Do Ultimatum De 1890 Ao Tratado Luso- Britânico De 1891 – Ensaio De História Diplomática
DO ULTIMATUM DE 1890 AO TRATADO LUSO- BRITÂNICO DE 1891 – ENSAIO DE HISTÓRIA DIPLOMÁTICA Miguel Patrício1 I – O ULTIMATUM possível apontar, numa análise prévia ao fenó- meno colonial do último quartel do século XIX, causas gerais que concorriam para o interesse das principais potências europeias da época pelos territórios ultramarinos. Entre estas estavam, por exemplo2: 1) o crescimento de- mográfico acentuado – o qual, associado a novos meios de co- 1 Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. 2 Ver, por ex.: MARTÍNEZ, Pedro Soares – História Diplomática de Portu- gal. Lisboa, Ed. Verbo, 1986, pp. 501-2; PINTO, Eduardo Vera-Cruz – Apontamentos de História das Relações Internacionais. Lisboa, AAFDL, 1998, pp. 13-25; TEIXEIRA, Nuno Severiano – O Ultimatum Inglês - Polí- tica Externa e Política Interna no Portugal de 1890. Lisboa, Publicações Alfa, 1990, pp. 33-44; FOEKEN, Dick – “On the causes of the partition of Central Africa, 1875-85”, in: Political Geography, 14 (1), 1995, pp. 88 ss.; SERRÃO, Joel – “Ultimatum”, in: SERRÃO, Joel (dir.) – Dicionário de História de Portugal. Porto, Iniciativas Editoriais, vol. VI, 1979, pp. 219- 220. Sobre a questão dos nacionalismos v., v.g.: HOBSBAWM, Eric – A Questão do Nacionalismo. Nações e nacionalismo desde 1780. Lisboa, Terramar [trad. Carlos Lains], 1998; GIL, José – “Nação”, in: AA.VV. – Enciclopédia Einaudi. Lisboa, INCM, vol. 14, 1989, pp. 276-305; TRUYOL Y SERRA, António – História do Direito Internacional Público. Lisboa, ISNP [trad. Henrique Ruas], 1996, pp. 109-110; SCHULZE, Hagen – Estado e Nação na História da Europa. Lisboa, Editorial Presença [trad. Maria Augusta Júdice e António Hall], 1997. Sobre o debate, à época, em torno dos conceitos de Nação e Nacionalidade: MARTINS, Oliveira – Polí- tica e Economia Nacional.
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