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Africana Studia Revista Internacional de Estudos Africanos International Journal of African Studies Centro de Estudos Africanos Universidade do Porto AFRICANA STUDIA Revista Internacional de Estudos Africanos/ International Jounal of African Studies AFRICANA STUDIA Revista Internacional de Estudos Africanos International Journal of African Studies Entidade proprietária: Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto FLUP – Via Panorâmica s/n ‑ 4150 ‑564 Porto N.º 17 ‑ 2.º semestre ‑ 2011 Director: Maciel Morais Santos ([email protected]) Sede da Redacção: FLUP ‑ Via Panorâmica s/n ‑ 4150 ‑564 Porto Índice N° de registo: 124732 Depósito legal: 138153/99 Editorial . 5 ISSN: 0874 ‑2375 Exploração científica em África na época colonial Tiragem: 500 exemplares Periodicidade: Semestral Poderes N° de contribuinte da entidade proprietária: 504045466 A súbita vocação “africanista” de um ex ‑ministro: A viagem de Mariano de Carvalho a Moçambique em 1890 . 17 Tipografia: Sereer, soluções editoriais Paulo Jorge Fernandes Edição: Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto Editor: Miguel Silva A Escola Colonial e a formação de uma “elite dirigente” do ex ‑Ultramar Revisão gráfica e de textos: Henriqueta Antunes Português (1906 ‑1930) . 41 Luís F. Dias Antunes e Vítor L. Gaspar Rodrigues Conselho Científico/Advisory Board: Alexander Keese (U. Berna/CEAUP), Ana Maria Brito (FLUP), Augusto Nascimento (IICT), Collete Dubois (U. Aix ‑en ‑Provence), Representações Elikia M’Bokolo (EHESSS – Paris), Eduardo Costa Dias (CEA ‑ISCTE), Eduardo Escala e identidade na obra Como eu atravessei a África de Serpa Pinto . 53 Medeiros (U. Évora), Isabel Leiria (FLUL), Joana Pereira Leite (CESA ‑ISEG), João Garcia José Ramiro Pimenta e Ana Francisca de Azevedo (FLUP), João Pedro Marques (IICT), José Capela (CEAUP), José Carlos Venâncio (U. Beira Interior), Malyn Newitt (King’s College), Manuel Rodrigues de Areia Como Eu Atravessei a África: Um texto de Literatura de Viagens . 65 (U. Coimbra), Michel Cahen (IEP – U. Bordéus IV), Paul Nugent (CEA – Edimburgo), Fernanda Carrilho Patrick Chabal (King’s College), Philip Havik (IICT), Suzanne Daveau (U. Lisboa). Práticas Conselho Editorial/Editorial Board: Isabel Galhano Rodrigues, José Ramiro Ciência europeia e exploradores africanos: a viagem de Francisco José de Pimenta, Maciel Morais Santos, Nuno Costa. Lacerda e Almeida ao Kazembe . 81 Eugénia Rodrigues Secretariado: Raquel Cunha O sul de Moçambique na viragem do século XIX: Território, exploração Advertência: Proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta publicação (na científica e desenvolvimento . 103 versão em papel ou electrónica) sem autorização prévia por escrito do CEAUP. Ana Cristina Roque Africana Studia é uma revista publicada com arbitragem científica. A actual província do Niassa e o vale do rio Chire na 2.ª metade do Africana Studia é uma revista da rede Africa ‑Europe Group for Interdidisciplinary séc. XIX. Contextos africanos e imperiais e as expedições de Serpa Pinto Studies (AEGIS). nesta região . 113 Eduardo Medeiros Capa: Acampamento de estudos do Caminho de Ferro de Ambaca. Colecção particular de António faria e Angela Camila. Entrevista Editorial Mendes Ferrão . 153 Entrevista conduzida por Maciel Santos e José Ramiro Pimenta África em debate Poderes e Identidades Esclavagistas e respectivas marcas e monogramas, gravados a fogo, faca A. I. Voeikov (1842‑1916), geógrafo russo, considerava a geografia como uma combina‑ e tesoura . 173 ção de ‘corpos móveis’, que, mobilizados pela superfície terrestre, em cada momento Adriano Parreira configuravam um arranjo especial que caracterizava um determinado período da his‑ tória da Terra e da Humanidade. Relativamente obscuro no Ocidente, este geógrafo Recriar a China na Guiné: os primeiros chineses, os seus descendentes e foi contudo divulgado em língua francesa, nos Annales de Géographie (1901). Quase 211 a sua herança na Guiné Colonial . um século mais tarde, Latour, Serres e outros autores viriam a desenvolver teorias Philip J. Havik e António Estácio de geografia da ciência com elementos semelhantes à de Voeikov nihil( novum sub Les chefs locaux et le recouvrement fiscal au Nord‑Cameroun colonial et sole), sem que porventura se fizesse a devida justiça à memória epistemológica do postcolonial: cas de la plaine du Diamaré et des Monts Mandara . 237 precursor. Patrice Pahimi e Jean Gormo Serve esta breve incursão na história do pensamento científico para justificar a ‘Apre‑ sentação’ do n.º 17 da revista Africana Studia, cujo tema dominante é a exploração Identidade cabo‑verdiana face aos desafios da diáspora . 247 colonial de África levada a cabo por Portugal, sobretudo no período ao redor do Carlos Lopes estabelecimento do ‘sonho cor‑de‑rosa’ de tornar contíguas as possessões das ‘áfricas’ ocidental e oriental portuguesas. Notas de Leitura A exploração científica oitocentista configura uma especial relação de ‘poder metro‑ Dans les méandres de la mémoire . 257 politano’ e ‘conhecimento colonial’. Pode, por isso, ser analisada segundo várias René Pélissier perspectivas, de modo a que se possa caracterizar o mais profundamente possível a sua natureza e efeitos: é uma forma de ‘poder’, porque se estabelece a partir de um Notas sobre a valia de fundos documentais empresariais para a história ‘centro de controlo’ que organiza expedições e recolhe elementos de informação com recente de São Tomé e Príncipe e de Portugal (a documentação de Fran‑ vista a uma mais concreta exploração do espaço distante; é uma forma de ‘represen‑ cisco Mantero e da Sociedade de Agricultura Colonial) . 277 tação’, porque faz acompanhar a organização dos espaços de poder com ‘paisagens’ Augusto Nascimento de natureza e cultura distintas das do ponto de partida, que estetizam, mitificam, e, ‘justificam’ enfim, o empreendimento da exploração; finalmente, é uma forma de Reclamar o futuro… Notas sobre a 13.ª Assembleia do CODESRIA . 285 ‘prática’, expedições de homens de armas, de engenheiros e técnicos, de cientistas Augusto Nascimento e políticos, que penetram o terreno e o vão reclamando, parcela por parcela, para o Álcool em África: Uma bibliografia da literatura secundária, 1993‑2011 . 299 centro ‘metropolitano’ que tudo organiza à distância, concretizando assim a poderosa José C. Curto e Simon Heap intuição de Voeikov e da sua geografia da ‘mobilização global’. Na história da ciência, como em qualquer outra expressão geográfica, scale matters. Caminhos‑de‑ferro em S. Tomé e Príncipe. O caminho‑de‑ferro em S. Tomé Por essa razão, faremos acompanhar esta apresentação com mapas que nos permitam e Príncipe e os caminhos‑de‑ferro das roças . 317 apreender não apenas qual a ‘convocação de lugares’ que dá corpo ao estudos científi‑ Hugo Pereira cos dos autores aqui representados, mas também apreender o modo como, a diversas escalas, esses lugares configuram uma rede inextricável de ‘poder’, ‘representação’ e Resumos . 323 ‘prática’. Poderes Legendas das ilustrações . 327 O poder colonial europeu em África, sobretudo a fase imperialista que se inicia ao redor da transição do terceiro para o último quartel do século dezanove, e com desen‑ AFRICANA STUDIA, N.º 17, 2011, EDIÇÃO DO CENTRO DE ESTUDOS AFRICANOS DA UNIVERSIDADE DO PORTO 5 José Ramiro Pimenta EDITORIAL volvimentos robustos por toda a primeira metade do século seguinte, é a expressão numa ‘Sociedade de Geografia’, corpo institucional característico deste século das de uma conjugação de poderes diversos, sobretudo militar, financeiro, científico, com explorações, cujos membros se moviam indistintamente entre o Parlamento e a Escola capacidade de mobilização planetária, organizada a partir de centros metropolitanos ou Museu coloniais. À Sociadede de Geografia de Lisboa pertenceram os exploradores ocidentais. Serpa Pinto (especialmente convocado neste livro, como se verá) Hermenegildo Capelo, Os ‘centros de controlo’ do poder colonial situam‑se, naturalmente, nas grandes capi‑ Roberto Ivens e muitos outros que, através dela, em nome do Estado português, foram tais da Europa, sobretudo Londres, Paris, Berlim e Bruxelas, e também Lisboa. Cada ‘reconhecendo’ uma terra até então desconhecida para o centro metropolitano que a um destes centros se equipa mais ou menos adequadamente à exploração de África reclamava como sua. Este é um empreendimento que conta com importantes episó‑ e muitas das desventuras diplomáticas e devastadores recontros militares entre as dios precursores, alguns remontando ao século anterior, como a viagem de Lacerda potências europeias deste tempo se devem à competição entre todos pela maior par‑ de Almeida ao Kazembe, mas que conhecerá a fase de maior exuberância quase um cela do continente africano. Nestas metrópoles se situam os banqueiros financiadores século mais tarde. do empreendimento militar e de exploração de recursos, todas elas organizam ‘esco‑ O mapa da figura 1 – organizado a partir dos estudos, neste volume, de P. J. Fernan‑ las coloniais’ com o intuito de prover um grupo de técnicos especializados para esse des, V. L. Rodrigues e L. F. Antunes – pretende ilustrar de uma forma condensada o empreendimento; deles se desdobra a rede política e administrativa que vai incansa‑ modo como a geografia dos ‘espaços de poder’ organiza o empreendimento da explo‑ velmente organizando a presença do estado em territórios distantes. ração africana a partir de um centro metropolitano. Portugal participa também deste esforço, ainda que não possua os mesmos argumen‑ A visão do leitor vai‑se aproximando cartograficamente de