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Faculdade Pit´agoras Departamento de Engenharia Curso de Engenharia El´etrica

Carlos Guerra Lima

Padre Landell de Moura e o primeiro Transmissor-Receptor de voz sem fio

Londrina

2008 Faculdade Pit´agoras Departamento de Engenharia Curso de Engenharia El´etrica

Carlos Guerra Lima

Padre Landell de Moura e o primeiro Transmissor-Receptor de voz sem fio

Trabalho de Conclus˜ao de Curso orientado pelo Prof. Fernando Ciriaco Dias Neto intitulada “Padre Landell de Moura e o primeiro Transmissor-Receptor de voz sem fio” e apresentada `aFaculdade Pit´agoras,como parte dos requisitos necess´ariospara a obten¸c˜ao do T´ıtulode Graduado em Engenharia El´etrica.

Orientador: Prof. Fernando Ciriaco Dias Neto

Londrina 2008 Ficha Catalogr´afica

Guerra Lima, Carlos Padre Landell de Moura e o primeiro Transmissor-Receptor de voz sem fio. Londrina, 2008. 61 p.

Trabalho de Conclus˜aode Curso — Faculdade Pit´agoras.Curso de Enge- nharia El´etrica.

1. Transmissor. 2. Luz. 3. Pioneiro. 4. Radiodifus˜ao.5. Voz

I. Faculdade Pit´agoras. Curso de Engenharia El´etrica. II. Padre Landell de Moura e o primeiro Transmissor-Receptor de voz sem fio. Carlos Guerra Lima

Padre Landell de Moura e o primeiro Transmissor-Receptor de voz sem fio

Trabalho de Conclus˜aode Curso apresentado ao Curso de Engenharia El´etrica da Faculdade Pit´agoras,como requisito parcial para a obten¸c˜aodo t´ıtulode Graduado em Engenharia El´etrica.

Comiss˜aoExaminadora

Prof. Fernando Ciriaco Dias Neto Faculdade Pit´agoras Orientador

Prof. Everaldo Rbeiro Brinhole Faculdade Pit´agoras

Prof. Luciano Bento Dantas Faculdade Pit´agoras

Londrina, 7 de dezembro de 2008 Dedico este estudo ao meu filho Antˆonio, a minha esposa F´atima e a minha M˜aeNadyr Agradecimentos

Agrade¸coa todos os que possibilitaram a execu¸c˜aodo trabalho: Ivan Dorneles, Marco Aur´elioMoura, Prof. Fernando Ciriaco, Cezar Augusto A. Santos, Hamilton Almeida e Luis Netto Universidade Metodista de S˜aoPaulo e FEPLAM Se falta aten¸c˜ao, n˜aopode haver reflex˜ao; se falta reflex˜ao, n˜aopode haver consciˆencia, o ato poder´aser do homem, por´emjamais humano. Roberto Landell de Moura Guerra Lima, Carlos. Padre Landell de Moura e o primeiro Transmissor- Receptor de voz sem fio. 2008. 61 p. Trabalho de Conclus˜aode Curso em Engenharia El´etrica- Faculdade Pit´agoras,Londrina.

Resumo

No final do s´eculoXIX a humanidade reunia o conhecimentos necess´ariospara tornar a r´adiodifus˜aouma realidade. Com a descoberta de Hertz surgiram v´ariosmodelos de transmissores. Por´em,poucos vingaram como produto. Os receptores todos se baseavam no coesor de Branly. O nome mais proeminente ´eo de . A ele foram depositadas todas as gl´oriaspela descoberta da r´adiodifus˜ao.Este trabalho apresenta sob a ´opticat´ecnica uma analise de um destes cientistas da ´epoca. O Padre Roberto Landell de Moura nascido em no estado do . Padre Landell criou v´ariosequipamentos de r´adiodifus˜aoprimeiro utilizando o centelhador e depois modulando a voz sobre a luz. Destes inventos ele obteve patentes nos Estados Unidos o que atesta o car´aterde exclusividade dos mesmos. Hoje o invento do r´adio´eatribu´ıdoa grande inventor que utilizou seus conhecimentos para criar o primeiro barco robˆocontrolado por r´adiofreq¨uˆencia.Comercialmente apenas Marconi prosperou. Isto se deve ao fato dele ter visto que a necessidade de marketing daquele momento. A cobertura do atlˆantico norte, onde as embarca¸c˜oescruzavam constantemente. Padre Landell ao retornar ao Brasil com suas patentes serviu de chacota para funcion´ariosp´ublicosfederais do governo do Gal. Rodrigues Alves. Chateado com este tratamento voltou a se dedicar ao sacerd´ocio. Suas patentes caducaram e foram incorporadas em inventos de outros cientistas. Durante o estudo ficou claro que os cientistas que optaram por antenas de maior tamanho obtiveram maior ˆexitocom rela¸c˜ao`adistˆanciade transmiss˜ao.Isto justifica em parte o sucesso de Marconi sobre os demais.

Palavras-Chave: 1. Transmissor. 2. Luz. 3. Pioneiro. 4. Radiodifus˜ao.5. Voz. Guerra Lima, Carlos. Priest Landell de Moura and the first voice transceptor . 2008. 61 p. Monograph in Electrical Engineering - Faculdade Pit´agoras, Londrina.

Abstract

In the end of the century XIX the humanity gathered the necessary knowledge to turn to radio diffusion a reality. With the discovery of Hertz several models of transmitters appeared. However, few avenged as product. The whole receivers if they based on the of Branly. The most prominent name is it of Guglielmo Marconi. To him all glories were deposited by the discovery of the radio diffusion. This work presents under the technique optical one analyzes of one these scientists of this time. Born in Porto Alegre in the state of Rio Grande do Sul Priest Roberto Landell Moura. Priest Landell created several equipments of radio diffusion first using the spark gap and later modulating the voice on the light. With these inventions he obtained patents in the United States that it attests the character of exclusiveness of the same ones. Today the invention of the radio is attributed Nikola Tesla great inventor that used their knowledge to create the first robot boat controlled for radio frequency. Commercially just Marconi prospered. This is due to his fact to have seen that the marketing of that moment needs. The crossing of the Atlantic north, where the ships constantly crossed. Priest Landell when returning to with their patents served as fool for the federal public employees of government’s the general of the Rodrigues Alves. Bothered with this treatment returned would be devoted to the priesthood. Their patents expired and they were incorporate in other scientists’ inventions. During the study of course the scientists that opted for such higher’s antennas obtained larger success regarding the transmission distance. This justifies the success of Marconi on the others in partly.

Key-words: 1. Tranmiter. 2. Light. 3. Pionner. 4. Radiodifusion. 5. Voice. Lista de Figuras

1.1 Landell ...... 8

2.1 Inventor do Tel´egrafosem fio ...... 12

4.1 Bobina de Ruhmkorff ...... 20

5.1 Id´eiade apresenta¸c˜ao...... 22

5.2 Transmissor de Marconi com a antena ...... 24

5.3 Regra da m˜aodireita ...... 25

5.4 Barco robˆode Tesla ...... 27

5.5 Wave transmiter FEPLAM ...... 28

5.6 Esquema el´etrico do Wave transmiter ...... 30

5.7 O de Graham Bell ...... 32

5.8 Diagrama do Telefone Fotoel´etricode Ruhmer ...... 34

6.1 Esquema el´etrico do Wireless Telephone ...... 38

6.2 Corte Lateral Wireless Telephone ...... 39

8.1 Circuito de igni¸c˜aoautomotiva ...... 51

8.2 Bobina de igni¸c˜aoautomotiva ...... 52

8.3 primeira simula¸c˜ao ...... 52

8.4 Segunda simula¸c˜ao ...... 53

8.5 Circuito com o LM 386 ...... 54

8.6 Foto do prot´otipo ...... 55 Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas

IHGRGS Instituto Hist´oricoe Geogr´aficodo Rio Grande do Sul FEPLAM Funda¸c˜aoEducacional e Cultural Padre Landell de Moura CIENTEC Funda¸c˜aode Ciˆencia e Tecnologia AM Amplitude Modulada CD Disco Compacto - Compact Disk LF Baixa Freq¨uˆencia- Low Frequency VLF Muito Baixa Freq¨uˆencia- Very Low Frequency Lista de S´ımbolos e Nota¸c˜oes

B Indu¸c˜aoMagn´eticaconstante no tempo, em Tesla (T) −7 µ0 Permeabilidade do v´acuo,com valor 4Π.10 (H/m)  Permissiv´ıdadeabsoluta de um meio Φ Fluxo magn´etico −12 0 Permissividade do v´acuo,com valor 8, 85.10 (F/m) λ Comprimento de onda (m) L Atenua¸c˜ao Sum´ario

1 Introdu¸c˜ao 8

2 As dificuldades 10

2.1 Dificuldades nos documentos ...... 10

2.2 Dificuldades no entendimento ...... 11

2.3 D´uvidastamb´emno exterior ...... 11

3 Como foi poss´ıvel transmitir no Ether´ 13

4 A hist´oria 16

4.1 A indu¸c˜aoeletromagn´etica...... 18

4.2 Varia¸c˜aode fluxo ...... 19

4.3 Bobina de Ruhmkorff, ou bobina de indu¸c˜ao ...... 19

4.4 O oscilador de Hertz ...... 21

5 Os equipamentos 22

5.1 O centelhador ...... 23

5.1.1 O transmissor ...... 23

5.1.2 O receptor ...... 23

5.1.3 O trabalho de Marconi ...... 23

5.1.4 A participa¸c˜aode John Ambrose Fleming nos inventos de Marconi . 25

5.1.5 A patente de Nikola Tesla ...... 26

5.1.6 Considera¸c˜oes ...... 29

5.2 Os equipamentos Opticos´ ...... 31 5.2.1 O Photophone de Graham Bell ...... 31

5.2.2 O sistema de Ernest Ruhmer ...... 33

6 O Wireless Telephone 35

7 O resumo do trabalho 45

8 Conclus˜ao 47

8.1 O estudo ...... 47

8.2 Perguntas ...... 47

8.3 Reflex˜oes...... 49

8.4 Perguntas t´ecnicas ...... 50

8.5 O final cortado ...... 50

9 Anexo 1 56

Referˆencias 61 8

1 Introdu¸c˜ao

A produ¸c˜aot´ecnicade Roberto Landell de Moura ´ea base deste trabalho. A id´eia deste projeto ´etentar analisar em ˆambito t´ecnicoa produ¸c˜aodo inventor brasileiro. Isto ocorre devido `anatureza t´ecnicado curso Engenharia El´etrica.J´aexistem Estudos sobre a vida do Padre Inventor com muito boa qualidade. Institui¸c˜oesde ensino superiores ainda n˜aotentaram apresentar sob forma de replica as inven¸c˜oes deste not´avel inventor. As principais etapas dos inventos de Landell ser˜aoapresentadas seguindo uma exposi¸c˜ao relativa as descobertas da ´epoca. Caso seja feita uma analise dos demais inventos este n˜ao tem por objetivo comparar a obra do cientista brasileiro com a de seus colegas contem- porˆaneos. Estes ser˜aocitados apenas para apresentar as diferen¸casentre uma tecnologia e outra. Compara¸c˜oesfeitas para expor os termos t´ecnicosutilizados em outros textos tamb´em. Prov´aveis caracter´ısticas que levaram ao sucesso uma inven¸c˜aoe ao fracasso outra.

O conhecimento da obra do cientista e padre Roberto Landell de Moura ocorreu quando uma pessoa sugeriu que se colocasse ele como patrono de uma ind´ustria.Neste momento fˆez-seuma pesquisa superficial sobre sua obra. Logo verificou-se que ao contra- rio do inventor Alberto Santos Dumont, Landell n˜aorecebe nem de perto o respeito e a posi¸c˜aoque lhe ´edevida na hist´oria.Hoje Padre Landell de Moura ´epatrono dos radioa- madores do Brasil. Posi¸c˜aoimportante, por´ema meu ver ainda distante da que ele faz jus. Em um artigo da intitulado ”O R´adio´euma inven¸c˜aoproduto do trabalho de um

Em 1892, quando Landell de Moura ´etrans- ferido para , o Estado de S˜ao Paulo, juntamente com o Rio de Janeiro, constitu´ıamos centros tecnol´ogicosdo Brasil. Landell de Moura encontrou mais facilidade para adquirir os materiais para construir seus aparelhos. O Albuquerque considera o pa- dre ga´ucho como o primeiro gerente de uma Figura 1.1: Landell emissora de r´adio,de fato. (ALBUQUERQUE FEPLAN, 1993) 1 Introdu¸c˜ao 9 homem s´o?”(NETTO, 2000) iniciou-se este trabalho. As pesquisas do Padre Landell est˜ao grande parte no ˆambito da ´optica. Seu transmissor receptor utilizava luz act´ıniapara sobre ela modular a voz humana. Neste mesmo rumo anos antes Alexander Grahan Bell patenteou o PhotoPhone que utilizava luz solar (baixa nitidez sonora). Para se apresentar o rumo do pensamento relaciona-se Morse com Graham Bell assim como Guglielmo Mar- coni com Landell de Moura. Morse inventou o tel´egrafologo ap´osGraham Bell inventou o telefone comunica¸c˜aopor interm´ediode cabos de cobre wireline. Da mesma forma em torno de 1900 Marconi se comunicava via operador telegr´afico,por´emna mesma ´epoca Landell transmitia a voz humana em alto e bom som comunica¸c˜aosem cabos wireless.

Quais s˜aoas tecnologias de ponta hoje em comunica¸c˜ao?

Fibra ´opticae comunica¸c˜ao wireless.

Quando cito fibra ´optican˜aoesta se concedendo a Padre Landell o pioneirismo neste meio de comunica¸c˜ao. Mas vˆe-seque ele inovou ao modular voz sobre luz (alta nitidez sonora). Suas descobertas em 1904 devem ser realmente consideradas de um louco, pois, duvido que existissem muitas pessoas capazes de entender suas descobertas em sua ´epoca. Outro fato importante ´eque o cientista brasileiro produzia sozinho todos os componentes de seus inventos o que tornava lento o processo de montagem dos prot´otipos enquanto seus colegas contemporˆaneosdispunham de equipes para ajud´a-los.A utiliza¸c˜aodo tubo de Crookes em seus Transceptores demonstra que este cientista estava ao lado dos de- mais que tornaram vi´avel esta grande inven¸c˜aode nosso tempo o R´adio.Neste trabalho n˜ao´ereivindicado o t´ıtulo de inventor do R´adio que ´epertencente a outro cientista. Demonstra-se que em conjunto com Marconi e Tesla o cientista brasileiro desenvolveu equipamentos (prot´otipos) que funcionaram de forma satisfat´oriae que suas descobertas hoje se encontram dilu´ıdasem descobertas de outros cientistas. 10

2 As dificuldades

2.1 Dificuldades nos documentos

O estudo das inven¸c˜oesde Padre Roberto Landell de Moura ´euma tarefa de extrema dificuldade. Esta afirma¸c˜ao´efeita, pois hoje os seus documentos est˜ao sob a guarda do Instituto Hist´oricoe Geogr´afico do Rio Grande do Sul (IHGRGS). Sob pretexto de que ´euma institui¸c˜aoprivada este n˜aopermite acesso aos originais nem a c´opiasfieis dos trabalhos do cientista. O IHGRGS produziu um CD com as patentes e algumas hist´orias sobre o Padre Landell que n˜aos˜aoa express˜aodo seu trabalho, mas sim o entendimento de alguns dos seus funcion´arios. Sem acesso aos originais ou c´opiasdestes a solu¸c˜aofoi procurar os trabalhos dos que j´aestudaram a sua obra. Isso prejudica totalmente este trabalho, pois em muitas situa¸c˜oes n˜ao ser´aa opini˜aoou percep¸c˜aosobre a obra do Padre Landell, mas sim opini˜aosobre a opini˜aode outro pesquisador. Ao lado do IHGRGS fica o Sebo do Martins que hoje n˜aopertence mais a este, pois faleceu h´aalguns anos. No Sebo procurou se havia algum livro sobre o Padre Landell. A inten¸c˜aoera adquirir o livro de Ernani Fornari, que j´ase sabia tratar da primeira obra sobre o Cientista. Esta ´e considerada bem completa, por´em,como a editora Globo de Porto Alegre foi vendida o livro n˜ao´emais impresso. No sebo informaram que se deveria procurar Sr. Ivan Dorneles Rodrigues.

Este forneceu grande parte do material de pesquisa sobre Landell. Inclusive o Livro O Incr´ıvel Padre Landell de Moura de Ernani Fornari. O acervo com grande quantidade de artigos, entrevistas, programas de TV e o livro por ele escrito BRASILEIRO, GAUCHO,´ UM GENIOˆ DIFERENTE: LANDELL DE MOURA.(RODRIGUES, 2004) O mais com- pleto sobre a vida de Landell. Ivan Dorneles apresentou tamb´emMarco Aur´elioMoura que produziu a ´unicac´opiado transmissor de ondas de Landell que funciona atualmente. Ele ajudou a esclarecer algumas d´uvidassobre o Interruptor Fon´eticodo wave transmiter. A outra c´opiaencontra-se em poder da FEPLAM por´emn˜aofunciona mais, pois alguns componentes foram retirados. Com a Universidade Metodista de S˜aoPaulo obteve-se a 2.2 Dificuldades no entendimento 11 disserta¸c˜aode Mestrado em Comunica¸c˜aoSocial onde o autor Cezar Augusto Azevedo dos Santos que faz um paralelo entre Landell e Marconi. Finalmente com Luis Netto mo- derador do Grupo que este mant´emno Yahoo forneceu as patentes de Landell em melhor defini¸c˜ao. Seu site na internet ´eo mais completo sobre Roberto Landell de Moura. B. Hamilton indicou seu Livro da editora Record este o mais abrangente.(ALMEIDA, 2006) O Prof. Marcelo S. Alencar da Universidade de Campina Grande forneceu seu artigo What Father Landell de Moura Used to Do in His Spare Time este sim simples e voltado princi- palmente `alinguagem t´ecnica.Inclusive reproduzindo na integra as patentes obtidas por Landell nos Estados Unidos. A Simone Kramer que conseguiu uma c´opiado programa exibido pela RBS (Globo no Rio grande do sul e Santa Catarina).

2.2 Dificuldades no entendimento

Com o material se faz necess´arioanalis´a-lo.Como existem duas c´opiasdo wave trans- miter de Landell. Uma constru´ıdaem 1984 por um grupo de engenheiros da CIENTEC que levou 3 meses constru´ındoessa r´eplica.(ALBUQUERQUE FEPLAN, 1993) E outra cons- tru´ıdapor Marco Aur´elioCardoso Moura. Esta ´ultima esta detalhada no site de Luiz Netto com fotos e tudo. O wave transmiter foi a primeira tentativa de Landell em trans- mitir. J´aneste equipamento nota-se a preocupa¸c˜aodele de promover uma interface mais amig´avel do que o manipulador Morse com o operador. O microfone fon´eticodemonstra duas caracter´ısticaspresentes no trabalho de Landell:

• A preocupa¸c˜aocom o humano

• A necessidade de utilizar os sentidos como equipamentos de teste.

Este ´ultimoprovavelmente por falta de equipamentos em seu laborat´orio.

2.3 D´uvidastamb´emno exterior

Para os defensores de Guglielmo Marconi como o inventor da Radiodifus˜aose faz necess´arioinformar que atualmente o verdadeiro inventor da radiodifus˜ao´eNikola Tesla, este sim um verdadeiro gˆeniodaquela ´epoca.

Para tanto apresento o gr´afico(figura 2.1). 2.3 D´uvidastamb´emno exterior 12

Figura 2.1: Inventor do Tel´egrafosem fio

Note que o texto em inglˆesse refere `awireless que n˜ao´eexatamente r´adio difus˜aocomo a maioria dos artigos que nomeiam Guglielmo Marconi como o pioneiro. E como diz o site para os inventores Brasileiros da Unicamp na pagina de Landell em seu final:

Assim a inven¸c˜aodo r´adio´eatribu´ıdaa Loomis para os americanos, Hertz para os alem˜aes,a Branly pelos franceses, a Popov pelos russos, a Marconi pelos italianos, a Lodge pelos ingleses. Para os brasileiros, esta primazia cabe ao Padre Roberto Landell de Moura, por seu pionei- rismo nas telecomunica¸c˜oes,considerado o Patrono dos Radioamadores Brasileiros.(UNICAMP, 2000) 13

3 Como foi poss´ıvel transmitir no Ether´

Wireles - Wireline

Para falar das inven¸c˜oese descobertas do Padre Landell ´enecess´arioestudar os prin- cipais componentes de seus equipamentos. Estes componentes j´ahaviam sido descobertos e podiam ser utilizados por todos. Isso leva a discordar do site da Unicamp, pois l´ase encontra os seguintes dizeres:

A mesma ´epoca de Landell a Escola Polit´ecnicarealizava experimentos sobre telegrafia sem fio, sob coordena¸c˜aodo professor Henrique Morize. O Dr. Mario Ramos, em 1933 relata essa ´epoca: ”Corria o final do ano de 1902 e eu modesto preparador do Gabinete de F´ısicae Eletrici- dade da Escola Naval, ensaiava meus primeiros passos de professorado nas CiˆenciasF´ısico-Qu´ımicas e na Eletrot´ecnicae acompanhava com um esp´ıritoatirado e uma curiosidade quase infantil as primeiras ex- periˆenciasque entre n´osse faziam sobre a telegrafia sem fio. Os primeiros aqui eram justamente os Professores Baptista da Escola Naval e Morize da Polit´ecnica ... O nosso gabinete tinha ent˜aorecebido uma apare- lhagem completa n˜aos´opara as demonstra¸c˜oespr´aticasde transmiss˜ao e recep¸c˜aocomo tamb´emos dispositivos para realiza¸c˜aodas c´elebres experiˆenciasde Hertz sobre oscila¸c˜oesel´etricasressonˆancias,reflex˜ao, polariza¸c˜ao,etc. Eu dediquei-me ent˜aoaos estudos, `amontagem e `a experimenta¸c˜aodesses dispositivos, com um frenesi, uma assiduidade, um desejo de conhecimento e ˆexito... Os menores detalhes sobre o pre- paro da limalha e o funcionamento dos r´adiocondutores de Branly, as modifica¸c˜oesdas antenas e seus suplementos, a regularidade do funcio- namento dos interruptores de merc´urio,a usura da bateria de acumu- ladores ... Mais tarde em 1904 quando era ent˜aoengenheiro da firma Guinle & Cia. obtive vir os aparelhos r´adiosDe Forest para fazermos j´a experiˆenciasindustriais, como fizemos de transmiss˜oes e recep¸c˜oes entre a Fortaleza de Santa Cruz e a Ponta de Castelhanos na Ilha Grande, esses dispositivos tinham para n´osum especial interesse, o novo receptor ele- trol´ıticomuito sens´ıvel; Morize veio tamb´emacompanhar-me e assistir nesses trabalhos”. Quando Padre Landell tentou interessar empres´arios para que investissem no aperfei¸coamento de seus aparelhos, portanto os primeiros experimentos de Marconi j´aeram alvo de pesquisas no Brasil. 3 Como foi poss´ıveltransmitir no Ether´ 14

Em virtude de brilhante ˆexitode suas experiˆenciasin´editas,em n´ıvel mundial, Landell obteve em mar¸code 1901 a patente brasileira no 3279 para ”Aparelho destinado `atransmiss˜aophon´etica`adistˆancia,com fio ou sem fio, atrav´esdo espa¸co,da terra e do elemento aquoso”. O m´erito do Padre Landell ´eainda maior se considerarmos que desenvolveu tudo sozinho.(UNICAMP, 2000)

Os experimentos ali citados n˜aoeram de Guglielmo Marconi mas sim um conjunto de descobertas como por exemplo a bobina de Ruhmkorff ou o coesor de Branly. Tentativas de transmiss˜aode sinais Morse pelo Ether j´aocorriam em 1895 feitas pelo russo Alexander Popov. O que leva a crer que entre 1885 descoberta de Branly e 1895 apresenta¸c˜aode Popov, v´arioscientistas tentaram e provavelmente conseguiram ˆexitoem suas experiˆencias.

Conforme o texto no site da Unicamp:

Apesar da inven¸c˜aodo Guglielmo Marconi ter sido tecnicamente infe- rior e posterior a do brasileiro Landell de Moura, foi ele o primeiro a receber a patente do transmissor de ondas, em julho de 1897, nos Es- tados Unidos (US 586193, patente depositada em dezembro de 1896). Landell de Moura s´oteve suas patentes concedidas em 1901, no Brasil, e em 1904, nos Estados Unidos. Mas a´ı,j´aera tarde, e a posi¸c˜aooficial de criador da Radiodifus˜aotinha sido ocupada pelo italiano. Marconi recebeu o prˆemioNobel de F´ısicade 1909, por suas contribui¸c˜oespara o desenvolvimento do tel´egrafosem fio.(UNICAMP, 2000)

Gugliemo Marconi obteve sua patente como primeiro equipamento de radiodifus˜ao dois anos depois de Popov ter demonstrado os mesmos procedimentos.

Comparando wireline com wireless e wireless telegraphy com wireless telephone Se considerar que telegrafar ´ea mesma coisa que transmitir a voz n˜aotem o que discutir. Neste caso Graham Bell tamb´emn˜aoteve m´erito, pois Morse j´ahavia transmitido seu c´odigopelos fios que agora transmitem voz. Ent˜ao´econcedido a Hertz este m´erito,pois suas descobertas formaram a base para todos os equipamentos aqui apresentados bobinas de indu¸c˜aoe antenas. Como j´ase ve muitos utilizam `apalavra radiodifus˜aopara servir como parˆametropara comparar os inventos neste caso poderia utilizar o termo wireline (por cabo) para o caso das descobertas de Morse e Bell passando ao primeiro todos os m´eritose gl´orias.

N˜aose est´aem momento algum tirado de Guglielmo Marconi seus m´eritos,mas o texto acima grifado apresentado no site da Unicamp resume claramente a diferen¸cat´ecnicaentre os dois inventores. Talvez o fato de Landell ficar afastado dos grandes centros culturais tenha o ajudado.(CAUDURO, 1977) Afastado de todos e tendo de produzir sozinho seus pr´opriosequipamentos Landell conseguiu sair da mesmice que atingia os inventores de sistemas de comunica¸c˜aosem fio. 3 Como foi poss´ıveltransmitir no Ether´ 15

Providenci´oY regul´ala aplicaci´ande los materiales para el funciona- mento de la empresa. incluso en experiencias p´ublicas;el primer radio- Unico.´ montador y reparador; primer locutor que habl´oen un micrˆofono unido a transmisores de ondas luminosas Y electromagn´eticas.(ALBU- QUERQUE FEPLAN, 1993) 16

4 A hist´oria

No s´eculoretrasado, o per´ıodo compreendido entre os anos de 1819 e 1831 foi dos mais f´erteisem descobertas no campo da eletricidade. Os fenˆomenosb´asicosdo eletro- magnetismo foram descobertos entre aquelas datas. A observa¸c˜aoque Orested fez, em 1819, de que uma corrente el´etricadesvia a agulha de uma b´ussula,marca o in´ıciode uma ´epoca da F´ısicaque iria influir profundamente na hist´oriada humanidade. A a¸c˜ao m´utuade um im˜ae uma corrente el´etricaagu¸coua curiosidade de muitos investigadores que at´eent˜aon˜aose dedicavam ao estudo da eletricidade, principalmente um grupo de franceses. A primeira grande aplica¸c˜aoda descoberta de Orested foi feita trˆesanos mais tarde, por Dominique Fran¸coisArago e Joseph Gay-Lussac. Eles observaram que quando passava corrente em um condutor enrolado em uma barra de ferro, esta imantava: estava, pois, inventado o eletro´ım˜a. No mesmo ano, Andr´eMarie Amp´ereestabeleceu a ”regra do observador”, e descobriu que um solen´oideatua como um ´ım˜a. Posteriormente, Jean Baptiste Biot e Felix Savart descobriram, ao mesmo tempo, e independentemente um do outro, a lei que leva seus nomes.

µ iR2 B (z) = 0 (4.1) 2 2 (R2 + z2) /3

No ano de 1831, Faraday colocou duas bobinas pr´oximase fez passar corrente por uma delas. Observou que pela outra passava tamb´emuma corrente, quando abria e fechava o circuito da primeira: era a descoberta da indu¸c˜aoeletromagn´etica (o campo magn´etico da primeira bobina induzia corrente na segunda). Nos anos seguintes, ele esclareceu os diversos casos de indu¸c˜ao,com campo magn´eticoproduzido por ´ım˜a,ou por bobina, etc.

dΦ ε = − B (4.2) dt

Dois anos depois da descoberta do fenˆomeno,Friedrich Emil Lenz estabeleceu a lei que permite conhecer-se o sentido da corrente induzida. Logo ap´oscome¸carama construir 4 A hist´oria 17 os geradores mecˆanicospara obten¸c˜aode corrente el´etrica,que at´eent˜aos´oera fornecida por pilhas. Mas, a fabrica¸c˜aoem grande escala de d´ınamoscome¸coumuito mais tarde, em 1867, quando Werner von Siemens inventou um m´etodo pr´aticopara produ¸c˜aodo campo magn´eticono interior dessas m´aquinas.

A descoberta das ondas eletromagn´eticasfoi, sem d´uvida,o mais belo acontecimento da hist´oriada F´ısica. O inglˆesJames Clerk Maxwell, (1831 - 1879), percebeu que Fara- day tinha sido o primeiro homem a compreender corretamente os fenˆomenosel´etricose magn´eticos. Mas o longo trabalho de Faraday tinha sido exclusivamente experimental. Jamais ele se preocupara em colocar em forma matem´aticaos fenˆomenosque observava. Maxwell ent˜ao,se propˆosa completar a obra de Faraday, e expor matematicamente os conhecimentos de eletricidade e magnetismo da ´epoca. Ele reuniu suas conclus˜oesnum Tratado de Eletricidade e Magnetismo, publicado em 1873. Esse livro, al´emde resumir tudo o que se conhecia sobre o assunto, marcou uma ´epoca na hist´oriada Eletricidade, porque fixou um verdadeiro m´etodo de analisar matematicamente os fenˆomenosel´etricos e magn´eticos.Desenvolvendo as id´eiasde Faraday a respeito de diel´etricose de campos, Maxwell, em 1865, concluiu, exclusivamente por c´alculos,que deveriam existir as ondas eletromagn´eticas. E concluiu mais que a luz deveria ser onda eletromagn´etica. A con- clus˜aode Maxwell era muito arrojada. A custo, suas id´eiasforam sendo aceitas, mesmo pelos grandes f´ısicosda ´epoca. Tanto que, em 1867, a Academia de Ciˆenciasde Ber- lim ofereceu um prˆemioa quem conseguisse demonstrar experimentalmente que as ondas eletromagn´eticasexistem.

I dΦ Bd~s~ = µ ε E (4.3) 0 0 dt

Doze anos mais tarde, em 1879, o f´ısico alem˜aoHeinrich Hertz conseguiu prov´a-lo, com o oscilador descrito no ”Oscilador de Hertz”.

O alem˜aoHenrich Rudolph Hertz (1857-1894) provou o princ´ıpioda propaga¸c˜aora- diofˆonicaem 1887. Ele fez saltar fa´ıscasatrav´esdo ar que separavam duas bolas de cobre. Por causa disso os antigos ”quilo ciclos”passaram a ser chamados de ”ondas hertzianas”ou ”quilohertz”.

A industrializa¸c˜aode equipamentos se deu com a cria¸c˜aoda primeira companhia de r´adio,fundada em Londres - Inglaterra pelo cientista italiano Guglielmo Marconi. Em 1896 Marconi j´ahavia demonstrado o funcionamento de seus aparelhos de emiss˜aoe recep¸c˜aode sinais na pr´opriaInglaterra, quando percebeu a importˆanciacomercial da telegrafia. 4.1 A indu¸c˜aoeletromagn´etica 18

At´eent˜aoo r´adioera exclusivamente ”telegrafia sem fio”, algo j´abastante ´util e ino- vador para a ´epoca, tanto que outros cientistas e professores se dedicaram a melhorar seu funcionamento como tal. Oliver Lodge (Inglaterra) e Ernest Branly (Fran¸ca),por exem- plo, inventaram o ”coesor”, um dispositivo que melhorava a detec¸c˜ao.N˜aose imaginava, at´eent˜ao,a possibilidade do r´adiotransmitir mensagens faladas, atrav´esdo espa¸co.

Em 1897 Oliver Lodge inventou o circuito el´etrico sintonizado, que possibilitava a mudan¸cade sintonia selecionando a freq¨uˆenciadesejada. Lee Forest desenvolveu a v´alvula triodo. Von Lieben, da Alemanha e o americano Armstrong empregaram o triodo para amplificar e produzir ondas eletromagn´eticasde forma cont´ınua.

No Brasil o Padre-cientista, Roberto Landell de Moura, nascido em 21 de janeiro de 1861, construiu diversos aparelhos importantes para a hist´oriado r´adioe que foram expostos ao p´ublicode S˜aoPaulo em 1893.

• Teleauxiofono (telefonia com fio);

• Caleofono (telefonia com fio);

• Anemat´ofono(telefonia sem fio);

• Teletiton (telegrafia fon´etica,sem fio, com o qual duas pessoas podem comunicar-se sem serem ouvidas por outras);

• Ed´ıfono(destinado a ducificar e depurar as vibra¸c˜oesparasitas da voz fonografada, reproduzindo-a ao natural).

Padre Landell de Moura foi precursor nas transmiss˜oesde vozes e ru´ıdos.(VARGAS, 1995)

Nos Estados Unidos pesquisas, tentativas e aprimoramentos at´eLee Forest instalar a primeira ”esta¸c˜ao-est´udio”deradiodifus˜ao,em Nova Iorque, no ano de 1916. Aconteceu ent˜aoo primeiro programa de r´adio,que se tem not´ıcia. Ele tinha conferˆencias, m´usica de cˆamarae grava¸c˜oes. Surgiu tamb´emo primeiro registro de r´adio jornalismo, com a transmiss˜aodas apura¸c˜oeseleitorais para a presidˆenciados Estados Unidos.

4.1 A indu¸c˜aoeletromagn´etica

Suponhamos um condutor fechado c colocado num campo magn´etico. Para simpli- cidade, imaginemos o campo uniforme . Seja S a ´areada superf´ıciedeterminada pelo 4.2 Varia¸c˜aode fluxo 19

→ condutor; o ˆanguloformado pela normal a essa superf´ıciecom as linhas de for¸ca; B a indu¸c˜aomagn´etica.O fluxo magn´eticoatrav´esda superf´ıcieS ´e:

Φ = B S. cos α (4.4)

A experiˆencianos mostra o seguinte: se por um processo qualquer variar o fluxo , como consequˆenciaaparecer´ano condutor uma corrente el´etrica. Esse fenˆomeno´echamado indu¸c˜aoeletromagn´etica.A corrente i que aparece ´echamada corrente induzida. Portanto, chama-se indu¸c˜aoeletromagn´eticaao fenˆomenopelo qual aparece corrente el´etricanum condutor, quando ele ´ecolocado num campo magn´eticoe o fluxo que o atravessa varia. E´ importante notar que a causa da indu¸c˜aoeletromagn´etica´ea varia¸c˜aodo fluxo. Se o fluxo permanecer constante e n˜aovariar, ent˜aoa corrente el´etricadesaparecer´a.

4.2 Varia¸c˜aode fluxo

A varia¸c˜aodo fluxo pode ser obtida, ou por uma varia¸c˜aoda indu¸c˜ao, ou por uma varia¸c˜aoda ´areaS, ou por uma varia¸c˜aoda superf´ıciedo campo. Na pr´atica,o que se faz quase sempre ´evariar o campo, pois para isso basta girar o condutor dentro do campo magn´etico.Nesse caso, a varia¸c˜aodo fluxo ´eigual `aquela descrita anteriormente.

4.3 Bobina de Ruhmkorff, ou bobina de indu¸c˜ao

A bobina de Ruhmkorff, tamb´emchamada bobina de indu¸c˜ao´eum dispositivo que nos permite obter alta tens˜aoalternada, utilizando corrente cont´ınua a baixa tens˜ao.Consta das seguintes partes:

1. uma bobina chamada prim´ario;

2. uma bobina chamada secund´ario, enrolada por fora do prim´ario;

3. um n´ucleode ferro, colocado dentro do prim´ario;

4. um interruptor de circuito chamado vibrador.

Em frente ao n´ucleode ferro fica uma lˆaminade ferro A, mantida afastada do n´ucleo por uma mola , que obriga a lˆaminaA a girar em torno do ponto O e comprimir dois contatos, B e C. Um destes contatos, B, ´eligado a um dos p´olosde um acumulador. O 4.3 Bobina de Ruhmkorff, ou bobina de indu¸c˜ao 20

Figura 4.1: Bobina de Ruhmkorff segundo ´eligado a um dos terminais do prim´ario.O outro terminal do prim´ario´eligado ao segundo p´olodo acumulador. Quando se fecha essa chave, passa corrente pelo prim´ario: o n´ucleode ferro se imanta e atrai a lˆamina A. Esta gira no ponto O, os contatos B e C se separam, e o circuito se abre: deixa de passar corrente pelo prim´ario. Mas, deixando de passar corrente, o n´ucleode ferro deixa de atrair a lˆaminaA. Ela volta `aposi¸c˜aoprimitiva, pela a¸c˜aoda mola, os contatos B e C tornam a unir-se, o circuito se fecha, e novamente passa corrente pelo prim´ario.Ao passar essa corrente, a lˆaminaA ´eatra´ıda,e o circuito novamente se abre. Assim, enquanto a chave S permanecer fechada, o circuito do prim´ario fecha e abre alternadamente. A lˆaminaA fica vibrando. O conjunto da lˆaminaA, mola, contatos B e C e n´ucleode ferro ´echamado vibrador.

Examinemos o que se passa no secund´ario enquanto o circuito do prim´arioabre e fecha. Quando o circuito se fecha, a corrente do prim´arion˜aopassa bruscamente do valor zero ao m´aximo;ela vai aumentando continuamente. Ent˜ao,o campo magn´etico produzido por essa bobina vai tamb´emaumentando. E o secund´ario,estando em um campo magn´eticovari´avel, sofre indu¸c˜aoeletromagn´etica: aparece entre os terminais do secund´ariouma diferen¸cade potencial. Quando o circuito do prim´ario abre, a corrente tamb´emn˜aopassa bruscamente do valor m´aximoa zero, mas, vai diminuindo continua- mente. Ent˜ao, o prim´arioproduz um campo magn´eticoque vai diminuindo, e o secund´ario sofre indu¸c˜aoeletromagn´etica.Mas, a diferen¸cade potencial que aparece entre os extre- mos do secund´arioquando a corrente do prim´arioest´aaumentando tem um sentido, e tem sentido oposto quando essa corrente est´adiminuindo, por causa da lei de Lenz. (Explique o leitor com mais detalhes como se aplica a lei de Lenz neste caso). Isto ´e,a diferen¸cade 4.4 O oscilador de Hertz 21 potencial obtida no secund´ario´ealternada.

A bobina de Ruhmkorff tem uns 25 cent´ımetrosde comprimento, que, com um acu- mulador de 6 volts, d´a, no secund´ario,diferen¸cade potencial alternada de 30.000 volts. Essas bobinas d˜aodiferen¸casde potencial de dezenas de milhares de volts. Ligando-se uma ponta e um disco aos terminais do secund´ario,obt´em-seentre eles fa´ıscasde v´arios cent´ımetrosde comprimento, no ar .

As bobinas de Ruhmkorff tˆembastante aplica¸c˜aonos laborat´orios,porque s˜aode simples constru¸c˜ao,f´acilmanejo, e robustas. Elas s˜aousadas nos autom´oveis, para for- necer alta tens˜ao `as“velas” do motor, para que essas velas deˆemfa´ıscas que provocam a combust˜aoda gasolina. Pelo fato de fornecerem fa´ıscapara iniciar a combust˜ao,nos autom´oveis s˜aoconhecidas por “bobina de igni¸c˜ao”.

4.4 O oscilador de Hertz

O primeiro oscilador foi constru´ıdoem 1879 pelo f´ısicoalem˜aoHeinrich Hertz. Con- sistia em duas esferas met´alicas,colocadas a certa distˆancia,de maneira que funcionavam como armaduras de um condensador. A elas eram presos dois fios met´alicosque tinham nas outras extremidades as pequenas esferas, mantidas pr´oximas. Em paralelo com as esferas era ligada uma bobina. As esferas eram ligadas a uma bobina de Rumkhorff. Quando a bobina de Rumkhorff funciona, estabelece uma diferen¸cade potencial entre os pontos, e, portanto, salta ent˜aouma fa´ıscaentre no secund´ario,e se fecha o circuito oscilante constitu´ıdopelas esferas , e a bobina. A corrente que passa nesse circuito emite as ondas eletromagn´eticas. Depois, a diferen¸cade potencial fornecida pela bobina de Rumkhorff vai diminuindo; a fa´ıscase extingue, e o circuito oscilante se abre. Novamente, a bobina de Rumkhorff come¸caa aumentar a diferen¸cade potˆencial,e o fenˆomenose repete. 22

5 Os equipamentos

O Pe. Landell obteve trˆespatentes nos Estados Unidos a patente no 775.846 telegrafo sem fio, a patente no 775.337 telefone sem fio e patente no 771.917 transmissor de ondas. Os dois primeiros misturam ´opticae o faiscador (centelhador) o ´ultimo´ebasicamente o faiscador. Seus inventos os primeiros obtiveram as patentes em 22 de novembro de 1904 e ´ultimoem 11 de outubro de 1904. Embora os dois primeiros misturem o faiscador que ´eum gerador de ru´ıdode larga faixa com um equipamento que modulava voz sob luz e, portanto empregava ambas as tecnologias apresentadas neste cap´ıtulo. Estes foram definidos aqui como equipamentos ´opticos. Isto ´euma gafe praticada em muitas analises dos inventos do Pe. Landell. Por´em,para comparar foi necess´ariousar esta analise simplista. J´a o ultimo ´emais f´acil,pois se trata somente do faiscador e por isto transmitia ondas eletromagn´eticasfora campo vis´ıvel.

No come¸coNikola Tesla, Guglielmo Marconi e Landell de Moura produziam varia¸c˜oes do centelhador de Hertz no Transmissor. No receptor utilizavam o coesor de Branly ao inv´esdo dipolo de Hertz. Assim como nas considera¸c˜oesacima o invento que mais se aproximou do R´adiocorno conhecemos foi o de Marconi. Isto ´ereflexo dele ter fundado a empresa Marconi Wireless Company. Estes logo progrediram para o sistema de sintonia

Figura 5.1: Id´eiade apresenta¸c˜ao 5.1 O centelhador 23 em amplitude modulada (AM).

5.1 O centelhador

Ao observar o primeiro transmissor centelhador spark gap se verifica que sua simpli- cidade n˜aopermitia grandes varia¸c˜oesem seu desenho lay out.

5.1.1 O transmissor

Pode-se ver que ele era formado por um manipulador, uma bateria, uma bobona de Ruhmkorff, duas esferas centelhadoras um condensador feito com placas de vidro e placas de metal galvanizado e uma antena. Estes Inventos s˜aopr´oximo do wave transmiter do Pe. Landell, por´emse observar a patente de Marconi nos Estados Unidos ela esta mais pr´oximadas experiˆenciasde Hertz do que da patente do wave transmiter. R´eplicasdos equipamentos patenteados por Marconi e a experiˆenciade Heinrich Hertz com centelha- dores podemos notar a semelhan¸ca.A diferen¸caesta no coesor de Branly no receptor.

5.1.2 O receptor

Ao se observar o diagrama da esta¸c˜aode recep¸c˜ao de ondas eletromagn´eticasdesen- volvidas por Oliver Lodge em 1894.

O receptor com seus componentes:

1. Coesor ou detector

2. Dispositivo para causar a descoes˜aopor percuss˜ao

3. Bateria

4. Rel´e

5. Registrador Morse

5.1.3 O trabalho de Marconi

Algumas considera¸c˜oessobre a primeira etapa do trabalho de Marconi e seu assessor Fleming leva a crer que o car´atereminente pr´atico de Marconi foi decisivo para o sucesso 5.1 O centelhador 24

Figura 5.2: Transmissor de Marconi com a antena

de suas inven¸c˜oes. O fato de ele ter se associado a f´ısicosIngleses de renome tamb´em ajudou suas id´eiasterem credibilidade.

O radiador de ondas de Marconi diferiu do de Hertz em um modo. O radiador de Marconi possu´ıaum fio vertical longo, preso a uma das esferas do centelhador e a outra a terra. Considerando a produ¸c˜aode tens˜aoel´etricado radiador de Marconi em termos da teoria do el´etron.Oscila¸c˜oesr´apidasgeraram as linhas de tens˜aoel´etricae a abertura de fa´ısca,mas porque uma esfera centelhadora ´efundamental, estas tens˜oesel´etricastˆem que terminar em el´etronsou ”co-el´etrons”(part´ıculascom valores positivos, quer dizer, ´ıons)na superf´ıcieda terra, enquanto formando semic´ırculos.

Assim, as ondas eletromagn´eticasn˜aopodem se dissipar completamente, desde que as bases delas foram ancoradas os el´etronse co-el´etronsque mudam a superf´ıcieda terra. Como resultado, a terra se tornou um guia de onda enorme.

Esta teoria de guia de onda poderia explicar por que o Fleming n˜aodescartou o projeto de Marconi em telegrafia (de telegrafia sem fios transatlˆantica), porque a teoria tornou isto poss´ıvel (pelo menos teoricamente) para ondas eletromagn´eticasviajarem ao redor da superf´ıciecurvada da terra. At´emesmo na conferˆencia1903, Fleming notou que a difra¸c˜ao ou curvatura das ondas eletromagn´eticas ao redor da terra, proposto pelo matem´atico britˆanicoH. M. Mac Donald, era poss´ıvel de modo que poderiam ser transmitidos sinais sem fios transatlˆanticos.

”a telegrafia com Ondas Hertzianas n˜ao´esimples como de uma onda no 5.1 O centelhador 25

Figura 5.3: Regra da m˜aodireita

espa¸co,mas a transmiss˜aode um semi- ciclo de tens˜aoel´etricacom sua ”base”conectada a terra ´eposs´ıvel que uma perturba¸c˜aodo ´eterpoderia ser feita na Inglaterra suficientemente poderosa para ser sentida na Nova Zelˆandia”(Fleming,1903).

5.1.4 A participa¸c˜aode John Ambrose Fleming nos inventos de Marconi

Fleming ´eo inventor da v´alvuladiodo e colocou o nome v´alvula,pois a corrente passa apenas em um sentido. Marconi era um grande pr´aticoe conseguia colocar suas descober- tas em funcionamento mesmo antes de seus assessores conseguirem provar teoricamente. A diferen¸cade tempo entre suas experiˆenciase suas publica¸c˜oest´ecnicasleva a crer nisto. John Ambrose Fleming grande f´ısicoinglˆestornou-se assessor t´ecnicode Marconi este teve participa¸c˜aodireta nos feitos como a transmiss˜aotransatlˆantica dos SSS. O Prof. Fleming ´eo inventor da regra da m˜aodireita para o magnetismo. A regra da m˜aodireita pode ser utilizada em todo o produto vetorial no espa¸coplano. O produto sempre ser´a perpendicular a este plano.

Marconi optou pela telegrafia utilizando o centelhador de Hertz. Com uma extremi- dade aterrada e a outra conectada a uma antena no transmissor e o coesor de Branly no receptor. Suas tentativas desde o inicio foram no sentido de estabelecer contato entre os Estados Unidos e a Inglaterra. Portanto voltado aos interesses comerciais da ´epoca. 5.1 O centelhador 26

5.1.5 A patente de Nikola Tesla

Nos Estados Unidos outro proeminente cientista Nicola Tesla efetuava estudos de transmiss˜aode energia a distancia.

J´aem 1892, Nikola Tesla criou o desenho b´asicopara r´adio.No dia 8 de novembro de 1898 que ele patenteou um r´adio controle o robˆo-barco(figura 5.4). Tesla usou este barco que era controlado por ondas de r´adiona Exibi¸c˜aoEl´etricaem 1898, Madison Square Garden. O robˆo-barco de Tesla foi constru´ıdocom uma antena que transmitia as ondas de r´adioque vˆemdo posto de comando onde Tesla estava operando. Essas ondas de r´adio eram recebidas por um dispositivo sens´ıvel chamado coesor coherer que transformava as ondas de r´adioem movimentos mecˆanicosdas h´elicesno barco. Patent No. 613,809.

Tesla mudou a dire¸c˜aodo barco, com controles manualmente operados no posto de comando. Considerando que esta foi `aprimeira aplica¸c˜aodas ondas de r´adio,fez a not´ıcia de primeira p´agina,na Am´erica,naquele momento.

A maioria de n´ospensa em Guglielmo Marconi como o pai de r´adio,e Tesla ´edesco- nhecido no seu trabalho de r´adio.Marconi reivindicou todas as primeiras patentes para r´adio,algo originalmente desenvolvido por Tesla. Nikola Tesla tentou provar que ele era o criador do r´adio,mas n˜aofoi at´eque em 1943, as patentes de Marconi foram julgadas inv´alidas;por´em,muitas pessoas ainda n˜aotˆemnenhuma id´eiasobre o trabalho de Tesla com o r´adio.

Sabe se que Marconi, no principio, atribu´ıaao tamanho da antena `acapacidade de atingir maior distˆanciade transmiss˜ao. Na r´eplicado transmissor de ondas de Landell vˆe-seuma antena de aproximadamente 60 a 70 cm. Marconi no in´ıcioutilizava pipas para subir suas antenas. Transmiss˜aoentre a Inglaterra e Fran¸ca.Em estudos sobre sua transmiss˜aotransatlˆantica a freq¨uˆenciafoi pr´oxima de 75 kHz. Como o centelhador ´e um gerador de ru´ıdode largo espectro acredita-se que a antena determinava a faixa de transmiss˜ao. Neste pensamento o transmissor de Landell operava em freq¨uˆenciasmais altas. O que tornava sua transmiss˜aomais restrita em rela¸c˜aoa distˆancia. Devido `as freq¨uˆenciasmais altas serem mais direcionais. Elas tamb´emperdem a capacidade de contornar obst´aculos.O Wave Transmiter de Landell utilizava uma antena muito menor do que a de Marconi conforme foto da r´eplicada FEPLAM.

Este ´eo principal ponto que tornava os inventos de Marconi t˜aoatrativos aos inves- tidores. Naquela ´epoca n˜aohavia interferˆencianem ocupa¸c˜aode banda. Todo o espectro estava dispon´ıvel. Comercialmente o que interessava era a tecnologia que cobrisse a maior 5.1 O centelhador 27

Figura 5.4: Barco robˆode Tesla 5.1 O centelhador 28

Figura 5.5: Wave transmiter FEPLAM 5.1 O centelhador 29 distˆanciaposs´ıvel. O fato dos inventos de Landell transmitirem a voz humana n˜aosu- perava de forma relevante a distancia. Naquela ´epoca era f´acilconseguir operadores que trabalhavam com o c´odigoMorse.

A outra vantagem de utilizar o manipulador Morse ´eque quando acionado ele despeja toda a potˆenciana bobina. O interruptor fon´eticoprovocava uma perda em rela¸c˜ao ao manipulador Morse, pois, muitas vezes os contatos encostavam-se por pouqu´ıssimo tempo o que produzia uma fa´ıscamenor no centelhador. Os inventos de Landell sempre apresentavam as duas op¸c˜oes. No caso do transmissor de ondas o interruptor fon´etico e o manipulador Morse. O detalhe da freq¨uˆencia pode tecnicamente ter influenciado os investidores a apoiar o projeto de Marconi.

5.1.6 Considera¸c˜oes

Marconi atingiu seus objetivos e suas descobertas se difundiram pelo mundo. Por´em ´enecess´ariodar aos trˆesinventores o mesmo tratamento. Nikola Tesla e Landell n˜ao possu´ıamassessores como Marconi. Embora Tesla possua corno financiador J.P. Mor- gan um grande banqueiro americano suas descobertas tinham mais objetivo t´ecnicoque comercial. J´aMarconi em alguns relatos j´aoperava seus inventos antes mesmo de teori- camente serem analisados. Esta foi a maior virtude de Marconi. Devido ao seu excesso de praticidade foi que ele se tornou o ´unicoa prosperar dos trˆesinventores. Os equipamen- tos de Marconi tiveram sucesso como produto. J´aos de Tesla (R´adioControle) e Landell (Telefone sem fio) necessitariam de adapta¸c˜oespara obter ˆexitocomercial 5.1 O centelhador 30

Figura 5.6: Esquema el´etricodo Wave transmiter 5.2 Os equipamentos Opticos´ 31

5.2 Os equipamentos Opticos´

5.2.1 O Photophone de Graham Bell

5.2.1.1 O Photophone e as primeiras teorias da luz.

A primeira tentativa de um inventor executar uma tarefa que os lasers executam hoje foi no ano 1880. O inventor americano executou uma experiˆencia que mostrou como a luz poderia ser usada para levar a voz de uma pessoa de um local para outro. Para realizar isto, Bell usou um dispositivo por ele chamado photophone que consistiu em um espelho fino para transmitir e um receptor que poderia receber a luz, alguns arames, e um receptor do telefone. Bell colocou o espelho de forma que luz solar refletida fosse de sua superf´ıciee viajasse mais de cem p´es(um p´e= 03848 metros) ao receptor. Quando um raio atinge o espelho delicado este vibra ligeiramente com a voz de uma pessoa. Isto provoca as oscila¸c˜oesna luz solar que ´erefletida para o receptor. O receptor recebe as vibra¸c˜oesclaras ent˜aoem um sinal el´etricoque viaja pelos fios ao receptor do telefone.

O photophone de Alexander Graham Bell, ´euma tentativa crua, mas engenhosa para transmitir de forma clara a voz humana. Infelizmente o photophone n˜aotrabalhava muito bem. O receptor de Bell estava muito cru comparado a outros. Tamb´em,o dispositivo confiou em luz solar que varia em brilho de hora a hora e a cada dia. Obviamente, em dias nublados ou `anoite o dispositivo n˜aopˆodeser usado. Bell tamb´emteve que lidar com o fato que os cientistas naquele momento ainda n˜aoconheciam o bastante o para usar seu poder. O que eles souberam sempre era aquela luz viaja a uma velocidade fixa que ´eaproximadamente 186.000 milhas (300.000 quilˆometros)por segundo. Isto ´et˜ao r´apidoque um feixe de luz pode correr ao redor da terra quase sete vezes em um segundo. Mas para usar luz como uma ferramenta n˜aoera bastante saber qu˜aor´apidoviajava a luz. As pessoas tamb´emprecisaram saber de que luz ´efeita. Por volta de 1600 o cientista inglˆesIsaac Newton tinha sugerido que luz era composta de part´ıculasmin´usculas.Esta explica¸c˜aofoi aceita como a teoria de part´ıcula de luz. Ao mesmo tempo, cientista holandˆesChristian Huygens disse que a luz poderia ser composta de ondas, semelhante `asondas do mar que rolam sobre uma praia.

Entrevista de Bell sobre o Photophone traduzida do Jornal Daily Evening Traveller de 1o de setembro de 1880.

O Photophone. 5.2 Os equipamentos Opticos´ 32

Figura 5.7: O Photophone de Graham Bell

”Professor Bell, O que o senhor acredita que ser´ao futuro do pho- tophone?E´ muito cedo para falar ainda”, ele respondeu,”mas, eu vejo seu futuro na pr´aticaentre navegantes, Para comunica¸c˜aode navios em mar; para comunica¸c˜aoentre o farol e o navio, ou entre navios danifica- dos e as pessoas na costa. Eu tamb´emvejo para meios transmiss˜aode mensagens em tempos de guerra, quando as linhas de tel´egrafoca´ıreme o pa´ıs´edevastado, e onde outras formas el´etricasfalharem. Eu tenho um grande sentimento de confian¸ca”,continuando Professor Bell, ”na possi- bilidade da produ¸c˜aode sons interrompendo a a¸c˜aode luz sobre o selˆenio eu anunciei esta possibilidade dentro da conferˆenciae entregou antes do Instituto Real de Gr˜aBretanha em maio, 1878. Justo depois disto eu ouvi o an´uncio por Sr. Willoughby Smith, antes da Sociedade de Enge- nheiros Telegr´aficos,que ele tinha ouvido a a¸c˜aodo raio de luz que incide na barra de selˆenio cristalino, escutando tique em um telefone no seu circuito.Em sua conferˆencia,Professor Bell, vocˆefalou de experiˆencias com o photophone e de ouvir conversas a uma distanciar de 213 me- tros. Qu˜aolonge ´eisto, por favor?”O Professor sorriu de forma branda a esta pergunta n˜aocientifica e respondeu suavemente ”Um metro s˜ao 39 polegadas.”O entrevistador procedeu um r´apidoc´alculomental , e chegou `aconclus˜aoque 213 metros s˜aoaproximadamente 143 p´es.”N´os est´avamos fora daqui, toda a tarde, [esta entrevista aconteceu ontem `a noite] experimentando com o photophone.”Continuando Professor Bell, ”o aparato que est´anesta casa, [onde ´esediada a Associa¸c˜aoe o Insti- tuto de Tecnologia] e o Instituto de Tecnolˆogia.N´osn˜aopudemos ouvir o aumento natural de jeito nenhum atrav´esdo ar,”. ”A experiˆencia 5.2 Os equipamentos Opticos´ 33

foi satisfat´oria,Professor?Ela troxe a maior satisfa¸c˜aoao cientista que esta aqui”. As condi¸c˜oeseram boas, e o resultados tiveram ˆexito. ”Os sons articulados eram distintos”, continuou o Professor, ”para aqueles familiarizados com a articula¸c˜aodo telefone. Certamente um pouco de pr´atica´enecess´ariopara isso. Mas esses que prontamente compreen- dem a pronuncia no telefone prontamente entenderam a pronuncia no photophone”.

Embora seu principio seja muito pr´oximodo funcionamento do Wireless Telephone de Landell, n˜aose tratam do mesmo equipamento. Como podemos ver na foto um espelho re-dirigia os ra´ıosde sol que passavam por um conjunto de lentes que focavam a energia da luz solar em uma pequena e fina lˆaminade cristal que estava acoplada a um bocal que vibrava e refletia de varias maneiras a luz solar que era enviada ao receptor que naquela ´epoca s´opoderia ser um cristal de selˆenio. O seu funcionamento era muito simples e por isto em alguns artigos citam como empecilho, a seu sucesso como produto, as condi¸c˜oes do tempo, pois ele necessitava da luz do sol e era pequeno o tempo de uso, pois funcionava razoavelmente somente pr´oximodo hor´ariodo meio dia. Em alguns artigos os investidores alegavam que a nitidez do som recebido n˜aoera uniforme durante o tempo de transmiss˜ao. A voz por algumas vezes cortava o que para eles indicava que o invento necessitava de aprimoramento.

5.2.2 O sistema de Ernest Ruhmer

A` distˆanciapara a qual Bell pˆodepropagar as varia¸c˜oesclaras que representam a voz humana, n˜aoera mais de alguns cem p´es,recentes melhorias no sistema por Herr Ernest Ruhmer resultaram na transmiss˜aode fala uma distˆanciade v´ariasmilhas. Isto se tornou poss´ıvel pelo avan¸conot´avel da eletro-f´ısicadurante os ´ultimosanos. Prof. H. T. Simon averiguou que um arco-luz ordin´ariopudesse reproduzir fala articulada mais claramente e distintamente que qualquer fon´ografo,sobrepondo uma corrente alternada fraca em uma corrente direta pesada. O diagrama ilustra uma forma do m´etodo pelo qual isto pode ser realizado. Um telefone ordin´ariotransmissor e bateria est˜aoem s´erieconectados com o prim´ariode uma indu¸c˜aopequeno enrolamento; o enrolamento secund´ariodianteiras pelos condensadores, para os carbonos opostos que formam os eletrodos para o arco- luz; o posterior ´eproduzido por 50 volts direto de um gerador ou que ainda ´emelhor uma bateria de armazenamento. Quando o arco que fala ou ”arcophone”´eoperado, a voz causa ondula¸c˜oesno para variar a resistˆenciado transmissor da maneira habitual; a corrente da bateria, assim variado, energiza o enrolamento prim´ario,enquanto montando correntes alternadas no enrolamento secund´ario. Os condensadores produzem nenhum 5.2 Os equipamentos Opticos´ 34

Figura 5.8: Diagrama do Telefone Fotoel´etricode Ruhmer efeito apreci´avel na forma de onda da corrente que ´esobreposta na corrente do gerador que flui pelo circuito formado dos carbonos, o arco-luz, e o gerador. Por´em,o objetivo dos condensadores ´eimpedir a corrente direta de fluir no transmissor e queima-lo. A corrente sobreposta, por´emfraca, varia a resistˆenciado arco, e isto produz uma mudan¸caem sua temperatura que se d´asob a troca de ondas sonoras. Outra fun¸c˜aoimportante do arco que fala est´aconectada com o fato que tamb´emh´auma varia¸c˜aoda intensidade da luz que emite. E´ este subproduto, como seja do arco que fala que Ruhmer emprega no telefone fotografia-el´etricadele um dispositivo que em todos os outros cumprimentos ´ebaseado no photophone de Bell original. No sistema de Ruhmer, o arco que fala ´ecolocado no foco de um refletor parab´olico,de onde seus raios s˜aodirigidos ao receptor distante. Quando os dois estiverem em alinhamento perfeito, a voz da pessoa ser´adistintamente aud´ıvel dentro do outro. O arranjo leva a forma mostrada no diagrama. Com a descri¸c˜aoj´adada do arco que fala e a c´elulade selˆenio,e os detalhes de opera¸c˜aoser˜aoentendidos prontamente. 35

6 O Wireless Telephone

A patente no. 775.337 reproduz o equipamento que sintetiza a grandiosidade dos trabalhos do Pe. Landell de Moura. O equipamento que funcionava como transmissor e receptor podia transmitir voz de maneira aceit´avel com boa qualidade. Por´emele intercalava recursos de telefonia sem fio e telegrafia sem fio. Este aparelho cont´ema essˆenciado trabalho de Landell, mas n˜aoexistem prot´otipos e sua descri¸c˜aot´ecnica´evaga. Em v´arioslivros e artigos vemos a tradu¸c˜aodo anexo que explicava o funcionamento do equipamento patenteado. Pelos relatos se tratava de um equipamento que funcionava bem. Outra d´uvida ´ese este seria exatamente o equipamento que efetuou as transmiss˜oesem S˜aoPaulo nos meados de 1893. Neste ponto faz-se necess´arioa consulta aos documentos originais do Pe Landell. Vejo que a maioria das publica¸c˜oestenta n˜aoacrescentar dados a este que ´eo principal equipamento desenvolvido pelo Pe Landell. Talvez a existˆenciado tubo de Crookes dificulte seu entendimento. Alguns alegam que este seria o nascimento da v´alvula.O equipamento que no site os inventores do r´adioda Unicamp ´ecitado:

Este transmissor com modula¸c˜aode luz e detec¸c˜aopor c´elulasde selˆenio n˜aofora contudo uma inova¸c˜aode Landell, mas de Bell, atrav´esdo ”photophone”, que utilizava de espelhos m´oveis. Bell n˜aolevou o projeto adiante dado ao pequeno alcance atingido e acabou por n˜aover uma uti- liza¸c˜aopr´aticadaquela inven¸c˜ao.Landell, com sua enorme criatividade deu poder ao Radio de Luz, utilizado por Bell, utilizando uma potente fonte geradora de luz, atrav´esdo arco voltaico, concentrando os raios gerados a partir do foco de uma superf´ıcieparab´olica,redirecionando-os perpendicularmente ao eixo que une o foco da superf´ıcieparab´olicaao seu centro. Com isso conseguiu aumentar consideravelmente a distˆancia de transmiss˜ao,comparado com alguns metros conseguidos por Bell, com seu ”photophone”.(UNICAMP, 2000)

O equipamento ´ebem mais do que o texto acima prop˜oe.Dizem algumas literaturas que Pe Landell descontente com o descaso das pessoas, principalmente o governo Brasi- leiro, se desfez de seus inventos. Como estes n˜aoficaram com o departamento de patentes dos Estados Unidos n˜aose possui nenhum prot´otipo para analisar.

O equipamento era dividido em dois. O receptor e o transmissor. Estes eram divididos 6 O Wireless Telephone 36 em dois tamb´em,o sistema de voz e o sistema telegr´afico.Deixando se de lado o que j´a foi escrito em outras literaturas sinteticamente ´edescrito seu funcionamento.

Observando o equipamento em seu circuito el´etricovindo da esquerda para a direita. O primeiro bloco ´eo receptor telegr´aficoeste possu´ıatrˆesop¸c˜oesde funcionamento que eram selecionados pela chave 76 nas posi¸c˜oesA (Uivador), B (Coesor) e C (Registrador Morse). Segundo Pe Landell quando o aparelho ficava em espera era colocado na posi¸c˜ao A, pois qualquer tentativa de comunica¸c˜aoele emitia um som de campainha avisando seu operador.

Ao centro tem-se um wave transmiter com um manipulador telegr´aficoque era uti- lizado para transmiss˜oesem c´odigoMorse. Neste ponto pode se enfatizar que n˜aoh´a antena conectada ao sistema. Se seguir o circuito ele se conecta de um lado `acoroa de fios que ficava ao redor da ampola de Crookes. O outro lado era aterrado. A superf´ıcie parab´olicaque envolvia o sistema formado por uma coroa de fios tamb´em.

Ent˜aonem o receptor e nem o transmissor Morse do Wireless Telephone possu´ıa antena e se utilizavam desta pe¸cadesenvolvida por Landell. Ao centro estava a ampola de Crookes com g´asrarefeito que poderia emitir ondas provavelmente na freq¨uˆenciados raios x. Esta ampola devia ser excitada cada vez que se formava uma alta tens˜aoentre a coroa e a carca¸carefletora. Isto provocava centelhamento na bobina de Rumkof ligada a ela. Seria como um processo de realimenta¸c˜ao,pois logo ap´osa centelha formada a ampola devia emitir novo feixe de ´ıons at´eo equil´ıbrio.O equil´ıbrioera obtido ajustando a distancia entre as esferas centelhadoras. Por outro lado `achegada de raios actineos ou raios x a par´abola contribuia para um novo disparo se o equipamento estivesse com a chave comutada para receptor. A sensibilidade do sistema ´evis´ıvel, pois n˜aoh´aantena e, portanto o coesor ou o uivador eram excitados pela ampola e sua coroa de fios. O sistema de transmiss˜aode voz era totalmente independente e s´onecessitava da c´elulade Selˆenio,da fonte de luz actinea e da folha de quartzo que vibrava com a voz. Por´em somente uma viajem no tempo revelaria se a ampola atuava em conjunto com a c´elula de selˆenioou n˜ao.Mesmo que se montasse um prot´otipo este poderia ser pr´oximoao que Pe Landell montou ou poderia n˜aoser gerando conclus˜oeserradas. O que se pode dizer sem sombra de d´uvidas´eque este equipamento era muito mais complexo tecnicamente do que os desenvolvidos por Marconi e Rhumer. O que permite dizer que Pe Landell transmitiu a voz sem fios muito antes de Marconi e Tesla que na mesma data transmitiam somente impulsos de comando ou telegr´aficos. Conforme foi dito Pe Landell afirmou que para pequenas distancias seu aparelho n˜aonecessitava da c´elulade selˆenio.Bastava desligar a ventoinha no equipamento receptor. Esta afirma¸c˜aodemonstra a sensibilidade da lˆamina 6 O Wireless Telephone 37 de quartzo que poderia ser utilizada como receptor e transmissor.

Abaixo se reproduz a tradu¸c˜aoda patente do Wireless Telephone publicada no livro de Ernani Fornari. A figura 6.1 ´eo esquema el´etrico do equipamento citado no texto como figura 1, a figura 6.2 ´eo corte do desenho do equipamento no texto citada como figura 2, as Figuras 3 ´eo detalhe frontal da grelha e a 4 ´eo detalhe do ”Uivador”n˜aoforam reproduzidas.

O objeto da minha inven¸c˜ao´etransmitir e receber mensagens, `adistˆancia,por meio de sons e ondas el´etricas,correspondentes `apalavra articulada sem auxilio de fios. Nos desenhos anexos, cada n´umeroindica sempre a mesma peca. A Fig. 1 ´eo diagrama do aparelho, seja para uma esta¸c˜aotransmissora seja para uma esta¸c˜aoreceptora. A Fig. 2 ´eum corte de certas partes do aparelho. A Fig. 3 ´euma vista de frente, A Fig. 4 ´eum corte do dispositivo que se destina a refor¸caras ondas sonoras na recep¸c˜aodos sinais. Tal aparelho, de um modo geral, consiste num conjunto de elementos capazes de receber e transmitir sons vocais e palavras, e inclui um sistema de sinaliza¸c˜aopara atrair a aten¸c˜aodo operador. Este sistema de sinaliza¸c˜ao esta aqui indicado simplesmente para mostrar a sua liga¸c˜aocom o telefone. Um pedido parcial de prioridade a respeito dele foi apresentado em 16 de janeiro de 1902, sob n◦ 89 976. Considerando primeiramente a transmiss˜aoe a recep¸c˜aotelefˆonicas,e referindo-se particularmente `aFig. 2, a base (1) serve de apoio a um cilindro (2), sobre o qual desliza telescopicamente outro cilindro (3), ajust´avel por meio de uma manivela. (4), um eixo e um pinh˜ao(5), que permitem Imant´a-lo e baixa-lo `avontade. Sobre o cilindro 3 ´eque esta disposto o transmissor (C).. Um telesc´opio (6), uma b´ussola(7) e um n´ıvel (8) acham-se montados sobre este transmissor, a fim de o mesmo poder ser apontado na dire¸c˜aode qualquer esta¸c˜aodistante. Um tubo (9’) ramifica-se na extremidade inferior em duas extens˜oes,providas de um bocal (9) e um fone (10); liga-se o mesmo a outro tubo (12). Ambos esses tubos s˜aoconectados `aextremidade inferior isolada de um tubo (15). . 0 tubo 12 possu´ıuma v´alvula que abre para cima (14), e tem, em sua parte mais baixa meios para. Produzir uma corrente de ar, por for¸cade um ventilador (11) encerrado na cˆamaraE. Quando algu´emfaz funcionar o ventilador (que trabalha sob a¸c˜aode corrente el´etrica), e fala pelos bocais 9 ou 10, logo uma corrente de ar abre a v´alvula14 e segue, juntamente com os sons emitidos em 9, atrav´esdo tubo 15. As ondas sonoras, Com a corrente de ar, s˜aoprojetadas pelo funil (16) sobre o defletor (17), e por este s˜aoimpulsionadas para frente, dentro do corpo da pe¸caC que tamb´em´eatravessada interiormente pelo feixe luminoso complexo proveniente da fonte (18). Em 17, mostro uma placa de quartzo, adequadamente adaptada e suscet´ıvel de ajustamento pelos parafusos (24). 18 ´euma fonte luminosa, de preferˆenciauma lˆampadade arco, cuja luz ´erica em raios violetas. Em 19, esta um espelho, constitu´ıdode um dorso (20), que pode ser de metal polido ou de vidro, e de forma parab´olica,para que reflita somente os raios actinios ou violetas. N˜aome limito a essa esp´eciede luz, ou aos meios indicados para tornar. Seus raios paralelos, ou aos meios especiais para eliminar todas as radia¸c˜oesfora das faixas 6 O Wireless Telephone 38

Figura 6.1: Esquema el´etricodo Wireless Telephone 6 O Wireless Telephone 39

Figura 6.2: Corte Lateral Wireless Telephone 6 O Wireless Telephone 40 dos raios violetas ou actinios, pois quaisquer meios podem ser empregados desde que produzam raios violetas ou actinios, ou lhes aumentem a intensidade. Por tr´asdo espelho e a intervalos em volta do corpo do transmissor, h´aaberturas de ventila¸c˜ao(22 e 23), sendo a ´ultimaprovida de anteparo (26) para veda¸c˜aoda luz. O referido corpo ´eformado de duas pecas (110 e 111) - (108 e 109), estas funcionando. juntas, telescopicamente. A placa de quartzo (17) pode ser substitu´ıda por outras substancias que n˜aos´opossam desviar as ondas sonoras e sejam, no mesmo tempo, ressonantes, mas ainda permitam a passagem dos raios violetas ou actineos da luz. As ondas sonoras, trazidas pela corrente de ar que chega, s˜aoprojetadas contra o defletor (17), atrav´es do funil (16). Uma grelha (25), de placas met´alicasde pouca espessura, e cobertas essas placas de negro-de-fumo (fuligem), cruzada: entre si, dividem a luz em feixes paralelos o que a meu ver aumenta a eficiˆenciado aparelho. A pe¸ca25 (Fig. 2) ´eisolada em suas extremidades, como tamb´ema sua ´ultimaplaca met´alicacentral, na qual se ajusta a. Peca D. A pe¸ca25 da Fig. 1 ´eeletricamente ligada com os fios 44 e 39 por dois fios isolados, que passam atrav´esdo centro da camisa isolada que existe entre as duas paredes met´alicas,que, movendo-se telescopicamente uma na outra, constituem a peca D. Os dois fios conectores, assim como a peca 25, n˜aotem comunica¸c˜aocom as paredes exterior e interior da peca D. A placa 17, como foi mencionado, ´eem todos os casos constru´ıdade modo a n˜aoobstruir a passagem dos raios violetas, Isto ´e importante, pois minha descoberta consiste em que, por meio dos raios actineos de luz, as ondas sonoras os modulam. podem ser transmitidas a distˆanciasconsider´aveis. (O grifo ´enosso.) No eixo longitudinal do corpo transmissor outra estrutura menor, que ´eo corpo do receptor (29), tendo na parte interna uma extremidade curva que cont´emo refletor (30), preferentemente de metal. O referido corpo do receptor ´emantido em seu lugar por aparafusamento a um suporte filetado (28) que existe no tubo vertical (15). No foco do espelho (30) existe uma peca semi- esf´erica(32) hermeticamente fechada e com v´acuointerior, coberta de quartzo ou de qualquer outra substˆanciaperme´avel aos raios violetas, e contendo uma placa ou grelha de selˆenio(40), em posi¸c˜aovertical. A c´elulade selˆeniodisp˜oedos bornes 41 e 42, e mais um terceiro (52), que ´eusado, `asvezes, com um fio de terra, pelo qual s˜aoeliminadas as descargas est´aticas indesej´aveis. (0 grifo ´enosso.) A c´elulade selˆenioe seus acess´orioss˜aofixados pela haste isolada 53 ao suporte 78. Dois aparelhos, como 0 da Fig. 2, ajustados um diante do outra e a uma distˆanciarelativamente curta, podem ser usado para transmitir e receber acusticamente - quer dizer, sem o telefone (50) e tamb´emsem a coopera¸c˜aoda placa de selˆenio(40). Ent˜ao,para transmitir, o operador, depois de pˆorem funcionamento 0 ventilador (11) e a luz de 18 (Fig. 2), falara atrav´esde um dos bocais 9 ou 10, fechando o outro. Para receber, parar´ao ventilador e levar´aos bocais 9 e 10 aos ouvidos. O ventilador s´o´eusado na transmiss˜ao.O aparelho, nesse ensejo, trabalha baseado nos assaz conhecidos princ´ıpiosdos espelhos conjugados; e acho que a adi¸c˜aode certas qualidades de luz melhora os efeitos, assim na transmiss˜aocomo na recep¸c˜ao. O aparelho assim considerado talvez n˜aotenha grande valor comercial, mas eu o reivindico, porque, a bem dizer, constitui o transmissor de meu telefone sem fio, da mesma maneira que a 6 O Wireless Telephone 41 minha c´elulade selˆenio,aqui descrita, constitui o seu receptor. No meu telefone sem fio - isto ´e,com a coopera¸c˜aode meus dispositivos fotofˆonicos- minha luz clara actinea ´eabsolutamente necess´aria. Eu digo - ”luz clara actinia”, isto ´e: luz composta de radia¸c˜oesclaras e radia¸c˜oes actinias, como a que ´eproduzida por uma lˆampadade arco, ou por um vidro azul em frente de uma fonte luminosa comum. Para transmitir a uma longa distˆancia,dou preferˆencia`aluz composta gerada numa lˆampadade arco, Para produzir raios actinios ou luz violeta, posso ajustar interna ou externamente ao defletor 17 uma fina pel´ıculafeita de apropriada substˆancia di´afana.Assim, no alto do tubo 15 est´amontado um receptor telefˆonico(50), ligado ao circuito local (55), contendo uma bateria (51) e tamb´emincluindo a c´elulade selˆenio(40 - 50). E´ mais do que sabido que a resistˆenciado selˆenioamorfo varia inversamente `aquantidade de luz a que esta exposto, aproximadamente. Descobri que essa resistˆenciavaria mais particularmente de acordo com a intensidade ou densidade dos raios violetas ou actinios, acusando com bastante precis˜aoa presen¸cados mesmos. Neste aparelho, quando uma luz proveniente de esta¸c˜aodistante atinge o selˆenio,a resistˆenciadele varia de acordo com as varia¸c˜oesda intensidade da dita luz, intensidade que, de seu turno, varia com as ondas sonoras que incidiram sobre a sua fonte, como j´ase descreveu; o receptor telefˆonico(50) reproduz esses sons com grande fidelidade. A pessoa que recebe pode ent˜aoouvir, utilizando-se do telefone (50), ou dos bocais 9 e 10 colocados aos ouvidos. Neste ´ultimocaso, deve fechar a comunica¸c˜aoentre as pe¸cas16 e 15 (Fig. 2). Constitui fato singular e importante o seguinte: Se o receptor for completamente removido, e n˜aoempregar-se o selˆenio,ainda assim o aparelho reproduzir´aos sons, tal como foi descrito acima, Acho isto uma descoberta importante, e considero-me em condi¸c˜oesde lhe dar ´uteis finalidades. (0 grifo ´enosso). Montado no corpo 29 (Fig. 2) e no foco do espelho h´aum tubo de Crookes, ou lˆampadacat´odica(31). Uma serie de fios (35), em forma de coroa, envolve a lˆampadae projeta sobre o espelho (30). As pontas desses fios s˜aodobradas para dentro, umas sobre as outras, radialmente, em ˆangulosretos com o eixo do corpo, e terminam num pequeno circulo cujo eixo coincide com 0 circulo de seu suporte. Uma das extremidades desta coroa ´econtra´ıdapara receber em seu interior a c´elulade selˆenio.Estas duas s´eriesde fios s˜ao ligadas eletricamente uma com a outra e com os bornes 44 e 39. Elas tˆemcomunica¸c˜aoapenas com um dos bornes da placa de selˆenio(40). Os bornes 38 e 43 s˜aodestinados ao tubo de Crookes, e os de n´umeros39 e 44 `acoroa de fios. O tubo Crookes ´esustentado por uma haste (53), montada num suporte (78), e ´eligado a um oscilador (56 - Fig. 1), munido de acess´orios pr´oprios,inclusive centelhadores (57) e condensador (59). A bateria primaria do oscilador esta representada em 58, com um adequado interruptor (60). O centelhador, como um todo, esta designado pela letra A. Quando 0 interruptor 60 ´elevado `aposi¸c˜aoindicada, as centelha, que passariam normalmente entre as esferas (57) dirigem-se para o tubo de Crookes, de maneira usual. Os raios produzidos no tubo s˜aotransmitidos em todas as dire¸c˜oes,mas o que saem diretamente e os que s˜aodefletidos pelo espelho s˜aoreunidos num feixe, juntamente com o da luz composta. Em B (fig. 1), vˆe-seoutro aparelho centelhador. A bateria (65) esta ligada pela 6 O Wireless Telephone 42 chave transmissora (66) e pelo interruptor (70) com o condensador (67) e `abobina de Ruhmkorff (68), tendo a distancia explosiva e centelhadores, como ´ede uso. Um dos centelhndores ´eligado a terra pelo fio 106, e o outro pelo fio 69’ aos pontos 34 - 35. Estando o interruptor (70) colocado na posi¸c˜aoindicada, e a chave (66) - premida de acordo com um c´odigo preestabelecido, haver´a uma descarga oscilat´oria entre os centelhadores (69), e os, pontos 34 - 35 enviar˜aoondas et´ereas. Acho que 0 refletor (”30) serve para tornar paralelas essas ondas ou, pelo menos, praticamente paralelas, e para aumentar a distˆanciade transmiss˜ao,especialmente em se empregando ondas curtas”, A chave 66 serve, assim, para enviar ondas correspondentes aos sinais Morse, ou outros quaisquer, ou para chamada. Um coesor (71) esta ligado pelos fios 96 e 97 com os fios 39’ e com a coroa de fios acima descrita. Esses fios agem como antenas, n˜aosomente transmitindo, mas recebendo as ondas hertzianas. O modo de usar tal coesor, para receber sinais, assim como o das suas partes associadas, ser˜aoapreciados claramente atrav´esdo relato de seu funcionamento. As ondas que chegam s˜aoremetidas ao coesor (71), como ondula¸c˜oeseletrost´aticasao longo dos fios, a partir dos pontos 34, 35, 65 e 61, e produzem a sua coes˜ao.A corrente da bateria (L) passa ent˜aoatrav´esdo coesor e dos enrolamentos da bobina de indu¸c˜ao(N), tamb´empara 0 eletro´ım˜a (H), e efetua a descoes˜aodo coesor (71). Da bobina N s˜aotiradas liga¸c˜oespara o ”chamador harmˆonico”,ou ”uivador”(M), que descrevo a seguir: Consiste o mesmo num receptor telefˆonico e num microfone colocados juntos, com uma coluna de ar interposta, de tal modo que, quando um come¸caa fazer vibrar 0 seu diafragma, logo faz vibrar o outro, e como est˜aoambos num circuito fechado reagem mutuamente, para produzir um formid´avel ru´ıdo,de consider´avel altura, capaz de servir para a chamada do operador. O ”uivador”esta representado separadamente na Fig. 4. Com a chave 75, como se vˆena Fig. 1, a corrente pode ser dirigida para a campainha (100); mas com ela ligada para 103, o ”uivador”fica em circuito. Um registrador Morse (K) pode tamb´emser empregado, com sua chave pr´opria(74), e ligado ao contato inferior da chave 75. Suponha-se agora que o operador distante calque a sua chave de sinaliza¸c˜ao(66), produzindo ondas et´ereasque ser˜aolan¸cadasdas pontas dos fios 34 e 35. Tais ondas chegam, como foi descrito, e v˜aoatuar sobre a campainha 100 ou sobre o ”uivador”. M, chamando a aten¸c˜aodo operador local. Este responde por meio de sua chave (66), e a conversa tem in´ıciopor meio do bocal 9 e do fone 10, ou ent˜aosinais telegr´aficoss˜aotrocados com o aux´ılio das chaves pr´oprias,que podem ser ligadas diretamente ao ”uivador”, em se querendo. Para transmitir os impulsos el´etricos,o operador fecha o comutador 69’ sobre o terminal 69. Para recebˆe-los, coloca a mesma chave no terminal 96 e fecha a chave 61. Para enviar sons articulados acende a lˆampadae fala atrav´esde um dos bocais 9 ou 10 fechando o outro. Para recebˆe-los,fecha a chave 53 eleva o 50 ao ouvido, ou os dois bocais 9-10 fechando, nesse caso, a liga¸c˜aoac´usticaentre 15 e 16, como foi dito acima. A bobina 56 serve para aumentar o potencial nas extremidades dos fios secund´arios,quando s˜aousados, juntamente com a outra bobina (68) atrav´esdos fios secund´ario,com o intuito de telegrafar por meio das ondas el´etricase dos feixes luminosos, como este amplamente explicado nas especifica¸c˜oesdas minhas aplica¸c˜oes de telegrafia sem fio, serie 6 O Wireless Telephone 43 no. 89 976. Os fios 96 e 97 s˜aomunidos de terminais comuns, e as partes H, k, 72 e 100 s˜ao conectadas a resistˆenciasconvenientemente calculadas. Com rela¸c˜ao`aFig. 4, o n´umero88 ´e uma caixa para conter carv˜aopor tr´asdo eletr´odio90, ajust´avel por meio do parafuso 92 e da porca 95; e 0 n´umero86 ´eum diafragma de carv˜ao,com uma mola de reten¸c˜ao(87). Interp˜oe-se carv˜aogranulado entre o dorso do eletr´odioe o diafragma, como habitualmente, e fazem-se as liga¸c˜oesatrav´esdos terminais 89. 0 n´umero78 ´eoutra caixa contendo o magneto-receptor 79, que atua no diafragma 81 e disp˜oedos terminais 80. As caixas 88 e 78 s˜aoligadas pelo tubo 82, que transporta uma coluna de ar e tem um alargamento (83), com aberturas de press˜ao(84), que tamb´emservem para expelir as vibra¸c˜oes,Em alguns casos, as aberturas (84) podem ser feitas numa extremidade, para que a coluna de ar forme uma coluna compacta. Quando se faz vibrar o diafragma-receptor, a colima de ar vibra, e ent˜aoo diafragma-transmissor produz mudan¸casna corrente do receptor, que reage, e assim por diante, harmonicamente, produzindo uma longa e modulada nota musical, de altura cada vez maior e sustentada. Por esta descri¸c˜aose verifica que meu invento consiste, falando de modo geral, em projetar ondas quer el´etrica,quer de natureza ainda desconhecida (0 grifo ´enosso), de alta for¸cade penetra¸c˜ao,entre esta¸c˜oes,e imprimir, na coluna assim estabelecida, as vibra¸c˜oescorrespondentes `asondas verbais. Neste sentido, descobri que o som ´eperfeitamente transmiss´ıvel e aparentemente recept´ıvel sem aparelhos especiais. N˜ao afirmo que todas as ondas sonoras ou vibra¸c˜oesproduzidas por meu aparelho sejam limitadas ou afetadas pela coluna luminosa, mas sim que todas as ondas sonoras que partem de um mesmo local, e se transportam juntamente com esta coluna chega `aesta¸c˜aoreceptora. Pode ter havido varias formas de concebˆe-lo,mas o que reivindico ´ea sua aplica¸c˜ao.Pe¸cotamb´ema prioridade dos meios de tornar paralelos, todos os raios por meio de uma grelha, tais como os descrevi, e de alguns detalhes da estrutura do ”uivador”.

Tendo assim descrito minha inven¸c˜ao,eis o que reivindico e desejo assegurar por Carta Patente dos Estados Unidos:

1. ◦ - Um sistema de transmiss˜aode ondas, um gerador de ondas, e uma grelha com as suas partes recobertas de negro-de-fumo (fuligem), como foi descrito pormenorizadamente.

2. o - Um sistema de telefonia sem fio, um dispositivo para chamada, compreendendo um microfone, um tubo que contem o referido microfone em uma extremidade e um receptor na outra, e, ainda, um alargamento no tubo intermedi´ario,entre as extremidades, e aberturas no dito alargamento, para permitir a comunica¸c˜aoentre o ar exterior e a coluna de ar interna, como foi descrito pormenorizadamente.

3. o - Um telefone sem fio, compreendendo uma fonte luminosa comum, uma placa de vidro colorida em violeta, para interceptar os raios luminosos e calor´ıferosda dita luz, quando transmitindo os raios actineos, e ainda os meios para produzir sons vocais na passagem dos ditos raios actineos, e um dispositivo receptor de luz controlada, sens´ıvel aos ditos raios actineos, como foi descrito pormenorizadamente. 6 O Wireless Telephone 44

4. ◦ - Um telefone sem fio, compreendendo uma fonte luminosa capaz de produzir raios act´ıneos,outra fonte para gerar raios cat´odicos, justamente na passagem dos ditos raios actineos, meios para produzir sons vocais na passagem dos ditos raios cat´odicos,e um dispositivo receptor de luz controlada, para reproduzir os sons vocais supramencionados, tal como foi minuciosamente descrito.

5. ◦ - Um telefone sem fio, compreendendo um aparelho de ilumina¸c˜aocomum, um tubo de Crookes, meios para produzir sons vocais, adjacentes ao dito aparelho de Ilumina¸c˜aoe um dispositivo para receber luz controlada, colocado a certa distancia, como foi descrito pormenori- zadamente, 6. ◦ - Um telefone sem fio, compreendendo uma fonte de luz comum, meios de tornar paralelos os raios de luz, uma fonte de luz cat´odica,meios para produzir sons vocais, ligados `afonte de luz comum, e um dispositivo receptor de luz controlada colocado a certa distˆancia, como foi descrito pormenorizadamente.

7. ◦ - Um telefone sem fio, compreendendo uma fonte de luz comum, meios de tornar parale- los os raios da referida luz, uma fonte de luz cat´odica,meios para tornar paralelos estes seus raios, uma grelha colocada na passagem da dita luz comum para modific´a-la,um dispositivo ac´ustico para produzir sons vocais na passagem da dita luz assim modificada e um dispositivo receptor localizado a certa distˆancia,e sens´ıvel `adita luz assim modificada, como foi substancialmente descrito,

Em testemunho do que, assinei meu nome nestas especifica¸c˜oes,em presen¸cade duas teste- munhas subscritas.

(FORNARI, 1960)

ROBERTO LANDELL DE MOURA 45

7 O resumo do trabalho

Ap´osse analisar os trabalhos dos cientistas observa-se os seguintes pontos a ressaltar:

1. Da teoria de antena tem-se que para o dip´olode meia onda sua constru¸c˜aobaseia-se no comprimento de onda. Isto significa que para o sinal de 75 kHz da primeira transmiss˜aode Marconi o comprimento de onda ´e:

3 × 108 λ = (7.1) 75 × 103 λ = 4.000m

logo a antena poderia ser λ/2, λ/4ouλ/8.

Fazendo-se um c´alculoinverso para o Transmissor de ondas de Pe. Ladell com uma antena de 0,7 m tem-se aproximadamente 430 MHz a 53.5 MHz.

Ao se colocar uma centelha que pode ser considerada como um ru´ıdode faixa larga no dip´oloeste determinar´asua freq¨uˆenciade transmiss˜aoe seus m´ultiplos.

2. Mais o fato da irradia¸c˜aoapresentado acima temos da f´ormula de Friis no modelo de espa¸colivre. A atenua¸c˜aodada por:

4 × π × d L = (7.2) λ logo quanto maior o comprimento de onda menor a atenua¸c˜ao.

3. Do livro de Luiz Cl´audio Esteves - Antenas - Teoria B´asicae Aplica¸c˜oesna sua p´agina 146 temos os seguintes dizeres:

Aplica¸c˜oesnas faixas de VLF e LF A superf´ıcie terrestre comporta- se, na faixa de 3 kHz a 300 kHz (VLF a LF), praticamente como um condutor perfeito. Al´emdeste fato, sabe-se que as ondas de superf´ıcie (ondas terrestres - sobre a superf´ıcieda terra) polarizadas vert´ıcalmente sofrem atenua¸c˜oesmuito menores que aquelas polarizadas horizontal- mente; tamb´emas ondas espaciais, propagando-se pela atmosfera, ser˜ao 7 O resumo do trabalho 46

sensivelmente menos afetadas pelas condi¸c˜oesmomentˆaneasda ionos- fera ou seus dist´urbios.Desta forma, a aplica¸c˜aode monop´olosverticais ´equase uma imposi¸c˜aoe, pelos comprimentos de onda envolvidos (100 km a 1 km), os monop´olosverticais curtos. Uma aplica¸c˜aode antenas nestas faixas baixas pode ser vista nos sistemas de aux´ılio`anavega¸c˜ao mar´ıtima e a´erea. No caso da faixa de VLF, a possibilidade dos si- nais penetrarem em ´aguasalgada toma poss´ıvel a comunica¸c˜aocom submarinos submersos [devido aos altos comprimentos de onda envol- vidos, a comunica¸c˜aose efetua, n˜aopor propaga¸c˜aona ´aguasalgada (meio com altas perdas), mas pela grande profundidade de penetra¸c˜ao do sinal a partir da superf´ıcie. Ressalte-se a extrema necessidade de otimiza¸c˜aoda eficiˆencia η ≈ 10% atrav´esda otimiza¸c˜aode planos de terra]. Pelo exposto, as regi˜oespolares do globo terrestre, sujeitas a for- tes dist´urbiosionosf´ericose baixos n´ıveis de ru´ıdoatmosf´erico,fornecem uma outra possibilidade de aplica¸c˜aoa estas faixas. Em qualquer caso, os fatores dominantes numa an´alisede utiliza¸c˜aoser˜aoeficiˆencia,rela¸c˜ao sinal-ru´ıdo,capac´ıdade de potˆencianos terminais da antena e largura de banda em que ´eposs´ıvel operar a antena.(ESTEVES, 1980)

Com rela¸c˜aoao texto do livro de Luiz Cl´audioEsteves, relembra-se o Cap´ıtulo 5 deste trabalho onde Fleming n˜aodescartou o projeto de telegrafia transatlˆantica de Marconi para ondas eletromagn´eticasporque a teoria tornou isto poss´ıvel. Ondas eletromagn´eticas viajarem ao redor da superf´ıciecurvada da terra. Fleming na conferˆenciade 1903 notou que a difra¸c˜aoou curvatura das ondas eletromagn´eticas ao redor da terra proposta pelo matem´aticoBritˆanicoH.M. Mc Donald, era poss´ıvel de modo que poderiam ser transmi- tidos sinais transatlˆanticos.

Numa comprova¸c˜aoque pelo menos um membro da equipe de Marconi j´aobservava as caracter´ısticasda terra para VLF e LF descritas no Livro de L.C. Esteves. Como disse no inicio do trabalho na introdu¸c˜aoa compara¸c˜aoentre os inventos analisados ser´ano ˆambito t´ecnico.Outros fatores tamb´eminfluenciaram o sucesso de Marconi um bom lugar para se consultar ´ea tese de mestrado de Cezar Augusto Azevedo dos Santos onde o autor faz um paralelo entre Landell e Marconi.(SANTOS, 2000) Da vis˜aot´ecnicados inventos fica claro que os equipamentos apresentados por Pe. Landell s˜aosuperiores tecnicamente em complexidade e funcionalidade. As qualidades e defeitos destes inventos foram perdidos no tempo. O acesso restrito aos documentos do cientista e a falta de um prot´otipo por ele criado dificultam a analise dos inventos j´aque as dimens˜oese o m´etodo de montagem n˜aoforam divulgados por ele. 47

8 Conclus˜ao

8.1 O estudo

Ap´osestudar os principais inventos que no inicio do s´eculoXX fizeram a base para a transmiss˜aoe recep¸c˜aode ondas eletromagn´eticaso R´adio. Observa-se alguns pontos que podem ter levado ao sucesso a inven¸c˜aode Marconi. O principal ponto que gostaria de aprofundar ´eo motivo t´ecnicoque aparentemente ocorreu quando Marconi erronea- mente aliou o tamanho da antena `adistˆanciade transmiss˜ao. Lei de Marconi que diz A m´aximadistˆanciade um bom sinal varia diretamente com o quadrado da altura da antena transmissora. Segundo Marconi qu˜aomaior fosse `aantena maior seria a distˆancia da transmiss˜ao.Conforme visto nos textos deste trabalho dos trˆesinventores somente ele apresentou esta teoria. Nikola Tesla tamb´emconstruiu transmissores com antenas gran- des, por´ema Bobina de Tesla era seu transmissor e esta operava em alta freq¨uˆencia.Neste per´ıodo 1900 n˜aohavia embasamento te´oricopara que tesla obtivesse sucesso. Por´emsuas inven¸c˜oesforam inovadoras propondo transmiss˜aode energia pelo espa¸co. Pe. Landell tamb´emem seu Telefone sem fio n˜aoutilizava antena e em seu transmissor de ondas ela era pequena.

Depois de analisar os textos surgem d´uvidasde natureza ampla e de natureza t´ecnica para finalizar o trabalho acrescentando as literaturas j´aexistentes.

8.2 Perguntas

As perguntas no ˆambito geral s˜ao:

• Por que o Brasil n˜aodesenvolveu a tecnologia que Pe. Landell patenteou?

• Existe culpado por n˜aoter se desenvolvido esta tecnologia? 8.2 Perguntas 48

Esta ´ultima pergunta ´eposs´ıvel responder. Em seu livro Ernani Fornari apresenta um capitulo intitulado O triste destino dos Inventores Nacionais onde o motivo que levou Landell a se desfazer de seus equipamentos ´erevelado.

N˜ao´eimpunemente que se vence a rotina e se supera a sua ´epoca. Estava-lhe reservado o mesmo destino de tantos e tantos outros invento- res brasileiros, grandes e pequenos. J´aa maldade, a inveja e poderosos interesses ocultos, vinham-no, havia muito, espreitando de longe. Aqui, de perto, iriam, com renovado furor, tomar mais corpo as persegui¸c˜oes, e deflagrar, enfim. A v´ıtima, um sacerdote sem manchas, estava por demais cansada para opor s´eriaresistˆencia`asexplos˜oes de ´odiodos im- potentes mentais, e aos manejos do ci´umedos ineptos e dos malogrados. Nem mesmo sua nunca desonrada batina, que era o pur´ıssimoescudo de sua bondade e de seu desapego aos bens materiais, nem mesmo sua f´e jurada e seu sincero sacerd´ocio puderam livr´a-loda babugem inimiga, do vilipˆendiosoez (Vil,torpe) e da difama¸c˜aomais s´ordida.E as intrigas tramadas na sombra por influentes. advers´ariosestrangeiros e nacionais, a cal´uniados frustrados e dos cretinos, o motejo (zombaria) baixo dos incultos e as vocifera¸c˜oes dos fan´aticos,estrugiram, de repente, fortes e invenc´ıveis, cevando-se em sua reputa¸c˜aoilibada, desvirtuando-lhe at´e os prop´ositosaltru´ısticos. Certo pa´ıs, interessado por outro inventor, preocupado com as atividades do s´abiobrasileiro, e que j´a,ao que se dizia na ´epoca, `aboca pequena, interviera sub-repticiamente dentro do pr´oprioVaticano no sentido de que n˜aolhe fosse permitido prossegui- las, faz sentir sua press˜aomais fortemente. E ao bom, e ao casto, e ao nobre benfeitor da humanidade, ao Padre Landell de Moura, a quem, ainda em Nova York, fora, como castigo, cassado o direito de Oficiar, aguarda no Brasil a preven¸c˜aoe a hostilidade dos pr´opriosconcidad˜aos. ”Na ang´elicabondade que o caracterizava’ ”na express˜aode um escri- tor contemporˆaneo,alheio `ape¸conhaque, dentro em breve, desabaria novamente sobre sua cabe¸ca,desembarca o diab´olicopadre no porto do Rio de J aneiro, Um grande amigo seu, o ent˜aopopular´ıssimoAlmirante Jos´eCarlos de Carvalho, hoje falecido, que o conhecera na Am´ericado Norte, onde assistira `assuas experiˆenciase tamb´em,em muitas ocasi˜oes, lhe valera monetariamente - matando-lhe mesmo a fome, algumas vezes I - abre-lhe, bem contra a vontade do cientista, as-colunas do Jornal do Com´ercio,em memor´avel entrevista sobre suas inven¸c˜oese descober- tas. Ficaram todos alerta com aquele roupeta escaveirado, seco como um arenque e alto como um poste, que afirmava poder falar at´ecom a China, como se seu interlocutor estivesse `asua frente, numa mesma sala. Sua reputa¸c˜aode ter ”parte com o sobrenatural”parecia confirmar-se. Imediatamente ap´ossua chegada, dirigiu-se ele, por escrito, ao ent˜ao Presidente da Rep´ublica,Sr. Rodrigues Alves, solicitando de S. Ex.a dois navios de nossa esquadra de guerra, para uma demonstra¸c˜aode seus inventos. O Presidente, homem culto e superior, embora um pouco desconfiado, dias mais tarde mandou um de seus assistentes civis ter um entendimento pessoal com o padre, a fim de saber a que distˆancia desejava ele ficasse um navio do outro, dentro da Guanabara. Ora, falar em ”distˆancia”aohomem que riscara essa palavra dos di- cion´arios,n˜aodeixava de constituir leg´ıtimagafe. Landell de Moura, nessa ingenuidade que ´ea caracter´ısticados homens de gabinete e de 8.3 Reflex˜oes 49

laborat´orio,ingenuidade que ainda se espanta de como haja algu´emque fa¸caperguntas ingˆenuas, pois que ´eum permanente estado de esp´ırito’ dos verdadeiros s´abiosa convic¸c˜aode que todos estejam no conhecimento de seus conhecimentos, olhou-o de alto a baixo e retrucou: - Distˆancia! Dentro da ba´ıa?! ... N˜ao,doutor! Fora da ba´ıa,em alto mar, e `adistˆancia m´aximaque for poss´ıvel. Assombro do enviado palaciano: - Quantas milhas, por exemplo, reverendo! As que quiserem ou puderem - afirmou com decis˜ao.- Meus aparelhos podem estabelecer comunica¸c˜aocom quaisquer pontos da terra., ’por mais afastados que estejam uns dos outros. Isto, presentemente, porque, futuramente, servir˜aoat´emesmo para comunica¸c˜oesinterplanet´arias. Coube, desta vez, ao oficial ... de gabinete olh´a-lode alto a baixo: - Muito bem, reverendo. Farei S. Ex.a ciente do que me diz. Chegado ao pal´acio,o assistente transmitiu sua impress˜aoao Presidente: - Excelˆencia,o tal padre ´epositivamente maluco. Imagine que ele che- gou at´ea falar-me na possibilidade de conversar, um dia, com outros mundos·. No dia subseq¨uente, um telegrama muito am´avel da Secretaria da Pre- sidˆenciada Rep´ublica informava ao grande brasileiro n˜aoser poss´ıvel no momento, lamentavelmente, atender seu pedido, devendo ˆele,por isso, aguardar a oportunidade ... o Por esse mesmo tempo, na It´alia,o go- verno daquele pa´ıs,que j´aem 1902 cedera a Marconi a belonave ”Carlo Alberto”, punha toda a sua esquadra `adisposi¸c˜aodo jovem eletricista bolonhˆes... E mais: concomitantemente, no Rio de Janeiro, onde tudo era negado ao nosso patr´ıcio,surge algu´emque se encarrega de espalhar que o ´unicom´eritodo padre inventor consistia em haver-se ele apressado (a exemplo do que fizera Marconi ... ) a ir a um pa´ısestrangeiro pa- tentear aparelhos calcados em inventos de outro - o proeminente s´abio alem˜aoErnest Ruhmer.(FORNARI, 1960)

8.3 Reflex˜oes

Deve-se refletir sobre as circunstˆancias em que Pe. Landell se encontrava. Pressionado pela Igreja a retornar as atividades do sacerd´ocioe rejeitado pelos t´ecnicosbrasileiros. Os interesses do ent˜aogoverno e dos t´ecnicosbrasileiros n˜aoera de aplicar as descobertas de Pe. Landell nos navios brasileiros. O que era proposto era a subserviˆenciado Brasil as tecnologias desenvolvidas no exterior. O site da Unicamp cita alguns experimentos feitos na USP com os equipamentos utilizando a tecnologia de Marconi.(UNICAMP, 2000) A pergunta principal que fica ap´os104 anos das obten¸c˜oesdas patentes no Estados Unidos ´e: 8.4 Perguntas t´ecnicas 50

• O que o governo de Rodrigues Alves ganharia com a recusa na aplica¸c˜aoda tecno- logia desenvolvida por Pe. Landell ?

Como o trabalho se prop˜oea ficar no ˆambito t´ecnicon˜aocabe aqui responder esta pergunta. Talvez um historiador possa, em um trabalho voltado ao estudo dos primeiros sistemas de transmiss˜aodo Brasil, responder.

8.4 Perguntas t´ecnicas

Restam as perguntas no ˆambito t´ecnico:

• Ser´aposs´ıvel montar um prot´otipo do Telefone sem Fio?

• Se a resposta for n˜ao,quais as principais dificuldades?

• Quais componentes e ajustes poderiam prejudicar a contru¸c˜aodo prot´otipo?

Tenho quase certeza que n˜ao´eposs´ıvel montar um Telefone sem fio que funcione como o que Pe. Landell patenteou. Talvez uma r´eplicafuncione pr´oximoao que o prot´otipo patenteado no Estados Unidos funcionou. Esta tarefa se sobrepuja a este trabalho. Os custos tamb´emn˜aodevem ser pequenos.

O que ´eposs´ıvel fazer, como j´afeito pelo Cientec em Porto Alegre e por Marco Aur´eliode Moura ´emontar o Transmissor de ondas e analisar o seu comportamento na transmiss˜aocom antenas de diferentes tamanhos.

8.5 O final cortado

(The final cut)Assim como no disco do Pink Floyd, ´ultimo com sua forma¸c˜aoque tanto fez sucesso, intitulado O final cortado onde parte da banda sai da composi¸c˜aodo disco. O trabalho sobre o primeiro transmissor receptor de voz sem fios de Pe Landell tamb´emteve um final cortado. Informar o fracasso do prot´otipo foi momento de angustia na apresenta¸c˜aoa banca. A confian¸caque tomava conta nos dias anteriores foi dando espa¸co`arealidade dos fatos obtidos com o prot´otipo em funcionamento. A montagem do wave transmiter poderia seguir dois caminhos: - O primeiro o hist´oricomontando o transmissor igual ao da patente 771.917 e ser como os dois prot´otipos j´aexistentes da CIENTEC e de Marco Aur´elioMoura. - O segundo seria um prot´otipo com componentes 8.5 O final cortado 51

Figura 8.1: Circuito de igni¸c˜aoautomotiva atuais que simulasse o comportamento do verdadeiro wave transmiter, por´empermitindo maior flexibilidade para servir como um gerador de fa´ıscas. O equipamento permitiria testar as hip´oteseslevantadas neste trabalho. Muda-se a antena, muda-se o sinal e poderia passar de um experimento de Landell para um de Marconi e tamb´emtalvez um de Tesla. A id´eiade comparar tecnicamente os trˆesinventores n˜aoparecia uma tarefa muito dif´ıcil. Aliando-se ao fato de trazer grande prazer poluir o espectro de radio freq¨uˆenciascom o faiscador. Imagine falar em um microfone e induzir perturba¸c˜oes eletromagn´eticasem todos os equipamentos ao seu redor, na vizinhan¸ca,no bairro etc...

Optou-se por uma montagem com um transistor como chave isto se deve a alta corrente que passa pelo interruptor fon´etico. Em conversa com Marco Aur´elioMoura em Porto Alegre - RS este informou que teve problemas com a corrente el´etricanos contatos do interruptor fon´etico. A id´eiaera de se produzir um prot´otipo com capacidade de operar de forma similar ao wave transmiter de Landell. Quando se fala similar entenda-se similar em fun¸c˜oesel´etricas,n˜aoem aparˆencia.Como um atirador de elite que escolhe seu alvo do alto de um pr´edio,alvo em movimento atr´asda vitima, se escolheu certeiramente uma bobina automotiva para gerar as fa´ıscas. Para controlar a bobina um sistema de igni¸c˜ao eletrˆonica. Na barra de procura do Google digitou-se (igni¸c˜aoeletrˆonica)e l´aestava ele pronto com tudo o que se poderia esperar de um circuito de chaveamento, snuber, prote¸c˜aocontra sobreten¸c˜oes,um circuito monoest´avel para limitar o tempo de condu¸c˜ao do transistor. O sucesso era inevit´avel, por´em,a F´ısicase alimenta das falsas hip´oteses.

Ao escolher a bobina automotiva foi esquecida uma pergunta:

Qual a potˆenciaque a fa´ıscadeve ter para que se possa obter uma transmiss˜aode 100 8.5 O final cortado 52

Figura 8.2: Bobina de igni¸c˜aoautomotiva

Figura 8.3: primeira simula¸c˜ao m, por exemplo?

Certamente os 12 kV da bobina automotiva s˜aoinsuficientes, pois a distˆanciasinferio- res ocorreram insucessos. Os problemas come¸caramcom o circuito de igni¸c˜aoencontrado na internet. Ele ficava em condu¸c˜aoquando a chave ficava aberta o que provocava aque- cimento do transistor e consumia rapidamente a bateria que alimentava o circuito. No Multisim 9 foi feita a primeira simula¸c˜aoa fim de resolver o problema.

Como se pode ver o multisim n˜aopossui o transistor BUX 37 em sua blibioteca. Tamb´em n˜aopossui uma bobina automotiva. Outro problema encontrado ´eque ele n˜ao possibilita a inser¸c˜aode arquivos Wav, Mp3 ou Wma com uma grava¸c˜aode voz humana para excitar o circuito. Ent˜aofoi necess´arioutilizar um gerador de fun¸c˜oespara gerar 8.5 O final cortado 53

Figura 8.4: Segunda simula¸c˜ao apenas uma onda quadrada em certa freq¨uˆencia. Estes detalhes comprometeram as si- mula¸c˜oesque n˜aorefletiam nem de perto o circuito em funcionamento. O mais prov´avel em caso de continuidade do trabalho ser´apartir para o Toll box do Matlab para ent˜ao tentar a simula¸c˜ao. Para tanto primeiro ´enecess´ariomontar o modelo matem´aticodo circuito. Continuando o circuito foi montado porem n˜aocorrespondeu `asexpectativas quanto ao rendimento se aplicando voz. Como bases foram utilizadas os v´ıdeosda en- trevista de Marco Aur´elioMoura e de Otto Albuquerque onde o primeiro apresenta seu prot´otipo e o segundo apresenta o prot´otipo da CIENTEC. Ent˜aosurgiu uma nova id´eia mudar o circuito monoest´avel.

Do circuito transistorizado passou-se a usar um circuito com o NE 555 que permitiria uma maior flexibilidade. Melhorou, por´em,ainda n˜aoera o esperado. Neste ponto faz-se necess´arioexplicar detalhes t´ecnicos. O sinal que sai do microfone ´eanal´ogicovari´avel no tempo (per´ıodo) e na amplitude. O microfone fon´eticopermitia apenas a varia¸c˜ao em tempo, ou seja, com seu ajuste de sensibilidade era definido o ponto que o sinal seria n´ıvel alto. Portanto o sinal s´ovariava no tempo. O limite para a varia¸c˜aono tempo era a in´erciada membrana do interruptor fon´etico. O transistor para operar com altas potˆencias necessita operar na regi˜aode corte e satura¸c˜ao. O problema ent˜aoera obter um ajuste de sensibilidade vari´avel e limitar o sinal de mais alta freq¨uˆenciaa operar na ´areasegura de chaveamento do transistor. O momento da apresenta¸c˜aose aproximava e o prot´otipo ainda n˜aofuncionava corretamente ent˜aouma id´eiasurgiu em meio ao 8.5 O final cortado 54

Figura 8.5: Circuito com o LM 386 desespero. Ligar um amplificador de ´audioa um rel´ede alta performance que trabalharia na base do transistor. O amplificador foi escolhido o LM 386 e o rele da Sun Hold RAS 0510.

Na manh˜ado domingo antes da apresenta¸c˜aoo prot´otipo foi montado. Uma das esferas aterrada e a outra conectada a uma antena telesc´opica. O receptor um r´adio10 Band do fabricante Semivox modelo PS 412W. Ap´osalguns ajustes a euforia um sinal recebido mostrava um ´audiosimilar a palavra alo falada ao microfone de eletreto. Porem ap´ospassar a euforia notou-se que as centelhas produzidas nas esferas n˜aocorrespondiam ao ´audioouvido no receptor. Afastou-se o receptor colocando em um cˆomodo ao lado e foi verificado que o sinal captado correspondia ao ru´ıdodo rel´ee n˜aoas centelhas geradas nas esferas. Neste momento tentou-se aumentar a potˆenciana bobina e o BUX 37 queimou. O prot´otipo estava no limite e tudo levava a crer que n˜aoparticiparia da apresenta¸c˜ao. Como n˜aofoi poss´ıvel comprar outro a solu¸c˜aofoi montar um darligton com dois MJE 13009 e um 2SC2335. O prot´otipo voltou a funcionar porem com suas antigas limita¸c˜oes.

N˜aoh´afracassos, mas sim desafios a serem ainda vencidos.

Na televis˜aodisse um Engenheiro da Samsung (Estaleiro) que n˜aofoi anotado o nome. Se o momento n˜aodemonstra uma engenharia brilhante talvez `apersistˆenciatraga o sucesso a esta tentativa. Por´emo trabalho de conclus˜aose esgota neste ponto sendo necess´ariocolocar o ponto final. 8.5 O final cortado 55

Figura 8.6: Foto do prot´otipo 56

9 Anexo 1

Cronologia de Roberto Landell de Moura

Esta cronologia da vida Roberto Landell de Moura foi retirada do livro Brasileiro, Ga´ucho, Um Gˆeniodiferente: Landell de Moura de Ivan Dorneles Rodrigues.(RODRIGUES, 2004) Vejo como um compacto guia de consulta para analisar os principais acontecimentos na vida do inventor. Serve tamb´empara mostrar alguns reveses que ocorreram em sua vida e que provavelmente foram decisivos para atrapalha-lo em sua corrida contra seus oponentes.

1861 - Roberto Landell de Moura nasce na cidade de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, no dia 21 de janeiro, filho de Ign´acio Jos´eFerreira de Moura e Sara Marianna Landell de Moura, de nacionalidade brasileira.

1863 - E´ batizado na Igreja de Nossa Senhora do Ros´ario,juntamente com sua irm˜aRosa, no dia 19 de fevereiro.

1872 - Com 11 anos de idade ingressa no Col´egioJesu´ıtade Nossa Senhora da Concei¸c˜ao,na cidade de S˜aoLeopoldo, Estado do Rio Grande do Sul, onde concluiu o curso de Humanidades.

1877 - Roberto Landell de Moura viaja para o Rio de Janeiro, matriculando-se na Escola Polit´ecnica,j´ainclinado para os estudos t´ecnicose cient´ıficos. Emprega-se, como caixeiro de balc˜ao,num armaz´emde secos e molhados, para custear sua estada e seus estudos. Constr´oi um aparelho telefˆonico,um ano depois de Graham Bell. Aos 16 anos.

1878 - Em companhia de seu irm˜aoGuilherme Landell de Moura seguiu para Roma, matriculando- se, ambos, no Col´egioPio Americano, onde estudou Teologia e Filosofia.

1886 - Foi ordenado Padre a 28 de outubro. Suas primeiras id´eiassobre a teoria da ”Unidade das for¸casf´ısicase a harmonia do Universo”, que o fariam revolucionar as telecomunica¸c˜oes. Retornou ao Rio de Janeiro, residindo no Semin´arioS˜aoJos´e.

1887 - Transferiu-se para Porto Alegre, sua cidade natal, onde no dia 28 de fevereiro, foi nomeado capel˜aoda Capela Senhor do Bom Fim e professor de Hist´oriaSagrada Eclesi´asticano 9 Anexo 1 57

Semin´arioEpiscopal da Madre de Deus de Porto Alegre.

1891 - A 25 de mar¸co,era nomeado vig´arioda Par´oquiaSant’Ana, na cidade de Uruguaiana, Estado do Rio Grande do Sul.

1892 - E´ transferido para o Estado de S˜aoPaulo, onde foi p´aroco da Igreja Matriz de Santa Cruz, hoje Igreja do Carmo, em Campinas, permanecendo at´e1 ◦ de dezembro de 1896.

1893 - Efetivou v´ariasexperiˆenciasde transmiss˜aoe recep¸c˜aosem fio da palavra falada, em ondas eletromagn´eticase luminosas. Seus aparelhos usavam circuitos in´editospara a ´epoca, na propaga¸c˜aodo som e da voz humana. Portanto, antes da primeira demonstra¸c˜ao,rudimentar, ali´as,do italiano Gugliemo Marconi, que aconteceu em setembro de 1895.

1897 - P´aroco na cidade de Santos, litoral paulista. 1898 - Assumiu a par´oquiado bairro Sant’ Ana, na Capital Paulista e capel˜aodo Col´egioSant’Ana. Cursou F´ısicae Qu´ımicana Universidade Gregoriana.

1899 - No dia 16 de julho, o jornal O Estado de S˜aoPaulo d´aa seguinte not´ıcia: ”Hoje, `as9.00 horas da manh˜a,no Col´egiodas Irm˜asde S. Jos´eem Sant’Ana, realisar-se-´auma experiˆenciade telephonia sem fios, com aparelhos inventados pelo redoma. padre Landell de Moura. A experiˆenciaversar´asobre a telephonia a´erea e subterrˆanea. O Sr. Padre Landell de Moura, que convidou para este acto v´ariasautoridades, homens de sciencia e representantes de imprensa, far´auma preleic¸c˜aoantes de proceder nas experiˆenciasdo seu invento n.

1900 - A 3 de junho o Padre Roberto Landell de Moura voltaria a fazer, do alto da Avenida Paulista para o alto de Sant’Ana, na cidade de S˜aoPaulo, numa distˆanciaaproximada de oito quilˆometrosem linha reta, uma experiˆenciaparticular, com v´ariosaparelhos de sua inven¸c˜ao, no intuito de demonstrar algumas leis por ele descobertas no estudo da propaga¸c˜aodo som, da luz e da eletricidade, atrav´esdo espa¸co,da terra e do elemento aquoso, as quais foram coroadas de brilhante ˆexito. Assistiram a esta prova, entre outras pessoas, o senhor P. C. P. Lupton, representante do Governo Britˆanico.A 16 de dezembro, o jornal ”La Voz de Espana”, Edi¸c˜ao n◦.28, p´ag.2,publica uma mat´eriade autoria do articulista J. Rodrigo Botet, com o t´ıtulo ”EI Gouraudphono”, sobre o pioneirismo das experiˆenciasde radiotelefonia do Padre Roberto Landell de Moura e reconhece Marconi como o precursor da radiotelegrafia.

1901 - A 9 de mar¸coobteve a patente brasileira de n◦. 3.279, para ”aparelho destinado `a transmiss˜aofon´etica`adistˆancia,com fio e sem fio, atrav´es do espa¸co,da terra e do elemento aquoso”, que transmitia a palavra falada `adistˆancia.O pedido de privil´egiofoi matriculado sob o n”. 2.274. Em julho, com permiss˜aoespecial da Igreja Cat´olica,Roberto Landell de Moura partiu para os Estados Unidos, para patentear seus inventos, fixando residˆenciana cidade de New Y´ork,distrito de Manhattan, onde montou modesta oficina e pˆos-sea reconstruir seus aparelhos. 9 Anexo 1 58

1902 - A 12 de outubro, o jornal americano New Y´orkHerald, Fifth Section, publicou uma longa reportagem sobre Landell de Moura e seus inventos, com os t´ıtulos”Talking over a gap of miles along a ray of lighf’ ”Brazilian Priest’s Inventior”, ilustrada com uma fotografia do cientista brasileiro, com os seguintes dizeres embaixo: ”Padre Landell de Moura Inventor do telefone sem fio”(“Rev. Father Landell de Moura - Inventor of the Wireless Telepbone apparatus”). Publica tamb´em”um gentleman de uns quarenta anos de idade”. E´ o reconhecimento do pioneirismo. Em novembro Roberto Landell de Moura contraiu pneumonia e bronquite e seu m´edicorecomendou a ir para Cuba, para tratamento de sa´ude.

1903 - A 3 de junho fica apto a retornar de Cuba para os Estados Unidos, dando prossegui- mento aos seus inventos. A revista ”O BrazilActual’, de Arthur Dias, no cap´ıtulo”Inventores e Scientistal’, p´aginas34 e 35, publica mat´eriasobre o genial Padre Roberto Landell de Moura, estampando sua foto.

1904 - A 20 de agosto, Roberto Landell de Moura tra¸couum projeto de transmiss˜aode imagens `adistˆancia,que ele batizou de Tbe Telepbotorama ou Vis˜ao`aDistˆancia,Tratava-se da televis˜ao,que s´oem 1926, teria sua primeira demonstra¸c˜aop´ublica.. A 11 de outubro conseguiu no Tbe United States Patent OJlice 0/ etu l’´ork,a patente de n◦. 771.917, para o Transmissor de Ondas (WaveT ransmitter). A 22 de outubro conseguiu no The United States Patent OJlice 0/ etu l’´ork,as patentes de n”. 775.337, para o Telefone sem fio (Wireless Telephone) e de n◦. 775.846, para o Tel´egrafosem fio (Wireless Telegraph).

1905 - De volta ao Brasil, o Padre Roberto Landell de Moura assumiu a par´oquiade Bo- tucatu. A Marinha de Guerra do Brasil, logo no retomo de Roberto Landell de Moura dos Estados Unidos, a l”de mar¸co,realizava experiˆenciascom a telegrafia por centelhamento, no encoura¸cadoAquidab˜a.Foram usados os aparelhos patenteados em 1901, no Brasil e 1904, nos Estados Unidos. A Marinha de Guerra ´ea pioneira no Brasil, da radiotelegrafia permanente.

1906 - A 22 de abril, o Padre Roberto Landell de Moura em ,substitui¸c˜aoao Padre Jos´e AntˆonioRezende, tomou posse do cargo de Vig´arioda Par´oquiade Mogi das Cruzes, Estado de S˜aoPaulo.

1907 - A 7 de abril, o Padre Roberto Landell de Moura transmitia a fun¸c˜aode vig´arioda Par´oquiade Mogi das Cruzes, Estado de S˜aoPaulo, ao seu sucessor, Padre Braz Mercadante. Descoberta do ”Elemento R.”, que d´aorigens aos fenˆomenosdo Perianto, ou seja, da aura ou corpo astral, que pode agir a semelhan¸cade um duo ou duplo indiv´ıduo.Padre Roberto Landell de Moura ficaria uns tempos em S˜aoPaulo, sem ter defini¸c˜aode onde ir. Hospedou-se no Hotel Albion, na rua Santa Ifigˆenia,Esteve em Tamba´u,depois voltou `aCapital paulista.

1908 - A 2 de julho foi nomeado p´aroco de Caconde, Estado de S˜aoPaulo. A 19 de julho, o Padre Roberto Landell de Moura assume a Par´oquiada Imaculada Concei¸c˜aode Caconde e tamb´ema Par´oquiade Tapiratiba (cidades vizinhas uma da outra). Retoma ao Rio Grande do 9 Anexo 1 59

Sul, `asua cidade natal. Padre Roberto Landell de Moura, a 18 de outubro, assume o cargo de vig´arioda Par´oquiado Menino Deus, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Assume, por algum tempo, a Presidˆenciada Sociedade Humanit´ariaPadre Cacique (Asilo Padre Cacique), em substitui¸c˜aoao Padre Joaquim Cacique de Barros, ent˜aofalecido.

1914 - Padre Roberto Landell de Moura foi professor catedr´aticode Filosofia da Faculdade Homeopata do Rio Grande do Sul, criada em Porto Alegre, em janeiro, sediada na Rua Riachuelo, 301. A 31 de dezembro, Padre Roberto Landell de Moura deixa de ser o vig´arioda Par´oquiado Menino Deus , que, segundo dizem, profundamente magoado e como que desanimado.

1915 - A 6 de janeiro, assumiu, das m˜aosdo Monsenhor Dr. Luiz Mariano da Rocha, as fun¸c˜oesde vig´arioda Igreja de Nossa Senhora do Ros´ario,onde permaneceu at´esua morte. o dia 6 de fevereiro, pediu dispensa do retiro anual e requereu licen¸cade dois meses, para tratar da sa´udeem S˜aoPaulo e Minas Gerais, regressando em princ´ıpiosde maio. Substituiu-o o Cˆonego DI. jo˜aoMaria Balem.

1916 - Em fevereiro, CˆonegoDr. Roberto Landell de Moura instala, ao lado da Igreja do Ros´ario,um Gabinete Antropol´ogicoEx- perimental. . A 8 de fevereiro, o Vig´arioGeral Monsenhor Dr. Luiz Mariano da Rocha pediu esclarecimentos ao CˆonegoRoberto Landell de Moura sobre uma not´ıcia publicada no jornal ”Correio do Povo”, de Porto Alegre, segundo a qual o mesmo teria aberto, ao lado da Igreja do Ros´ario,um ”Gabinete de Antropologia Experimental”, para o estudo do hipnotismo e do espiritismo. A 9 de junho, na instala¸c˜ao do Cabido Metropolitano, erigido por S. S. o Papa Bento XV a 15 de janeiro de 1916, foi o Padre Roberto Landell de Moura convidado a integr´a-lo,sendo nomeado CˆonegoPenitenci´ario do Cabido Metropolitano de Porto Alegre.

1919 - A 18 de janeiro, Monsenhor Luiz Mariano da Rocha oficiou novamente ao Cˆonego Roberto Landell de Moura, dizendo haver recebido de diversas partes observa¸c˜oessobre as suas pr´edicas,esperando que evitasse abordar assuntos que pudessem melindrar ou magoar certa classe de fi´eis.Essa classe de fi´eis eram os alem˜aese seus descendentes. Nos arquivos da Igreja do Ros´arioexiste uma carta anˆonimadirigida ao CˆonegoRoberto Landell de Moura, onde consta que o mesmo era um terr´ıvel german´ofobo.

1920 - A 5 de agosto ´efundado, em Porto Alegre, o Instituto Hist´oricoe Geogr´aficodo Rio Grande do Sul. Padre Roberto Landell de Moura foi s´ocio-fundador.

1922 - Em meados do ano, o CˆonegoRoberto Landell de Moura foi fazer uma esta¸c˜aode ´aguasno Estado de S˜aoPaulo, tendo ficado como substituto o Padre Leopoldo Pedro Hoff. Em setembro, foi atribu´ıdaao Cˆonego Roberto Landell de Moura a autoria de um op´usculo, contendo 33 ”Cartas In´editasde Bernardus Vallumbrosius a seu disc´ıpulo Arsˆenio,bispo de Thyrs´ea,nas quais o autor, religiosa e cientificamente, trata da nevrose dos dirigentes, das paix˜oes,dos estigmas e taras de fam´ıliae de v´ariosoutros assuntos muito importantes”. Alo de 9 Anexo 1 60 dezembro, foram-lhe concedidos vinte dias de licen¸ca,para tratar da sa´ude.

1923 - Alo de setembro, o CˆonegoRoberto Landell de Moura obteve trˆesmeses de licen¸ca, para tratar da sa´udeem Po¸cosde Caldas, deixando como substituto o CˆonegoDr. Jo˜aoMaria Balem.

1924 - A 13 de novembro, s´abado,o jornal Ultima´ Hora, de Porto Alegre, Anno X, n◦. 448, publica mat´eriade p´agina inteira, primeira p´agina,com o seguinte t´ıtulo: ”Em busca da Sciencia e das leis que regem a natureza - ”Ultima Hora”ouve o not´avel s´abiocˆonegoLandell de Moura sobre a prioridade da descoberta da radio-telephonia e radio-telegraphia - Essa descoberta pertence ao nosso eminente patr´ıcio”, ilustrada com uma foto do Padre Roberto Landell de Moura .

1926 - A 19 de mar¸co,sexta-feira, o jornal A noite, de Porto Alegre, Anno I, n”, 5, registra, na primeira p´agina,com o t´ıtulo”O CˆonegoDr. Landell de Moura embarca amanh˜a”,visita do ilustre sacerdote a reda¸c˜aodo jornal, quando apresentou as suas despedidas, em virtude de embarcar no dia seguinte, para S˜aoPaulo, onde foi fazer uma esta¸c˜aode ´aguas.Foto do Padre Landell de Moura ilustra a mat´eria.A 20 de mar¸co´econcedida pelo Arcebispo Metropolitano Dom Jo˜aoBecker ao CˆonegoPenitenci´arioRoberto Landell de Moura uma licen¸cade trˆesmeses, para tratamento de sa´udeem Caxambu, Estado de Minas Gerais. A 28 de outubro, festejava, com uma missa solene, o 40◦ anivers´ariode sua primeira missa. Estava, ent˜ao,j´abastante doente e s´ocom muita dificuldade pˆodeoficiar.

1927 - A 17 de setembro foi elevado a Monsenhor e a 12 de dezembro nomeado Arcediago do Cabido Metropolitano, por S. S. o Papa Pio XI, ´unicot´ıtulodessa distin¸c˜aona Arquidiocese, em substitui¸c˜aoa Monsenhor Dr. Luiz Mariano da Rocha. A 19 de dezembro, pediu e obteve quinze dias de licen¸capara tratar da sa´ude,deixando como substituto Monsenhor Jo˜aoMaria Balem.

1928 - Monsenhor Roberto Landell de Moura, no dia 30 de junho, aos 67 anos de idade, s´abado,`as17h45min, faleceu placidamente no Hospital BeneficˆenciaPortuguesa de Porto Alegre, abatido pela tuberculose, com todos os sacramentos da Igreja, cercado por seus parentes e alguns amigos fi´eis e devotados, assistido, nos seus ´ultimosmomentos, pelo senhor Arcebispo Metropolitano Dom Jo˜aoBecker, que lhe ministrou os ´ultimossacramentos.(RODRIGUES, 2004) 61

Referˆencias

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