Diário Da Justiça
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República Federativa do Brasil Estado do Piauí Tribunal de Justiça do Estado do Piauí Diário da Justiça Secretário Geral: Paulo Sílvio Mourão Veras PRESIDENTE Des. Erivan José da Silva Lopes VICE-PRESIDENTE Des. José James Gomes Pereira CORREGEDOR Des. Ricardo Gentil Eulálio Dantas TRIBUNAL PLENO Des. Brandão de Carvalho Des. Raimundo Nonato da Costa Alencar Des. Edvaldo Pereira de Moura Desa. Eulália Maria Pinheiro Des. José Ribamar Oliveira Des. Haroldo Oliveira Rehem Des. Fernando Carvalho Mendes Des. Raimundo Eufrásio Alves Filho Des. Joaquim Dias de Santana Filho Des. Francisco Antônio Paes Landim Filho Des. Sebastião Ribeiro Martins Des. José James Gomes Pereira Des. Erivan José da Silva Lopes Des. Pedro de Alcântara Macêdo Des. José Francisco do Nascimento Des. Hilo de Almeida Sousa Des. Ricardo Gentil Eulálio Dantas Des. Oton Mário José Lustosa Torres Des. Fernando Lopes e Silva Neto ANO XXXIX - Nº 8343 Disponibilização: Terça-feira, 12 de Dezembro de 2017 Publicação: Quarta-feira, 13 de Dezembro de 2017 Diário da Justiça do Estado do Piauí ANO XXXIX - Nº 8343 Disponibilização: Terça-feira, 12 de Dezembro de 2017 Publicação: Quarta-feira, 13 de Dezembro de 2017 1. EXPEDIENTES DA PRESIDÊNCIA [] 1.1. Decisão PROCESSO: 17.0.000011103-1 RECORRENTE: L & P SERVIÇOS LTDA (CNPJ Nº 10.846.808/0001- 48)527944 Decisão Nº 5573/2017 - PJPI/TJPI/SAJ PROCESSO: 17.0.000011103-1 RECORRENTE: L & P SERVIÇOS LTDA (CNPJ Nº 10.846.808/0001-48) Trata-se de Recurso Administrativo interposto pela empresa L & P SERVIÇOS LTDA contra decisão dA Comissão Permanente de Licitação que a DESCLASSIFICOU no Pregão Eletrônico nº 35/2017, cujo objeto envolve aaquisição de GRUPOS GERADORES A DIESEL CARENADOS E SILENCIADOS, incluindo serviço de montagem de Quadro de Transferência Automática - QTA completo e fornecimento/instalação de toda a infraestrutura (mão de obra e material) necessária para o perfeito funcionamento dos geradores, visando atender às necessidades dos prédios deste Tribunal de Justiça. A recorrente classificou-se na segunda colocação após a disputa do Lote 01, tendo sido convocada para envio dos documentos de habilitação após a desclassificação da primeira arrematante. Ao apreciara documentação apresentada, o pregoeiro constatou que aempresa convocada (ora recorrente) constava no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) e sofria sanção do art. 87, II da Lei nº 8666/1993, aplicada pelo2° Batalhão de Engenharia de Construção do Piauí PI, com início em 20/03/2017 e término em 19/09/2017, motivo que acarretou sua desclassificação. A recorrentealega, em resumo: 1) que fez encaminhamento ao 2º BEC, através de e-mail, de documentos provando sua regularidade, com encaminhamento de todas as certidões, não havendo mais problema referente à desatualização no SICAF; 2) que a documentação enviada não foi juntada no processo administrativo em trâmite no 2º BEC, configurando cerceamento de defesa; 3) que a restrição que se apresentava além de abusiva era ilegal; 4) que pela lei não se pode impedir que a recorrente continue no procedimento licitatório, por conta de irregularidade; 5) que, caso houvesse dúvidas quanto a autenticidade, deveria a comissão de licitação promover a competente diligência nos termos do art. 43 da Lei nº 8.666/93; 6) que a recorrente está totalmente desimpedida e, mesmo que houvesse, a Lei 123/2006 faculta a apresentação posterior de documentação em prazo especificado; 7) que denota-se clara afronta aos Princípios da Competitividade e Eficiência e da Melhor Contratação; 8) que o certame licitatótio visa a escolha a escolha do futuro contratante que apesente a melhor proposta para a Administração Pública;9) que sobejam elementos que a Recorrente é do ramo, com vasta capacidade técnica, o qual foi cabalmente comprovado e 10) que a sua desclassificação trata-se de um excesso de formalismo e rigor exagerado, não se amparando na legislação e jurisprudência pertinentes. É o relatório. Decido. Sobre a questão em análise, o Edital do pregão estabelece: 5.2.Não poderão participar desta licitação empresas que se enquadrarem em uma ou mais das seguintes situações: 5.2.9.Estejam sancionadas com a suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, qualquer que seja a esfera do órgão prolator da sanção, conforme arts. 87 e 88 da Lei 8.666/93 e Memorando nº 1118/2017-PJPI/TJPI/PRES. 5.2.9.1.Para fins de comprovação desse item será consultado, pelo Pregoeiro/equipe de apoio, o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS). Clarividente que a empresa recorrente, ciente da sua condição de empresa penalizada (art. 87, II, da Lei 8.666/93), não deveria sequer ter participado do certame. Quanto às alegações de 1 a 4, vale ressaltar que não cabe à Comissão Permanente de Licitação entrar no mérito da punição aplicada, se é legítima ou não, mas tão-somente confrontar as informações de cadastro de cada participante com a "Lei" daquela licitação, qual seja, o seu Edital. No que tange a alegação nº 5, a empresa L & P SERVIÇOS LTDAafirma, equivocadamente, "que, caso houvesse dúvidas quanto a autenticidade, deveria a comissão de licitação promover a competente diligência nos termos do art. 43 da Lei nº 8.666/93". Sobre a matéria, vejamos o que preceitua o art. 43, §3º, da Lei 8.666/93 da Lei 8.666/93: § 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar originariamente da proposta. Constata-se que a realização de diligências é facultada em caso de dúvida, a fim de esclarecer ou complementar alguma situação, o que não é o caso dos autos, já que quanto a inscrição da empresa no CEIS (certidão0249176) não há duvidas, pelo contrário, resta evidente. Assim, a alegação da empresa quanto ao não diligenciamento por parte da CPL-1 não merece prosperar. Quanto a alegação 6, a recorrente aponta que está totalmente desimpedida e, mesmo que houvesse restrição, a Lei 123/2006 faculta a apresentação posterior de documentação em prazo especificado, in verbis: Art. 43. As microempresas e as empresas de pequeno porte, por ocasião da participação em certames licitatórios, deverão apresentar toda a documentação exigida para efeito de comprovação de regularidade fiscal e trabalhista, mesmo que esta apresente alguma restrição. § 1o Havendo alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal e trabalhista, será assegurado o prazo de cinco dias úteis, cujo termo inicial corresponderá ao momento em que o proponente for declarado vencedor do certame, prorrogável por igual período, a critério da administração pública, para regularização da documentação, para pagamento ou parcelamento do débito e para emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com efeito de certidão negativa. Está claro que a concessão do prazo estabelecido no art. 43, § 1º, da LC 123/2006servirá apenas para comprovação da regularidade fiscal e trabalhista, desde que os documentos, mesmo com restrição, tenham sido apresentados no tempo oportuno. Não cabe a aplicação do benefício concedido pela LC 123/2006 à recorrente, uma vez que a empresa foi desclassificada por constar seu nome no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, situação que não se enquadra no dispositivo supracitado. O afrontamento aos Princípios da Competitividade, Eficiência e da Melhor Contratação (alegação 7), bem como o fato de que o certame licitatótio visa a escolha da melhor proposta para a Administração Pública (alegação 8), também foram argumentos trazidos pela empresa L & P SERVIÇOS LTDA. Não se pode olvidar que a verificação de condições de aceitação dos documentos apresentados em licitações públicas deve ser feita com observância dos requisitos que se prestam à sua finalidade, contudo, respeitando o princípio da vinculação ao instrumento convocatório e as formalidades exigidas no certame. Ressalta-se que a Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada ( art. 41, caput, da Lei n. 8.666/93). A vinculação ao Edital é, portanto, um princípio inerente a todo procedimento licitatório, pois estabelece as regras do certame, de modo a garantir, dentro da própria licitação, a justa competição entre os concorrentes. Assim, a partir do momento em que as empresas se dispõem a participar de uma licitação, recebem as regras a que estão submetidas, e se comprometem a cumprir a exigências estabelecidas. Não se podefalar que a CPL-1 violou o Princípio da Competitividade, pois o Edital do Pregão Eletrônico nº 35/2017 se aplica a todos os licitantes, inclusive à Administração Pública, e não há no referido instrumento nenhuma exigência irrelevante e destituída de interesse público, que restrinja a competição. Ademais, ao obedecer as regras editalícias, a Administração está buscando o bem comum, além de exercer sua atividade com presteza, Página 2 Diário da Justiça do Estado do Piauí ANO XXXIX - Nº 8343 Disponibilização: Terça-feira, 12 de Dezembro de 2017 Publicação: Quarta-feira, 13 de Dezembro de 2017 perfeição e rendimento funcional, tudo calcado no Princípio da Eficiência. Outro princípio inerente às licitações é o da isonomia ou igualdadeentre as partes, constante no art. 37, XXI, da CF/88. O princípio da isonomia deve ser interpretado de forma sistêmica ao princípio da vinculação do edital, pois este estabelece as regras do certame e aquele garante, dentro da própria licitação, a justa competição entre os concorrentes. Noutra senda, vale trazer a baila o art. 3º da Lei nº 8.666/93, que assim dispõe: Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional, e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.