MUNICÍPIO DO CARTAXO E COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DA LEZÍRIA DO TEJO
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MUNICÍPIO DO CARTAXO e COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DA LEZÍRIA DO TEJO Alteração da Delimitação da Área de Reabilitação Urbana 4 do Cartaxo Documento elaborado em março 2017 Projeto de Delimitação da Área de Reabilitação Urbana 4 do Cartaxo ÍNDICE 1 | INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3 2 | CARACTERIZAÇÃO DA ARU ...................................................................................................... 6 3 | FUNDAMENTAÇÃO DA DELIMITAÇÃO ................................................................................... 10 4 | OBJETIVOS ESTRATÉGICOS .................................................................................................... 11 5 | BENEFÍCIOS FISCAIS ............................................................................................................... 14 6 | ANEXO.................................................................................................................................... 18 2 Projeto de Delimitação da Área de Reabilitação Urbana 4 do Cartaxo 1 | INTRODUÇÃO A reabilitação urbana é hoje uma opção indiscutível para reavivar a actividade económico- social de uma cidade, tendo em conta o paradigma de desenvolvimento da expansão urbana ocorrido nas últimas três décadas em Portugal, que naturalmente afastou as pessoas dos centros históricos. Veja-se o caso de Lisboa cujo centro é habitado por 547 mil habitantes e a Região Metropolitana por cerca 2,8 milhões, ou o Porto com um centro de 237 mil habitantes e a Região Metropolitana por 1,2 milhões. A inversão desta tendência é lenta, mas está a ocorrer um pouco por todo o País, como se pode verificar pelo investimento que cidades como Guimarães, Coimbra, Porto e Lisboa estão a fazer em processos de regeneração urbana tendo em conta a melhoria do espaço público, reorganização do espaços de circulação pedonal vs motor, obras de qualificação dos edifícios para arrendamento ou compra atraindo novos públicos. Em termos nacionais, o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) tem vocacionado parte das suas verbas para a reabilitação urbana apoiando entidade públicas (Municípios) e particulares através de programas públicos que coordena. Em termos internacionais, o programa Joint European Support for Sustainable Investment in City Areas , mais conhecido por JESSICA é uma iniciativa conjunta da Comissão Europeia, Banco Europeu de Investimento (BEI) e Council of Europe Development Bank (CEB) e têm patrocinado a regeneração urbana através da criação de Fundos de Investimentos nos seguintes Países: Bulgária, Espanha, Grécia, Itália, Inglaterra, Lituânia, Polónia, Portugal e República Checa. Dado o progressivo abandono e desinteresse em habitar e investir nos centros urbanos e as novas oportunidades de financiamento disponíveis, a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) juntamente com os seus 11 municípios associados decidiu dar continuidade ao trabalho desenvolvido no âmbito da reabilitação urbana dos últimos 5 anos. 3 Projeto de Delimitação da Área de Reabilitação Urbana 4 do Cartaxo Assim a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) e os municípios associados decidiram em 2015, celebrar um contrato interadministrativo de delegação de competências na CIMLT no âmbito da reabilitação urbana, com vista à promoção da angariação de economias de escala e sinergias no processo de reabilitação urbana dos municípios que integram a CIMLT. Os municípios que integram a CIMLT concretizaram a delegação de competências no âmbito da reabilitação urbana na CIMLT, tendo sempre como como visão estratégica os interesses próprios das populações, a promoção do desenvolvimento económico e social, visando em especial a coesão territorial, o reforço da solidariedade inter-regional, a melhoria da qualidade dos serviços prestados às populações e a racionalização dos recursos disponíveis. O Município do Cartaxo tem feito um esforço para manter o seu centro cuidado, nomeadamente ao nível do espaço público, pela intervenção na Praça 15 de Dezembro e Jardim adjacente. No entanto, o Município percebe a importância de incentivar a reabilitação no sector privado, promovendo ganhos de escala ao nível do financiamento e possíveis parcerias em obras a realizar, daí solicitar à CIMLT de acordo com o disposto na alínea a) do número 2 da Cláusula 1.ª do contrato de delegação de competências no âmbito da reabilitação urbana, o seguinte: “Preparar os projetos de delimitação de Áreas de Reabilitação Urbana e dos respetivos projetos de Operação de Reabilitação Urbana ” Assim, conforme o disposto no Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, na sua redação atual - Regime Jurídico de Reabilitação Urbana - este refere que “a aprovação da DELIMITAÇÃO de áreas de reabilitação urbana pode ter lugar em momento anterior à aprovação da operação de reabilitação urbana a desenvolver nessas áreas.” Tendo em consideração o seguinte contexto: • ARU 1 - Aprovação da Delimitação da Área de Reabilitação Urbana 1, publicada em Diário da República, aviso n.º 1223, de 25/01/2013; Aprovação do Programa Estratégico de Reabilitação Urbana da ARU 1, publicado em Diário da República, aviso n.º 12645, de 29/10/2015; • ARU 2 - Aprovação da Delimitação da Área de Reabilitação Urbana 2, publicada em Diário da República, aviso n.º 1298, de 28/01/2013; Aprovação do Programa Estratégico de Reabilitação Urbana da ARU 2, publicado em Diário da República, aviso n.º 12645, de 29/10/2015; 4 Projeto de Delimitação da Área de Reabilitação Urbana 4 do Cartaxo • ARU 3 - Aprovação da Delimitação da Área de Reabilitação Urbana 3, publicada em Diário da República, aviso n.º 5965, de 09/05/2016 (estando em aprovação o respetivo Programa Estratégico); • ARU 4 - Aprovação da Delimitação da Área de Reabilitação Urbana 4, publicada em Diário da República, aviso n.º 5966, de 09/05/2016; Contudo, verifica-se que alguns edifícios, que pela sua localização e estado de conservação, deveriam ter sido integrados nas delimitações aprovadas não o foram, pelo que o Município do Cartaxo retoma o procedimento com vista à DELIMITAÇÃO da Área de Reabilitação Urbana (ARU) 4 do Cartaxo, permitindo iniciar os trabalhos de levantamento e disponibilizar desde já benefícios fiscais associados a obras de reabilitação do edificado. Na sequência da aprovação desta DELIMITAÇÃO , o Município do Cartaxo dispõe de 3 anos para aprovar a Operação de Reabilitação Urbana e a Área de Reabilitação Urbana 4 do Cartaxo. 5 Projeto de Delimitação da Área de Reabilitação Urbana 4 do Cartaxo 2 | CARACTERIZAÇÃO DA ARU A Área de Reabilitação Urbana 4 do Cartaxo, com 21.6 hectares, integra o centro da cidade do Cartaxo, sede de concelho e distrito de Santarém. O concelho é limitado a norte pelo município de Santarém, a leste por Almeirim, a sueste por Salvaterra de Magos e a oeste pela Azambuja. A ARU dista 50 km de Lisboa e 14 km de Santarém. A área situa-se em plena Lezíria Ribatejana, acompanhada a Sudeste pelo rio Tejo e seus férteis terrenos agrícolas. A cidade do Cartaxo é o maior aglomerado do concelho, com cerca de 11 370 residentes nesta freguesia e constitui o núcleo polarizador da vida económica e social do Município. Delimitação da Área de Reabilitação Urbana 6 Projeto de Delimitação da Área de Reabilitação Urbana 4 do Cartaxo A ARU 4 do Cartaxo possui: Área: 21.6 Hectares Nº. de prédios: 382 A área de reabilitação é delimitada a Sul pelas propriedades da Rua Sem Nome, a Este pelas propriedades da Rua Ribeirinha e Rua de Santo António, a Norte pela Rua José Tagarro e a Oeste pela Rua 5 de Dezembro. Dentro da ARU destaca-se como imóvel de interesse arquitetónico o conjunto de edifícios do Instituto da Vinha e do Vinho (imóvel não classificado oficialmente). A forma e limites do desenho urbano do aglomerado (ruas, praças, quarteirões) são fortemente marcadas pelas características morfológicas do local. A malha urbana – que não dispõe de qualquer traçado regulador - ocupa uma elevação comprida e estreita, com uma linha de cumeada de orientação muito próxima do Norte/Sul, limitada a Este e Oeste por duas importantes bacias e linhas de água que, embora sem nome, possuem caudal a maior parte do ano. A ARU 4 do Cartaxo possui um conjunto arquitetónico simples, de volumetria baixa (média de 1 piso por edifício), com uma predominância de edifícios antigos habitacionais. É no edificado mais antigo que se encontra uma elevada taxa de degradação/desocupação, no entanto algumas construções da década de oitenta denotam várias dissonâncias. Na sua maioria, a ARU é constituída por frações habitacionais, sendo as restantes constituídas por pequeno comércio (café, oficina, entre outros). O estado de conservação dos espaços públicos apresenta-se em geral em médio estado, no entanto parte da pavimentação necessita de obras de conservação. Aqui ficam enunciadas as principais problemáticas identificadas, quer ao nível do edificado, quer ao nível do espaço público: EDIFICADO • Existência de cerca de 21 edifícios desocupados e devolutos; • Existência de cerca de 8 edifícios em ruína; • Existência de cerca de 19 edifícios em mau estado de conservação; • Existência de cerca de 5 terrenos expectantes; • Intervenções que descaracterizam os edifícios. 7 Projeto de Delimitação da Área de Reabilitação Urbana 4 do Cartaxo Figura 1 - Edifício devoluto na Rua José Maria Figura 2 - Edifício devoluto na Rua José Maria Nicolau Nicolau Figura 3 – Edifício com cobertura em ruína no Figura 4 – Terreno expectante Beco dos Ferroas Figura 5 – Edifício em mau