Nathalia Henrich SER OU NÃO SER ANTIAMERICANO? OS ESTADOS UNIDOS NA OBRA DE OLIVEIRA LIMA Tese Submetida Ao Programa De Pós-Gr
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Nathalia Henrich SER OU NÃO SER ANTIAMERICANO? OS ESTADOS UNIDOS NA OBRA DE OLIVEIRA LIMA Tese submetida ao Programa de Pós-graduação em Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do Grau de Doutor em Sociologia Política. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Silva Florianópolis 2016 Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC. Henrich, Nathalia Ser ou não ser antiamericano? : Os Estados Unidos na obra de Oliveira Lima / Nathalia Henrich ; orientador, Ricardo Silva - Florianópolis, SC, 2016. 394 p. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política. Inclui referências 1. Sociologia Política. 2. Oliveira Lima. 3. Estados Unidos. 4. Pan-americanismo. 5. Americanismo. I. Silva, Ricardo. II. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós- Graduação em Sociologia Política. III. Título. Nathalia Henrich SER OU NÃO SER ANTIAMERICANO? OS ESTADOS UNIDOS NA OBRA DE OLIVEIRA LIMA Esta Tese foi julgada adequada para obtenção do Título de Doutor em Sociologia Política, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia Política Florianópolis, 7 de abril de 2016. ________________________ Coordenador do Curso Banca Examinadora: ________________________ Prof. Ricardo Silva, Dr.ª Orientador Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC ________________________ Prof. Tiago Bahia Losso, Dr. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC ________________________ Prof. Ernesto Seidl, Dr. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC _______________________ Prof. Tiago Borges, Dr. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC ________________________ Prof. Luciano Aronne de Abreu, Dr. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS ________________________ Prof. Bryan McCann, Dr. Georgetown University (Videoconferência) Para minha mãe. Porque sempre seremos como o vento. AGRADECIMENTOS Sempre fui uma ávida leitora das seções de agradecimentos de dissertações e teses porque achava fascinante todos os lugares e pessoas que os autores tinham a oportunidade de conhecer por causa dos seus trabalhos e sonhava um dia poder fazer algo parecido. Esta tese me levou longe, me deu a chance de conhecer lugares que sempre sonhei, de conhecer pessoas incríveis e acabou mudando minha vida em muitos aspectos. Escrever uma tese é um empreendimento intelectual difícil, além de ser fisicamente extenuante e emocionalmente demandante. Sem todo o apoio que recebi, certamente não teria sido possível chegar a este resultado. Foram muitas as pessoas e instituições que deram as condições para a realização desta trabalho. Agradeço ao CNPq pela bolsa que permitiu minha dedicação exclusiva ao Doutorado e pela bolsa para realização do período sanduíche no exterior. Ao Programa de Pós-graduação em Ciência Política e ao meu orientador Prof. Ricardo Silva por acreditarem no projeto desde o início. Aos membros da banca de qualificação Prof. Alexandre Bergamo, Prof. Tiago Losso e Prof. Yan Carreirão pela leitura atenta e pelos comentários. Ao Center for Latin American Studies - CLAS da Georgetown University, onde estive como Pesquisadora Visitante, especialmente ao Prof. Bryan McCann que me recebeu e sempre esteve disposto a colaborar e apoiar a pesquisa. Ao Prof. Michael Kazin, que permitiu que assistisse suas aulas. Ao Prof. Thomas Cohen por me receber na Oliveira Lima Library na Catholic University em Washington. E um agradecimento especial a Maria Angela Leal, curadora do acervo, que me guiou com carinho, sabedoria e paciência infinita. Aos Professores do Colegio de Mexico – COLMEX, Guillermo Palacios, Carlos Marichal e Pablo Yankelevich, que me abriram as portas desta instituição e ampliaram os horizontes desta pesquisa. A Gabriel Entin, que me apresentou o Centro de História Intelectual da Universidade de Quilmes, na Argentina, e a Adrián Gorelik, que permitiu que acompanhasse suas reuniões. Aos Prof. Marcelo Cavarozzi e Mario Navarro, da Universidad Nacional de San Martín, pela oportunidade de acompanhar suas aulas e pelo ambiente inspirador que elas proporcionaram. Uma das melhores coisas que esta tese me deu foi a oportunidade de fazer novos amigos e de reencontrar pessoas queridas. Da minha estância no México trouxe o coração repleto de afeto, a mala cheia de livros e a cabeça fervilhando de ideias. Obigada a Gibbran Montero, o irmão que a vida me deu, por me mostrar o melhor do D.F. e por me fazer parte da sua maravilhosa família. A Família Montero Medina, Letícia, Miguel Ángel, Scarlett, Yessica, gracias totales por abrirme las puertas de su casa y de sus corazones. Ao talentosíssimo artista Felipe González, por ser meu roomie preferido e por todas as aventuras guadalupanas que vivemos. Aos colegas do COLMEX María Graciela León, Daniel Morris, César Valdez, obrigada pelas deliciosas conversas e pela recepção carinhosa que me deram. Como México definitivamente no hay dos! De Buenos Aires voltei com ainda mais malas, mais livros e mais boas lembranças. Aos amigos que fizeram com que minha casa lá virasse de verdade um lar. Gracias a Lucía Martelotte e Angel Camino por sua companhia e amizade, ao Dr. Marco Feoli por sua presença que tanto nos alegrou e a Ana Carolina Caldera e Verónica Álvarez pela visita que encerrou o ano com chave de ouro. Aos amigos e amigas em diferentes partes do mundo, que com seu exemplo me deram forças para concluir o trabalho e fazer parte deste seleto grupo de Doutores e Doutoras incríveis: Michelle Fernandez, Isabel Inguanzo, Ilka Treminio, Luis Melián, Alejandro Belmonte, Maria Laura Tagina. Agradeço especialmente aos amigos que leram partes do manuscrito e ofereceram críticas, conselhos e incentivo, Veremundo Carrillo Reveles, Isadora Coan e José Mario Wanderley Gomes. Obrigada também aos companheiros de jornada que ainda estão nesta luta e logo se juntarão ao clube, Andrea Guerrero Mosquera e Bruno Biazetto. E aos que estão de fora deste louco mundo dos doutorandos e sempre estiveram dispostas a me apoiar, Roberto Koshiyama, Fernanda Muller, Mariana Moratelli, Ariane Debastiani, Julia Koefender. Obrigada a minha família no Brasil e nos Estados Unidos por acreditar que um dia esta tese seria terminada e que o esforço valeria a pena. Jean, Aida, Diva, Laura, a melhor família que alguém poderia desejar. Beth and George Parr, thanks for all your support and for welcoming me into your Family. Obrigada ao meu esposo James Parr pelo apoio, pelo amor, pela paciência, pelo incentivo e por ser meu companheiro de aventuras pela vida afora. Esta jornada é muito mais feliz porque te tenho ao meu lado. Finalmente, os maiores agradecimentos só poderiam ser para minha mãe Dóris M. Henrich por ter me ensinado a sonhar alto e grande e, sobretudo, por ter sonhado comigo e trabalhado ao meu lado para realizar todos os meus projetos. Nunca haverá palavras suficientes para expressar o tamanho da minha gratidão e muito menos do meu amor por ti. “Eu confesso o meu fraco pelas idéas apparentemente extravagantes. Quando vejo uma que me parece utopica mas feliz, gosto de acompanhal-a, a ver o que dá. Gosto também das iniciativas de coragem e de intelligencia”. (OLIVEIRA LIMA, 1914 ). “Quero sabe-lo porque aprendo até morrer”. Carta de Oliveira Lima a Gilberto Freyre, 22/01/1922. RESUMO O diplomata e historiador Manoel de Oliveira Lima (1867-1928) exerceu uma longa e intensa atividade jornalística. Fazendo crítica literária, tratando de História ou debatendo os temas mais importantes do seu tempo, firmou seu nome como intelectual no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos, alcançando o status de referência em assuntos latino- americanos. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos, como modelo para os republicanos brasileiros, além de potência emergente em fins do século XIX que se tornou um ator global a partir da Primeira Guerra Mundial, não poderiam deixar de ser um tópico recorrente na sua vasta produção. É comum a atribuição do rótulo de antiamericano ou anti-imperialista a Oliveira Lima e sua obra. Isto se deve especialmente a uma análise realizada quase que exclusivamente a partir de uma fonte, o livro Pan- americanismo (Monroe, Bolívar, Roosevelt), publicado em 1907, no calor das discussões sobre a III Conferência Pan-americana no Rio de Janeiro. A obra foi produzida em um contexto de debate intenso sobre o papel dos Estados Unidos no continente, especialmente a partir do advento do Corolário Roosevelt à Doutrina de Monroe. O tema marcou ainda o afastamento definitivo entre Oliveira Lima e Joaquim Nabuco e o auge da suas divergências com o Barão do Rio Branco. Todos estes elementos fizeram com que esta obra se cristalizasse como sua palavra final sobre o assunto. Entretanto, uma análise da sua produção intelectual anterior e posterior a Pan-americanismo oferece um panorama bastante diferente. O objetivo desta tese foi analisar as diversas fases da obra de Oliveira Lima, com especial ênfase na sua produção jornalística, para analisar como os Estados Unidos são tratados. Através do uso de um método contextualista para o estudo das ideias políticas e da ampliação das fontes estudadas, resgatando textos pouco conhecidos, foi possível concluir que a interpretação da sua posição como antiamericana não se sustenta. Pelo menos não para a totalidade da sua obra. Concluiu-se que se bem existiu uma fase extremamente crítica aos Estados Unidos e seu papel no continente americano, plasmada em Pan-americanismo, esta foi uma resposta a uma conjuntura específica que não se manteve intacta. Houve uma fase anterior, marcada pela simpatia pelos progressos norte- americanos e até pelo apoio a sua nascente política colonial, que se reflete especialmente em Nos Estados Unidos, Impressões Politicas e Sociaes (1899). Posteriormente, a partir de 1912, Oliveira Lima teve contato com as universidades dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que a ascensão de Woodrow Wilson ao poder e os movimentos progressistas no país promoveram um ambiente propício a reformas domésticas e na política exterior que culminaram com a expansão de ideias como o internacionalismo e o pacifismo.