A. JUSS. s. s. NATIVAS DO VALE DO RIO TAPACURÁ, PERNAMBUCO

André Laurênio de Melo1, Ana Paula de Souza Gomes2, Juliana Santos da Silva3 & Margareth Ferreira de Sales4

1. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Fazenda Saco, s.n., CEP 56900-000, Serra Talhada, PE, Brasil. [email protected] 2. Faculdade de Integração do Sertão, Rua Comandante Superior, 841, Nossa Senhora da Penha, CEP 59903-490, Serra Talhada, PE, Brasil. 3. Universidade Estadual de Campinas, Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Caixa Postal 6109, CEP 13083-970, Campinas, SP, Brasil. 4. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Depto. Biologia, Rua D. Manoel de Medeiros, s.n., CEP 52171-930, Dois Irmãos, Recife, PE, Brasil.

O rio Tapacurá nasce no município de Pombos, na vertente leste do planalto da Borborema, região agreste de Pernambuco, atravessa o município de Vitória de Santo Antão e parte do município de São Lourenço da Mata até desembocar no rio Capibaribe. Originalmente em sua maior parte, o vale formado pelo rio Tapacurá era coberto por Floresta Estacional (Mata Seca) ou Floresta Perenifólia Ombrófila (Mata Úmida). Atualmente, depois de décadas de utilização do solo para plantio de cana-de-açúcar, o que resta são alguns fragmentos florestais transformados em Unidades de Conservação (UC´s)e áreas de pastagem, algumas das quais abandonadas, permitindo uma lenta regeneração natural. Alguns autores consideram que com a derrubada das formações florestais nesta área houve uma invasão de espécies da caatinga. Como a maioria das regiões ecotonais, neste caso transicional entre caatinga e mata atlântica, a região apresenta uma flora muito rica e diversificada e a família Euphorbiaceae, juntamente com a Fabaceae, é um dos principais componentes, por esse motivo foi escolhida como objeto deste estudo. Inicialmente foi realizado um levantamento nos herbários locais dos representantes da família Euphorbiaceae ocorrentes na área de estudo, sendo a coleção complementada com novas coletas, realizadas de acordo com os métodos usuais em taxonomia. As espécies foram identificadas com o auxílio de bibliografia especializada, protólogos e chaves de identificação, e através de comparações com tipos e imagens de tipos. Até o momento, foram registrados 18 gêneros e 28 espécies, sendo o gênero L., o melhor representado com sete espécies, seguido de Euphorbia L. com 4 espécies, Actinostemon Mart. ex Klotzsch e Pohl com duas e Acalypha L., Aparisthmium Endl., Klotzsch, Bernardia Mill., Dalechampia L., Gymnanthes Sw., Jatropha L., Mahihot Mill., Microstachys A. Juss., Romanoa A. Juss., Sapium P. Br., Sebastiania Spreng. e Tragia L., todos com apenas uma espécie. Em Pernambuco, Actinostemon concolor (Spreng.) Müll. Arg., Cnidoscolus oligandrus (Müll. Arg.) Pax, Gymnanthes nervosa Müll. Arg. e Romanoa tamnoides (A. Juss.) Radcl.-Sm. são referidas apenas para formações florestais deciduais, enquanto a distribuição de Sebastiania jacobinensis Müll. Arg. estende-se ainda pela vegetação de caatinga do agreste. As heliófitas, Astraea lobata (L.) Klotzsch, Dalechampia scandens L., Euphorbia comosa Vell. e Jatropha mollissima (Pohl) Baill. tem ampla distribuição no Estado.

Palavras-chave: Floresta semi-decídua, Mata Atlântica, flora, taxonomia