversais do rádio foram encontrado nos estágios de desenvolvimento de confeccionadas lâminas osteohistológicas com indivíduos adultos, porém sem a presença do o intuito de identificar e correlacionar os níveis sistema fundamental externo (EFS). A preservação de alterações microestruturais, aos estágios detalhada da microestrutura corrobora com o de preservação macroscópicos descritos posicionamento do Grupo I categorizado por na literatura. O grau de intemperismo do Holz e Schultz (1998), onde não há cristalização rádio se enquadra entre os estágios 2 e 3 de interna de calcita a ponto de destruir as estruturas Behrensmeyer (1978), a superfície fibrosa dos histológicas, e com preservação da morfologia ossos apresenta-se fragmentada com grandes externa. Estas características indicam que os rachaduras que resultam em estilhaços soltos da ossos estiveram ora recobertos por água em camada periosteal, alternadas por porções onde períodos úmidos, ora expostos as intemperes os estágios de intemperismo não avançaram em períodos de seca, e, mesmo que estivessem além de 1,5 mm da superfície óssea, com fibras recobertos por lamas no interior do tanque, esta ainda firmemente ligadas umas as outras, era pobre em carbonato de cálcio. Estes dados apresentando uma superfície bem conservada. demonstram grande complementaridade entre Microestruturalmente, as amostras osteológicas o estágio diagenético, o grau de intemperismo indicaram boa preservação, possibilitando a e a conservação osteohistológica para estas identificação de várias estruturas presentes na amostras. organização óssea, como ósteons secundários,

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 125 Snakes (Squamata, Serpentes) from the tar pits of El Breal de Orocual (Plio/Pleistocene) and Mene de Inciarte (Late Pleistocene) from Venezuela

Silvio Y. ONARY-ALVES1; Thiago Schineider FACHINI1; Ascanio D. RINCÓN2; Annie Schmaltz HSIOU1

1Laboratório de Paleontologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (USP). Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Laboratorio de Paleontología, Centro de Ecología, Instituto Venezolano de Investigaciones Científicas (IVIC). E-mail: [email protected]

In the last decades intensive efforts in fieldworks attributed in generic level to the group “Colubrid” have discovered several tar seep deposits (Colubroidea). At El Breal de Orocual locality one in Venezuela, which have yielded a rich well- vertebra was attributed to the genus Corallus sp. preserved fossil record of mammals, birds, (Boidae, Boinae), another specimen assigned to anurans and reptiles. Here we report the snake the genus Micrurus sp. (Elapidae, Colubroides), fossils recovered from two tar pits deposits several identified as belonging to “Colubrid” from Venezuela. The locality El Breal de Orocual (Colubroidea, Colubroides) and some vertebrae comprises an inactive tar seep with estimated attributed to Viperidae family. The taxonomic age in late Pliocene – early Pleistocene (ca 2.6 assignments were made by the combination of Ma), based on the paleofaunal assemblage, vertebral characters present on each specimen whereas the locality Mene de Inciarte constitute followed by a careful morphological description. an active surface asphalt deposit with absolute These new records increase the knowledge of the date ranging from 27,980 ± 370 to 25,500±600 squamate fossil record and give valuable insights yr BP (late Pleistocene). Mene de Inciarte snake into the diversity and paleobiogeographical fauna comprises vertebral remains assigned to patterns of distribution of the snakes in north the genus Epicrates sp. (Boidae, Boinae), fossils of South America during the Neogene after the of Viperidae and several isolated vertebrae complete uplift of the Panama Isthmus.

126 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Bioerosões em ossos de Titanosauria da Formação Marília (Grupo Bauru), Cretáceo Superior do Brasil, e sua contribuição à Tafonomia

Voltaire Dutra PAES-NETO1; Heitor FRANCISCHINI1; Agustín Guillermo MARTINELLI1; Thiago da Silva MARINHO2; Marina Bento SOARES1

1Laboratório de Paleontologia de Vertebrados, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Universidade Federal do Triângulo Mineiro. CNPq, FAPEMIG. E-mail: [email protected]

Bioerosões em ossos resultam de diferentes 1; CPPLIP–0233), com paredes retas de um lado processos ecológicos e comportamentais e arqueadas no outro, perfurando abruptamente de acordo com o organismo produtor o tecido ósseo esponjoso e associado a uma (animais, vegetais, principalmente raízes, e perfuração circular. Os traços observados não se microorganismos). Aqui reportamos a análise de enquadram precisamente em nenhum icnotáxon traços encontrados em cinco elementos ósseos formal, muito embora apresentem semelhanças isolados atribuíveis a saurópodes Titanosauria morfológicas com alguns registros já descritos. provenientes do Membro Serra da Galga, Canais e escavações são similares a traços fósseis Formação Marília (Maastrichtiano, Grupo Bauru) produzidos pela ação de insetos ou de raízes. A sob o ponto de vista tafonômico. Os materiais remoção óssea superficial assemelha-se àquelas provem do município de Uberaba (MG), dos produzidas por insetos ou gastrópodes. Embora sítios “BR-262” (vértebra, CPPLIP–0091; vértebra, não apresente uma morfologia usual, a perfuração CPPLIP–0095; costela, CPPLIP–0097; e escápula, irregular (CPPLIP–0233) é compatível com traços CPPLIP–0116) e “Ponte Alta” (epífise de osso de mordida de vertebrados, como Brutalichnus. longo, CPPLIP–0233). Todos os elementos ósseos A ação de vertebrados predadores/carniceiros apresentam estágios iniciais de intemperismo, sobre as carcaças ocorre obrigatoriamente no exceto CPPLIP–0116, que apresenta um estágio momento pré-soterramento, enquanto as raízes mais avançado. Todos os traços encontrados atuam na corrosão de elementos já soterrados. foram produzidos em tecido cortical (a exceção do Por outro lado, insetos atuais, como os besouros encontrado em CPPLIP–0233), e não apresentam dermestídeos, usualmente atuam na erosão bioglifos ou preenchimento diferencial. óssea de carcaças já secas, cuja exposição Foram encontrados mais de 20 traços, que subaérea pode variar entre semanas a muitos correspondem a quatro morfótipos: (I) Escavações meses. Desta forma, a análise das bioerosões nos (n=16; CPPLIP–0091, –0095 e –0097) elípticas ou ossos fósseis de Titanosauria atesta um complexo alongadas, rasas, que ocorrem em conjunto cenário para as tafocenoses de vertebrados formando um aspecto ramificado; (II) Canais (n= da Formação Marília, indicando que alguns 3; CPPLIP–0091 e –0097), escavações retas, finas elementos permaneceram expostos durante e alongadas, quase semicirculares em perfil; (III) intervalos distintos, sujeitos ao intemperismo, à Remoção óssea superficial (n=1; CPPLIP–0116), ação de predadores/carniceiros e à atividade de traço em forma de “H”, raso, com fundo e paredes invertebrados. quase retas; (IV) Grande perfuração irregular (n=

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 127 Actuopaleontologia como ferramenta para a diferenciação entre alterações dentárias ante-mortem e post-mortem em vertebrados fósseis

Lorena PASSOS1; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR2; Lílian Paglarelli BERGQVIST1

1Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Fomento: CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Departamento de Estratigrafia e Paleontologia, Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]

A Actuopaleontologia é o ramo da Paleontologia aqueles que não experimentaram esse processo. que explica os processos responsáveis pela O material analisado encontra-se depositado gênese do registro fossilífero a partir do estudo na coleção científica do Setor de Mastozoologia de processos e padrões biológicos e geológicos da do Departamento de Vertebrados do Museu atualidade. O arcabouço do atual conhecimento Nacional/UFRJ. Espécimes que não sofreram tafonômico, por exemplo, resulta de uma gama de exposição subaérea – portanto, só apresentam estudos actuopaleontológicos. Nesse contexto, a feições produzidas em vida (pela mastigação) – identificação do processo de intemperismo sobre apresentam dentes com ranhuras que se iniciam tafocenoses de vertebrados foi estabelecida no ápice da coroa e normalmente seguem em com base em análises actuopaleontológicas de direção ao colo. Essas alterações diferenciam- marcas de dessecação e descamação em ossos se das marcas de intemperismo pelo fato de, na de vertebrados atuais. Análises tafonômicas de porção próxima do ápice da coroa, possuírem concentrações fossilíferas terrestres envolvem profundidade e largura maiores quando o estudo do grau de intemperismo para inferir o comparadas com a porção mais próxima do tempo de exposição subaérea das tanatocenoses colo. Espécimes cujos dentes experimentaram antes do soterramento. Por outro lado, esses exposição subaérea apresentam rachaduras estudos são baseados apenas na observação do que se iniciam no colo do dente em direção ao intemperismo em ossos, negligenciando a ação ápice da coroa. Além disso, possuem coloração desse processo sobre dentes. Por este motivo, distinta das ranhuras geradas na mastigação dentes têm sido excluídos da maior parte dos e normalmente apresentam profundidade estudos sobre intemperismo em concentrações e largura uniformes ao longo da superfície fossilíferas de vertebrados. Este trabalho dentária. Este estudo complementa análises apresenta um estudo actuopaleontológico para tafonômicas anteriores relacionadas aos estágios verificar como os dentes podem responder de intemperismo em dentes e demonstram seu ao processo de intemperismo, diferenciando potencial para interpretações futuras a respeito as assinaturas produzidas por esse processo do tempo de exposição subaérea em tafocenoses daquelas geradas em vida (e.g. feições produzidas de mamíferos, especialmente aquelas cuja pela mastigação). Foram utilizados 150 sincrânios representatividade de partes esqueletais é rica com dentes in loci de mamíferos atuais em elementos dentários. Um exemplo é a Bacia (marsupiais, primatas e cervídeos), incluindo de Itaboraí, onde o processo de intemperismo tanto indivíduos que foram coletados após vem sendo reconhecido com base em estudos em algum tempo de exposição subaérea quanto dentes pelos presentes autores.

128 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 A possible occurrence of Triodus (Chondrichthyes, Xenacanthiformes) in the late Paleozoic of Southern Brazil

Victor E. PAULIV1; Heitor FRANCISCHINI2; Agustín G. MARTINELLI3; Paula DENTZIEN-DIAS4; Marina B. SOARES5; Cesar L. SCHULTZ6

1UFRGS/UFPR. CNPq. E-mail: [email protected] 2UFRGS. CNPq. E-mail: [email protected] 3UFRGS. CNPq. E-mail: [email protected] 4FURG. E-mail: [email protected] 5UFRGS. CNPq. E-mail: [email protected] 6UFRGS. CNPq. E-mail: [email protected]

The Xenacanthiformes is a well-known group of and abrasive materials for polish them. The teeth sharks commonly found throughout the world in maximum size is 1.4mm labiolingually, 1.1mm freshwater, marginal and shallow marine deposits laterally and 1.8mm in height. The teeth base is from the Tournaisian (early Carboniferous) almost oval shaped and its aboral surface, has a to Norian (). In spite of the large smooth concavity and a rounded to horseshoe- fossiliferous record in late Paleozoic, these sharks shaped basal tubercle; while its coronal surface are predominantly known by isolated teeth and has a tricusp crown, a rhombic shaped coronal cephalic/dorsal spines, once complete specimens button with rounded edges with a lingually are very rare. The xenacanthiform specimens directed shaft and an oral foramina predominantly studied here correspond to six isolated teeth situated at the lingual margin of the base and (UFRGS-PV578-P to PV583-P) of which two were flanking the lingual shaft. The lateral cusps are polished for thin sections (UFRGS-PV578-P and equipped with variable number of non-branching PV579-P). These teeth were found associated with vertical cristae, distributed from the apex to its another shark teeth (another xenacanthiform proximal portion, making the transversal section and a possible euselachian), palaeoniscoid of these cusps asterisked in shape. None of the teeth and scales, labyrinthodont teeth, tetrapod specimens presents all the cusps preserved in bony remains, macroscopic charcoal and leaf the same specimen, probably due to a sediment fragments which were collected in a loosely abrasion and/or cusp destruction during the consolidated conglomerate from the Barro Alto screen washing processes. Microstructurally, outcrop (Municipality of São Gabriel, Rio Grande these teeth have both base and cusps made up do Sul State), Morro Pelado Member (Wordian to by orthodentine with a small and open pulpar Wuchiapingian) of the Rio do Rasto Formation, cavity. All these features are compatible with Paraná Basin. The specimens were isolated the diagnostic features of the genus Triodus from these conglomerates using screen washing Jordan, 1849, a widespread xenacanthiform processes and were prepared with steel tips under from Carboniferous and Permian deposits from stereomicroscope. For the confection of the thin Laurasia (Europe and USA) and India, indicating sections was used an epoxy resin (Aradur® HY 951 that this could be the first occurrence of this genus and Araldite© GY279) to include the specimens in the Paraná Basin.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 129 On a new tapejarine pterosaur (Pterodactyloidea, Tapejaridae) from the Early Cretaceous of Brazil

Rodrigo V. PÊGAS1; Maria Eduarda C. LEAL2; Alexander W. A. KELLNER1

1Museu Nacional/UFRJ. FAPERJ. E-mail: [email protected]; FAPERJ, CNPq. E-mail: [email protected] 2Universidade Federal do Ceará. CNPq/FUNCAP. E-mail: [email protected]

A three-dimensional and almost complete Tupandactylus, Europejara, Caiuajara, Sinopterus, pterosaur mandible (MN 7596-V) from the Crato Eopteranodon and “Huaxiapterus”. The dentary Formation (Early Cretaceous of Northeastern crest, even though highly damaged, is thought Brazil), Araripe Basin, is here identified as a new to have been shallow, similar to Caupedactylus species of tapejarine tapejarid. The Tapejarinae ybaka or Sinopterus dongi. It differs from all are a particular group of edentulous pterosaurs, known tapejarids due to, among other features, diagnosed by their well-developed cranial sagittal its unusually elongate retroarticular process. crests and downturned short rostra. These Furthermore, it exhibits what seems to be a pterosaurs are proposed to represent frugivorous suite of basal and derived conditions within the flying reptiles. Though well represented and Tapejaridae, demonstrating how these pterosaurs distributed, having been found in Brazil, China, probably evolved and that these forms were even Europe and North Africa (spanning from more diverse than already acknowledged. For the Barremian to the -Campanian), instance, even though the new species exhibits the evolutionary history of the group is still a downturned mandible and a dentary crest, it poorly known, and the internal relationships lacks the characteristic step-like dorsal margin of its members are not well understood. The of the dentary in lateral view, present in Tapejara, new species here reported sheds new light Tupandactylus, Europejara, Caiuajara, Sinopterus over the evolution of the group, concerning and “Huaxiapterus”. The discovery of the new their morphology, dietary specialization species sheds new light on the evolution of and geographical origin. It can be identified the Tapejarinae and, furthermore, allows us to as a tapejarine due to its short mandibular suggest a reinterpretation for the origin of the symphysis (relative to other azhdarchoid clades), group. Given the South American nature of both downturned mandible, and the presence of a this basal tapejarine and the Thalassodrominae dentary crest. Phylogenetic analysis corroborates (the sister-group to the Tapejarinae), the origin of this interpretation, recovering the new species as the Tapejarinae possibly took place in Gondwana, the sister taxon to the clade containing Tapejara, and not in Laurasia, as is currently accepted.

130 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 A theropod tooth from the Maastrichtian of the Marília Formation of Sítio Paleontológico de Peirópolis: a possible new taxon?

Camila dos Santos PEREIRA1,3; Carlos Roberto A. CANDEIRO1,3; Stephen L. BRUSATTE2

1Laboratório de Paleontologia e Evolução, FCT, Campus Aparecida de Goiânia, Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected]; [email protected] 2School of Geoscience, University of Edinburgh. E-mail: [email protected] 3CNPq

Isolated teeth provide important records of very sharp-edged, and have a hook-like form dinosaurs and other Cretaceous vertebrates projected towards the tooth apex. These features from faunas where more complete skeletons are are similar to those of abelisaurids and also to rare. We describe a newly discovered theropod some troodontids from the Late Cretaceous of dinosaur tooth with moderately large denticles Laurasia. In order to more conclusively identify from the Marília Formation (Maastrichtian) of UFU-Geo-PV-14, we included it in a large dataset Sítio Paleontológico de Peirópólis. This specimen of nearly 1,000 teeth representing taxa from (UFU-Geo-PV-14) is housed at the Geology across theropod phylogeny and performed Laboratory of the Geography Course/Pontal several multivariate statistical analyses. A Campus of Universidade Federal de Uberlândia. principal component analysis plots UFU-Geo- The tooth is partially broken, but most of the PV-14 in a region of dental morphospace that is crown is preserved. The specimen is not filled occupied by abelisaurids. A cluster analysis finds with sediment, which makes it possible to that it is most similar to teeth of Abelisaurus and observe internal grooves on the compact-spongy Majungasaurus. Finally, a discriminant function bone tissue and growth lines on the transverse analysis identifies it as most likely belonging to an section of the crown’s base. The tooth has a abelisaurid. However, the discriminant function crown base length (CBL) of 10 mm, crown base analysis places UFU-Geo-PV-14 in an empty width (CBW) of 4.9 mm, crown height (CH) of area of morphospace between abelisaurids and 19.2 mm, and apical length (AL) of 20.2 mm. As troodontids, raising the possibility that the tooth a characteristic of theropod teeth, the specimen belongs to either an aberrant abelisaurid that is is laterally compressed, slightly curved, almost dentally convergent with some troodontids, or a triangular-shaped, and has denticles on both the rare record of a Gondwanan troodontid with teeth mesial (2 denticles/mm) and distal (1.5 denticles/ similar to abelisaurids. mm) carinae. The denticles are relatively large,

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 131 A titanosaur (Dinosauria: Sauropoda) osteoderm from Açu Formation, Potiguar Basin, Brazil (Late Cretaceous)

Paulo Victor Gomes da Costa PEREIRA1,4; Lílian Paglarelli BERGQVIST1,5; Luis Felipe ESCH Miranda e Silva1,6; Thiago da Silva MARINHO2,5; Carlos Roberto dos Anjos CANDEIRO3,5

1Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Universidade Federal do Triangulo Mineiro. E-mail: [email protected] 3Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected] 4FAPERJ 5CNPq 6PIBIC-UFRJ

Titanosauria is a clade of sauropod dinosaurs, the inner cavity, with compact bone only in the which includes the largest terrestrial animals of outer region. The trabeculae are oriented mostly all time. An interesting feature of some species vertically, with sediment filling the spaces among of this group is the presence of osteoderms. them. There is no evidence of a hollow large In Brazil, these elements are rare and only six region in the core as described in other titanosaur osteoderms were identified so far: five from osteoderms. There are also five vascular canals, the Late Cretaceous Bauru Group and one from of 3.5 to 5 mm in diameter, apparently following the middle Cretaceous São Luís Basin. Here, we the longitudinal direction. Near the margin of the describe the first titanosaur osteoderm from internal surface, the trabeculae are substituted the Potiguar Basin. The osteoderm is held in the by compact bone near the margin. Although it vertebrate fossil collection from Universidade was found in a nearby basin and a near age, the Federal do Rio de Janeiro, under the number UFRJ material described here presents a very different DG 549-R. Although the osteoderm is incomplete, morphotype (bulbous ellipsoid) in comparison the half recovered is well preserved. It is 18 cm with the one described from São Luís Basin (keeled long, 8.1 cm deep and 9.8 cm wide. The specimen with bulb and root) and may represent another presents a bilateral symmetry and is assigned armored taxon for the Northeastern Brazil. The to the bulbous ellipsoid morphotype, with the study of these elements is still rare in Brazil, internal face flattened and dome-like external when compared to other countries like Argentina. face, forming a prominent bulb. The dorsal region These elements are yet to be fully understood presents several grooves and small canals or pits and, each new osteoderm described can provide penetrating the central cavity, ranging from 1 to further evidences of function and disposition on 2 mm in diameter. Structurally, the osteoderm titanosaurs. presents a large trabecular area filling most

132 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Appendicular bones of Dinosauria from the Potiguar Basin: taxonomic and biological implications

Paulo Victor Gomes da Costa PEREIRA1,5; Lilian Paglarelli BERGQVIST1,6; Rodrigo GOLDENBERG Barbosa1; Carlos Roberto dos Anjos CANDEIRO2,6; Fernando E. NOVAS3; Ismar de Souza CARVALHO1,5; Luiz Otávio R. CASTRO1; Kleberson de Oliveira PORPINO4,6

1Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Universidade Federal de Goiás. CNPq. E-mail: [email protected] 3Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia. E-mail: [email protected] 4Universidade Estadual do Rio Grande do Norte. CNPq. E-mail: [email protected] 5FAPERJ 6CNPq

The Potiguar Basin is located in the eastern that it is composed almost entirely of compact Brazilian Equatorial margin, and is comprised bone and the individual was at least five years old by onshore and offshore areas. It is mainly when it died, according to the LAG’s observed. The distributed in the state of Rio Grande do Norte sauropod femur measures 150 cm long and has a and partly in the Ceará state, Brazil. The fossils circumference of 64 cm while the humerus is 148 studied herein were sampled from the Açu cm long and has a circumference of 58 cm. The Formation, until now considered barren of material is referred to Titanosauriformes by the fossils. It is constituted of sandstones and shales, presence of a well-developed lateral protuberance deposited in a fluvial context during the Early-Late near the proximal articulation of the femur. Cretaceous transition (Albian - Cenomanian). Here Although the high humerus/femur ratio (0.98) link we describe and evaluate three well-preserved it to basal titanosauriforms, the well-developed appendicular bones - a theropod femur and a deltopectoral crest, up to 50% or more of bone humerus and femur belonging to a same sauropod length shows affinities with the derived family specimen. The theropod femur is 39 cm long and . We estimate that the Potiguar’s has a circumference of 12.5 cm. It is attributed sauropod had 15 - 20 meters long and 20 tons. The to Abelisauroidea based on its typical sigmoid analysis of this material provides the opportunity curvature and the presence of an epicondylar to identify and learn more about an unprecedented medial crest. It can be assigned, with doubts, to the dinosaur fauna from the Cretaceous of Brazil, in family Abelisauridae due to the weak development a formation that represents, possibly, the last of the epicondylar medial crest and its large size. moment of connection between South America This theropod was roughly 3 m long and weighted and Africa. approximately 100 kg. A microCT scan revealed

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 133 Uma nova filogenia de Notoungulata (Mammalia) com a inclusão de novos caracteres endocranianos

Fernando A. PERINI1; Thomas E. MACRINI2; John J. FLYNN3; Kanvaly BAMBA4; Xijun NI5; Darin A. CROFT4; André R. WYSS6

1PG - Zoologia/Departamento de Zoologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: [email protected] 2Department of Biological Sciences, One Camino Santa Maria, St. Mary’s University, San Antonio, TX, EUA. E-mail: [email protected] 3Department of Vertebrate Paleontology, Division of Paleontology, American Museum of Natural History, New York, NY, EUA. E-mail: [email protected] 4Department of Anatomy, Case Western Reserve University School of Medicine, Cleveland, OH, EUA. E-mail: [email protected]; [email protected] 5Key Laboratory of Vertebrate Evolution and Human Origin, Institute of Vertebrate Paleontology and Paleoanthropology, Beijing, China. E-mail: [email protected] 6Department of Earth Science, University of California, Santa Barbara, CA, EUA. E-mail: [email protected]

Os Notoungulata incluem a maior parte da sem peso quanto utilizando pesagem implícita. diversidade dos grupos de ungulados nativos Também foram conduzidas análises Bayesianas extintos Sul-Americanos, com mais de 150 gêneros no MrBayes 3.2 utilizando o modelo de Lewis distribuídos em cerca de 14 famílias. No entanto, o (2001) para dados morfológicos. Suporte dos grupo é relativamente pouco explorado do ponto ramos foi estimado com suporte de Bremer, de vista filogenético. O presente estudo combina Bootstrap e probabilidade posterior Bayesiana. dados de descrições anatômicas prévias e exame A análise não-ordenada resultou em 112 árvores direto de espécimes para gerar uma matriz igualmente parcimoniosas, cada uma com um combinada com 259 caracteres, incluindo 99 de comprimento de 935 passos (CI=0.311; RI=0.678) e dentição (três deles novos), 25 do ouvido interno, a análise com pesagem implícita resultou em duas 72 do crânio e 41 do esqueleto pós-craniano. árvores igualmente parcimoniosas. A topologia Além destes caracteres, também foram incluídos da análise Bayesiana estimada com Majority Rule informações do endocrânio advindas de imagens Tree (50%) é, em grande parte, similar às árvores geradas por tomografia computadorizada de de parcimônia. Os resultados suportam a divisão raio-X de alta resolução que, adicionada de dos notoungulados em dois grandes clados, moldes naturais, plásticos e descrições prévias Toxodontia e Typotheria. Homalodotheriidae é da literatura resultaram em 22 caracteres, sendo o táxon mais basal na radiação dos Toxodontia. 11 novos e codificados para 20 espécies. A matriz Leontinidae é monofilético, apesar das relações final inclui 57 espécies Notoungulata, incluindo dentro do clado serem mal resolvidas. Assim como membros de todas as 14 famílias normalmente sugerido em trabalhos prévios, Notohippidae reconhecidas, enquanto o grupo externo é é um agrupamento parafilético na base de um formado por oito taxa, incluindo representantes Toxodontidae monofilético. Os Notopithecinae de todas as outras ordens de Meridiungulata e representam uma radiação parafilética na base dois ungulados basais (“Condylarthra”). Análises de Typotheria não fazem parte de Interatheriidae. de parcimônia foram conduzidas utilizando-se A maioria das outras famílias reconhecidas para o programa TNT, aplicando-se algoritmos de Typotheria são monofiléticas. Interatheriidae nova tecnologia para a procura das árvores mais (minus Notopitheciinae) é o grupo irmão de curtas, além de procuras convencionais utilizando um clado composto por Mesotheriidae e TBR. Os caracteres foram considerados não- Hegetotheriidae+Archaeohyracidae, como obtido ordenados e foram conduzidas tanto análises em filogenias prévias.

134 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Uso da microtomografia na descrição de estruturas internas de fóssil de crocodiliforme (Notosuchia lato sensu) da Formação Presidente Prudente, Grupo Bauru

André PINHEIRO1; Paulo Victor Luiz Gomes da Costa PEREIRA2; Felipe Medeiros SIMBRAS3; Arthur Souza BRUM4; Rafael Gomes SOUZA4; Lílian Paglarelli BERGQVIST2

1Departamento de Ciências da Faculdade de Formação de Professores, UERJ. E-mail: [email protected] 2Laboratório de Macrofósseis do Departamento de Geologia do Instituto de Geociências do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, UFRJ. E-mail: [email protected]; [email protected] 3Petrobras S.A. E-mail: [email protected] 4Labotoratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebrados Fósseis do Setor de Paleovertebrados do Departamento de Geologia e Paleontologia/ Museu Nacional, UFRJ. E-mail: [email protected]; [email protected]

A microtomografia computadorizada (micro- e dentário), o canal de Meckel e ramificações de CT) tem tomado grande importância na canais neurovasculares. Verificou-se a presença paleontologia atual, o que está em grande parte de alvéolos bastante profundos (cerca de 85% ligada à produção de imagens detalhadas de da altura da hemimandíbula), sendo que dois estruturas internas de modo não destrutivo e dos três alvéolos preservados se alternam em em alta resolução. O presente estudo mostra os conter dentes de reposição, evidenciando o resultados de uma microtomografia realizada em padrão de substituição dentária em “ondas” um fragmento fóssil (aproximadamente 9,7cm de vista nas espécies de crocodilianos atuais. Os comprimento), correspondente à mandíbula de dentes de reposição, embora reduzidos em um crocodiliforme longirrostrino (UFRJ-DG 451-R) tamanho, apresentam morfologia similar aos que se encontrava em superfície e incrustado com dentes erodidos. Os espaços interalveolares óxido de manganês, mas que foi preservado em internos são formados por ossificação esponjosa rochas do Cretáceo Superior, arenitos da Formação do dentário (i.e., ósteons primários com extensa Presidente Prudente do Grupo Bauru (estado vascularização), em comparação com a porção de São Paulo). A microtomografia foi realizada mais lateral do elemento. Na reconstrução por um aparelho SkyScan, com uma matrix de tridimensional do espécimen, são observadas 2400 por 2400 pixels, com o tamanho dos pixels ramificações partindo do canal de Meckel, os quais de 35,61 micrômetros. As fatias em diferentes se conectam com o sistema vascular interalveolar vistas foram geradas e visualizadas pelo software e estão relacionados a funções neurovasculares. DataViewer 1.5.1.2, enquanto que a segmentação Assim, esse método se apresenta como uma e reconstruções de estruturas em três dimensões ferramenta bastante útil e potencial para o foram realizadas pelo Spiers 2.2. Foi revelado uma melhor esclarecimento anatômico interno, tendo grande diferença entre o coeficiente de atenuação em vista que detalhes da disposição espacial das da crosta de manganês e do fóssil, favorecendo estruturas ficam acessíveis, o que outros métodos uma melhor observação dos detalhes anatômicos. não contemplam. Esses dados, podem contribuir As imagens geradas revelaram parte da não somente em termos de descrição morfológica cristalização do esmalte e das camadas de dentina dos táxons, mas também fornecem informações nas coroas dentárias, os alvéolos dentários, que podem ser aproveitadas para outros tipos de dentes internos de substituição, o contato e a análises, como a filogenética e a biomecânica nos largura de elementos mandibulares (i.e., esplenial estudos de vertebrados fósseis e viventes.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 135 Cranio-mandibular anatomy and reconstruction of Sahitisuchus fluminensis Kellner et al. (Sebecidae, Crocodyliformes), from Paleogene of Rio de Janeiro, Brazil

André E. Piacentini PINHEIRO1; Diego POL2; Ulisses Dardon B. LIMA3; Diogenes de Almeida CAMPOS4; Lílian Paglarelli BERGQVIST5

1Faculdade de Formação de Professores, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 2Museo Paleontológico Egidio Feruglio. CONICET. E-mail: [email protected] 3Instituto Virtual de Paleontologia, Departamento de Estratigrafia e Paleontologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 4Museu de Ciências da Terra, Serviço Geológico do Brasil. E-mail: [email protected] 5Laboratório de Macrofósseis, Departamento de Geologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]

Sahitisuchus fluminensis is a Cenozoic terrestrial and low longitudinal crest) and dentition (e.g., mesoeucrocodylian, related to and upper toothrow exceeding ten teeth [rather than a Bretesuchus, from the Paleogene of Itaboraí reduced tooth count]; presence of posterior teeth Basin at Rio de Janeiro state (Northeast Brazil). having globous crowns). The premaxillae and The holotype was recently described based in a maxillae of referred materials points a singular partially preserved skull and mandible housed inner joint between these elements (ventrally at the fossil collection of Museu de Ciências da interconected by peg-socket structures), which Terra (MCT, Rio de Janeiro, Brazil). However, could be evolved to minimize stress in anterior the type material is not complete, lacking the region of the snout when feeding or antagonistic premaxillae and most of maxillae, nasals, intraspecific interactions. Furthermore, the lacrimals, prefrontals and palpebrals; besides occiput construction, mainly the processus the preservation of the skull and mandible in postoccipitales, it revealed distinct compared to an overbite occlusion, hides the dentary teeth. others terrestrial notosuchians like peirosaurids We redescribe and reconstruct the skull and and baurususuchids. The material also provided mandible of Sahitisuchus fluminensis based not us a large amount of informations to infer the only on the holotype (aided by CT images) but also development of main adductors and depressor on isolated but well preserved materials referred craniomandibular musculature (e.g., MAMEp, to this taxon (including a complete premaxillary MAMIPtv and MDM in a different arrangement pair). All these materials were recovered from the to extant eusuchians). The anatomical study of same quarry in the 1960’s to 1980’s due to mining skull and mandible of Sahitisuchus fluminensis activities for industrial purposes by Portland indicate a generalist-opportunist carnivorous Mauá Company. The morphological analysis of rather than a hypercarnivorous morphotype (as in Sahitisuchus fluminensis allows us interpreting it Cretaceous baurusuchids). The work improves our as a basal sebecid in comparison with material knowledge on the anatomy and the feeding habits referred to the genus Sebecus. Some characters of this important post-Cretaceous Brazilian taxon, that give strength to this argument are based which belongs to one of the two non-eusuchian mainly in the skull anatomy (e.g., the anterior mesoeucrocodylian radiations during the dawn of external nares aperture; the putative presence of Cenozoic in South America. a small antorbital fenestra; frontal with smoothly

136 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Registros de Archosauriformes da Formação Sanga do Cabral (Triássico Inferior): O início do domínio diápsido no Mesozóico do Oeste gondwânico

Felipe L. PINHEIRO1; Voltaire D. P. NETO2; Agustín G. MARTINELLI2

1Laboratório de Paleobiologia, Universidade Federal do Pampa, Campus São Gabriel. E-mail: [email protected] 2Laboratório de Paleontologia de Vertebrados, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: [email protected]; [email protected]

A Formação Sanga do Cabral (Sul da Bacia do em coleções científicas, nos revelaram uma Paraná), de idade Induano-Olenekiano, representa inesperada diversidade de arcossauromorfos na o único registro fossilífero, em território unidade, com a presença inequívoca de diversos brasileiro, da fauna que sucedeu a crise do final arcossauriformes basais. Destacamos aqui uma do Permiano. Sua idade eotriássica é balizada pela vértebra cervical de centro alongado e anficélico, presença do pararréptil Procolophon trigoniceps, portando quilha ventral bem desenvolvida e ao qual se somam anfíbios temnospôndilos (com cristas laterais em forma de asas, localizadas um táxon nominal, o Rhytidosteidae Sangaia posteriormente às diapófises e se expandindo lavinai), elementos pós-cranianos atribuídos a anteriormente. Seu espinho neural é alto, cinodontes, vértebras cervicais alongadas de sutilmente expandido lateralmente e de contorno “Protorosauria” (Archosauromorpha), elementos aparentemente quadrangular. A morfologia fragmentários tentativamente identificados deste espécime apresenta pronunciada como Archosauriformes, além do recentemente similaridade com o arcossauriforme basal descrito arcossauromorfo não-arcossauriforme Chasmatosuchus rossicus, previamente reportado Teyujagua paradoxa. Neste contexto, a Formação para o Olenekiano inicial da Rússia. Além deste Sanga do Cabral se mostra como uma unidade espécime, reportamos, ainda, duas vértebras chave para a compreensão do câmbio faunístico dorsais de centro também anficélico e portando que resultou no domínio mesozoico dos crista ventral, profunda fossa localizada na base Archosauriformes. Para a Formação Buena do espinho neural e apresentando tuberosidades Vista (Uruguai), presumivelmente correlata à bem desenvolvidas abaixo dos processos Formação Sanga do Cabral, foi recentemente transversos (estas últimas sendo peculiares reportada a presença de elementos cranianos a arcossauriformes basais genericamente fragmentários e vértebras de arcossauriformes classificados como “Proterosuchia”). Estes semelhantes a Proterosuchus. Na formação Sanga espécimes trazem perspectivas empolgantes para do Cabral, entretanto, materiais diagnósticos a compreensão do câmbio faunístico ocorrido no atribuíveis a arcossauriformes basais não foram, Oeste gondwânico no intervalo neopermiano- até então, reportados. Recentes coletas realizadas eotriássico e, especialmente, da diversificação em afloramentos especialmente produtivos inicial dos arcossauriformes, que levou ao domínio da Formação Sanga do Cabral, em adição à diápsido que perdurou por todo o Mesozóico. reavaliação de espécimes há muito depositados

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 137 Os roedores sigmodontíneos (Mammalia: Rodentia: Cricetidae) do Quaternário de Tocantins e suas implicações paleoambientais

Carolina PIRES de A. Borges1,2; Marcelo WEKSLER1; Leonardo S. AVILLA2

1Museu Nacional, UFRJ. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Mastozoologia, UNIRIO. E-mail: [email protected]

A subfamília Sigmodontinae é uma das inferências aqui apresentadas foram baseadas linhagens mais diversificadas de roedores. nos padrões de distribuição das espécies, Seus representantes ocupam uma grande revelando: (1) táxons relacionados com áreas variedade de habitats e apresentam diversos inundadas em savanas, corredores de mata de estilos de vida. Devido aos requisitos ecológicos galeria ou formações florestais (como Holochilus específicos, os roedores se caracterizam como sciureus, Oecomys sp. e Pseudoryzomys simplex); bons bioindicadores, sendo frequentemente e (2) espécies típicas de áreas abertas e secas usados para inferências paleoambientais. No (como Calomys sp., Kunsia tomentosus e Necromys entanto, estudos paleontológicos do grupo lasiurus); e (3) táxons generalistas, que podem são escassos no Brasil. O objetivo do presente ocorrer tanto em habitats florestados como estudo é analisar material de sigmodontíneos abertos (como Akodon sp., Oligoryzomys sp. e coletado em expedições realizadas à Gruta do Thalpomys sp.). O paleoambiente inferido a Urso, e inferir condições paleoambientais para partir da diversidade encontrada se assemelha a região onde a gruta encontra-se localizada. A as condições atuais. Desta forma, reconhece-se Gruta do Urso é uma caverna calcária localizada um ambiente de Cerrado heterogêneo durante no município de Aurora de Tocantins, no Sudeste o final do Pleistoceno e Holoceno da região, com estado de Tocantins, e tem revelado em seu áreas abertas, matas de galeria, áreas cársticas conteúdo fossilífero uma extensa diversidade e ambientes sazonalmente inundados. O padrão destes roedores. O material analisado consistiu sugere que este tipo de ambiente já estava de 202 molares os quais estão depositados na em estabelecido ou se estabelecendo desde o coleção paleomastozoológica da Universidade final do Pleistoceno. Trabalhos paleontológicos Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). As com outros grupos de mamíferos para a região datações radiométricas disponíveis (ESR) estão corroboram este padrão. entre 22 e 3,8 mil anos antes do presente. As

138 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Mapa digital das localidades fossilíferas de vertebrados do Norte do Brasil

Márcia Aparecida dos Reis POLCK1; Marcos Antônio Soares MONTEIRO1; João Felipe Oliveira Macena de SANTANA2; Orangel AGUILERA3

1Divisão de Desenvolvimento em Mineração, Departamento Nacional de Produção Mineral/ RJ. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro– UERJ. E-mail: [email protected] 3Instituto de Biologia, Universidade Federal Fluminense – UFF. E-mail: [email protected]

Até o final do século XX os trabalhos sobre e criado um banco de dados em forma de planilha paleontologia, de forma geral, não informavam contendo as ocorrências dos vertebrados precisamente as localidades fossilíferas, fósseis, seus respectivos locais de coleta, bacia restringindo-se a mapas com informações sedimentar, unidade estratigráfica e idade. Tais regionais ou locais que forneciam alguns pontos informações foram exibidas em um mapa digital de referência. Em função disso, os pesquisadores através dos programas GoogleEarth e ArcReader, tinham muita dificuldade para encontrar os sendo possível visualizar as localidades tanto pela afloramentos. Somente a partir da década de idade quanto pelos grupos de vertebrados. Ao 1990 muitas ferramentas de geoprocessamento clicar em uma determinada localidade os demais e aplicativos, associados ao uso do GPS no dados correspondentes aparecem em uma campo, contribuíram para a divulgação de janela. Este mapa permitirá um conhecimento dados mais precisos sobre os locais de coleta. mais preciso dos locais onde são encontrados Atualmente muitos trabalhos científicos sobre os paleovertebrados da região Norte do Brasil paleovertebrados contendo as coordenadas e será disponibilizado tanto para a comunidade geográficas dos afloramentos e mapas científica quanto para o Departamento Nacional georreferenciados têm sido elaborados. Todavia, de Produção Mineral (DNPM), facilitando ações estes mapas restringem-se apenas aos locais de de monitoramento, fiscalização e proteção coleta dos fósseis estudados. O presente estudo dos sítios fossilíferos. O conhecimento preciso teve como objetivo a elaboração de um mapa destas localidades fossilíferas permitirá ações digital da região Norte do Brasil com os principais educativas, como palestras e cursos nas escolas locais de coleta dos vertebrados fósseis. Para locais, divulgando a importância de preservar o isso foi realizado um levantamento bibliográfico patrimônio paleontológico para a população.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 139 Mapeamento das ocorrências de paleovertebrados das bacias do Rifte Continental do Sudeste Brasileiro (RCSB): Implicações paleoambientais e biocronológicas

Márcia Aparecida dos Reis POLCK1; Marcos Antônio Soares MONTEIRO2; João Felipe Oliveira Macena de SANTANA3; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR4

1Divisão de Desenvolvimento em Mineração, Departamento Nacional de Produção Mineral/RJ. E-mail: [email protected] 2Divisão de Desenvolvimento em Mineração, Departamento Nacional de Produção Mineral/RJ. E-mail: [email protected] 3Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. E-mail: [email protected] 4Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. E-mail: [email protected]

O Rifte Continental do Sudeste Brasileiro (RCSB) confeccionado, utilizando o programa ARCGIS é uma feição tectônica alongada e deprimida, de 10. Em seguida, foram discutidos aspectos idade cenozoica, que se estende da cidade de paleoambientais e cronológicos com base em Curitiba, no Paraná, a Barra de São João, no Rio semelhanças e diferenças no registro fossilífero de Janeiro. As bacias sedimentares originadas das referidas bacias. A partir do mapeamento foi ao longo desse sistema são Curitiba, São Paulo, possível verificar que a Formação Entre-Córregos Taubaté, Aiuruoca, Gandarela, Fonseca, Resende, (Bacia de Aiuruoca) e a Formação Tremembé Volta Redonda, Macacu e Itaboraí. Muitas dessas (Bacia de Taubaté) apresentam semelhança bacias destacam-se pelo seu registro fossilífero de relacionadas tanto à idade e ambiente de vertebrados, a exemplo de Itaboraí (mamíferos, sedimentação (lacustre), como também em répteis, aves e anfíbios; idade Paleoceno final), relação aos vertebrados fósseis registrados, em Taubaté (mamíferos, répteis, aves, anfíbios e especial os peixes da ordem Characiformes que peixes; idade Oligoceno final), Aiuruoca (aves, são encontrados em ambas as bacias. A presença anfíbios e peixes; idade Eoceno-Oligoceno) e de anfíbios anuros nas bacias de Taubaté, Itaboraí Curitiba (mamíferos, répteis, aves e anfíbios; e Aiuruoca mostra uma relação dessas bacias, em idade Eoceno médio-Oligoceno inicial). O presente especial no que tange a aspectos ambientais, trabalho consiste em um estudo preliminar como a umidade. As faunas de mamíferos das baseado no mapeamento georreferenciado das bacias de Itaboraí, Taubaté e Curitiba mostram ocorrências de vertebrados fósseis nessas bacias, algum grau de similaridade, visto que possuem com a finalidade de reconhecer padrões que exemplares de mesma Ordem, sugerindo que as permitam novas interpretações paleoambientais mesmas podem possuir idades mais aproximadas e biocronológicas. Foi elaborado um banco de do que o proposto atualmente (Itaboraí, Paleoceno dados em forma de planilha com as localidades final; Taubaté, Oligoceno final; Curitiba, Eoceno georreferenciadas dos vertebrados fósseis médio-Oligoceno inicial). Considerando trabalhos das bacias do RCSB disponíveis na literatura. biocronológicos anteriores e as similaridades aqui Com base nos dados da planilha, contendo a observadas é possível considerar que a idade da localidade georreferenciada, a bacia, a unidade Bacia de Itaboraí seja mais recente, possivelmente estratigráfica, a idade, e o táxon, um mapa foi Eoceno inicial ou até mesmo Eoceno médio.

140 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 As principais localidades com peixes fósseis do nordeste do Brasil

Márcia Aparecida dos Reis POLCK1; Marcos Antônio Soares MONTEIRO2; João Felipe Oliveira Macena de SANTANA3; Rafael Matos LINDOSO4; Ismar de Souza CARVALHO4

1Divisão de Desenvolvimento em Mineração, Departamento Nacional de Produção Mineral/RJ. E-mail: [email protected] 2Divisão de Desenvolvimento em Mineração, Departamento Nacional de Produção Mineral/RJ. E-mail: [email protected] 3Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. E-mail: [email protected] 4Instituto de Geociência, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. E-mail: [email protected]; [email protected]

Atualmente, com o auxílio de GPS, outras científicos referentes a peixes fósseis dessa ferramentas de geoprocessamento e aplicativos, região e coleções institucionais. Posteriormente, muitos trabalhos científicos sobre paleontologia foi criado um banco de dados em forma de têm fornecido dados mais precisos sobre os locais planilha, contendo a localidade georreferenciada, de coleta dos fósseis, incluindo mapas digitais. a idade, a bacia, a unidade estratigráfica, o táxon Essas informações são de grande importância, e observações. Com base nos dados da planilha, visto que, com a crescente urbanização, muitos foi confeccionado um mapa do Nordeste do Brasil afloramentos foram destruídos e os dados sobre o com as localizações georreferenciadas, através do local de coleta acabam se perdendo. Todavia, esses programa ARCGIS 10. Esse trabalho permitirá um mapas abrangem apenas uma determinada bacia conhecimento mais preciso dos locais de coletas sedimentar, ou uma unidade litoestratigráfica, ou dos fósseis e o mapa será disponibilizado tanto um determinado sítio fossilífero ou mesmo um para o Departamento Nacional de Produção pequeno local onde um determinado fóssil foi Mineral (DNPM) em ações de monitoramento, encontrado. Uma visão da localização exata, ou até fiscalização e proteção dos sítios fossilíferos, mesmo aproximada, de onde esses fósseis foram quanto para a comunidade científica em geral. encontrados em uma determinada região do Brasil Uma visão mais abrangente sobre a distribuição só é possível a partir de dados georreferenciados geográfica da paleoictiofauna do Nordeste do ou de informações geográficas muito precisas. Brasil permitirá uma melhor correlação entre Em função disso, esse trabalho, que faz parte bacias sedimentares, além de possibilitar ações de um projeto maior chamado “Mapa digital das mais específicas de conscientização da população, principais localidades fossilíferas do Brasil”, teve através de ações educativas nos municípios onde como objetivo a elaboração de um mapa digital são encontrados os peixes fósseis, no intuito de dos principais locais de coleta dos peixes fósseis valorar e preservar os sítios paleontológicos em da região Nordeste do Brasil. Para isso, foram nível local e regional. realizados levantamentos dos principais trabalhos

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 141 Nuevos registros de Dinosaurios Cretácicos en la Provincia de La Pampa, Argentina

Juan Domingo PORFIRI1,2; Marcos CENIZO3; Domenica DINIZ DOS SANTOS1,2; Rubén JUAREZ VALIERI4; Flavio BELLARDINI5

1Museo de Ciencias Naturales. Universidad Nacional del Comahue. Neuquén Argentina. E-mail: [email protected] 2Cátedra de Reptiles Mesozoicos. Facultad de Ingeniería. Universidad Nacional del Comahue. Neuquén Argentina. E-mail: [email protected] 3Museo de Historia Natural, Santa Rosa. La Pampa. Argentina 4Secretaría de Cultura de la Provincia de Río Negro. General Roca, Río Negro, Argentina 5Dirección Provincial de Patrimonio Cultural, Dto. Paleontología, de la Provincia de Neuquén, Argentina

El registro de vertebrados mesozoicos de la materiales fósiles provienentes de la misma zona. provincia de La Pampa, Argentina, es escaso. Los mismos corresponden a una vértebra dorsal? Los mismos se restringen a un dinosaurio fragmentaria de un posible hadrosaurio, a dos hadrosaurio rescatado en 1991 nominado vértebras caudales procélicas articuladas de un Lapampasaurus cholinoi (Coria et al., 2012) y a titanosaurio y fragmentos indeterminados que piezas de un titanosaurio innominado rescatadas aún se encuentran en la roca. Los restos fósiles, en 2001 (una vértebra dorsal, vértebras caudales a pesar de ser aislados, poseen gran significancia anteriores y medias, costillas, púbis y posible debido a que demuestran una alta potencialidad isquion). Los afloramientos donde se registraron paleontológica del área. En los próximos meses estos restos de dinosaurios provienían de se realizarán en la zona nuevas actividades de Colonia Chica, Departamento Puelen al SO de La excavación y exploración coordinadas por el Pampa. Los niveles geológicos aflorantes han sido Museo de la Universidad Nacional del Comahue identificados como pertenecientes a la Formación que ampliarán el conocimiento de dinosaurios Allen del Grupo Malargue (Cretácico Tardío, y posiblemente otros vertebrados de finales del Campaniano Tardío-Maastrichtiano Temprano). Cretácico de la provincia de La Pampa. Durante 2016, fueron rescatados nuevos

142 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Nuevos registros de vertebrados en el campus de la Universidad Nacional del Comahue, Neuquén, Argentina

Juan Domingo PORFIRI1,2; Domenica DINIZ DOS SANTOS1,2; Rubén D. JUÁREZ VALIERI3

1Museo de Ciencias Naturales, Universidad Nacional del Comahue. Neuquén Argentina. E-mail: [email protected] 2Cátedra de Reptiles Mesozoicos. Facultad de Ingeniería. Universidad Nacional del Comahue. Neuquén Argentina. E-mail: [email protected] 3Secretaría de Cultura de la Provincia de Río Negro. Cipolletti Argentina. E-mail: [email protected]

El campus de la Universidad Nacional del arrojando nuevos registros de vertebrados. Los Comahue, se encuentra ubicado al Norte de materiales hallados, si bien revisten un carácter la ciudad de Neuquén y emplazado sobre fragmentario, pertenecen a diferentes taxones. sedimentos de la Formación Bajo de la Carpa del Entre ellos se ha registrado hasta el momento Grupo Neuquén (Cretácico Tardío). Durante las un diente de cocodrilo de mayor tamaño a los exploraciones realizadas en durante las últimas conocidos en las especies anteriormente citadas, décadas, un rico registro de vertebrados fósiles una faceta de articulación de una vértebra ha permitido conocer una importante asociación dorsal (probablemente pre o postzigapófisis), un faunísta de esta región. Entre los materiales centro vertebral perteneciente a una vértebra importantes que se han registrado en el campus caudal procélica de un saurópodo titanosaurio, se pueden mencionar pequeños dinosaurios fragmentos de un elemento apendicular de un terópodos como el alvarezsaurio Alvarezsaurus saurópodo indeterminado y nuevos registros calvoi; el abelisauroideo Velocisaurus unicus, de huevos de ornitotoracinos. Las recientes el enanthiornithino Neuquenornis volans y el exploraciones reafirman la importancia y ornithuromorfas basales Patagopteryx deferrarissi; potencialidad de esta zona, que pertenece al la serpiente basal Dinilysia patagonica; cocodrilos yacimiento paleontológico más importante que zifosúquios derivados como Neuquensuschus posee la ciudad de Neuquén. Para ello también se universitas, terrestris, está trabajando en la puesta en valor del sitio a brachibbucalis, y el baurusúquido Wargosuchus través de trabajos de exploración, investigación australis, y un peirosúquido innominado. Se y difusión de la importancia del yacimiento del suman además las colonias de nidos con huevos campus de la Universidad Nacional del Comahue de aves ornitotoracinas, algunas preservando y la necesidad de preservación y manejo del embriones. Durante el año 2015, se realizaron yacimiento. tareas de prospección al campus de la universidad

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 143 Sobre um novo espécime de Procolophon trigoniceps (Procolophonoidea. Procolophonidae) proveniente da Supersequência Sanga do Cabral, Triássico Inferior do Rio Grande do Sul

Anderson de Oliveira RANGEL1; Felipe Lima PINHEIRO1

1Laboratório de Paleobiologia, Universidade Federal do Pampa. E-mail: [email protected]; [email protected]

Os Procolofonoidea formam um clado diverso preservados, formando parte do teto craniano. dentro do grupo Parareptilia. São encontrados O quadradojugal encontra-se fragmentado em relativa abundância em rochas dos períodos e está preservado somente do lado direito. Permiano e Triássico, tendo distribuição Este elemento contribui significativamente cosmopolita. A espécie Procolophon trigoniceps, na forma triangular do crânio. As mandíbulas que dá nome ao clado, tem sua distribuição encontram-se oclusas ao crânio e seus dentes restrita a estratos do Triássico Inferior (Induano/ são visualizados apenas em vista labial. Assim Olenekiano). Descrevemos, aqui, um espécime como nas maxilas, também em comparação de Procolophonoidea coletado no sítio fossilífero com elementos isolados encontrados na mesma “Bica São Tomé” (Supersequência Sanga do Cabral, localidade, os dentes mandibulares aparentam Bacia do Paraná), em São Francisco de Assis, Rio possuir pronunciada expansão lábio-lingual. O Grande do Sul. O espécime é constituído por um elemento pós-craniano associado foi identificado crânio com mandíbulas articuladas e associado como uma interclavícula. Algumas características a um elemento pós-craniano. Descreveu-se o observadas em UNIPAMPA 316, como dentes material com a finalidade de se chegar a uma pré-maxilares cônicos e pontiagudos, seguidos atribuição taxonômica menos inclusiva possível. por dentes maxilares bulbosos, além de um Embora não muito bem preservadas, as pré- crânio caracteristicamente triangular, permitem maxilas conservam dois dentes em formato a atribuição do espécime ao táxon P. trigoniceps. cônico. A maxila apresenta dentes bulbosos, UNIPAMPA 316, por representar uma associação cuja expansão lábio-lingual não pode ser aferida entre crânio, mandíbula e um elemento pós- devido à oclusão mandibular. Ainda assim, este craniano, é um espécime único para o registro elemento é, em vista lateral, idêntico a fragmentos brasileiro de P. trigoniceps. O novo material destaca encontrados recentemente no mesmo Sitio o potencial do Sítio Bica São Tomé no resgate de Fossilífero e que apresentam pronunciada vertebrados fósseis pertencentes à recuperação expansão lábio-lingual. Os frontais estão bem faunística pós-extinção Permo-Triássica.

144 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Aspectos paleoecológicos do Sítio Paleontológico de Peirópolis (Maastrichtiano), Uberaba (MG)

Laís de Souza RÉDUA1,3; Thiago da Silva MARINHO1,3,4; Agustín Guillermo MARTINELLI2,3; Luiz Carlos Borges RIBEIRO1

1Universidade Federal do Triângulo Mineiro. CNPq. E-mail: lais.redua@hotmail. com; [email protected]; [email protected] 2Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: [email protected] 3CNPq 4FAPEMIG

O Sítio Paleontológico de Peirópolis em Uberaba, Dinossauros maniraptores e crocodiliformes Minas Gerais, é mundialmente reconhecido peirossaurídeos eram predadores terrestres por abranger um rico depósito fossilífero do de médio porte e possivelmente oportunistas, Cretáceo Tardio em rochas da Formação Marília alimentando-se de pequenas presas, como (Maastrichtiano) do Grupo Bauru. Esta unidade lagartos, pequenos crocodiliformes notossúquios geológica é composta por sequências de arenitos e carcaças de animais maiores. Algas carófitas intercalados com conglomerados e carbonato de podem ser consideradas alguns dos produtores cálcio, depositadas em ambientes fluviais com primários, que poderiam sustentar a fauna de contribuição aluvial e que se divide nos membros invertebrados, atualmente representados por Echaporã, Ponte Alta e Serra da Galga, sendo que moluscos biválvios e gastrópodes. Diversos peixes os dois últimos afloram em Uberaba. A maior parte osteíctes seriam predadores de invertebrados e dos fósseis coletados na região é proveniente outros peixes, além de ser presas para tartarugas, do Membro Serra da Galga e são representados crocodiliformes e, possivelmente, de dinossauros atualmente por 24 táxons de algas carófitas, terópodes. Apesar do material de aves ser escasso, pteridófitas, ostrácodes, moluscos biválvios é possível que esses animais se alimentassem e gastrópodes, osteíctes, anuros, testudines, de pequenos invertebrados dulciaquícolas ou lagartos, crocodiliformes, e dinossauros terrestres, mesmo estes últimos não sendo titanossauros e terópodes (incluindo Aves). O presentes como fósseis. Outro importante aspecto presente trabalho objetiva o estabelecimento das do Sítio Paleontológico de Peirópolis é a presença interrelações dos organismos fósseis provenientes de um ovo completo e abundantes fragmentos do Membro Serra da Galga de Peirópolis, visando de casca de ovos de titanossauros, indicando um a determinação da provável paleoecologia deste provável sítio de nidificação. Através do Princípio paleoecossistema. Os fósseis de plantas são do Uniformitarismo, e utilizando como base o rico raros e restritos à presença de esporocarpos registro fossilífero e aspectos geológicos do local, de pteridófitas, porém, a dieta herbívora dos é possível, mesmo que tentativamente, inferir a titanossauros é um indicativo da presença de possível estrutura do ecossistema do Cretáceo uma flora abundante e mais rica do que o registro representado pelos afloramentos de Peirópolis. A atual demonstra. Os dinossauros abelissauróides partir do presente estudo, serão realizadas mais deveriam ser alguns dos principais predadores análises, visando a reconstrução paleoambiental de grande porte, conforme são representados deste importante sítio paleontológico. por ossos pós-cranianos e centenas de dentes.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 145 Reconstrução detalhada de crânio do pterossauro Tapejara wellnhoferi em poliestireno extrudido

Helder Lima Santos da ROCHA1

[email protected]

A partir de fotografias de diversos fósseis podem ser coladas, cortadas, aparadas, lixadas fragmentados de quatro espécimes do e retorcidas com calor. Quando aquecidas, folhas pterossauro Tapejara wellnhoferi, (AMNH finas de XPS podem ser moldadas de forma a 24440, IMCF 1051, SMTK PAL 1137 e MCT-1500) produzir estruturas ocas, com uma superfície produzimos uma reconstrução detalhada de mais áspera e resistente, podendo ser mais fortes treze ossos do crânio deste pterossauro, que e leves do que se produzidas através do tradicional foram depois encaixados para montar a escultura corte de blocos de espuma maciços. O tratamento de um crânio completo, articulado e detalhado. com chamas promove a formação de bolhas Para esta reconstrução foram usadas folhas de minúsculas na superfície da folha, tornando-a poliestireno extrudido (XPS), um polímero leve, mais áspera e mais dura, porém mais quebradiça. barato e reciclável, utilizado com frequência em Aplicando-se uma ou mais camadas de Emulsão embalagens de alimentos, isolamento térmico e de Polímero Acrílico (à base de água), a superfície acústico. Este material permite a construção de desenvolve uma aparência seca, similar a osso, esculturas levíssimas e relativamente resistentes e torna o material mais resistente a fraturas. Os (levando em considerando o peso final das peças): ossos são tingidos usando corantes naturais como a escultura do crânio do Tapejara wellnhoferi com café, ferrugem ou cinzas, obtendo um resultado pouco mais de 30 cm de comprimento, utilizando bastante realista. Além do crânio de Tapejara, este material, não pesa mais que 90 gramas. O produzimos outras oito esculturas ósseas de material, que pode ser modelado empregando pterossauros usando esta técnica, resultando técnicas de escultura aditiva e subtrativa, permite em esqueletos com grande nível de detalhe e a inclusão de detalhes milimétricos. A modelagem extremamente leves. Detalhes do processo, é similar ao uso de folhas de papel (similar à técnicas, referencias e decisões estão disponíveis técnica conhecida como “papercraft”), mas que em http://imaginosaurus.wordpress.com.

146 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Sobre a ocorrência de escamas lepisosteoides no Cretáceo Inferior da Bacia Sanfranciscana, norte de Minas Gerais

Guilherme Augusto RODRIGUES1; Jonathas BITTENCOURT1,3; Valéria GALLO2

1Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 3FAPEMIG

Escamas do tipo lepisosteoide são descritas em reconhecidamente mais resistente a alterações detalhe pela primeira vez para o Cretáceo Inferior pós-deposicionais. A morfologia dos espécimes da Formação Quiricó (Bacia Sanfranciscana). é similar àquela de peixes neopterígios basais, Os espécimes foram coletados em um novo incluindo ginglimódios e aspidorrinquídeos. afloramento no norte do estado de Minas Gerais Uma identificação menos inclusiva é dificultada e compreendem algumas escamas posteriores pela condição fragmentária do material e pela quase completas e centenas de fragmentos falta de características diagnósticas específicas extraídos da matriz sedimentar. As escamas são neste tipo de escama. Isso pode ser aplicado rômbicas e preservam tanto a ganoína quanto também a algumas escamas isoladas comumente a placa basal. A camada de ganoína é fina, referidas a Lepidotes, coletadas em diversas ornamentada por microtubérculos e mostra o formações do Jurássico-Cretáceo do Brasil. Os arranjo típico de folhetos sobrepostos. A placa resultados adicionam um novo registro de escama basal é composta de osso lamelar e fibroso, com ganoide na Bacia Sanfranciscana e ressaltam a osteócitos achatados e isodiamétricos, canalículos importância de espécimes mais completos, mais de Williamson e fibras de Sharpey. Uma análise do que escamas isoladas, para uma identificação por EDS sugere modificações diagenéticas de peixes neopterígios basais em nível de gênero. da placa basal, mas não da ganoína, que é

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 147 A lenda da tartaruga sem cabeça

Pedro Seyferth R. ROMANO1

1Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

Apesar de relativamente abundante no registro morfologia das suturas é extremamente variável fóssil, fragmentos pós-cranianos de tartarugas e geralmente relacionada ao envelhecimento são dificilmente diagnosticáveis em níveis e crescimento. Assim, duas características são taxonômicos menos inclusivos. Por isso, a interpretações não confiáveis de partes alteradas maioria dos relatos descrevem morfótipos, mas diageneticamente e outras duas correspondem a não apresentam nenhum ato nomenclatural. interpretações questionáveis de características Infelizmente, não foi o caso do trabalho com ampla variação fenotípica em cascos de recentemente publicado por Carvalho et al. (2016; tartarugas. Portanto, não existem caracteres doi: 10.11646/zootaxa.4126.4.3; daqui em diante, robustos para diagnosticar uma nova espécie. CGB), em que as autoras propõem um novo Entretanto, a maior falha de CGB está no gênero e espécie - Inaechelys pernambucensis. argumento circular de que sua análise filogenética CGB identificaram, em um material da série tipo “suporta” Inaechelys pernambucensis como uma representado por um plastrão incompleto e com nova espécie. Primeiro, ao se incluir um novo compressão diagenética (CTG-UFPE 6174), quatro terminal em uma matriz para análise filogenética, características “diagnósticas”. O plastrão CTG- assume-se que este terminal é uma espécie válida. UFPE 6174 apresenta rachaduras e quebras na Portanto, uma análise filogenética não constitui região do lobo anterior. Assim, (1) o entoplastrão um teste de hipótese sobre a validade de uma nova pentagonal parece ser um artefato diagenético espécie. Segundo, foram codificados 14 caracteres e (2) o suposto contorno reto do lobo anterior é para Inaechelys pernambucensis, sendo o restante duvidoso, já que tal região está quebrada. A razão tratado como “?”. Se comparada à Rosasia soutoi, do comprimento dos escudos abdominal/femoral outro terminal na matriz, ambas as “espécies” são é bastante variável em tartarugas. Por exemplo, logicamente idênticas (em termos de codificação em uma amostra de 14 topótipos de Bauruemys de caracteres) e, obviamente, o resultado foi elegans essa razão varia entre 0,70 e 0,92, com resgatá-las como táxons irmãos (única solução média de 0,82. Assim, (3) utilizar o comprimento do possível aplicando critério de parcimônia). escudo abdominal como notadamente menor que Desta forma, a reconstrução filogenética é um Rosasia soutoi para diagnosticar uma nova espécie artefato metodológico utilizado para “suportar” é questionável. A interpretação dos (4) contatos uma hipótese infundada. Assim, conclui-se que entre placas do plastrão como fortemente serrada Inaechelys pernambucensis é um sinônimo júnior é tão pouco confiável, já que a fusão de placas e a de Rosasia soutoi.

148 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Interações entre humanos pré-históricos e a megafauna quaternária na América do Sul: implicações zooarqueológicas e paleobiogeográficas

Giovana Medeiros ROSA1; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR2

¹ Departamento de Arqueologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. FAPERJ. E-mail: [email protected] ² Departamento de Estratigrafia e Paleontologia, Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]

Poucos registros têm sido reportados sobre é de 9.670 ± 140 A.P. Em Mato Grosso foi descoberto interações entre humanos pré-históricos e um ossículo dérmico modificado, por abrasão, da megafauna quaternária na América do Sul, apesar preguiça gigante Glossotherium lettsomi. Data-se da visível relevância do assunto para a história o sítio em cerca de 11.000 A.P. Em um crânio humana no continente. Este trabalho apresenta atribuído ao mastodonte Notiomastodon platensis um levantamento dos sítios paleontológicos coletado na Lapa do Caetano (Minas Gerais; com evidências desse processo, levando em sem idade estimada), uma estrutura interna não consideração o tipo de interação observada, natural preenchida foi observada. O molde da descrição das feições encontradas, táxon e idade. cavidade craniana é um objeto em forma de lança, Para a padronização dos dados, foi construída configurando uma percussão dinâmica. Com base também uma tabela com os tipos de butchering nos dados levantados, mastodontes e preguiças os quais, na maioria dos casos, não foram gigantes são visivelmente os principais alvos da discutidos nas publicações originais. Em Taima ação de humanos pré-históricos. A respeito dos Taima (Venezuela) foram encontradas marcas de tipos de danos, a qualidade das marcas está pichamento, serragem e repartimento em ossos bem distribuída geograficamente, bem como em do mastodonte Stegomastodon waringi, com idade relação às espécies, apontando para uma ausência de 13.000 A.P. Em Arroyo del Vizcaíno (Uruguai), de preferência. Os espécimes apresentam uma clavícula de preguiça do gênero Lestodon apenas um ou dois tipos de butchering, com apresenta quatro tipos de feições de butchering: exceção de Arroyo del Vizcaíno, que apresenta picamento, serradura, raspagem e percussão duas particularidades: maior diversidade de dinâmica. A datação estimada é de 29.050 ± marcas antropogênicas, o que pode indicar 290 A.P. No estado de Sergipe foi encontrado falta de experiência do abatedor ou carcaça de um fragmento de dente modificado atribuído à treino; e uma idade mais antiga, que pode estar preguiça terrícola Eremotherium laurillardi, o qual relacionada a uma migração por meios mais apresentava marcas de butchering, essencialmente complexos do que os especulados anteriormente marcas de raspagem. Estima-se a idade de e que, isoladamente, não representou relevância 10.740 ± 30 A.P. No Piauí, foram encontrados para o overkill, visto que poucos milhares de anos seis espécimes do equídeo Hippidion principale mais tarde essas espécies foram caçadas pelos com marcas antropogênicas, classificadas como hominídeos recém-chegados no continente. raspagem e percussão dinâmica. A idade estimada

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 149 Bioerosões em ossos de uma associação monoespecífica do cinodonte Exaeretodon (Zona de Assembleia de Hyperodapedon, Triássico do Rio Grande do Sul)

Cristiane da Rosa ROSA1; Voltaire Dutra PAES-NETO2; Felipe Lima PINHEIRO1

1Laboratório de Paleobiologia, Universidade Federal do Pampa, Campus São Gabriel. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Paleontologia de Vertebrados, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: [email protected]

Evidências paleoicnológicas são de excepcional um razoável tempo de exposição subaérea. Foi relevância em estudos paleobiológicos, já que identificado, em uma mandíbula, um traço em podem possibilitar inferências sobre diversidade forma de câmara que atinge o osso esponjoso, de hábitos alimentares, comportamento dos medindo 17,8 mm de comprimento e 7,5 mm de indivíduos, composição faunística e tafonomia largura maior. Sua morfologia é compatível com de localidades e acumulações fossilíferas. a icnoespécie Cubiculum inornatus. Essa mesma Analisamos, no presente trabalho, traços de mandíbula apresenta traços característicos de bioerosões em ossos presentes em um material perfuração seguida de arraste, uma morfologia proveniente do afloramento “Janner”, localizado diagnóstica de traços de predação ou necrofagia. na cidade de Agudo, no Rio Grande do Sul (Zona de Foram ainda identificadas sete perfurações com Assembleia de Hyperodapedon, Triássico Superior). comprimento maior variando entre 0,2 mm e 0,6 A associação consiste, predominantemente, mm, dispersos entre os materiais cranianos e pós- de materiais cranianos e poucos elementos cranianos. Cubiculum inornatus e as perfurações axiais e apendiculares, todos aparentemente aqui relatadas foram, provavelmente, produzidas pertencentes a espécimes do gênero Exaeretodon. pela ação osteófaga de insetos. Na face medial Ossos desta associação apresentam-se de um maxilar direito foram identificados intensamente bioerodidos, mostrando traços traços de um icnotáxon ainda indeterminado, com diferentes morfologias e padrões de semelhante a feições atribuíveis a mordidas. ocorrência. Na descrição e interpretação das Traços de osteofagia, predação e necrofagia foram marcas utilizamos, como icnotaxobases, a previamente registrados para o sítio “Janner”. morfologia geral, presença ou ausência de Uma análise detalhada destas ocorrências bioglifos, preenchimento, sítios de implantação icnológicas pode vir a contribuir na elaboração e padrão de ocorrência. A integração dos dados de um modelo tafonômico integrado para esta tafonômicos e icnológicos da associação indica importante localidade fossilífera, já que possibilita ausência de transporte associada a predação, o reconhecimento de invertebrados osteófagos ação de necrófagos e osteófagos. Os materiais como agentes modificadores dos processos apresentam sinais de intemperismo que indicam bioestratinômicos.

150 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Sobre traços de habitação e osteofagia em um crânio do cinodonte Exaeretodon (Zona de Assembleia de Hyperodapedon, Triássico do Rio Grande do Sul)

Cristiane da Rosa ROSA1; Voltaire Dutra PAES-NETO2; Felipe Lima PINHEIRO1

1Laboratório de Paleobiologia, Universidade Federal do Pampa, Campus São Gabriel. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Paleontologia de Vertebrados, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: [email protected]

Icnofósseis são vestígios deixados pela interação estão mais concrecionadas, o que possibilitou de organismos extintos com os mais diversos sua melhor preservação. A parte dorsal do crânio substratos. Os traços fósseis podem fornecer apresenta tubos mais curtos e espessos, além de indícios para uma série de comportamentos e um maior número de câmaras, dispostas mais interações ecológicas, tais como locomoção, próximas umas das outras em relação ao que escavação, descanso, forrageamento e habitação. é observado na norma palatal. As estruturas Reportamos, aqui, a ocorrência de túneis de tubulares aqui analisadas são semelhantes, em habitação e traços de osteofagia em um crânio termos de composição, aos rizólitos previamente de cinodonte atribuível ao gênero Exaeretodon. O encontrados na Supersequência Santa Maria, espécime foi coletado no sítio “Janner” (Zona de mas diferem na sua forma, principalmente pela Assembléia de Hyperodapedon, Triássico Superior presença de bifurcações em ângulos de 90°. Os do Rio Grande do Sul). O crânio apresenta, em vista novos traços mostram certa compatibilidade com palatal e dorsal, diversas estruturas tubulares, a diagnose da icnoespécie Taotieichnus orientalis, preenchidas por calcita e situadas adjacentes ao icnofóssil registrado apenas para o Jurássico osso. Os tubos adjacentes aos ossos formam uma Médio da China. T. orientalis se assemelha a túneis rede, interconectados por junções em forma de subterrâneos ou subaéreos produzidos por cupins “T” ou “L”, raramente “Y”, levando, muitas vezes, atuais. Assim, consideramos que as estruturas a diversas câmaras globosas, com comprimento aqui reportadas sejam túneis de habitação maior que largura. Por vezes, ao final dos tubos, produzidos por insetos e posteriormente percebem-se traços bioerosivos, evidenciando preenchidos por calcita, de modo similar ao desgaste do osso, o que é particularmente proposto para T. orientalis. Entretanto, os evidente em norma palatal. Além destas espécimes analisados aqui diferem de T. orientalis bioerosões, identificou-se também umCubiculum por não apresentarem predominância de junções inornatus (traço em forma de câmara circular, não em forma de “Y”, sendo, provavelmente, uma nova apresentando bioglifos) localizada proximamente icnoespécie do gênero Taotieichnus. a um dos tubos. Em norma dorsal, as câmaras

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 151 Reconstituição da paleodieta do Cervidae extinto Morenelaphus (Carette, 1922) (Cetartiodactyla: Mammalia) via microdesgaste do esmalte dentário

Alline ROTTI1; Lidiane de ASEVEDO Silva1,2; Gina SEMPREBON3; Leonardo AVILLA1

1Laboratório de Mastozoologia, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Paleontologia e Palinologia de Mato Grosso, Universidade Federal de Mato Grosso. E-mail: [email protected] 3Bay Path University. E-mail: [email protected]

Dentre a grande diversidade de Cervidae extintos Argentina e da Gruta do Urso, com valores mais do Pleistoceno da América do Sul, destaca-se altos apresentados pelos espécimes argentinos. Morenelaphus, por apresentar-se com ampla Em geral, todos os Morenelaphus estudados distribuição geográfica (desde a Província de apresentaram valores altos quando comparados Buenos Aires, Argentina, até o norte-nordeste aos outros cervídeos. Ainda, reconheceu-se um do Brasil) e com registro fossilífero significativo padrão de distribuição unidirecional das cicatrizes (crânios e pós-crânios em associação). Os nos esmaltes dentários de todos Morenelaphus, cervídeos tiveram sua origem na América do o que, juntamente com os valores altos dos Sul relacionada ao Grande Intercambio Biótico arranhões, sugerem que este táxon seria pastador. Americano (GIBA), consequência do soerguimento Todavia, as médias de perfurações também são do Istmo do Panamá no limite Plio-Pleistoceno. altas, uma característica comum aos herbívoros Todavia, pouco se sabe sobre a paleoecologia ramoneadores. Este padrão dúbio sugere que do táxon em questão. Assim, avaliou-se o Morenelaphus ocuparia o nicho de dieta mista com microdesgaste dentário com o objetivo de se tendência a hábitos pastadores, já que arranhões reconhecer a paleodieta e paleoecologia. Para tal, são mais discriminantes. Os resultados aqui analisaram-se espécimes dos dois extremos de apresentados sugerem que a região Pampeana e sua distribuição geográfica: da Gruta do Urso, na o norte do Brasil incluíam ambientes abertos no região Norte do Brasil (estado de Tocantins), e da Pleistoceno, com pastagens e vegetação arbustiva. região Pampeana, no centro-leste da Argentina. Em consonância com propostas anteriores, a O método seguiu o protocolo da literatura América do Sul apresentava uma grande planície corrente. As análises foram realizadas no esmalte de pastagens durante o Pleistoceno, o domínio dentário dos segundos molares superiores, biogeográfico conhecido como Diagonal Seca. quantificando-se as cicatrizes, arranhões e Muitos elementos da Megafauna de Mamíferos perfurações presentes na segunda banda do sul-americanos ocupavam este domínio além de paracone; já que a relação entre essas duas Morenelaphus, como o equídeo Equus neogeus, o variáveis determina o tipo de hábito alimentar. proboscídeo Notiomastodon platensis, entre muitos Posteriormente, os padrões reconhecidos para outros. Todos considerados extintos na transição os espécimes de Morenelaphus das localidades Pleistoceno-Holoceno, provavelmente em razão analisadas foram comparados com valores de de mudanças climáticas que selecionaram outros cervídeos (atuais e fósseis), postulados em negativamente a Megafauna de Mamíferos da estudos prévios. Padrões similares dos arranhões América do Sul. foram registrados entre os Morenelaphus da

152 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Os primeiros registros fossilíferos de Passariformes (Dinosauria: Aves) da Gruta do Urso, Estado do Tocantins, Norte do Brasil

Luana SALUM1,2; Carolina Acosta HOSPITALECHE3; Leonardo dos Santos AVILLA2

1Universidade Federal de São Carlos. E-mail: [email protected] 2Laboratorio de Mastozoologia, Universidade do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 3Divisão de Paleontologia de Vertebrados, Museu de La Plata. E-mail: [email protected]

A Gruta do Urso localiza-se no município de compreendendo mais de 220 espécies. Os Aurora do Tocantins, sudeste de Tocantins, que fosseis pós crânianos reconhecidos na triagem por sua vez possui o maior acervo de cavernas são úmeros, tíbias, tarsometatarsos e fêmures. catalogado no Brasil. Os fósseis provenientes Dentre esses, os elementos mais abundantes desta caverna estão inseridos em um contexto são úmeros, totalizando quatro espécimes. A sedimentar, depositado entre 22 mil e 3,8 mil priori, foi possível a atribuição desses fósseis à anos, e são representados por uma grande família em questão, entretanto, possivelmente diversidade de mamíferos e alguns lepidossauros. denota uma diversidade taxonômica ainda Os novos fósseis foram obtidos a partir da maior, representada pelos seguintes gêneros técnica de lavagem e peneramento do sedimento de Thamnophilidae: Thamnophilus, Pyriglena, (screemwashing) e posterior triagem dos pequenos Desithamnus, Herpsilochmus e Hypocnemis. A restos fossilizados. Deste triado, revelou-se uma comparação dos fosseis com os ossos não grande quantidade de restos de microvertebrados, fossilizados foi realizada através de comparação dentre estes, anfíbios, lepidossauros, mamíferos a lupa por características ósseas como epífises, e aves. Apesar dos fósseis serem muito côndilos e sulcos, sendo estas características incompletos, e no caso das aves, representados comparadas por sua forma, profundidade, apenas por material pós-craniano, os mesmos curvatura, tamanho, e/ou posicionamento foram passíveis de identificação. O primeiro no fóssil em geral. Estes são os resultados grupo estudado é Passeriformes, Família preliminares de um programa de investigação Thamnophilidae. Esta é uma família de aves de que visa revelar a diversidade de aves fósseis da pequeno porte, hábito alimentar insetívoro, e Gruta do Urso, e novos dados são esperados para de distribuição restrita às planícies e florestas as subsequentes estapas desta pesquisa dada a de altitudes mais baixas da Região Neotropical, abundância de fósseis coletados.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 153 Preliminary description of new selachian teeth (Chondrichthyes, Elasmobranchii) from the Santa Marta Formation (Upper Cretaceous), James Ross Island, Antarctic Peninsula

Rodolfo Otávio SANTOS1; Douglas RIFF1; Taissa RODRIGUES2; Juliana SAYÃO3; Luiza PONCIANO4; Rodrigo FIGUEIREDO2; Luiz Carlos WEINSCHÜTZ5; Alexander KELLNER6

1Laboratório de Paleontologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia. SESu/MEC. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Paleontologia, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Espírito Santo. CAPES, FAPES, CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected] 3Núcleo de Biologia, Centro Acadêmico de Vitória, Universidade Federal de Pernambuco. CNPq. E-mail: [email protected] 4Laboratório de Tafonomia e Paleoecologia Aplicadas, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 5CENPALEO, Universidade do Contestado. E-mail: [email protected] 6Laboratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebrados Fósseis, Setor de Paleovertebrados, Depto. de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ. CNPq. E-mail: [email protected]

Sharks were extinct from Antarctica since the housed at Museu Nacional/UFRJ. MN7586-V and onset of the late Eocene glaciation and the MN7583-V were found preserved in concretions formation of the ice-shield on the Antarctic and represent Hexanchiformes. MN7586-V is Peninsula. From the Cretaceous to the Eocene, identified as an upper jaw tooth, showing only the however, the group experimented an increasing root and three conules, with a fourth and bigger diversity. The Campanian-Maastrichtian Hebert conule left as an impression. The conules are Sound Member of the Santa Marta Formation compressed labio-lingually, with a convex labial provided the largest selachian diversity known face. The recurved serrations, usually present in so far from the Cretaceous of Antarctica, with this group and located at the mesial edge, were 11 described species representing four groups: not preserved. MN7583-V belongs to the lower jaw Hexanchiformes, Lamniformes, Squatiniformes and has five labio-lingually compressed conules, and Synechodontiformes. The Hebert Sound all of similar size and shape, with a convex labial Member crops out in northwest James Ross Island face. Three Lamniformes material (MN7584-V, and comprises well-sorted, fine-grained quartzose MN7585-V, and MN7588-V) were identified, all sandstones, interbedded with minor cross-bedded lacking the root, each presenting an awl-shaped sandstones, abundant concretions and occasional pointed and sigmoidal curved central cusp shell coquinas accumulated in a nearshore with a smooth labial face, without evidence of environment. During the XXXIV OPERANTAR (2015 lateral cusplets. MN7585-V and MN7588-V have – 2016) several isolated shark teeth were collected ornamentations in form of short folds at the along with other fossil remains. Such teeth were base of their lingual faces, feature not accessible found in several outcrops of the Hebert Sound in MN7584-V. Due to the fragmentary nature of Member inside centimetric sandstone concretions Lamniformes specimens it is hard to identify them or dispersed into the sandstone matrix, parallel at a lower taxonomic level, while the morphology to the bedding. Here five new selachians records of the Hexanchiformes teeth suggests that they are described, all of them consisting of isolated belong to Notidanodon sp. This genus is typical and fragmented teeth, comprising two of the four of high latitudes and indicative of the Weddellian taxa already known from this stratigraphic unit: Province (Antarctica–Patagonia–New Zealand), Hexanchiformes and Lamniformes, collected while Lamniforms is a widespread taxon. around the location 63o55’2”S, 57o52’52”W and

154 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Osteohistological characterization of the first theropod dinosaur from the Ipubi Formation, Early Cretaceous, Araripe Basin, Brazil

Juliana Manso SAYÃO1; Renan Alfredo Machado BANTIM1,3; Rafael César Lima Pedroso de ANDRADE1,3; Antônio Álamo Feitosa SARAIVA2; Alexander Wilhelm Armin KELLNER4

1Laboratório de Biodiversidade do Nordeste (BIONE), UFPE/CAV. CNPq. E-mail: [email protected] 2Laboratório de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri (LPU), URCA 3Universidade Federal de Pernambuco, PPGEOC. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected]; 4Museu Nacional/UFRJ. E-mail: [email protected]

The Araripe Basin is famous worldwide for its sequences in the outer portions. The osteocytes fossil deposits with well-preserved and diverse lacunae are rounded, largely distributed along fossil biota. Until now all dinosaur records from the sample, and also around the primary osteons the Araripe Basin comes from the Romualdo (indicating a high metabolic activity in these Formation, none osteological evidence has been areas). Secondary osteons are present in the inner formally reported from the Ipubi Formation so cortex but in a low number and in their initial level far. A sample from the right tibia of a theropod of development. It is due to the absence of the dinosaur from the latter formation was well-marked lamellae around these structures collected, and submitted to slide preparation and indicates that the remodeling process was for osteohistological observations. The compact still in the beginning. The growth marks (GMs) are cortex is primarily composed of fibrolamellar represented by two LAGs (Lines of Arrested Growth) bone tissue, evidenced by randomic orientation and one annulus. The formation of LAGs indicates of the bone fibers deposition a tissue type an effective cessation of bone growth, whereas found in animals with high metabolic rates. The the annulus represents a decrease of the rate of vascular network is present in the whole cortex, bone deposition. The annulus is the second GM being much higher endostealy and decreases and is located in the middle portion of the cortex. towards the outer cortex. The vascular network The last GM is a LAG located in the outer cortex. is composed essentially of simple vascular These three GMs indicate at least three growth canals and primary osteons (in different levels cycles for this specimen. There was no external of development). The simple vascular canals fundamental system (EFS) preserved. The absence show a random distribution along the cortex and of this structure indicates that the animal has some of these canals anastomoses with each not reached the asymptotic growth before the other forming a reticular pattern. The primary moment of its death and was still able to grow. osteons are widespread in the whole sample The new data indicates the presence of a juvenile (from endosteal to periosteal margin). The form of a basal theropod dinosaur with affinities quantity of these structures decreases towards with the Tetanurae in these deposits. the outer cortex and they seem to form parallel

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 155 Processo de preparação de um bloco da Bacia do Paraná, Sul do Brasil

Pâmela Cristina Nascimento da SILVA1

1Setor de Paleovertebrados. Deptartamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional, UFRJ. E-mail: [email protected]

Trabalhos de campo visando coleta de fósseis fosse necessário. Este registro continuará até a comumente resultam na chegada de inúmeros conclusão do trabalho. Após a abertura, a maior blocos de gesso contendo novos exemplares parte dos pedaços soltos da rocha matriz foi para serem preparados. Aqui são descritos separada e fragmentada com uso de martelo alguns procedimentos realizados num dos de 50g e ponteiras finas a procura de possíveis blocos coletados no Município Cruzeiro do fósseis, porém somente o maior deles possuía Oeste-PR em sedimentos areníticos da Bacia restos visíveis. Na parte de maior dimensão do Paraná. Nos materiais procedentes daquela foram utilizadas também canetas pneumáticas localidade os fósseis costumam ser facilmente para maior velocidade. Durante o processo distinguidos por sua coloração clara em relação surgiram rachaduras finas no sedimento e foram à matriz sedimentar. Esta não apresenta forte preenchidas com cola a base de cianoacrilato. cimentação sendo relativamente fácil de ser Ainda neste pedaço isolado do bloco maior foram removida mecanicamente o que tornaria o encontrados fósseis muito frágeis que foram trabalho de preparação mais rápido e preciso. prontamente protegidos com uma solução de Porém durante a avaliação feita para iniciar os paralóide diluído a 3% em acetona para melhor procedimentos foi percebido que o bloco, até o consolidação. A estratégia que vem sendo adotada momento identificado apenas como bloco 009, para preparação de blocos é a de abri-lo pela apresentava certa fragilidade, pois a jaqueta de base, retirar rapidamente a maior parte da rocha gesso já se encontrava avariada e era possível matriz até que, ao atingir o nível onde os fósseis perceber a existência de partes soltas em seu se encontram, seja iniciado o trabalho mais lento interior. Ficou claro que para um bom resultado e delicado. Porém, devido ao estado deste bloco, seria importante que as técnicas de preparação com o avanço da preparação houve a necessidade fossem bem aplicadas e isto seria um desafio em de uma mudança para não danificar os fragmentos função da fragilidade, pois sob estas condições, a que já se encontravam soltos dentro da jaqueta. perda do material representa um risco constante. Sendo assim o bloco foi novamente fechado com Foi feito um registro das condições gerais do gesso para ser reaberto posteriormente pelo lado bloco por meio de anotações e fotografias em oposto por onde a preparação deve ser finalizada. diversos ângulos para uma reconstituição caso

156 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Análise tafonômica de vertebrados fósseis da Gruta das Três Cobras, Pleistoceno Final, Serra do Ramalho, Bahia

Rafael Costa da SILVA1

1CPRM – Serviço Geológico do Brasil. E-mail: [email protected]

A região sudoeste da Bahia é conhecida pelos bahiensis e ?Chelonoidis sp. Os Xenarthra foram grandes sistemas cársticos desenvolvidos nas mais abundantes, correspondendo a 36% do rochas do Grupo Bambuí. Durante trabalhos de material, contra 15% de Cetartiodactyla e 7% de campo na região, realizados pela CPRM - Serviço outros grupos, além de outros indeterminados. Geológico do Brasil, foram registrados fósseis da Os elementos mais abundantes identificados megafauna pleistocênica na Gruta das Três Cobras correspondem a vértebras, osteodermes, (13°37’7,58”S; 43°45’11,49”O), município de Serra costelas, dentes, ossos longos e autopodiais, além do Ramalho, Bahia. A cavidade, com projeção de elementos indeterminados. Cerca de 54% do horizontal de 5620 m e desnível de 32 m, apresenta material enquadram-se no grupo I de Voorhies depósitos fossilíferos formados por areia fina a e 44% no grupo II. A maior parte dos fósseis grossa siltosa e mal selecionada, periodicamente apresentou baixo grau de quebra pré-fossilização erodidos por águas pluviais. Como resultado, e intemperismo entre os estágios 0 e 1, além de os sedimentos mais finos são transportados pouca ou nenhuma abrasão. Os dados mostram e os ossos e clastos maiores acumulam-se que a maior parte do material sofreu pouca nos trechos erodidos. Visando interpretar os exposição antes do soterramento, possivelmente processos bioestratinômicos foi realizado o com algum grau de mobilização local e por pouco estudo tafonômico de 299 fósseis, incluindo grau tempo. As características analisadas permitiram e tipo de quebras, abrasão e intemperismo. Foram definir quatro modos tafonômicos: ossos in registrados 34 táxons: Xenarthra indet., Cingulata loco (59%), indeterminados (22%, não é possível indet., Folivora indet., Glyptodontidae indet., determinar o modo de preservação devido ao Pampatheriidae indet., Scelidoteriinae indet., alto grau de quebra pós-fossilização), ossos Carnivora indet., Squamata indet., Megatheriidae transportados (15%) e associados a necrofagia indet., Cetartiodactyla indet., Cervidae indet., (4%, com marcas de consumo). Assim, o conjunto Tayassuidae indet., Felidae indet., Mustelidae corresponde a uma associação parautóctone, indet., Toxodontidae indet., ?Ahytherium aureum, certamente com mistura temporal. Alguns táxons, Catonyx cuvieri, Valgipes bucklandii, ?Nothrotherium como os Xenarthra, podem ser troglóxenos. sp., Euphractus sexcinctus, Propraopus sulcatus, Contudo, o padrão morfológico da cavidade e Holmesina majus, ?Holmesina paulacoutoi, a distribuição espacial dos fósseis permitem Didelphis sp., Hydrochoerus sp., ?Neochoerus sugerir que a grande quantidade de fendas, bocas sp., Chrysocyon brachyurus, ?Panthera onca, e claraboias funcionassem como armadilhas Notiomastodon platensis, Palaeolama major, naturais para grupos que não frequentavam Tapirus sp., Tayassu pecari, Xenorhinotherium cavernas.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 157 Peixes Diodontidae do Neogeno da América Tropical

Guilherme SILVA1; Orangel AGUILERA1; Ricardo LOPES2; Alessandra MACHADO2; Thaís SANTOS2; Gabriela MARQUES1; Thayse BERTUCCI1; Thayanne AGUIAR1; Jorge CARRILLO-BRICEÑO3; Felix RODRIGUEZ4

1Universidade Federal Fluminense (UFF), Instituto de Biologia, Departamento de Biologia Marinha, e Programa de Pós-graduação em Biologia Marinha e Ambientes Costeiros, Niterói, RJ, Brasil. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Instrumentação Nuclear, Programa de Engenharia Nuclear/COPPE. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 3Palaeontological Institute and Museum, University of Zürich, Switzerland. E-mail: [email protected] 4Smithsonian Tropical Research Institute, Balboa, Republic of Panama. E-mail: [email protected]

A elevação do Istmo do Panamá na América formação definitiva do Istmo do Panamá. As Central durante o Plioceno (3 Ma) e o isolamento espécies de Diodontidae (Diodon e Chilomycterus) da conexão interoceânica entre o Atlântico e estudadas aqui provêm de unidades do Neogeno o Pacífico modificou os padrões de circulação marinho do Brasil (Formação Pirabas: Mioceno oceânicas, tendo como consequências profundas inferior), Colômbia (FM Jimol: Mioceno inferior), mudanças oceanográficas e ambientais que Panamá (FM Tuira: Mioceno superior; FM Gatun: distinguem ambas regiões costeiras do Pacífico Mioceno superior) e da Venezuela (FM Cantaure: e do Atlântico nas Américas. No caso do Oceano Mioceno inferior; FM Socorro: Mioceno médio). Atlântico, forma-se definitivamente o Mar Os estudos dos elementos diagnósticos presentes do Caribe com o desenvolvimento de recifes nas mandíbulas e baterias de placas dentárias, coralinos, pastos marinhos e manguezais. As realizados com o auxílio de microtomografias grandes transformações geográficas e geológicas e reconstruções 3D, em exemplares fósseis e nas bacias hidrográficas ao Norte da América recentes dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, do Sul, incluindo os sistemas fluviais do Paleo assim como a revisão dos holótipos das espécies Amazonas-Orinoco e do Lago de Maracaibo previamente descritas para a região, apontam a revelam significativas descargas de água doce existência de duas espécies fósseis novas para a em direção ao Sul do Caribe, contribuindo com Ciência (Chilomycterus n. sp. 1 e 2) e a revisão da a formação de sistemas estuarinos e lagoas designação do gênero de uma terceira espécie marginais. Os registros de peixes fósseis nas bacias (Diodon ferrerai). É discutida a presença destas sedimentares marinhas da região interoceânica espécies na sequência geocronológica das bacias da América Tropical correspondem às formas sedimentares neogenas da América Tropical e a ancestrais anfi-americanas que precederam a distribuição paleobiogeográfica dos Diodontidae.

158 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Paleoictiofauna dos Folhelhos Pirobetuminosos da Formação Ipubi, Cretáceo Inferior da Bacia do Araripe

José Lucio e SILVA1; Flaviana Jorge de LIMA2; Thatiany Alencar BATISTA1; Jennyfer Sobreira FERREIRA1; Edilson Bezerra dos Santos FILHO1; Renan Alfredo Machado BANTIM2; Juliana Manso SAYÃO3; Gustavo Ribeiro de OLIVEIRA4; Antônio Álamo Feitosa SARAIVA1; Francisco Eduardo de SOUSA FILHO5

1Universidade Regional do Cariri (URCA), Laboratório de Paleontologia da URCA. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Biodiversidade do Nordeste, Centro Acadêmico de Vitória, Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: [email protected]; [email protected] 3 Núcleo de Biologia, Centro Acadêmico de Vitória, Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: [email protected] 4Laboratório de Paleontologia e Sistemática, Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural do Pernambuco. E-mail: [email protected] 5Departamento de Física da Universidade Regional do Cariri (URCA). E-mail: [email protected]

A Formação Ipubi, porção intermediária do e nadadeiras, o que dificulta sua identificação. Grupo Santana (andar Alagoas - Cretáceo Pode-se concluir que a Formação Ipubi tem um Inferior), apresenta idade aproximada de 113 número de táxons reduzido comparado as outras a 115 milhões de anos. Ela é caracterizada por formações do Grupo Santana (a subjacente apresentar basicamente evaporitos e folhelhos Formação Crato possui 11 táxons e a sobrejacente pirobetuminosos, sendo também bastante Formação Romualdo possui 26 táxons): dois conhecida pela extração e comercialização de representantes de Chanidae (Dastilbe e Tharrias) gipsita, mineral utilizado para fabricação de e duas espécies de Clupeocephala (Santanaclupea gesso. Nos folhelhos, são encontrados restos e Santanasalmo), animais suspensívoros de de peixes, tartarugas e vegetais. Com duas pequeno porte, e de médio porte, como Vinctifer, coletas realizadas em minas de extração de e predadores de espera como Cladocyclus, gipsita no Município de Santana do Cariri – CE e totalizando sete táxons. Possivelmente, esta uma no município de Araripina – PE, foi possível assembleia de peixes vivia em um paleoambiente identificar 345 espécimes de peixes fósseis, de stress, já que a formação de evaporitos está entre eles, seis de Santanichthys diasii (alguns associada à precipitação de minerais a partir de completos e outros representados somente pelo soluções hipersalinas, compatível com o ambiente esqueleto cefálico e fragmentos da nadadeira da Formação Ipubi, bem como a presença de dorsal); 17 de Vinctifer comptoni (escamas isoladas matéria orgânica depositada em ambiente e indivíduos fragmentados e desarticulados); lacustre, anóxico e hipersalino, compatível dois de Cladocyclus gardneri (preservação parcial com ambiente evaporítico, mostrando uma do corpo e escamas); três de Santanasalmo contribuição dominante de algas e bactérias elegans (completos); nove de Tharrhias araripis fotossintetizantes. Não foi possível observar níveis (alguns completos e outros desarticulados); 14 de mortandade como ocorre nas concreções da de Santanaclupea silvasantosi (incompletos, mas Formação Romualdo, porém a diversidade de apresentando escudos ventrais); cinco de Dastilbe táxons observada na Formação Ipubi, mostra crandalli (completos e fragmentados); e 289 peixes a potencialidade desta unidade, ainda pouco indeterminados, representados basicamente por explorada no que tange à Paleontologia. esqueletos desarticulados, desprovidos de crânio

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 159 O registro dos procedimentos aplicados aos exemplares fósseis no Laboratório de Preparação de Fósseis do Setor de Paleovertebrados do Museu Nacional do Rio de Janeiro

Helder de Paula SILVA1; Jessica Pontes SILVA1; José Teixeira da Silva FERREIRA2

1Setor de Paleovertebrados, Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional, UFRJ. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Setor de Atendimento, Gerência, Banco Brasileiro de Descontos. E-mail: [email protected]

Intervenções em espécimes fósseis ocorrem nossas fichas contêm os seguintes campos: praticamente desde que são encontrados e Identificação do material, local de procedência, continuam após terem sido estudados, expostos nome do responsável pela preparação e dados ou mesmo guardados nas coleções. Por outro adicionais sobre o material. Depois há um espaço lado o registro destas intervenções nem sempre é livre para as descrições dos procedimentos feito ocasionando uma deficiência de informações e no final algumas linhas para observações. cujas consequências tendem ao agravamento ao Inicialmente estas fichas eram mantidas juntas de longo do tempo. A ausência deste registro não cada exemplar, porém esta iniciativa se mostrou somente dificulta a eliminação dos procedimentos inadequada. Posteriormente passaram a ficar que levaram a resultados desastrosos como guardadas em gavetas o que as mantinha limpas e dificulta a seleção daqueles que lograram êxito. evitava sua deterioração. Tão importante quanto No Laboratório de Preparação de Fósseis do o cuidado de manter estas fichas acessíveis é o Setor de Paleovertebrados do Museu Nacional cuidado com o detalhamento das informações do Rio de Janeiro foram feitos alguns testes para nela contidas. Anotações muito resumidas ou criar um modelo que pudesse ser usado para as genéricas são de pouca utilidade. Nos modelos anotações dos procedimentos realizados nos criados houve uma tendência natural de substituir exemplares. Embora nenhum tenha obtido a os desenhos por fotografias. Atualmente os perfeição, já serviram e continuam servindo como desenhos vêm sendo utilizados somente quando fonte de informações complementares sobre os há desejo de evidenciar algum detalhe ou quando espécimes. Os primeiros modelos elaborados não é possível fotografar ou incluir alguma tinham espaços destinados a conteúdos bastante foto. Atualmente está sendo implementado um precisos como o nome da espécie, o número de mecanismo que possibilita que cada preparador tombo e a identificação de cada elemento ósseo, inclua as informações em um documento on line porém este modelo foi rapidamente modificado que pode ser acessado por diferentes dispositivos, para se tornar mais simples, genérico e flexível. agilizando o processo de arquivamento digital Cabe lembrar que no momento em que estas destes dados. Desta forma, se for de interesse, fichas são preenchidas, na maioria das vezes os em breve poderá ser possível incluir, no banco de exemplares ainda não receberam nome nem dados de cada exemplar, os procedimentos pelos número de tombo tendo como identificação quais tenha passado. mais comum o número de campo. Atualmente

160 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Descrição e aspectos tafonômicos dos Tayassuidae (Mammalia, Cetartiodactyla) fósseis da gruta Tacho de Ouro, sudeste do estado do Tocantins, norte do Brasil

Matheus SILVA-GUIMARÃES1; Richard BUCHMANN1; Bruno ROCHA-DOS SANTOS1; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR2; Leonardo dos Santos AVILLA1

¹Laboratório de Mastozoologia, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Departamento de Estratigrafia e Paleontologia, Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de janeiro. E-mail: [email protected]

As grutas da Província Espeleológica Bambuí, preservação em articulação encontrada nos ossos em Aurora do Tocantins, região norte do Brasil, apendiculares em T. pecari são compatíveis com revelam abundantes acumulações fossilíferas de processo de mumificação natural no exterior da mamíferos do intervalo Pleistoceno-Holoceno. caverna em condição de aridez do paleoambiente. Recentemente, espécimes identificados como No espécime identificado como P. tajacu há Tayassuidae foram recuperados na Gruta Tacho icnofósseis de alimentação (Fodinichnia) atribuídos de Ouro, os primeiros achados paleontológicos provavelmente a mordidas de carnívoros, que se desta caverna. O material apresenta elementos assemelham ao padrão observado na predação cranianos e pós-cranianos encontrados associados por felídeos, como a remoção da epífise do fêmur em um dos condutos da gruta. Segundo a análise, esquerdo apresentada no espécime. No entanto, o material representa duas espécies: Pecari tajacu não foi possível discernir mais assertivamente se Linnaeus, 1758, reconhecido por um fragmento o evento tratou-se de predação ou necrofagia. craniano e um fêmur esquerdo; e, Tayassu pecari O nível de abrasão consideravelmente baixo em Link, 1795, apresentando um crânio parcialmente ambos e a condição articulada em T. pecari sugere completo, um fragmento mandibular, radio direito que o material foi transportado por um fluxo e ossos pós-cranianos em parte articulados, hidráulico de baixa energia para o interior da gruta ainda inseridos em dois blocos de sedimento. e posteriormente foi rapidamente soterrado. Além disso, observa-se em um dos blocos, uma A incrustação observada em parte do material série incompleta de vértebras lombares, uma indica uma provável exposição no nível freático ulna direita e um fragmento da pélvis direita, e da caverna. As condições tafonômicas aqui no outro, vértebras desarticuladas, costelas, uma observadas sugerem semelhanças com contexto pélvis esquerda, um fêmur direito, tíbias esquerda visto em outras cavernas da região (e.g. Gruta e direita, autopodiais anteriores esquerdos do Urso e Gruta dos Moura), o que pode estar e direitos e autopodiais posteriores direitos. relacionado ao fato das distintas tafocenoses Reconhece-se que ambos os indivíduos morreram terem sido formadas durante o mesmo período externamente à gruta e posteriormente foram de tempo ou que, no caso de serem de idades carreados para o seu interior, condição inferida diferentes, as condições que levaram à formação devido aos sinais de intemperismo (e.g. marcas das mesmas terem sido constantes ao longo do de dessecação) observados, sugerindo exposição tempo. subaérea. O padrão de encurvamento e a

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 161 The first report of internal 3D network of channels in a maxilla of Carcharodontosaurid (Theropoda, Dinosauria) from Brazil

Felipe Medeiros SIMBRAS1; Arthur Souza BRUM2; Paulo Victor Luiz Gomes da Costa PEREIRA3; Lílian Paglarelli BERGQVIST3

1Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras). E-mail: [email protected] 2Labotoratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebrados Fósseis/ Setor de Paleovertebrados/ Departamento de Geologia e Paleontologia/ Museu Nacional/UFRJ. E-mail: [email protected] 3Laboratório de Macrofósseis/Departamento de Geologia/Instituto de Geociências/ Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza/UFRJ. E-mail: [email protected]; [email protected]

Three years ago, the team of the Laboratório almost horizontal orientation and the undulating de Macrofósseis of the Universidade Federal shape of the interdental plate tissue. We regarded do Rio de Janeiro published the first Brazilian two functional hypotheses for this network of Carcharodontosauridae bone remain. This channels: the first is vascular, for irrigation of specimen (UFRJ-DG409-R) is a partial right maxilla the soft tissue around the both replacement and composed of five alveoli and one replacement developed teeth; the second is neural. In extant tooth that were recovered from the Presidente animals, these channels are ramifications from the Prudente Formation (Late Campanian - Early maxillary artery, which runs almost horizontally Maastrichtian), Bauru Group. It is assigned as along the maxillary bone and intercept teeth Carcharodontosauridae due to the roughened alveolus. However, no channel with this orientation surface texture of the interdental plates, with and size was found, mainly because its most undulating striations arranged horizontally. In dorsal position is not preserved. We distinguished addition, it shares with Carcharodontosaurus and in the sagittal slice of the replacement tooth lines Mapusaurus the lateral surface vertically grooved at the enamel, which could be von Ebner one. sculpturing. To investigate internal structures, we These lines reflect daily dentine deposition and performed medical computed tomography (CT- they are used to infer tooth development and scan) and micro-computed tomography (micro replacement rates. Nevertheless, even in micro CT-scan). We used free softwares (3D Slicer, Data CT-scan, some lines could not be completely Viewer and Spiers) to visualize and segment clear and we can not calculate with precision the images. Helped by these, we identified all fused total rate due to the possibility of the absence of interdental plates with horizontal undulating some lines. Furthermore, we identified for the fine fibers with higher attenuation coefficient. first time a 3D network channels in a dinosaur We observed a network of channels inside the fossil based in CT-scans, where these functions interdental plate. This network was composed are still in evaluation. We also identified fused by three large vertical and cylindrical channels. interdental plates with horizontal undulating Also, channels ramified run to the alveoli, to the fibers and some enamel lines of dentine lateral and to the medial sides of the maxilla. deposition, which are observed rarely in CT-scans. Smaller channels cross the others and follow an

162 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 New pneumatic features in Titanosauria (Dinosauria, Sauropoda) accessed using CT Scanning

Felipe M. SIMBRAS1; Paulo Victor Luiz Gomes da Costa PEREIRA2; Arthur S. BRUM3; Kamila L. N. BANDEIRA3; Carlos Roberto dos Anjos CANDEIRO4; Lílian Paglarelli BERGQVIST2

1Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRAS). E-mail: [email protected] 2Laboratório de Macrofósseis, Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza/UFRJ. E-mail: [email protected]; [email protected] 3Labotoratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebrados Fósseis, Setor de Paleovertebrados, Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ. E-mail: [email protected]; [email protected] 4Laboratório de Paleontologia e Evolução, Departamento de Geologia, Instituto de Ciência e Tecnologia do Campus Aparecida de Goiânia/UFG. E-mail: [email protected]

The use of CT scanning in specimens of the spinoprezygapophyseal laminae (sprl); 1d) Titanosauria revealed new data and detainments in dorsal view, a pair of wide interior chambers of its skeletal pneumatic structure. Here, we is positioned in each lateral sides and extends describe new pneumatic features from two ventrally along the neural spine, ramifying at its anterior dorsal vertebrae of titanosaurians base and assuming the second non-organized using 3D imaging through the CT scanning data. pattern; 1e) in right lateral view, the septa follow UFRJ-DG-474-R was collected in the layers of the the main shaft of the spinodiapophyseal laminae Presidente Prudente Formation, in the Alfredo (spdl) and are interrupted in direction to the distal Marcondes municipality, São Paulo state, while end, close the diapophysis. Regarding the third po, UFRJ-DG 272-R was collected in the Adamantina we found two cases: 3a) in the right lateral view Formation, in the Prata municipality, Minas Gerais of both specimens, where the postzygapophyseal state, at the same site that provided the holotype spinodiapophyseal fossa (posdf) connects with the of the Maxakalisaurus topai. Both specimens have internal camellate system by a foramen, located partial neural arch preserved presenting internal close to the postzygodiapophyseal lamina (podl) pneumatic structures (ips) with three patterns of and 3b) the prezygapophyseal spinodiapophyseal organization (po): 1) oriented, following the shaft fossa (prsdf) is connected with the internal or the main elongation of the vertebral processes, structures through a foramen at the base of 2) non-organized and 3) connections between this fossa, close to the base of the diapophysis, external and internal structures. Regarding only present in UFRJ-DG-272-R. Therefore, we the first pattern, there are five new ips: 1a) the recognized three patterns of organization of postzygapophyses exhibit the largest axis of ips, where seven new pneumatic features are the camellate rings oriented perpendicularly to present. These features have some differences the articulation surface; 1b) there is a trabecula in the specimens analyzed, mainly in the size and system aligned to the spinopostzygapophyseal number of small chambers as well as in the density laminae (spol), not observed in the left side of and distribution of septa aligned. More specimens the UFRJ-DG-474-R and in the UFRJ-DG-272-R; 1c) should be analyzed to investigate the phylogenetic in the anterior view, the main pair of trabeculae and ontogenetic relevance of these differences runs along the shaft of the neural spine, following found in the studied material.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 163 Aspectos taxonômicos de gliptodontídeos (Mammalia: Cingulata) bebês da Gruta do Urso do Sudeste do Estado do Tocantins, Norte do Brasil

Sylvia SOARES1; Kleberson O. PORPINO2; Hermínio I. ARAÚJO-JÚNIOR3; Leonardo S. AVILLA1

1Lab. Mastozoologia, Depto. Zoologia, UNIRIO. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Lab. Sistemática e Ecologia Animal, Depto. de Ciências Biológicas, UERN. E-mail: [email protected] 3Depto. Estratigrafia e Paleontologia, UERJ. E-mail: [email protected]

Os Glyptodontidae fazem parte de um grupo taxonômica para os Glyptodontidae brasileiros, de mamíferos fósseis da ordem Cingulata. e estes osteodermos podem pertencer aos Apresentam uma carapaça dorsal não articulada táxons Glyptotherium ou Glyptodon. Quanto aos composta por estruturas ósseas denominadas aspectos tafonômicos, foi possível distingui-los de osteodermos, o que os diferencia de outros em grupos de desgastados ou que apresentavam cingulados, tais como, Pampatheriidae e incrustações e os não desgastados, nos quais Dasypodidae. Eram animais de grande porte foi possível a visualização das características que faziam parte da Megafauna Americana diagnósticas. Neste primeiro registro para o Pleistocênica, tendo sua origem na América do estado do Tocantins os osteodermos foram Sul. Devido à abundância de osteodermos nos encontrados de forma isolada, porém em algumas depósitos fossilíferos, são bastante utilizados regiões do conduto estavam agrupados, o que nas pesquisas sobre este grupo. Apresentamos gerou um padrão deposicional semelhante a o primeiro registro de Glyptodontidae no estado um sistema fluvial meandrante, sugerindo um do Tocantins, Norte do Brasil, representado por transporte hidráulico destes fósseis. Reconheceu- mais de 1.500 osteodermos recuperados de um se, então, uma energia de transporte diferenciada conduto secundário da caverna calcária Gruta ao longo do conduto, o que favoreceu a deposição do Urso. Estes foram identificados a partir de destes osteodermos no segundo terço em caracteres ontogenéticos, apresentando figura detrimento do primeiro e do terceiro. Este estudo central bem desenvolvida em um plano mais mostra-se importante por permitir aprimorar o alto e sem figuras periféricas, sendo todos conhecimento sobre a dinâmica de deposição dos identificados como pertencendo à “bebês” da osteodermos em um sistema cárstico, algo inédito subfamília Glyptodontinae. Existe uma indefinição até o momento em pesquisas tafonômicas.

164 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 New fossil vertebrate localities from southern Goiás State, Brazil

Joyce Brenda Ferreira de SOUZA1; Ramon CAVALCANTI1; Camila dos SANTOS PEREIRA1; Daniel CARELLI1; André Luis de SOUZA Júnior1; Felipe M. SIMBRAS2; Stephen L. BRUSATTE3; Carlos Roberto A. CANDEIRO1

1Laboratório de Paleontologia e Evolução, Universidade Federal de Goiás. CNPq. E-mail: joycebrendafs@gmail. com; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRAS), Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 3School of GeoScience, University of Edinburgh. E-mail: [email protected]

The Laboratório de Paleontologia e Evolução middle interval of the Marília Formation and the of the Universidade Federal de Goiás (UFG) second one is a conglomerate level at the top of conducted field work in the municipalities of this unit. Both facies that provided the fossils are Quirinópolis, Rio Verde e Ouroana, south of filling foreset macroforms architectural elements Goiás state. This region feature outcrops of of braided channels. In Rio Verde municipality, the Upper Cretaceous Adamantina and Marília northern portion of the Serra da Confusão, there formations (Bauru Group). These units are are outcrops of same units and facies associations. found overlapping the basalts of the Serra Geral There are two fossiliferous levels of conglomerates Formation (São Bento Group), which represent a at the base of the Marília Formation, different significant episode of subsidence of the Paraná from the Quirinópolis stratigraphic context. A Basin. At the Serra da Confusão locality, near sequence stratigraphy approach has been done the surroundings of the Quirinópolis Town, to allow regional correlations among the different outcrops sandstones and conglomerates facies fossiliferous levels in Marília Formation. These together subordinate mudstone facies of the levels are associated to unconformities with Adamantina and Marília Formation. We carried higher hierarchy and could be correlated with out and correlate vertical profiles that allowed the same stratigraphic surfaces in Minas Gerais us interpret the paleoenvironment as a braided and São Paulo state. The material consists of fluvial channel with intermediate sinuosity for the a fragment of dinosaur rib with approximately Adamantina Formation, grading to low sinuosity 16cm long and various undetermined small bone intercalated with gravity flows lobes of a distal fragments that will be subjected to histological alluvial fan context for the Marília Formation. The analysis for a better diagnose. This occurrence fossil materials were recovered from two outcrops confirms the vertebrate paleontological potential of the Serra da Confusão locality, in Quirinópolis for the poorly-explored rcoks of the Bauru Group and in Rio Verde municipalities. The material in Goiás state, mainly the outcrops of the Marília found in the outcrop of Quirinópolis, southern Formation at Serra da Confusão locality, as has of the Serra da Confusão, are belonged from two already been proven with extensive field work and different levels: the first is a sandstone level at the new fossils discovered.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 165 Revision of the Crocodylia (Eusuchia) postcranial characters

Rafael Gomes de SOUZA1; Diogenes de Almeida CAMPOS2; Douglas RIFF3; Alexander Wilhelm Armin KELLNER1

1 Laboratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebrados Fósseis, Setor de Paleovertebrados, Depto. de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ. CAPES; CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected] 2 Museu de Ciências da Terra, Serviço Geológico do Brasil – CPRM. E-mail: [email protected] 3 Laboratório de Paleontologia – UFU, Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: [email protected]

The clade Crocodylia is node-based defined as total characters (51 postcranial), the most the last common ancestor of Gavialis gangeticus, representative bones are osteoderms (7) and Alligator mississippiensis, and Crocodylus niloticus features from axis vertebrae (8). The fore- and hind and all of their descendants. The topological limbs, with their associated girdle, correspond affinities between the species of this clade were to 14 characters in that list. After analyzing 39 extensively studied, mainly in recent years. One specimens from 12 extant Crocodylia species of the first and widely used phylogenetic analyses we propose some new postcranial characters. was made by Brochu in 1999, using 120 cranial Brochu summarize the height variations on the and 44 postcranial characters. Several updates axis neural crest. However further differences were made from this character list. However can be extracted from it, as the axis neural very few of them made some significantly crest, anterior margin morphology, anteriorly character revision and usually the new proposed convex as in Tomistoma or thin spine-like anterior characters tend to focus cranial features. The projection as in Gavialis. The fore- and hind limbs low number of postcranial characters usually are represented in the Brochu’s character lists is justified by a supposed conservative nature only in relation to its robustness or muscular of those bones due its ecological similarities attachment. However, there are variations on between the different species. Consequently, the its proximal and distal articular regions. Those identification of variations among postcranial variations can be observed on the humerus, e.g.: bones are significantly reduced, creating the the proximal articular region is delimited ventrally circular reasoning that postcranial bones are in the lateral view by a linear line as in Tomistoma in fact conservative, mainly regarding the and Alligator, or present a dorsal notch on its Crocodylia species. Intended to bring this issue margin as Crocodylus moreletti and Osteolemus. to the discussion, in the present study we discuss We conclude that Crocodylia postcranial bones the postcranial characters that have already have an underestimated potential for species and been proposed, and introduce some new ones. phylogenetic characters and might provide new Based on the most recent Crocodylia characters evidences for inferring phylogenetic hypotheses list proposed by Brochu in 2013, a total of 189 for both extant and fossil species.

166 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 The name-bearing types of Sarcosuchus hartti (Crocodylomorpha: Neosuchia) and the taxonomic status of the species

Rafael Gomes de SOUZA1; Rodrigo Giesta FIGUEIREDO2; Douglas RIFF3; Sergio Alex Kugland de AZEVEDO4; Alexander Wilhelm Armin KELLNER1

1Laboratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebrados Fósseis, Setor de Paleovertebrados, Depto. de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ. CAPES; CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Paleontologia, Depto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Espírito Santo. CAPES; FAPES. E-mail: [email protected] 3Laboratório de Paleontologia – UFU, Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: [email protected] 4Laboratório de Processamento de Imagem Digital, Setor de Paleovertebrados, Depto. de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ. CNPq. E-mail: [email protected]

In 1869, Marsh revisited the teeth collections not accurate because Marsh did not designate any made by Allport and Hartt from the Early specific specimen as the type. Therefore, all teeth Cretaceous of Recôncavo Basin (Bahia, Brazil). He studied by him must be regarded as syntypes. The described a new crocodilian species, Crocodylus specimen YPM 516 could be formally recognized hartti, on the basis of several unspecified teeth as a lectotype, since it is one of the syntypes and with “delicate wrinkled surface”. Later, in 1907, presents all diagnostic features that originally Mawson and Woodward described new material characterized the species. The diagnostic from the Recôncavo Basin, assigning a large lower features are the presence of false ziphodont jaw (BMNH R3423), a dorsal osteoderm (BMNH teeth, with smooth crenulations on the anterior R3224) and two other teeth (BMNH R3079 and and posterior carinae, and a unique enamel BMNH R2983) to Crocodylus hartti. Also, they morphology with many delicate longitudinal reallocated the species to the genus Goniopholis and oblique lines that forms an anastomosed based on the presence of an anterolateral peg surface along the entire crown. Sarcosuchus on the dorsal osteoderm. Buffetaut and Taquet hartii shows two general teeth morphotypes; in 1977, showed similarities between the lower large and tall “caniniforms” with acute apexes jaw morphology of BMNH R3423 and Sarcosuchus and strong labiolingual compression that makes imperator, and established the congeneric status a subcircular cross-section, and short and blunt between them. Nowadays, the taxonomic validity teeth with circular cross-sections. Therefore, of S. hartti has been questioned as a possible the presence of autapomorphic features on the nomen dubium or a synonym of S. imperator. tooth morphology makes Sarcosuchus hartti valid. The systematic status of S. hartii is further Also, the specimens BMNH R3423, BMNH R3079 complicated by the misleading assignments of and BMNH R2983 can be directly referred to this different name-bearing types. In 1989, Norell species by sharing these features with the type and Storrs designated the specimen YPM 516 material. On the other hand, the osteoderm as the holotype of Sarcosuchus hartti, which is a can only be tentatively referred to this species single tooth studied by Marsh. More recently in and might be better regarded as Sarcosuchus sp. 2011, Andrade and colleagues designated BMNH not showing any significant difference from the R3423 as the holotype. Those designations are material of S. imperator.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 167 Morphology and neurovascular patterns of the premaxillary bones of the Abelisauridae

André Luis de SOUZA JUNIOR1; Ariana Paulina CARABAJAL2; Carlos Roberto A. CANDEIRO1,3

1Laboratório de Paleontologia e Evolução do Curso de Geologia da Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected]; [email protected] 2CONICET-Instituto de Investigaciones en Biodiversidad y Medioambiente. E-mail: [email protected] 3CNPQ

The Abelisauridae is one of the most characteristic Below the nasal process of the premaxilla there groups of South American dinosaurs. They is a neurovascular foramen in Majungasaurus originated in the Jurassic and reached their crenatissimus and Rahiolisaurus gujaratensis, apogee of diversity in the Late Cretaceous, when located further ventrally than in large allosauroids they were diverse across Gondwana. Over the (e.g., Sinraptor dongi and Allosaurus fragilis). Also, past decade the phylogenetic relationships of the abelisaurid neurovascular foramina are smaller abelisaurids have been widely studied and much than in other middle-large size theropods (e.g., progress has been made in understanding the allosauroids, spinosaurids and tyrannosaurids), evolution of the group. One particularly important demonstrating that the position and size of the bone in phylogenetic studies is the premaxilla, neurovascular foramina are variable among which preserves several critical characters of large theropod taxa. The ventral position and taxonomic significance. For example, ceratosaurs smaller size of the neurovascular foramen could are diagnosed by a craniocaudal shortening be a diagnostic character of abelisaurids, which of the premaxilla, in which the bone is higher would be important in phylogenetic analyses, dorsoventrally than long anteroposteriorly. but the function and paleobiological implications Another important character of taxonomic of the associated nerves and blood vessels value is the absence of the premaxillary palatal need to be tested. Further study of abelisaurid process. Here we survey the morphology of the fossils will allow a better understanding of their premaxilla among abelisaurids and describe the premaxillary morphologies and help to evaluate variation in the neurovascular system, particularly this hypothesis. the position and size of neurovascular foramina.

168 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 On the Middle/Late Permian temnospondyl fauna from southern Brazil: new postcranial remains

Adriana STRAPASSON1; Sérgio DIAS-DA-SILVA2; Marina Bento SOARES1

1Laboratório de Paleontologia de Vertebrados, Departamento de Paleontologia e Estratigrafia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia, Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: [email protected]

So far, the typical continental fossil assemblage fibula (UFRGS-PV-0356-P). Usually, the postcranial of tetrapods from the Rio do Rasto Formation skeleton is conservative among temnospondyls, (Guadalupian/Lopingian, Paraná Basin, Brazil) but it is already possible to observe that some comprises pareiassaurs, dinocephalians, characters are distinct from those present in anomodonts, archosauromorphs, and A. cosgriffi: the ventral blade of the clavicular temnospondyls. This last group of basal elements is not so elongated (less than 2,5 times tetrapods is quite significant in terms of longer than wide); the interclavicle does not show diversity. Its record includes archegosauroids an elongated anterior process; and the femur (Bageherpeton longignathus and Konzhukovia is very robust, with deeper popliteal fossa and sangabrielensis), rhinesuchids (Australerpeton fossa tendinalis in distal view. The robustness of cosgriffi) and a Stereospondylomorpha incertae the femur resembles that of P. catarinensis and sedis (Parapytanga catarinensis), besides several a terrestrial habit can be inferred. However, it is undescribed specimens. In this work we report important to point out that the specimens were new temnospondyl material, all housed at the found disarticulated and in different sites, so that Universidade Federal do Rio Grande do Sul. The they could belong to either more than one species specimens come from outcrops located in the or to different ontogenetic stages. Therefore, Serra do Cadeado, Paraná State, collected in further analysis plus new findings with description expeditions realized in the 1970’s and 1980’s. of more complete specimens might provide a less The materials are currently under laboratorial inclusive taxonomic identification of the material. preparation, consisting of 58 postcranial Nevertheless, Brazilian temnospondyls have elements: a clavicle (UFRGS-PV-0240-P); an provided relevant information regarding their interclavicle, two fragments of an interclavicle, Permo-Triassic diversification, although their a fragment of pelvic girdle (UFRGS-PV-0241-P); record still bears many gaps compared to the a distal portion of articulated tibia and fibula worldwide record. Concluding, temnospondyls (UFRGS-PV-0322-P). It also comprises 16 show great potential for future studies, with the vertebral elements, 22 rib fragments, a clavicle, increase of collecting efforts in the Rio do Rasto a cleithrum, a escapulocoracoid, an ulna, 6 Formation. metacarpals/phalanges, a femur, a tibia, and a

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 169 Primeiro registro pleistocênico de Pampatheriidae (Mammalia: Cingulata) procedente de caverna para o estado do Tocantins, Brasil

Juliane TABOAS1; Mariela CASTRO2; Leonardo S. AVILLA1,3,4

1Laboratório de Mastozoologia, Departamento de Zoologia, UNIRIO. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Paleontologia, USP – Ribeirão Preto. E-mail: [email protected] 3Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Neotropical, UNIRIO. 4Programa de Pós-graduação em Patrimônio Geopaleontológico, Museu Nacional, UFRJ

Pampatheriidae é uma família de cingulados além daqueles oriundos das bandas móveis, extintos, aparentados dos gliptodontes e e por alguns elementos do pós-crânio, como dasipodídeos, que apresenta grande porte e rádio, ulna, vértebras, e outros elementos que carapaça formada por osteodermos. Como os ainda necessitam identificação. Este indivíduo demais Xenarthra, esta família é composta por foi identificado como pertencente ao gênero mamíferos placentários muito provavelmente Holmesina devido à presença de uma elevação endêmicos da América do Sul, tendo se expandido longitudinal nos seus osteodermos, pelos até o continente norte-americano durante o primeiros dentes serem imbricados entre si e em Grande Intercâmbio Biótico das Américas. Este posição oblíqua aos outros molariformes da série estudo traz o primeiro registro de Pampatheriidae dentária, além da presença de dentes bilobulados no estado do Tocantins e contribui para o maior e trilobulados, características que o diferencia entendimento da distribuição destes mamíferos de Pampatherium. Ademais, as características durante o Pleistoceno. O material foi coletado ontogenéticas constatadas indicam que este fóssil na Gruta do Urso, que se situa do município de é um indivíduo extremamente jovem, uma vez Aurora do Tocantins, no estado do Tocantins, que apresenta elementos esqueletais diminutos próximo à fronteira com o estado da Bahia, quando comparados a outros registros de sendo uma caverna de característica calcária Holmesina, ausência de fusionamento do palato, estabelecida em um maciço cárstico. O material vértebras e epífises dos ossos longos, e por não esquelético foi encontrado no depósito em apresentar desgaste dentário. Este registro de posição de articulação. O esqueleto é atribuído Holmesina é importante por ser o primeiro da a um Pampatheriidae pleistocênico. É composto região central do Brasil e por pertencer a um pela região maxilar e palatina do crânio, animal jovem. Ademais, possibilita estudos em contendo 15 dos 18 dentes superiores, pelos uma área promissora da paleontologia, que é ossos do basicrânio parcialmente completos, a ontogenia evolutiva, e aporta conhecimento por numerosos osteodermos representantes sobre os hábitats, e possivelmente, nichos que as dos escudos cefálico, escapular, pélvico, caudal, espécies desse gênero ocupavam.

170 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Jeholopoterus robotizado, un pterosaurio robot controlado por captura de movimento

Luis María TIZEIRA1; Hugo Nicolás PAILOS1; Ariel LIBAL1

1Laboratorio de Animatrónica y Control Dinámico de la Universidad Nacional de Córdoba Argentina (LAyCD). E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Jeholopterus ninchengensis Wang et al. 2002, fue el de Microsoft), que no requiere contacto con el peculiar pterosaurio proveniente de la Formación robot. Este último sistema permite dirigir al robot Tiaojishan, en la provincia de Jehol, China, y colocando una persona frente al dispositivo, la cual que el Laboratorio de Animatrónica y Control al mover sus brazos y torso genera la emulación Dinámico (LAyCD, Universidad Nacional de por parte del robot, que imita el movimento. El Córdoba, Argentina) lo ha desarrollado en forma objetivo principal de este proyecto buscado por el de robot animatrónico. El modelo construido, equipo de realización es afianzar el conocimiento respeta la morfología original y está realizado en el público que asiste a instituciones como “in vivo”. Una particularidad de este robot es museos y parques temáticos sobre formas que sus movimientos pueden ser controlados extintas, despertando su interés mediante el mediante varias interfaces, a saber: por medio de uso de tecnologías interactivas. El animatrónico una computadora, con teclas en forma manual, es entonces una herramienta más con un smartphone y mediante el sistema de de las desarrolladas por el LAyCD que cubre el captura de movimiento Kinect (marca registrada objetivo de acercar la paleontología a la sociedad.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 171 Ação de carniceiros e necrófagos na gênese de uma concentração monoespecífica do cinodonte Exaeretodon (Zona de Assembleia de Hyperodapedon, Triássico Superior do Rio Grande do Sul)

Gianfrancis Dias UGALDE1; Cristiane da Rosa ROSA1; Felipe Lima PINHEIRO1

1Laboratório de Paleobiologia, Universidade Federal do Pampa, Campus São Gabriel. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Este trabalho apresenta um breve estudo de monoespecífica. Vários elementos, especialmente contexto tafonômico de uma acumulação de os pós-cranianos, mostram elevado grau de vertebrados fósseis encontrados na Zona de fragmentação. A presença de intensos traços de Assembleia de Hyperodapedon (Supersequência ação osteofágica por insetos, aliada ao evidente Santa Maria). Os fósseis foram recuperados no grau de intemperismo, onde elementos ósseos sítio fossilífero conhecido como “Janner” (Agudo, apresentam sinais de abrasão, indica elevado Rio Grande do Sul), considerado de idade Carniana tempo de exposição pré-soterramento. No que através de dados bioestratigráficos. O objetivo diz respeito à representatividade dos elementos deste estudo é interpretar a concentração esqueletais, constata-se uma predominância fossilífera a partir de uma metodologia envolvendo: de ossos pertencentes ao Grupo III de Voorhies, 1) a contagem de indivíduos através da repetição ocasionado por depósitos residuais onde o grau de elementos ósseos; 2) análise do estágio de transporte é reduzido, em detrimento àqueles ontogenético dos espécimes e 3) observação de pertencentes aos grupos I e II. A presença de parâmetros bioestratinômicos, como o grau de traços de mordidas em alguns ossos, aliada à intemperismo, representatividade dos elementos baixa representação de materiais pós-cranianos ósseos e traços gerados pela ação de osteófagos na acumulação, reforça a hipótese de acumulação e carniceiros. Os fósseis estão dispostos de origem biogênica, provavelmente condicionada caoticamente em uma matriz pelítica, todos pela ação de predadores, carniceiros e osteófagos, dispostos em uma área de, aproximadamente, quando elementos de maior valor nutritivo são um metro quadrado. A contagem de elementos dispersos a partir do local de morte. Acumulações ósseos repetidos (especialmente mandíbulas) de origem biogênica por predadores e carniceiros indica um número mínimo de cinco indivíduos foram previamente relatadas para o sítio na associação. Tamanhos evidentemente fossilífero em questão, apresentando graus de contrastantes de ossos repetidos evidenciam a transporte semelhantes aos deste trabalho. Tais presença de diferentes estágios ontogenéticos. concentrações fossilíferas são excepcionalmente A associação apresenta elementos de crânio relevantes na compreensão de relações ecológicas e pós-crânio completamente desarticulados, pretéritas, e o estudo de sua origem contribuirá na todos apresentando morfologia típica do gênero elaboração de um modelo tafonômico integrado Exaeretodon, caracterizando uma assembleia para o sítio “Janner”.

172 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Microfractures in a crocodilomorph tooth from the Presidente Prudente Formation (Bauru Group, Upper Cretaceous)

Michael ULIAN1; Carlos Roberto A. CANDEIRO1; Paulo Victor Luiz Gomes da Costa PEREIRA2

1Laboratório de Paleontologia e Evolução, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Macrofósseis, Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, UFRJ. E-mail: [email protected]

The histological studies of crocodilomorphs length. There are also two smaller fractures next have been improving the knowledge on the to the enamel, which were probably produced physiology and paleoecology of these predators. by the taphonomic process or stress-induced, On the present study we describe and analyze and numerous aligned pits radially placed along microfractures at a crocodilomorph tooth from the the dentin. The enamel has a fracture where the Alfredo Marcondes municipality, São Paulo State carinae were separated from the rest of the tooth (Presidente Prudente Formation, Bauru Group). A structure due to the sectioning procedure and thin histological section was made from the tooth shows differences between both sides, where crown base and then analyzed under a binocular one side is plain and the other side is irregularly microscope Leica EZ4 HD. The observed dental wavy. In addition, on the cross section of the teeth microstructures consist of dentinal tubules and there are several and irregular spaced fractures opaque zones of the dentin that were probably throughout the whole enamel, some of which formed during the taphonomic process or by the reaches the dentin. Numerous multi-oriented action of microorganisms. The pulp cavity has gaps and enamel fractures were apparently not its central layer composed of a brownish porous made during postmortem process because these material, which indicates a possible reabsorption several irregular fractures are not compatible with area. The most external layer is composed of an pressure, rolling or other taphonomic process. opaque and uniform material, and the dentin is This characteristic matches with stress-induced whitish in color with a dark stain. It is also possible fractures caused by the bite force during feeding to observe in the dentin a deep longitudinal or by the impact overload during the contact of fracture that runs through almost all the cut’s the teeth with a hard material.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 173 A study case of heterochrony in Notosuchia (Crocodyliformes, Mesoeucrocodylia): are baurusuchids peramorphic?

Bruno C. VILA NOVA1; Gabriel S. FERREIRA1; Pedro L. GODOY2; Felipe C. MONTEFELTRO3; Jonathas S. BITTENCOURT4; Max C. LANGER1

1Laboratório de Paleontologia, Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. CAPES. E-mail: bruno.vilanova@ gmail.com; FAPESP. E-mail: [email protected]; [email protected] 2School of Geography, Earth and Environmental Sciences, University of Birmingham, United Kingdom. CAPES, University of Birmingham. E-mail: [email protected] 3Departamento de Biologia e Zootecnia, FEIS, Universidade Estadual Paulista. E-mail: [email protected] 4 Departamento de Geologia, Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: [email protected]

Notosuchia figures as the most diverse group of After performing Procrustes fit and calculating Gondwanan crocodyliforms and its remarkable centroid size, the results of an exploratory taxonomical and ecological diversity can be Principal Component Analyses (PCA) of the measured by the great morphological disparity first two PCs show the juvenile Pissarrachampsa exhibited by its members. Among the many and adult baurusuchids in separate positions subgroups, Baurusuchidae stands out by a in the morphospace, giving support to our peculiar cranial morphology, compatible with initial hypothesis of peramorphosis. To further their role as top predators. However, despite being investigate which peramorphic process could be a specious group, with at least ten species and driving these modifications, we reconstructed the many specimens described, ontogenetic works ancestral ontogenetic trajectory by regressing on baurusuchids are scarce, as juvenile specimens data from Mariliasuchus amarali (using adult and are rare and mostly fragmentary. In this context, a juvenile specimen). From the residuals of this a recently discovered complete juvenile skull regression we performed another PCA without of Pissarrachampsa sera, provided an excellent the effects of ontogenetic scaling. However, as opportunity to study Notosuchia/Baurusuchidae the morphospace of adult baurusuchids did not ontogeny. At first glance, the general skull converges to the same morphospace of other morphology of this juvenile baurusuchid is notosuchians, this ontogenetic scaling hypothesis similar to that of adults of other notosuchian was rejected, together with the presence of taxa (e.g. Araripesuchus), suggesting the presence hypermorphosis. Finally, we run another PCA, this of heterocronic processes (more specifically, time from the residuals of an allometric regression peramorphosis). To test this hypothesis, we with all adult specimens, to test the effect of used general skull shape as a proxy for cranial size in shape variation. The results show the morphological disparity, and performed 2D morphospace of adult baurusuchids converged geometric morphometric analyses in both lateral to the same morphospace of other notosuchians, and dorsal views (with 19 and 17 landmarks corroborating the idea that size explains most respectively). We sampled 34 specimens, of the shape changes seen in baurusuchids, representing 26 taxa across Notosuchia. The and consequently, that rate hypermorphosis landmarks were digitized in tpsDig 2 and (acceleration of both size and shape) is the further analyses were run in MorphoJ 1.06e. peramorphic process that better suits our data.

174 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Primeiro registro de icnofósseis (paleotoca e crotovina) no Planalto Norte Catarinense

José Henrique ZIMKOWICZ1; Fabiana Rodrigues COSTA2; Luiz WEINSCHUTZ1

1Cenpaleo, Universidade do Contestado - Campus Mafra. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Universidade Federal de São Paulo - Campus Diadema. E-mail: [email protected]

Paleotocas são estruturas de bioerosão, em de profundidade. Sendo assim, infere-se como ambiente continental, encontradas na forma de possível gerador desta estrutura um xenartro túneis ou galerias, escavadas em rochas alteradas da Ordem Pilosa (Mylodon). Descarta-se a priori ou não. Tais estruturas, quando preenchidas por a possibilidade de o animal escavador ser um sedimentos, são denominadas crotovinas. As tatu gigante (Ordem Cingulata) posto que, paleotocas constituíam moradia temporária ou apesar das dimensões da paleotoca serem permanente atribuída a mamíferos fossoriais condizentes com os tamanhos apresentados que habitavam a América do Sul durante o por Propraopus, Pampatherium e Holmesina, não Terciário e o Quaternário. O presente trabalho foram registradas impressões de osteodermas realizou o registro inédito de uma paleotoca e da carapaça nas paredes desta estrutura. A uma crotovina no Planalto Norte Catarinense. crotovina, localizada na Cidade de Mafra, SC, A paleotoca está localizada em Linha Cerqueira, registrada durante a readequação do trevo que dá Município de Itaiópolis, e consiste em um túnel acesso à Cidade, foi escavada em arenitos flúvio- simples com trechos de marcas de garras, eixo glaciais da Formação Campo Mourão, seccionada orientado Az 210º, diâmetro médio de 1,2 m, transversalmente e apresenta 1,3 m de diâmetro. comprimento de aproximadamente 32m. As As características morfológicas desta estrutura, marcas encontradas na estrutura apresentam como formato ovalado e diâmetro de 1,3 m, padrões semelhantes, (duas marcas paralelas) indicam terem as mesmas sido produzidas por mas diâmetros e profundidades diferentes, o que animais escavadores de médio porte (para os sugere que a estrutura não teria sido escavada padrões da megafauna), mas o preenchimento por um indivíduo somente, sendo resultado, desta estrutura impossibilita a visualização de portanto, de vários ciclos de escavação realizados marcas de escavação e impressões de carapaça por diferentes indivíduos. O padrão de grande impossibilitando, portanto, inferências mais parte das marcas indica escavação no sentido precisas sobre possível organismo gerador. O de cima para baixo, e de menor profundidade registro de tais icnofósseis nesta região estabelece dos sulcos para o de maior profundidade. Estas novas possibilidades de estudo, contribuindo características são bem visíveis nos moldes feitos sobremaneira para o seu conhecimento, bem a partir destas estruturas, então analisados e como fornecendo dados sobre seus potenciais medidos em laboratório. Os sulcos variaram de organismos geradores. 8 cm a 22 cm de comprimento e 0,5 cm a 2 cm

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 175 II Fórum de Paleontologia de Vertebrados do Quaternário do Nordeste Sobre a ocorrência de fósseis de uma assembleia de mamíferos holocênicos na Toca Clovis Saback I, Campo Formoso, Bahia

Bárbara S. ALVES1; Juliana C. CARVALHO1; Mário A.T. DANTAS1

1Laboratório de Ecologia e Geociências, IMS/CAT, Universidade Federal da Bahia. [email protected]; [email protected]; [email protected]

A presente comunicação teve como objetivo estimamos o número mínimo de indivíduos apresentar a identificação taxonômica de presentes em sete. Do esqueleto de Kerodon fósseis de mamíferos coletados na Toca Clovis rupestris (Wied-Neuwied, 1820) (W = ~1 kg) foram Saback I (Campo Formoso/BA) de provável idade encontrados dois crânios, úmero esquerdo, três Holocênica. O material faz parte do acervo fêmures esquerdos, três escápulas esquerdas, científico do Laboratório de Ecologia e Geociências metacarpo, nove costelas, duas vértebras e do Instituto Multidisciplinar em Saúde da fragmento de maxila, identificando a presença de, Universidade Federal da Bahia, campus Anísio pelo menos, três indivíduos. No caso do Alouatta Teixeira (IMS/CAT-UFBA), Vitória da Conquista, sp. (W = ~6,65 kg) foram encontradas apenas Bahia. Os pesos (W) dos animais estudados foram crânio e fêmur direito, sugerindo a ocorrência de 2,73 estimados através da regressão W = 0,078C(h+f) , apenas um indivíduo. Do Cervidae indeterminado utilizando-se da medida da circunferência da foram encontrados fragmento de dentário, dois diáfise na porção medial C( ) do úmero (h) e fêmur fêmures direitos, tíbia esquerda, metacarpal e (f). De Tayassu tajacu (Linnaeus, 1758) (W = 20,7 astrágalo, apontando a ocorrência de, pelo menos, kg) foram encontrados cinco crânios completos, dois indivíduos. Todos apresentam fusão entre dois crânios incompletos, fragmento de maxilar, diáfise e epífises nos ossos longos, sugerindo fragmento de dentário, três molares superiores, pertencerem a indivíduos adultos. Os fósseis dois úmeros direitos, dois úmeros esquerdos, representam uma assembleia de mamíferos de escápulas direita e esquerda, bacias, fêmures pequeno e médio porte, e devido à identificação esquerdo e direito, porção distal do fêmur direito, de taxa viventes, sugere-se que sejam de idade tíbia direita e esquerda. Baseado neste material holocênica.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 177 Análise tafonômica preliminar da megafauna do tanque Zabelê, Pleistoceno Final de Pernambuco, Nordeste do Brasil

Luana C. ANDRADE1,4; Pétrius S. BÉLO1; Édison V. OLIVEIRA2; Vanda B. MEDEIROS3,5

1Laboratório de Paleontologia, Programa de Pós-Graduação em Geociências, Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Paleontologia, Departamento de Geologia, Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: [email protected] 3Programa de Pós-Graduação em Geociências, Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected] 4CAPES 5FAPESP

No Estado de Pernambuco há numerosas laurillardi (70,96% do NISP e NMI = 20) perfaz depressões naturais do embasamento cristalino, mais de 50% do NISP, seguido de N. waringi conhecidos como tanques. Estão preenchidos (12,90% e NMI = 6), T. platensis (5,64% e NMI = 2) e por sedimentos transportados por fluxo de Glyptotherium sp. (3,63% e NMI = 1). Os elementos detritos, podendo conter restos esqueletais ósseos mais abundantes são costelas (31,02%), da megafauna. O objetivo deste trabalho é vértebras (15,91%), dentes (8,57%), astrágalos apresentar as primeiras datações, bem como (4,49%) e fêmures (4,49%). É esperada uma maior os primeiros resultados obtidos pela análise abundância de costelas, vértebras e dentes, tafonômica básica de fósseis da megafauna do por serem elementos numerosos no esqueleto. tanque Zabelê (24L, 0759782/9035190, elevação Em relação à integridade óssea, 12,90% estão 934 m). O tanque está situado no município completos (>90% do osso preservado) (falanges, de Capoeiras, microrregião do Vale do Ipojuca, astrágalos, osteodermos), 45,96% parcialmente agreste pernambucano. O depósito sedimentar completos (50-90% do osso preservado) apresenta 1,5 m de espessura, sendo composto, (vértebras, costelas) e 22,98% fragmentados (<50% da base ao topo, por: I- conglomerado matriz do osso preservado) (ossos longos, mandíbulas). sustentado (espessura de 2,60 m); II- arenito Falanges e osteodermos têm reduzida superfície conglomerático (espessura de 2 m). Da camada de impacto e astrágalos são densos e compactos, I foram coletadas cinco amostras de sedimento possibilitando maior integridade. Já mandíbulas para datação por Luminescência Opticamente e ossos longos, têm maior superfície de impacto, Estimulada (LOE). A amostragem do tanque Zabelê facilitando a fragmentação. Há evidências de que a reúne 631 elementos esqueletais, dispostos sem fragmentação pode estar relacionada ao pisoteio orientação preferencial na camada fossilífera (trampling), já que há ossos que apresentam (camada I), em sua maioria desarticulados. Foram características atribuíveis a esse processo identificados 248 elementos esqueletais, do (quebras e marcas de superfície). Aliado a isso, ponto de vista taxonômico, correspondendo a: a idade da camada I, foi estimada por LOE, entre Eremotherium laurillardi, Notiomastodon waringi, 30.900 - 41.200 A.P (Pleistoceno Final. Ressalta- Toxodon platensis e Glyptotherium sp. O Número se que análises petrográficas, geoquímicas e de Partes Esqueletais Identificáveis-NISP e o isotópicas (12C,13C), irão auxiliar na compreensão Número Mínimo de Indivíduos-NMI, permitem dos aspectos paleohistológicos, fossildiagenéticos classificar o conjunto fossilífero como paucitáxico e paleoautoecológicos, respectivamente, da (entre 2-9 espécies) e monodominante, pois E. megafauna do tanque Zabelê.

178 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Icnologia em substratos ósseos: Machichnus Mikuláš, Kadlecová, Fejfar & Dvořák, 2006 no Quaternário do Nordeste do Brasil e suas implicações estratigráficas e tafonômicas

Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR1,2; Fernando Henrique de Souza BARBOSA3; Lucas Henrique Medeiros da SILVA2

1Departamento de Estratigrafia e Paleontologia, Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. FAPERJ. E-mail: [email protected] 2Programa de Pós-graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis, Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 3Programa de Pós-graduação em Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro. CNPq. E-mail: [email protected]

O icnogênero Machichnus corresponde a sulcos orientados perpendicularmente em relação ao paralelos e subparalelos rasos, lisos e seriados, maior eixo dos ossos. Diferem claramente de perpendicularmente orientados em relação outros icnogêneros produzidos em contexto à borda do substrato, uniformes em forma semelhante, como Knethichnus, Nihilichnus e e dimensão, e tipicamente observados em Brutalichnus. Todos os icnofósseis observados substrato ósseo. É interpretado como traço possuem características que permitem sua de roedura (= gnawing) produzido durante o atribuição à icnoespécie M. bohemicus, exceto consumo alimentar (Fodinichnia) de tecidos o observado em MCC 491-V. Embora possa ser moles localizados próximos ao tecido ósseo ou claramente atribuído ao icnogênero Machichnus, de esteiras microbianas sobre substratos firmes. tal traço apresenta diferenças relacionadas a Seis icnoespécies são conhecidas: M. regularis e suas dimensões e à presença de branching que M. multilineatus, estratigraficamente restritas ao inviabilizam sua atribuição a alguma das espécies Mioceno inferior da República Tcheca; M. normani, já descrita para o icnogênero, podendo, portanto, M. harlani e M. jeansi, do Cretáceo Superior da pertencer a uma nova icnoespécie de Machichnus. Inglaterra; e M. bohemicus, com ocorrências no A presença desses icnofósseis em fósseis Paleoceno inferior da Dinamarca e Mioceno corporais provenientes do Lajedo da Escada inferior da República Tcheca. Este trabalho amplia a distribuição estratigráfica deMachichnus reporta a ocorrência do icnogênero Machichnus no até o Pleistoceno Superior-Holoceno inferior, além Quaternário do Brasil a partir de feições observadas de indicar: (i) a ocorrência de interação alimentar em ossos de mamíferos quaternários coletados entre vertebrados necrófagos e carcaças de em cavernas do Lajedo da Escada (município de megamamíferos; (ii) que, considerando o Baraúna, Estado do Rio Grande do Norte). Os porte das presas e a morfologia da entrada icnofósseis foram observados em espécimes das cavernas do Lajedo da Escada, as presas atribuídos a Eremotherium laurillardi (Tardigrada; provavelmente morreram fora da caverna e foram MCC 476-V, ectocuneiforme direito), Smilodon posteriormente transportadas e preservadas populator (Carnivora; MCC 411-V, tíbia direita) e em seu interior; e (iii) comparativamente, outras Glyptotherium sp. (Cingulata; MCC 242-V, vértebra feições semelhantes identificadas previamente caudal; MCC 482-V, rádio direito; e MCC 491-V, – mas ainda sem atribuição icnotaxonômica – ulna direita). São caracterizados como múltiplos em fósseis da megafauna quaternária do Ceará sulcos lineares, rasos e lisos, de dimensões e (tanque do Jirau) e Minas Gerais (Araxá) podem formas uniformes, em forma de “U” (em seção), ser atribuídas ao icnogênero Machichnus.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 179 Morfologia da cavidade nasal de Valgipes bucklandi (Xenarthra: Pilosa: Mylodontidae) baseada em tomografia computadorizada

Dandara E. F. BUSTAMANTE1; Uiara Gomes CABRAL2; Rafael Costa da SILVA3

1Programa de Pós-graduação em Geociências, Museu Nacional, UFRJ. CAPES. E-mail: [email protected] 2Laboratório de Processamento de Imagem Digital, Museu Nacional, UFRJ. E-mail: [email protected] 3Departamento de Geologia, CPRM - Serviço Geológico do Brasil. E-mail: [email protected]

Valgipes bucklandi é uma preguiça terrícola extinta, dividida pela lâmina perpendicular do etmoide, endêmica da região intertropical brasileira, a qual é delgada e se estende medialmente aos pertencente à subfamília Scelidotheriinae. turbinais e articula ventralmente com um sulco Apesar de ter sido descoberta ainda no século formado pela superfície dorsal do vômer. Os XIX, o primeiro crânio completo só foi descrito turbinais são lamelas arranjadas frouxamente em 2004. Mais recentemente, sua sistemática que se sobrepõem uma a outra formando um foi revisada, permitindo que uma nova gama de extenso labirinto. O maxiloturbinal é o turbinal estudos seja realizada. Ainda não há informações mais extenso do crânio, apresentando formato sobre a morfologia interna da região nasal, desse de tubo. O nasoturbinal começa posteriormente modo, o presente estudo tem como objetivo ao maxiloturbinal. O assoalho da cavidade identificar e descrever a morfologia da cavidade nasal, composto pelo processo palatino da nasal de V. bucklandi a partir de modelos digitais maxila, apresenta dois forames incisivos que se tridimensionais. Para tanto, foram tomografados estendem ao longo de todo o palato, conectando três crânios bem preservados, quase completos e a cavidade nasal com a oral. A parede dorsolateral sem distorções, ainda não tombados na Divisão da cavidade nasal se comunica com o exterior de Paleontologia da CPRM – Serviço Geológico através do canal nasolacrimal do osso lacrimal. do Brasil. Os cortes tomográficos obtidos foram O pré-esfenoide e o pterigoide apresentam seios inseridos no programa médico Mimics para pneumáticos, denominados seios pré-esfenoidais, edição e reconstrução tridimensional dos ossos que se conectam à nasofaringe, sendo que o cranianos. Até o momento, foi possível identificar mesmo ocorre em espécimes do tamanduá- o canal nasolacrimal, os ossos etmoturbinais mirim (Tamandua) e da preguiça-de-dois- e o vômer, além dos seios maxilares, frontais dedos (Choloepus). A continuação desse estudo e pré-esfenoidais. A cavidade nasal é bem permitirá uma reconstrução e descrição mais desenvolvida e se estende posteriormente detalhada dessas estruturas, complementando o até o corpo do pré-esfenoide. Esta cavidade é conhecimento sobre V. bucklandi.

180 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Aspectos tafonômicos e paleoambientais da acumulação fossilífera do tanque de Taperoá (Quaternário da Paraíba) com base em estudo bioestratinômico e novas atividades de campo

Juliana Carla Silva de CARVALHO1; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR2; Kleberson de Oliveira PORPINO3; Lílian Paglarelli BERGQVIST4

1Programa de Pós-graduação em Ciências Naturais, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. CAPES. E-mail: [email protected] 2Departamento de Estratigrafia e Paleontologia, Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. FAPERJ. E-mail: [email protected] 3Departamento de Ciências Biológicas, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: [email protected] 4Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro. CNPq. E-mail: [email protected]

O tanque de Taperoá, Paraíba, desponta na campo, verificou-se que os fósseis provêm de literatura paleontológica do Nordeste brasileiro uma camada de sedimentos areno-argilosos, por ter fornecido espécimes importantes contendo grânulos esparsos e a presença de para a compreensão da paleomastofauna feldspato e quartzo. Os sedimentos apresentam- da região, especialmente aqueles atribuídos se angulosos e subangulosos. A camada superior a gliptodontídeos. Além disso, destaca-se é composta de sedimentos finos ricos em matéria por apresentar fósseis relativamente bem orgânica e artefatos arqueológicos (cerâmica). preservados. Neste trabalho é realizada O potencial dispersivo dos osteodermos em uma análise bioestratinômica dos fósseis relação à maior representatividade óssea de mamíferos coletados no referido tanque, de Panochthus sp. e a morfologia do tanque, auxiliada por novas evidências estratigráficas sugerem morte in situ para indivíduos desse e sedimentológicas recentemente coletadas táxon. Os padrões de intemperismo indicam em campo e uma atualização da listagem que bioclastos ficaram expostos por curto taxonômica. O material analisado compreende período de tempo. O predomínio de abrasão 342 espécimes depositados na coleção de moderada e desarticulação indica que os ossos Paleovertebrados do Museu Nacional/UFRJ. sofreram curto transporte e que os indivíduos, A reavaliação taxonômica da tafocenose provavelmente, teriam morrido nos arredores de Taperoá identificou os seguintes táxons: do tanque (assembleia periférica). Esse padrão é Eremotherium laurillardi (3,8%), Glossotherium sp. suportado pelas características sedimentológicas (0,3%), Panochthus sp. (80,1%), Notiomastodon do nível fossilífero que concordam com o platensis (2,3%), Toxodon platensis (0,6%), transporte inferido. A ausência de modificações Xenorhinotherium bahiense (6,1%), Palaeolama por raízes indica rápido soterramento e condições major (3,2%), Equus (Amerhippus) neogaeus (1,5%), limitantes ao desenvolvimento vegetal no interior Hippidion principale (0,3%) e Felinae indet. (0,3%). do tanque. Um regime de alta energia do agente O estudo bioestratinômico dos espécimes transportador é inferido para a gênese do nível revelou os seguintes padrões: (i) estágios 0 fossilífero, dada a presença de grandes bioclastos (10,6%), 1 (64%) e 2 (25,4%) de intemperismo transportados trativamente. Em contraposição, ósseo; (ii) espécimes sem abrasão (1,5%), abrasão um regime de baixa energia é interpretado para a moderada (94,9%) e alta abrasão (3,6%); (iii) camada superior. Os aspectos sedimentológicos ausência de modificações biogênicas (marcas de e tafonômicos observados para o nível fossilífero dentes, pisoteio e raízes); (iv) todos os espécimes são sugestivos de um clima árido. encontram-se desarticulados. Em análises de

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 181 Estudo morfológico do esqueleto axial de Pampatheriidae Paula Couto, 1954 (Mammalia, Cingulata)

Jorge F. M. JESUS1; Flávio GÓIS2; Ericson C. IGUAL3; Beatriz ROBBI4; Bernardo C. P. M. PEIXOTO1; Carolina S. I. NASCIMENTO1; Pedro V. BUCK1; Thândara JACOB4; Marcelo A. FERNANDES4

1Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Universidade Federal de São Carlos. CAPES, CNPq. E-mail: [email protected] 2Laboratorio de Paleontología de Vertebrados, Centro de Investigaciones Científicas y Transferencia de Tecnología a la Producción (CICYTTP–CONICET), Argentina. E-mail: [email protected] 3Grupo Pierre Martin de Espeleologia. E-mail: [email protected] 4Laboratório de Paleoecologia e Paleoicnologia, Universidade Federal de São Carlos. E-mail: [email protected]

Os Cingulata apresentam osteodermos que LPP-MAM-0002, adicionalmente estão fusionadas recobrem grande parte do corpo. Devido a à sétima cervical (C7+T1+T 2+T 3). As coossificações sua grande quantidade e resistência são os dessas vértebras também são observadas em elementos que mais se encontram no registro Pampatherium humboldtii (MCL 900) e outros fóssil em relação aos demais restos esqueléticos, espécimes de Holmesina. Os exemplares LPP-MAM- estes que contribuíram para a descrição das 0001 e LPP-MAM-0002 possuem sete vértebras espécies conhecidas. A família Pampatheriidae xenártricas: a sexta, a sétima, a oitava, a nona e a é representada por sete gêneros e 19 espécies, décima vértebra torácica, a primeira e a segunda datadas desde o Mioceno até o início do Holoceno, lombar (T6, T7, T8, T9, T10, L1 e L2). T6 articula-se em porém, os espécimes descritos não continham a dois pontos somente na sua porção posterior e coluna vertebral completa. Neste trabalho são L2 possui um processo xenártrico somente na sua descritos os elementos axiais de dois espécimes porção anterior. Tonnicinctus mirus (Holótipo, MLP do gênero Holmesina (LPP-MAM-0001 e LPP-MAM- 54-III-16-1) também possui vértebras xenártricas, 0002), provenientes da Gruta da Lapinha, Iramaia, contudo, somente duas foram preservadas. Bahia e comparados com outros cingulados. A O sinsacro, que faz parte da coossificação da coluna vertebral de Holmesina apresenta sete cintura pélvica, é formado pela segunda vértebra vértebras cervicais, 10 torácicas, uma lombar, 11 lombar (L2), cinco vértebras sacrais (S) e as cinco sinsacrais. Quanto às vértebras caudais livres, primeiras vértebras caudais anteriores. Neste o espécime LPP-MAM-0001 contém todas, estudo foi observado que o número de vértebras num total de 22. O áxis, a terceira, a quarta e a lombares em Holmesina é inferior ao da maioria quinta vértebra cervical (C2+C3+C4+C5) estão das espécies de dasipodídeos e o número de coossificadas, formando o osso mesocervical que ossos da coluna vertebral pré-sacral diminui em também é observado nos dasipodídeos, embora, consequência das coossificações como ocorre em entre estes últimos, o número de vértebras diversas espécies de cingulados. Conclui-se que a que o compõe varia nas diferentes espécies. As redução de vértebras nos pampaterídeos se deve três primeiras vértebras torácicas (T1+T 2+T 3) de ao tamanho e à rigidez de sua carapaça, assim ambos os espécimes estão fusionadas, e, no como observado nos gliptodontes.

182 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Registro da paleomastofauna em depósitos fossilíferos pernambucanos

Ricarda Toscano de MELLO1; Mariana Valéria de Araújo SENA2; Gustavo Ribeiro de OLIVEIRA3

1Laboratório de Paleontologia e Sistemática, Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: [email protected] 2Programa de Pós-Graduação em Geociências, Departamento de Geologia, Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: [email protected] 3Laboratório de Paleontologia e Sistemática, Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: [email protected]

A paleomastofauna quaternária de Pernambuco em Pernambuco, são elas: Pilosa, Cingulata, é predominantemente herbívora, de um Notoungulata, Proboscidea, Perissodactyla, paleoambiente de savana, existindo relatos de Litopterna, Artiodactyla e Carnivora, sendo as achados para 46 municípios do Estado. Com quatro primeiras ordens as mais comuns no objetivo de recolher informações sobre esses estado. Contudo, os Pilosa são os mais frequentes animais, foi realizado levantamento bibliográfico nos registros. Dos elementos ósseos observados com foco nos registros que apresentavam riqueza no levantamento realizado, observou-se que sobre esses achados fósseis, onde foi possível os ossos cranianos e mandibulares são os observar que dos registros para as 46 cidades, mais abundantes, representando cerca de nem todos possuem detalhes sobre o depósito e o 57% dos fósseis identificados, seguidos pelos achado fóssil, citando unicamente o município e o osteodermos, que representam 25% do material. táxon. Isso acontece principalmente para trabalhos Os ossos curtos, como calcâneos, astrágalos mais antigos, como os de Rolim nas décadas de e falanges representam 7%; as vértebras 70 e 80 do século XX. Só a partir de meados de representam 5% dos fósseis; os ossos longos 4%, e 2003 os registros publicados da paleomastofauna 2% dos fósseis coletados não foram identificados. pernambucana fornecem maiores informações Esses resultados sugerem uma tendência dos sobre os fósseis e seus depósitos. Pesquisas pesquisadores da paleomastofauna em estudar realizadas por paleontólogos nos municípios de os ossos cranianos e mandibulares, uma vez Afrânio, Brejo de Madre de Deus, Buíque, Caruaru, que esses elementos são mais diagnósticos. Ou Salgueiro e Serra Talhada apresentaram detalhes seja, a amostragem real de fósseis de mamíferos sobre seus achados fósseis e em quatro desses quaternários em Pernambuco pode estar municípios as informações são mais detalhadas subestimada devido à ausência de descrições a respeito desses depósitos fossilíferos do tipo detalhadas dos elementos pós-cranianos. tanque. Dentre esses municípios, apenas Buíque Podemos concluir que ainda existe muito a se apresentou registro para mamíferos de pequeno explorar e pesquisar sobre a paleomastofauna porte referentes ao Holoceno, enquanto que e sua riqueza no estado de Pernambuco, tendo os demais apresentaram apenas registro da em vista que dos 46 municípios com relatos de megafauna pleistocênica. Foram identificadas achados da paleomastofauna apenas seis trazem oito ordens de mamíferos pleistocênicos informações detalhadas sobre seus achados.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 183 Xenartros do sistema cavernícola parcialmente submerso Ioiô-Impossível, Quaternário da Chapada Diamantina (Bahia, Brasil)

Carlos R. MORAES NETO1; Fernando A. PERINI2; Peter M. TOLEDO3; Patrícia G. GUEDES1; Leandro O. SALLES1

1Setor de Mastozoologia, Departamento de Vertebrados, Museu Nacional, UFRJ. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: [email protected] 3Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. E-mail: [email protected]

Este projeto faz parte do programa de pesquisa cunho taxonômico e filogenético. A diversidade “Biodiversidade de Mamíferos do Quaternário do de Xenarthra revelada em associação aos Brasil”, desenvolvido no âmbito do Departamento depósitos Quaternários da vertente Impossível do de Vertebrados (Mastozoologia) do Museu sistema cavernícola Ioiô-Impossível inclui ainda Nacional – UFRJ. Desde 2007 o programa elementos cranianos e pós-cranianos de três realiza expedições regulares à região cárstica indivíduos de Myrmecophaga tridactyla Linnaeus, da Chapada Diamantina (Bahia), centradas no 1758, sendo duas formas adultas e uma juvenil sistema cavernícola Ioiô-Impossível. Uma das (respectivamente representados por 158, 41 e principais descobertas paleontológicas neste 8 peças); dois exemplares adultos de Tamandua sistema diz respeito à presença de um esqueleto tetradactyla (Linnaeus, 1758) (respectivamente quase completo do gênero extinto Nothrotherium com 32 e 4 peças pós-cranianas); um exemplar Lydekker, 1889, preguiça terrícola de médio- adulto de Dasypus cf. novemcinctus (30 peças porte endêmica da América do Sul. O esqueleto cranianas e pós-cranianas); e dois exemplares resgatado, associado a depósitos subaquáticos, adultos de Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) compreende 157 peças do crânio, mandíbula e (respectivamente, 33 e 2 peças cranianas e pós- esqueleto pós-craniano, datado (colágeno: C14) cranianas). Esses registros fósseis contribuem de 8700 +/- 50 AP. Esta datação direta sugere para o conhecimento da fauna de mamíferos que este Nothrotheriidae teria sobrevivido fósseis do Quaternário da Chapada Diamantina, após o último período glacial, endossando especialmente no que diz respeito à Subordem assim a hipótese de que formas tipicamente Vermilingua, pouco abundante no registro pleistocênicas vieram a se extinguir durante o fóssil. As associações faunísticas neste sistema Holoceno. Ressalta-se, contudo, que os trabalhos cavernícola são tratadas independentemente no publicados por Czaplewski & Cartelle em 1998 trabalho de Salles e coautores para a vertente e Auler e coautores em 2006 apresentam uma Impossível e no de Castro e coautores para a referência de idade para o gênero coincidindo vertente Ioiô, ambos publicados em 2014, e em torno de 15.000 AP. Novas perspectivas de abrangem até o momento outros grupos de datação e apreciação de assinaturas isotópicas mamíferos, tais como: Marsupialia, Chiroptera, se encontram em curso, assim como ensaios de Rodentia, Carnivora e Artiodactyla.

184 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Morcegos (Mammalia: Chiroptera) do Quaternário da Serra da Capivara, Nordeste do Brasil

Filipe MOTTA1; Elver Luiz MAYER1; Patrícia HADLER2; Ana Maria RIBEIRO1,3

1Programa de Pós-Graduação em Geociências, UFRGS. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Paleontologia, UFSC. E-mail: [email protected] 3Museu de Ciências Naturais, FZBRS. CNPq. E-mail: [email protected]

O Parque Nacional da Serra da Capivara está paleontológica da Fundação Museu do Homem situado entre as bacias dos rios Parnaíba e São Americano (FUMDHAM), São Raimundo Nonato, Francisco, na região sudeste do Piauí. Na área Piauí. Foram analisados 11 fragmentos crânio- do parque são conhecidos importantes sítios mandibulares provenientes de três cavernas. arqueológicos, com pinturas rupestres e algumas Para a Toca do Barrigudo, foram identificados das mais antigas evidências de ocupação humana Tonatia saurophila (um dentário), Phyllostomus do continente. Dois tipos de sítios paleontológicos discolor (um dentário) e Artibeus jamaicensis (um são encontrados no entorno do parque: as dentário). Os dois últimos táxons também foram lagoas e as cavernas calcárias. Mamíferos de identificados para a Toca do Serrote do Arthur, médio e grande porte, extintos e viventes, foram através de dentários. Além desses, para este sítio, encontrados nos dois tipos de sítios, enquanto um dentário foi atribuído a Lophostoma sp. e dois que os fósseis de pequenos mamíferos foram dentários a Eptesicus fuscus. Para a Toca do Gordo registrados apenas nas cavernas. O material do Garrincho, único sítio aqui estudado com encontrado nas cavernas representa idades registro prévio de morcegos, foi identificado um desde o final do Pleistoceno até o início do dentário de Lophostoma sp. e dois crânios quase Holoceno, com algumas ocorrências atuais. Sete completos de Desmodus rotundus. O desgaste dessas cavernas tiveram seu material estudado e fragmentação dos espécimes de Lophostoma ao menos parcialmente, com especial atenção impossibilitaram a identificação específica. No dedicada aos mamíferos de grande e médio entanto, o tamanho e a presença de alvéolo porte. Trabalhos anteriores listaram a ocorrência para apenas um incisivo inferior permitiu a de oito espécies de morcegos em duas cavernas. identificação genérica. Todos os táxons ocorrem Desmodus rotundus foi registrada para a Toca do atualmente na área de estudo, exceto Eptesicus Gordo do Garrincho e sete espécies para a Janela fuscus, que habita desde o sul do Canadá até da Barra do Antonião [Molossidae (duas espécies), o nordeste da América do Sul. Esta espécie já Phyllostomidae (três espécies), Vespertilionidae foi registrada para o Quaternário do Brasil, (uma espécie) e Mormoopidae (uma espécie)]. nos estados do Rio Grande do Sul e da Bahia, O presente estudo objetiva reportar novos sugerindo uma distribuição geográfica muito mais dados sobre os quirópteros da Serra da ampla durante o Quaternário, corroborada pelos Capivara. O material está depositado na coleção achados da Serra da Capivara.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 185 Análise paleoparasitológica em coprólito de Carnivora (?) do Quaternário proveniente da Lagoa do Uri de Cima, Salgueiro, Pernambuco (Brasil)

Carolina Santa Isabel NASCIMENTO1; Thândara JACOB1; Jorge F. M. JESUS1; Pedro V. BUCK1; Bernardo C. P. M. PEIXOTO1; Marcia CHAME2; Clovis W. O. SOUZA3; Marcelo A. FERNANDES1

1Laboratório de Paleoecologia e Paleoicnologia, Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São Carlos. CNPq, CAPES. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz. E-mail: [email protected] 3Departamento de Morfologia e Patologia, Universidade Federal de São Carlos. E-mail: [email protected]

Excrementos fósseis, por serem produzidos a partir com solução aquosa de fosfato trissódico (Na3PO4) de atividade heterótrofa de animais no ambiente, e concentrado pela técnica de sedimentação podem fornecer importantes informações sobre espontânea. Em uma análise preliminar foram o metabolismo, padrões de dieta, preferências encontrados grânulos de amidos, fitólitos, alimentares e disponibilidade de alimento, diatomáceas e resíduos alimentares. Foram permitindo inferências sobre paleoambiente, observados 4 ovos de cestódeos (helmintos), paleoclima e sobre a paleoecologia dos diversos operculados e não – operculados, apresentando grupos de organismos. Especificamente no caso medidas variando entre 52,3 – 59,4 µm de dos coprólitos, uma das possibilidades de estudo é comprimento x 38,8 – 45,6 µm de largura; e um ovo a Paleoparasitologia, que subsidia interpretações de nematódeo medindo 52,1 µm de comprimento sobre a diversidade de parasitos em populações x 16,9 µm de largura. A morfologia e o tamanho de hospedeiros intermediários e finais, bem como dos ovos de helmintos encontrados são sugestivos sua circulação zoonótica. O presente estudo teve de Diphyllobothrium sp. (Cestoda) e de Nematoda, como objetivo realizar análise parasitológica cujos ciclos de vida incluem como hospedeiros de um coprólito de carnívoro indeterminado intermediários organismos de água doce, proveniente da Lagoa do Uri de Cima – uma principalmente peixes e crustáceos. Os parasitos paleolagoa pleistocênica/holocênica – localizada encontrados ajudam a confirmar a origem na região de Salgueiro, Estado de Pernambuco. zoológica do material, incialmente indicada pelas A datação do sedimento associado indicou uma características morfométricas (comprimento e idade de 8.800 ± 1.320 anos AP, através da técnica espessura) e morfológicas (formas e adornos) de Luminescência Opticamente Estimulada (LOE). do coprólito. Também representam um dos mais A análise parasitológica foi realizada por meio de antigos registros de Diphyllobothrium sp. em uma microscopia óptica, após o material ser reidratado amostra de coprólito para a América do Sul.

186 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 The southern South America Pleistocene glyptodontid Neuryurus in Northeast of Brazil

Édison V. OLIVEIRA1,3; Kleberson de O. PORPINO2,3; Fabiana Marinho da SILVA1

1Departamento de Geologia, Paleolab, Centro de Tecnologia e Geociências, Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: [email protected] 2Laboratório de Sistemática e Ecologia Animal, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: [email protected] 3CNPq

The discovery of new glyptodont materials, numeral small tubercles in dorsal osteoderms; including numerous spatially associated differs from Neuryurus trabeculatus (also from carapacial osteoderms in the Late Pleistocene Argentina) in having slender osteoderms with Fazenda Nova tank deposit, Pernambuco more smooth external surface in contrast with a state, revealed the presence of an unexpected spongy texture, channels of foramina running at taxon of glyptodont in Norteastern Brazil. an angle of about 450, instead of 900 relative to the These materials were identified as belonging external surface, and in lacking the slight central to the southern genus Neuryurus, a taxon with depression on the osteoderms of the lateral region previous occurrences limited to late Pliocene and of the dorsal carapace. The presence of tubercles Pleistocene beds of Argentina, Uruguay and south instead of figures on the external surface of the of Brazil. This glyptodontid is one of the more osteoderms is also observed in a carapace from poorly documented in South America. Its carapace Argentina assigned to Neuryurus sp. but they osteoderms area is characterized by osteoderms are less conspicuous than in some osteoderms loosely attached with uniformly punctate external among the material of Fazenda Nova. Take into surfaces giving them a rugose surface, without account these differences, this new material external figures in contrast to most glyptodonts. may represent a new species of Neuryurus, This report represents the most complete record which extends significatively its geographical of Neuryurus for Brazil. When compared to distribution during the late Pleistocene, from the southern South America representatives of this southernmost Argentina (320 lat.) to northeastern genus, the specimens from Fazenda Nova differs Brazil (80lat.). from Neuryurus rudis (from Argentina) in having

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 187 Morcegos quaternários na Toca dos Ossos, Bahia, Brasil: a importância de predadores na gênese de concentrações fossilíferas

Téo Veiga de OLIVEIRA1; Carolina Saldanha SCHERER2; Deyziane Santos de JESUS1

1Divisão de Mamíferos, Museu de Zoologia, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Paleontologia, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. CNPq. E-mail: [email protected]

Processos biogênicos, como necrofagia e predação, pleistocênica, podendo haver, como é usual para são determinantes na qualidade do registro depósitos em cavernas, algum grau de mistura fóssil. Talvez os exemplos melhor estudados temporal. Parte da explicação sobre como esta sejam aqueles ligados à concentração de ossos riqueza significativa de pequenos vertebrados foi de pequenos vertebrados por predadores como acumulada veio quando, em um dos salões mais as corujas, que regurgitam restos não digeríveis externos da caverna, inúmeras regurgitações da de suas presas; isto pode levar ao acúmulo de coruja-das-torres (Tyto furcata) foram encontradas. uma quantidade muito grande de esqueletos Um estudo do conteúdo destas regurgitações passíveis de serem fossilizados em alguns locais. apontou uma dominância incomum de morcegos, A caverna Toca dos Ossos, localizada no município com contribuições menores de outros táxons. No de Ourolândia, na região Centro-Norte do estado material analisado foram encontrados Artibeus da Bahia, é um sítio fossilífero onde as atividades sp., Platyrrhinus lineatus, Phyllostomus discolor, destes predadores podem ter sido responsáveis Chrotopterus auritus, Glossophaga soricina, pela presença muito marcante de pequenos Lasiurus ega, Myotis sp., Noctilio leporinus e vertebrados em sedimentos de idade quaternária. Eumops auripendulus. É significativo o fato de que Particularmente, em relação aos morcegos, dos sete gêneros encontrados nos sedimentos objeto deste trabalho, apenas um táxon já havia quaternários do interior da caverna, cinco sido apontado para esta caverna, Desmodus também apareceram nas regurgitações da draculae, de idade pleistocênica. Neste trabalho, coruja. Desmodus rotundus, também encontrado são registrados outros táxons nos sedimentos nos sedimentos quaternários, embora não tenha quaternários da Toca dos Ossos: Artibeus sp., aparecido nas regurgitações, teve indivíduos Platyrrhinus sp., Phyllostomus sp., Desmodus mumificados recuperados em outro salão, rotundus, Eptesicus sp., Lasiurus sp., Myotis sp. e onde havia, também, crânios de Pteronotus sp. um Molossidae indeterminado. Os espécimes dispersos pelo substrato, sendo que este último foram coletados em salões bastante interiores na não foi registrado seja nas regurgitações, seja nos topografia da caverna, junto de outros pequenos sedimentos quaternários. A composição destas vertebrados (dominantemente roedores, com acumulações atuais e quaternárias pode indicar contribuições menores de marsupiais, aves, que a presença da coruja-das-torres ou de alguma répteis escamados e anuros, além de um ave com hábito similar na região, em tempos mais único osso de um actinopterígio) e também de remotos, pode ter influenciado na gênese da táxons representativos da megamastofauna tafocenose hoje recuperada.

188 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Novos registros de Cingulata para o município de Guanambi, Bahia, Brasil

Letícia Francielle Moreira PALES1; Mariane Rosa Thomaz da SILVA1; Samara de Almeida da SILVA1; Carolina Saldanha SCHERER1

1Laboratório de Paleontologia/LAPALEO, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Financiado por VALEC Engenharia, Construções Ferrovias S.A/Termo de Cooperação 02/2013 VALEC/ UFRB. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

Fósseis pertencentes à megafauna pleistocênica 810 e 1673) que apresentam sulco em toda a são frequentemente encontrados no Nordeste do borda do osteodermo, pequenos e numerosos Brasil, principalmente em depósitos de Tanque. forames e ausência de elevação central. Para este Dentre os táxons encontrados, destacam-se os táxon, foram adicionados também os espécimes Xenarthra Cingulata, os quais são representados UFRB-PV 630, 636, 1046, 1047, 1051 E 1159, pelos tatus (“Dasypodidae”), pampatérios descritos em trabalho anterior. Já os espécimes (Pampatheriidae) e gliptodontes (Glyptodontidae). UFRB-PV 635, 704, 764, 784, 786, 857, 1074 Este trabalho tem como objetivo trazer novos compõem osteodermos isolados de Dasypodidae registros de Cingulata para o Nordeste do Brasil, cf. Propraopus sp., esses possuem sulcos estreitos assim como o primeiro registro de alguns táxons que circundam uma figura central, que cobre quase para Guanambi, Bahia. O material fóssil aqui toda a margem caudal do osteodermo, figuras estudado provém de dois tanques, Lagoa das periféricas pequenas e de dois a três forames Abelhas (14º9’32”S/42º46’22”O) e Lagoa do Rancho dispostos ao longo do sulco principal, fora das (14º7’42”S/42º53’7”O). Os fósseis foram resgatados intersecções com os sulcos radiais. Para este táxon a partir do projeto Prospecção e Salvamento também foram atribuídos alguns osteodermos de de Fósseis e Educação Patrimonial na Área de banda móvel (UFRB-PV 618, 623, 633, 812, 1413, Influência da Ferrovia de Integração Oeste (FIOL) 1461) que apresentam pequenos forames nos e depositados na Coleção de Paleovertebrados dois sulcos que divergem posteriormente no da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia osteodermo. Apenas um osteodermo (UFRB-PV (UFRB-PV). A maior parte do material fóssil 783) apresentou características diagnósticas de pertencente a Cingulata dessas localidades Pachyarmatherium brasiliense. Este possui três compõem-se de osteodermos da carapaça. Dez figuras periféricas anteriores mais desenvolvidas osteodermos robustos e maiores (UFRB-PV 627, que as demais, que circundam uma figura central 631, 775, 776, 795, 799, 861, 878, 884, e 1145) foram poligonal. Para esta espécie foram confirmados os atribuídos a Glyptotherium sp., dos quais apenas espécimes UFRB-PV 702, 813, 966, 1043, 1176, 1178 os espécimes UFRB-PV 627, 631 e 776 apresentam e 1562 com ocorrência nas mesmas localidades, a face externa melhor preservada, sendo possível descritos em trabalho anterior. Com esse estudo, verificar um aspecto rugoso e a figura central. foi possível ampliar o conhecimento acerca do Para Pampatherium humboldti foram identificados grupo e apresentar duas localidades fossilíferas dois fragmentos de osteodermos (UFRB-PV com uma importante diversidade de Cingulata.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 189 Preliminary note on the first avian fossil record from the João Cativo Paleontological Site, a Quaternary tank deposit situated in Itapipoca, Ceará State, northeastern Brazil

Thayane Braga de Souza PATUSCO1; Fernanda Barcellos de Moura LEONEL1; Elaine Batista MACHADO1,2; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR3; Tiago Martins METELLO4; Alexander Wilhelm Armin KELLNER2

1Universidade Estácio de Sá. PIBIC/UNESA. E-mail: [email protected]. br; [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebrados Fósseis, Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional, UFRJ. E-mail: [email protected] 3Departamento de Estratigrafia e Paleontologia, Faculdade de Geologia, UERJ. FAPERJ. E-mail: [email protected] 4Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, UFRJ. CNPq. E-mail: [email protected]

The fossil record of birds is still scarce in Brazil and, show a marked depression identified as fossa up to now, only 22 species are known, ranging in supratrochlearis plantaris. The canalis interosseus age from the Cretaceous to the Holocene. Besides distalis is present in MN 2874-V is absent in some the described species, there are some undescribed birds, and has been used in phylogenetic analyses. remains housed in the Paleovertebrate Collection Despite MN 3275-V and MN 2874-V being similar of the Museu Nacional/UFRJ, including specimens in size and representing opposing sides (right and collected in 1961 from the Quaternary tank left, respectively), two main features distinguishes deposits of João Cativo site, municipality of them: MN 3275-V shows a more plantar deflected Itapipoca (Ceará State). The following specimens trochlea metatarsi II in relation to trochlea were identified: one small claw (MN 3263-V); metatarsi III when compared to MN 2873-V; one anterior portion of a right tarsometatarsal and the presence of a expansion on the medial (MN 3269-V); a distal portion of a second right articular surface of trochlea metatarsi II towards tarsometatarsal (MN 3275-V), from tank JC2; and to the plantar surface. Although preliminary, a distal portion of the left tarsometatarsal (MN these are the first remains identified in João 2874-V) from JC3. MN 3269-V and MN 3275-V Cativo paleontological site, which is known by probably represents a single bone of the same its fossil record of mammals and . individual based on their size, and the fact that Further studies on those specimens, mainly the they came from the same tank. MN 3269-V shows tarsometatarsals (as they are diagnostic bones in a single foramina vascularia proximalia. Internally, birds) will improve the knowledge on the Itapipoca both distal metatarsal portions MN 3275-V and fauna, and on the Pleistocene avian fossil record MN 2874-V show a bony wall dividing the hollow in Brazil. The presence of slender and delicate shaft of those elements. In both specimens, only bird remains in João Cativo suggests that their the trochlea metatarsi II and III are preserved; deposition inside the tanks may have occurred nevertheless MN 2874-V presents the foramem by low-energy currents, otherwise, these remains vasculare distale preserved (usually located above would be quickly scattered or even destroyed. trochlea metatarsi IV). In plantar view, both bones

190 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Uma ocorrência inesperada de mamífero quaternário no Estado do Ceará

Kleberson de Oliveira PORPINO1; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR2; Lílian Paglarelli BERGQVIST3,5; Valdeci dos SANTOS JUNIOR4; Ismar de Souza CARVALHO3,5; Tabata Zanesco FERREIRA3; Fernando Henrique de Souza BARBOSA3; Lorena Passos Figueiredo BARBOSA3

1Departamento de Ciências Biológicas, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: [email protected] 2Departamento de Estratigrafia e Paleontologia, Faculdade de Geologia, Universidade do Estado Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 3Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 4Departamento de História, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: [email protected] 5CNPq

Fósseis da megafauna pleistocênica são comuns sugerem ocorrência de fluxos gravitacionais a nas concentrações fossilíferas de depósitos partir das vertentes da Bacia Potiguar em direção sedimentares de tanques, cavernas e lagoas às áreas planas abaixo destas, onde o material no interior de diversos estados da Região foi coletado, configurando um típico depósito de Intertropical Brasileira. Entre as espécies mais talus. Os fósseis compreendem mandíbula, dente, abundantes nessas concentrações está a vértebras, costelas e tíbia. Embora desarticulados e preguiça terrícola Eremotherium laurillardi (Lund, bastante fragmentados, os elementos esqueletais 1842). Recentemente, escavações conduzidas na foram encontrados em associação. A ausência Formação Açu (Eo-Neocretáceo, Bacia Potiguar) de outros elementos esqueletais (e.g. crânio, na sua porção emersa no estado do Ceará, elementos dos membros anteriores e parte dos revelaram uma rica associação de restos da biota posteriores) nas proximidades da área escavada cretácica, incluindo dinossauros saurópodes e sugere a ocorrência de desarticulação da carcaça, terópodes, além de peixes, coprólitos e restos o que indica algum tempo de exposição subaérea, vegetais. Em um dos pontos explorados, conforme mesmo que curto. Desse modo, é possível excluir os ossos foram sendo coletados, percebeu-se a possibilidade de morte por soterramento que estes se tratavam, na realidade, de ossos (obrution). A exposição subaérea relativamente atribuíveis a E. laurillardi, um achado inesperado. curta da carcaça após a morte é suportada pela Esses fósseis ocorrem na base de uma camada ausência de modificações ósseas superficiais, não estratificada de cascalho com matriz como sinais de abrasão, intemperismo ou areno-argilosa, com espessura máxima de 2 m, alterações biogênicas. A ocorrência aqui descrita sobreposta, de forma discordante, à Formação ressalta a necessidade de prospecção em Açu. O arcabouço é composto de fragmentos depósitos quaternários além daqueles onde líticos cujas fontes principais são as rochas das os fósseis da megafauna são tradicionalmente formações Açu e Jandaíra. Em termos texturais, encontrados e amplia o potencial fossilífero da esses litoclastos variam de grânulos a blocos região situada nas proximidades da borda oeste e de angulosos a subangulosos. Os aspectos da Bacia Potiguar. composicionais e texturais da camada fossilífera

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 191 Novas datações holocênicas para pequenos mamíferos da Serra da Capivara, Piauí, Brasil

Ana Maria RIBEIRO1,2; Elver Luiz MAYER2; Simone Baes das NEVES2; Leonardo KERBER3; Filipe Armando MOTTA2; Jorge FERIGOLO1; Niéde GUIDON4; Maria de Fátima Ribeiro BARBOSA4,5

1Seção de Paleontologia, Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected] 2Programa de Pós-Graduação em Geociências, UFRGS. CNPq. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 3Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia, UFSM. CNPq. E-mail: [email protected] 4Fundação Museu do Homem Americano. CNPq. E-mail: [email protected] 5Universidade Federal do Vale do São Francisco. CNPq. E-mail: [email protected]

A cronologia dos depósitos em cavernas no Brasil é da coleção paleontológica da Fundação Museu pouco conhecida e as investigações realizadas até do Homem Americano (FUMDHAM). As datações o momento têm privilegiado a megamastofauna foram realizadas no Center for Applied Isotope extinta. De forma geral, tradicionalmente os Studies, University of Georgia, USA, através de depósitos são atribuídos ao Pleistoceno final– análise radiocarbônica (14C AMS) em bioapatita Holoceno inicial. Um expoente atual neste tema de dentes de diferentes táxons. As idades não é a região de Lagoa Santa, MG, na qual os dados calibradas obtidas foram: Kerodon rupestris disponíveis indicam grande amplitude cronológica Wied-Neuwied, 1820 (FUMDHAM 444-78708-1) para os depósitos, com datações que variam desde 1.680±25 AP; Thrichomys Trouessart, 1880 (444- mais de 350.000 anos até o Presente. A Serra da 78708-2) 1.670±25 AP, (444-77715-1) 3.940±25 Capivara, no sudeste do Piauí, é outra região do AP, (444-79156-1) 4.340±25 AP; Didelfídeos país conhecida pelos depósitos em cavernas que (444-78429-7D) 3.870±30 AP, (444-78429-7C) incluem registros paleontológicos e arqueológicos. 3.900±30 AP, (444-78429-7E) 4.370±35 AP, (444- Para estes depósitos o panorama cronológico 78429-7F) 5.550±40 AP. Estes resultados ampliam atual é composto por datações realizadas a partir o intervalo de distribuição cronológica da de diferentes materiais e métodos. As idades mastofauna recuperada das cavernas da região e, obtidas a partir de restos de mamíferos variam de forma inédita, fornecem datações diretas para entre 23.000±2000 (dente Blastocerus datado os táxons de pequeno porte. Com isso, situa-se por Ressonância do Spin do Elétron/ESR; Toca temporalmente a fauna de pequenos mamíferos das Moendas) e 6.890±60 (matéria orgânica da Toca do Barrigudo no Holoceno médio e final. datada por radiocarbono/14C; Toca do Artur) Apesar de existirem registros de táxons extintos anos AP. Em adição a estes dados, as inferências para este sítio (e.g. Palaeolama), as idades aqui paleoambientais para a região consideraram reportadas para os pequenos mamíferos sugerem conjuntamente os restos da megafauna extinta e que tal coocorrência não implica obrigatoriamente de pequenos mamíferos viventes. Com o objetivo na contemporaneidade dos mesmos. Assim, com o de ampliar o conhecimento sobre a cronologia desenvolvimento de um cenário cronológico mais destes depósitos e posicionar temporalmente a detalhado e integrando dados estratigráficos, fauna de pequenos mamíferos da cavidade Toca deposicionais e taxonômicos, as inferências do Barrigudo foram realizadas novas datações paleoecológicas e paleoambientais para a região considerando exclusivamente amostras destes podem ser sucessivamente refinadas. animais. Os materiais foram selecionados a partir

192 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Novo acesso taxonômico à diversidade de quirópteros do sistema cavernícola Ioiô-Impossível, Quaternário da Chapada Diamantina (Bahia, Brasil): evidências associadas ao aparelho mastigatório, rádio e fêmu

Leandro O. SALLES1; Patrícia G. GUEDES1; Simone S. MARTINS1; Carlos R. MORAES NETO1; Rodrigo B. ARAÚJO1; Joaquin ARROYO-CABRALES2; Nancy B. SIMMONS3

1Setor de Mastozoologia, Departamento de Vertebrados, Museu Nacional, UFRJ. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Laboratorio de Arqueozoología, Instituto Nacional de Antropología e Historia, México. E-mail: [email protected] 3Division of Vertebrate Zoology, American Museum of Natural History, USA. E-mail: [email protected]

A paleofauna de morcegos do Quaternário QCD e ampliaram a presença da ordem na região da Chapada Diamantina (QCD) é conhecida em duas espécies e uma família (Noctilionidae). principalmente através de estudos da década O presente trabalho se propõe a relatar os novos de 1990, a partir de espécimes provenientes das avanços paleontológicos sobre os quirópteros cavernas Toca da Boa Vista, Toca da Barriguda, deste sistema cavernícola a partir do estudo dos Gruta dos Brejões, Gruta do Túnel de Santana e complexos crânio-dentários (aproximadamente Toca dos Ossos que, juntas, revelaram 27 espécies 60 fragmentos) e pós-cranianos (em particular distribuídas em cinco famílias. Recentes estudos associados ao rádio e ao fêmur, que totalizam 25 (2014), coordenados pelos pesquisadores Leandro fragmentos). Os novos acessos são sintetizados Salles (MN) e Max Langer (USP), respectivamente a seguir: (i) Noctilio leporinus (P4 e rádio), Ioiô- nas Grutas Impossível e Ioiô, apresentam os Impossível encerra os únicos registros fósseis primeiros resultados referentes a duas aberturas conhecidos na América do Sul; (ii) Mormoops associadas ao sistema cavernícola Ioiô-Impossível, megalophylla (molares superiores e inferiores, situada na sub-região cárstica de Iraquara rádio e fêmur), uma linhagem extinta no nordeste (Laureano e Cruz formalizam síntese geológica em do Brasil; (iii) Pteronotus cf. personatus (M1), 2002). Salles, fazendo uso da técnica de aspiração primeiro registro para QCD; (iv) Rhynchonycteris subaquática, coletou fragmentos fósseis de sp. (M1ou2), primeiro registro fóssil da família quirópteros em associação a um depósito Emballorunidae para o QCD; (v) Natalus stramineus sedimentar (exatos quadrantes) marcado pela (M2), primeiro registro da família Natalidae para o presença do esqueleto de uma preguiça terrícola QCD; (vi) Molossus sp. (M1ou2) e Desmodus rotundus extinta, Nothrotherium, datado (C14) de 8700 ± (fêmur), primeiros registros para o sistema 50 AP. Castro, Montefeltro e Langer apresentam Ioiô-Impossível, endossando a presença destes duas outras referências temporais para os gêneros no QDC. Castro e coautores corroboram a depósitos situados na vertente Ioiô (Caiman, presença de Natalus e adicionam um novo registro 18.260; Myocastor, 16.900). O primeiro acesso de filostomídeo para a QCD, Trachops cirrhosus. taxonômico aos registros de quirópteros na Gruta O potencial paleontológico desse sistema do Impossível se deu exclusivamente com base na cavernícola permanece imenso, não apenas no morfologia do complexo umeral, cujos resultados tocante à diversidade de pequenos vertebrados, substanciaram a presença de uma relevante mas igualmente à de mamíferos de médio e diversidade de mormopídeos e filostomídeos no grande porte.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 193 A fauna de xenartros (Xenarthra, Mammalia) da Gruna do Carlinhos, Serra do Ramalho, Bahia, Brasil

Carolina Saldanha SCHERER1; Samara de Almeida da SILVA1; Leticia Francielle Moreira PALES1; Mariane Rosa Thomaz da SILVA1

1Laboratório de Paleontologia, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. VALEC Engenharia, Construções Ferrovias S.A. [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

O estado da Bahia é bastante conhecido medial do digito IV do pé esquerdo (UFRB-PV4602) pela sua grande dimensão geográfica e pela e uma falange ungueal do digito III do pé esquerdo riqueza espeleológica, a qual, muitas vezes está (UFRB-PV4588) foram identificados comoCatonyx associada também à grande riqueza de achados cuvieri; uma falange ungueal do digito II da mão de vertebrados fósseis do Quaternário. Apesar do (UFRB-PV4560), um metatarso IV direito (UFRB- amplo conhecimento sobre as cavernas do estado, PV4603) e uma falange ungueal do digito III do ainda hoje são encontradas novas localidades pé direito (UFRB-PV4604) foram identificados com a presença de materiais importantes para a como Valgipes bucklandi. Ainda pertencentes à Paleontologia. Neste cenário, a Gruna do Carlinhos família Mylodontidae, foram identificados três foi previamente descoberta com um considerável fragmentos de dentários (UFRB-PV4578, PV4713, conteúdo fossilífero, o qual foi coletado durante PV4718) e um fragmento de palato (UFRB-PV4612), atividades de campo vinculadas ao projeto porém devido à semelhança morfológica entre “Prospecção e salvamento de fósseis e educação as duas espécies referidas acima, não foram patrimonial na área de influência da Ferrovia de identificados em nível genérico e especifico. Integração Oeste-Leste (FIOL)”. A referida caverna Foram ainda identificados: Glyptodontidae cf. localiza-se no Município de Serra do Ramalho Panochthus através de uma tíbia e fíbula esquerda sob coordenadas 13º44’2,92”S e 43º49’2,05”O (UFRB-PV4714) e um fragmento de tubo caudal e está inserida nas rochas neoproterozoicas (UFRB-PV4584); e pertencentes a Pampatheriidae do Grupo Bambuí. Neste estudo, foi abordada foram identificados um fragmento de dentário apenas a identificação dos fósseis pertencentes esquerdo (UFRB-PV4704), uma tíbia e fíbula a Xenarthra. No total foram identificados esquerdas (UFRB-PV4705) e para cf. Pampatherium espécimes pertencentes a quatro táxons. Dois alguns osteodermos incompletos (UFRB-PV4550, foram atribuídos à família Mylodontidae: um PV4590, PV4610). Com isso, ampliou-se o registro fragmento distal de úmero direito (UFRB-PV4580), de Xenarthra para a localidade, através do registro um fragmento de úmero direito (UFRB-PV4706), de Catonyx cuvieri e da identificação de novos um metacarpal III direito (UFRB-PV4544), uma espécimes para os demais táxons. Assim, foi falange ungueal do digito III da mão direita (UFRB- possível identificar uma importante diversidade PV4606), uma tíbia esquerda (UFRB-PV4639), um de Xenarthra presente na referida localidade, calcâneo direito (UFRB-PV4607), um metatarso apesar de ainda restarem espécimes a serem III esquerdo (UFRB-PV4635), dois metatarsos III identificados, de forma que a riqueza de táxons direitos (UFRB-PV4572, PV4592), uma falange pode ser ainda maior.

194 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Patterns of bone histology of Pleistocene mammals from northeastern region, Brazil

Mariana V. A. SENA1,4; Gina C. OLIVEIRA1,5; Rafael C. L. P. ANDRADE1,4; Esaú V. ARAÚJO2; Gustavo R. OLIVEIRA3; Juliana M. SAYÃO2

1Programa de Pós-Graduação em Geociências, Departamento de Geologia, Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Centro Acadêmico de Vitória, Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: [email protected]; [email protected] 3Laboratório de Paleontologia e Sistemática, Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: [email protected] 4CNPq 5Capes

Histological analyses of fossil bones reflect lacunae are randomly oriented in woven bone and physiological features, lifestyle and growth in lamellar tissue areas, showing have parallel patterns of extinct vertebrates. We analyzed orientation. These features are associated with microstructures of a Toxodontidae fibula. (UFRPE high metabolic rates. The inner cortex of UFRPE 4950); a rib fragment (UFRPE 5147); a proximal 5149 displays a distinct endosteal lamellar layer. portion of a mastodont (Gomphotheriidae) rib In UFRPE 4950 the outer margin of cortex contains (UFRPE 5148); and a tibia of Xenorhinotherium two vestiges of LAGs in parallel-fibered tissue sp. (UFRPE 5149). Fossils were collected in a tank affected by the remodeling. The specimen UFRPE deposit of Pleistocene age in Serra do Medo site, 5147 presents cortex with secondary bone and Caruaru county, Pernambuco State, Brazil. These several erosion lacunae. In UFRPE 5148 the cortex materials are deposited in UFRPE paleontological evidences fibrolamellar bone with some primary collection. Herein, we inferred over their life osteons in periosteal zone; in the mesosteal history characteristics and growth patterns. The zone, there is a transition between primary cross-sections of the limb bones (fibula and tibia) fibrolamellar bone and Harvesian bone tissue; the and the rib (UFRPE 5147) shown vascularized endosteal zone contains Haversian bone tissue. cortices composed by dense Harvesian bone with Fibrolamellar bone is recognized as having a faster overlapping of numerous secondary osteons of deposition, which implies a fast bone deposition several generations, including immature ones. This at the time of death. Besides this, the absence of is a common feature in mammalian bone, caused lines of arrested growth (LAGs) reveals that the by increased loading in large-bodied species. The rib UFRPE 5147 was from an immature individual primary tissue visible suggests it was parallel- or the growth marks were lost by remodeling fibered with lamellar organization. The osteocytes process.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 195 Diversidade fóssil de Carnivora (Mammalia) do sistema cavernícola Ioiô-Impossível: Quaternário da Chapada Diamantina (Bahia, Brasil)

Fernando L. SICURO1; Fernando A. PERINI2; Carlos R. MORAES NETO3; Peter M. TOLEDO4; Luiz F. B. OLIVEIRA3; Patrícia G. GUEDES; Leandro O. SALLES3

1BioVasc, IBRAG, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 2Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: [email protected] 3Setor de Mastozoologia, Departamento de Vertebrados, Museu Nacional, UFRJ. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 4Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. E-mail: [email protected]

A diversidade de Carnivora do Quaternário da manus e pedis). 2 – Puma yagouaroundi, incluindo Chapada Diamantina foi abordada a partir de dois indivíduos com, respectivamente, 15 e 16 depósitos acumulados na vertente Impossível do peças: elementos do esqueleto axial (crânio, sistema cavernícola parcialmente alagado Ioiô- mandíbula, axis, vértebras cervicais, torácicas Impossível, situado na região cárstica de Iraquara e caudais), do esqueleto torácico (costelas) e (detalhamento geológico disponível nos trabalhos do esqueleto apendicular (úmero, rádio, ulna; de Laureano e Cruz do final da década de 90 e ossos da pelve [íleo, ísquio e púbis]; fêmur, síntese por ambos os autores em 2002). Os fósseis patela, fíbula e elementos da manus e pedis); se encontravam dispostos em diversos dutos da 3 – Leopardus pardalis, com 9 peças, incluindo o caverna, configurando um contexto tafonômico crânio, mandíbula, vértebras lombares, pelve e de baixo carreamento pós-morte dos indivíduos, tíbia; 5 – um crânio de Nasua nasua; 6 – além de 9 com diversas peças de um mesmo indivíduo em peças identificadas como Conepatus amazonicus, associação inequívoca. O acúmulo desses fósseis incluindo o crânio e mandíbula, costelas, ulna, está, possivelmente, associado à presença de ossos da pelve [íleo, ísquio e púbis], fêmur e armadilhas naturais, como clarabóias e pela tíbia. Resultados preliminares de avaliações própria dolina, que permitem acesso à abertura qualitativas e morfométricas de alguns fósseis principal da vertente da gruta Impossível. As sugerem a possibilidade de determinação de sexo peças recuperadas foram identificadas como (P. concolor) e de possíveis cenários de vida com pertencentes a indivíduos de seis espécies base em osteopatias (L. pardalis). A presença da de Carnivora, representantes das famílias família Mustelidae na vertente Ioiô desse sistema Felidae, Procyonidae e Mephitidae: 1 – Puma cavernícola foi denotada por Castro e coautores concolor, com 146 peças, incluindo elementos do em 2014, com base em um crânio associado à Eira esqueleto axial (crânio, mandíbula, atlas, axis, barbara. Até o momento, associações faunísticas vértebras cervicais, torácicas, lombares, sacrais e no âmbito da vertente Impossível do sistema caudais), do esqueleto torácico (costelas e esterno) cavernícola abrangem as seguintes ordens e do esqueleto apendicular (escápula, clavícula, de mamíferos: Didelphimorphia, Chiroptera, úmero, rádio, ulna; ossos da pelve [íleo, ísquio e Rodentia, Pilosa, Cingulata e Artiodactyla. púbis]; fêmur, patela, tíbia, fíbula e elementos da

196 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Estudo dos “ungulados” do Pleistoceno do município de Guanambi, Bahia, Brasil

Mariane Rosa Thomaz da SILVA1; Samara de Almeida da SILVA1; Leticia Francielle Moreira PALES1; Carolina Saldanha SCHERER1

1Laboratório de Paleontologia, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. VALEC Engenharia, Construções Ferrovias S.A. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

O termo ungulados é utilizado informalmente Tapirus terrestris; um dente pré-molar 2 inferior para tratar todos aqueles mamíferos que tiveram esquerdo (UFRB-PV624) pertencente a Equidae; suas unhas modificadas em cascos. Quando um dente pré-molar superior (UFRB-PV614) como a América do Sul ficou isolada dos outros pertencente a Cervidae; um fragmento distal continentes, durante o Paleógeno, diversificou- de metapodial (UFRB-PV1569) e um calcâneo se neste continente uma fauna de ungulados (UFRB-PV1683) de Camelidae; fragmentos de totalmente diferente, abrangendo grupos como alvéolos (UFRB-PV749, 766, 892, 893, 1175, 1468), Astrapotheria, Xenungulata e Pyrotheria. Com o fragmentos de molar (UFRB-PV617, 1592, 1676) Grande Intercambio Biótico Americano, chegaram e um dente molar 3 superior direito incompleto à América do Sul os mamíferos de origem (UFRB-PV759) de Gomphotheriidae. Dentre os holártica, representados por Perissodactyla, materiais de ungulados sul-americanos, foram Cetartiodactyla e Proboscidea. Os materiais aqui identificados somente materiais atribuídos estudados foram resgatados de dois depósitos a Toxodontidae (Notoungulata), como vários do tipo tanque provenientes do município de fragmentos de dentes com esmalte (UFRB-PV609, Guanambi, região sudoeste da Bahia. O primeiro 615, 695, 763, 769, 778, 797, 807, 863, 866, 867, 870, tanque fica na localidade de Lagoa das Abelhas 873, 874, 875, 876, 877, 957, 961, 963, 970, 971, (14°9’32’’S/ 42°46’22’’O) e o segundo na localidade 974, 980, 981, 982, 1048, 1050, 1142, 1147, 1154, de Lagoa do Rancho (14°7’42’’S/ 42°53’7’’O), cujo 1156, 1157, 1167, 1380, 1387, 1397, 1484, 1677, material provém de coletas realizadas entre os 1678), fragmentos de dente sem esmalte (UFRB- anos de 2014 e 2015, a partir das escavações para PV868, 871, 872, 1671), um dente molar 1 superior a construção da Ferrovia de Integração Oeste/ incompleto (UFRB-PV625), um calcâneo esquerdo Leste (FIOL). O material foi identificado com o (UFRB-PV638) e um calcâneo direito (UFRB- auxilio de literatura específica, sendo catalogado PV779). Apesar de o material ser bastante escasso e armazenado na Coleção de Paleovertebrados e fragmentário, pode-se ampliar o registro dessas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia famílias para o estado da Bahia com a realização (UFRB-PV). Dentre os ungulados de origem deste trabalho, sendo este o primeiro registro de holártica, foram identificados ao total cinco táxons, cinco das seis famílias estudadas para a região e sendo um astrágalo (UFRB-PV1675) pertencente à para o Município de Guanambi.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 197 Novo material de Eremotherium laurillardi para o sudoeste da Bahia: aspectos tafonômicos

Samara de Almeida de SILVA1; Letícia Francielle Moreira PALES1; Mariane Rosa Thomaz da SILVA1; Carolina Saldanha SCHERER1

1Laboratório de Paleontologia, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. VALEC Engenharia, Construções Ferrovias S.A. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

O estado da Bahia tem registro de inúmeras III fusionadas (UFRBPV1540), uma falange I do ocorrências de fósseis pleistocênicos, incluindo dígito IV (UFRBPV955), um fragmento proximal vários registros para os depósitos de Tanques de tíbia direita (UFRB-PV1542), cinco astrágalos na Região Sudoeste. Trabalhos que relatam a incompletos (UFRBPV1536, 1537, 1538, 1539, compreensão dos aspectos tafonômicos das 1543) e um fragmento de calcâneo (UFRBPV1527). tafocenoses em depósitos do tipo tanque na Os materiais encontrados nos tanques de região sudoeste da Bahia são bastante escassos. Lagoa das Abelhas e de Matina não foram Sendo assim, o objetivo deste trabalho é relatar encontrados in situ, mas sim resgatados a partir novos materiais para a Região Sudoeste da Bahia dos rejeitos retirados previamente destes. Por e realizar uma analise tafonômica básica das este motivo, não foi possível avaliar efetivamente tafocenoses. No município de Matina, os fósseis os eventos tafonômicos. Porém, o material foram encontrados em uma localidade ainda sem resgatado da Lagoa das Abelhas consistiu, denominação (13°55’52,99”S e 42°56’54,89”O). basicamente, de fragmentos bastante pequenos No município de Guanambi, o material provém de dentes, indicando que, provavelmente, os de dois tanques, nas localidades de Lagoa das mesmos sofreram retrabalhamento. Foram Abelhas (14°9’32’’S/ 42°46’22’’O) e Lagoa do observadas marcas de intemperismo nos Rancho (14°7’42’’S/ 42°53’7’’O), evidenciados estágios 2 ou 3 de Behrensmeyer (1978) nos nas escavações para a construção da Ferrovia materiais encontrados no Tanque de Matina. de Integração Oeste/Leste (FIOL) e depositados Na localidade Lagoa do Rancho, foi observado na Coleção de Paleontologia da Universidade o grau máximo de intemperismo (estágio 5), no Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB-PV). O úmero (UFRBPV4731a) e na ulna (UFRBPV4731b), material que foi identificado como Eremotherium que estavam parcialmente articulados, os quais laurillardi consiste em um dente molar inferior apresentam a superfície bastante fragmentada, esquerdo (UFRBPV728), um dente molar superior algumas partes achatadas, expondo a cavidade esquerdo (UFRBPV747), um fragmento proximal interna, o que pode indicar que estiveram em de úmero esquerdo (UFRBPV1521), um úmero algum momento expostos por certo período faltando a epífise proximal (UFRBPV4731a), um antes que houvesse o soterramento. Com isso, fragmento proximal de ulna (UFRBPV1524), um pode-se sugerir que os depósitos de Tanque de fragmento de ulna, faltando parte da epífise onde provém o material estudado apresentam proximal e distal (4731b), um fragmento proximal diferentes tipos de preservação, indicando de rádio (UFRBPV1499), um ectomesocuneiforme diferentes processos tafonômicos. completo (UFRBPV1572), falanges I e II do dígito

198 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 IV Fórum do Grupo de Especialistas em Mamíferos Holárticos Invasores Estratégias alimentares de proboscídeos (Mammalia) pleistocênicos sul-americanos através do estudo de microdesgaste do esmalte dentário

Lidiane ASEVEDO1,2; Leonardo dos Santos AVILLA2,3

1 Laboratório de Paleontologia e Palinologia de Mato Grosso, Faculdade de Geociências, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). E-mail: [email protected] 2 Laboratório de Mastozoologia, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Jovem Cientista do Nosso Estado, CNPq. E-mail: [email protected] 3 Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas (Biodiversidade Neotropical), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

Duas espécies de proboscídeos habitaram a mistas) eram notavelmente elevados, e as América do Sul durante o Pleistoceno/Holoceno feições grosseiras estavam presentes em todos Inicial, são elas: Cuvieronius hyodon (Fischer, 1814) os indivíduos. Baseando-se na comparação com e Notiomastodon platensis (Ameghino, 1888). A as espécies atuais, este padrão é indicativo de maioria das inferências paleoecológicas sobre uma dieta mista sazonal ou regional similar, com estas espécies utilizam estudos isotópicos. Assim, significativo consumo de gramíneas. Notaram-se este estudo objetiva reconstruir a paleodieta estratégias alimentares unicamente oportunistas dos proboscídeos sul-americanos através do com base na fitofisionomia dominante de seus microdesgaste do esmalte dentário. Foram habitats nas distintas regiões geográficas analisados 134 dentes decíduos e permanentes, avaliadas. Os indivíduos imaturos possivelmente atribuídos a específicas classes etárias, definidas consumiam alimentos menos abrasivos, assim em estudos prévios. Os espécimes de N. platensis poderiam selecionar itens mais nutritivos e de fácil são provenientes de 18 localidades brasileiras, acesso, como as folhagens e plantas herbáceas, 18 e uma colombiana, enquanto C. devido a maior necessidade nutricional para hyodon é proveniente de apenas uma localidade o desenvolvimento. Um gradiente latitudinal boliviana. Etapas de limpeza, moldagem e com base na dieta de gramíneas C3 e C4 de N. replicagem das superfícies dos esmaltes seguiram platensis, também foi aqui suportado, e corrobora protocolos estipulados em estudos prévios. As estudos prévios. Desta forma, as gramíneas C3 feições de microdesgaste foram analisadas em provavelmente eram dominantes em latitudes réplicas de 0,16 mm² utilizando um microscópio elevadas (acima de 35°), enquanto que as estereoscópico (35x). As variáveis compiladas gramíneas C4 eram ecologicamente dominantes foram impostas às análises estatísticas de em latitudes baixas (0-11°S). Em latitudes dispersão, hierárquicos de clusters e ANOVA medianas, por sua vez, sugere-se uma frequência (um fator), a fim de discernir e demonstrar significativa para ambas as gramíneas durante o similaridade da dieta com táxons atuais de dieta Pleistoceno na América do Sul. O presente estudo conhecida (Perissodactyla, Cetartiodactyla e demonstrou a relevância e importância do uso Proboscidea), como também, inferir a paleodieta do microdesgaste do esmalte dentário para a nível inter/intraespecífico entre as diferentes reconstituição alimentar de proboscídeos sul- classes etárias e regiões geográficas. Em ambas americanos, contribuindo com novas informações as espécies, foi possível observar feições de paleoecológicas e paleoambientais para o microdesgaste semelhantes, onde os números Pleistoceno da América do Sul. de perfurações e arranhões (com texturas

200 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Filogenia e biogeografia dos Equidae (Perissodactyla, Mammalia) na América do Sul

Leonardo S. AVILLA1

1Laboratório de Mastozoologia (LAMAS), Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Bolsista Pós-doutorado, Ciências Sem Fronteiras, CNPq. E-mail: [email protected]

A origem, cronoestratigrafia, relações Apesar do subgênero Equus Amerhippus resultar filogenéticas e biogeográficas dos Equidae da monofilético, o Equus sulamericano é parafilético América do Sul apresentam muitas questões – E. andium e E. insulatus são táxons-irmãos, e em aberto, e esses são os objetivos deste este clado é mais proximamente relacionado estudo. Após uma revisão taxonômica prévia, ao norte-americano E. occidentalis do que ao a sua diversidade é: Hippidion principale, H. sulamericano E. neogeus. Eu apliquei o programa saldiasi, Equus neogeus, E. insulatus e E. andium. DIVA 1.1 para reconstruir a história biogeográfica Todavia, a diversidade de espécies de Equus pode dos Hippidiformes. Sete domínios biogeográficos ainda ser menor, e o grupos do Laboratório de tradicionais e de valor biogeográfico reconhecidos Mastozoologia da UNIRIo, e colaboradores, está em estudos prévios foram considerados aqui: 1) avaliando essa questão em outros estudos. Como as Grandes Planícies do centro da América do parte de um programa de investigação amplo, Norte, 2) a Costa do Golfo do México, 3) sudeste eu tenho conduzido uma revisão da taxonomia e da América do Norte, e 4) Sudoeste da América sistemática dos Equini, e aqui venho apresentar do Norte; e, 5) Região Neotropical, 6) Zona de os primeiros resultados. Assim, eu produzi uma Transição Sulamericana e, 7) Região Andina. Os nova matriz para os Equini com 32 caracteres e Hippidiformes originaram-se durante o Mioceno 22 unidades taxonômicas operacionais, dessas, médio-final em um domínio biogeográfico que duas são os grupos externos. Uma única árvore compreendia as áreas de 4 a 7, e extinguiu-se na mais parcimoniosa foi obtida em uma análise América do Norte no Plioceno médio. O Hippidion conduzida com o algoritmo de busca exaustiva originou-se durante o Pleistoceno inicial por do programa TNT. Consequentemente obteu- vicariância. Subsequentemente, este gênero se se um Hippidiformes monofilético, incluindo o diversificou também por vicariância:H. principale, sulamericano Hippidion e o norte-americano habitava as áreas 5 e 6, enquanto que H. saldiasi Boreohippidion galushai, é o grupo-irmão de uma era restrito a área 7. Ambos extinguiram-se na linhagem que reúne Dinohippus mexicanus e Equus. transição Pleistoceno/Holoceno.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 201 Tamanho é documento? Complexidade dos molares e sua relação com a área mastigatória de Stegomastodon e Notiomastodon (Mammalia: Proboscidea)

Leon BORGES-SILVA1; Dimila MOTHÉ1,2; Leonardo dos Santos AVILLA1

1Laboratório de Mastozoologia, Departamento de Zoologia, UNIRIO. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Programa de Pós-Graduação em Geociências, UFPE. PNPD/CAPES.

Relações entre complexidade molar e tipo de (por molar) e a média da área de superfície paleodieta são comumente sugeridas dentro mastigatória por lofo/lofido (área total dividida dos estudos de proboscídeos extintos. Molares pelo número de lofos/lofidos do espécime). bunodontes são compostos por três a nove Stegomastodon apresentou área mastigatória pares de cúspides principais e um número total de 71,7 a 204,9cm² e área mastigatória variável de cúspides acessórias geralmente por lofo/lofido entre 11,9 a 34,1cm², enquanto dispostas aleatoriamente na superfície da Notiomastodon apresentou área mastigatória total coroa (formando as prétrites e póstrites, que de 57,4 a 159,7cm² e por lofo/lofido de 11,5 a 32cm². compõem lofos/lofidos). Argumenta-se que uma Observou-se que, em geral, Stegomastodon possui maior quantidade de lofos/lofidos e/ou cúspides tanto a área de superfície mastigatória total, acessórias nos molares está relacionada a uma quanto a por lofo/lofido, com valores superiores maior área oclusal. Os molares de Stegomastodon aos encontrados em Notiomastodon. Entretanto, (hexa a nonalofodontes; considerando-se válidas ambos os gêneros apresentaram grande variação somente as espécies norte-americanas) seriam na complexidade da superfície oclusal, chegando mais complexos que os de Notiomastodon a ocorrer sobreposição entre os valores das áreas (tetra a pentalofodontes; endêmico da América em alguns espécimes destes táxons. A presença do Sul) pela presença de mais lofos/lofidos e de maior número de lofos/lofidos e de cúspides cúspides acessórias; e, neste caso, possuindo acessórias se mostrou diretamente relacionada importância taxonômica. Além disso, estudos com maiores áreas mastigatórias, porém, por prévios sugerem para Stegomastodon um hábito decorrência das sobreposições, entende-se alimentar pastador, enquanto indicam um hábito que a área mastigatória por lofo/lofido melhor oportunista/generalista para Notiomastodon. reflete a complexidade da superfície oclusal Entretanto, embora os molares de Stegomastodon nesses proboscídeos. Assim, o molar mais seriam considerados mais complexos que os de complexo de Stegomastodon é provavelmente Notiomastodon, suas superfícies mastigatórias uma resposta adaptativa a um ambiente nunca foram quantificadas. Desta forma, composto por gramíneas mais abrasivas e com adaptou-se o Índice Oclusal do Esmalte (IOE), grande quantidade de partículas terrígenas, o método quantitativo de análise da complexidade que teria limitado o mesmo geograficamente. da superfície dentária de equídeos, para molares Por outro lado, esta relação mais restritiva não bunodontes de proboscídeos. Aplicou-se o IOE em foi observada nos molares de Notiomastodon, terceiros molares com desgaste intermediário, permitindo, possivelmente, sua expansão por com auxílio do software ImageJ, obtendo-se ambientes mais diversificados. valores da área de superfície mastigatória total

202 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Revisando a taxonomia dos Equus (Equidae, Perissodactyla, Mammalia) da América do Sul: um possível caso de variação clinal

Helena MACHADO1,2; Orlando GRILLO3; Leonardo AVILLA2

¹Aluna de Mestrado no Programa de Pós-graduação em Patrimônio Geopaleontológico, Museu Nacional (MN/UFRJ). E-mail: [email protected] 2Laboratório de Mastozoologia, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] 3Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]

Na América do Sul, os representantes do gênero juntamente com a espécie norte-americana E. Equus, um táxon da megafauna de origem occidentalis, que também está relacionada com Holártica, tiveram um grande sucesso evolutivo. o continuum das espécies sul-americanas. Isso Após a migração da América do Norte, através poderia sugerir uma continuidade na variação do Grande Intercâmbio Biótico Americano de espécies em uma migração de norte a sul, (GIBA), suas espécies se dispersaram e ocuparam que provalmente estaria relacionada ao próprio diversos ambientes na América do Sul, dos GIBA. Além disso, observou-se que essas zonas de Andes às planícies. Atualmente cinco espécies intergradação refletiriam o padrão de distribuição são reconhecidas para América do Sul: Equus das espécies de Equus na América do Sul e as neogeus, E. santaeelenae, E. insulatus, E. andium e variações graduais fenotípicas apresentadas E. lasallei, baseadas principalmente na proporção pelas espécies poderiam estar relacionadas às dos autopódios. Todas as espécies apresentam variações do meio. Levando em consideração os primeiros registros do Lujanense (Pleistoceno que o principal estímulo funcional dos eqüídeos final-Holoceno inicial), com exceção deE. insulatus, está relacionado com a locomoção, levanta-se a do Ensenandense, Pleistoceno Médio. Estudos possibilidade de que os ambientes montanhoso recentes de proporção dos autopódios, sendo e de planície constituíram importantes fatores realizados pelos próprios autores, indicam relacionados à variação clinal. De modo geral, se que há uma variação gradual das medidas em as formas de Equus sul-americano apresentam que as espécies se dispõem em um continuum de fato uma variação clinal, a gradação fenotípica sequencial, com sobreposição parcial entre poderia estar relacionada com a cursorialidade, espécies consecutivas. Esse continuum sugere a a maneabilidade e a estabilidade destes em possibilidade de variação clinal. Com base nisso, função do habitat que estão inseridos. Assim, no presente estudo, se avaliou a hipótese de o extremo fenotípico de autopódios mais esta clina, que teria E. neogeus e E. andium como curtos, apresentado por E. andium, estaria mais os extremos fenotípicos, estar relacionada à relacionado a ambientes íngremes e o extremo distribuição espacial das espécies na América do fenotípico de autopódios mais compridos, de Sul. Foi observado que as espécies da América E. neogeus, estaria relacionado a ambientes de do Sul estão inseridas no subgênero Amerhippus planície.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 203 South American proboscideans (Mammalia, Proboscidea) are not gomphotheres

Dimila MOTHÉ1,2; Leonardo AVILLA1,3,4

1Laboratório de Mastozoologia, Departamento de Zoologia, UNIRIO. CAPES. E-mail: [email protected] 2Programa de Pós-graduação em Geociências, UFPE. 3Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Neotropical, UNIRIO 4Programa de Pós-graduação em Patrimônio Geopaleontológico, Museu Nacional/UFRJ. FAPERJ. E-mail: [email protected]

The family Gomphotheriidae is considered the traditional classification (including onlyAybelodon , most diverse among Proboscidea. However, it is Gomphotherium and amebelodontids) and, finally, also labeled as the “waste-basket” of Proboscidea, it resulted as monophyletic. The brevirostrine being recovered as paraphyletic in phylogenetic bunodont proboscideans, as the genera studies. In addition, these studies usually do Stegomastodon, Notiomastodon, Sinomastodon, not use updated classification, large sample or Cuvieronius and Rhynchotherium, resulted all consider individual and ontogenetic variations. together in a distinct clade, more close related to Thus, the goal of this study is to conduct a family Elephantidae than to Gomphotheriidae. This phylogenetic analysis of the gomphothere taxa, clade is supported by several synapomorphies, based on reviewed and updated , using as pentalophodont third molars, shallow incisive large sample and considering polymorphisms. fossa, brevirostrine mandible and atlas with We reviewed data matrix from literature and robust dorsal tuberosity. It includes a branch proposed a new one with 45 homologies, which with all valid Stegomastodon species (S. primitivus was analyzed under the Maximum Parsimony and S. mirificus, supporting that South American criterion on TNT software (implicit enumeration species previously reffered to Stegomastodon are algorithm). As result, one tree was recovered (128 not valid) and another including Notiomastodon, steps, RI: 0,702, CI: 0,477), where Gomphotheriidae Cuvieronius, Rhynchotherium and Sinomastodon. (following traditional classification) still resulted In conclusion, this study supports that South as paraphyletic. To clear up the paraphyly in American proboscideans are not gomphotheriids, the “waste-basket” of Gomphotheriidae, we and they were recognized as a distinct new family considered this grooup as less diverse than the within Proboscidea.

204 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 On some New World peccaries (Tayassuinae: Cetartiodactyla): a new systematic perspective

Rodrigo PARISI DUTRA1; Daniel de Melo CASALI1; Rafaela Velloso MISSAGIA1; Fernando de Araujo PERINI1; Germán Mariano GASPARINI2; Mario Alberto COZZUOL1

1PPG - Zoologia/Departamento de Zoologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: [email protected] 2Museo de La Plata, Facultad de Ciencias Naturales y Museo, Universidad Nacional de La Plata

The family Tayassuidae is a successful group of pig- Taucanamo pygmaeum (Paleochoeridae) were like artiodactyls known as peccaries or javelinas. included, along with two extant suids Sus scrofa Currently, three recent species are recognized, and Potamochoerus porcus. In the present ranging from southern North America to north- contribution, the family Tayassuidae was central Argentina: Tayassu pecari (Link 1795), Pecari recovered as monophyletic and sister group of tajacu (Linnaeus 1758), and Catagonus wagneri the family Suidae, with the three extant species (Rusconi 1930). However, tayassuids were much closely related to each other. The genus Catagonus more diverse in the past, with a history spanning is polyphyletic, which led us to revalidate two over 37 million years. Fossil peccaries are relatively genera (Brasiliochoerus and Parachoerus) and common in palaeontological sites all over the describe a new one (Protherohyus). Inside American continent, but studies focused on their the family, two clades were recovered: the taxonomy and phylogenetic relationships are subfamilies Tayassuinae and Hesperhyinae, with relatively scarce. Despite of its rich fossil history, the subfamily Tayassuinae comprising two clades: they received less attention from a taxonomic Tayassuinii and Platygonini. The genus Platygonus and phylogenetic perspective if compared to was retrieved as monophyletic and sister group of the Old World pigs, the Suidae. We performed the Miocene clade, which includes the remaining a phylogenetic analysis using 94 morphological species of the Platygonini tribe (S. shermerorum, and 6.126 molecular characters including 22 M. crassigenis, M. elmorei, and M. nassutus). fossil and 3 extant Tayassuidae, using parsimony These new phylogenetic proposals shed some and Bayesian approaches. A non-suiodea taxon, light in some questions associated with South Cebochoerus (Cebochoeridae), a basal Suiformes, American tayassuid relationships that remained Archeotherium (Entelodontidae), and a Suoidea, unaddressed in previous works.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 205 Fósseis de Artiodactyla da Amazônia Ocidental e implicações para o Grande Intercâmbio Biótico Americano

Fernando Araujo PERINI1; Rodrigo PARISI DUTRA1; Mario Alberto COZZUOL1; Rafaela Velloso MISSAGIA1; Germán Mariano GASPARINI2

1PPG - Zoologia/Departamento de Zoologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: [email protected] 2División Paleontología Vertebrados, Unidades de Investigación Anexo Museo de La Plata

A presença de mamíferos de origem Norte- possuem caracteres distintivos e sua designação Americana no continente Sul-Americano é um a novos gêneros é injustificada. No entanto, eles dos fatores significativos para o estabelecimento possuem uma série de características compatíveis da cronologia do Grande Intercâmbio Biótico com uma identificação comPecari tajacu e Tayassu Americano (GABI). Apesar de trocas faunísticas pecari, respectivamente. Os caracteres usados ocasionais no final do Mioceno, é normalmente para identificar Surameryx Prothero et al. 2014 consensual de que a maior parte do intercâmbio como um Dromomerycinae são ambíguos e aconteceu após a emersão do istmo do Panamá, no compatíveis com um Cervidae, possivelmente Plioceno. Desta forma, o relato da descoberta de Odocoileus virginianus. Tanto a idade atribuída aos Tayassuidae e de ruminantes Dromomerycinae no espécimes quanto sua procedência estratigráfica Mioceno Amazônico teria uma grande relevância são também incertas, sendo, mais provavelmente, no estabelecimento destes eventos. Estas Pleistocênica ou Holocênica, não existindo alegações, no entanto, devem ser analisadas com suporte para uma idade Miocência. Conclui-se cautela. Os dados apresentados para dar suporte que, até o momento, não existem evidências para à identidade destes espécimes e sua procedência a presença de ruminantes Dromomerycinae ou estratigráfica foram re-analisados. Waldochoerus Tayassuidae Miocênicos na América do Sul. e Sylvochoerus Frailey & Campbell, 2012 não

206 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Os Carnivora fósseis da América do Sul - Onde os grandes comedores de carne não têm vez

Shirlley RODRIGUES1,2; Rodrigo CARVALHEIRA1,3; Leonardo AVILLA1; Leopoldo SOIBELZON4

1Laboratório de Mastozoologia, Departamento de Zoologia, UNIRIO. E-mail: shirlleyrodrigues45@ hotmail.com; [email protected]; [email protected] 2Laboratório de Processamento de Imagem Digital, Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ 3Geoquarter, Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ 4Universidad Nacional de La Plata. E-mail: [email protected]

A ordem Carnivora provavelmente divergiu de massa corporal, um dos menores ursos dentro dos “Insectivora” durante o Paleoceno. Eram do grupo. Os canídeos de grande porte, como mamíferos pequenos e semelhantes aos Protocyon troglodytes e Theriodictis platensis, mustelídeos modernos. Sua sinapomorfia ambos hipercarnívoros, parecem ter sucumbido mais marcante, os dentes carniceiros (primeiro a diminuição de presas. Contudo, Chrysocyon molar inferior e quarto pré-molar superior), brachyurus, hoje o maior canídeo das Américas, primariamente adaptados ao corte, evoluíram sobreviveu juntamente com canídeos de menor diferentemente possibilitando acesso a diversos porte, possivelmente por sua onivoria. Dentre recursos alimentares. As linhagens modernas não os felídeos, espécies generalistas como Panthera se diversificaram expressivamente até o Oligoceno, onca e Puma concolor e aqueles de pequeno porte quando tiveram uma rápida radiação morfológica como o gênero Leopardus, tiveram maior sucesso e taxonômica. Contudo, sua diversidade parece evolutivo na América do Sul, sendo P. concolor, ser consequência de imigrações independentes e o carnívoro de maior distribuição geográfica no da especiação desses na América do Sul durante continente. As famílias Procyonidae e Mustelidae o Grande Intercâmbio Biótico Americano. São compreendem as menores e menos conhecidas representados no continente pelas famílias espécies da ordem. São majoritariamente Felidae, Canidae, Ursidae, Mustelidae e onívoras, o conhecimento da ecologia de muitos Procyonidae. Os registros mais antigos datam taxa é escasso e os registros fossilíferos pontuais. do Mioceno tardio (procyonídeos), seguidos Apesar disto, possuem algumas das distribuições por mustelídeos e canídeos no Plioceno tardio. geográficas atuais mais amplas da ordem, sendo Cerca de 50 espécies são registradas para o reconhecidos bioindicadores. Os estudos de Pleistoceno sulamericano, destacando-se os taxa carnívoros fósseis de pequeno porte, como Galictis de maior porte e ampla distribuição geográfica: cuja e Leopardus geofroyi, trouxeram importantes Panthera onca, Smilodon populator, Protocyon informações sobre sua biogeografia e mudanças troglodytes, Arctotherium wingei, Dusicyon avus ambientais ocorridas durante o Pleistoceno. Estas e Theriodictis sp. Ao final do Pleistoceno, foram mudanças ambientais podem ter se somado num afetados direta ou indiretamente pelo evento efeito cascata a depleção de presas, levando a de extinção em massa que teve maior efeito extinção de muitos dos Carnivora ao final do sobre a megafauna. Dentre os ursídeos, o gênero Pleistoceno. O esforço de reunião das informações Arctotherium foi extinto, sobrevivendo apenas de representantes de grande e pequeno porte Tremarctos ornatus. De dieta onívora, é nativo da poderá elucidar mais claramente esta questão. América do Sul e, segundo estimativas recentes

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 207 A diversidade de Cervidae (Cetartiodactyla: Mammalia) na América do Sul e o caso de Morenelaphus: um estranho no ninho?

Alline ROTTI1; Nicolás CHIMENTO2; Rafael PINHEIRO1; Germán Mariano GASPARINI3; Leonardo AVILLA1

1 Laboratório de Mastozoologia (LAMAS), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 2 Laboratorio de Anatomia Comparada y Evolución de los Vertebrados, Museo Argentino de Ciencias Naturales “Bernardino Rivadavia”. E-mail: [email protected] 3División Paleontología Vertebrados, Unidades de Investigación Anexo Museo de La Plata. Facultad de Ciencias Naturales y Museo, Universidad Nacional de La Plata. E-mail: [email protected]

Tradicionalmente, reconhece-se uma dicotomia Mio-Plioceno. Todavia, sua diversidade é pouco basal para os Cervidae: Plesiometacarpalia conhecida, onde alguns táxons são parafiléticos e Telemetacarpalia. Três características (Mazama) e outros polifiléticos Hippocamelus( ). Os morfológicas, a serem testadas filogeneticamente, primeiros registros de cervídeos sul-americanos distinguem esses grupos: 1) septo vomeriano em são Antifer e Epieuryceros do Pleistoceno inicial- Telemetacarpalia; 2) Forame pós-glenóide incluído médio. Os outros táxons extintos são Paraceros, no osso escamosal em Plesiometacarpalia; do Pleistoceno médio-Holoceno inicial, e e, 3) ambos apresentam metacarpos laterais Amalgaceros, Charitoceros e Morenelaphus, do completos e articulados às falanges laterais Pleistoceno tardio-Holoceno inicial. A partir (condição “holometacarpal”). Todavia, na condição do Pleistoceno médio, iniciam-se os registros “telemetacarpal” apenas os segmentos distais dos táxons atuais, Hippocamelus e Mazama. A são presentes, enquanto, na “plesiometacarpal”, maior diversidade de cervídeos sulamericanos somente os proximais. Todos os cervídeos sul- estabeleceu-se no Pleistoceno terminal, embora americanos são Telemetacarpalia, e apenas dois muitos táxons tenham se extinguido no Holoceno de seus representantes são encontrados na inicial. A abundância de crânios e pós-crânios Eurásia. Os cervídeos são os mais diversificados associados de Morenelaphus permitiu uma análise dos “invasores” Holoárticos na América do Sul. morfo-comparativa desse e de representantes de Dentre 52 espécies de cervídeos do mundo, Telemetacarpalia e Plesiometacarpalia. Apartir 14 (38%) são exclusivas da América do Sul, dessa reconheceram-se as três características duas (4%) da América do Norte e nenhuma da de Plesiometacarpalia em Morenelaphus. América Central. Esse padrão é surpreendente, Consequentemente, nas Américas a diversidade pois, considera-se a origem dos cervídeos sul- de Plesiometacarpalia reuniria duas espécies americanos a partir da América do Norte, pelo que habitam atualmente a América do Norte Grande Intercâmbio Biótico Americano. Duas e Morenelaphus, o único representante sul- linhagens são reconhecidas para os cervídeos americano, porém já extinto. A partir da sul-americanos, as quais apresentam padrões conexão “beringiana” no Pleistoceno, ocorreu o distintos de origem: 1) o clado “cinza” diversificou- intercâmbio de vários mamíferos entre Américas se fora da América do Sul, migrando em pelo e Eurásia, e alguns chegaram à América do Sul menos seis eventos independentes; 2) o clado (Morenelaphus). Apresentam-se aqui os primeiros “vermelho” diversificou-se na América do Sul resultados de um programa de pesquisa, o através de um ancestral comum. Provavelmente, próximo passo é realizar uma revisão filogenética as migrações do “cinza” seguiram mudanças dos cervídeos, incluindo Morenelaphus, para se ambientais, onde florestas foram substituídas testar as hipóteses aqui sugeridas. por grasslands, na América do Norte no

208 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Os Camelidae na América do Sul: sistemática e novos aspectos biogeográficos

Carolina Saldanha SCHERER1; Germán Mariano GASPARINI2; Analía FRANCIA3

1Laboratório de Paleontologia, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. E-mail: [email protected] 2División Paleontología Vertebrados, Unidades de Investigación Anexo Museo de La Plata, Universidad Nacional de La Plata, CONICET. E-mail: [email protected] 3División Paleontología Vertebrados, Museo de La Plata, Universidad Nacional de La Plata, CONICET. E-mail: [email protected]

Vários estudos abordaram aspectos da e Eulamaops [com E. parallelus (Argentina)]. Com distribuição dos Camelidae na América do Sul, relação às hipóteses de migração do grupo de forma que já foram apresentadas algumas para a América do Sul, são aqui apresentados hipóteses acerca da migração deste grupo novos dados em relação à possível sequencia durante o Grande Intercâmbio Biótico Americano. migratória dos Lamini da América do Norte para Dentre estes estudos, um dos principais pontos a América do Sul. Recentemente, com o achado de discussão é a falta de conhecimento referente de um novo espécime de Hemiauchenia, de ao primeiro registro da família neste continente. idade Chapadmalalense (Plioceno tardio) para a Outro ponto de destaque é a sistemática do grupo, Argentina (Província de Buenos Aires, Formação que tem se mostrado bastante complexa, devido El Polvorín), é possível sugerir que este foi o à grande similaridade morfológica entre os seus primeiro Lamini a ingressar na América do Sul, representantes. Com isso, este trabalho tem como seguido de Palaeolama, que teria ingressado objetivo apresentar brevemente uma revisão em um evento posterior. Este novo espécime sistemática das formas fósseis de Camelidae apresenta caracteres que permitem determina-lo sul-americanos e trazer alguns aspectos como Hemiauchenia sp., são esses: forma em “U” biogeográficos do grupo neste continente. dos lofos linguais e lófidos labiais dos molares; Tendo em conta um estudo prévio realizado, se presença de estilido mesiolabial; presença de pré- reconhecem os seguintes gêneros e espécies molares 1 e 3; e, seus aspectos morfométricos. para a América do Sul: Palaeolama [com duas Além disso, este novo espécime apresenta espécies, P. major (Norte e Nordeste do Brasil, similaridade morfológica com a espécie norte- costa do Equador, Peru, Venezuela, Argentina e americana H. macrocephala, embora não tenha Uruguai), e P. weddelli (região andina da Bolívia sido possível atribuí-lo a esta devido à ausência de e Equador)]; Hemiauchenia [com H. paradoxa material pós-craniano dentre o material estudado. (Argentina, Uruguai, Sul do Brasil e Bolívia); Lama Isto permite supor que uma forma similar a esta [com duas espécies, L. guanicoe (Brasil, Argentina teria migrado para a América do Sul durante o e Uruguai), y L. castelnaudi (Bolívia)]; Vicugna Plioceno e aqui estaria relacionado à origem da [com duas espécies, V. vicugna (Sul do Brasil, forma sul-americana H. paradoxa e das formas Argentina e Uruguai), e V. provicugna (Bolívia)]; fósseis e atuais de Lama.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 209 Premiação de estudantes Osteohistologia e osteologia: identificando padrões ontogenéticos em pterossauros Pterodactyloides

Renan Alfredo Machado BANTIM1

Orientação: Juliana Manso SAYÃO

1Programa de Pós-graduação em geociências, Universidade Federal de Pernambuco. CNPq. E-mail: [email protected]

Tradicionalmente estudos osteológicos de possível observar que MN 4809-V (corte histológico vertebrados fósseis tem utilizado algumas no fêmur, rádio, ulna, metacarpo IV e F1d4) características morfológicas (macroscópicas) dos apresentou um tecido ósseo lamelar, com zonas de ossos para identificação do estágio ontogenético reabsorção óssea, linhas de pausa de crescimento (fusão de ossos, porosidade das extremidades (LAGs) e lamelas circunferenciais externas (EFS), ósseas). Já a osteohistologia, inserida em análises de todas estas estruturas associadas a animais vertebrados fósseis no último século, utiliza-se de ontogeneticamente maduros (adultos). Na análise estruturas histológicas (lamelas circunferenciais, histológica dos espécimes morfologicamente LAGs, ósteons) para determinação do estágio imaturos (sub-adultos), MN 7060-V (cortes na ontogenético. Nem sempre a associação destes ulna, rádio e f1d4) apresentou um tecido ósseo dois ramos da anatomia pode ser aplicada, pois primário com apenas lacunas de osteócitos e na maioria dos casos os fósseis encontram- canais vasculares anastomosados, característico se isolados, ou a preservação do osso não é de um animal jovem, já MPSC R 2395 (cortes na suficiente para uma análise osteohistológica f1d4, f2d4, f3d4) apresentou duas LAGs, ósteons acurada. Um caso excepcional é o dos fósseis secundários, canais anastomosados e lamela da Formação Romualdo, que apresentam cirfunferencial interna, estruturas histológicas excelente estado de preservação, mantendo as características de um animal maduro, próximo características morfológicas dos ossos, mesmo ao estágio adulto. Com isso pode se concluir que após a atuação dos processos fossildiagenéticos. MN 4809 apresenta EFS e ossos fusionados, o Visando associar a osteohistologia e a osteologia posicionando como adulto, MN 7060-V não possui para identificação de padrões ontogenéticos, estruturas histológicas de um adulto e não tem selecionamos 3 espécimes de pterossauros da ossos fusionados, o caracterizando como um Formação Romualdo que apresentassem ou não sub-adulto (juvenil), e MPSC R2395 tem ossos não ossos fusionados. O espécime que apresentou fusionados característicos de jovens e um tecido ossos fusionados foi MN 4809-V, considerado ósseo histologicamente maduro. É possível que os morfologicamente adulto, e os espécimes que pterossauros pterodactyloides mantivessem um não apresentaram ossos fusionados: MN 7060-V crescimento ósseo continuo chegando a grandes e MPSC R2395, considerados morfologicamente proporções, e atingissem a maturidade sexual imaturos. Para a caracterização osteohistológica antes da maturidade esquelética, formando EFS foram selecionados um ou mais elementos ósseos ao final de seu crescimento total e possivelmente de um mesmo indivíduo para confecção de cortes numa fase ontogenética mais senil. histológicos. Com os resultados histológicos foi

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 211 The image segmentation in regular intervals of grey values as a proxy to differential density bones area from CT-scan fossil data

Arthur Souza BRUM1

Orientação: Alexander W. A. KELLNER; Elaine B. MACHADO

1Labotoratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebrados Fósseis, Setor de Paleovertebrados, Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ. E-mail: [email protected]

The X-rays are distinctly absorbed in Computer region of the preacetabular process, anteriorly Tomographic scan (CT-scan), determining an to the pubic peduncle and in the dorsal margin. attenuation value, which composes a numerical The femur exhibited a grey interval of the fossil matrix and reveals the X-rays resistance through around 1815-3340, resulting 14 segmentations. objects (density). These values are calibrated The interval 815-1215 revealed pebbles inside the in a gray-scale and organized in slices. A Grey fossil. Most of the rock matrix varied around 1415- Value Frequency Distribution Plot (GVDP) is also 2015. The fossil exhibited an interval within 1815- generated, forming a histogram of the total 3340 and showed heterogeneous regions along frequency (y-axis) versus image intensity (grey the fossil bone. The region close condyles revealed value; x-axis) of pixels. Two dinosaur specimens a yellow color (interval: 1615-2415). The densest consisting of a partial left ilium (DGM 927-R) regions of the fossil were the anterolateral, and the distal articulation of a right femur (MCT posterolateral and posteromedial closer to 1857-R) referable to the Abelisauridae were CT- diaphysis (interval: 2415-3339). The bone wall, scanned. The parameters performed by CT-scan as well as trabeculae, also revealed differential were: 140 kVp and 320 mA, generating 378 slices grey values, organized in layers, which could be (ilium); 140 kVp and 355 mA, generating 273 related to microstructural heterogeneity of bone. slices (femur). Data analysis were performed by The occurrence of densest regions in the fossil is 3D Slicer, v. 4.4. Regular intervals of 200 unities congruent with the preserved muscle scars, which in x-axis were taken on GVDP in a warm color indicates muscle attachment areas. The densest scale to segmentations. The ilium revealed a regions in the remaining epiphysis of the femur grey value threshold of fossil material between were probably related to tension and compression 538-4138, resulting 22 segmentations. The forces acting in bone, which would require further intervals between 538-3138 comprised most analysis in more complete specimens. The regular of rock matrix, which shows heterogeneity in segmentation GVDP revealed to be a useful tool absorbance, provided by pebbles. However, most to observe heterogeneity in fossils and, allied to of the rock matrix concentrates in the interval the morphology, extract some inferences of main 1738-2538. The densest regions of the specimen muscle attachment and forces that actuated in were found around 3738-4138. These regions are bone. located distinctly in fossil, occurring in the medial

212 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 A origem e a evolução dos diferentes hábitos alimentares de Caimaninae fósseis sob uma abordagem anatômica, filogenética e paleoecológica

Giovanne M. CIDADE1

Orientação: Annie Schmaltz HSIOU

1Laboratório de Paleontologia, FFCLRP, Universidade de São Paulo. CNPq. E-mail: [email protected]

Os hábitos alimentares dos representantes depressão na área dos ossos lacrimal e maxilar, atuais do clado de crocodilianos Caimaninae que podem estar relacionadas com dissipação podem ser classificados como sendo de da força da mordida em Purussaurus. Já o hábito predação generalista, ainda que hajam diferentes durófago, segundo as análises filogenéticas preferências de dieta entre diferentes táxons. mais recentes, surgiu várias vezes dentro de O registro fóssil, porém, mostra que os táxons Caimaninae; tal cenário não é surpreendente dada fósseis de Caimaninae chegaram a possuir três a presença de, por exemplo, dentes posteriores ecomorfótipos marcadamente diferentes daquele globulares em vários táxons generalistas do clado, presente nos atuais: o de predador coletor, inclusive viventes, e de presas como moluscos presente em Mourasuchus; o de predador de topo e crustáceos na dieta desses mesmos táxons de grande tamanho, presente em Purussaurus; viventes. Já o forrageio de Mourasuchus constituía- e o de predador eminentemente durófago, se provavelmente na captura de um grande presente em táxons como Gnatusuchus. A origem número de indivíduos de presas de pequeno e a evolução destes três ecomorfótipos têm tamanho além do eventual consumo de presas sido pouco estudadas, e este trabalho propõe grandes, porém de movimentação lenta; assim, é esclarecimentos sobre esses tópicos a partir possível que Mourasuchus também se alimentasse de conhecimentos anatômicos, filogenéticos e principalmente de moluscos e crustáceos, mas paleoecológicos obtidos recentemente. Com valendo-se de uma estratégia diferente. Nesta, o relação ao hábito de predador de topo de crânio em forma de “bico de pato” oferecia uma Purussaurus, um novo táxon de médio-porte larga área a ser ocupada pelo crânio do animal, cuja descrição está em andamento, e que se facilitando assim a captura de uma grande posiciona filogeneticamente como táxon-irmão quantidade de pequenas presas de uma só vez, de Purussaurus, fornece perspectivas inéditas à qual se seguiria a deglutição, sem mastigação para a sua compreensão. A presença e a ausência – dado que a grande maioria dos dentes de de determinadas características anatômicas neste Mourasuchus são pequenos. Deste modo, este táxon indicam que ele pode ser visto como um tipo trabalho oferece, pela primeira vez, explicações de forma “transicional” entre a morfologia de um sobre como cada um dos hábitos alimentares não- caimaníneo generalizado e a de Purussaurus. Entre generalistas de Caimaninae se originou ao longo estas, destacam-se a ausência, no novo táxon, de da evolução do grupo. uma narina externa grande e de uma acentuada

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 213 Alometria ontogenética do gênero Dinodontosaurus Romer, 1943 (Therapsida, Dicynodontia) do Triássico sul-americano

Luísa Menezes DA SILVEIRA1

Orientação: Marina Bento SOARES

1Laboratório de Paleontologia de Vertebrados, Departamento de Paleontologia e Estratigrafia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. FAPERGS. E-mail: [email protected]

Os Dicynodontia foram os terápsidos anomodontes neonato, juvenil e adulto, com crânios variando herbívoros mais abundantes do Permo-Triássico. de 52mm a 367mm de comprimento. Retas de Cosmopolitas, desenvolveram uma grande regressão linear demonstraram as trajetórias de diversidade e disparidade morfológica. No crescimento de cada elemento ósseo analisado, Triássico Médio-Superior do Rio Grande do Sul os quais apresentaram alta correlação com o o grupo é bem representado, sendo o gênero comprimento do crânio. A pré-maxila e o úmero de Dinodontosaurus um importante componente Dinodontosaurus exibiram crescimento alométrico da Zona-Associação (ZA) de Dinodontosaurus positivo. Todavia, o fêmur, a maxila e o dentário relacionada à Sequência Pinheiros-Chiniquá demonstraram crescimento isométrico relativo ao (Triássico Médio), com registros também na comprimento do crânio. O padrão observado no correlata Formação Chañares da Argentina. úmero pode estar relacionado à postura abduzida Seus materiais fósseis são encontrados em dos membros anteriores de Dinodontosaurus, grande quantidade e representando diferentes corroborando a visão de que a maior parte do peso estágios ontogenéticos. O presente trabalho tem do animal era sustentada por esses membros. como objetivo analisar o crescimento relativo Alometria positiva do esqueleto apendicular de Dinodontosaurus em sua série ontogenética. é também relacionada a animais que exibem Sabe-se que ao longo da ontogenia, os animais cuidado parental, havendo sugestões desse apresentam mudança na proporção entre certas comportamento para Dinodontosaurus. Apesar estruturas, fenômeno denominado crescimento disso, este resultado não se aplicou ao fêmur. relativo ou alométrico. A análise dessas mudanças Determinados ossos relacionados à mastigação de pode suscitar relevantes questões, mostrando- tetrápodes carnívoros apresentam crescimento se importante para a compreensão de aspectos alométrico positivo durante sua ontogenia, em fisiológicos e ecológicos dos animais. Assim, consequência do aumento no tamanho das foram calculados os coeficientes alométricos de presas consumidas. Portanto, o padrão isométrico ossos do crânio, da mandíbula e do esqueleto observado na maxila e no dentário poderia refletir apendicular (pré-maxila, maxila, dentário, úmero sua alimentação essencialmente herbívora. Com e fêmur), através de cinco comparações bivariadas este trabalho, concluímos que o crescimento em utilizando o comprimento do crânio como Dinodontosaurus acontece de forma alométrica em parâmetro. A amostra foi composta por treze vários elementos ósseos durante sua ontogenia, esqueletos parcialmente completos, depositados mostrando que o estudo do padrão relativo na coleção do Laboratório de Paleontologia do crescimento e sua significância funcional de Vertebrados do Instituto de Geociências permitem, também, inferências sobre aspectos da UFRGS, contendo indivíduos nos estágios fisiológicos e ecológicos desses animais.

214 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Empregando modelos probabilísticos em reconstruções paleobiogeográficas em Pleurodira (Testudines)

Gabriel de Souza FERREIRA1

Orientação: Max Cardoso LANGER

1Laboratório de Paleontologia de Ribeirão Preto, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. FAPESP. E-mail: [email protected]

Os Pleurodira são Testudines atualmente restritos filogenéticas, biogeográficas e temporais. A partir a ambientes de água-doce de algumas das massas destes dados, são estimados as reconstruções continentais derivadas do Gondwana, i.e. América de áreas ancestrais e os parâmetros que do Sul, África, Austrália e Madagascar. No passado, governam as mesmas (e.g., taxas de extinção e porém, especialmente do Cretáceo Tardio ao dispersão). Mais recentemente, foi desenvolvido Mioceno, estes apresentaram diversidade e o BioGeoBEARS, um pacote em linguagem R, disparidade muito maiores atingindo áreas fora da que implementa os três modelos em um mesmo atual distribuição geográfica do grupo (e.g. Índia, ambiente probabilístico e permite a construção de América do Norte, Europa e Ásia) e ocupando supermodelos com a adição de novos parâmetros ambientes marinhos (ao menos costeiros) por livres nas análises. Por exemplo, o parâmetro meio de duas linhagens, Bothremydidae e “x” permite variação temporal de distância entre Stereogenyina. Duas hipóteses foram previamente áreas, e o “j” adiciona efeito-fundador como um propostas para explicar tal padrão biogeográfico tipo de mudança de área ocupada. Além disso, (principalmente em Pelomedusoides). A primeira a implementação em um ambiente comum sugere que a distribuição atual seria resultado baseado em máxima verossimilhança permite o de sucessivos eventos vicariantes causados teste dos modelos estimados e escolha do mais pela fragmentação do Gondwana, enquanto a adequado aos dados. Aqui, partindo de uma segunda propõe que ela seria relictual, partindo nova hipótese filogenética para Pleurodira, tais de uma ampla distribuição pretérita e moldada análises foram implementadas para testar as por extinções de grande escala. Desde a hipóteses previamente propostas para explicar proposição destas hipóteses, vários novos táxons a distribuição geográfica dos Pleurodira, além de foram descritos, aumentando a quantidade testar os efeitos da adição destes parâmetros nas e a qualidade de informação filogenética e reconstruções de áreas ancestrais. Os resultados paleobiogeográfica para o grupo. Paralelamente, mostram uma história biogeográfica complexa, novas ferramentas foram desenvolvidas para com eventos vicariantes e de dispersão, bem reconstruir padrões biogeográficos utilizando como a superioridade dos modelos que incluem modelos probabilísticos, como o Dispersal- efeito-fundador e análises estratificadas (com exctinction-cladogenis (DEC), o DIVA e o BAYAREA. variação de distâncias entre áreas ao longo do Estes modelos possuem premissas distintas, tempo geológico) para a reconstrução da história podendo neles serem incluídas informações biogeográfica do grupo.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 215 Descrição preliminar da Paleoneurologia de um Testudines da Bacia de São José de Itaboraí

Carina Marcello de FIGUEIREDO1

Orientação: Luciana Barbosa de CARVALHO; Gustavo OLIVEIRA

1Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]

A Bacia de São José de Itaboraí (Paleoceno contrariando a morfologia considerada comum Superior), localizada no Município de Itaboraí (Rio em tartarugas Pleurodira, que consiste em uma de Janeiro), é uma das menores bacias do Brasil e lagena curta e cônica. A lagena foi reconstituída guarda o mais antigo registro da fauna continental em um espécime do grupo Cryptodira, onde foi Cenozóica de nosso país. O material em estudo descrita como globosa e curta. Estas diferenças é um crânio (DGM 339-R, Museu de Ciências da morfológicas mostram que pode existir variação Terra do Serviço Geológico do Brasil -CPRM) de desta estrutura entre os grupos de Pleurodira Testudines que está sendo analisado sob a luz da e Cryptodira, e mesmo internamente no táxon Paleoneurologia, ciência que se dedica ao estudo Pleurodira, indicando diferença na percepção das características morfológicas e funcionais do som. Na região ventral foi identificado a sella do encéfalo, órgãos sensoriais e cavidades no turcica, sulcus cavernosus, foramen caroticum crânio de fósseis de vertebrados. Para isso, foi laterale, canalis caroticus lateralis, canalis nervi submetido a uma tomografia computadorizada abducentis, sulcus palatinoptarygoideus, cavum no microtomógrafo SkyScan 1173 e as imagens pterygoidei e o foramen/canalis nervi acustici. Além editadas no software Mimics (Materialise), dessas estruturas também foi identificado, na permitindo a observação de diversas estruturas região ventral, o cavum acustico-jugulare, onde intracranianas. Na região dorsal é possível encontram-se preservados a incisura da columellae visualizar a orelha interna, o canalis cavernosus, auris, o foramen jugulare posterius e o foramen o canalis stapedio-temporalis, o foramen stapedio- canalis nervi hypoglossi, que o liga ao encéfalo. temporale e a medula oblonga. Na orelha interna Com base nestes dados, DGM 339-R parece estar encontram-se preservados o canal semicircular mais proximamente relacionado a Bauruemys lateral, o canal semicircular anterior, o canal elegans, Peiropemys mezzalirai, Podocnemis unifilis, semicircular posterior, a lagena, a crus commune Podocnemis expansa, Peltocephalus dumerillianus e o utrículo/cavum labyrinthicum, ampola lateral, e Caninemys tridentata, o que permite atribuí-lo, ampola anterior e ampola posterior. Foi observado preliminarmente, à Família Podocnemididae, que esta apresenta o canal semicircular anterior corroborando a análise prévia feita na região pós- mais largo e com a crus commune mais baixa, cranial. Entretanto, é necessário findar as análises indicando um hábito de vida aquático. A lagena para determinar com maior exatidão o status está bem demarcada mostrando-se com uma taxonômico desse material. forma alongada e de espessura relativamente fina,

216 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Especialização das nadadeiras em tartarugas marinhas (Testudines: Cryptodira: Panchelonioidea)

Isadora GERHEIM1

Orientação: Pedro S. R. ROMANO

1Departamento de Biologia Animal/Universidade Federal de Viçosa. CAPES. E-mail: [email protected]

A pressão seletiva em ambientes aquáticos tende de reconstrução do estado ancestral no Mesquite, a gerar estruturas corporais hidrodinâmicas, a partir de dados obtidos na literatura. As rígidas, alongadas e afiladas, que facilitam o proporções dos dígitos das nadadeiras móveis impulso e diminuem o atrito do animal durante e rígidas diferiu significativamente, sendo que a natação. O clado das tartarugas é formado por Toxochelys possui a mesma proporção de espécies espécies que habitam diferentes profundidades de com nadadeiras móveis (espécies de água doce) corpos de água e com isso apresentam diferentes enquanto as proporções de Archelon e Protostega padrões de nadadeiras. Entre as tartarugas foram similares às espécies com nadadeiras viventes, as espécies aquáticas de água doce rígidas (espécies marinhas). Os côndilos apresentam nadadeiras anteriores e posteriores articulares são ausentes em Protostega e Archelon, articuladas e alongadas, enquanto as espécies porém presentes em Toxochelys e nas primeiras marinhas (Panchelonioidea) possuem nadadeiras linhagens do grupo. A análise de estimativa rígidas e dígitos muito alongados. A hipótese mais do estado ancestral indicou que as linhagens parcimoniosa para um clado monofilético, é que de Panchelonioidea evoluíram a partir de um um padrão especializado (como a nadadeira das ancestral com nadadeiras anteriores parcialmente tartarugas marinhas) tenha surgido apenas uma rígidas e posteriores articuladas. Isso indica vez em seu ancestral. Para avaliar essa hipótese e que cada linhagem desse grupo desenvolveu a investigar a história evolutiva das nadadeiras em nadadeira totalmente rígida e muito alongada Panchelonioidea, comparamos o comprimento de maneira gradual e independente. Além disso, dos dígitos de tartarugas marinhas fósseis as nadadeiras posteriores rígidas surgiram (Toxochelys latiremys, Protostega gigas e Archelon apenas nas linhagens que já apresentavam ischyros) e a presença de côndilos articulares especialização da nadadeira anterior. Nesse nas linhagens desse clado. As medidas foram trabalho, mostramos quantitativamente que as somadas à base de dados disponibilizada por nadadeiras rígidas e alongadas das tartarugas estudos anteriores e a diferença dos dígitos marinhas especializaram independentemente, entre nadadeiras articuladas e rígidas foi testada sugerindo um ancestral com nadadeiras similares usando ANOVA. Para uma hipótese filogenética à Toxochelys latiremys para Panchelonioidea. Esse mais completa, foi gerada uma superárvore no estudo demonstra a força da pressão seletiva TNT a partir de filogenias publicadas previamente. em ambientes aquáticos e enfatiza a alta taxa O padrão das nadadeiras do ancestral de de homoplasias nos membros apendiculares de Panchelonioidea foi estimado usando a análise vertebrados marinhos.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 217 A reassessment of appendicular pneumaticity in pterodactyloid pterosaurs

Borja HOLGADO1

Orientação: Alexander W. A. KELLNER

1Laboratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebrados Fósseis, Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ. CNPq. E-mail: [email protected]

Many of the postcranial elements of pterosaurs depending on elements and taxa. There is a strong are unequivocally thin-walled and hollow, being correlation between skeletal pneumaticity and widely accepted that they were pneumatic. This body size, with appendicular pneumaticity present hypothesis is strongly supported by the presence exclusively in taxa with wingspans that excess of well-developed foramina that communicates two meters. In derived Pterodactyloidea, the with internal chambers. Most elements of the presence of pneumatic foramen in the proximal skeleton further present trabecular tissue that part of the humerus is considered an apomorphy provides strength and support to the bone, of the Dsungaripteroidea, although its location adding minimum extra mass. According to may vary depending on the species. However, in the literature, trabeculae are numerous and some members of this clade (e.g., Dsungaripterus), densely packed particularly near the articular appendicular pneumaticity has not been reported surfaces where compressive strength is crucial. so far. Some authors pointed out differences of For many years, our knowledge of pterosaur the pneumatisation pathways in pterodactyloids, postcranial pneumaticity was sparse, mainly suggesting an independent origin and evolution due to preservation problems, since most of appendicular skeletal pneumaticity within specimens are highly compressed. Furthermore, different clades, what is based primarily on the the information of the internal structure of the position of the pneumatic foramina. Nevertheless, bones was essentially dependent on broken in forelimbs there is variation of the position of elements and fragments, limiting the assessment pneumatic foramen within members of the same of their pneumatic nature. Nowadays, due to clade as there are similarities of the position of high-resolution X-ray computed tomography the pneumatic foramina in members of different (microCT), this scenario is gradually changing. clades (e.g. ventral or dorsal position of pneumatic Pterosaur taxa differ by the presence, number and foramen on proximal part of the humerus). The location of pneumatic foramina, what in theory presence of pneumatic foramina in hind limbs suggests that also the structure of postcranial seems to be restricted to the Azhdarchoidea. An skeletal pneumaticity should vary. As far as we extensive study on the evolution of postcranial know, postcranial skeletal pneumaticity in basal skeletal pneumaticity on pterodactyloids is pterosaur taxa is limited to the axial skeleton. necessary in order to demonstrate or refuse a In Pterodactyloidea, however, pneumaticity different origin of appendicular pneumaticity in extends to the appendicular skeleton and varies these clades.

218 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 2 Distinção do M e M1 entre os Macraucheniidae do Pleistoceno

Leonardo Souza LOBO1

Orientação: Gisele LESSA; Pedro S. R. ROMANO

1Laboratório de Processamento de Imagem Digital, Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]

Macraucheniidae é amplamente representada M2 de M. patachonica com M. ensenadensis através no Pleistoceno da América do Sul por três de estilos laterais deslocados lateralmente; espécies, Xenorhinotherium bahiense, distribuída Metacone deslocado nas direções distal e lingual; no norte – nordeste, Macrauchenia patachonica e e extremidades das fossetas linguais retraídas. O Macraucheniopsis ensenadensis, distribuídas no sul PC2 distingui X. bahiense das outras espécies. As – sudoeste. A relação filogenética e a taxonomia alterações observadas em X. bahiense em relação da família são majoritariamente decorrentes as outras espécies foram estilos laterais retraídos da dentição. Logo, o objetivo deste trabalho foi em sentido centro-lingual; Mesóstilo deslocado estudar a diversificação morfológica da face em direção mesial; Protocone e Metacone oclusal entre essas espécies. Para isso, foram alinhados; e extremidade lateral das fossetas utilizados o M2 (X. bahiense = 9, M. patachonica linguais desalinhadas, Fosseta mesio-lingual em

= 2, M. ensenadensis = 2) e o M1 (X. bahiense = 19, direção lingual enquanto que a Fosseta disto- M. patachonica = 1, M. ensenadensis = 2) apenas lingual sutilmente em direção labial. A PCA do comparando espécimes de desgaste similar. Os M1 reteve dois PCs com maior parte da variação, programas utilizados para as análises foram 68,0% do total. O PC1 distingui M. patachonica tpsDig e MorphoJ. Inicialmente, oito marcos das outras espécies, com M. ensenadensis no anatômicos tipo II foram definidos para cada extremo oposto do eixo. O M1 de M. patachonica dente. Foi aplicado o tratamento de Procrustes distingue-se através de retração geral do eixo para gerar as matrizes de covariância sem mesio-distal e expansão no eixo labio-lingual. variáveis indesejadas. Em seguida, utilizando as O PC2 distingui M. ensenadensis das outras duas matrizes de covariância foram realizadas análises espécies. O M1 de M. ensenadensis distingue-se de Componentes Principais (PCA). Por fim, foi através do deslocamento lingual do Paralófido incluída a atual hipótese de relacionamento dos e Hipoconulido, e deslocamento mesial do táxons e realizados testes de permutação para Protocônido e Hipocônido. Por fim, mesmo avaliar se há sinal filogenético nas PCAs. A PCA observando alterações na face oclusal que do M2 reteve dois componentes principais (PCs) possibilitam distinguir as três espécies entre si, com maior parte da variação, 72,4% do total. O em ambos os dentes, estas variações não estão PC1 projetou M. patachonica e M. ensenadensis relacionadas aos eventos cladogenético do grupo. em extremos opostos. Essa variação distingui o

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 219 Evolução da 4ª e 8ª vértebras cervicais em Pelomedusoides (Testudines, Pleurodira)

Thiago Fiorillo MARIANI1

Orientação: Pedro S. R. ROMANO

1Laboratório de Paleontologia e Osteologia Comparada, Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). E-mail: [email protected]

Pelomedusoides (Pleurodira) é um grupo presas velozes e precisam projetar rapidamente com cinco linhagens (três extintas) das quais o pescoço para capturar o alimento, realizando uma (Araripemydidae) apresenta pescoço uma alta rotação entre C4-C5. Podocnemididae e longo, semelhante à algumas espécies do B. elegans estruturaram no oposto, evidenciando grupo-irmão de Pelomedusoides (Chelidae), o pescoço curto, o qual é justificado por uma enquanto as outras possuem o pescoço curto. alimentação mais herbívora e/ou indivíduos mais As vértebras cervicais (VCs) do grupo foram alvo lentos. Por essa razão, essa família não tem o de poucos estudos anatômicos comparativos e hábito de captura de alimento encontrado em morfométricos, apesar de terem sido importantes Chelidae de pescoço longo. A C8 mostrou uma para a evolução do grupo. Nesse trabalho, estruturação filogenética bem clara em vista a C4 e C8 foram estudadas no seu contexto lateral, com B. elegans entre Podocnemidinae e evolutivo em Pelomedusoides, com o objetivo Peltocephalus. Em vista caudal, os três primeiros de explorar a variação do shape vertebral entre 3 PCs compreenderam variação filogenética, com linhagens de Pelomedusoides (Araripemydidae, estruturação filogenética entre as linhagens de Podocnemidinae e Erymochelyinae) e seu Pelomedusoides ao longo do PC1, com espécies de grupo irmão Chelidae. Aplicou-se morfometria pescoço longo (A. barretoi e Hydromedusa tectifera) geométrica a partir de fotos das C4 e C8 nas opostas às de pescoço curto (Peltocephalus); e vistas caudal e lateral esquerda, utilizando oito estruturação filogenética entre Pelomedusoides e 13 marcos anatômicos, respectivamente. A e Chelidae no PC3. Em conjunto, as duas vistas isso seguiu-se uma Análise de Componentes evidenciam a importância da C8 em estudos Principais (PCA) e a visualização do shape a partir filogenéticos, dado que é o ponto que conecta o do Thin-Plate Splines. As análises morfométricas pescoço ao tronco e é importante para a retração mostraram boa estruturação filogenética dos do pescoço para debaixo da carapaça. Assim, grupos na C4, em vista caudal e lateral. Araripemys ambas as VCs tem um papel fundamental para barretoi estruturou próximo a espécies de a evolução de Pelomedusoides, influenciando Chelidae com pescoço longo nos escores da no comportamento alimentar (C4) e de defesa C4, possivelmente devido à hábitos de captura (C8) das espécies do grupo, e ressaltando a de presa semelhantes aos encontrados nessas importância das VCs para estudos filogenéticos. espécies recentes, as quais se alimentam de

220 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 A new attraction for the Mid-Cretaceous Park: The first record of Abelisauridae (Dinosauria: Theropoda) from the Cenomanian of northeastern Brazil

Marcos André Fontenele SALES1

Orientação: Cesar Leandro SCHULTZ

1Laboratório de Paleovertebrados, Departamento de Paleontologia e Estratigrafia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CNPq. E-mail: [email protected]

The Alcântara Formation comprises the indeterminate, revealed the presence of one more fossiliferous Cenomanian layers of the suprageneric taxon in the Alcântara Formation. São Luis-Grajaú Basin in Maranhão State, The analysis, based on dental characters, yielded northeastern Brazil. Among the recorded 2 most parsimonious trees with 690 steps. Both theropods are the tetanurans Spinosauridae, teeth nested well within Abelisauridae, bearing Carcharodontosauridae and possible the dental synapomorphies of the latter, like coelurosaurs, along with ceratosaurs, represented hooked and apically inclined distal denticles in by Masiakasaurus-like and, probably, Bahariasaurus lateral teeth. The occurrence of abelisaurids remains. These taxa, along with other vertebrate in the Cenomanian of northeastern Brazil is in groups, are commonly found in coeval northern accordance with the extensive record of this taxon African deposits and, hence, are regarded as in Gondwana. It also increases the faunal diversity evidence of faunal similarity between these two of Ceratosauria—and Theropoda as a whole— Gondwanan landmasses. Recently, a phylogenetic in Alcântara Formation and further supports analysis of two theropod teeth (MN4547-V, Museu the inference of faunal similarity between that Nacional, Rio de Janeiro), previously regarded as formation and northern African fossil sites.

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 221 Microscopia: uma revolução silenciosa na preparação de fósseis

Jéssica Pontes SILVA1

Orientação: Alexander W. A. KELLNER

1Museu Nacional/UFRJ. CNPq. E-mail: [email protected]

Desde seu início, o século passado foi de grandes também conseguido modificando a incidência inovações técnicas na área da paleontologia. luminosa. Todos estes recursos são mais A chegada de energia elétrica e o uso do ar eficientes quando observados em microscopia comprimido permitiram a instrumentalização dos podendo assim evitar a remoção acidental de laboratórios de forma que os fósseis puderam ser camadas superficiais ou até mesmo de regiões muito mais rapidamente preparados levando a um mais profundas. A preparação química também expressivo salto quantitativo na disponibilidade proverá melhores resultados se a ela for incluído de exemplares prontos para serem estudados. o uso da microscopia, pois os momentos iniciais Embora o grande responsável pelo aumento na de ataques químicos assim como o início de quantidade de materiais preparados tenha sido o dissoluções nas substâncias protetoras não são uso de equipamentos elétricos ou pneumáticos, visíveis a olho nu. Pequenos ossos, expostos após algo fundamental para que a preparação seja bem a dissolução da rocha envolvente, podem passar feita é a possibilidade do preparador distinguir o despercebidos deixando de receber proteção fóssil dos demais elementos mesmo que estes adequada. Outro problema que pode ocorrer ainda não se encontrem claramente expostos é que qualquer parte de um espécime que não e neste momento o uso de um equipamento for percebida pode vir a ser quebrada durante ótico é muito importante. Até mesmo uma lupa o manuseio do exemplar. Além da preparação, simples faz grande diferença quando se trata procedimentos de moldagem, quando feitos com de micro preparação, técnica esta bastante o uso de microscopia, apresentam resultados usada até mesmo em exemplares de grande mais satisfatórios por melhorar a aplicação do porte. Recursos como o uso de ar, de pincéis material moldante. É comum pessoas sentirem e de líquidos são comumente utilizados no um incômodo durante as primeiras tentativas de intuito de facilitar a distinção entre as fases. O trabalhar usando lupas ou microscópios, contudo ar, assim como os pincéis, servem para retirar a o uso destes equipamentos deve ser incentivado, poeira que frequentemente recobre a superfície pois com a melhor visualização a capacidade durante a preparação mecânica. Os líquidos de analisar o exemplar em preparação se torna servem não somente para retirar estes resíduos muito maior assim como a qualidade e grau de como para a obtenção de maior contraste, algo refinamento obtido.

222 | Paleontologia em Destaque • Edição Especial • Outubro, 2016 Are phylogenetic inferences R-rated? Using young semaphoronts in phylogenetic inferences

Rafael Gomes de SOUZA1

(trabalho independente de orientação)

1Laboratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebrados Fósseis, Setor de Paleovertebrados, Depto. de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ. CAPES. E-mail: [email protected]

One of the major contribution regarding Hennig by the ontogenetic hypotheses within each publications was the Semaphoront definition, and species hypotheses analyzed. Therefore species the recognition that those are the fundamental hypotheses must be proposed independently unity in the studies regarding biology, mainly of phylogenetic hypotheses, and also, must Systematic Biology. However, a common problem consider all other hologenetic hypotheses (e.g., concerning the phylogenetic inferences was ontogenetic). The phylogenetic hypotheses how to treat in the same analysis different inferred by phylogenetic inferences are made semaphoronts, such as adults and juveniles? intended to explain the origin/fixation of shared There are two most common approaches features between the specimens of different to answer this question: 1) use only adult or species (homologues sensu strictu). Thus there equivalent semaphoront on phylogenetic are no empirical foundations on phylogenetic inferences; 2) use those different semaphoront analyses to apply specimens as “terminal” as terminals in the phylogenetic inference, and branches. If you have specimens from different with the resulting tree check the nodes which ontogenetic levels (semaphoront stages) you must are correspondent with the “monophyletic” first understand what species hypothesis those species. In the present work I argue that both specimens belongs, analyzing the autapomorphic approaches are inaccurate, and propose that a features that usually could be observed early in better understanding on the hologenetic levels ontogenetic development. After recognize what proposed by Hennig together with the objectives species hypothesis they belong you must propose of phylogenetic inferences are in need to answer ontogenetic hypothesis explaining the differences this question. The well knows cladograms are observed among the different semaphoronts. explanatory sketches representing the origin/ Them you will be able to differs the characters fixation of characters (phylogenetic hypotheses) present on those semaphoronts and identify only and, also, the population splits (cladogenesis those relevant for phylogenetic hypotheses that sensu strictu) between the specimens encoded must be included on your phylogenetic inference. under some species hypothesis. Intrinsically Concluding, in a phylogenetic inferences individual to the species hypotheses we have all other specimens from different ontogenetic stages are hologenetic hypotheses proposed by Hennig relevant only by the phylogenetic characters (e.g., ontogenetic). By this way, the “problems” instantiated by them, and those must be included regarding the maturity of the analyzed specimens within the species hypotheses of the analysis. must be already understood and explained

Boletim de resumos • X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados | 223 Índice de autores A BERNARDES-DE-OLIVEIRA, Mary Elizabeth C.... 26 BERTINI, Reinaldo J...... 40, 41 ABRANCHES, Carla Terezinha Serio...... 26 BERTONI, Ricardo Saboia...... 42 ADORNI, Fernando S...... 91 BERTOTTO, Tássia Juliana...... 43 AGUIAR-SOARES, Marcus Vinicius...... 55 BERTUCCI, Thayse...... 158 AGUIAR, Thayanne...... 158 BETTINI, Jefferson...... 106 AGUILERA, Orangel...... 27, 139, 158 BIMA, Guillermo Estéban...... 120 ALMEIDA, Mariana Ramos...... 106 BISSARO JÚNIOR, Marcos César...... 91, 116 ALVES, Bárbara S...... 177 BITTENCOURT, Jonathas S...... 147, 174 AMARAL, Roberta Veronese do...... 28, 29, 30 BÖCK, Cássia B...... 70 AMORÍN, Kamilla Borges...... 27 BOEIRA, Gabriel A...... 70 ANDRADE, José Artur Ferreira Gomes de...... 106 BOLZE, Gisele Jardim...... 44 ANDRADE, Luana C...... 178 BONA, Paula...... 66 ANDRADE, Rafael César Lima Pedroso de...... 31, BORGES-SILVA, Leon...... 202 155, 195 BORIN, Bruna C...... 70 ANELLI, Luiz Eduardo...... 51, 119 BORIN, Nadiele F...... 70 ANGIELCZYK, Kenneth D...... 67 BOTELHO, Sheron G. Medeiros...... ARAUJO, Artur Fernandes de Sousa...... 78 45 ARAÚJO, Esaú V...... 31, 195 BRILHANTE, Natan Santos...... 34, 46, 47, 62, 105 ARAÚJO-JÚNIOR, Hermínio Ismael de...... 32, BRUM, Arthur Souza...... 135, 162, 163, 212 38, 39, 61, 107, 128, 140, 149, 161, 164, BRUSATTE, Stephen L...... 54, 131, 165 179, 181, 190, 191 BUCHMANN, Richard...... 48, 161 ARAÚJO, Rodrigo B...... 193 BUCK, Pedro Victor...... 49, 50, 93, 182, 186 ARROYO-CABRALES, Joaquin...... 193 BUSTAMANTE, Dandara E. F...... 180 ASAKURA, Yumi...... 102 ASEVEDO, Lidiane de...... 33, 152, 200 AUGUSTA, Bruno Gonçalves...... 34, 46 C AVILLA, Leonardo dos Santos...... 33, 35, CABRAL, Uiara Gomes...... 28, 180 38, 48, 60, 107, 124, 138, 152, 153, 161, CALEGARI, Márcia Regina...... 33 164, 170, 200, 201, 202, 203, 204, 207, CAMPOS, Diogenes de Almeida...... 36, 136, 166 208 CAMPOS, Leomir dos Santos...... 52, 53, 125 AZEVEDO, Sergio Alex Kugland de...... 46, 47, 62, CAMPO, Victor Beccari D...... 51 100, 101, 167 CANDEIRO, Carlos Roberto dos Anjos...... 35, 39, 54, 55, 63, 64, 86, 131, 132, 133, 163, 165, 168, 173 B CARABAJAL, Ariana Paulina...... 168 BAMBA, Kanvaly...... 134 CARELLI, Daniel...... 55, 165 BAMPI, Hugo...... 35, 55 CARLISBINO, Thiago...... 56, 57 BANDEIRA, Kamila L. N...... 36, 105, 163 CARNEIRO, Leonardo de Melo...... 58, 59 BANTIM, Renan Alfredo Machado...... 43, 78, 155, CARRILLO-BRICEÑO, Jorge D...... 27, 158 159, 211 CARTELLE, Castor...... 85 BARBOSA, Fernando Henrique de Souza... 37, 38, CARVALHEIRA, Rodrigo Guerra...... 60, 207 76, 179, 191 CARVALHO, Adelino Adilson de...... 55 BARBOSA, Lorena Passos Figueiredo...... 191 CARVALHO, Alberto Barbosa de...... 24, 119 BARBOSA, Maria de Fátima Ribeiro...... 192 CARVALHO, Ismar de Souza... 32, 39, 76, 92, 106, BARCELOS, Lucas A...... 103 133, 141, 191 BARRETO, Roseli de Fátima Brito Netto...... 55 CARVALHO, Juliana Carla Silva de...... 177, 181 BARROS, Marcia Aguiar de...... 33 CARVALHO, Luciana Barbosa de.... 28, 29, 30, 46, BARTH, Ortrud Monika...... 33 47, 62, 100, 101, 216 BATEZELLI, Alessandro...... 113 CARVALHO, Marcelo A...... 79 BATISTA, Thatiany Alencar...... 78, 159 CARVALHO, Marcelo Rodrigues de...... 106 BELLARDINI, Flavio...... 142 CARVALHO, Murilo...... 106 BÉLO, Pétrius S...... 178 CASALI, Daniel de Melo...... 205 BERGQVIST, Lílian Paglarelli...... 26, 32, 37, CASTRO, Fabiano de...... 28, 46, 62 39, 61, 76, 128, 132, 133, 135, 136, 162, CASTRO, Luiz Otávio R...... 76, 133 163, 181, 191 CASTRO, Mariela...... 170 CAVALCANTI, Ramon...... 55, 63, 64, 165 FERREIRA, Gabriel de Souza...... 77, 89, 174, 215 CENIZO, Marcos...... 142 FERREIRA, Jennyfer Sobreira...... 78, 159 CERQUEIRA, Gabriela Menezes...... 65 FERREIRA, José Teixeira da Silva...... 160 CHAME, Marcia...... 186 FERREIRA, Philipe M...... 79, 80 CHIARELLO, Guilherme P...... 70 FERREIRA, Tabata Zanesco...... 191 CHIMENTO, Nicolás...... 208 FERREIRA, Thais Matos Pereira...... 81 CIDADE DA SILVA, André...... 80 FIGUEIREDO, Carina Marcello de...... 216 CIDADE, Giovanne M...... 66, 91, 213 FIGUEIREDO, Francisco J. de...... 104 CISNEROS, Juan Carlos...... 67 FIGUEIREDO-LIMA, Hugo...... 55 COPETTI, Paula L...... 70 FIGUEIREDO, Rodrigo Giesta...... 90, 154, 167 COSTA, Fabiana Rodrigues...... 51, 175 FIGUEROA, Rodrigo Tinoco...... 82 COSTA, Marcelo B...... 104 FILHO, Edilson Bezerra dos Santos...... 78, 159 COTTS, Leonardo...... 68, 69 FLYNN, John J...... 134 COZZUOL, Mario Alberto...... 205, 206 FONTOURA, Emmanuelle...... 83 CROFT, Darin A...... 134 FRANÇA, Lucas Ferreira...... 102 FRANÇA, Marco Aurélio G...... 70 FRANCIA, Analía...... 209 D FRANCISCHINI, Heitor...... 84, 127, 129 DAMASCENO, Rafael Cavalcante...... 43 FREITAS, Francisco Idalécio...... 106 DANTAS, Mário André Trindade...... 177 FREITAS, Raul Oliveira...... 106 DA ROSA, Átila Augusto Stock...... 24, 53, 70 FRÖBISCH, Jörg...... 67 DA SILVA, Natália B...... 70 DA SILVEIRA, Luísa Menezes...... 214 DELCOURT, Rafael...... 34, 46, 87 G DEMOLINARI, Michelle Sales Moreira...... 98 GALANTE, Douglas...... 106 DENARDIN, Henrique P...... 70 GALLO, Valéria...... 147 DENTZIEN-DIAS, Paula...... 45, 83, 84, 129 GARCIA, Maurício S...... 70 DIAS-DA-SILVA, Sérgio...... 169 GASPARINI, Germán Mariano...... 205, 206, 208, DIAS, Eliseu Vieira...... 56 209 DIAS, Tamires do Carmo...... 55 GELLET-TINNER, Gerald...... 113 DIAS, Willian A. F...... 93 GERHEIM, Isadora...... 217 DÍEZ DÍAZ, Verónica...... 119 GHILARDI, Aline Marcele...... 119 DINIZ, Débora...... 45, 83 GHILARDI, Renato P...... 91 DINIZ DOS SANTOS, Domenica...... 94, 142, 143 GOBBO, Sílvia. R...... 41 GODOY, Pedro L...... 174 GÓIS, Flávio...... 182 E GOLDENBERG, Rodrigo...... 133 ELESBÃO, Maria Eduarda...... 71 GOMES, Anny Caroliny F...... 85 ELIAS, Felipe Alves...... 23, 72, 73 GOMES, Bruno de Araújo...... 102 ERNANDES, Camila Carvalho...... 74 GOMES, Musa Maria Nogueira...... 55, 86 ESCH, Luis Felipe...... 132 GRILLO, Orlando Nelson...... 23, 47, 87, 203 ESTERIZ, Vinícius B. P...... 70 GUEDES, Patrícia G...... 184, 193, 196 ESTRELA, Pedro Cordeiro...... 26 GUIDON, Niéde...... 192 GUILHERME, Edson...... 75, 91, 116

F FACHINI, Thiago Schineider...... 75, 91, 126 H FELIPPE, Ighor C. A...... 37, 76 HADLER, Patrícia...... 185 FERIGOLO, Jorge...... 81, 192 HEINRICH, Clara...... 88 FERNANDES, Luciana Bueno dos Reis...... 49, 50 HERMANSON, Guilherme...... 89 FERNANDES, Marcelo Adorna...... 49, 50, 93, 119, HOLGADO, Borja...... 218 182, 186 HÖRMANSEDER, Beatriz M...... 90 FERNANDES, Paulo D’avila...... 52 HOSPITALECHE, Carolina Acosta...... 153 FERNANDEZ, Vincent...... 106 HSIOU, Annie Schmaltz. 66, 75, 91, 116, 126, 213 I M IGUAL, Ericson C...... 93, 182 MACHADO, Alessandra...... 158 ILÁRIO, Fernanda...... 55 MACHADO, Deusana Maria da Costa...... 82 IORI, Fabiano Vidoi...... 77, 92, 110 MACHADO, Elaine Batista...... 36, 190, 212 ISABEL, Carolina Santa...... 49, 50 MACHADO, Helena...... 107, 203 ISASI, Marcelo Pablo...... 39 MACIEL, Bárbara da Silva...... 46, 47, 105 MACIENTE, Andrea A...... 75, 91, 116 MACRINI, Thomas E...... 134 J MALDANIS, Lara...... 106 MALDONADO, Victoria...... 107 JACOB, Thândara...... 182, 186 MARIANI, Thiago Fiorillo...... 220 JESUS, Deyziane Santos de...... 188 MARINHO, Mauricio A...... 93 JESUS, Jorge Moura...... 49, 50, 93, 182, 186 MARINHO, Thiago da Silva... 32, 39, 92, 108, 110, JUÁREZ VALIERI, Rubén D...... 94, 142, 143 127, 132, 145 MARKS, Maikon F...... 109 MARQUES, Gabriela...... 158 K MARSICANO, Claudia...... 67 MARSOLA, Júlio C. de A...... 113 KAMMERER, Christian...... 67 MARTINE, Ariel Milani...... 23 KELLNER, Alexander Wilhelm Armin...... 36, 79, MARTINELLI, Agustín Guillermo.. 42, 44, 88, 108, 80, 90, 95, 130, 154, 155, 166, 167, 190, 110, 111, 112, 118, 127, 129, 137, 145 212, 218, 222 MARTINS, Dilamar Candida...... 35, 55 KERBER, Leonardo...... 85, 91, 96, 97, 192 MARTINS, Simone S...... 193 KOCSIS, Laszlo...... 27 MAYER, Elver Luiz...... 185, 192 MEDEIROS, Vanda B...... 178 MELLO, Camila Barros de...... 112 L MELLO, Ricarda Toscano de...... 183 LACERDA, Marcel B...... 112 MELO, Nayara Tállita Pereira e...... 55 LACERDA, Mauro Bruno da Silva...... 98, 99 MELO, Tomaz Panceri...... 44 LANDIM, Maria Isabel...... 73 METELLO, Tiago Martins...... 190 LANGER, Max Cardoso.... 31, 77, 89, 91, 113, 174, MISSAGIA, Rafaela Velloso...... 205, 206 215 MISUMI, Shana Yuri...... 33 LEAL, Luciano Artemio...... 52, 53, 125 MONTEFELTRO, Felipe C...... 31, 113, 174 LEAL, Maria Eduarda C...... 130 MONTEIRO, Emily Baldoino...... 55 LENHARE, Bruno D...... 93 MONTEIRO, Felipe Augusto Correia...... 39 LEONEL, Fernanda Barcellos de Moura...... 190 MONTEIRO, Lucas Guimarães Pereira...... 107 LESSA, Gisele...... 85, 219 MONTEIRO, Marcos Antônio Soares...... 139, 140, LIBAL, Ariel...... 120, 171 141 LIMA, C.V...... 64 MONTEIRO-NETO, Cassiano...... 27 MORAES NETO, Carlos R...... , , LIMA DA SILVA, Bruno Cláudio...... 100, 101 184 193 196 MORAES-SANTOS, Heloísa...... 27 LIMA, Flaviana Jorge de...... 78, 159 MOREIRA, João Victor Paula...... 115 LIMA, Frederico Alves...... 106 MOREIRA, Suely Aparecida Gomes...... 55 LIMA, Jefferson de Souza...... 102 MOTHÉ, Dimila...... 38, 202, 204 LIMA, Thiago C...... 103 MOTTA, Filipe Armando...... 185, 192 LIMA, Ulisses Dardon B...... 136 MUNIZ, Fellipe P...... 91, 116 LIMA, Wanessa...... 63 LINDOSO, Rafael Matos...... 141 LINHARES, Ana Paula...... 27 LOBODA, Thiago S...... 91 N LOBO, Leonardo Souza...... 99, 219 NASCIMENTO, Carolina Santa Isabel...... 93, 182, LOPES, Natália Benevenuto...... 99 186 LOPES, Paulo Ricardo M...... 91 NASCIMENTO, Johnson Sarmento de Oliveira. 102 LOPES, Renan V...... 104 NASCIMENTO, Paulo Miranda...... 47 LOPES, Ricardo...... 158 NASCIMENTO, Thales Henrique Menezes Silva do. LUZ, Zoneibe...... 27 117 NAVARRO, Bruno Albert...... 119 PINHEIRO, Felipe Lima. 65, 71, 74, 109, 121, 122, NAVA, William R...... 118 137, 144, 150, 151, 172 NEGRI, Francisco Ricardo...... 91, 96, 116 PINHEIRO, Rafael...... 208 NETO, Carlos R. Moraes...... 114 PIRES, Carolina...... 138 NETO, Voltaire D. P...... 137 POLCK, Márcia Aparecida dos Reis... 27, 139, 140, NEVES, Simone Baes das...... 192 141 NI, Xijun...... 134 POL, Diego...... 136 NOGUEIRA, Afonso...... 27 PONCIANO, Luiza...... 154 NOVAS, Fernando E...... 39, 133 POPPI, Ronei Jesus...... 106 NUNES, Ivan...... 51 PORFIRI, Juan Domingo...... 94, 142, 143 NUNES, Rafael Silva...... 106 PORPINO, Kleberson de Oliveira...... 32, 39, 133, 164, 181, 187, 191

O R OLIVEIRA, Daniel de Simão...... 121 OLIVEIRA, Édison Vicente de..... 59, 102, 178, 187 RANGEL, Anderson de Oliveira...... 144 OLIVEIRA, Gina Cardoso de..... 115, 123, 124, 195 RÉDUA, Laís de Souza...... 145 OLIVEIRA, Gustavo Ribeiro de.. 43, 117, 159, 183, RIBEIRO, Ana Maria...... 42, 81, 91, 185, 192 195, 216 RIBEIRO, José R. I...... 109 RIBEIRO, Luiz Carlos Borges...... 108, 110, 145 OLIVEIRA, Jacqueline Freitas...... 55 RICHTER, Martha...... 67 OLIVEIRA, João Alves de...... 29, 30 RIFF, Douglas...... 66, 91, 103, 154, 166, 167 OLIVEIRA, João Vitor I. L...... 70 RINCÓN, Ascánio D...... 66, 126 OLIVEIRA, Letícia R...... 70 ROBBI, Beatriz...... 182 OLIVEIRA, Luiz F. B...... 196 ROCHA-DOS SANTOS, Bruno...... 161 OLIVEIRA, Miqueias Ayran Nascimento.... 52, 125 ROCHA, Helder Lima Santos da...... 146 OLIVEIRA, Téo Veiga de...... 188 ROCHITTE, Carlos Eduardo...... 106 OLIVEIRA, Tiane Macedo...... 122 RODRIGUES, Fábio...... 106 ONARY-ALVES, Silvio Y...... 75, 91, 126 RODRIGUES, Guilherme Augusto...... 147 RODRIGUES, Pablo...... 111 RODRIGUES, Shirlley...... 60, 207 P RODRIGUES, Taissa...... 48, 154 PAES-NETO, Voltaire Dutra...... 88, 112, 127, 150, RODRIGUEZ, Felix...... 158 151 ROMANO, Pedro Seyferth R...... 98, 99, 148, 217, PAILOS, Hugo Nicolás...... 120, 171 219, 220 PALES, Letícia Francielle Moreira... 189, 194, 197, ROSA, Cristiane da Rosa...... 150, 151, 172 198 ROSA, Giovana Medeiros...... 149 PARISI DUTRA, Rodrigo...... 205, 206 ROTTI, Alline...... 107, 152, 208 PASSOS, Lorena...... 32, 61, 128 RUIVO, Maria de Lourdes...... 27 PATUSCO, Thayane Braga de Souza...... 190 PAULA, Priscila Joana G. de...... 47, 105 PAULIV, Victor E...... 129 S PAVANATTO, Ane E. B...... 70 SALES, Marcos André Fontenele...... 221 PÊGAS, Rodrigo V...... 130 SALLES, Leandro O...... 114, 184, 193, 196 PEIXOTO, Bernardo C. P. M... 49, 50, 93, 182, 186 SALUM, Luana...... 153 PEREIRA, Camila dos Santos...... 131 SANCHEZ, Joana Paula...... 86 PEREIRA, Jamil...... 81 SÁNCHEZ-VILLAGRA, Marcelo...... 97 PEREIRA, Leonardo Santana...... 52, 125 SANTANA, João Felipe Oliveira Macena de...... 139, PEREIRA, Paulo Victor Luiz Gomes da Costa..... 37, 140, 141 54, 63, 76, 132, 133, 135, 162, 163, 173 SANTORO, Ana Cristina de Menezes...... 55 PEREZ, Carlos Alberto...... 106 SANTOS, Daniel C.B...... 64 PERINI, Fernando de Araujo.. 134, 184, 196, 205, SANTOS JUNIOR, Valdeci dos...... 32, 39, 191 206 SANTOS PEREIRA, Camila dos...... 55, 165 PEYERL, Drielli...... 55 SANTOS, Rodolfo Otávio...... 154 PINHEIRO, André E. Piacentini...... 135, 136 SANTOS, Thaís...... 158 SARAIVA, Antônio Álamo Feitosa...... 43, 78, 155, U 159 UGALDE, Gianfrancis Dias...... , SAYÃO, Juliana Manso..... 31, 43, 53, 78, 123, 124, 74 172 ULIAN, Michael...... 173 154, 155, 159, 195, 211 SCHAEFER, Carlos Ernesto...... 99 SCHERER, Carolina Saldanha. 188, 189, 194, 197, 198, 209 V SCHULTZ, Cesar Leandro.... 84, 88, 111, 112, 129, VENNEMANN, Torsten W...... 27 221 VIANA, Maria Somália Sales...... 115, 124 SEDOR, Fernando Antonio...... 56, 57 VIDAL, Luciano da silva...... 54, 55 SEMPREBON, Gina...... 152 VILA NOVA, Bruno C...... 174 SENA, Mariana Valéria de Araújo...... 183, 195 SICURO, Fernando L...... 196 SILJESTRÖM, Sandra...... 106 W SILVA, Ana Paula Lopes da...... 102 SILVA, Elaine Pollyanna Alves...... 102 WEINSCHÜTZ, Luiz Carlos...... 154, 175 SILVA, Eric da Fonseca...... 105 WEKSLER, Marcelo...... 138 SILVA, Fabiana Marinho da...... 187 WYSS, André R...... 134 SILVA, Fábio C...... 41 SILVA, Guilherme...... 158 SILVA-GUIMARÃES, Matheus...... 161 X SILVA, Helder de Paula...... 24, 160 XAVIER-NETO, José...... 106 SILVA, Jéssica Pontes...... 160, 222 SILVA, Jorge Luiz Lopes da...... 102 SILVA, José Lucio e...... 78, 159 SILVA, Juliana de Almeida da...... 52 Z SILVA, Lucas Henrique Medeiros da...... 179 ZAHER, Hussam...... 119 SILVA, Mariane Rosa Thomaz da.... 189, 194, 197, ZIMKOWICZ, José Henrique...... 175 198 SILVA, Pâmela Cristina Nascimento da...... 156 SILVA, Rafael Costa da...... 157, 180 SILVA, Samara de Almeida da. 189, 194, 197, 198 SIMBRAS, Felipe Medeiros. 55, 63, 135, 162, 163, 165 SIMMONS, Nancy B...... 193 SIMÕES, Tiago R...... 79, 80 SMITH, Roger...... 67 SOARES, Marina Bento...... 44, 111, 127, 129, 169, 214 SOARES, Sylvia...... 164 SOIBELZON, Leopoldo...... 207 SOLÓRZANO, Andrés...... 66 SOUSA FILHO, Francisco Eduardo de...... 159 SOUZA, Clovis W. O...... 186 SOUZA-FILHO, Jonas P...... 75, 91, 116 SOUZA, Joyce Brenda Ferreira de...... 55, 165 SOUZA JUNIOR, André Luis de...... 55, 165, 168 SOUZA, Rafael Gomes de...... 135, 166, 167, 223 STRAPASSON, Adriana...... 71, 169

T TABOAS, Juliane...... 170 TIZEIRA, Luis María...... 171 TOLEDO, Peter Mann de...... 27, 184, 196 AaBbCcDdEeFfGgHhIiJjKkLlMmNnOoPpQqRrSsTtUuVvWwXxYyZz {[1234567890]} AaBbCcDdEeFfGgHhIiJjKkLlMmNnOoPpQqRrSsTtUuVvWwXxYyZz {[1234567890]}

Este livro foi produzido no inverno de 2016. Na composição de textos e títulos foram utilizadas as fontes Macondo, de John Vargas Beltrán, e Open Sans, de Steve Matteson. Projeto gráfico e diagramação: Orlando Grillo Realização Apoio