Cidade Antiga PopulaÇÃO E mobILIdade Nas CIdades romaNas DE PortuGal Vasco Gil Mantas Universidade de Coimbra / Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos
[email protected] 97 I Congresso Histórico Internacional. As cidades na História: População 98 Cidade Antiga Resumo Os estudos de demografia histórica revelam-se particularmente difíceis quando as fontes disponíveis são limitadas e, por vezes, controversas. Em relação à Antiguidade Clássica a informação é desequilibrada, pois mesmo o cálculo da população da cidade de Roma continua a motivar acesas discussões entre os especialista. A epigrafia revela-se muito útil no estudo da mobilidade de populações e das relações entre cidades e entre grupos sociais urbanos. No período imperial não lhe faltam testemunhos, sobretudo no seio de grupos com posição social relevante ou seus dependentes. O estatuto das cidades reflecte-se, embora nem sempre, na dinâmica da mobilidade, notando-se pontualmente maior ou menor poder de projecção ou de atracção. Algumas famílias revelam particular capacidade de inter-relacionamento, directa ou indirectamente, em especial nos centros administrativos e económicos, como os Cantii de Idanha-a-Velha, com destacada presença em Bobadela e noutros locais, assim como os Iulii daquela cidade se encontram representados na Civitas Igaeditanorum, facultando um excelente exemplo de mobilidade na Lusitânia. Finalmente, o estudo da população luso-romana deve procurar identificar os elementos oriundos da colonização ou seus descendentes. No conjunto, a problemática da relativamente reduzida população urbana do periodo romano, suscita numerosas questões, mas, por isso mesmo, constitui um estimulante campo de pesquisa. Os estudos de demografia histórica revelam-se particularmente difíceis para períodos e áreas em que as fontes disponíveis sejam escassas e, por vezes, controversas (Holleran / Pudsey 2011)1.