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ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE ALENQUER

ACTA N.º21 - 2005-2009

ACTA DA SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE ALENQUER, REALIZADA NO DIA DEZ DE FEVEREIRO DO ANO DE DOIS MIL E NOVE, A PARTIR DAS 21H15, NA SALA DE REUNIÕES SITA NO EDIFÍCIO DOS PAÇOS DO CONCELHO.

MESA: Presidente: Fernando Augusto Marques Rodrigues 1º. Secretário: Mário Alberto Ferreira Calçada 2º. Secretário: Ana Maria Maçarico Teomóteo

MEMBROS PRESENTES, para além dos que constituiram a mesa: António José Paulino Félix, António Vitor Pinheiro, Carla Maria Ferreira Araújo Marcelino, Carlos Manuel Melo Gomes Areal, Eduardo Antunes Duarte, Fernanda Cândida Vaz Rodrigues Torres, Helder Antunes Batista, João António Silva Hermínio, Joaquim Correia Pedro, Jorge Humberto Feliciano Brito, Jorge Manuel Rodrigues Oliveira (secretário da Junta de Freguesia de Santana da , em substituição do Presidente), José Gilberto da Silva Cristóvão, José Henrique Tomé Leitão Lourenço, José João Pereira Grácio, José Manuel Cortes Monraia (secretário da Junta de Freguesia de Carregado, em substituição do Presidente), José Manuel Damião Lopes Padilha, José Manuel Lains dos Santos, Luís de Jesus Martins F. Murteira, Luís Filipe Faria de Brito Barros Mendes, Luís Manuel Carvalho Aguiar Gualdino, Manuel Benjamim de Jesus Caseiro, Manuel Santos Viana, Maria Antónia Belchior Ferreira Barreto, Maria Regina Melo Carvalho dos Santos, Nazaré Maria Rodrigues, Nuno Gonçalo Cruz Inácio, Pedro Afonso Ferreira Monteiro, Pedro José Martins Esteves, Rui Manuel Cabaço da Silva Branco, Sérgio Correia Félix e Vítor David Rodrigues Ronca.

MEMBROS AUSENTES: Jacinto Aguiar Agostinho e Rogério Paulo Amoroso da Silva.

MEMBROS DO EXECUTIVO PRESENTES: Presidente: Álvaro Gomes Pedro; Vereadores: Eurico João Borlido, José Manuel Catarino, Jorge Manuel Riso, Luís Fernando Rema, Nuno Miguel Coelho e Pedro Miguel Moreira.

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PERÍODO DE “ANTES DA ORDEM DO DIA”

----- Os membros desta Assembleia, senhores Florindo Dias Abreu (eleito na lista da CDU, pelo PCP), Nuno Miguel Moita (eleito na lista da Coligação Pela Nossa Terra, pelo PSD), Paulo Franco e Vitor Fernandes (eleitos na lista do PS) e Gonçalo Maleitas Corrêa (eleito na lista da Coligação Pela Nossa Terra, pelo CDS), manifestaram a sua impossibilidade de estarem presentes à sessão de hoje. Foram substituídos pelos eleitos, Nazaré Maria Rodrigues, Carla Maria Marcelino e João António Hermínio, respectivamente. ------

----- Não foi possível operar a substituição do deputado senhor Gonçalo Maleitas Corrêa (CDS), em virtude do eleito que se lhe segue na ordem da lista, senhor João Galvão Teles, estar impedido – conforme foi indicado pelo titular do lugar. O eleito senhor Bruno Geraldes Pinto, posicionado imediatamente a seguir, não chegou a ser convocado por não estar presente na residência indicada, nem alguém seu familiar. A comunicação do senhor Gonçalo Corrêa deu entrada nos serviços, via fax, depois das 17H00 do dia anterior à sessão. ------

----- Os Presidentes das Juntas de Freguesia de Aldeia Galega da Merceana, Carregado e Santana da Carnota informaram que, por motivos de saúde, não lhes é possível estar presentes à sessão de hoje. Designaram para os substituir os seus legais representantes, senhores António Vitor Pinheiro, José Manuel Monraia e Jorge Rodrigues Oliveira. ------

----- O senhor Presidente da Assembleia, deu conhecimento de uma Moção apresentada pela CDU cujo teor é como se segue: ------

“Considerando:

1º. Que no dia 27 de Janeiro foi publicado no Diário da República a resolução do Conselho de Ministros nº. 12/2009 sobre as medidas preventivas da R.A.V.E.;

2º. Que a resolução abrange as quatro alternativas a 1, 1ª, 2 e 3;

3º. Que esta resolução vem, mais uma vez, prejudicar o desenvolvimento do Concelho de Alenquer, vindo impor medidas preventivas a uma parte significativa do nosso Concelho.

Assim a Assembleia Municipal reunida em 10 de Fevereiro de 2009 decide:

1º. Exigir ao Governo que rapidamente decida qual o traçado definitivo da R.A.V.E. no Concelho de Alenquer;

2º. E que logo de seguida o Governo liberte as outras três alternativas a fim de não lesar mais o nosso Concelho.” ------

----- Após votação, registou-se a sua aprovação por unanimidade. ------

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----- Seguidamente prestou a informação de que foi indicada a deputada senhora Regina Carvalho dos Santos como representante desta Assembleia na Comissão de Acompanhamento do PDM, procedendo uma solicitação da CCDRLVT nos termos do aviso (extracto) nº. 29350/08 publicado no DR, 2ª. série, nº. 240, de 12 DEZ – despacho exarado nos termos do disposto no nº. 1 do artº. 6º. e nº. 2 do artº. 22º. da Portaria nº. 1474/2007, de 16 de Novembro.

----- Apresentou, depois, um voto de pesar pelo falecimento da irmã do senhor vereador Eurico Borlido. Foi aprovado por unanimidade. ------

----- Leu o resumo do expediente endereçado à Assembleia Municipal conforme consta no documento anexo a esta acta. ------

----- O deputado senhor José Manuel Padilha, agradeceu ao plenário os votos de pesar, aprovados na Assembleia, pelo falecimento dos seus pais. Idêntico sentir foi manifestado à Câmara – que também aprovou votos de pesar. ------

------ORDEM DO DIA------

PONTO 1: APROVAÇÃO DA ACTA da sessão ordinária do dia 22.DEZ.2008 (Acta nº. 20/2005-2009) - nº. 2 do artº. 61º. do Regimento.

PONTO 2: Contributo para a DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA MUNICIPAL NO CONTEXTO DA REVISÃO DO PDM.

PONTO 3: Ratificação pela Assembleia do PARECER subscrito, em seu nome, pela comissão permanente no âmbito da consulta pública do estudo de impacte ambiental ao lote C1 da ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Porto – lote C1.

PONTO 5: Apreciação de uma INFORMAÇÃO ESCRITA DO SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA acerca da actividade e da situação financeira do Município e dos processos jurídicos pendentes – estado actualizado dos mesmos (alínea e), nº. 1 do artº. 53º. da Lei nº. 169/99, de 18 de Setembro e nº. 4 do artº. 68º. da citada Lei).

PONTO 1: APROVAÇÃO DA ACTA da sessão ordinária do dia 22.DEZ.2008 (Acta nº. 20/2005-2009) - nº. 2 do artº. 61º. do Regimento.

----- A Acta não suscitou discussão. Após votação verificou-se a sua aprovação por maioria, com 29 votos a favor e 4 abstenções. ------

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PONTO 2: Contributo para a DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA MUNICIPAL NO CONTEXTO DA REVISÃO DO PDM.

O senhor Presidente da Assembleia disse que entendeu colocar a questão do processo de revisão do PDM no contexto da intervenção do órgão deliberativo municipal enquanto ente capaz de produzir contributos para apoio e ajuda aos serviços municipais incumbidos dos procedimentos técnico/legais que enformam aquele documento estratégico para o futuro do Município. As intervenções que se iriam suceder não teriam cariz vinculativo e por isso não seriam sujeitas à votação. Deu nota da presença dos responsáveis pela equipa técnica que compila o PDM.

INTERVENÇÕES:

Deputado senhor José Lourenço (PS) – Leu um documento do seguinte teor: “DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO - Ocupando um território de charneira entre o Tejo e Montejunto, ou seja entre o Ribatejo e a Região Oeste, um território que é também ele de transição entre o rural a Norte e o urbano a Sul, o concelho de Alenquer reúne condições para ser, não só, a “porta de entrada”de Lisboa, mas também a “porta de entrada” da região oestina. Há muito que fazemos parte dessa região sem contudo verdadeiramente lá estarmos, pois o maciço calcário de Montejunto dela nos separa, e também ainda porque as acessibilidades a essa região são mais do que deficientes. Pois bem, se não estamos lá, pois que saibamos ser a sua “porta de entrada”, o que só conseguiremos se a nossa ( “nossa” da vila de Alenquer, para que não subsistam dúvidas…) ligação a Torres Vedras for radicalmente melhorada. Isto independentemente de, mais acima, poder vir a ser criado um corredor viário que nos conduza ao Oeste Norte e, ao mesmo tempo, abra essas terras ao progresso, melhorando significativamente as condições que hoje são oferecidas pela estrada que lá existe, a qual com os seus estrangulamentos na Abrigada, Cabanas de Chão, Paúla, Penedos e Labrugeira, constitui um verdadeiro constrangimento aos movimentos pendulares da população residente e também ao desenvolvimento da economia local. Ao serviço desta estratégia deveria ser colocada uma infra-estrutura que o concelho tem e que há largos anos está desprezada, como se fossemos um País rico e nos pudéssemos dar a luxos desses: refiro-me à pista da . Desprezada pela instituição militar desde que a Base Aérea n.º 2 foi desactivada e ela por lá ficou envolvida pelos matos como se fosse território de

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caça, utilizada de vez em quando para filmes publicitários ou brincadeiras motorizadas. Desprezada pela sociedade civil, que nunca soube tirar partido dela, já que a sua utilização não beliscaria em nada o Centro de Formação que a Força Aérea ainda por lá mantém. Em boa verdade a pista da Ota poderia num futuro próximo, vir a estar para toda a região do Oeste, como o aeródromo de Tires sempre esteve para a Costa do Sol. Melhor ainda, porque esta pista para além de poder receber aviões de turismo e executivos, tem ainda condições para receber aviões de médio porte. Todavia, ela de nada valerá, sem a existência das necessárias vias rodoviárias que viabilizem uma rápida e cómoda ligação ao municípios da beira-mar. Esta infra-estrutura aeronáutica poderia efectivamente ser colocada ao serviço do turismo e da economia do Oeste, e esta é uma ideia que deveríamos saber vender a essa Região. O Oeste não tem um aeródromo – existe o de Fátima, é verdade, mas não oferece as mesmas condições e será sempre um tanto ou quanto excêntrico a esta vasta região – mas o Oeste virá a precisar de o ter, pelo que não devemos ficar à espera que sejam outros a oferecê-lo. Em boa verdade o turismo desta Região cresce a olhos vistos, um crescimento alicerçado, também, na existência de campos para a prática do golfe, uma modalidade que garante fluxos turísticos todo o ano, mais ainda nas estações frias, quando os greens da Europa estão impraticáveis. Mas, como todos sabem, esta é também uma modalidade praticada por gente rica e apressada, que quando tendo dois ou três dias disponíveis se enfia no seu avião de executivo e aí vem praticar a modalidade de que gosta, sendo evidente o jeito que daria ao Oeste, que aposta fortemente nessa fileira turística, ter por perto um Aeródromo que o sirva. Mas não só o golfe. Também os Congressos que a sua capacidade hoteleira já alicia, e, ainda, uma economia industrial e agrícola de ponta que precisa do avião. O Aeroporto da Portela nunca colidiu com a existência e crescimento do Aeródromo de Tires, porque os dois servem segmentos diferentes da aviação. Do mesmo modo e o Ota nunca seriam incompatíveis. Quais os eixos principais sobre os quais deverá processar-se o nosso desenvolvimento económico? Pensamos que deverão ser os seguintes: - Uma Indústria essencialmente virada para as Novas Tecnologias que produza com alto valor acrescentado e utilize mão-de-obra qualificada, uma vez que a mão-de-obra barata será sempre terreno fértil para as deslocalizações e para o desemprego. - O Turismo, em consequência da nossa posição estratégica face a Lisboa e ao Oeste, oferecendo o nosso concelho condições para o desenvolvimento e exploração de algumas vertentes interessantes. - A Logística fazendo jus ao nosso posicionamento geográfico, concelho “porta de entrada” de Lisboa e do Oeste.

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- E uma agricultura, baseada na Vitivinicultura, esta já com uma forte implantação local, não esquecendo ainda uma outra produção agrícola com raízes históricas no concelho e na qual chegámos a ser o maior produtor nacional: a da cereja e a da Ginja, fazendo juz às nossas «ginjas garrafais» que levaram o nome de Alenquer para os mais conhecidos Dicionários Coreográficos dos séculos XVIII e XIX. Esta aposta, para vingar e crescer, deveria ser servida, na vila de Alenquer, por um Gabinete de Apoio ao Investidor, Gabinete esse que estudasse e promovesse o nosso potencial para receber empresas e estabelecimentos, que mantivesse actualizada a oferta imobiliária disponível sem contudo se substituir às imobiliárias, que projectasse e promovesse a construção de pelo menos um Parque Industrial e de umas quantas bolsas industriais no alto concelho, e que também apoiasse o investidor na instalação das suas empresas, depois de encontrado e negociado o terreno. Este Gabinete deveria ser acompanhado de duas outras infra-estruturas: Um Centro para Exposições permanentes e temporárias e um Centro para apoio à Formação Profissional e para a dinamização do Ensino Profissional no nosso concelho. Esse grande edifício, já existe e chama-se Romeira, também ela antiga fábrica e praticamente único vestígio de um passado industrial pujante, logo carregada de simbolismo. Mas da Romeira deveriam ficar tão só as paredes exteriores, sendo urgente obras profundas no seu espaço interior, o qual deverá ceder às exigências da modernidade e da funcionalidade. Irradiando deste Centro multifacetado e polivalente, partamos, pois, para uma breve abordagem aos quatro eixos que perspectivamos para o desenvolvimento económico concelhio: - Empresas – Novas Tecnologias. Não tenhamos grandes ilusões, o caminho que o PAT oferecerá para a captação de investimento industrial, não será de êxito fácil, porque definindo áreas, não oferece terrenos devidamente infra-estruturados, de custo acessível e imediatamente disponíveis. Sendo o País pequeno e já grande o número de auto-estradas e demais vias que o tornam ainda mais pequeno, uma empresa fixa-se onde lhe sejam dadas mais condições, seja a Norte como a Sul, no Interior ou na Costa. O País, e nós também, temos de perceber uma vez por todas, que o que determina o investimento é: A Estabilidade Social, uma mão-de-obra qualificada, uma legislação laboral moderna, pouca burocracia, um Sistema Fiscal razoável e, diria eu, um terreno barato, disponível e já infra-estruturado. É isto que o investidor procura, esteja eu ou não de acordo com algumas das premissas aqui indicadas. Por isso Alenquer precisa de partir para o seu Parque Industrial que se deverá situar junto ao IC2 e precisa ainda, de definir no chamado Alto Concelho, quatro ou cinco áreas que funcionem como Bolsas de acolhimento para as mini-empresas, tão necessárias e

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importantes para o dia-a-dia das populações laboriosas, pelo que deverão situar-se perto das mesmas. Pensamos ainda que, de uma vez por todas, este PDM deverá pôr fim ao regime de promiscuidade entre o industrial e o urbano que em alguns locais do nosso baixo concelho tem vigorado. Deve-se arrumar o que for possível arrumar, organizar e requalificar. O plano de pormenor Carregado Este é, aparentemente, exemplo do caminho a seguir É já evidente que será a Norte de Alenquer e no eixo do IC2, que o concelho industrial deverá crescer, exigindo-se forte contenção em toda a zona a Sul de Alenquer, já que será por aí, entre as Paredes e o Carregado, que se situa a zona natural de expansão das vilas de Alenquer e do Carregado, dois pólos que deverão unir-se formando a cidade do futuro. O pólo histórico, administrativo e turístico de Alenquer e o pólo moderno, comercial e de serviços do Carregado. Outra zona que poderá reunir condições para albergar empresas, quiçá um Parque, é aquela que corresponde às actuais pedreiras, cuja actividades impreterivelmente cessarão um dia.. Há pois, em sede de PDM, que traçar-lhe o futuro. Turismo – Pensamos que existem condições para que o turismo concelhio se venha a constituir como uma indústria que traga proventos ao concelho e deixe de ser essa coisa, não sabemos bem o quê, que anda para aí a voar e que todos esperamos que, por obra e graça do Espírito Santo, venha um dia aqui a poisar. Alenquer não pode ficar a ver turistas a passar para o pólo emergente do Oeste. Até agora a nossa visão sobre o turismo tem sido idílica. Fizeram-se umas rotas é certo, mas nem os proprietários – das adegas, dos moinhos, das Igrejas, ou lá do que seja - alguma vez se mostraram preocupados com isso e pensaram em as levar a sério. Mas não admira, porque tão pouco se conseguiu o impossível, ou seja, a captação e organização de fluxos turísticos que viessem a alimentar essas rotas. De facto o Turismo é uma Indústria e como isso deve ser encarado, devendo a autarquia fazer um esforço de captação de empresas, ou seja, resorts, hotéis, casas de turismo real, etc. Havendo empresas haverá turistas e turismo, e aí sim, funcionarão as rotas, aí justificar-se-à o investimento concelhio na dignificação dos pólos que poderão vir a servir essa indústria, os quais, no nosso concelho, bem poderiam ser os seguintes: -Alenquer/ Vila – Com o seu Centro Histórico polinucleado, mais concretamente, o Areal, a Judiaria e o Terreirinho O Areal poderia ser um importante pólo do turismo cultural, com o Celeiro Real/Portal da Rota do Vinho, a Igreja de Santa Maria da Várzea musealizada e feita Casa Memória de Damião de Góis - um vulto do humanismo europeu -, a Torre da Couraça expropriada e com o seu edifício reconstruído, tornada Torre da Memória, sede do nosso Arquivo Histórico e albergando em todo o seu interior uma exposição que integrasse a reconstituição dos

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ambientes característicos das ocupações que marcaram o nosso passado colectivo, o Edifício que foi da Real Fábrica de Papel, de tal modo importante que foi objecto de um trabalho científico apresentado no Congresso Internacional dos Historiadores do Papel que decorreu na Alemanha. Aí se poderia instalar um Museu do Papel que nos falasse do medieval Moinho de Manuel Teixeira - um dos primeiros que produziu papel em a partir do trapo de linho - da fábrica Gardener e Silveira - que existiu no Contador-Requeixada e donde saiu o papel com que se fizeram as primeiras Cédulas do Real Erário, que foram o primeiro papel- moeda que Portugal teve - e ainda de duas outras, a Real Fábrica e a Fábrica de Papel e Cartão Ota, esta já no século XX. Tudo isto coroado pela Porta do Carvalho que no seu interior bem poderia receber um auditório ao ar livre. Seremos mais breves na definição dos outros núcleos: A Judiaria com as suas ruas medievas e a Escola Conde Ferreira, a primeira que o País conheceu. Deixando ela de acolher a colecção Hipólito Cabaço, deveria ser musealizada a preceito, tanto mais que hoje decorre um processo para a criação de uma rede nacional de concelhos que tiveram Escolas Conde Ferreira, e a nossa foi a primeira de todas elas. O Terreirinho, com S. Francisco, a primeira casa dos franciscanos em Portugal ao alto, e em baixo S. Pedro com a capela/túmulo de Damião de Góis, não esquecendo o turismo religioso que procura a capela/túmulo da Sãozinha. Mas a vila tem muito mais para oferecer como o conjunto do Espírito Santo, sobrando ainda preciosidades como o Oratório de Santa Catarina cujos claustros albergam o túmulo de um Rei. Estes últimos, até pelo facto de serem propriedade privada, deveriam merecer melhor atenção. Veja-se como os tais privados trataram a Torre da Couraça… Porém se a vila de Alenquer, a mais importante vila histórica da grande Lisboa, cidade da qual dista meia horta, pode orgulhar-se do seu património, ela vale, principalmente pelo seu todo, pelo pitoresco das suas colinas – a Jerusalém do Ocidente como era conhecida nos primeiros tempos na nacionalidade – pelos encantos do seu rio, pelo casario desbordando-se qual presépio. Atendendo a isto, este PDM deverá ser rigoroso na defesa deste sítio e das colinas que nos envolvem, não consentido que a voragem do betão belisque um metro quadrado mais que seja, porque para desgosto dos alenquerenses bastam já algumas dentadas vorazes que a paisagem sofreu, aqui bem dentro deste anfiteatro natural que nos envolve. E nada haverá que apague esse desgosto… - Outro pólo, a frente ribeirinha, virada ao Tejo que poderia acolher infra-estruturas de suporte à prática de desportos náuticos como a canoagem, a vela, o remo, e ainda desportos motorizados, como as motos de água. Esta frente deveria ligar-se à vila por um corredor verde, via ciclo-pedonal de sucesso garantido, e por isso mesmo há que, em sede de PDM, contemplar o seu traçado.

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- Montejunto e o Canhão Cársico da Serra de Ota, sítios predestinados para os desportos da natureza, não deixando de oferecer outros atractivos culturais, como por exemplo uma flora endémica muito rica, grutas e escarpas para a espeologia e escalada, etc. Para os terrenos que se oferecem como contraforte da Serra da Neve prefiguram-se projectos que envolvem campos de golfe e, de facto, com aquele magnífico cenário da Serra por detrás, se tais projectos avançarem pensamos que terão sucesso, mais ainda, se o Aeródromo da Ota, viesse a ser uma realidade. Todavia a Paisagem Protegida da Serra deverá ser intransigentemente defendida e valorizada, pois é única na Região. -E as Quintas de Alenquer, património de inestimável valor, que poderia servir de suporte a um turismo rural, de que as Quintas do Douro se afirmaram como paradigma nacional. Falemos desses outro eixo de desenvolvimento - a Logística. Esta nem sempre se afigura simpática como aposta para uma economia. Mas ela é necessária e pode gerar mais valias, devendo, contudo, qualquer projecto, aqui ou no âmbito do PAT, acautelar rigorosamente o bem estar das populações residentes e a fluidez e segurança do trânsito local, prevendo a existência de parques para pesados e de acessibilidades dedicadas a esse fim. Logo o PDM deverá definir criteriosamente os locais a ela destinados. Acima de tudo, não se deverá sobrecarregar, nem com mais um carro que seja, a zona Alenquer/Carregado. - Por último a Agricultura e a sua vertente agro-vitivinicola. Isto é tão evidente que se dispensam mais palavras, ou só umas poucas, para apoiar o tal cluster do vinho. Não ficar pela produção, mas ir ao encontro de rigorosamente tudo que fique a montante e a jusante da cultura e da produção: Por exemplo. Ciência/investigação, ensino, formação, comercialização, serviços, etc. Já fizemos menção de uma cultura arborícola, a da cereja e a da ginja, na qual a zona de Alenquer e em especial o Vale de Ribafria, foram riquíssimos. Ainda em tempos não muito distantes chegou-se a falar das Cerejeiras em Flor nesse Vale, como algo comparável ao cartaz das Amendoeiras em Flor no Algarve. Entretanto, que aconteceu às nossas cerejeiras e ginjeiras? Trata-se de uma cultura que praticamente nos deixou. E no entanto ela poderia ter adquirido alguma dimensão, não só agrícola, mas também agro-industrial, à semelhança do que acontece em alguns outros concelhos. Faltou-nos Visão, iniciativa, apoios, incentivos e tudo o mais, para que as históricas «ginjas grarafais» de Alenquer se impusessem, dando assim um contributo para a economia de umas tantas famílias e para o cartaz turístico alenquerense. Não iremos falar disso, mas é evidente que para o sucesso de qualquer estratégia económica, como aquela que sucintamente definimos e que desejamos para o nosso concelho, se torna imperativo trabalhar as acessibilidades, o ensino, a formação e até mesmo a investigação. É preciso tudo isso e também, fazê-lo em prol das pessoas e da sua

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qualidade de vida, no respeito pelo ambiente. Só assim teremos um desenvolvimento sustentado e sustentável, só assim teremos um concelho progressivo e atractivo, principalmente para os jovens, componente sempre desejável da nossa pirâmide etária. O PDM não é um Plano de Actividades, ele é um Plano de organização territorial. Deveremos pois saber o queremos para que o PDM nos possa dizer, clara e inequivocamente, onde teremos aquilo que queremos ter, que é justo que queiramos ter, e que necessário se torna para venhamos a ser um concelho moderno e progressivo.”------

Deputado senhor Carlos Areal (PCP) - Pretendeu deixar registado um ponto prévio – “que o meu interesse na discussão do PDM de Alenquer é exclusivamente de cidadania e de motivação política. Deverá assim constar que apenas sou proprietário no concelho, de uma fracção autónoma do prédio onde habito e além disso a única terra que possuo é a que está nos vasos que tenho em casa. Não sou possuidor directa ou indirectamente de nenhum terreno e por isso permito-me uma visão distanciada das questões de utilização do território e da forma como é utilizado. No ambiente de incerteza em que se vive: - uma fortíssima crise económica; paradigmas que eram verdadeiros há uns meses atrás e que hoje já não o são; que estimados economistas, dos mais reputados falharam nas suas previsões (como foi o caso do anterior presidente da reserva federal americana) que um conjunto de governos dotados de todos os instrumentos de regulação falhou – mudaram de há um ano a esta parte certezas e várias outras coisas. As certezas hoje são areias movediças. Ganhamos todos mais incertezas a todos os níveis, inclusive no que respeita a alguns modelos de desenvolvimento. Inclusive, o PS a nível governamental irritou-se e muito com uma empresa, que fez previsões negativas quanto ao aumento de risco da dívida do país mas foi essa mesma empresa que classificou a Islândia como um dos exemplos mais pujantes em termos de solidez financeira só que a realidade mostrou a inconsistência da previsão. Isto para significar até onde se pode ir com as projecções. Os economistas são bons a explicar o que se passou mas não no que respeita à previsão do desenvolvimento das economias. O problema é quando nos confrontamos com o futuro. Neste exercício todos somos capazes de dizer o que queremos e o que gostaríamos para Alenquer e o desejável para daqui a 10 anos. Outro paradigma que está a terminar é o do reinado do betão. Em grande parte dos municípios o desenvolvimento fez-se à custa dos loteamentos de terrenos e das receitas provenientes de licenças de construção, edificação de prédios e mais-valias das respectivas vendas, o que implicou a atracção de populações. O disparo da construção confluiu num excesso de habitações que permitem aos mais endinheirados ter uma 2ª. ou 3ª. casa e implicou a banca, os créditos e o endividamento de muitas famílias. A casa própria permite estabilidade mas não é um bem facilmente transaccionável e isto choca com o facto de já não

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haver empregos de longa duração. Os que há são cada vez mais precários, deslocalizados e com mais necessidades de adaptação. Isto leva à questão de se criar o mercado do arrendamento que permita mobilidade. Esta é uma componente de futuro! A crise em curso levará ao incumprimento das obrigações bancárias pelas famílias que serão compelidas a socorrer-se dos fundos de investimento imobiliário e isto comporta menos taxas para as Câmaras. No contexto enunciado resta saber se as zonas urbanas vão continuar a crescer indefinidamente e se zonas que hoje não são urbanas o serão no futuro? É evidente que não! A actividade económica precisa de um outro tipo de urbanismo e nesta perspectiva o PDM tem de apontar caminhos radicalmente diferentes. Não pode haver betão atrás de betão sem espaços verdes para usufruto dos cidadãos. Todos apelamos a um magnífico chavão – queremos empresas de base tecnológica, apostas nas novas tecnologias… veja-se o que aconteceu com a Quimonda, uma empresa líder e moderna sem problemas de desadequação tecnológica ou de capacidades profissionais – bastaram problemas ao nível das estruturas de decisão na Alemanha ou noutra parte do mundo globalizado para se verificar o seu encerramento. Isto é, devemos desenvolver o que é nosso. A aposta do PDM deverá ser na educação em escolas de referência no que concerne à exigência do conhecimento e na qualificação dos processos. Este capítulo permitirá responder aos desafios do futuro. Outra vertente a prevenir no PDM – a preservação do património histórico-natural e construído. – há que insistir na recuperação dos imóveis degradados e na sua modernização. Em relação aos PAT’s que estão em curso de modo a harmonizarem-se com o PDM e relançar o concelho, na minha condição de ateu estou muito pouco crente – os sinais que me chegam são mais indicativos de um “rentabilizar algo que notáveis investidores pretendiam ganhar” se o aeroporto tivesse ficado no concelho”.------

Deputado senhor Luís Barros Mendes (CDS) – Leu um documento do seguinte teor: “Estratégia – conjunto de princípios orientadores para alcançar um fim. Mas estratégia deverá ser aqui entendida como Estratégia de Desenvolvimento para Alenquer. Não deve ser confundida com plano de acções ou com táctica ou com actividades pontuais. Estratégia que visa dar um rumo ao desenvolvimento e à modernização, apostando no ambiente, no ordenamento do território, na requalificação urbana, no conhecimento e num amplo conjunto de políticas sociais. Estratégia deve ser sinónimo de criação, desenvolvimento e utilização adequada dos meios e instrumentos à disposição do poder autárquico e do cidadão, tendo em vista atingir os objectivos traçados. Para nós o importante hoje e aqui é traçar objectivos e metas.

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Não adianta pensar em falsos unanimismos, de que todos queremos o melhor para o concelho. Há visões diferentes do que deve ser o concelho de Alenquer dentro de 10, 20, 30 a 40 anos. Nós entendemos que o nosso concelho não deve ser uma grande palatoforma logística nem uma mega urbanização de segunda ou terceira habitação. A nossa ambição é maior: Queremos ensino profissional de qualidade, e não apenas cursos de cabeleireira e empregado de mesa! Queremos empresas competitivas e geradoras de valor e não apenas logística e mais logística! Queremos populações felizes por viver num concelho com qualidade de vida e não jovens qualificados a ir viver para Lisboa ou Torres Vedras, porque têm mais oportunidades! Queremos centros das aldeias e vilas requalificados e não grandes urbanizações na periferia das localidades! Queremos equipamentos colectivos dignos do século XXI e não uma política de mendigar favores aos autarcas da CMA! Queremos sinergias com os concelhos vizinhos e não a ideia que sozinhos faremos melhor! Ambicionamos muito, muito, muito para o nosso concelho. Mas somos realistas e SABEMOS estabelecer prioridades. As nossas prioridades são: - Criação de uma escola profissional de topo, em parceria com outros municípios (Azambuja), com as empresas e associações empresariais. - Requalificação urbana das nossas aldeias e vilas; - Combate à desertificação, permitindo a expansão urbana das aldeias e vilas do alto concelho e investindo em equipamentos colectivos e de apoio social; - Fazer um estudo para definir Áreas de Localização Empresarial (ALE) que não ocupem os solos de maior aptidão agrícola do concelho (zona do ex-futuro NAL não será certamente a única localização possível); - Confinar a logística ao eixo Azambuja – Carregado; - Apostar na captação de empresas de todos os sectores e não pensar que só nos interessa empresas de alta tecnologia, porque para essas ainda não temos mão-de-obra suficientemente qualificada e também porque são investimentos de alto risco que aparecem e desaparecem a alta velocidade; - Apostar na “Boa Governança”, por exemplo divulgando o draft da estratégia no web site da CMA. - Apostar em novas ocupações do solo para as zonas agrícolas que vão sendo abandonadas (ex: arranque da vinha, que cultura agrícola deve ser estimulada?)

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- Reforçar a competitividade territorial, por exemplo com mão-de-obra qualificada e ALEs modernas e atractivas para captação de novos investimentos - Melhorar drasticamente a mobilidade intra concelhia com novas vias que sirvam os munícipes; - Qualidade nos serviços disponibilizados aos munícipes, tanto os disponibilizados pela autarquia como pela administração central. ------

Deputada senhora Maria Antónia Barreto (PS) - Centrou a sua intervenção nas áreas do ensino e dos equipamentos sociais. “Começando pela área do ensino – se me permitem esta reflexão, era só o que faltava algum dos colegas dizer que esta área não é prioritária. Esta evidência é clara em qualquer parte do mundo quando o desafio se coloca no combate ao desemprego e no desenvolvimento. O ensino e a formação devem ser uma vertente estratégica do PDM. Segundo os dados estatísticos de 2001, 16,6% das pessoas do concelho não têm qualquer escolarização; 11,7% são analfabetos. 15% tinham o ensino secundário. 38% tinham a 4ª. classe. Só 7% tinham ensino superior. Isto configura um “handicap” a vários níveis se quisermos entrar nas áreas da qualidade e da formação, ligando-os aos equipamentos que, até 2001, se consideraram. Nessa altura 63% das crianças não tinham acesso ao pré-escolar. Hoje a rede escolar cobre todo o concelho, pesem algumas insuficiências que obrigam o recurso ao privado para satisfazer as listas de espera. A estratégia para o ensino começa na creche a partir dos 3 anos e vai até ao 12º. ano, obrigatoriamente. Isto implica a criação de equipamentos colectivos da pequena infância (creches); o actual panorama ao nível das estruturas escolares aponta para a construção de Centros Escolares – no fundo uma modalidade de Agrupamento. Esta realidade cria o problema de se saber o que fazer com os edifícios ora afectos às escolas do 1º. Ciclo. Ao nível da profissionalização importa criar escolas abalizadas. As vertentes disponibilizadas pelo ensino secundário – cursos profissionalizantes não são uma resposta de 1ª. qualidade. É fundamental apostar nas áreas do turismo e da cultura – o que aponta para novos conteúdos e currículos, bem como para outras áreas como sejam recuperação do património etc. Há a considerar, também, a recente transferência de competências ao nível do ensino – do poder central para o poder local – operada pelo D.L. 144/2008. Outra questão pertinente é a da inclusão – o problema da deficiência. Há um leque de intervenções que urge fazer-se no concelho, a muitos níveis. Registo como estratégia, também, os equipamentos colectivos de apoio à 3ª. idade, no nosso concelho que está envelhecido. Há carências de estruturas para este fim – desde os centros de dia até aos lares.

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No que respeita à juventude (importa combater a desertificação, criando condições para a sua fixação) os equipamentos sociais são determinantes. As condições de saúde são vistas numa óptica macro (diferente da orientação dada ao sector da educação). Localmente a oferta é insuficiente e dentro dos compartimentos legais deverá pugnar-se por conseguir mais-valias nesta área.” ------

Deputada senhora Nazaré Rodrigues (PCP) – Referiu a subordinação do PDM ao PROT Oeste que assenta o desenvolvimento da zona em matrizes apoiadas na agricultura, industria e turismo e sendo assim a estratégia do concelho fica balizada por aqueles objectivos. Manifestou preocupação pelo facto do PDM em vigor ter sido fruto, em grande medida, do entendimento e planificação de técnicos quando deveria ter sido decisiva a intervenção dos agentes políticos. Ter-se-á feito a casa ao contrário. Fala-se actualmente nos PAT e PP – que devem integrar o PDM - não deverão ser instrumentos desvirtuadores deste documento. Dá-se a ideia de que com o PAT se conseguirá mais 20% de área para construção ao qual acresceria outros 20% via PDM o que resulta em mais betão! Os PAT e PP “aterram” todos em locais determinados. Isto deixa preocupações quanto à estratégia, que foi enriquecida pelos anteriores oradores deputados Carlos Areal (PCP) e Luis B. Mendes (CDS). Perguntava que estratégia havia do executivo camarário para a revisão do PDM no contexto dos PP integrados nas medidas compensatórias: quem defende e que estratégia transportam consigo? Esta intervenção é uma preocupação de cidadã face à construção criada nos últimos 30 anos e à expectativa de que se vai legar aos vindouros, concluiu.------

Deputado senhor João Hermínio (PS) – Leu um documento do seguinte teor: “REVISÃO DO PDM DE Alenquer - Ocupação do Território, Acessibilidades e Ambiente - Enquadramento - O próximo PDM de Alenquer, elaborado segundo a orientação política do executivo do PS, com os necessários contributos de todos os cidadãos do concelho e demais organizações representativas de interesses colectivos, terá de ser, seguramente, um instrumento que levará o nosso Município a conhecer uma novo ciclo de dinamismo social e económico, no cumprimento de princípios estratégicos fundamentais, quais sejam o desenvolvimento sustentado, o respeito pelas regras ambientais e de toda a legislação atinente ao ordenamento do território. A revisão em curso do nosso PDM é também um momento crucial para corrigir as demonstradas fragilidades do PDM actual, nomeadamente no que tem a ver com a definição mais precisa dos limites e respectiva expansão dos aglomerados urbanos, no que respeita às cartas da R.E.N e R.A.N. que nem sempre foram classificadas (ou interpretadas) da forma mais correcta em algumas áreas do Município, sabendo todos nós os prejuízos que dai tem

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advindo para muitos cidadãos e também para o crescimento e desenvolvimento harmonioso de parte deste nosso concelho. E quando falamos de prejuízos para o concelho, falamos das condicionantes à expansão de alguns perímetros urbanos de variadas localidades do nosso concelho, com tudo o que isso tem de negativo em termos de envelhecimento e perda de população, concretamente nas freguesias a norte da sede do Município. Sem pretender colocar em causa as características rurais de grande parte do nosso concelho, antes pelo contrário, sabemos que o envelhecimento das populações nas mencionadas freguesias; as baixas habilitações literárias e profissionais de muitos cidadãos ai residentes; a estrutura fundiária; o relativo abandono de muitas propriedades, são uma realidade que não ignoramos. É certo que a responsabilidade destas realidades não pode ser assacada exclusivamente à impossibilidade de desenvolvimento de perímetros urbanos nas freguesias a norte da sede do concelho. Porém, uma parcela significativa dessa responsabilidade cabe efectivamente as condicionantes impostas pelo PDM. Urge por isso dar também resposta no PDM Revisto a diferentes realidades na óptica da optimização de cada uma delas. Por outro lado; Porque conhecemos bem o nosso Município, não ignoramos que nos faltam um conjunto de acessibilidades, que iremos continuar a reivindicar junto do poder central e que, quando implantadas, irão ajudar a melhorar a nossa rede viária e a consequente mobilidade dentro do concelho, para que os espaços que pretendemos criar e promover como pólos dinamizadores de actividades ligadas à pequena industria e aos serviços se possam complementar, aproveitando diversas sinergias locais. A nível ambiental, estando hoje o concelho com uma muito significativa taxa de cobertura de saneamento básico, é também necessário implantar um conjunto de mediadas que melhorem a qualidade de vida das populações. Ocupação do Território, acessibilidades e Ambiente, São áreas fundamentais que devem ter medidas concretas plasmadas no PDM em revisão 1 - Ocupação do território - No que respeita à ocupação do território é necessário prever o alargamentos dos perímetros urbanos nas freguesias rurais sem descaracterização desses aglomerados. Há que conciliar a ruralidade adquirida com o desenvolvimento e fomentar a fixação de população. - E para que as populações se fixem é também necessário prever a desafectação de solos para efeito de localização de pólos de relocalização industrial e de serviços, permitindo que se crie um empresariado mais dinâmico e competitivo, o que em muitos casos não é possível em face das condicionantes próprias dos centros urbanos onde essas actividades se encontram.

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2 - Acessibilidades - No quadro das acessibilidades regionais, o concelho de Alenquer tem assistido a melhorias significativas, conferindo-lhe um maior grau de centralidade e de acessibilidade aos principais centros urbanos do País. Neste sentido, destaca-se inevitavelmente o denominado nó do Carregado, com as múltiplas ligações entre a A1, a A 10 e Ponte da Lezíria que conduz a diversos outros pontos do País. - Todavia, o concelho de Alenquer carece efectivamente de uma malha viária interna que permita o desenvolvimento das freguesias a norte da sede do concelho. - Nesse sentido, é necessário prever um conjunto de ligações municipais entre as principais localidades sede de freguesia. - É necessário implementar um conjunto coerente de vias alternativas ao trânsito no interior muitas localidades do concelho, que permitam a fluidez e a mobilidade. - Por outro lado, é absolutamente necessário prever a requalificação da EN 9, sem descaracterização dos locais e gentes que este via central no concelho vem servindo, a sua requalificação e previsão de novo traçado não pode significar que ela venha a ter uma função diferente da quem actualmente que é permitir a circulação no coração do concelho e permitir a comunicação interior do município. Em matéria ambiental Ambiente - A consagração da possibilidade de instalar pequenas industriais e serviços em zonas devidamente infra-estuturadas para o efeito, vem gerar a possibilidade de um ganho ambiental significativo com a requalificação urbana que pode ser feita. - O PDM deve também prever e reservar solos para a construção de um aterro para resíduos industriais, devidamente infra-estruturado e com respeito por todas as normas ambientais. - Tal estrutura poderá absorver, e se possível reciclar, muitos dos resíduos que hoje selvaticamente são despejados em zonas rurais sem qualquer tratamento, permitindo com isso melhorias ambientais significativas, devendo dizer-se que equipamento não terá uma intenção de atrair resíduos de unidades industriais externas ao concelho, mas antes a prestação de um serviço e constituir uma mais-valia para as que cá estão implantadas ou pretendem vir a instalar-se. Em suma dizer que aquilo que fica dito são propostas de debate e de reflexão e dizer também que tais propostos não podem ser vistas isoladamente mas todo coerente que necessariamente tem de ser o PDM.”------

Deputado senhor João Grácio (PS) – Presidente da Junta de Freguesia de Pereiro de Palhacana – Referiu as reuniões tidas com os técnicos municipais encarregues da elaboração da Revisão do PDM para frisar que deverão ser levadas em consideração as

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características de cada Freguesia. Neste contexto – o da preservação dos valores patrimoniais e culturais – é fundamental que se atente à qualidade das acessibilidades, intra- localidades, como factor importante na fixação das populações. A questão dos Centros Escolares é relevante. Noutro âmbito a defesa da vinha enquanto valor cultural é pertinente, não só pelo valor económico mas e também enquanto património. ------

Deputado senhor Luis Aguiar (PS) – Presidente da Junta de Freguesia de – Disse que a sua freguesia se localiza a 5 minutos da Vila; é eminentemente rural com prevalência de pequena propriedade agrícola e aqui regista-se o fenómeno da falta da mão-de-obra para amanhar a terra. A freguesia está a desertificar-se em termos humanos mercê dos condicionalismos impostos pelo actual PDM que não permite a construção de casas para além do perímetro pré-fixo. 3 a 4 dezenas de casais novos adquiriram habitação fora da Freguesia. Neste contexto é crucial o alargamento dos perímetros urbanos já que os existentes não dão resposta às necessidades reais. É determinante a recuperação e melhoria das acessibilidades. Igualmente julgava importante a criação de pequenos parques para instalação de indústrias de reduzido porte. A protecção ambiental nas zonas de exploração de inertes e a consequente recuperação das áreas de lavra desactivada é algo que deverá ficar prevenido. Foi aventada a implantação de uma cortina arbórea – o que não aconteceu até agora. Defendia a inclusão de mecanismos no PDM que obrigasse os titulares dos terrenos loteados – quando únicos na Freguesia – a colocarem-nos no mercado. ------

Deputado senhor Manuel Caseiro (PS) – Presidente da Junta de Freguesia de Ribafria – Referiu que entregou à equipa do PDM um mapa das carências da sua freguesia. A questão crucial prende-se com a melhoria das acessibilidades intra e extra aldeias da freguesia e com a criação de equipamentos sociais para apoio aos jovens e idosos. A partida dos filhos para outras localidades urbanas implica o “abandono” dos pais e avós com nítidos prejuízos para o tecido familiar. É urgente o alargamento dos perímetros urbanos como instrumento estratégico ao nível da freguesia. A determinação das áreas disponibilizadas deve ficar devidamente identificada e perceptível por qualquer um. O PDM deverá ser objecto de apreciação pública sustentada numa divulgação ampla e eficaz.

Deputado senhor José Manuel Lains (PS) - Presidente da Junta de Freguesia de Cadafais - fez a leitura do seguinte documento:

“Começo a minha intervenção por alguns considerandos acerca do P.D.M., passando depois à Freguesia de Cadafais.

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É inquestionável que a actual legislação, no que concerne à elaboração dum P.D.M., mudou radicalmente em relação aos planos Directores Municipais em vigência, implicando maiores e melhores estudos e Planos em diversas áreas. Ficou sem sentido o conceito de que um P.D.M. era principalmente um documento de áreas onde se pode ou não construir. Também as realidades actuais não têm nada a ver com as de 1994 – Ano de elaboração do P.D.M. em vigor no nosso concelho. Neste sentido nunca nos poderemos dissociar da realidade geográfica de Alenquer – Parte Integrada na Zona de Lisboa e Vale do Tejo (a zona mais industrializada e mais povoada) onde se situa a Freguesia de Cadafais, a restante integrada no Oeste-Zona de cariz rural e de fraca densidade populacional. Mas existe um conceito em relação aos P.D.M.’s que não foi alterado – ser um instrumento onde devem constar quais as vias de desenvolvimento que se pretende para o nosso concelho. Este trabalho ou melhor este contributo, deverá um contributo político, da obrigação do Executivo Camarária e da Assembleia Municipal contando com uma colaboração muito estreita com todas as Juntas de Freguesia. É também um contributo, no meu ver, que não pode ser partidarizado ou exclusivo de qualquer força política, mas sim um somatório das propostas mais realistas resultantes de todos nós. Penso também estarmos todos de acordo que a não vinda do aeroporto para a Ota, implicou uma redefinição da estratégia do desenvolvimento pretendido para este concelho. Acerca da freguesia de Cadafais e em relação ao P.D.M., foi elaborado uma proposta escrita pelo Executivo ao gabinete do P.D.M., em que foi feita uma caracterização da Freguesia, assim como algumas propostas de infra-estruturas ainda por concluir e basicamente a Freguesia pode ser dividida em duas zonas – a rural na qual se incluem os lugares das Preces e Refugidos, e a urbana – Cadafais e Casais da Marmeleira. Para a zona rural pretende-se que seja assegurado a possibilidade de construção da casa familiar, acabando-se com os terrenos agrícolas e ecológicos, existentes no actual P.D.M, entre habitações. Só assim poderemos assegurar a não desertificação dos mesmos, assim como a construção de algumas infra-estruturas básicas, ou assegurar o transporta para as mesmas, tais como Jardins de Infância e Escolas Básicas Quanto à parte urbana da Freguesia – Cadafais e Casais da Marmeleira, pretendemos um alargamento sustentado do actual perímetro urbano, acabando também com os terrenos rurais entre habitações, com a inclusão nessas novas áreas urbanas de projectos com sustentabilidade que se enquadrem não só na qualidade de vida existente mas tendo em conta a ruralidade da Freguesia e dando primazia a propostas que preencham ou completem as lacunas existentes na Freguesia e no concelho.

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Ainda uma referência às acessibilidades, factor primordial do desenvolvimento. Na Freguesia Cadafais ter-se-á que ter sempre em conta a solução da retirada do transito de Carregado- com a construção da via alternativa pois o Carregado é o escoamento natural de Cadafais. A estrada que faz a ligação Vala Flores/Casais da Marmeleira deverá ser transitável para dois carros com bermas arranjadas. O caminho que faz a ligação de Casais da Marmeleira ao Casal das Fontainhas - Cemitério das Paredes com ligação a Alenquer- Também deverá ser devidamente alcatroado para dois carros e bermas arranjadas. Para terminar as Quintas existentes (outrora apanágios das uvas de mesa), devem ser enquadradas nos projectos de desenvolvimento turístico, assim como os caminhos vicinais que dão acesso aos moinhos eólicos arranjados com a inclusão dum terreno a ser cedido a esta junta, perto dos mesmos para a construção dum miradouro.”------

Deputado senhor Luis Murteira (PS) – Presidente da Junta de Freguesia de Cabanas de Torres – Relevou a importância da discussão em curso e as intermitências no processo no qual o NAL – Novo Aeroporto de Lisboa teve importância acrescida. Disse pertinente e urgente o aumento dos perímetros urbanos dos lugares da sua Freguesia como elemento estratégico para a fixação da população jovem que tem debandado por não encontrar viabilidade na sua pretensão de construir e ficar na terra de origem. As condicionantes da REN e da RAN deverão ser equacionadas de modo a não se constituírem como um entrave ao progresso. Também relevava a problemática das acessibilidades como elemento potenciador. ------

Deputado senhor Rui Branco (PS) - Presidente da Junta de Freguesia de Ota – Defendeu a exemplo dos anteriores oradores (Presidentes de Junta), o alargamento dos perímetros urbanos como alavanca para a fixação das populações naturais. A não ser assim os jovens são compelidos a procurar habitação fora da freguesia. Há que se ligar “pontas soltas” entre os aglomerados urbanos, como é exemplo na Freguesia de Ota: o espaço existente entre Paços e as Arroteias e Ota. A Câmara pugnou por criar ao longo dos últimos anos condições para a fixação das populações, nomeadamente ao nível das infra-estruturas de base (água, saneamento, estradas etc.). A população quer agora outras valências: áreas de lazer, de desporto – há esta lacuna. Os parques escolares estão a evoluir, felizmente. A Junta já reuniu com a equipa do PDM para analisar os equipamentos mas ainda não houve qualquer trabalho para se debater o eventual alargamento dos perímetros urbanos. Em relação aos equipamentos questionava, tão só, se a localização de algumas infra-estruturas reivindicadas eram as preconizadas pela Junta ou outras? ------

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Deputado senhor Jorge Manuel Oliveira (PS) – Secretário da Junta de Freguesia de Carnota (em substituição do Presidente)- Leu um documento do seguinte teor: “Pontos de vista e propostas do Executivo de Santana da Carnota: - Sempre que possível no que concerne à reconstrução de habitações permitir o aumento da área de construção; - Aumentar os perímetros urbanos para privilegiar a concentração de nova construção em núcleos urbanos definidos nas aldeias já existentes; - Apoiar e incentivar a reconstrução e requalificação dos núcleos urbanos das aldeias e a autoconstrução; - Criação de bolsas de terrenos dentro dos núcleos urbanos das aldeias para autoconstrução a custos controlados para jovens fomentando a sua fixação; - Combater a construção desordenada e aleatória que degradam a paisagem e descaracterizam as aldeias; - Para a melhor qualidade e para fixação dos novos residentes é necessário definir e privilegiar os vários equipamentos (sociais, culturais, desportivos, etc.); - A manutenção das vias e criação de novas acessibilidades privilegiam a comunicação entre as várias aldeias e ligação a outras freguesias e municípios proporcionando uma mobilidade necessária e desejável à vida dos nossos dias; - As acessibilidades prioritárias na freguesia de Carnota são: - Casal das Balas – Gataria; - Vale Cude – Pipa – Casal Tomás; - Conclusão da Estrada da Prata;

- O PDM deve ter em atenção também as linhas de água para não ocorrer o entupimento e a mudança de direcção das águas que muitas vezes causa a preocupante e grave, erosão dos solos. - Numa lógica regional e supra municipal o IC11 necessita claramente de um ramal de acesso na área definida como “alto concelho” para que esta zona de carácter rural possa igualmente ser alvo de um desenvolvimento sustentável assente numa vasta mobilidade de alcance regional; - Numa Freguesia cada vez mais dispersa é cada vez mais difícil governar, convenhamos que com aglomerados mais homogéneos seria muito mais vantajoso para a população havendo uma maior optimização de recursos e melhores condições de governação e gestão pública;”------

----- Antes de passar ao ponto da ordem seguinte, esgotadas que foram as inscrições para uso da palavra por parte dos senhores deputados municipais o senhor Presidente da Mesa

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manifestou a sua satisfação pela decorrência desta sessão atendendo ao tema em debate, de interesse relevante para o concelho: Pediu aos técnicos presentes para aproveitarem ao máximo os contributos dados. Disse que se notaram dois aspectos diferenciados no debate: a análise feita às zonas de Carregado/Alenquer/Ota e ao “resto” do concelho. Registou também as preocupações transmitidas pelos Presidentes de Junta de Freguesia quanto à necessidade do alargamento dos perímetros urbanos para permitir a fixação dos naturais e evitar a desertificação;é importante a requalificação da malha urbana construída nas freguesias rurais de modo a torná- la moderna e apelativa à fixação das populações; as aldeias precisam de melhores acessibilidades e de ligações intra freguesias com qualidade. Há que definir quais os equipamentos colectivos necessários para usufruto das comunidades de tal sorte que se sintam a par daquelas que vivem em meios urbanos mais apetrechados. A qualidade de vida deverá ser um padrão comum a todos. O documento final deverá reflectir as exigências de ordem técnica/legais e bem assim os receios das populações e das preocupações transmitidas pelos eleitos locais, concluiu. ------+--

PONTO 3: Ratificação pela Assembleia do PARECER subscrito, em seu nome, pela comissão permanente no âmbito da consulta pública do estudo de impacte ambiental ao lote C1 da ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Porto – lote C1.

----- O senhor Presidente da Assembleia informou o plenário de que houve necessidade de reunir a Comissão Permanente para a formulação do parecer sobre o traçado da RAVE – lote C1 – no troço que atravessa o concelho, em nome do órgão deliberativo municipal, dado que não foi possível promover a convocação do plenário, em tempo útil. O teor do citado processo foi distribuído aos senhores deputados municipais. Está assim articulado: ------

“No âmbito do estudo de impacte ambiental ao lote C1 da Ligação Ferroviária de Alta Velocidade entre Lisboa e Porto e no decurso da fase de consulta pública, a Comissão Permanente da Assembleia Municipal aprova, por unanimidade, o seguinte

PARECER

Considerando que obras da natureza da Rede de Alta Velocidade devem ser realizadas procurando as soluções viáveis com menor impacto negativo no Ambiente e na Vida das populações já instaladas no território;

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Considerando que este Órgão Municipal deve ter especial atenção às condições de vida e de conforto das suas populações e das actividades económicas com impacto no Concelho de Alenquer;

Relativamente às 4 hipóteses de traçado apresentadas no Estudo de Impacte Ambiental na travessia do Concelho de Alenquer somos da opinião que:

1. – O Eixo 3 implica notoriamente consequências negativas na vida das populações e das actividades económicas que serão afectadas pelo seu traçado, o que nos leva a considerar este eixo inaceitável.

Os impactos negativos configuram-se com grande amplitude nas seguintes povoações:

a) Carregado, onde atravessa, ou tem uma aproximação extrema de uma escola, da zona residencial e da zona de actividades económicas por forma que inviabiliza ou torna demasiado incómoda a utilização de estabelecimentos comerciais, escolares e habitações para além de colocar dentro da povoação uma barreira de mais de 30 metros de altura que afecta desmesuradamente a sua paisagem.

b) Obras Novas e Passinha que atravessa, com consequências idênticas às acima referidas;

c) Passos e Aldeia, na freguesia de Ota, alterando completamente a vida das suas populações quer pelos incómodos causados no seu bem-estar quer nas suas actividades económicas, bem como pela alteração profunda da sua paisagem;

Este eixo tem ainda consequências sobre outras actividades económicas que praticamente inviabiliza, como é o caso de algumas explorações de inertes.

2. O Eixo 2 pelas consequências negativas na Vila do Carregado atrás referidas, em que tem um troço comum ao eixo anteriormente tratado é igualmente inaceitável.

3. O Eixo 1A passa junto da povoação de Casal Pinheiro, tendo uma proximidade de apenas alguns metros entre o limite do corredor e grande parte do lado sul e o traçado da linha sobrepõe-se mesmo ao extremo nascente desta povoação.

Por outro lado contém dentro do seu corredor de protecção a parte urbana da Quinta do Campo, edifícios de referência no património construído do concelho. Acresce ainda que o corredor existente entre a povoação do Casal Pinheiro e a zona urbana da Quinta do Campo, edifícios de referência no património construído do Concelho. Acresce ainda que o corredor existente entre a povoação do Casal Pinheiro e a zona urbana da Quinta do Campo não permite projectar e instalar a linha com um afastamento razoável destes dois lugares.

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Pelos impactos negativos na qualidade de vida daquela população e no património deve, igualmente, ser considerada como significativamente prejudicial ao Concelho de Alenquer.

4. Nesta conformidade consideramos de menor impacte negativo para o Concelho de Alenquer o Eixo 1, mas recomenda-se que em fase de projecto sejam definidas as adequadas medidas minimizadoras dos incómodos para as populações com a construção e a exploração, bem como dos aspectos que possam vir a prejudicar o funcionamento e a expansão das actividades económicas instaladas no território de implantação da Linha de Alta Velocidade.”

----- Não suscitou discussão. Após votação, registou-se a sua aprovação por maioria: 31 votos a favor (21 PS + 7 CPNT + 4 CDU) e 2 abstenções (1 PS – Maria Antónia Barreto + 1 CDU – Nazaré Maria Rodrigues). ------

PONTO 4: Apreciação de uma INFORMAÇÃO ESCRITA DO SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA acerca da actividade e da situação financeira do Município e dos processos jurídicos pendentes – estado actualizado dos mesmos (alínea e), nº. 1 do artº. 53º. da Lei nº. 169/99, de 18 de Setembro e nº. 4 do artº. 68º. da citada Lei).

----- A documentação que enforma este ponto da ordem do dia figura anexa à presente acta. ------

INTERVENÇÕES

Deputado senhor Helder Batista (PSD) – Reportou o “Estudo de Impacte Ambiental da relocalização das linhas de muito “alta tensão” – realização de reunião com a REN, SA, para definição dos novos corredores a sujeitar a EIA para indagar o que se concluiu e quais são os ditos novos corredores e; a “construção de uma casa em Casal Pinheiro” para saber a finalidade da mesma. Suscitou, depois, a situação do Mercado Diário do Carregado – que se “afunda dia-a- dia” por falta de procura dos seus préstimos. Disse que se propusera a fazer parte de uma Comissão de Análise para aquilatar das causas e de eventuais soluções que invertam a situação actual. Notou que não há sinalética identificadora do Mercado. Apelava à ultrapassagem deste estado de coisas. Os vendedores/feirantes queixam-se da fraca rentabilidade daquele equipamento. Deu nota de que gostou de ouvir as intervenções produzidas no anterior período da ordem do dia e que concluía em relação à situação do país e do mundo (crise) que a mesma se deve à ganância e falta de vergonha. O PDM é um documento que deve enformar de bom senso e honestidade, além dos concomitantes factores técnicos. ------

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----- Obteve do senhor Presidente da Câmara a indicação de que: Casa do Casal Pinheiro: é um equipamento de uso diverso, em prol da população, no qual se inclui a decorrência dos actos eleitorais; Mercado Municipal – a Câmara entregou a administração e exploração deste equipamento, por protocolo, à Junta de Freguesia – irá auscultar esta autarquia sobre o que decorre. Em relação à REN, SA – corredores de linhas de muito alta tensão – obteve a indicação de que aquela entidade pretende reforçar a potência instalada de 200 para 400 MW e sendo assim tem de afastar as linhas o mais possível das malhas urbanas. A reunião pretendeu equacionar este enquadramento no contexto do EIA. Não foi definido, ainda, qualquer corredor. ---

Deputado senhor Vitor Ronca (PSD) – Presidente da Junta de Freguesia de Triana – Deu nota das queixas apresentadas na Junta pelos proprietários confinantes das linhas de água cujo traçado atravessa o Camarnal. Os leitos estão assoreados com detritos arrastados das pedreiras a montante. As causas são conhecidas – cheias e inundações de hortas e outros cultivos, prejudicando quem agriculta e subsiste desta actividade. Lembrou, depois, que se aguarda há 6 anos a substituição da ponte da Bemposta. Referiu o “péssimo estado da estrada de Albarróis”, depois das obras de implantação do saneamento básico. Triana tem 32Km de estradas de terra batida, alguns de responsabilidade municipal; até agora tem a Junta suportado a sua manutenção e alargamento mas o rigoroso inverno destruiu uma parte grande do piso, situação que não é comportável de ser dirimida com os recursos financeiros da Junta. Pediu reforço financeiro para fazer face a este problema. ------

O senhor Presidente da Câmara reconheceu o mau estado de algumas vias, um pouco por todo o concelho em consequência da invernia. Disse que as intervenções pontuais que se fazem não resultam, mercê do solo estar molhado o que impede a colagem ou acamamento dos resíduos. Há que aguardar pela melhoria do tempo. Ponte da Bemposta – há muito que está feito o pedido ao INAG – que é a entidade com competência e atribuição para executar a empreitada da sua substituição, tem havido insistência na feitura da obra que é urgente e necessária até porque é um pólo de deposição dos detritos levados pelas águas do rio dado que um dos suportes do tabuleiro está colocado no leito do rio, funcionando como barreira; Linhas de água – para evitar o transporte de detritos foi construído uma caixa de retenção perto de Cheganças à beira da EN – que é limpa recorrentemente mas não tem capacidade de resolução total do problema.------

Deputado senhor Manuel Caseiro (PS) – Presidente da Junta de Freguesia de Ribafria – Agradeceu, em nome da população da freguesia, a limpeza do leito do rio que atravessa a sua autarquia. Foi graças a esta obra que se não verificou uma cheia no final do mês de Janeiro; suscitou a concessão de ajudas para a reparação dos caminhos vicinais da sua freguesia – bastante degradados em função da forte invernia. ------

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----- O senhor Presidente da Câmara referiu que não há capacidade para se acudir a todos os problemas em linhas de água, pelo que se operaram limpezas e requalificações onde foi possível. Lembrou que os confinantes do rio têm a obrigação de promover a limpeza. Subsiste um problema no leito do rio que liga Azedia e Espiçandeira – rebentou a conduta da Soda Póvoa implicando tal facto prejuízos nas bermas. É uma situação cuja resolução está em negociações. ------

Deputado senhor Carlos Areal (PCP) – Sugeriu que em futuras informações se faça constar a evolução das medidas compensatórias pela deslocalização do NAL de Ota para Alcochete. Há que manter pressão política para ver os projectos desenrolarem-se, dado que são estruturantes para o bem-estar das populações. ------

----- O senhor Presidente referiu que da sua parte a questão das medidas não tem sido descurada. Recentemente recebeu um documento referente às acessibilidades que poderá ser disponibilizado em próxima reunião. Amanhã vai chegar à Câmara um projecto de protocolo visando o novo quartel do destacamento da GNR. Está em curso a implantação de uma loja do cidadão – envolve instalações e 3 departamentos/serviços centrais. Pensava-se instalá-la no espaço onde funciona a INTERNET, debaixo da expectativa do alargamento das instalações com a deslocalização do Delegado de Saúde para o novo Centro de Saúde – obras em curso. A INTERNET será mudada para a Biblioteca. Falta, contudo, ver “o preto no branco”.------

Deputado senhor José Padilha (PCP) – Pretendeu saber quais seriam os novos serviços a ser disponibilizados na Loja do Cidadão, para além dos já existentes da responsabilidade da Administração Central. Relevou o facto da Associação Desportiva do Carregado caminhar para a subida de divisão da sua equipa de futebol o que implica novas exigências em instalações, campos de jogos, etc.. Pretendeu saber qual o posicionamento da Câmara nesta matéria. Em relação à loja do cidadão o senhor Presidente da Câmara referiu que não estão ainda definidas as valências dos serviços públicos a disponibilizar. Quanto à ADC o problema tem sido seguido pelo vereador do pelouro do desporto - no PDM está prevista uma zona para acolher diversos equipamentos no Carregado onde se inclui o campo de jogos. De momento não há outras possibilidades para além das existentes. Há a questão do comprimento do campo e do relvado sintético. Quanto a esta última, notava que já foi feita uma candidatura visando dotar o campo do SABenfica, deste benefício. ------

Deputado senhor Nuno Inácio (PS) – Semana da Juventude – Disse que “não haverá a Comissão Municipal de Juventude mas, eventualmente, o Conselho Informal de Juventude” para nesta linha ser esclarecido quanto à decorrência da organização (como está a decorrer bem como o que resulta da escolha das Bandas de Música que irão actuar naquela Semana) e qual é o valor

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ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE ALENQUER

a despender com a sua contratação; qual o resultado da reunião com as forças de segurança; como está a decorrer o processo Chemina? Já há alguma conclusão extraída do “período experimental de implantação dos parquímetros” em Alenquer – como vai ficar a situação dos moradores? Passadeira na EN1 que liga as bermas – parque urbano da Romeira e estação de serviço – falta iluminação e é perigoso para quem tem de utilizar a passadeira – deveriam ser criadas barreiras de limitação de velocidade e ou uma passagem de peões aérea; acesso ao hipermercado Pingo Doce – o acesso não é o mais aconselhável e o piso, actual, não corresponde ao que existia anteriormente. ------

O senhor Presidente da Câmara respondeu: piso da estrada de acesso ao Pingo Doce já foi melhorado; iluminação na passadeira: a EDP tem em curso um estudo para implantar um sistema apropriado; Chemina – o projecto vai ser apreciado em reunião da Câmara proximamente. Reunião com GNR: ainda não se verificou.------

Quanto à Semana da Juventude, o senhor vereador José Catarino (PCP) referiu que o orçamento previsto é de 22.000€. Vai decorrer de 17 a 23 de Abril, inclui um debate com jovens deputados (convidou a Assembleia a estar presente) – tema: participação cívica dos jovens na comunidade. Em relação às Bandas, irá ocorrer uma reunião amanhã para se definir quais são. As Bandas irão absorver 10.000€.------

Relativamente à questão da passadeira, o senhor vereador Luís Rema (PS) referiu que a EDP está a estudar a iluminação adequada ao local; que é contrário à colocação de uma passadeira aérea ali; parquímetros – têm regulado o estacionamento, melhorando-o; a fiscalização tem actuado: 75% dos que estacionam pagam. O pedido experimental termina a 9 de Março. A partir daí vai fazer-se a avaliação e neste tempo irá ser considerada a situação dos moradores. Há reclamações. A Câmara vai pronunciar-se. Em relação à Chemina há a registar que a Comissão de Análise elaborou já o seu parecer que irá ser sujeito à deliberação do executivo. A solução preconizada pelo potencial empreiteiro/construtor não sendo a ideal é a possível. É positiva pela arquitectura e funcionalidade.------

Deputada senhora Nazaré Rodrigues (PCP) – Chamou a atenção para o mau estado das ruas e da estrada do Porto da Luz e Pancas afectadas pelas obras de saneamento da responsabilidade das Águas de Alenquer. Denunciou a fraca qualidade dos trabalhos de requalificação cuja insipiência implica o renovar dos problemas dos abates dos solos, deterioração das bermas, etc.. Há necessidade da Câmara intervir, fiscalizando e obrigando à rápida requalificação das vias. Suscitou depois o mau estado do rio, a montante da Barnabé, classificando-o de uma “autêntica lixeira”. É uma situação que perdura há 8 anos. ------

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ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE ALENQUER

O senhor Presidente da Câmara disse que vai indagar o que decorre da estrada do Crespo junto da Águas de Alenquer. Quanto ao rio já prestou, anteriormente, esclarecimentos (a propósito das linhas de água do Camarnal). Aguarda que da parte do Ministério do Ambiente seja accionado um pedido de protocolo – via INAG – visando a limpeza das linhas de água.------

----- O público presente não quis intervir. ------

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----- E não havendo nada mais a tratar, o senhor Presidente da Mesa mandou ler a minuta da acta, entretanto elaborada, para aprovação e executoriedade dos pontos da ordem do dia nº.s 1 e 3, conforme se dispõe no nº. 3 do artº. 92º. da Lei nº. 169/99, de 18 de Setembro, na redacção que lhe foi introduzida pela Lei nº. 5-A/2002, de 11 de Janeiro. ------Votada a minuta, verificou-se a sua aprovação por unanimidade. A reunião foi encerrada às 00H20. ------

------ESTÁ CONFORME ------

O PRESIDENTE DA MESA, ______

O FUNCIONÁRIO DESIGNADO PARA A ELABORAÇÃO DA ACTA,

______(Fernando Silva)

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