FONTES PARA A HISTÓRIA ADMINISTRATIVA DO

RIO GRANDE DO SUL:

A TRAJETÓRIA DAS SECRETARIAS

DE ESTADO (1890 – 2005) Governo do Estado do Governador Germano Rigotto

Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos Secretário Jorge Celso Gobbi

Departamento de Arquivo Público Diretora Rosani Gorete Feron

Companhia Rio-grandense de Artes Gráficas – Corag Diretor-Presidente Irton Bertoldo Feller

Ficha Técnica Pesquisa e texto: Marcia Rocha e Valter Mendes Júnior Entrevistas: Marcia Rocha, Valter Mendes Júnior e Rosani Gorete Feron Arte: Rodrigo Moraes do Nascimento Diagramação: Juçara Campagna (Corag) e Rodrigo Moraes do Nascimento

R585f Rio Grande do Sul. Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos. Departamento de Arquivo Público. Fontes para a história administrativa do Rio Grande do Sul : a trajetória das secretarias de estado (1890-2005) / Concepção e coordenação de Marcia Medeiros da Rocha e Valter Vanderlei Mendes Júnior. – Porto Alegre : CORAG, 2006. p. 230

1. Administração pública – História - Rio Grande do Sul 2. Secretarias de estado – História administrativa – 1890-2005 3. História administrativa – Rio Grande do Sul – 1890-2005 I. Rocha, Marcia Medeiros II. Mendes Júnior, Valter Vanderlei III. Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul VI.t.

CDU – 353(816.5)(09)

Catalogação elaborada pela Biblioteca da Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos – Bibliotecária responsável: Adriana Arruda Flores, CRB10-1285. SUMÁRIO

Apresentação ...... 7

Prefácio ...... 9

Introdução ...... 13

Tabela ...... 24

CAPÍTULO I: 1890 – 1930 • Estrutura administrativa ...... 29 • Secretaria da Agricultura e Obras / Secretaria de Obras Públicas. 30 • Secretaria da Fazenda ...... 32 • Secretaria do Interior / Secretaria do Interior e Exterior ...... 33 • Organogramas ...... 37

CAPÍTULO II: 1930 – 1945 • Estrutura administrativa ...... 41 • Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio ...... 42 • Secretaria da Educação e Saúde Pública / Secretaria da Educação / Secretaria da Educação e Cultura ...... 44 • Secretaria das Obras Públicas...... 46 • Organogramas ...... 47

CAPÍTULO III: 1945 – 1964 • Estrutura administrativa ...... 51 • Secretaria da Administração ...... 52 • Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio / Secretaria da Agricultura ...... 53 • Secretaria da Economia ...... 54 • Secretaria da Educação e Cultura ...... 55 • Secretaria da Energia e Comunicação ...... 56 • Secretaria da Fazenda ...... 57 • Secretaria do Interior /Secretaria do Interior e Justiça...... 58 • Secretaria das Obras Públicas...... 59 • Secretaria da Saúde ...... 60 • Secretaria de Segurança Pública ...... 61 • Secretaria do Trabalho e Habitação ...... 62 • Secretaria de Transportes ...... 63 • Organogramas ...... 64

CAPÍTULO IV: 1964 – 1985 • Estrutura administrativa ...... 69 • Secretaria da Administração ...... 73 • Secretaria da Agricultura ...... 75 • Secretaria de Coordenação e Planejamento ...... 79 • Secretaria da Educação e Cultura / Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo / Secretaria da Educação e Cultura ...... 83 • Secretaria da Educação e Cultura / Secretaria da Educação / Secre- taria da Educação e Cultura ...... 85 • Secretaria da Energia e Comunicação / Secretaria de Energia, Mi- nas e Comunicações ...... 87 • Secretaria da Fazenda ...... 89 • Secretaria da Indústria e Comércio...... 90 • Secretaria do Interior e Justiça / Secretaria da Justiça...... 92 • Secretaria das Obras Públicas / Secretaria do Desenvolvimento Re- gional e Obras Públicas / Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas...... 94 • Secretaria da Saúde / Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente ..... 98 • Secretaria de Segurança Pública ...... 100 • Secretaria do Trabalho e Habitação / Secretaria do Trabalho e Ação Social ...... 102 • Secretaria de Transportes ...... 104 • Secretaria do Turismo / Secretaria de Cultura, Desporto e Turis- mo / Secretaria do Turismo ...... 106 • Organogramas ...... 107

CAPÍTULO V: 1985 – 2005 • Estrutura administrativa ...... 115 • Secretaria da Administração / Secretaria dos Recursos Humanos e Modernização Administrativa / Secretaria do Planejamento e da Administração / Secretaria da Administração e dos Recursos Hu- manos ...... 119 • Secretaria da Agricultura / Secretaria da Agricultura e Abasteci- mento ...... 122 • Secretaria da Ciência e Tecnologia...... 123 • Secretaria da Coordenação e Planejamento / Secretaria do Planeja- mento e da Administração / Secretaria da Coordenação e Planeja- mento ...... 124 • Secretaria da Cultura, Turismo e Desporto / Secretaria da Cultura 127 • Secretaria da Educação e Cultura / Secretaria da Educação...... 129 • Secretaria de Energia, Minas e Comunicações ...... 130 • Secretaria Especial da Região Metropolitana / Secretaria Especial da Habitação / Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano 131 • Secretaria Especial de Comunicação Social / Secretaria da Comu- nicação Social ...... 133 • Secretaria Especial de Governo ...... 134 • Secretaria Especial para Assuntos Internacionais / Secretaria de Desenvolvimento e de Assuntos Internacionais ...... 135 • Secretaria da Fazenda ...... 137 • Secretaria-Geral de Governo ...... 139 • Secretaria da Indústria e Comércio / Secretaria do Desenvolvimen- to Econômico e Social / Secretaria de Desenvolvimento e de As- suntos Internacionais ...... 140 • Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públi- cas / Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Urba- no e Obras Públicas / Secretaria do Planejamento Territorial e Obras / Secretaria das Obras Públicas, Saneamento e Habitação / Secreta- taria das Obras Públicas e Saneamento ...... 143 • Secretaria da Justiça / Secretaria da Justiça, do Trabalho e da Ci- dadania / Secretaria da Justiça e Segurança ...... 146 • Secretaria do Meio Ambiente ...... 148 • Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente / Secretaria da Saúde ..... 150 • Secretaria da Segurança Pública / Secretaria da Justiça, do Trabalho e da Cidadania / Secretaria da Justiça e Segurança ...... 152 • Secretaria do Trabalho e Ação Social / Secretaria do Trabalho, Ação Social e Comunitária / Secretaria da Justiça, do Trabalho e da Cidadania / Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assistência Social 154 • Secretaria de Transportes ...... 156 • Secretaria do Turismo / Secretaria da Cultura, Turismo e Desporto / Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Social / Secretaria de Turismo / Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer ...... 157 • Organogramas ...... 159

DEPOIMENTOS • Amaral de Souza ...... 173 • Jair Soares...... 179 • Pedro Simon...... 185 • ...... 193 • Antônio Britto ...... 197 • Olivio Dutra ...... 205 • Germano Rigotto ...... 211

Relação de governadores...... 217

Referências Bibliográficas ...... 221

Índice Temático...... 227 6 APRESENTAÇÃO Compatibilizando o moderno com o antigo

Jorge Celso Gobbi*

Nos dias de hoje, o que tem valor são as modernidades produzidas para satisfazer as necessidades e exigências imediatas. Não conseguimos mais nos imaginar sem os benefícios da tecnologia da informática, por exemplo. Nos dias de hoje, como poderíamos viver sem as facilidades dos cartões magnéticos, pagamentos via Internet, mensagens por e-mail, o bate- papo à distância com imagens concomitantes? Observando esta realidade, e comparando com o que foi realizado no passado distante ou recente, nos deparamos com dois momentos que podem caminhar juntos, um auxiliando o outro. Na prática, encontramos isto quando estamos nos preparando para as comemorações do Centenário do Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul - APERS. A percepção do administrador da época, , preocupado com a preservação da memória administrativa, o incentivou a projetar para o Estado uma instituição com uma estrutura arquitetônica única no país. Em 08 de março de 1906, através do Decreto nº 876, foi criado o Arquivo Público, com a finalidade de “adquirir e conservar, sob classificação sistemática, todos os documentos concernentes à legislação, à administração, à história, à geografia, às artes e indústrias do Rio Grande do Sul”. Em 1910 iniciaram-se as obras para construir o conjunto arquitetônico composto por três edificações: um prédio para abrigar as atividades administrativas e técnicas e dois pavilhões construídos com ca- racterísticas especiais para armazenamento de documentos, que possuem teto em forma de abóbada, paredes com espessura entre 0,90 e 1,5 metros e outras estruturas específicas de ferro, que asseguram o melhor controle da circulação de ar e da temperatura ambiental, além contribuir para a prevenção de incêndios.

* Secretário de Estado da Administração e dos Recursos Humanos; Presidente do Sistema de Arquivo do Estado.

7 Ao longo dos seus 100 anos de existência, muitas conquistas foram obtidas, em cujo contexto diferentes diretores e inúmeros funcionários se doaram para chegar até aqui, sendo o APERS considerado como uma das melhores instituições do gênero no País. Dentro da incessante busca pela modernização da gestão pública, sem dúvida, o Arquivo Público trouxe sua contribuição, como órgão de coordenação do Sistema de Arquivo do Estado – SIARQ. Isto foi possível com a implantação de políticas de racionalização e padronização docu- mental, facilidade na obtenção e preservação da informação, com econo- mia de áreas físicas, materiais, equipamentos e recursos humanos. Com tais políticas, estamos preparando a administração pública para a nova era dos documentos digitais como apoio na preservação da documentação histórica produzida pelo Estado. É a existência do APERS percorrendo a linha do tempo, guardando documentos datados desde 1763, preparando- se para receber os avanços que a tecnologia nos proporciona. Esta publicação, pois, tem o objetivo de mostrar a evolução adminis- trativa do Estado, juntamente com a interpretação de seus gestores quanto às necessidades da época e os objetivos alcançados. Estou muito honrado e orgulhoso em poder acompanhar, participar e contribuir, como administrador e titular da Pasta, deste trabalho tão sig- nificativo que resguarda as ações de Governo nos diferentes períodos ad- ministrativos, com o nosso Arquivo Público fazendo sua própria história e dando um salto de modernidade.

Porto Alegre, fevereiro de 2006.

8 PREFÁCIO

A ciência da arquivologia alimenta a memória e garante a democracia

Antonio Hohlfeldt*

O fato de uma instituição completar um século de existência é, por si só, um acontecimento. Mas quando essa instituição está ligada à adminis- tração pública, no caso o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, o acontecimento tem uma significação ainda maior. Sabemos todos que, infelizmente, sob o argumento de falta de di- nheiro, boa parte de nossos arquivos tem-se perdido. E com isso, perde- mos a memória das coisas que nossos antepassados conquistaram e reali- zaram, e perdemos a possibilidade de maior democracia, gerada pelo co- nhecimento de nossa história, que permite com que não repitamos os er- ros e saibamos valorizar os acertos do passado. A tradição mais antiga de guarda da memória, que conhecemos, e sua transmissão aos pósteros é através da versão oral. Nossos antepassa- dos contavam, em rodas de fogo, em reuniões coletivas, aos mais jovens, aquilo que eles, agora velhos, mas experientes, haviam aprendido e realiza- do. Assim se transmitia o conhecimento de geração para geração, através dos séculos. Foi provavelmente Alexandre, o Grande quem, pela primeira vez, imaginou um lugar onde se pudesse reunir, guardar, conservar, ler e multi- plicar documentos de uma época para a outra. Surgia, assim, a idéia da Biblioteca de Alexandria, que levou séculos para se consolidar e desafiou, em outros séculos, a sanha destruidora daqueles que, pretendendo con- quistar impérios, destruíam a memória e os documentos desses mesmos povos, como uma maneira eficiente de tirar-lhes a identidade. No Brasil, a guarda e conservação de documentos sempre foi muito descurada. Não é raro lermos que alguém colocou na lata do lixo ou ven-

* Doutor em Letras pela PUCRS, Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social pela PUCRS e Vice-Governador do Estado do Rio Grande do Sul.

9 deu aos quilos, enquanto papel velho, livros e documentos preciosos. Em contrapartida, por vezes também se lê que alguém, curiosamente, termi- nou por mexer em esquecidas prateleiras, abrir pacotes escondidos ou re- virar latas de lixo de onde se salvaram preciosos documentos. Por isso, ganha significação o centenário de nosso Arquivo Público. Idealizado, enquanto instituição, sob a inspiração positivista, ao longo da administração de Borges de Medeiros, teve ainda valorizado o seu aspecto físico, eis que, para a função de guarda dos documentos, mandou-se erigir prédio próprio, segundo as concepções técnicas da época. A esse prédio outros se somaram, ainda que menos apropriados, e a instituição hoje lidera um sistema complexo de guarda, pesquisa e consulta de documentos que resumem grande parte da história administrativa do Rio Grande do Sul. O documento, que é base da arquivologia, é toda e qualquer infor- mação registrada, independentemente de suporte ou características. A moderna ciência da arquivologia tem muitas categorias de documentos, como o apócrifo, o autêntico, o ativo, o autógrafo, o cifrado, o classificado, confidencial, de primeira ou de terceira idade, o desclassificado, o diplo- mático, o falso, o heterógrafo, o hológrafo, o inativo, o micrográfico, o oficial, o público, o privado, o ostensivo, o secreto, o reservado, o vital, e tantos outros, cada um com sua valorização específica, sua maneira de ser tratado e guardado, que terminou-se por exigir um profissional especial- mente treinado e preparado para isso: o arquivista. No Brasil, hoje, em nível universitário, temos cursos de arquivologia na UFRJ, UFSM, UFF, UNB, UFBA, Universidade Estadual de Londrina, Universidade Estadual de Marília, UFRGS, UFES, etc. Multiplicam-se igualmente as relações entre a Arquivologia e ou- tros áreas de conhecimento, como o conjunto das Ciências da Informa- ção, a Biblioteconomia, a Administração, a Museologia, a História, e as- sim por diante. A arquivologia não se preocupa apenas com a guarda do documento. Há que tratá-lo para conservar-se: portanto, há que bem acondicioná-lo; há que catalogá-lo corretamente, para que possa ser depois encontrado; necessita-se, pois, de um sistema de localização que permita sua consulta, com rapidez e objetividade, sempre que necessário. Porque é fundamental que o documento não fique nos fundos de cofres e armários, prateleiras

10 ou grandes depósitos aos quais não se tenha acesso. É fundamental para a democracia que o documento, sempre que alguém o queira consultar, es- teja disponível e, sobretudo, em condições técnicas – materiais – para ser consultado. Devem ser raros os documentos sigilosos, secretos ou classifi- cados. E, assim mesmo, periodicamente, deve-se fazer revisões, ter critéri- os objetivos para desclassificar documentos e colocá-los à disposição da opinião pública, do historiador ao mais simples cidadão. Por tudo isso, bem se pode aquilatar a importância desse centenário e, mais, o extraordinário projeto que a atual direção e equipe do Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul está iniciando. A publicação, que cobre o período de 1890 aos dias atuais, não nos oferecerá apenas informação administrativa, objetiva, fria e distante. A es- trutura do projeto em módulos, historiando a criação das Secretarias de Estado, por exemplo, levar-nos-á a entender como se visualizava o Estado ao longo do final do século XIX e nos primórdios do século XX, as novi- dades trazidas pela República Nova, as conquistas do período constitucio- nal de 1945 a 1964 ou os conceitos que marcaram a ditadura de 1964 e, enfim, os caminhos traçados pela redemocratização da Nova República até a atualidade. Os nomes, as datas, as modificações na estrutura administrativa do Estado, para quem souber ler, assim, vai ganhar um outro sentido. Não dependerá apenas de um voluntarismo do administrador de plantão, mas traduzirá um conceito de administração da coisa pública, mais ou menos democrático, uma preocupação maior ou menor com tais ou quais áreas de desenvolvimento para o Rio Grande do Sul que, por seu lado, explicará os desafios que hoje se colocam a nossa frente ou, ao contrário, as etapas que já ultrapassamos e porque nos encontramos em patamares de desen- volvimento como aqueles que já atingimos. A Arquivologia, portanto, não é apenas um sistema de arquivos, mas é um campo imenso de diálogo com outras ciências que, de um lado, guarda e municia nossa memória e, de outro, assim o fazendo, ga- rante a compreensibilidade de um projeto ideológico de Estado, mais ou menos consciente, desenvolvido por nossos antepassados. O Arquivo Público, por isso mesmo, é como que nossa cédula de identidade. Ele nos diz o que fomos, o que estamos sendo (porque é fundamental que, no presente, se faça a guarda dos documentos que constituirão material

11 de pesquisa no futuro para aqueles que quiserem saber sobre o passado) e, sobretudo, o que poderemos ser. Como profissional ligado ao campo da informação e da comunica- ção, transitoriamente ocupando a função de Vice-Governador do Esta- do, só posso me orgulhar de que nossos antigos administradores tenham sabido valorizar tais atividades e constituído um exemplar e invejável patrimônio, a falar de nós para nós mesmos.

Porto Alegre, Janeiro de 2006.

12 INTRODUÇÃO

O trabalho objetiva fornecer um levantamento da legislação sobre a trajetória das Secretarias de Estado no Rio Grande do Sul (suas criações, extinções, fusões e desmembramentos), bem como quais atribuições lhes foram delegadas ao longo do período republicano. Propõe um panorama da máquina pública através da apresentação das sucessivas estruturas que compuseram a Administração Direta do Poder Executivo estadual. A Ad- ministração Direta é compreendida como o conjunto das instituições vi- tais para o exercício da gestão pública, o aparelho estatal formado pela governadoria e as Secretarias de Estado. A organização deste levantamen- to apresenta as diferentes construções do poder público na condução po- lítica do Estado ao longo do tempo. As Secretarias de Estado são instrumentos para a realização de servi- ços públicos; são veículos da relação direta entre os governos e a socieda- de. A proposta é identificar como a administração pública estadual se cons- truiu desde a criação das três primeiras Secretarias (Fazenda, Interior e Exterior, Agricultura e Obras) até a atualidade. A partir daí é possível per- ceber não só a composição de determinados modelos em determinados períodos, mas também as alterações e as continuidades destes modelos ao longo da complexificação da estrutura administrativa, que por sua vez é o retrato da complexificação social. Este projeto se justifica fundamentalmente pela necessidade de um registro sistematizado da composição e do funcionamento da administra- ção pública no Rio Grande do Sul, em especial da trajetória das Secretarias durante o século XX. As informações a respeito, quando encontradas, apresentam-se segmentadas, tanto em relação ao tema (históricos de áreas específicas), como quanto ao recorte temporal (abrangem determinados períodos, geralmente gestões governamentais). A sistematização destas informações constituirá um importante instrumento para a realização de pesquisas acerca da estrutura administrativa do Estado, não apenas para a comunidade acadêmica, mas também para os profissionais encarregados da gestão de documentos públicos. Um Estado é um conjunto organizado de instituições econômicas, políticas e sociais dirigidas por um governo. Deve ser entendido não como uma abstração, um ente jurídico-político dissociado da dinâmica social,

13 mas sim como um reflexo e uma conseqüência desta mesma dinâmica. O Estado é a síntese das relações harmônicas e antagônicas de uma determi- nada sociedade que o compõe e a qual representa. Estas relações se mani- festam concretamente nas suas estruturas, na administração pública da saúde, da segurança, da educação, etc. Dessa forma, o Estado legitima a dinâmica social assim como esta o edifica. A partir deste entendimento, de que o Estado está “vinculado organicamente às condições estruturais do processo social”1, torna-se necessário o conhecimento sobre como esse Estado se organiza administrativamente, como é a sua estrutura e quais são as concepções que o norteiam. O Estado brasileiro tem como um de seus fundamentos a transpa- rência, cujo objetivo é fortalecer as instituições e consolidar a democracia. Porém, como afirma José Maria Jardim:

[...] em níveis gerais, o aparelho de Estado não controla a si mes- mo em termos informacionais. O Estado tende a ser invisível a si mesmo. Este quadro se expressa na fragilidade da maior parte de suas estruturas e recursos informacionais e na ausência de políti- cas de informação (Grifo do autor)2.

Tal invisibilidade dificulta o acesso à informação governamental não só pelos agentes públicos, mas também pelos grupos sociais, tornando o Estado igualmente invisível à sociedade civil. A escassez de estudos como o presente provoca dois problemas: o desconhecimento por parte do po- der público de sua própria história, bem como o desconhecimento, por parte da sociedade, a respeito das instituições encarregadas da elaboração e execução de políticas públicas. Esta falta de “auto-informação” está muito calcada na quase total inexistência de levantamentos como este, que pro- curam organizar fontes referentes à formação político-administrativa de uma unidade da Federação. Assim, este trabalho, enquanto prática informacional, objetiva colaborar para a transparência no entendimento da construção da máquina administrativa estadual, a fim de que conhecen- do sua trajetória seja possível compreender seu funcionamento. Necessi- dade – e dever – dos gestores e direito da coletividade para a qual as admi- nistrações se efetivam.

1 TESSITORE, 1996, p.36. 2 JARDIM, 1999, p.21.

14 A compreensão do Estado em suas formas administrativas possibi- lita à coletividade incidir em sua estrutura, exercendo não apenas o direito de usufruir dos serviços públicos, mas, através do processo democrático, participar da organização do Poder Executivo e fiscalizar sua atuação. No livro “Cidadania no Brasil: o longo caminho”, o historiador José Murilo de Carvalho apresenta o processo de formação da cidadania na construção do Estado brasileiro, fenômeno complexo e historicamente definido. Seu estudo trabalha com a concepção de que a cidadania consiste na integração de três tipos de direitos: civis, políticos e sociais. Ao traçar a trajetória da conquista (ou concessão) destes direitos para a sociedade brasileira, o au- tor sintetiza:

[...] se os direitos civis garantem a vida em sociedade, se os direitos políticos garantem a participação no governo da sociedade, os di- reitos sociais garantem a participação na riqueza coletiva. Eles in- cluem o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, à aposentadoria. A garantia de sua vigência depende da existência de uma eficiente máquina administrativa do Poder Executivo. 3

HISTÓRIA ADMINISTRATIVA

Na esfera estadual, as Secretarias são o principal instrumento de atu- ação do Poder Executivo. Estas se definem e se organizam a partir da legislação. O olhar investigativo lançado para este conjunto legal organiza- do poderá evidenciar direções, visões estratégicas e concepções políticas próprias na regulamentação da máquina pública em distintas gestões go- vernamentais. As orientações políticas, materializadas nas ações destas es- truturas, revelam à pesquisa um campo rico em potencial de informações. Especialmente para a ciência histórica, tais ações configuram fonte e obje- to de estudo para um tipo de história: a história administrativa. A história administrativa tem por objetivo o estudo das formas pelas quais o poder público se compõe para organizar, representar e gerir a so- ciedade ao longo do tempo. Compreende uma área da história política, embora muitas vezes seja utilizada como sinônimo para a mesma. Em

3 CARVALHO, 2002, p.10.

15 conseqüência disso, a história administrativa tornou-se igualmente sinôni- mo para história oficial, com feição positivista. Esta situação deve-se prin- cipalmente ao fato de existir um grande preconceito em relação a este campo de análise. Equivocadamente, a história administrativa muitas ve- zes é vista apenas como mera descrição da burocracia estatal ou como uma narrativa para promoção de governos, seus líderes e tendências polí- ticas. No entanto, Viviane Tessitore salienta a singularidade deste tipo de história “[...] seu objeto não é o Estado na sua acepção política e sim na sua manifestação material, executiva, operacional: a Administração Públi- ca com suas estruturas, funções e ações”4 A história administrativa ganha força entre os profissionais de arqui- vos, a partir da necessidade destes responsáveis pelo patrimônio docu- mental - público ou privado - de conhecer as instituições produtoras dos documentos que custodiam, para a sua eficiente organização. Este conhe- cimento constitui uma premissa metodológica essencial para a ciência arquivística: o princípio da proveniência5. Na gestão documental, ao se considerar o princípio da proveniência, está se respeitando o contexto da produção do documento, a partir da recuperação de informações sobre a instituição que o gerou e as finalidades para as quais foi produzido. Dessa forma, este trabalho visa instrumentalizar não apenas a comunidade pes- quisadora, mas também a gestão dos documentos do Poder Executivo estadual, a cargo do Sistema de Arquivos do Estado – SIARQ/RS. Dessa forma, a história administrativa pode ser instrumental; ele- mento auxiliar da organização de arquivos, ela contribui tanto para a ma- nutenção de um patrimônio histórico, como para a eficiência na execução de serviços públicos, graças à agilização e racionalização oferecidas pela gestão documental. Pode ser também analítica, fonte de investigação de lógicas de organização político-social. Conhecer a organização adminis- trativa é, de certa forma, tentar compreender melhor a interação entre o Estado e seus cidadãos e de que forma os homens se organizam de acordo com cada sistema ao longo da história.

4 Ibid., p.38 5 Sobre o princípio da proveniência, ver DUCHEIN, Michael. “O respeito aos fundos em arquivística: princípios teóricos e problemas práticos”. In : Arquivo & Administração, Rio de Janeiro, 10-14(1): 14-33, abr.1982, ago.1986.

16 HISTÓRIA ADMINISTRATIVA E HISTÓRIA POLÍTICA

A história política é a forma mais antiga (e taxada como a forma mais tradicional) da prática historiográfica. Ao longo dos séculos, os registros sobre a trajetória dos povos evidenciam os acontecimentos que os marca- ram, as instituições que os organizaram e a atuação dos seus líderes, chefes políticos ou religiosos, à frente da sociedade. Ainda que este tipo de histó- ria não fosse classificado (ou segmentado) como política, a estreita rela- ção entre os dois conceitos incentiva a aproximação. História é a ciência que estuda o passado das sociedades humanas, ou seja, a trajetória dos homens ao longo do tempo. A política é a “ciência do governo dos po- vos, [...] a direção de um Estado e a determinação das formas de sua organização”6. Assim, ao investigar as sociedades, a história deparava-se inevitavelmente com suas organizações, logo, com suas políticas. A con- solidação da história como disciplina específica no século XIX caracteriza ainda mais esta associação. Época de Darwin e do positivismo, a história surgia como a explicação racional e científica da evolução dos povos, o relato do passado “tal qual aconteceu”. Contemporânea da formação do Estado-nação, servia igualmente para registrar a memória deste Estado e construir assim a identidade de sua nação. A contestação desta finalidade da ciência histórica manifesta-se nas primeiras décadas do século XX. O movimento conhecido como a “Escola dos Annales”, com a sua primeira geração na década de 30, trouxe o rechaço ao político, particularmente porque a história política (e conseqüentemente também a da administração) representavam tudo o que se queria superar. A história total deveria substituir a história factual. Em suma,

“a história política era a antítese dessa nova proposta, pois estava voltada para os acidentes e as circunstâncias superficiais e negli- genciava as articulações dos eventos com as causas mais profun- das: era o exemplo típico da história dita evenementielle. Ao pri- vilegiar o nacional, o particular, o episódico, a história política

6 Dicionário Larousse Cultural, 1999, p. 725.

17 privava-se da possibilidade de comparação no espaço e no tempo e mostrava-se incapaz de elaborar hipóteses explicativas ou pro- duzir generalizações e sínteses que dão às discussões do historia- dor sua dimensão cientifica” 7.

Este rechaço aumenta a partir do momento que a análise marxista ganha importância na década de 60. A partir desta concepção, o Estado passa a ser visto apenas como um instrumento para a manutenção da clas- se dominante, sem nenhuma margem de autonomia. O campo econômico é o que passa a influenciar o político, sendo o primeiro apenas o merece- dor de uma análise mais profunda. Paralelamente – e em conseqüência mesmo deste “sub-aproveita- mento” do político como fonte de produção histórica – inicia-se um pro- cesso de defesa da história política. O desenvolvimento científico na área das humanas (especialmente da sociologia, antropologia e da ciência polí- tica), juntamente com o desenvolvimento da própria ciência histórica (pro- porcionado não só pelos Annales e pelo marxismo, mas também pelo surgimento de novas abordagens, novos objetos e novas fontes de pesqui- sa – característicos da Nova História Cultural), estimulam um exercício científico interdisciplinar. Através do intercâmbio e de “apropriações” de conceitos e métodos de análise o tema política adquire nova dimensão, e conseqüentes novas interpretações. A “Nova História Política” traz pro- postas de investigar, para além dos aspectos burocráticos ou episódicos, as representações (simbolismos e imaginários), as relações de poder e a cul- tura política (fundamentalmente o binômio “público/privado” quanto às questões de cidadania, identidades). A história administrativa não é sinônimo de história política. A prin- cípio, portanto, uma defesa em favor da segunda não deveria necessaria- mente remeter à primeira. Porém, é preciso lembrar que a origem da visão preconceituosa é a mesma para ambas: tanto a história política quanto a história administrativa foram acusadas de “visões oficiais”; desta forma, grande parte dos argumentos utilizados em favor de uma parecem servir também à outra. Portanto, toda esta conjuntura favorável à história políti- ca poderia trazer consigo também a renovação da história administrativa. Contudo, a administração pública caracteriza um tema pouco explorado

7 FERREIRA, 1992, p.266

18 quando se busca compreender a história e a cultura de uma população, particularmente no Brasil. É importante esclarecer que um caráter oficialista e tradicional pode ser dado a qualquer objeto de estudo histórico. É a forma de interpretar o objeto que o qualifica como “oficial” ou não. Desta forma, podemos ter uma história “oficial” das mentalidades, uma história “oficial” da cultura, etc., assim como podemos ter uma história “oficial” administrativa e polí- tica. Contudo, o oposto também é válido, podendo existir várias histórias administrativas, entre elas – e não exclusivamente – a história “oficial”. Desta forma, um retorno à história administrativa não propõe, conseqüen- temente, uma volta à história tradicional.

METODOLOGIA E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

As principais referências para a pesquisa foram as compilações dos Atos, Decretos e Leis do Rio Grande do Sul, encontradas tanto em publi- cações específicas como no Diário Oficial do Estado. Outras fontes, tais como livros editados pelas próprias Secretarias e outros que abordam a Administração Direta, serviram para que fosse possível confrontar os da- dos e dirimir algumas dúvidas encontradas durante a pesquisa. Mesmo assim é possível que haja lacunas neste trabalho. Portanto, acreditamos que estudos e pesquisas posteriores possam contribuir para uma futura revisão ou complementação deste trabalho. As fontes encontram-se distribuídas através de diferentes institui- ções. Basicamente serviram como locais de pesquisa o Solar dos Câmara, a Biblioteca do Judiciário e o site LEGIS (Sistema Integrado de Legislação e Informação Legislativa da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Gran- de do Sul), além do próprio Arquivo Público do Rio Grande do Sul. É digno de nota o fato de nenhum desses locais possuir a legislação de todos os anos em seqüência; desta forma, a pesquisa em um local sempre complementava a de outro. Ainda assim faltaram informações demanda- das pela pesquisa. Por exemplo, do Decreto n.º 5.600, de 29/05/1934, que “reforma os serviços da Secretaria de Estado dos Negócios das Obras Públicas e aprova o respectivo regulamento” só foi encontrada a súmula; o regulamento que este Decreto aprova não foi encontrado em nenhuma fonte. Portanto, não há como saber quais são as competências dadas a esta Secretaria naquele ano.

19 O trabalho aborda o período republicano. Inicia-se no ano de 1890, mais precisamente em 21 de março, data da promulgação do Ato n.º 141. Esta determinação reorganiza os serviços de administração do Estado e cria as três primeiras Secretarias no Rio Grande do Sul. O período pesquisado encerra em 2005. Devido à complexidade na integração do conjunto de estruturas en- carregadas da gestão política no Rio Grande do Sul através do Poder Exe- cutivo – desde instituições integrantes do Gabinete do Governador, como as Casas Civil e Militar, Procuradoria Geral, Defensoria Pública, bem como Autarquias, Fundações e Sociedades de Economia Mista – limitamos a pesquisa apenas ao nível da Administração Direta, no que refere às Secre- tarias de Estado. Quanto a estas, a pesquisa limitou-se em enfocar suas criações e alterações de competências e denominações. Sendo assim, na pesquisa procuramos por três tipos básicos de normas: – as que criam Secretarias, definindo sua estrutura básica e atribuições; – as que estabelecem estrutura básica e áreas de competências de Secretarias; – as que alteram competências específicas entre Secretarias. Estas determinações não são excludentes entre si. Isto quer dizer que pode haver, na mesma norma, a criação de uma Secretaria e alterações nas competências de outra. Uma vez com as informações, o maior problema foi encontrar uma maneira prática de mostrá-las, já que o material é muito confuso. A desor- dem se dá tanto na complexificação da escrita – nem sempre clara – quan- to na própria evolução das Secretarias ao longo dos anos. O trabalho foi dividido em capítulos de acordo com períodos histó- ricos. O primeiro capítulo começa em 1890 e vai até 1930. É o período no qual existem menos Secretarias, porém são muitas as alterações encontra- das. O segundo capítulo, de 1930 a 1945, apresenta a criação da Secretaria da Educação e Saúde Pública e da Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio. O terceiro capítulo refere-se ao período de 1945 a 1964 e assis- te a primeira grande reformulação na estrutura administrativa: a Lei n.º 3.602, de 01 de dezembro de 1958, estabelece nada menos que oito novas pastas. O quarto capítulo abrange o período do Regime Militar (1964 – 1985), no qual há praticamente uma grande mudança a cada novo gover- no. É a partir deste capítulo que há uma pequena distinção na legislação que merece ser destacada: algumas vezes o texto refere-se às “áreas de

20 competência” (campos aos quais a Secretaria atende), enquanto que ou- tras vezes apenas refere-se às “finalidades” ou outros sinônimos (que apre- sentam atribuições mais específicas). É como se a primeira resumisse a segunda. Normalmente, as áreas de competência estão expostas nas nor- mas que tratam da Administração Direta em geral, enquanto que as fina- lidades estão na legislação específica de cada Secretaria. O quinto e último capítulo vai de 1985 até 2005, ano em que a pesquisa foi encerrada, e apresenta um quadro com mudanças em praticamente todos os anos. Cada capítulo apresenta três grupos de informações: – Legislação da estrutura administrativa: trata de alterações que afe- tam o conjunto da Administração Direta, como por exemplo o intercâmbio de competências entre pastas, a criação de Secretarias, bem como de Secreta- rias Especiais e Gabinetes coordenados por secretários extraordinários; – Legislação das Secretarias: criações de Secretarias e descrições de competências de cada Pasta ao longo do período; – Organogramas: informa visualmente as macro-alterações ocorri- das no período. Os organogramas são mostrados somente nos anos em que ocorrem mudanças na organização administrativa. O surgimento de uma Secretaria é determinado não apenas pelo ato legal que a cria. Entendemos também por criação de Secretarias as nor- mas que alteram sua denominação, resultantes tanto de acréscimos ou supressões de competências como de fusões ou desmembramentos de Pastas. Estas alterações no nome refletem muito mais mudanças de enfoque para a nova Secretaria do que uma simples mudança nas suas competências ocasionaria. Desta forma, a alteração da Secretaria de Tu- rismo para Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer8 – por exemplo – representa o surgimento de uma nova concepção de Secretaria, ou seja, de uma nova Pasta. Procuramos, ao longo dos capítulos, manter um padrão na escrita das súmulas. Isto significou, obviamente, alterar a escrita original da nor- ma. Esta padronização foi necessária porque a forma de escrita da legisla- ção se alterou muito ao longo dos anos, tanto no que se refere à súmula quanto ao próprio corpo do texto. Após expor a norma e resumi-la em uma súmula, quando necessário se acrescentou uma explicação, que conta

8 Lei n.º 11.690, de 20/11/2001.

21 também com citações do original. Estas citações estão em itálico e não necessitam referência porque são trechos da própria norma sobre a qual está se tratando. Se não forem especificadas as competências da Secretaria, isso significa que não há alteração nas atribuições ou áreas de competência em relação à norma anterior. Um exemplo da padronização proposta pode ser visto a seguir:

Outro grande desafio do trabalho foi apresentar, da maneira mais simplificada possível, o complexo procedimento de alteração de uma estrutura. Esta complexidade se dá já na súmula da legislação, muitas ve- zes confusa e que, ao fazer referência a outras normas, faz com que o leitor seja obrigado a consultá-las. Um exemplo disso é a Lei n.º 11.690, que expõe em sua súmula original:

“Introduz modificações na Lei n.º 10.356, de 10 de janeiro de 1995, que dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e dá outras providências.”

No próprio texto desta Lei é preciso recorrer à citada 10.356 para compreender quais são as mudanças. A solução encontrada foi tentar ex- plicar as modificações em um pequeno resumo. Desta forma, a súmula da mesma Lei (n.º11.690) ficou assim neste trabalho:

“Modifica atribuições da Secretaria de Turismo, passando a mesma a denominar-se Secretaria do Turismo, Esporte e Lazer, alternando suas áreas de competência. Altera competência da Secretaria da Educação.” 22 Ao final dos cinco capítulos foram transcritos depoimentos resul- tantes de conversas com ex-governadores do Estado, bem como com o atual chefe do Poder Executivo. Nestas conversas, tentamos compreender melhor as motivações de cada governo para as mudanças empreendidas nas Secretarias. Outro tipo de informação apresentada pelo trabalho está condensada em uma tabela – “Evolução da estrutura administrativa do Estado (1890 – 2005)”. Localizada logo após a introdução, ela foi a forma mais simples encontrada para ilustrar o objetivo do trabalho: as alterações no aparelho estatal. As colunas mostram a composição dos diferentes modelos admi- nistrativos ao longo do tempo. Percebe-se, através deste trabalho, que as Secretarias se complexificam, assim como a própria máquina administrativa, ao longo dos anos. Isso deve-se, por sua vez à complexificação do tecido social e político ao longo dos anos no Rio Grande do Sul, assim como em todo o Brasil. Logo, o modo de organização de um aparelho estatal revela, em grande parte, “os problemas decorrentes das transformações sociais, políticas e governa- mentais que exigem a criação de novas estruturas administrativas”9. Um exemplo disso é o fato de que inúmeras Secretarias são criadas somente a partir de 1958 (eram 5 até então e passaram a ser 12 naquele ano), justa- mente para atender a demandas que ocorreram devido principalmente à expansão econômica, ao crescimento demográfico, à urbanização, ao de- senvolvimento tecnológico e ao crescimento do Estado e das suas respon- sabilidades. Em resumo, as alterações administrativas que ocorreram não devem ser vistas apenas como vontades exclusivas dos governantes ou reorganizações orgânicas puras, mas também como respostas materiais a questões que aparecem e que estão associadas a todo um contexto pró- prio. Isto fica mais claro ainda quando acompanhamos algumas declara- ções nas conversas com os governadores do Estado, quando em vários momentos eles destacam a situação da sua época como importante motivador para alterações executadas.

Marcia Rocha Valter Mendes Júnior Equipe de Pesquisa Histórica – APERS

9 PARANÁ, 2002, p.29.

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CAPÍTULO I (1890 – 1930) 28 • Estrutura Administrativa

Ato n.º 141, de 21/03/1890. Reorganiza os serviços da administração do Estado. Cria a Secretaria da Fazenda, a Secretaria da Agricultura e Obras e a Secretaria do Interior. Estabelece suas respectivas competências. As três primeiras Secretarias estaduais do período republicano são criadas “considerando a necessidade de ser reorganizado no Estado o serviço da administração interna, que em grande parte conserva a mesma organi- zação deficiente legada pelo regime decaído”. Estas Secretarias tomam o lugar das antigas Diretoria do Interior, Diretoria da Agricultura e Obras Públicas e Diretoria da Guerra, Marinha e Exterior. Após uma alteração na Secretaria da Agricultura e Obras, que passa a ser denominada, a partir de 1891, Secretaria de Obras Públicas, as únicas alterações de denominação ocorrem no âmbito da Secretaria do Interior. É chamada, no texto da legislação, ora de Secretaria do Interior, ora de Secretaria do Interior e Exterior, sem haver necessariamente uma norma específica que altere essa denominação. É interessante notar que nem sem- pre essa mudança de nomenclatura vem necessariamente acompanhada da retirada ou acréscimo de atribuições referentes à função “exterior”.

Ato n.º 000, de 26/04/1890. Dá instruções para execução do servi- ço das Secretarias do Estado.

Ato n.º 354, de 25/04/1891. Publica o plano de organização consti- tucional do Estado do RS, que divide as Secretarias estaduais em: Secreta- ria do Interior, Secretaria da Fazenda e Secretaria das Obras Públicas, e estabelece as devidas competências.

Dec. n.º 1, de 20/08/1891. Distribui os serviços administrativos por três Secretarias: Secretaria do Interior e Exterior, da Fazenda e de Obras Públicas.

Dec. n.º 3, de 28/11/1891. Revoga o Decreto n.º 1, de 20/08/1891.

Dec. n.º 4.612, de 23/10/1930. Distribui entre as Secretarias de Estado os diversos serviços e repartições federais no Rio Grande do Sul.

29 • Secretaria da Agricultura e Obras (1890) • Secretaria de Obras Públicas (1891)

Ato n.º 141, de 21/03/1890. Cria e estabelece a competência da Secretaria. Suas atribuições são assim descritas: “compete, além do que concerne aos negócios deste Estado, informar e processar todos os papéis concernentes a assuntos federais relativos a este ramo de serviço, enquanto não houver comple- ta separação entre o que é negócio federal e negócio propriamente do Estado”. Os “negócios deste Estado” compreendem: “viação, trabalhos de saneamento das cidades, eficaz aproveitamento das terras do Estado a bem da prosperidade agrícola”.

Ato n.º 224, de 02/05/1890. Manda observar, para esta Secretaria, o regulamento expedido para a Secretaria do Interior (Ato n.º 222 de 02/ 05/1890), na parte que a ela for aplicável.

Ato n.º 354, de 25/04/1891. Estabelece a competência da Secretaria. Denominada a partir deste momento Secretaria de Obras Públi- cas, são retiradas as funções referentes à agricultura (que passam à res- ponsabilidade da Secretaria da Fazenda). As atribuições da Secretaria são os “negócios relativos às obras e melhoramentos de utilidade pública que ao Estado cumpre levar a efeito, bem como os serviços de correios e telégrafos que venham a ser estabelecidos por sua conta”.

Dec. n.º 1, de 20/08/1891. Estabelece as competências da Secretaria.

Dec. n.º 3, de 28/11/1891. Revoga o Decreto n.º 1, de 20/08/1891.

Dec. n.º 1.018, de 05/01/1907. Aprova o regulamento da Secretaria. Suas atribuições passam a ser “negócios relativos às obras e melhora- mentos de utilidade pública: estudar, projetar e executar as obras que tiverem de ser feitas a expensas dos cofres estaduais; examinar os planos e projetos dos serviços que tiverem de ser executados com auxílio ou por concessão do Estado, dando parecer, tanto sobre as suas condições técnicas, como sobre a sua parte econômica; dirigir e inspecionar os serviços relativos às terras públicas e colo-

30 nização”. Este mesmo Decreto divide a Secretaria em quatro Diretorias: Diretoria Central, Diretoria das Obras Publicas, Diretoria de Terras e Colonização e Diretoria da Viação.

Dec. n.º 1.962, de 30/04/1913. Aprova o regulamento da Secretaria. Nesta norma, são incluídos os termos “contratar” e “organizar” en- tre os serviços pertinentes à Secretaria. Além disso, foram acrescentadas Seções e novas Diretorias na organização da Secretaria: Seção do expedi- ente, Seção de desenho, Diretoria de Obras Publicas, Diretoria de Terras e Colonização, Diretoria da Viação Fluvial e Diretoria da Viação Terrestre.

Dec. n.º 2.285, de 18/07/1917. Cria a Diretoria do Serviço Geoló- gico e Mineralógico, subordinando-a à Secretaria de Estado dos Negócios das Obras Públicas.

Dec. n.º 2.477, de 11/12/1919. Aprova o regulamento da Secretaria. Desta vez é incluído, entre as atribuições da Secretaria, “examinar e emitir parecer sobre os planos e projetos dos serviços municipais de abasteci- mento d’água e esgotos e exercer a fiscalização técnica da sua execução”.

Dec. n.º 4.242-A, de 02/01/1929. São extintos a Diretoria de Ter- ras e Colonização e o Serviço Geológico e Mineralógico. Em seus lugares é criada a Diretoria de Agricultura, Industria e Comércio.

Dec. n.º 4.578, de 02/10/1930. Transfere o serviço de fiscalização dos produtos alimentícios destinados à exportação, e o serviço concernente aos sindicatos e cooperativas da Diretoria de Higiene (Secretaria do Inte- rior) para a Diretoria da Agricultura, Indústria e Comércio (Secretaria das Obras Públicas).

31 • Secretaria da Fazenda

Ato n.º 141, de 21/03/1890. Cria e estabelece as competências da Secretaria. São suas atribuições os negócios da Fazenda do Estado - sistema de impostos, arrecadação e aplicação - podendo ainda, quando o Governa- dor assim determinar, atender aos assuntos da Fazenda Federal.

Ato n.º 223, de 02/05/1890. Organiza a administração da Fazenda do Rio Grande do Sul.

Ato n.º 354, de 25/04/1891. Estabelece a competência da Secretaria. São competências da Secretaria as finanças, a agricultura, as terras e as minas do Estado. Através deste Ato, a Secretaria da Agricultura e Obras Públicas passa a se chamar Secretaria de Obras Públicas e as funções de agricultura passam a ser atribuição da Secretaria da Fazenda.

Dec. n.º 4.161, de 02/10/1928. Revê e consolida as disposições re- gulamentares dos serviços pertinentes à Secretaria. A administração da Fazenda pública passa a consistir na “arrecada- ção da receita pública fixada nas leis orçamentárias e provenientes das ren- das dos impostos, rendas industriais, rendas patrimoniais, renda extraordi- nária e operações de credito; o pagamento de todas as despesas do Estado na conformidade das leis orçamentárias e referentes a despesas ordinárias, des- pesas extraordinárias, operações de crédito (dívida pública); e o tombamento dos bens pertencentes ao Estados, compreendendo imóveis, móveis, semoventes, dívida ativa”.

32 • Secretaria do Interior (1890) • Secretaria do Interior e Exterior (1897)

Ato n.º 141, de 23/03/1890. Cria e estabelece a competência da Secretaria. A Secretaria do Interior destina-se aos negócios internos do Estado que não estejam incumbidos às outras duas Secretarias. Ou seja, dentre as três Secre- tarias, é aquela cujas atribuições são as mais abrangentes. São suas responsabili- dades “instrução pública, divisão civil e judicial”. Pouco tempo depois, a Se- cretaria divide-se em duas Diretorias, com competências mais pontuais.

Ato n.º 222, de 02/05/1890. Aprova o regulamento da Secretaria e a divide em duas Diretorias: “à 1ª diretoria incumbem todos os serviços internos do Estado ou que com ele têm mais imediata relação, como: polícia na parte que não compete à secretaria do respectivo chefe; segurança pública; instrução pública; admi- nistração municipal na parte em que intervém o Governador, exceto a toma- da de contas; registro civil; eleições; higiene pública; justiça civil e criminal e guarda nacional. à 2ª diretoria incumbem todos os serviços federais de guerra, marinha e relações exteriores, bem como os de fazenda.” Percebe-se que à Secretaria do Interior foram dadas as atribuições da antiga Diretoria da Guerra, Marinha e Exterior. No ano de 1891, uma sucessão de Atos e Decretos (com diferenças sutis) estipulam as competências da Secretaria:

Ato n.º 354, de 25/04/1891. Estabelece a competência da Secreta- ria do Interior. São suas atribuições os “negócios concernentes à força pública, ao serviço policial do Estado, à higiene, socorros públicos, justiça e instrução pública, que forem da competência do Estado”.

Dec. n.º 1, de 20/08/1891. Estabelece a competência da Secretaria do Interior e Exterior. Além das já citadas anteriormente, são atribuições os “negócios concernentes (...) a eleições, (...) bem como as relações com o governo da União e o dos outros Estados”. 33 Dec. n.º 3, de 28/11/1891. Revoga o Decreto n.º 1, de 20/08/1891.

Ato n.º 93, de 19/12/1891. Regulamenta a Secretaria, dividindo-a em duas diretorias. À 1ª competem “os serviços da magistratura, polícia e segurança pú- blica, guarda nacional, justiça civil e criminal, junta comercial, ofícios de justiça, casamento civil, registro civil de nascimentos e óbitos”. À 2ª, “os assuntos federais pertencentes aos Ministérios da Guerra, Marinha, das Relações Exteriores e Instrução Publica, compreendida a do Estado, saúde pública, socorros públicos, câmaras municipais, eleições, natu- ralizações e estabelecimentos”. A Secretaria do Interior mantém a mesma estrutura até 1897, quan- do, ao final do ano, é regulamentada a Repartição Central desta Secretaria.

Dec. n.º 119, de 31/12/1897. Regulamenta a Repartição Central da Secretaria, e dispõe sobre suas competências. Além de referenciá-la como Secretaria do Interior e Exterior, o Decreto define que a ela competem “os serviços concernentes à força pública do Estado, policia, eleições, higiene, socorros públicos, estabelecimentos pios subvencionados, estatística, justiça, junta comercial e instrução publica, que forem da competência do Estado, bem como as relações com o governo da União, dos outros Estados e Municípios.” Os seus serviços são distribuídos por três Diretorias, cada uma com atribuições mais detalhadas: à 1ª Diretoria compete “expediente relativo à administração da justi- ça civil e criminal, organização judiciária, polícia, força pública e seguran- ça do Estado, registro civil de nascimentos, casamentos e óbitos, extradição de criminosos e junta comercial”. à 2ª, “expediente referente aos serviços federais dos Ministérios da Guerra, Marinha e Relações Exteriores em que o governo do Estado ainda tem inter- venção; (...) instrução publica, higiene e socorros públicos, estabelecimentos pios e mais institutos subvencionados pelo Estado, eleição e naturalização; às relações com o governo da União, dos outros Estados, Assembléia dos Repre- sentantes, intendências e conselhos municipais; ao reconhecimento do corpo consular; à nomeação do pessoal da Repartição Central e os atos que lhe afetam, à numeração das leis do Estado, decretos e atos da Administração e respectiva publicação.”

34 à 3ª compete “executar, coordenar e analisar todos os trabalhos estatís- ticos que se relacionarem com o estado físico, demográfico, econômico, comer- cial, industrial, político, administrativo, moral e intelectual do Estado; for- mular planos e dados necessários à exata apreciação de qualquer ordem de fatos ocorrentes no Estado e suscetíveis de redução a fórmulas numéricas; prestar as informações estatísticas de que carecer a administração pública; executar os trabalhos de recenseamento geral da população, segundo o plano que for organizado; classificar os dados estatísticos e censitários que recolher, agrupá-los cientificamente, estabelecer as proporções aritméticas e geométri- cas a que eles se prestarem, expô-los em diagramas ou por outro método gráfico; publicar anualmente o relatório dos trabalhos executados e, logo que seja possível, o resultado parcial deles; propagar pelos meios a seu alcance o conhecimento da necessidade e das vantagens da estatística, promovendo o concurso da iniciativa individual para a aquisição dos dados e das informa- ções convenientes (...)”. A grande novidade aqui é o aparecimento da “estatística” como ele- mento importante na constituição da Secretaria do Interior e Exterior, merecendo inclusive uma Diretoria exclusiva para esse fim.

Dec. n.º 4.122, de 16/08/1928. Regulamenta a Repartição Central da Secretaria. À Repartição Central da Secretaria compete: “o expediente relativo às repartições subordinadas à mesma Secretaria e, portanto, à Chefatura de Polícia, à Diretoria de Higiene, ao Arquivo Público, à Repartição de Estatística, à Biblioteca Pública, à Junta Comerci- al, ao Teatro São Pedro, ao Museu Júlio de Castilhos, à Assistência a Aliena- dos e à Diretoria Geral da Instrução Pública; o expediente que se relacionar com o serviço militar ou com o da Justiça do Estado ou da União; o expediente relativo às eleições estaduais e federais; o expediente ordinário com a Assembléia dos Representantes, a magis- tratura do Estado e as municipalidades; o expediente consular e o federal, no que concernir ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores”. Os serviços da Secretaria são distribuídos através de três Diretorias, desta vez cabendo à primeira levar a cabo “o expediente relativo às repar-

35 tições subordinadas à Secretaria do Interior, (...) à administração da justiça (...) e ao registro civil...”. À segunda cabe “o expediente relativo às relações com a União, os Estados, os Municípios e a Assembléia dos Representantes, o expediente rela- tivo aos serviços eleitorais e consulares, aos institutos de ensino superior e secundário, à naturalização de estrangeiros e extradição de criminosos” e outras funções administrativas. À terceira Diretoria compete a organização financeira e orçamentá- ria da Secretaria, além do “expediente relativo aos estabelecimentos subven- cionados pelo Governo do Estado”.

Dec. n.º 4.578, de 02/10/1930. Transfere o serviço de “fiscalização dos produtos alimentícios destinados à exportação e o serviço concernente aos sindicatos e cooperativas” da Diretoria de Higiene (Secretaria do Inte- rior) para a Diretoria da Agricultura, Indústria e Comércio (Secretaria das Obras Públicas).

36 1890 1890 Pastas existentes Pastas criadas

37 Secretaria da Fazenda Secretaria da Fazenda 1891 1897 GRANDE DO SUL GRANDE DO SUL GOVERNO DO RIO GOVERNO DO RIO Secretaria de Obras Públicas Secretaria de Obras Públicas Exterior Secretaria do Interior Secretaria do Interior e

38 CAPÍTULO II (1930 – 1945) 40 • Estrutura Administrativa

Dec. n.º 5.969, de 26/06/1935. Cria a Secretaria de Estado dos Negócios da Educação e Saúde Pública.

Dec. n.º 5.970, de 26/06/1935. Cria a Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio.

41 • Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio

Dec. n.º 5.970, de 26/06/1935. Cria a Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Industria e Comércio. Este Decreto ainda extingue a Diretoria de Agricultura, Industria e Comércio (da Secretaria de Obras Públicas) e a Repartição de Estatística (pertencente à Secretaria do Interior). Além disso, manda aproveitar em cargos equivalentes os seus funcionários.

Dec. n.º 6.039, de 23/08/1935. Dá organização provisória aos ser- viços da Secretaria. Os serviços da Secretaria são organizados, pois “a eficiência dos trabalhos depende de uma organização técnica, baseada nas investigações científicas e pesquisas experimentais, na defesa agrícola e veterinária e na estatística geral econômica; (...) é indispensável assegurar a continuidade técnica e administrativa aos programas de trabalho para o melhoramento e expansão da produção agrária; (...) essa organização é essencial à uniformi- dade e progressão das operações já em andamento nas repartições extintas e incorporadas ao novo departamento da administração estadual.” Desta forma, o Decreto divide a Secretaria em cinco Diretorias, cada uma com seus devidos serviços discriminados: “1ª – Diretoria Geral – Órgão técnico ao qual cumprirá assegurar a continuidade dos trabalhos e estudos de todos os problemas técnicos em anda- mento nas diversas diretorias especializadas, e, para o qual, convergirão todas as questões referentes aos serviços burocrático-administrativos, afim de serem examinadas e encaminhadas ao Gabinete do Secretário de Estado. Ficam diretamente subordinados a esta diretoria as Seções de Expediente e Contabilidade; de Investigação, Informação e Publicidade o Serviço Geral de Estatística. 2ª – Diretoria de Agricultura – à qual estarão subordinadas a Seção de Agronomia e Inspeção Agrícola, o Serviço de Assistência e Defesa Agríco- la, as Inspetoras de Fumo, Florestal, de Citricultura, de Apicultura, de Orizicultura, o Serviço de Bulbos e as seis Estações Experimentais. 3ª – Diretoria de Industria Animal – à qual estarão subordinadas as Seções de Zootecnia, com seus postos Zootécnicos, Serviços Agrostológico,

42 Genealógico e de Marcas e Sinais e a Defesa Sanitária Animal com suas 10 Inspetorias Veterinárias e Serviço de Repressão ao Doping. 4ª – Diretoria de Terras e Colonização – à qual estarão subordinados a Seção de Organização Colonial com suas Comissões e Comissariados de Terras e os Serviços de Geologia, Mineralogia, Cartografia e Potencial Hi- dráulico. 5ª – Diretoria de Padronização – à qual estando subordinadas a Seção de Padrões e Organização Econômica com os Serviços dos Laboratórios Bromatológicos e fiscalização das Cooperativas, Sindicatos e controle de qua- lidade dos produtos agropastoris de exportação”.

Dec. n.º 6.183, de 10/03/1936. Institui o Conselho Consultivo da Secretaria. É argumento para a criação deste Conselho o fato de o governo estadual considerar “que as questões econômicas, pelo seu aspecto técnico, [exigiam] a colaboração de especialistas (...), [dada] a característica da eco- nomia mundial, (...) que [residia] na crescente racionalização da produção e do comércio”. É atribuição deste Conselho “emitir parecer e sugerir provi- dências a respeito de todas as questões de ordem econômica”.

Lei n.º 661, de 24/10/1936. Reorganiza os serviços da Secretaria.

43 • Secretaria da Educação e Saúde Pública • Secretaria da Educação (1940) • Secretaria da Educação e Cultura (1942)

Dec. n.º 5.969, de 26/06/1935. Cria a Secretaria de Estado dos Negócios da Educação e Saúde Pública. A ela são compreendidos “os serviços já existentes na Diretoria Geral da Instrução Pública, Diretoria de Higiene e Saúde Pública, Assistência a Alienados, Museu Júlio de Castilhos, Biblioteca Pública (...), o expediente e serviços da Universidade de Porto Alegre, das subvenções e auxílios para fins educativos de saúde pública e de assistência social, constantes dos orçamentos públicos, que serão reorganizados, de acordo com o plano geral a ser aprova- do pelo Governo”.

Dec. n.º 6.037, de 10/08/1935. Dá organização provisória aos ser- viços da Secretaria. Nesta organização, a Secretaria é dividida em seis Diretorias, assim discriminadas: “1ª diretoria – Expediente; 2ª diretoria – Instrução pública; 3ª diretoria – Higiene e saúde pública; 4ª diretoria – Assistência a alienados; 5ª diretoria – Museu do Estado; 6ª diretoria – Biblioteca Pública”.

Dec. n.º 7.615, de 13/12/1938. Aprova o regulamento geral da Se- cretaria da Educação e Saúde Pública. À Secretaria compreende: “Diretoria Geral da Instrução Pública; Universidade de Porto Alegre; Ginásio Estadual; Universidade Técnica do Rio Grande do Sul; Departamento Estadual de Saúde; Diretoria de Assis- tência a Psicopatas; Biblioteca Pública; Museu Júlio de Castilhos; Teatro São Pedro; Estatística Educacional”. A partir deste momento ocorrem su- cessivas alterações na Secretaria.

Dec.-Lei n.º 31, de 06/09/1940. Desincorpora o Departamento de Saúde da Secretaria de Estado da Educação e Saúde Pública e dá outras providências.

44 A desincorporação significa que, à Secretaria, os assuntos relativos à saúde pública não são mais compreendidos. O Departamento Estadual de Saúde passa a estar diretamente subordinado ao Governador. Com isso, a denominação da Secretaria altera-se para Secretaria da Educação.

Dec. n.º 578, de 22/07/1942. Dá nova organização à Secretaria. Em 1942 a Secretaria da Educação passa a denominar-se Secretaria da Educação e Cultura, tendo por competências, “na esfera estadual, a administração das atividades relativas à educação escolar e à educação ex- tra-escolar, na conformidade das leis em vigor”.

Dec.-Lei n.º 246, de 13/10/1942. Dá nova organização à Secretaria. É curioso notar que, quase três meses mais tarde, esta ‘nova organi- zação’ apresenta o mesmo texto do Decreto anterior.

Dec. n.º 786, de 14/06/1943. Aprova o Regimento Interno da Secretaria.

45 • Secretaria das Obras Públicas

Dec. n.º 5.600, de 29/05/1934. Reforma os serviços da Secre- taria de Estado dos Negócios das Obras Públicas e aprova o respec- tivo regulamento.

Dec. n.º 6.145, de 21/01/1936. Declara sem efeito o Decreto n.º 5.600 (29/05/1934).

46 Pastas existentes Pastas criadas 1935 1940

47 1942

48 CAPÍTULO III (1945 – 1964)

49 50 • Estrutura Administrativa

Lei n.º 2.331, de 16/01/1954. Cria a Secretaria do Governo.

Dec. n.º 5.101, de 31/07/1954. Aprova o Regimento Interno da Secretaria do Governo. Esta Secretaria tem por finalidade “o estudo, preparação e regula- mentação de todo o expediente que deva ser submetido à deliberação do Chefe do Poder Executivo, bem como o estabelecimento das comunicações entre este e as autoridades federais, chefes dos demais poderes do Estado, Secretarias e Departamentos do Estado, entidades autárquicas, entidades de classe, im- prensa e público em geral. (...) É constituída pelos seguintes órgãos: Casa Civil; Casa Militar; Diretoria Administrativa e Assistência Técnica.”

Lei n.º 3.602, de 01/12/1958. Dispõe sobre a reorganização do Poder Executivo e dá outras providências. Pode-se dizer que é em 1958 a primeira grande sistematização da estrutura administrativa desde o início do século. Nesse ano o Poder Exe- cutivo é reorganizado e as Secretarias, em número de 5 passam para 12. As atividades de gerência do Estado ficam assim distribuídas: além das Secre- tarias existentes até então (Secretaria do Interior e Justiça, Secretaria da Fazenda, Secretaria de Obras Públicas e Secretaria da Educação e Cultu- ra), temos a partir de agora as seguintes Secretarias: Secretaria da Agricul- tura, Secretaria de Segurança Pública, Secretaria da Administração, Secre- taria da Saúde, Secretaria da Economia, Secretaria de Transportes, Secreta- ria do Trabalho e Habitação e Secretaria da Energia e Comunicação.

51 • Secretaria da Administração

Lei n.º 3.602, de 01/12/1958. Reorganiza o Poder Executivo; cria a Secretaria de Estado dos Negócios da Administração e dá suas competências. A Secretaria da Administração é instituída com a finalidade de “exe- cutar as atividades de administração em geral, racionalização, organização ou reorganização de serviços; orientar ou efetuar o recrutamento e a seleção de candidatos a cargos públicos; promover as medidas necessárias ao aperfei- çoamento do pessoal e cuidar dos problemas de previdência e assistência aos servidores”.

Dec. n.º 10.360, de 16/02/1959. Dá nova organização à Secretaria da Administração. Ao centralizar na instituição as atividades relativas a pessoal, a Secre- taria é responsável por: “1 – Executar as atividades da administração em geral, centralizando a elaboração, o registro, publicação e expedição de todos os atos relativos ao pessoal do Estado; 2 – Incumbir-se dos problemas de organização, reorganização de ser- viços e de racionalização do trabalho; 3 – Centralizar as atividades de seleção e treinamento de pessoal; 4 – Promover medidas atinentes ao aperfeiçoamento do pessoal; 5 – Incumbir-se dos problemas relativos à inspeção de saúde, à previ- dência e à assistência ao pessoal do Estado; 6 – Adquirir e suprir as repartições do Estado de todos os materiais permanentes e de consumo necessários ao seu funcionamento”.

52 • Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio • Secretaria da Agricultura (1958)

Lei n.º 3.602, de 01 de dezembro de 1958. Reorganiza o Poder Executivo e dá as competências da Secretaria. Com esta Lei a Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio passa a denominar-se Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura. Suas atribuições passam a ser “superintender, administrar e orientar o pla- nejamento, execução, coordenação e controle dos trabalhos de experimenta- ção, defesa e fomento da produção agropecuária; do reflorestamento; de estu- dos e preservação de solos; de irrigação, de proteção aos silvícolas e coloniza- ção em geral”. A recém criada Secretaria de Economia passa a ter as fun- ções de indústria e comércio que anteriormente eram desta Secretaria.

53 • Secretaria da Economia

Lei n.º 3.602, de 01/12/1958. Reorganiza o Poder Executivo; cria a Secretaria de Estado dos Negócios da Economia e dá suas competências. A Secretaria é criada para “estimular e planejar a experiência econô- mica do Estado, coordenar a colocação e o escoamento das safras; fomentar o cooperativismo; estudar novos mercados; coordenar os problemas de crédito, de abastecimento e preço e prestar colaboração às entidades da produção”. A recém criada Secretaria de Economia passa a ter as funções de indústria e comércio que anteriormente eram da Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio.

54 • Secretaria da Educação e Cultura

Lei n.º 3.602, de 01/12/1958. Reorganiza o Poder Executivo e dá as competências da Secretaria. É finalidade da Secretaria “promover, orientar, coordenar, executar e controlar as atividades direta ou indiretamente ligadas aos problemas do ensino da educação e da cultura”.

55 • Secretaria da Energia e Comunicação

Lei n.º 3.602, de 01/12/1958. Reorganiza o Poder Executivo; cria a Secretaria de Estado dos Negócios da Energia e Comunicação e dá suas competências. Esta Secretaria é criada para “superintender, administrar e orientar as atividades do planejamento, pesquisa, execução, coordenação e controle dos serviços e problemas de energia e comunicação.”

56 • Secretaria da Fazenda

Lei n.º 3.602, de 01 de dezembro de 1958. Reorganiza o Poder Executivo e dá as competências da Secretaria. A Secretaria da Fazenda passa a ter por finalidade “executar as medi- das administrativas necessárias ao bom encaminhamento dos negócios rela- cionados com a receita, a despesa, o orçamento e o crédito público, bem como todas as iniciativas e providências que digam respeito com as políticas finan- ceiras do Governo”.

57 • Secretaria do Interior • Secretaria do Interior e Justiça (1947)

A Secretaria do Interior passa a denominar-se Secretaria do Inte- rior e Justiça com a promulgação da Constituição de 19471.

Lei n.º 3.602, de 01/12/1958. Reorganiza o Poder Executivo e esta- belece as competências da Secretaria. São suas atribuições “realizar a política do Executivo quanto as suas relações em geral e, especialmente, com os demais poderes do Estado e com os municípios, cooperando para a coordenação de todas as atividades do Poder Público”.

1 RIO GRANDE DO SUL. Secretaria de Coordenação e Planejamento. Administração Pública do Estado do Rio Grande do Sul: Evolução Histórico-Institucional. Porto Alegre, 1978, p.49.

58 • Secretaria das Obras Públicas

Lei n.º 997, de 28/01/1950. Cria o Serviço Estadual de Turismo. Este serviço, ora subordinado à Diretoria Geral da Secretaria das Obras Públicas, originará em 1971 a Secretaria do Turismo. São suas atri- buições: “organizar, orientar, difundir e fomentar o turismo no Estado, pro- piciando condições de acesso, higiene e conforto às estações balneárias, hidrominerais, climatéricas e de repouso; fiscalizar as atividades de todas as empresas, estabelecimentos, entidades comerciais e industriais, bem como os serviços públicos, que se relacionarem diretamente à prática do turismo.”

Lei n.º 1.000, de 30/01/1950. Cria o Departamento Aeroviário na Secretaria de Obras Públicas.

Lei n.º 3.602, de 01/12/1958. Reorganiza o Poder Executivo e dá as competências da Secretaria. São suas atribuições “estudar, projetar, contratar, fiscalizar e executar obras públicas em geral, especialmente as constantes do Plano de Saneamen- to, e serviços de conservação de construções de edifícios públicos”.

59 • Secretaria da Saúde

Lei n.º 3.602, de 01/12/1958. Reorganiza o Poder Executivo; cria a Secretaria de Estado dos Negócios da Saúde e dá suas competências. O objetivo da Secretaria da Saúde consiste em “promover, orientar e coordenar a execução de serviços de saúde pública, por meio de medidas de medicina preventiva e curativa; de proteção à maternidade e à infância; de difusão de ensinamento de puericultura e de educação sanitária do povo”.

Dec. n.º 10.390, de 10/03/1959. Estrutura a Secretaria. No ano seguinte a sua criação, oficialmente estruturada, a Secretaria é composta pelos seguintes órgãos: “ I – Gabinete do Secretário II – Diretoria Geral III – Conselho Estadual de Saúde IV – Departamento de Saúde V – Departamento da Criança VI – Departamento de Saúde Mental VII – Instituto de Pesquisas Biológicas.”

60 • Secretaria de Segurança Pública

Lei n.º 3.602, de 01/12/1958. Reorganiza o Poder Executivo; cria a Secretaria de Estado dos Negócios de Segurança Pública e dá suas competências. Esta Secretaria tem por objetivo “tornar efetivas as garantias indivi- duais, a ordem e a tranqüilidade pública, prestando a mais ampla colabo- ração à Justiça”. Tais atividades relativas à segurança eram exercidas ante- riormente pela Secretaria do Interior e Justiça.

61 • Secretaria do Trabalho e Habitação

Lei n.º 3.602, de 01/12/1958. Reorganiza o Poder Executivo; cria a Secretaria de Estado dos Negócios do Trabalho e Habitação e dá suas competências. São atribuições “prestar assistência ao trabalho, ao trabalhador e suas organizações; promover a solução de problemas da habitação, proporcio- nando e facilitando a construção e aquisição da moradia própria nos meios urbanos e rurais; cuidar do amparo ao menor e da recuperação da juventude abandonada”.

Dec. n.º 10.389, de 10/03/1959. Dispõe sobre a organização da Secretaria e dá outras providências. Através deste Decreto, são ampliadas as atribuições da Secretaria: “prestar assistência ao trabalho, ao trabalhador e as suas organizações em todo o território do Estado; colaborar com a Justiça do Trabalho e com o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio nos dissídios de trabalho, no interesse da manutenção da paz social; tomar medidas tendentes a evitar o desemprego e promover a colocação da mão-de-obra disponível; acompa- nhar, em colaboração com os sindicatos e classes patronais, a atuação dos elementos colocados por seu intermédio; estudar a legalidade dos contratos de artistas, efetuar o registro e fiscalizar sua execução; promover a solução de problemas da habitação, proporcionando e facilitando a construção e aqui- sição da moradia própria nos meios urbanos e rurais; prestar amparo aos menores; promover a recuperação da juventude abandonada; colaborar com as entidades de classe, promovendo a criação de centros de recreação e de cultura social das classes operárias; firmar convênios com as autoridades fe- derais, estaduais e municipais, para perfeito cumprimento de suas finalida- des, após competente autorização, quando depender de tal.” Além disso, o Serviço Social de Menores (criado dentro do Departamento Estadual de Saúde pelo Decreto n.º 890, de 1º de setembro de 1945) passa a integrar a Secretaria, bem como as atribuições referentes ao Serviço da Casa Po- pular (até então afetas à Secretaria das Obras Públicas).

62 • Secretaria de Transportes

Lei n.º 3.602, de 01/12/1958. Reorganiza o Poder Executivo; cria a Secretaria de Estado dos Negócios de Transportes e dá suas competências. Esta Secretaria é criada para “superintender, administrar e orientar o planejamento, execução, coordenação e controle dos sistemas de transporte e armazenagem”. A Secretaria dos Transportes absorve a Comissão de Coordenação de Transportes (anteriormente na Secretaria das Obras Públicas). A Co- missão, criada por Decreto n.º 6.768, de 06 de dezembro de 1955, tinha a competência de supervisionar a aplicação da Taxa de Transportes, no que se referisse a obras a cargo do Estado e as que fossem ajustadas com os Municípios, tendo também a seu cargo a execução de tais obras2.

2 RIO GRANDE DO SUL. Secretaria de Coordenação e Planejamento. Administração Pública do Estado do Rio Grande do Sul: Evolução Histórico-Institucional. Porto Alegre, 1978, p.109.

63 1947

Secretaria da Educação e Cultura

Pastas existentes

Pastas criadas 1958

CAPÍTULO IV (1964 – 1985) 68 • Estrutura Administrativa

Dec. n.º 19.801, de 08/08/1969. Dispõe sobre a organização da administração estadual, estabelece diretrizes para a reforma administrati- va e dá outras providências. Esta reorganização justifica-se pela “necessidade imperiosa de ajustar a organização da administração estadual às exigências decorrentes da com- plexidade crescente das atividades do Poder Público; considerando a conveni- ência e a oportunidade de adaptar, racionalmente, a organização e os méto- dos de trabalho das unidades da administração do Estado aos princípios fundamentais que informam a Reforma Administrativa, implantada na órbita federal através do Decreto-Lei n.º 200, de 25 de fevereiro de 1967; considerando que, por esse meio, será dotado o poder Executivo de instrumen- tos mais eficazes e operantes, com o objetivo essencial de impulsionar o desen- volvimento social e econômico do Rio Grande do Sul”. Com o Decreto, além das já existentes Secretarias do Interior e Justiça, da Fazenda, da Agricultura, de Transportes, de Educação e Cultura, da Saúde, de Obras Públicas, de Segurança Pública e da Administração, aparecem também a Secretaria de Coordenação e Planejamento, a Secretaria da Indústria e Comércio, a Secretaria de Energia, Minas e Comunicações (ex-Secretaria de Energia e Comunicação) e a Secretaria do Trabalho e Ação Social (ex- Secretaria do Trabalho e Habitação).

Dec. n.º 21.082, de 22/03/1971. Cria o Gabinete do Vice-Gover- nador e dispõe sobre sua organização.

Dec. n.º 21.117, de 14/05/1971. Altera a subordinação de órgãos da administração direta: o Conselho Regional de Desportos e o Departa- mento de Esportes do Rio Grande do Sul passam a ser subordinados à Secretaria de Educação e Cultura; o Instituto Gaúcho de Reforma Agrá- ria e o Grupo Executivo de Desenvolvimento da Indústria da Pesca, à Secretaria da Agricultura; o Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais, à Secretaria da Fazenda.

Dec. n.º 21.195, de 12/07/1971. Altera o nome da Secretaria das Obras Públicas para Secretaria do Desenvolvimento Regional e Obras Públicas e dá as suas competências. 69 Lei n.º 6.237, de 23/07/1971. Cria a Secretaria do Turismo e esta- belece suas competências.

Dec. n.º 23.979, de 15/08/1975. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta. A Secretaria do Interior e Justiça é desmembrada em duas: Secretaria da Justiça e Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas (ex-Secretaria do Desenvolvimento Regional e Obras Públicas). Além disso, o Decreto dá as atribuições de todas as Secretarias.

Dec. n.º 28.650, de 15/03/1979. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta. O ano de 1979 caracteriza a adoção de várias medidas visando uma reforma profunda na administração do Rio Grande do Sul, na busca de padronização e desburocratização da mesma. Em primeiro lugar, é estabelecida uma nova alteração na estrutura organizacional da Adminis- tração Direta: a Secretaria da Educação e Cultura é desmembrada em duas: Secretaria de Educação e Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo (for- mada juntamente com a Secretaria de Turismo); a Secretaria da Saúde pas- sa a se chamar Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente. Este Decreto ainda estabelece as atribuições de todas as Secretarias.

Dec. n.º 28.654, de 22/03/1979. Dispõe sobre a organização das Secretarias, delega competências e dá outras providências. A estrutura das Secretarias é padronizada, adaptando-as às necessi- dades impostas pela diversificação do Poder Público. Para o Governo era necessário “agilizar e racionalizar a ação governamental na produção de bens e serviços com a qualidade e quantidade exigidas pela comunidade [e] ainda (...) desburocratizar-se o processo decisório governamental de suas ro- tinas excessivas e exaustivo trâmite hierárquico, pela introdução de estruturas e técnicas flexíveis e adequadas na programação, acompanhamento e avali- ação dos resultados da ação governamental.” A partir de então todas as Secretarias, respeitando-se as particularidades de cada uma, deveriam com- por sua estrutura básica com os seguintes órgãos: I – Órgão de Assistência e Assessoramento Direto e Imediato aos Se- cretários: a) Gabinete (GAB);

70 b) Assessoria de Comunicação Social (ACS); c) Assessoria Jurídica; d) Órgão de Planejamento; e e) Outros órgãos de assessoramento. II – Órgão de Coordenação Superior: Coordenação Geral. III – Órgãos de Execução – Departamentos. IV – Órgão de Apoio Administrativo – Departamento Administrativo.

Ainda em 1979, são instituídos sistemas e programas com o objetivo de organizar a estrutura administrativa do Rio Grande do Sul. São eles o Sistema de Organização Administrativa, o Programa Estadual de Desburocratização, o Programa Estadual de Modernização Administrati- va e o Programa Estadual de Racionalização Administrativa.

Dec. n.º 29.260, de 08/11/1979. Institui o Sistema de Organiza- ção Administrativa. O Sistema de Organização Administrativa é implantado “conside- rando a necessidade de que a organização administrativa dos órgãos da Administração Pública Estadual seja feita sob uma orientação comum, que integre as diversidades existentes; considerando que os órgãos governamentais necessitam adaptar-se continuamente aos desafios de um meio ambiente em permanente mudança; considerando que a administração pública necessita possuir condições de atender rápida e eficientemente às necessidades e de- mandas do público; e considerando a relevância do Sistema de Organização Administrativa, que juntamente com os Sistemas de Pessoal, Orçamento e Planejamento forma a base organizacional da Administração Pública Esta- dual”. A Central do Sistema de Organização Administrativa integra a Se- cretaria de Coordenação e Planejamento, e é responsável pela organiza- ção administrativa dos órgãos da Administração Direta e Indireta, inclusi- ve Fundações.

Dec. n.º 29.261, de 08/11/1979. Institui o Programa Estadual de Desburocratização. O Programa Estadual de Desburocratização destina-se a simplificar o funcionamento da administração pública estadual tanto para seus servi- dores como para o público em geral, melhorando o atendimento, diminu-

71 indo custos, etc. Ele vinha proporcionar ao Poder Executivo “instrumen- tos mais eficazes e operantes de ação com vistas ao desenvolvimento social e econômico do Rio Grande do Sul”, além de fazer prevalecer os objetivos sociais e econômicos do Governo sobre a burocracia e também facilitar a atuação de pequenas e médias empresas visando o crescimento econô- mico do Estado. Este Programa vinha ao encontro das diretrizes e políti- cas de desburocratização do Governo Federal.

Dec. n.º 29.262, de 08/11/1979. Aprova o Programa Estadual de Modernização Administrativa. Com o Programa Estadual de Modernização Administrativa são insti- tuídos mecanismos de avaliação de desempenho de órgãos governamentais, além de implantar “uma administração pública com características gerenciais, dirigida para resultados”.

Dec. n.º 29.263, de 08/11/1979. Aprova o Programa Estadual de Racionalização Administrativa. Este programa visava “reformular as normas, os procedimentos e as rotinas administrativas existentes, visando a sua racionalização, a redução de tempo e de custos operacionais na prestação de serviços ao público usuário dos órgãos governamentais, assegurando a melhoria dos padrões de desempe- nho destes órgãos.”

Dec. n.º 29.669, de 09/06/1980. Institui, na estrutura das Secreta- rias, as Assessorias de Planejamento Organizacional.

Dec. n.º 31.120, de 15/03/1983. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. Nova alteração na estrutura organizacional: a Secretaria da Educa- ção transforma-se em Secretaria da Educação e Cultura, e a Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo transforma-se em Secretaria do Turismo.

72 • Secretaria da Administração

Dec. n.º 18.607, de 03/08/1967. Transfere a Imprensa Oficial do Esta- do, da Secretaria do Interior e Justiça, para a Secretaria da Administração.

Dec. n.º 19.801, de 08/08/1969. Dispõe sobre a organização da administração estadual, estabelece diretrizes para a reforma administrativa e dá as áreas de competência da Secretaria. Este Decreto determina os seguintes setores de atuação e área de competência para a Secretaria da Administração: “pessoal civil, material, serviços gerais, imprensa oficial, processamento eletrônico de dados, previ- dência social do servidor público, valorização do servidor público e biometria médica”.

Dec. n.º 20.862, de 06/01/1971. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria da Administração, em cumprimento às diretrizes da reforma administrativa do Estado. Juntamente com a estrutura básica da Secretaria, apresentam-se in- cumbências mais explícitas: “I – coordenar a execução das atividades pertinentes à Administração de Pessoal, incumbindo-se de: a) promover medidas relativas ao processo seletivo e ao aperfeiçoamento do pessoal; b) efetuar o exame legal dos atos relativos ao pessoal civil do Estado e promover seu registro e publicação; c) manter cadastro quantitativo e qualitativo dos servidores civis da Administração Direta e promover a concessão de vantagens previstas em lei para o funcionalismo público estadual; d) realizar perícias médicas para os fins indicados na legislação de pessoal; e) estudar casos de acidentes em serviço, doenças do trabalho e readaptação de funcionários, promovendo as medidas tendentes à solução dos mesmos. II – coordenar a execução da política de Serviços Gerais do Estado; III – promover a execução das atividades relacionadas com a adminis- tração de material para os serviços públicos estaduais; IV – promover a utilização de processos eletromecânicos e eletrônicos,

73 no processamento de dados e tratamento de informações, para a Administra- ção Direta e Indireta do Estado; V – superintender a política previdenciária e assistencial pertinente aos servidores do Estado; VI – orientar, com as Secretarias da Fazenda e de Coordenação e Planejamento, a política de despesa com pessoal; VII – realizar outras tarefas que lhe sejam cometidas pelo Governador do Estado, dentro de sua área de competência.”

Dec. n.º 21.038, de 05/03/1971. Transfere o Departamento de Pe- rícia Médica desta Secretaria para a Secretaria da Saúde, transferindo as atividades relativas à biometria médica desta para aquela Secretaria.

Dec. n.º 21.296, de 18/08/1972. Transfere o item “material”, inclu- so na área de competência da Secretaria da Administração, para a área de competência da Secretaria da Fazenda.

Dec. n.º 23.979, de 15/08/1975. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. A Secretaria da Administração passa a ter como áreas de competên- cia: “administração de pessoal, serviços gerais, serviços gráficos, processamento de dados, previdência e assistência sociais do servidor público [e] transporte oficial.”

Dec. n.º 28.650, de 15/03/1979 Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. A atividade de processamento de dados é transferida para a Secreta- ria de Coordenação e Planejamento, e a Secretaria da Administração passa a integrar o desenvolvimento de recursos humanos.

Dec. n.º 31.120, de 15/03/1983. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. Na última alteração do período, a Secretaria da Administração pas- sa a ter entre suas áreas de competência, além das já citadas no Decreto anterior, a administração do Centro Administrativo do Estado.

74 • Secretaria da Agricultura

Dec. n.º 17.873, de 26/04/1966. Altera a estrutura da Secretaria da Agricultura. A Secretaria da Agricultura tem por finalidade “superintender, ad- ministrar e orientar o planejamento, execução, coordenação e controle dos trabalhos de experimentação, defesa e fomento da produção agropecuária, de reflorestamento, de estudos e preservação de solos e de irrigação, devendo para tanto: I – Executar trabalho referente à fitotecnia e à conservação e melhora- mento dos solos; II – Realizar estudos sobre pragas e moléstias que afetam as plantas, bem como os métodos de controle das mesmas; III – Prestar assistência técnica aos agricultores; IV – Estudar, experimentar e fomentar a exploração das riquezas de origem animal; V – Estudar, pesquisar e combater zoonoses, que, direta ou indireta- mente, prejudiquem a exploração pecuária do Estado; VI – Promover a preservação e a racional mobilização de recursos naturais renováveis, quais sejam, solos, água, flora e fauna; VII – Fomentar a produção mineradora e realizar pesquisas e sonda- gens para as águas; VIII – Exercer a fiscalização dos métodos de mineração; IX – Exercer atividades de administração geral, necessárias ao funcio- namento da Secretaria da Agricultura.”

Dec. n.º 18.401, de 25/01/1967. Altera a estrutura da Secretaria da Agricultura e dá outras providências.

Dec. n.º 19.801, de 08/08/1969. Dispõe sobre a organização da administração estadual, estabelece diretrizes para a reforma administrativa e dá as competências da Secretaria. Estabelece a responsabilidade da Secretaria sobre as áreas de “produ- tos da terra; política agrária; organização da vida rural; pecuária; pesca; ensilagem e armazenagem; irrigação; recursos naturais renováveis; meteorologia; pesquisa e experimentação animal e vegetal”.

75 Dec. n.º 21.080, de 19/03/1971. Transfere a matéria referente à “ensilagem e armazenagem” para a Secretaria dos Transportes.

Dec. n.º 21.688, de 17/04/1972. Dispõe sobre a reorganização da Secretaria da Agricultura. A Secretaria da Agricultura, com “atuação no setor econômico”, é res- ponsável por “superintender, administrar e orientar o planejamento, execu- ção, coordenação e controle dos trabalhos de pesquisa, experimentação, defe- sa, fomento e promoção da produção agropecuária, da pesquisa e preservação dos recursos naturais renováveis e do apoio ao desenvolvimento infra-estrutu- ral do setor primário, competindo-lhe: a) prestar assistência técnica aos produtores rurais; b) planejar, executar, dirigir e fiscalizar trabalhos referentes à fitotecnia e ao melhoramento dos solos; c) promover a pesquisa e experimentação relacionada com a produção vegetal; d) pesquisar e realizar estudos sobre pragas e moléstias que afetam as plantas, bem como planejar e orientar quanto aos métodos de controle das mesmas; e) pesquisar, experimentar e fomentar a exploração das riquezas de origem animal; f) estudar, pesquisar e combater zoonoses que, direta ou indiretamen- te, prejudiquem a exploração pecuária do Estado; g) fiscalizar, controlar e manter a sanidade animal; h) pesquisar e promover a preservação, conservação e a racional mobilização dos recursos naturais renováveis.”

Dec. n.º 23.979, de 15/08/1975. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. Estas passam a ser “organização da vida rural; pesquisa e experimen- tação vegetal e animal; produção animal e vegetal; pesca; recursos naturais renováveis; irrigação e açudagem; meteorologia; assistência ao cooperativismo; abastecimento”.

Dec. n.º 26.785, de 07/03/1978. Dispõe sobre a organização da Secretaria, define sua estrutura e estabelece competências. Tem-se aqui um detalhamento maior das competências da Secreta- ria. Sua finalidade é “promover e coordenar, em consonância com as diretri- 76 zes governamentais, a política de desenvolvimento do setor primário, assegu- rando sua execução através das unidades integrantes de sua estrutura orgâni- ca e dos órgãos que lhe são vinculados e relacionados, competindo-lhe: reali- zar pesquisas econômicas relativas ao setor primário da produção, promover a pesquisa e experimentação relacionados com a produção vegetal e animal, orientar o planejamento, a coordenação e o controle das atividades de meteorologia, planejar, dirigir ou executar e fiscalizar trabalhos referentes a fitotecnia e ao melhoramento dos solos, pesquisar e realizar estudos sobre pragas e moléstias que afetam as plantas, bem como planejar e orientar quanto aos métodos de combate, pesquisar e promover a preservação e o raci- onal aproveitamento dos recursos naturais renováveis, controlar, fiscalizar e manter a sanidade animal, estimular a criação e o desenvolvimento de enti- dades associativas com atuação no setor primário da produção e prestar ser- viços de assistência técnica aos produtores rurais”.

Dec. n.º 28.650, de 15/03/1979 Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. Estas são: “pesquisa e experimentação vegetal e animal, fitotecnia e melhoramento de solo, meteorologia, fitotecnia e entomologia, recursos naturais renováveis, sanidade animal e vegetal, assistência ao cooperativismo rural, assistência técnica e extensão rural, organização da vida rural, aqüicultura e pesca, irrigação e açudagem, ensilagem e armazenagem, geografia e cartografia e discriminação e legalização de terras públicas”.

Dec. n.º 29.051, de 06/08/1979. Altera as áreas de competência da Secretaria. Em menos de cinco meses, as atribuições são alteradas para “pes- quisa e experimentação fitotécnica, zootécnica, veterinária, pesqueira e de ecologia e recursos naturais; preservação e conservação dos recursos naturais renováveis; pesca e aqüicultura; assistência técnica e extensão rural; pro- moção, orientação e assistência ao cooperativismo rural; defesa sanitária vegetal e animal; abastecimento e comercialização agrícola; fiscalização de produtos e insumos agrícolas; pesquisa, estudos e informações agroeconômicas; armazenagem; irrigação e açudagem; discriminação e legalização de terras públicas; promoção, organização e fomento rural; meteorologia; prestação e fornecimento de bens e serviços à produção agropecuária; geografia e cartografia”.

77 Dec. n.º 29.102, de 10/09/1979. Dispõe sobre as áreas de com- petência da Secretaria

Dec. n.º 31.120, de 15/03/1983. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. Este Decreto faz algumas alterações nas áreas de competência em relação à norma anterior: são excluídos “promoção, orientação e assistên- cia ao cooperativismo rural” e “abastecimento e comercialização agríco- la” e é incluído junto ao termo “armazenagem” a “ensilagem”, transfor- mando-se em “armazenagem e ensilagem”.

Dec. n.º 31.643, de 03/10/1984. Altera áreas de competência da Secretaria. Aqui acontece a última mudança nas áreas de competência desta Se- cretaria no período. São acrescentadas a “assistência ao cooperativismo” e o “assentamento e reassentamento agrário” às áreas de competência já existentes.

78 • Secretaria de Coordenação e Planejamento

Dec. n.º 19.801, de 08/08/1969. Dispõe sobre a organização da administração estadual, estabelece diretrizes para a reforma administrativa, cria e dá as competências da Secretaria de Coordenação e Planejamento. É sua responsabilidade a “política de desenvolvimento; coordenação do Plano Geral de Governo; orçamento-programa; proposta orçamentária anual; orçamento plurianual de investimentos; integração de planos; estu- dos e pesquisas sócio-econômicas, inclusive setoriais e regionais; estatística; identificação e análise de fontes de recursos; pesquisa científica e relaciona- mento com a Universidade; estímulos creditícios e financeiros; organização administrativa”.

Dec. n.º 20.022, de 11/12/1969. Dispõe sobre a organização da Secretaria da Coordenação e Planejamento e dá outras providências. Com relação as suas finalidades, estas são: “I – Estabelecer roteiros administrativos que instruam a elaboração e a execução da Política de Desenvolvimento do Estado; II – Elaborar o Plano Geral do Governo e coordenar a sua execução; III – Promover a integração de planos estatais e privados que contribu- am, conjunta ou isoladamente, para a colimação de metas do Plano Geral do Governo e o Desenvolvimento do Estado; IV – Auxiliar o município a elaborar planos de desenvolvimento coor- denados com os planos nacionais e estaduais; V – Centralizar a Coordenação dos sistemas de Planejamento, Orça- mento-Programa, Estatística e Pesquisa Científica; VI – Elaborar, com a Secretaria da Fazenda, a programação finan- ceira do desembolso; VII – Realizar pesquisas e estudos sócio-econômicos de caráter global, setorial ou regional, sugerindo medidas a órgãos do Poder Público ou a entida- des do setor privado; VIII – Promover a identificação de fontes e a análise de recursos utili- záveis na execução de planos de programas do Poder Executivo; IX – Promover medidas de caráter tributário, fiscal, creditício ou fi- nanceiro que criem estímulos para o desenvolvimento social e econômico do Estado; X – Orientar a organização da Administração Direta e Indireta do Estado, e, – com a Secretaria da Administração, – a política de despesa com

79 pessoal, através da permanente análise e da proposição de medidas legais e regulamentares; XI – Estimular a integração das atividades do Poder Público com a Universidade e o setor privado, realizando ou propondo ações no sentido do racional aproveitamento dos recursos humanos, da ciência e da tecnologia para o processo de desenvolvimento; XII – Realizar tarefas que lhe sejam cometidas pelo Governador do Estado, dentro das atribuições genéricas da Pasta, especialmente as relacio- nadas com a implantação dos princípios fundamentais enunciados no arti- go 2º do Decreto nº 19.801, de 8 de agosto de 1969".

Dec. n.º 23.042, de 01/04/1974. Dispõe sobre a organização da Secretaria da Coordenação e Planejamento e dá outras providências. O Decreto estabelece alterações nas finalidades da Secretaria. Estas passam a ser: “I – Elaborar o Plano Geral de Desenvolvimento do Estado, coorde- nando e acompanhando à sua execução; II – Estudar alternativas para a política de desenvolvimento do Estado e sua compatibilização com os planos nacionais de desenvolvimento; III –Realizar estudos e pesquisas de natureza sócio-econômica; IV – Propor a fixação de prioridades na liberação de recursos destina- dos ao atendimento das despesas, à vista da programação financeira elabo- rada pela Secretaria da Fazenda; V – Estruturar e operar o sistema de contas regionais e proceder a análises conjunturais; VI – Proceder à identificação de fontes e à análise de recursos utilizá- veis na execução de planos e programas de Governo; VII – Orientar a organização da Administração Direta e Indireta do Estado e a política de despesa com pessoal; VIII – Promover a capacitação e valorização de recursos humanos; IX – Auxiliar os Municípios na elaboração de programas e na aplica- ção de recursos destinados a investimentos que acelerem seu desenvolvimento sócio-econômico; X – Articular-se com entidades públicas e privadas, nacionais, estran- geiras ou internacionais, visando a formas de colaboração, contratos ou convê- nios para a execução de programas ou atividades em sua área de competência;

80 XI – Realizar, dentro das atribuições genéricas da Pasta, tarefas que lhe sejam determinadas pelo Chefe do Poder Executivo.”

Dec. n.º 23.979, de 15/08/1975. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. As áreas de competência sofrem algumas alterações. A partir desta norma compete à Secretaria a “elaboração e coordenação do Plano de Go- verno; programação do desenvolvimento econômico e social; coordenação e elaboração de Proposta Orçamentária anual e do Orçamento Plurianual de Investimentos; estudos e pesquisas científicas e sócio-econômicas; estatística; identificação e análise de fontes de recursos; estímulos creditícios e financei- ros; desenvolvimento de recursos humanos”.

Dec. n.º 28.650, de 15/03/1979. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. A reorganização administrativa de 1979 altera novamente as áreas de competência da Secretaria de Coordenação e Planejamento, que passam a ser “elaboração e coordenação do plano de Governo; programação do desen- volvimento social, econômico, administrativo, científico e tecnológico; elabora- ção e coordenação da proposta de orçamento anual e de orçamento plurianual de investimentos; estudo e pesquisa social, econômica, administrativa, científi- ca e tecnológica; relacionamento com a Universidade, em assuntos de pesquisa social, econômica, administrativa, científica e tecnológica; estatística; identifi- cação e análise de fontes de recursos; estímulos creditícios e financeiros; organi- zação administrativa; acompanhamento de transferência e negociação com a União, Estado e Município; processamento de dados.”

Dec. n.º 29.041, de 23/07/1979. Dispõe sobre as áreas de compe- tência da Secretaria.

Dec. n.º 29.471, de 02/01/1980. Altera as áreas de competência da Secretaria. A atividade relativa ao processamento de dados sofre uma mudança neste Decreto: apenas a política de processamento de dados fica por conta da Secretaria de Coordenação e Planejamento, enquanto que a execução desta política passa a ser atribuição da Secretaria da Fazenda.

81 Dec. n.º 31.120, de 15/03/1983. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as competências da Secretaria. A partir desta norma as áreas de competência são as seguintes: “ela- boração, coordenação, acompanhamento e controle do Programa de Gover- no; formulação de diretrizes para a programação do desenvolvimento social, econômico, administrativo, científico e tecnológico do Estado; promoção e realização de estudos e pesquisas sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e administrativas; produção e análise de estatísticas; formulação da política de planejamento organizacional; formulação da política de processamento de dados; elaboração de análises e informações sobre o andamento dos pro- gramas setoriais dos órgãos da Administração Estadual; organização e atua- lização do cadastro dos entes estatais do Estado; análise, acompanhamento e avaliação do desempenho das autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações, assim como de subsidiárias e órgãos por aqueles instituídos e controlados direta e indiretamente; formulação da política esta- dual de informática.”

82 • Secretaria da Educação e Cultura • Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo (1979) • Secretaria da Educação e Cultura (1983)

Dec. n.º 19.801, de 08/08/1969. Dispõe sobre a organização da administração estadual, estabelece diretrizes para a reforma administrativa e dá as competências da Secretaria. A primeira organização administrativa do período estabelece como áreas de competência da Secretaria da Educação e Cultura: “ensino; ativi- dades culturais; desporto e educação física; assistência social ao escolar; patrimônio histórico, arqueológico, científico, cultural e artístico”.

Dec. 19.756, de 14/07/69. Aprova o Regimento Interno do Conse- lho Estadual de Cultura.

Dec. n.º 21.117, de 14/05/1971. Altera a subordinação de órgãos da administração direta, vinculando o Conselho Regional de Desportos e o Departamento de Esportes do Rio Grande do Sul, à Secretaria de Educação e Cultura.

Dec. n.º 21.120, de 17/05/1971. Dispõe sobre a organização da Secretaria da Educação e Cultura e dá outras providências.

Dec. n.º 21.843, de 07/07/1972. Dispõe sobre a organização da Secretaria da Educação e Cultura e dá outras providências.

Dec. n.º 23.979, de 15/08/1975. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. As atividades de “desporto e educação física” são substituídas por “es- porte amador” . “Tradição e folclore” é incluído como área de competência.

Dec. n.º 28.650, de 15/03/1979. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e cria a Secretaria de Cultura, Desporto e Turis- mo a partir do desmembramento da Secretaria da Educação e Cultura. Suas áreas de competência são “atividades culturais, patrimônio his- tórico, arqueológico, antropológico, científico, artístico e cultural; tradição e folclore; esporte amador; turismo”. 83 Dec. n.º 29.194, de 17/10/1979. Dispõe sobre as competências da Secretaria.

Dec. n.º 31.120, de 15/03/1983. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e desmembra a Secretaria de Cul- tura, Desporto e Turismo em duas: Secretaria da Educação e Cultura e Secretaria do Turismo. Suas áreas de competência passam a ser “ensino pré-escolar; ensino de primeiro grau; ensino de segundo grau; ensino supletivo; assistência ao educando; assistência ao deficiente físico, mental e sensorial; relaciona- mento com as Universidades; relacionamento com as entidades estudantis; atividades culturais; patrimônio histórico, arqueológico, antropológico, ci- entífico, artístico e cultural; tradição e folclore; esporte amador”.

84 • Secretaria da Educação e Cultura • Secretaria da Educação (1979) • Secretaria da Educação e Cultura (1983)

Dec. n.º 19.801, de 08/08/1969. Dispõe sobre a organização da administração estadual, estabelece diretrizes para a reforma administrativa e dá as competências da Secretaria. A primeira organização administrativa do período estabelece como áreas de competência da Secretaria da Educação e Cultura: “ensino; ativi- dades culturais; desporto e educação física; assistência social ao escolar; patrimônio histórico, arqueológico, científico, cultural e artístico”.

Dec. 19.756, de 14/07/69. Aprova o Regimento Interno do Conse- lho Estadual de Cultura.

Dec. n.º 21.117, de 14/05/1971. Altera a subordinação de órgãos da administração direta, vinculando o Conselho Regional de Desportos e o Departamento de Esportes do Rio Grande do Sul, à Secretaria de Educa- ção e Cultura.

Dec. n.º 21.120, de 17/05/1971. Dispõe sobre a organização da Secretaria da Educação e Cultura e dá outras providências.

Dec. n.º 21.843, de 07/07/1972. Dispõe sobre a organização da Secretaria da Educação e Cultura e dá outras providências.

Dec. n.º 23.979, de 15/08/1975. Altera a estrutura organizacional da administração direta e dá as áreas de competência da Secretaria. As atividades de “desporto e educação física” são substituídas por “es- porte amador” . “Tradição e folclore” é incluído como área de competência.

Dec. n.º 28.650, de 15/03/1979. Altera a estrutura organizacional da administração direta e cria a Secretaria da Educação a partir do desmembramento da Secretaria da Educação e Cultura. As áreas de competência da Secretaria da Educação são “ensino pré- escolar; ensino de primeiro grau; ensino de segundo grau; ensino supletivo;

85 assistência ao escolar; assistência ao excepcional; relacionamento com a Uni- versidade; relacionamento com as entidades estudantis”.

Dec. n.º 31.120, de 15/03/1983. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e cria a Secretaria da Educação e Cultura a partir da fusão da Secretaria de Educação e de parte da Secre- taria de Cultura, Desporto e Turismo. Quatro anos depois de ser desmembrada, a Secretaria de Educação e Cultura é recriada, com as seguintes áreas de competência “ensino pré- escolar; ensino de primeiro grau; ensino de segundo grau; ensino supletivo; assistência ao educando; assistência ao deficiente físico, mental e sensorial; relacionamento com as Universidades; relacionamento com as entidades es- tudantis; atividades culturais; patrimônio histórico, arqueológico, antropo- lógico, científico, artístico e cultural; tradição e folclore; esporte amador”.

86 • Secretaria de Energia e Comunicação • Secretaria de Energia, Minas e Comunicações (1969)

Dec. n.º 19.801, de 08/08/1969. Dispõe sobre a organização da administração estadual, estabelece diretrizes para a reforma administra- tiva e dá as áreas de competência da Secretaria de Energia, Minas e Comunicações. As áreas de competência são “energia; telecomunicações; recursos mi- nerais; petroquímica; extração e transformação de minerais”.

Dec. n.º 21.316, de 18/09/1971. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria de Energia, Minas e Comunicações e estabelece suas competências. É atribuição da Secretaria: “I – Estabelecer a política energética do Estado e assegurar a sua execu- ção, através da Companhia Estadual de Energia Elétrica; II – Promover a expansão da eletrificação rural no Estado; III – Promover a expansão das telecomunicações no Estado e assegurar a sua execução, através da Companhia Riograndense de Telecomunicações; IV – Promover a racional exploração do carvão mineral e de outros recursos minerais de interesse do Estado, através da Companhia Riograndense de Mineração; V – Tornar efetivas todas as providências que assegurem a integração ou a realização dos programas de energia, comunicações da exploração dos recursos minerais e do desenvolvimento da petroquímica; VI – Supervisionar e acompanhar a execução dos planos e programas das entidades que lhe são vinculadas, visando assegurar a máxima eficiência empresarial às mesmas”.

Dec. n.º 23.979, de 15/08/1975. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. Suas atribuições passam a ser: “energia; telecomunicações; pesquisa e extração de recursos minerais; assistência ao cooperativismo de eletrifica- ção e telefonia rurais”.

Dec. n.º 28.650, de 15/03/1979. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria.

87 A matéria “energia” passa a ser “energia elétrica e fontes alternativas de energia”, e é acrescentada a “carboquímica”.

Dec. n.º 29.105, de 10/09/1979. Dispõe sobre as competências da Secretaria. Estas passam a ser: “I – propor a política de energia elétrica do Estado, assegurando a sua execução através da Companhia Estadual de Energia Elétrica; II – promover a expansão da eletrificação rural no Estado bem como dar assistência ao cooperativismo de eletrificação e telefonia rurais; III – promover a política de telecomunicações do Estado, assegurando a sua execução através da Companhia Riograndense de Telecomunicações; IV – realizar pesquisas e promover a racional exploração do carvão mineral e de outros recursos minerais de interesse do Estado, através da Com- panhia Rio-grandense de Mineração; V – promover o desenvolvimento de fontes alternativas de energia; VI – promover o desenvolvimento da carboquímica; VII – supervisionar e acompanhar a execução dos planos e programas das entidades que lhe são vinculadas, visando a assegurar às mesmas a má- xima eficiência empresarial”.

Dec. n.º 31.120, de 15/03/1983. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. A única modificação é a retirada da matéria “carboquímica” das áreas de competência da Secretaria.

88 • Secretaria da Fazenda

Dec. n.º 19.801, de 08/08/1969. Dispõe sobre a organização da administração estadual, estabelece diretrizes para a reforma administrativa e dá as áreas de competência da Secretaria. São elas: “administração tributária; administração financeira; arre- cadação; assuntos fiscais e financeiros; contabilidade; auditoria; instituições financeiras; patrimônio”.

Dec. n.º 21.117, de 14/05/1971. Altera a subordinação de órgãos da Administração Direta, vinculando o Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais à Secretaria da Fazenda.

Dec. n.º 23.979, de 15/08/1975. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. São suas atribuições a “administração tributária; administração fi- nanceira; administração da Dívida Pública; contabilidade; auditoria; ad- ministração do patrimônio e material; estímulos fiscais”.

Dec. n.º 28.650, de 15/03/1979. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria.

Dec. n.º 29.471, de 02/01/1980. Altera as áreas de competência da Secretaria. A execução da política de processamento de dados é incluída.

Dec. n.º 31.120, de 15/03/1983. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. As áreas de competência da Secretaria são as seguintes: “administra- ção tributária; administração financeira; administração da dívida pública; contabilidade; auditoria; administração de material; administração de patrimônio; estímulos fiscais, creditícios e financeiros; elaboração e coorde- nação da proposta de orçamento plurianual de investimentos; avaliação dos convênios e ajustes realizados pela administração Direta e Indireta com a União, Estados e Municípios; identificação e análise de fontes de recursos; execução da política de processamento de dados”.

89 • Secretaria da Indústria e Comércio

Dec. n.º 19.801, de 08/08/1969. Dispõe sobre a organização da administração estadual, estabelece diretrizes para a reforma administrativa e dá as áreas de competência da Secretaria. A Secretaria da Indústria e Comércio é criada, a partir da recém- extinta Secretaria da Economia, tendo como áreas de competência: “de- senvolvimento industrial; desenvolvimento comercial; abastecimento; cooperativismo; mercados internos e externos; política de preços; pesquisa e experimentação tecnológica; metrologia; turismo”.

Dec. n.º 21.633, de 18/02/1972. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria e dá suas competências. As finalidades da Secretaria são instituídas como: “I – promover, orientar e coordenar a execução da política de desenvol- vimento industrial, de desenvolvimento da comercialização e de assistência ao cooperativismo; II – acompanhar as atividades dos órgãos a ela vinculados; III – estimular a realização de atividades relacionadas com o desen- volvimento industrial e comercial do Estado; IV – promover a formação e o fortalecimento de cooperativas, orientá- las e propiciar-lhes assistência técnica; V – efetuar e divulgar pesquisas sobre a colocação de produtos gaúchos nos mercados internos e externos; VI – coordenar a execução de atividades relativas ao abastecimento e realizar estudos para a fixação da política de preços de produtos gaúchos; VII – promover atividades de pesquisa e experimentação tecnológica e as relativas à metrologia”.

Dec. n.º 23.979, de 15/08/1975. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. As áreas de competência passam a ser “desenvolvimento industrial; desenvolvimento comercial; mercados nacional e internacional; pesquisa e tecnologia industriais”.

90 Dec. n.º 28.650, de 15/03/1979. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. É retirada a matéria “pesquisa e tecnologia industriais” e incluída a “assistência ao cooperativismo”.

Dec. n.º 31.120, de 15/03/1983. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta, incluindo a função “abasteci- mento” entre as competências da Secretaria.

Dec. n.º 31.643, de 03/10/1984. Altera áreas de competência da Se- cretaria. A assistência ao cooperativismo é transferida para a Secretaria da Agri- cultura.

91 • Secretaria do Interior e Justiça • Secretaria da Justiça (1975)

Dec. n.º 17.869, de 26/04/1966. Dá nova organização à Secretaria do Interior e Justiça. Esta passa a ter por finalidade “realizar a política do Poder Executi- vo, quanto às suas relações em geral e, especialmente, com os demais Poderes do Estado, cooperando para a coordenação de todas as atividades do Poder Público”.

Dec. n.º 18.607, de 03/08/1967. Transfere a Imprensa Oficial do Estado, desta Secretaria, para a Secretaria da Administração.

Dec. n.º 19.801, de 08/08/1969. Dispõe sobre a organização da administração estadual, estabelece diretrizes para a reforma administrativa e dá as áreas de competência da Secretaria, a saber: “(...) relacionamento com o Poder Judiciário e com o Ministério Pú- blico; relacionamento com o Corpo Consular; assistência técnico-adminis- trativa aos Municípios; administração penitenciária; Arquivo Público; Re- gistro do Comércio; Relacionamento com os Partidos Políticos”.

Dec. 19.804, de 12/08/1969. Transfere o Departamento de Fiscali- zação dos Serviços de Diversões Públicas, desta Secretaria, para a Secreta- ria de Segurança Pública e dá outras providências.

Dec. n.º 21.180, de 02/07/1971. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria. Suas finalidades são: “I – Realizar, em consonância com as diretrizes estabelecidas pelo Go- vernador, o relacionamento do Governo com os demais Poderes do Estado, com os Partidos Políticos e com o Corpo Consular. II – Prestar assistência técnico-administrativa aos Municípios e pro- mover e coordenar o relacionamento destes com o Governo do Estado. III – Planejar e executar a política penitenciária do Estado. IV – Promover os serviços de guarda de documentos públicos. V – Executar os serviços de registro público das atividades econômicas”.

92 Dec. n.º 23.979, de 15/08/1975. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta. A Secretaria do Interior e Justiça é des- membrada, originando a Secretaria da Justiça, com as seguintes áreas de competência: “(...) Relacionamento com o Poder Judiciário; Relacionamento com o Poder Legislativo; Relacionamento com o Corpo Consular; Relacionamento com os Partidos Políticos; Administração Penitenciária; Registro do Comér- cio; Arquivo Público”.

Dec. n.º 28.650, de 15/03/1979. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. Suas áreas de competência são reduzidas à administração penitenci- ária, ao arquivo público e ao registro de comércio, permanecendo assim até o final do período.

Dec. n.º 29.373, de 12/12/1979. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria.

Dec. n.º 31.120, de 15/03/1983. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta.

93 • Secretaria das Obras Públicas • Secretaria do Desenvolvimento Regional e Obras Pú- blicas (1971) • Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas (1975)

Dec. n.º 17.870, de 26/04/1966. Complementa a estrutura da Se- cretaria das Obras Públicas.

Dec. 18.338, de 30/12/1966. Altera a estrutura da Secretaria de Obras Públicas, regulamenta o funcionamento e dispõe sobre suas finalidades, que passam a ser: “I – Estudar, projetar, orçar e executar prédios públicos bem como fis- calizar a sua execução; II – examinar e opinar sobre quaisquer projetos e orçamentos de pré- dios a cargo do Estado; III – executar obras referentes à conservação de edifícios públicos, pró- prios, cedidos ou alugados; IV – prestar assistência técnica às iniciativas de caráter público ou privado que intervenham no planejamento da alçada da Secretaria; V – promover e elaborar planos diretores de áreas intermunicipais, municipais e urbanas, com vistas ao seu desenvolvimento integrado; VI – executar todas as atividades de administração geral necessárias ao funcionamento da Secretaria das Obras Públicas”.

Dec. 18.588, de 18/07/1967. Altera dispositivos do Decreto n.º 18.338 (30/12/1966).

Dec. 18.637, de 04/09/1967. Transfere o Conselho de Controle da Poluição das Águas e do Ar e a Comissão de Fluoração das Águas, desta Secretaria, para a Secretaria da Saúde.

Dec. n.º 19.801, de 08/08/1969. Dispõe sobre a organização da administração estadual, estabelece diretrizes para a reforma administrativa e dá as áreas de competência da Secretaria.

94 As áreas de competência são obras públicas, saneamento básico e assistência técnica a obras públicas municipais.

Dec. n.º 21.195, de 12/07/1971. Altera o nome da Secretaria para Secretaria de Desenvolvimento Regional e Obras Públicas e dá as suas competências. Suas áreas de competência passam a ser, além das anteriores com nova redação, o “desenvolvimento regional e local”.

Dec. n.º 21.196, de 12/07/1971. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria. As atribuições da Secretaria passam a ser: “I – Elaborar e implantar programas de desenvolvimento regional e local do Estado; II – Orientar a administração direta e indireta do Estado e o setor privado em assuntos de política de desenvolvimento regional e local, bem como adotar medidas que permitam sua execução e controle; III – Promover o relacionamento com os órgãos federais, municipais e de outros Estados, que atuem na área do desenvolvimento regional e local; IV – Dar assistência técnica a programas e projetos de desenvolvimen- to regional e local no que se refere à formulação e implantação dos mesmos; promover a integração e a realização dos referidos programas, projetos setoriais, estatais e privados que contribuam, conjunta ou isoladamente, para a colimação das metas do Governo do Estado; V – Prestar assistência técnica aos Municípios, Associações de Municí- pios e a outras entidades, para implantação dos planos de desenvolvimento integrado; VI – Elaborar e implantar programas e projetos de obras públicas e edificações de órgãos da administração estadual direta, promovendo a fisca- lização e execução das obras e edificações, ou coordenando e supervisionando a adjudicação das mesmas a terceiros; VII – Promover, em caráter permanente, a manutenção dos prédios públicos; VIII – Realizar estudos e pesquisas no campo da programação regio- nal e urbana, propondo medidas de caráter metodológico aos órgãos e enti- dades que atuem nesse campo;

95 IX – Estimular a integração das atividades do poder público com as de Universidades e de outras entidades públicas ou privadas, nacionais, estrangeiras ou internacionais, realizando ou propondo ações no sentido do melhor aproveitamento dos recursos humanos, da ciência e da tecnologia, para o processo do desenvolvimento regional e local; X – Promover o saneamento básico e do meio ambiente; XI – Realizar tarefas que lhe sejam cometidas pelo Governador do Estado, dentro das atribuições próprias da Pasta”.

Dec. n.º 22.174, de 20/11/1972. Dispõe sobre a organização da Secretaria.

Dec. n.º 23.883, de 10/06/1975. Altera a composição da Secretaria, que passará a atuar também na área de assistência técnico-administrativa aos municípios. Esta nova atribuição efetiva-se conisderando “a necessidade de inte- grar as atividades do desenvolvimento regional com a política de assistência técnico-administrativa ao município, com vistas à harmonização de progra- mas de trabalho em benefício das comunidades locais tanto isolada como congregadamente, (...) a necessidade de viabilizar tal integração através de um órgão cuja dimensão e estrutura comporte a grandeza de suas finalida- des, inclusive aquela de coordenar e desenvolver toda a atuação da adminis- tração direta e indireta do Estado no que concerne ao desenvolvimento regi- onal e à formulação de programas de ação municipalista [e] a necessidade de ajustar a estrutura orgânico-funcional da Secretaria tendo em vista as suas finalidades”.

Dec. n.º 23.979, de 15/08/1975. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. A Secretaria altera-se novamente em função do desmembramento da Secretaria do Interior e Justiça. A partir desta norma, a Secretaria do Desenvolvimento Regional e Obras Públicas passa a ser Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas. As áreas de competência têm nova formulação: “desenvolvimento regional e urbano; região metropolitana; preservação do meio-ambiente; saneamento básico;

96 assistência técnico-administrativa ao município; construção e recuperação de prédios públicos”.

Dec. n.º 28.650, de 15/03/1979. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. São as seguintes áreas de competência, que permanecerão assim até o fim do período: “proposição e execução das diretrizes da política de desen- volvimento regional, municipal e urbano; proposição e execução das diretri- zes da política de desenvolvimento da Região Metropolitana de Porto Alegre; planejamento e implantação de programas, obras e serviços de interesse da Região Metropolitana de Porto Alegre; formulação, coordenação e execução dos programas de saneamento básico do Estado; proteção ao meio-ambiente no que respeita o saneamento básico; assistência técnico-administrativo ao Município e relacionado aos Poderes Municipais; projeto, construção, con- servação e recuperação de prédios públicos; fiscalização das obras a que se refere a Lei n.º 2.434, de 23 de setembro de 1954”.

Dec. n.º 30.193, de 16/06/1981. Dispõe sobre as competências da Secretaria.

Dec. n.º 31.120, de 15/03/1983. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta.

97 • Secretaria da Saúde • Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente (1979)

Dec. n.º 17.868, de 26/04/1966. Dá nova estrutura à Secretaria da Saúde.

Dec. n.º 18.637, de 04/09/1967. Transfere o Conselho de Controle da Poluição das Águas e do Ar e a Comissão de Fluoração das Águas (Secretaria das Obras Públicas) para esta Secretaria.

Dec. n.º 19.801, de 08/08/1969. Dispõe sobre a organização da administração estadual, estabelece diretrizes para a reforma administrativa e dá as áreas de competência da Secretaria, que são: medicina preventiva, assistência médica e assistência dispensarial e hospitalar.

Dec. n.º 21.038, de 05/03/1971. Transfere o Departamento de Pe- rícia Médica, da Secretaria da Administração, para a Secretaria da Saúde.

Dec. n.º 21.240, de 06/08/1971. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria.

Dec. n.º 23.979, de 15/08/1975. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta.

Dec. n.º 28.650, de 15/03/1979. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. Este Decreto estabelece algumas mudanças na Secretaria: esta passa a ser chamada de Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente, com as seguintes áreas de atuação: “proposição e execução das diretrizes da política de saúde e do meio ambiente; promoção e proteção da saúde; assistência médico-hospitalar; vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental; con- trole do exercício profissional vinculado à saúde; elaboração e fornecimento de produtos profiláticos e terapêuticos; informação e orientação em saúde; capacitação e aperfeiçoamento de recursos humanos para as áreas de saúde e meio ambiente; perícia médica do servidor público”.

98 Dec. n.º 29.103, de 10/09/1979. Dispõe sobre a organização da Secretaria.

Dec. n.º 31.120, de 15/03/1983. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. Para esta Secretaria, é adicionada como área de competência, a “implantação de programas de suplementação alimentar aos trabalhadores e seus dependentes”.

99 • Secretaria da Segurança Pública

Dec. n.º 17.772, de 21/01/1966. Estabelece as competências e a estrutura da Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. A Secretaria tem por finalidade tornar efetivas as garantias individuais, a ordem e a tranqüilidade públicas, prestando a mais ampla colaboração à Justiça. É constituída dos seguintes órgãos: Gabinete, Conselho Superior de Segurança Pública, Conselho Superior de Polícia, Conselho Regional de Trân- sito, Escola de Polícia, Corregedoria Policial, Departamento de Ordem Po- lítica e Social, Divisão de Telecomunicações, Serviço de Estatística, Direção Geral de Administração, Superintendência dos Serviços Policiais.

Dec. n.º 19.676, de 30/05/1969. Reorganiza a estrutura da Secreta- ria de Segurança Pública. É sua finalidade “tornar efetivas a segurança interna do Estado, as garan- tias individuais, a ordem e a tranqüilidade públicas, prestando a mais ampla colabo- ração à Justiça repressiva”.

Dec. n.º 19.801, de 08/08/1969. Dispõe sobre a organização da administração estadual, estabelece diretrizes para a reforma administrativa e dá as áreas de competência da Secretaria. As áreas compreendem a Brigada Militar do Estado, serviços polici- ais, trânsito e fiscalização de diversões públicas.

Dec. n.º 19.804, de 12/08/1969. Transfere o Departamento de Fis- calização dos Serviços de Diversões Públicas (Secretaria do Interior e Jus- tiça) para esta Secretaria e dá outras providências.

Dec. n.º 23.979, de 15/08/1975. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. As áreas de competência passam a ser “serviço policial militar; serviço policial civil; prevenção e combate ao fogo e salvamentos; trânsito; fiscalização das diver- sões públicas; defesa civil; polícia judiciária”.

Dec. n.º 28.650, de 15/03/1979. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria.

100 As matérias “fiscalização das diversões públicas”, “defesa civil” e “polícia judiciária” são retiradas desta Secretaria.

Dec. n.º 28.655, de 22/03/1979. Dispõe sobre as competências da Secretaria.

Dec. n.º 31.120, de 15/03/1983. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta.

101 • Secretaria do Trabalho e Habitação • Secretaria do Trabalho e Ação Social (1969)

Dec. n.º 19.801, de 08/08/1969. Dispõe sobre a organização da administração estadual, estabelece diretrizes para a reforma administrati- va; altera o nome da Secretaria e estabelece suas áreas de competência. A Secretaria do Trabalho e Habitação passa a se chamar Secretaria do Trabalho e Ação Social. Suas áreas de competência são “orientação e recu- peração social; assistência ao trabalhador; formação e aperfeiçoamento de mão- de-obra; mercado de trabalho; relacionamento com a Justiça do Trabalho; relacionamento com organismos que congregam empregados e empregadores; assistência ao menor; relacionamento com os juizados de menores; assistência ao desvalido; habitação de natureza social”.

Dec. n.º 21.215, de 30/07/1971. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria.

Dec. n.º 23.979, de 15/08/1975. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. O item “relacionamento com a Justiça do Trabalho” é retirado, e “desenvolvimento comunitário” e “lazer e recreação do trabalhador” são acrescentados como novas áreas de atuação da Secretaria.

Dec. n.º 28.650, de 15/03/1979. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. Mais algumas alterações nas áreas de competência são feitas, ficando estabelecidas como “desenvolvimento comunitário; orientação familiar; as- sistência ao trabalhador; lazer e recreação do trabalhador; habitação de natu- reza social; assistência ao menor abandonado; assistência ao menor carenciado; assistência à juventude; assistência à mulher; assistência às pessoas idosas; assis- tência ao desvalido; orientação e recuperação social; mercado de trabalho e sistema de emprego; formação e aperfeiçoamento de mão-de-obra; promoção e assistência ao sindicalismo; relacionamento com os Juizados de Menores; rela- cionamento com organismos que congregam empregados e empregadores”.

102 Dec. n.º 29.104, de 10/09/1979. Dispõe sobre as competências da Secretaria.

Dec. n.º 31.120, de 15/03/1983. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. A partir desta data, as áreas de atuação passam a ser “fomento à política de emprego e ao mercado de trabalho formal e informal; formação e desenvolvimento de mão-de-obra; habitação de interesse social, rural e urbana; desenvolvimento comunitário; assistência e profissionalização do menor abandonado e carenciado; lazer e recreação do trabalhador e dos seus dependentes; fomento ao sindicalismo, urbano e rural, em todos os níveis; relacionamento com o Juizado de Menores; estímulo à formação de cooperativas de trabalhadores, de prestação de serviços; orientação à famí- lia, à juventude e à mulher; assistência social ao idoso e ao desvalido”.

103 • Secretaria dos Transportes

Dec. n.º 17.872, de 26/04/1966. Reorganiza a Secretaria dos Trans- portes e estabelece sua finalidade e atribuições, que são: “superintender, administrar e orientar o planejamento, execução, coordenação e controle dos sistemas de transportes e armazenagem”, devendo para tanto: “I – supervisionar a execução das políticas aeroviária e aeroportuária do Estado do Rio Grande do Sul; II – aprovar e controlar a execução de programas de expansão e desen- volvimento dos transportes aéreos; III – aprovar e controlar a execução de programas de desenvolvimento da infra-estrutura aeroportuária do Estado; IV – coligir dados e realizar os cálculos necessários à distribuição da taxa de transportes, preparando os respectivos expedientes; V – realizar pesquisas, elaborar planos, visando o estabelecimento da política do Estado, face aos problemas de transportes e armazenagem; VI – executar atividades de administração geral necessárias ao funcio- namento da Secretaria dos Transportes; VII – supervisionar a marcha dos serviços da entidade autárquica que lhe é vinculada.”

Dec. n.º 19.801, de 08/08/1969. Dispõe sobre a organização da administração estadual, estabelece diretrizes para a reforma administrativa e dá as áreas de competência da Secretaria. Sucintamente, “sistema viário e serviços de transporte”.

Dec. n.º 21.613, de 24/01/1972. Dispõe sobre a reorganização da Secretaria. Estabelece como finalidades: “I – orientar, coordenar e executar a política concernente ao Sistema Viário, Serviços de Transportes e Armazenagem; II – promover a realização de estudos e pesquisas relativos aos Siste- mas Viário, Serviços de Transportes e de Armazenagem, sugerindo medidas que contribuem para o seu desenvolvimento; III – supervisionar as atividades dos órgãos subordinados e vinculados”.

Dec. n.º 23.979, de 15/08/1975. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria.

104 São suas áreas de competência “sistema viário”, “serviços de trans- portes” e “ensilagem e armazenamento”.

Dec. n.º 28.650, de 15/03/1979. Altera a estrutura organizacional da administração direta e dá as áreas de competência da Secretaria. Estabelece como áreas de atuação da Secretaria dos Transportes “estrutura viária e concessão e fiscalização dos serviços de transportes”.

Dec. n.º 29.374, de 12/12/1979. Estabelece as competências da Secretaria.

Dec. n.º 31.120, de 15/03/1983. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta.

105 • Secretaria do Turismo • Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo (1979) • Secretaria do Turismo (1983)

Lei n.º 6.237, de 23/07/1971. Cria a Secretaria do Turismo e esta- belece suas competências. A recém-criada Secretaria absorve as funções do antigo Serviço Estadual de Turismo, criado pela Lei n.º 997, de 28 de janeiro de 1950, na então Secretaria de Obras Públicas. Ela é criada com a competência de formular e pôr em execução a política de turismo do Estado.

Dec. n.º 21.329, de 29/09/1971. Dispões sobre a estrutura básica da Secretaria.

Dec. n.º 23.979, de 15/08/1975. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria: “de- senvolvimento do turismo; assistência à infra-estrutura turística; programa- ção turística”.

Dec. n.º 28.650, de 15/03/1979. Altera a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. A Secretaria de Turismo passa a agregar a cultura e o desporto, alterando-se dessa forma, sua denominação. A partir desta data, passa a se chamar Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo. Suas áreas de atuação passam a ser “atividades culturais; patrimônio histórico, arqueoló- gico, antropológico, científico, artístico e cultural; tradição e folclore; esporte amador; turismo”.

Dec. n.º 29.194, de 17/10/1979. Dispõe sobre as competências da Secretaria.

Dec. n.º 31.120, de 15/03/1983. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e dá as áreas de competência da Secretaria. A Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo volta a se chamar Se- cretaria de Turismo, passando a ter como áreas de competência “defini- ção da política do turismo; promoção e divulgação das potencialidades turís- ticas do Estado; estímulo às atividades turísticas; intercâmbio com entidades ligadas ao turismo. 106 1969 Pastas existentes Pastas criadas

107 1971 1975 1979 1983

CAPÍTULO V (1985 – 2005) 114 • Estrutura Administrativa

Dec. n.º 32.515, de 15/03/1987. Dispõe sobre a Governadoria do Estado, sobre a estrutura do Gabinete do Governador, dá as atribuições e as estruturas básicas da Secretaria Especial de Governo e da Secretaria Especial para Assuntos Internacionais.

Dec. n.º 32.516, de 15/03/1987. Altera denominação e atribuições de Secretarias. A primeira grande mudança na estrutura administrativa do período ocorre em 1987, quando as Secretarias passam a ser as seguintes: Secreta- ria da Justiça, Secretaria de Coordenação e Planejamento, Secretaria da Fazenda, Secretaria da Agricultura e Abastecimento (anteriormente deno- minada Secretaria da Agricultura), Secretaria da Indústria e Comércio, Se- cretaria de Energia, Minas e Comunicações, Secretaria dos Transportes, Secretaria da Educação (anteriormente denominada Secretaria da Educa- ção e Cultura), Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente, Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Urbano e Obras Públicas (anterior- mente denominada Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas), Secretaria do Trabalho, Ação Social e Comunitária (ante- riormente denominada Secretaria do Trabalho e Ação Social), Secretaria da Segurança Pública, Secretaria de Recursos Humanos e Modernização Administrativa (anteriormente denominada Secretaria da Administração). Além disso, a Secretaria do Turismo aparece como desativada.

Dec. n.º 32.596, de 17/08/1987. Dispõe sobre o Sistema de Refor- ma e Modernização Administrativa do Estado. O Sistema Estadual de Reforma e Modernização Administrativa (SERMA) é criado, considerando a “imperiosa necessidade de implantar a Reforma Administrativa no Estado; que a Reforma Administrativa deverá ser um processo de profunda transformação, através de modernização, reno- vação e atualização em todos os níveis do Serviço Público; a indispensável mudança de mentalidade que deverá nortear o Servidor Público, objetivando eficiência e eficácia na reformulação administrativa do Estado; que a im- portância de minimizar custos e otimizar resultados, visando ao pleno de- sempenho das funções do Estado e ao adequado atendimento da população;

115 a imprescindível participação da comunidade no processo de controle e apri- moramento dos serviços públicos; que a organização sistêmica possibilita a participação e articulação de todos os órgãos do Governo e do setor privado, de sorte a conjugar as potencialidades do Rio Grande do Sul, com o objetivo de induzir, legitimamente, seu desenvolvimento econômico, social e cultural”.

Dec. n.º 32.678, de 09/11/1987. Dispõe sobre a organização e fun- cionamento do Sistema Estadual de Reforma e Modernização Adminis- trativa do Estado (criado pelo dec. n.º 32.596).

Dec. n.º 32.814, de 05/05/1988. Cria a Secretaria Especial de Co- municação Social, vinculada ao Gabinete do Governador.

Dec. n.º 33.314, de 29/09/1989. Cria a Secretaria de Cultura, Turis- mo e Desporto.

Lei n.º 9.129, de 13/08/1990. Cria a Secretaria da Ciência e Tecnologia.

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. Nova mudança na estrutura organizacional da Administração Dire- ta. As Secretarias de Estado passam a ser Secretaria da Justiça, do Trabalho e da Cidadania, Secretaria da Fazenda, Secretaria do Planejamento Territorial e Obras, Secretaria da Educação, Secretaria da Cultura, Secretaria da Agri- cultura e Abastecimento, Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Social, Secretaria do Planejamento e Administração, Secretaria de Energia, Minas e Comunicações, Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente, Secreta- ria dos Transportes, Secretaria da Ciência e Tecnologia.

Lei n.º 9.808, de 05/01/1993. Transfere da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente, para a Secretaria do Planejamento e da Administração, a competência “medicina ocupacional e perícia médica do servidor público”.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta.

116 Desta vez as Secretarias são: Secretaria da Justiça e da Segurança (anteriormente denominada Secretaria da Justiça, do Trabalho e da Ci- dadania), Secretaria da Fazenda, Secretaria do Desenvolvimento e de As- suntos Internacionais (anteriormente denominada Secretaria do Desen- volvimento Econômico e Social), Secretaria da Agricultura e Abasteci- mento, Secretaria de Minas, Energia e Comunicações, Secretaria dos Trans- portes, Secretaria da Educação, Secretaria da Cultura, Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente, Secretaria das Obras Públicas, Saneamento e Habi- tação (anteriormente denominada Secretaria do Planejamento Territorial e Obras), Secretaria da Ciência e Tecnologia, Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos (anteriormente denominada Secretaria do Pla- nejamento e da Administração), Secretaria da Coordenação e Planeja- mento, Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assistência Social e Secretaria do Turismo. Esta Lei é a última a tratar de maneira geral sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. A partir de então, as modifica- ções nas Secretarias ocorrem com base em alterações no texto desta Lei.

Lei n.º 10.729, de 11/03/1996. Cria a Secretaria-Geral de Governo.

Lei n.º 10.943, de 07/04/1997. Cria a Secretaria Especial da Região Metropolitana.

Dec. n.º 39.323, de 08/03/1999. Institui a Coordenadoria Estadual da Mulher e dá suas competências.

Lei n.º 11.324, de 14/05/1999. Cria a Secretaria Especial da Habita- ção no lugar da Secretaria Especial da Região Metropolitana e dá suas competências. Altera competência e nome da Secretaria das Obras Públi- cas, Saneamento e Habitação, que passa a se chamar Secretaria das Obras Públicas e Saneamento.

Lei n.º 11.362, de 29/07/1999. Cria a Secretaria do Meio Ambiente e estabelece suas competências, alterando assim atribuições das Secretarias da Agricultura e Abastecimento, da Saúde, e das Obras Públicas e Sane-

117 amento. Altera a denominação da Secretaria da Saúde e do Meio Ambi- ente, que passa se chamar Secretaria da Saúde.

Dec. n.º 39.736, de 28/10/1999. Institui o Gabinete de Rela- ções Comunitárias, vinculado ao Gabinete do Governador e dá suas competências.

Dec. n.º 40.565, de 02/01/2001. Institui o Gabinete de Reforma Agrária, vinculado ao Gabinete do Governador e coordenado por um secretário extraordinário, e estabelece suas competências.

Dec. n.º 40.566, de 02/01/ 2001. Institui o Gabinete do Interior, vinculado ao Gabinete do Governador e coordenado por um secretário especial, e estabelece suas competências.

Lei n.º 11.690, de 20/11/2001. Modifica atribuições da Secreta- ria de Turismo, passando a mesma a denominar-se Secretaria do Turis- mo, Esporte e Lazer, alternando suas áreas de competência. Altera com- petência da Secretaria da Educação.

Dec. n.º 42.101, de 01/01/2003. Institui o Gabinete de Combate às Desigualdades Regionais, vinculado ao Gabinete do Governador e coordenado por um secretário especial, e estabelece suas competências.

Dec. n.º 42.125, de 29/01/2003. Modifica atribuições do Gabine- te de Reforma Agrária, passando o mesmo a denominar-se Gabinete da Reforma Agrária e Cooperativismo.

Lei n. º 11.899, de 08/04/2003. Extingue a Assessoria de Impren- sa do Gabinete do Governador. Cria a Secretaria de Comunicação Social. Além disso, altera a Secretaria Especial da Habitação, que passa a se chamar Secretaria da Habita- ção e do Desenvolvimento Urbano.

Lei n.º 12.093, de 14/05/2004. Extingue a Secretaria de Comuni- cação Social, e cria a Assessoria de Comunicação Social, no Gabinete do Governador.

Dec. n.º 43.281, de 03/08/2004. Extingue o Gabinete de Comba- te às Desigualdades Sociais e transfere suas competências para a Secretaria do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais. 118 • Secretaria da Administração • Secretaria dos Recursos Humanos e Modernização Administrativa (1987) • Secretaria do Planejamento e da Administração (1991) • Secretaria da Administração e dos Recursos Huma- nos (1995)

Dec. n.º 32.190, de 05/03/1986. Transfere o Centro Administrati- vo do Estado, desta Secretaria, para a Secretaria do Interior, Desenvolvi- mento Regional e Obras Públicas.

Dec. n.º 32.516, de 15/03/1987. Altera denominação da Secreta- ria, que passa a se chamar Secretaria de Recursos Humanos e Moder- nização Administrativa. Suas áreas de competência passam a ser: “a) formulação, coordenação, acompanhamento da execução e avalia- ção das políticas e do planejamento dos recursos humanos, da previdência e assistência ao servidor público, e da organização administrativa Adminis- tração Pública Estadual; b) administração e desenvolvimento dos recursos humanos da Admi- nistração Pública Estadual; c) modernização, organização e descentralização administrativa; d) promoção do desenvolvimento organizacional dos órgãos públicos; e) previdência e assistência social ao servidor público; f) promoção e realização de estudos e pesquisas sobre políticas e admi- nistração pública; g) medicina ocupacional e perícia médica do servidor público; h) serviço de transporte oficial; i) serviços gerais; j) serviços gráficos; l) a administração do Centro Administrativo do Estado do Rio Gran- de do Sul (CAERGS)”.

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. Cria a Secretaria do Planeja- mento e da Administração a partir da fusão desta Secretaria com a de Coordenação e Planejamento.

119 Suas áreas de competência são: a) coordenação geral do processo técnico de planejamento global; b) estudos, pesquisas e estatísticas sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e administrativas; c) análise, acompanhamento e avaliação do desempenho das autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações, assim como de subsidiárias e órgãos por aqueles instituídos e controlados direta e indiretamente; d) administração do centro administrativo do Estado; e) formulação, coordenação, acompanhamento de execução e avalia- ção das políticas de recursos humanos e organização administrativa no âmbito da administração pública estadual e no apoio às administrações municipais; f) elaboração, coordenação e acompanhamento do plano plurianual; g) previdência e assistência social ao servidor público e seus de- pendentes; h) serviço de transporte oficial; i) arquivo público.

Lei n.º 9.808, de 05/01/1993. Transfere da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente, para a Secretaria do Planejamento e da Administração, a competência “medicina ocupacional e perícia médica do servidor público”.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. Altera denominação da Secreta- ria, que passa a se chamar Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos. A partir desta data as áreas de competência passam a ser: “a) administração de material; b) administração de patrimônio; c) política de processamento de dados e informatização; d) serviços gráficos; e) administração do centro administrativo do Estado; f) formulação, coordenação, acompanhamento de execução e avalia- ção das políticas de recursos humanos e organização administrativa no âmbito da administração pública estadual e no apoio às administrações municipais;

120 g) previdência e assistência social ao servidor público e seus dependentes; h) serviço de transporte oficial; i) arquivo público; j) perícia médica do servidor público e medicina ocupacional”.

Dec. n.º 35.923, de 12/04/1995. Dispõe sobre a estrutura básica e competências da Secretaria.

Dec. n.º 36.186, de 22/09/1995. Aprova o Regimento Inter- no da Secretaria.

121 • Secretaria da Agricultura • Secretaria da Agricultura e Abastecimento (1987)

Dec. n.º 32.516, de 15/03/1987. Altera denominação da Secreta- ria, que passa a se chamar Secretaria da Agricultura e Abastecimento.

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e estabelece atribuições da Secre- taria: “a) preservação e conservação dos recursos naturais renováveis; b) pesca e agricultura; c) assistência técnica e extensão rural; d) defesa sanitária, vegetal e animal; e) fiscalização de produtos e insumos agrícolas; f) pesquisa, estudos e informações agroeconômicas; g )irrigação e açudagem; h) discriminação e legalização de terras públicas; i) promoção, organização e fomento rural; j) meteorologia; l) prestação e fornecimento supletivo de bens e serviços à produção agropecuária; m) geografia e cartografia; n) ensilagem e armazenamento; o) assentamento e reassentamento agrário; p) abastecimento”.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e estabelece atribuições da Secretaria.

Dec. n.º 36.050, de 04/07/1995. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria e estabelece suas atribuições.

Dec. n.º 41.727, de 12/07/2002. Dispõe sobre a estrutura bá- sica da Secretaria e estabelece suas atribuições. A área de competência “preservação e conservação dos recursos naturais renováveis” é retirada da Secretaria.

122 • Secretaria da Ciência e Tecnologia

Lei n.º 9.129, de 13/08/1990. Cria a Secretaria da Ciência e Tecnologia. Com a criação da Secretaria, ficam estabelecidas como suas competências: “I – promover, orientar, coordenar e supervisionar a política de desen- volvimento da ciência e da tecnologia; II – acompanhar e avaliar os resultados, divulgando informações so- bre a ciência e tecnologia; III – proporcionar a formação e o desenvolvimento de recursos huma- nos, incentivando sua capacitação nas áreas de pesquisa, ciência e tecnologia; IV – estimular a realização e a divulgação de pesquisas científicas e tecnológicas; V – apoiar e estimular órgãos e entidades que investirem em pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico; VI – promover e coordenar programas especiais e de fomento, bem como atividades de pesquisa e desenvolvimento em áreas prioritárias”.

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e estabelece áreas de atribuição da Secretaria. As áreas são as seguintes: “a) política de desenvolvimento da ciência e tecnologia; b) informações sobre a ciência e tecnologia; c) formação e desenvolvimento de recursos humanos, nas áreas de pes- quisa, ciência e tecnologia; d) divulgação de pesquisas científicas e tecnológicas; e) apoiar e estimular órgãos e entidades que investirem em pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico”.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e estabelece atribuições da Secretaria. Duas áreas de competência são acrescentadas às anteriores: “coope- ração científica, tecnológica e universitária com outros países, especialmente os signatários do Tratado de Assunção (MERCOSUL), e organismos inter- nacionais; fomento científico e tecnológico, através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS)”.

Dec. n.º 35.922, de 12/04/1995. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria. 123 • Secretaria da Coordenação e Planejamento • Secretaria do Planejamento e da Administração (1991) • Secretaria da Coordenação e Planejamento (1995)

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. Cria a Secretaria do Planejamento e da Ad- ministração a partir da fusão desta Secretaria com a de Recursos Huma- nos e Modernização Administrativa. Suas áreas de competência são: a) coordenação geral do processo técnico de planejamento global; b) estudos, pesquisas e estatísticas sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e administrativas; c) análise, acompanhamento e avaliação do desempenho das autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações, assim como de subsidiárias e órgãos por aqueles instituídos e controlados direta e indiretamente; d) administração do centro administrativo do Estado; e) formulação, coordenação, acompanhamento de execução e avalia- ção das políticas de recursos humanos e organização administrativa no âmbito da administração pública estadual e no apoio às administrações municipais; f) elaboração, coordenação e acompanhamento do plano plurianual; g) previdência e assistência social ao servidor público e seus dependentes; h) serviço de transporte oficial; i) arquivo público.

Lei n.º 9.808, de 05/01/1993. Transfere da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente, para a Secretaria do Planejamento e da Administração, a competência “medicina ocupacional e perícia médica do servidor público”.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e cria a Secretaria da Coordena- ção e Planejamento, no Gabinete do Governador, a partir do desmembramento da Secretaria do Planejamento e da Administração. Quatro anos após a fusão, as Secretarias são novamente divididas, ficando criada então a Secretaria da Coordenação e Planejamento, cujas áreas de competência são:

124 “a) elaboração, coordenação, acompanhamento e controle da execução de governo, bem como do plano estadual de desenvolvimento e do plano plurianual; b) promoção e realização de estudos e pesquisas sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e administrativas; c) produção e análise de estatísticas; d) elaboração de análises e informações sobre o andamento dos progra- mas setoriais dos órgãos da administração estadual; e) análise, acompanhamento e avaliação do desempenho das autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações, mantidas pelo Estado, assim como de empresas e órgãos sob seu controle; f) coordenação da elaboração das diretrizes orçamentárias, da propos- ta de orçamento anual e do plano plurianual; g) coordenação, acompanhamento e avaliação das políticas de desen- volvimento das regiões e do Estado, bem como de sua execução; h) planejamento territorial das Regiões, Municípios e aglomerações urbanas; i) apoio aos Conselhos Regionais de Desenvolvimento; j) proposição e execução das diretrizes da política de desenvolvimento da Região Metropolitana de Porto Alegre”.

Dec. n.º 35.924, de 12/04/1995. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria da Coordenação e Planejamento e dá outras providências.

Dec. n.º 36.505, de 11/03/1996. Aprova o Regimento Interno da Secretaria.

Dec. n.º 42.149, de 19/02/2003. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria e dá outras providências. Suas áreas de competência passam a ser: “I – elaboração, coordenação, acompanhamento e controle da execu- ção de governo, bem como do plano estadual de desenvolvimento e do plano plurianual; II – promoção e realização de estudos e pesquisas sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e administrativas; III – produção e análise de estatísticas; IV – elaboração de análises e informações sobre o andamento dos pro- gramas setoriais dos órgãos da administração estadual;

125 V – análise, acompanhamento e avaliação do desempenho das Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e Fundações, mantidas pelo Estado, assim como de empresas e órgãos sob seu controle; VI – coordenação da elaboração das diretrizes orçamentárias, da pro- posta de orçamento anual e do plano plurianual; VII – coordenação, acompanhamento e avaliação das políticas de de- senvolvimento das regiões e do Estado, bem como de sua execução; VIII – coordenação e assessoramento especial em assuntos que envol- vam diversos setores da Administração Estadual; IX – sistematização das informações sobre a atuação da Adminis- tração Estadual; X – proposição das diretrizes da política de desenvolvimento da Região Metropolitana de Porto Alegre, e supervisão da sua execução; XI – supervisão e acompanhamento da execução de programas e proje- tos prioritários da Administração Estadual; XII – supervisão das atividades de controle físico e financeiro de proje- tos que envolvam as áreas fins e meio da Administração Estadual”.

126 • Secretaria da Cultura, Turismo e Desporto (1989) • Secretaria da Cultura (1991)

Dec. n.º 32.516, de 15/03/1987. Altera denominação e atribuições de Secretarias e dá outras providências. A função cultura é desvinculada da educação, deixando de fazer par- te de qualquer Secretaria. A partir desta data é o Conselho Estadual de Desenvolvimento Cultural (criado pelo Decreto n.º 32.515, de 15 de março de 1987, diretamente vinculado ao Governador do Estado) que irá tratar desta função.

Dec. n.º 32.542, de 21/04/1987. Extingue o Conselho Estadual de Cultura. Com a instituição do Conselho Estadual de Desenvolvimento Cul- tural e da transformação da antiga Secretaria da Educação e Cultura, o Conselho Estadual de Cultura é extinto.

Dec. n.º 32.543, de 21/04/1987. Dispõe sobre o Conselho Esta- dual de Desenvolvimento Cultural. Este órgão atuará “como órgão consultivo, normativo e executivo na área das atividades culturais do Estado, incumbido de coordenar e promover a política do setor e supervisionar os órgãos e entidades estaduais que atuam no campo da cultura.”

Dec. n.º 33.314, de 29/09/1989. Cria a Secretaria de Cultura, Turis- mo e Desporto. A Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto tem as seguintes áreas de competência: “a) atividades culturais; patrimônio histórico, arqueológico, antropo- lógico, científico, artístico e cultural; tradição e folclores; b) definição da política do turismo; promoção e divulgação das potencialidades turísticas do Estado; estímulo às atividades turísticas; inter- câmbio com entidades ligadas ao turismo; c) esporte amador”.

127 Dec. n.º 33.315, de 29/09/1989. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto.

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e altera denominação e atribui- ções da Secretaria. A Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto passa a se chamar Secretaria da Cultura, com as seguintes áreas de competência: “a) garantias ao pleno e efetivo exercício dos direitos culturais; b) acesso às fontes da cultura em níveis nacional e regional; c) apoio e incentivo à produção, à valorização e à difusão das manifes- tações culturais; d) proteção do patrimônio cultural, nos termos do art. 222 da Consti- tuição do Estado; e) cadastro do patrimônio histórico e do acervo cultural público e pri- vado, fornecendo orientação técnica para os cadastros municipais; f) ações culturais em cooperação com os municípios; g) pesquisa cultural; h) desenvolvimento do processo cultural no plano técnico-didático-pe- dagógico; i) intercâmbio cultural com áreas afins de outros Estados e de países do Cone Sul, visando a proporcionar um maior relacionamento das áreas de cultura”.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e estabelece atribuições da Secretaria. É acrescentada, entre as áreas de competência, a “cooperação cultural e artística com outros países, especialmente os signatários do Tratado de As- sunção (MERCOSUL), e organismos externos”.

Dec. n.º 35.919, de 12/04/1995. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria.

Dec. n.º 36.501, de 11/03/1996. Aprova o Regimento Interno da Secretaria da Cultura.

Dec. n.º 37.318, de 24/03/1997. Dispõe sobre a estrutura bási- ca da Secretaria.

128 • Secretaria da Educação e Cultura • Secretaria da Educação (1987)

Dec. n.º 32.516, de 15/03/1987. Altera denominação e atribuições da Secretaria. A Secretaria da Educação e Cultura passa a se chamar Secretaria da Educação. A função “cultura” passou ao cargo do Conselho Estadual de Desenvolvimento Cultural, órgão diretamente vinculado ao Governador do Estado, até 1989.

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e estabelece atribuições da Secretaria. São suas áreas de atuação: “ensino Pré-Escolar; ensino de Primeiro Grau; ensino de Segundo Grau; ensino Supletivo; assistência ao educando; assistência ao deficiente físico, mental e sensorial; relacionamento com as entidades estudantis; esporte amador”.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e estabelece atribuições da Secretaria.

Lei n.º 11.690, de 20/11/2001. Modifica atribuições da Secretaria de Turismo, passando a mesma a denominar-se Secretaria do Turismo, Esporte e Lazer. Altera competência da Secretaria da Educação. Com a criação da Secretaria do Turismo, Esporte e Lazer, a área de competência “esporte amador” é retirada da Secretaria da Educação, pas- sando a fazer parte da recém criada Secretaria.

129 • Secretaria de Energia, Minas e Comunicações

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e estabelece atribuições da Secretaria. São áreas de atuação da Secretaria: “a) política de energia elétrica do Estado, assegurando a sua execução através da Companhia Estadual de Energia Elétrica; b) expansão da eletrificação rural no Estado e dar assistência ao cooperativismo de eletrificação e telefonia rurais; c) política de telecomunicações, no Estado, assegurando a sua execução através da Companhia Rio-Grandense de Telecomunicações; d) pesquisa e exploração do carvão mineral e de outros recursos mine- rais de interesse do Estado, através da Companhia Rio-Grandense de Mine- ração; e) desenvolvimento de fontes alternativas de energia; f) desenvolvimento da carboquímica”.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e estabelece atribuições da Secretaria. O item “d”, referente às áreas de atuação, sofre uma alteração, pas- sando a ser “pesquisa e lavra do carvão mineral e de outros recursos minerais de interesse do Estado e serviços de distribuição de gás natural de qualquer origem”.

Dec. n.º 35.916, de 12/04/1995. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria.

130 • Secretaria Especial da Região Metropolitana • Secretaria Especial da Habitação (1999) • Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano (2003)

Lei n.º 10.943, de 07/04/1997. Cria a Secretaria Especial da Região Metropolitana e estabelece suas competências: “supervisão, coordenação e assessoramento de programa e serviços, bem como execução de obras, que lhe forem afetadas por determinação do Chefe do Poder Executivo, de interesse da região metropolitana de Porto Alegre”.

Lei n.º 11.324, de 14/05/1999. Cria a Secretaria Especial da Ha- bitação no lugar da Secretaria Especial da Região Metropolitana e dá suas competências. Com isso a Secretaria Especial da Região Metropolitana é extinta. São áreas de competência da nova Secretaria: “a) formulação, coordenação e execução da Política de Habitação de Interesse Social; b) formulação, coordenação e execução dos programas de regulariza- ção fundiária, urbanização de favelas e melhoria das unidades habitacionais; c) formulação, coordenação e execução dos programas de produção e financiamento de unidades habitacionais e lotes urbanizados; d) formulação, execução e coordenação dos reassentamentos de mora- dores de áreas de risco; e) execução e coordenação de pesquisas de desenvolvimento e aperfeiço- amento de tecnologias para a melhoria da qualidade das unidades habitacionais; f) coordenação de programas de aquisição de áreas para o desenvolvi- mento de projetos habitacionais.”

Dec. n.º 11.899, de 08/04/2003. Entre outras alterações, cria a Se- cretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano no lugar da Secre- taria Especial de Habitação. A nova Secretaria tem as seguintes áreas de competência: “a) formulação, coordenação e execução da política de habitação e da política de desenvolvimento urbano; 131 b) formulação, coordenação e execução de programas de regularização fundiária, urbanização de favelas e melhoria das unidades habitacionais; c) formulação, coordenação e execução de programas de produção e financiamento de unidades habitacionais e lotes urbanizados; d) coordenação e execução de reassentamentos de moradores de áreas de risco; e) coordenação e execução de pesquisas de desenvolvimento e aperfeiço- amento de tecnologias para a melhoria da qualidade das unidades habitacionais; f) coordenação de programas de aquisição de áreas para o desenvolvi- mento de projetos habitacionais; g) planejamento territorial das regiões, municípios, aglomerações ur- banas, microrregiões e redes de municípios; h) proposição e execução das diretrizes da política de desenvolvimento da Regiões, Municípios e aglomerações urbanas; i) formulação, coordenação e acompanhamento do Plano Estadual de Desenvolvimento Urbano.”

132 • Secretaria Especial de Comunicação Social • Secretaria da Comunicação Social (2003)

Dec. n.º 32.814, de 05/05/1988. Cria a Secretaria Especial de Co- municação Social, vinculada ao Gabinete do Governador. Esta Secretaria engloba os serviços de imprensa, publicidade, rela- ções públicas e comunicação social da Administração Direta e indireta, inclusive fundações. Suas atribuições básicas são: “a) propor e coordenar a política de comunicação social da administra- ção estadual; b) coordenar a divulgação de atos, projetos e realizações governamen- tais através dos órgãos de comunicação-imprensa, rádio, televisão e cinema; c) exercer a orientação normativa, controle e fiscalização das ativida- des de publicidade a cargo dos órgãos do Governo do Estado; d) orientar, coordenar e promover a execução de planos e programas de relações públicas do Governo; e) assessorar a Casa Civil no acompanhamento de assuntos de interesse político do Governo na Assembléia Legislativa do Estado; f) exercer atividades correlatas, ou que lhe venham a ser atribuídas ou delegadas”.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Extingue a Secretaria Especial de Comunicação Social. Suas atividades são transferidas para a Assessoria de Imprensa (cri- ada nesta Lei), vinculada ao Gabinete do Governador.

Lei n. º 11.899, de 08/04/2003. Extingue a Assessoria de Impren- sa do Gabinete do Governador. Cria a Secretaria de Comunicação Social. As áreas de competência da Secretaria são: “coordenação das ativi- dades de imprensa do Governo do Estado, especialmente a produção e trans- missão de notícias e informações; orientação e coordenação as atividades de publicidade e relações públicas do Governo do Estado; atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas ou delegadas.”

Dec. n.º 12.093, de 14/05/2004. Extingue a Secretaria de Co- municação Social e dá outras providências. Suas atribuições passam à recém-criada Assessoria de Comunicação Social, vinculada ao Gabinete do Governador.

133 • Secretaria Especial de Governo

Dec. n.º 32.515, de 15/03/1987. Dispõe sobre a Governadoria do Estado e cria a Secretaria Especial de Governo. Esta Secretaria tem as seguintes atribuições: “a) assessorar o Governador do Estado no desempenho de suas atribui- ções de Chefe do Poder Executivo; b) coordenar, integrar e sistematizar informações sobre o desempenho da Administração Direta e Indireta e outras informações sociais, econômicas e financeiras, por determinação do Chefe do Poder Executivo; c) acompanhar, por determinação do Chefe do Poder Executivo, a exe- cução de programas, atividades e projetos desenvolvidos pela Administração Estadual; d) organizar e dar apoio técnico à utilização do sistema de informações e de processamento de dados, no que se refere a equipamentos eletrônicos e eletromecânicos, alocados para o assessoramento direto ao Chefe do Poder Executivo; e) acompanhar o desempenho dos órgãos da Administração Indireta, especialmente empresas vinculadas, com base em dados e indicadores elabo- rados pela Secretaria de Coordenação e Planejamento; f) coordenar o relacionamento dos órgãos e entidades da Administra- ção Pública Estadual com os correspondentes órgãos, entidades e representa- ções da Administração Pública Federal, sediados no Estado; g) coordenar o cronograma de reuniões dos Conselhos presididos pelo Governador do Estado, submetendo-lhe as pautas das respectivas reuniões; h) participar do Conselho Estadual de Política Salarial, vinculado à Secretaria da Fazenda; i) propor ao Governador, ou elaborar, quando determinada sua expe- dição, ordens de serviço de caráter normativo, em todos os assuntos de admi- nistração civil.”

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e extingue a Secretaria Especial de Governo.

134 • Secretaria Especial para Assuntos Internacionais • Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (1995)

Dec. n.º 32.515, de 15/03/1987. Dá as atribuições e estrutura bási- ca da Secretaria Especial para Assuntos Internacionais. As atribuições da Secretaria são: “a) assessorar o Governador do Estado no relacionamento com outros países, especialmente os fronteiriços da Bacia do Prata, e organismos inter- nacionais; b) assessorar o Governador do Estado na supervisão e orientação dos órgãos da Administração Pública Estadual, na captação de recursos e inves- timentos externos e no apoio ao setor privado estadual em projetos com par- ticipação externa; c) assessorar o Governador do Estado em assuntos de cooperação cultu- ral, artística e universitária com países e organismos externos, especialmente com países da Bacia do Prata.”

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. À Secretaria fica acrescida a atribuição de assessorar o Governador do Estado em matéria de “comércio exterior”.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e extingue a Secretaria. As atividades, os recursos humanos e os cargos em comissão e funções gratificadas desta Secretaria são transferidos para a Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais. Suas áreas de competências são as seguintes: “a) desenvolvimento industrial; b) desenvolvimento comercial; c) registro do comércio; d) assistência a pequena e média empresa e ao cooperativismo; e) relacionamento econômico e de integração comunitária com outros países, especialmente os signatários do Tratado de Assunção (MERCOSUL), e organismos internacionais;

135 f) comércio interno e exterior; g) administração de fundos de desenvolvimento; h) atração e incentivo ao investimento industrial e comercial”.

Dec. n.º 35.915, de 12/04/1995. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria de Desenvolvimento e de Assuntos Internacionais.

Dec. n.º 41.024, de 03/09/2001. Altera dispositivos do Decreto n.º 35.915, de 12 de abril de 1995, que dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais.

Dec. n.º 43.281, de 03/08/2004. Extingue o Gabinete de Combate às Desigualdades Sociais e transfere suas competências para a Secretaria do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais. As competências transferidas são as seguintes: “I – coordenar os Programas de Desenvolvimento destinados a reduzir às Desigualdades Regionais; II – promover junto à Órgãos e Instituições Federais e Estaduais, ações setoriais relacionadas com as regiões mais deprimidas; III – conduzir, no âmbito do Executivo Estadual, as ações direcionadas ao apoio e fomento dos Municípios integrantes das regiões priorizadas; IV – manter interlocução com os Municípios, Conselhos entidades da sociedade civil organizada e outras instituições capazes de acelerar o desen- volvimento regional; V – acompanhar e supervisionar, pelo Governo do Estado, os programas de fomento e investimento voltados para regiões com desempenho inferior a média do Estado; VI – promover iniciativas e ações voltadas à solução dos problemas das regiões-alvo, juntamente com os Municípios e a população local, apoiando a formação de novas lideranças; VII – representar o Estado na execução do Protocolo de Intenções fir- mado entre a União e o Estado, visando ao desenvolvimento da Mesoregião da Metade Sul e outras áreas deprimidas; VIII – estimular e cooperar com projetos, estudos e iniciativas que vi- sem ao crescimento das regiões-alvo, formando um banco de dados e estimu- lando redes e sistemas de cidades”.

136 • Secretaria da Fazenda

Dec. n.º 32.148. de 31/12/1985. Estabelece a estrutura organi- zacional da Secretaria e dispõe sobre suas competências. A Secretaria da Fazenda passa a ter as seguintes áreas de competência: “a) Administração Tributária; b) Administração Financeira; c) Administração da Dívida Pública; d) Contabilidade; e) Auditoria; f) Administração de Material; g) Administração do Patrimônio; h) Estímulos Fiscais, Creditícios e Financeiros; i) Elaboração e Coordenação da Proposta Geral e Orçamento-Pro- grama Anual e Orçamento Plurianual de Investimentos do Estado; j) Análise dos Convênios e Ajustes realizados pela Administração Di- reta e Indireta do Estado com a União, Estados e Municípios, em matéria financeira; l) Identificação e Análise de Fontes e Recursos; m) Execução da Política de Processamento de Dados; n) Formulação das diretrizes básicas da política financeira e creditícia do Sistema Financeiro do Estado; o) Normatização, Coordenação, Fiscalização e Controle das Opera- ções ativas e passivas, relativamente aos Órgãos e Entidades integrantes do Sistema Financeiro do Estado; p) Administração do Sistema de Pagamento de Pessoal do Estado”.

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e estabelece atribuições da Secretaria. A matéria referente ao “processamento de dados” passa a ser “polí- tica de processamento de dados e informatização”. A alínea “o” (normatização, coordenação, etc.) é retirada da Secretaria.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e estabelece atribuições da Secretaria: “a) administração tributária;

137 b) administração financeira; c) administração orçamentária, programação financeira e liberação de recursos orçamentários; d) administração da dívida pública; e) contabilidade; f) auditoria; g) estímulos fiscais; h) avaliação dos convênios e ajustes realizados pela administração com a União, Estados e Municípios; i) identificação e análise de fontes de recursos; j) administração do sistema de pagamento de pessoal do Estado; l) limites globais para a despesa pública, compatíveis com as estimati- vas da receita pública, a serem observados na elaboração orçamentária”.

Dec. n.º 35.914, de 12/04/1995. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria da Fazenda.

Dec. n.º 36.155, de 30/08/1995. Altera dispositivos relativos à es- trutura básica da Secretaria da Fazenda.

Dec. n.º 37.297, de 13/03/1997. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria da Fazenda.

Dec. n.º 42.359, de 24/07/2003. Altera dispositivos relativos à es- trutura básica da Secretaria da Fazenda.

Dec. n.º 40.593, de 16/01/2001. Introduz alterações no Dec. n.º 37.297, de 13 de março de 1997, dispõe sobre a Loteria do Estado do Rio Grande do Sul, institui modalidades lotéricas, e dá outras providências. É acrescentada uma nova área de competência à Secretaria: adminis- tração do serviço público de loterias do Estado.

138 • Secretaria-Geral de Governo*

Lei n.º 10.729, de 11/03/1996. Cria a Secretaria-Geral de Governo. A Secretaria-Geral de Governo tem as seguintes áreas de competência: “a) coordenação e assessoramento especial em assuntos que envolvam os diversos setores de atuação da Administração Estadual; b) sistematização e coordenação de informações sobre a atuação da Administração Estadual; c) supervisão e acompanhamento da execução de programas e projetos afetos às áreas fins do Estado; d)coordenação do relacionamento dos órgãos e entidades da Adminis- tração Estadual com os correspondentes da Administração Federal; e) orientação e coordenação das atividades de publicidade e relações públicas do Governo do Estado; f) coordenação das atividades afetas à reestruturação administrativa do Estado; g) coordenação das atividades de controle físico-financeiro de projetos que envolvam as áreas fim e meio da Administração Estadual”.

Dec. n.º 36.541, de 14/03/1996. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria.

Lei n.º 11.323, de 12/05/1999. Altera competência da Secretaria- Geral de Governo. A área de competência “orientação e coordenação das atividades de publicidade e relações públicas do Governo do Estado” é retirada da Se- cretaria, passando para a Assessoria de Imprensa.

* Observação: atualmente esta Secretaria encontra-se desativada. Ver depoimento do governador Germano Rigotto.

139 • Secretaria da Indústria e Comércio • Secretaria do Desenvolvimento Econômico e So- cial (1991) • Secretaria de Desenvolvimento e de Assuntos In- ternacionais (1995)

Dec. n.º 31.969, de 16/08/1985. Estabelece a estrutura organi- zacional da Secretaria e dispõe sobre suas competências. “Art. 1º – A Secretaria da Indústria e Comércio, com atuação no setor econômico e competência nas áreas de desenvolvimento industrial e comerci- al, comércio interno e externo, pesquisa e experimentação tecnológica, classi- ficação de produtos de origem vegetal, turismo e metrologia, tem como fina- lidade: I – promover, orientar e coordenar a execução da política de desenvol- vimento industrial e comercial; II – acompanhar as atividades dos órgãos a ela vinculados; III – estimular a realização de atividades relacionadas com o desen- volvimento industrial e comercial do Estado; IV – efetuar e divulgar pesquisas sobre colocação de produtos gaúchos nos mercados interno e externo; V – promover atividades de pesquisa e experimentação tecnológica; VI – executar os serviços de classificação de produtos, subprodutos e resíduos de valor econômico, de origem vegetal, para fins de comercialização, no mercado interno; VII – definir, promover, orientar e coordenar a execução da política de turismo; VIII – promover, orientar e executar as atividades de metrologia”.

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. Altera a denominação desta Secretaria para Se- cretaria do Desenvolvimento Econômico e Social e estabelece suas atribuições. São elas: “a) coordenação e acompanhamento da execução e avaliação das polí- ticas de desenvolvimento econômico e social das regiões e do Estado; b) desenvolvimento industrial;

140 c) desenvolvimento comercial; d) desenvolvimento do turismo; e) registro do comércio; f) serviços gráficos”.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. Altera a denominação desta Se- cretaria para Secretaria de Desenvolvimento e de Assuntos Internaci- onais e estabelece suas atribuições. As atribuições são: “a) desenvolvimento industrial; b) desenvolvimento comercial; c) registro do comércio; d) assistência a pequena e média empresa e ao cooperativismo; e) relacionamento econômico e de integração comunitária com outros países, especialmente os signatários do Tratado de Assunção (MERCOSUL), e organismos internacionais; f) comércio interno e exterior; g) administração de fundos de desenvolvimento; h) atração e incentivo ao investimento industrial e comercial”.

Dec. n.º 35.915, de 12/04/1995. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria de Desenvolvimento e de Assuntos Internacionais.

Dec. n.º 41.024, de 03/09/2001. Altera dispositivos do Decreto n.º 35.915, de 12 de abril de 1995, que dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais.

Dec. n.º 43.281, de 03/08/2004. Extingue o Gabinete de Combate às Desigualdades Sociais e transfere suas competências para a Secretaria do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais. As competências transferidas são as seguintes: “I – coordenar os Programas de Desenvolvimento destinados a reduzir às Desigualdades Regionais; II – promover junto à Órgãos e Instituições Federais e Estaduais, ações setoriais relacionadas com as regiões mais deprimidas;

141 III – conduzir, no âmbito do Executivo Estadual, as ações direcionadas ao apoio e fomento dos Municípios integrantes das regiões priorizadas; IV – manter interlocução com os Municípios, Conselhos entidades da sociedade civil organizada e outras instituições capazes de acelerar o desen- volvimento regional; V – acompanhar e supervisionar, pelo Governo do Estado, os progra- mas de fomento e investimento voltados para regiões com desempenho infe- rior a média do Estado; VI – promover iniciativas e ações voltadas à solução dos problemas das regiões-alvo, juntamente com os Municípios e a população local, apoiando a formação de novas lideranças; VII – representar o Estado na execução do Protocolo de Intenções fir- mado entre a União e o Estado, visando ao desenvolvimento da Mesoregião da Metade Sul e outras áreas deprimidas; VIII – estimular e cooperar com projetos, estudos e iniciativas que vi- sem ao crescimento das regiões-alvo, formando um banco de dados e estimu- lando redes e sistemas de cidades”.

142 • Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas • Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Urbano e Obras Públicas (1987) • Secretaria do Planejamento Territorial e Obras (1991) • Secretaria das Obras Públicas, Saneamento e Habita- ção (1995) • Secretaria das Obras Públicas e Saneamento (1999)

Dec. n.º 32.190, de 05/03/1986. Transfere o Centro Administrati- vo do Estado, da Secretaria da Administração, para esta Secretaria.

Dec. n.º 32.516, de 15/03/1987. Altera denominação e atribuições da Secretaria, que passa a se chamar Secretaria do Interior, Desenvolvi- mento Regional e Urbano e Obras Públicas.

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. Altera a denominação desta Secretaria para Se- cretaria do Planejamento Territorial e Obras e estabelece suas atribuições: “a) planejamento territorial das regiões, municípios e aglomerações urbanas; b) programas, obras e serviços de interesse da Região Metropolitana de Porto Alegre; c) formulação, coordenação e execução dos programas de saneamento básico; d) projeto, construção, conservação e recuperação de prédios públicos; e) fiscalização das obras a que se refere a Lei nº 2.434, de 23 de setembro de 1954; f) assistência aos municípios; g) habitação de interesse social, rural e urbana”.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. Altera a denominação desta Se- cretaria para Secretaria das Obras Públicas, Saneamento e Habita- ção e estabelece suas atribuições.

143 “a) formulação, coordenação e execução dos programas de saneamento básico; b) projeto, construção, conservação e recuperação de prédios públicos; c) fiscalização das obras, a que se refere a Lei nº 2.434, de 23 de setembro de 1954; d) assistência aos municípios; e) habitação de interesse social, rural e urbana; f) administração de recursos hídricos; g) programas, obras e serviços de interesse da Região Metropolitana de Porto Alegre”.

Dec. n.º 35.921, de 12/04/1995. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria das Obras Públicas, Saneamento e Habitação.

Dec. n.º 36.503, de 11/03/1996. Aprova o Regimento Interno da Secretaria das Obras Públicas, Saneamento e Habitação.

Lei n.º 11.324, de 14/05/1999. Modifica atribuições da Secretaria das Obras Públicas, Saneamento e Habitação, passando a mesma a deno- minar-se Secretaria das Obras Públicas e Saneamento. Cria a Secreta- ria Especial da Habitação. Com a criação da Secretaria Especial da Habitação, a área de com- petência “habitação de interesse social, rural e urbana” é suprimida da agora Secretaria das Obras Públicas e Saneamento.

Dec. n.º 42.104, de 03/01/2003. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria. As áreas de competência da Secretaria passam a ser: “a) formular, coordenar e executar programas de saneamento básico; b) elaborar os estudos e/ou projetos técnicos para a conservação, ampli- ação e recuperação de prédio públicos do Estado, nos termos propostos pelos órgãos da administração direta; c) promover a execução, diretamente ou por seus órgãos vinculados, da construção, ampliação, conservação e recuperação de prédios públicos; d) promover a execução das obras e serviços de engenharia decorrentes de acordos e convênios;

144 e) editar atos convocatórios de licitação para obras e serviços de enge- nharia para fins de conservação, ampliação e recuperação de prédios públi- cos do Estado, promovendo o julgamento, a adjudicação e a realização dos respectivos contratos; f) fiscalizar, supervisionar, acompanhar, avaliar, controlar e receber obras e serviços de engenharia, inclusive as obras a que se refere a Lei nº 2.434, de 23 de setembro de 1954; g) assistência aos municípios; h) programas, obras e serviços de interesse da Região Metropolitana de Porto Alegre”.

145 • Secretaria da Justiça • Secretaria da Justiça, do Trabalho e da Cidadania (1991) • Secretaria da Justiça e Segurança (1995)

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. Altera a denominação desta Secretaria para Se- cretaria da Justiça, do Trabalho e da Cidadania (incorporando as re- cém extintas Secretaria da Segurança Pública e Secretaria do Trabalho, Ação Social e Comunitária) e estabelece suas atribuições. A partir de agora as funções Segurança Pública e Justiça estarão uni- das na mesma Secretaria. As áreas de competência da nova Secretaria são: a) administração penitenciária; b) proteção ao cidadão; c) metrologia; d) fiscalização de diversões públicas; e) serviços de perícias criminalísticas e médico-legais e serviços de identificação civil e criminal; f) fomento à política de emprego e ao mercado de trabalho for- mal e informal; g) desenvolvimento comunitário; h) fomento ao sindicalismo, urbano e rural, em todos os níveis; i) ação social; j) implantação de programas de suplementação alimentar aos traba- lhadores e seus dependentes; l) assistência e profissionalização do menor abandonado e carenciado.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. Altera a denominação desta Secretaria para Secre- taria da Justiça e da Segurança e estabelece suas atribuições. “a) administração penitenciária; b) fiscalização de diversões públicas; c) serviços de perícia criminalística e médico-legais e serviços de identifi- cação civil e criminal; d) serviço policial militar;

146 e) serviço policial civil; f) prevenção, salvamento e combate ao fogo; g) trânsito; h) metrologia”.

Dec. n. 35.837, de 07/03/1995. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria.

Dec. n.º 36.499, de 11/03/1996. Aprova o Regimento Interno da Secretaria.

Dec. n.º 43.103, de 13/05/2004. Altera a estrutura básica da Secre- taria da Justiça e da Segurança, e o respectivo Regimento Interno, para incluir o Gabinete de Assessoramento Especial.

147 • Secretaria do Meio Ambiente

Lei n.º 11.362, de 29/07/1999. Cria a Secretaria do Meio Ambiente e estabelece suas competências. São áreas de competência da nova Secretaria: “a) atuação como órgão central do Sistema de Proteção Ambiental do Estado, cabendo-lhe as atribuições explicitadas na legislação ambiental; b) defesa do direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equili- brado e saudável, bem como a justiça social no uso sustentável dos recursos ambientais, através da promoção do desenvolvimento sustentável, de forma integrada com outros órgãos de governo e da sociedade civil; c) coordenação das atividades de planejamento, controle, fiscalização, recuperação, proteção e preservação ambiental no âmbito das ações do Go- verno do Estado; d) exercício, em conjunto com os demais órgãos executivos, das compe- tências dispostas no artigo 9º, da Lei n.º 10.330/94, que criou o Sistema Estadual de Proteção Ambiental; e) diagnóstico, monitoramento, acompanhamento, controle e divulga- ção da qualidade do meio ambiente e promoção do gerenciamento adequado dos recursos ambientais; f) promoção do desenvolvimento e coordenação da política estadual de saneamento ambiental, entendendo-se como tal o conjunto de ações que ten- dem a conservar e melhorar as condições do meio ambiente, em beneficio da saúde; g) desenvolvimento das políticas de preservação e conservação de biodiversidade e de valorização das comunidades tradicionais; h) normatização, fiscalização e licenciamento das atividades e/ou em- preendimentos considerados efetiva ou potencialmente causadores de degra- dação ambiental, de forma direta ou indireta, aplicando as penalidades previstas na legislação vigente; i) participação no desenvolvimento da política estadual de biotecnologia, engenharia genética e substâncias perigosas, com vista aos possíveis impactos ambientais; j) promoção da educação ambiental em conjunto com outros órgãos e entidades; l) desenvolvimento e coordenação da Política Florestal do Estado, como órgão florestal;

148 m) desenvolvimento e coordenação do Sistema Estadual de Unidades de Conservação; n) atuação como órgão de integração do Sistema Estadual de Recursos Hídricos, em consonância com a legislação vigente, bem como coordenação de programas de desenvolvimento sustentável de bacias hidrográficas; o) proposições políticas de proteção ambiental junto a outros Estados da Federação e aos países do MERCOSUL, alicerçadas em aspectos peculia- res dos ecossistemas envolvidos, respeitada a competência federal; p) implementação das políticas de apoio técnico, financeiro e de incen- tivos aos municípios e sociedade civil, relativos à proteção ambiental; q) promoção da descentralização da gestão ambiental aos municípios; r) realização da Conferência Estadual de Meio Ambiente, em períodos não superiores a dois anos, precedida pela divulgação do diagnóstico ambiental do Estado, ouvido o Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA; s) promoção, desenvolvimento e execução de estudos e pesquisa, com vista ao aprimoramento da gestão de tecnologias da área ambiental; t) capacitação e aperfeiçoamento de recursos humanos para as áreas de meio ambiente.”

Dec. n.º 40.930, de 02/08/2001. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria do Meio Ambiente.

149 • Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente • Secretaria da Saúde (1999)

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e estabelece atribuições da Se- cretaria. “a) diretrizes da política de saúde e do meio ambiente; b) promoção e proteção da saúde; c) assistência médico-hospitalar; d) vigilância epidemiológica e sanitária; e) controle de exercício profissional vinculado à saúde; f) elaboração e fornecimento de produtos profiláticos e terapêuticos; g) informação e orientação da saúde; h) capacitação e aperfeiçoamento de recursos humanos para as áreas de saúde; i) medicina ocupacional e perícia médica do servidor público; j) proteção ao meio ambiente.”

Lei n.º 9.808, de 05/01/1993. Transfere da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente, para a Secretaria do Planejamento e da Administração, a competência “medicina ocupacional e perícia médica do servidor público”.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e estabelece atribuições da Se- cretaria.

Dec. n.º 35.920, de 12/04/1995. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria.

Dec. n.º 36.502, de 11/03/1996. Aprova o Regimento Interno da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente.

Lei n.º 11.362, de 29/07/1999. Modifica atribuições da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente, passando a mesma a denominar-se Secre- taria da Saúde. Cria a Secretaria do Meio Ambiente. A Secretaria da Saúde fica responsável por:

150 “a) diretrizes da política de saúde; b) promoção e proteção da saúde; c) assistência médico-hospitalar; d) vigilância epidemiológica e sanitária; e) controle de exercício profissional vinculado à saúde; f) elaboração e fornecimento de produtos profiláticos e terapêuticos; g) informação e orientação da saúde; h) capacitação e aperfeiçoamento de recursos humanos para as áreas de saúde;”

Dec. n.º 43.069, de 30/04/2004. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria da Saúde.

151 • Secretaria da Segurança Pública • Secretaria da Justiça, do Trabalho e da Cidadania (1991) • Secretaria da Justiça e Segurança (1995)

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. Extingue a Secretaria da Segurança Pública e a Secretaria do Trabalho, Ação Social e Comunitária, incorporando-as à Se- cretaria da Justiça, do Trabalho e da Cidadania. A partir de agora as funções Segurança Pública e Justiça estarão uni- das na mesma Secretaria. As áreas de competência da nova Secretaria são: a) administração penitenciária; b) proteção ao cidadão; c) metrologia; d) fiscalização de diversões públicas; e) serviços de perícias criminalísticas e médico-legais e serviços de identificação civil e criminal; f) fomento à política de emprego e ao mercado de trabalho for- mal e informal; g) desenvolvimento comunitário; h) fomento ao sindicalismo, urbano e rural, em todos os níveis; i) ação social; j) implantação de programas de suplementação alimentar aos traba- lhadores e seus dependentes; l) assistência e profissionalização do menor abandonado e carenciado.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta, transforma a Secretaria da Justi- ça, do Trabalho e da Cidadania em Secretaria da Justiça e Segurança e estabelece suas competências. “a) administração penitenciária; b) fiscalização de diversões públicas; c) serviços de perícia criminalística e médico-legais e serviços de identifi- cação civil e criminal; d) serviço policial militar; e) serviço policial civil;

152 f) prevenção, salvamento e combate ao fogo; g) trânsito; h) metrologia”.

Dec. n. 35.837, de 07/03/1995. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria.

Dec. n.º 36.499, de 11/03/1996. Aprova o Regimento Interno da Secretaria.

Dec. n.º 43.103, de 13/05/2004. Altera a estrutura básica da Secre- taria da Justiça e da Segurança, e o respectivo Regimento Interno, para incluir o Gabinete de Assessoramento Especial.

153 • Secretaria do Trabalho e Ação Social • Secretaria do Trabalho, Ação Social e Comunitária (1987) • Secretaria da Justiça, do Trabalho e da Cidadania (1991) • Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assistência So- cial (1995)

Dec. n.º 32.516, de 15/03/1987. Altera a denominação da Secreta- ria do Trabalho e Ação Social e atribuições de Secretarias. A Secretaria do Trabalho e Ação Social tem seu nome alterado para Secretaria do Trabalho, Ação Social e Comunitária. Suas áreas de com- petência permanecem as mesmas até a próxima alteração.

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. Extingue a Secretaria do Trabalho, Ação Social e Comunitária e a Secretaria da Segurança Pública, incorporando-as à Se- cretaria da Justiça, do Trabalho e da Cidadania. As áreas de competência da nova Secretaria são: a) administração penitenciária; b) proteção ao cidadão; c) metrologia; d) fiscalização de diversões públicas; e) serviços de perícias criminalísticas e médico-legais e serviços de identificação civil e criminal; f) fomento à política de emprego e ao mercado de trabalho formal e informal; g) desenvolvimento comunitário; h) fomento ao sindicalismo, urbano e rural, em todos os níveis; i) ação social; j) implantação de programas de suplementação alimentar aos traba- lhadores e seus dependentes; l) assistência e profissionalização do menor abandonado e carenciado.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta. Desmembra a Secretaria da Jus-

154 tiça, do Trabalho e da Cidadania em duas, dando origem à Secretaria da Justiça e Segurança e à Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assistên- cia Social. Suas áreas de competência são: “a) proteção ao cidadão; b) fomento à política de emprego e ao mercado de trabalho formal e informal; c) desenvolvimento comunitário; d) fomento ao sindicalismo, urbano e rural; e) ação social; f) implantação de programas de suplementação alimentar aos tra- balhadores e seus dependentes; g) assistência e profissionalização do menor abandonado e carenciado; h) formação e desenvolvimento de mão-de-obra; i) lazer e recreação do trabalhador e de seus dependentes; j) estímulo à formação de cooperativas de trabalhadores; l) orientação à família, à juventude e à mulher; m) assistência social ao idoso e ao desvalido”.

Dec. n.º 35.925, de 12/04/1995. Dispõe sobre a estrutura da Secretaria.

155 • Secretaria dos Transportes

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e estabelece atribuições da Secretaria. As áreas de competência da Secretaria são “estrutura viária e con- cessão e fiscalização dos serviços de transportes”.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e estabelece atribuições da Secretaria.

Dec. n.º 35.917, de 12/04/1995. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria dos Transportes.

156 • Secretaria do Turismo • Secretaria da Cultura, Turismo e Desporto (1989) • Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Social (1991) • Secretaria de Turismo (1995) • Secretaria do Turismo, Esporte e Lazer (2001)

Dec. n.º 32.516, de 15/03/1987. Desativa a Secretaria de Turismo.

Dec. n.º 33.314, de 29/09/1989. Cria a Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto. A Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto tem as seguintes áreas de competência: “a) atividades culturais; patrimônio histórico, arqueológico, antropo- lógico, científico, artístico e cultural; tradição e folclores; b) definição da política do turismo; promoção e divulgação das potencialidades turísticas do Estado; estímulo às atividades turísticas; inter- câmbio com entidades ligadas ao turismo; c) esporte amador”.

Dec. n.º 33.315, de 29/09/1989. Dispõe sobre a estrutura básica da Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto.

Lei n.º 9.433, de 27/11/1991. Dispõe sobre a estrutura organizacional da Administração Direta e extingue a Secretaria de Turismo, que já estava desativada. A função relativa ao “turismo” passa a integrar a Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Social.

Lei n.º 10.356, de 10/01/1995. Cria a Secretaria do Turismo a partir da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Social. Suas áreas de competência são: “elaboração da política do turismo, com vista ao seu desenvolvimento; promoção e divulgação das potencialidades turísticas do Estado, em cooperação com os Municípios; estímulo às ativida- des turísticas, especialmente com os países signatários do Tratado de Assunção

157 (MERCOSUL); intercâmbio com entidades ligadas ao turismo, inclusive organismos internacionais”.

Lei n.º 11.690, de 20/11/2001. Modifica atribuições da Secretaria de Turismo, passando a mesma a denominar-se Secretaria do Turismo, Esporte e Lazer. Altera competência da Secretaria da Educação. As atribuições da Secretaria do Turismo, Esporte e Lazer são: “a) elaboração da política do turismo, esporte e lazer, com vista ao seu desenvolvimento; b) promoção e divulgação das potencialidades turísticas, de esporte e lazer do Estado, em cooperação com os Municípios; c) estímulo às atividades turística, de esporte e lazer, especialmente com os países signatários do Tratado de Assunção (MERCOSUL); d) intercâmbio com entidades ligadas ao turismo, esporte e lazer, in- clusive organismos internacionais; e) incremento ao turismo, esporte e lazer, e à prática do esporte amador e comunitário no Estado; f) coordenação do Sistema Estadual de Esporte e Lazer.”

158 1987 Secretaria de Turismo * Pastas existentes Pastas criadas * Desativada pelo Dec. n.º 32.516, de 15/03/1987.

159 1988 Secretaria de Turismo

160 1989 Secretaria de Turismo

161 1990 Secretaria de Turismo

162 Secretaria da Educação 1991

163 Secretaria da Ciência e Secretaria da Educação 1995 Secretaria da Cultura

164 Secretaria da Administração e Secretaria do Turismo Secretaria da Ciência e Secretaria da Educação 1996 Secretaria do Trabalho, Secretaria das Obras Públicas, Secretaria do Desenvolvimento e Secretaria da Cultura Secretaria da Justiça e da Secretaria da Coordenação e

165 Secretaria-Geral de Governo Secretaria da Administração e Secretaria do Turismo Secretaria da Ciência e Secretaria da Educação 1997 Secretaria do Trabalho, Secretaria das Obras Públicas, Secretaria do Desenvolvimento e Secretaria da Cultura Secretaria da Justiça e da Secretaria da Coordenação e

166 Secretaria-Geral de Governo Secretaria da Administração e Secretaria do Turismo Secretaria da Ciência e Secretaria da Educação 1999 Secretaria do Trabalho, Secretaria do Desenvolvimento e Secretaria da Cultura Secretaria da Justiça e da Secretaria da Coordenação e

167 Secretaria-Geral de Governo Secretaria da Administração e Secretaria da Ciência e Secretaria da Educação 2001 Secretaria do Trabalho, Secretaria do Desenvolvimento e Secretaria da Cultura Secretaria da Justiça e da Secretaria da Coordenação e

168 Secretaria da Saúde Secretaria da Administração e Secretaria do Turismo Secretaria da Ciência e Secretaria da Educação 2003 Secretaria do Trabalho, Secretaria das Obras Públicas e Secretaria do Desenvolvimento e Secretaria da Cultura Secretaria da Justiça e da Secretaria do Meio Ambiente Secretaria da Coordenação e * Ver depoimento Germano do governador Rigotto. Ver *

169 Secretaria da Saúde Secretaria-Geral de Governo Secretaria da Administração e Secretaria da Ciência e Secretaria da Educação 2004 Secretaria do Trabalho, Secretaria da Habitação e do Secretaria das Obras Públicas e Secretaria do Desenvolvimento e Secretaria da Cultura Secretaria da Justiça e da Secretaria do Meio Ambiente Secretaria da Coordenação e

170 DEPOIMENTOS

A proposta de conversar com chefes do Poder Executivo surgiu da tentativa de compreender quais foram os motivos que levaram suas ges- tões governamentais a alterar a composição da estrutura administrativa. Através da pesquisa e organização deste trabalho foi possível perceber que as alterações mais significativas no conjunto das Secretarias de Estado ge- ralmente coincidem com inícios de períodos de governo. Nestas altera- ções se constatam ora aproximações, ora distanciamentos, em áreas espe- cíficas. Estas modificações correspondem a diferentes projetos para a exe- cução de políticas públicas. Por exemplo, à atividade de “administrar” foi destinada uma Secretaria em 1958. Onze anos depois foi criada outra Pas- ta para “coordenar e planejar”. As três atividades foram reunidas em uma mesma instituição no ano de 1991 e separadas novamente em 19951. Ou- tro exemplo se dá nas áreas da justiça, do trabalho e da segurança pública, em sua origem atividades que correspondiam a três Pastas distintas. Em determinado período foram agrupadas em uma mesma instituição e, mais tarde, às atividades relativas ao “trabalho” foi destinada uma Secretaria específica2. A mesma circunstância ocorre para as áreas de educação, cul- tura e turismo. Quais as justificativas para uni-las ou para mantê-las separadas? Esta era a lógica que procurávamos compreender. No texto da legislação esta explicação não aparece em nenhum momento. Procuramos em alguns outros locais, tais como nas mensagens do governador à Assembléia, mas era incomum encontrar justificativas associadas à criação, e mais especifi- camente a fusões e desmembramentos de Secretarias. Surgiu então a pos- sibilidade de conversar com alguns ex-governadores do Estado, assim como o atual governador. Isso nos permitiu dar um passo importante na busca da compreensão das transformações na administração pública. Pudemos perceber que o contexto sócio-econômico do período é determinante para o estabelecimento da estrutura administrativa, para além das opções do chefe do governo.

1 Ver Dec. n.º 19.801 (08/08/1969), Leis n.º 9.433, (27/11/1991) e n.º 10.356 (10/01/1995). 2 Ver Dec. n.º 32. 516 (15/03/1987) e Leis n.º 9.433 (27/11/1991) e n.º 10.356 (10/01/1995).

171 O roteiro elaborado para orientar os depoimentos compôs-se de quatro eixos gerais: – apresentação da estrutura administrativa da respectiva gestão, com destaque para as alterações durante o período de governo, comparando o modelo proposto com o da gestão anterior a fim de questionar os objeti- vos desta reestruturação; – identificar se alterações e permanências dos modelos administrati- vos foram, de alguma forma, influenciadas pela conjuntura da época; – compreender como ocorre a interação entre os diversos mecanis- mos e instrumentos de execução do aparelho estatal para a administração do Poder Executivo; – provocar uma avaliação, em retrospectiva, da pertinência da estru- tura administrativa estabelecida pela gestão. Quando do agendamento de cada encontro foi enviado pelo Arqui- vo Público um roteiro com as perguntas específicas relativas a cada perío- do governamental, juntamente com o projeto deste trabalho (a fim de explicitar os objetivos, justificativas e a importância do relato dos governa- dores). As conversas foram gravadas, transcritas e reenviadas para que sua publicação fosse autorizada. Nosso objetivo era possibilitar um caráter informal ao diálogo. O sucesso da conversa estava justamente em conhe- cer a visão do administrador, as razões e as finalidades da implantação dos respectivos modelos administrativos. O resultado pode ser conferido a seguir. Esperamos que os depoimentos possam acrescentar relevantes es- clarecimentos quanto à formação do aparelho estatal, bem como sobre a ótica gerencial das distintas organizações políticas.

172 Amaral de Souza

Governador do Estado do Rio Grande do Sul de 1979 a 1982. Este depoimento foi concedido no seu escritório, localizado no centro de Por- to Alegre, na tarde do dia 10 de outubro de 2005.

Amaral de Souza: Evidentemente, eu tinha a obrigação de conhe- cer o Estado. Fui vereador no interior do Estado, tinha que ter uma visão do que era o interior do Rio Grande do Sul. Depois vim para Porto Alegre estudar e tinha a obrigação de saber como era a vida urbana, sobretudo a capital. Depois, estive em Brasília, fui deputado federal e conheci bem o Brasil. E, antes mesmo, fui vice-presidente da União Nacional dos Estu- dantes, morei no Rio de Janeiro, estive em capitais. Lá, eu tive oportunida- de de fazer um reconhecimento do Brasil, do que era o Brasil, isso aí em 1952. Também como estudante, tive a oportunidade de participar de um conclave internacional de estudantes. Isso me deu uma visão de mundo. Eu tinha 21 anos. Foi interessante, porque foi 6 anos depois do fim da 2ª Guerra Mundial. Foi em Edimburgo, Escócia. Reuniu-se lá um grupo de estudantes de todo o mundo. Lá a gente viu o mundo do pós-guerra. Isso tudo me deu uma visão também universal. Visão regional, visão nacional, visão internacional. Quando eu comecei a governar, tinha a obrigação de fazer um governo inserido no Brasil e no mundo, e foi com essa visão que eu comecei a governar. E elaborei o plano de governo. Quando eu assumi o governo, como tinha sido vice-governador, isso me deu uma vantagem muito grande. Eu fui o vice do Guazelli até 1979, já estava mais ou menos familiarizado com o que era o Rio Grande e a estru- tura administrativa. Antes de assumir o governo eu percorri todo o Esta- do. Visitei todos os municípios, um por um, e fiz um diagnóstico de cada município pessoalmente. Anotei e depois entreguei para uma comissão de economistas, de sociólogos, engenheiros, para elaborar um plano de go- verno. Quando eu assumi, denominei-o de “Política de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul 79-83”, um termo bem genérico. Em função disso, então veio a reforma.

Arquivo Público: Qual a relação do modelo administrativo de seu período de governo com o contexto da época?

173 Amaral de Souza: Isso reflete na própria estrutura administrativa e depois nas próprias metas do governo. Isso já refletia a minha visão paro- quial, regional, nacional e internacional. Eu comecei a governar e estabele- ci metas tendo em vista estas visões. Porque o grande problema, e é a crítica que eu faço, é que geralmente o governo, tanto em nível municipal, estadual ou nacional, não esse ou aquele, mas todos os governos, adminis- tram por crise. Quer dizer, não há um estabelecimento de metas e um planejamento. Não sei se o meu curso de filosofia, eu estudei lógica, me deu um pouco de cartesianismo na coisa. Tem que ser lógico. Não na base da improvisação, que é um problema sério, cultural, brasileiro... Nós ten- demos a improvisar, a resolver na hora quando surge o problema. Bom, então eu procurava vencer essa deficiência cultural que eu tinha, que nós todos temos.

Arquivo Público: Em seu governo, a Administração Direta estava distribuída através das seguintes pastas: Administração; Agricultura; Coor- denação e Planejamento; Cultura, Desporto e Turismo; Educação; Energia, Minas e Comunicações; Fazenda; Indústria e Comércio; Interior, Desenvol- vimento Regional e Obras Públicas; Justiça; Saúde e Meio Ambiente; Segu- rança Pública; Trabalho e Ação Social; Transportes. Em relação à estrutura anterior, foram feitas as seguintes alterações: a antiga Secretaria da Saúde foi transformada em Secretaria da Saúde e Meio Ambiente; a antiga Secre- taria da Educação e Cultura foi transformada em Secretaria da Educação e foi criada a Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo. Por que as mudanças entre o modelo anterior e o adotado pelo seu governo? Quais foram os objeti- vos desta reestruturação? Amaral de Souza: Justiça evidentemente não pode mudar... Fazen- da é uma estrutura também já tradicional. Interior, Desenvolvimento Re- gional e Obras Públicas, essa Secretaria eu tive muito, muito debate. Eu queria dar uma outra estrutura, mas a minha assessoria no fim me conven- ceu de que eu deveria deixar essa. Então ficou Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas. Eu achei que devia agregar outra aqui. Mas por motivos conjunturais, políticos, eu optei por não mudar. Porque mudar, nesse país e em qualquer país do mundo não é fácil. Bom, Educação e Cultura. Evidente que educação é uma coisa e cultura é outra. E outra coisa: a Secretaria da Educação é uma Secretaria pesada, com muitos problemas. Então o problema cultural ficava comple-

174 tamente de lado, ficava praticamente ignorado. Então, eu botei Educação. Aí vem a outra inovação: Cultura, Desporto e Turismo. Cultura deveria ter uma Secretaria própria, uma estrutura administrativa própria, pela importância que a cultura representa. Acho que de todas, é a mais im- portante. Cultura é o básico em tudo, não é? Não que o Estado, o poder público, vá fazer cultura, pelo contrário, ele é um instrumento de valori- zação daquela cultura que a sociedade faz, que o povo faz. O Estado não deve fazer cultura, nem deve administrar cultura. Ele deve criar condi- ções para que a cultura apareça e se desenvolva livremente. Depois, para não haver excesso de estruturas administrativas, eu entendi de também colocar junto, na Secretaria de Cultura, o desporto e o turismo. Criei então três Departamentos: Cultura, Desporto e Turismo. Por que des- porto? Porque o esporte era só realizado na base profissional. Quer di- zer, não tinha nenhum auxílio do Estado, nenhum incentivo para o es- porte amador, que é o principal, que é a base até do profissional. Então não tinha no Estado nada, absolutamente nada, o esporte amador era entregue “a Deus dará”. Era preciso a presença do setor público tam- bém para incentivar o esporte, que é fundamental, haja vista que o Brasil até hoje não pôde decolar nas Olimpíadas. É justamente por esta falta do desporto, da base. Então, por isso eu criei esse departamento junto à Secretaria de Cultura. Achei que existia mais sintonia para colocar o des- porto junto com o cultural. Achei que havia mais lógica. E turismo? Também não existia, existia uma estrutura muito débil, muito fraca. E o turismo cada vez mais importante... tendo em vista inclusive o Rio Gran- de do Sul, que é um Estado que tem contato com a Argentina, o Uru- guai, e é o segundo Estado que mais recebe estrangeiros no Brasil. Era preciso ter uma estrutura administrativa preparada justamente para in- centivar e dar força à toda aquela movimentação da área privada, no sentido de atrair turistas para o Rio Grande do Sul. E portanto, para o Brasil mesmo, porque o turismo é uma indústria, e é a mais lucrativa. Agora, Saúde e Meio Ambiente. Nós tínhamos a Secretaria da Saúde. Um dos enfoques que eu procurei dar no meu governo foi enfrentar a questão ambiental, que já apresentava problemas seríssimos, tanto em ní- vel urbano quanto rural. Eu dei muita sorte nessa parte ambiental. A gente lia muito. Então eu criei esta Secretaria da Saúde e Meio Ambiente e não tinha gente. Nós tínhamos, eu acho, uma ou duas pessoas na Secretaria da Saúde. Então, o grande problema era criar a Secretaria e formar os técni-

175 cos. Daí, a gente propiciou viagens ao exterior. Então, eu criei o Departa- mento de Saúde e de Meio Ambiente, ficou a Secretaria da Saúde [e Meio Ambiente] dividida em dois departamentos.

Arquivo Público: Em novembro de 1979 foram apresentados quatro decretos criando o Sistema de Organização Administrativa (Dec. n.º 29.260), o Programa Estadual de Desburocratização (Dec. n.º 29.261), o Programa Estadual de Modernização Administrativa (Dec. n.º 29.262) e o Programa Estadual de Racionalização Administrativa (Dec. n.º 29.263). Todos eles foram criados com a finalidade de propiciar melhorias na estrutura da ad- ministração pública. Quais foram os resultados concretos destas formulações no âmbito das Secretarias? Além disso, como se articulam os sistemas, pro- gramas e projetos na gestão do Estado? Como se governa tendo esses mecanis- mos e uma estrutura administrativa de execução? Amaral de Souza: Aí entrava a Secretaria da Coordenação e Plane- jamento, que foi vital. Felizmente, eu tive um secretário de Coordenação e Planejamento que já tinha experiência, porque ele permaneceu, ele já era secretário no tempo do Guazelli. E ele realmente realizou um trabalho muito bom nesse sentido, de estabelecer uma coordenação entre sistemas. Ele insistia que queria medir a produtividade do setor público. Naquela época eu disse “Olha, vamos tentar medir... agora, não é fácil”... Eu dei toda a força. Vamos ver como é que a administração está se desenvolven- do nos vários setores, como é a produtividade do setor. Agora, medir a produtividade no setor público não é fácil, mas ele fazia um esforço tremen- do. Me levava um relatório mensal de produtividade das Secretarias; de con- trole do número de funcionários, de ingresso, das aposentadorias. Então nós tínhamos um controle muito grande dessa movimentação. Porque a máqui- na burocrática do Rio Grande do Sul é muito pesada. É uma herança que já vem de décadas. Nós temos uma máquina realmente pesada. Na própria Secretaria da Fazenda nós fizemos um esforço muito grande de racionalização do serviço. Inclusive a parte tanto de pagamento do Estado, seus devedores, seus fornecedores, etc., como também a parte que o Estado tinha que receber. Então nós estabelecemos sistemas. Inclu- sive para livrar qualquer problema de lobby. Não tinha interferência de ninguém. O Estado está devendo, o credor vai lá e recebe de acordo com a fatura na data que entrou. Então isso aí dava eficiência, havia um contro- le do débito do Estado, dos pagamentos feitos. Impessoalidade total. Isso

176 aí era uma tranqüilidade, porque o governador não tem que se preocupar com isso. Ninguém ia bater no meu gabinete e pedir uma audiência para dizer “olha, o Estado está devendo”. Não adiantava, já estava um sistema estabelecido. Então, na Fazenda houve realmente um trabalho excelente. E eu fiz, seguindo também um critério que eu estabeleci. Na administra- ção, o que mudava em termos de pessoal era a cúpula. Aproveitamento total do técnico, do funcionário. Não tem nada de companheiro, de par- tido, de botar mais CC aqui, CC lá. Sobretudo na Secretaria da Fazenda, que era muito técnico. Lá praticamente eu só botei o secretário da Fa- zenda, e ele teve autonomia total. “Escolhe lá o seu chefe de gabinete, o seu diretor, dá total prioridade para o funcionalismo da casa, os técnicos. Não precisa estar convocando aí CC e mais CC, que é um absurdo”. O que hoje tem de CC por esse Brasil afora... A responsabilidade era dele e depois eu podia cobrar. Eu tinha também muito contato com os secretários. Porque o grande problema é o chefe do Executivo, seja estadual ou federal, se reunir com seus auxiliares. Por isso que não devem ser tantos. Eu por exemplo, obri- gatoriamente despachava. O secretário do Planejamento e o secretário da Fazenda mensalmente tinham que me levar um relatório. E o da Casa Civil eu despachava diariamente. Então, essa estrutura toda foi montada em função de um programa de governo, para que as medidas fossem tomadas.

Arquivo Público: Fazendo um balanço, o senhor teria feito alguma coisa diferente? Amaral de Souza: Eu acho que eu deveria ter insistido em cobrar a não continuidade de certos projetos. Eu não sou muito de briga, de estar me incompatibilizando, mas eu deveria ter sido mais polêmico, exigindo a continuação. Não pode um empreendimento, lá pelas tantas, vir um outro governo e pára. Isso aí é um absurdo.

177 178 Jair Soares

Governador do Estado do Rio Grande do Sul de 1983 a 1986. Este depoimento foi concedido na Assembléia Legislativa do Estado, na tarde do dia 21 de dezembro de 2005.

Arquivo Público: No período de seu governo, foram criadas as seguintes Secretarias: Secretaria da Educação e Cultura (ex-Secretaria da Educação), Secretaria do Turismo (ex-Secretaria da Cultura, Desporto e Turismo). Por que as mudanças entre o modelo anterior e o adotado pelo seu governo? Quais os objetivos desta reestruturação? Jair Soares: Se eu pudesse, voltaria para esse modelo estruturado em cinco Secretarias de Estado, adotado na década de 40. Restabeleci a Secretaria da Educação e Cultura porque acho que as duas coisas andam juntas. Você não pode pensar em educação sem cultu- ra, e vice-versa. Então, essa era a saída, mesmo que houvesse um acúmulo de funções do secretário. Além do mais, é importante destacar que educa- ção e cultura estão associadas didática e pedagogicamente. A Secretaria das Obras Públicas, por exemplo, sempre foi uma Se- cretaria muito forte. O secretário foi a uma viagem de estudos, e eu era o chefe de gabinete. Nos EUA, ele foi observar a utilização dos meios lacustres e fluviais. Andou pelo Mississipi verificando como faziam o trans- porte de madeira, utilizando balsas e barcas. Nós tínhamos o problema da barca. Quando o secretário retornou, trouxe uma idéia excepcional, acharam que ele era visionário: criou, na Secretaria de Obras Públicas, a Comissão de Controle da Poluição da Água, do Ar e do Solo. Era um Colegiado que se reunia regularmente e estava mal localizado lá, porque meio ambiente é saúde. Estão intimamente ligados. Então eu decidi, du- rante meu período no governo (secretário da Administração), transfor- mar a pasta na Secretaria de Saúde e Meio Ambiente, agregando o acervo do Conselho na Secretaria da Saúde e Meio Ambiente. O meio ambiente passa a competir em importância com a Secretaria da Saúde. É por isso que o Estado enfrenta hoje dificuldades com seu cresci- mento. Muitas vezes com um bom embasamento técnico, outras vezes só com o embasamento político, para distribuir cargos decorrentes de alian- ças partidárias, mas cuja implementação acabou onerando a situação fi- nanceira do Estado, a partir de um crescimento desproporcional das administrações direta e indireta. 179 Arquivo Público: Outra alteração significativa no seu período de go- verno é a criação da Secretaria de Turismo... Jair Soares: Eu agreguei a Cultura na Educação, inclui o Desporto, criando uma Subsecretaria de Desporto e sobrou o Turismo, que ficou sozinho. Só que eu queria extingui-la mas a Assembléia não aprovou. É que eu sou pela racionalidade. Então a alternativa era extinguir, ou a CRTur ou a Secretaria de Turismo. Então o secretário me apresentou um trabalho apontando que era mais importante extinguir a Secretaria de Turismo, pre- servando a CRTur que servia, por sua estrutura jurídica, como fonte para obtenção de financiamentos, além de possuir maior mobilidade. Então eu mandei para a Assembléia a proposta extinguindo a Secretaria, e, como não tinha maioria, houve a negativa. O que fiz, então? Fui obrigado a esvaziar a Secretaria.

Arquivo Público: Se a Secretaria de Turismo tivesse sido extinta, sua função seria executada pela CRTur ou iria para outra Secretaria? Jair Soares: Pela CRTur, sem dúvida. Nós podemos restabelecer um quadro de dez Secretarias de Estado. Não precisa mais do que isso. Alguns órgãos têm sobreposição.

Arquivo Público: Como era o cotidiano do governo? Jair Soares: Primeiro, eu tinha reuniões periódicas com o secreta- riado. A ordem era transmitida diretamente para os secretários de Esta- do. Além dos secretários de Estado, no meu período de governo, tinha assento na reunião do secretariado o comandante da Brigada Militar. Ele tinha status de secretário de Estado. Eu dava as ordens, e quando elas não chegavam às instâncias das subordinações hierárquicas, quer seja na Administração Direta ou nas vinculadas, que são as indiretas, eu passava por cima, com a experiência que eu tinha, porque eu já cheguei ao gover- no do Estado com 37 anos de idade. Àquela altura, eu havia passado pela Secretaria das Obras Públicas, pela Assembléia Legislativa, tendo sido chefe de gabinete de dois presidentes, pelo Instituto Riograndense do Arroz, pela Comissão de Compras, pela Secretaria da Saúde, pela Secre- taria da Administração, pelo Ministério da Previdência, pela Câmara Fe- deral, eu tinha uma noção da administração geral. Além do mais, eu dou a ordem, eu também delego mas cobro. Fico em cima daquela demanda que eu me comprometi como minha proposta eleitoral. Então aquilo

180 que prometi fazer, por exemplo, reajustar os salários do funcionalismo, tinha que fazer. Cobrava com conhecimento de causa. Por exemplo: ficava comigo a resenha das determinações estabelecidas nas reuniões do secretariado. Quando ganhei a eleição, saúde eu sabia de cor e salteado. Educação não tinha dificuldades, porque tínhamos um bom secretário e havia um programa, que era o plano de carreira, em andamento. Naquela época, a posse era em 15 de março, e, então, fiquei 90 dias a partir da eleição, acer- tando os ponteiros, estabelecendo as prioridades, montando a equipe, es- sas coisas. Na verdade, naquele momento eu tinha a noção exata do Esta- do, de sua complexidade, de sua forma de atuar, dos gargalos existentes que precisávamos eliminar. E mais: uma coisa que me ajudou muito, foi ter sucedido um companheiro, o Dr. Amaral de Souza. Eu não tive que fazer auditoria, não tive que parar a administração, continuamos a tocar a má- quina, dei solução de continuidade imediata. Chamei o comandante-geral da Brigada Militar e perguntei o que a instituição precisava. Em resumo: um PM passou a ganhar 10 salários mínimos. Não há mistério em administrar bem. Você tem que saber o que delega, mas tem que cobrar a execução da ordem dada. Então, para ad- ministrar, no serviço público ou numa empresa privada, o executivo tem que fazer como se aquilo fosse dele. A luz, o telefone, o papel, o clipes. Você tem que conhecer a administração pública, porque aí você dá certo. Agora, no Brasil não tem escola de administração pública. As pessoas levam seis meses para conhecer, três anos para aprender, e aí vão embo- ra. É um governo em cima do outro, com erros e acertos. Quando os erros superam os acertos, todo mundo erra, eu também erro, daí é uma droga.

Arquivo Público: Olhando hoje, o que o senhor destacaria que funci- onou, que foi bem-sucedido, o que o senhor diria que poderia ter sido feito diferente, no seu período de governo? Jair Soares: O maior resultado que eu colhi no meu governo foi no campo da saúde pública, graças à minha equipe extraordinária. Aquilo que eu falei da educação, a valorização de um modo geral de todos os profissionais, principalmente o magistério, responsável que é pela formação daqueles que vão nos suceder. Então, esse é um investimento espetacular. Tanto saúde quanto educação são investimentos que o Esta-

181 do tem obrigação de fazer, e não se pode economizar nessas áreas. Nós temos é que cobrar resultados. Porque a visão do estadista, a visão do executivo, a visão do gestor público, deve estar alicerçada na idéia de que o Estado não foi feito para dar lucro. O Estado existe para fazer - e bem feito - a prestação dos serviços previstos na Constituição, principalmente em saúde, educação e segurança pública. No que diz respeito à segurança, no meu período de governo tínha- mos um efetivo, que não tem hoje, de trinta e três mil brigadianos. Hoje tem vinte e dois mil brigadianos. Nesse período, a população cresceu, o problema socio-econômico, em consequência, se agravou com o aumento do desemprego e seus efeitos deletérios para a condição humana. Hoje a área da segurança se ressente com a falta de um efetivo compatível com a demanda populacional. Existe um déficit de 15 mil pessoas na área de recursos humanos para a Secretaria de Segurança. Problema que eu não tive no meu período de governo. Na verdade, o segredo de um bom ou mau governo está circuns- crito no que se chama de gestão. É como nos limites da nossa casa: economia doméstica, que implica ações de microeconomia e também de macroeconomia. Só os números é que são diferentes. Existem duas colunas que são a alma de qualquer administração, que são receita e despesa.

Arquivo Público: O senhor acha que pode haver continuidade admi- nistrativa sem haver continuidade política? Jair Soares: Hoje, os governos estão engessados pela Lei de Res- ponsabilidade Fiscal tendo pouco a fazer, a não ser utilizar no limite sua criatividade. Porque se ele tem que gastar com pessoal 60%, 35% com educação, 12% para a saúde, mais o custeio da máquina de 17% e tem que pagar uma dívida de 15%, estão faltando, no mínimo, uns 35% acima da arrecadação. O cobertor é curto: para atender ali, tem que cortar aqui. Então, o que tem que cortar? Luz, telefone, diária, publicidade, telefone celular, controlar ligações interurbanas, o último tem que apagar a luz de verdade mesmo. Se você fizer essa economia de guerra e tiver mão de ferro, você consegue administrar. Na situação em que se encontra o Esta- do, o próximo governador terá de sacrificar os aspectos políticos e eleito- rais em favor de um projeto de Estado, voltado para as futuras gerações, quem sabe compondo com os chefes de Poderes e de órgãos autônomos

182 formas de enxugamento, corte radical de despesas, re-exame profundo da parte tributária e de arrecadação, combatendo a evasão fiscal. É uma tarefa hercúlea, própria de pessoas que se disponham a arrostar antipatias e malquerenças de alguns para atuar em favor do coletivo. É encargo para estadista que não se peje de quebrar continuidades políticas, administrati- vas ou de outra ordem qualquer!

183 184 Pedro Simon

Governador do Estado do Rio Grande do Sul de 1987 a 1990. O depoimento foi concedido em sua casa, em Rainha do Mar, na manhã do dia 04 de janeiro de 2006.

Arquivo Público: No período de seu governo, a antiga Secretaria de Educação e Cultura foi desmembrada, dando lugar à Secretaria de Educa- ção e a Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo. Qual o motivo desta alteração e por que levou dois anos para que a Secretaria de Cultura fosse recriada? Pedro Simon: Eu sempre fui um grande apaixonado pela parti- cipação do governo na cultura. Eu achava cruel a cultura no porão da educação. A Secretaria da Educação era tão complexa, tão complica- da, que não sobrava um minuto para o secretário da educação cuidar da cultura. Então, a sub-Secretaria de Cultura tinha atividade quase que zero. No início eu criei a Secretaria da Cultura diretamente ligada ao meu gabinete. Com o Conselho Estadual de Cultura nós fizemos um trabalho heróico. Eu reuni todo o mundo cultural de Porto Ale- gre, reuni os poetas com os contos gauchescos e com a literatura; reuni os pintores com os escultores. Botei toda essa gente na Cultura. Nunca tinham botado os pés no Palácio, nunca ninguém tinha chama- do eles ali. Botei tudo no Conselho, e as reuniões do Conselho eram feitas lá no Palácio do Governo. E eu tinha que ficar ali. Se eu saísse, eles se matavam. Quando eu estava, eles se respeitavam. O Conselho era realmente um regime parlamentarista: tinha o Conselho, que toma- va as decisões, e o secretário do Conselho, que era o secretário da Cultura, as executava. Mas o Conselho era tão lento, tão lerdo, e o secretário ia tocando. E os caras enlouqueciam. Eu me lembro que eles vieram com um projeto da Casa de Cultura Mário Quintana, para cada governador fazer um andar. Em sete governos, estaria pronto. Fizeram um projeto que era, como diziam, para comprometer. Aí a gente disse: “Não. Nós vamos tomar uma decisão agora. Ou nós fa- zemos todo o projeto no meu governo ou não fazemos nada.” Se não, não ia sair do primeiro. Aí eles se jogaram de corpo e alma e nós fizemos de tudo para ganhar dinheiro. Fizemos uma festa, cada grupo fez uma coisa, e até hoje está lá funcionando.

185 Arquivo Público: A Secretaria da Administração também sofreu mu- danças (com o Decreto n.º 32.516, a Secretaria da Administração passou a se chamar Secretaria dos Recursos Humanos e Modernização Adminis- trativa). O que essa mudança significa? Eu criei a Universidade do Estado, mas não essa que está aí agora. Eu construí, lá onde é o Parque do Trabalhador, em São Leopoldo, um curso de preparação e formação de seis meses, de um ano. Fiz alojamento para mais de duzentas pessoas e criei os cursos. E o negócio funcionou. Outro que eu criei era um curso de Administração. Ele tinha especializa- ção, convênio com a Fundação Getúlio Vargas, instituições de ensino, e os estudantes, os funcionários públicos vibrando de satisfação de ganhar um diploma, de se especializar. Então a Secretaria dos Recursos Humanos e Modernização Admi- nistrativa trabalhou nesse sentido. Eu me lembro que eu fiz uma compara- ção: quem estava na frente disso era o Paraná. No Paraná foi criado um curso, ele via a estrutura do Governo Federal e via o que interessava para o Paraná da estrutura do Governo Federal. Então faziam esse curso e pega- vam os craques, e faziam os caras tirarem cursos de especialização na Eu- ropa. Por exemplo, interessava muito para o Paraná o programa de energia elétrica, por causa da Foz do Iguaçu. Então, eles chegam no governo e fazem questão de botar pessoas craques, de várias linhas ideológicas. Eles formam os caras naquilo que interessa a eles lá. E nós formamos isso aqui. Só que isso parou no tempo.

Arquivo Público: Outra modificação foi na Secretaria da Agricultu- ra, que passou a se chamar Secretaria da Agricultura e Abastecimento. O que diferenciou uma da outra? Pedro Simon: Tudo. Eu só não criei a Secretaria do Abastecimen- to separada porque eu fiquei com vergonha, porque ia ficar com muita Secretaria. Mas eu fiz a distinção. Porque a Secretaria da Agricultura só cuidava da agricultura. Da irrigação, do arroz, cuidava até da tecnologia. Na parte do abastecimento, tinha, é verdade a CEASA, praticamente à parte, independente. Então nós criamos esta Secretaria. Uma das primei- ras coisas da Secretaria foi um levantamento que nós recebemos em 1986, 1987: 93% dos horti-fruti-granjeiros que o Rio Grande do Sul consumia vinha de São Paulo. Tu ias na CEASA, só tinha caminhões que vinham de São Paulo. E era tudo dominado por cartéis. Cravo, rosa, alho... Lan-

186 çamos então o programa de micro-açudes. Fazíamos o açude e fazía- mos a irrigação singela, feita de forma simples, e fazíamos a plasticultura. Nós bancávamos para eles fazerem coberturas de plástico que protegi- am da geada, da seca, etc. Isso aqui revolucionou, ninguém levava a sério. E nós bancávamos, era baratinho, baratinho. Caxias, por exem- plo: se produzia laranjas. Uma laranja era assim, outra era assado, uma ficava madura hoje, outra ficava madura não sei quando... Hoje, uma produção de laranja, de uva, de flor ou de hortaliça é uma fábrica. Todas ficam maduras no dia 4 de julho. Todas são do mesmo tamanho, da mesma cor e do mesmo gosto. Então São Paulo vinha com isso e para nós aqui morreu a produção. E o tempo que levaram para se adaptar. Veio a monocultura da soja, e a soja era vendida a dólar, então todo mundo enlouqueceu. Até a beira da estrada era soja. E aí iam comprar galinha no supermercado, verdura no supermercado... Aí a soja baixou, o preço foi lá no chão, e os caras começaram a sair daqui. Quando eu larguei o governo, 65% da CEASA era gaúcha. Caxias é a maior fornecedora da CEASA, e é uma cidade industrial. Os caras lá em Caxias pegaram aquelas terra dos que foram embora e transforma- ram em sítio. Quando apareceu uma proposta para eles transformarem aquele sítio, ao invés de ter que pagar um caseiro e não sei mais o quê, ganhar dinheiro, eles fizeram isso aí, e isso revolucionou.

Arquivo Público: Outra alteração importante na estrutura adminis- trativa foi a criação da Secretaria da Ciência e Tecnologia... Pedro Simon: Se tu olhar para o Rio Grande do Sul, vai ver uma coisa: onde o Rio Grande do Sul tinha dinheiro e tinha força e autorida- de... O Teatro São Pedro, o Palácio do Governo. Se você for visitar as velhas instalações do Hospício São Pedro, a capela é de mármore de Carrara e só de produto importado. A Universidade do Rio Grande do Sul foi feita pelo Governo do Estado. Aqueles prédios espetaculares, a Bibiloteca Pú- blica, tudo isso foi o Governo do Estado quem fez. Passou para o Gover- no Federal, e até o meu governo não tinha um “A” que tu possa imaginar entre Governo do Estado e Universidade. Nada. Ela não existia. Banquei, na Universidade Federal, o laboratório mais importante para eles. Até o Salão de Atos, que estava parado há vinte anos, está lá uma placa dizendo que é da Universidade e é do Governo do Estado. Que o Rio Grande do Sul, enquanto maior parte do Brasil não tinha nada, nós tínhamos nossas

187 estações experimentais, que era qualquer coisa de espetacular. Era o ensi- no mais moderno do mundo, as estações experimentais do Rio Grande do Sul. O mundo avançou, a biotecnologia avançou, e as estações pararam no tempo. Então a Secretaria da Ciência e Tecnologia veio participar. Uma coisa singela, por exemplo, as incubadoras. Em cidades, nós botávamos uma incubadora. Eram uma quinze fabriquetas, com adminis- tração geral. Botava a fábrica e o governo pagava tudo. Telefone, adminis- trador, a compra, essa coisa toda. Aí era a iniciação, ele se formava ali, e daí, claro, quando ele crescia, queria ir embora. Essa Secretaria foi muito importante.

Arquivo Público: Por que a opção de integrar turismo e cultura na mesma pasta [Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto]? A Secretaria de Turismo havia sido desativada no governo anterior... Pedro Simon: Nós demos conteúdo ao turismo porque nós come- çamos a fazer turismo com as prefeituras com calendário turístico para valer. Por exemplo, na praia, nós iniciamos todo o fim de semana de janei- ro e fevereiro, sábado e domingo, era recital, era uma peça de teatro, era na praia fazer ginástica, dançar... No interior era a mesma coisa: nós criamos competição estadual de futebol, campeonato estadual de colégio, com vô- lei, basquete. O nosso turismo tem tanto a ser. Olha a Rota do Turismo: tu sais de Porto Alegre, pega a zona alemã de Novo Hamburgo, São Leopoldo, o Vale dos Sinos, do ponto de vista industrial, cultural e da comida alemã. Daí vai para Canela e Gramado, que é um mundo à parte. Depois entra em São Francisco, que é zona de brasileiro, que é fazenda, é gado. Depois vai lá no Itaimbezinho, que é a coisa mais bonita do Brasil no ramo. Depois desce e chega em Torres. Se quiser fazer mais completo ainda, vai para os vinhedos, pega Bento, Garibaldi, essa região, e sobe. É difícil encontrar um rota como essa.

Arquivo Público: Antes do seu governo, havia a Secretaria do Interi- or, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas. No seu governo foi criada a Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Urbano e Obras Públi- cas. Isso denota uma preocupação maior com a Região Metropolitana? Pedro Simon: Exato, a Secretaria começou a olhar para as grandes cidades. A pior zona que tem no Rio Grande do Sul, com analfabetos,

188 drogas, criminosos, assassinatos, é ali onde termina Porto Alegre e come- ça Viamão, onde termina Viamão e começa Alvorada, onde termina Al- vorada e começa Cachoeirinha, onde termina Cachoeirinha e começa Gravataí, que é zona de ninguém. A polícia não atravessa, e o bandido sai daqui e vai para lá. Não há uma integração nessa região. Parece mentira, mas antes não tinha, hoje um policial é estadual, ele vai embora atrás do bandido até no exterior.

Arquivo Público: E a Secretaria Especial para Assuntos Internacionais? Pedro Simon: Foi a primeira vez que se falou. Eu peguei dos Esta- dos Unidos, um mapa que eu lancei no Rio Grande do Sul, o mundo inver- tido. Nós estamos lá em cima e o Canadá está lá embaixo. Quem é que fez esse mapa que está aí hoje? Os caras que estavam lá em cima. Podemos inverter. E aquela tese que o Rio Grande do Sul era o fim da linha, por que o fim da linha? Por que vamos parar no Rio Grande do Sul se tem Monte- vidéu, tem Santiago e tem Buenos Aires? E Porto Alegre é o centro geo- econômico desta região. Aqui nós lançamos o Mercosul. Comecei como Ministro da Agricultura. A gente deu a idéia para o Sarney, o Sarney ficou empolgado... Para falar em Mercosul, nós tínhamos que nos aproximar da Argentina. Era tão difícil, o presidente da Argentina, uma pessoa muito bacana, mas muito fechada. Então nós fizemos a aproximação através do presidente do Uruguai.

Arquivo Público: E a Secretaria Especial de Governo? Pedro Simon: Essa foi uma das coisas boas que eu fiz e não levaram muito adiante. Eu deixei a Casa Civil como Casa Civil: cuidando do que passa pelo governo, da ação do governo, a ligação do governo com a As- sembléia Legislativa, ligação do governo com os prefeitos, com os deputa- dos e os vereadores, com o governo nacional... Para as Secretarias não dependerem só de mim, para não ser essa autonomia que se tem agora, cada Secretaria é uma ilha, criei a Secretaria Especial de Governo, onde, na hora de decidir o que se ia fazer, se trazia o secretário da Fazenda, da Educação, de Obras e fazia a Secretaria Especial de Governo. E discutia- se o que a gente ia fazer. Estrada, essas coisas mais difíceis, tomava nota de tudo o que a gente ia fazer, e fazia por etapa: “daqui há tanto tempo nós vamos nos reunir e isso aqui vai estar pronto. E o que está decidido aqui, está decidido”. Saía dali e não tinha mais reunião burocrática, não tinha

189 mais discussão, briga entre um e outro. Então, essa Secretaria fazia as cobranças e a coisa funcionava. Se bem que lá era só MDB. Eu governei só com MDB, não trouxe um cara de fora. Porque tinha 27 deputados, faltava um para fazer 28. Dez se ofereceram. Eu pensei: “quer saber de uma coisa? Ou eu governo de um jeito ou eu não governo”. Quando digo que governei só com o MDB, não significa que eu não trouxe gente de fora, mas que não foi com troca-troca. Criei a Secretaria Especial de Comunicação porque aquilo era uma anarquia. Cada um fazia o seu de forma diferente, quer dizer, não tinha uma política de governo. No meu governo não vai ter propaganda minha nem do meu governo. A propaganda que eu tinha era um mapa do Rio Grande do Sul que tinha o formato de um coração: “Leve o Rio Grande no peito”. E embaixo, três listras com as três cores da bandeira do Rio Grande do Sul.

Arquivo Público: Olhando de hoje, o que o senhor acha que foi bem sucedido, o que o senhor repetiria? Pedro Simon: Hoje, vendo o que eu vejo, é a parte ética. Não tem parente no meu governo, a começar por mim. Isso eu estou falando agora, porque se me perguntasse isso há três anos atrás eu não diria que é a coisa que eu mais me lembro do governo. Mas eu digo isso porque isso que eu estou falando eu disse na tribuna do Senado, dirigido ao meu amigo Lula, no início do governo dele. Quando ele não demitiu o Waldomiro, eu disse: “Lula, faça, é hora de começar”, tem que começar no início, porque depois vai indo e tu perdes o controle. Eu passei a entrar no problema social. Eu fazia reuniões com a Se- cretaria do Trabalho, voltado e preocupado essencialmente com o proble- ma social. Eu criei organizações que mensalmente reuniam umas mil pes- soas, que eram dirigentes dessas entidades, que vinham diretamente com a gente, faziam o projeto. Então, era uma escolinha que faltava ali, era a vaca mecânica, para leite de soja; outro queria arrumar o clube social. Cada um queria uma coisa diferente. Eles vinham, davam o projeto, nós fazíamos o projeto, nós entregávamos o cheque e eles faziam a obra. O dinheiro era nosso, para construir o projeto a gente construía, olhar, fiscalizar, fazer, nós fazíamos, mas quem comprava o material, quem lidava com o dinhei- ro, era o cara do cheque. Eu não queria saber de partido, não se falava em partido. Vinha ali o cara que viesse, era a entidade, ele era o presidente

190 daquela entidade, ele vinha ali e o tratamento era igual. Olha, essa foi a coisa mais bacana que eu fiz.

Arquivo Público: E o que o senhor reformularia? Pedro Simon: Eu dialogaria mais com a classe empresarial. Eu sen- taria com eles para vermos, juntos, o que a gente poderia fazer. O empresariado gaúcho é sério. Eu acho até que é meio sério demais. Eu acho que uma conversa assim seria interessante.

191 192 Alceu Collares

Governador do Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 1994. Este depoimento foi concedido no seu escritório, localizado em Porto Alegre, na tarde do dia 31 de outubro de 2005.

Arquivo Público: Em seu governo, a Administração Direta foi com- posta da seguinte forma: Secretaria da Fazenda, Secretaria da Agricultura e Abastecimento, Secretaria da Energia, Minas e Comunicações, Secretaria dos Transportes, Secretaria da Educação, Secretaria da Saúde e Meio Ambi- ente, Secretaria da Ciência e Tecnologia, Secretaria da Cultura, Secretaria da Justiça, Trabalho e Cidadania (ex. Secretaria da Justiça), Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Social (ex. Secretaria da Industria e Comér- cio), Secretaria do Planejamento Territorial e Obras (ex. Secretaria do Inte- rior, Desenvolvimento Regional e Urbano e Obras Públicas), Secretaria do Planejamento e da Administração (resultado da fusão entre a Secretaria da Coordenação e Planejamento e a Secretaria dos Recursos Humanos e Moder- nização Administrativa). Foram extintas a Secretaria da Segurança Públi- ca, a Secretaria Especial de Governo e a Secretaria de Turismo. Por que as mudanças entre o modelo anterior e o adotado pelo seu governo? Quais os objetivos desta reestruturação? Alceu Collares: A Secretaria do Trabalho eu mudei. A da Segurança eu extingui. O único louco no Brasil que eliminou a Secretaria de Seguran- ça. Não tive problema nenhum, nenhum. Ninguém mexeu tanto, na educa- ção ninguém mexeu. Sabe o que é que nós fizemos? Primeiro, é preciso dizer que eu fui provavelmente o único governador no Estado que elaborou um programa de governo durante a campanha eleitoral. Eu assumi com um programa elaborado, consulta popular. Eu viajei, visitei todos os municípios e de lá recolhi, com correspondência que nós mandávamos para as empre- sas, para os sindicatos rurais e de trabalhadores, o esboço do que eu queria que fosse uma reforma administrativa. Porque já nessa época nós tínhamos convicção que precisávamos reduzir o peso do Estado, da sua Administra- ção Direta e Indireta, na administração pública. Tanto que às vezes eu dizia “se o Estado não puder ajudar a empresa privada, eu tiro o Estado da frente”. Porque só atrapalha, muitas vezes. Agora, tem horas em que há funções que é essencial que seja o Estado, que sejam estatizadas.

193 Com a intenção de transformar o Estado em um Estado menos dispendioso, menos custoso, com capacidade de responder com mais celeridade as demandas populares, as demandas da sociedade, nós fize- mos um programa de governo. Como eu fiz na prefeitura, eu tinha um programa de governo. Fiz pelo sistema de internet. Nós fizemos 800 mil consultas. Porque eu tinha lá todos aqueles que pagam o IPTU, eu peguei o nome deles e mandei... quatro ou cinco páginas dessas. Transportes, cinco perguntas; saúde, cinco perguntas. E respondia o que quisesse. Edu- cação, saneamento básico, o patrimônio público... eu colocava cinco e a pessoa apontava uma que ele achava que era prioridade. Aí ia para a computação e tinha um programa pronto. Isso equivale mais ou menos a um tipo de pesquisa. Agora no Estado, já era mais aprimorado. Porque eu tinha uma equipe boa, que trabalhou comigo no município. Porque quan- do assumi, no outro dia eu estava administrando. Cada hora que eu no- meava um secretário, dizia “olha, tu vai para a Educação, tu vai fazer isso aqui”. “Tu vai para o Trabalho, tu vai fazer isso aqui”. “Você vai para o Transporte, nós temos que fazer isso aqui”. As prioridades. E todos [os outros governos], sem exceção, chegam no governo e depois de dez meses, onze ou um ano, eles vêm de boca murcha assim: “estamos tomando pé da administração”. Não tomaram pé ainda da coisa! É o negócio mais incrível do mundo. Eles fazem, conversam, falam.... Agora o meu não, o meu era consciente, eu tinha certeza... tanto que eu fiz. Todo o meu gover- no foi assim, ia exercer a função quem estava capacitado para exercê-la. E quando não tinha, eu fiz concurso.

Arquivo Público: Quanto à reforma administrativa que o senhor se referiu, um exemplo é a fusão da Secretaria de Recursos Humanos e Moder- nização Administrativa com a Secretaria da Coordenação e Planejamento, criando a Secretaria do Planejamento e da Administração. Dentro das especificidades do contexto da época, qual foi o objetivo da reforma? Alceu Collares: Toda a alteração administrativa é uma demanda so- cial. De uma ou de outra forma a gente ouve uma universidade, ouve os pesquisadores, ouve os professores, ouve os curiosos. Isso aí é um absur- do, essa quantidade de Secretarias. Tem que reduzir o peso do Estado. Eu disse que o Estado, no início, tinha um peso maior porque ele também exercia funções econômicas, hoje ele não tem mais necessidade. A não ser excepcionalmente, como tem a PETROBRÁS, a ELETROBRÁS e ou-

194 tras, setores que às vezes têm a ver com a segurança da nação. Ou as Forças Armadas, aí é uma função que não se pode delegar, ela é uma função estritamente do Estado. E sempre o homem público, o vereador, o prefeito, o deputado estadual, o governador, federal, ou senador, sente no contato que o Estado está grande demais, gerando despesas além da receita. E hoje não tem um Estado que tenha superávit, só tem déficit. É uma ânsia, uma aspiração do mundo moderno que o Estado fique tão leve quanto possível nas funções extremamente comprometidas com o Estado. Mas com servidores bem pagos, com burocracia bem preparada. Por exemplo, eu defendi sempre que se fizesse internamente um sistema de ascensão administrativa. Lá o Collares entrou como ser- vente, hoje é diretor do Arquivo. Por quê? Porque ele foi prestando con- curso, chamava-se isso de readaptação. Só que esse instituto da readaptação, que era um negócio fantástico, depois abusaram, deformaram uma idéia belíssima que era de aperfeiçoamento permanente em busca sempre da- quela preocupação que todos temos de ascensão funcional. E o servidor na nossa época era muito respeitado... tinha até conta no armazém! Hoje não passa nem na frente do armazém. É impressionante a deformação que conseguiram introduzir. Mas isso vai ser recuperado porque o Estado nunca vai perder a função. As chamadas “funções de Estado” nunca vão desaparecer. Por exemplo, segurança pública das Forças Armadas. A uni- versidade é essencial. A educação é uma atividade intrínseca do Estado. Agora mesmo a gente estuda aí a Coréia do Sul, os jovens com idade de ensino universitário: 92%. 92% da juventude da Coréia tem condições de freqüentar a universidade. Nós temos 9% e uma qualidade do ensino universitário extremamente defasada, sucateada, digamos assim, paralisa- da no tempo.

Arquivo Público: No seu governo foram criadas duas “Secretarias Es- peciais”, a de Assuntos Internacionais e a de Comunicação Social. As Secre- tarias Especiais têm o mesmo status das demais? Alceu Collares: Tem, mas elas exercem uma função, assim como na Constituição tem os “atos das disposições constitucionais transitórias”. Tem o corpo da Constituição, que o constituinte toma as decisões defini- tivas e permanentes, com fundamentos, com princípios, com concepções. E lá tem o ‘ato das disposições constitucionais transitórias’, são funções de transição. Então essas Secretarias especiais, embora no início não sejam

195 funções de transição, elas têm uma fase de experiência, que pode não dar certo e a gente acaba eliminando depois. Mas tanto deram certo que de- pois continuaram. As duas continuaram. Era, digamos assim, uma falha, uma lacuna no direito administrativo do Estado. O Estado não tinha duas Secretarias. E hoje elas não são mais especiais. Elas se transformaram em Secretarias permanentes. Porque a Secretaria Especial, ela tem como ob- jetivo as funções, as atividades, as concepções transitórias. Ou que pos- sam surgir, até se firmar. E as Secretarias que fazem parte do conjunto de Secretarias terão funções permanentes. Como a gente estava no iní- cio, fomos nós que criamos, a gente tinha dúvida se essa Secretaria de Negócios Internacionais, como a Secretaria de Comunicações, elas iam ter funções capazes depois de se transformar em Secretarias permanen- tes. E se transformaram. Elas corresponderam às necessidades de funções novas que exigiam do Estado uma Secretaria permanente, que transfor- maram depois.

Arquivo Público: O senhor teria vontade de voltar a ser governador? Alceu Collares: Quem não tem... quem não tem. É tão lindo, é tão bom, é tão gratificante. É uma espécie de dádiva que a gente recebe do povo. Só que eu defendo sempre a tese de que não é possível que um líder fique como que impedindo, no gargalo do partido, a renovação. Tem jo- vens no partido que podem ser governadores.

196 Antônio Britto

Governador do Estado do Rio Grande do Sul de 1995 a 1998. Este depoimento foi concedido na agência de publicidade DCS, localizada em Porto Alegre, na tarde do dia 01 de novembro de 2005.

Arquivo Público: Em seu governo a Administração Direta compunha- se das seguintes pastas: Fazenda, Agricultura e Abastecimento, Minas, Energia e Comunicações, Transportes, Educação, Cultura, Saúde e Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Justiça e Segurança, Desenvolvimento e de Assuntos In- ternacionais, Obras Públicas, Saneamento e Habitação, Administração e dos Recursos Humanos, Coordenação e Planejamento, Trabalho, Cidadania e Assistência Social e Turismo. Por que as mudanças entre o modelo anterior e o adotado pelo respectivo governo? O que significa a Administração Direta para um governo? Como a direta e a indireta se articulam? Antônio Britto: Durante um determinado período da história do Brasil, principalmente a partir dos anos 70, 74, no caso do Rio Grande do Sul foi muito no período do governador Triches, se criou a convicção de que a estrutura direta passava por uma fase de engessamento, que o setor público tinha necessidades de agilidade e daí veio a decisão, que foi co- mum a quase todos os Estados brasileiros, de passar a constituir muitas empresas, muitas fundações, muitos órgãos de administração indireta. E o pretexto era ganhar, na indireta, a agilidade que a direta tinha perdido. A Constituição de 88, as naturais pressões corporativas, as decisões dos tri- bunais, foram estabelecendo para a indireta, porque pública, a mesma li- nha de restrições da direta. Da lei das licitações aos direitos ou deveres dos funcionários. E quando a gente assumiu, tinha uma direta e uma indireta engessadas. Eu me lembro que eu perguntava muito o seguinte: “o que aconteceria se essa atividade aqui não fosse na indireta, e fosse na direta? O que está tendo na indireta que justifique ser indireta?” Então nós inici- amos o governo fazendo uma grande revisão, trazendo para dentro da direta grande parte da indireta. Houve um fechamento, com aprovação pela assembléia, de diversas empresas, fundações, que tinham sido vitima- das pela extensão à administração indireta das amarras que tolhem a agili- dade da Administração Direta. Essa foi a primeira parte da reforma. Dentro da estrutura das Secretarias, a gente tentou fazer uma racio- nalização. Tinha fracassado, na minha opinião, a experiência de não haver

197 a Secretaria da Segurança. Por razões históricas, no Rio Grande do Sul a Polícia Civil e a Brigada Militar estabeleceram identidades próprias, per- sonalidades próprias, locais próprios, culturas próprias. A inexistência de um secretário ou condena os dois, Polícia e Brigada, a não ter uma coor- denação, ou, pior, condena o governador a ser o coordenador do co- mandante da Brigada e do Chefe da Polícia Civil. A mim, parecia que isso era contraproducente, com todo o respeito a quem tenha feito isso. En- tão, desde o início, na minha cabeça, segurança pública tem que ter coor- denação, e para ter coordenação tem que ter alguém que coordena, quem coordena não é o governador. Volta a Secretaria. A minha dúvida era se essa Secretaria seria também a Secretaria de Justiça. Eu acabei me conven- cendo que embora as duas funções, a função de assegurar a segurança pública e a função de cumprir o dever, que é um dever do Estado, de manter apenadas as pessoas condenadas pela Justiça; embora sejam fun- ções obviamente diferentes, tinha que haver um nível também de articula- ção entre elas. E que se justificava que justiça e segurança ficassem juntos. Embora esse ponto seja mais discutível do que o outro. A mim nunca pareceu que seja possível não haver Secretaria de Segurança, mas do pon- to de vista teórico eu continuo achando que é defensável ser justiça sepa- rada da segurança ou ter justiça e segurança juntos. O que me parecia inadmissível era não ter secretaria de segurança. Aí veio uma conseqüência disso que era o fato de que, em estrutu- ras anteriores, tu tinhas grande parte da área social espalhada. É um problema super grave no Brasil, você acaba tendo muitas políticas soci- ais, para não ter nenhuma. Por falta de um locus que coordene. Então você tinha a Secretaria de Desenvolvimento Social, tinha atividade social no gabinete da primeira-dama do governador, tinha na própria Secreta- ria de Justiça... Então a idéia foi ter uma Secretaria de Desenvolvimento Econômico e uma Secretaria de Desenvolvimento Social, que coorde- nasse todas as políticas de cunho social. Todas. E aí aconteceu uma coisa engraçada, porque se dependesse de mim, eu diria que o nome mais natural para essa Secretaria teria sido Secretaria de Desenvolvimento Social, mas é tão forte a marca ‘Secretaria do Trabalho’, ‘Secretaria da Cidadania’, que a gente então procurou juntar os três conceitos [traba- lho, cidadania e assistência social].

Arquivo Público: Então a Secretaria de Desenvolvimento Econômico passa a integrar os Assuntos Internacionais... 198 Antônio Britto: A gente tinha a pretensão de reduzir o número de Secretarias, ou pelo menos não permitir que o número aumentasse. O raciocínio da época era o seguinte: grande parte da atuação do Rio Grande do Sul, para poder se desenvolver economicamente, passava pelo Mercosul. A gente estava no auge da discussão do Mercosul. Qual é o nosso principal argumento para atrair uma empresa? O Mercosul. Qual é a grande parte da agenda econômica do Rio Grande do Sul, questões que envolvem Uru- guai, Argentina... Mercosul. Então, me pareceu que seria de bom senso que o mesmo secretário lidasse com a parte de assuntos internacionais e de desenvolvimento. Na parte de administração e coordenação, aqui acho que houve uma mexida grande, e uma mexida que eu tenho muito orgulho de ter feito. A gente, historicamente, foi perdendo a capacidade, o Estado foi perdendo a capacidade de ter planejamento e articulação de ações. Então nós compra- mos uma briga muito feia, nós trouxemos o orçamento para dentro da Secretaria de Coordenação e Planejamento, tirando da Secretaria da Fa- zenda. Se você entrega o planejamento e a coordenação à Fazenda, natu- ralmente a Fazenda vai fazer com base no curto prazo, porque num Esta- do que não tem dinheiro para virar o dia, chamar o sujeito e dizer para pensar no futuro é irreal. Então houve aqui três decisões importantes: a decisão de transferir o orçamento para a Secretaria de Planejamento. Eu fiz questão de dizer ‘co- ordenação’ para restabelecer, até do ponto de vista hierárquico, um poder diferente para o secretário. Ele é o secretário de coordenação. E a gente achou que qualquer Secretaria de um Estado que tinha, na época, 250 mil funcionários, que tinha que atender centenas de pedidos diários de apo- sentadoria, se fosse cuidar disso e de administração, não cuidaria disso. Além do mais, a parte de administração a gente pretendia tentar fazer um esforço, não só de ficar pagando e pagando mal, mas de tentar montar alguns programas de capacitação, de desenvolvimento. Então se chegou à conclusão de criar uma Secretaria de Administração e Recursos Humanos, jogando para lá essas atividades mais o IPE, o que é bom para alguém se divertir por anos, e deixar a coordenação e planejamento fora do tiroteio do dia a dia. Essa foi a visão. O tiroteio envolvendo as questões do funcionalis- mo: Administração e Recursos Humanos; uma visão de planejamento e coordenação estratégica na área de planejamento; social na de Trabalho,

199 Cidadania e Assistência Social; econômico e assuntos internacionais, por causa do Mercosul, naquela [Secretaria do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais]; e a parte de segurança e sistema penitenciário, na de Justiça. A última mudança foi, na verdade, um agrupamento de atividades que também me parece bem mais fácil de explicar. A gente recriou a Secre- taria tradicional de Obras Públicas, acrescentando a ela e colocando den- tro dela a parte de saneamento e habitação. A minha preocupação era essa: que a gente pudesse saber com clareza o que tinha dentro de cada Secreta- ria. Então foi essa divisão. E era um compromisso meu, de campanha, recriar a Secretaria de Turismo. Achava que era importante para o Estado. Aqui teve uma briga, porque se discutia muito se o esporte ficaria com o Turismo ou com a Educação. Nós acabamos chegando à conclusão que era correto deixar na Secretaria de Educação, porque sem o conjunto das 3 mil e tantas escolas não haveria como dar eficácia.

Arquivo Público: A importância da Secretaria da Coordenação e Pla- nejamento em relação às outras Secretarias vai se refletir, por exemplo, na sua inserção no Gabinete do governador? Antônio Britto: Isso depois vai aparecer quando da criação da Se- cretaria-Geral de Governo. Nós achamos que a Secretaria de Coordena- ção e Planejamento precisaria, duplamente, ter um link forte com a governadoria. Primeiro, do ponto de vista da força política, para poder exercer a função de coordenação. Segundo, para exatamente participar e influenciar no pensamento estratégico do governo. Então, no final do primeiro ano de governo, a gente implantou uma quebra de paradigma no Estado, e se criou a Secretaria-Geral de Governo para ser uma Secretaria executiva. Isso coincidiu com a elaboração de um conjunto de planos estratégicos, cronogramas e responsabilidades, con- trole disso on-line. E a Secretaria-Geral de Governo era o lugar de fazer o governo pôr o pé no acelerador. A gente, em função das privatizações e dos acordos internacionais que voltaram a ter no Estado naquela época, passou a ter verbas importan- tes e programas importantes para a grande Porto Alegre. Esses programas estavam um pouco soltos, alguns na Secretaria de Obras Públicas, Sanea- mento e Habitação; outros dentro da área de Trabalho e Assistência Soci- al. Então se achou que valia a pena criar uma Secretaria Especial para a região metropolitana, até porque, vale lembrar, a gente estava com um

200 problemão na região metropolitana, que era a chegada ao mesmo tempo da Ford, da GM, todo aquele esforço de industrialização, a Dell estava indo para Alvorada, a Brahma para Viamão... Então a gente estava com a região extremamente mexida por obras, por desafios. E aí estava nos fal- tando alguém, eu dizia brincando sempre, cujo limite máximo de viagem fosse até Novo Hamburgo.

Arquivo Público: As alterações feitas refletiram demandas sociais? Antônio Britto: Aquele era um período, e isso não mudou muito de lá para cá, onde cada vez mais existia a demanda por eficiência do setor público. O setor público, no caso do Rio Grande do Sul, construiu, princi- palmente na primeira metade do século passado, um padrão de excelência que ao longo dos anos foi sendo dilapidado pela crise estrutural do Estado e do governo do Estado. Quando a gente assumiu, havia uma enorme possibilidade de o Estado alavancar um processo novo de desenvolvimen- to, onde a gente pudesse apostar mais na industrialização, onde a gente pudesse tentar se valer do Mercosul para dinamizar a economia da metade sul, onde a gente pudesse apostar forte em recuperação de zonas minifundiárias, em atividades novas, como turismo e serviços. Nenhuma dessas coisas andaria, ou andará, se a máquina pública não se atualizasse. E essa atualização, pelo menos na minha cabeça, passava por uma definição mais precisa de o que é esse lugar aqui, o que ele faz, quais são as compe- tências dele. Então eu acho que a reforma que a gente fez foi profunda- mente racional, no sentido de que ela não estava submetida a interesse político aqui, interesse político ali. Ela talvez tenha sido, curiosamente, uma reforma muito técnica. A gente estava enxugando muito a máquina do Estado, cortando grande parte da estrutura indireta e trazendo para dentro da direta. A função habitação vem para dentro da direta e sai da COHAB. A função não deixou de ser, não deixou de existir. É que não tinha sentido você ter um secretário brigando com um presidente de com- panhia, para o presidente de companhia não ter a agilidade que justificou há vinte anos atrás a criação da companhia. A função agência de fomento traz para dentro do Banrisul, não precisa ter a Caixa, e assim por diante. O mundo vivia um momento de grande expansão, o Brasil estava recebendo investimento como nunca, iam se abrir, como se abriram, oportunidades maravilhosas para o Rio Grande do Sul atrair investimentos, atrair financia- mentos, e isso tudo ia cobrar do Estado um dinamismo de máquina

201 pública que, para acontecer, precisaria de mil fatores. Mas talvez o primei- ro deles fosse uma melhor definição de funções. Isso a gente ganhou.

Arquivo Público: O que foi bem sucedido, e o que poderia ter sido diferente? Antônio Britto: Eu sempre digo o seguinte: depende, se eu sou- besse antes o que eu sei agora, teria feito diferente. O problema é que, quando a gente faz lá, a gente não sabia o que sabe agora. Então, o sujeito que sai na estrada, se soubesse que está interrompida, não tinha entrado nela. Foi um grande acerto repensar a estrutura do palácio e da governadoria em si, e conferir amplo poder a uma Secretaria-Geral de Governo e a uma Casa Civil. Acho que isso foi um grande acerto, e acho que isso deveria ser mantido sempre. Acho que não pode haver no Rio Grande do Sul governo sem Secretaria de Segurança, isso foi um acerto. Acho que o tempo respondeu boa parte da tua pergunta. Não sou eu que tenho que fazer esse comentário, mas a estrutura que se montou vem permanecendo... por alguma razão deve ser. Também acho que o problema todo está no seguinte: não é possível querer que um governador de uma posição partidária política diferente do anterior não transforme a ênfase que dá a esse ou a aquele projeto numa ênfase maior na estrutura. Então eu acho que tem um nível de mexida de governo para governo, que é natural e é até necessário. O problema é quando você, à la Collor, se vale da mexida para, em vez de mexer em 2 de 15, mexer em 15 de 2. E aí desaparece a continuidade, a memória. O setor público é simplesmente virado de cabeça para o ar. Se você observar, a Secretaria de Turismo foi criada e permaneceu, a Secretaria-Geral de Go- verno permaneceu, aquela “guerra civil” que foi tirar o orçamento da Fa- zenda, nunca mais se falou naquilo, porque era uma coisa sensata. Não houve a criação de novas estruturas de administração indireta. Que eu saiba, no Estado ninguém criou. Porque elas estavam historicamente con- denadas por uma mudança na legislação, não é defeito de quem criou. Então eu acho que a gente seguramente terá cometido erros, nin- guém pretende que não. Mas acho que houve racionalidade, não foi coisa de “toma lá dá cá”, de partidarismo, de fisiologia. Onde a gente errou, terá errado porque errou, e acho que teve coisas muito legais. Acho que um modelo não pode ser, ao contrário do nosso hino, “para toda a terra”. O próximo governador vai ter uma ênfase. As coisas também mudam. Se, há

202 trinta anos atrás, um governador gaúcho cogitasse uma Secretaria contra a seca, ele era internado. Do jeito que está indo, daqui a pouco alguém vai criar uma Secretaria Especial contra a seca. Então também o mundo vai mudando. Tem que ter um pouco de bom senso nessa mexida.

Arquivo Público: No que as privatizações influenciaram a organiza- ção das Secretarias de Estado? Antônio Britto: Nós vivíamos uma ficção, que não era culpa de ninguém, que é a seguinte: quando alguém é o secretário pobre de uma Secretaria de uma estatal rica, a guerra leva em média dois minutos para se estabelecer. Quando a gente passou a ter a privatização de algumas esta- tais, as Secretarias voltaram a secretariar... Reocuparam o espaço da gestão daquelas questões. Porque o secretário de Minas e Comunicações da CRT é o secretário da CRT. Ele não é percebido para mais nada que não para o monstrengo que é a CRT, a publicidade da CRT, as obras da CRT, as pes- soas da CRT, os empregos... Então houve uma mudança muito grande pró-Administração Direta. Da mesma forma, nos setores onde se trouxe para a direta a função que tinha sido transferida para a indireta, e que tinha se inviabilizado na indireta, reforçou as Secretarias. Esse foi um outro fa- tor: as Secretarias ficaram fortalecidas. Acho que a privatização, na medida em que retirou a pressão por algumas atividades que são exaustivamente executivas, distribuir energia, entregar celular, devolve ao setor público um pouco mais de espaço naquilo que devia ser o essencial a meu juízo: plane- jamento, coordenação, definição de rumo. Para mim, relevante como ativi- dade estatal é o que é que vai fazer com a desertificação do Alegrete, o esvaziamento da metade sul, a improdutividade do minifúndio. Se o go- verno fica muito atrapalhado com a atividade executiva, no sentido mais operacional, mais de nível primário, ele está roubando da outra atividade, que é pensar futuro, fazer futuro, abrir caminho novo.

203 204 Olivio Dutra

Governador do Estado do Rio Grande do Sul de 1999 a 2002. Este depoimento foi concedido no diretório estadual do Partido dos Traba- lhadores, localizado em Porto Alegre, na manhã do dia 04 de novembro de 2005.

Arquivo Público: Em seu governo foram criadas as seguintes pastas: Secretaria de Obras Públicas e Saneamento (ex–Secretaria de Obras Públi- cas, Saneamento e Habitação), Secretaria da Saúde, Secretaria do Meio Ambiente, Secretaria Especial da Habitação (ex-Secretaria Especial da Re- gião Metropolitana) e Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer (ex-Secretaria de Turismo). Por que as mudanças entre o modelo anterior e o adotado pelo respectivo governo? Quais os objetivos desta reestruturação? Olivio Dutra: Tem uma questão preliminar: quando chegamos no governo, o Estado vinha de um processo intenso de privatização ao qual no debate político, tínhamos feito sérias críticas. Queríamos um Estado mais eficiente, mais dinâmico, mais ativo, para atender melhor a maioria da população e, ao mesmo tempo, enfrentar as questões do planejamento, para o desenvolvimento integrado e integrador. Criamos a Secretaria Es- pecial de Habitação, porque, no período anterior, tinham sido extintas a antiga COHAB e a Caixa Econômica Estadual, que trabalhavam a questão na relação com as comunidades necessitadas de uma política habitacional e o seu financiamento. Tinham sido destruídas essas estruturas e, dentro da Secretaria de Obras e Saneamento, essa questão ficava frouxa sem a necessária força para trabalhar com a intensidade requerida e demandada pela população de renda mais modesta do Estado. Primeira vez na história do Estado que essa questão da habitação tem um destaque desse porte com uma estrutura para atender a demanda de moradia popular de boa qualidade nas áreas urbanas e rurais do Estado. No período anterior tinha sido extinta a CRTur, e criada a Secretaria de Turismo. Nós mantivemos a Secretaria de Turismo e criamos dentro dela a FUNDERGS, uma Fundação de esporte e lazer. Para ter o destaque necessário nessa questão do esporte e do lazer, do ponto de vista cultural, do ponto de vista da convivência mais enriquecedora das populações dos municípios do interior, das periferias das cidades grandes e médias. Essa Fundação foi importante dentro da SETUR, porque diante da realidade

205 econômica e social das populações de periferia e dos municípios mais distantes, era preciso ter um instrumento para execução mais eficiente de uma política na área do esporte e do lazer. Criamos, também, a Coordenação Estadual da Mulher. Uma deman- da antiga e importante sobre a questão de gênero e políticas públicas para a mulher. A Coordenadoria Estadual da Mulher ficou ligada ao Gabinete do governador. A Secretaria do Meio Ambiente foi criada desmembrando-a da an- tiga Secretaria da Saúde e Meio Ambiente. Até por conta da tradição que o Rio Grande tem na luta ambiental, as lições de Lutzenberger, as neces- sidades do planejamento integrado para o desenvolvimento sustentável e crescente do Estado. A Secretaria do Meio Ambiente nasceu como instrumento estratégico e necessário para que o governo pudesse produ- zir, planejar e executar um desenvolvimento que fosse integrado e integrador e balizado pelo respeito à vida e à natureza. Uma exigência, inclusive, do mundo de hoje e da consciência ecológica muito grande e enraizada em nosso Estado. O Gabinete da Reforma Agrária estava dentro da Secretaria da Agri- cultura, mas ali não podia levar a contento a especificidade e a emergência da questão fundiária do Rio Grande. O MST, o MAB são sujeitos sócio- políticos importantes de um lado e, do outro, os ruralistas e a FARSUL para que essa questão ficasse prisioneira de um nicho na Secretaria da Agricultura. O Gabinete da Reforma Agrária passou a ter o destaque necessário e especial ligado ao Gabinete do governador. Tratava não só da questão fundiária mas também da especificidade da agricultura de economia familiar, dando aten- ção técnica e política a um problema sério, social e econômico. A Secretaria Especial da Região Metropolitana foi incorporada à Secretaria Especial da Habitação para tratar de forma integrada moradia e saneamento, seu planejamento e financiamento na região mais populosa do Estado. A Constituição de 88 garantiu aos municípios a condição de entes básicos da família federativa. Os municípios não podiam ficar sim- plesmente tendo uma relação esporádica com os governos estadual e fede- ral. Daí a necessidade, para se qualificar esta relação, da criação, como fizemos, da Secretaria Especial do Interior.

Arquivo Público: Como funciona a relação entre Administração Di- reta e Indireta? Como o governador lida com esses instrumentos?

206 Olivio Dutra: Tomemos o exemplo da CEEE, que está subordi- nada à Secretaria de Minas e Energia. No governo anterior ela foi dividi- da em três partes, e vendida duas, tendo a parte mais onerosa, mais dispendiosa, ficado com o poder público. Com isso, evidentemente, por um lado retiram-se possibilidades de receita e, por outro, se aumentou a despesa do Estado. O desafio era fazer investimento sem contar com receitas próprias, já que aquelas partes da CEEE geradoras da maior parte da receita haviam sido privatizadas, os investimentos públicos teri- am que sair do orçamento geral do Estado. Formou-se uma dívida para ser paga pela sociedade por um bom tempo. Determinamos que as Secretarias que têm, no seu âmbito, empresas públicas, departamentos, órgãos e autarquias, têm de realizar reuniões re- gulares com essas pontas. Para reuniões de governo, que eram reuniões de todo o secretariado, que aconteciam, primeiro semanalmente, depois de 15 em 15 dias, os secretários e secretárias deviam vir já tendo feito reunião com suas respectivas áreas de responsabilidade, para alimentar o governo com informações e propostas que garantissem concatenação e intersetorialidade. O objetivo era aumentar a eficiência, a sintonia, para que cada um pudesse, na relação com a população, não só falar exclusiva- mente da sua área, mas também poder informar, no mínimo, sobre as outras áreas, e agir de forma integrada e relacionada, reduzindo ou elimi- nando o seccionamento. Por exemplo, quando nós chegamos, cada Secretaria tinha uma área de comunicação própria. Nós achamos que isso gerava dispersão e desper- dício. Comunicação é uma política de governo, do conjunto do governo. Evidentemente que tem áreas que lidam com situações imediatas, emer- gências, acidentes, situações na área da segurança, do trânsito, na saúde... Essas áreas devem desenvolver campanhas constantes de informação, e ter capacidade de iniciativa mais rápida e qualificada possível. Mas o que não pode é ter, em cada Secretaria, um setor de comunicação para promo- ção exclusiva daquela Secretaria ou do seu titular. A questão é promover as políticas públicas e não o agente público. Foi também uma mexida na estrutura da comunicação, importante. Para ampliar a sintonia, diminuir gastos e reduzir o desperdício. E evitar a promoção pessoal.

Arquivo Público: Qual era a relação entre o modelo administrativo do governo com o Brasil da época?

207 Olivio Dutra: Na época a idéia da descentralização e desconcentração com base na radicalidade democrática do Orçamento Participativo para elevar a eficiência, a qualidade e a abrangência da pres- tação dos serviços, ampliando o controle público sobre o Estado, o go- verno e os governantes, contrastava com a idéia hegemônica do Estado mínimo e sob controle eficiente e frio de uma tecnoburocracia de elite.

Arquivo Público: E como isso chega ao governador? Olivio Dutra: Como um problema a ser enfrentado com paciência e determinação, através de ações políticas e administrativas do conjunto do governo. O governador é informado constantemente pela assessoria de diferentes áreas de seu gabinete, com destaque para a Casa Civil e Secretaria Geral, além de ter um terminal de computador instalado na sua sala de trabalho.

Arquivo Público: Qual a principal função, o senhor diria, da Secre- taria da Coordenação e Planejamento? Olivio Dutra: Ela tem um papel importante na idéia do planejamento integrado e integrador. Acompanhar a construção do orçamento, e no caso, do Orçamento Participativo, para que a peça orçamentária não seja uma peça exclusivamente técnico-burocrática. Evidente que uma burocracia mí- nima é necessária, e a técnica é indispensável para a clareza e a objetividade da execução, mas estamos lidando com recursos que tem a ver com a vida e a qualificação da vida de milhares de pessoas. O planejamento deve aliar técnica e eficiência com sensibilidade social. A Secretaria de Coordenação e Planejamento passou a ter um papel de articuladora das ações de todas as áreas e também de emuladora das condições para a discussão orçamentária sair dos gabinetes e ir para as assembléias do Orçamento Participativo. Essa foi uma questão chave do nosso governo, que implica numa visão de Estado funcionando o mais próximo da comunidade desde a hora de formular a política e as políticas. O orçamento é uma peça política por excelência e sua discussão junto à população tem a função também de articular o imediato com o mediato, o curto com o médio e o longo prazo, o localizado com o abrangente e estabelecer compromissos compartilhados entre o poder pú- blico e a cidadania. O Poder Público não poderia custar menos e ser mais eficiente? Essa é uma discussão que o Orçamento Participativo propicia e com um retorno no sentido de aumentar a eficiência, reduzir gastos, acabar

208 com despesas supérfluas e definir melhor as prioridades. O Orçamento Participativo foi um processo de enorme influência sobre a estrutura e o funcionamento da administração pública. Não só criou consciência em mi- lhares de pessoas, com maior conhecimento sobre o funcionamento da máquina, como despertou a cidadania para um protagonismo que acaba aumentando de fora para dentro o controle sobre a máquina pública. A definição de prioridades deixa de ser decorrente de vaidades do governante, ou das pressões dos grupos mais poderosos, para ser um esforço, com re- cursos escassos, de qualificar a vida do maior número de pessoas de forma melhor distribuída também no espaço geográfico, econômico e social do Estado. O Orçamento Participativo foi encarado não como uma respon- sabilidade de uma Secretaria ou órgão determinado, mas como uma forma de trabalhar de todo o governo, de cada Secretaria. E com isso, o orçamen- to vai deixando de ser, aos poucos, no processo, uma peça de ficção e passa a ter maior grau de relação com a realidade sobre a qual ele vai atuar e da qual ele tem que ser reflexo.

Arquivo Público: Fazendo uma retrospectiva, o que o senhor conside- ra que foi bem sucedido? O que poderia ter sido diferente? Olivio Dutra: Penso que funcionou bem o processo do Orçamento Participativo, que foi se espraiando, se enraizando, respeitando a pluralidade e a diversidade, envolvendo conscientemente prefeituras de partidos ideo- logicamente distintos dos nossos, que tínhamos a tarefa de governar. Foi muito positivo. Os resultados não são meramente contábeis, aritméticos. São resultados a terem conseqüências positivas ainda, num tempo de hoje para mais adiante. Mas a semeadura foi muito boa, e se pôde definir melhor priorida- des, direcionar com maior eficiência os recursos. Nós tivemos, e temos, problemas sérios na estrutura econômica, financeira, tributária do Estado. O Estado do Rio Grande do Sul tem um problema seríssimo na relação receita/despesa. A estrutura tributária do Estado, e do resto do país, é injusta. E nós, infelizmente, não podemos, no nosso período de quatro anos, mexer profundamente nessa estrutura para fazê-la justa, fazendo com que quem tem mais poder contributivo pague mais e quem tem menos pague menos impostos e o Estado não abdique de nenhum centavo de sua receita, e cada cidadão e cidadã saiba e controle para onde estão indo os recursos. Esse nó precisa ser desatado.

209 As reformas que fizemos tiveram um saldo positivo. A ligação do funcionamento administrativo e a relação com as políticas públicas, a sua eficiência, a sua abrangência e o protagonismo das pessoas. Penso que nós tivemos aumento de eficiência, redução do desperdício, precisão maior das prioridades. Mas o peso da máquina do Estado continuou ainda muito grande sobre os ombros daqueles que mais produzem, que são os peque- nos e os médios empreendedores rurais e urbanos e os trabalhadores e as trabalhadoras. Portanto, a estrutura tributária no RS precisa de mudanças estruturais, que só poderão ser feitas num grande debate com a sociedade gaúcha, debate que não seja de cartas marcadas com os grupos econômi- cos mais poderosos, desencadeando campanhas para desacreditar quem faz a proposta da reforma tributária com justiça tributária embutida, como é a que nós propomos.

210 Germano Rigotto

Governador do Estado do Rio Grande do Sul de 2003 a 2006. Este depoimento foi concedido no Palácio Piratini, em Porto Alegre, na manhã do dia 25 de janeiro de 2006.

Arquivo Público: Em 2003 foram criadas a Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano (ex-Secretaria Especial da Habitação) e a Secre- taria da Comunicação Social. Esta última foi extinta em 2004. Por que as mudanças entre o modelo anterior e o adotado pelo seu governo? Quais os objetivos desta reestruturação? Germano Rigotto: Na verdade, nós fizemos uma série de modifica- ções. Havia gabinetes no governo anterior que funcionavam como Secre- tarias. Não era nem Secretaria Especial, eram gabinetes que funcionavam como Secretarias. Eu lembro: Gabinete da Reforma Agrária, Gabinete do Orçamento Participativo... eram vários gabinetes que tinham status de Se- cretaria. Nós achávamos que não tinha que ficar com aquela estrutura toda e fizemos algumas modificações. Foi uma grande redução porque esses gabinetes tinham estrutura de Secretaria. O Gabinete do Orçamento Participativo, por exemplo, tinha uma estrutura pesadíssima. Nós estamos cuidando das PPPs, da Consulta Popular, através do Gabinete do Vice- governador. Nós não queríamos uma estrutura especial para a consulta popular. No governo anterior tinha um gabinete específico muito estruturado, só para cuidar do Orçamento Participativo. Na verdade, criamos o Gabinete das Desigualdades Regionais. Fi- zemos a transformação da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano porque acreditávamos que, pela importância que estávamos dando para a habitação, deveria haver uma Secretaria que cuidasse da habitação e do desenvolvimento urbano. Tiramos o status de Secretaria Especial exatamente para valorizar mais o trabalho da Secretaria de Habitação. Criamos a Secretaria de Comunicação porque existiam vários órgãos do governo que trabalhavam na área de comunicação e nós achávamos que a questão da comunicação do governo tinha que unificar isso tudo, tinha que ter uma Secretaria. Então, ao lado de extinguir gabinetes que tinham funções de Secretaria, nós fortalecemos a Secretaria de Habitação e cria- mos a Secretaria de Comunicação, para nela termos toda a estrutura de comunicação do governo funcionando com status e posição de Secreta-

211 ria. Mas, com o passar do tempo, nós entendemos que não precisava ser Secretaria, que podia ser um gabinete de comunicação, quer dizer, uma superintendência da área de comunicação. Com a saída do secretá- rio, nós extinguimos a Secretaria de Comunicação. Como também en- tendíamos que o Gabinete das Desigualdades Regionais tinha um cho- que de atribuições com o próprio Planejamento e com a Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais. A parte das desigualdades sociais foi para dentro da Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais. Esta decisão foi tomada quando nós sentimos que uma Secretaria “batia cabeça” com a outra. Quer dizer, não havia razão para ter duas ou três Secretarias tendo políticas com relação à questão das desigualdades regionais. Mantivemos o Gabinete da Reforma Agrária e Cooperativismo, cuidando não apenas da reforma agrária, mas cuidan- do das questões do cooperativismo, com status de Secretaria, como já existia no governo anterior. Então, apareciam em 2001 dezoito Secretarias, mas na verdade exis- tiam vários gabinetes com status de Secretaria. Isso pesava na administra- ção, porque eram como se fossem Secretarias. No início do nosso gover- no, tínhamos todos aqueles gabinetes e ficou um. Então, no fundo, da estrutura anterior para a atual, dá para dizer que tivemos cinco Secretarias a menos, entre gabinetes e Secretarias que foram extintas.

Arquivo Público: O que aconteceu à Secretaria-Geral de Governo? Ela foi extinta? Germano Rigotto: Não ativamos a Secretaria-Geral de Governo. Não temos Secretaria-Geral de Governo. Eu entendi sempre que a Secre- taria-Geral de Governo, e até teve uma discussão no início do governo se não era interessante, como no governo anterior, termos uma Secretaria- Geral e um chefe da Casa Civil. O chefe da Casa Civil com uma função, a Secretaria-Geral com outra. Eu sempre entendi que esta história de Secre- taria-Geral e chefe da Casa Civil significaria um “bater cabeça” dentro do governo, com dificuldades de definir claramente as atribuições da Casa Civil e da Secretaria-Geral de Governo e preferi não termos esta Secretaria ativada durante todo o nosso governo. Ela não foi extinta, mas ela não existe. No nosso governo, não existe estrutura de Secretaria-Geral de Go- verno. Então, eu poderia dizer que no nosso governo temos dezessete Secretarias. Começamos com dezenove, se contarmos a Secretaria-Geral

212 de Governo e a de Comunicação. Hoje não temos nenhuma destas. Te- mos então dezessete Secretarias, sendo que dentre elas tem Habitação, que migrou de “especial” para uma Secretaria com o status das outras.

Arquivo Público: A gestão do Estado ocorre através de mecanismos e instrumentos de execução (tais como sistemas, programas, projetos e conse- lhos e órgãos da Administração Direta e Indireta). Como é gerenciar o Estado com esta estrutura administrativa? Germano Rigotto: O problema do gerenciamento é que tu tens uma estrutura, que é a estrutura do Estado, com as Secretarias, a Adminis- tração Direta, os órgãos, as vinculadas às Secretarias. Então o governador tem que gerenciar, acompanhar isso tudo. É claro que as estatais estão subordinadas aos secretários. Eles sempre respondem ao governador com relação às estatais que estão vinculadas a sua Secretaria. Mas o governador tem que acompanhar. Tem estatais que são maiores que muita Secretaria, tem orçamentos muito maiores do que os de muitas Secretarias. Este tra- balho de gerenciamento é um trabalho do dia a dia, de acompanhamento que ocorre de estabelecimento de metas. Muita coisa é peneirada na Casa Civil e chega ao governador depois de uma análise feita inicialmente na própria Casa Civil. Principalmente a questão daquilo que precisa de um Projeto de Lei, de um Decreto, de uma Portaria, uma decisão que precisa ser implementada por um órgão de governo e que passa por uma regula- mentação. Isso passa antes pela Casa Civil para depois passar pelo gover- nador. Quando as questões envolvem uma necessidade de uma tomada de posição com uma fundamentação maior, é claro que a Casa Civil, o secre- tário e até a vinculada ligada à Secretaria são reunidos para ter uma infor- mação mais correta daquilo que é o plano, o projeto, daquilo que tem passar pela decisão do governador. Temos uma estrutura que funciona. Não existe o “bater cabeça” den- tro do governo. Eu diria que destas dezessete Secretarias, ainda se poderá discutir no futuro a possibilidade de termos a Secretaria de Minas e Ener- gia, por exemplo, com a Secretaria de Obras e Saneamento, com a Secreta- ria de Transportes, quem sabe estas Secretarias se transformarem em uma Secretaria de Infra-estrutura. Estou dando um exemplo. Existe a possibili- dade ainda de um enxugamento das Secretarias que temos. Nós preferi- mos não fazer isso num primeiro momento porque, como tínhamos um programa que passava por questões específicas em cada uma destas áreas,

213 acreditávamos que para ter controle, a administração do nosso projeto, do nosso plano de governo, era melhor não unificar, num primeiro mo- mento, estas Secretarias. A própria Ciência e Tecnologia poderá estar den- tro da Secretaria de Educação no futuro, ou dentro da Secretaria de Infra- estrutura. Nós poderemos ainda ter no futuro um enxugamento do nú- mero de Secretarias, mas acreditamos que o trabalho que foi feito dentro do nosso governo, e a definição que tivemos desta estrutura de dezessete Secretarias, foi uma decisão tomada visando principalmente à facilidade de acompanhamento e de implantação do nosso plano de governo. Foi essa a razão pela qual mantivemos esta estrutura, extinguindo num deter- minado momento a Secretaria de Comunicação, as Desigualdades Regio- nais e não criando a Secretaria-Geral de Governo, para evitar o “bater cabeça” dentro do governo.

Arquivo Público: Fazendo um retrospecto, após três anos de governo, este modelo administrativo foi apropriado para o período? Em que foi bem sucedido? O que poderia ter sido diferente? Germano Rigotto: Eu diria o seguinte: tem Secretarias que, obriga- toriamente, são pilares, são alicerces do governo. A Secretaria da Fazenda: ela é o coração, o pulmão, porque se ela não funciona na arrecadação e despesa, as coisas não andam no Estado. A Secretaria de Administração, a Secretaria da Saúde, a Secretaria da Educação, a Secretaria da Segurança, todas são Secretarias pilares do governo. A Casa Civil, por onde passa tudo, também é um pilar do governo. São Secretarias que têm as funções mais importantes dentro do governo. Se eu tivesse que começar o governo de novo, começaria da mesma forma, mas hoje, no quarto ano de governo, já entendo que tem Secretarias aqui que poderão amanhã se fundir. Pode- rão três se transformar em uma Secretaria. Citei o exemplo da infra-estru- tura, mas não seria só este exemplo. Poderíamos ter a cultura, em determi- nado momento, trazer para junto de si o turismo, o esporte e o lazer, tendo uma única Secretaria. Esta é uma questão que tem que ser analisada se é o melhor caminho. Nós optamos por não ter este caminho de fusão dessas Secretarias porque estávamos iniciando um governo, entendíamos que tí- nhamos um rumo pela frente, que era implantar o nosso plano de gover- no, e com possibilidades maiores de fazer isso, exatamente com esta divi- são de tarefas entre os secretários. Nós fizemos um processo de moderni- zação de gestão muito importante no nosso governo. Primeiro nas esta-

214 tais, trouxemos os contratos de gestão para as estatais. Estamos com ex- periências de contrato de gestão na Administração Direta também. Tive- mos um processo de modernização de gestão com o Pregão Eletrônico, com o Portal Tudo Fácil Eletrônico, com a Certificação Digital, com o ICMS Eletrônico, com as Casas de Governo que estão sendo implanta- das. Este processo de modernização de gestão é algo que nem estamos divulgando muito, mas quem assumir no nosso lugar vai dar continuidade a isso, porque hoje se tem ferramentas que antigamente não existiam, na questão da modernização da gestão, do acompanhamento da gestão. A questão do IPE foi toda a separação da previdência e da saúde, e que hoje se teve uma solução para a questão dos prestadores de serviços, para as dívidas históricas que se tinha com os prestadores de serviços. Nós apar- tamos todos os recursos da saúde, ficando separados da previdência. Então o déficit previdenciário não contamina a questão da assistência à saúde. Eu citei algumas, mas poderia citar outras.

215 216 RELAÇÃO DE GOVERNADORES DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

1889 José Antônio Correia Câmara (15.11.1889 a 11.02.1890)

1890 Júlio Anacleto Falcão da Frota (11.02.1890 a 06.05.1890) Francisco da Silva Tavares (06.05.1890 a 13.05.1890) Carlos Machado de Bittencourt (13.05.1890 a 24.05.1890) Cândido José da Costa (24.05.1890 a 16.03.1891)

1891 Fernando Abbott (16.03.1891 a 15.07.1891) Júlio Prates de Castilhos (15.07.1891 a 12.11.1891) Junta Governativa: Joaquim Francisco de Assis Brasil, João de Barros Cassal, Domingos Alves Barreto Leite, Manoel Luís Rocha Osório (12.11.1891 a 08.06.1892)

1892 José Antônio Correia da Câmara (08.06.1892 a 17.06.1892) João Nunes da Silva Tavares (17.06.1892) Júlio Prates de Castilhos (17.06.1892) Vitorino Ribeiro Carneiro Monteiro (17.06.1892 a 27.09.1892) Fernando Abbott (27.09.1892 a 25.01.1893)

1893 Júlio Prates de Castilhos (25.01.1893 a 25.01.1898)

1898 Antônio Augusto Borges de Medeiros (25.01.1898 a 25.01.1908)

1908 Carlos Barbosa Gonçalves (25.01.1908 a 25.01.1913)

217 1913 Antônio Augusto Borges de Medeiros (25.01.1913 a 03.01.1915)

1915 Salvador Pinheiro Machado (substituiu Borges de Medeiros de 03.01.1915 a 03.01.1917)

1917 Antônio Augusto Borges de Medeiros (03.01.1917 a 02.01.1919)

1919 Protásio Alves (substituiu Borges de Medeiros de 02.01.1919 a 20.03.1919) Antônio Augusto Borges de Medeiros (20.03.1919 a 25.01.1928)

1928 Getúlio Dornelles Vargas (25.01.1928 a 09.10.1930)

1930 (11.10.1930 a 27.10.1930) Sinval Saldanha (27.10.1930 a 28.11.1930) José Antônio Flores da Cunha (28.11.1930 a 17.10.1937, tendo sido subs- tituído interinamente no período por Sinval Saldanha, João Carlos Macha- do e Darci Azambuja)

1937 Manuel de Cerqueira Daltro Filho (20.10.1937 a 19.01.1938) Joaquim Maurício Cardoso (19.01.1938 a 04.03.1938)

1938 Osvaldo Cordeiro de Farias (04.03.1938 a 04.09.1943, tendo sido substitu- ído interinamente no período por Miguel Tostes)

1943 Ernesto Dorneles (11.09.1943 a 01.11.1945, tendo sido substituído interi- namente no período por Alberto Pasqualini)

218 1945 Samuel Figueiredo da Silva (01.11.1945 a 07.02.1946)

1946 Pompílio Cilon Rosa (07.02.1946 a 26.03.1947, tendo sido substituído in- terinamente no período por Otacílio Moraes)

1947 Valter Só Jobim (26.03.1947 a 31.01.1951, tendo sido substituído interina- mente no período por Edgar Luís Schneider e José Diogo Brochado da Rocha)

1951 Ernesto Dorneles (31.01.1951 a 31.01.1955, tendo sido substituído interi- namente no período por Vítor Graeff, João Caruso Scuderi e Alcides Flo- res Soares Júnior)

1955 Ildo Meneguetti (31.01.1955 a 31.01.1959, tendo sido substituído interina- mente no período por Manuel Braga Gastal, Alberto Hoffmann e Hélio Carlomagno)

1959 Leonel de Moura Brizola (31.01.1959 a 31.01.1963, tendo sido substituído interinamente no período por Domingos Spolidoro, Afonso Anschau, Hélio Carlomagno, Gustavo Langsch, Francisco de Paula Brochado da Rocha e Ajadil de Lemos)

1963 Ildo Meneguetti (31.01.1963 a 31.01.1967, tendo sido substituído interina- mente no período por Cândido Norberto dos Santos)

1967 Walter Peracchi Barcelos (31.01.1967 a 15.03.1971, tendo sido substituído interinamente no período por Carlos Santos e Otávio Germano)

219 1971 Euclides Triches (15.03.1971 a 15.03.1975) Vice-Governador: Edmar Fetter

1975 Sinval Sebastião Duarte Guazzelli (15.03.1975 a 15.03.1979) Vice-Governador: José Augusto Amaral de Souza

1979 José Augusto Amaral de Sousa (15.03.1979 a 15.03.1983) Vice-Governador: Otávio Germano

1983 Jair de Oliveira Soares (15.03.1983 a 15.03.1987) Vice-Governador: Cláudio Enio Strassburger

1987 Pedro Jorge Simon (15.03.1987 a 15.03.1991) Vice-Governador: Sinval Sebastião Duarte Guazzelli

1991 Alceu de Deus Collares (15.03.1991 a 01.01.1995) Vice-Governador: João Gilberto Lucas Coelho

1995 Antônio Britto (01.01.1995 a 01.01.1999) Vice-Governador: Vicente Bogo

1999 Olívio Dutra (01.01.1999 a 01.01.2003) Vice-Governador: Miguel Rossetto

2003 Germano Antônio Rigotto (atual governador) Vice-Governador: Antônio Hohlfeldt

220 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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RIO GRANDE DO SUL. Leis, Decretos e Actos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 1924. Porto Alegre: Officinas Typographicas d’”A Federação”, 1925.

RIO GRANDE DO SUL. Leis, Decretos e Actos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 1925. Porto Alegre: Officinas Typographicas d’”A Federação”, 1926.

RIO GRANDE DO SUL. Leis, Decretos e Actos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 1926. Porto Alegre: Officinas Typographicas d’”A Federação”, 1927.

RIO GRANDE DO SUL. Leis, Decretos e Actos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 1927-1928. Porto Alegre: Officinas Typographicas d’”A Federação”, 1929.

RIO GRANDE DO SUL. Leis, Decretos e Actos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 1929. Porto Alegre: Officinas Typographicas d’”A Federação”, 1930.

225 RIO GRANDE DO SUL. Leis, Decretos e Actos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 1930. Porto Alegre: Imprensa Official, 1937.

RIO GRANDE DO SUL. Leis, Decretos e Actos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 1931. Porto Alegre: Imprensa Official, 1938.

RIO GRANDE DO SUL. Leis, Decretos e Actos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 1932. Porto Alegre: Imprensa Official, 1939.

RIO GRANDE DO SUL. Leis, Decretos e Actos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 1933. Porto Alegre: Of. Gráf. da Imprensa Oficial, 1940.

RIO GRANDE DO SUL. Leis, Decretos e Actos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 1934-1935. Porto Alegre: Imprensa Oficial, 1938.

RIO GRANDE DO SUL. Leis, Decretos e Actos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 1936. Porto Alegre: Of. Gráf. da Imprensa Oficial, 1941.

RIO GRANDE DO SUL. Secretaria de Coordenação e Planejamento. Administração Pública do Estado do Rio Grande do Sul: Evolução Histórico-Institucional. Porto Alegre, 1978.

TESSITORE, Viviane. História administrativa, a “chave” para os arquivos públicos. In: Arquivo & História. Rio de Janeiro, n. 2, p. 33-46, 1996.

226 ÍNDICE TEMÁTICO

Administração • Secretaria da Administração...... 52,73 • Secretaria da Administração / Secretaria dos Recursos Humanos e Mo- dernização Administrativa / Secretaria do Planejamento e da Adminis- tração / Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos...... 119

Agricultura • Secretaria da Agricultura e Obras / Secretaria de Obras Públicas ...... 30 • Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio ...... 42 • Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio / Secretaria da Agri- cultura ...... 53 • Secretaria da Agricultura ...... 75 • Secretaria da Agricultura / Secretaria da Agricultura e Abastecimento 122

Assuntos Internacionais • Secretaria Especial para Assuntos Internacionais / Secretaria de De- senvolvimento e de Assuntos Internacionais...... 135 • Secretaria da Indústria e Comércio / Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Social / Secretaria de Desenvolvimento e de Assuntos Internacionais ...... 140

Ciência e Tecnologia • Secretaria da Ciência e Tecnologia ...... 123

Comunicação Social • Secretaria Especial de Comunicação Social / Secretaria da Comunicação Social ...... 133

Coordenação e Planejamento • Secretaria de Coordenação e Planejamento ...... 79 • Secretaria da Coordenação e Planejamento / Secretaria do Planeja- mento e da Administração / Secretaria da Coordenação e Planejamento 124

Cultura • Secretaria da Educação e Saúde Pública / Secretaria da Educação / Secretaria da Educação e Cultura...... 44 • Secretaria da Educação e Cultura...... 55 • Secretaria da Educação e Cultura / Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo / Secretaria da Educação e Cultura ...... 83 • Secretaria da Cultura, Turismo e Desporto / Secretaria da Cultura ... 127

227 Desenvolvimento Econômico e Social • Secretaria da Indústria e Comércio / Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Social / Secretaria de Desenvolvimento e de Assuntos Internacionais ...... 140

Economia • Secretaria da Economia ...... 54

Educação • Secretaria da Educação e Saúde Pública / Secretaria da Educação / Secretaria da Educação e Cultura...... 44 • Secretaria da Educação e Cultura...... 55 • Secretaria da Educação e Cultura / Secretaria da Educação / Secre- taria da Educação e Cultura ...... 85 • Secretaria da Educação e Cultura / Secretaria da Educação ...... 129

Energia, Minas e Comunicações • Secretaria da Energia e Comunicação ...... 56 ·• Secretaria da Energia e Comunicação / Secretaria de Energia, Minas e Comunicações ...... 87 • Secretaria de Energia, Minas e Comunicações...... 130

Fazenda • Secretaria da Fazenda ...... 33,57,89 137

Governo • Secretaria Especial de Governo ...... 134 • Secretaria-Geral de Governo ...... 139

Habitação • Secretaria do Trabalho e Habitação ...... 62 • Secretaria do Trabalho e Habitação / Secretaria do Trabalho e Ação Social ...... 102 • Secretaria Especial da Região Metropolitana / Secretaria Especial da Habitação / Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano ..... 131 • Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas / Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Urbano e Obras Públicas / Secretaria do Planejamento Territorial e Obras / Secretaria das Obras Públicas, Saneamento e Habitação / Secretaria das Obras Públicas e Saneamento ...... 143

Indústria e Comércio • Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio ...... 42 • Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio / Secretaria da Agri- cultura ...... 53 228 • Secretaria da Indústria e Comércio ...... 90 • Secretaria da Indústria e Comércio / Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Social / Secretaria de Desenvolvimento e de Assuntos Internacionais ...... 140

Interior • Secretaria do Interior / Secretaria do Interior e Exterior ...... 33 • Secretaria do Interior /Secretaria do Interior e Justiça ...... 58 • Secretaria do Interior e Justiça / Secretaria da Justiça ...... 92 • Secretaria das Obras Públicas / Secretaria do Desenvolvimento Regio- nal e Obras Públicas / Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regio- nal e Obras Públicas ...... 94 • Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas / Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Urbano e Obras Públicas / Secretaria do Planejamento Territorial e Obras / Secretaria das Obras Públicas, Saneamento e Habitação / Secretaria das Obras Públicas e Saneamento ...... 143

Justiça • Secretaria do Interior /Secretaria do Interior e Justiça ...... 58 • Secretaria do Interior e Justiça / Secretaria da Justiça ...... 92 • Secretaria da Justiça / Secretaria da Justiça, do Trabalho e da Cidada- nia / Secretaria da Justiça e Segurança ...... 146

Meio Ambiente • Secretaria da Saúde / Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente ...... 98 • Secretaria do Meio Ambiente ...... 148 • Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente / Secretaria da Saúde ...... 150

Obras Públicas • Secretaria da Agricultura e Obras / Secretaria de Obras Públicas ...... 30 • Secretaria das Obras Públicas ...... 46,59 • Secretaria das Obras Públicas / Secretaria do Desenvolvimento Regio- nal e Obras Públicas / Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regio- nal e Obras Públicas ...... 94 • Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas / Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Urbano e Obras Públicas / Secretaria do Planejamento Territorial e Obras / Secretaria das Obras Públicas, Saneamento e Habitação / Secretaria das Obras Públicas e Saneamento ...... 143

Saúde • Secretaria da Educação e Saúde Pública / Secretaria da Educação / Secretaria da Educação e Cultura...... 44

229 • Secretaria da Saúde ...... 60 • Secretaria da Saúde / Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente ...... 98 • Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente / Secretaria da Saúde ...... 150

Segurança • Secretaria de Segurança Pública ...... 61,100 • Secretaria da Segurança Pública / Secretaria da Justiça, do Trabalho e da Cidadania / Secretaria da Justiça e Segurança ...... 152

Trabalho • Secretaria do Trabalho e Habitação ...... 62 • Secretaria do Trabalho e Habitação / Secretaria do Trabalho e Ação Social ...... 102 • Secretaria do Trabalho e Ação Social / Secretaria do Trabalho, Ação Social e Comunitária / Secretaria da Justiça, do Trabalho e da Cida- dania / Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assistência Social ...... 154

Transporte • Secretaria de Transportes ...... 63,104,156

Turismo • Secretaria do Turismo / Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo / Secretaria do Turismo ...... 106 • Secretaria do Turismo / Secretaria da Cultura, Turismo e Desporto / Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Social / Secretaria de Turismo / Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer...... 157

230