Órgão Ofi cial do Sindicato dos Músicos No 40 - Edição de Abril a Junho de 2008 www.sindmusi.org.br Profi s sionais do Estado do Rio de Janeiro e-mail: [email protected]

Parceiros Estratégicos CulturaPREV Parceiros Institucionais Aprovada em Brasília a volta do ensino musical nas escolas Câmara aprova por unanimidade a volta da Música brasileira em festa educação musical no ensino fundamental com Edino e Sandrino ” Pág.4

Charge de Chico Caruso publicada na primeira pagina de O Globo em 17/03. Entrevista: 1ª Conferência Internacional de Joyce lança DVD Músicos de Orquestra na Alemanha. em 2008 Cantora comemora os 40 anos de carreira com Felipe Radicetti, compositor e coordenador do Grupo de Articulação novo DVD e homenagem Pág.3 Parlamentar Pró Música - GAP. à Bossa Nova. Pág.7 Pág.6

SindMusi marca presença representando o Brasil Veja também... Empresas aéreas 5 Comemoração 8 Aperfeiçoamento 11 Instrumentos musicais tratados como carga Robertinho Silva e os 50 anos de carreira. Nova turma para ofi cina de Produção e traz problemas para o músico.TAM recon- O músico é convidado de Daniel Batera dia Gestão Cultural a partir de 10 de junho. sidera instrumentos como bagagem. 2 de junho no Teatro do SESI. Inscrições antecipadas têm desconto.

Jornal Musical No 40 1 Tabela de Cachês para Trabalhos Eventuais (Valores em Reais - a partir de 09/05/08) Músicos contratados no Rio de Janeiro receberão cachês estabelecidos na tabela do SindMusi/RJ

Palavra de Presidente Déborah Cheyne CD Tapes Especiais Por Período Teatro/ Historieta/ etc Chamada mínima 03 períodos ...... R$ 565,00 Por Período ...... R$ 190,00 Instrumentista/ Corista/ Ritmista por período ...... R$ 190,00 Cachê de Televisão Dobra 01 período ...... R$ 190,00 Chamada mínima de 05 horas ...... R$ 785,00 Solo 10 períodos ...... R$ 1.885,00 Hora Excedente ou fração ...... R$ 235,00 Coisa de Mulher Por Faixa O processo discriminatório entre os sexos é histórico. Anali- Faixa (Instr./ Corista/ Ritmista) ...... R$ 565,00 Por show ...... R$ 785,00 Dobra ...... R$ 190,00 Por ensaio (máx. 03 horas) ...... R$ 785,00 sando esse processo até os dias de hoje, constatamos que as Solo ...... R$ 1.885,00 Hora extra de ensaio ...... R$ 265,00 desigualdades existentes entre homens e mulheres ocorrem em Making Of de CD Acompanhamento de Artistas Por faixa ...... R$ 280,00 quase todas as sociedades. Muitas vezes as mulheres sofrem Nacionais no Exterior uma condição de múltiplas e cumulativas discriminações: cor, Obs: Tempo máximo para gravação de uma faixa 2h30m. Hora excedente ou fração. Por show ...... R$ 1.570,00 etnia, condição social, aparência, etc...... R$ 190,00 Acompanhamento de Artistas Estrangeiros Todo processo de transformação da dinâmica que rege as DVD Por show ...... R$ 975,00 relações econômicas e sociais está subordinado às estruturas Por Faixa ...... R$ 565,00 Por ensaio (máx. 03 horas) ...... R$ 975,00 de poder. Daí, para utilizar um neologismo, a necessidade de Obs: Caso o material gravado para o DVD se con- Hora extra de ensaio ...... R$ 325,00 verta em CD, deverá ser pago em adicional o valor Obs: O valor do show inclui passagem de som “empoderar” (incluir nas estruturas de poder, infl uência e de- de tabela para gravação de CD. (sound-check) de 3 horas. Após este tempo, paga- cisão) as mulheres. Essa não é a melhor, mas a ÚNICA maneira Arranjo se hora extra de ensaio. de resgatar a milenar injustiça praticada contra aquelas que Por arranjo ...... R$ 1.330,00 Concerto Sinfônico, Câmara, Balé, são mães, irmãs, esposas e atoras de um mercado de trabalho Por Regência ...... R$ 1.330,00 Ópera, Opereta e Congêneres onde percebem salários inferiores aos dos homens em 30% e até Cópias - Garantia mínima 550 compassos ...... R$ 260,00 Orquestra - por Espetáculo 50%, exercendo a mesma função. Na sua esmagadora maioria Por compasso ...... R$ 0,50 Spalla ...... R$ 600,00 os cargos de chefi a e comando são ocupados pelos homens. No Instrumentista - Cordas/ Sopros Jingle ou Vinheta Percussão/ Outros ...... R$ 490,00 meio sindical, a baixa representatividade feminina no espaço Orquestra - por ensaio (máx. 03 horas) Por Período Spalla ...... R$ 490,00 tem refl exo direto no cotidiano vivido pelas trabalhadoras nos Chamada mínima 02 períodos ...... R$ 630,00 Instrumentista - Cordas/ Sopros locais de trabalho. Seus anseios, angústias e difi culdades são Peça até 1 minuto período ...... R$ 315,00 Percussão/ Outros ...... R$ 380,00 Dobra ...... R$ 315,00 Coro - por espetáculo vivenciados de forma individual e isolada. A falta de abertura, Solo 10 períodos ...... R$ 3.140,00 Corista ...... 490,00 timidez, retraimento e baixa auto-estima das trabalhadoras Faixa Coro - por ensaio (máx. 03 horas) Cada faixa ...... R$ 630,00 fazem com que essas questões sejam consideradas “naturais” e Corista ...... 220,00 Cada Dobra ...... R$ 315,00 Obs: Será cobrado 20% sobre o valor do período não devam ser externadas aos dirigentes sindicais. Desta forma Solo ...... R$ 3.140,00 de ensaio para cada hora ou fração de hora ex- é difícil visualizar com mais profundidade as conseqüências dos Obs: Tempo máximo para gravação de uma faixa cedente. 2h. Hora excedente ou fração. Pianista Co-Repetidor problemas enfrentados pelas trabalhadoras. De alguns anos ...... R$ 315,00 (por hora de ensaio) ...... 115,00 para cá alguma coisa tem sido feita para reduzir preconceitos Filmes Músico acompanhador para aulas e discriminações históricas praticadas contra a mulher na socie- Trilha sonora para longa metragem ou entretenimento de balé, dança e congêneres dade. No entanto, ainda representam uma gota d’água em meio além de 60 min. (onde se desobrigue música ao vivo) Por hora ...... R$ 65,00 a um oceano de milenares injustiças, discriminação e violência Por Período contra as mulheres. Sabemos que esse processo é irreversível e Trilha para fi lme nacional Baile Chamada mínima 03 períodos ...... R$ 1.255,00 que para isso é fundamental a experiência adquirida através do Por baile ...... R$ 325,00 Período ...... R$ 420,00 Música ao vivo (ambiente) envolvimento entre mulheres trabalhadoras e dirigentes sindi- Trilha para fi lme internacional Por apresentação ...... R$ 310,00 cais. Não se trata de promover o assistencialismo às mulheres. Chamada mínima 03 períodos ...... R$ 1.715,00 Trata-se, sim, de fazer valer a visão de uma nova sociedade, Período ...... R$ 570,00 Casamentos / Cerimônias religiosas fortalecedora dos princípios de respeito, solidariedade, igual- Obs: Esses valores não incluem lançamento da Por cerimônia ...... R$ 195,00 Hora/aula ...... R$ 65,00 dade e de partilha entre as pessoas, indiferente ao gênero, trilha em CD. etnia, cor, condição social e etc. Àqueles que insistem em fazer prevalecer o padrão retrógrado, imbecil e preconceituoso de que Normas de gravação as mulheres são inferiores aos homens, fi ca o maternal convite 1. O tempo de trabalho começa a ser contado 5. Cada nova partitura executada pelo mesmo para que tenham a coragem - tão associada ao sexo masculino a partir do momento em que o músico estiver à músico, num mesmo arranjo, corresponde a nova – de mudar defi nitivamente de atitude, condição primordial disposição do contratante. chamada mínima ou faixa. para a construção de um novo mundo. 2. Na gravação por período, o primeiro período é 6. Na gravação por período, quando o número de de 60 (sessenta) minutos e os subseqüentes, de 45 faixas for maior que o nº de períodos, o músico (quarenta e cinco) minutos. receberá o número de períodos correspondente ao número de faixas gravadas. 3. Dobra é a execução da mesma partitura com o mesmo instrumento mais que uma vez. 7. Pout-pourri é o arranjo de mais de uma música com, no máximo, 100 compassos. Ultrapassando 4. Cada troca de instrumento corresponde a nova este limite, corresponde a novo arranjo e assim Expediente chamada mínima ou faixa. subseqüentemente. SINDMUSI - Sindicato dos Músicos Profi ssionais do Estado do Rio de Janeiro: Presidente: Déborah Cheyne • Vice-Presidente: Itamar Assiére • Diretor Tesoureiro: Luiz Carlos Hack • Diretor do Trabalho: Leandro Vasques • Diretor Secretário: Antônio Augusto • Diretora do Patrimônio: Ariane Petri • Diretor Administrativo: Álan Magalhães • Diretor Social: Adil Tiscatti • Diretor de Comunicação: Kleber Vogel • Diretor de Inform ática: Flávio Pereira • Representante I: Carlos Malta • Representante II: Victor Neto • Conselho Fiscal: Carlos Soares, Mauro Ávila e Nayran Pessanha • Suplentes: Anselmo Mazzoni, Fabiano Krieger, Nando Gomes, Jair de Sousa, Fernando Merlino, Laura Rónai, Sonia Katz e Ubiratã Rodrigues • Quadro Funcional:Gerente Administrativa: Natalia Carneiro • Advogados: Helder Silveira e Karen Rocha • Estagiária: Cíntia Pontes • Auxiliares Administrativos: Alex Gomes Freire e Angelica Angelo • Serviços Gerais: Vera Kloczko • Endereço: Rua Álvaro Alvim, 24/405 • Cinelândia • Rio de Janeiro - RJ • CEP: 20031—010 • Tel: (21) 2532-1219 • Fax: (21) 2240-1473 •homepage: www.SindMusi.org.br • email: [email protected] • Horário de Atendimento: 2ª a 6ª das 10 às 18h. • Delegacia Regional Serrana do SindMusi: Delegado: Álan Magalhães • Jornal Musical: Jornalista responsável: Miguel Sá • Projeto Gráfi co e Diagramação: Amarilio Bernard ([email protected]) •Fotolito e Impressão: Jornal do Comércio •Tiragem: 6.000 exemplares • Circulação: Rio de Janeiro.

2 Jornal Musical No 40 “Joyce: feminina e independente Repórter – Miguel Sá Joyce está completando 40 anos de carreira. A cantora, violonista e compositora que surgiu com a segunda geração da bossa nova foi a primeira a compor canções com eu lírico feminino, o que lhe valeu certa resistência por parte da crítica no fi nal da década de 60. Alguns chegavam a duvidar que fosse ela mesma quem escrevia as músicas. Os anos – e alguns discos – se passaram e Joyce gravou “Feminina”, em 1980, com o sucesso “Clareana”, a canção “Mistérios” (parceria com Maurício Maestro) e a música título do disco. O álbum projetou Joyce para o grande público. A postura independente de Joyce em relação ao mercado fonográfi co atrapalhou um pouco a carreira nos anos 80. Mas o seu som universal acabou chegando com força na Europa e Japão. Com o sucesso no exterior, acabou fi cando mais fácil abrir portas por aqui, apesar das barreiras. Joyce se tornou um dos primeiros artistas de música brasileira a viabilizar um trabalho independente, o que já acontece há mais de 15 anos. Em 2008, a compositora comemora os 40 anos de carreira gravando um DVD com diversas participações especiais, como Dori Caymmi, João Donato e Leila Pinheiro. O DVD será lançado no segundo semestre deste ano. Joyce conversou com o Jornal Musical sobre a sua carreira, música e mercado musical.

uma outra fase, quando fi z o disco dos nossos direitos. Os direitos autorais, reservo o território brasileiro para mim. É “Feminina”, em 1980. Embora eu direitos de intérprete, conexos... Todos uma condição do meu contrato. Depois de já tivesse feito quatro discos, os direitos na Internet ficaram meio algum tempo, lanço o disco aqui. Funciona foi a primeira vez em que difusos. Isto é um assunto para se olhar muito bem para mim. tive o controle de tudo. Fiz com muito cuidado. Jornal Musical – Você faz mais show aqui os arranjos de base, toquei ou lá fora? violão em todas as faixas; as músicas e a maior parte das “a minha geração Joyce – Está bastante equilibrado. Sempre letras eram minhas. Daí em tenho muita coisa para fazer lá fora. Aqui diante foi a questão dos mú- é a chamada há épocas. Agora, por exemplo, está um sicos aceitarem a liderança momento legal. de uma mulher. Dentro de Jornal Musical – São 40 anos de carreira e segunda geração Jornal Musical – Como surgiu a idéia do uma banda, se você queria ser uma líder e também 50 anos de bossa nova. Você tem show de comemoração em São Paulo? um repertório baseado na bossa nova. É era mulher, tinha que ralar um pouco mais. da Bossa Nova” Joyce – Tinha um convite da Fecap, que quase uma dupla comemoração, não? Isso é uma questão que também já fi cou velha e superada (risos). é um teatro que esta se fi rmando em São Joyce – Na verdade, a minha geração é a Jornal Musical – Tem essa polêmica do Paulo como um lugar para a música. Quem Jornal Musical – Como se abriram as portas chamada “segunda geração” da bossa nova. Creative Commons, um licenciamento no dirige é o Homero Ferreira, que já produziu fora do Brasil? É uma geração engraçada, porque ela deu qual há opções nas quais poderia libera a vários discos do Chico Buarque e é muito música em níveis diferentes... galhos para todos os lados: os baianos fi ze- Joyce – As portas se abriram a partir dos ligado à música. Quando eles souberam que ram o Tropicalismo, os mineiros o Clube de discos que eu já havia feito. Eles chegaram Joyce – Quem quiser libere. Eu não vou tinha essa história dos 40 anos de carreira Esquina, os cariocas fi zeram uma segunda de alguma forma no exterior e as pessoas liberar porque tenho família e nós preci- e que eu estava a fi m de fazer o DVD, eles geração da bossa nova, com Dori (Caymmi), começaram a se interessar. Começou pela samos comer. Acho que não podemos dar se animaram. Os convites (para participa- Edu Lobo, ... O meu trabalho, França, depois Japão. Veio então uma bobeira. Temos que vigiar muito. ções especiais) foram para intérpretes e por causa das letras no feminino, acabou proposta para gravar pela Verve, que é um parceiros. Com os parceiros, a proposta Jornal Musical – Aqui no Brasil você não pegando um outro rumo, bem “outsider” selo de jazz americano, onde gravei três foi só mostrar música nova. Nada antigo ou tem gravadora? “mesmo. Quando eu apareci, houve certa discos. Nesse meio tempo, DJs de Londres que já tivesse sido gravado. Teve o Roberto celeuma. Fui vaiada por causa disso (letras descobriram meu disco de 1980 (Feminina) Joyce – Não. Como eu gravo muito para o Menescal, o Francis Hime, o Zé Renato, o no feminino). Quando meu primeiro disco e começaram a jogar na pista. exterior, consegui um esquema que funcio- João Donato, todos com músicas inéditas e saiu, teve critico que duvidou que as músicas na muito bem para mim e venho fazendo novinhas. Os intérpretes convidados são os Jornal Musical – Aí veio a Internet... De eram minhas.Tem umas coisas que, hoje em isso há uns 15 anos. Gravo para um selo que estão fazendo releituras ou gravando que forma as novas mídias ajudam no dia, quando a gente fala, as pessoas acham músicas inéditas minhas hoje. Aí chamei trabalho? no exterior, que pode ser da Inglaterra, que não e possível, porque já era 1968. Mas, Japão, EUA, etc. Às vezes as gravadoras as minhas fi lhas (Clara Moreno e Ana), a por incrível que pareça, era isso mesmo. Joyce – Na divulgação ajuda muito, mas lá se juntam quando tem um orçamento Leila Pinheiro, a Mônica Salmaso, a Zélia Jornal Musical – Depois melhorou? sempre fi co meio reticente com essa coi- mais caro. Cada uma bota uma parte e a Duncan, que vai encerrar o projeto, e tem sa de abrir mão dos direitos, porque isso gravadora japonesa vende na Ásia, a eu- o Dori, que está nas categorias de parceiro Joyce – As pessoas já entendiam que era é um trabalho. Nós todos botamos o pão ropéia vende na Europa, a dos EUA vende e intérprete e com quem trabalho muito eu mesma quem fazia as músicas, mas veio nosso de cada dia na nossa mesa através também no Canadá e por ai vai. Eu sempre desde o meu primeiríssimo ”disco.

Jornal Musical No 40 3 Aniversários musicais com Edino e Sandrino O mês de março teve, pelo menos, dois dias muito importantes para a música brasileira: no dia 13, foi o aniversário de 70 anos do contra baixista Sandrino Santoro. Boa parte dos contra baixistas do Rio de Janeiro passaram por aulas com o mestre, que foi recompensado com uma bela homenagem no dia de seu aniversário. Dia 17 foi a vez do maestro e compositor Edino Krieger comemorar 80 anos. Muitos deles totalmente dedicados à musica, compondo ou regendo. Do dodecafonismo à música clássica, há um pouco de tudo na música de Edino.

Edino Krieger Sandrino Santoro O compositor e maestro, Quando se fala em contrabaixo no Brasil, Quarteto Santoro. “Foi uma trabalheira! descendente de alemães não dá para não lembrar de Sandrino Santo- Imagine organizar isso!” diz o músico. Para e índios, tem esta mistura ro. Afi nal, são 50 anos de serviços prestados Ricardo Santoro, também violoncelista e refl etida em sua música. à música no Brasil como professor e contra fi l ho de Sandrino, o que aconteceu no dia A produção de Edino en- baixista. Como professor, Sandrino foi titu- 13 foi uma grande festa de celebração globa desde a música de lar da cadeira de contrabaixo de duas das musical “de um dos maiores contrabaixis- vanguarda até elementos mais prestigiadas universidades do Brasil tas que o Brasil já teve”, exalta Ricardo. da música folclórica bra- – a UNI-Rio e a UFRJ. Como instrumentista, “Posso dizer que ele é o meu maior profes- sileira em uma obra que foram mais de 30 anos como primeiro con- sor. A maior parte do que aprendi foi com continua a crescer ainda trabaixo solista da Orquestra Sinfônica do meu pai. É um privilégio contar com um nos dias de hoje. O músico Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Sandrino professor como ele em horário integral”. tem obras para orques- ainda tocou na Orquestra Sinfônica Nacional Quando perguntado sobre o que é impor- tra sinfônica, oratórios, e na Orquestra Sinfônica da Rádio MEC. tante para aprender música e tocar bem, música de câmara, obras Nestes 50 anos, o músico conquistou Sandrino lembra de como é importante para coro e vozes e para a estima e o respeito do meio musical o estudo e a concentração. “Quando eu instrumentos solistas. Edino brasileiro. “Nunca imaginei como seria era jovem, os maestros regiam e eu es- também compôs trilhas para chegar aos 70 anos. Fico imaginando se fi z tava sempre atento, querendo aprender teatro e cinema. tudo certo nestes anos todos”, comenta mais”. Entre os muitos momentos que o O catarinense Edino, nascido Sandrino, emocionado. A resposta vem marcaram na carreira, Sandrino destaca na cidade de Busque, de coloni- com a quantidade de alunos, ex-alunos e uma vez, com a Orquestra do Teatro Muni- zação alemã, nasceu em 17 de músicos admiradores do trabalho dele. Só cipal, quando o maestro visitante elogiou março de 1928. Aos sete anos, na homenagem, que aconteceu na Sala Ba- o desempenho do naipe de contrabaixos o pai, Aldo Kieger, começou den Powell, foram 30 instrumentistas que no solo da ópera “Otelo”, de Verdi. “Uma a lhe ensinar violino. Aos 15 fi z eram questão de participar. O concerto parte difícil”, relembra. anos mudou-se para o Rio de foi na quinta-feira, dia 13 de março. Para os jovens contrabaixistas – e instrumen- Janeiro, onde foi estudar no O evento foi todo organizado em um mês. tistas em geral – um conselho: “A escolha Conservatório Brasileiro de Paulo Santoro, violoncelista fi lho de Sandri- de um instrumento sempre tem a sua parte Música com bolsa do gover- no, teve que organizar 30 contrabaixistas afetiva. Se você gosta de um instrumento, no estadual. O jovem Edino tocando peças em conjuntos de 3, 8, 16 e não de ouvidos a quem diz que você não vai aprendeu os segredos da até 24 instrumentistas, além, é claro, do conseguir”, incentiva o professor. harmonia e da composição Charge de Chico Caruso publicada na primeira pagina de com o professor alemão de O Globo em 17/03. música H.J. Koellreutter.

Antes dos 20 anos, Edino Krieger recebeu o fotógrafo Augusto Malta e o acervo da Prêmio Música Viva por seu Trio de Sopros. Radio Nacional. Na Academia, Edino Fez parte do Grupo Música Viva de compo- ocupa a cadeira de número 34, que sitores de vanguarda, ao lado de Koellreut- já foi de Guerra Peixe. ter, Claudio Santoro, Guerra-Peixe e Eunice Catunda. Entre 1948 e 1950, continuou A obra do compositor continuou seus estudos nos EUA, inclusive na Julliard ganhando prêmios, como o do I Con- School of Music, em Nova York. Ao voltar, curso Nacional de Composição, ins- foi diretor musical da Rádio MEC. tituído pelo Ministério da Educação. Em 1961 ganhou o Prêmio Nacional Este não foi o único cargo administrati- do Disco com o Quarteto de Cordas vo que Edino exerceu em sua carreira. No 1. As Variações Elementares de O maestro criou, no início dos anos 70, Edino tiveram sua primeira execu- o embrião do que seriam as Bienais de ção no III Festival Interamericano Música Brasileira Contemporânea. Krieger de Música de Washington, em 1965. foi ainda diretor de música da Funarte, Em 1966 e 1967 ganhou a medalha presidente da Academia Brasileira de de ouro no Festival Internacional Música por duas gestões e diretor da Sala da Canção, no Rio de Janeiro. Edi- Cecília Meireles. Como diretor do Museu da no continua com intensa atuação Imagem e do Som, nos anos 2000, ele pro- musical, seja com novas obras, seja moveu a recuperação de importante parte ajudando no desenvolvimento da do acervo do Museu, incluindo a coleção do música brasileira. Durante homenagem a Sandrino (esquerda), 24 contrabaixos no palco

4 Jornal Musical No 40 Polêmica nas empresas aéreas: instrumento musical é carga? Já há alguns meses que os músicos sentem como se nuvens carregadas surgissem no céu na hora em que vão despachar os instrumentos.

Orientações desencontradas e muita discri- + largura + altura) também não poderá ser A atitude da TAM foi outra. O presiden- alterar o procedimento”. A medida não minação têm dado o tom das relações entre superior a 115 centímetros. Já para as te da TAM, comandante David Barioni atinge ainda outras empresas aéreas, as empresas e os músicos, “principalmente bagagens despachadas, cada cliente adul- Neto, diz que a empresa volta a aceitar mas já há reuniões agendadas com o na Gol”, explica o guitarrista de blues e to tem direito a até duas malas com peso despacho de cases como bagagem. “..o SindMusi e a Cooperativa de Músicos de produtor Big Joe Manfra. No caso da Gol, total somado de 23 kg. Isto de acordo com bom senso nos indicou que deveríamos São Paulo. por causa da falta de critérios já houve ca- a alínea B do artigo 37 da Portaria 676 de sos em que, saindo do Rio para o nordeste, 13 de novembro de 2000 da Anac. A partir daí, as empresas aéreas podem oganizar Manfra pôde despachar, normalmente, os Resposta do presidente da TAM instrumentos na ida. Já na volta, houve (ou desoganizar) o transporte de bagagens problemas com os mesmos equipamentos, como bem entenderem. São Paulo, maio de 2008. demonstrando a falta de critérios objetivos para o embarque deles. TAM reconsidera medida que despacha cases de instrumentos como carga Já na TAM, apesar de a empresa difi cultar Prezado Sr. Zeca, a situação, tratando qualquer instrumento No entanto, já houve mobilização, tanto como carga, Manfra afi rma que o comporta- coletiva como individual, da parte dos Agradeço por voltar ao meu conhecimento para manifestar suas opi- músicos. Os resultados já começam a apa- mento é mais padronizado. “A empresa já niões a respeito de minha resposta anterior. Gostaria de dizer-lhe que o tinha emitido um comunicado muito antes. recer. O baixista Zeca Assumpção mandou assunto foi revisto e o bom senso nos indicou que deveríamos alterar o O problema é que o músico em que des- e-mails para a TAM e Gol. A última, por enquanto, parece ter se fechado nos seus pachar o instrumento quatro horas antes. procedimento. Sendo assim, a proibição para o transporte de cases como critérios absolutamente subjetivos, como Isto pode complicar para os músicos que bagagem fica restrita às bandas que carregam grandes volumes. Nesses mostra o trecho da resposta mandada a viajam sem uma estrutura de produção, Zeca por Priscila Azevedo, da Central de casos, os equipamentos devem ser despachados pelo serviço de cargas. Em com roadies e tudo mais”, explica o guitar- Relacionamento com o Cliente: “Ressal- rista. Fora isto, como carga, nem sempre o casos como o seu, em que o Cliente transporta seu instrumento, voltamos tamos também que a Gol Linhas aéreas instrumento viaja no mesmo avião e pode a aceitar o despacho como bagagem, da forma como era feito anterior- inteligentes reserva-se no direito de chegar dias depois ao seu destino. recusar-se a transportar determinadas mente.Espero voltar a contar com a sua presença a bordo de nossos vôos Dentro da lei bagagens, se em virtude do peso, tama- e fico a disposição sempre que precisar de algo. nho e espécie de bagagem, a mesma ser Segundo a Agencia Nacional de Aviação Civil considerada perigosa, inconveniente ou Atenciosamente, (Anac), as empresas aéreas não estão agin- imprópria para o transporte na aeronave. do fora da lei. De acordo com o artigo 42 Nesta hipótese, sujeitam-se à aprovação Comandante David Barioni Neto da Portaria 676 da Agência, são permitidos certos instrumentos musicais, objetos de Presidente até 5 kg para a bagagem de mão. A soma arte (estátuas, quadros, esculturas etc.) das dimensões da bagagem (comprimento entre outros”.

CulturaPrev: cobertura de risco também é importante O plano de previdência complementar feito especialmente para a classe artística traz outros benefícios além da aposentadoria

Quando o músico vai fazer o CulturaPrev, são A cobertura de risco é uma espécie de Na cobertura de risco por morte, o raciocínio A Mongeral e o CulturaPrev apresentadas algumas opções de plano para proteção desta expectativa de renda. No é o mesmo, só que para o caso de morte do O CulturaPrev foi instituído em 2004 ele. Há desde o plano simples até um plano caso de invalidez, se o músico fi ca impos- contribuinte. A renda fi ca para um bene- apenas com a cobertura de previdência, completo, no qual o músico pode também fa- sibilitado de exercer ficiário definido pelo sem as coberturas de risco. A Petros, zer cobertura de risco para invalidez e morte. a profissão, isto vai contratante do plano. que é um fundo de pensão, não pode, Mas, afi nal, como funciona isto? Quem explica impedir que ele tenha “Você não deve ter um Um plano de por lei, fazer operações com capital de é o superintendente da Mongeral, Luis Dib. renda e possa continuar plano de previdência risco, como é o caso das coberturas por a fazer os depósitos na sem as garantias nos Luis cita o exemplo de um plano simples previdência sem as morte e invalidez. Além disso, o Plano sua conta de previdên- casos de morte ou inva- para alguém que tenha, atualmente, 34 não tinha um sistema de distribuição, o cia. “Na cobertura de lidez, senão é um plano anos e queira começa a receber a apo- garantias de morte que tornava problemática a divulgação invalidez, você não parcial. Se o contratan- sentadoria aos 65. Para receber cerca de do CulturaPrev. 2.800 reais, esta pessoa deverá contribuir vai precisar acumular ou invalidez te do plano vier a fi car com 100 reais por mês durante 31 anos. 31 anos de contribui- inválido ou morrer, fi ca A Mongeral já tinha parcerias em planos Além desta contribuição, o músico pode ção para ter direito ao é um plano parcial apenas com o valor administrados pela Petros. A empresa, que ainda fazer aportes extras quando receber montante. Quem faz que acumulou até o tem 174 anos de atividades na área de alguma “bolada”. “Quanto mais investi- um plano de previdên- momento”, recomenda seguro, além de ter sido contratada pelo mento você fi zer no seu fundo, maior será cia que projeta 300 mil o superintendente. Ele fundo de pensão para fazer a cobertura de a renda no futuro”, explica Luis. Se este reais de saldo de conta, deve comprar uma dá um exemplo de um associado do SindMusi, risco, também faz a parte de distribuição músico apenas fi zer sua contribuição de cobertura de invalidez no mesmo valor. falecido há pouco tempo. Após poucos meses do plano desde o fi m de 2006. “Temos o 100 reais por mês, ele chega aos 65 com Aí será depositado, na conta, um valor de contribuição, pôde deixar para a família papel de divulgar o plano e de garantir uma expectativa de saldo de cerca de 300 contratado que seja próximo à expectati- um valor substancial. Isto não teria sido as coberturas de risco”, explica Dib. Com mil reais, que vai lhe proporcionar a renda va de saldo de 300 mil reais.”, detalha o possível se ele não houvesse contratado a isto, aumentou bastante a adesão ao Cul- desejada de 2.800 reais por mês. superintendente. cobertura de risco. turaPrev em 2007.

Jornal Musical No 40 5 SindMusi participa da Primeira Conferência Internacional de Músicos de Orquestra na Alemanha Aconteceu em Berlim, entre os dias 6 a 9 de abril, a Primeira Conferência Internacional de Músicos de Orquestra, organizada pela FIM (Federação Internacional de Músicos).

O evento reuniu 180 pessoas de 39 países e pequenos concertos de Outras possibilitam e fi nanciam a viagem e contou com o apoio da Deutsche Orches- câmara. Nesse caso, a inte- do naipe das madeiras para o exterior tervereinigung (DOV – Sindicato alemão de ração dos professores com para realizar um treinamento junto a co- músicos de orquestras) e da Ver.di (Sindi- os músicos foi citada como legas de uma orquestra famosa. E outras, cato unido do terceiro setor). A diretora essencial prerrogativa para fi n almente, liberam seus músicos quando de patrimônio, Ariane Petri, representou o sucesso do projeto. solicitados para atuação como solista ou o SindMusi. em cursos”, disse Ariane. A necessidade é igual para Nas primeiras falas fi cou claro o tom da todas as orquestras, mas Pesquisa sobre orquestras conferência. O presidente da DOV Hartmut cada uma pode desenvolver Karmeier expressou que somente através maneiras e procedimentos Durante os preparativos para a Conferên- da cooperação de orquestras com seus ad- diferentes, porém igualmen- cia, a FIM ainda realizou um levantamento ministradores é que se pode pensar chegar te interessantes, para aten- de orquestras. O questionário abordava num futuro. Já o deputado Hans-Joachim dê-las. Por isto, foi criada tanto questões operacionais, estruturais, Otto, ligado ao setor da cultura, pediu recentemente uma rede na quanto as condições de trabalho dos seus que os resultados da conferência fossem internet que junta progra- músicos atuantes. Tendo como base as repassados para os políticos. Segundo mas de educação oferecidos respostas de 164 orquestras em 24 países Hans, eles necessitam destas informações pelas orquestras, agindo no mundo todo, foi feito um resumo em para poder planejar suas ações. O maestro como fórum de discussão e forma de livro, repleto de diagramas, italiano Fabio Luisi, da Ópera Estadual de idéias (www.netzwerk- tabelas e gráfi cos, demonstrando a diver- da Saxônia, em Dresden e Orquestra Es- junge-ohren.de). Há ainda sidade da realidade orquestral. O Brasil tadual da Saxônia, enfatizou: “A música concursos e premiações para estava representado através da Orquestra não é para ser arquivada ou conservada as estratégias que mais de- Sinfônica Brasileira. Esse livro encontra-se em exposições, ela só se concretiza na ram certo. no SindMusi para consulta. realização. Em tempos atuais, quando as escolas cumprem de maneira insufi ciente Assuntos diversos a tarefa da educação básica musical, as Durante o evento, todo o ASSUNTOS ABORDADOS NA CONFERÊNCIA orquestras tem que sair da torre de marfi m Mesa apresentando um painel sobre possibilidades de aprimo- tipo de assunto foi debatido. 1. A apresentação ao vivo no séc. 21 e se fl exibilizar, sem que isso signifi que ramento profi ssional com Benoît Machuel (Secretário Geral da Em 12 palestras se discutiu – o público: como cativar, como uma piora nas condições para os músicos”, FIM) John Smith (Presidente da FIM), Ariane Petri (diretora de desde modelos de fi nancia- renovar, como adaptar o repertório defendeu o maestro. patrimônio do SINDMUSI), Reinhard Pirstinger (Sindicato dos mento para orquestras até Artistas na Áustria) e Hubert Biebaut (Sindicato dos Músicos da o papel das novas mídias na 2. A apresentação ao vivo no séc. 21 Novas soluções para ampliar o público Bélgica) (da direita para esquerda) divulgação delas. A pales- – fi nanciamento Nos três dias que se seguiram, foram que possibilitem uma verdadeira aproxi- trante Pamela Rosenberg, 3. Novas demandas, novas mídias abordados assuntos variados (veja box), mação dos alunos com os músicos, algumas por exemplo, mostrou como é diferente organizados em seis painéis. Cada painel a forma como orquestras dos EUA e da orquestras mandam treinar seus músicos 4. O papel da administração de foi introduzido por uma palestra, depois Europa se sustentam. Enquanto no velho interessados para estas atividades. Estes orquestras no séc. 21 da qual se seguia uma mesa com mais três músicos depois vão para as escolas, onde continente é mais forte o repasse direto palestrantes (sempre internacionais), dis- podem ou preparar a turma para uma visita de alguma instância do governo, nos Esta- 5. A orquestra na sociedade cutindo o tema sob aspectos diferentes. No na sala de concerto, ou realizar, no local dos Unidos é muito comum o patrocínio e fi n al de cada painel, o assunto era aberto mesmo, demonstrações de instrumentos também é forte a cultura das doações de 5.1 Músicos de orquestra como pro- para discussão com o publico, pessoas físicas. Foram ainda abordados fessores o que trouxe muita circulação assuntos como as novas mídias e a música de novas idéias, como explica clássica, entre outros. 5.2 Orquestra e integração social Ariane Petri. “Foi impressio- A última palestra da conferência foi de 5.3 A posição do músico na sociedade nante conhecer as estratégias Ariane Petri, diretora do SindMusi. Partin- contemporânea de abordagem (por parte das do da constatação que em quase todas as orquestras) das diferentes profi ssões os empregados são convidados 6. Contratos, condições de trabalho, camadas da sociedade, ten- e até incentivados a estenderem seu decorrer da carreira tando chegar perto e oferecer conhecimento através de cursos (médi- eventos direcionados para fa- 6.1 Horário de trabalho, viagens, cos, professores, administradores etc.), mílias, escolas, adolescentes, planejamento de ensaios foi questionado porque o mesmo não crianças de faixas etárias dife- acontecia nas orquestras. “Na discussão renciadas, aposentados etc”, 6.2 Saúde e segurança no local de que se seguiu foi interessante ouvir que comemora a diretora. trabalho muitas orquestras já oferecem maneiras Nas estratégias de aproxima- para o músico continuar crescendo: umas 6.3 Questões contratuais ção com o público jovem, por colocam à disposição de cada músico uma exemplo, a escola tem papel verba anual para uso livre em cursos, 6.4 Emprego seguro fundamental. Para oferecer Ariane Petri e Gerald Mertens; Diretor Executivo da DOV (sin- material de estudo (partituras, discos, 6.5 Estudo e extensão do conhecimento eventos para estas escolas dicato alemão de orquestras) arco barroco, segundo instrumento etc.).

6 Jornal Musical No 40 Música nas escolas: unanimidade na Câmara dos Deputados Projeto de lei pela volta da música nos currículos escolares é aprovado em tempo recorde.

O Brasil teve uma grande vitória na quar- ta-feira, 28 de maio: o Projeto de Lei 2732/08, que trata da obrigatoriedade Francis Hime, Daniela Mercury, Senador Cristóvam Buarque, Senador Romeu Tuma, Deputado Frank Aguiar (relator do PL2732/2008), do ensino de música na educação básica Maestrina Ligia Amadio e Carlos de Andrade. Participaram também deste encontro o cantor Zé Renato, Gabriel Pensador, Frejat e o (primeiro e segundo graus), foi aprovado, Ministro da Educação Fernando Haddad por unanimidade, na Comissão de Edu- cação e Cultura (CEC). A proposta altera são, até representantes de universidades e Educação. O parecer deve ser favorável, também o apoio do presidente da comis- a Lei de Diretrizes e Bases da Educação entidades ligadas ao ensino de música. já que o ministro da educação, Fernando são, o deputado João Matos (PMDB/SC). O (LDB - Lei 9.394/96). A Lei já determina O Projeto de Lei agora tramita em caráter Haddad, manifestou apoio ao projeto. presidente da Comissão de Constituição, o aprendizado de arte nos ensinos fun- conclusivo na Comissão de Constituição Justiça e Cidadania da Câmara, o deputa- damental e médio, mas de forma muito O caminho da vitória e Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara do Eduardo Cunha, também foi visitado e vaga. Com a alteração, fi ca claro que o dos Deputados. O PL cumpre um prazo de Para a mobilização ter êxito nesta reta prometeu apoio ao PL. ensino de música deve estar disponível cinco sessões ordinárias, a partir do dia 2 fi n al, foi fundamental a ação do GAP. No Felipe Radicetti ressaltou o prazo recorde nas escolas. de junho, para receber possíveis emendas. dia 8 de abril, artistas, especialistas e de um ano e meio desde a audiência pú- Segundo o coordenador do Grupo de Articu- Com a intenção de reforçar a importância membros do poder público expuseram blica que defi niu o PL até a aprovação no lação Parlamentar Pró Música (GAP), o clima da aprovação do PL, Felipe Radicetti deixou ao ministro da educação, Fernando Senado e no Congresso. A partir da sanção durante a votação foi de confraternização, uma mensagem para o presidente da CCJC, Haddad, a importância para o pais da presidencial, o prazo para a implementa- aprovação do PL 2732/2008. A reunião foi com discursos efusivos de todos os deputa- o deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), logo ção do ensino de música será de três anos. decisiva para obter o apoio do ministério dos presentes a favor da aprovação do PL. após a votação vitoriosa na CEC. A relatoria “Acho que estamos chegando no fi nal do à causa. Estiveram presentes desde alunos de músi- fi n al deve sair no dia 18 de junho. trabalho político. Depois devemos abrir ca, como os 25 estudantes da Universidade Após ser aprovado na CCJC, o Projeto será Logo após o encontro com o ministro, os uma ampla discussão nacional, junto ao de Brasília (UNB) e da Universidade Federal encaminhado para sanção presidencial participantes foram à Comissão de Educa- Ministério da Educação, para ver como vai de Goiás (UFG) que cantaram durante a ses- depois de parecer do Conselho Nacional de ção e Cultura da Câmara. Lá, obtiveram ser este ensino”, defi ne Felipe. VivaMúsica! A música clássica em evidência Lançamento do Instituto VivaMúsica! ajuda a encontrar novos caminhos para divulgar a música clássica

Já vai distante o ano de 1994, quando Edições também produz o Portal Edições VivaMusica, Heloísa Fischer e a jornalista Heloísa Fischer lançou VivaMúsica! (www.vivamusica.com. Luiz Alfredo Moraes decidiram fundar o número zero da primeira revista br), a revista mensal Agenda Viva- uma pessoa jurídica para procurar os VivaMúsica! Desde então, o trabalho Música e boletins de rádio para as novos caminhos da música clássica: o de divulgação da música clássica não emissoras CBN, MEC-FM e Cultura Instituto VivaMusica! parou mais, e já começa a gerar novos M, de São Paulo. O lançamento do Instituto aconteceu no frutos. Em 2008, o lançamento do Insti- dia 5 de março – dia da música clássica – tuto VivaMusica! é uma demonstração Instituto VivaMusica! na Academia Brasileira de Música, centro da vitalidade da música clássica. Com o sucesso do trabalho, era do Rio de Janeiro. A idéia é apresentar a natural que novos caminhos fossem Anuário VivaMúsica música clássica ao público que não tem procurados para divulgar a música contato com ela. “Queremos descobrir O Anuário e um grande sucesso. Com clássica. O anuário circula, princi- por que este público não se aproxima. dez edições distribuídas, ele hoje palmente, entre pessoas que já são Identifi car os impedimentos e trabalhar ajuda a centralizar as informações do Luiz Alfredo e Heloísa Fischer, trajetória de sucesso apreciadoras do gênero. Mas há um eles”, explica Luiz Alfredo Moraes. O mercado da música clássica. São 2.300 público que não tem nenhum conta- primeiro passo para isto é uma grande Luiz Alfredo Moraes, diretor comercial da cadastros de instituições ligadas à mú- to com a música de concerto, fora pesquisa, que deve se feita em todo o VivaMúsica! Edições. sica de concerto, entre orquestras, escolas por audições eventuais em desenhos Brasil, que deve dar importante contri- de música e outros. “Isto representa mais A tiragem do anuário é de 8.000 animados ou peças de publicidade, por buição à profi ssionalização do mercado que o dobro da primeira edição”, ressalta exemplares. Além dele, a VivaMúsica exemplo. Como é um foco diferente da de música erudita.

Jornal Musical No 40 7 Robertinho Silva: 50 anos de amor à música Robertinho era só uma criança quando começou a prestar atenção aos tambores. Depois disso, o talento natural, alguma sorte e muito, mas muito estudo fi zeram o garoto de Realengo se tornar um baterista do mundo

“Eu nunca fui de fi car soltando pipa e lugares onde os melhores do circuito de jogando bola. Meu negócio sempre foi a bailes tocavam. “Ali era a grande vitrine. música mesmo”. Esta frase dá a dimensão Tocar ali era como jogar no Maracanã”, do que a música representa na vida deste conta Roberto. O músico chegou lá cobrin- percussionista, ainda mais levando em do a folga de um companheiro e acabou conta que Robertinho é nascido e criado fi c ando com a vaga, em 1963. No mesmo na zona oeste. “Sou carioca capiau. Eu ano, começou a tocar nas boates de Copa- vim da zona rural. Ser da zona oeste era cabana, a casa da bossa nova. diferente de ser carioca da zona sul ou do Méier”, diz Roberto. Durante toda a década de 60, a carreira de Robertinho avançou. Além dos lugares O garoto cresceu ligado em percussão. mais prestigiados do circuito de baile, Robertinho ouvia as caixas da banda do o baterista tocou com Cauby Peixoto Quartel de Realengo, as frigideiras nos blo- – com quem gravou em 1964 - e conheceu cos carnaval e os pontos de umbanda que o primeiro dos “mineiros” com quem eram tocados no centro que fi cava em casa, tocou: o pianista, arranjador e compo- organizado pela sua mãe. O rádio também sitor , com quem formou o foi responsável por boa parte da formação Som Imaginário no início da década de musical do percussionista. “Fiquei viciado 70. No fi m dos anos 60, Robertinho fazia em rádio”, diz. “Com uns 12 anos ouvia a parte do grupo da então recém-aberta Rádio Jornal do Brasil AM, a Rádio Eldorado, cervejaria Canecão, de onde saiu para, que tinha programa de jazz, Radio Nacio- defi nitivamente, tocar com a elite da nal, Orquestra Tabajara...”. Estas audições MPB. A maior parceria do músico foi com fi z eram com que o garoto da zona oeste se , com quem tocou interessasse por bateria. O primeiro ídolo durante 25 anos, até 1998. “Devo muito foi Luciano Perrone, que na época tocava à música dele. O fato de hoje eu ser co- na Orquestra Tabajara. nhecido se deve, em boa parte, ao fato Robertinho Silva, um dos responsáveis pelo projeto Batucadas Brasileiras. A infl uência norte-americana veio pelos de ter tocado com Milton”. programas de jazz do rádio e também um dos bailes. Jair deixou o garoto tocar. sozinho “Ele me explicou que ‘de uma pau- com os musicais do cinema. “Para nós, na Ensinando a arte Roberto só sentou na bateria quando a ta você pode fazer uma página e de uma época, aquilo era avançado pra caramba”, Durante a década de 70, além de tocar banda ia começar o página você pode fa- ressalta Robertinho, se referindo ao jeito com os maiores artistas da MPB, Robertinho baile. Quando o som zer um livro’”. Des- de tocar dos americanos. Além disso, as passou cerca de quatro anos nos EUA, onde começou e todos Este ano, o músico completa 50 ta forma o professor rumbas e mambos da Cuba pré-comunista atuou com músicos como , olharam para trás, a anos de carreira. Ele não pretende explicou as variações também faziam muito sucesso no Brasil na Herbie Hancock e Sara Vaughan. Na década surpresa: “é você!?”. economizar nos festejos. Um dos que um estudante época. Estes eram os ritmos mais populares de 80, começou a colocar sua carreira solo E lá estava Robertinho eventos é o workshow que fará no pode criar a partir de na zona oeste do Rio; e foram uma das na rua, com o álbum “Música Brasileira tocando... um único exercício. fontes na qual Robertinho bebeu. dia 2 de junho no Teatro do Sesi, Popular Contemporânea”. Em trabalhos “Aí comecei a estu- no centro do Rio de Janeiro, no solo ou em grupo, o baterista lançou 11 Logo depois ele com- dar o livro sozinho. Robertinho e a bateria evento Daniel Batera Convida. álbuns nos últimos 30 anos. prou a primeira bate- Quando tinha alguma O pai de Robertinho alugava quartos no ria. Daí para frente, Ele tocará com Betinho de Paula e dúvida perguntava a Desde a segunda metade dos anos 90, O pai de Robertinho alugava quartos no foi só subida. E o su- Sidão. “Vou passar o ano festejan- um amigo e assim fui Robertinho começou a passar aquilo que quintal de casa para militares de todo cesso começou nos do!”, comemora o baterista. batalhando”, conta o sabe a quem está começando. Em 1997, o Brasil que iam estudar no Quartel de bailes da zona oeste. baterista. montou o Centro de Percussão Alternativa Realengo. Quando tinha cerca de 15 anos, Robertinho Silva. O Centro já fechou, mas um músico da banda do exército, chamado Aprendizado No centro da cidade Robertinho Silva tomou gosto pelo ensino Jair, foi morar em um dos quartos. Jair foi e rodou o mundo – do Rio à Escandinávia Uma das virtudes de Robertinho é sua sede Depois de dois anos nos bailes da zona oes- quem começou a levar o garoto nos bailes - fazendo workshops e cursos. de conhecimento. Quando ainda começava te, Robertinho Silva começou a freqüentar para tocar. Robertinho ajudava a montar a a tocar bateria, logo se preocupou em o ponto dos músicos, na Praça Tiradentes, Hoje, além de fazer shows solo e com a bateria e ainda tocava bongô. No primeiro aprender música. Amigos o indicaram para no centro do Rio de Janeiro. Começou Família Silva – grupo formado com os fi lhos, dia em que o garoto tocou, Jair já deu 100 o “Seu Albano”, que ensinava música ao então a pegar gigs na área. Ficou conhe- também músicos – e gravar com diversos cruzeiros para o futuro baterista. “Ele me pessoal das redondezas. Foi ele quem en- cendo todos os clubes do centro do Rio; artistas, Robertinho é, com o percussionista deu 100 pratas. Mostrei para a minha mãe, sinou o signifi cado das breves, semibreves, e a maior felicidade do início da carreira e pesquisador Carlos Negreiros, responsável que falou ‘que é isso, Roberto!’. Então mínimas, semínimas e outros segredos da do percussionista foi ser contratado para pelo projeto Batucadas Brasileiras. Roberti- pensei: acho que agora sou músico!”, se pauta musical ao baterista iniciante. tocar no baile de carnaval que havia no nho ensina música – com base na percussão diverte Robertinho. Teatro Municipal em 1961, uma das gigs – a jovens carentes da região portuária do Depois, Robertinho Silva procurou o pro- O garoto ainda treinava escondido na bate- mais disputadas da cidade na época. Rio. Os mais engajados tocam na Orquestra fessor Alberto Mesquita. Mas foi com o ria do inquilino enquanto este trabalhava de Percussão Robertinho Silva, que é uma de dia no exército. Robertinho Silva pegava também professor Joaquim Neagle que Como músico de baile, o músico participou, proposta desenvolvida por ele com o per- a chave usada para fazer a limpeza, abria Robertinho aprendeu os segredos do méto- entre diversos outros, do grupo Flamingo. cuissionista e pesquisador Carlos Negreiros. o quarto, montava a bateria e tocava. Esse do de Gene Kruppa – grande baterista dos O objetivo de Robertinho era chegar às Segundo Robertinho, o objetivo do curso é “estudo secreto” fez com que ele tomasse EUA da era do swing. Joaquim acreditou no casas Dance Brasil e Dance Avenida, na mesmo o de formar músicos, inclusive com coragem para pedir para tocar bateria em talento de Robertinho e o ensinou a estudar Avenida Rio Branco. Estas casas eram os o ensino de teoria musical.

8 Jornal Musical No 40 Claudio Jorge recebe a Medalha Pedro Ernesto No dia 13 de maio, nosso amigo Claudio Jorge recebeu das mãos do vereador Eliomar Coelho (PSOL) a Medalha Pedro Ernesto, durante seu show no Bistrô Allegro, na Modern Sound.

Um dos mais impor- da Vila, Mauro Diniz e do tantes violonistas e seu fi lho Gabriel Versiani, compositores do Bra- que está herdando o DNA sil, sócio e ex-diretor musical do pai, mostrando do SindMusi, Cajó, suas ótimas composições como é chamado pelos na voz e no violão. amigos, escolheu o 13 de maio para o show Em seu discurso, Eliomar de divulgação do novo Coelho ressaltou a mais CD Amigo de Fé, lan- importante característica çado por seu próprio de Claudio Jorge além da selo, Carioca Discos, música: a de agregar pes- por ser uma data fun- soas, por pura amizade e damental na história por causas nobres quanto do Brasil: a abolição a questão do negro e a da escravatura. questão sindical, que nós do SindMusi podemos com- No show, além das provar lembrando a sua músicas do CD novo, Walter Alfaiate cumprimenta Claudio Jorge marcante atuação entre Claudio Jorge apro- 1993 e 2002. E lembrou veitou para relembrar músicas que tratam da questão do que, recebendo a Medalha, ele passa a ser Comendador. negro do Brasil, como o hilário samba-enredo Luxuosos Transatlânticos (conferir título) e a Congada de São Bene- Na platéia, com casa cheia, estavam presentes amigos- dito, ambas em parceria com Nei Lopes. Cajó é uma das admiradores como os compositores Walter Alfaiate, Sérgio personalidades musicais mais envolvidas nessa questão Natureza e Mu Chebabi, o jornalista Hugo Sukman e a pro- no Brasil. E ainda tirou da manga uma belíssima valsa em dutora Ivani Sauwen, além de sua esposa Renata, chamada parceria com Cartola, (título). ao palco para transformar seu marido em Comendador, colocando-lhe a Medalha Pedro Ernesto. Representando Claudio Jorge retomou a carreira de cantor-compositor em o SindMusi, mais um fã e amigo de fé: o vice-presidente 2000, quando lançou “Coisa de Chefe”, também pela Cario- Itamar Assiére, que se tornou sócio e mais tarde diretor do ca. Isso, felizmente, sem largar o seu violão, já que é consi- SindMusi graças a Claudio Jorge. derado um dos melhores acompanhadores do Brasil, presente em inúmeros discos da MPB e internacionais. No show, Cajó Não é que o Eliomar tem razão? Salve Comendador Cajó, foi acompanhado pelos amigos de fé Ivan Machado (baixo) e seu violão, suas composições, sua amizade e acima de tudo Jorge Gomes (bateria), contando com as participações espe- sua dignidade! O SindMusi tem muito orgulho de você. ciais de Humberto Araújo no sax e dos parceiros Luiz Carlos Parabéns e muito sucesso, sempre! Concurso I Solisti premia cultura clássica Há premiações para música instrumental erudita, canto lírico e balé clássico

Surge uma nova oportunidade para mú- jeto à prefeitura de Santos. A baixa oferta As apresentações do concurso acontecem Entre os jurados escalados para o I Solisti sicos, cantores e bailarinos no Brasil. É o de eventos deste tipo na cidade fez com entre os dias 17 e 21 de junho no Teatro estão o pianista Gilberto Tinetti, o pesquisa- prêmio I Solisti. O concurso, que acontece que a secretaria de turismo encampasse a Coliseu, em Santos, São Paulo. As quatro dor de ópera e professor da Universidade de em Santos (SP), premiará artistas de até 25 idéia. Logo o diretor artístico da Orquestra noites serão divididas em três semifi nais e São Paulo, Sérgio Casoy, os maestros Roberto anos nos campos da música instrumental Sinfônica Municipal de Santos, Luis Gustavo uma noite para a grande fi nal. A idéia é que Duarte e Emiliano Patarra. Ainda estão no erudita e balé clássico e até 30 anos no Petri, também embarcou no projeto como o prêmio aconteça anualmente. elenco de jurados as bailainas e coreógrafas canto lírico. Os prêmios para os primeiros diretor musical, com a assistência de Emi- Ady Lucia Addor Gilioli e Toshie Kobayashi. Integração colocados são de 5 mil reais. A intenção é liano Patarra, também maestro. A entrada para as semifi nais será gratuita. fomentar o surgimento de novos talentos Outro objetivo é promover a aproxima- Mesmo com o apoio da prefeitura, o proje- Já a fi nal terá ingressos pagos, mas o preço na área da cultura clássica. ção entre o universo da cultura clássica to precisou de patrocínio para se tornar vi- ainda não foi defi nido. Entre os apoiadores e o grande público. Isto será feito por ável. Para isto, o passo seguinte foi buscar estão a Secretaria de Estado da Cultura, I Solisti meio da integração com escolas e pro- as leis de incentivo à cultura. O projeto Santos & Região Convention Visitors Bure- jetos culturais. Alguns dos jurados farão au, a Prefeitura Municipal de Santos e a O evento foi idealizado e organizado por foi aprovado pela Lei Rouanet (federal) palestras em escolas públicas da cidade. Associação Comercial de Santos. O Sind- Cláudio Rampazzo. O arquiteto não teve e pelo Programa de Ação Cultural – PAC Sérgio Casoy, por exemplo, que é espe- Musi dá apoio cultural ao prêmio. qualquer formação musical, mas é um (estadual). Por conta disto, as empresas cialista em canto lírico, ministrará uma apaixonado pelas artes clássicas. Isto o fez Cosipa e Usiminas são as patrocinadoras com o tema “Tipo de vozes femininas na Mais informações sobre o prêmio em www. tomar a iniciativa de apresentar um pro- do evento. Ópera Italiana”. premioisolisti.com.br. Jornal Musical No 40 9

Notas Musicais Kleber Vogel

CGTB- Rio/Mulher e Mulher na CGTB-RJ, Izalda Barreto e da Navegação, Sindicato dos Empregados em lis representando o Sindicato. A idéia Federação da Mulher diretora da Confederação das Mulheres do Edifícios de Niterói, Sindicato dos Conduto- é ajudar a fomentar locais onde os Brasil e da Federação das Mulheres Flumi- res Marítimos, Sindicato dos Trabalhadores músicos possam exercer a profi ssão. Fluminense promovem nenses, Conceição Cassano, e do jornalista na Construção Civil de Nova Iguaçú, Sindi- evento no mês da mulher Irapuan Santos, do jornal A Hora do Povo. cato das Filantrópicas e Confederação das Sindicatos e Secretaria de Já as palestras fo- Mulheres do Brasil e Sindicato dos Previden- Relações do Trabalho ram ministradas ciários. Os brindes foram oferecidos pela pela ouvidora geral Pousada Caborê em Paraty, Noah Viagens e Aconteceu no dia 14 de março um en- e presidente do Turismo, Mongeral Seguros e Previdência e contro de sindicatos com a Secretaria Comitê de Gênero Ótica Liderança & União. de Relações do Trabalho – SRT/MTE . da Petrobras Maria Durante o evento, foram realizadas Augusta Carneiro Universidade de Música de mesas de discussão de assuntos de Ribeiro e pelo en- Araraquara interesse das entidades de classe. O genheiro civil dou- SindMusi foi representado pela presi- torado pela PUC Foi lançado, no dia 27 de maio, o projeto dente Déborah Cheyne e pelo diretor – Rio Sancler Mello. da Universidade de Música de Araraquara. administrativo Alan Magalhães. No fi nal, houve fes- O evento contou com a presença de Antô- ta e apresentação nio Neto, presidente da CGTB nacional e PEC da música do Zelu Quarteto. Sancler Mello fala sobre o PAC no Fórum do presidenteda CGTB estadual, o maestro O SindMusi continua mobilizado para a O evento teve a Campos Neves, entre outros. O SindMusi PEC da música. A presidente Déborah apresentação da presidente do SindMusi parabeniza a cidade de Araraquara, o No dia 25 de março a CGTB realizou Cheyne foi uma das expositoras na Déborah Cheyne. Sindimúsicos e todos os que lutaram pelo debate sobre a situação da mulher no projeto. audiência pública ocorrida em Brasília, mercado de trabalho. O pano de fundo Apoiaram o fórum o SindMusi, a Federação no dia 27 de maio. das discussões foi a implantação do das Associações e Sindicatos dos Servidores SindMusi presente no interior PAC – o Programa de Aceleração de Públicos do RJ, Sindicato da Indústria Gráfi - Eleições sindicais Crescimento do governo federal. ca, Sindicato dos Professores da Rede Parti- O diretor administrativo do SindMusi, Álan 2008 é ano de eleições no SindMusi. A mesa de debates teve a presença cular da Baixada, Sindicato dos Servidores Magalhães, foi empossado como membro Fique atento às noticias no site www. do presidente da CGTB-RJ e da FASP- Municipais de Araruama, Sindicato dos titular do Conselho Municipal da Cidade e sindmusi.org.br RJ, Marcos Vinícius, da Secretária da Trabalhadores nas empresas e Serviços de Desenvolvimento Sustentável de Teresópo-

SindMusi oferece cursos e ofi cinas aos associados Aperfeiçoamento e reciclagem em música, inglês e gestão de projetos culturais: o que não falta é oportunidade para o sócio aprender.

Um sindicato não serve apenas para rei- o Sindicato oferece. São coisas que nos cal, além de estudarem harmonia. O curso já SindMusi fez um convênio com a Second vindicar. Ele também deve proporcionar ajudam na profi ssão”, conclui Bruce. esta em seu segundo módulo e há planos de Language, escola de ensino de idiomas, alternativas de aperfeiçoamento aos afi - abrir novas turmas. O desconto para associa- que dá desconto ao sócio do SindMusi. Durante o curso, ministrado em abril pela liados. Como qualquer outro profi ssional, dos do SindMusi é de 50% nas mensalidades. Além disso, uma sala do Sindicato foi produtora cultural Denise Grimming, fo- o músico também precisa estar preparado “Aqui há até professores de música que cedida como espaço para aulas. Desde ram abordados quatro tópicos principais: para os desafi os cada vez maiores que o resolveram voltar a estudar. Outros vão fazer julho do ano passado que vários músicos a caracterização do produto cultural, o mercado impõe. O SindMusi preocupado o vestibular. Este curso abre novas portas e participam da turma de inglês do sindica- passo a passo dos projetos de marketing, em capacitar e trazer melhor colocação ajuda o músico a ser mais capacitado para o to, que já está no segundo módulo. as leis de incentivo e a gestão e avaliação dos músicos neste mercado, apóia e rea- mercado de trabalho”, explica o diretor do de projeto. “Como a exigência da lei é liza diversos cursos para os associados. Integrartes Lú Guarilha. Novos cursos cada vez maior, as empresas querem pro- Já está sendo organizada a segunda tur- Produção e gestão cultural fi s sionalismo no enquadramento das leis Um aspecto importante do curso é mostrar e nos projetos de busca de patrocínio. A que o Sindicato não serve apenas para ma do módulo 1 do curso de produção Cada vez mais os profi ssionais que tra- concorrência é muito grande. Procuramos cobrar. “O pessoal fi ca desconfi ado, cri- gestão cultural, que será a partir da balham na área cultural, como acontece dar umas dicas não só para as pessoas ticando, dizendo que já tem que pagar a segunda semana de junho. Os alunos do com os músicos, têm que criar o seu fazerem o projeto como também para anuidade, a Ordem, mas o SindMusi paga a curso realizado em abril poderão par- próprio mercado de trabalho. Por isso a diferenciá-lo”, coloca Denise. metade da mensalidade dos sócios. Isso já ticipar do segundo módulo em agosto, importância de saber fazer um projeto muda a visão do pessoal. Além disso, o curso sempre com um belo desconto para os O SindMusi realizou a ofi cina e cedeu cultural, como explica o contra baixista abre portas e dá aquele impulso que faltava associados. Bruce Henri, um dos que fi zeram o curso. espaço em sua sede para as aulas. Os para aprender mais”, expõe Guarilha. Alem disso, já está sendo formatando um “Venho tentando adequar um projeto sócios tiveram desconto. curso de “Finale” – software de edição meu à Lei Rouanet e captar recursos. Per- Inglês Integrartes de partituras - provavelmente para o cebi que, hoje em dia, se nós tentamos O músico costuma viajar muito. Além dis- mês de julho. O curso será ministrado fazer algo sem ter o apoio de alguma em- Outra iniciativa de sucesso apoiada pelo so, as oportunidades de trabalho podem pelo Professor Ricardo Gily. As vagas são presa, fi ca muito difícil. Como não posso SindMusi é o curso de reciclagem para mú- acontecer em qualquer lugar do mundo. limitadas. Por isto, os interessados de- pagar alguém para fazer o projeto, decidi sicos oferecido pelo Instituto Integrartes, Para aceitar uma possível oferta em ou- vem ligar para o SindMusi (21 2532 1219) aprender”, explica o músico. “Uma das de Teresópolis. Ele começou em meados do tro país, o músico terá que saber dizer e falar com Natália. Acesse também o site coisas boas do Sindicato é isso. Não só ano passado. Durante as aulas, os alunos se o “sim” pelo menos em inglês. Por isso o www.sindmusi.org.br . o curso. Há toda uma rede de apoio que aperfeiçoam em percepção e escrita musi- 10Jornal Musical No 40 Aberto o caminho para a regulamentação da profi ssão Nayran Pessanha de musicoterapeuta

Mariuccia Iacovino a eterna entusiasta No mês de abril, no dia 23 de maio, a Comissão de A morte de Mariuccia Iacovino encerra o ciclo da primeira geração de grandes discípulos de Paulina D’Aambrósio a que Assuntos Sociais (CAS) aprovou, parecer favorável pertenceu também, Raquelina (Rachel Ciuffo) e tantos outros nomes ilustres do violino. Além da saudade que fi cará no ao projeto de lei que regulamenta a profi ssão coração dos amigos e admiradores, o mais importante vai permanecer vivo a cada dia: o seu entusiasmo pela Música,pela de musicoterapeuta. De acordo com o projeto, vida e pelos jovens talentos. podem exercer a profi ssão os portadores de diplo- ma universitário em musicoterapia expedido por Mariuccia não perdia um concerto para ver um jovem violinista. Havia sempre uma palavra de carinho e pra cima exter- instituições reconhecidas pelo governo federal; nava seu entusiasmo experiente e vivido. Violinista das mais atuantes tocou até bem pouco tempo, sendo homenageada os portadores de diploma de escola estrangeira, por uma geração de músicos e até por Rostropovitch, o grande violoncelista russo quando de sua presença aqui no Rio. desde que revalidado no país, e os portadores de Solista, recitalista e quartetista, sua vida foi pura musicalidade. Difundiu a música brasileira no exterior e fez várias diploma de nível superior que tenham exercido estréias principalmente de Heitor Villa-Lobos, de quem era amiga. Como quartetista marcou época desde 1943 quando a atividade, comprovadamente, por cinco anos fundou a Sociedade do Quarteto. Na Academia Lorenzo Fernandez foi professora de música de câmara até 1964.Com o podem exercer a profi ssão. consagrado pianista Arnaldo Estrela fez inúmeros recitais e gravações, onde registraram de forma memorável as sonatas para violino e piano de Villa-Lobos. A profi ssão Com o Quarteto da Guanabara de grande sucesso na época, apresentou várias obras brasileiras dedicadas ao conjunto. Raquel Siqueira, coordenadora do curso de musi- Mariuccia nos deixa mas com o dever cumprido.Leva a admiração da classe musical, o carinho dos amigos mais chegados coterapia do Conservatório Brasileiro de Música, que lembram sempre do seu bom humor. comemora a aprovação na Comissão, mas ressalta Infelizmente não tomamos aquele prometido chá com a Ana de Oliveira mas pode ter certeza que estou usando aqueles que ainda há um caminho a percorrer. O PL, já cálices que você me deu para tomar uma pinguinha. Tintim Mariuccia! aprovado na Câmara, agora deve ser votado no Plenário do Senado. “Este ano a Associação de A tempo Musicoterapia do Estado do Rio de Janeiro (fundada como Associação Brasileira de Musicoterapia) com- Temos observado cada vez mais a preocupação por parte de algumas orquestras brasileiras, de contratar músicos do pleta 40 anos e há 30 anos o curso reconhecido pelo leste europeu. Esse fato não é novidade entre nós, mas como agora achamos demasiado e preocupante. Muitos músicos Ministério da Educação. A profi ssão é reconhecida, brasileiros com qualidade artística têm sido preteridos em prol de uma pirotecnia digital que nem sempre é útil no con- mas não regulamentada. Precisamos fazer pressão junto orquestral. Provas faiscantes são duvidosas.... Porque não investir no músico brasileiro através de outras ações? para que a votação ocorra logo”, enfatiza Raquel. Vão trazer regentes do leste europeu também? Nosso próximo assunto... No site www.amtrj.com.br há mais informações sobre a atividade.

Obituário

Artur da Távola - (1936/2008) Mariuccia Iacovino (1912/2008) Nascido em 3 de janeiro de 1936, Paulo Alberto Nascida em 12 de dezembro de 1913, a carreira da violinista Maria Iacovino Monteiro de Barros, conhecido como Artur da Valls Estrella – conhecida como Mariuccia Iacovino - teve início em 1918, Távola, iniciou a carreira política em 1960. Foi quando, aos seis anos, foi aprovada no exame do antigo Instituto Nacional deputado estadual do PTN pelo antigo Estado de Música, atual escola de música da Universidade Federal do Rio de Janeiro da Guanabara. Dois anos depois se elegeu de- (UFRJ). Aos 13 anos, Mariuccia embarcou para Madri, com o professor Mario putado constituinte pelo PTB. Mais tarde, foi Matteo para se aprofundar nos segredos da música clássica. A menina fi cou cassado pela ditadura militar, viveu na Bolívia um ano na Espanha. Logo que chegou de volta, continuou as aulas com a e no Chile entre 1964 e 1968. Foi um dos fun- professora Paulina D’Ambrósio, considerada até hoje a maior intérprete das dadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e líder da obras de Villa-Lobos. As aulas com Paulina a aproximaram do maestro. bancada tucana na assembléia constituinte de 1988. Exerceu mandatos A amizade com Villa-Lobos se aprofundou depois do casamento dela com o pianista Arnaldo de deputado federal de 1987 a 1995 e senador de 1995 até 2003. Em Estrela. Convidado pelo governo francês, Arnaldo Estrela, falecido em 1980, mudou-se com a 2001, foi por nove meses secretário da Cultura na cidade do Rio. família para Paris, em 1945, ao fi nal da Segunda Guerra. Em 1949, Mariuccia atuou como solista O ex-senador e deputado fazia o programa “Quem tem medo de música da orquestra Cologne, em Paris, na primeira audição mundial da Fantasia de Movimentos Místicos, clássica”, para a TV Senado. Também escrevia crônicas para o jornal regida por Villa-Lobos em pessoa. “O Dia”. O jornalista também teve programas na Rádio MEC e na TV De volta ao Brasil, Mariuccia e Arnaldo Estrela formaram o Quarteto da Guanabara, junto com Frederick Cultura. Atualmente era diretor da Rádio Roquete Pinto e um grande Stephany, na viola, e Iberê Gomes Grosso, no violoncelo. Em 1964, o grupo arrebatou o prêmio inter- aliado da música clássica. nacional de quartetos Villa-Lobos e viajou por toda a Europa, onde se apresentou em 52 concertos. Artur da Távola faleceu em 9 de maio de 2008 A violinista tocou até os 94 anos. Ela faleceu em 16 de maio de 2008 em sua casa.

Jornal Musical No 40 11 CD Lançamentos

Daniel Guedes interpreta Nelson Macêdo DANIEL GUEDES E NELSON MACÊDO (CD - INDEPENDENTE) Neste CD, o violinista Daniel Guedes, acompanhado da pia- nista Kátia Balloussier, interpreta peças do maestro Nelson Macêdo, além de outras do Padre José Maurício e de Carlos Gomes transcritas para viola e piano por Nelson. O CD une o virtuosismo e a interpretação de Daniel com a criatividade de Nelson Macedo em um CD bonito de se ouvir

Sergival e as coisas do Caçuá SindMusi lança a Cartilha do Músico SERGIVAL Recheada de informações importantes inerentes a profi ssão, a Cartilha do Músico (CD-INDEPENDENTE) tem o objetivo de esclarecer o profi ssional da música abordando questões como A música do compositor sergipano Sergival é criativa e sindicalização, previdência pública e privada, nota contratual, contrato de trabalho, vibrante. A formação da banda não é de música regional, direitos autorais entre outras. Orienta o músico como exercer a profi ssão e se inse- apesar de usar alguns instrumentos típicos. O disco tem rir formalmente no mercado de trabalho. O músico pode e deve se proteger tendo várias participações ilustres, como a de Dominguinhos e conhecimento das leis do trabalho. A distribuição da Cartilha do Músico é gratuita e de Chiko Queiroga. é uma realização do SindMusi patrocinada pela Petros.

Amigo de Fé CLÁUDIO JORGE (CD-ZAMBO DISCOS) O produtor, músico, e compositor Cláudio Jorge já está há 30 anos na estrada, sempre no mundo do samba. Seu CD solo anterior , Coisa de Chefe, chegou a ser indicado como melhor disco de samba no Grammy Latino. No mais novo CD de Cláudio, do partido alto à bossa nova, todos os derivados do samba estão lá para serem ouvidos com muito gosto.

Muitas são as vantagens de anunciar num produto consagrado pelo mercado como é o Guia do Quixadá Acústico Músico. Visibilidade profi ssional é uma delas. ADRIANO GIFFONI (CD – INDEPENDENTE) Uma ferramenta importante tanto para o músico quanto para o contratante. O Guia Oferece Em seu sétimo trabalho solo, Adriano Giffoni não economi- a mais completa lista de profi ssionais da área, reproduz as legislações relacionadas com za em mostrar suas qualidades musicais. O entrosamento a contratação, direitos autorais, Publicidade no catálogo e no site com os músicos que tocam no disco valoriza ainda mais os INSS, registro de músicas e mar- Tipo Formato Sócio Preço / R$ arranjos e composições. A tônica do CD é muito improviso cas, isto é, todos os instrumentos Página COR requeridos para a efetivação de A 50% desconto 1.260,00 com base na música brasileira. Um dos melhores instru- 12 x 21cm. mentais entre os lançamentos recentes. O destaque vai contratações corretas e seguras. 1/2 Página COR B 50% desconto 750,00 para a música de abertura, Salgueiro, e a terceira do Nada é mais importante para um 9,5 x 8,6cm. álbum, o cha cha cha Don Chacal. profi ssional da música do que de- 1/4 Página COR C 50% desconto 365,00 senvolver uma compreensão cada 4,5 x 8,6cm. Duplo vez mais abrangente da cadeia D 50% desconto 170,00 4,5 x 4,2cm. produtiva de sua atividade. Por Livro Tijolinho Individual isso, essa nova edição do Guia do E Grátis 80,00 Texto 5l. Músico inclui uma seção inteira Tijolinho Grupo F 50% desconto 100,00 de comentários esclarecedores, Texto 5l. escritos de forma simples e direta, No preço não está incluída a criação da arte do anúncio Pulsões sobre as leis de incentivo, direito LUÍS FERNANDO BORGES COLHO DE SÁ autoral e muito mais. (LIVRO – EDITORA THESAURUS) O novo Guia do Músico 2008 estará disponível nos formatos impresso, com distribuição gra- Este é um livro de poesia organizado pela fl autista Odette tuita, e on-line. Ernest Dias. O livro ainda em um CD com poemas decla- Conheça a qualidade dessa ferramenta consagrada pelo mercado musical. Acesse www.guia- mados do autor do livro e de Fernando Pessoa. A fl autista domusico.com.br. toca a Sarabanda da suíte número 2 no CD. As vozes nas poesias são de Eládio Perez Gonzáles e Clara Acker. Uma Contatos: Paloma Niskier - Tel: (21) 2532-1219 / 2240-1473 [email protected] boa interação entre música e poesia. Renato Marteletto - Tel: 9194-6867 [email protected]

Os produtos desta sessão estão à venda na sede do SindMusi. Conheça nosso Armazém Virtual: www.SindMusi.org.br 12Jornal Musical No 40