Jornal UFG CORREIOS
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Impresso Especial 9912229887-DR/GO UFG Jornal UFG CORREIOS PUBLICAÇÃO DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – ANO VI – Nº 49 – NOVEMBRO/DEZEMBRO – 2011 MaturidadeUFG 51 para Anos o futuro Crescimento vertiginoso da universidade é acompanhado de esforço, adaptação e planejamento Ilustração: Ulisses Abreu Jornalismo Científico Mediação entre cientistas e a sociedade, para Wilson Bueno, ainda é falha na formação profissional e na falta de sensibilidade dos dirigentes O Brasil na geopolítica de comunicação e do governo Novo mapa político do mundo aponta p. 3 rumo do país a uma economia colonial, em detrimento de um projeto de Qualidade de vida no trabalho economia nacional, crise que afeta toda São muitos os fatores que envolvem o bem- a América Latina. Especialistas creem, estar do trabalhador e o alcance desse objetivo ainda, no risco de uma guerra mundial também depende dele. A UFG forma primeira p. 11 turma de Multiplicadores de QVT p. 5 e 6 2 Jornal UFG DESTAQUE Goiânia, novembro/dezembro 2011 Jornal UFG ENTREVISTA Goiânia, novembro/dezembro 2011 3 Wilson da Costa Bueno EDITORIAL CÂMPUS EM FOCO Razões para a profissionalização Edward Madureira Brasil* Colégio de Aplicação: a alegria do reencontro Em clima de festa, samba e chur- orgulhosos de ver quantas pessoas já pas- em jornalismo científico rasco, amigos se reencontraram e troca- saram pelo Colégio de Aplicação e, agora, ram lembranças do tempo de escola na retornam com os olhos brilhando de sau- Maturidade para planejar o futuro Flávia Gomes 2ª Confraternização do Colégio de Apli- dades da nossa escola”, comentou Maria ia 14 de dezembro, a UFG completa 51 anos de uma cação, atual Centro de Ensino e Pesqui- José de Oliveira Faria, diretora do Cepae. Michele Martins Todo jornalista tem a obrigação comunicação e até do história riquíssima, repleta de muitas lutas, mas tam- sa Aplicada à Educação (Cepae). No dia O destaque foi o lançamento do primeiro de ter uma visão crítica da rea- governo para perceber bém de muitas conquistas, com grande contribuição três de dezembro, reuniram-se no pátio livro do professor Geraldo Faria Campos, atuação dos jornalistas lidade e saber fazer as perguntas a importância da divul- D do colégio professores, pais, alunos e ex- em centros de pesquisa certas para conseguir as informa- gação científica. Não há para o desenvolvimento regional. Especialmente nos últimos Janelas da liberdade. A obra compila crô- quatro anos, a universidade experimentou um grande cresci- -alunos de várias gerações, que vieram nicas e poemas e foi organizada por ex- e tecnologia, seja na ções de interesse público. Qual é espaços regulares, não mento em razão do Programa de Apoio a Planos de Reestru- até de outros estados para celebrar jun- -alunos e colegas do autor, editada pelo A o grande diferencial de um jorna- há editorias, não há jor- cobertura diária dos veículos turação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) ins- tos a memória da escola. “Nós ficamos próprio Cepae da UFG (Cegraf). de comunicação de massa, seja lista que se especializa na área de nalistas especializados na tituído pelo governo federal, em 2007. Esse crescimento, que no trabalho das assessorias de ciência? maior parte dos veículos trouxe muitas vantagens, tem exigido, em alguns momentos, comunicação, é uma atividade O jornalismo científico come- e, por isso, os equívocos e ça antes da produção da matéria, o repasse de informações um extraordinário esforço de adaptação à nova realidade. primordial para a sociedade. Contudo, o caminho que a UFG tem percorrido rumo à ma- quando o repórter avalia o contexto erradas são cada vez mais Uma das principais obrigações turidade é bastante seguro e lhe permite aceitar os desafios em que a notícia é gerada. O jorna- frequentes. As pautas muitas que se apresentam e planejar com mais clareza o seu futuro. é chamar a atenção para lista deve saber quem lucra com a vezes são escolhidas por inte- A maior dificuldade continua sendo o número ain- as implicações da produção divulgação e os interesses por trás resses empresariais, aspectos científica no cotidiano dos da reduzido de servidores técnico-administrativos. No que Fotos: Mário Braz dessa divulgação. No jornalismo curiosos da ciência. Há se refere ao quadro de servidores docentes, a ampliação cidadãos. Foi nessa área que científico, temos o compromisso de uma distorção da co- foi condizente com o crescimento institucional. Somamos, o trabalho do professor Wilson checar as informações e de qualifi- bertura de ciência hoje, mais de dois mil professores, sendo mais de 1 mil e da Costa Bueno tornou-se car a cobertura, o que é um siste- e tecnologia que 500 doutores, números que têm reflexos positivos na quali- referência. Sempre muito ma muito particular de produção de compromete a dade do nosso ensino. crítico e chamando a atenção conhecimento. E se não dominamos própria ima- Atualmente trabalhamos com um projeto de univer- para o olhar atento que os o tema, não temos conhecimento gem que a sidade multicâmpus. Em breve, com o início das atividades jornalistas devem voltar para dessa cultura científica, cometere- população em Aparecida de Goiânia e Cidade Ocidental, somaremos seis os bastidores da ciência, ele mos erros típicos importantes. Se tem da ci- câmpus, e há espaço para crescer ainda mais. A UFG movi- concedeu esta entrevista ao um político fala uma coisa hoje, fala ência e tec- menta-se no sentido da inserção e da atuação em grandes uma coisa diferente no dia seguin- nologia, da redes, como a da Associação Nacional dos Dirigentes das Ins- Jornal UFG durante a 63ª Reunião Anual da SBPC, te, podemos até achar isso razoável. sua importância. tituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que visam à Mas o cientista é coerente. Ele está realizada na UFG em julho. produzem ciência que são os institu- colaboração interinstitucional em todas as áreas, no ensino, preocupado com a precisão da in- O que o senhor pensa do trabalho tos de pesquisa, as empresas e, so- na pesquisa e na extensão. Wilson da Costa Bueno atua Professores, familiares e ex-alunos formação e nos cobra isso. Portanto, de divulgadores que são cientis- bretudo, as universidades, a presen- Além da maturidade para decidir sobre o seu futuro, a em duas frentes de estudos: de diversas turmas estiveram há uma cultura particular na pro- tas? ça da ciência e tecnologia da mídia UFG reúne massa crítica suficiente para consolidar-se como presentes no evento. o jornalismo especializado, dução da matéria de ciência e tec- Somos tão carentes da amplia- cresce vertiginosamente. A garantia uma grande universidade. Para isso precisamos continuar com O mestre Geraldo Faria autografou envolvendo três grandes áreas nologia. Acho fundamental repassar ção do debate sobre o conhecimen- desse espaço está relacionada com o o trabalho que vem sendo realizado na graduação, balizadora do mais de 300 exemplares do seu – a ambiental, a de saúde e a o jargão, o método, a história, a filo- to de temas científicos que temos trabalho das assessorias, porque elas ensino superior no estado de Goiás, e investir na pós-graduação científica – e os estudos sobre sofia da ciência. de contar com todos. Há cientistas fazem a mediação com a imprensa, e na internacionalização, buscando garantir para os nossos pro- livro Janelas da liberdade comunicação empresarial. que fazem um trabalho formidável coisa que o pesquisador dificilmente gramas conceitos internacionais de qualidade. Dessa forma, a Professor aposentado da UFG rompe os seus próprios limites e amplia sua perspectiva de Quais as principais orientações de divulgação científica. Posso citar consegue fazer. Esse processo de me- Universidade de São Paulo conquistar mais espaço no estado, no país e mesmo no cenário Zaíra Varizo é Professora Emérita para os jornalistas que cobrem ci- o Marcelo Gleiser e, apesar das mi- diação é comum nas empresas, co- internacional. O momento é propício para extrapolar a mobilida- (USP) e hoje vinculado à pós- ência e tecnologia? nhas restrições aos compromissos mum nos governos e é fundamental Professores, alunos e servidores téc- graduação da Universidade A ideia é que a divulgação com laboratórios, posso citar o dou- para a área de ciência e tecnologia. de internacional e trabalhar espaços colaborativos de pesquisa nico-administrativos prestigiaram no dia em grandes redes internacionais. Metodista de São Paulo, onde científica, por meio do jornalismo tor Drauzio Varella. Muitos jornalis- As fundações de amparo à pesquisa 24 de novembro a entrega do título de Pro- científico, não comece na produção tas científicos possuem formação em têm feito um trabalho importante e Para que tudo isso seja possível, as universidades pre- fessora Emérita da UFG a Zaíra da Cunha também tem atuado há mais de da matéria. Tem de começar antes, outras áreas, como Física, Biologia, isso não era comum há 15 anos. cisam continuar unidas na luta pelo reconhecimento da auto- Melo Varizo. O evento foi realizado na uni- 30 anos, Wilson da Costa Bueno na observação do contexto em que Medicina. Acho que essa formação nomia. É imprescindível que o cidadão compreenda essa au- dade em que a professora Zaíra atuou, o é um dos poucos professores essa matéria é gerada. A ciência não complementar deveria ser incenti- Em muitos casos essas fundações tonomia e reconheça sua importância. Logo, a aproximação Instituto de Matemática e Estatística (IME). Carlos Siqueira no Brasil que estudou tão é uma área isenta de interesses ou com a sociedade, mais do que necessária, faz-se determinan- Emocionada, ela declarou que este foi um profundamente a relação vada, para reforçar o compromisso ficam sujeitas às conjunturas e independente, como podemos ima- social de divulgar a ciência. te. E ela pode ser alcançada sobretudo mediante a concepção momento mágico em sua vida. Zaíra Varizo entre a mídia e a ciência e que aos interesses políticos, o que ginar.