Instituto De Pesquisas Jardim Botânico Do Rio De Janeiro Escola Nacional De Botânica Tropical Programa De Pós-Graduação Stricto Sensu
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola Nacional de Botânica Tropical Programa de Pós-graduação Stricto Sensu Tese de Doutorado Conservação de espécies ameaçadas de extinção nos jardins botânicos brasileiros Maria Lúcia Moreira Nova da Costa Rio de Janeiro 2014 Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola Nacional de Botânica Tropical Programa de Pós-graduação Stricto Sensu Conservação de espécies ameaçadas de extinção nos jardins botânicos brasileiros Maria Lúcia Moreira Nova da Costa Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Botânica, Escola Nacional de Botânica Tropical, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Botânica. Orientador: Dra Ariane Luna Peixoto Rio de Janeiro 2014 ii Costa, Maria Lúcia Moreira Nova da. Conservação de espécies ameaçadas de extinção nos jardins C837c botânicos brasileiros / Maria Lúcia Moreira Nova da Costa. – Rio de Janeiro, 2014. x, 126 f. : il. ; 28 cm. Tese (doutorado) – Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro / Escola Nacional de Botânica Tropical, 2014. Orientadora: Ariane Luna Peixoto. Bibliografia. 1. Jardins botânicos. 2.Conservação. 3. Espécies ameaçadas. 4. Brasil. I. Título. II. Escola Nacional de Botânica Tropical. CDD 580.74481 iii Conservação de espécies ameaçadas de extinção nos jardins botânicos brasileiros Maria Lúcia Moreira Nova da Costa Tese submetida ao corpo docente da Escola Nacional de Botânica Tropical, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro - JBRJ, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Doutor. Aprovada por: Prof. Dra Ariane Luna Peixoto (Orientadora) ______________________ Prof. Dr. Dácio Roberto Matheus ______________________ Prof. Dr. Eduardo Luis Catharino ______________________ Prof. Dr. Fabio Rubio Scarano ______________________ Prof. Dr. Gustavo Martinelli ______________________ Em 21/02/ 2014 Rio de Janeiro 2014 iv Agradecimentos _________________________________________________________________________ À minha orientadora, Ariane Luna Peixoto, pela dedicação, pela troca de ideias e apoio em todas as etapas do trabalho e por contribuir para que o processo fosse leve e sereno. Ao Mike Maunder, meu supervisor do estágio sanduíche, durante o doutorado, pelo pronto envolvimento e interesse no projeto, pelas conversas inspiradoras e pela generosidade de compartilhar seu conhecimento. Aos profissionais dos jardins botânicos brasileiros que prestaram as informações sem as quais este estudo não seria possível. Meus sinceros agradecimentos por atenderem às minhas solicitações, esclarecerem dúvidas e me receberem nas visitas técnicas. Aos colegas dos jardins botânicos mexicanos e americanos pela calorosa acolhida em minha visita, em especial Maite Lascurian, Edelmira Linares, Linda Baltazar e Diane Jackson. Ao Peter Wyse Jackson, incansável defensor da importância dos jardins botânicos e grande parceiro dos jardins botânicos brasileiros desde os anos 90. A Anabelle, Mickey, Rocio e Ilana, pelo apoio durante a minha estadia no período do estágio no exterior. Aos pesquisadores de vários países que atenderam ao meu pedido de envio de artigos, que ajudaram a enriquecer o estudo. À equipe do Botanic Garden Conservation International, em especial Sara Oldfield e Suzanne Sharrock, por sua atuação no esforço de integração dos jardins botânicos e divulgação de experiências que serviram de referência para este estudo. À Tânia Sampaio Pereira pelo fiel companheirismo na nossa longa jornada profissional, por sua contagiante paixão pelos jardins botânicos e por deixar a porta ao lado sempre aberta para me receber. Aos colegas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro que se interessaram e de alguma forma se envolveram no projeto, especialmente ao Ricardo, Thais, Antônio, Nara, Marta, Marcão, Fatinha e Claudine pelos dados fornecidos sobre as coleções. À equipe da Biblioteca, pela ajuda com as consultas bibliográficas e sobretudo à Cristiana, pela amizade. Ao Ernani, Rafael e Vinícius pelo apoio na elaboração dos mapas e gráficos. À equipe do Centro Nacional de Conservação da Flora, pelo apoio no compartilhamento e análise de dados. v Aos docentes da Escola Nacional de Botânica Tropical e aos colegas do curso de doutorado, pelos ensinamentos e debates produtivos. Aos membros das bancas de seminários I, II e exame de qualificação, pelas contribuições ao projeto. À equipe da secretaria pelas inúmeras providências durante este período. À coordenação do Curso de Ciências Biológicas da PUC- RJ pela oportunidade da realização do estágio docência. Ao Gustavo Martinelli, por avaliar e contribuir com várias etapas do projeto. Ao Fábio Scarano, pelo incentivo e otimismo contagiante. A esses dois e ao Dácio Matheus, Eduardo Catharino, Massimo Bovini e Heloisa Alves, por aceitarem prontamente participar da banca de defesa e pelas valiosas sugestões. Aos amigos que acompanharam o processo, me ouviram e me acalmaram, entre eles Stella, Eloá, Zé Al, Jorge e Graciela. À Tamar Bajgielman, em especial, pela generosa contribuição, pelos conselhos e discussões inspiradoras. À querida Irene pela revisão de textos. Aos meus pais, Jorge e Yedda, por acreditarem que esta é a melhor tese do mundo. Aos demais parentes, por compreenderem minha ausência nos encontros que celebraram alegrias e tristezas. Ao Luciano Martins, pelo carinho. À Vera Pedrosa, pelo constante apoio e pela ajuda com a língua inglesa. Aos meus filhos – meus meninos, já não tão meninos assim. Ao Pedro pela ajuda na comparação de listas, com a graciosa pronúncia dos intrincados nomes científicos. Ao Antônio, meu assessor para assuntos de informática, por suportar os muitos momentos da minha ausência nos seus últimos anos de infância. Aos dois por me darem alegria de viver. Ao Quito, companheiro de longa estrada, pelo respeito, paciência, apoio nos momentos críticos, por mostrar sempre o outro lado das coisas e especialmente pela música linda, que me move e me emociona. vi RESUMO (Conservação de espécies ameaçadas de extinção nos jardins botânicos brasileiros). Tratados internacionais sobre a temática ambiental firmados nas duas últimas décadas, como a Convenção sobre Diversidade Biológica e em especial a Estratégia Global de Conservação de Plantas (GSPC, sigla em inglês), estabeleceram uma série de objetivos estratégicos que orientam a missão e as atividades dos jardins botânicos ao redor do mundo. Estas diretrizes sugerem que as estratégias conservacionistas dos jardins botânicos devem incorporar medidas de conservação dos componentes da diversidade biológica fora de seus habitats naturais, ou seja, ex situ, e medidas de manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais, conservação in situ. Em decorrência disso, os jardins botânicos em todo o mundo passaram a planejar estratégias de conservação integrada, tendo como foco as espécies consideradas prioritárias da flora local ou nacional. No Brasil, país de dimensões continentais, os jardins botânicos têm o enorme desafio de estudar e conservar a flora nativa, uma das mais ricas e diversas do mundo, com alta taxa de endemismo, porém com número crescente de plantas sob o alto risco de extinção. Este estudo teve como objetivo geral avaliar a atuação dos jardins botânicos brasileiros no que se refere à conservação de espécies ameaçadas de extinção. Para tanto, foi realizado um diagnóstico quantitativo e qualitativo sobre a manutenção de espécies ameaçadas nas coleções ex situ de 26 jardins botânicos brasileiros que participaram da pesquisa. Os resultados indicaram a presença de 102 (21%) espécies da Lista Oficial da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção em 21 jardins botânicos, sendo as espécies mais frequentes Euterpe edulis Mart. (Arecaceae) Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze (Araucariaceae) e Caesalpinia echinata L. (Fabaceae). Isto indica que os jardins botânicos brasileiros estão longe de cumprir a meta, estabelecida pela GSPC, de que pelo menos 75% das espécies ameaçadas esteja em coleções ex situ. É também preocupante a baixa representatividade de exemplares por espécie (indicando baixos níveis de amostragem genética), a carência de dados de coleta e a insuficiência de políticas e protocolos de manejo. Os resultados indicam que é preciso operar uma mudança na prática de conservação, a fim de aumentar a efetividade das coleções para atender aos propósitos conservacionistas do país. Melhorias em infraestrutura e no quadro de recursos humanos, incluindo capacitação em horticultura, também são apontadas como necessárias. O estudo incluiu também o levantamento de registros de coletas e de inventários florísticos nas reservas de vegetação natural dos jardins botânicos. Foi assinalada a ocorrência de 36 espécies ameaçadas da Lista Oficial Brasileira e de 649 espécies de listas estaduais, ressaltando a importância dessas reservas para a conservação in situ destas espécies. Este estudo recomenda o melhor aproveitamento do potencial de uso dessas áreas para pesquisa, capacitação de recursos humanos e atividades visando à conscientização da sociedade para uma mudança de conduta em relação ao uso dos recursos naturais. É proposta uma estratégia com ações para os jardins botânicos localizados no domínio da Mata Atlântica, vinculando as atribuições contemporâneas destas instituições com as demandas de conservação do bioma. Com a estratégia proposta, procura-se valorizar o potencial de atuação multidisciplinar em conservação, pesquisa, educação, promoção do uso sustentável