Candidatos Da Oposição À Assembleia Nacional Do Estado Novo
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CANDIDATOS DA OPOSIÇÃO À ASSEMBLEIA NACIONAL DO ESTADO NOVO (1945-1973) UM DICIONÁRIO CANDIDATOS DA OPOSIÇÃO À ASSEMBLEIA NACIONAL DO ESTADO NOVO (1945-1973) UM DICIONÁRIO MÁRIO MATOS E LEMOS Coordenação e Prefácio LUÍS REIS TORGAL Colaboração do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra TEXTO EDITORES, LDA. [Uma chancela do grupo LeYa] Rua Cidade de Córdova, n.o 2 2610-038 Alfragide – Portugal Tel.: 21 427 22 00 / Fax: 21 427 22 01 www.texto.pt TÍTULO Candidatos da Oposição à Assembleia Nacional do Estado Novo (1945-1973). Um Dicionário AUTOR © 2009, Mário Matos e Lemos COORDENAÇÃO E PREFÁCIO Luís Reis Torgal EDIÇÃO Divisão de Edições da Assembleia da República e Texto Editores, Lda. CAPA Rita Duarte PRÉ-IMPRESSÃO Fotocompográfica, Lda. IMPRESSÃO E ACABAMENTOS Eigal Lisboa, Outubro 2009 | 1.a edição | ISBN 978-972-47-4024-9 | Depósito legal n.o 297 391/09 Reservados todos os direitos. É proibida a reprodução desta obra por qualquer meio (fotocópia, offset, fotografia, etc.) sem o consentimento escrito da Editora, abrangendo esta proibição o texto, os desenhos e o arranjo gráfico. A violação destas regras será passível de procedimen- to judicial, de acordo com o estipulado no Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos. ÍNDICE Prefácio, por Luís Reis Torgal .......................................................................... 11 Introdução .......................................................................................................... 17 A Oposição em Oito Eleições Legislativas ................................................. 19 Alguns Critérios Adoptados para Escolha e Citação dos Candidatos ........ 41 Candidatos por Círculos Eleitorais ....................................................... 47 Lista Alfabética dos Candidatos Oposicionistas a Deputados nas Eleições para a Assembleia Nacional (1945-1973) ................. 55 Candidatos por Anos e Círculos Eleitorais ........................................... 71 Candidatos a Deputados Oposicionistas à Assembleia Nacional do Estado Novo (1945-1973) ......................................................... 95 Apontamento Bibliográfico ............................................................................... 299 Glossário ............................................................................................................ 305 AGRADECIMENTOS Agradecemos, em primeiro lugar, a todos os candidatos que foram contactados ou seus familiares – filhos e, em alguns casos, netos. Muitos desses candidatos deram indicações que permitiram estabelecer contactos com outros candidatos e sem a dis- ponibilidade de todos (ou quase todos) este dicionário dificilmente poderia ter sido feito. Agradecemos também ao Sr. José Manuel de Araújo Barbosa, à S.a Dr.a Ana Vicente, aos Srs. Drs. Lourenço Correia de Matos, Marcus Noronha da Costa, Ama- deu Gonçalves, Américo Barata Figueira, Joaquim Jorge Silva Pinto e João Arsénio Nunes e aos Srs. Doutores Ana Prata, António Pedro Vicente, Luís Bigotte Chorão e Nuno Rosmaninho que nos forneceram pistas e contactos importantes. Bem haja ainda à Dr.a Isabel Luciano (do CEIS20) pelo apoio que sempre nos concedeu. Agradecemos, também, às seguintes instituições: Biblioteca da Assembleia da República. Biblioteca de Famalicão, em especial o Sr. Dr. Artur Sá da Costa. Arquivo Histórico Militar, em especial o Sr. Dr. Paulo Tavares. Arquivo Histórico Ultramarino. Arquivo Histórico da Caixa Geral de Depósitos – Fundo Banco Nacional Ultra- marino, em especial o Sr. Dr. Zacarias Dias. Arquivo e Biblioteca de Marinha, em especial a Sr.a Dr.a Isabel Beato. Arquivo da Torre do Tombo, em especial o Sr. Dr. Paulo Tremoceiro. Ordem dos Advogados, em especial a Sr.a Dr.a Sandra Coelho. Ordem dos Arquitectos. Centro de Documentação 25 de Abril. Ordem dos Médicos, em especial o Sr. Rui Araújo. Sindicato dos Bancários. Sociedade de Geografia de Lisboa. PREFÁCIO Como por várias vezes tenho recordado, no meu tempo de estudante (anos 60 do século passado), por razões metodológicas, mas, também e sobretudo, por motivos ideológicos, hoje já incompreensíveis, não se ensinava História na Universidade para além do século XVII ou do século XVIII. Fazer história do século XIX e, em espe- cial, do século XX era então considerado uma forma de «jornalismo», porque se tra- tava de «um tempo demasiado próximo», ou propício à «intervenção política», pois teriam de se abordar questões «perigosas», como o liberalismo, a democracia, o fascismo, o socialismo... Por isso me marcou profundamente o seminário do Professor José Sebastião da Silva Dias, em 1964-1965, sobre o liberalismo e a contra-revolução, seminário esse que já considerei, por várias vezes, como tendo um verdadeiro significado histórico no contexto da historiografia universitária contemporaneísta de Portugal. Abria-se uma janela, no plano científico, que só certos livros de uma história extra-universitária, alguns ainda pouco consistentes e outros com carácter ou propósitos de oposição, mas de uma verdadeira coragem inovadora, experimentavam e, por isso, nos atraíam, como se fossem o «fruto proibido». E de tal maneira a lógica de que o historiador não pode cientificamente estudar os «factos próximos» pesava na nossa consciência que a redacção da Revista de História das Ideias, de que era então director, quando, em 1994 (20 anos depois da «revolução dos cravos»), dedicou um volume ao Estado Novo e ao 25 de Abril, discutiu a oportunidade do tema, pondo em questão a possibilidade de um trata- mento objectivo desses períodos. Alguns de nós pensavam ainda que se tratava de um passado demasiado presente para esta ciência que é a História. Mas o tempo passou e, felizmente, foi-se considerando que «tudo é história», pois o presente, quando é captado pela nossa sensibilidade e inteligência, já é pas- sado, o que torna possível estudá-lo com a objectividade do historiador. Já o bom jornalismo, a seu modo, o fazia e continuou a fazer, muitas vezes de uma forma 11 CANDIDATOS DA OPOSIÇÃO À ASSEMBLEIA NACIONAL DO ESTADO NOVO (1945-1973) – UM DICIONÁRIO notável, numa linha de investigação. Todavia, surpreendente e paradoxalmente, de- vido talvez ao surto (excessivo) das escolas de comunicação ou informação, mas, sobretudo ao «mundo do espectáculo» e do «fazer rapidamente para consumir» em que vivemos, deu lugar a um jornalismo sensacionalista, mesmo quando desbrava o passado. E o mesmo têm feito algumas memórias e narrativas históricas de toda a espécie que têm concorrido para o processo de desqualificação da História e do ofício de historiador, nomeadamente de História Contemporânea. Estamos num tempo de uma saudável interdisciplinaridade científica, em que, para além de historiadores de formação, jornalistas, antropólogos, sociólogos, poli- tólogos, filósofos... analisam a história. Mas deve ter-se em conta – como diz o meu colega Fernando Catroga – que, se se pretende ser historiador, seja qual for a profissão de base que se tenha, há que ser... historiador, utilizando todas as meto- dologias e todos os processos interpretativos da ciência da História. Em França, desde 1978-1980 que existe o Institut d’Histoire du Temps Présent e alguns centros de investigação e de documentação têm-se afirmado como exce- lentes espaços de trabalho, como exemplos de rigor, na tentativa de uma investiga- ção objectiva ou numa catalogação criteriosa de documentos. Só para falar de al- guns casos de língua portuguesa, recordem-se o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS), o Centro de Documentação 25 de Abril da Universi- dade de Coimbra, o arquivo da Fundação Mário Soares ou o Centro de Pesquisa e Documentação Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getúlio Var- gas, ou o projecto PROIN da Universidade de São Paulo, que organiza e investiga os arquivos da polícia política da era Vargas. Entre os arquivos, a própria Torre do Tombo, antes vocacionada para tratamento de fundos antigos, é hoje também um espaço que se dedica à salvaguarda de documentação contemporânea, com núcleos fundamentais, alguns ainda por organizar, mas outros que se encontram já bem ca- talogados, ao invés do que sucede em alguns arquivos distritais e de municípios (alguns e não todos, felizmente) que, possuidores de espólios do mais alto valor pa- ra a História, por falta de pessoal especializado ou, sobretudo, por falta de cultura histórica, amontoam acervos de grande significado ou, mesmo, extinguem unida- des museológicas e documentais, como sucedeu em Aveiro, com o Museu da Re- pública Arlindo Vicente, quase nas vésperas do centenário da República. E parece ser suposto que esse centenário – daí o seu significado – não pode vir a ter um sen- tido de afirmação comemorativista de carácter ideológico, mas sim de conhecimen- to objectivo de uma realidade histórica que ainda hoje sobrevive como factor polí- tico e de memória viva, seja qual for a interpretação que se lhe der. De resto, será sempre passível interpretar a «República» (Respublica) num sentido lato e substan- cial, que envolve as questões complexas e sempre actuais da «cidadania», e não tanto como uma forma de regime. Além das unidades referidas, seja-me permitido acrescentar também o Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa e o Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20), ligados por 12 PREFÁCIO laços de colaboração, que, não tendo, como o ICS não tem, uma vocação de centros de documentação, procuram investigar a História Contemporânea de uma forma científica, ou seja,