ONHECER O INTERIOR DA NO SÉCULO XIX

∗ Nora de Cassia Gomes de Oliveira

Muitos estudos sobre o período entre 1808 e 1820 têm privilegiado os centros urbanos, em especial as capitais das capitanias e, a partir de 1821, das províncias. Da mesma forma, os espaços de representação política como as Câmaras Municipais, o Parlamento e o Executivo são objetos de estudos privilegiados na historiografia política do país. No entanto, existe uma dinâmica interna a estes centros urbanos que pouco tem aparecido nestes estudos e que, na nossa avaliação, pode revelar as experiências políticas de uma parcela da população sediada nas vilas e representada através de outros espaços políticos. Por isso, estamos desenvolvendo uma pesquisa 1 sobre o Conselho Geral da Província da Bahia como lócus de aprendizado do exercício político da elite baiana, no processo de construção e organização de um Estado recém-independente, durante o período de 1828 a 1834. Este Conselho, composto por 21 membros representantes das principais vilas da Província, nos dá a oportunidade de conhecer experiências daqueles que habitavam o mesmo território e que pouco o conheciam, a exemplo do que aconteceu nas Cortes reunidas em 1820, em Portugal, e a Assembleia Constituinte, em 1823, no Rio de Janeiro, onde, pela primeira vez, se reuniram os representantes da futura nação. A oportunidade de investigar essa experiência amplia para outros espaços e sujeitos os estudos sobre a vida política no Brasil, em outros níveis de organização do Estado, e permite contemplar um momento da história da Bahia ainda lacunar, qual seja, o período entre o pós-independência e a Regência. O estudo sobre o Conselho Geral da Província da Bahia implica na definição de um determinado espaço geográfico, que pode ser pensado nos moldes mais tradicionais, como lugar que se estabelece na materialidade física – as vilas da província- e um espaço político - pensado como espaço de aprendizagem política revelador de conceitos e práticas

∗ Professora da Universidade do Estado da Bahia e doutoranda do Programa de Pós-graduação em História, da Universidade Federal Fluminense. 1 Projeto de pesquisa Conselho Geral de província : espaço de experiência política na Bahia 1828-1834, aprovado na seleção do programa de Pós-graduação em História, da Universidade Federal Fluminense, em 2013.

pouco conhecidos da população de um território de passado colonial profundamente marcado pela estratificação social e limitados direitos políticos ou civis. O aparecimento de novos objetos e temas na pesquisa histórica e a redefinição do conceito e abrangência de documento histórico 2 ampliaram consideravelmente as possibilidades de entendimento sobre os vários aspectos da vida humana e, de certa forma, estimularam o diálogo da História com outras áreas do conhecimento que resultou em uma prática interdisciplinar do conhecimento histórico. Neste artigo nos interessa o diálogo da História com a Geografia, o que implica pensar na história como o estudo do homem no tempo e no espaço , ou seja, as transformações que afetam a vida humana e que podem ser pensadas “historicamente em um espaço que muitas vezes é um espaço geográfico ou político, e que, sobretudo, sempre e necessariamente constituir-se-á em espaço social” (BARROS, 2013: p.137). Assim sendo, discutiremos a importância do interior da província da Bahia a partir da análise da Corografia ou abreviada história geographica do Imperio do Brasil, escrita por Domingos José Antonio Rebello, em 1829. A Corografia, definida como um “estudo ou descrição geográfica de um país, região, província ou município” (FERREIRA, p.388) será considerada neste estudo como documento importante, capaz de nos aproximar dos espaços ocupados no interior da Bahia, no início do século XIX. No momento atual da pesquisa, a intensão é analisar a Corografia como uma fonte que ajuda a definir, provisoriamente, as vilas representadas no Conselho Geral de Província, considerando a projeção dada pelo autor às atividades econômicas, aos indicadores populacionais e as estrutura urbana descrita. Não sabemos exatamente a repercussão ou o nível de circulação da Corografia , mas a sua publicação cem anos depois, na revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia 3, reafirma o papel do Instituto como o “guardião da memória e produtor de saberes

2 Sobre as mudanças na produção do conhecimento histórico Cf: BURKE, Peter . A Escola dos Annales 1989-1989: A revolução francesa da historiografia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997. BARROS, José D’Assunção . A expansão da História . Petrópolis, RJ: Vozes, 2013; VAINFAS, R. e CARDOSO, Ciro F. (orgs.) Domínios da História : ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. pp.61-89. PINSKY, Carla B. e LUCA, Tania Regina de. O historiador e suas fontes . São Paulo: Contexto, 2012. 3 O Instituto Geográfico e Histórico da Bahia – IGHB foi fundado em 1894. 2

históricos e geográficos sobre a Bahia, com destaque para Salvador e Recôncavo” (NEVES, 2002: p.71). Este papel de guardião está reafirmado na apresentação da revista quando considera que a reedição da Corografia, cumpre dois deveres: o da reedição de obras antigas esgotadas sobre a Bahia e o desejo do primeiro presidente da instituição, Tranquilio Torres, que considerava a obra “verdadeiro monumento de saber e patriotismo, e desejava vel-a novamente publicada e espalhada pelos filhos d’este Estado: inúmeros serão os benefícios e conhecimentos scientificos a se generalizar ” (RIGHB, 1929, Nº 55). Escrita há quase dois séculos, a Corografia é testemunho de quem parece conhecer bem seu território. Domingos José Antonio Rebello, natural da Bahia, era comerciante matriculado na praça comercial da província e foi diretor da Companhia de Seguros Comércio Marítimo. Sua experiência e conhecimento permitiu a construção de uma descrição detalhada das características geográficas e algumas poucas opiniões sobre o desenvolvimento de atividades econômicas e organização administrativa da província. O texto escrito em 1829, foi dedicada à Casa Pia, e Collegio dos Orfãos de S. Joaquim, “para uso dos seus Alumnos, a fim de adquirirem conhecimentos Geographicos preliminares d’America em Geral, seo descobrimento; e com particular individuação do Brasil; especialmente da Provincia, e Cidade de S. Salvador Bahia de Todos os Santos”4 (REBELLO, apud RIGHB,1929. V.55, p.15-231). Dirigida ao Provedor e mesários da casa Pia e do Collegio dos órfãos, o autor assinala a sua voluntária iniciativa e o prazer em realizá-la, motivada pelo “impulso patriótico, e do mais dedicado affecto por este Pio estabelecimento de Orphandade” e define o conteúdo do texto como: breves (mas quanto basta aos órfãos), noções do bello Paiz, mimo de Natureza, possão, servindo a mesma de Preliminar estudar subsequente a historia geral e circunstanciadamente deste Hemisferio; sabendo-se primeiro o que possuímos nos três Reinos Mineral, Vegetal e Animal , e o quanto Deus foi liberal com esta terra abençoada, para então seguir-se a dos Paizes Estrangeiros; sendo indesculpavel, que ignoremos a grandeza do nosso terreno em tudo rico, e admirável (REBELLO, apud RIGHB, 1929. V.55, p.229).

Ao justificar a natureza do texto e a função a que se destinava, Domingos José Antonio Rebello demonstra certo conhecimento a respeito do que se tinha produzido sobre o Brasil e a Bahia e coloca seu texto como uma alternativa mais propícia pois

4 Os trechos do documento utilizados neste artigo foram mantidos com a grafia original. 3

a historia escrita em 1815 por Mr. Beauchamp, o qual cita todos os escritores sobre o Brasil; mas he extensa, e admirável para quem deseja saber as miúdas particularidades do seo descobrimento, e sucessos individuais , ao que não me propuz, e tão somente dar breve noção da descoberta d’ America (desta grande parte do novo mundo a que pertencemos) e uma ideia aproximada em geral do Brazil, e em particular da Província da Bahia, isto he , do mais notável, e essencial a seo respeito. A Corographia que há,he muito difusa para principiantes, e tinham escapado a seo Author muitas couzas interessantes, e outras apreciáveis nos três Reinos da natureza, que eu agora augmentei (REBELLO, apud RIGHB, 1929. V.55, p.10).

Ao que tudo indica, a iniciativa do trabalho foi bem aceita, pois em resposta, o escrivão da Mesa, Joaquim Carneiro de Campos, notifica que em proveito de instrução, que podem adquirir os meninos com esta obra, a mandou imprimir, satisfazendo assim também os desejos de V. S. e para que o publico reconheça quanto V. S. he interessado pela boa educação e prosperidade daquele Pio Estabelecimento, cujos exemplares distribuídos por aquelles, que amão as sciencias, e que darão merecimento aos trabalhos de V. S. (REBELLO, apud RIGHB, 1929. V.55, p.231).

Considerando que o texto foi dedicado àqueles que estavam iniciando os seus estudos, no caso, aos órfãos do Colégio dos Órfãos de São Joaquim 5, o caráter didático se destaca. Sendo coerente com sua proposta, o autor não apresenta uma interpretação dos acontecimentos do Brasil ou mesmo da Bahia. Seu compromisso era oferecer conhecimentos de forma mais simples e completa em relação ao que se tinha até então. Daí a descrição detalhada e privilegiada dos aspectos geográficos do Brasil que inclui os limites, rios, comércio, zoologia, filologia e, em segundo plano, os aspectos históricos “epochas mais notáveis do Brasil desde o seo descobrimento até o presente, e especialmente as desta cidade de S. Salvador Bahia de Todos os Santos” (REBELLO, apud RIGHB, 1929. V.55, p. 9). Em relação à História da Bahia, os aspectos mencionados se relacionam à história política na sua forma mais tradicional, ou seja, os aspectos administrativos. Refere-se à organização das províncias, estabelecida na Lei de 20 de outubro de 1823 e descreve a atuação da Vila de no processo de Independência, através da organização do Conselho Interino de Governo.

5O Orfanato de S. Joaquim foi uma instituição de recolhimento de órfãos pobres do sexo masculino que proporcionava ensino de primeiras letras, desenho linear, geografia, música e os ofícios de alfaiate e sapateiro. Sobre o cotidiano e a visão de mundo dos mendigos, menores abandonados e vadios da cidade de Salvador Cf:. FRAGA FILHO, Walter. Mendigos, moleques e vadios na Bahia do séc. XIX. São Paulo/ Salvador: Hucitec/ Edufba,1996), especialmente capítulo 5 . 4

O autor, como testemunha de uma época, nos mostra que, dentre as 19 províncias do Brasil, a Bahia era, de longe, a que possuía a maior quantidade de vilas, num total de 42 e, apenas uma cidade, como a maioria das demais províncias. Em 1828, a Bahia era organizada em quatro Comarcas com suas vilas assim distribuídas: Comarca da Bahia, 17 vilas; Comarca de , 9 vilas; Comarca de São Jorge dos Ilhéus, com 10 vilas e, Comarca de Jacobina, com 6. A Corografia põe em evidencia a importância econômica das vilas na medida em que apresenta suas características naturais e as atividades a elas associadas. Dessa forma, podemos destacar o peso econômico da Comarca da Bahia, devido à concentração das vilas dedicadas ao plantio da cana e o fabrico e exportação do açúcar, a exemplo de Santo Amaro, Cachoeira, Conde, São Francisco da Barra de Sergipe do Conde, que contavam também com importantes portos para fazer chegar à cidade da Bahia a produção do açúcar e de outros gêneros. Além da produção açucareira, a Corografia nos mostra outros produtos importantes na pauta de exportação das vilas da Bahia. A lavoura do algodão figurou como um dos principais cultivos na vila de , no Soure e Abadia, na Comarca da Bahia e, foi capaz de enriquecer os lavradores de Vila Nova da Rainha, Vila de Nossa Senhora do Livramento do e Vila Nova do Príncipe, na Comarca de Jacobina. Da mesma forma, o tabaco cultivado na Vila de Agua Fria, na freguesia de e de S. Estevão de Jacuípe pertencentes à vila de Cachoeira; e o de e de Jacobina que era considerado de ótima qualidade. Além da produção destinada à exportação, a Corografia, dá conta de uma dinâmica interna que envolve relações econômicas dentro das próprias Comarcas, fruto de uma diversificada produção de gêneros alimentícios e outros, que são trocados entre as vilas e suas povoações, através da realização de feiras regulares. Para a Comarca da Bahia, vale registrar a feira do povoado da Capella de Nossa Senhora da Conceição da Feira, a do arraial na Freguesia de S. José das Itapororocas, onde “he tão grande o concurso de povo, que allí se ajunta, que naquele dia se consome para mais de quarenta a cinquenta bois, descendo tropas de cavalaria com gênero do que conduzem para o mercado”(RABELLO, apud RIGHB, 1929. V.55, p.157), a da Freguesia de SS. Coração de Jesus de Pedrão, e a feira da freguesia de Nazareth, considerada a maior da província.

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Entre as 17 vilas que compõem a Comarca da Bahia, é possível identificar um grupo formado por cinco delas, quais sejam: São Francisco do Conde, Santo Amaro, Cachoeira, , Jagoaripe, que constituem núcleos urbanos com determinado nível de organização e serviços. Domingos Rebello registra a existência de ruas calçadas, edifícios suntuosos- representados pela Igreja Matriz, Casa do Senado da Câmara e Cadeia, capelas, hospitais e conventos- muitos dos quais construídos à semelhança dos da capital, casas cháns ou de sobrados, lojas, armazéns pontes, portos e cais; a presença de autoridades representadas por Juízes de Fora, Ouvidores da Comarca, e a existência, em todas as sedes das vilas, de Aulas Nacionais de Primeiras Letras e de Gramática Latina, o que se verifica também para as povoações com população mais numerosa, podendo ser também aulas particulares. Em relação à comarca de Porto Seguro, é possível perceber que a maioria dos moradores das vilas dedica-se a agricultura, pesca e extração de madeira. Na vila de Caravela parece estar o mais importante porto da Comarca; a farinha de mandioca, a garoupa e o mero, são os principais produtos de exportação. O autor não há nenhuma referência a feiras, mas, a menção a estradas faz pensar nas ligações de algumas vilas com a Província de Minas Gerais, por exemplo. Impressionado com a atividade pesqueira desenvolvida em algumas vilas, particularmente na de S. Matheus, o autor, pela primeira vez no texto, faz uma referência direta ao governo do Brasil, sugerindo a necessidade de incentivo a esta atividade. Vê na criação de uma espécie de Sociedade mercantil, a possibilidade de desenvolver a pesca em embarcações próprias e capaz de distribuir o pescado pelo Império. Tal empreendimento, em sua avaliação, estimularia o gênio especulativo, e empreendedor brasileiro, aumentaria o comercio, ajudaria a substituir o bacalhau importado e a vantagem de habilitarem-se marujos para a Marinha, tanto Nacional, como Mercantil (REBELLO, apud RIGHB, 1929. V.55, p. 195 ) As informações sobre outros aspectos são mais sucintas, por isso acreditamos que as vilas de Porto Seguro, Alcobaça, Prado e São Matheus são os núcleos urbanos mais importantes da Comarca. Para Porto Seguro o autor registrou a existência da Casa da Misericórdia, um Hospício, fundado pelos padres da Companhia de Jesus, casas de tijolos e algumas de madeira. Para todas as outras, e também Porto Seguro, a existência do Senado

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da Câmara e as aulas de primeiras letras e de Gramática Latina, e a presença de Juiz Ordinário. Quanto a Comarca de São Jorge dos Ilhéus, a agricultura também era a atividade predominante e a farinha de mandioca seu principal produto de exportação para a cidade. No entanto, aparece uma variedade de outros gêneros alimentícios como frutas, cacau, arroz, café, feijão e milho que também figuravam na lista de exportação, assim como a madeira. É importante que se ressalte a grande quantidade de portos na Comarca. Dentre suas dez vilas, seis portos foram mencionados, estando aptos para receber grandes embarcações os portos da Vila de S. Miguel da Barra do Rio de Contas, Cayrú, Valença e a povoação de Poxim; em Igrapiuna e Serinháen, os portos são pequenos; Boipeba aparece como um porto muito frequentado por embarcações, mas sem especificar de que tipo. Esta peculiaridade justificava a construção e comércio de vários tipos de embarcações tanto na Comarca de Ilhéus como na de Porto Seguro. Do ponto de vista da descrição de elementos que denotam certo desenvolvimento dos núcleos urbanos podemos dizer que as vilas de Vila de S. Miguel da Barra do Rio de Contas, Cayrú, Valença, e Olivença se destacam das demais por possuírem- além da Igreja Matriz, Senado da Câmara, Aula Nacional de primeiras letras e de Gramatica Latina- as ruas calçadas, boas casas de sobrado e, no caso de Cayrú, ser a residência original do Ouvidor da Comarca. A Comarca de Jacobina, considerada pelo autor muito extensa e populosa, em 1829, tinha a possibilidade de ser dividida em duas, sendo a sede da futura Comarca a Villa do Rio de Contas. A atividade da agricultura e pecuária eram as predominantes. O algodão era a principal lavoura para exportação, sendo também variado o cultivo de outros gêneros comestíveis como as frutas, legumes e hortaliças. A criação de gado vacum e cavalar era outra atividade forte na comarca, fazendo enriquecer criadores e negociantes. Das seis vilas que faziam parte da Comarca, duas delas haviam sido criadas recentemente, considerando-se a data de escrita do texto: Villa Nova do Príncipe e Macaúbas, fundadas respectivamente em 1810 e 1825. A Vila de Jacobina, N. Senhora do Livramento do Rio de Contas, Villa Nova da Rainha, e Villa de Santo Antônio do Urubu constituíam núcleos urbanos melhor estruturados nos moldes apontados anteriormente.

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Além das atividades econômicas e de indicadores de núcleos urbanos melhor estruturados do ponto de vista material, outro elemento importante para eleger as possíveis vilas que compunham o Conselho Geral de Província é o dado populacional. A Corografia não apresenta explicitamente a quantidade de habitantes da província da Bahia em 1829. A exceção diz respeito à Vila de Santo Antonio do Urubú de Cima que “para mostrar aa sua grandeza, e população basta ver-se, que nas ultimas eleições para nomear-se Deputados, e Senadores para a Assembleia Nacional deo 35 Eleitores a respeito de três mil e quinhentos e tantos fogos” (REBELLO, apud RIGHB, 1929. V.55, p. 195 ). No entanto, expressões atribuídas às vilas como “povoações com numerosa população e comércio”, “considerável”, “muito florescente, e comercial”, “abastada”, “florescente com vantajoso comércio”, “grande população”, “grande e populoso” “considerável”, “grande”, “florescente”, “comerciante e muito populosa”, “mediana”, influenciaram na nossa avaliação e eleição, provisória, dos principais núcleos urbanos da Bahia no século XIX. A Corografia, ao apresentar o interior da Bahia, no início do século XIX, nos permite conhecer o seu espaço físico, mas, para além disso, nos ajuda a refletir sobre o processo de construção desse espaço e as relações estabelecidas entre aqueles que o ocuparam e nele intervieram não só do ponto de vista econômico, mas também político. E, justamente por fomentar outras reflexões e a busca por outras fontes, ela cumpre um importante papel.

FONTE IMPRESSA

REBELLO. Domingos José Antonio. Corografia ou abreviada história geographica do Imperio do Brasil. Bahia na Typographia Imperial e Nacional. 1829. IN: Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia 1929, V.55 p. 9-231.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS, José D’Assunção. A expansão da História . Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

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BERBEL, Marcia Regina . A nação como artefato: deputados do Brasil nas Cortes portuguesas 1821-1822. São Paulo: Hucitec/Fapesp, 1999 . BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. Diccionario Biblliographico Brazileiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1895. V. III, p. 212. BURKE, Peter. A Escola dos Annales 1989-1989: A revolução francesa da historiografia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da língua Portuguesa. Rio de Janeiro:Nova Fronteira. 4ª edição, s/d. FRAGA FILHO, Walter. Mendigos, moleques e vadios na Bahia do séc. XIX . São Paulo/ Salvador: Hucitec/ Edufba,1996). NEVES, Erivaldo Fagundes. História regional e local : fragmentação e recomposição da historia na crise da modernidade. : Universidade Estadual de Feira de Santana; Salvador: Arcádia2. 200 PINSKY, Carla B. e LUCA, Tania Regina de. O historiador e suas fontes . São Paulo: Contexto, 2012. VAINFAS, R e CARDOSO, Ciro F. (orgs.) Domínios da História : ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. pp.61-89.

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