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18º doclisboa doclisboa #18 Índice ⁄ Contents 006 Mensagem da Direcção / 295 ‘O Cinema Georgiano é um Message from the Direction Fenómeno Inteiramente 013 Mensagem da Apordoc / Único.’ Uma Cena Message from Apordoc Cinematográfica com 014 Sobre a Apordoc / História ou o Cinema About Apordoc Georgiano no Processo de 015 Mensagens dos Parceiros / Emancipação / ‘Georgian Messages from the Partners Film Is a Completely Unique Phenomenon.’ A Film Scene Filmes / Films with History, or Georgian Cinema in the Emancipation 021 Sessões de Abertura e Loop Encerramento / Opening 310 A urgência pela justiça and Closing Sessions e a luta pela igualdade / 027 Deslocações / Movements The urgency for justice 057 Espaços da Intimidade / and the fight for equality Spaces of Intimacy 081 Ficaram Tantas Histórias 315 Projecto Educativo / por contar / So Many Stories Education Project Left Untold 103 Arquivos do Presente / 319 Nebulae Archives of the Time Being 127 De onde venho, para onde 322 País Convidado / vou / Where I’m Coming Invited Country From, Where I’m Going To 344 Estado da Arte / 151 Retrospectiva A Viagem State of the Art Permanente – O Cinema 348 Seminário de Realização / Inquieto da Geórgia / Film-making Seminar Permanent Travel – 354 Constelações / Georgia’s Restless Constellations Cinema Retrospective 380 Consultoria / Consulting 215 Corpo de Trabalho / 392 Videoteca / Video Library Body of Work 393 Arché 243 Cinema de Urgência / Cinema of Urgency 411 Actividades Paralelas / 251 Verdes Anos / Green Years Parallel Activities 271 Prémio Fernando Lopes / Fernando Lopes Award 413 Encontros / Meetings 416 Origens – Práticas e 277 Materiais Complementares / Tradições no Cinema / Additional Materials Origins – Practices and Traditions in Cinema 279 O cinema georgiano no cruzamento de gerações / 428 Equipa Doclisboa / Le cinéma géorgien à la Doclisboa Team croisée des générations 430 Parceiros / Partners 433 Agradecimentos / Acknowledgments 434 Filmes A-Z / Films A-Z Começávamos a traçar caminhos para a 18ª edição do Doclisboa, No lugar da consciência quando fomos arrebatados pela notícia da morte do José Mário Branco. Passámos vários dias a ouvir as suas canções enquanto continuávamos A lei da concorrência a imaginar um Doclisboa num país e num mundo atravessados por transformações que nos impeliam a pensar o que pode um festival Pisando tudo pelo caminho de cinema quando tantas forças de opressão ganham terreno. As palavras do José Mário ecoavam em todas as nossas motivações. Quando subitamente 2020 é abalroado por uma pandemia que Pra castrar a juventude obriga ao confinamento e ao isolamento social, sentimos que espaços democráticos de discussão colectiva seriam fundamentais. O Doclisboa Mascaram de virtude teria de contribuir para a reconstrução e para o fortalecimento social, estar aberto e propor mundos que nos inspirem, que nos façam cruzar O querer vencer sozinho espaços e tempos. Em vez de 11 dias de festival, propomo‑nos iniciar uma viagem ao longo de 6 meses. Começaremos descobrindo um passado cheio de complexidades e forças internas através da retrospectiva A Viagem Permanente – José Mário Branco, in Do que um homem é capaz O Cinema Inquieto da Geórgia. A Geórgia, desde o seu passado soviético até ao presente, foi construindo uma cinematografia muito rica e pouco vista. Muitas das cópias destes filmes estavam guardadas em arquivos ex‑soviéticos de difícil acesso a que só recentemente o Centro Nacional de Cinema da Geórgia conseguiu aceder e assim recuperar este acervo que agora descobriremos. São filmes surpreen- dentes que em conjunto nos lembram que o passado é matéria da memória e que só nos podemos pensar hoje estando disponíveis para pensar o ontem. Paralelamente, apresentamos Corpo de Trabalho, um mapa de filmes que se debatem com as questões de trabalho hoje e a que juntamos lutas do passado que continuam a dar fôlego para um outro futuro. As diferen- ças sociais que decorrem da organização das sociedades capitalistas de que fazemos parte são, em tempos de severas crises, expostas com todas as suas brutais consequências. De igual modo se expõe uma organização laboral que demarca a segurança de uns em detrimento da segurança de outros e que, tendo raízes já antigas, nos mostrou, este ano, apenas mais ramificações dessa complexa teia de poderes. A partir daí, apresentamos a programação do Doclisboa num gesto organizativo que parte do que nos inquieta, mas que, em 5 andamentos, se lança também às imprevisíveis possibilidades. Certos de que existimos em circulação e de que somos atravessados por outras existências e outros territórios, iniciamos esta trajectória pelas Deslocações; virando‑nos para a intimidade e para o que nos fortalece individual e colectivamente, os Espaços da Intimidade; da certeza de que caminhar para a frente é um diálogo permanente com os passados que, por mais escondidos que estivessem, sempre se revelam, afirma- mos que Ficaram Tantas Histórias por Contar; sendo o aqui e agora matéria efémera, mapeamos Arquivos do Presente, não apenas dispondo o presente que hoje partilhamos, mas convivendo com outros presentes captados no passado; terminamos a viagem convocando vários filmes que nos confrontam com um irrevogável De onde venho, para onde vou. 6 MESSAGES MENSAGENS 7 Propor, neste contexto, um festival alargado no tempo é também propor mais momentos de encontro. Num movimento concêntrico We were starting to outline the 18th edition of Doclisboa when we were entre as equipas dos filmes e o público, procuramos criar espaços de struck by the news of the death of José Mário Branco. We spent several retorno e de revisitação da memória dos filmes que antecedem os que days listening to his songs while we continued to imagine Doclisboa in a agora vemos. Fá‑lo‑emos indo além dos habituais espaços que ocupa- country and in a world crossed by changes that prompted us to think mos na cidade e deixando‑nos permear por mais debates e mais about what a film festival is capable of when so many oppressing forces narrativas. A SOS Racismo, num tremendo acto de solidariedade, em gain ground. The words of José Mário echoed in all that drove us. tempos em que forças trabalham para a normalização da violência, When all of a sudden 2020 is rammed by a pandemic that imposes apresenta um programa aberto que exige a participação pública e no confinement and social isolation, we felt that having democratic places for qual cinema e activismo vêm juntos ao diálogo. collective discussion would be vital. Doclisboa would have to help rebuild Antecipando outras formas de estar juntos, o Nebulae recorre este and strengthen society, and be open to and put forward worlds that will ano às tecnologias digitais para preservar as pontes que vinha a inspire us and make us cross time and space. Instead of an eleven ‑day construir entre os filmes que apresentamos – ou que agora se desenvol- festival, we decided to go on a six ‑month journey. vem e esperamos apresentar mais tarde – e os próximos caminhos que We shall start by discovering a past full of complexity and internal estes possam trilhar. Chamando novos participantes, concebemos o forces with the Permanent Travel – Georgia’s Restless Cinema Nebulae como a matéria não palpável onde se propagarão formas Retrospective. From its Soviet past up to now, Georgia has been building futuras de estar efectivamente juntos – filmes, pessoas e ideias que a rather rich and seldom seen cinematography. Many of the screening voltarão para estar aqui connosco. copies of the films we’ll present were unavailable and kept in former Só que o tempo permite muito e, num ano em que vimos tantos dos Soviet archives, to which the Georgian National Film Center only recently nossos colegas abandonados por uma política cultural que se demite gained access and was thus able to retrieve the collection we’ll now de identificar a precariedade dos indivíduos por detrás dos filmes que explore. These are striking films that as a whole remind us that the past is aqui se produzem, queremos que o Doclisboa seja também esse terreno the substance of memory and that we can only think about today by being de encontro de todos os profissionais – entre momentos formais e willing to reflect upon yesterday. informais, o Doclisboa será um espaço aberto para planear o futuro. We concurrently present Body of Work, a map of films struggling with Será uma viagem seguramente surpreendente e atravessada pelo the labour issues of today to which we add struggles from the past that inesperado. Queremos fazê‑la acompanhados, pois é certo que aquilo keep propelling some other future. The social differences stemming from que agora propomos é matéria permeável. A materialidade do the way the capitalist societies to which we belong are organised are Doclisboa dar‑se‑á a partir do que aqui está, mas concretizar‑se‑á em exposed in all their brutal consequences in times of severe crises. And so cada sessão e em cada encontro. Foi sempre a pensar no encontro que is a way of organising work that keeps a few safe to the detriment of the planeámos estes 6 meses. safety of others, and that, although having ancient roots, has shown us this year some more ramifications of that complex network of power. Following that, we present the programme of Doclisboa in an organis‑ ing gesture that is based on what unsettles us, but that also throws itself JOANA SOUSA, MIGUEL RIBEIRO into the arms of unforeseeable possibilities in five movements. Certain that we exist in a flow, and that other existences and other territories A Direcção do Doclisboa intersect with ours, our path starts with Movements; turning to intimacy and to that which strengthens us both individually and collectively, we find the Spaces of Intimacy; confident that moving forward is a continuous dialogue with the pasts that no matter how hidden they were always come out, we claim that there are So Many Stories Left Untold; given that the here and now are ephemeral, we chart the Archives of the Time Being, not only ordering the present we share today, but also getting familiar with other presents captured in the past; we bring the journey to an end by summoning several films that confront us with the unavoidable Where I’m Coming From, Where I’m Going To.