P M E

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PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

INTRODUÇÃO

Em 25 de junho de 2014, o governo federal aprovou a Lei do Plano Nacional de Educação, nº 13.005, que sucede o Plano Nacional de Educação anterior, em vigor do ano de 2001 até o ano de 2010. Esta lei provocou a necessidade de elaborar o Plano Municipal de Educação do município de Xavier - RS. A criação do PME se faz necessária para garantir um planejamento educacional sistemático, articulado entre a União, o Município, o Estado e a sociedade evitando a fragmentação e a descontinuidade de políticas educacionais.

Desta forma, em 25 de setembro de 2014, foi decretada a instauração da Comissão Municipal de Educação de Gramado Xavier-RS, com representação de diversos seguimentos da sociedade ligados à Educação. A referida comissão foi nomeada no dia 25 de setembro de 2014 por meio da Portaria nº 250, conforme Lei 13.005 de 25 de junho de 2014.

Esta comissão foi criada com representação das redes Municipal e Estadual de Educação, Conselho Municipal de Educação, Conselho Tutelar, Câmara Municipal de Vereadores, Sociedade Civil, Secretarias Municipais de Educação, Administração, Saúde e Assistência Social para garantir que o Plano Municipal de Educação de Gramado Xavier, fosse organizado

3 com a participação de seguimentos de toda a sociedade, e não apenas de um órgão governamental.

O texto deste Plano Municipal de Educação está organizado em três capítulos. O primeiro apresenta um breve histórico do Município, situando suas principais características culturais, sociais e econômicas. O segundo apresenta as Metas e Estratégias para a Qualificação do Plano Municipal de Educação de Gramado Xavier – RS, 2015-2025 e foi dividido em subcapítulos. Cada subcapítulo aborda um eixo temático, respeitando a Lei Federal, a Estadual e a seguinte sequência: Educação Infantil; Ensino Fundamental; Educação do Campo; Educação de Jovens e Adultos e Ensino Profissionalizante; Ensino Médio; Ensino Superior; Educação Especial; Valorização do Magistério e, por último, porém, não menos importante Financiamento da Educação.

Cada eixo/subcapítulo inicia com um diagnóstico da situação do município em relação àquele tema, seguindo para as metas e estratégias pensadas pela Comissão da Elaboração do PME. O terceiro e último capítulo, intitulado Avaliação e Acompanhamento da Execução do Plano Municipal de Educação de Gramado Xavier – RS, define quem e como se dará o acompanhamento e a avaliação da execução do PME de Gramado Xavier – RS.

4 HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE GRAMADO XAVIER

DADOS GERAIS

População estimada 2014: 4.190

População 2010: 3.970

Área da unidade territorial (km²): 217,525

Densidade demográfica (hab/km²): 18,25

Gentílico: Gramado-xavierense

Prefeito: Airton Berté

Vice-prefeito: José Aldair Ferreira Lemos

Ano de Instalação: 1993

Microrregião:

Mesorregião: Centro Oriental Rio-Grandense

Altitude da Sede: 609 m

Distância à Capital: 200 km

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD

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DEMOGRAFIA

As informações populacionais foram baseadas nos censos demográficos realizados pelo IBGE (www.ibge.gov.br) nos anos de 1970, 1980, 1991 e 2000. Além disso, também é possível encontrar as estimativas dos anos de 2001, 2002 e 2003, somente para os municípios. A metodologia utilizada pelo IBGE em relação à população residente total, por sexo e situação de domicílio é referente aos moradores habituais em cada residência. O recenseamento dos moradores habituais do domicílio que estavam ausentes na data de referência é apresentado respeitando a presença inferior a 12 meses na residência em relação à data em que foi feito o recenseamento.

O cálculo para a Estimativa Populacional respeita uma série de equações estatística desenvolvidas pelo IBGE na década de 90 dispostas abaixo:

Metodologia adotada nas estimativas populacionais municipais:

O modelo adotado para estimar os contingentes populacionais dos municípios brasileiros emprega metodologia desenvolvida pelos demógrafos Madeira e Simões, onde se observa a tendência de crescimento populacional do município, entre 2 Censos

6 Demográficos consecutivos, em relação à mesma tendência de uma área geográfica hierarquicamente superior(área maior).

O método requer a existência de uma projeção populacional, que leve em consideração a evolução das componentes demográficas (fecundidade, mortalidade e migração), para uma área maior que o município, quer dizer, para a Unidade da Federação, Grande Região ou País. Desta forma, o modelo matemático desenvolvido estaria atrelado à dinâmica demográfica da área maior.

Em síntese, o que a metodologia preconiza é que:

Se a tendência de crescimento populacional do município entre os Censos for positiva, a estimativa populacional será maior que a verificada no último levantamento censitário; caso contrário, a estimativa apontará valor inferior ao último Censo. Fonte: IBGE (www.ibge.gov.br)

ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH)

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulga todos os anos o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A elaboração do IDH tem como objetivo oferecer um contraponto a outro indicador, o Produto Interno Bruto (PIB), e parte do pressuposto que para dimensionar o avanço não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana.

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No IDH estão equacionados três sub-índices direcionados às análises educacionais, renda e de longevidade de uma população. O resultado das análises educacionais é medida por uma combinação da taxa de alfabetização de adultos e a taxa combinada nos três níveis de ensino (fundamental médio e superior). Já o resultado do sub-índice renda é medido pelo poder de compra da população, baseado pelo PIB per capita ajustado ao custo de vida local para torná-lo comparável entre países e regiões, através da metodologia conhecida como paridade do poder de compra (PPC). E por último, o sub-índice longevidade tenta refletir as contribuições da saúde da população medida pela esperança de vida ao nascer.

A metodologia de cálculo do IDH envolve a transformação destas três dimensões em índices de longevidade, educação e renda, que variam entre 0 (pior) e 1 (melhor), e a combinação destes índices em um indicador síntese. Quanto mais próximo de 1 o valor deste indicador, maior será o nível de desenvolvimento humano do país ou região.

Fonte: PNUD/Atlas de Desenvolvimento Humano (http://www.pnud.org.br/)

História do Município de Gramado Xavier/RS

Gramado Xavier foi um povoado cuja origem mais remota é um pouso dos tropeiros que transportavam gado da região de que foi o quarto município do , em direção

8 ao norte do estado e daí em direção de São Paulo. Este núcleo inicial foi durante todo o século XIX e começo do século XX ocupado por caboclos, que no entanto não se constituíam como proprietários. (KLAFKE, p.21) Por isso eram ocupantes do território subsistiam com a exploração das matas retirando a erva mate que comercializavam no município de Santa Cruz do Sul, passando por uma estrada precária, Cava Funda, com suas tropas. Na verdade os caboclos não tinham garantia de posse, pois não possuíam título de propriedade. Por outro lado a área não era comercializada visto que o governo da época mantinha um monopólio do território, pois não queria que este fosse adquirido por colonos e impedir a proliferação da erva mate, um produto importante na época com fins de arrecadação fiscal. (KLAFKE, p.21)

As terras de Gramado Xavier por outro lado eram de difícil acesso, dobradas, impróprias para a utilização que se fazia na época: a pecuária extensiva ou por colônias. Quando a erva mate perde a importância econômica que sempre tinha o governo resolve distribuir estas áreas o que ocorreu sob a forma de doação para elementos que se engajavam nas lutas que o governo imperial brasileiro sustentava com a Província da Cisplatina que afinal consegue sua independência como República do Uruguai. Estes elementos como ex-soldados mercenários recebiam doação de terras, o que aconteceu com o território entre a Colônia de Santa Cruz do Sul e a área que futuramente seria , onde se organizavam sesmarias. Barros Cassal teve origem na Sesmaria de Santo Antônio. O território que daria origem à Gramado Xavier foi recebida por um elemento conhecido como Serafim Schmidt, ex-

9 soldado mercenário. Com a apropriação do território de forma legal, os caboclos antigos moradores da área, que não tinham como receber terras em doação nem comprá-las por sua baixa renda continuaram a habitar a área onde foram admitidos pelos proprietários como peões e coletores de plantas nativas como a erva mate, pinhão etc... Mais tarde, em 1932/33 o atual território da cidade de Gramado Xavier, com cerca de 24 colônias (uma colônia corresponde a 24 ha.) foi loteada entre imigrantes de origem italiana, provenientes das colônias velhas, se inserindo no contexto de ocupação das colônias novas. Chegam diversas famílias como Ferrari, Karal, Pozzebom, Tomazi, Berté etc... Ocupam a área do povoado de forma legal, com a propriedade dos lotes.(10) Os caboclos são marginalizados e se integram na produção agrícola como peões, meeiros, ocupantes de áreas impróprias para agricultura. (KLAFKE, p.22) A maioria destes elementos, no entanto se deslocam mais para o norte do estado, um território ainda pouco ocupado, onde reproduziram as mesmas atividades que sempre desempenharam no território de Gramado Xavier.

A espacialização da produção de Gramado Xavier pode ser percebida pela periodização feita por KLAFKE, (p.25 e 26): Descrevo as bases baseadas neste autor. a)Policultura de subsistência: (1932-42) É a primeira fase de estabelecimento dos agricultores deslocados de Colônias Velhas. Ao chegarem a Gramado Xavier começam a cultivar seus lotes. Estabelece-se uma forma de aquisição da propriedade agrícola com a compra através de produtos agrícolas a serem vendidos para o

10 loteador das terras, Sr. Antônio Ferrari, o fundador do povoado. Com isso muitos agricultores foram atraídos e produziram estes produtos de subsistência: milho, feijão, batata, aipim, feijão, cevada, centeio, trigo, fumo, porco, gado, galinhas, banha, mel e etc... O agricultor vendia o produto excedente na própria casa comercial de Antônio Ferrari. Pagava as prestações dos lotes e conseguia produtos que precisa para seu consumo: sal, açúcar, café, armarinhos, utensílios domésticos entre outros.

Como a renda agrícola era pequena restava ao agricultor desenvolver uma vida sóbria. Sua moradia era feita com madeiras retiradas das matas, ricas em pinheiros, ou em tábuas um pouco mais elaboradas. Serradas manualmente. Os instrumentos de trabalho eram simples e pouco produtivos. Realizavam queimadas (coivaras) para organizar as lavouras, o que redundou num expressivo desmatamento das florestas. A madeira por sua abundância não tinha maior valor. Os encontros sociais eram feitas em torno da capela, em que os agricultores todos católicos realizavam seus cultos e seus encontros. As doenças eram tratadas com chás e o deslocamento para hospitais era muito difícil, devido a falta de estradas. As que existiam eram precárias. O transporte era feito com tropas de mulas.

b)Dos cereais: (1942-65) O agricultor de origem italiana na sua maioria que se estabeleceu em Gramado Xavier tinha conhecimento de cultivo de cereais: trigo, cevada, centeio. Mas só pode cultivar estes produtos senão em pequenas porções pelas

11 circunstâncias que o dificultavam. Neste período ocorreu uma política do governo de incentivo da produção de cereais, com um substancioso subsídio. O agricultor recebia o mesmo peso de farinha em relação aos grãos que entregava no comércio. Isto permitiu que a comunidade se dinamiza-se junto com o agricultor, pelas seguintes transformações sócio-espaciais: a estrada de acesso à Venâncio Aires melhorou, pois era por aí que se escoava a produção dos cereais. O mesmo acontece em relação à Santa Cruz do Sul. Estabelece-se a melhoria do transporte com a aquisição por Antônio Ferrari de um primeiro caminhão. Isto permitiu o escoamento da produção crescente. Aconteceu a monetarização maior da colônia. E quem conseguiu produzir um excedente pode aplicá-lo numa residência melhor bem com em benfeitorias nos lotes rurais. A população atingiu seu maior número até os dias de hoje, conforme dados do IBGE: 4.500 habitantes. A euforia tomou conta da comunidade. O tempo de ociosidade era significativo, de certa forma a policultura foi desprezada. Apenas aqueles agricultores mais operosos a mantiveram. Há registros de festas comunitárias que congregavam o conjunto da comunidade.

Neste período é realizado um plano de organização urbana da vila pelo agrimensor Debiagi em 1948 com o estabelecimento do lote urbano, com terrenos a serem comercializados. Parece que nesta atitude está o embrião do futuro município cuja emancipação acontece em 1992. O fim deste período foi marcado pela retirada repentina deste subsídio agrícola. E o povoado de Gramado Xavier sofre uma crise acentuada pela queda do rendimento. Em consequência acontece um êxodo rural

12 sem precedentes para as cidades em região de imigração italiana: especialmente e Garibaldi. A população decresceu muito e a queda do rendimento influiu na crise econômica que se estabelece. O traçado da planta é a mesma que é reproduzida em 1994, quando Gramado Xavier já se tinha emancipado.

13 c)Da Fumicultura: (1965-1990) O fumo foi cultivado em Gramado Xavier desde o início da colonização. Este fumo, de galpão, escuro ou em rolo era cultivado para o autoconsumo. Como acontece o desestímulo dos cereais o agricultor se volta para o cultivo de fumo, cuja produção era já dinâmica em Santa Cruz do Sul. Havia o complicador do acesso a este centro urbano tanto pelas estradas precárias, quanto pelas comunicações difíceis. A produção começa a se tornar importante pela ação dos comerciantes, pois eles perceberam que a alternativa para seus negócios era o plantio deste produto e sua comercialização que ficava a seu cargo. Eles forneciam sementes ao agricultor e comprava a produção do agricultor em pequenas proporções. O agricultor passou a plantar alguns produtos de subsistência para sua manutenção. O sistema, até mesmo pela diminuição outra vez do dinheiro, retomou a troca da produção excedente pelos produtos que o agricultor necessitava para subsistência (11). Esta relação comercial permitia uma acumulação nas mãos dos comerciantes, em proporção bem menor que em centros maiores. Mas foi uma saída para o agricultor, mesmo que o rendimento não se podia comparar com o da fase anterior. Já que se generalizam as relações capitalistas pois o agricultor torna-se um produtor para o capital em vista que sua produção é adquirida ao fim pelas fumageiras com a comercialização, mediada pelos comerciantes.

O capital comercial permite a dinamização da vila, com a construção de diversos equipamentos: Escola de ensino Fundamental, Posto de Saúde, Ginásio de Esportes (comunitário), melhora das vias de transporte, ligação regular de linhas de ônibus,

14 Subprefeitura para a administração local pela distância expressiva da sede de Santa Cruz do Sul. Esta dinamização não se fez sentir de forma mais visível nos lotes rurais, onde o rendimento continuava baixo.

A partir de certo momento, por volta dos anos 80 as empresas fumageiras assumem diretamente o controle da produção e da comercialização para ser feita diretamente entre produtor e fumageira, pela mediação de um técnico agrícola funcionário da empresa. Houve um prejuízo para o comerciante que não pode mais se valer do fumo como fator de comercialização e acumulação de renda. As empresas para se imporem diante dos agricultores ofereceram-lhes vantagens. Financiaram a construção de galpões e estufas com o pagamento futuro em diversas prestações sem juros. O agricultor de modo geral pode melhorar seu espaço de produção, tornando-o mais produtivo e tendo a garantia de compra por parte da empresa na qual se tornou integrado. No final deste período é visível a diferença de condição de renda dos fumicultores.(12) Enquanto aqueles que adotam a monocultura simplesmente, tem seus rendimentos reduzidos ao mínimo. Seu lote é desorganizado, não pode adotar a tecnologia mais moderna, sua residência é precária. Isto faz reduzir a perspectiva de progresso social Os filhos destes agricultores adotam o êxodo rural, para estudarem ou trabalharem em centros urbanos que lhes ofereça mais perspectivas. Aqueles agricultores que a par da produção fumageira adotam a diversificação tem uma condição melhor, embora em qualquer caso o acúmulo da renda vinda da produção fumageira se realiza nas empresas fumageiras na forma de capital.

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d)Policultura com dependência do Fumo: Da década de 90 em diante acontece uma maior diversificação agrícola ensaiada pelos agricultores com maior renda, que adotaram uma policultura. Plantio do fumo como produto principal, desenvolvendo o reflorestamento de eucaliptos, pinos e outros tipos de árvores, adotando a fruticultura, a piscicultura, bem como a produção do milho, feijão já com melhores tecnologias implementadas pela EMATER. A emancipação dos municípios já se insere neste contexto de novas atitudes econômicas e políticas.

A diferenciação dos produtores se acentuou e a falta de renda se revela nas propriedades agrícolas e nas relações sociais que envolvem o agricultor. O município se insere na modernidade ou na globalização das formas de produção. Há uma busca de novas tecnologias. A vida do agricultor se modificou com a dinamização das comunicações, antes precárias. E os agricultores com menor renda especialmente os jovens são atraídos pelos centros urbanos. A diversificação que foi adotada pelos agricultores com renda melhor, passa a ser aconselhada para os agricultores de menor renda. Se a vida do agricultor atingiu uma certa complexidade antes desconhecida, muitos agricultores não tem acesso a ela.

Novos elementos de tecnologia são incorporados à atividade agrária. E esta complexidade se incorpora no dia a dia do fumicultor na forma de informática, celulares, Internet etc...Se o

16 espaço agrícola do agricultor começa a agregar estes elementos o mesmo acontece na cidade. Surgem novos prédios, o comércio se amplia, bancos se implantam, profissionais liberais e autônomos começam a atuar na cidade, mantendo escritórios devido à demanda destes serviços.

Em Gramado Xavier se reproduzem as formas de produção que se verificaram em toda a região embora numa escala menor e num tempo um tanto defasado, pelas distâncias e a falta de comunicações.

Gramado Xavier se localiza na encosta do planalto que se delimita ao norte da Depressão Central do Rio Grande do Sul. E se limita com os municípios de ao sul, Boqueirão do Leão ao leste, Lagoão ao oeste, e Barros Cassal ao norte. É uma zona de transição entre o território do latifúndio e da pequena propriedade rural. Conforme mapa do IBGE:

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Originalmente se constituiu como 8º distrito do município de Santa Cruz do Sul conforme o mapa: (VOGT, p.19)

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Em 1992 como já foi assinalado aconteceram inúmeras emancipações de diversos municípios entre eles, Gramado Xavier. O primitivo território de Santa Cruz se fragmentou em novos municípios conforme mapa de 1991. Posteriormente este território se alterou mais uma vez com a criação do município de .

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Parece que estas emancipações se realizam dentro de um contexto específico em que as comunidades interioranas estavam marcadas pelas distâncias do polo regional, constituído por Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e Vera Cruz. Houve uma exigência maior do desenvolvimento de novas tecnologias que deveriam ser buscadas junto das empresas. Os financiamentos bancários embora bancados pelas empresas deviam ser feitas via banco que eram distantes dos lotes rurais. A par disso houve uma exigência maior de escolarização dos jovens do interior. Só havia escolas de ensino

20 médio em Santa Cruz do Sul. Com as emancipações e a criação de novos municípios, entre eles Gramado Xavier, vários equipamentos passaram a existir mais próximo do agricultor. Como a rede bancária se interiorizou, criaram-se Sindicatos de trabalhadores Rurais, o comércio de insumos e produtos agrícolas passaram a se localizar nas sedes dos municípios, abriram-se escolas de ensino médio. Delegacias de polícia e postos de saúde se fortaleceram. Com o tempo as rodovias asfálticas foram construídas. Com isso parece que a reprodução do agricultor se tornou melhor embora as contradições de modo geral não desapareceram. O rendimento do fumicultor ainda é baixo o que pode ser observado até pelo constante êxodo rural. O que pode ser observado pelo diminuição da população rural dos municípios da região.

Este êxodo rural no território do atual município de Gramado Xavier pode ser apresentado pela seguinte tabela:

TABELA 4: EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO DE GRAMADO XAVIER (SETE LÉGUAS)

______

DATA LOCALIDADE HABITANTES PERC. DE VARIAÇÃO

1940 SETE LÉGUAS 5132 __

1950 SETE LÉGUAS 4435 - 13,6%

1960 DISTR. GRAM. XAV. 3544 -20,1%

1970 DISTR. GRAM. XAV. 4071 +14,8%

21 1980 DISTR. GRAM. XAV. 2788 -31,6%

1991* DISTR. GRAM. XAV. 1760 _

2000 GRAMADO XAVIER 3666 +108,2%

Censos do IBGE:

(KLAFKE, p.6, artigo: “Urbanização de Gramado Xavier”.)

*Sem a população das localidades de Gramado dos Francos, Volta Alegre, e Santos, que posteriormente foram incorporados ao território de Gramado Xavier no ato da emancipação.

A evolução da população demonstra bem a evolução das fases agrícolas deste município. Quando a prática agricultura entra em crise por um período mais longo imediatamente isto se reflete no número da população, na territorialização das pessoas, na organização da propriedade agrícola, nos investimentos nas propriedades agrícolas e do povoado. A consequência imediata destes períodos de crise é o êxodo rural. Quando termina o subsídio aos cereais pelo governo federal isso reflete na produção de forma profunda. Foi esta a maior crise vivenciada por Gramado Xavier. A população com renda menor, e até empreendedores urbanos sem perspectivas se deslocam para , Farroupilha e Garibaldi. Com a retomada da produção agrícola pela expansão e valorização da produção fumageira, e com a perspectiva da emancipação do distrito de Gramado Xavier presente na vontade da população remanescente, a população volta a crescer. Depois de 2000 a população tem um acréscimo muito pequeno, como em todos os municípios pequenos. Na região

22 como um todo este é o comportamento mais constatável. Grande parte da população especialmente a população jovem migra para os centros urbanos maiores, Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires ou mesmo mais distantes.

DIAGNÓSTICO DA EDUCAÇÃO DE GRAMADO XAVIER

O contexto da educação em Gramado Xavier, no ano letivo de 2015, consiste em um universo de 900 alunos divididos entre a E.E.E.M. Margit Kliemann, 13 escolas municipais de ensino fundamental e uma escola municipal de educação infantil.

Relação de Escolas de Ensino Fundamental

ESCOLA LOCALIDADE ALUNOS PROFESSORES EMEF Amâncio Lª Coronel 23 02 Ferreira Vieira EMEF Coronel Vieira Lª Coronel 08 01 Vieira EMEF Espírito Santo Lª Banhado 101 14 Grande EMEF Julio de Lª Volta 15 01 Castilhos Alegre EMEF João Moré L ª Pinhal 37 08 Novo EMEF Lúcia Hoppe Linha São 49 04

23 Pedro EMEF Marquês do Linha 14 01 Palmeira EMEF Padre Antônio L. Colônia 04 01 Vieira São Paulo EMEF Pedro Álvares Linha São 12 01 Cabral José EMEF Rui Barbosa Linha Costa 12 01 do Rio EMEF Santa Clara Linha Três 15 01 Léguas EMEF São Vicente L.Gramado 12 01 dos Francos EMEF Tomás A. L. Pinhal São 132 14 Gonzaga Francisco

Relação de Escolas de Educação Infantil

ESCOLA LOCALIDADE ALUNOS PROFESSORES EMEI Cantinho da Cidade 42 09 Criança

O município mantém, ainda, turmas de Educação Infantil – Pré-Escola nas seguintes Escolas Municipais de Ensino Fundamental:

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ESCOLA LOCALIDADE ALUNOS PROFESSORES EMEF Tomás A. L. Pinhal São 13 01 Gonzaga Francisco EMEF Espírito Santo L. Banhado 12 02 Grande EMEF Lúcia Hoppe Linha São 26 02 Pedro EMEF Amâncio Linha 10 01 Ferreira Severgnini

O quadro de funcionários da Secretaria Municipal de Educação é composto pelos seguintes servidores:

FUNÇÃO QUANTIDADE Professor - área 01 25 Professor - área 02 16 Professor Educação Infantil 15 Serventes de Escola 11 Diretor 14 Vice-diretor 01 Supervisor Educacional 01 Orientador Pedagógico 02 Motorista 05 Nutricionista 01 Cargos de Confiança 05

25 Pedreiro 01

No município, a educação básica conta ainda com a EEEM. Margit Kliemann que oferece o ensino fundamental e médio completo, atendendo 430 alunos nos turnos da manhã, tarde e noite. O quadro de professores e funcionários é o seguinte:

FUNÇÃO QUANTIDADE DIRETOR 01 VICE-DIRETOR 03 ORIENTADOR EDUCIONAL 01 SUPERVISOR EDUCACIONAL 03 PROFESSORES 25 MONITORES 01 MERENDEIRAS 04 SERVENTES 03 FUNCIONÁRIOS ADMINISTRATIVOS 01

O Telecentro Comunitário localizado na Avenida Santa Cruz, nº 1499, faz parte da Secretaria de Educação e tem por objetivo atender a comunidade na área da informática, fazer parcerias para a realização de cursos e garantir espaço para os alunos da rede estadual e municipal de ensino realizarem suas pesquisas inerentes ao temas e trabalhos exigidos nas aulas.

A Biblioteca Pública Municipal Margarida Constantin Pozzebom, localizada na Avenida Santa Cruz, 1045, que foi inaugurada em 2008, possui um acervo com cerca de 3.500 livros e serve para dar suporte aos estudos e pesquisas para os alunos da educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e

26 população em geral. Possui um acervo específico para alunos do ensino superior.

METAS E ESTRATÉGIAS PARA A QUALIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO DE GRAMADO XAVIER – RS

1.1 EDUCAÇÃO INFANTIL

A Escola Municipal de Educação Infantil Cantinho da Criança, no município de Gramado Xavier, iniciou suas atividades no ano de 2007, atendendo um total de 20 crianças de 4 a 5 anos. O prédio em que funcionava a Educação Infantil era alugado. Em 2011, com recursos próprios a Prefeitura Municipal construiu um prédio próprio para a Educação Infantil, para melhor acolher as crianças, disponibilizando de um amplo espaço composto por 4 salas de aula, banheiros adaptados, berçário, fraldário, refeitório, cozinha, bem como um pátio com brinquedos para o lazer das crianças. A partir dessa nova construção, o município iniciou o atendimento de crianças na faixa etária de 0 a 5 anos.

Hoje contamos com o atendimento de aproximadamente 50 por cento das crianças na faixa etária para a Educação Infantil. A Educação Infantil está dividida entre creche que atende a EMEI Cantinho da Criança de 0 a 3 anos e alunos em idade de Pré- Escola são atendidos nas demais escolas de ensino fundamental.

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1.2.META E ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL

META 1- Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de quatro a cinco anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até três anos até o final da vigência deste PNE, de acordo com demanda.

ESTRATÉGIAS:

1.1. Ofertar educação infantil na forma de Pré-escola, para todos as crianças de 4 e 5 anos, até 2016;

1.2. Trabalhar para manter e ampliar as construções, reformas e demais melhorias na Escola de Educação Infantil, em regime de colaboração com os entes federados, captando recursos por meio do PAR e programas federais, respeitando as normas de acessibilidade, visando à expansão e a melhoria da rede física desta escola.

1.3. Continuar promovendo a qualificação dos profissionais da Educação Infantil e incentivá-los a participar de programas federais de formação inicial em pedagogia, divulgando oportunidades na Plataforma Freire, a fim de que

28 progressivamente de que todos tenham a formação específica.

1.4. Valorizar e respeitar o meio sociocultural das crianças e as peculiaridades das comunidades locais (rurais e urbanas) nas práticas pedagógicas e na construção do currículo escolar.

1.5. Incentivar a participação dos professores e profissionais na Educação Infantil em cursos de formação inicial e continuada.

1.6. Oferecer qualidade na educação infantil, tendo profissionais da área da saúde e assistência social atuantes, para atender as crianças matriculadas na creche e pré-escola e manter o programa Primeira Infância Melhor que foca o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 6 anos de idade.

1.7. Adequar o espaço físico das salas de aula onde será oferecida vagas para educação infantil e garantir infraestrutura necessária para o trabalho pedagógico de qualidade, desde a construção física até os espaços de recreação e ludicidade, adequando equipamentos, tecnologias e acessibilidade nas escolas existentes, assim como naquelas a serem criadas, de acordo com as exigências da Legislação vigente.

29 1.8. Sensibilizar as famílias para que todas as crianças de 0 a 5 anos sejam atendidas na Educação Infantil, preservando o direito da família em relação às crianças de até 3 anos.

1.9. Promover o atendimento das populações do campo nas respectivas comunidades/escolas, de forma a atender as suas especificidades, assegurando-lhes o direito à educação. 1.10 Assegurar o transporte escolar para aquelas crianças que necessitam do mesmo para chegar até a escola, ofertando a presença de um monitor para garantir o cuidado das crianças durante o percurso.

1.11 Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência das crianças na educação infantil, em especial dos beneficiários de Programa de transferência de renda. Em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de desenvolvimento social, saúde e proteção à infância;

1.12 Oferecer mais vagas para crianças de 0 a 3 anos de idade, dentro das possibilidades do Município, construindo uma nova escola para educação infantil desde que o governo Federal disponibilize verbas destinadas a este fim, preservando direito de opção da família em relação às crianças de até 3 anos.

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2. Metas e Estratégias para o Ensino Fundamental

Meta 2: Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e assegurar que pelo menos 85% (oitenta e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PME, em parceria com o Estado, a família e a comunidade escolar.

Estratégias:

2.1 Assegurar, em parceria com o Estado e a União, o acesso, o direito à educação, matrícula e permanência dos estudantes, cumprindo o que indica a Constituição Federal quanto à obrigatoriedade do Ensino Fundamental;

2.2 Aderir, sob-responsabilidade, de cada mantenedora, `a implantação dos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a base nacional comum do curricular do Ensino Fundamental;

2.3 Utilizar mecanismos para o acompanhamento individualizado dos alunos do Ensino Fundamental;

31 2.4 Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso, da permanência e do aproveitamento escolar, dos beneficiários de programas de transferência de renda, bem como das situações de discriminação, preconceitos e violências na escola, condições adequadas para o sucesso escolar dos alunos, em colaboração com as famílias e com órgãos públicos de desenvolvimento social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude;

2.5 Promover a busca de crianças e adolescentes fora da escola com apoio de órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude;

2.6 Utilizar tecnologias pedagógicas, (laboratório PROINFO, Internet) em regime de colaboração com a União e o Estado, que combinem, de maneira articulada, a organização do tempo e das atividades didáticas entre a escola e o ambiente comunitário, considerando as especificidades da demanda;

2.7 Organizar, no âmbito dos sistemas de ensino, a organização flexível do trabalho pedagógico, incluindo adequação do calendário escolar de acordo com a realidade local, conforme a legislação vigente;

2.8 Promover, em regime de colaboração, a relação das escolas com instituições e movimentos culturais, a fim de garantir a oferta

32 regular de atividades culturais para a livre fruição dos alunos dentro e fora do espaço escolar;

2.9 Incentivar a participação dos pais ou responsáveis no acompanhamento das atividades escolares dos filhos por meio do estreitamento das relações entre as escolas e as famílias;

2.10 Estimular a oferta do Ensino Fundamental, em especial dos anos iniciais, para as populações do campo, conforme a demanda, com apoio do transporte escolar;

2.11 Oferecer no currículo escolar atividades de música, teatro, dança e reforço escolar aos alunos que apresentam maiores dificuldades, bem como, adequar e ampliar as áreas de lazer e cultura nas escolas;

2.12 Apoiar atividades extracurriculares de incentivo aos estudantes e de estímulo a habilidades, inclusive mediante certames e concursos;

2.13 Apoiar atividades de desenvolvimento e estímulo a habilidades esportivas nas escolas, interligadas a um plano de disseminação do desporto educacional e de desenvolvimento esportivo.

33 2.14 Responsabilizar as famílias pela frequência escolar do aluno, assim como o acompanhamento da mesma na vida escolar, sendo que a família é também responsável pela educação da criança.

2.15 Oferecer através de cursos, palestras e encontros pedagógicos a formação continuada, para os profissionais da educação.

METAS E ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO MÉDIO

META 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PME, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 70% (setenta por cento), se atendidas todas as necessidades da educação infantil e do ensino fundamental.

ESTRATÉGIAS:

3.1 Apoiar o programa nacional de renovação do ensino médio, a fim de incentivar práticas pedagógicas com abordagens interdisciplinares estruturadas pela relação entre teoria e prática, por meio de currículos escolares que organizem, de maneira flexível e diversificada, conteúdos obrigatórios e eletivos articulados em dimensões como ciência, trabalho, linguagens, tecnologia, cultura e esporte, garantindo-se a aquisição de equipamentos e laboratórios,

34 a produção de material didático específico, a formação continuada de professores;

3.2 Aderir ao pacto federativo que tratará da implantação dos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a base nacional comum curricular do ensino médio.

3.3 Divulgar o Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM;

3.4 Expandir sob-responsabilidade dos órgãos gestores dos sistemas de ensino – administradores e normatizadores – o atendimento do ensino médio gratuito com qualidade social para as pessoas com deficiência múltiplas a fim de atender a demanda;

3.5 Expandir o atendimento do ensino médio gratuito, com qualidade social, para as populações do campo, oferecendo transporte escolar gratuito, mantendo o acesso até a escola estadual que oferece o Ensino Médio, se houver suporte financeiro por parte do Estado;

3.6 Estruturar e fortalecer, o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência dos jovens beneficiários de programas de transferência de renda no ensino médio, por meio de ações das Secretarias de Educação e Escolas, quanto à frequência, ao aproveitamento escolar e à interação com o coletivo da escola, em

35 colaboração com as famílias e com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à adolescência e juventude;

3.7 Contribuir, a partir da aprovação do PME, em regime de colaboração, para a busca ativa da população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos fora da escola, em articulação com as famílias, os serviços de assistência social, saúde e proteção à adolescência e à juventude;

3.8 Fortalecer e aprimorar os mecanismos que garantem o acesso e a frequência dos jovens à escola, através das redes de atendimento, conselhos tutelares, políticas de assistência e apoio aos jovens e suas famílias, a partir da vigência deste PME.

3.9 Incentivar a partir da aprovação deste Plano as políticas e programas que instituam mecanismos para a redução dos índices de reprovação e de evasão, principalmente nos cursos noturnos.

META E ESTRATÉGIAS PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL/INCLUSIVA

META 4: Implementar políticas de atendimento a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, TEA (Transtornos do Espectro Autista) e altas habilidades ou superdotação, permitindo o acesso à educação

36 básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.

ESTRATÉGIAS:

4.1 Aderir a programas do governo federal, ao longo deste PME, que visem a implantação de salas de recursos multifuncionais na EMEI e EMEFs completo da rede pública e fomentar a formação continuada de professores e monitores e/ou auxiliares de educação para o atendimento educacional especializado nas Escolas de Educação Básica, conforme legislação vigente.

4.2 Buscar que as escolas municipais e estadual estejam adequadas, dispondo de acessibilidade para receber e atender a demanda dos alunos matriculados portadores de necessidades especiais, aprimorando recursos didáticos e pedagógicos.

4.3 Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola ao atendimento educacional especializado, bem como da permanência e do desenvolvimento escolar dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação beneficiários de programas de transferência de renda, junto com o combate às situações de discriminação, preconceito e violência, com vistas ao

37 estabelecimento de condições adequadas para o sucesso educacional, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, à adolescência e à juventude;

4.5 Promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando a ampliar as condições de apoio ao atendimento escolar das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculadas nas redes públicas de ensino;

4.6 Implantação de uma sala multifuncional na sede do município, para atendimento da demanda de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação que requeiram medidas de atendimento especializado, conforme possibilidade orçamentária, levando em conta que a escola estadual dispõe de apenas uma sala de recursos e uma profissional com formação adequada e atende todos os alunos da rede de ensino;

4.7 Manter e ampliar, a partir da aprovação do PME, a adesão a programas suplementares de educação (Caminho da Escola por exemplo...) que promovam a acessibilidade nas instituições públicas e privadas, garantindo, a partir do acesso, a permanência com aprendizagens dos estudantes com deficiências, por meio das

38 adequações arquitetônicas, da oferta de transportes acessíveis, da disponibilidade de materiais didáticos próprios e de recursos de tecnologia assistiva, assegurando a perspectiva da educação inclusiva no contexto escolar, em todas as etapas, níveis e modalidades de ensino e das instituições públicas e privadas;

4.8 Buscar parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, a fim de favorecer a participação das famílias e da sociedade na construção do sistema educacional inclusivo;

4.9 Incentivar a formação em nível de pós-graduação na área da educação especial para profissionais concursados que atendam alunos especiais em classes regulares.

METAS E ESTRATÉGIAS PARA A ALFABETIZAÇÃO

META 5: Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental, ressalvadas as com necessidades especiais ou que tenham dificuldades no aprendizado que necessitarão de um atendimento especializado e por um tempo superior, até o final deste PME.

39

ESTRATÉGIAS:

5.1 Desenvolver os processos pedagógicos de alfabetização, nos anos iniciais do ensino fundamental, articulando-os com as estratégias desenvolvidas na pré-escola, com qualificação e valorização dos(as) professores(as) alfabetizadores(as) e com apoio pedagógico específico, através do PNAIC, a fim de garantir a alfabetização plena de todas as crianças

5.2 Utilizar instrumentos de avaliação nacional periódicos e específicos para aferir a alfabetização das crianças, aplicados a cada ano (Provinha Brasil e ANA), bem como estimular os sistemas de ensino e as escolas a criarem os respectivos instrumentos de avaliação e monitoramento, utilizando os resultados para implementar medidas pedagógicas que visem alfabetizar todos os alunos até o final do terceiro ano do ensino fundamental.

5.3 Divulgar tecnologias educacionais voltadas para a alfabetização de crianças, que assegurem a diversidade de métodos e propostas pedagógicas.

5.4 Incentivar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de práticas pedagógicas inovadoras que assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos(as)

40 alunos(as), consideradas as diversas abordagens metodológicas e sua efetividade.

5.5 Apoiar a alfabetização de crianças do campo, e outras comunidades, com o uso de materiais didáticos específicos.

5.6 Promover e estimular, sob coordenação das mantenedoras, a formação inicial e continuada de professores para a alfabetização de crianças, com o conhecimento de novas tecnologias educacionais e práticas pedagógicas inovadoras, estimulando a articulação entre programas de pós-graduação stricto sensu e ações de formação continuada de professores para a alfabetização;

5.7 garantir nas propostas político-pedagógicas das escolas, sob responsabilidade de cada mantenedora, a dimensão da ludicidade e do brincar nos currículos dos anos iniciais do ensino fundamental, respeitando as características da faixa etária dos estudantes.

METAS E ESTRATÉGIAS PARA EDUCAÇÃO INTEGRAL

META 6: : Ampliar gradativamente a educação nas escolas públicas, sob responsabilidade do Sistema Municipal de Educação, aderindo a programas disponibilizados pelo governo federal, de forma a oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender,

41 pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos ) alunos da educação básica, conforme possibilidade orçamentária.

Estratégias:

6.1 Ofertar gradativamente a Educação Básica em tempo Integral nas escolas de Ensino Fundamental completo, em regime de colaboração, com a União e o Estado, sob responsabilidade da mantenedora à adequação e estrutura dos espaços físicos: por meio de atividades de acompanhamento pedagógico e multidisciplinares, inclusive culturais e esportivas, de forma que o tempo de permanência dos (as) alunos (as) na escola, sob responsabilidade da instituição, que o tempo integral do aluno seja igual ou superior a 30 horas semanais, com a ampliação progressiva da jornada de professores em uma única escola.

6.2 Aderir, em regime de colaboração, a programa de ampliação e reestruturação de escolas com padrão arquitetônico e de mobiliário adequado para atendimento em tempo integral para as escolas de Ensino Fundamental Completo.

6.3 Aderir, em regime de colaboração, a programa nacional de ampliação e reestruturação das escolas públicas, por meio da instalação de quadras poliesportivas, laboratórios, inclusive de informática, espaços para atividades culturais, bibliotecas, auditórios, cozinhas, refeitórios, banheiros e outros equipamentos,

42 bem como da produção de material didático e da formação de recursos humanos para a educação em tempo integral.

6.4 Fomentar a articulação da escola com os diferentes espaços educativos, culturais e esportivos e com equipamentos públicos.

6.5 Estimular gradativamente, a oferta de atividades voltadas à ampliação da jornada escolar de alunos matriculados nas escolas.

6.6 Aderir, em regime de colaboração, a programas para otimizar o tempo de permanência dos alunos na escola, direcionando a expansão da jornada para o efetivo trabalho escolar, combinado com atividades recreativas, esportivas e culturais.

6.7 Elaborar, em regime de colaboração e sob coordenação das mantenedoras, diagnóstico municipal das condições e perspectivas de oferta da educação integral.

META 7: Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem buscando alcançar as seguintes médias municipais para o IDEB no Ensino Fundamental:

IDEB 2013 2015 2017 2019 2021 Anos iniciais do ensino 4.2 4.9 5.5 5.7 6.0

43 fundamental Anos finais do ensino 3.6 4.5 5.0 5.5 5.8 fundamental

Estratégias:

7.1 Implementar diretrizes pedagógicas para a educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos para cada ano do Ensino Fundamental, respeitada a diversidade local;

7.2 Diminuir gradativamente as classes multisseriadas em escolas do campo, nucleando e/ou fechando em escolas com um número menor 10 alunos, transferindo os alunos para uma escola padrão que possam atender o Ensino Fundamental completo proporcionando melhor qualidade de ensino e acesso;

7.3 Estabelecer plano de ação de modo que: a) No quinto ano de vigência deste PME, pelo menos 70% (setenta por cento) dos (as) alunos do Ensino Fundamental, tenham alcançado nível suficiente de aprendizado em relação aos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo, e 50% (cinquenta por cento), pelo menos, o nível desejável;

b) No último ano de vigência deste PME, todos os estudantes do Ensino Fundamental, tenham alcançado nível suficiente de

44 aprendizado em relação aos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo, e 80% (oitenta por cento), pelo menos, o nível desejável;

7.4 Utilizar o conjunto nacional de indicadores de avaliação institucional construído pela União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, com base no perfil do alunado e do corpo de profissionais da educação, nas condições de infraestrutura das escolas, nos recursos pedagógicos disponíveis, nas características da gestão e em outras dimensões relevantes, considerando as especificidades das modalidades de ensino.

7.5 Incentivar processo contínuo de autoavaliação das escolas de Educação Básica, resguardando as responsabilidades de cada mantenedora, por meio da constituição de instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem fortalecidas, destacando-se a elaboração de planejamento estratégico, a melhoria contínua da qualidade educacional, a formação continuada dos profissionais da educação e o aprimoramento da gestão democrática.

7.6 Cadastrar-se em programas Federais, como o PAR( Programa de Ações Articuladas) para a construção, reforma e ampliação de escolas na medida em que houver demanda no Município.

45 7.7 Disponibilizar um responsável concursado para trabalhar na Secretaria Municipal de Educação para dedicar- se exclusivamente à elaboração de projetos e captação de recursos federais e Estaduais específicos para qualificação, construção, ampliação e manutenção de toda Educação do Município.

7.8 Elaborar e executar o plano de ações articuladas, dando cumprimento às metas de qualidade estabelecidas para a educação básica pública e às estratégias de apoio técnico e financeiro do MEC voltadas à melhoria da gestão educacional, à formação de professores e professoras e profissionais de serviços e apoio escolares, à ampliação e ao desenvolvimento de recursos pedagógicos e à melhoria e expansão da infraestrutura física da rede escolar.

7.9 Aderir políticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho no IDEB, de modo a valorizar o mérito do corpo docente, da direção e da comunidade escolar.

7.10 Aderir a programas do governo federal que promovam, em consonância com as diretrizes do Plano Nacional do Livro e da Leitura, a formação de leitores e leitoras e a capacitação de professores, bibliotecários e agentes da comunidade para atuar como mediadores e mediadores da leitura, de acordo com a especificidade das diferentes etapas do desenvolvimento e da aprendizagem.

46

7.11 Fomentar, mediante articulação entre os órgãos responsáveis pelas áreas da saúde e da educação, o atendimento aos (às) estudantes da rede escolar pública de educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde.

7.12 Aderir a programas federais, que visem a aquisição de equipamentos e recursos tecnológicos digitais para a utilização pedagógica no ambiente escolar;

7.13 Atuar de forma a favorecer a inclusão e permanência na escola de adolescentes e jovens que se encontrem em regime de vulnerabilidade social, assegurando os princípios da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, resguardadas as responsabilidades de cada mantenedora;

7.14 Aderir a programas federais que visem informatizar a gestão de escolas públicas e da Secretaria Municipal de Educação;

7.15 Garantir equipe de supervisão e orientação nas escolas que oferecem Educação Infantil Ensino Fundamental, com o objetivo de atender melhor as necessidades específicas de cada estabelecimento proporcionando suporte pedagógico aos profissionais da educação e aos educandos.

47 METAS E ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO E ANALFABETISMO DE JOVENS E ADULTOS

Meta 8: Elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste Plano para as populações do campo e trabalhar para igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE.

Estratégia:

8.1 mobilizar para que seja ofertada a educação básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), articulada à promoção do desenvolvimento sustentável do campo, conforme a demanda, diagnosticada por meio de parceria das escolas, com os agentes de saúde;

8.2 Garantir o acesso a exames de certificação da conclusão do ensino fundamental e médio nos municípios que ofertam esse tipo de exame.

Educação de Jovens e Adultos

48 A Educação de Jovens e Adultos – EJA, é uma modalidade que faz parte da educação básica e consiste no direito àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos, na idade própria, do Ensino Fundamental. A sua oferta é garantida na Constituição Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e nos Pareceres nº 05/97 e 12/97 do Conselho Nacional de Educação.

A concepção de Educação de Jovens e Adultos significa uma forma de inserção legal da população demandante, com a função de promover o conhecimento, de forma a responder com pertinência e eficácia às necessidades da vida, do trabalho e da participação social dos educandos, incorporando flexibilidade no currículo, nos espaços e nos tempos escolares, permitindo percursos variados, adequados às realidades dos participantes, que se caracterizam, sobretudo, com as mais diferentes histórias de vida, que comportam pluralidade de objetivos, saberes, experiências e responsabilidades.

Se por um lado os cursos de Educação de Jovens e Adultos não devem pecar pela superficialidade, por outro, não devem incorrer na mesma falha, pelo excesso de complexidade, depende da reconstrução educacional, baseada numa ação pedagógica capaz de levar à mudança social e cultural da comunidade e consequentemente, à construção da cidadania.

Para atender a demanda numerosa e heterogênea no que se refere a interesses e conhecimentos adquiridos na prática social é

49 necessário a adequação dos Planos de Estudos que garantam a apropriação do conhecimento, garantindo a qualidade no processo ensino-aprendizagem e diminuindo a evasão escolar. Neste sentido, é necessária a oferta de materiais didáticos e técnicas pedagógicas apropriadas, além da formação continuada do corpo docente.

A proposta metodológica direcionada para a oferta do Ensino Fundamental de Jovens e Adultos deverá observar as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental, as normas do Sistema Municipal de Ensino, bem como a Resolução do Conselho Municipal de Educação no que se refere à Educação de Jovens e Adultos atendendo aos princípios expressos, abrangendo as áreas do conhecimento definidas, visando ao domínio de competências e habilidades estabelecidas para a Modalidade.

Para aproveitar, efetivamente, aprendizagens adquiridas informalmente, experiência de vida, conhecimento profissional é realizada uma avaliação criteriosa para poder constatar tais condições.

META 9: Colaborar para elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 80% (oitenta por cento) e, até o final da vigência deste PME, universalizar a alfabetização e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional, se houver programas de incentivo por parte do Governo Federal.

50

Estratégias:

9.1 Realizar diagnóstico dos jovens e adultos com ensino fundamental e médio incompletos, para identificar a demanda ativa por vagas na educação de jovens e adultos;

9.2 Divulgar e aderir o programa nacional de transferência de renda para jovens e adultos que frequentarem cursos de alfabetização;

9.3 Realizar chamadas públicas regulares para educação de jovens e adultos, buscando formar, no mínimo, uma turma de, pelo menos, 10 alunos para cada totalidade;

9.4 Reimplantar turma(s) de alfabetização de jovens e adultos com garantia de continuidade da escolarização básica;

9.5 Assegurar a oferta gratuita da educação de jovens e adultos a todos os que não tiveram acesso à educação básica na idade própria;

9.6 Realizar avaliação, por meio de exames genéricos, que permita aferir a aprendizagem de jovens e adultos com mais de 15 (quinze) anos de idade;

9.7 Aderir ações de atendimento ao (à) estudante da educação de jovens e adultos por meio de programas federais suplementares de

51 transporte, alimentação e saúde, inclusive atendimento oftalmológico, em articulação com a área da saúde;

9.8 Apoiar técnica e financeiramente projetos inovadores na educação de jovens e adultos que visem ao desenvolvimento de modelos adequados às necessidades específicas desses alunos;

9.9 Considerar, nas políticas públicas de jovens e adultos, as necessidades dos idosos, com vistas à adesão de políticas que promovam a erradicação do analfabetismo, ao acesso a tecnologias educacionais e atividades recreativas, culturais e esportivas, à implementação de programas de valorização e compartilhamento dos conhecimentos e experiência dos idosos e à inclusão dos temas do envelhecimento e da velhice nas escolas, em parceria com a Secretaria de Assistência Social.

Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensino fundamental.

Estratégias: 10.1 reimplantar o programa nacional de Educação de Jovens e Adultos voltado à conclusão do Ensino Fundamental;

10.2 estimular o aumento das matrículas na Educação de Jovens e Adultos objetivando a elevação do nível de escolaridade do trabalhador;

52

10.3 estimular a diversificação curricular da Educação de Jovens e Adultos, articulando a formação básica nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia e da cultura e cidadania, de forma a organizar o tempo e o espaço pedagógicos adequados às características desses alunos;

10.4 disponibilizar material didático se houver turmas, estimular o desenvolvimento de currículos e metodologias específicas, instrumentos de avaliação, acesso a equipamentos e laboratórios e formação continuada de docentes das redes públicas que atuam na Educação de Jovens e Adultos em parceria com os demais entes federados;

10.5 promover em parceria com os municípios da região a adesão ao programa nacional de assistência ao estudante, compreendendo ações de assistência social, financeira e de apoio psicopedagógico que contribuam para garantir o acesso, a permanência, a aprendizagem e a conclusão com êxito da Educação de Jovens e Adultos;

10.6 oferecer ajuda em parceria com os municípios da região a alunos que queiram frequentar cursos profissionalizantes.

Meta 11: divulgar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio em parceria com o Estado e entidades de classe de atuação regional viabilizando o acesso de, pelo menos 20% (vinte

53 por cento) dos alunos que frequentam a EJA, conforme demanda.

Estratégias: 11.1 fortalecer, em parceria com o Estado, em articulação com entidades afins, políticas que estimulem a produção de novos conhecimentos, o desenvolvimento de pesquisas e o intercâmbio entre EMATER e sindicatos através de feiras, eventos de divulgação científica e incentivo à criação de agroindústrias;

11.2 apoiar o Estado na criação do estágio na educação profissional técnica de nível médio regular, preservando-se seu caráter pedagógico integrado ao itinerário formativo do aluno, visando à formação de qualificações próprias da atividade profissional, à contextualização curricular e ao desenvolvimento da juventude;

11.3 divulgar a oferta de matrículas gratuitas de educação profissional técnica de nível médio pelas entidades privadas de formação profissional vinculadas ao sistema sindical e entidades sem fins lucrativos de atendimento à pessoa com deficiência, com atuação exclusiva na modalidade, buscando parcerias;

11.8 divulgar a oferta de financiamento estudantil à educação profissional técnica de nível médio oferecida em instituições privadas de educação superior;

11.9 divulgar a oferta de educação profissional técnica de nível médio para as pessoas com deficiência, transtornos globais do

54 desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

Metas e Estratégias para a Educação Superior

Meta 12: contribuir para a elevação da taxa de escolaridade dos educadores atuantes em escolas do município de Gramado Xavier, bem como dos demais munícipes, especialmente nos cursos de graduação e pós-graduação pública e gratuita, divulgando as possibilidades de bolsas e financiamentos em instituições privadas.

Estratégias:

12.1 disponibilizar um espaço na Secretaria Municipal de Educação, para pesquisar as oportunidades de graduação e pós-graduação pública e gratuita, dentro da possibilidade orçamentária, bem como de bolsas, financiamentos em Instituições Privadas e benefícios da realização da prova do ENEM (Ciência sem Fronteiras, bolsas PROUNI - Programa Universidade para Todos, do FIES - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), entre outros produzindo cartazes, enviando e-mails para os educandários;

12.2 divulgar a oferta de cursos de graduação e Pós-Graduação, inclusive de metodologias, recursos e tecnologias de educação à distância;

55 12.3 mapear a demanda de formação em nível superior dos profissionais da educação efetivos em escolas do município, considerando a relação com a área em que atuam;

12.4 divulgar processos seletivos regionais e nacionais para acesso à Educação Superior como forma de superar exames vestibulares isolados;

12.5 valorizar os estagiários atuantes na rede municipal de ensino de Gramado Xavier, para estimular que estudem e permaneçam trabalhando no município;

12.6 construir parcerias com as universidades próximas a Gramado Xavier para que estagiários, como os do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, entre outros, realizem estágio nas escolas do município.

Meta 13: contribuir para a elevação gradual do número de matrículas na Pós-Graduação strictu sensu para professores concursados que atuam na rede municipal de educação.

Estratégias:

13.1 divulgar diferentes formas de financiamento estudantil para a Pós-Graduação stricto sensu;

56 13.2 divulgar a oferta de cursos de Pós-Graduação stricto sensu, inclusive de metodologias, recursos e tecnologias de Educação a Distância;

13.3 divulgar o intercâmbio científico e tecnológico, nacional e internacional, entre as instituições de ensino, pesquisa e extensão;

13.4 prever, no Plano de Carreira do Magistério Público Municipal, oportunidades de redução de carga horária ou licença do trabalho para cursar Pós-Graduação stricto sensu em área afim a que atua, respeitando as prerrogativas estabelecidas no Plano de Carreira para que a proporção seja condizente ao total de nomeados na área de atuação.

13.5 ampliar, no Plano de Carreira do Magistério Público Municipal, as vantagens para os educadores que concluírem cursos de Pós- Graduação stricto sensu em área afim a que atua com percentuais não menores que os de graduação.

Metas e Estratégias para Valorização dos Trabalhadores em Educação e Financiamento

Meta 14: Incentivar para que todos os professores da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.

57 Estratégias:

14.1 atuar, conjuntamente, com base em plano estratégico que apresente diagnóstico das necessidades de formação de profissionais da educação e da capacidade de atendimento, por parte de instituições públicas e comunitárias de educação superior existentes no Estado, Municípios, e defina obrigações recíprocas entre os partícipes;

14.2 divulgar o financiamento estudantil aos estudantes de ensino médio no município, bem como para todos os educandários da rede de ensino de Gramado Xavier;

14.3 divulgar as oportunidades de iniciação à docência a estudantes matriculados em cursos de licenciatura, a fim de aprimorar a formação de profissionais para atuar no magistério da educação básica;

14.4 atualizar anualmente o cadastro dos profissionais de educação nas plataformas eletrônicas, como a do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE Interativo, para auxiliar as instituições competentes a organizar a oferta e as matrículas em cursos de formação inicial e continuada de profissionais da educação, bem como incentivar os educadores a atualizar e divulgar seus currículos eletrônicos;

58 14.5 aderir e desenvolver programas específicos para formação continuada de profissionais que atuam na educação da rede municipal;

14.6 valorizar as práticas de ensino e os estágios nos cursos de formação de nível médio e superior dos profissionais da educação, visando ao trabalho sistemático de articulação entre a formação acadêmica e as demandas da educação básica, buscando parcerias com Instituições de Ensino Superior

14.7 estimular a participação em cursos e programas especiais de formação específica na educação superior, nas respectivas áreas de atuação, aos docentes com formação de nível médio na modalidade normal, não licenciados ou licenciados em área diversa da de atuação docente, em efetivo exercício;

14.8 divulgar a oferta de cursos técnicos de nível médio e tecnológicos de nível superior destinados à formação, nas respectivas áreas de atuação, dos profissionais da educação de outros segmentos que não os do magistério;

14.9 desenvolver formação continuada para os profissionais da educação construída em regime de colaboração entre os entes federados;

59

2.7.1 Metas e Estratégias para a Educação Especial

Meta 15: implementar políticas de atendimento a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, permitindo o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente nas redes regulares de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados, conforme possibilidade orçamentária.

Estratégias:

15.1 contabilizar, para fins do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, as matrículas dos (as) estudantes da educação regular da rede pública que recebam atendimento educacional especializado complementar e suplementar, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular, e as matrículas efetivadas, conforme o censo escolar mais atualizado, na educação especial oferecida em instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público e com atuação exclusiva na modalidade, nos termos da Lei no 11.494, de 20 de junho de 2007;

60

15.2 promover, no prazo de vigência deste Plano, o atendimento educacional especializado, com monitor e/ou auxiliar de apoio quando necessário à demanda, de crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, observado o que dispõe a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional;

15.3 aderir a programas do governo federal, ao longo deste PME, que visem a implantação de salas de recursos multifuncionais nas EMEIS e EMEFs da rede pública e privada e fomentar a formação continuada de professores e monitores e/ou auxiliares de educação para o atendimento educacional especializado nas Escolas de Educação Básica Públicas e Privadas, conforme legislação vigente.

15.4 garantir atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais em escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados, como forma complementar e suplementar, a todos os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública e privada de Educação Básica, conforme necessidade identificada por meio de avaliação.

15.5 Estimular a pesquisa e a assessoria, articulados com instituições acadêmicas e integrados por profissionais das áreas de

61 saúde, assistência social, pedagogia, psicopedagogia e psicologia, assegurando a equipe técnica necessária para apoiar o trabalho dos professores da educação básica e assegurar monitores e/ou auxiliares de educação para auxiliar, quando necessário, na inclusão dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

15.6 aderir a programas suplementares que promovam a acessibilidade nas instituições públicas, para garantir o acesso e a permanência dos alunos com deficiência por meio da adequação arquitetônica e curricular, conforme legislação vigente, da oferta de transporte acessível e da disponibilização de material didático próprio e de recursos de tecnologia assistiva, assegurando, ainda, no contexto escolar, em todas as etapas, níveis e modalidades de ensino, a identificação dos alunos com altas habilidades ou superdotação;

15.7 garantir a oferta de educação inclusiva, vedada a exclusão do ensino regular sob alegação de deficiência e promovida a articulação pedagógica entre o ensino regular e o atendimento educacional especializado;

15.8 fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola ao atendimento educacional especializado, bem como da permanência e do desenvolvimento escolar dos alunos com

62 deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação beneficiários de programas de transferência de renda, junto com o combate às situações de discriminação, preconceito e violência, com vistas ao estabelecimento de condições adequadas para o sucesso educacional, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, à adolescência e à juventude;

15.9 fomentar pesquisas voltadas para o desenvolvimento de metodologias, materiais didáticos, equipamentos e recursos de tecnologia assistiva, com vistas à promoção do ensino e da aprendizagem, bem como das condições de acessibilidade dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

15.10 incentivar o desenvolvimento de pesquisas interdisciplinares para subsidiar a formulação de políticas públicas intersetoriais que atendam as especificidades educacionais de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação que requeiram medidas de atendimento especializado;

15.11 apoiar a ampliação das equipes de profissionais da educação para atender à demanda do processo de escolarização dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento

63 e altas habilidades ou superdotação, garantindo a oferta de professores do atendimento educacional especializado, profissionais de apoio ou auxiliares;

15.12 definir, no quinto ano de vigência deste PME, indicadores de qualidade e política de avaliação e supervisão para o funcionamento de instituições públicas e privadas que prestam atendimento a alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

15.13 aderir à iniciativa do Ministério da Educação, órgãos de pesquisa, demografia e estatística competentes, a obtenção de informação detalhada sobre o perfil das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação de 0 (zero) a 17 (dezessete) anos;

15.14 incentivar a inclusão nos cursos de licenciatura e nos demais cursos de formação para profissionais da educação, inclusive em nível de pós-graduação, observado o disposto no caput do art. 207 da Constituição Federal, dos referenciais teóricos, das teorias de aprendizagem e dos processos de ensino-aprendizagem relacionados ao atendimento educacional de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

64 15.15 promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando a ampliar as condições de apoio ao atendimento escolar integral das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculadas nas redes públicas de ensino;

15.16 promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando a ampliar a oferta de formação continuada e a produção de material didático acessível, assim como os serviços de acessibilidade necessários ao pleno acesso, participação e aprendizagem dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculados na rede pública de ensino com a criação de uma sala de recursos;

15.17 promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, a fim de favorecer a participação das famílias e da sociedade na construção do sistema educacional inclusivo.

FORMAÇÃO CONTINUADA E PÓS-GRADUAÇÃO DE PROFESSORES

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Meta 16- Formar, em nível de pós-graduação, 80% (oitenta por cento) dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PME, e garantir a todos (as) os (as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.

Estratégias:

16.1 Participar, em regime de colaboração, com o planejamento estratégico para dimensionamento da demanda por formação continuada e fomentar a respectiva oferta de formação por parte das instituições públicas de educação superior, de forma orgânica e articulada às políticas de formação do Estado e do Município;

16.2 Colaborar com SEDUC-RS, UNDIME e UNCME-RS, no planejamento estratégico para o atendimento da demanda por formação em nível de pós-graduação, mestrado e doutorado, dos professores da educação básica;

16.3 Garantir a, cada ano, cursos de formação continuada para os profissionais da área da educação em nível de conhecimento e aprimoramento metodológicos;

16.4 Divulgar portais eletrônicos que sirvam para subsidiar a atuação dos professores da educação básica, que disponibilizem

66 gratuitamente materiais didáticos e pedagógicos suplementares, inclusive aqueles com formato acessível;

16.5 Divulgar a oferta de bolsas de estudos para pós-graduação aos professores e demais profissionais da educação básica;

16.6 Assegurar tempo específico de estudo e planejamento durante o horário de trabalho para os professores da Educação Básica, conforme prescreve legislação federal.

VALORIZAÇÃO DO PROFESSOR

META 17 - Valorizar os (as) profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do quinto ano de vigência deste Plano, gradativamente, na medida em que se concretizar a ampliação dos repasses federais, conforme prevê o Plano Nacional de Educação.

ESTRATÉGIAS

17.1 Constituir, até o final do primeiro ano de vigência deste PME, fórum permanente, para acompanhamento da atualização progressiva do valor do piso salarial municipal para os profissionais do magistério público da educação básica e demais assuntos referentes ao Plano Municipal de Educação;

67 17.2 constituir como tarefa do fórum municipal permanente o acompanhamento da evolução salarial por meio de indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, periodicamente divulgados pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE;

17.3 acompanhar a efetivação da assistência financeira específica da União aos entes federados para implementação de políticas de valorização dos profissionais do magistério, em particular o piso salarial nacional profissional;

Meta 18: Incentivar para que todos os professores da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.

Estratégias:

18.1 atuar, conjuntamente, com base em plano estratégico que apresente diagnóstico das necessidades de formação de profissionais da educação e da capacidade de atendimento, por parte de instituições públicas e comunitárias de educação superior existentes nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e defina obrigações recíprocas entre os partícipes;

68 18.2 divulgar o financiamento estudantil aos estudantes de ensino médio no município, bem como para todos os educandários da rede de ensino de Gramado Xavier;

18.3 divulgar as oportunidades de iniciação à docência a estudantes matriculados em cursos de licenciatura, a fim de aprimorar a formação de profissionais para atuar no magistério da educação básica;

18.4 atualizar anualmente o cadastro dos profissionais de educação nas plataformas eletrônicas, como a do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE Interativo, para auxiliar as instituições competentes a organizar a oferta e as matrículas em cursos de formação inicial e continuada de profissionais da educação, bem como incentivar os educadores a atualizar e divulgar seus currículos eletrônicos;

18.5 aderir e desenvolver programas específicos para formação continuada de profissionais que atuam na educação de Gramado Xavier – RS em escolas do campo quando houver demanda, e para a educação especial;

18.6 valorizar as práticas de ensino e os estágios nos cursos de formação de nível médio e superior dos profissionais da educação, visando ao trabalho sistemático de articulação entre a formação

69 acadêmica e as demandas da educação básica, buscando parcerias com Instituições de Ensino Superior.

18.7 estimular a participação em cursos e programas especiais de formação específica na educação superior, nas respectivas áreas de atuação, aos docentes com formação de nível médio na modalidade normal, não licenciados ou licenciados em área diversa da de atuação docente, em efetivo exercício;

18.8 divulgar a oferta de cursos técnicos de nível médio e tecnológicos de nível superior destinado à formação, nas respectivas áreas de atuação, dos profissionais da educação de outros segmentos que não os do magistério;

18.9 desenvolver formação continuada para os profissionais da educação de outros segmentos que não os do magistério construídos em regime de colaboração entre os entes federados;

Meta 19: assegurar, no prazo de 2(dois) anos, a existência de Plano de Carreira para os profissionais do magistério da rede municipal da educação pública.

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Estratégias:

19.1 estruturar a rede pública de Educação Básica de modo que, até o início do terceiro ano de vigência do Plano Municipal de Educação, 70% (noventa por cento), no mínimo, dos respectivos profissionais do magistério e 50% (oitenta por cento), no mínimo, dos respectivos profissionais da educação não docentes sejam ocupantes de cargos de provimento efetivo e estejam em exercício nas redes escolares a que se encontrem vinculados;

19.2 efetuar, na rede pública municipal de educação básica, o acompanhamento dos profissionais iniciantes, supervisionados por equipe de profissionais experientes, a fim de fundamentar, com base em avaliação documentada, a decisão pela efetivação após o estágio probatório e oferecer, durante esse período, curso de formação continuada;

19.3 prever, no Plano de Carreira dos profissionais da educação do Município, licenças remuneradas e incentivos para qualificação profissional, inclusive em nível de Pós-Graduação stricto sensu, com incentivos não inferiores aos da graduação;

19.4 realizar anualmente, a partir do segundo ano de vigência deste Plano, em regime de colaboração, o censo dos profissionais da educação básica de outros segmentos que não os do magistério;

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19.5 considerar as especificidades socioculturais das escolas do campo e de outras comunidades, no provimento de cargos efetivos para essas escolas;

19.6 acompanhar o repasse de transferências federais voluntárias, na área de educação, para os Estados e os Municípios que tenham aprovado lei específica estabelecendo Planos de Carreira para os profissionais da educação;

19.7 estimular a existência de uma comissão permanente de profissionais do magistério da educação na rede pública municipal de ensino para subsidiar a elaboração, reestruturação e implementação do Plano de Carreira em conjunto com o CME – Conselho Municipal de Educação e Servidores da Secretaria Municipal de Educação que tenham formação docente em curso de Ensino Superior na área da Educação;

19.8 Em todos os atos de implementação ou reestruturação do Plano de Carreira do Magistério Público Municipal deverá ter o acompanhamento do CME – Conselho Municipal de Educação, que obrigatoriamente emitirá parecer de análise antes da remessa do Projeto de Lei para o Poder Legislativo, sendo este parte integrante do PL.

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Meta 20: assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas.

Estratégias:

20.1 priorizar o repasse de transferências voluntárias da União, na área da educação, se aprovado legislação específica, que regulamente a matéria na área de sua abrangência, respeitando-se a legislação nacional, e que considere, conjuntamente, para a nomeação dos diretores de escola, critérios técnicos de mérito e desempenho, bem como a participação da comunidade escolar;

20.2 divulgar os programas de apoio e formação aos conselheiros dos conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb, dos conselhos de alimentação escolar, dos conselhos regionais e de outros e aos representantes educacionais em demais conselhos de acompanhamento de políticas públicas, garantindo a esses colegiados recursos financeiros, espaço físico adequado, equipamentos e meios de transporte para visitas à rede escolar, com vistas ao bom desempenho de suas funções;

73 20.3 estimular, em todas as redes de educação básica, a constituição e o fortalecimento de grêmios estudantis e associações de pais, assegurando, inclusive, condições de funcionamento nas escolas e fomentando a sua articulação orgânica com os conselhos escolares, por meio das respectivas representações;

20.4 estimular a constituição e o fortalecimento de Conselhos Escolares e do Conselho Municipal de Educação, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e educacional, inclusive por meio de adesão a programas de formação de conselheiros, assegurando-se condições para formação de conselheiros e de funcionamento autônomo;

20.5 estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos e seus familiares na formulação dos projetos políticos-pedagógicos, currículos escolares, planos de gestão escolar e regimentos escolares;

20.6 favorecer processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira nos estabelecimentos de ensino, garantindo a carga horária necessária para planejamento ao docente, conforme norma federal e/ou estadual;

74 20.7 assegurar a participação de gestores escolares em programas de formação específica e garantir pessoal de apoio na área pedagógica, de orientação educacional e de supervisão escolar;

20.8 assegurar que o Conselho Municipal de Educação tenha sala própria e informatizada e um funcionário vinculado à Secretaria Municipal de Educação, com carga horária de vinte (20) a quarenta (40) horas semanais e carga horária de até vinte (20) horas semanais para o presidente;

20.9 Implantar a eleição de diretores, a partir do 2º ano de vigência deste plano, com a participação dos professores, funcionários, alunos e seus familiares, tendo igual direito a voto. Os candidatos às direções de escolas deverão ser docentes concursados e com estágio probatório concluído. Casa em algum educandário não houver candidato interessado, a indicação poderá ser feita pelo poder executivo desde que atenda aos quesitos de formação exigida para a prática da docência e gestão;

20.10 Dois docentes de provimento efetivo, com formação superior e pós-graduação em curso na área da educação, deverão compor o quadro de servidores da Secretaria de Educação de forma permanente para que a gestão democrática, administrativa e pedagógica não perca sua continuidade nas trocas sucessivas de governos.

75 20.11 Garantir, no segundo ano de vigência deste plano, a informatização da Secretaria Municipal de Educação, com programas especiais para emissão de históricos escolares, registro de atas finais, controle de fornecimento e relatórios da merenda escolar, controle de pessoal e controle de frequência escolar.

Meta 21: acompanhar e fiscalizar o investimento público em educação pública, de forma a buscar, no mínimo, o patamar de 4% (quatro por cento) do Produto Interno Bruto - PIB do Município no 5º (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 7% (dez por cento) do PIB ao final do decênio, respeitando receita orçamentária, incrementando a receita à majoração dos repasses estaduais e federais.

Estratégias:

21.1 garantir fontes de financiamento permanentes e sustentáveis para todos os níveis, etapas e modalidades da educação básica, observando-se as políticas de colaboração entre os entes federados, em especial as decorrentes do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e do § 1º do art. 75 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que tratam da capacidade de atendimento e do esforço fiscal de cada ente federado, com vistas a atender suas demandas educacionais à luz do padrão de qualidade nacional;

76 21.2 destinar à manutenção e desenvolvimento do ensino, em acréscimo aos recursos vinculados nos termos do art. 212 da Constituição Federal, na forma da lei específica, a parcela da participação no resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e gás natural e outros recursos, com a finalidade de cumprimento da meta prevista no inciso VI do caput do art. 214 da Constituição Federal;

21.3 fortalecer os mecanismos e os instrumentos que assegurem, nos termos do parágrafo único do art. 48 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, a transparência e o controle social na utilização dos recursos públicos aplicados em educação, especialmente a realização de audiências públicas, a criação de portais eletrônicos de transparência e a capacitação dos membros de conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb, com a colaboração entre o Ministério da Educação, a Secretaria de Educação do Estado e do Município e o Tribunal de Contas da União e do Estado;

21.4 realizar, por meio do Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais, legalmente constituídos, estudos e acompanhamento regular dos investimentos e custos por aluno da educação básica e, em todas as suas etapas e modalidades;

21.5 fiscalizar continuamente a implementação do Custo Aluno Qualidade inicial - CAQi, referenciado no conjunto de padrões

77 mínimos estabelecidos na legislação educacional e cujo financiamento será calculado com base nos respectivos insumos indispensáveis ao processo de ensino-aprendizagem e será progressivamente reajustado até a implementação plena do Custo Aluno Qualidade - CAQ;

21.6 implementar o Custo Aluno Qualidade - CAQ como parâmetro para o financiamento da educação de todas etapas e modalidades da educação básica, a partir do cálculo e do acompanhamento regular dos indicadores de gastos educacionais com investimentos em qualificação e remuneração do pessoal docente e dos demais profissionais da educação pública, em aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino e em aquisição de material didático escolar, alimentação e transporte escolar;

21.7 segundo o PNE, o CAQ será definido no prazo de 3 (três) anos e será continuamente ajustado, com base em metodologia formulada pelo Ministério da Educação - MEC, e acompanhado pelo Fórum Nacional de Educação - FNE, pelo Conselho Nacional de Educação - CNE e pelas Comissões de Educação da Câmara dos Deputados e de Educação, Cultura e Esportes do Senado Federal, assim, o PME propõe o acompanhamento do investimento destes recursos na educação, através do Fórum Municipal de Educação, o Conselho Municipal de Educação e o pelo CACS/FUNDEB;

78 21.8 caberá ao município buscar junto à União, na forma da lei, a complementação de recursos financeiros ao Município caso não consiga atingir o valor do CAQi e, posteriormente, do CAQ;

21.9 acompanhar as discussões e a implementação da Lei de Responsabilidade Educacional, que se propõe a assegurar o padrão de qualidade na educação básica, observando e adequando-a ao contexto local e à legislação federal;

21.10 analisar e fiscalizar os critérios de distribuição dos recursos adicionais dirigidos à educação ao longo do decênio, que considerem a equalização das oportunidades educacionais, a vulnerabilidade socioeconômica e o compromisso técnico e de gestão do sistema de ensino, a serem pactuados na instância prevista no § 5º do art. 7º do PN;.

21.11 tornar obrigação pública a prática da transparência das receitas e despesas, sobre o total de recursos destinados à educação no Sistema Municipal de Ensino e assegurar a efetiva fiscalização da aplicação desses recursos por meio dos conselhos Municipal de Educação, do CACS/FUNDEB, do Ministério Público, do TCE-RS e dos diversos setores da sociedade;

21.12; garantir, a partir da aprovação deste Plano, a formação dos conselheiros/as do FUNDEB no âmbito municipal, para que tenham

79 uma atuação qualificada no acompanhamento, na avaliação e no controle fiscal dos recursos, provendo-lhes suporte técnico contábil e jurídico, afim de que exerçam com maior autonomia e segurança as suas funções;

21.13 assegurar dotação orçamentária aos custeios e capacitação dos conselheiros do CACS/FUNDEB e do CME, para que se garanta o acompanhamento e o controle social sobre as aplicações dos recursos públicos vinculados e destinados à educação nas suas diversas etapas, níveis e modalidades;

21.14 garantir, a partir da aprovação do PME, que se aplique o mínimo estabelecido na Constituição Federal e na Lei Orgânica Municipal da receita líquida de impostos e transferências em despesas de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), garantindo a referida vinculação na lei orçamentária anual, a ser aprovada pelo Poder Legislativo e sancionada pelo Poder Executivo;

21.15 garantir a autonomia financeira das escolas, a partir do 8º ano, provendo os investimentos públicos necessários à gestão administrativo pedagógica, por meio da descentralização de recursos financeiros;

80 21.16 garantir a ampliação dos recursos, em especial os destinados à valorização dos profissionais da educação.

3. AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE GRAMADO XAVIER – RS

No campo educacional, o tema avaliação é recorrente, devido à importância deste processo, não apenas para fins diagnósticos, mas também para levantamento de dados que possam impulsionar mudanças ou adequações em determinado projeto. Assim, cabe esclarecer a necessidade e definir responsabilidades em relação à avaliação e ao acompanhamento da execução do Plano Municipal de Educação.

Caberá ao Conselho Municipal de Educação a responsabilidade de acompanhar e avaliar, a cada dois anos, a execução e a eficácia do Plano Municipal de Educação, ao mesmo tempo solicitando informações à Secretaria Municipal de Educação e informando-a de seu Parecer em relação à execução deste. Caberá ao CME informar o chefe do Poder Executivo e o Tribunal de Contas do Estado sobre a eficácia ou não do PME. O Conselho Municipal de Educação será designado para esta tarefa tão importante, devido a sua representatividade.

81 Considerando o conceito de avaliação, o CME não apenas emitirá seu parecer sobre a execução do PME, como também poderá propor a revisão de estratégias que não demonstrarem ser eficientes para atender determinada meta. Deverão ser registrados em ata, os encontros dedicados à avaliação do Plano, bem como os encaminhamentos resultantes desta.

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