BIG BANG a Teoria
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George Beahm BIG BANG a teoria Copyright © 2011 by George Beahm All rights reserved including the right of reproduction in whole or in part in any form. This edition published by arrangement with Susan Schulman A Literacy Agency, New York through A.C.E.R., calle Amor de Dios 1, 128014, Madrid, Spain. © 2011 by Universo dos Livros Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Diretor-Editorial: Luis Matos Editora-Chefe: Marcia Batista Editora-Assistente: Noele Rossi Tradução: Felipe C. F. Vieira Preparação: Julio Domingas Revisão: Cíntia Leitão Arte: Camila Kodaira e Stephanie Lin Capa: Zuleika Iamashita Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) B366b Beahm, George. Big Bang a teoria / George Beahm; [tradução de Felipe C. F. Vieira ]. – São Paulo : Universo dos Livros, 2012. 320 p. Tradução de: Unraveling the Mysteries of The Big Bang Theory ISBN 978-85-7930-290-9 1.Série. 2. TV. 3. Big Bang Theory. I. Título. CDD 791.4572 Universo dos Livros Editora Ltda. Rua do Bosque, 1589 – Bloco 2 – Conj. 603/606 Barra Funda – Cep: 01136-001 – São Paulo/SP Telefone/Fax: (11) 3392-3336 www.universodoslivros.com.br e-mail: [email protected] Siga-nos no Twitter: @univdoslivros Para Scott, que deu forma à proposta do livro; e para Leah, que deu forma ao livro. “Estou destinado a realizar coisas grandes, como desvendar os mistérios do universo…” – Dr. Sheldon Cooper, em uma conversa com o Dr. Leonard Hofstadter, no episódio The Euclid Alternative (A Alternativa Euclidiana – 2ª temporada, episódio 5), explicando por que não gosta de dirigir. INTRODUÇÃO “Com licença, mas por acaso você fala Klingon?” “Nossa vida é perfeita. Usamos o laboratório, fazemos pesquisas, almoçamos, assistimos ao Senhor dos Anéis. Quem tem uma vida melhor?” – Dr. Sheldon Cooper, ao conversar com Dr. Leonard Hofstadter no episódio piloto de 2006. Filmes e séries de TV sobre nerds não são novidade alguma. De fato, a premissa de Big Bang, a teoria é simples: nerds encontram uma garota bonita. Esse tema já se mostrou lucrativo em outras oportunidades, mas geralmente à custa dos nerds: nós rimos deles, não com eles. Por exemplo, no filme A Vingança dos Nerds, eles são retratados como pouco atraentes e socialmente inaptos, e por isso vivem sob os abusos das belas (as garotas populares) e das feras (os esportistas). Quando a CBS1 anunciou mais uma série sobre nerds, não foi surpresa para ninguém a reação cética do público. O que pensar de mais um programa em que nerds ficam de boca aberta para as garotas enquanto os valentões ficam apontando e tirando sarro deles? Depende, é claro, do programa. Big Bang, a teoria não ofereceu piadas batidas, mas apresentou um novo olhar sobre o mundo nerd. Apesar do velho contraste entre nerds e garotas, a diferença crucial da série é a celebração, e não difamação, do nerdismo. O bom humor pode ser visto nas situações da série, e não na sátira dos personagens em si. A fórmula já testada e aprovada para zombar dos nerds é tão universal que no episódio piloto de 2006 de Big Bang, a teoria os cocriadores seguiram pelo caminho mais fácil: eles também tiraram sarro dos nerds. No entanto, a CBS enxergou o potencial do episódio piloto e sugeriu mudanças que iriam elevar a série até a estratosfera da audiência. A série se passa na cidade de Pasadena, na Califórnia, e mostra quatro amigos que trabalham no Instituto de Tecnologia da Califórnia, a Caltech: Dr. Sheldon Cooper, Dr. Leonard Hofstadter, Dr. Rajesh Koothrappali e o Sr. Howard Wolowitz. Durante anos, suas vidas seguiram por órbitas previsíveis, até que a chegada de um novo corpo celeste na forma de uma bela jovem provoca uma mudança profunda em suas vidas. A comédia reina nessa colisão inevitável entre o mundo nerd e o mundo real, especialmente no caso do seu presumido líder, o Dr. Cooper, que se posiciona distante e acima de todos eles. Assim como seu herói, o Sr. Spock, Sheldon Cooper está em guerra contra si. Apesar de querer viver livre das distrações biológicas que afligem as formas de vida baseadas em carbono (como o sexo), a cada esquina ele se encontra aturdido e fascinado pela comédie humaine – a comédia humana. E o mais engraçado é que ele não se vê como parte da comédia; Sheldon se considera um observador desinteressado, mesmo sendo frequentemente o centro do furacão. Baseado em seus próprios méritos como uma boa comédia, a série conseguiria provar seu sucesso; mas os cocriadores fizeram questão de enriquecê-la contratando um físico da Caltech para revisar os roteiros, que são cheios de referências científicas. Dessa forma, a série celebra a ciência real da comunidade científica e seus estudantes. À sua própria maneira, assim como Star Trek inspirou muitos jovens a percorrerem campos semelhantes, Big Bang, a teoria pode ter um efeito saudável para a Física. Se a série fosse uma simples comédia de situação feita para provocar risadas rápidas, não existiria necessidade de observar o pano de fundo de seu universo ficcional, os personagens que o povoam e suas situações. Mas essa é uma série cheia de ricos detalhes esperando para serem descobertos: com mais ou menos intensidade, podemos nos identificar com os personagens que vivem, assim como nós, a comédia humana. Usando a metáfora do Big Bang, este livro começa examinando as origens da série criada por Chuck Lorre e Bill Brady: o episódio piloto mal-sucedido de 2006 que nunca foi ao ar. Depois, observamos o piloto de 2007, que foi bem-recebido e estabeleceu o tom da série. Entrevistamos os atores que interpretam os personagens principais e também analisamos esses papéis; assim como partículas elementares, os personagens se conectam para formar um todo coeso. Fizemos, ainda, uma detalhada excursão a Pasadena, o marco zero de nossos amigos. Também mergulhamos na ciência que permeia a série. Mesmo que essa não tenha sido sua matéria favorita no colégio, vamos explicá-la de uma maneira realista e você poderá observar como ela forma o pano de fundo da série. E depois da aula, é hora da diversão: vamos explorar o mundo dos fãs. Especialmente para os nerds de primeira viagem, mostraremos onde se encontram as “convenções”, locais em que você pode conversar com hobbits, posar com dragões, colecionar espaçonaves ou voar para o alto e avante com super-heróis. Além disso, para dar a você ainda mais informações, apresentamos uma lista explicando detalhadamente cada título e trama dos episódios. Finalmente, para facilitar sua leitura, temos um glossário que explica as pessoas, coisas e tudo mais que você precisar para desvendar os mistérios das muitas referências à cultura pop que aparecem na série. Enfim, este livro é seu guia definitivo para o universo de Big Bang, a teoria. Pronto para ser teletransportado para esse mundo fascinante? Por favor, não se mexa enquanto nós preparamos o raio energizante…. N.T.: CBS é a sigla de Columbia Broadcasting System, uma das maiores redes de televisão dos Estados Unidos, responsável pelos programas The Late Show with David Letterman, 60 minutes, entre outros. PARTE 1 UMA BREVE HISTÓRIA DO TEMPO Aqui conhecemos os criadores da série, o episódio piloto de 2006, que não foi ao ar, e o episódio piloto de 2007, que lançou a série com sucesso. CAPÍTULO 1 DESIGNERS INTELIGENTES Os cocriadores Chuck Lorre e Bill Prady, e a gênese de Big Bang, a teoria 1. No princípio, Lorre e Prady criaram duas ideias para séries diferentes. 2. A primeira era sobre uma garota solteira tentando encontrar seu lugar no mundo. 3. A segunda era sobre cientistas nerds hiperinteligentes que vivem em seu próprio mundo e não conseguem se relacionar com mulheres. 4. E eis que Lorre e Prady combinaram as duas ideias e criaram uma nova premissa: a bela e os nerds seriam vizinhos e companheiros. 5. E Lorre e Prady muito se esforçaram até conseguirem produzir um episódio piloto, que ficou uma porcaria, levando-os de volta à estaca zero. 6. Katie, a protagonista, foi riscada, e logo surgiu a esperta e simpática Penny, e os cocriadores viram que isso era bom. 7. Eles observaram que a plateia de teste gostou de Sheldon e Leonard, os dois nerds de bom coração, e assim decidiram que dois outros nerds surgiriam. 8. Então disseram: “que surjam Howard e Rajesh para multiplicar o humor!”, e viram que isso era bom. 9. E sendo esta uma série sobre ciência, convocaram um físico da UCLA para checar os fatos – o que foi uma boa coisa, sem dúvida. 10. Eles aprenderam com seus erros e proclamaram: “Vejam! Eis uma série que não vai insultar a inteligência da audiência e irá frutificar em muitas temporadas!” 11. E o presidente da emissora Leslie Moonves olhou para a criação e comprometeu-se a comprar a série, porque o segundo piloto, diferente do primeiro, não era uma porcaria. 12. E Lorre e Prady contemplaram sua obra e eis que viram que era boa. Eles sorriram e então comemoraram com todo o merecimento. 13. Então, a popularidade da série multiplicou a audiência muitas vezes, e isso era muito bom, e eis que foi renovada até a sétima temporada e houve muita alegria para os criadores… e seus patrões. 14. E, então, Chuck Lorre e Bill Prady descansaram. Quando Chuck Lorre e Bill Prady se reuniram com Leslie Moonves, o presidente e CEO da CBS, para vender a ideia de Big Bang, a teoria, eles quiseram evitar o processo normal de escolha de novas séries, que geralmente envolve uma apresentação verbal apoiada em uma “bíblia” com os detalhes sobre os personagens e cenários.