Ficha Catalográfica Online
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS MATHEUS AMILTON MARTINS FESTAS PARA BOLÍVAR? ENTRE PROJETOS E SENTIDOS NAS COMEMORAÇÕES DEDICADAS AO LIBERTADOR EM CARACAS (1827, 1842, 1883) CAMPINAS 2018 MATHEUS AMILTON MARTINS FESTAS PARA BOLÍVAR? ENTRE PROJETOS E SENTIDOS NAS COMEMORAÇÕES DEDICADAS AO LIBERTADOR EM CARACAS (1827, 1842, 1883) Dissertação apresentada ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, como parte dos requisitos para a obetenção do título de Mestre em História na área de Política, Memória e Cidade. Orientador: Prof. Dr. José Alves de Freitas Neto ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO ALUNO MATHEUS AMILTON MARTINS, E ORIENTADA PELO PROF. DR. JOSÉ ALVES DE FREITAS NETO. CAMPINAS 2018 Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): CNPq, 134195/2015-9 Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas Biblioteca do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Cecília Maria Jorge Nicolau - CRB 8/3387 Martins, Matheus Amilton, 1992- M366f MarFestas para Bolívar? : entre projetos e sentidos nas comemorações dedicadas ao Libertador em Caracas (1827, 1842, 1883) / Matheus Amilton Martins. – Campinas, SP : [s.n.], 2018. MarOrientador: José Alves Freitas Neto. MarDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Mar1. Bolivar, Simon, 1783-1830. 2. Cultura política - Venezuela. 3. Feriados e festas cívicas - Venezuela. 4. Venezuela - Política e governo - 1830-1935. I. Freitas Neto, José Alves, 1971-. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. III. Título. Informações para Biblioteca Digital Título em outro idioma: Festivities for Bolívar? : between projects and meanings in the celebrations dedicated to the Libertador in Caracas (1827, 1842, 1883) Palavras-chave em inglês: Political culture - Venezuela Holydays and civic festivities - Venezuela Venezuela - Politics and government - 1830-1935 Área de concentração: Política, Memória e Cidade Titulação: Mestre em História Banca examinadora: José Alves Freitas Neto [Orientador] Freitas Neto, José Alves Luiz Estevam de Oliveira Fernandes Fabiana de Souza Fredigo Data de defesa: 21-03-2018 Programa de Pós-Graduação: História Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) Universidade Estadual de Campinas Instituto de Filosofia e Ciências Humanas A Comissão Julgadora dos trabalhos de Defesa de Dissertação de Mestrado, composta pelos Professores Doutores a seguir descritos, em sessão pública realizada em 21 de março de 2018, considerou o candidato Matheus Amilton Martins aprovado. Prof. Dr. José Alves Freitas Neto Prof Dr. Luiz Estavam de Oliveria Fernandes Profª. Drª. Fabiana de Souza Fredrigo A Ata de Defesa, assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no processo de vida acadêmica do aluno. AGRADECIMENTOS Agradeço a minha família, pois nenhuma página deste trabalho estaria escrita sem o apoio deles. Aos meus pais Velda e Cesar, pela guarida emocional incondicional e as críticas que me trouxeram maturidade e sensatez. Aos meus irmãos Júlia e Túlio, pela parceria, cumplicidade e risadas. Ao meu tio Flávio Marcilio, pela inspiração historiadora, compreensão e cervejas acompanhadas com músicas “devidamente qualificadas” para desopilar. Aos meus avós Antônia e Arli, Ivonte e Luiz, pela preocupação, carinho e conselhos que dispensaram. A meu primo Luiz Neto, pelas “porradas” que afetuosamente me ofertou no tatame e pelas ajudas com impressões. A minha tia Nazaré, que com tanta ternura me acolheu nas vezes que tive de visitar a cidade de São Paulo. Não posso deixar de registrar a minha gratidão aos meus amigos. Na parte nordestina, à agremiação do Seu Claúdio Cabaré e Regatas, composta por Ciço, Dy, Marquito, Balu, Laurinha, Gi, Gordo, Arruda, Victão, João e Geo. Sem o “suporte” deles eu não conseguiria sobreviver aos tempos de Campinas, muito menos conviver com a saudade de meu amado Recife. Dentre eles quero destacar Rafael Arruda, que além de grande amigo e interlocutor, também foi um dos revisores da presente pesquisa. Também agradeço a Aninha pelo carinho e incentivo ao longo da última etapa deste trabalho; aos meus amigos, que já foram alunos e que hoje me enchem de orgulho: Lucas, Sabrina e Kallebe; a Dayran, pelas caronas e por aguentar meu mau-humor nas jornadas Vitória-Nazaré; a Claudia, pelas músicas, discussões, pequenas revisões e girassóis; a João Pereira, pela árdua tarefa de revisar este trabalho; e à “jovenzinha” Maria de Fátima, pelo entusiasmo, carisma e por ter me ensinado a investigar histórias. Em seu turno, na banda sudestina, merecem menção os moradores da G2A, que me acolheram e me orientaram na minha temporada nas terras estrangeiras do Estado de São Paulo: Muriloves, Atílio, Lula e, em especial, Victor, que aguentou muitas de minhas leseiras e conversas d’água, além de me apresentar o horrivelmente bom hot dog paulista — que sigo acreditando carecer de carne moída —, base alimentar que me manteve vivo em Campinas. Lembro também do campineiro Sordi, pela brodagem e por tolerar assistir a jogos do Sport comigo. Aos companheiros do grupo de América da UNICAMP: Breno, Carol, Andresa, Pavani, Ivia, Priscila, Bruno, Mariana e Felipe. Agradeço por me proverem de debates político- intelectuais e por ofertarem uma dimensão da multiplicidade de olhares que compõe nosso continente. Por me convencer a afastar-me da ensolarada civilização pernambucana e me mostrar a necessidade de desenvolver meu trabalho longe de casa, agradeço — ou culpo — ao meu amigo Prof. Dr. Renato Pinto, parteiro de minhas incursões ao Sudeste selvagem deste país e primeiro “cabra” a se preocupar com minhas ideias ainda na UFPE. Neste bloco, ressalto também a contribuição intelectual do Prof. Dr. Luiz Estevam Fernandes em nossas conversas, assim como os subsídios teóricos que incorporei a minha pesquisa a partir das aulas da Profª. Drª. Iara Lis Schiavinatto e da Profª. Drª. Josianne Cerasoli. Agradeço ao meu paciente orientador e amigo, Dr. José Alves de Freitas Neto, que recebeu este retirante que vos escreve, incentivando e proporcionando confiança ao longo da peleja que foi desenvolver esta investigação. Imagino as dificuldades de orientar um megalomaníaco pernambucano. Por isso que sem a sua segurança, sua crítica (leia-se seus limites) e seus ensinamentos este trabalho seria impensável. Por fim, agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que prestou auxílio financeiro fundamental a esta jornada de pesquisa. Até que, um dia, fui acordado por golpes e estremecimentos. Estavam a mexer na minha tumba. Ainda pensei na minha vizinha, a toupeira, essa que ficou cega para poder olhar as trevas. Mas não era o bicho escavadeiro. Pás e enxadas desrespeitavam o sagrado. O que esgravatava aquela gente, avivando assim a minha morte? Espreitei entre as vozes e entendi: os governantes me queriam transformar num herói nacional. Me embrulhavam em glória. Já tinham posto a correr que eu morrera em combate contra o ocupante colonial. Agora queriam os meus restos mortais. Ou melhor, os meus restos imortais. Precisavam de um herói, mas não um qualquer. Careciam de um da minha raça, tribo e região. Para contentar discórdias, equilibrar as descontentações. Queriam pôr em montra a etnia, queriam raspar a casca para exibir o fruto. A nação carecia de encenação. Ou seria o vice-versa? De necessitado eu passava a necessário. Por isso me covavam o cemitério, bem fundo no quintal da fortaleza. Quando percebi, até fiquei atrapalhaço. Nunca fui homem de ideias mas também não sou morto de enrolar língua. Eu tinha que desfazer aquele engano. Caso senão eu nunca mais teria sossego. Se faleci foi para ficar sombra sozinha. Não era para festas, arrombas e tambores. Além disso, um herói é como o santo. Ninguém lhe ama de verdade. Se lembram dele em urgências pessoais e aflições nacionais. Não fui amado enquanto vivo. Dispensava, agora, essa intrujice. - Mia Couto, “A Varanda do Frangipani”. RESUMO A tradição política venezuelana no século XIX esteve intimamente vinculada aos usos da imagem de Simon Bolívar numa gama de manifestações sociais. As elites governantes do país, envolvidas no exercício de “fundar a nação”, frequentemente recorreram ao Libertador como uma origem a ser celebrada, uma memória que ofertasse unidade na recordação e um suporte para seus projetos de porvir. De tanto se retomar a jornada libertadora em solenidades e efemérides, paulatinamente se consolidou um calendário de homenagens ao herói. Mais que comemorar sua narrativa de fato, as cerimônias foram arranjos polissêmicos constantemente remodelados ao sabor das demandas políticas conjunturais. Diante das barreiras de uma sociedade iletrada e acostumada ao cotidiano de guerras civis, esses rituais foram capazes de desempenhar uma comunicação social cativante, ampla e pacífica. Interessado em compreender os papéis mediativos dessa retórica/ritualística bolivariana, proponho investigar os sentidos do jogo simbólico desenvolvido nas principais festas bolivarianas da Caracas oitocentista: a Entrada triunfal de Bolívar (1827), as Honras fúnebres do Libertador (1842) e o Centenário de Bolívar (1883). Mediante a contribuição de leituras da história do discurso político e antropologia ritual, desenvolvo um olhar contextualista para as crônicas do ritual bolivariano, preocupado com os modos com que a linguagem política e o sistema simbólico do bolivarianismo foram empregados para apresentar resoluções para os dramas sociais de